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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - FAZ A REVISÃO DO PLANO
DIRETOR PARTICIPATIVO DE VARGINHA E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS
SUMÁRIO
PARTE I.............................................................................................5
DO DESENVOLVIMENTO URBANO.....................................................5
TITULO I...........................................................................................5
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL........................................................5CAPÍTULO I................................................................................................5DISPOSIÇÕES PRELIMINARES....................................................................5CAPÍTULO II...............................................................................................7DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO......7CAPÍTULO III..............................................................................................9DAS POLÍTICAS..........................................................................................9CAPÍTULO IV..............................................................................................9DOS OBJETIVOS.........................................................................................9
TÍTULO II........................................................................................12
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO..................................................................................................12
CAPÍTULO I..............................................................................................12DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO......................................................12CAPÍTULO II.............................................................................................16DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO...................................................16CAPÍTULO III............................................................................................17DA INTEGRAÇÃO REGIONAL....................................................................17CAPÍTULO IV............................................................................................17DA ZONA RURAL......................................................................................17CAPÍTULO V.............................................................................................18DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE.........................................................18CAPÍTULO VI............................................................................................26DO SANEAMENTO BÁSICO.......................................................................26Seção I....................................................................................................29Da Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas..............................29Seção II...................................................................................................31Do Abastecimento de Água.....................................................................31Seção III..................................................................................................32Do Esgotamento Sanitário......................................................................32Seção IV..................................................................................................34Da Limpeza Urbana.................................................................................34Seção V...................................................................................................36Do Controle de Vetores...........................................................................36
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CAPÍTULO VII...........................................................................................37DA MOBILIDADE URBANA........................................................................37CAPÍTULO VIII..........................................................................................43DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL..............................................................43Seção I....................................................................................................45Da Educação...........................................................................................45Seção II...................................................................................................47Da Saúde.................................................................................................47Seção III..................................................................................................49Da Assistência Social..............................................................................49Seção IV..................................................................................................51Da Cultura e Turismo...............................................................................51Seção V...................................................................................................54Do Esporte e do Lazer.............................................................................54Seção VI..................................................................................................55Da Segurança..........................................................................................55Seção VII.................................................................................................57Da Habitação..........................................................................................57
TÍTULO III.......................................................................................64
DO ORDENAMENTO TERRITORIAL..................................................64CAPÍTULO I..............................................................................................65DO PERÍMETRO URBANO.........................................................................65CAPÍTULO II.............................................................................................66DAS MACROZONAS.................................................................................66CAPÍTULO III............................................................................................69DO ZONEAMENTO...................................................................................69Seção I....................................................................................................71Zona Consolidada Adensada (ZCA).........................................................71Seção II...................................................................................................73Zona de Interesse Cultural e Turístico (ZICT)..........................................73Seção III..................................................................................................74Zona de Adensamento Preferencial (ZAP);..............................................74Seção IV..................................................................................................76Zona de Adensamento Controlado (ZAC)................................................76Seção V...................................................................................................77Zona de Interesse Social (ZEIS)..............................................................77Seção VI..................................................................................................81Zona de Interesse Aeroportuário (ZIA)....................................................81Seção VII.................................................................................................82Zona Econômica (ZE)..............................................................................82Seção VIII................................................................................................84Zona de Adensamento Restrito (ZAR).....................................................84Seção IX..................................................................................................85Zona Econômica de Porte (ZEP)..............................................................85Seção X...................................................................................................86Zona de Proteção Ambiental (ZPAM).......................................................86Seção XI..................................................................................................87
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Zona Urbana Especial (ZUE)..................................................................87Seção XII.................................................................................................88Zona Urbana Especial de Chacreamento (ZUEC)....................................88Seção XIII................................................................................................88Zonas Rurais (ZR)....................................................................................88CAPÍTULO IV............................................................................................89DO PARCELAMENTO DO SOLO.................................................................89CAPÍTULO V.............................................................................................92DO USO DO SOLO....................................................................................92Seção I....................................................................................................92Disposições Gerais..................................................................................92Seção II...................................................................................................93Da Classificação e da Localização dos Usos............................................93Seção III..................................................................................................95Das Atividades Causadoras de Repercussões Negativas.........................95Seção IV..................................................................................................97Dos usos desconformes..........................................................................97CAPÍTULO VI............................................................................................99DOS EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO....................................................99
TITULO IV.....................................................................................102
DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA................................102CAPÍTULO I............................................................................................104DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA............................................104CAPÍTULO II...........................................................................................105DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR E DE ALTERAÇÃO DE USO
.........................................................................................................105CAPÍTULO III..........................................................................................106DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR.................................106CAPÍTULO IV..........................................................................................108DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS.....108CAPÍTULO V...........................................................................................110DO IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO PROGRESSIVO NO TEMPO110CAPÍTULO VI..........................................................................................110DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA................................................110
PARTE II........................................................................................112
TÍTULO I.......................................................................................112
DAS FUNÇÕES MUNICIPAIS QUANTO À IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO112
TÍTULO II......................................................................................114
DA IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DO PLANO DIRETOR..................114CAPITULO I............................................................................................114DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS.....................................................................114CAPÍTULO II...........................................................................................116DAS DIRETRIZES DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.................................116CAPÍTULO III..........................................................................................117
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DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARTICIPATIVA...................117Seção I..................................................................................................118Do órgão responsável pelo planejamento urbano municipal.................118Seção II.................................................................................................120Conselho Municipal da Cidade..............................................................120Seção III................................................................................................123Sistema de Informações Municipais......................................................123Seção IV................................................................................................124Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano......................................124Seção V.................................................................................................126Conferência Municipal da Cidade..........................................................126
TÍTULO III.....................................................................................127
DAS DISPOSIÇOES FINAIS E TRANSITÓRIAS.................................127
ANEXOS............................................................................................1Anexo I.................................................................................................... ..2Mapa da Estrutura Viária......................................................................... ..2Anexo II................................................................................................... ..4Quadro de Características Geométricas das Vias......................................4Anexo III.................................................................................................. ..5Mapa de Infraestrutura........................................................................... ..6Anexo IV.................................................................................................. ..8Mapa de Equipamentos Urbanos...............................................................9Anexo V.................................................................................................. .11Mapa das Áreas de Interesse Municipal..................................................11Anexo VI................................................................................................. .13Mapa de Restrições Ambientais..............................................................13Anexo VII................................................................................................ .17Mapa do Perímetro Urbano......................................................................17Anexo VIII............................................................................................... .20Descrição do Perímetro Urbano...............................................................20Anexo IX................................................................................................223Mapa do Macrozoneamento..................................................................224Anexo X.................................................................................................226Mapa do Zoneamento...........................................................................226Anexo XI................................................................................................228Quadro Resumo dos Parâmetros Urbanísticos.......................................228Anexo XII...............................................................................................231Localização Admissível por Uso.............................................................231Anexo XIII..............................................................................................234Usos e Atividades compatíveis com Área Rural.....................................234Anexo XIV..............................................................................................236Classificação das Atividades, Repercussões Negativas e Medidas Mitigadoras
.........................................................................................................236Anexo XV...............................................................................................259Empreendimentos de Impacto..............................................................259
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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº ...
FAZ A REVISÃO DO PLANO DIRETORPARTICIPATIVO DE VARGINHA, REVOGA A LEI4.530/2006, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O Povo do Município de Varginha, Estadode Minas Gerais, por seus representantes na Câmara Municipal,
A P R O V A :
PARTE IDO DESENVOLVIMENTO URBANO
TÍTULO I
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL
CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Fica instituído, por meio destaLei, a revisão do Plano Diretor do Município de Varginha,observadas as normas contidas na Constituição Federal,notadamente os arts. 30, VIII, 170, 182 e 225, na Lei Federalnº 10.257, de 10 de julho de 2001 e na Lei Orgânica doMunicípio.
Art. 2º O Plano Diretor do MunicípioVarginha é o instrumento básico normativo e orientador dapolítica de desenvolvimento municipal sob os aspectos físico,ambiental, socioeconômico e administrativo, compreendendoinstrumentos normativos, financeiros, institucionais eexecutivos.
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Art. 3º O Plano Diretor é parteintegrante do sistema de planejamento e gestão do Município eabrange a totalidade de seu território, em conformidade com osprincípios da legalidade, moralidade, impessoalidade,publicidade e eficiência, que regem a Administração Pública emtodas as ações de desenvolvimento social, urbano, rural,político, ambiental, econômico e turístico.
Parágrafo único. As leis do planoplurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anualincorporarão e serão compatíveis com as diretrizes eprioridades estabelecidas nesta Lei.
Art. 4º O Plano Diretor deve atender àsaspirações da comunidade de Varginha e suas normas subordinamas ações do Poder Público e da iniciativa privada, de forma agarantir uma cidade para todos, que seja economicamenteviável, ambientalmente sustentável e socialmente justa.
Art. 5º O Governo Municipal manteráprocesso permanente de planejamento, visando garantir:
I – a plena utilização de seu potencialeconômico e social;
II – o crescimento econômico municipal,em todos os seus setores e segmentos;
III – o acesso da comunidade aosbenefícios gerados pelo Poder Público, garantindo seubemestar social;
IV – o respeito às vocações,peculiaridades e culturas locais;
V – a preservação de seu patrimôniocultural, ambiental, natural e construído;
Art. 6º O processo de planejamentomunicipal deverá considerar os aspectos técnicos, ambientais epolíticos envolvidos na fixação de objetivos, diretrizes emetas para a ação municipal.
Art. 7º O processo de planejamentogarantirá amplo debate da comunidade organizada sobre osproblemas locais e as alternativas para o seu enfrentamento,estimulando a criticidade, criatividade e autonomia dessacomunidade.
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Art. 8º O planejamento das atividadesdo Governo Municipal obedecerá às diretrizes deste capítulo eserá feito por meio de elaboração e manutenção atualizada,entre outros, dos seguintes instrumentos:
I – Plano Diretor de Desenvolvimento;III – Política de Planejamento;IV – Lei de Diretrizes Orçamentárias;V – Orçamento Anual;VI – Plano Plurianual.
CAPÍTULO IIDOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO
Art. 9º A promoção do desenvolvimentono Município de Varginha tem como princípio o cumprimento dasfunções sociais da cidade e da propriedade urbana, nos termosda Lei Orgânica, garantindo:
I – a gestão democrática, participativae descentralizada;
II – o pleno exercício da cidadania;III – a promoção da qualidade de vida,
do ambiente e da justiça social, reduzindo as desigualdades ea exclusão social com o incremento do bemestar da comunidadepara as gerações atual e futuro;
IV – o desenvolvimento sustentável nointeresse e proveito de todos os munícipes;
V – a proteção ambiental e apreservação dos ativos naturais;
VI – a oferta de um meio ambienteecologicamente equilibrado;
VII – o fortalecimento da identidadelocal e regional;
VIII – o enriquecimento cultural dacidade pela diversificação, atratividade e competitividade;
IX – a oferta de espaços públicos quepropiciem o convívio social, a formação e a difusão dasexpressões artísticoculturais e o exercício da cidadania;
X – a universalização do acesso ao
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trabalho, à moradia, à educação, ao lazer, ao transportepúblico, às infraestruturas e aos equipamentos e serviçosurbanos;
XI – o desenvolvimento econômico domunicípio;
XII – a articulação das estratégias dedesenvolvimento da cidade no contexto regional de Varginha;
XIII – respeito adequado à realidadelocal e regional em consonância com os planos e programasestaduais e federais existentes;
XIV – o fortalecimento do papel doPoder Público na promoção de estratégias de financiamento quepossibilitem o cumprimento dos planos, programas e projetos emcondições de máxima eficiência;
XV – o fortalecimento da regulaçãopública sobre o solo urbano mediante a utilização deinstrumentos redistributivos da renda urbana e da terra econtrole sobre o uso e ocupação do espaço da cidade;
XVI – a diversidade urbana;XVII – a integração das ações públicas
e privadas através de programas e projetos de atuação;XVIII – a integração horizontal entre
os órgãos e Conselhos Municipais, promovendo a atuaçãocoordenada no desenvolvimento e aplicação das estratégias emetas do Plano, programas e projetos;
XIX – complementariedade e integraçãode políticas, planos e programas setoriais;
XX – a oferta de um ambienteinstitucional equilibrado que proporcione uma interfaceadequada entre o poder público e a iniciativa privada, de modoa propiciar condições para o desenvolvimento das diversasatividades econômicas e incentivar a livre concorrência;
XXI – a inclusão tecnológica;XXII – a transparência no acesso às
informações disponíveis;XXIII – eficiência e eficácia na
utilização dos recursos financeiros, técnicos e humanosdisponíveis.
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CAPÍTULO IIIDAS POLÍTICAS
Art. 10. Os princípios do Plano Diretordeverão ser alcançados através das seguintes políticas:
I – política de uso e ocupação do solo;II – política de desenvolvimento
econômico;III – política de habitação urbana e
rural;IV – política de diversidade
industrial;V – requalificação urbana e criação de
centralidades;VI – política de desenvolvimento da
identidade e cultura regional;VII – política de integração e
articulação regional;VIII – política de universalização do
atendimento escolar;IX – política de universalização do
atendimento da saúde;X – política de acesso à informação;XI – política de proteção dos recursos
ambientais;XII – política de mobilidade e
acessibilidade;XIII – política de esportes e lazer;XIV – política de gestão participativa;XV – política de valorização do
contexto rural com apoio à diversidade da produção, comarmazenamento e distribuição eficientes.
CAPÍTULO IVDOS OBJETIVOS
Art. 11. O Plano Diretor de
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Desenvolvimento é o instrumento básico da política dedesenvolvimento socioeconômico e físicoterritorial doMunicípio e será regido nos termos da presente Lei.
Art. 12. São objetivos do Plano Diretorde Varginha:
I – criar condições para a melhoria daqualidade de vida urbana e rural, de modo a proporcionar ainclusão territorial, equidade social e boa qualidade de vidapara todos os munícipes, por meio do cumprimento do direito àmoradia digna, ao acesso à infraestrutura, aos serviçospúblicos e ao desenvolvimento socioeconômico;
II – promover o crescimento planejadodo município a partir da ordenação e regulação do uso eocupação do território, do adensamento e da expansão da zonaurbana, de acordo com a leitura integrada e sistêmica dascondições resultantes de relações socioeconômicas, culturais epolíticas, bem como das fragilidades e potencialidadesidentificadas, adequandoas aos parâmetros estabelecidosnesta Lei e nas demais que a regulamentarem, potencializando autilização das áreas bem providas de infraestrutura eequipamentos urbanos e prevenindo e/ou corrigindo situações derisco, sobrecarga ou desarticulação social, viária ousanitária, no sentido do desenvolvimento sustentável, além deorientar a adequada distribuição dos investimentos públicos;
III – definir os parâmetros indicadoresda função social da propriedade urbana de forma a assegurar oseu cumprimento;
IV – proibir o uso especulativo deimóveis urbanos que resulte na sua subutilização ou nãoutilização, de modo a assegurar o cumprimento da função socialda propriedade;
V – definir e estimular a utilização deinstrumentos políticos e jurídicos de controle urbanísticonecessários a uma adequada estruturação do espaço urbano,dentro de uma perspectiva de desenvolvimento sustentável,tendo em vista um melhor funcionamento e um menor custo para acidade;
VI – promover parcerias entre ossetores público e privado nas políticas habitacionais deinteresse social, nas políticas de desenvolvimento do turismoecológico, cultural local e o turismo de negócios e em
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projetos de recuperação e revitalização urbana e de ampliaçãoe transformação dos espaços públicos do Município, mediante ouso de instrumentos de política municipal adequados, tendo emvista a apropriação coletiva dos benefícios gerados porinvestimentos no Município;
VII – possibilitar o controle ambientale urbanístico das instalações de usos e atividades causadorasde impactos ambientais e sociais;
VIII – garantir a fiscalizaçãodestinada a coibir a instalação de loteamentos edesmembramentos irregulares;
IX – ordenar o pleno desenvolvimentodas funções sociais do Município, orientando uma política quepossa viabilizar o acesso de todos à moradia, educação,cultura, saúde, saneamento básico, abastecimento, alimentação,lazer e transporte;
X – garantir, no que for de suacompetência, as condições de segurança do Município;
XI – garantir a proteção da qualidadeambiental do Município, por meio da manutenção e/ourecuperação do meio ambiente natural e cultural patrimôniohistórico e artístico do Município;
XII – desenvolver uma política deconsolidação de Varginha como pólo regional;
XIII – garantir condições dedesenvolvimento econômico para os setores primários,secundário e terciário, de forma harmônica ao desenvolvimentosocial, à prestação dos serviços públicos e à preservação emelhoria da qualidade de vida da população local;
XIV – garantir e estimular apreservação das atividades produtivas do meio rural noMunicípio, em especial com relação à produção familiar desubsistência;
XV – garantir a interação social eespacial bem como a participação na vida urbana, seja noâmbito da vizinhança e do bairro;
XVI – respeitar e desenvolver adiversidade de valores culturais da população;
XVII – assegurar a continuidade doprocesso de planejamento garantindo a participação dasociedade civil através de uma gestão integrada e democráticada administração municipal e deste Plano Diretor, ampliando efortalecendo a participação e o envolvimento dos diversos
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segmentos sociais no processo de desenvolvimento sustentável; XVIII – desenvolver e implantar um
sistema de informatização que garanta a rápida troca deinformações entre os diferentes órgãos públicos, inclusiveentre os Poderes Executivo e Legislativo e possibilite oacesso da população às informações básicas;
XIX – garantir a qualidade de vidaurbana no que tange a trânsito, transporte coletivo,individual e de carga.
TÍTULO IIDAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO
CAPÍTULO IDO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Art. 13. O desenvolvimento econômicotem como principal objetivo o estabelecimento de políticas quebusquem a dinamização da economia da cidade, a melhoria daqualidade de vida e a qualificação da cidadania, através deações diretas com a comunidade e com os setores produtivos,assim como a articulação regional e com outras esferas depoder.
Art. 14. São diretrizes da políticamunicipal de desenvolvimento econômico:
I – planejar o uso do solo noterritório municipal, compatibilizando o desenvolvimentoeconômico com a preservação cultural e a proteção do meioambiente;
II – buscar a promoção do bem estarsocial, investindo em programas de geração de renda;
III – estimular a multiplicidade e adiversidade de usos;
IV – diversificar, integrar ecomplementar as atividades industriais, notadamente quando dautilização dos mecanismos municipais de captação e atração deinvestimentos;
V – estimular o artesanato, asatividades de produção em cooperativas e as pequenas e
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microempresas locais, em especial, para as atividadesprodutivas para as quais o Município encontra se vocacionadoou apresente vantagens comparativas, como aquelas ligadas aocafé, hortifruticultura, logística e comércio exterior;
VI – fortalecer as empresas locais nosseus diferentes portes, com destaque para osmicroempreendedores individuais, e as empresas de pequenoporte;
VII – apoiar o desenvolvimento do setorprimário do Município, visando sua diversificação e aconsolidação de unidades produtivas baseadas em formasassociativas, favorecendo a inserção das populações ligadas àprodução agrícola e ou, artesanal na economia municipal, demodo a melhorar suas condições de vida;
VIII – criar e/ou, investir no ProgramaAgricultura Familiar, de modo a incentivar a agriculturafamiliar e arranjos produtivos locais, principalmente nasáreas com vocação para o exercício da atividade agrícola;
IX – apoiar prioritariamente odesenvolvimento do setor secundário e terciário do Município,a partir das seguintes estratégias:
a) diversificação e consolidação de
unidades produtivas e prestadoras de serviços; b) fomentar a implantação da plataforma
logística de comércio interno e externo da região do Sul deMinas;
c) foco no atendimento ao público alvodo empreendimento a que se refere a alínea “b” deste artigo,qual seja, indústrias com alto conteúdo tecnológico e/ou altovalor agregado (biotecnologia, tecnologia agrícola,eletrônica, informática, telecomunicações, etc.) e prestadoresde serviços de logística e de apoio ao comércio exterior(distribuição e comércio eletrônico).
X – realizar estudos periódicos sobre operfil produtivo do Município e região, visando àidentificação e fomento das vocações regionais;
XI – fomentar ações de apoio as cadeiasprodutivas já instaladas e a implantação de novas cadeiasprodutivas no Município, visando à ampliação de oferta deemprego, trabalho, geração de renda e arrecadação;
XII – promover ações de estímulo ao
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ingresso de empreendimentos na economia formal;XIII – fomentar o empreendedorismo, a
inovação e a economia criativa;XIV – desenvolver e apoiar a
qualificação profissional inicial e continuada de acordo comas atividades econômicas em desenvolvimento no município;
XV – promover parcerias e outras formasassociativas com a iniciativa privada para melhorar e expandiras oportunidades de formação qualificada de mãodeobra,considerando também a população jovem, a população do gênerofeminino e a população de egressos do sistema carcerário;
XVI – incentivar o sistema detecnologia da informação e telecomunicações, especialmente oacesso à rede digital de computadores (internet), a fim depromover a inclusão digital do Município no cenáriointernacional;
XVII – elaborar, implementar e gerirPlano Municipal de Desenvolvimento Turístico em afinado com astendências nacionais e internacionais da atividade, de modo autilizar plenamente o potencial municipal e suascaracterísticas específicas, quais sejam o turismo denegócios, a atratividade pelo fenômeno ufológico e suapolarização regional com destaque para imagem de cidade dointerior, calma, segura, acolhedora e saudável (alta qualidadede vida);
XVIII – promover uma políticaespecifica de ocupação da rede hoteleira existente nomunicípio, com predominância no turismo de negóciosconsiderando a localização estratégica do município, aexistência do Aeroporto e do Porto Seco;
XIX – apoiar a implantação de estruturade convenções e eventos (Centro de Convenções) no âmbitomunicipal, com vistas a estimular o desenvolvimento do turismode eventos, podendo utilizar para isso de parceiras públicoprivadas;
XX – aprimorar a paisagem urbana, aqualidade da moradia de interesse social, a mobilidade eacessibilidade e a prestação de serviços de infraestrutura,mantendo a qualidade de vida de Varginha;
XXI – incentivar atividades emtecnologia, pesquisa e desenvolvimento e atrair investimentosde alto valor agregado, empresas de base tecnológica e centrosde pesquisa;
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XXII – estabelecer mecanismo decooperação entre entidade pública e Instituições de EnsinoSuperior – IES, visando à produção de bens e serviços voltadosao desenvolvimento de conhecimento e tecnologia a seremaplicados, preferencialmente, no município;
XXIII – estabelecer parceria para odesenvolvimento regional, estimulando a integração e aarticulação com os Municípios Do Sul de Minas.
Art. 15. São diretrizes para asPolíticas e Ações a serem estabelecidas para o Setor Primário:
I – promover a correta utilização dosrecursos naturais renováveis e a preservação das áreas deproteção ambiental;
II – promover a geração e difusão detecnologia referente à produção da agropecuária;
III – incentivar a ampliação da rede deestocagem de grãos e agregação de valor do parqueagroindustrial e Porto Seco;
IV – incentivar a produção ecomercialização de hortifrutigranjeiros no Município, comvistas ao abastecimento interno favorecendo programascomunitários;
V – promover a articulação das váriasentidades ligadas ao setor agropecuário, através de utilizaçãode comissão específica sobre desenvolvimento agropecuário ecentros de distribuição;
VI – incentivar a diversificação daprodução agropecuária, com suporte à sua comercialização;
VII – realizar a promoçãosocioeconômica e treinamento de mãodeobra nas comunidadesrurais;
VIII – desenvolver uma política deapoio à cafeicultura e à sua comercialização;
IX – implementar programas de apoio aoprodutor rural e as cooperativas, com desenvolvimento deinfraestrutura de uso coletivo.
