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Revista Digital de Cães e Lobos

Nº 6– 2º Trimestre de 2013

Uma Edição do Departamento de Divulgação do:

Centro Canino de Vale de Lobos

Etologia • Comportamento • Educação • Adestramento

Convivência • Psicologia • Veterinária • Estética

Artigos - Notícias - Reportagens - Curiosidades

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objectivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre Criação Canina, todos os criadores, ou que pretendam vir a sê-lo, na medida em que, este Curso abarca toda esta temática, desde os conceitos de Genética Canina até à entrega do cachorro ao futuro dono.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 6 meses ou 500 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do formando). A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Criadores Caninos que sintam algumas lacunas no seu conhecimento acerca dos Temas propostos no mesmo. É igualmente dirigido a todos aqueles que pretendam iniciar esta apaixonante e nobre atividade que é a Cria-ção Canina. Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conhecimento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de Criação Canina. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, Criar cães, uma vez que está na posse de formação técnica e científica específica necessária para o fazer.

Estrutura Programática (Resumida) Tema 1 - A Genética Canina Tema 2 - O Período Reprodutivo Tema 3 - A Reprodução Tema 4 - A Gestação Tema 5 - A Patologia da Reprodução Tema 6 - A Alimentação da Cadela gestante Tema 7 - O Parto Tema 8 - A Amamentação Tema 9 - O Desmame Tema 10 - Primeiras etapas do desenvolvimento do Cachorro Tema 11 - Enfermidades do Período neonatal Tema 12 - O Crescimento do cachorro Tema 13 - Desparasitação e Vacinação dos Cachorros Tema 14 - A entrega dos Cachorros Tema 15 - Identificação e Registo dos Cachorros

Curso destinado a todos os criadores, ou potenciais criadores caninos.

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

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Editorial

Cães & Lobos Edição Nº 6

Página 1

Depois de um esforço bastante grande de todos os que colabo-

raram nesta edição, apresentamos mais um número da nossa

revista.

Registamos com satisfação que conseguimos motivar duas

novas colaboradoras, a Tânia Carvalho e a Ana Pereira, e que

regressou a Dominique Martins com um curioso trabalho sobre

as venturas e desventuras de uma Pet Sitter. Infelizmente, nes-

te número não tivemos nenhuma colaboração dos nossos cola-

boradores brasileiros, penso que foi uma situação pontual e

que voltaremos a contar com a sua inestimável participação no

nosso projeto. Queria voltar a salientar que esta publicação só existe porque

conta com a participação dos atuais e antigos alunos do Dep. de Formação do

CCVL, quando estes deixarem de colaborar, o projeto “Revista Cães & Lobos”

termina.

Esta edição da revista é muito interessante, por vários motivos dos quais

salientaria a diversidade de temas abordados e todos eles de extremo interes-

se para os nossos leitores.

A Tânia ajudou-nos a compreender melhor as 7 raças que constam na famige-

rada (e irracional) lista das consideradas potencialmente perigosas e os deve-

res que os donos legalmente têm para deterem exemplares destas raças. Na

sequência deste trabalho, a Tânia descreveu minuciosamente as caraterísticas

destas raças. Há tantos mitos acerca da visão do cão que o Tiago se preocu-

pou em desfaze-los dando-nos uma ideia mais correta deste sentido do cão. A

personalidade do trimestre foi o fisiologista Russo Ivan Pavlov, o pai do Condi-

cionamento clássico. Duma intensa discussão no Grupo do Dep. de Formação

do CCVL, nasceu um interessante artigo acerca da aplicação do Reforço Positi-

vo. A Anabela descreveu-nos o uso e abuso na utilização das chamadas colei-

ras estranguladoras. Na sua primeira participação, a Ana Pereira alertou-nos

para um grave problema de saúde dos nossos cães que é o contato deste com

a lagarta do pinheiro (processionária). O Tiago reportou-nos um Seminário de

RCI/IPO ministrado pelo praticante espanhol Daniel Ruano. A pedido do Grupo

Lobo transcreve-mos um comunicado à imprensa enviado por esta organiza-

ção. Mais uma vez, a Anabela e a Vanessa colaboração com as habituais rubri-

cas: “Notícias” e “Curiosidades”. Boas Leituras.

Sílvio Pereira

Navegue connosco nas ondas da web

Centro Canino de Vale de Lobos

www.ccvlonline.com

Departamento de Formação do CCVL

http://formacaoccvl.weebly.com

Departamento de Divulgação do CCVL

Blogue: http://comportamento-canino.blospot.com

Fórum: http://comportamento-canino.forumotion.net

www.facebook.com/ccvlobos

2

Quais são afinal os cães potencial-

mente perigosos?

(Tânia Carvalho)

4

Que raça escolher?

(Tânia Carvalho)

7

A visão do cão

(Tiago Barreto)

8

Ivan Pavlov

(Sílvio Pereira)

10

O Reforço Positivo

(Grupo de discussão do Dep. de

Formação do CCVL)

15

Coleiras estranguladoras

(Anabela Guerreiro)

17

A Lagarta do Pinheiro

(Ana Pereira)

19

Venturas e desventuras de uma

Pet Sitter

(Dominique Martins)

20

Seminário RCI/IPO c/ Daniel Rua-

no

(Tiago Barreto)

21

Ansiedade por separação canina

(Sílvio Pereira)

9 e 24 - Sabia que…

18 - Livro recomendado

23 - Comunicado do Grupo Lobo

25 - Notícias

Revista Cães & Lobos

http://revistacaeselobos.weebly.com

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Cães & Lobos Edição Nº 6

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Atualidade

Muita é a confusão que reina em tor-

no deste tema, grande parte pela

desinformação prestada pelos meios

de comunicação social e também por

uma regulamentação pouco eficiente

por parte das entidades competentes.

De acordo com o disposto do DL nº

315/2009, de 29 de Outubro, os cães

pertencentes às seguintes raças: Cão

de Fila Brasileiro, Dogue Argentino,

Pit Bull Terrier, Rottweiler, Stafford-

shire Terrier Americano, Staffordshire

Bull Terrier, Tosa Inu, bem como os

cruzamentos de primeira geração, os

cruzamentos destas com outras

raças são considerados cães poten-

cialmente perigosos.

O mesmo DL regulamenta os requisi-

tos para a posse destes cães:

Licença emitida pela junta de

freguesia da área de residên-

cia do detentor e para a obten-

ção desta o detentor terá que

assinar um termo de responsa-

bilidade, apresentar registo

criminal isento de condena-

ções contra a vida, seguro de

responsabilidade civil e, por

fim, comprovativo de esteriliza-

ção;

Texto: Tânia Carvalho

Identificação, através da apli-

cação de microship, com códi-

go individual na base de dados

nacional (SICAFE).

Os alojamentos devem impedir que

os cães fujam, devendo por isso:

as vedações ter 2 m de altura,

em material resistente;

espaçamento entre gradea-

mentos não pode ser superior

a 5 cm;

placas de aviso da existência

do cão, afixadas de modo visí-

vel e legível no exterior.

Estes cães não podem circular sozi-

nhos na via pública, em lugares públi-

cos ou em partes comuns de prédios

urbanos. Para circularem nos referi-

dos locais deverão os cães usar açai-

me funcional, que não permita comer

nem morder e com trela até 1m de

cumprimento, que deve estar fixa a

coleira ou a peitoral.

Os detentores destes cães têm que

promover o treino destes, com vista à

Fotos: Google

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Atualidade

sua socialização e obediência, o qual

não pode ter em vista a sua partici-

pação em lutas ou reforço da sua

agressividade. Este treino só pode

ser ministrado por treinadores certifi-

cados para o efeito.

Aqui começa um dos problemas da

legislação, segundo o despacho nº

7705/2010, foi determinado quais as

entidades que estão acreditadas

para fazer a certificação dos treina-

dores, mas a questão é que ao ques-

tionarmos as entidades sobre o

tema, apenas nos sabem dizer que

está uma proposta em cima da

mesa, mas não há nada em concre-

to.

Desde 2007 até Janeiro de 2013,

segundo dados da dgav, ocorreram

373 ataques de raças potencialmente

perigosas, mas se há tantos ataques

porque não se procuram e se res-

ponsabilizam os verdadeiros culpa-

dos? Desde 2010 que se está à

espera que se decida quem fará a

certificação dos treinadores e nada.

Recentemente, saiu mais uma notí-

cia relacionada com o tema, desta

vez criou-se uma nova exigência o

certificado de aptidão técnica, em

resumo o detentor de um cão poten-

cialmente perigoso terá que frequentar

aulas de adestramento básico. No

entanto, mais uma vez a notícia foi

publicada, sem que haja já dados con-

cretos, visto ainda não ter sido defini-

do quem irá ministrar esta formação

nem quem terá competência para emi-

tir o respetivo certificado. Caberá ao

diretor-geral de Alimentação e Veteri-

nária, definir, em despacho, os con-

teúdos da formação, os critérios de

avaliação dos candidatos e quem

serão as entidades formadoras (ver

caixa).

Leis, atrás de leis, notícias atrás de

notícias, mas a verdade é que conti-

nuam a ser destinados para abate

todos os cães que perpetuam um

ataque, é verdade que um cão que

tem este comportamento reforça-se

intrinsecamente e será difícil corrigi-

lo. Mas em vez de se criarem leis

que não chegam a ser devidamente

regulamentadas, que só têm um

caráter discriminatório dos detento-

res e das raças e em nada ajudam a

obtermos cães equilibrados, com

bom caráter e temperamento, talvez

o caminho fosse uma sensibilização

da população para a necessidade de

se adestrarem em obediência básica

todos os cães que connosco coabi-

tam. Procurar-se desumanizar as

nossas relações com os cães e nun-

ca esquecermos que na nessa rela-

ção eles são sempre o ser irracional

e cabe-nos a nós prevenir as situa-

ções que possam ocorrer com eles.

Os criadores de “vão de escada”

deveriam ser responsabilizados

pelos seus atos. E por fim as leis,

deveriam ser regulamentadas e pos-

tas em prática para que pudessem

ajudar a evitar que as estatísticas

aumentem. Afinal, parece haver mais

potencialmente perigosos do que só

os cães!

Obrigados a ter aulas

O governo vai apertar as regras para os donos de cães perigosos e potencialmente perigosos. Uma das principais alterações que o Ministério da Administração Interna (MAI) quer introduzir na Lei é obrigar quem quer ter estes animais de companhia a fazer uma formação - à semelhança do que já acontece em França, onde desde 2010 é preciso frequentar um Curso e obter um atestado para ter em casa um cão de raça perigosa. Segundo o anteprojeto de proposta de lei - já foi submetido à Comissão Nacional de Proteção de Dados - para obter a licença, que já é obrigatória, será preciso entregar na junta de Freguesia um novo documento: o Certificado de Aptidão Técnica. O Gabinete do Ministro ainda não definiu quem irá ministrar esta formação nem quem terá competência para emitir o respetivo certificado. Essa responsabilidade, ao que o Sol apurou, será atribuída ao diretor-geral de Alimentação e Veterinária que irá definir, em despacho, os conteúdos da formação, os critérios de avaliação dos candidatos e quem serão as entidades formadoras. Com esta revisão da lei, o Governo pretende que os proprietários passem a ter noções sobre comportamento animal e assim prevenir os ataques que têm acontecido nos últimos meses, alguns deles fatais. Além de agravar o montante máximo das coimas previstas na lei, o Governo quer também punir quem circular com cães na rua, lugares públicos ou em partes comuns de prédios com uma taxa de álcool igual ou superior a 1,2 g/l ou sob efeito de droga. Quem for apanhado pela policia nestas circunstâncias pode ser punido com uma multa até 360 dias ou mesmo prisão até um ano.

Extrato de notícia do Jornal “Sol” de 15 de Março de 2013

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Cães & Lobos Edição Nº 6

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Raças

1ª Parte

Vamos iniciar neste número uma série de artigos sobre as caraterísticas das várias raças que habitualmente convivem connosco nas nossas casas. Quando decidimos levar um cão para casa, devemos estar bem conscientes do compromisso que é assumido para com o cão, perante a família e perante a comunidade civil. Devem-se evitar tomar decisões por impulso, levados por modas ou ainda por insistentes pedidos de crianças. Um cão necessita de cuidados diários, necessita de atenção diária, não se pode deixar para amanhã porque hoje não nos apetece. Assim, a escolha do cão deve basear-se numa série de condições:

Tempo disponível para interagir com ele, brincar, passeá-lo;

Espaço disponível para o animal habitar, quando se está ausente de casa, além do tempo que se está ausen-te

Devemos ponderar muito bem a questão das férias, quais os hábitos de férias, se se está disposto a alterar hábitos por causa do novo membro da família;

Situação financeira, a aquisição de um cão para além do custo inicial que pode existir ou não, implica gastos com alimentação, gastos com cuidados veterinários;

Gastos com seguros, licenças e outros documentos obrigatórios, particularmente no caso das raças de cães potencialmente perigosos.