Art. 16. São diretrizes para asPolíticas e Ações a serem estabelecidas para o SetorSecundário:
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I – incentivar a implantação deindústrias transformadoras do setor agrícola;
II – incentivar a micro, pequena emédia empresa, através de programas de apoio, associados àsentidades privadas conforme legislação vigente;
III – realizar a promoçãosocioeconômica e apoio aos programas de treinamento erequalificação tecnológica da mãodeobra;
IV – apoiar o aperfeiçoamentotecnológico da pequena e média empresa;
V – implementar políticas de apoio àmãe trabalhadora;
VI – incentivar o uso de combustíveisrenováveis nas atividades industriais.
Art. 17. São diretrizes para asPolíticas e Ações a serem estabelecidas para o SetorTerciário:
I – desenvolver uma política deconsolidação do Município de Varginha como polo regional naárea de prestação de serviços;
II – incentivar a atração de atividadesterciárias especializadas;
III – realizar a promoçãosocioeconômica e treinamento de mãodeobra através deprogramas de apoio, associados às entidades privadas;
IV – apoiar programas de consolidaçãode infraestrutura hoteleira, de restaurantes e lazer;
V – incentivar e adotar medidas para odesenvolvimento do setor de turismo e lazer no Município.
CAPÍTULO IIDO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
Art. 18. São diretrizes de apoio àprodução e desenvolvimento tecnológico no município:
I – apoiar à qualificação profissionalda mãodeobra especializada;
II – considerar localização e
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acessibilidade para as unidades produtivas e de pesquisa, bemcomo para a população envolvida nas atividades;
III – contemplar qualidade ambientalpara as áreas de localização;
IV – implantar de Parques Tecnológicosvisando à instalação de indústrias de base tecnológica, comalto valor agregado e baixo impacto ambiental;
V – incentivar as mostras e feirasescolares na área de ciência e tecnologia.
CAPÍTULO IIIDA INTEGRAÇÃO REGIONAL
Art. 19. A integração regional deveráser ampliada através dos sistemas rodoviários, ferroviários eaeroportuário, bem como através das infovias.
Art. 20. Potencializar odesenvolvimento do aeroporto, em parceria com as demaisesferas de governo de forma que se torne um polo regional.
Art. 21. Incentivar os sistemas dearmazenamento e beneficiamento de matériasprimas, bem como asatividades aduaneiras de interior.
Art. 22. Incentivar as atividades deturismo de negócios e eventos agregando outras regiões quehoje não apresentam complementariedade econômica com oMunicípio de Varginha.
CAPÍTULO IVDA ZONA RURAL
Art. 23. O Desenvolvimento do Municípioestá intimamente ligado às condições de vida de sua populaçãorural, e sua integração com os processos urbanos, qualificaçãoprofissional, orientações técnicas, infraestruturas adequadase sistemas de comunicações eficientes.
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Art. 24. São diretrizes para asPolíticas e Ações a serem estabelecidas para a zona rural:
I – apoiar os núcleos urbanos rurais;II – promover o programa de assistência
técnica visando melhoria das habitações rurais, bem como dainfraestrutura de saneamento, incorporando metodologiasinovadoras;
III – incentivar a implantação deinfraestruturas de energia elétrica e telecomunicação naspropriedades rurais;
IV – coletar e dispor adequadamente osresíduos sólidos na área rural;
V – fornecer de suporte técnico dasconcessionárias locais aos serviços de abastecimento de água,coleta e disposição de esgotos e serviços de comunicações nasmoradias rurais;
IV – acessibilidade à educação, saúde,lazer e esportes em equipamentos localizados nas comunidadesrurais;
VII – melhorar o sistema de estradasvicinais, que deverá ser hierarquizado, padronizado,recuperado e ampliado, onde for necessário;
VIII – avaliação e redimensionamentodos sistemas locais de armazenamento e distribuição daprodução;
IX – dar prioridade no apoioinstitucional, principalmente na obtenção de crédito eassistência técnica à produção, a partir da agriculturafamiliar;
X – incentivar a produção ecomercialização do café e hortifrútis cultivados na zona ruraldo município;
XII – potencializar as oportunidades doturismo de negócio do café e do polo regional.
CAPÍTULO VDA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Art. 25. A promoção da proteçãoambiental no Município de Varginha compreende o conjunto de
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políticas urbanas relativas ao saneamento, à utilizaçãoracional dos recursos naturais e à ocupação do solo,compatíveis com o objetivo de elevar a qualidade de vida dapopulação e busca do desenvolvimento sustentável.
Art. 26. Devem ser protegidos epreservados todos os elementos integrantes do patrimônionatural, paisagístico, arqueológico do Município de Varginha.
Art. 27. São diretrizes para a PolíticaMunicipal de Meio Ambiente, além daquelas estabelecidas pelasLegislações Federal e Estadual pertinentes à matéria:
I – atuar no sentido de assegurar atodos os cidadãos o direito ao meio ambiente ecologicamentesaudável e equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial àqualidade de vida;
II – promover a educação ambientaldestacando as paisagens, ativos naturais e as condições desaneamento e controle de vetores;
III – fomentar parcerias e envolvimentodos diversos setores econômicos e sociais visando asustentabilidade;
IV – colaborar com órgãos oficiais nafiscalização e preservação dos recursos ambientais;
V – implantar sistema de gestão dasUnidades de Conservação Municipal – em especial do Parque SãoFrancisco de Assis, com apoio do Instituto Estadual deFlorestas – IEF, Instituto Chico Mendes de Conservação daBiodiversidade (ICMBio), Comitê de Bacia Hidrográfica do RioVerde;
VI – controlar o uso e coibir aocupação do solo nas áreas envolvendo fundos de vale, áreassujeitas à inundação, mananciais e matas ciliares, cabeceirasde drenagem e promover a sus desocupação e recuperação;
VII – orientar e controlar o manejo dosolo nas áreas onde são desenvolvidas as atividades dereflorestamentos, minerárias e industriais;
VIII – exigir os relatórios ambientaisdas empresas a serem instaladas no Município, nos termos daLegislação Federal, Estadual e Municipal, buscando reduzir apoluição e/ou alteração significativa do meio ambiente;
IX – exigir o controle e a redução de
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poluição das empresas já instaladas;X – manter articulação permanente com
os demais municípios da região e com o Estado, com vistas aracionalização da utilização dos recursos hídricos e dasbacias hidrográficas respeitadas as diretrizes estabelecidas;
XI – promover a proteção de todas asnascentes e cursos d’água, bem como das suas respectivasmargens, notadamente daqueles usados como fonte para oabastecimento de água da cidade;
XII – priorizar a recuperação doscorpos hídricos urbanos presentes no município, tais como oRio Verde, Palmela, Ribeirão do Santana, Ribeirão da Vargem edos Tachos, além de nascentes através da recuperação arbóreadas áreas de preservação permanente – APP, com destaque para aárea da Grota do Sion;
XIII – controle da captação de águasubterrânea para fins de abastecimento humano e/ou para outrasfinalidades, bem como utilização de fossas;
XIV – monitorar a qualidade da águautilizada para o abastecimento público do Município;
XV – implementar o controle do uso dedefensivos agrícolas no meio rural ou de qualquer elementocapaz de contaminar alimentos, água, ar e solo causando danosao meio ambiente e ao seu humano;
XVI – desenvolver atividades voltadaspara educação ambiental com a população vizinha aos cursosd’água e realizar o controle de novas ocupações em áreas depreservação permanente – APP;
XVII – efetivar controle sobre as áreasverdes públicas e privadas existentes e sobre aquelas a seremcriadas, de forma a garantir sua adequada manutenção epreservação, principalmente das praças, quadras e equipamentosde lazer;
XIII – realizar inventário daarborização urbana existente, em parceria com as universidadesda região, e estabelecer o manejo dessa vegetação e oenriquecimento da arborização, por meio da criação de umPrograma de Áreas Verdes Urbanas;
XIX – implantar ou fomentar a produçãode mudas nativas arbóreas e exóticas, em parceria com asuniversidades para recomposição de APP, áreas degradadas eenriquecimento da arborização urbana;
XX – monitorar passivos ambientais,
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garantindo o tratamento e estabelecendo medidas mitigadorase /ou compensatórias;
XXI – avaliar, controlar e recuperarpassivos ambientais existentes no município de Varginha;
XXII – incentivar a adoção de hábitos,costumes, posturas, práticas sociais e econômicas, que visem àvalorização, proteção, restauração e preservação do meioambiente;
XXIII – promover campanhas deconscientização sobre a importância de preservação do meioambiente, compartilhando as responsabilidades com a populaçãoe empresas do Município;
XXIV – formalizar parcerias de combatea incêndios junto ao Instituto Estadual de Florestas – IEF, àPolícia Militar e ao Corpo de Bombeiros, envolvendo ações deprevenção que deverão enfocar o meio rural e urbano;
XXV – acompanhar e exigir dasconcessionárias/permissionárias públicas o cumprimento dasresponsabilidades resultantes de suas intervenções no espaçourbano e rural do Município;
XXVI – controlar a proliferação deinsetos e animais sinantrópicos e ou peçonhentos, garantindo asegurança e saúde da população;
XXVII – incentivar à redução,reutilização, reciclagem e reaproveitamento de resíduos, comimplantação de coleta seletiva municipal, apoio a cooperativasde catadores e instalação de empresas que promovam areciclagem;
XXVIII – garantir o saneamento básico,incluindo a destinação final adequada dos resíduos sólidosurbanos e a erradicação de lixão;
XXIX – incentivar o estudo e a pesquisade tecnologias orientadas para o uso racional da energia e aproteção dos recursos ambientais;
XXX – garantir a produção e adivulgação do conhecimento sobre o meio ambiente, por meio desistema de informação integrado a uma Política Municipal deeducação ambiental;
XXXI – controlar e reduzir os níveis depoluição atmosférica, hídrica, sonora, visual, da contaminaçãodo solo e subsolo e da degradação em quaisquer de suas formas,considerandose os agentes causadores e as normas técnicasaplicáveis;
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XXXII – garantir a preservação dacobertura vegetal de interesse ambiental em áreasparticulares, por meio de mecanismos de compensação aosproprietários;
XXXIII – criar e utilizar instrumentoslegais que possibilitem o pagamento por serviços ambientaisprestados ou adoção diferenciada de sistemas construtivos maissustentáveis;
XXXIV – garantir a fiscalização efetivado órgão ambiental competente em relação as áreas verdes, domunicípio, ou seja, áreas de preservação permanente, Unidadesde Conservação, reserva legal e outras;
XXXV – criar indicadores relevantessobre o meio ambiente e desenvolvimento sustentável doMunicípio;
XXXVI – aplicar, no que couber e deforma articulada, as diretrizes contidas na LegislaçãoFederal, Estadual e Municipal e demais normas legaispertinentes, relacionadas à gestão e proteção ambiental,envolvendo as áreas verdes, os recursos hídricos, a qualidadeatmosférica, aspectos geotécnicos, saneamento básico, controlede vetores e poluição sonora;
XXXVII – buscar a articulação, em todosos níveis, das diversas Políticas Públicas de ProteçãoAmbiental;
XXXVIII – coibir a prática de crimesambientais e infrações administrativas com base na LegislaçãoFederal, Estadual e Municipal pertinente, tomando providênciascabíveis para sua apuração, fiscalização e penalização;
XXXIX – subordinar o parcelamento, aocupação e o uso do solo às diretrizes ambientais;
XL – promover e incentivar açõesambientalmente adequadas, tais como formação de telhado verdepara amenização do calor, aproveitamento de água de chuva,compostagem, hortas comunitárias e plantio de árvores, entreoutras;
XLI – utilizar energias alternativas, aexemplo de energia solar, em complemento da energia elétrica;
XLII – utilizar preferencialmente pisoecológico nos novos estacionamentos da cidade;
XLIII – garantir maior índice depermeabilidade do solo em áreas públicas e particulares;
XLV – dotar o Conselho Municipal de
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Desenvolvimento Ambiental – CODEMA – de estrutura capaz decumprir suas funções ao manifestarse sobre as questões queenvolvam matéria ambiental;
Parágrafo único. O Poder PúblicoMunicipal manterá, obrigatoriamente, um conselho municipal deproteção do meio ambiente CODEMA, órgão com a finalidade deproteger, conservar e melhorar o meio ambiente, de caráterautônomo, deliberativo, fiscalizador, composto porrepresentantes da comunidade civil organizada e pelo PoderPúblico Municipal.
Art. 28. Para garantir a implementaçãodas diretrizes ambientais, o Município deverá desenvolver oCódigo de Meio Ambiente no qual deverá constar as seguintesações:
I – conceituar, identificar eclassificar os espaços representativos do PatrimônioAmbiental, os quais deverão ter sua preservação, ocupação eutilização disciplinadas;
II – definir a estrutura do sistema demeio ambiente de Varginha, sua composição, objetivos eresponsabilidades;
III – determinar por meio de quaisinstrumentos se dará a aplicação da política ambiental doMunicípio, dentre eles Planejamento Ambiental, Sistema deInformação Ambiental, Compensação Ambiental, Estímulos eIncentivos à Preservação do Ambiente, Controle, Monitoramento,Licenciamento, Fiscalização e Educação Ambiental;
IV – definir os elementos para os quaisdeve haver prioridades, incluindo ações e normas do Municípiopara gestão, controle, uso, proteção, conservação, recuperaçãoe preservação, incluindo no mínimo recursos hídricos; fauna eflora; ambiente urbano; qualidade do ar; qualidade econservação do solo; poluição sonora, ruídos e vibrações;saneamento ambiental; eficiência energética; mudançasclimáticas;
V – valorizar o Patrimônio Ambientalcomo espaços diversificados na ocupação do território,constituindo elementos de fortalecimento das identidadescultural e natural;
VI – aplicar instrumentos urbanísticose tributários com vistas ao estímulo à proteção do patrimônio
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natural;VII – definir e tipificar as infrações
sobre o meio ambiente, bem como das penalidades a que estãosujeitos os infratores.
Art. 29. Os processos de Licenciamento,ambiental e urbanístico, em caráter Preventivo e Corretivo,devem ser um condicionante para a localização de atividadeseconômicas no Município.
Art. 30. A análise das Licenças deveser multidisciplinar e envolver todas as instâncias municipaisenvolvidas na instalação das atividades. Essa análise nãodeverá ser pontual e deve contemplar toda a região de inserçãoda atividade proposta.
Parágrafo único. O município podeconvênio entre o poder executivo e o Estado, através daSecretaria de Meio Ambiente e desenvolvimento sustentável,para licenciamento ambiental de empreendimentos compreendidoslistado na Deliberação Normativa 213/2107, integrando assim aoSIMMA Sistemas Municipais de Meio Ambiente de Minas Gerais.
Art. 31. Os processos de Licenciamentodevem ser revestidos de toda transparência e publicidade.
Art. 32. As bacias hidrográficas devemser incluídas entre as informações condicionantes para oPlanejamento Municipal.
Art. 33. Devem ser buscadas novastecnologias para a construção civil, para os sistemas dedistribuição de água, coleta de águas pluviais, coleta deesgotos, priorizando as matériasprimas e técnicas locais e,evitando os transportes de longa distância.
Art. 34. Os transportes de cargas,geradores de efluentes atmosféricos, consumidores decombustíveis não renováveis, devem ser evitados na áreaurbana, buscandose a complementaridade entre atividades e aracionalização de estocagem.
Art. 35. Deverão ser incentivadas aprodução e a utilização das formas de energia renováveis.
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Art. 36. O nível máximo de pressãoacústica permitido na área urbana deverá ser o adotado nalegislação federal. As atividades que ultrapassarem essesníveis deverão fazer o confinamento de suas fontes de emissãosonora.
Art. 37. O nível máximo de materialparticulado emitido por veículos é o permitido pelo CONTRAN. Amedição dos padrões será realizada nas inspeções regulares doórgão fiscalizador, no caso de ônibus e transporte escolar.
Art. 38. Um projeto contemplando aarborização em toda a cidade deve ser implementado, sendoconsiderados aspectos como o apoio à avifauna e à adoção deespécies nativas.
Art. 39. A arborização urbana doMunicípio somente poderá ser suprimida mediante autorizaçãomunicipal, emitida pela Secretaria de Meio Ambiente ou órgãocompetente.
Parágrafo único. Deve ser assegurado aconvivência harmoniosa da vegetação urbana com os diversosserviços de concessão pública, no que tange à segurança,continuidade e confiabilidade dos diversos sistemas, sejaatravés do plantio adequado ou da substituição de indivíduosarbóreos.
Art. 40. Deve ser buscado o resgate davisibilidade da hidrografia e da vegetação lindeira aos corposd’água, como elementos paisagísticos destinados à convivênciae ao lazer da população.
Art. 41. As áreas de preservaçãopermanente confinadas no tecido urbano deverão ter tratamentoespecial para que, mantendo suas qualidades, possam serinseridas no cotidiano da comunidade do entorno.
Art. 42. As edificações situadas emáreas de proteção ambiental deverão ser notificadas no sentidode terem qualquer expansão removida. No caso da notificaçãonão ser obedecida, essas edificações irregulares poderão serremovidas pelo poder público e os custos dessa operação serãocobrados dos responsáveis pela irregularidade.
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Art. 43. Deverá ser implementado umsistema eficaz e atualizado de fiscalização, junto com aequipe de fiscalização do município, que estabeleça critériospara instalação e controle das atividades que envolvamradioatividade ou emissão de ondas eletromagnéticas.
Art. 44. Manter atualizada a Legislação
Municipal para regulamentar as instalações de estação detelecomunicação, especificandose parâmetros para telefoniamóvel e fixa, rádio, TV, dentre outras.
CAPÍTULO VIDO SANEAMENTO BÁSICO
Art. 45. A Política Municipal deSaneamento Básico compreende os seguintes serviços, observadasas disposições da Lei Federal nº 11.455, de 8 de março de2007, regulamentada pelo Decreto nº 7.217, de 21 de junho de2010, e da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010,regulamentada pelo Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de2010:
I – abastecimento de água; II – esgotamento sanitário; III – limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos; IV – drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas. Art. 46. O Poder Público Municipal, em
atendimento ao disposto na legislação federal a que se refereo art. 45 e observadas às diretrizes previstas nesta Lei,deverá elaborar e implementar a política municipal desaneamento básico mediante:
I – implementação do Plano Municipal deSaneamento Básico e garantir sua atualização periódica;
II – instituição do Comitê Técnico deSaneamento Básico no âmbito do Conselho Municipal da Cidade(CONCIDADE) criado por esta Lei.
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Art. 47. A Política Municipal deSaneamento Ambiental tem por objetivos assegurar a proteção dasaúde da população e a salubridade do meio ambiente urbano erural, por meio do planejamento e da execução das ações, obrase serviços de saneamento que visem:
I – o abastecimento de água emquantidade suficiente para assegurar a higiene adequada e oconforto e com qualidade compatível com os padrões depotabilidade;
II – o controle do sistema de captação,tratamento e distribuição, que assegure a potabilidade da águadentro dos padrões exigidos pela organização mundial de saúde;
III – a coleta, tratamento e disposiçãoadequada dos esgotos sanitários;
IV – o manejo das águas pluviaisurbanas (drenagem urbana);
V – o sistema de coleta, tratamento edestinação de resíduos sólidos;
VI – o controle de vetorestransmissores e reservatórios de doenças.
Art. 48. Para a implantação dos
serviços estabelecidos neste Capítulo, o Poder ExecutivoMunicipal e/ou, a(s) sua(s) concessionária(s) destinarão, alémdos recursos orçamentários próprios, aqueles obtidos mediantefinanciamentos ou, ainda, aqueles obtidos mediante convênioscom entidades públicas ou privadas.
Art. 49. São diretrizes gerais da
Política Municipal de Saneamento Básico:
I – garantir o desenvolvimentosustentável;
II – universalizar o atendimento e oplanejamento de forma compatibilizada com a evolução dademanda;
III – ampliar o atendimento às regiõescarentes de infraestrutura;
IV – integrar os serviços de saneamentocom as demais funções essenciais de competência Municipal, demodo a assegurar prioridade para a segurança sanitária e obemestar ambiental da população urbana e rural, em especial
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com os programas de saúde e educação; V – articular o planejamento das ações
de saneamento e dos programas urbanísticos de interesse comum,de forma a assegurar a preservação dos mananciais, a produçãode água tratada, a interceptação e o tratamento dos esgotossanitários, a drenagem urbana, o controle de vetores e aadequada coleta e disposição final dos resíduos sólidos;
VI – buscar a permanente melhoria daqualidade e a máxima produtividade na prestação dos serviçosde saneamento básico, considerando as especificidades locais eas demandas da população;
VII – planejar e executar as obras e osserviços de saneamento ambiental, de acordo com as normasrelativas à proteção ao meio ambiente e à saúde pública,cabendo aos Órgãos e Entidades responsáveis o licenciamento, afiscalização e o controle dessas obras e serviços, nos termosde suas competências legais;
VIII – adotar indicadores e parâmetrossanitários, epidemiológicos e da qualidade de vida dapopulação como norteadores da Política Municipal de SaneamentoAmbiental;
IX – adotar medidas de educaçãoambiental e sanitária tendo como objetivos fundamentais:
a) controle e uso racional da água; b) monitoramento de estações de
tratamento de esgoto e de fossas; c) controle de doenças de veiculação
hídrica, de vetores e zoonoses.
X – promover nas ações estabelecidas aequidade social e territorial em relação ao acesso aosaneamento básico, com vistas a promover:
a) sustentabilidade ambiental, social eeconômica;
b) colaboração para o desenvolvimentourbano;
c) melhoria da qualidade de vida, dascondições ambientais e de saúde pública.
XI – assegurar o atendimento adequado àpopulação rural dispersa, inclusive mediante a utilização de
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soluções compatíveis com suas características econômicas esociais peculiares, com adoção de matriz tecnológica adequadaà realidade local, considerando as característicasgeográficas, econômicas e socioculturais do Município;
XII – manter atualizado o cadastro dossistemas de abastecimento de água, de esgotamento sanitário,de drenagem pluvial e de limpeza urbana, por meio de sistemasgeorreferenciados;
XIII – integrar o sistema deinformações georreferenciado sobre saneamento com o sistema deinformações sobre meio ambiente;
XIV – estabelecer mecanismos decontrole sobre a atuação de concessionários dos serviços desaneamento, de maneira a assegurar a adequada prestação dosserviços e o pleno exercício do poder concedente por parte doMunicípio;
XV – compatibilizar soluçõesalternativas de saneamento ambiental, considerando apermeabilidade do solo e suas características geológicas emtodo o Município, em especial nas áreas rurais;
XVI – valorizar o processo deplanejamento e decisão sobre medidas preventivas aocrescimento caótico de qualquer tipo, objetivando resolverproblemas de escassez de recursos hídricos, congestionamentofísico, dificuldade de drenagem e disposição de esgotos,poluição, enchentes, destruição de áreas verdes, assoreamentode rios, invasões e outras consequências.
Seção IDa Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas
Art. 50. O Sistema de Drenagem Pluvial
do Município de Varginha compreende os equipamentos e açõesrelativas à macro e micro drenagem e tem por objetivo, asolução dos problemas relacionados ao escoamento de águassuperficiais no Município.
§ 1º A rede de macrodrenagem destinasea promover o escoamento dos cursos d’água, evitando asenchentes nas áreas ocupadas.