Daí que pretendemos dar uma ajuda na altura de escolher, vamos começar exatamente pelas tão faladas raças potencialmente perigosas.

Cão de Fila Brasileiro

Origem: Oriundos do Brasil, é o resultado do cruzamento de várias raças como são os Bloo-dhounds. Destes herdou as características pregas de pele, o olfato apurado e o nariz compri-do. Foi usado como condutor de gado, guarda e seguidor de rastos dos então escravos que tentavam evadir-se. Quando encontra a sua presa não a ataca, encurrala-a, até que chegue o caçador. Aptidão: Guarda e caça Comportamento: É obediente, dócil e extremamente fiel aos donos, mas desconfiado com

estranhos pelo que constitui um guarda magnífico. Tem um comportamento sereno revelando segurança e autocon-fiança, coragem impressionante, determinado, valente. Não se incomoda com sons ou ambientes novos. A relação com crianças é controversa, pois a grande maioria dos donos que têm cães desta raça a conviver com crianças são de opinião contrária e recomendam-no. Não foi feito para viver em pequenos espaços.

Tosa Inu

Origem: Esta raça foi desenvolvida durante o séc. XIX com o propósito de criar um canídeo destemido e robusto para a luta de cães, na época, atividade considerada um desporto. Inicialmente eram cães de porte médio, excelentes caçadores, mas inadequa-dos para as lutas. A evolução desta raça teve o contributo de várias raças, já que se pretendeu conjugar a lealdade e agilidade para a luta típica dos cães japoneses, com a robustez dos cães ocidentais. Foi desde sempre um animal muito respeitado no Japão, pela sua impressio-nante estatura e bravura, apesar de ser uma raça relativamente rara.

Reconhecido pela FCI este cão tem sido importado para os EUA e para a Europa, no entanto, mesmo nos dias de hoje a sua popularidade é muito baixa. Aptidão: Cão de companhia e guarda. Comportamento: Tem um temperamento seguro e leal. Possui as características ideais para cão de família, mas só o é se, durante o seu crescimento, for acompanhado e ensinado pelo seu dono. Daí que estes cães não sejam normalmente aconselhados a pessoas que possuam pouca experiência com animais.

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Raças

No seio familiar, o Tosa-Inu é um animal calmo, silencioso, protetor do território e da família. É reservado perante estranhos, sem ser agressivo. Com as crianças, revelam-se cães seguros, mas já não o são perante animais de estimação desconhecidos. São cães que toleraram perfeitamente bem dor, pelo que podem atacar. Têm muito potencial como cães de guarda: são destemidos, corajosos, e possuem uma excelente robustez física. Saúde e higiene: É importante a prática regular de exercício físico e uma escovagem ocasional para remover o pelo morto.

Pit Bull Terrier

Origem: Origem: Entre os grandes Clubes de raças caninas, apenas o United Kennel Club reconhece esta raça. Não fugindo à regra, em Portugal o APBT não é reconhecida pelo Clu-be Português de Canicultura. É o resultado de cruzamentos entre as várias raças, nomea-damente, o American Pit Bull Terrier, assemelha-se ao Staffordshire Bull Terrier, sendo mais alto e mais pesado. Inicialmente foi criado para entrar em lutas de cães, mas hoje em dia desempenha também o papel de animal de companhia.

Aptidão: Companhia, guarda Comportamento: É um cão dócil para os seres humanos, no entanto, tem um baixo nível de tolerância em relação a outros cães devido. Como qualquer outro cão, o Pit Bull pode ser agressivo, se ensinado e incentivado a isso. Se for um cão bem educado, é um ótimo cão de família .. Mas se há coisa para que o APBT não serve, é para cão de guarda, devido á sua forte ligação ao ser humano. É um cão dominante, por isso necessita de um dono capaz de impor a sua liderança de forma positiva. Por esta razão, não é um cão aconselhado a donos inexperientes. Saúde e Higiene: É uma raça relativamente saudável, as doenças mais comuns são displasia da anca e problemas cardíacos. Também com alguma incidência encontramos cataratas e alergias.

Rotweiller

Origem: Inicialmente trabalhou como cão de carga entregando carne, foi também útil na condução do gado e a puxar pequenos veículos com cargas de leite. Diz-se que alguns comerciantes tinham por hábito guardar, nas coleiras destes cães, o dinheiro que faziam nas feiras, por segurança. Em 1901, surge um clube que agrupa duas raças: o Rottweiler e o Leonberger. Em

1924, surge o primeiro Livro de Origens da raça. Por volta da I Guerra Mundial, a sua popularidade já há muito que havia sido estabelecida no meio policial, que a nomeara “cão-polícia”. Em 1935, a raça foi oficialmente reconhecida pelo Kennel Club americano e, no ano seguinte chega á Grã-Bretanha. Em 1966, recebe um registo separado da parte do Kennel Club britânico. Aptidão: Companhia, guarda e defesa Comportamento: É uma raça, calma, silenciosa e obediente. O seu nível de agressividade está muito dependente do tipo de treino que recebe. Como cães de guarda são extremamente atentos e são hostis para com os intrusos. Pela sua constituição e aspeto, são bastante dissuasivos sem terem que fazer nada por isso. Ladram pouco, mas quando ladram deve dar-se atenção, porque não ladram sem razão. Deve ser adestrado desde pequeno para que se torne num companheiro seguro. Visto serem cães bastante inteli-gentes e com uma personalidade forte, não se aconselham a donos inexperientes. O dono deve ter uma autoridade natural e incontestável. Na sua relação com a família, são animais alegres que gostam de receber atenção do seu dono. Lidam bem com as crianças e com outros animais de estimação, se forem devidamente habituados a conviver com estes. Na verdade são cachorros toda a vida! Mas no que trata da sua relação com outros cães, esta é muito difícil em particular se forem do mesmo sexo e se não estiver habituado a conviver com eles desde pequeno. Saúde e Higiene: As doenças mais frequentes são: displasia da anca, problemas de visão, epilepsia, hipotireoidis-mo e cancro. Não necessitam de muito exercício físico, mas deve-se ter algum cuidado, pois tendem a engordar com facilidade. Apreciam nadar, passeios moderados ou simplesmente brincar.

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Raças

Staffordshire Bull Terrier

Origem: Os cruzamentos que originaram a raça iniciaram-se em Inglaterra em 1835, pretendia-se conseguir um cão com a tenacidade dos Bulldogs antigos e com a agilidade e energia dos Terriers. Estes cruzamentos tinham por objetivo os combates entre cães e touros. Atualmente, o Staffordshire Bull Terrier é bastante procurado no Reino Unido, sendo a quinta raça mais popular no país. Em Portugal, a raça pertence à lista de cães potencialmente perigo-sos, o que obriga os donos a tomarem medidas especiais em relação aos seus animais.

Aptidão: Companhia. Ao contrário do que se poderia pensar não é um bom cão de guarda uma vez que se relacio-nada bem com os humanos, mesmo estranhos. Comportamento: Coragem e tenacidade são atributos que não faltam ao Staffordshire Bull Terrier. São cães bas-tante afetuosos e meigos, especialmente com crianças. Os donos podem sempre contar com ele e com a sua leal-dade, bem como com a sua energia. O que faz com que esteja sempre disposto para brincar, logo exige muito exercício. Devido à sua dependência do dono não gostam de ficar sozinhos em casa muito tempo e podem ter comportamen-tos destrutivos quando isso acontece. A sua convivência com outros animais pode ser pacífica se desde pequenos forem habituados a isso, mas podem ser agressivos com outros cães, sobretudo do mesmo sexo. Necessita de uma forte socialização e uma sólida edu-cação baseada no reforço positivo. Por isso não deve adquirido por pessoas inexperientes Mas o pior que se pode fazer a estes cães é bater-lhes, isto porque devido à sua estoicidade perante a dor, isso só irá excitá-lo mais. E uma vez excitado é difícil acalmá-lo. Por isso mesmo as brincadeiras devem ser bastante con-troladas. Saúde e Higiene: Devido ao focinho achatado, podem ter alguns problemas de sobreaquecimento, sobretudo nos dias mais quentes. Necessitam de escovagens regulares, mas o banho deve ser evitado. As doenças mais características da raça são as displasias da anca e problemas oculares.

Dogue Argentino

Origem: Esta é uma raça relativamente recente, desenvolvida na Argentina, nos anos 20 do século passado. Descendente do cão de luta de Corboda, uma raça local, possante e enérgica que tinha sangue de Mastiffs, Buldogues e Bull Terriers. Foi cruzado com várias raças - Irish Wol-fhound, Pointer, Bull terrier, Dogue de Bordéus, Dogue Alemão, Mastim Espanhol, Boxer, Bulldog, entre outras. Apesar de no início ter sido considerado um cão de luta, o Dogue Argentino revelou-se uma preciosa ajuda na caça grossa. O cão que conhecemos hoje em dia é companheiro, leal e protetor, mas também bom caçador, capaz de aguentar longas caminhadas e ainda fazer frente a

animais de grande porte. Somente em 1973 foi reconhecida pela FCI. Aptidão: Companhia, guarda Comportamento: É um cão leal e companheiro e extremamente protetor da família. Bastante apegado aos donos, gosta da presença de humanos e, apesar do seu tamanho, insiste em sentar-se em cima dos pés ou encostado às pernas da pessoa mais próxima. Como um bom cão de guarda, suspeita de estranhos até que lhe sejam apresentados pela família, mas, regra geral, não é agressivo com pessoas. Devido à sua dominância, necessita de um dono experiente, capaz de lhe proporcionar uma boa educação e sociali-zação. A convivência com outros cães e animais é possível se tiver sido habituado desde pequeno. O treino é relativamente fácil, mas, como cão dominante que é, por vezes revela-se teimoso e gosta de impor a sua vontade. Deve sentir-se integrado na família para que desta forma se possa debelar o seu lado mais arisco. Saúde e Higiene: O banho deve ser evitado e quando dado, os produtos utilizados devem ser específicos para pele sensível e para pelos claros. Devido à coloração branca, o cão deve ser protegido do sol, uma vez que tem uma fraca proteção aos raios UV.

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A visão do Cão

O nosso amigo cão vê o mundo sob outra perspetiva, dife-rente da nossa. A primeira diferença é a altura e ângulo de visão. Eles estão muito mais próximo do chão e tem assim um outro campo visual. Além disso, a visão não é o sentido mais importante e desenvolvido no cão. O olfato e a audição são muito mais desenvolvidos e muito mais importante no dia a dia do seu melhor amigo. Para se ter uma ideia, no homem a ordem de desenvolvi-mento dos sentidos é visão-tato-audição-olfato e pala-

dar. Já no cão o que encontramos é olfato-audição-visão-tato-paladar. Por último, a estrutura ocular dos cães também é diferente da nossa. Os cães veem melhor no escuro e têm uma visão orientada para o movimento, enquanto a nossa visão privilegia a diferenciação das tonalidades de cores conseguindo exce-lente definição de silhuetas e acuidade visual. Assim, os cães conseguem reconhecer duas cores, o azul (violeta) e amarelo, diferenciando diversos tons de cinzas e não conseguem diferenciar o verde, amare-lo, laranja e vermelho. A posição dos olhos dos cães também determina o tamanho do campo visual e a perceção de profundidade. Quan-to mais afastados os olhos menor a sobreposição e portanto menor a perceção de profundidade. Assim nos cães com os olhos posicionadas na frente (mais juntos) como o Boxer, Bulldog, Boston, Labrador tem melhor acui-dade visual e melhor senso de profundidade, fazendo com que gostem mais de brincar com objetos jogados ao alto, como bolas e frisbies. Já os cães com olhos posicionados lateralmente (mais afastados) como os Collies, Gal-gos e Pastores tem um campo visual maior e por isso são usados em pastoreio onde conseguem ver uma região muito maior. Todos conseguem ver melhor os corpos em movimentos e por essa razão pequenos movimentos tem interpretações distintas no cão, desde movimentos bruscos de mãos ou mesmo alterações posturais que acabam significando muito para ele.

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Staffordshire Terrier Americano

Origem: A origem desta raça é exatamente igual à do Staffordshire Bull Terrier. No entanto, neste caso depressa os apostadores se aperceberam da intolerância desta raça em relação a outros cães, da devoção ao dono e da força da sua mandíbula, o que fez com que rapida-mente esta raça passa-se a ser usada em lutas de cães. As lutas provocaram a morte de muitos exemplares e criaram um estigma muito negativo na opinião da sociedade sobre

estes cães. A raça foi então levada para os Estados Unidos da América e ganhou caraterísticas diferentes da raça que perma-neceu em Inglaterra, tornou-se mais robusto e mais alto. O reconhecimento da raça pelo American Kennel Club, só aconteceu em 1936. Se por um lado a intolerância destes cães em relação a outros animais lhes valeu fama entre os entusiastas das lutas, por outro lado, a devoção cega ao dono e a dedicação à família fizeram dele um animal de estimação popular. Aptidão: Companhia, guarda e defesa Comportamento: São cães fortes, resistentes, valentes, persistentes, tenazes. Mas apesar destas caraterísticas, que podem fazer parecer a raça muito rústica, são cães que têm uma grande estima e tentam a todo o custo agra-dar ao dono. Por ser muito dependente da família, é uma raça que tem necessidade de viver dentro de casa e que não gosta de ser deixado sozinho. São cães relativamente fáceis de treinar, sobretudo devido à sua ânsia em agradar ao dono, o que por vezes pode ser mal aproveitado pelos humanos. Saúde e Higiene: A manutenção da pelagem não exige grandes esforços, basta uma escovagem ocasional para limpar a sujidade. Algumas das doenças que mais frequentemente surgem são displasia da anca e problemas car-díacos.

Texto: Tânia Carvalho Fotos: Google

Raças / Visão do Cão

Visão do homem

Visão do cão

Texto: Tiago Barreto

Fonte: http://petcare.com.br/blog/a-visao-dos-caes/

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Ivan Petrovich Pavlov(em russo: Иван Петрович Павлов) (Ryazan, 26 de Setembro de 1849 —Leningrado, 27 de Fevereiro de 1936) foi um fisiólogo russo.

Premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, pelas suas des-cobertas sobre os processos digesti-vos de animais. Ivan Pavlov veio no entanto a entrar para a história pela sua pesquisa num campo que ele descobriu quase que por acaso: o papel do condicionamento na psicolo-gia do comportamento (reflexo condi-cionado).

Na década de 1920, ao estudar a pro-dução de saliva em cães expostos a diversos tipos de estímulos palativos, Pavlov percebeu que com o tempo a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anterior-mente não causavam tal comporta-mento (como por exemplo o som dos passos de seu assistente ou a apre-sentação do comedouro). Curioso, realizou experiências em situações controladas de laboratório e, com base nessas observações, teorizou e enunciou o mecanismo do condicionamento clássico.

O Condicionamento Clássico

A ideia básica do condicionamento clássico (ou condicionamento pavloviano) consiste em que algu-mas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquan-to que outras são reflexos condiciona-dos, aprendidos através da associa-ção com situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediata-mente posteriores. Através da repeti-ção consistente dessas associações é possível criar ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais. Essa descoberta abriu caminho para o desenvolvimen-

to da psicologia comportamental e mostrou ter ampla aplicação prática, inclusive no tratamento de fobias e nos anúncios publicitários.

O condicionamento clássico é um processo que descreve a gênese e a modificação de alguns comportamentos com base nos efeitos do binômio estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos. O termo con-dicionamento clássico encontra-se historicamente vinculado à "psicologia da aprendizagem" ou ao "comportamentalismo" (Behaviorismo) de John B. Watson, Ivan Pavlov e Burrhus Frederic Skinner, também conhecido como sistema de punição e recompensa.

A origem do Condicionamento

Clássico

Um reflexo é uma sequência estímulo-resposta e tem a função de manter o bom funcionamento biológico, garan-tindo a sobrevivência e reprodução. Encontramos reflexos em todos os sistemas orgânicos: nervoso, endócrino, muscular, respiratório,digestivo, reprodutivo e até mesmo respos-tas emocionais reflexas. Os reflexos condicionados formam novas liga-ções sinápticas inicialmente temporá-rias e a seguir duradouras, pois são reflexos "aprendidos" e podem ser excitadores ou inibidores. A sua fun-ção é preditiva, ou seja, serve para antecipar a resposta de prazer (recompensa) ou mesmo advertir sobre um possível perigo (punição).

Para obter-se um condicionamento efetivo é preciso que o estímulo con-dicionado (EC) preceda o estímulo incondicionado (EI), que não coexis-tam estímulos externos inibidores e que haja repetição periódica do con-dicionamento. Extinções ocorrem quando EC é apresentado sem o EI até que este desfaça a associação.

Personalidade

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O condicionamento pode ser recupe-rado se as associações entre EC e EI forem refeitas - processo conhecido como recuperação espontânea.

Estímulos condicionados podem tam-bém ser associados a outros estímu-los neutros de modo a torná-los igual-mente condicionados sem a associação simultânea com o EI. Os primeiros seriam os condiciona-mentos chamados primários e os seguintes secundários. Esta seria então uma associação de segunda ordem. Tais associações podem che-gar até a terceira ordem e mostrarem-se efetivas.

Contra condicionamentos ocorrem quando um diferente EC ou EI é associado, alterando portanto o refle-xo incondicionado (RI). Esta ação promoveria o processo de extinção juntamente com um novo condiciona-mento. Na psicologia, a terminologia acima utilizada é comumente encon-

Personalidade

trada no Behaviorismo. Todavia, jun-to à psicologia social, propôs-se a abolição do conceito de "comportamento". Em seu lugar, Alexei Leontiev propõe o con-ceito de "atividade".

A experiência de Pavlov

A experiência que elucidou a existên-cia do condicionamento clássico envolveu a salivação condicionada dos cães (Canis familiaris) do fisiólogo russo Ivan Pavlov. Estu-dando a ação de enzimas no estô-mago dos animais (que lhe dera um Prêmio Nobel), interessou-se pela salivação que surgia nos cães sem a presença da comida. Pavlov queria elucidar como os reflexos con-dicionados eram adquiridos. Os cães naturalmente salivam por comida; assim, Pavlov chamou a correlação entre o estímulo não-condicionado (comida) e a resposta não-condicionada (salivação) de reflexo não-condicionado.

Todavia, ele previu que se um estí-mulo particular sonoro estivesse pre-sente para os cães quando estes fossem apresentados à comida, então esse estímulo pode tornar-se associado com a comida, causando a salivação; anteriormente o estímu-lo sonoro era um estímulo neutro, visto que não estava associado com a apresentação da comida. A partir do momento em que há a associa-ção de estimulações (entre som e comida), o estímulo deixa de ser neutro e passa a ser condicionado. Pavlov referiu-se a essa relação de aprendizagem como reflexo condi-cionado do sistema de punição-recompensa (ou Behaviorismo de Pavlov) e que levou ao desenvolvi-mento e aplicação em diversas áreas, como comportamento, educa-ção, psicologia, psiquiatria, direito, relações humanas, gestão empresa-rial, adestramento, treino, policia-mento, urbanismo e várias outras. Fonte: Wikipédia Fotos: Google

Sabia que...

... Werner Freund é um senhor de 79 anos que dedicou os últimos 40 aos lobos. Determinado a aprender mais sobre eles e a desmistificá-los

perante a sociedade, tornou-se parte do grupo Em 1972, Freund criou o Wolfspark Werner Freund, um santuário com 25 hectares na Alemanha, onde colocou lobos adquiridos a parques e jardins zoológicos. Qua-renta anos depois, o investigador comporta-se como se fosse o macho alfa de um grupo de 29 lobos, pratica-mente todos eles criados à mão. Contudo, Freund não considera que os lobos sejam os seus animais de esti-mação.“Não podes domesticar um lobo. Eu é que tive de me tornar um lobo. Tive de treinar a minha voz uma vez que o sotaque alemão é algo áspero e os lobos estão acostu-mados a uma sonorida-de sua-ve” expli-cou o investiga-dor, que vive com a sua esposa Erika e o seu gato Max (foto em cima), numa habitação perto da alcateia.

.... Um habitante do Tennesse, nos Estados Unidos,

entregou o cão num canil para ser abatido por suspei-

tar que o animal é “gay”. Segundo o jornal americano Huf-

fingtonpost, o homem viu o cão acasalar com outro macho

e, por isso, concluiu que Elton é gay. O Psychologist

Today explica que há cães gay, mas que na maioria dos

casos, esse tipo de comportamento é uma forma de

expressar a sua dominância. Entretanto, foi lançada uma

campanha no Facebook

para salvar Elton, aca-

bou por ser adotado por

Stephanie Fryns, que já

tinha quatro cães.“Ele

tem sido muito meigui-

nho. Tem muito medo

de tudo, mas isso é

compreensível”, disse

Stephanie à ABC News.

Compilação: Vanessa Correia

Fontes: www.google.pt

www.jn.pt

www.cmjornal.xl.pt

www.crufts.org.uk

www.mundodosanimais.pt

(Continua na pág. 24)

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Durante este último trimestre, desenvolveu-se no Grupo de discussão do Dep. De Formação do CCVL, um debate muito interessante sobre este polé-mico tema. Pelo interesse que demonstrou e pela qualidade das interven-ções, decidimos transcrever neste número da revista, o que foi dito nesse tópico do fórum. _________________________________ Eneida Cardoso Caros colegas: Venho aqui expor um assunto para, ouvir as várias opiniões. Refiro-me ao Reforço Positivo...da experiência e conhecimento que têm; acham possível, útil e credível, treinar um cão ou resolver determinado pro-blema comportamental, utilizando somente o reforço positivo? A mim, parece-me um pouco extremista e não sei até que ponto seja assim tão exequível como muitos o defendem agora; tenho notado que têm apare-cido alguns defensores de que realmente, utilizando apenas esta técnica é possível e criticam afincadamente quem utiliza os denominados por eles "métodos aversivos"... O que acham sobre este assunto? Obrigada e um abraço __________________________________ André Moreiras Bom dia Eneida, Em relação ao treino canino.. Uso apenas o reforço positivo com clicker e sem trela, os reforços podem ser comida ou brinquedos e sempre alternados e inesperados de preferência. Resolver problemas de comportamento usando apenas o reforço positivo e clicker é impossível! A mudança de comportamento envolve sempre a presença de reforço positi-vo, reforço negativo e eventualmente castigo positivo. Só através da combinação desses fatores é q conseguiremos atingir os objectivos a q nos propomos. Numa formação q tive com positivistas extremistas.. lol.. vieram dizer-me q tinham resolvido um problema de agressividade só com clicker.. Eu disse logo.. Só vendo! Cuidado com os positivistas extremistas!! Tudo o q eles não consideram correto é método aversivo pra eles mesmo q nunca tenham visto nem experimentado, ora vejam: - usar coleira de choque é aversivo - usar estranguladora é aversivo - dar uma palmada no cão é aversivo - corrigir/punir o cão quando morde noutro cão ou pessoa é aversivo - sermos o super alfa para o cão é aversivo - usar o "alpha roll" é aversivo e causa danos psicológicos ao cão (esta acon-teceu comigo e chamaram-me de mau treinador) In extremis... Tb é aversivo gostar de touradas ou então comer carne porque estamos a tratar mal os animais (Tb já vi defenderem isto) Ou seja, os positivistas extremistas pra mim valem o q valem, eu pessoal-mente chamo-lhes membros da seita do reforço positivo. Na minha maneira de pensar e de ver as coisas ninguém me incute o q é bom ou mau, eu próprio sei analisar e chego às minhas próprias conclusões,

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Fonte: Grupo de Discussão do CCVL Fotos: Google