§ 2º A rede de micro drenagem destinase à captação e escoamento das águas pluviais nas áreas deocupação urbana, conectandose à rede de macrodrenagem ou
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diretamente aos corpos hídricos receptores quando for o caso. § 3º O sistema de drenagem poderá ser
complementado por dispositivos de coleta e armazenamento, ouinfiltração de águas pluviais, fundamentados em tecnologiaadequada.
Art. 51. São diretrizes específicas doSistema de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbana:
I – garantir o equilíbrio entreabsorção, retenção e escoamento de águas pluviais;
II – implementar ações e recomendaçõesdo Plano de Saneamento Básico – PMSB;
III – estabelecer normas eprocedimentos relativos à manutenção da rede existente, emespecial no período anterior as chuvas;
IV – expandir a rede para as áreas deocupação urbana consolidada, onde inexista rede de microdrenagem, desligando todas as conexões existentes com redes deesgotamento sanitário, especialmente nas regiões com maioradensamento populacional e nas mais afastadas da regiãocentral;
V – promover a adequação das redesexistentes nos locais em que as mesmas se apresentemsaturadas;
VI – estabelecer, na lei deparcelamento e uso e ocupação do solo, taxas de permeabilidadepara disciplinar a ocupação dos lotes urbanos, visando mantera capacidade de infiltração natural de águas pluviais;
VII – instituir mecanismos de fomentopara usos do solo compatíveis com as áreas de interesse paradrenagem, como parques lineares e manutenção da vegetaçãonativa;
VIII – promover a adoção dealternativas de tratamento de fundos de vale com a mínimaintervenção no meio ambiente natural, com a finalidade desolucionar as questões inerentes ao risco geológico einundações;
IX – revitalizar os canais abertos egarantir a proteção das áreas de preservação permanente;
X – promover ações que evitem acanalização dos corpos hídricos existentes, implementandoações que visem a despoluição dos corpos hídricos urbanos,
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além do replantio de suas matas ciliares quando possível; XI – estabelecer medidas de controle
para o conjunto da Bacia disciplinando a ocupação dascabeceiras, fundos de vale e várzeas, com vistas à preservaçãoda vegetação existente;
XII – manter atualizado cadastro dasredes e instalações de drenagem em sistema georreferenciado,com destaque para os pontos de transbordamento em decorrênciade chuvas;
XIII – implantar processos delocalização de redes de esgoto sanitário, em cooperação com aConcessionária de esgotos sanitários, lançadas em redes dedrenagem pluvial, e viceversa, e a execução de adequações, afim de tornar independentes os sistemas de esgotamentosanitário e pluvial.
Seção II Do Abastecimento de Água
Art. 52. O Sistema de Abastecimento de
Água do Município de Varginha compreende a captação, oarmazenamento, o tratamento e a distribuição de água.
Art. 53. Devem ser implementadas asdiretrizes e ações previstas no Plano Municipal de Saneamento,garantindo o controle de qualidade da água distribuída pelaconcessionária, que deverá apresentar, anualmente, laudostécnicos que atestem a potabilidade da água de acordo com ospadrões da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Art. 54. São diretrizes específicas doSistema de Abastecimento de Água:
I – implementar ações e recomendaçõesdo Plano Municipal de Saneamento Básico;
II – gerenciar a concessão da prestaçãodos serviços, especialmente no que diz respeito aoplanejamento e ao estabelecimento de prioridades, garantindo ofornecimento de água em quantidade e qualidade de acordo comos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde OMS;
III – realizar planejamento estratégicopara a distribuição de água no município, contemplando o
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desenvolvimento do mesmo, com ações que impliquem em duplicara atual disponibilidade hídrica do município em até 05 (cinco)anos da promulgação da presente lei, tomado como base, açõesque incentivem a manutenção das nascentes existentes nomunicípio, o aproveitamento de fontes hídricas oriundas decaptações de água de chuva, além do incentivo ao reuso deágua, promovendo ações públicas de cunho preservacionista, bemcomo, ações mitigadoras de impactos ao meio ambiente;
IV – acompanhar e fiscalizar aprestação de serviços realizada pela concessionária;
V – garantir a proteção dos mananciaisexistentes no território municipal, em especial no RibeirãoSantana e Rio Verde;
VI – melhorar o controle e oconhecimento do regime de vazão das pequenas baciashidrográficas da região e subsidiar a quantificação dasreservas renováveis, que são a base para a gestão dos recursoshídricos;
VII – desestimular o consumo inadequadode água e instituir programas de restrição ao uso da águapotável a grandes consumidores que não demandem padrões depotabilidade na água a ser consumida;
VIII incentivar a prática de sistemasde reuso de água em condomínios verticais e horizontais e emempreendimentos industriais e comerciais;
IX – promover campanhas de incentivo àlimpeza de caixas d’água;
X – promover campanhas educativas quevisem contribuir para a redução e a racionalização do consumode água.
Seção III
Do Esgotamento Sanitário Art. 55. O Sistema de Esgotamento
Sanitário do Município de Varginha compreende a coleta e otratamento de esgotos nas áreas urbanizadas.
Art. 56. Devem ser implementadas asdiretrizes e ações previstas no Plano Municipal de Saneamentode forma a permitir:
I – o gerenciamento, fiscalização econtrole de qualidade do tratamento de esgoto promovido pela
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concessionária, que deverá apresentar laudos técnicos queatestem a qualidade do serviço, sempre que a administraçãopública demandar.
Art. 57. São diretrizes específicas doSistema de Esgotamento Sanitário:
I – implementar ações e recomendaçõesdo Plano Municipal de Saneamento Básico;
II – gerenciar a concessão da prestaçãodos serviços, de acordo com os padrões adequados, nas áreasurbanas, estabelecendo normas relativas ao planejamento eestabelecimento de prioridades;
III – assegurar a toda a população acoleta, interceptação, tratamento e disposição ambientalmenteadequados dos esgotos sanitários, principalmente nas áreasmais carentes e de fundo de vale;
IV – adequar o sistema de esgotamentosanitário do município, substituindo as fossas negras porfossas sépticas, ou fossas ecológicas, ou por uma rede decoleta de esgoto tendo como destino final uma Estação deTratamento de Esgoto, especialmente nas regiões que atualmentenão contam com rede de coleta e tratamento;
V – assegurar a justa distribuição etarifação dos serviços oferecidos pelo Município, diretamenteou por intermédio da concessionária dos serviços, considerandoas diferentes realidades socioeconômicas da população e ossistemas existentes;
VI – formular e implantar política decontrole de cargas difusas, particularmente daquelasoriginadas do lançamento de resíduos sólidos e de esgotosclandestinos domésticos e industriais nos corpos d’água;
VII – construir interceptores nosfundos de vale, evitando a contaminação dos corpos hídricospor esgoto sanitário, ou resíduos sólidos;
VIII – promover o controle e exigir otratamento dos efluentes gerados pelas indústrias eagroindústrias instaladas no Município de Varginha, visando oenquadramento do efluente a padrões de lançamento previamenteestabelecidos nas legislações estadual e federal;
IX – estabelecer programa deimplantação de sistemas alternativos de coleta, destinação etratamento de esgotos, principalmente em assentamentos
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isolados periféricos e na área rural, incluindo o uso dosistema de tanques sépticos para tratamento de rejeitosdomésticos, conforme padrões fixados pela AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas ABNT;
X – o Órgão Municipal de Meio Ambientedeverá controlar e fiscalizar os serviços de limpeza de fossasexistentes no município exigindo que o mesmo seja realizadopor empresas especializadas, devidamente licenciadas com acomprovação de disponibilidade de local apropriado paradestinação final desses efluentes;
XI – promover campanhas educativas coma população de Varginha com o intuito de aumentar a ligação àrede geral.
Seção IV
Da Limpeza Urbana Art. 58. O Sistema de Limpeza Pública
do Município de Varginha compreende a coleta de resíduosdomiciliares, a capina e a varrição dos espaços públicos, bemcomo a disposição de forma ambientalmente adequada dosresíduos sólidos coletados.
Art. 59. São diretrizes específicas doSistema de Limpeza Urbana:
I – efetivar o Plano Municipal deResíduos Sólidos, a partir das diretrizes do Plano Municipalde Saneamento Básico, incluindo os resíduos urbanos e rurais,provenientes do uso doméstico, da construção civil, dasatividades agropecuárias, do comércio, da indústria, deserviços de saúde e de logradouros públicos, observado odisposto na Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010;
II – prestar ou gerenciar a concessãoda prestação dos serviços, de acordo com os padrões adequados,nas áreas urbanas, estabelecendo normas relativas aoplanejamento e estabelecimento de prioridades;
III – expandir a implantação do sistemade coleta seletiva para todo o município, de acordo com aviabilidade, promovendo campanhas de esclarecimento público ea participação das comunidades no planejamento, implantação eoperação da coleta seletiva e redução de resíduos sólidos;
IV – ampliar as dependências e os
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recursos destinados à coleta seletiva no Município,incentivando a formação de cooperativas destinadas a esse fim,como possibilidade de geração de renda e de promoção dodesenvolvimento sustentável;
V – fixar metas e desenvolverprocedimentos de compostagem de resíduos sólidos orgânicos;
VI – promover a coleta seletivasolidária nos Órgãos Públicos, conforme Decreto Federal nº7.405, de 23 de dezembro de 2010;
VII – estimular a segregação integralde resíduos sólidos na fonte geradora e a gestão diferenciada,com destinação planejada e correta de cada tipo de material;
VIII – implantar Pontos de EntregaVoluntária PEV de resíduos reutilizáveis ou recicláveis;
IX – estimular a gestão compartilhada eo controle social dos serviços de limpeza pública, de acordocom as definições da Lei Federal n.º 12.305/10;
X – implementar a política de logísticareversa, por meio de ações compartilhadas, responsabilizandoas empresas fabricantes e/ou fornecedores pelo recolhimento edestinação final dos resíduos gerados;
XI – criar políticas específicas paracoleta e tratamento do lixo eletrônico;
XII – normatizar e fiscalizar adestinação final e o tratamento dos resíduos industriais;
XIII – incentivar a reciclagem doentulho da construção civil, adotando tecnologia adequada epossibilitando a redução de custos para os projetos dehabitação popular, dentre outros;
XIV – utilizar áreas degradadas, ou decaracterísticas naturais inadequadas para a urbanização comoáreas receptoras para a disposição de inertes (botaforas);
XV – coibir e fiscalizar a queima deresíduos sólidos;
XVI – coibir e fiscalizar o lançamentode qualquer lixo fora dos equipamentos destinados para estefim nos logradouros públicos do Município;
XVII – promover o gerenciamentoadequado dos resíduos de serviços de saúde, de modo a evitardanos à saúde e ao meio ambiente;
XVIII – melhorar, ampliar e fiscalizara Gestão dos Resíduos dos Serviços de Saúde – GRSS;
XIX – controlar a disposição inadequada
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de resíduos sólidos, por meio de ações de educação ambiental,da oferta de instalações para sua disposição adequada efiscalização efetiva;
XX – realizar controle efetivo dodescarte de resíduos sólidos em áreas de mananciais, comvistas a preservar a qualidade dos corpos d’água.
Art. 60. É vedado o depósito deresíduos sólidos, na forma de lixões a céu aberto, em todo oterritório municipal.
Art. 61. O Executivo Municipalpromoverá campanha visando à participação da comunidade nocombate e erradicação dos despejos indevidos e acúmulos delixo em terrenos baldios, logradouros públicos, rios, canais,vales e outros locais.
Seção VDo Controle de Vetores
Art. 62. O Sistema de Controle de
Vetores compreende a vigilância sanitária e epidemiológica,bem como o controle de vetores propriamente dito.
Parágrafo único. A gestão do sistema decontrole de vetores deve ter como premissa básica aarticulação das ações dos diversos órgãos afetos ao saneamentobásico.
Art. 63. São diretrizes específicas doSistema de Controle de Vetores:
I – executar os procedimentospreventivos, referentes à vigilância sanitária eepidemiológica recomendados pelo Ministério da Saúde;
II – promover o controle de vetores emtodo o Município de Varginha, visando à prevenção das zoonosese à melhoria da qualidade de vida;
III – implementar campanhas devacinação;
IV – promover ações educativas com acomunidade;
V – elaborar legislação sanitária;
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VI – estabelecer, na legislação acimareferida, infrações administrativas, com as respectivassanções, a serem aplicadas aos proprietários de lotes ouglebas vagas que forem identificados como focos geradores deinsalubridade, doenças e pestes urbanas;
VII – criar banco de dados municipalpara registro de ações, notificações, região de incidência ecasos registrados.
CAPÍTULO VIIDA MOBILIDADE URBANA
Art. 64. A Política Municipal deMobilidade Urbana compreende o conjunto organizado ecoordenado dos modos de transporte, de serviços e deinfraestruturas, que garantem os deslocamentos de pessoas ecargas no território do município de Varginha, observadas asdisposições da Lei Federal nº 12.587, de 03 de janeiro de2012.
Art. 65. A Mobilidade Urbana tem comoobjetivo geral qualificar a circulação e o transporte urbano,proporcionando os deslocamentos na cidade e atendendo àsdistintas necessidades da população, através das seguintesdiretrizes:
I – a priorização do transporte públicocoletivo, em detrimento do transporte individual, bem como otransporte urbano não poluente, principalmente o debicicletas, ampliando a malha viária existente, permitindo ainterligação do sistema urbano;
II – redução das distâncias apercorrer, dos tempos de viagem, dos custos operacionais, dasnecessidades de deslocamento, do consumo energético e doimpacto ambiental;
III – capacitação da malha viária, dossistemas de transporte, das tecnologias veiculares, dossistemas operacionais de tráfego e dos equipamentos de apoio incluindo a implantação de centros de transbordo e detransferência de cargas;
IV – garantia de acessibilidade
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universal nas edificações particulares e públicas; V – equidade no acesso ao transporte
público coletivo;VI – eficiência, eficácia e efetividade
na prestação dos serviços de transporte e na circulaçãourbana;
VII – segurança nos deslocamentos;VIII – justa distribuição dos
benefícios e ônus no uso dos diferentes modos;IX – equidade no uso do espaço público
de circulação, vias e logradouros.
Art. 66. O Poder Executivo Municipaldeverá elaborar o Plano de Mobilidade Urbana, observado odisposto na Lei Federal n.º 12.587, de 3 de janeiro de 2012:
§ 1º O Plano de Mobilidade Urbana seráorientado pelas seguintes diretrizes gerais, dentre outras:
I – reformular a atual estruturaviária, mediante interligações transversais que integrem osdiversos bairros do Município, de modo a favorecer o acesso àsprincipais áreas de adensamento populacional e aos polos deemprego;
II – promover melhorias no sistemaviário, de forma a eliminar os pontos de conflito e decongestionamento, além da identificação das vias com demandade pavimentação e drenagem;
III – reduzir o conflito entre otráfego de veículos motorizados, não motorizados e pedestres,competindo ao Poder Executivo Municipal agilizar a construçãodos passeios ou exigir que os proprietários dos terrenosurbanos promovam sua construção, a fim de que os pedestrespossam transitar com dignidade;
IV – promover diversificação da matrizmodal, sobretudo tipos de transporte coletivo;
V – promover a integração das diversasformas de deslocamento;
VI – abordar e apontar soluções para osproblemas relacionados ao transporte de cargas e logísticaurbana;
VII – estabelecer programa periódico demanutenção do sistema viário.
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§ 2º O Plano de Mobilidade Urbana seráelaborado conforme o Caderno de Referência para Elaboração dePlano de Mobilidade Urbana, da Secretaria Nacional deTransporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades.
§ 3º O Plano de Mobilidade Urbanadeverá considerar a ambiência dos bairros, de modo a evitarque o sistema viário proposto venha a constituirse embarreiras físicas.
Art. 67. São diretrizes dos sistemasviários, circulação viária e de transportes, com sua devidaclassificação:
I – apoiar a articulação da estruturaurbana, atendendo às necessidades cotidianas dos cidadãos comconforto, segurança e regularidade, em todas as suas formas emeios especialmente na região central e nos bairros com maioradensamento urbano, facilitando as relações de trocas entre osdiversos territórios urbanos;
II – garantir acessibilidade a todos,por meio do cumprimento das especificações da Norma NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços eequipamentos urbanos, da Associação Brasileira de NormasTécnicas – ABNT;
III – garantir o acesso universal portransporte coletivo a todos os bairros do Município, comprioridade para as áreas ocupadas por população de baixarenda, implementando um sistema integrado com tarifa única depassagem;
IV – promover a adequação e amanutenção dos pontos de embarque e desembarque depassageiros, ampliandoos conforme a demanda, atendendo àsespecificações da ABNT;
V – viabilizar alternativas demobilidade urbana e transporte sustentáveis, dando prioridadepara o transporte não poluente e não motorizados;
VI – desonerar a área central dotráfego de passagem intermunicipal e do trânsito de veículosde cargas, estudando possibilidade de novo contorno viário;
VII – viabilizar, em parceria com asdemais Esferas de Governo, acesso ao município de Varginhapelo município de Carmo da Cachoeira;
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VIII – disciplinar o transporte decargas em termos de rotas intraurbanas e horários de cargas edescargas;
XI – incentivar e fomentar rotasalternativas para o desenvolvimento econômico e turístico;
X – realizar manutenção periódica dapavimentação viária, especialmente na região central e nosbairros com maior adensamento urbano ou de maior intensidadede tráfego;
XI – regulamentar concessão/permissãoatravés de legislação específica para todas as alternativas detransporte municipal, tais como linhas de ônibus municipal,táxi e transporte escolar;
XII – reforçar a iluminação pública dasvias e praças, como garantia de acesso e segurança,principalmente aos pedestres e aos ciclistas;
XIII – regulamentar e implementarestacionamento rotativo para áreas com grande fluxo de veículoe pouca capacidade de estacionamento;
XIV – apoiar as iniciativas dereutilização do corredor composto pela linha férrea,considerando a sua importância da sua localização, valorhistórico e potencial turístico;
§ 1º As vias públicas, de acordo comsuas características físicas e funcionais, classificamse em:
I – vias de ligação regional: as viasde acesso e transposição do Município e de ligação entre asede e os distritos especiais, com controle de acesso por meiode interseções sinalizadas ou obras de arte especiais;
II – vias arteriais: as principais viasde ligação entre bairros e entre os bairros e o centro, sendopermitida a entrada de veículos nas vias apenas em locais bemsinalizados e o estacionamento em locais determinados de formaa favorecer a localização do comércio, serviços e outrasatividades;
III – vias coletoras: as viasauxiliares das vias arteriais, que cumprem o duplo papel decoletar e distribuir o tráfego local para as vias arteriais edessas para as vias locais, de forma a minimizar impactosnegativos nas áreas lindeiras, sendo permitido oestacionamento em locais determinados para favorecer a
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localização do comércio, serviços e outras atividades; IV – vias locais: as vias destinadas
predominantemente a promover o acesso imediato às unidades queabrigam atividades lindeiras, sendo permitido o estacionamentode veículos;
V – vias de pedestre: as viasdestinadas preferencialmente à circulação de pedestres emcondições especiais de conforto e segurança, sendo permitido otráfego eventual de veículos para acesso às unidadeslindeiras, para serviços públicos e privados e para segurançapública, enquadrandose nesta classificação os becos,passagens e vielas existentes, assim como a inserção deequipamentos que favoreçam a travessia de pedestres;
VI – ciclovias: as vias destinadas aouso exclusivo de bicicletas e veículos não motorizados,excluídos aqueles movidos por tração animal, com diferenciaçãode pisos para circulação de pedestres, não sendo permitido oestacionamento de veículos motorizados.
§ 2º A hierarquização do sistema viárioexistente, segundo a classificação contida neste artigo,deverá ser considerada no Plano de Mobilidade Urbana a serelaborado;
§ 3º Os parâmetros relativos àscaracterísticas viárias, fixados levandose em consideração oplanejamento de mobilidade viária e a necessidade de seuatendimento, estão estabelecidos no Anexo II – Quadro deCaracterísticas Geométricas das Vias;
§ 4º A emissão de diretrizes para oparcelamento, o uso e a ocupação do solo deverá seguir aclassificação viária definida neste artigo.
Art. 68. São diretrizes do Sistema de
Trânsito:
I – elaborar plano de ações preventivasà ocorrência de acidentes de trânsito, a partir da avaliaçãodas principais causas de acidentes, contemplando:
a) tratamento de interseçõesconflitantes e de pontos com alto índice de acidentes;
b) avaliação da necessidade deimplantação de passarelas elevadas ou passagens subterrâneas,
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para travessia de pedestres, em pontos de alto índice deatropelamentos;
c) medidas de fiscalização; d) aprimoramento da sinalização e
aumento da segurança, por meio da implantação de placas deorientação e localização;
e) realização de campanhas educativaspara incentivar o respeito às leis de trânsito.
II – implementar políticas de segurançado tráfego urbano;
III – incluir nas atividades domunicípio de Varginha, no período de 2017 a 2020, asdiretrizes do programa da ONU denominado Década de Ações paraa Segurança no Trânsito.
Art. 69. São diretrizes para aregulação e a fiscalização relacionadas ao sistema demobilidade:
I – reestruturar o Órgão de Trânsito,aprimorandoo para a execução das funções de planejamento egestão do tráfego e do transporte;
II – promover maior participação dapopulação nas decisões relacionadas ao sistema de mobilidadedo Município, por meio do Conselho Municipal de Transporte eTrânsito;
III – manter o Fundo Municipal deTransporte e Trânsito – FMTT.
Art. 70. Os transportes ferroviáriosdevem ser incentivados, não só para o transporte de cargas,mas também de passageiros, podendo vir a integrar circuitosturísticos ligando outras cidades da região.
Art. 71. O Poder Executivo Municipaldeverá incentivar o desenvolvimento do Aeroporto MajorBrigadeiro Trompowsky/SBVG como porta de entrada para o Sul deMinas, considerando as diretrizes estabelecidas pelo PlanoDiretor – PDIR Aeródromo de Varginha – SBVG, elaborado em2017.
Parágrafo único. A aprovação de novasedificações fica condicionada ao atendimento da Lei Municipal
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nº 6.187 de 06 de maio de 2016, respeitando o zoneamento e asrestrições estabelecidas no Plano Diretor Aeroportuário, comobservância do cone de aproximação do Aeroporto e Área deSegurança Aeroportuária – ASA.
CAPÍTULO VIIIDO DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Art. 72. As políticas sociaisfundamentamse nas seguintes premissas:
I – o ambiente urbano é espaço no qualas identidades, práticas e manifestações culturais são criadase contestadas, pois nele se abrigam os atos de resistência ede dominação, conflitos, memórias e mudanças que, refletidasnesse Território, expressam as contradições sociais existentese indicam como se configuram as instâncias decisórias, sociaise políticas do Município;
II – a garantia dos direitos sociais éexpressa no Território através da oferta, em igualdade decondições, dos bens e serviços aos quais têm direito todos oscidadãos: habitação, educação, saúde, assistência social,abastecimento alimentar, segurança pública, trabalho, empregoe renda, cultura, esporte e lazer; e
III – a segregação espacial, adeficiência da estrutura viária e estrutura física inadequadados equipamentos e de seu entorno dificultam o ingresso aosdireitos sociais e à vida digna, e criam sérios impedimentosao exercício de todos os direitos humanos e fundamentais.