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mas para tanto, necessito conhecer e vivenciar os vários métodos positivos e aversivos q existem por forma a ser justo na minha analise. Saudações caninas ___________________________________ Eneida Cardoso Muito obrigada André; de facto, do pouco que ainda sei, porque assumo que estou a entrar neste mundo há relativamente pouco tempo, identifico-me bastante com a sua opinião. Até porque, antes de se tratar de uma questão de experiência, conhecimen-to, etc., é uma questão de bom senso! Como Psicóloga e reportando-me para a minha área de experiência, qual-quer tipo de fenómeno, seja ele de que natureza for, tem de ser perceciona-do e compreendido tendo em conta todas as dimensões que o compõem. Uma visão de apenas uns dos lados, é limitada, extremista e não permite atingir a compreensão total ou o mais completa do fenómeno. Julgo que como, em tudo na vida, tem de haver um equilíbrio; o bom, o mau, o certo, o errado, o positivo, o negativo...etc. Efetivamente, sempre me questionei: "como resolver um problema de agressividade apenas com reforço positivo??"; passei por essa experiência com a minha Pit, a Kaya e usei os ditos métodos aversivos (coleira de estrangulamento e de picos), o castigo (toques na coleira), etc...tive de o fazer. Perante o seu comportamento de agressividade perante os outros cães, segundo o reforço positivo, ignoraria a sua agressividade (puxões, rosnar, não me obedecer...) e depois de horas nisto, quando por exaustão acalmasse..dava-lhe um biscoito??! Estou a ser um pouco irónica, eu sei...mas realmente, faz-me confusão... Na minha opinião, penso que um bom treino terá de contemplar um equilí-brio entre os vários métodos existentes e como dizemos em Psicologia (humana), "cada caso é um caso", que necessita de uma avaliação e com-preensão diferenciada, para depois se decidir pelos métodos a utilizar. Obrigada pela partilha _____________________________________ Tiago Barreto Quando nós pretendemos treinar um cão, antes de o começar a adestrar temos que ganhar a confiança do cão. Existem cães mais motivados que outros. Quando estamos na parte do adestramento básico, o reforço positi-vo até determinada altura faz todo o sentido. Imagine agora, que o canídeo começa a querer comer coisas do chão, aí já temos que usar o castigo positivo, porque está em causa a saúde do animal. Houve aqui há tempos uma questão relacionada com o uso de coleiras, e um membro deste grupo falou na coleira de bicos, porque um cão era demasiado forte, neste caso, o uso deste tipo material era que o cão deixasse de puxar, e se comportasse de maneira correta. Na psicologia canina, quando estamos na presença de um cão que faz as necessidades em casa, devesse usar o reforço positivo que ele faz as necessidades na rua. Por oposição, quando um cão pretende comer obje-tos, como meias ou pedras, que lhe são prejudiciais, usamos o castigo posi-tivo. Conclusão: O uso do reforço positivo ou castigo positivo, depende de caso para caso, e da própria situação.

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Etologia

Dominique Martins Bom dia, Eu fico também sempre na dúvida perante um cão agressivo com outros cães, eu vi num workshop de reforços positivos um destes cães. O que se fazia era clicar e encher o cão de biscoitos (o cão neste caso focalizado no dono e ordens dele) a passar perto do outro cão para desviar atenção do agressivo. Mas quando o cão não gosta nem de biscoitos nem de jogo o que se pode fazer neste caso? Tapar os olhos, já vi alguns fazer. Tudo que sei é que um cão agressivo para outros cães é muito difícil conseguir desviar a sua atenção para nós ou para qualquer reforço positivo, parece que o cão está só fixado no outro cão, não existe mais nada ou ninguém à sua vol-ta. Esticão parece excitar ainda mais o cão. Tenho alguns casos com cães de tamanho médio, grande porte, passeio com eles sempre com ordens de junto, parar, sentar, (eventualmente deitar) com clicker e recompensas, um outro cão vem a nosso encontro com dono ou sem, eu continuo o passeio com os ordens de maneira a focalizar o cão mesmo no passeio como num treino e neste caso eles não estão a dar atenção a outros cães, mas isso resulta com cães que gostam de recompensas ou jogos e não teimosos. No caso do Duque, ele chegou na casa depois do Pucci, o Pucci disputou com ele a posição hierárquica e se o Pucci fez birras quando o Duque era cachor-ro, influenciou o seu comportamento atual na rua, ainda por cima que ele saiu, infelizmente pelo Pucci, vencedor e do fato reforçou a sua agressividade. Pode ser também uma questão de proteção pelos donos na rua. bjs para todos _____________________________________ Anabela Guerreiro Olá, A meu ver este será sempre um tema que nunca chegará a nenhum tipo de consenso por muitos e variados argumentos que sejam usados pelos diversos agentes. Da pouca experiência que tenho sei que em casos de resolução de problemas comportamentais nos cães, é mais simples e sobretudo rápido usar os chama-dos métodos aversivos, por vezes nunca se tenta solucionar a questão de outra forma, talvez por uma questão de morosidade, capacidade e paciência do próprio treinador ou adestrador, o que lhe quisermos chamar. Na própria educação de um cão, a palavra tempo é um fator muitas vezes critico para quem tem que apresentar resultados, sendo que a meu ver, regra geral, utiliza-se a solução que mais rapidamente agrada aos agentes, neste caso ao dono do cão, que se encontra com um problema que não sabe resolver, o que não quer dizer que seja a correta.

Muito sinceramente, questiono-me se, com o devido tempo, carga de inteli-gência e paciência não se conseguirá chegar aos bons resultados através do adestramento positivo e relembro que adestramento positivo não se baseia apenas no uso do clicker, em alguns casos podemos nem o usar. Ao contrário do que muitos pensam é o animal que escolhe o que é mais recompensador para ele. Isto quer dizer que podemos dar um biscoito ao cão sempre que ele se sentar, e depois pedir novamente que se sente e ele não o fazer, é muito possível que ele não considere o biscoito uma recompensa. Caberá a quem trabalhar com o cão perceber o que realmente o motiva. Por exemplo com um dos meus cães uso uma pinha, após experimentar bolas, brinquedos e um sem fim de coisas, casualmente descobri a sua fixação. Por vezes a dificulda-de é chegar lá. Considero que com o adestramento positivo o objetivo é recompensar com-portamentos desejáveis e excluindo o uso intencional de intimidação física ou psicológica. Se numa situação de "desespero" poderemos recorrer aos outros métodos, aqui refiro-me unicamente a coleiras estranguladoras ou de bicos (como forma de controlo e proteção do animal no exterior), acredito que a outra parte é possível, mais trabalhosa, mais morosa, exigente e colocando em prova as

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as capacidades de quem a trabalhará. Acredito que com perseverança, persistência e inteligência se consegue ades-trar um cão pelo reforço positivo bem como tratar de problemas comportamen-tais, afinal, porquê usar uma coleira de bicos ou outro método aversivo, quando treino o meu cão no quintal? Não estou aqui num ambiente controlado? Esta é mais uma opinião que como todas as outras não está correta, não existe uma resposta certa a esta problemática, apenas opiniões e formas de encarar os avanços do adestramento de uma outra perspetiva, do meu lado, pelo reforço positivo.

Obrigada, ________________________________________ Ricardo Rodrigues Olá Eneida, Em relação ao tema que aqui foi lançado por si é um assunto bastante contro-verso e que dificilmente se chegará a um consenso. Na minha opinião é sem duvida melhor, mais seguro e fiável adestrar um cão com reforço positivo porque ao o fazermos tornamos o processo de aprendiza-gem muito mais agradável, divertido e motivador, tanto para o animal como para nós. É um método que exige bastante trabalho, criatividade, paciência e dedicação que por vezes não é bem compreendido por algumas pessoas que pensam que adestrar ou tratar de um problema comportamental de um cão é como se vê na Tv, mas aí cabe a nós mostrar que nestes assuntos não há números de magia e que a pressa é inimiga da perfeição. Ao reforçarmos positivamente algum comportamento desejado, ao fim de algum tempo, o cão não só dá como oferece o comportamento que desejamos e para mim aí está a grande diferença. Quando utilizamos o reforço positivo (R+) deixamos o animal com vontade de mais e devemos aproveitar essa moti-vação para trabalhar. Quando o animal apresenta um comportamento que não é o desejado, o casti-go negativo (C-) ajuda bastante para que ele reduza esse tipo de conduta. É claro que cada caso é um caso e devemos evitar estereótipos mas na minha ótica nunca devemos optar pelo castigo positivo (C+) quando há opções para o reforço positivo (R+), salvo raras exceções como quando está em risco a inte-gridade física do animal. Infelizmente muitas pessoas optam pelo castigo positivo (C+), umas por falta de conhecimentos outras por acharem mais fácil e por verem “resultados” mais rapidamente mas quando vamos comprovar tudo isso observamos que o ani-mal não apresenta comportamentos fiáveis e por vezes até desenvolveu pro-blemas comportamentais graves. Apesar disto se formos obrigados a usar o castigo positivo (C+) este deve ser muito bem estruturado para que o seu uso acabe logo ou reduza significativa-mente o comportamento indesejado, sem nunca esquecer que deve sempre acabar com um reforço negativo (R-). No adestramento e tratamento de problemas comportamentais cabe a nós e somente a nós criar condições ambientais, dessensibilizações e contra-condicionamento para atingirmos um determinado objetivo e com isso prevenir situações bastante graves. Com o melhores cumprimentos, __________________________________________ Sílvio Pereira Boa tarde, a todos: Dei este período de tempo com a finalidade de aguardar que mais alguém des-se a sua opinião antes de eu intervir para evitar com isso influenciar os pontos de vistas de outros intervenientes que os quisessem expressar. Ora bem! Vamos lá colocar as ideias no lugar.

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Costumo dizer aos meus alunos dos Cursos presenciais que não devemos ser fundamentalistas de nenhum método nem de nenhum processo. Felizmente, temos nas nossas mãos todas as ferramentas necessárias para adestrar cães e resolver todos as suas disfunções comportamentais, o que é necessário é saber quando e como as utilizar. A própria conceção do termo tão em voga "Adestramento positivo" ou "Adestramento pela positiva" está errado por-que, para ensinar animais é impossível utilizarmos sempre o reforço positivo (R+) porque para eles poderem discri-minar o que fazem bem daquilo que fazem mal, precisam de errar, e aí temos que utilizar o castigo negativo (C-) portanto, também existe castigo quando, inadvertidamente, dizemos que utilizando este método não necessitamos de castigar os nossos cães para os ensinar. O que podemos dizer com toda a segurança é que, através deste ino-vador processo de ensino animal, o paradigma do método de aprendizagem mudou radicalmente: do tradicional que castigava os comportamentos indesejados para o moderno que recompensa os desejados. A este fato, a esta mudança de processos, devemos agradecer ao Sr. Skinner (personalidade do trimestre na nossa revista "Cães & Lobos" nº 5) ao criar o conceito de "Condicionamento Operante". Portanto, não devemos dizer que utilizamos o adestramento pela positiva para ensinarmos os nossos cães mas sim que utilizamos o Condicionamento Operante no ensino dos nossos animais. Sendo assim, partimos da ideia que a Eneida queria dizer no título deste tópico: "Condicionamento Operante nos treinos" e não "Reforço Positivo nos treinos". Neste contexto, cabe-me esclarecer o seguinte, e neste esclarecimento vou dividir o processo de Adestramento do processo de correção de disfunções de comportamento: Podemos e devemos, sempre, mas sempre, utilizar o condicionamento operante para ensinarmos os processos de obediência básica aos nossos cães. Todos eles estão estruturados para aceitarem este método, o que podemos é variar os motivadores utilizados uma vez que os animais não se motivam todos utilizando o mesmo objeto. Em últi-ma análise, se o animal não se motivar por nada, recorremos à comida como motivador depois de algum período de jejum. Esta teoria está provada com a inúmera quantidade de animais de todas as espécies domesticadas (e não só, vejam o caso dos mamíferos marinhos) como são o caso dos cães, dos gatos, das galinhas, dos porcos, dos cavalos, das ovelhas, dos papagaios, etc., que foram adestrados através deste método. No caso da correção das disfunções comportamentais, a situação poderá já não ser a mesma, o que não quer dizer que na grande maioria dos casos não devam ser resolvidos através dos processos de dessensibilização e contra-condicionamento com utilização do condicionamento operante. Mas há um caso específico em que poderemos utili-zar o castigo positivo (C+). É meu entender, e de outros especialistas nesta área, que quando se utiliza o C+ ele tem que ser feito de forma inequívoca e que produza efeitos, não de uma maneira soft porque temos pena dos ani-mais, temos é que pensar nas consequências futuras de um tratamento mal feito baseado no remorso com que fica-mos por provocarmos dor ao animal. A meu ver, o único caso em devemos utilizar C+, devendo ser feito com utiliza-ção de coleira elétrica e por terapeutas com perfeito conhecimento desta técnica, é numa agressividade por comple-xo de controlo com mordidas já recorrentes a pessoas ou outros animais, mas só no caso em que todos os outros processos (castrações, dessensibilizações, contra condicionamentos, etc.) já não dão resultado. Todos sabemos que o ato de morder é muito reforçante intrinsecamente. O cérebro de um animal quando morde é inundado por uma série de hormonas que são chamadas as hormonas do bem-estar e do prazer. as dopaminas, endorfinas adrenalinas, os corticoides, etc., são abundantemente adicionadas ao cérebro quando um animal morde e por isso é reforçado intrinsecamente não precisando de reforços externos para se sentir recompensado. Aí sim, são colocadas duas alternativas: como o cão já não responde ao processo natural e não aversivo da resolução do problema, ou se eutanásia o cão porque a sociedade humana e as suas leis assim o impõe, ou resolve-se com um método que provoque dor ao cão e este a associe ao ato de morder indiscriminadamente, sendo que neste caso o processo tem que ser inequívoco. Conclusão: Aprendizagem animal e resolução de disfunções comportamentais utilizando como principio o Condicio-namento Operante! Inequivocamente sim!!! Mas atenção. Não devemos ficar reféns de um único processo. E quem me conhece pessoalmente sabe que sou o maior defensor do ensino animal através de processos que não provo-cam nem dor nem desconforto aos animais. Bem hajam a todos e venham mais tópicos que provoquem este tipo de reflexões.

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Antes de iniciar este tema que se entende por controverso e que poderá eventual-

mente dividir opiniões convém primeiro de uma forma muito breve perceber o que se entende por coleira e qual ou quais os seus

principais benefícios para o bem estar e segurança do animal. Entendemos por coleira como uma espécie de colar que envolve o pescoço dos animais, na sua maioria dos cães e que entre outras funções servem para obter um melhor controlo sobre o cão, como por exemplo quando este é leva-do a passeio. Desta forma, muitos defendem que a coleira deve estar sempre colocada no cão, pois para além de permitir a contenção do cão, quando se encontra à trela também possibilita, através de chapa identificadora ou atra-vés de novas tecnologias criadas recentemente, identificar o cão caso ele fuja e/ou se perca. A coleira, assim como qualquer outro equipamento usado com os nossos cães deve ser confiável, confortável e antialérgica, sendo que deverá estar justa no pescoço do cão para evitar que ele se enrosque em algo e se possa ferir ou até mesmo enforcar. Tipos de coleira: Couro: São resistentes e duram bas- tante, mas tendem a apodrecer ou a cheirar mal se molhadas. Algu- mas têm a borda arredondada de forma a evitar que o seu uso contí- nuo não marque o pelo. Nylon: Costumam desbotar, mas per- manecem muito mais limpas e raramente cheiram mal. Em ambos os modelos devemos dar preferência às coleiras com five-las, já que outros encaixes podem danificar-se mais facilmente. Estranguladores/enforcadores: São coleiras que, sob pressão, enforcam o cão. Os seus defensores referem-nas como úteis, uma vez que facilitam o controlo do cão, diminuindo a força com que ele será capaz de puxar durante o passeio ou treino. Sendo este um acessório tão controverso no mundo canino e que tantas dúvidas suscitam em fóruns, resolvi apro-fundá-lo um pouco e partilhar também algumas soluções que poderão ser encontradas no uso destas coleiras que a meu ver em nada prejudicarão o cão. Controvérsia

O estrangulador/enforcador foi criado com o intuito de chamar a atenção do cão através de uma sensação desagra-dável, neste caso o enforcamento, todas as vezes que o cão puxar excessivamente. Ao contrário do que os simplis-tas possam pensar, este tipo de coleira, sozinha não soluciona o problema de cães que puxam a trela durante os passeios, mas poderá auxiliar na correção desse comportamento, de acordo com algumas opiniões. Os estrangula-dores/enforcadores devem afrouxar assim que a tensão da trela é aliviada, o que só ocorre quando está correta-mente colocada no pescoço do cão, neste caso fazendo a forma de um P quando colocada no cão, sendo que o cão é conduzido do nosso lado esquerdo. Uma vez colocada de forma incorreta a sua função será a inversa, isto é, independentemente do comportamento do cão, uma vez puxada a trela provocará sempre o enforcamento do cão. Desta forma, até mesmo os seus defenso-res admitem que este equipamento apenas deva ser utilizado durante o treino ou passeio do cão e sob supervisão humana, já que existe uma forte probabilidade do cão se enforcar acidentalmente. Como forma de treino ou complemento, esta coleira poderá eventualmente ser eficaz, no entanto de muito difícil uso, uma vez que nunca se sabe se a pressão exercida é ou não a correta, desta forma existe quem defenda inú-meras desvantagens sobre o uso das mesmas. Quando o cão puxa, o esticão na trela, neste caso o castigo, terá que ser suficientemente forte para ser eficaz, caso contrário se a coleira não provocar qualquer tipo de desconforto, transtorno, dor ou medo nunca será eficaz e o cão continuará a puxar porque a consequência não é suficientemente forte para o fazer parar. Em contrapartida se aplicarmos um esticão com força a mais poderemos causar danos irreparáveis no cão, corren-do o risco de abusar do cão aplicando um castigo desproporcional ao comportamento em questão, fazendo com que o cão desenvolva agressão defensiva, medo, ansiedade ou vários outros problemas, nomeadamente o de

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Equipamento

Um outro olhar

Texto: Alexandra Guerreiro

Fotos: da própria e Google

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Equipamento

associar o castigo ao dono, tornando esta relação baseada no medo. Assim sendo corremos o risco da associação que o cão faz ao castigo não ser aque-la que esperamos. Com a aplicação desmensurada do esticão que poderá ser exercida, o cão poderá desenvolver resistência à dor o que faz com que o dono tenha que aplicar esticões cada vez mais fortes para que a coleira continue a ser eficaz, podendo causar graves problemas físicos, nomeadamente:

Danos na traqueia e esófago;

Pescoços torcidos;

Paralisia das pernas dianteiras, provocado por danos nos nervos que se estendem para as pernas dianteiras;

Paralisia do nervo laríngeo, podendo afetar a voz do cão para toda a vida;

Ataxia, traduzida na falta de coordenação dos movimentos podendo afetar a força muscular e o equilíbrio do animal;

Os opositores a estas coleiras questionam o porquê do seu uso se as mes-mas não funcionam como método de treino e que ainda podem causar danos permanentes aos cães. Um estudo feito em 1992 na Suécia, concluiu que 91% dos cães que apresentam lesões na coluna foram submetidos a esticões com estranguladoras e têm um longo historial de puxar na trela. O treino do cão é a melhor forma de ter um animal bem educado e feliz, desta forma o cão deve ser treinado psicologicamente e não fisicamente, com o uso de estímulos e não de punições. Um outro olhar

O uso incorreto e para fins de treino e correção deste tipo de coleiras como verificamos anteriormente pode trazer grande e grave sofrimento ao cão, como a própria morte por sufocamento em situações mais extremas. Neste caso devemos focarmo-nos em métodos de treino mais corretos e atrevo-me a dizer civilizados, utilizando estímulos positivos com o cão. Porém o uso deste tipo de coleira que nesta situação atrevo-me a chamar-lhe apenas e só de coleira, poderá ter outras funções, banais e simples para o seu utilizador, neste caso o cão. Ao contrário do que se possa pensar, se usada num cão que puxa por vezes à trela, não usando a função de correção por esticão, este tipo de coleira é menos penosa do que uma coleira estática, isto porque distribui a pressão de forma igual por todo o pescoço, enquanto que na coleira estática a pressão é concentrada na região inferior do pescoço, exercendo forte pressão na tra-queia, causando uma maior sensação de sufoco. Com este tipo de coleira, o cão dificilmente consegue libertar-se, uma vez que quando exerce pressão, a folga da coleira é diminuída o que não acontece com as coleiras tradicionais em que o cão pode soltar-se, desta forma, existe alguma segurança extra, uma vez que o animal não corre o risco de se soltar e fugir durante o passeio. Assim e apesar de todos os defeitos que se possa, no presente, colocar neste tipo de coleiras, poderemos considerar ainda vários aspetos como positivos no seu uso para determinados tipos de cães (quando não a usamos para o seu propósito inicial). Ao contrário das coleiras de cabedal e nylon, esta não debota, não parte, não cheira mal, é à prova de água, não marca e não faz nós no pelo difíceis de remover à volta do pescoço, para quem pretende apenas uma coleira para o seu cão onde possa colocar uma identificação com nome e telefone, para a sua segurança e proteção em caso de fuga do cão, esta poderá ser o tipo de coleira ideal, pois nunca exercerá a função de estrangulador/enforcador e fará corretamente a sua função que resultará nada mais nada menos que num simples apoio para a chapa identificadora do animal.

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Prevenção

E os animais Domésticos

A Processionária do Pinheiro também vul-garmente conhecida por Lagarta do Pinhei-ro, ou ainda por Thaumetopoea Pityocam-pa é apesar do seu aspeto inofensivo, uma das maiores pragas devastadoras de flo-restas. O contacto direto com este peque-no animal pode provocar graves problemas a nível de saúde não só no ser humano, mas também nos animais selvagens (lobos, raposas, texugos, etc.) e nos nos-sos animais domésticos (cães, gatos, cava-los, suínos, ovelhas, etc.), podendo mesmo ser fatal em alguns casos. Ciclo de Vida

O ciclo de vida da Processionária do Pinheiro tem duas fases destintas a fase aérea e a fase terrestre. A fase aérea inicia-se de Junho a Agosto é conhecida pela fase de postura e desenvolvimento dos ovos em larvas, num ninho construído nos ramos dos pinheiros dos quais se alimen-tam e ai permanece durante todo o Inver-no. A passagem da fase aérea para a fase terrestre ou subterrânea inicia-se de Fevereiro a Maio, quando a lagarta aban-dona o ninho e percorre em fila, parecendo uma procissão (daí o nome de processio-nárias), um determinado percurso com a finalidade de se enterrarem para puparem, ou seja, passarem pela metamorfose entre a larva e a fase adulta, a borboleta. Os efeitos do contato direto A intoxicação por contacto direto assume um caracter sazonal, dependendo do clima de cada região, mas apresenta-se geral-mente na fase subterrânea entre os meses de Fevereiro e Maio ou na maior parte dos casos durante a Primavera e o Verão. Para sua defesa a Processionárias dispõem de 8 recetáculos, cada um com 120 000 pelos urticantes alaranjados, que se abrem cada

vez a Processionária se move, libertando milhares destes que se dispersão no meio envolvente. Estes pelos funcionam como finas agulhas, através do qual é injetado na pele e mucosas dos animais e do homem uma haloproteína tóxica, designa-da de taumatopoína, capaz de desenca-dear a libertação massiva de histamina. Por este motivo os cães, os gatos, os cavalos, entre outros animais domésticos, assim como os animais selvagens e o homem, apresentam um quadro clinico com graves efeitos alérgicos. Sinais e Sintomas

Dos nossos animais domésticos, o Cão devido à sua enorme curiosidade e, à necessidade de farejar tudo torna-se a principal vítima da Processionária. Os sinais clínicos e, as lesões causadas são variadas e de caracter evolutivo. No cão, os lábios, a mucosa oral e a língua são as mais afetadas seguindo-se diversos sinto-mas como focinho inchado (adema da face), salivação excessiva (ptialismo), dificuldade em deglutir (disfasia), comi-chão na face (intenso prurido), urticária, vómitos, apatia, falta de apetite, etc. Mas a língua em geral é o órgão mais afetado e também dos mais perigosos, pois esta aumenta de volume e, ao desenvolver infeções nos lábios, língua e por toda a garganta o cão pode vir a asfixiar. Por outro lado, com a evolução a língua apre-senta-se azulada/preta, que pode findar na perda de alguns dos tecidos ou até mesmo parte da língua de 6 a 10 dias. No contato com os olhos estes apresentam um edema na córnea com uma coloração azul. Tratamento No caso de verificar alguns dos sintomas descritos anteriormente deve dirigir-se de imediato ao veterinário com o seu cão, pois é de máxima importância que este seja tratado o mais cedo possível, para assim se tentar evitar o agravamento dos sintomas e até a morte do animal. Para a toxina da Processionária não exis-te nenhum antidoto especifico, o trata-