Art. 73. O desenvolvimento das
Políticas Sociais no espaço urbano deverá ser organizado deforma a alcançar os seguintes objetivos:
I – integrarse de forma continuada eplanejada com as diversas Políticas Sociais;
II – reduzir os custos dos serviçosofertados através da utilização de espaços, estrutura física,equipamentos, e cadastros de usuários de forma associada àsdiversas Secretarias;
III – democratizar os acessos aos
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serviços públicos com a otimização da estrutura físicaexistente.
Art. 74. As Secretarias ligadas às
Políticas Sociais, deverão manter permanente integração com oPlanejamento Urbano Municipal, orientando sua organizaçãoestrutural e física, para o alcance dos seguintes objetivosgerais e diretrizes:
I – avaliação preventiva e permanenteda estrutura básica dos equipamentos públicos existentes;
II – análise da demanda por novosequipamentos públicos, buscando sua otimização paraatendimento das diversas Políticas Públicas;
III – orientação ao planejamento urbanona adequação dos prédios e equipamentos públicos, contribuindopara a elaboração de normas de acessibilidade, e minimizandoos impactos urbanísticos existentes no entorno, especialmenteaqueles relacionados à mobilidade e identidade visual, dentreoutros, conforme necessidades apontadas em cada localidade.
Art. 75. As Políticas Sociaiscompreendem, entre outras, as seguintes políticas específicas:
I – Política Municipal de Educação; II – Política Municipal de Saúde; III – Política Municipal Assistência
Social; IV – Política Municipal de Cultura e
Turismo; V – Política Municipal de Esporte e
Lazer; VI – Política Municipal de Habitação e
Regularização Fundiária.
Art. 76. São diretrizes gerais para asPolíticas Sociais e ações a serem estabelecidas para odesenvolvimento Social:
I – promover estudos e pesquisas paradeterminação dos fatores que geram as situações de carência noMunicípio, no formato dos planos setoriais com revisãoperiódica;
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II – universalizar o atendimento,melhorar a qualidade dos equipamentos e a sua acessibilidade;
III – efetivar uma política deDesenvolvimento Social;
IV – desenvolver e incentivar aparticipação de entidades da comunidade organizada visando suaautonomia na definição de prioridades, programação deatividades e busca de solução para os problemas inerentes àsua realidade;
V – organizar sistema de informação ecomunicação visando a conscientização dos direitos sociais docidadão;
VI – efetivar uma Política Progressivade Atendimento Integral à criança e ao adolescente, asmulheres, aos idosos, pessoas com deficiência e a população emcondições de vulnerabilidade;
VII – definir uma conduta deatendimento ao migrante, envolvendo o Estado e a União empolíticas de apoio ou contenção desse processo.
Seção IDa Educação
Art. 77. São diretrizes para asPolíticas e ações a serem desenvolvidas para a educação, queinterferem no planejamento e no desenvolvimento urbano:
I – atualizar o Plano Municipal deEducação em sintonia com os planos estadual e federal;
II – assegurar a Educação como direitode todos e dever do Estado e da família, preparando oindivíduo para o pleno exercício da cidadania e a suaqualificação para trabalho;
III – objetivar o desenvolvimentointegral da população, pautado nos ideais de liberdade,solidariedade e igualdade social, com o domínio doconhecimento científico e respeito à natureza, para que ele setorne agente ativo no seio de uma sociedade democrática;
IV – manter e implantar as diretrizesdo Plano Municipal de Educação, de duração plurianual, visandoa articulação do ensino em seus diversos níveis em consonânciacom os planos nacional e estadual de educação;
V – preservar os valores educacionais
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regionais e locais;VI – otimizar a oferta da Rede Pública
de Ensino, priorizando a Educação Infantil e os anos iniciaisdo ensino fundamental gratuito;
VII – ampliar gradativamente o númerode vagas nas creches e préescolas para atender a demanda daeducação infantil, com vistas a assegurar a gradativauniversalização do atendimento;
VIII – desenvolver estratégias paragarantir a permanência e sucesso do aluno na escola;
IX – viabilizar, de forma gradativa, apermanência dos alunos em tempo integral nas escolas;
X – promover a elevação do padrão dequalidade do ensino na rede pública municipal;
XI – elevar o padrão gerencial dosistema escolar, com base na gestão democrática do ensinopúblico;
XII – criar um banco de dadoseducacional, proporcionando sistemática de análise,armazenagem e divulgação de dados do seu sistema educacional,como oferta e demanda por vagas nas instituições públicas deensino;
XIII – tornar as escolas maiores polosdinamizadores do processo educativo na comunidade;
XIV – elaborar propostas pedagógicasalternativas para educação na área de Promoção Humana eEducação inclusiva;
XV – elaborar programa de valorizaçãodo trabalhador em educação, viabilizando o seu contínuoaperfeiçoamento;
XVI – adotar gradativamente medidaspara garantir que os imóveis onde funcionam as instituições deensino estejam em conformidade com os padrões deinfraestrutura estabelecidos pela Lei Federal nº 10.098, de 19de dezembro de 2000 – Lei de Acessibilidade;
XVII – promover a estruturação dotransporte escolar na zona rural, integrandoo a um programade reorientação e redimensionamento da rede física rural;
XVIII – realizar fiscalização evistorias periódicas ao serviço prestado de Transporte Escolarde forma que este atenda às exigências legais em relação àqualidade do serviço ofertado;
XIX – integrar em nível de
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Planejamento: saúde, trânsito, trabalho, esporte, cultura emeio ambiente;
XX – incentivar e apoiar a pesquisavoltada para o desenvolvimento educacional;
XXI – investir em parcerias comempresas privadas para aproximar a escola do mundo dotrabalho, na forma de estágio, menor aprendiz, entre outros;
XXII – firmar parcerias e convêniospara possibilitar ao cidadão privado de liberdade, apossibilidade de estudo previsto na legislação, inclusive, coma cessão de servidores para tal finalidade e disponibilizaçãode vagas em cursos de capacitação;
XXIII – incentivar as parcerias comempresários, agricultores, sindicatos, associaçõescomunitárias a participar da gestão e melhoria da educação;
XXIV – apoiar e incentivar faculdades einstitutos de ensino superior e pósgraduação, consolidando operfil do Município como referência de Educação Superior naregião;
XXV – promover os princípios derespeito aos direitos humanos e a sustentabilidadesocioambiental;
XXVI – apoiar e manter o ConselhoMunicipal de Educação e os Conselhos de Controle Socialrelacionados à Educação.
Seção IIDa Saúde
Art. 78. São diretrizes para aspolíticas e ações a serem estabelecidas para a saúde, emconsonância com o planejamento e o desenvolvimento urbano.
I – atualizar o Plano Municipal deSaúde em sintonia com os planos estadual e federal;
II – assegurar a saúde como direito detodos os munícipes e dever do Poder Público, mediantepolíticas sociais que visem a eliminação do risco de doença ede outros agravos e o acesso universal e igualitário às açõese aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação;
III – assegurar a implantação dospressupostos do Sistema Único de Saúde, mediante oestabelecimento de condições urbanísticas que propiciem a
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descentralização, a hierarquização e a regionalização dosserviços que o compõem;
IV – garantir a plenitude dos eixos doSistema Único de Saúde – SUS: Universalidade, Integralidade,Equidade, Descentralização e Participação Social;
V – proporcionar acesso de toda apopulação aos serviços de saúde pública, mediante a oferta dosserviços de saúde de acordo com os parâmetros de atendimentosda OMS, de forma descentralizada no território;
VI – estruturar diversos níveis deassistência à saúde, priorizando a medicina preventiva e ascampanhas de higiene e educação sanitária, e promover, noâmbito do sistema de saúde, políticas efetivas de PlanejamentoFamiliar;
VII – apoiar e incentivar a atenção àsaúde bucal e de assistência odontológica desenvolvida pelaatenção primária no Município;
VIII – garantir a melhoria da qualidadedos serviços prestados e o seu acesso à população;
IX – desenvolver programas de carátereducativo que contribuam para a elevação da consciênciasanitária das pessoas e grupos organizados da sociedade,garantindo sua efetiva participação nas ações de promoção asaúde;
X – desenvolver estudos e pesquisaspara a elaboração do perfil epidemiológico do Município,visando a implantação do Modelo Assistencial mais adequadopara o município;
XI – promover a distribuição espacialde recursos, serviços e ações, conforme critérios decontingente populacional, demanda, necessidade eacessibilidade, definidos a partir de estudos de território,perfil epidemiológico e demográfico, grau de riscos evulnerabilidade;
XII – estimular a reciclagemprofissional e treinamento de todos os profissionais que atuamna área de saúde;
XIII – garantir a participação earticulação efetiva dos técnicos da saúde, saneamento básico emeio ambiente;
XIV – promover a racionalização e aqualificação da rede física e dos diferentes serviços,aperfeiçoando o atendimento de urgência;
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XV – promover a integração docenteassistencial entre as diversas instituições públicas eprivadas, dentro e fora do Município;
XVI – apoiar, viabilizar e implementaras propostas aprovadas no Conselho Municipal de Saúde e naConferência Municipal de Saúde;
XVII – revisar convênio regional eparticipação no Consórcio Interestadual de Saúde daMacrorregião do Sul de Minas – CISSUL, visando adequação dacapacidade de atendimento regional, perfil dos atendimentos darede de urgência e emergência e do SAMU;
XVIII – implantar sistema informatizadoe via telefone de marcação de consultas;
XIX – manter e ampliar convênio cominstituições de ensino para formação profissional deestudantes da área da saúde.
Seção IIIDa Assistência Social
Art. 79. A Assistência Social épolítica de seguridade social não contributiva, que provê osmínimos sociais e que se realiza por meio de um conjuntointegrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, paragarantir o atendimento às necessidades básicas da população,visando ao enfrentamento da pobreza, o provimento de condiçõespara atender contingências sociais e a universalização dosdireitos sociais.
Art. 80. São diretrizes da PolíticaMunicipal de Assistência Social, que interferem noplanejamento e no desenvolvimento urbano:
I – assegurar que a Política deAssistência Social seja desenvolvida sob a ótica do SistemaÚnico de Assistência Social – SUAS, conforme preconiza alegislação vigente, potencializando as ações de proteçãosocial básica e especial, garantindo o desenvolvimento deserviços de ação continuada tendo como centralidade amatricialidade das ações cujo foco prioritário é a família;
II – apoiar e qualificar a rede deatendimento municipal de Assistência Social, considerando aPolítica Nacional de Assistência Social – PNAS e o SistemaÚnico de Assistência Social – SUAS;
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III – implantar as diretrizes e açõesestratégicas do Plano Municipal de Assistência Social, deduração plurianual;
IV – incrementar os programas eprojetos em articulação com os diversos Órgãos PúblicosMunicipais com os Poderes Públicos Federal e Estadual ou comEntidades da Sociedade Civil, para implantação de açõesconjuntas com vistas à organização da rede de serviço público;
V – prestar proteção social visando agarantia da vida, a redução de danos e a prevenção daincidência de riscos, por meio do desenvolvimento depotencialidades e aquisições e o fortalecimento de vínculosfamiliares e comunitários;
VI – implementar a vigilância sócioassistencial, analisando territorialmente a capacidadeprotetiva das famílias e suas vulnerabilidades, riscos eameaças, assim como consolidar as informações relativas aotipo, volume e padrões de qualidade dos serviços ofertadospela rede sócio assistencial;
VII – atuar no enfrentamento da pobrezade forma integrada às políticas setoriais, garantindoprovisões sócio assistenciais, serviços, programas, projetos ebenefícios necessários à garantia dos direitos sociais;
VIII – valorizar o Centro de ReferênciaEspecializado da Assistência Social – CREAS e os Centros deReferência da Assistência Social – CRAS, viabilizando amelhoria da qualidade do atendimento, buscando as famíliasbeneficiadas com o fim de executar as ações de proteção básicapara o universo total das famílias cadastradas no CADÚNICO –Programa Bolsa Família – nas áreas de maior vulnerabilidadesocial do Município;
IX – investir na estrutura física darede de atendimento sócio assistencial;
X – incrementar os programas e osprojetos de promoção da inclusão produtiva, buscando autonomiados cidadãos e geração de emprego e renda;
XI – fortalecer a Política Municipalpara a população em situação de rua e a atenção ao migrante;
XII – aperfeiçoar a política desegurança alimentar e nutricional sustentável como estratégiaintegrada às demais políticas e a adoção de estilo de vidasaudável e acesso à alimentação como direito;
XIII – implantar mecanismos e política
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de gestão de dados e informações dos usuários;XIV – investir em programas de
qualificação da equipe técnica e na gestão de recursoshumanos;
XV – redefinir a relação com asentidades não governamentais conveniadas;
XVI – dimensionar as propostasorçamentárias da Assistência Social de acordo com o PlanoMunicipal de Assistência Social;
XVII – valorizar as instâncias departicipação e controle da sociedade civil, bem como daspolíticas e ações desenvolvidas no campo da assistênciasocial, como: Conselhos Municipais, Conselho Tutelar, Fórunsde Defesa de Direitos e demais organizações relacionadas àluta pela melhoria da qualidade de vida, e observando asdiretrizes das Conferências Municipais de cada setor;
XVIII – incentivar e apoiar a criaçãode associações comunitárias com sedes adequadas, e corroborarcom o funcionamento das já existentes.
Seção IVDa Cultura e Turismo
Art. 81. A Política Municipal deCultura e Patrimônio Histórico será gerida e fomentada peloórgão responsável pelo setor cultural dentro da PrefeituraMunicipal de Varginha.
Art. 82. A Política Municipal deCultura será subsidiada pelos critérios exigidos na legislaçãovigente e deverá contemplar os princípios expressos napolítica nacional e estadual de cultura atendendo às seguintesdiretrizes:
I – valorizar, proteger e conservar oPatrimônio Cultural de Varginha, constituído por seupatrimônio histórico material e imaterial;
II manter atualizada as leis deproteção ao Patrimônio Cultural;
III – implementar espaços paramanifestações culturais e de múltiplo uso associados àspraças, áreas de lazer e próprios municipais;
IV – incentivar a realização deeventos, de caráter cultural, associados à promoção da cidade
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e ao desenvolvimento econômico do Município;V – implementar programas de
conscientização para preservação do Patrimônio CulturalAmbiental;
VI – estimular e divulgar a produçãocultural tradicional, introduzindo conteúdos de valorização dopatrimônio cultural e promovendo a inserção da história domunicípio nos currículos das escolas municipais;
VII – apoiar as iniciativas culturaisdas escolas e centros comunitários;
VIII – buscar parcerias para arestauração e conservação do patrimônio cultural;
IX – ampliar a participação dainiciativa privada na realização da produção cultural;
X – elaborar, implantar e gerir o PlanoMunicipal de Cultura como instrumento indutor dodesenvolvimento de políticas de preservação e viabilização dasprincipais formas de manifestação presentes em Varginha,visando o incremento, a ordenação e o desenvolvimento daatividade cultural local e regional;
XI – rever e ampliar a utilização dopotencial cultural e de turismo do Município;
XII – manter inventários e registrosatualizados para critério Patrimônio Cultural e Meio Ambiente,do repasse de ICMS;
XIII – apoiar levantamento e inventáriode fazendas cafeeiras existentes na Zona Rural;
XIV – estimular, apoiar e divulgar aprodução cultural ligada ao café;
XV – apoiar e incentivar a prática daFolia de Reis como importante Patrimônio Cultural da Cidade;
XVI – incluir a Folia de Reis nasatividades de Educação Patrimonial;
XVII – apoiar todas as iniciativas quecontemplem o Cine Rio Branco, a sua promoção, visibilidade,conservação e possível restauração;
XVIII – fortalecer as instituições deproteção ao patrimônio cultural existentes no Município,incrementando o corpo técnico e a cooperação entrepesquisadores responsáveis pelas instituições;
XIX – definir diretrizes de proteçãointegrada de edificações importantes para os valores ereconhecimento histórico dos cidadãos;
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XX – instituir políticas de proteçãopara bens imóveis de propriedade privada, como o instrumentode Transferência do Direito de Construir (TDC);
XXI – incentivar a criação de cursospara preparar profissionais especializados nas áreas decultura e turismo;
XXII – ampliar convênios e termos decooperação, bem como outras formas de parceria e fomento apesquisas a fim de subsidiar o desenvolvimento sustentável eintegrado entre cultura, turismo e economia;
XXIII – dotar o Conselho Municipal deCultura e Patrimônio Histórico de estrutura capaz de cumprirsuas funções nas manifestações sobre as questões que envolvammatéria de cultura e patrimônio histórico.
Art. 83. A Política Municipal deTurismo deve atender às seguintes diretrizes:
I – manter atualizado o Plano Municipalde Turismo e seu Plano de Ação;
II – promover o Programa deRegionalização do Turismo da Secretaria Estadual de Turismo,enquanto parte integrante do Circuito Turístico Vale Verde eQuedas D’Água;
III – desenvolver vocação turística domunicípio, enquanto destino cultural, ecológico e rural;
IV – associar turismo e preservação afim de potencializar a promoção do patrimônio local. Opatrimônio cultural agrega valor à prática do turismo e, apreocupação com o desenvolvimento turístico, incentiva àidentificação e preservação da riqueza cultural do Município;
V – potencializar o turismo semcaricaturar o incidente Ufológico, tirando partido do mesmopor meio de ações de marketing e propaganda;
VI – atrelar novas construções oumonumentos, relativos ao incidente ufológico, à justificativastécnicas aprovadas pelos órgãos responsáveis pela gestão dopatrimônio e turismo municipais;
VII – manter e apoiar o ConselhoMunicipal de Turismo – COMTUR;
VIII – manter e desenvolver o FundoMunicipal de Turismo – FUMTUR.
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Seção VDo Esporte e do Lazer
Art. 84. São diretrizes da PolíticaMunicipal de Esporte e Lazer:
I – incentivar a prática de esportescomo meio de desenvolvimento pessoal e social;
II – envolver a comunidade na definiçãoda política de esporte e lazer do Município;
III – proporcionar equipamentos derecreação, lazer e serviços públicos nas praças, quadras eoutros espaços públicos, especialmente nas regiões de maioradensamento e nas mais afastadas da região central;
IV – Promover a utilização das praças eequipandoos adequadamente, especialmente nas regiões de maioradensamento e nas mais afastadas da região central;
V – requalificar os equipamentos delazer existentes com pintura, iluminação pública, mobiliáriourbano adequado;
VI – priorizar a implantação deequipamentos públicos voltados para crianças;
VII – manter estrutura adequada paravisitação pública e realização de programas de educacionaisnos parques municipais;
VIII – proporcionar estrutura adequadade esporte e lazer que atenda aos munícipes nas instalações daSecretaria de Esporte e Lazer (SEMEL) e do Centro de IniciaçãoEsportiva (CIE);
IX – apoiar a realização de eventosesportivos e o uso pela população no Estádio MunicipalPrefeito Dilzon Luiz de Melo;
X – promover a distribuição espacial derecursos, serviços e equipamentos, segundo critérios decontingente populacional;
XI – ampliar ou implementar os ginásiosesportivos com a finalidade de promover o esporte de autorendimento;
XII – implementar programas queviabilizem a prática do esportelazer comunitário, o esporteeducação e o esporte auto rendimento;
XIII – implementar a prática do esporteamador;
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XIV – incentivar o empresariado local ainvestir na promoção do esporte e lazer;
XV – construir um centro de convenções.
Seção VIDa Segurança
Art. 85. São objetivos da política desegurança municipal:
I – apoiar as atividades de segurançaque visem preservar a integridade física e patrimonial doscidadãos de forma integrada com a União, o Estado e asociedade civil;
II – estabelecer políticas públicas desegurança e vigilância de forma integrada com outros setoresda esfera municipal, incluindose o Executivo Municipal, paraa prevenção da violência e da criminalidade, agregado tambémcomo fator social;
III – estimular o envolvimento dascomunidades nas questões relativas à segurança pública noMunicípio, através de ações coletivas e de ampla divulgação,como Audiências Públicas, Conferências, Seminários, Palestras,Ações Coletivas, em parceria com a Sociedade Civil Organizadae os Órgãos de Segurança Pública;
IV – instituir e priorizar o PlanoMunicipal de Segurança Pública e Defesa Social, estabelecendocompromissos, desafios e ações.
Art. 86. São diretrizes da política desegurança municipal:
I – elaborar o plano municipal desegurança pública;
II – implementar no âmbito municipal,respeitados os limites de sua competência e buscando a atuaçãointegrada dos sistemas e programas dos demais entes federados,um Sistema de Segurança Pública e Defesa Social;
III – apoiar, incentivar e consolidaras ações propostas ou desenvolvidas como iniciativas do tipo:Disque Denúncia, Ações Preventivas, Projetos de Cidadania,Rede Vizinhos, Curso Polícia Comunitária, Ação CívicoSocial eEducação Ambiental;
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IV – promover a aproximação entre osagentes de segurança pública do município e a comunidade,mediante a descentralização dos serviços de segurança, emações coletivas e/ou individuais, de cunho preventivo,informativo e social;
V – executar planejamento estratégicopara controle e redução da violência local, por meio de açõesmúltiplas e coletivas, do Sistema de Segurança Pública eDefesa Social, em trabalho conjunto com outros setores doExecutivo Municipal;
VI – manter a Guarda Municipal, paraatuar na segurança comunitária em parceria com as PolíciasCivil e Militar de Minas Gerais;
VII – priorizar e desenvolver projetosintersetoriais, no âmbito socioeducativo, com a interlocuçãode Secretarias Municipais e segmentos afins, voltados paraadolescentes e jovens, em condições de vulnerabilidade e riscosocial;
VIII – promover a integração ecoordenação das ações específicas de segurança com as questõesde trânsito, transporte, mobilidade urbana e Defesa Civil nomunicípio;
IX – priorizar e apoiar as políticaspúblicas preventivas: violência doméstica; adolescente autorde ato infracional; uso e abuso de drogas; abuso sexualinfantil; negligência e violência contra idoso; população derua (morador de rua); violência infantoJuvenil nas escolas;medição de conflitos e reinserção de egresso do sistemaprisional;
X – apoiar as ações da Polícia Civil deMinas Gerais, Polícia Militar de Minas Gerais, PolíciaAmbiental de Minas Gerais e Bombeiro Militar, no município deVarginha;
XI – estabelecer programa de prevençãoe combate a incêndios nas áreas de vegetação;
XII – incrementar, incentivar epromover a Defesa Civil;
XIII – incluir na programação da DefesaCivil as áreas de risco geológico e aquelas sujeitas aenchentes, objetivando o estabelecimento de medidaspreventivas e corretivas;
XIV – garantir que os projetosurbanísticos sejam concebidos de forma a minimizar os
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problemas de segurança no Município.
Seção VIIDa Habitação
Art. 87. São objetivos da Política daMunicipal de Habitação:
I – reduzir o déficit de moradiasdignas e adequadas;
II – melhorar as condições de vida edas habitações da população carente, inibindo a ocupaçãodesordenada e em áreas de risco geológico ou natural eoferecendo alternativas acessíveis, que garantam o atendimentodas funções sociais da cidade e da propriedade;
III – buscar a cooperação da iniciativaprivada e ainda recursos, financiamentos, convênios e inserçãoem programas federais e/ou estaduais;
IV – elaborar o Plano Local deHabitação de Interesse Social (PLHIS) no prazo máximo de 2(dois) anos da promulgação da presente lei;
V – o plano local de habitação deinteresse social, deverá ainda prever a fomentação do fundomunicipal de habitação, com dotação orçamentária própria, que,entre outras questões, deverá gerir recursos para as ações deregularização fundiária de propriedades consideradasprioritárias; dentre outras ações estabelecidas em legislaçãoespecífica.
Art. 88. São diretrizes para asPolíticas e Ações a serem estabelecidas para a habitação:
I – priorizar o desenvolvimentohabitacional de lotes urbanizados e vazios urbanos servidospor transporte coletivo;
II – identificar manchas adequadas àocupação levando em conta fatores como incidência de elementosgeradores de restrições à ocupação, custo da terra, acesso ainfraestrutura e facilidade de integração à malha urbana;
III – estimular e assistirtecnicamente, projetos comunitários e associativos deconstrução de habitação e serviços;
IV – priorizar a ocupação nos
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loteamentos existentes;V – incentivar a formação de
cooperativas habitacionais e programas associados às empresasutilizadoras de mãodeobra;
VI – implementar projetos habitacionaispara a população de baixa renda e incentivar a iniciativaprivada a realizálo conforme o estabelecido na legislaçãomunicipal;
VII – implementar programas deassistência técnica gratuita e autoconstrução;
VIII – disciplinar o adensamento porverticalização restringindoo a áreas com capacidade deinfraestrutura e condições topográficas adequadas;
IX – implementar e regulamentar a leigeral que estabeleça os critérios mínimos para concessão doauxílio moradia, pelo Poder Executivo, e os procedimentos parao seu repasse e fiscalização;
X – assegurar mecanismos, de aporte depessoal e financeiros, para o funcionamento da PolíticaHabitacional do Município;
XI – dentro de um quadro de justiçasocial, urbanizar, regularizar e titularizar as áreas ocupadaspor população de baixa renda, passível de urbanização;
XII – promover ações de prevenção àformação de novos assentamentos precários, articulada àpolítica habitacional municipal;
XIII – atualizar o cadastroimobiliário, a fim de identificar áreas de ocupação irregulare estruturar a equipe de fiscalização municipal;
XVI – efetivar a fiscalização deparcelamentos e obras em todo território municipal, inclusivedentro dos parcelamentos onde incide a concessão de direito deuso;
XV – promover habitação de InteresseSocial de forma pulverizada a fim de evitar formação degrandes bolsões de pobreza sem infraestrutura adequada demoradia digna;
XVI – prever áreas e regulamentação dosinstrumentos urbanísticos que estimulem o parcelamento, uso eocupação do solo e a garantia da função social da propriedadedentro do perímetro urbano;
XVII – garantir, no caso dereassentamentos, que sejam executados:
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a) em terrenos na própria área;b) em terrenos próximos a área, ou;c) em locais já dotados de
infraestrutura e transporte coletivo, em zonas de adensamentopreferencial ou zonas de habitação de interesse social.
XVIII – proporcionar através da DefesaCivil apoio técnico à localização de habitações rurais, demodo a evitar áreas de risco de inundações, deslizamentos eproblemas de insalubridade como os gerados por ascensão dolençol freático;
XIX – avaliar, a cada novoempreendimento de habitação de interesse social a oferta deserviços públicos necessários ao atendimento da população dofuturo empreendimento, e no caso da oferta se mostrarinsuficiente, a área de planejamento do município determinaraos órgãos públicos competentes ou ao empreendedor, a títulode contrapartida a melhoria dos equipamentos públicosexistentes, ou a construção de novos equipamentos paraatendimento da demanda local a ser gerada pelo novoempreendimento;
XX – arregimentar investimentos juntoaos Governos, Federal e Estadual, para promoção de urbanizaçãonecessária para regularização fundiária de interesse social emparcelamento consolidados;
XXI – garantir moradias de qualidade,implantando projetos que respeitem a diversidade social e ascaracterísticas locais;
XXII – criar o Conselho Gestor do FundoMunicipal de Habitação de Interesse Social – FMHIS.
Art. 89. A Arquitetura e EngenhariaPública deverão compor as modalidades de atuação municipalquanto à produção de moradias e espaços públicos.
Parágrafo único. O código de obras e aLei de Uso Ocupação e Parcelamento do solo deverão estabeleceros parâmetros de construção no Município.
Art. 90. Deverão ser remediadas,através de programas de qualificação urbana, as condições demonotonia dos conjuntos edificados.
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Art. 91. Em caso de reassentamento depopulações, deverá ser garantida a participação do reassentadono processo de projeto, expressando seus desejos enecessidades.
Art. 92. No caso de transferência depopulações, a nova localização deve buscar as imediações daanterior, de forma a não romper as lógicas e estratégiasurbanas de vida.
Art. 93. Deverão ser incentivadas autilização de técnicas de construções alternativas, de forma aobterse a incorporação de itens de sustentabilidadeobjetivando economia de energia, água, maior conforto térmicoe menores custos de manutenção.
Art. 94. Para a implementação dapolítica habitacional de interesse social, serão adotadas asseguintes diretrizes:
I – a regularização fundiária e aurbanização específica dos assentamentos irregulares daspopulações de baixa renda e sua integração à malha urbana;
II – a democratização do acesso à terrae a ampliação da oferta de moradias para as populações debaixa e média renda;
III – a redistribuição da renda urbanae do solo na cidade, recuperando para a coletividade avalorização decorrente da ação do Poder Público.
§ 1º No atendimento às diretrizes oPoder Público promoverá:
I – a regularização das áreas demanutenção de Habitação de Interesse Social;
II – a provisão pública e adiversificação de mercado na produção de Habitação deInteresse Social;
III – o reassentamento e/ou arecuperação do ambiente degradado das áreas ocupadas emsituação de risco;
IV – o estímulo a ações conjuntas dossetores público e privado na produção e na manutenção de
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Habitação de Interesse Social;V – a aplicação dos instrumentos
redistributivos da renda urbana e do solo da cidade.
§ 2º A habitação é entendida como amoradia provida de infraestrutura básica, de serviços urbanose equipamentos comunitários, sendo a Habitação de InteresseSocial aquela destinada à população residente em núcleos dehabitabilidade precária ou desprovida de poder aquisitivofamiliar suficiente para obtêla no mercado.
§ 3º Na execução de programashabitacionais, o Município atenderá como Demanda HabitacionalPrioritária (DHP) a parcela da demanda por Habitação deInteresse Social destinada à população com renda familiarigual ou inferior a 2 (dois) salários mínimos.
Art. 95. O Município de Varginha deveráelaborar o Plano Local de Habitação de Interesse Social(PLHIS), com audiências públicas, contendo o levantamento realdo déficit habitacional e metas de atendimento ao passivoencontrado, mediante estudo técnico elaborados por órgãos,entidades ou empresas com experiência demonstrada ecomprovada, no prazo máximo de 2 (dois) anos.
Parágrafo único. Após a elaboração doPLHIS, o Município deverá aderir ao Sistema Nacional deHabitação de Interesse Social – SNHIS, instituído pela LeiFederal nº 11.124, de 16 de junho de 2005.
Art. 96. Os novos loteamentos deverãopossuir, sempre que possível um percentual do total da árealíquida destinada aos lotes, como áreas destinadas à habitaçãode Interesse social – HIS.
§ 1º As áreas para habitação deinteresse social deverão ser utilizadas pelo Município parapromover a redução do déficit habitacional e o reassentamento,quando necessário, e possuir as seguintes características:
I – acesso completo à infraestruturaurbana;
II – declividade inferior a 30% (trintapor cento).
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§ 2º A critério do Poder Público econsultado o Conselho Gestor, do que se refere o caput desseartigo, poderá o empreendedor doar ao Fundo Municipal deHabitação de Interesse Social, o equivalente financeiro daárea que seria parcelada para a HIS;
§ 3º Os recursos arrecadados para oFundo Municipal de Habitação de Interesse Social deverão serutilizados pelo Município para promover a redução do déficithabitacional e reassentamento, quando necessário, reduzir oíndice de inadequação de domicílios urbanos, implantação deprogramas sociais voltados para esporte, cultura e lazer eprover a infraestrutura adequada nas ZEIS.
§ 4º Os recursos arrecadados para oFundo Municipal de Habitação de Interesse Social só poderãoser aplicados com a previa consulta ao Conselho Gestor.
Art. 97. Deverão ser adotados osprogramas de regularização fundiária, abrangendo não sómoradias, mas também loteamentos clandestinos, que deverãoenquadrarse aos parâmetros legais.
Art. 98. Para a implantação da Políticade regularização fundiária, propiciando a habitação deInteresse Social, ou interesse específico o Município poderáutilizar os seguintes instrumentos:
I – criação de Zonas Especiais deInteresse Social ZEIS;
II – concessão de titulação além de usoespecial para fins de moradia, disciplinada pela Lei Federaln.º 13.465 de 11 de julho de 2017;
III – demarcação Urbanística elegitimação na posse, disciplinadas pela Lei Federalnº 11.977, de 07 de julho 2009 acrescidos pela Lei Federalnº 13.465 de 11 de julho de 2017;
IV – usucapião individual ou coletiva,disciplinada pela Constituição Federal de 1988 e pela LeiFederal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto daCidade, bem como art. 15 da Lei Federal nº 13.465 de 11 dejulho de 2017;
V – recursos orçamentários ou extraorçamentários;
VI – financiamentos, doações e
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convênios;VII – atualizar ou elaborar o Cadastro
Territorial Multifinalitário, de acordo com o Art. 32 daPortaria 511, do Ministério das Cidades, visando auxiliar opoder público nas ações de regularização territorial,cumprindo a função social do seu território;
VIII – o poder público municipal deveráespecificar, por decreto, a institucionalização de umacomissão de regularização fundiária, na qual acompanhará osprocedimentos técnicos, em resguardo aos trabalhos elaboradosdiretamente pela comissão, ou através de empresa especializadaà ser contratada para este fim, promovendo o subsídio aosesclarecimentos necessários para o andamento dos trabalhosrelacionados à regularização fundiária junto a populaçãolocal;
IX – o Município deverá promover acordooficial junto ao Cartório de Registro de Imóveis a fimestabelecer as exigências normativas a serem consideradas,para a instrução e auxilio na busca por matrículas,escrituras, transcrições e histórico das áreas objetos deregularização.
X – o Município deverá atualizar osdocumentos e dados cadastrais referentes as áreas objeto deregularização, seja em formato de histórico de ocupação,plantas de parcelamentos, e demais documentos;
XI – caberá ao poder executivo aorganização e realização de audiências públicas nas áreasparticipantes da regularização, tendo como subsídio técnico aempresa contratada para tal finalidade;
XII – iniciado os trabalhos deregularização fundiária o Município, deverá promover adivulgação, orientação e inclusão participativa da comunidadeao processo de regularização, por meio de mídias digitais,visuais, carros de som, e, outras, que orientem e convoquem acomunidade para as reuniões de trabalho;
XIII – o Município será responsávelpela elaboração e titulação das minutas de legitimação deposse, contrato de compra e venda, Concessão de Direito Realde Uso, ou quaisquer outros documentos na finalização daregularização fundiária que atestem a posse do morador sobre oimóvel, de acordo com a Lei Federal nº l13.465 de 11 de julhode 2017.
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TÍTULO IIIDO ORDENAMENTO TERRITORIAL
Art. 99. O ordenamento territorialexpresso nesta Lei é modelo espacial geral que define todo oterritório de Varginha como cidade e para o qual foramdesenvolvidas diretrizes de desenvolvimento urbano,estimulando a ocupação do solo de acordo com a diversidade desuas partes, com vistas à consideração das relações decomplementariedade entre as áreas rurais e urbanas cidadeconsolidada de forma mais intensiva e a cidade de ocupaçãorarefeita.
Art. 100. São objetivos específicos doordenamento territorial no Município de Varginha:
I – o estímulo à ocupação e ao uso dosolo, de acordo com as características específicas dasdiferentes porções do território municipal;
II – o atendimento universal porinfraestrutura urbana e o desenvolvimento socioeconômico dascomunidades;
III – a manutenção da diversidade e adinâmica dos espaços urbanos;
IV – a complementaridade entre a ZonaUrbana e a Zona Rural, entre as áreas de ocupação e deprodução econômica e as áreas de proteção ambiental;
V – o crescimento ordenado visando àqualidade urbana e ao desenvolvimento econômico do Municípiode Varginha, por meio do estímulo ao adensamento das áreas jáconsolidadas, a manutenção da qualidade de vida e aodesenvolvimento social, a proteção ao meio ambiente, aarticulação e desenvolvimento regional, além do turismoregional de negócios, eventos, ecológico, e ligado aoincidente ufológico;
VI – o incentivo à participação cidadã.
Art. 101. Para definição do novoperímetro urbano, do macrozoneamento e do zoneamento,estabelecidos, respectivamente, nos Capítulos I, II e IIIdeste Título, foram considerados os seguintes aspectos doterritório de Varginha:
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I – características físicas,considerando recursos hídricos, bacias hidrográficas,topografia e declividades;
II – características bióticas,considerando vegetação e unidades de conservação;
III – formas e intensidades de uso eocupação do solo, considerando áreas consolidadas,infraestrutura disponível e planejamento de infraestruturafutura;
IV – características socioeconômicas eculturais;
V – vetores e tendências de expansãopelo cenário local e regional, considerando, conforme Anexo I– Mapa da Estrutura Viária, com destaque para:
a) o Sistema Viário Municipal;b) as Rodovias BR491 e MG167;c) possível ligação com a BR381 por
Carmo da Cachoeira.
VI – áreas de interesse ambiental ecultural, considerando, conforme Anexo V – Mapa das Áreas deInteresse Municipal;
VII – restrições ambientais evulnerabilidades, conforme Anexo VI – Mapa de RestriçõesAmbientais presente nesta Lei.
Art. 102. As alterações nas normas doordenamento territorial previstas neste Título devem observaras diretrizes e regras definidas nos arts. 224 e 237 destaLei.
CAPÍTULO IDO PERÍMETRO URBANO
Art. 103. O território do Município deVarginha dividese em Zona Rural e Zona Urbana, que sãodiferenciadas a partir das delimitações que compõe a descriçãoperimétrica georreferenciada apresentada no Anexo VIII edelimitada no mapa de perímetro urbano presente no Anexo VII.
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Art. 104. As propriedades secionadaspelos limites do perímetro urbano serão consideradas urbanascaso a parcela remanescente na zona rural seja inferior àfração mínima de parcelamento dos imóveis rurais estabelecidapelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(INCRA) em 2 ha (dois hectares) no Município de Varinha.
Art. 105. Somente é admitido oparcelamento do solo para fins urbanos em áreas localizadas nointerior do perímetro urbano.
Art. 106. As alterações do uso do solorural para urbano em propriedades rurais situadas no perímetrourbano dependem da prévia anuência do INCRA e da aprovação doMunicípio de Varginha, nos termos do art. 53 da Lei Federalnº 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
§ 1º O Município desenvolverá esforçosno sentido de celebrar cooperação com o INCRA, com vistas acriar procedimentos para os processos de alteração de uso deque trata este artigo.
§ 2º Os imóveis, mesmo situados emzonas urbanas do município, que mantiverem os critériosdefinidos no art.4º, inciso I, da Lei Federal nº 4.504, de 30de novembro de 1964, serão considerados individualmente comorurais, até que cessem a sua qualidade de exploração, e queobtenham a regular descaracterização junto ao INCRA exigida nocaput do presente artigo.
CAPÍTULO IIDAS MACROZONAS
Art. 107. A partir da identificação daEstrutura Urbana do Município de Varginha, foram delimitadasas Macrozonas, que são unidades de apreensão das diversidadese peculiaridades locais e base para a atividade dePlanejamento Municipal.
Parágrafo único. Considerase comoEstrutura Urbana a forma que toma a cidade, no momentopresente, a partir da interrelação das diversas condições efatores que constituem o espaço urbano e seus rebatimentos nos
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espaços não urbanizados, sendo, portanto, específica de cadaprocesso urbano e que deve ser tomada como referencial paraidentificação dos territórios municipais e das intervençõesnecessárias.
Art. 108. São objetivos fundamentais domacrozoneamento:
I – estabelecer padrões de urbanizaçãoadequados para cada parte do território municipal,determinando as formas de parcelamento, uso e ocupação dosolo;
II – preservar as áreas de proteçãointegral e de preservação permanente;
III – orientar a atividade rural deforma a se tornar uma alternativa para a propriedade extraurbana em relação à ocupação imobiliária ou minerária,garantindo, sobretudo, o manejo consciente, com vista àpreservação dos recursos naturais;
IV – orientar as atividades comerciaise industriais para a convivência harmônica com outros usos,visando a garantia da sustentabilidade e da habitabilidade nasdiversas regiões do Município.
Art. 109. O território do Município deVarginha fica subdividido nas seguintes macrozonas, conformeAnexo IX – Mapa do Macrozoneamento:
I – Zona Urbana Consolidada (ZUC);II – Zonas Urbanas Não Consolidadas
(ZUNC).III – Zonas Urbanas Especiais (ZUE);IV – Zonas Rurais (ZR).
Parágrafo único. A ZUC, ZUNC e ZUEintegram o perímetro urbano a que se refere Capitulo I, doTítulo III, desta Lei.
Art. 110. A Zona Urbana Consolidada(ZUC) é a porção do território municipal constituída pelasáreas parceladas e/ou ocupadas, compreendida pelos bairros daSede Municipal.
Art. 111. A Zona Urbana Não Consolidada
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(ZUNC) são as porções do território municipal constituídaspredominantemente por áreas que ainda não se encontramparceladas ou ocupadas, mas que são aptas à urbanização,mediante a implantação de infraestrutura e avaliação dacapacidade de suporte, segundo critérios de sustentabilidadeeconômica, social e ambiental.
Art. 112. As Zonas Urbanas Especiais(ZUE) são porções do território municipal previstas como zonasde baixa densidade residencial, destinadas ao desenvolvimentourbano em articulação com atividades agropecuárias, de turismoe lazer.
§ 1º As ZUEs constituem zonas detransição entre o urbano e o rural, com usos compatíveis com odesenvolvimento sustentável, e, portanto, podem serdescontínuas em relação às ZUCs.
§ 2º As ZUEs admitem o uso residencialde baixa densidade, comércio e serviço, devendo ser estimuladaa implantação de equipamentos voltados à cultura, esporte,turismo e lazer.
§ 3º O Poder Executivo Municipal deverádesenvolver ações voltadas à consolidação e regularização daZona Urbana Especial como área privilegiada de integraçãourbanorural do Município e de apoio à Zona Rural, mediante:
I – estímulo à instalação deequipamentos turísticos, culturais e outras atividadesgeradoras de trabalho e renda para as populações locais,compatíveis com suas aptidões e com o objetivo dessa zona,como a agricultura familiar;
II – estímulo à instalação deatividades compatíveis com a preservação ambiental;
III – estímulo a cooperativas locais degeração de renda.
Art. 113. As Zonas Rurais sãoconstituídas por áreas localizadas fora do perímetro urbanodestinadas aos usos rurais ou onde se localizam importantesativos de patrimônio ambiental.
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CAPÍTULO IIIDO ZONEAMENTO
Art. 114. Constitui objetivofundamental do zoneamento classificar, a partir do perímetrourbano e do macrozoneamento, as porções do territóriomunicipal de acordo com os tipos de vocações e usosestabelecidos ou recomendados, orientando o desenvolvimentosustentável do Município de Varginha.
Art. 115. O território do Municípiofica subdividido, em função das possibilidades de adensamentoe uso do solo, nas seguintes zonas, conforme Anexo X – Mapa doZoneamento:
I – Zona de Adensamento Preferencial(ZAP);
II – Zona Consolidada Adensada (ZCA);III – Zona de Adensamento Controlado
(ZAC);IV – Zona de Adensamento Restrito
(ZAR);V – Zona Econômica (ZE);VI – Zona Econômica de Porte (ZEP);VII – Zona de Interesse Social (ZEIS);VIII – Zona de Interesse Aeroportuário
(ZIA);IX – Zona de Interesse Cultural e
Turístico (ZICT);X – Zona de Proteção Ambiental (ZPAM);XI – Zona Urbana Especial (ZUE);XII – Zona Urbana Especial de
Chacreamento (ZUEC);XIII – Zonas Rurais (ZR).
Art. 116. As diretrizes e os parâmetrosurbanísticos básicos para o parcelamento, a ocupação e o usodo solo em cada zona estão previstos nas seções que compõemeste Capítulo e sintetizados no Anexo XI – Quadro resumo dosparâmetros urbanísticos.
Art. 117. A Lei de parcelamento, uso e
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ocupação do solo estabelecerá os parâmetros urbanísticoscomplementares para cada zona que compõe o zoneamento, bemcomo as demais condições para o parcelamento, a ocupação e ouso do solo, observados os objetivos e as diretrizes fixadosneste Capítulo.
§ 1º Os parâmetros urbanísticoscomplementares mínimos são os seguintes, devendo ser fixadosna forma do caput deste artigo e de acordo com ascaracterísticas e diretrizes previstas para cada zona:
I – afastamentos frontais, laterais ede fundo em metros;
II – cota de terreno por unidadehabitacional;
III – restrição de altimetriacomplementares e de tipologia, nesse caso, especificamentepara a ZICT;
IV – incentivos urbanísticos;V – percentuais de transferência de
áreas ao Poder Público Municipal como requisito à implantaçãode loteamentos, os quais serão proporcionais à densidade deocupação prevista para cada zona urbana e deverão serdestinados para as seguintes finalidades:
a) construção de habitação deinteresse social;
b) implantação de equipamentosurbanos e comunitários;
c) implantação de espaços livres deuso público ou áreas verdes;
d) implantação do sistema viário.
§ 2º A lei de parcelamento, uso eocupação do solo a que se refere o parágrafo anterior deveráser revisada observandose o prazo fixado nesta Lei.
Art. 118. Ficam estabelecidos osseguintes coeficientes de aproveitamento:
I – coeficiente de aproveitamentobásico: é aquele que resulta do potencial construtivoatribuído às diversas zonas urbanas e que poderá ser utilizado
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pelo beneficiário sem contrapartida, sendo equivalente a 1(um) em todo o Município de Varginha, exceto para as zonas ZIAe ZPAM;
II – coeficiente de aproveitamentomínimo: é aquele que deve ser considerado para para se evitarnotificação para o parcelamento, a edificação ou a utilizaçãocompulsórias do solo urbano não edificado, subutilizado ou nãoutilizado nas áreas onde esse instrumento será aplicado,conforme disciplinado na Parte I do Título IV do Capítulo IVdesta Lei;
III – coeficiente de aproveitamentomáximo: é aquele fixado considerando a proporcionalidade entrea infraestrutura existente e o aumento de densidade esperadoem cada zona urbana e que, em relação à porção acima docoeficiente de aproveitamento básico, somente poderá serutilizado pelo beneficiário, por meio da aplicação:
a) da outorga onerosa do direito deconstruir, disciplinada no Capítulo II do Título IV desta Lei;
b) da transferência do direito deconstruir, disciplinada no Capítulo III do Título IV destaLei.
§ 1º Considerase coeficiente deaproveitamento a relação entre a área de construção privativaglobal (área líquida) e a área do terreno.
§ 2º O coeficiente de aproveitamento seexpressa por um número, que multiplicado pela área do terreno,determina a área total nele edificável.
§ 3º Os valores dos coeficientes deaproveitamento estão definidos nas Seções deste Capítulo esintetizados no Anexo XI – Quadro Resumo dos ParâmetrosUrbanísticos.
Seção IZona Consolidada Adensada (ZCA)
Art. 119. A Zona Consolidada Adensada(ZCA) compreende as áreas onde o parcelamento do soloencontrase consolidado e com atendimento dos serviços deinfraestrutura do Município, devendo o adensamento poderá seracompanhado da avaliação das condições do traçado viário afimde evitar o comprometimento do tráfego local e devido a
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presença de características históricas representativas daevolução urbana.