Processionária do Pinheiro

Ninho de Processionária

Fase subterrânea

Pelo de Processionária

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Prevenção

Sintomas da língua e do olho

mento passa pela lavagens das zonas afetadas e pela administração de medicação para a dor e a inflamação. Con-tudo o tratamento depende do grau de evolução dos sintomas podendo o cão ter de ficar internado. Prevenção Durante a fase aérea podemos proceder à destruição dos ninhos, com inseticidas ou, com o corte e queima do ninho. Este processo tem de ser realizado com a máxima precaução, pois o ninho encontra-se cheio de pelo e, excrementos que em contacto com a pele pode também desencadear uma reação alérgica grave. Na fase de terres-tre ou subterrânea, o período do abandono do ninho, o cão deve ser impedido de ter acesso livre ao pinhal, ou evi-tar o contacto com as filas das processionárias. Nesta fase podemos ainda proceder á colocação de armadilhas, como envolver o tronco do pinheiro com papel colante. Texto: Ana Pereira

Fontes e fotos:

http://www.fmv.utl.pt/spcv/PDF/pdf9_2003/547_151_156.pdf

http://vetmangualde.blogspot.pt/2013/03/intoxicacao-no-cao-pela-lagarta-do.html

Livro recomendado

Título: E o Homem encontrou o cão Autor: Konrad Lorenz Editora: Relógio D’Água Publicação: Abril 1997 Sinopse: «Apenas dois animais entraram no lar humano noutra qualidade que não a de prisioneiros, e foram domesticados por outros meios que não a servidão forçada: são eles o cão e o gato. Ambos partilham duas caraterísticas, a saber, ambos pertencem à ordem dos carnívoros e ambos servem o homem na sua quali-dade de caçadores. Em tudo o resto, e antes de mais na forma como se associam ao homem, eles são tão diferentes um do outro como a noite do dia. Não há animal doméstico que tenha alterado tão radicalmente todo o seu modo de vida, até mesmo toda a sua esfera de interesses, que se tenha tornado doméstico de uma forma tão genuína como o cão; e não há animal que, no decurso da sua associação secular com o homem, tenha muda-do tão pouco como o gato.»

Da introdução

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Experiência

Ser Pet sitter é uma profissão que pode ser muito gratificante mas por vezes pode trazer alguns desgostos. O Pet sitter vai ao domicílio das pessoas tomar conta dos animais quando os donos se ausen-tam por motivo de viagens, férias, traba-lho, saúde etc…. (dar a comida e a água, limpar o espaço dos animais, brincar com eles e levá-los a passear se for necessá-rio, pentear, lavar, secar, dar a medica-ção e eventualmente transportar o animal ao veterinário e/ou, como é o meu caso, trabalhar em parceria com um veterinário ao domicilio etc., tudo com muito cari-nho). Aos donos reporta diariamente o estado do animal, envia fotos, etc. Esta atividade não tem horário, não se compa-dece se o tempo está favorável ou não, não tem feriados nem fins-de-semana. Os donos têm naturalmente de ter con-fiança no Pet sitter, porque este tem na sua posse a chave do quintal ou da casa, além disso, a maior parte dos Pet sitter têm uma empresa e elaboram um contra-to de prestações de serviços assinado por este e pelos donos e também a serie-dade e honestidade do Pet sitter é passa-da muitas vezes de boca á boca.

Queria partilhar a felicidade dos animais que nos vêm chegar para tomar conta deles quando o dono não está presente, o primeiro dia (por isso que há sempre visita previa antes de tomar conta do ani-mal), é sempre o mais delicado sobretudo para os gatos, já estive três dias sem ver novos clientes gatos, e quando abria a porta, mesmo dizendo carinhosamente “bonjour les bébés” (é a minha frase pre-ferida, eles percebem o Francês ou qual-quer língua é o tom de voz que usamos que funciona) eles começam a fugir e eu ocupo-me do cão, deixo a comida dos gatos, a água e depois do meu serviço vou-me embora e digo: “aurevoir les bébés “, passados os três dias, come-çam a aproximar-se para ver quem é esta pessoa que fala connosco e nos dá comi-da e bebida e a minha felicidade maior foi de ver estes gatos “selvagens” de início

fazem-me festas e agora, cada vez que trato deles, vêm aos meus bra-ços deixam-se acariciar e até pen-tear.

Em geral o cão é muito menos selvagem, eu dou sempre em primeiro a mão a chei-rar depois começo o serviço, dou comida, brinco, dou guloseimas ao sentar deitar etc., se ele já souber os exercícios, senão faço um pouco de obediência bási-ca sobretudo durante o passeio, e porque é que o faço durante o passeio? Porque a maior parte dos cães que temos para tomar conta não estão treinados no andar ao lado e por esse fato puxam, puxam e, quem sofre das costas é o Pet sitter, por isso desde os primeiros dias de Pet sit-ting com o cão, se ele não anda junto eu ensino com clicker e guloseimas e, natu-ralmente, é também uma felicidade para ao cão, para mim e também para o dono que quando volta tem o cão a andar ao lado. Em relação a este ponto, queria deixar uma mensagem em relação a este emprego de Pet sitter e a responsabilida-de de todos os donos porque é aí que aparecem os desgostos:

Não deixem andar sozinhos os vossos cães na rua (devem estar sempre sob vigilância), têm que ter cuidado para não os deixarem fugir de casa e não abando-nem os vossos animais.

Vou contar quatro casos de desgostos de donos e do Pet sitter (e vou ser breve porque prefiro as histórias felizes): O primeiro foram cães vadios que ataca-ram um caniche dum Senhor de idade, que andava à trela que não pode defen-der, infelizmente, o seu próprio animal e agora está muito mal psicologicamente. O segundo foram dois cães fugiram de casa e mataram um pequeno cão duma senhora que eu conhecia (andava sem-pre na rua sozinho). O terceiro aconteceu comigo, dois pasto-res alemães fugiram de casa, eu estava a fazer o meu serviço tranquilamente pas-seando com o meu cliente e eles come-çaram a atacar como uma matilha ataca. Fiquei calma e consegui ultrapassar a situação dei-lhes ordem para fugirem e chamei à atenção da dona que estava na sua casa, mas demorou tempo de mais para o meu gosto o que podia ter aconte-

cido uma situação com grande gravidade. O quarto caso tem a ver com o abandono de cães, formam matilhas, andam juntos à procura de comida e quando encontram um estranho à matilha (pode ser pet sitter e cliente, miúdos na rua, qualquer pessoa ou outros cães) não são forçosamente pacíficos. Há medidas que deveriam ser tomadas. Descobrir algumas eventuais doenças nos clientes também fazem parte desta atividade, (já me aconteceu, num caso, descobrir um tumor e há poucos dias tive de reagir rapidamente com massagem cardíaca a um cliente depois de uma paragem). Voltando às situações que nos dão felici-dade, há pouco tive a alegria de saber através de um dono que o seu cão (novo cliente) que, depois do meu serviço de Pet sitter à hora que costumava ir, o cão estava perto do portão a ouvir todos os carros e quando ouvia a minha carrinha, ficava todo eufórico à minha espera, cada vez que vou para serviços de clientes regulares pode passar 1 mês, 2 mês ou 6 meses eles ficam sempre felizes por me ver o que faz a minha felicidade dia após dia neste mundo tão cinzento. Também queria sublinhar que há cada vez mais pessoas a escolher este serviço em vez de colocar os animais no Hotel, o fato de deixarem o cão ou gato no seu ambiente familiar deixa-me feliz e certa-mente todos as pessoas que se dedicam a esta profissão, algumas vezes com desgostos mas em geral cheia de felici-dades.

Texto: Dominique Martins

Fotos: Google

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c/ Daniel Ruano Bou

Em Fevereiro, nos dias 23 e 24 o Rottweiler Clube de Portugal organizou um seminário de trabalho de RCI/IPO, nas Caldas da Rainha, com a finalidade de divulgar esta modalidade, mas também proporcionar uma reciclagem de conhecimentos a quem já pratica este desporto canino ou dar a conhecer esta prova a quem pretende começar. Para isso, convidou o Sr. Daniel Ruano Bou, atual campeão de Espanha, que conta no seu palmarés, a pontuação máxima de 100 pontos na prova de obediência, realizada em Sevilha em 2010. As regras do RCI/IPO foram alteradas, já não se avalia a execução de cada exercício, mas sim a forma como o cão os faz isto é, o canídeo deve fazer os exercícios contente e livre de stress, o estado emocional do cão deve estar ao nível ótimo do dia da competição. Não nos adianta de nada preparar o cão a um mês da prova, ou a duas semanas, e depois no dia da competição termos o nosso companheiro de quatro patas sem vontade de trabalhar. Hoje em dia, cometem-se muitos erros na obediência básica. Se queremos atingir um patamar elevado, nesta prova de desporto canino (RCI/IPO deve-mos ter em atenção cada exercício, o reforço deve ser dado na altura adequa-da e algo desejado pelo cão. Outro erro que se comete é o uso excessivo da bola, o cão passa a pensar no reforço (a bola) e não no seu trabalho (comportamento). Muitas vezes, quanto tentamos corrigir um determinado comportamento, damos mais que um esticão com a trela, e depois temos um cão instável. Quando adquirimos um cachorro, pode ser o melhor da sua ninhada, mas à medida que ele cresce a forma como o educamos, bem ou mal, vai refletir-se mais tarde na vida do cão. A educação deve ser clara e rigorosa, e quando o nosso companheiro não obedece à primeira, deve haver uma consequência, retirar o comedouro ou acabar com o exercício.

No adestramento moderno o nosso cão trabalha sem stress, alegre por forma

a que nos peça para ir para o campo de trabalho. O canídeo deve estar ativo,

assim temos um nível ótimo para começar a trabalhar, nós só devemos ter a

perceção quando é que começamos a fazer os exercícios.

Evento

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Etologia

Explicação etológica para a

Grande parte deste sistema está presente de forma instin-tiva no cachorro cão e a aprendizagem adquire um efeito modulador à medida que passa o tempo. O alivio e con-solo do contacto social (a mãe) e do local (abrigo) refor-çam o contacto e o apego enquanto que a ausência relati-va de consolo e a experiência negativa do jovem atuam para castigar o desenraizamento. Reunir o cachorro com o objeto de apego reforça os comportamentos de angús-tia. Quando o cachorro se afasta para demasiado longe é castigado com o isolamento. A dependência está afiança-da no sistema social canino na criação dos cachorros. O período critico – ou de socialização - seguramente tem um papel fundamental no desenvolvimento de objetos de apego. O ancestral do cão doméstico é o Lobo. Apesar dos cães serem uma espécie aparte, não há duvida de que com-partilham a maioria das suas características mais enraiza-das. Em ambiente selvagem, um lobito normalmente não deixa a sua toca antes das 3 ou 4 semanas de idade, nesse momento as excursões acabam com o regresso à segurança da toca. Os lobitos começam com um apego espacial (a toca) mais que social (a mãe). Nas semanas seguintes o cachorro vai amadurecendo, adquire maior confiança e familiariza-se mais com o mundo exterior. Começa a desenvolver um maior apego social com os membros da alcateia e familiariza-se cada vez mais com o mundo que rodeia a toca. Entre as 10 e as 12 semanas, os lobitos abandonam a toca de vez. Espera-se dos lobi-tos que, gradualmente, participem mais na vida da alca-teia, também na caça dado que já ninguém lhe proporcio-na comida. Passam os dias ao lado das presas mortas onde comem e brincam. Logo vão a outra zona onde foi abatida outra presa. Este processo de maturação biológi-ca e integração na alcateia é gradual e tem uma tempori-zação perfeita. A ansiedade por separação raramente se converte num problema ou transtorno nestas condições. O que ocorre com os cachorros é um pouco diferente. Quando estão na ninhada é possível que os criadores manipulem a proximidade dos cachorros à mãe. Parecen-

Os proble-mas deriva-dos da angústia por separação canina agru-pam uma grande diversidade de manifes-tações de hipervincula-ção social e

de lugar. A angústia por separação pode-se encontrar de maneira natural em muitas espécies de canídeos, sobretudo nas mais sociais como são o caso dos Lobos e dos cães domésticos. Os comportamentos de ansiedade, incluindo a vocaliza-ção e a tentativa de conseguir proximidade em relação ao objeto de apego, são comportamentos adaptativos. O propósito evolutivo dos comportamentos de angústia por separação é prevenir que o cachorro se afaste para demasiado longe da unidade familiar e também para ajudar a mãe e outros membros da família a encontrá-lo. A angústia experimentada motiva o cachorro a permane-cer junto do seu objeto de apego (primeiro o local de abrigo e depois a mãe). As vocalizações têm como obje-tivo atuar como localizador de forma que a mãe, ou outros membros da matilha, possam localizar o cachorro perdido. As vocalizações do cachorro podem provocar uma resposta de base psicológica na mãe que a leve a localizá-lo. No fundo, o propósito da angústia por sepa-ração é recalcar a importância do contacto direto e a vinculação entre o cachorro e a unidade familiar que o cria. A ansiedade por separação não se observa em espécies de animais que não criam a sua prole. Há muitos répteis como as tartarugas marinhas, por exemplo, que não mostram comportamentos de angustia por separação.