Art. 120. São diretrizes para a ZonaConsolidada Adensada (ZCA):
I – monitorar e manter as qualidadesambientais, urbanas e paisagísticas;
II – criar alternativas de tráfego paradiminuição do fluxo de veículos e priorização do fluxo depedestres através da implantação de binários viários, criaçãode áreas de estacionamento, melhoria de sinalização e criaçãode ruas exclusivas para pedestres;
III – induzir a ocupação dos vaziosurbanos e áreas subutilizadas através da aplicação dosinstrumentos de política urbana.
Art. 121. Na ZCA admitese opreferencialmente o uso residencial, com adensamentocontrolado.
Parágrafo único. Os usos admitidos naZCA encontramse descritos nos Anexos XII – Localizaçãoadmissível por uso.
Art. 122. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZCA:
I – tamanho mínimo de lote:
a) declividade menor que 20 % (vintepor cento): 280 m² (duzentos e oitenta metros quadrados);
b) declividade maior ou igual a 20%(vinte por cento) e menor que 47% (quarenta e sete por cento):360 m² (trezentos e sessenta metros quadrados;
II – testada mínima e sua derivação: 12m (doze metros) para novos lotes;
III – extensão máxima de cada lado daquadra: 240 m. (duzentos e quarenta metros);
IV – taxa de ocupação: 70% (setenta porcento);
V – taxa de permeabilidade: 20% (vintepor cento), sendo permitido até 5% (cinco por cento) em
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jardineira, com caixa de captação;VI – coeficientes de aproveitamento:
a) mínimo: 0,5 (zero virgula cinco);b) básico: 1 (um);c) máximo: 2 (dois).
§ 1º Não é admitida a instalação dequalquer tipo de fossa para os novos parcelamentos ouremodelamentos (remembramento seguido de desmembramento),aprovados a partir da entrada em vigor desta Lei.
§ 2º Deverá ser mantida sem ocupação aárea de preservação permanente e buscar a revegetação dasmargens, com remoção e reassentamento de moradias que porventura encontrase em faixa de inundação.
Seção IIZona de Interesse Cultural e Turístico (ZICT)
Art. 123. A Zona de Interesse Culturale Turístico (ZICT) é constituída pela área central deVarginha, onde estão localizados os edifícios históricos maisrelevantes para o patrimônio cultural da cidade e onde otráfego de pedestres e ciclistas deverá ser privilegiado emcontraposição ao fluxo de veículos.
Art. 124. A ZICT admite o uso misto edesestimula o adensamento, preservando os prédios históricos ea paisagem cultural.
Parágrafo único. Os usos admitidos naZICT encontramse descritos no Anexo XIII – Localizaçãoadmissível por usos.
Art. 125. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZICT:
I – tamanho mínimo de lote: 300m²(trezentos metros quadrados);
II – testada mínima e sua derivação:12m (doze metros) para novos lotes;
III – extensão máxima de cada lado daquadra: 240m (duzentos e quarenta metros);
III – taxa de permeabilidade: 20%
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(vinte por cento) em terreno natural;IV – taxa de ocupação: 70% (setenta por
cento);V – coeficientes de aproveitamento:
a) mínimo: 0,5 (zero virgula cinco);b) básico: 1 (um);c) máximo: 1,5 (um vírgula cinco),
somente para uso misto.
§ 1º A coeficiente de aproveitamentomáximo somente para o uso misto na ZICT é definido com vistasa garantir a continuidade do uso residencial no centro,trazendo diversidade e vitalidade para a área, desde que omesmo não prejudique as edificações de relevância histórica esuas visadas.
§ 2º Critérios relativos a reformasdeverão ser aprovadas por conselho do patrimônio ou órgãorelativo à proteção no município.
Art. 126. São diretrizes da ZICT:
I – criar condições para a manutençãoda ambiência urbana existente, especialmente no que dizrespeito à ocupação do solo predominantemente horizontalizada;
II – integrar a paisagem do centro dacidade, preservando a sua ambiência;
III – realizar o registro e tombamento,com a elaboração de dossiê de tombamento, de todas asedificações históricas presentes na área.
Art. 127. Na ZICT deverá ser mantido osistema de estacionamento rotativo, bem como a regulamentaçãodas áreas de carga e descarga em regiões comerciais.
Seção IIIZona de Adensamento Preferencial (ZAP)
Art. 128. A Zona de AdensamentoPreferencial (ZAP) compreende a área de maior capacidade deinfraestrutura instalada, com potencial de adensamento pelaocupação de vazios urbanos do Município dentre áreas livres eremanescentes.
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Art. 129. São diretrizes da ZAP:
I – incrementar a infraestrutura deesgotamento sanitário, abastecimento de água, sistema dedrenagem, energia elétrica e pavimentação de vias nas áreasdesprovidas, a fim de possibilitar sua ocupação;
II – implantar equipamentos urbanoscoletivos de lazer;
III – promover arborização e criação depraças e parques a fim de criar condições ambientaisfavoráveis à ocupação;
IV – incentivar à implantação deatividades comerciais locais;
V – implantar projetos para melhoria daarticulação viária com a malha urbana;
VI – implantar programa deregularização fundiária.
Art. 130. Na ZAP admitesepreferencialmente o uso residencial, onde a ocupação deve serestimulada e acompanhada dos devidos investimentos eminfraestrutura para a região.
Parágrafo único. Os usos admitidos naZAP encontramse descritos no Anexo XII – Localizaçãoadmissível por uso.
Art. 131. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZAP:
I – tamanho mínimo de lote:
a) declividade menor que 20% (vintepor cento): 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados);
b) declividade maior ou igual a 20%(vinte por cento) e menor que 47% (quarenta e sete por cento):360 m² (trezentos e sessenta metros quadrados.
II – testada mínima e sua derivação: 12m. (doze metros) para novos lotes;
III – extensão máxima de cada lado daquadra: 240 m (duzentos e quarenta metros);
IV – taxa de ocupação: 80% (oitenta porcento);
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V – permeabilidade: 20% (vinte porcento), sendo permitido até 10% (dez por cento) em jardineira,com caixa de captação;
VI – coeficientes de aproveitamento:
a) mínimo: 0,5 (zero vírgula cinco);b) básico: 1 (um);c) máximo: 3 (três).
§ 1º Não é admitida a instalação dequalquer tipo de fossa para os novos parcelamentos ouremodelamentos (remembramento seguido de desmembramento),aprovados a partir da entrada em vigor desta Lei.
§ 2º Deverá ser mantida sem ocupação aárea de preservação permanente e buscar a revegetação dasmargens, com remoção e reassentamento de moradias que porventura encontrase em faixa de inundação.
Seção IVZona de Adensamento Controlado (ZAC)
Art. 132. Considerase Zona deAdensamento Controlado (ZAC), aquela de adensamentodemográfico moderado e com capacidade da infraestrutura urbanaexistente suficiente para permitir uso e ocupação maisintensos.
Art. 133. São diretrizes para a ZAC:
I – complementar a infraestruturaexistente a partir do aumento de adensamento promovido;
II – identificar e reforçar ascentralidades existentes com o objetivo de promover oequilíbrio na distribuição das atividades urbanas de comércioe serviços e diminuição da pressão existente na área central;
III – induzir a ocupação dos vaziosurbanos e áreas subutilizadas através da aplicação dosinstrumentos de política urbana.
Art. 134. Na ZAC admitese opreferencialmente o uso residencial, com adensamentocontrolado por necessidade de melhoria das condições deinfraestrutura de suporte.
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Parágrafo único. Os usos admitidos naZAC encontramse descritos no Anexo XII – Localizaçãoadmissível por usos.
Art. 135. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZAC:
I – tamanho mínimo de lote:
a) declividade menor que 30 % (trintapor cento): 280m² (duzentos e oitenta metros quadrados);
b) declividade maior ou igual a 30%(trinta por cento) e menor que 47% (quarenta e sete porcento): 360m² (trezentos e sessenta metros quadrados).
II – testada mínima e sua derivação: 12m. (doze metros) para novos lotes;
III – extensão máxima de cada lado daquadra: 240 m. (duzentos e quarenta metros);
IV – taxa de ocupação 70% (setenta porcento);
V – permeabilidade: 20% (vinte porcento) (exclusivamente em terreno natural);
VI – coeficiente de aproveitamentobásico: 1 (um).
§ 1º Não é admitida a instalação dequalquer tipo de fossa para os novos parcelamentos ouremodelamentos (remembramento seguido de desmembramento),aprovados a partir da entrada em vigor desta Lei.
§ 2º Deverá ser mantida sem ocupação aárea de preservação permanente e buscar a revegetação dasmargens, com remoção e reassentamento de moradias que porventura encontrase em faixa de inundação.
Seção VZona de Interesse Social (ZEIS)
Art. 136. Considerase Zona Especial deInteresse Social (ZEIS), a área destinada à implantação ouampliação de programas habitacionais de interesse social ouocupadas irregularmente por população de poder aquisitoinferior à 2 SM (dois salários mínimos) onde deve ser
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promovida a urbanização e/ou a regularização fundiária.
Art. 137. São diretrizes da ZEIS:
I – coibir a expansão das áreas deocupação irregular;
II – elaborar e implantar PlanosIntegrados de Urbanização e Regularização Fundiária;
III – elaborar estudo de demanda porhabitação de interesse social para subsidiar a implantação deprogramas habitacionais municipais;
IV – as ZEIS são receptoraspreferenciais de potencial adicional construtivo.
Art. 138. As Zonas de EspecialInteresse Social (ZEIS) são parcelas de áreas, destinadaspredominantemente à moradia de população de baixa renda esujeita a regras específicas de parcelamento, uso e ocupaçãodo solo, que são subdividas em:
I – Zona de Especial Interesse Social 1(ZEIS 1): constituída por áreas nas quais existe interessepúblico em promover programas habitacionais de urbanização eregularização fundiária;
II – Zona de Especial Interesse Social2 (ZEIS 2): constituída por áreas vazias ou subutilizadas epor edificações deterioradas e/ou abandonadas nas quais existeo interesse público na produção de habitação de interessesocial (HIS), visando à promoção do direito à moradiaadequada, e por áreas onde estão localizados empreendimentosde habitação de interesse social em implantação ouimplantados.
Art. 139. São definidas como ZEIS poresta Lei, conforme delimitação contida no Anexo X – Mapa doZoneamento, as áreas já consolidadas:
I – Região do Jardim Áurea, onde hánecessidade de intervenções públicas para regularizaçãourbanística e fundiária, delimitada como ZEIS, tipo 1;
II – Região do Cruzeiro do Sul, NovoTempo e Carvalhos, onde estão localizados empreendimentos dehabitação de interesse social em implantação ou implantados,
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delimitada com ZEIS, tipo 2.
Art. 140. Novas ZEIS devem serdelimitadas desde que se enquadrem nos seguintes tipos deimóveis:
I – lotes e glebas não edificados naZCA, ZAP, ZAC e na ZAR, onde houver o interesse de construçãode HIS;
II – glebas destinadas à construção deHabitação de Interesse Social (HIS) transferidas para o PoderPúblico nos processos de aprovação de loteamentos;
III – terrenos ocupados porassentamentos irregulares destinados predominantemente àmoradia da população de baixa renda;
IV – imóveis utilizados como habitaçõescoletivas precárias;
V – conjuntos habitacionais irregularesocupados por moradores de baixa renda;
VI – edificações deterioradas e/ouabandonadas há mais de 10 (dez) anos.
§ 1º Considerase como assentamentosirregulares, conforme Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de2017, as ocupações inseridas em parcelamentos informais ouirregulares, localizadas em áreas urbanas públicas ouprivadas, utilizadas predominantemente para fins de moradia.
§ 2º Os novos empreendimentos dehabitação de interesse social não poderão ser implantados naszonas urbanas: ZEP, ZE, ZUE, ZUEC e ZIA.
§ 3º As ZEIS previstas nos incisos I eVI serão instituídas por ato do Poder Executivo, medianteanuência prévia do Conselho Municipal da Cidade (CONCIDADE) edo Conselho Municipal de Habitação ou, em sua ausência, doórgão municipal responsável pela política de habitação,devendose levar em consideração os seguintes aspectos:
I – caracterização do interessepúblico;
II – capacidade da área para receber osparâmetros urbanísticos de ZEIS 2;
III – oferta de infraestrutura urbana eserviços públicos;
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IV – condições de acessibilidade emobilidade.
§ 4º As ZEIS previstas no inciso IIserão instituídas por ato do Poder Executivo, logo após aaprovação e registro do projeto de parcelamento.
§ 5º As ZEIS previstas nos incisos III,IV e V serão instituídas por lei especificas.
Art. 141. São requisitos e parâmetros aserem observados na produção de Habitação de Interesse Social(HIS):
I – promoção pública ou conveniadamediante operação específica;
II – destinação, exclusivamente, àsfamílias com renda familiar mensal de até 3 SM (três saláriosmínimos);
III – padrão construtivo:
a) área útil máxima: 50 m² (cinquentametros quadrados);
b) 1 (uma) vaga de garagem por unidadehabitacional;
c) 1 (um) sanitário por unidadehabitacional.
IV – infraestrutura mínima:pavimentação definitiva, calçadas, guias, sarjetas e sistemade drenagem, abastecimento de água, esgotamento sanitário,energia elétrica e iluminação pública, depósito de resíduos ecoleta;
V – medição individualizada de água egás;
VI – obrigatoriedade de implantação deárea de lazer e uso comunitário nos empreendimentos acima de20 UH (vinte unidades habitacionais).
Art. 142. Nas ZEISs, admitesepredominantemente o uso residencial.
§ 1º Os usos admitidos na ZEISencontramse descritos no Anexos XII – Localização admissível
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por usos.§ 2º Na ZEIS 2 a ocupação deve ser
estimulada e acompanhada dos devidos investimentos eminfraestrutura.
Art. 143. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZEIS, destinada àprodução ou à regularização de unidade habitacional deinteresse social:
I – tamanho mínimo de lote:
a) novos lotes: 200m² (duzentosmetros quadrados);
b) para regularização: 125m² (centoe vinte e cinco metros quadrados);
II – testada mínima: 10 m (dez metros);III – taxa de permeabilidade: 20%
(vinte por cento);IV – cota de terreno por unidade
habitacional: 4 (quatro) unidades;V – coeficientes de aproveitamento:
a) mínimo: 0,5 (zero vírgula cinco);b) básico: 1 (um);c) máximo: 2 (dois).
§ 1º Não é admitida a instalação dequalquer tipo de fossa para novos parcelamentos ouremodelamentos (remembramento seguido de desmembramento),aprovados a partir da entrada em vigor desta Lei.
§ 2º Os empreendimentos destinados àprodução de habitação de interesse social ficam isentos dopagamento da outorga, como forma de instituir incentivo paraque os proprietários de terras deem preferência à implantaçãodesses usos.
Seção VI
Zona de Interesse Aeroportuário (ZIA)
Art. 144. A Zona de InteresseAeroportuário (ZIA) compreende as áreas onde estão instalados
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o aeroporto, edificações de apoio e o raio de proteçãoaeroportuário definido pelo Plano Diretor do Aeroporto deVarginha.
Art. 145. A ZIA é uma zona especial nãoresidencial, permitindo edificações ligadas direta ouindiretamente ao uso aeroportuário.
Art. 146. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZIA:
I – coeficiente de aproveitamentobásico: 0,2 (zero vírgula dois);
II – restrições de altimetria de acordocom o Plano Diretor do Aeroporto.
Seção VIIZona Econômica (ZE)
Art. 147. A Zona Econômica (ZE) é umaregião de desenvolvimento econômico e urbano que contemplaáreas destinadas à implantação de empreendimentos quecompatibilizem em seu uso, as funções residenciais e osequipamentos de uso não residencial que estruturem a atividadeeconômica devido à sua dimensão, infraestrutura existente elocalização estratégica.
§ 1º Consideramse grandes equipamentosaqueles de uso público, de uso econômico e que se articulemcom a política de atração de investimentos para odesenvolvimento econômico e social de Varginha, considerandosua característica de polo interface regional.
§ 2º A ZE é constituída por duas áreasdistintas:
I – Área da antiga Polo Filme: já emfuncionamento com uso industrial, que deve ser redirecionadopara atração de empresas menos impactantes em razão de sualocalização no entorno do Parque Municipal São Francisco deAssis;
II – Área a oeste não consolidada:constitui o vetor de expansão do Município de Varginha noentroncamento da BR491 com a MG167, com alto potencial de
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atratividade econômica de empreendimentos voltados ao ensino,à pesquisa, à inovação, ao comércio exterior, dentre outros.
Art. 148. Na ZE admitesepreferencialmente o uso não residencial, como atividadeseconômicas de comércio e serviços de baixo impacto, garantindoa sustentabilidade ambiental.
§ 1º Na área prevista no art. 148, §2º, I, não é admitido o uso residencial.
§ 2º Na área prevista no art. 148, §2º, II, o uso residencial somente é preferencialmente admitidona forma mista.
§ 3º Os usos admitidos encontramsedescritos no Anexo XII – Localização admissível por usos.
Art. 149. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZE:
I – tamanho mínimo de lote: 420m²(quatrocentos e vinte metros quadrados);
II – testada mínima: 12m (doze metros);II – extensão máxima de cada lado da
quadra: 320 m (trezentos e vinte metros);III – taxa de permeabilidade: 20%
(vinte por cento) em terreno natural;IV – taxa de ocupação: 70% (setenta por
centro);V – coeficiente de aproveitamento
básico: 1 (um).
§ 1º Não é admitida a instalação dequalquer tipo de fossa em lotes menores do que 1000m² (milmetros quadrados).
§ 2º As fossas sépticas instaladas emlotes acima de 1000m² (mil metros quadrados) deverão seguiros padrões fixados pela Associação Brasileira de NormasTécnicas – ABNT.
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Seção VIIIZona de Adensamento Restrito (ZAR)
Art. 150. A Zona de AdensamentoRestrito (ZAR) é a porção do território municipal constituídapelas áreas aptas à urbanização e que ainda se encontrampredominantemente não parceladas ou não ocupadas.
Parágrafo único. As ZAR foram definidasem função dos seguintes vetores de expansão:
I – vetores de expansão norte:continuidade de ocupação ao norte dos bairros Corceti,Treviso, Pinheiros, Vargem, Alto da Figueira e Sagrado;
II – vetor de expansão sul:continuidade de ocupação aproximandose do rio Verde e daregião da Walita.
Art. 151. Na ZAR admitese opreferencialmente o uso residencial, possibilitando também osusos não residenciais comércio e serviços, segundo critériosde sustentabilidade econômica, social e ambiental.
§ 1º Os usos admitidos na ZARencontramse descritos no Anexo XII – Localização admissívelpor usos.
§ 2º Nos loteamentos implantados na ZARde 5 a 10% (cinco a dez por cento) da área destinada a lotesdeverão ser reservadas à instalação de usos não residenciaisde comércio e serviços.
§ 3º A planta do loteamento e seumemorial descritivo deverão conter a indicação do uso nãoresidencial de comércio e serviços nos lotes a que se refere oparágrafo anterior deste artigo.
Art. 152. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZAR:
I – tamanho mínimo de lote:
a) declividade menor que 20% (vinte porcento): 300m² (trezentos metros quadrados),
b) declividade maior ou igual a 20%
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(vinte por cento) e menor que 47% (quarenta e sete por cento):420 m² (mil quatrocentos e quarenta metros quadrados).
II – testada mínima: 12m (doze metros);III – extensão máxima de cada lado da
quadra: 240m (duzentos e quarenta metros);IV – taxa de permeabilidade: 20% (vinte
por cento);V – coeficiente de aproveitamento
básico: 1 (um).
§ 1º Não é admitida a instalação dequalquer tipo de fossa em lotes menores do que 1000m² (milmetros quadrados).
§ 2º As fossas sépticas instaladas emlotes acima de 1000 m² (mil metros quadrados) deverão seguiros padrões fixados pela Associação Brasileira de NormasTécnicas – ABNT.
Seção IXZona Econômica de Porte (ZEP)
Art. 153. A Zona Econômica de Porte(ZEP) é a porção do território municipal constituída pelasáreas de atividades econômicas voltadas à indústria eempreendimentos de porte.
Art. 154. Na ZEP admitesepreferencialmente o uso de atividades econômicas industriais,sendo vedado o uso residencial.
Parágrafo único. Os usos admitidos naZEP encontramse descritos no Anexo XII – Localizaçãoadmissível por usos.
Art. 155. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZEP:
I – tamanho mínimo de lote: 1000m² (ummil metros quadrados);
II – testada mínima: 50 m (cinquentametros);
II – extensão máxima de cada lado daquadra: 480 m (quatrocentos e oitenta metros);
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III – taxa de permeabilidade: 20%(vinte por cento) em terreno natural;
IV – taxa de ocupação: 80% (oitenta porcento);
V – coeficiente de aproveitamentobásico: 1 (um).
§ 1º Devem ser obedecidas as definiçõesde altimetria e restrições de uso para a Zona de Proteçãoaeroportuária, definidos no Plano Diretor do aeroporto deVarginha.
§ 2º Não é admitida a instalação dequalquer tipo de fossa em lotes menores do que 1000m² (milmetros quadrados).
§ 3º As fossas sépticas instaladas emlotes acima de 1000 m² (mil metros quadrados) deverão seguiros padrões fixados pela Associação Brasileira de NormasTécnicas – ABNT.
Seção XZona de Proteção Ambiental (ZPAM)
Art. 156. A Zona de Proteção Ambiental(ZPAM) é a porção do território formado pelos parquesmunicipais e/ou, áreas de relevância para o patrimônioambiental da Cidade, destinada à preservação e a recuperaçãoambiental.
Art. 157. São diretrizes da ZPAM:
I – ocupação do solo por equipamentospúblicos e/ou privados voltados à preservação do meio ambientee incentivo à cultura, lazer, turismo e acessibilidade;
II – preservação e recuperação deecossistemas visando garantir espaço para a manutenção dadiversidade de espécies e proteger nascentes, cabeceiras ecursos d´água;
III – criação do Sistema Municipal degestão das Unidades de conservação.
Art. 158. São parâmetros urbanísticosda ZPAM:
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I – coeficiente de aproveitamento: 0,2.
Seção XIZona Urbana Especial (ZUE)
Art. 159. A Zona Urbanas Especial (ZUE)é porção do território municipal prevista como zona de baixadensidade, destinada ao desenvolvimento urbano em articulaçãocom atividades de turismo, lazer e agricultura familiar.
Parágrafo único. A ZUE constitui zonade transição entre o urbano e o rural, com usos compatíveiscom o desenvolvimento sustentável.
Art. 160. A Zona Urbana Especial (ZUE –Lagamar e Riviera do Lago) admite o uso predominantementeresidencial de baixa densidade, devendo ser estimulado àimplantação de equipamentos voltados à cultura, esporte,turismo e lazer e sendo vedada a constituição de parcelamentodo solo a partir da divisão por fração ideal.
Parágrafo único. Os usos admitidos naZUE – Lagamar e Riviera do Lago – encontramse descritos noAnexo XII – Localização admissível por usos.
Art. 161. São parâmetros urbanísticospara o parcelamento e a ocupação do solo na ZUE:
I – tamanho mínimo de lote: 420 m2
(quatrocentos e vinte metros quadrados);II – testada mínima: 12 m (doze
metros);III – extensão máxima de cada lado da
quadra: 240 m (duzentos e quarenta metros);IV – taxa de permeabilidade: 30%
(trinta por cento) em terreno natural;V – taxa de ocupação; VI – coeficiente de aproveitamento:
§ 1º Não é admitida a instalação defossa negra.
§ 2º As fossas sépticas instaladasdeverão seguir os padrões fixados pela Associação Brasileirade Normas Técnicas – ABNT.
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Seção XIIZona Urbana Especial de Chacreamento (ZUEC)
Art. 162. As Zonas Urbanas Especiais deChacreamento (ZUEC) são porções do território municipal deocupação especial na forma de chacreamento que misturamcaracterísticas do urbano e do rural.
Art. 163. As Zonas Urbanas Especiais deChacreamento devem admitir o uso exclusivamente residencial debaixa densidade, sendo vedada a constituição de parcelamentodo solo a partir da divisão por fração ideal.
Parágrafo único. Os parâmetrosurbanísticos admitidos na ZUEC devem ser definidos por leiespecíficas de regularização fundiária e urbanística.
Art. 164. Deverá ser mantida semocupação a área de preservação permanente e buscar arevegetação das margens, com remoção e reassentamento demoradias que por ventura encontramse em faixa de inundação.
Seção XIIIZonas Rurais (ZR)
Art. 165. As Zonas Rurais são áreas doMunicípio fora do perímetro urbano destinadas aodesenvolvimento de atividades agrícolas, pecuárias,agroindustriais, de turismo, lazer e proteção ambiental.
Art. 166. As ZR admitem o exercício deatividades agrícolas, pecuárias, agroindustriais, de turismo elazer e a proteção do patrimônio histórico e ambiental,atividades agrícolas de baixo impacto ambiental e outrasatividades geradoras de trabalho e renda para as populaçõesresidentes deverão ser estimuladas.
Art. 167. São permitidos nas ZonasRurais, conforme Anexo XIII – Usos e atividades compatíveiscom área rural – desta Lei:
I – parcelamento do solo para finsrurais, respeitado o módulo mínimo de 2 ha. (dois hectares);
II – usos não residenciais rurais.
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Art. 168. São vedados nas Zonas Rurais:
I – parcelamento do solo para finsurbanos;
II – uso residencial com mais de 2(duas) unidades por gleba de módulo mínimo de 2 ha (doishectares);
III – constituição de condomínio nosmoldes previstos na Lei Federal nº 4.591, de 16 de dezembro de1964, ou de qualquer outra forma de parcelamento do soloconstituído a partir da divisão de frações ideais de terrenoque caracterize loteamento ou desmembramento para fins urbanosde modo oblíquo e irregular;
IV – uso industrial.
Art. 169. O Poder Executivo Municipaldeverá promover a sustentabilidade econômica da Zona Rural,por meio do estímulo às seguintes ações:
I – agricultura familiar e outrasatividades geradoras de trabalho e renda para as populaçõesresidentes, compatíveis com suas aptidões;
II – atividades compatíveis com apreservação ambiental, principalmente o ecoturismo, turismo deaventura e outras atividades de turismo e lazer;
III – criação de reservas particularespermanentes – RPPN;
IV – instituição de pagamento porserviços ambientais prestados.
CAPÍTULO IVDO PARCELAMENTO DO SOLO
Art. 170. É obrigação do empreendedor ainstalação de toda a infraestrutura básica do parcelamentosolo para fins urbanos, de acordo com diretrizes municipaisemitidas pelo órgão competente.
§ 1º A infraestrutura básica dosparcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de
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escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamentosanitário, abastecimento de água potável, energia elétricapública e domiciliar e vias de circulação.
§ 2º As quadras que compõem oparcelamento devem ser separadas por, no mínimo, uma vialocal, observados os parâmetros previstos no Anexo II – Quadrode Características Geométricas das Vias.
Art. 171. O termo de recebimento doloteamento será emitido apenas mediante a comprovação daimplantação da infraestrutura completa e conforme diretrizesmunicipais emitidas pelo órgão municipal competente.
Parágrafo único. Não é permitido orecebimento de loteamento com implantação de infraestruturaparcial.
Art. 172. Não será permitido oparcelamento do solo:
I – em terrenos alagadiços e sujeitos ainundações, antes de tomadas as providências para assegurar oescoamento das águas e mediante autorização e outorga dasautoridades competentes;
II – em terrenos que tenham sidoaterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejampreviamente saneados;
III – em terreno com declividade igualou superior a 47% (quarenta e sete por cento);
IV – em terrenos onde as condiçõesgeológicas não aconselham a edificação;
V – em áreas de preservação permanente;VI – em áreas onde a poluição impeça
condições sanitárias suportáveis, até a sua correção;VII – em subbacias hidrográficas
enquadradas na classe especial e classe I, conformeclassificação do IGAM, e em áreas de mananciais, de acordo como disposto no art. 1º e no inciso VI do art. 4º da LeiEstadual nº 10.793 de 02 de julho de 1992;
VIII – em áreas totais ou parcialmenteocupadas por vegetação nativa, sem que o órgão ambientalcompetente tenha autorizado a supressão.
Art. 173. O parcelamento de áreas com
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declividade superior a 30% (trinta por cento) e inferior a 47%(quarenta e sete por cento) somente será admitido mediantecondições especiais de controle ambiental e comprovação daestabilidade do solo por meio de laudo geotécnico, emitido porResponsável Técnico, devidamente acompanhado da referenteAnotação de Responsabilidade Técnica ART.
Parágrafo único. Os lotes situados emdeclividade superior a 30% e inferior a 47% deverão ter áreamínima igual a 04 vezes a área mínima permitida pelalegislação, de acordo com a zona em que se situe.
Art. 174. Os novos loteamentos deverão:
I – prever a reserva das áreasnecessárias em conformidade com as vias indicadas no Anexo I –Mapa da Estrutura Viária, no Anexo II – Quadro deCaracterísticas Geométricas das Vias e no Plano Municipal deMobilidade Urbana a ser elaborado;
II – ser interligados à malha viáriaexistente, sendo necessário, para que seja viável, ao menos,um acesso por via oficial existente;
III – seguir a classificação viáriadefinida no Anexo II – Quadro de Características Geométricasdas Vias;
IV – ter seu sistema viáriocompletamente ligado à malha urbana contigua, sendo deresponsabilidade do loteador as reformas viárias que sefizerem necessárias para esse fim;
V – ser interligados à rede de drenagemexistente, sendo necessário para sua aprovação atestado deviabilidade por parte do órgão municipal competente;
VI – ter projeto urbanístico quecontemple soluções que atendam os critérios mínimosnecessários para a drenagem satisfatória no interior doloteamento e atender a medidas mitigadoras quando forcomprovado o sobrecarregamento da rede existente no entornoimediato;
VII – ser interligado às redes deabastecimento de água e de esgotamento sanitário existentes,sendo necessário para sua aprovação atestado de viabilidadepor parte da concessionária;
VIII – ter projeto urbanístico quecontemple soluções que atendam os critérios mínimos
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necessários para o abastecimento de água e para o esgotamentosanitário no interior do loteamento e atender medidasmitigadoras quando for comprovado o sobrecarregamento da redeexistente no entorno imediato;
IX – ter parecer de viabilidade deequipamentos educacionais para atendimento à demandaconsolidada em face da demanda criada, indicando a necessidadede construção de novas unidades como condição mínima para asua aprovação, respeitando as seguintes diretrizes:
a) 25 (vinte e cinco) alunos por salana educação infantil e 1ª e 2ª série do ensino fundamental,conforme previsto na LDB;
b) 35 (trinta e cinco) alunos por salanas demais séries do ensino fundamental e no ensino médio,conforme previsto na LDB;
c) escolas municipais com distânciaatendimento de no máximo 3 km (três quilômetros), ou oferta detransporte escolar gratuito.
X – ter parecer de viabilidade deequipamentos de saúde para atendimento à demanda consolidadaem face da demanda criada, indicando a necessidade deconstrução de novas unidades como condição mínima para talaprovação, respeitando as diretrizes da Organização Mundial deSaúde;
XI – ter parecer de viabilidade doórgão responsável pela coleta de resíduo sólidos paraatendimento à demanda.
CAPÍTULO VDO USO DO SOLO
Seção IDisposições Gerais
Art. 175. Ficam estabelecidas asseguintes categorias de usos:
I – residencial;II – não residencial;
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III – misto, caracterizado pelacoexistência dos usos residencial e não residencial no mesmolote ou edificação.
Art. 176. O uso residencial comporta asseguintes subcategorias:
I – residencial unifamiliar;II – residencial multifamiliar
horizontal;III – residencial multifamiliar
vertical.
Art. 177. O uso não residencial éconstituído por atividades das seguintes subcategorias:
I – comércio varejista;II – comércio atacadista;III – serviços;IV – indústrias;V – agricultura urbana;VI – agricultura;VII – pecuária;VIII – produção florestal.
§ 1º As subcategorias referidas nosincisos I a V são consideradas usos urbanos e as referidas nosincisos VI a VIII são consideradas usos rurais.
§ 2º Para fins de aplicação desta lei,consideramse como partes integrantes da indústria, quandoimplantadas no mesmo lote, além do setor produtivo, as queabriguem atividades complementares exclusivas, necessárias aofuncionamento da atividade industrial, tais como escritório,atividades socioculturais e esportivas para funcionários,depósito e estocagem de matériaprima e de produto fabricado,restaurante, creche, showroom, cooperativa de consumo, postobancário, ambulatório, espaço para comercialização de produtosfabricados no próprio estabelecimento industrial e capela.
Seção IIDa Classificação e da Localização dos Usos
Art. 178. A localização admissível das
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atividades urbanas não residenciais resulta da classificaçãodas mesmas em um dos seguintes Grupos:
I – Grupo I: compreende atividadesconviventes ou compatíveis com o uso residencial vizinho, semrestrições quanto à localização no meio urbano;
II – Grupo II: compreende atividadesinconviventes com o uso residencial vizinho por seremcausadoras de pequeno impacto nocivo à vizinhança e ao sistemaviário, estando sujeitas a leve restrição de localização;
III – Grupo III: compreende atividadesinconviventes com o uso residencial vizinho, causadoras demédio impacto ao sistema viário, estando sujeitas a médiarestrição de localização;
IV – Grupo IV: compreende atividadesinconviventes com o uso residencial e causadoras de forteimpacto ao sistema viário, estando sujeitas a alta restriçãode localização na Zona Urbana;
V – Grupo V: compreende atividadespotencialmente causadoras de repercussões negativas de altograu, estando sujeitas a alta restrição de localização nomunicípio.
§ 1º A localização admissível dasatividades dos Grupos I, II, III, IV e V está definida nosAnexos XII – Localização admissível por usos.
§ 2º A classificação das atividadesurbanas não residenciais está contida no Anexo XIV –Classificação das atividades, repercussões negativas e medidasmitigadoras – desta Lei, da forma seguinte:
I – Quadro 1: Comércio Varejista,Comércio Atacadista e Serviços.
II – Quadro 2: Uso industrial.
§ 3º Quando implantada em lote distintodaquele em que se instala o setor produtivo, a atividadecomplementar citada no §2º do art. 185 será consideradaindividualmente como atividade da subcategoria “serviços” esua localização admissível dependerá da respectivaclassificação nos termos do Anexo XIV desta Lei.
Art. 179. São vedados os seguintes
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usos:
I – em todo o território do Municípiode Varginha:
a) extração de madeira em florestasnativas;
b) produção de carvão vegetal emflorestas nativas;
c) coleta de palmito em florestasnativas;
II – no perímetro urbano do Municípiode Varginha:
a) instalação de novos empreendimentosde extração mineral.
Seção IIIDas Atividades Causadoras de Repercussões Negativas
Art. 180. São consideradas causadorasde repercussões negativas, as atividades classificadas comodos Grupos II, III, IV ou V, definidos no art. 179 desta Lei.
Parágrafo único. As repercussõesnegativas das atividades de que trata este artigo e as medidasmitigadoras dessas repercussões estão contidas na tabelaconstante do Anexo XIV desta Lei.
Art. 181. São os seguintes os tipos derepercussões negativas das atividades, referidas como números01(um) a 09(nove) no Anexo XIV desta Lei:
I – atração de alto número de veículosleves, referida como número 1 (um);
II – atração de alto número de veículospesados, referida como número 2 (dois);
III – atração de alto número depessoas, referida como número 3 (três);
IV – geração de risco de segurança,referida como número 4 (quatro);
V – geração de efluentes atmosféricos,referida como número 5 (cinco);
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VI – geração de efluentes líquidosespeciais, referida como número 6 (seis);
VII – geração de resíduos sólidosespeciais e de saúde, referida como número 7 (sete);
VIII – geração de radiações ionizantesou não ionizantes, referida como número 8 (oito);
IX – geração de ruídos e vibrações,referida como número 9 (nove).
Art. 182. As atividades causadoras derepercussões negativas, sem prejuízo do cumprimento das normasambientais, de posturas, sanitárias e outras pertinentes,ficam sujeitas à adoção das seguintes medidas mitigadoras,referidas como letras “A” a “J” no Anexo XIV desta Lei:
I – implantação de alternativa deestacionamento e controle de acesso de veículo a edificação,referida como letra “A”;
II – realização de medidas paraviabilizar a carga e a descarga, referida como letra “B”;
III – realização de medidas paraviabilizar embarque e desembarque, referida como letra “C”;
IV – realização de medidas paraprevenção e combate a incêndio, referida como letra “D”;
V – adoção de processo de umidificação,referida como letra “E”;
VI – adoção de sistema de controle deefluentes atmosféricos, referida como letra “F”;
VII – adoção de sistema de tratamentodos efluentes líquidos especiais resultantes do processoprodutivo da atividade, referida como letra “G”;
VIII – adoção de procedimentos paragerenciamento de resíduos sólidos, referida como letra “H”;
IX – realização de medidas de controledos níveis de emissões radiométricas, referida como letra “I”;
X – implantação de medidas de controlede ruído e atenuação da vibração, referida como letra “J”.
§ 1º Para as edificações existentes atéa data da entrada em vigor desta Lei, a exigência de vagas deestacionamento de veículos poderá ser atendida pelas vagasexistentes, desde que seja apresentada alternativa para amitigação do impacto decorrente do não atendimento ao número
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mínimo de vagas de estacionamento exigidas por esta Lei.§ 2º Sempre que houver interferência
significativa na circulação de veículos ou pedestres, seráexigida, a critério do órgão municipal competente, aimplantação de sinalização ou equipamentos de controle dotráfego.
§ 3º A concessão do alvará delocalização e funcionamento, para as atividades que tenhamrepercussões negativas, será subsidiada por dados ambientais eurbanísticos e por informações prestadas pelo própriointeressado, contendo dados qualitativos e quantitativosreferentes ao funcionamento da atividade.
§ 4º Para edificações destinadas a usonão residencial atrator de veículos de carga que não sejaatrator de veículos leves, poderá ser autorizada a utilizaçãoda área reservada para o estacionamento de veículos leves comoárea de estacionamento e manobra de veículos pesados, desdeque haja anuência do órgão municipal competente.
§ 5º Em função da análise específica daatividade, poderão ser exigidas medidas mitigadoras nãodiscriminadas no Anexo XIV desta lei.
Art. 183. Todas as atividadesindustriais, exceto as enquadradas no Grupo I, serãosubmetidas a licenciamento ambiental.
§ 1º A instalação de atividadeindustrial do Grupo I fica sujeita a análise ambiental e adiretrizes emitidas pelo órgão municipal competente, processoque poderá resultar indicação da necessidade de licenciamentoambiental.
§ 2º As repercussões negativas dasatividades industriais serão identificadas caso a caso noprocesso de análise ou licenciamento ambiental, no qual tambémserão indicadas as medidas mitigadoras aplicáveis.
Seção IVDos usos desconformes
Art. 184. Para os efeitos desta Seção,aplicamse os seguintes conceitos:
I – uso desconforme: é a atividade
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instalada em local não admitido por esta Lei;II – uso regularmente instalado: é a
atividade cuja instalação foi licenciada no local peloMunicípio, mediante Alvará de Localização e Funcionamento, eem local admitido por esta Lei;
III – uso legalmente constituído:referese à atividade de empresa com contrato socialregistrado na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civilde Pessoas Jurídicas.
Art. 185. É admitida a permanência douso desconforme de atividade efetivamente instalada, ainda quemude seu titular ou a razão social da empresa, nas condiçõesprevistas nesta Seção.
§ 1º A permanência do uso desconformede que trata este artigo é condicionada a:
I – efetiva comprovação de que se tratade uso desconforme regularmente e legalmente constituído ecomprovadamente instalado até a entrada em vigor desta Lei;
II – mitigação dos impactos daatividade no meio ambiente e na vizinhança, respeitadas ascondições de instalação estabelecidas no Anexo XIV desta Lei,as normas ambientais, sanitárias, de posturas, de segurança edemais disposições aplicáveis;
III – obtenção do Alvará de Localizaçãoe Funcionamento mediante cumprimento das diretrizespertinentes e prestação de contrapartida ao Poder Público.
§ 2º Havendo interrupção da atividade,não será admitido instalar outro uso desconforme no local.
Art. 186. A edificação ocupada por usodesconforme não poderá receber ampliações ou reformas, excetoaquelas que, a juízo dos órgãos municipais competentes, sejamconsideradas indispensáveis à segurança e higiene daedificação e das propriedades vizinhas ou resultem em reduçãoda incomodidade do uso ou em melhoria das condiçõesambientais.
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CAPÍTULO VIDOS EMPREENDIMENTOS DE IMPACTO
Art. 187. Empreendimentos de Impactosão aqueles, públicos ou privados, que possam ter repercussãoambiental significativa, sobrecarregar a infraestruturainstalada, provocar alterações sensíveis na estrutura urbana,alterando os padrões funcionais e urbanísticos da vizinhança edo espaço natural circundante.
Art. 188. São consideradosEmpreendimentos de Impacto:
I – qualquer empreendimento para finsnão residenciais, exceto os industriais, com área líquidaedificada superior a 5.000m² (cinco mil metros quadrados);
II – as atividades constantes dalistagem do Anexo XV desta lei;
III – qualquer empreendimento sujeito aEstudo de Impacto Ambiental (EIA) – e o respectivo Relatóriode Impacto Ambiental (RIMA), nos termos da legislação federal,estadual e municipal.
§ 1º Poderão ser incluídos novosempreendimentos na listagem do Anexo XV desta lei, medianteLei Municipal, de iniciativa do Executivo, com base em préviaanálise do CODEMA e do CONCIDADE.
§ 2º Entendese por área líquidaedificada a área da edificação calculada após descontadas asáreas não computadas para efeito do cálculo do Coeficiente deAproveitamento.
Art. 189. Sem prejuízo de outraslicenças legalmente exigíveis, a instalação, a construção, aampliação e o funcionamento dos Empreendimentos de Impactoficam sujeitos a:
I – licenciamento ambiental, de acordocom a legislação específica;
II – licenciamento urbanísticodiferenciado, definido como o licenciamento sujeito adiretrizes urbanísticas emitidas pelo Conselho Municipal da
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Cidade (CONCIDADE), com base em Estudo de Impacto deVizinhança (EIV), de que trata esta Lei.
§ 1º Ficam condicionados à obtençãoprévia do licenciamento ambiental a construção, a ampliação, ainstalação e o funcionamento de empreendimentos de impactocujas repercussões ambientais preponderem sobre asrepercussões urbanísticas, a saber:
I – os usos previstos na legislaçãofederal e estadual como sujeitos a licenciamento ambiental;
II – terminais ferroviários erodoviários;
III – cemitérios, crematórios enecrotérios;
IV – garagens de empresas de transportede passageiros e de cargas;
V – parcelamentos de glebas com área apartir de 10 ha (dez hectares);
VI – antenas de telecomunicação comestrutura em torre ou similar;
VII – megaeventos de lazer, em espaçospúblicos que não sejam destinados especificamente a taiseventos.
§ 2º Ficam submetidos a licenciamentourbanístico diferenciado os empreendimentos de impacto cujasrepercussões urbanísticas preponderem sobre as repercussõesambientais, a saber:
I – os empreendimentos de impactolistados no Anexo XV desta Lei, que não sejam sujeitos alicenciamento ambiental, nos termos da legislação federal,estadual e municipal;
II – os destinados a uso nãoresidencial com mais de 5.000m² (cinco mil metros quadrados)de área total edificada, exceto os destinados ao usoindustrial;
III – as intervenções em áreas urbanasconsolidadas compreendidas por modificação geométrica de viasde tráfego de veículos;
IV – as obras de arte compreendidas porviadutos, túneis e trincheiras.
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§ 3º Os empreendimentos sujeitos aoEstudo de Impacto Ambiental (EIA) – e respectivo Relatório deImpacto Ambiental (RIMA) – são dispensados do licenciamentourbanístico diferenciado, desde que o EIA/RIMA contemple osassuntos atinentes ao EIV.
§ 4º O funcionamento de empreendimentode impacto já instalado poderá ficar condicionado aolicenciamento urbanístico diferenciado, quando convocado peloCONCIDADE.
Art. 190. É vedada a implantação dosEmpreendimentos de Impacto a que se refere o art. 190:
I – em qualquer local em que sejademonstrada a impossibilidade de mitigar os impactos doempreendimento;
II – em terreno lindeiro a via arteriale coletora de largura inferior a 15m (quinze metros) ou a vialocal.
Art. 191. No processo de licenciamentourbanístico diferenciado observarseá o seguinte:
I – o Estudo de Impacto de Vizinhança(EIV) será elaborado por profissional ou equipe deprofissionais legalmente habilitados, de acordo comorientações fornecidas pelo CONCIDADE;
II – as diretrizes urbanísticas somenteserão emitidas quando o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)do empreendimento for considerado satisfatório pelo CONCIDADE;
III – à vista do projeto elaborado combase nas diretrizes emitidas, cabe ao CONCIDADE a verificaçãodo cumprimento das diretrizes e a emissão do parecer decumprimento das mesmas, caso estejam satisfeitas todas asexigências;
IV – as exigências que não puderem sercumpridas em projeto deverão ser registradas em Termo deCompromisso, para serem atendidas até a implantação doempreendimento ou até a concessão do “Habitese”.
Art. 192. Os órgãos da administraçãomunicipal somente aprovarão projeto de implantação ouampliação dos empreendimentos de impacto após o licenciamento
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dos mesmos nas formas diferenciadas definidas neste Capítulo,sob pena de responsabilização administrativa e nulidade dosseus atos.
Parágrafo único. No caso deempreendimento de impacto sujeito a financiamento ouincentivos governamentais, a aprovação de projeto habilitadoaos benefícios fica vinculada ao licenciamento ambiental ou aolicenciamento urbanístico diferenciado, conforme aplicável.