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do que não, este procedimento pode ter resultados nocivos. Muitas vezes retira-se os cachorros da ninhada antes que estejam prepa-rados, do ponto de vista biológico e psicológico. Nesta situação, a transi-ção é brusca e traumática totalmente contrária ao pretendido que seria uma alteração gradual e sem problemas. Os novos donos, em muitos casos, enjaulam o cachorro num local separado da casa (canil, por ex.). Durante os dias seguintes o cachorro sente-se traumatizado por lhe ser estranho o local e o meio social. A isto muitas vezes junta-se o isolamento intolerável dos novos “objetos sociais” (a família). Os donos saem para os empregos ou vão para a escola e querem que o cão fique sossegado lon-ge do olhar da família. O isolamento provoca ansiedade, naturalmente, e o cachorro vocaliza constantemente para que o objeto de apego se reúna a ele. Isto não ocorre e o cachorro começa a sentir que não pode controlar o seu próprio meio envolvente: estamos a criar um animal neurótico. O cão sente-se desesperado. Há muitos donos que não percebem o sofrimento do pobre cachorro, sen-tem-se frustrados e castigam-no por ladrar ou uivar. Gritar, ou o que é pior, bater no cão agrava o problema ao fazer com que o cachorro se sinta mais perdido e com maior necessidade de apego social. O apego social do cão pode reforçar-se (às vezes a níveis nada saudáveis) com este tipo de tratamento porque procura consolo no contacto social. Esta situação aumenta a incidência, duração e intensidade da angustia e tem como resultado vocalizações de ansiedade. Se o cachorro não tem uma predisposição genética para a ansiedade por separação (sensibilidade/reatividade), e o dano não é muito grave, então pode aprender a adaptar-se a esse meio ambiente. Em situações novas é onde os cachorros se mostram mais ansiosos, tal como acontecem com as suas vocalizações às seis semanas de idade. A partir deste pico as vocalizações começam a baixar em circunstâncias normais, e entre as 12 e as 16 semanas os cachorros apresentam uma adaptação cada vez maior ao seu meio e menos ansiedade perante o isolamento. Este é um processo adaptativo normal. Com uma predisposição genética ou práticas de criação inadequadas a angústia pode transformar-se em ansiedade, frustração e pânico, situação que marca o declive do estado psicológico do cão e da relação entre este e o seu dono. ____________________________________ Texto: Sílvio Pereira Fotos: Google

Etologia

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Comunicado

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Cães & Lobos Edição Nº 6

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Sabia que...

... No fim de semana de 27, 28 e 29 de Setembro de 2013 a

praia de Huntington, na Califórnia, EUA, vai acolher mais um evento muito especial, nada mais nada menos que um campeo-

nato de surf… onde os surfistas são cães. Em Surf City Surf Dog os

caninos são divididos por categorias consoante o peso, e as suas competências no surf são atenta-mente obser- vadas por um júri.

Manter-se de pé na prancha dá direito a cinco pontos, enquanto que os que caem à água mais cedo rece-

bem um ponto de honra. Ainda exis-te pontos extras para os que conseguem surfar as ondas maio-

res, mas todos sem exceção serão longamente aplaudidos pela multi-dão que se junta sempre para assistir.

...Uma das representações zoomórficas de deuses mais famosas no Antigo Egito era a de Anúbis, o cão selvagem protetor das necrópoles,

“Deus dos Mortos”, relacionado também com a mumificação ou embalsamamento dos defuntos. Anúbis é o nome dado pelos antigos gregos ao deus com

cabeça de chacal associado também á vida após a

morte na mitologia egípcia.

... A febre do Harlem ‘Shake’ chegou ao Crufts, (o mais prestigiado espetáculo de cães) que se realizou neste passado mês de Março. No dia 8 de Março foi feito e publicado um vídeo

que mostra um grupo de cães a fazer a famosa dança Harlem Shake no Crufts e o vídeo contagiou o mundo. Veja o vídeo em http://

www.youtube.com/watch?v=mYL7mYqXlcU

... Existem muitos mitos relacionados com os cães, são transmi-tidos de geração em geração, tidos por muita gente como verda-

des absolutas e aqui estão alguns deles:

Um ano num cão equivale a 7 anos nas pessoas.

Os cães ao manifestarem comportamentos "sexuais" é porque estão a precisar de cadela.

A cadela deve procriar porque lhe faz bem à saúde.

Quando um cão faz chichi em casa e se encolhe quando o dono chega e ralha, é porque percebe que fez mal.

O leite de vaca deve ser diluído para dar aos cachorros.

Deve esfregar-se o nariz do cão no chichi para ele deixar de fazer porcaria em casa.

O mito dos dobermann: Têm um crânio pequeno e o seu cérebro gigantesco não cabe lá dentro, por isso aos sete anos de idade deve-se abater.

Dar carne crua ou comida picante aos cães torna-os mais agres-sivos e implacáveis.

Não se pode cortar os pelos à frente dos olhos nos cães de pelo comprido, se não ficam cegos.

As coisas doces provocam lombrigas.

A esgana cura-se com borras de café.

Num apartamento só se podem ter cães pequenos.

Os rafeiros são mais saudáveis que os cães de raça.

Não se deve alimentar os cães alguns dias antes de uma jornada de caça, pois desta forma aumenta-se o seu instinto.

Não se deve vacinar um cão de caça, pois tira-se-lhe o faro.

Um cão cruzado é melhor que um cão de raça pura.

Os cães puros têm o céu da boca preto.

Cão adulto já não aprende.

Cão adulto não aceita novo dono. Nariz quente e seco

é sinal de que o cão esta doente.

... Algumas espécies de plantas podem intoxicar o cão e em

alguns casos mais graves, a planta pode levar o animal a uma internação ou até á morte. Antes de ter um jardim bonito, com várias plantas, devemos

saber quais delas representam risco à saúde dos nossos companheiros caninos, e retirá-las do espaço que ele frequenta, algumas

plantas são capazes de fazer alergias, de intoxicar e podem ocorrer alterações do sistema nervoso central e do sistema diges-

tivo

... o “Bidu” é um cão ajudante

numa oficina de mecânica e per-cebe 100 palavras em português

e alemão? Bidu tem dois anos e é uma

mistura de Labrador com Rotweiller que adora brincar, subir a árvores e até fingir de morto. Ernesto Schwert é o seu

dono, mecânico, de 60 anos e com grande amor pelos animais. O seu aju-dante Bidu vai buscar as ferramentas

que ele pede e além disso ainda conse-gue perceber mais de 100 palavras, tanto em Português como em Alemão.

... Xiao Sa, a Cachorra que Percorreu 1.700 Km Atrás dos Seus Novos Amigos Tudo começou quando um ciclista, na China,

parou e alimentou uma pequena cachorrinha abandonada. Desde esse momento, ela não o largou e seguiu o grupo de ciclistas… até ao Tibete. De início, os ciclistas pensaram que ela os estava a

seguir apenas por divertimento e que voltaria para trás assim que se sentisse cansada, mas a cachorrinha continuou a segui-los dia e noite. Percebendo que ela estava determinada a ir com eles, decidiram levá-

la até ao final do percurso. Numa incrível jornada de 20 dias, Xiao Sa acompanhou os ciclistas e percorreu cerca de 1.700 quilómetros, com

montanhas de 4 mil metros

pelo meio e caminhos onde muitos ciclistas nem se aventuram. A única porção

do caminho que a cachorrinha não percorreu foi uma descida onde as

bicicletas atingem os 70 quilómetros por hora, que seriam impossíveis de atingir

por parte do animal. Assim, improvisaram uma caixa transportadora para a levar ao colo.Sete dias depois de conhecerem a nova companheira de viagem, os ciclistas

abriram um microblog para ela, chamado “Go Go Xiao Sa”, que recebeu 37 mil visitas em duas semanas, com mais de 4 mil comentários numa história que se tornou rapidamente viral.

... Cães Usados Como Mulas Para Transporte de Droga Vários cães de grande porte, como Dogues Alemães, Labradores e Mastiffs, são usados por redes de tráfico de droga como mulas.

Os cães são obrigados a engolir sacos de cocaína e, quando chegam ao destino, são brutalmente abertos para recuperar a droga e deixados

ao abandono

para morrerem. A polícia italia-na capturou 75

pessoas perten-centes a uma rede de tráfico

entre o norte de Itália e Roma, que mataram

pelo menos 50 cães desta maneira.

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Cães & Lobos Edição Nº 6

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Cão vai todos os dias à missa desde que a dona morreu

Ciccio, um pastor alemão de 12 anos, perdeu a dona em novembro. Desde que o funeral da mulher se realizou na igreja de San Donaci,

no sul de Itália, o animal desloca-se lá diariamente a assiste a mis-sas, batizados, casamen-tos e funerais.

Segundo o jornal «Il Mes-saggero», citado pela AFP, Ciccio ouve os sinos a

tocar e desloca-se da aldeia para a primeira fila da igreja, bem perto do

altar. O padre, Donato Panna, não só não se importa, como até espera

pelo animal para começar. A dona de Ciccio vivia sozinha com este e mais

três cães que tinham sido abandonados. Os animais seguiam-na sempre pelos seus passeios e foram agora adotados por toda a aldeia.

Fonte TVI 24

Barney, o cão que comeu 109 pedras

O cão labrador de uma família britânica, Barney, comeu 109 pedras durante um passeio à praia e teve de ser operado. A descoberta foi feita pelo veterinário, perante o mal-estar do animal,

que contabilizou 79 pedras no estômago de Barney através de um raio-X. As outras 30 foram encontradas na cama do cão. A dona do labrador, Kim Woollard, disse ao jornal Daily Mail que não

percebeu, inicialmente, qual era o problema de Barney, mas que o marido ouviu um som estranho quando passou a mão no estôma-

go do animal. A família tinha ido à praia de Kent, perto de Londres, onde,

segundo Kim, Barney «ia muitas vezes até ao mar com a boca aberta, onde deve ter engolido

algumas das pedras». «Eu calcu-lei que ele tivesse engolido algu-mas e, depois, colocado no seu

cesto, mas nunca imaginei que fossem tantas», contou.

Barney teve de ser operado duas vezes: a primeira, ao estômago,

para retirar as pedras e a segunda aos dentes, que ficaram estraga-dos.

Fonte TVI 24

Cão salva menina de três anos Uma criança de três anos terá sido salva pelo cão,

depois de ter desaparecido da sua casa, na cidade de Pierzwin, na Polónia. A

menina foi encontrada na manhã seguinte, vários quilómetros longe da sua

casa, com o cão. As autoridades polacas acreditam que Júlia só

sobreviveu graças ao cão, que a manteve quente durante toda a madrugada.

Segundo a «Sky News», um dos bombeiros afirmou que «o cão este-ve com a menina toda a noite, nunca a deixou». «Lembrem-se que estavam cinco graus abaixo de zero e a criança estava molhada».

A menina foi levada para um hospital polaco com algumas úlceras provocadas pelo frio.

Fonte TVI 24

Cão come notas de 100 dólares do dono, mas deixa a de um

Um habitante do estado de Montana, nos Estados Unidos, viu o seu cão comer-lhe cinco notas de 100 dólares

(cerca de 384 euros), mas não desistiu de recuperar o dinheiro exigindo agora ao governo federal a restituição do montante

em causa. O episódio dispendioso aconteceu numa viagem que Wayne Kinkel e a mulher fize-

ram, acompanhados do Golden Retriever de 12 anos Sundance, para visitar a filha do casal no Natal.

Durante uma paragem pelo caminho, como contou Kinkel ao «Independent Record», quando voltaram ao carro, Sundance tinha

comido cinco notas de 100 dólares e só deixou intacta uma de um dólar. Kinkel esperou que a natureza seguisse o

seu caminho e quando Sundance evacuou o pecúlio devorado recuperou o que resta-va das notas.

Lavados os restos e enviados para o Departamento do Tesouro norte-americano para que lhe seja devolvido o dinheiro, Kinkel já teve resposta. Os restos das notas vão ser examinados por um perito em dinheiro muti-

lado e cada 51 por cento de nota encontrado terá direito a reembolso. Fonte TVI 24

A moda dos cães de collants Cães de collants é a nova moda na China, como o site Sharp Daily com-prova. Não há raça nem tamanho que impeça os caninos de se renderem às meias de senhora. Para todos os gostos e de todas as cores.

E os donos divertem-se a partilhar as fotos dos seus amigos caninos no Weibo, o equivalente ao Twitter na Ásia. A foto destes dois lavradores de collants pretos e sapatos de saltos colecionam milhares e milhares de

comentários, de acordo com a WPTZ. Como tudo, há os que estão a favor e os que estão contra. Por isso, a esta onda de fotos de cães vestidos, em contracorrente, as redes sociais

também debatem a «crueldade» para com os animais. Fonte TVI 24

Compilação: Anabela Guerreiro Fotos: Google

Notícias

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Cães & Lobos Edição Nº 1

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Cães & Lobos Edição Nº 1

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores

caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como

profissionalmente. Este Curso tem a vantagem de ser composto no máximo por 4 formandos.

Primeiro curso administrado em Portugal com base nas últimas investigações científicas desenvolvidas na área da aprendizagem canina

Presencial

Estrutura Programática do Curso

Módulo 1 (teórico)

1.1 CONHECER O CÃO 1.1.1 Conhecer como funciona um cão

1.1.2 O Carácter num cão

1.1.3 O Temperamento num cão

1.1.4 A Comunicação canina

1.1.5 Os Instintos Básicos caninos

1.1.6 Conhecer o cão que se vai adestrar

1.2 MÉTODOS DE ADESTRAMENTO 1.2.1 Métodos de Adestramento

1.2.2 Traçar objetivos

1.2.3 Escolher o melhor método de Adestramento 1.2.3.1 Em função do cão

1.2.3.2 Em função do dono

1.2.3.3 Em função dos objetivos

1.2.4 As várias fases do Adestramento

1.3 CONDICIONAMENTO OPERANTE 1.3.1 Definição

1.3.2 O que é o Clicker

1.3.3 O treino com Clicker

1.4 O ADESTRADOR 1.4.1 Exigências Físicas

1.4.2 Exigências Mental 1.4.3 Ética profissional

Módulo 2 (prático)

2.1 O ADESTRAMENTO EM OBEDIÊNCIA SOCIAL 2.1.1 Material de adestramento

2.1.1.1 Material de contenção

2.1.1.2 Material de assistência

2.1.1.3 Material didático

2.1.2 Postura corporal do adestrador

2.1.3 Desenvolvimento da motivação do cão

2.1.4 Condicionamento e aquisição de hábito

2.1.5 Exercícios de Obediência Básica

2.1.5.1 Exercício de andar ao lado

2.1.5.2 Exercício de sentar 2.1.5.3 Exercício de deitar 2.1.5.4 Exercício de deitar e ficar quieto

2.1.5.5 Exercício de chamada

2.2 SOCIABILIZAÇÃO

2.2.1 Sociabilização intraespecífica

2.2.2 Sociabilização interespecífica

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Cães & Lobos Edição Nº 4

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Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 1

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Cães & Lobos Edição Nº 1

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Módulo 3 (prático)

3.1 ADESTRAMENTO EM GUARDA E DEFESA 3.1.1 Determinar as aptidões do cão

3.1.2 O Figurante (Homem de ataque) 3.1.2.1 Vestuário

3.1.2.2 Equipamento

3.1.2.3 Formação

3.1.3 O trabalho de motivação

3.1.4 O treino técnico das mordidas

3.1.5 O treino da inibição da mordida (larga)

3.1.6 O treino da fuga do figurante

3.1.7 O treino da busca do figurante 3.1.8 O treino do ataque surpresa ao guia

3.1.9 O treino do ataque longo

Módulo 4 (teórico)

4.1 COMPORTAMENTOS ANÓMALOS E DESVIANTES 4.1.1 Agressividades

4.1.1.1 Definição e tipologias

4.1.1.2 Tratamento 4.1.1.3 Prevenção de agressividade por complexo de controlo

4.1.2 Micção ou defecação inadequadas 4.1.2.1 Definição 4.1.2.2 Tratamento

4.1.3 Ansiedade por separação 4.1.3.1 Definição

4.1.3.2 Tratamento

4.1.4 Fobias 4.1.4.1 Definição

4.1.4.2 Tratamento

4.1.5 Manias Maternais

4.1.5.1 Definição

4.1.5.2 Tratamento

4.1.6 Hiperatividade e hiperexceptibilidade

4.1.6.1 Definição 4.1.6.2 Tratamento 4.1.7 Comportamentos estereotipados 4.1.7.1 Definição

4.1.7.2 Tratamento

4.1.8 Ingestão Inadequada 4.1.8.1 Alimentação Estranha

4.1.8.2 Coprofagia 4.1.8.3 Objetos 4.1.9 Síndrome de Disfunção Cognitiva 4.1.9.1 Definição e Sintomas 4.1.9.2 A importância de um Diagnóstico Correto 4.1.9.3 Prognóstico

4.1.9.4 Tratamento

Curso intensivo de formação de monitores de adestramento científico canino (presencial)

Curso destinado a todos aqueles que nutrem uma paixão pelos cães e por todos os mecanismos que têm a ver com o seu comportamento. Nesta situação enquadram-se os Adestradores caninos, os Veterinários e os Tratadores, mas fundamentalmente é destinado a todos aqueles que, não tendo formação nesta área, têm como sonho trabalhar com cães, não só lúdica como profissionalmente

Características do Curso

Tipo de Curso: Curso presencial ministrado em sistema intensivo de 15 dias de duração, com uma carga horária lectiva diária de 4 horas,

incluindo as componentes prática e teórica.

Início do Curso: A combinar com o formando

Local das Aulas: Campo de Trabalho do Centro Canino de Vale Lobos – Vale de Lobos - Sintra

Método de Ensino: Científico

Quantidade de Alunos por Curso: 1

Documento fim de Curso: Certificado com informação detalhada sobre as avaliações intercalares e finais e matéria leccionada

Estrutura Programática do Curso Módulo 1 (teórico)

Módulo 2 (prático) Do Curso de duração normal

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Cães & Lobos Edição Nº 4

Página 31

Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 6

Página 34

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Adestramento Canino

Anabela Guerreiro

- Treino e Avaliação de Comportamento Canino

- Pet-sitting

Visite-nos em: http://mydogcenter.blogspot.com/

Email: [email protected]

Telef. 966 159 407

Zona: Algarve www.pipinhaecompanhia.net

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Cães & Lobos Edição Nº 4

Página 31

Entrevista Cães & Lobos Edição Nº 6

Página 35

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Visite-nos em: www.adestramentoresponsavel.com

Email: [email protected] Telef. (21) 3435 4776 / (21) 9262 5111 Atendimento na zona sul do RJ. Para outras localidades atendimento via Skype.

Brasil Érika Rocha.

Obediência Canina

Problemas Comportamentais

Atendimento ao Domicilio

Fone: (32) 3331-2284 ou (32) 8876-2653.

Barbacena - MG

BRASIL

Page 32: Nº 6 - 2º Trimestre 2013

Ficha Técnica

Cães & Lobos Edição Nº 6

Página 36

Propriedade:

Centro Canino de Vale de

Lobos

www.ccvlonline.com [email protected]

Edição:

Dep. Divulgação do CCVL

http://Comportamento-

canino.blogspot.com

Revista Digital de Cães e Lobos

Editor:

Sílvio Pereira [email protected]

Colaboraram nesta Edição:

Ana Pereira, Anabela Guerrei-

ro, Dominique Martins, Tânia

Carvalho, Tiago Barreto,

Vanessa Correia

Paginação e execução gráfica:

Sílvio Pereira

Nota:

Todo o material publicado

nesta edição é da exclusiva

responsabilidade dos seus

autores.

_________________________

Página web:

http://revistacaeselobos.weebly.com

[email protected]

Cães & Lobos Nº 6

Colaboradores

Ana Pereira

[email protected]

Anabela Guerreiro

[email protected]

Dominique Martins

[email protected]

Tânia Carvalho

[email protected]

Tiago Barreto

[email protected]

Vanessa Correia

[email protected]

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Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Curso destinado a todos os proprietários que queiram adestrar os seus cães em casa (portanto, no seu território) evitando assim as sempre stressantes e por vezes

traumatizantes idas às escolas de treino canino.

Características do Curso

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: De 2 a 4 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da aplicação do aluno).

A quem é dirigido este Curso: Com este Curso o dono dispensa as sempre angustiantes e traumáticas idas às escolas de treino, uma vez que o cão aprende no seu próprio território, portanto, qualquer pessoa está em condi-ções de frequentar este curso, a única limitação prende-se com a obrigatoriedade de possuir um cão (seja ele de que raça for) uma vez que numa das fases do Curso terá que aplicar na prática, as técnicas que vão sendo estuda-das.

Perspectivas de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/teórica e conheci-mento profundo do aspeto funcional do cão, assim como uma identificação da interação dos mecanismos da apren-dizagem com os vários tipos de condicionamento. No aspeto prático adquire-se um conhecimento básico dos princípios gerais do Condicionamento Operante assim como a utilização do clicker como instrumento fundamental no moderno treino científico canino. Resumindo, o formando fica perfeitamente preparado não só para poder treinar o seu cão positivamente mas tam-bém para compreender a sua linguagem, o seu carácter, a sua personalidade e o seu temperamento.

Módulo 1 (teórico)

1ª Parte - Conhecer o Aspeto Funcional do Cão

2ª Parte - O Carácter e o Temperamento num Cão

3ª Parte - A Comunicação Canina

4ª parte - Os Instintos

5ª Parte - Condicionamento Operante

6ª parte - Descobrir o Clicker

Estrutura Programática (resumida)

Módulo 2 (prático) 7ª Parte - O Adestramento em Obediência Social

8ª Parte - Motivar e Condicionar o Cão

9ª parte - Exercícios de Obediência Básica

10ª Parte - Sociabilização

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-on-line-de-adestramento-positivo-canino.html

Page 34: Nº 6 - 2º Trimestre 2013

Formamos:

Profissionais competentes...

… e donos responsáveis!

Departamento de Formação do:

CENTRO CANINO DE VALE DE LOBOS

Características do Curso

Objetivos do Curso: Formar técnica e cientificamente através da aquisição de conhecimentos sobre a identifica-ção, diagnóstico, tratamento e prevenção dos Comportamentos anómalos, desviantes e patológicos dos cães que vivem integrados na sociedade humana. É um Curso abrangente uma vez que é transversal a todos os Problemas Comportamentais dos canídeos domésticos.

Início do Curso: Imediato Método de Ensino: Científico Documento fim de Curso: Diploma final de Curso com a qualificação obtida. Tempo médio despendido com o curso: +/- 3 meses ou 200 horas (varia em função da disponibilidade e da apli-cação do formando).

A quem é dirigido este Curso: Este Curso é dirigido a todos os Adestradores Caninos que sentem dificuldades na interpretação e tratamento destas patologias cada vez mais presentes na interação dos cães com os seus donos e o meio envolvente. Mas também a todos os interessados na temática do Comportamento Canino e nas alterações causadas por via da domesticação.

Perspetival de conhecimentos adquiridos no final do Curso: Excelente bagagem técnico/científica e conheci-mento profundo de todos os mecanismos ligados ao processo de interpretação, diagnóstico, tratamento e preven-ção das Patologias do Comportamento. No final do mesmo, o formando fica em condições de, conscientemente, resolver todos os problemas ligados à área Comportamental.

Tema 1 - Como Funciona um Cão Tema 2 - O Carácter Tema 3 - O Temperamento Tema 4 - A Comunicação Canina Tema 5 - Os Instintos Básicos de Sobrevivência Tema 6 - Os Condicionamentos Tema 7 - As Agressividades Tema 8 - Ansiedade por Separação

http://formacaoccvl.weebly.com/curso-de-psicologia-canina.html

Estrutura Programática do Curso (Resumido)

Tema 9 - Síndrome de Disfunção Cognitiva Tema 10 - Fobias Tema 11 - Manias Maternais Tema 12 - Hiperatividade e Hiperexcitabilidade Tema 13 - Comportamentos estereotipados Tema 14 - Ingestão Inadequada Tema 15 - Eliminação Inadequada


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