TÍTULO IVDOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA
Art. 193. São instrumentos de execuçãoda política de desenvolvimento urbano do Município deVarginha, os quais devem ser aplicados de modo a efetivar osobjetivos e as diretrizes previstos nesta Lei:
I – planejamento municipal, emespecial:
a) disciplina do parcelamento, do uso eda ocupação do solo;
b) plano plurianual PPA;c) diretrizes orçamentárias e orçamento
anual LDO e LOA;d) gestão orçamentária participativa
OP;e) planos, programas e projetos
setoriais;f) zoneamento ambiental;
II – institutos tributários efinanceiros:
a) imposto sobre a propriedade prediale territorial urbana – IPTU, de acordo com o disposto nosartigos 156, I, § 1º, I e II, e 182, § 4º, II, da ConstituiçãoFederal de 1988;
b) contribuição de melhoria;c) incentivos e benefícios fiscais e
financeiros;
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III – institutos jurídicourbanísticos:
a) desapropriação;b) servidão administrativa;c) limitações administrativas;d) tombamento de imóveis ou de
mobiliário urbano;e) instituição de unidades de
conservação;f) instituição de zonas especiais de
interesse social;g) concessão de uso especial para fins
de moradia;h) concessão de direito real de uso;i) demarcação urbanística;j) legitimação de posse;k) usucapião especial de imóvel urbano;l) direito de superfície;m) parcelamento, edificação ou
utilização compulsórios;n) direito de preempção;o) outorga onerosa do direito de
construir e de alteração de uso;p) transferência do direito de
construir;q) operações urbanas consorciadas;r) regularização fundiária;s) assistência técnica e jurídica
gratuita para as comunidades e grupos sociais menosfavorecidos;
t) referendo popular e plebiscito;u) demarcação urbanística e legitimação
de posse para fins de regularização fundiária;v) estudo prévio de impacto ambiental e
estudo prévio de impacto de vizinhança.
Parágrafo único. Os instrumentosmencionados neste artigo regemse pela legislação que lhes éprópria, observado o disposto nesta Lei.
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CAPÍTULO IDO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA
Art. 194. Fica instituído, no âmbito doMunicípio de Varginha, o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)que será exigido pelo Poder Público Municipal paraempreendimentos e atividades privados ou públicos em áreaurbana como requisito prévio à obtenção de licenças ouautorizações de construção, ampliação ou funcionamento.
Art. 195. Submetemse a licenciamentourbanístico diferenciado pelo CONCIDADE e dependem daelaboração do EIV para obter a licença ou autorizaçãourbanística os empreendimentos e atividades de impactourbanístico previstos nesta Lei.
Art. 196. O EIV será executado de formaa contemplar os efeitos positivos e negativos doempreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida dapopulação residente na área e suas proximidades, incluindo aanálise, no mínimo, das seguintes questões:
I – adensamento populacional;II – equipamentos urbanos e
comunitários;III – uso e ocupação do solo;IV – valorização imobiliária;V – geração de tráfego e demanda por
transporte público;VI – ventilação e iluminação;VII – paisagem urbana e patrimônio
natural e cultural;VIII – perspectivas de geração de
receita para o Município.
Art. 197. A elaboração do Estudo deImpacto de Vizinhança (EIV) não substitui a elaboração e aaprovação de Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA),requeridos nos termos da legislação ambiental.
Art. 198. Darseá publicidade aosdocumentos integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para
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consulta, no órgão competente do Poder Público municipal, porqualquer interessado.
Art. 199. O Poder Executivo Municipal,em observância ao disposto no art. 2 o, XIII, da Lei Federalnº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidadepromoverá audiências públicas durante o processo delicenciamento da implantação de empreendimentos ou deatividades públicas ou privadas suscetíveis de significativoimpacto urbanístico ou ambiental, com efeitos potencialmentenegativos sobre a vizinhança, o meio ambiente natural ouconstruído, o conforto ou a segurança da população, para osquais sejam exigidos estudos e relatórios de impacto devizinhança e ambiental.
Art. 200. Os procedimentosadministrativos relativos à aplicação do Estudo de Impacto deVizinhança serão regulamentados em Decreto.
CAPÍTULO IIDA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR E DE ALTERAÇÃO DE
USO
Art. 201. O direito de construir poderáser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básicomediante outorga onerosa do Poder Público Municipal, limitadoao coeficiente de aproveitamento máximo estabelecido para cadazona urbana do Município, observado o disposto nos arts. 28,30 e 31 da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 –Estatuto da Cidade.
Parágrafo único. As zonas urbanas nasquais poderá incidir a outorga onerosa do direito deconstruir, bem como os coeficientes de aproveitamento básico emáximo, estão definidos no Capítulo III do Título III esintetizados no Anexo XI – Quadro resumo dos parâmetrosurbanísticos – desta Lei.
Art. 202. O Poder Público Municipalaplicará outorga onerosa de alteração de uso do solo ruralpara fins urbanos na macrozona urbana não consolidada,constituída pela Zona de Adensamento Restrito (ZAR), Zona
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Econômica (ZE) e Zona Econômica de Porte (ZEP), conformeAnexos IX e X, mediante contrapartida a ser prestada pelobeneficiário, em conformidade com o art. 29 da Lei do Estatutoda Cidade – Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001.
§ 1º A aplicação da outorga onerosa dealteração de uso na macrozona urbana não consolidada tem comoobjetivo garantir a justa distribuição dos ônus e benefíciosdecorrentes do processo de urbanização do território deexpansão urbana e a recuperação para a coletividade davalorização imobiliária resultante da ação do poder público,em cumprimento à exigência prevista no art. 42B, VII, da Leinº 10.257/2001 – Estatuto da Cidade.
§ 2º A aprovação do projeto deparcelamento do solo para fins urbanos está condicionada aopagamento da outorga onerosa de alteração de uso do solo.
Art. 203. Lei municipal específicaestabelecerá as condições e os procedimentos a seremobservadas na aplicação da outorga onerosa do direito deconstruir e de alteração de uso, devendo determinar, dentreoutros:
I – a fórmula de cálculo para acobrança;
II – os casos passíveis de isenção dopagamento da outorga;
III – a contrapartida do beneficiário.
Art. 204. Os recursos auferidos com aadoção da outorga onerosa do direito de construir serãodestinados para o Fundo de Desenvolvimento Urbano criado nestaLei.
CAPÍTULO IIIDA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR
Art. 205. Fica instituída, no âmbito doMunicípio de Varginha, a transferência do direito deconstruir, que autoriza o proprietário de imóvel urbano,privado ou público, a exercer o direito de construir, relativoao coeficiente de aproveitamento básico previsto para cadazona urbana em outro local, ou alienálo, mediante escritura
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pública, observando o disposto no artigo 35 Lei Federal no10.257, de 10 de outubro de 2001 – Estatuto da Cidade.
Art. 206. São imóveis passíveis detransferir o direito de construir aqueles consideradosnecessários para as seguintes finalidades:
I – implantação de equipamentos urbanose comunitários;
II – proteção do patrimônio histórico,ambiental e cultural;
III – servir a programas deregularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas porpopulação de baixa renda e construção de habitação deinteresse social.
Parágrafo único. A mesma faculdadepoderá ser concedida ao proprietário que doar ao Poder Públicoseu imóvel, ou parte dele, para os fins previstos nos incisosI a III.
Art. 207. São passíveis de recepção datransferência do direito de construir os imóveis situados nasseguintes zonas, limitado ao coeficiente de aproveitamentomáximo:
I – ZICT, somente para uso misto;II – ZCA;III – ZAP;IV – ZEIS.
Art. 208. O cálculo do potencialconstrutivo passível de ser transferido será feito a partir docoeficiente de aproveitamento básico do terreno.
Parágrafo único. O potencialconstrutivo a transferir corresponde:
I – no caso de imóvel gerador jáedificado, à diferença entre a área já construída e aquelapossível de ser construída com base no coeficiente deaproveitamento básico previsto para a zona onde se insere oimóvel;
II – no caso de imóvel gerador nãoedificado, a toda área possível de ser construída com base no
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coeficiente de aproveitamento básico previsto para a zona ondese insere o imóvel.
Art. 209. O imóvel gerador, consumada atransferência, poderá ser receptor de TDC para repor opotencial construtivo transferido, desde que sejam mantidas ascaracterísticas do imóvel que o levaram a ser classificadocomo gerador de TDC.
Art. 210. O potencial construtivotransferido fica vinculado ao imóvel receptor, vedada novatransferência.
Art. 211. Será mantido registro dastransferências do potencial construtivo, constando os imóveistransmissores e receptores, bem como os respectivos potenciaisconstrutivos transferidos e recebidos.
Art. 212. Os valores para atransferência do potencial construtivo observarão equivalênciaentre os valores do metro quadrado dos imóveis de origem ereceptor, de acordo com a Planta Genérica de Valores utilizadapara o cálculo do Imposto sobre Transmissão Inter Vivos deBens Imóveis (ITBI).
Art. 213. A lei de parcelamento, uso eocupação do solo estabelecerá as condições, a fórmula decálculo e os procedimentos relativos à aplicação datransferência do direito de construir.
CAPÍTULO IVDO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS
Art. 214. Lei específica poderádeterminar o parcelamento, a edificação ou a utilizaçãocompulsória do imóvel urbano não edificado, subutilizado ounão utilizado, considerando a existência de infraestrutura ede demanda para sua utilização, observado o disposto nesta Leie nos arts. 5º e 6º da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julhode 2001 – Estatuto da Cidade.
Art. 215. O proprietário do imóvel
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urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado seránotificado pelo Poder Executivo municipal para que promova oseu adequado aproveitamento sob pena de parcelamento,edificação ou utilização compulsórios.
§ 1º As condições, os prazos e osprocedimentos para a aplicação do instrumento previsto nesteCapítulo, serão estabelecidos na lei específica a que serefere o artigo anterior.
§ 2º Considerase subutilizado o imóvelurbano acima de 360 m² (trezentos e sessenta metros quadrados)localizado na ZICT, ZCA, ZAP e ZEIS, cujo aproveitamento sejainferior aos coeficientes de aproveitamento mínimo definidosna Parte I do Capítulo III do Título III e sintetizados noAnexo XI – Quadro resumo dos parâmetros urbanísticos – destaLei.
§ 3º Demais critérios para aferição dasubutilização, bem como os critérios para aferição da nãoedificação e não utilização, serão estabelecidos na leiespecífica a que se refere o artigo anterior.
Art. 216. Os imóveis urbanos sujeitos àincidência do parcelamento compulsório são os terrenos nãoparcelados inseridos na Zona Consolidada Adensada (ZCA) e naZona de Adensamento Preferencial (ZAP); Zona de EspecialInteresse Social (ZEIS) e na Zona de Interesse Cultural eTurístico (ZICT).
Art. 217. O Poder Público Municipalpoderá facultar ao proprietário de imóvel urbano sujeito àaplicação do instrumento previsto neste Capítulo oestabelecimento de consórcio imobiliário como forma deviabilização financeira do aproveitamento do imóvel, observadoo disposto no art. 46 da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julhode 2001 – Estatuto da Cidade.
§ 1º Considerase consórcio imobiliárioa forma de viabilização de planos de urbanização ou edificaçãopor meio da qual o proprietário transfere ao Poder PúblicoMunicipal seu imóvel e, após a realização das obras, recebe,como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadasou edificadas.
§ 2º O valor das unidades imobiliárias
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a serem entregues ao proprietário será correspondente ao valordo imóvel antes da execução das obras, observado o disposto no§ 2º do art. 8º da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de2001 – Estatuto da Cidade.
CAPÍTULO VDO IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO PROGRESSIVO NO TEMPO
Art. 218. No caso de descumprimento daobrigação de parcelamento, edificação ou utilização do imóvelurbano, conforme previsto no Capítulo anterior, o PoderExecutivo municipal procederá à aplicação do imposto predial eterritorial urbano – IPTU – progressivo no tempo, nasalíquotas, prazos e condições estabelecidas na lei municipalespecífica observando o disposto nesta Lei e no art. 7º da LeiFederal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 Estatuto daCidade.
Parágrafo único. O IPTU somenteincidirá sobre os imóveis localizados no perímetro urbanomunicipal, que estiverem descaracterizados junto ao INCRA,parcelados ou edificados para fins urbanos, ou sobre osimóveis para os quais houver descumprimento de determinação deparcelamento, edificação ou utilização compulsória, semprejuízo para as demais exigências legais.
CAPÍTULO VIDA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
Art. 219. Lei municipal específicapoderá instituir operações urbanas consorciadas em áreas quereceberão intervenções estruturantes relacionadas àreestruturação e requalificação urbana, ao sistema viário e àimplantação de grandes equipamentos, observado o dispostonesta Lei.
§ 1º Considerase operação urbanaconsorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadaspelo Poder Público Municipal, com a participação dosproprietários, moradores, usuários permanentes e investidores
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privados, com o objetivo de alcançar em uma áreatransformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e avalorização ambiental.
§ 2º As regiões localizadas na Zona deAdensamento Preferencial (ZAP) e na Zona Econômica (ZE)deverão ser objeto de estudos específicos a fim de avaliar aviabilidade urbanística, ambiental, social e econômica para ainstituição de operação urbana consorciada, que serãodiscutidos e deliberados no CONCIDADE, criado por esta Lei.
Art. 220. A lei municipal específica aque se refere o artigo anterior delimitará a área paraaplicação da operação urbana consorciada, como também o planoda operação urbana consorciada, as alterações de parâmetrosurbanísticos, a contrapartida a ser exigida e as demaisexigências previstas nos artigos 32 a 34 da Lei Federal nº10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade.
Art. 221. Nas operações urbanas em quea contrapartida a ser exigida envolver o repasse de recursosfinanceiros para o Poder Público Municipal, a lei municipalespecífica que instituir operação urbana consorciada deverácriar um fundo municipal específico para destinação dosrecursos, os quais, conforme § 1º do art. 33 da Lei Federal nº10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, serãoaplicados, exclusivamente, na própria operação urbanaconsorciada.
Art. 222. A lei municipal específicaque instituir operação urbana consorciada deverá criarcomissão de acompanhamento, formada por representantes doPoder Público Municipal, dos proprietários, dos moradores, dosusuários permanentes e dos investidores privados, comatribuições deliberativa e fiscalizadora, de modo a instituirforma de controle compartilhado da operação urbanaconsorciada.
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PARTE IIDAS DISPOSIÇÕES GERENCIAIS
TÍTULO IDAS FUNÇÕES MUNICIPAIS QUANTO À IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO
Art. 223. A Política de DesenvolvimentoUrbano está condicionada às funções sociais da cidade,compreendida como direito de todo cidadão à moradia, aosserviços e equipamentos púbicos e à qualidade de vida.
Parágrafo único. Para os fins previstosneste artigo o Poder Executivo adotará medidas de forma aassegurar:
I – justa distribuição dos benefícios eônus decorrentes do processo de urbanização;
II – acesso de todos os cidadãos aosserviços e equipamentos públicos, observando critériosequânimes de qualidade, quantidade e distribuição espacial;
III – adequação do direito de construirsegundo as normas urbanísticas e as condições do meio físico;
IV – integração das áreas destinadas àsfunções urbanas;
V – manutenção do equilíbrio ecológicocomo um bem de uso comum essencial à qualidade de vida;
VI – qualificação estética da paisagemurbana.
Art. 224. Caberá ao Poder ExecutivoMunicipal:
I – dar suporte material àimplementação do Plano Diretor Participativo e seusInstrumentos Complementares;
II – promover as ações necessárias àadequada arrecadação dos tributos municipais, mantendo PlantaCadastral atualizada;
III – regulamentação e aplicação dosinstrumentos urbanísticos enquanto mecanismos que viabilizem o
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retorno dos investimentos na aplicação dos recursos públicos;IV – estimular novas alternativas na
área econômica;V – articularse com os governos da
União e do Estado no sentido de atrair investimentos afetos aessas instâncias de poder, que contribuam para odesenvolvimento do Município em conformidade com as diretrizesestabelecidas nesta Lei;
VI – promover ações para adequar aestrutura administrativa da Prefeitura à consecução dasdiretrizes preconizadas nesta Lei;
VII – nomear, através de Portaria, aComissão Técnica que fará parte do CONCIDADES de Varginha,composta por integrantes efetivos do sistema de planejamentoda Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação Geral edemais colaboradores neste processo oriundos das diversasSecretarias;
VIII – cumprir e fazer cumprir asdiretrizes referentes ao ordenamento do solo e do espaço nasáreas urbanas do Município;
IX – cumprir e fazer cumprir asdiretrizes e a Lei referentes à proteção do meio ambiente nasáreas urbanas e rurais do Município;
X – criar mecanismos que viabilizem oretorno dos investimentos na aplicação dos recursos públicos.
Art. 225. Para a execução eacompanhamento do Plano Diretor, o Executivo Municipal deveráimplementar as seguintes ações:
I – implantação de Sistema Municipal deInformações (SIM);
II – implantação do CONCIDADES;III – elaboração dos Planos Setoriais
faltantes;IV – Plano Plurianual de Investimentos.
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TÍTULO IIDA IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO DO PLANO DIRETOR
CAPÍTULO IDAS AÇÕES PRIORITÁRIAS
Art. 226. São ações prioritáriaseleitas para a implementação das diretrizes de desenvolvimentomunicipal de Varginha e alocação dos investimentos públicos:
I – implementar os instrumentos degestão do território e da cidade, proporcionando o crescimentoe desenvolvimento sustentável;
II – fiscalizar a atividade deparcelamento do solo, coibindo loteamentos e chacreamentosirregulares;
III – implementar Programa de HabitaçãoSocial, com atenção à localização de habitações de interessesocial e a rede de suporte instalada;
IV – realizar regularização urbanísticae fundiária;
V – planejar a ocupação urbana,evitando as construções em áreas de risco, de preservaçãopermanente;
VI – estimular fontes alternativas decaptação e reuso de água;
VII – realizar a correção, manutenção ecomplementação do sistema de drenagem de águas pluviais;
VIII – cobrar da concessionáriaresponsável a ampliação e reforma das estruturas do sistema deesgotamento sanitário, com incorporação de novas tecnologias;
IX – coibir o lançamento de esgoto innatura nos cursos d’agua, principalmente na área rural;
X – efetivação de Plano de SistemaViário, Trânsito e Transporte, privilegiando o sistema detransporte coletivo;
XI – criar alternativas de transporte,priorizando os modos não poluentes como a implantação deciclovias;
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XII – melhorar acessibilidade,principalmente nas edificações públicas e instituições deeducação;
XIII – efetivação de programas derecuperação, ampliação e conservação para o meio ambiente;
XIV – aperfeiçoar o processo depreservação e gestão das áreas verdes existentes e dopatrimônio natural, especialmente as áreas do Parque SãoFrancisco de Assis, Parque Centenário, Parque Novo Horizonte,Parque Zoobotânico Dr. Mario Frota, Praça José de RezendePaiva e Praça Dom Pedro II;
XV – preservar e recuperar as matasciliares, em especial do Rio Verde, Ribeirão do Santana,Córrego dos Tachos, Ribeirão da Vargem, Ribeirão da Espera eRio Palmela;
XVI – integrar as políticas de saúde,educação e de assistência social;
XVII – melhorar o sistema de marcaçãode consultas na Saúde;
XVIII – ofertar cursos de capacitaçãopara servidores municipais e sociedade civil;
XIX – integrar a política dedesenvolvimento econômico considerando indústria, comércio,agronegócios, turismo, dentre outros;
XX – apoiar o produtor rural com aformação de cooperativas de produção, feiras para exposiçõescomercialização dos produtos rurais, manutenção das estradasrurais;
XXI – potencializar o desenvolvimentodo Aeroporto e do Porto seco, promovendo a formação de umregional;
XXII – potencializar as oportunidadesdo turismo de negócios, principalmente os voltados ao café;
XXIII – apoiar as associaçõescomunitárias;
XXIV – melhorar a gestão das áreas deconvívio, lazer e esporte;
XXV – apoiar os Conselhos da Cidade.
Art. 227. O Plano de Governo, o PlanoPlurianual, as Diretrizes Orçamentárias e os orçamentos anuaisdo Município deverão privilegiar as diretrizes expressas nestaLei.
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Art. 228. A implementação das açõesprioritárias será acompanhada e avaliada pelo ConselhoMunicipal da Cidade – CONCIDADE, criado por esta Lei.
CAPÍTULO II DAS DIRETRIZES DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Art. 229. A estrutura administrativado Poder Executivo:
I – desempenhará sua missão e suasmetas institucionais, definindo funções, papéis e atribuições;
II – viabilizará as estratégias degoverno;
III – aperfeiçoará o funcionamentointegrado das diversas áreas internas da administraçãomunicipal, dotandoas de instrumentos eficazes degerenciamento, operação e controle com foco na implementaçãotecnológica;
IV – adequarseá às mudançasdecorrentes da própria dinâmica do município;
V – planejará e implantará ações deracionalização e informatização dos processos administrativoscom vistas a criação de uma política municipal voltada para atecnologia da informação;
VI – desenvolverá e implantará sistemade informações gerenciais;
VII – promoverá e apoiará a organizaçãoe o desenvolvimento da sociedade civil.
Art. 230. O Poder Público Municipal
executará levantamento das deficiências existentes nacapacitação profissional do quadro de servidores da PrefeituraMunicipal, como forma de desenvolver e implantar um programade capacitação contínua de seus servidores, criando condiçõesobjetivas de valorização, desenvolvimento e conscientização doseu papel como servidor público.
Parágrafo único. Será formulada eimplementada política pública de recursos humanos e de adoçãode instrumentos gerenciais adequados à elaboração e
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implantação de Plano de Cargos e Carreiras, que contenhaprogramas e/ou projetos de capacitação de pessoal.
Art. 231. São diretrizes para odesenvolvimento institucional da Administração PúblicaMunicipal:
I – capacitação técnica dofuncionalismo público;
II – integração das ações político–administrativas entre os setores municipais;
III – incentivo a ações coordenadas econsorciadas com os municípios vizinhos, o Estado e a União;
IV – garantia da transparência e doacesso de todos os cidadãos aos processos, documentos einformações públicos;
V – criação de canais institucionaispara a participação da população no planejamento, execução,fiscalização e avaliação das políticas públicas;
VI – utilização de novas tecnologias noserviço interno e na prestação de serviços públicos.
CAPÍTULO III DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARTICIPATIVA
Art. 232. O processo de gestão do PlanoDiretor será conduzido pelo Executivo Municipal e acompanhadopela Câmara Municipal, com a participação dos munícipes.
Art. 233. Para garantir a gestãodemocrática da cidade, será assegurada a participação dapopulação no processo de planejamento e o seu acesso aoSistema de Informações Municipais, especialmente àquelesreferentes à implementação do Plano Diretor, sendo utilizados,entre outros, os seguintes instrumentos, nos termos dos arts.43 e 44 da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 –Estatuto da Cidade:
I – Conselho Municipal de Cidade –CONCIDADE, criado e disciplinado nesta Lei;
II – Conferência Municipal da Cidade;
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III – debates, audiências e consultaspúblicas;
IV – iniciativa popular de projeto delei, na forma estabelecida pela Lei Orgânica do Município deVarginha, e de planos, programas e projetos de desenvolvimentourbano;
V – debates, audiências e consultaspúblicas para a elaboração participativa do plano plurianual,da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, comorequisito obrigatório para a sua aprovação pela CâmaraMunicipal.;
VI – conselhos setoriais relacionadosao desenvolvimento urbano instituídos pelo Poder ExecutivoMunicipal.
Art. 234. Para a implementação do Plano
Diretor, o Poder Público Municipal fica criado o Sistema dePlanejamento e Gestão Participativa, visando coordenar asações decorrentes deste Plano Diretor.
Art. 235. O Sistema de Planejamento e
Gestão Participativa é composto por:
I – órgão responsável pelo planejamentourbano municipal;
II – Conselho Municipal da Cidade CONCIDADE;
III – Sistema de InformaçõesMunicipais;
IV – Fundo Municipal de DesenvolvimentoUrbano;
V – Conferência Municipal da Cidade.
Seção I Do órgão responsável pelo planejamento urbano municipal
Art. 236. A Secretaria de Planejamento
Urbano SEPLA é o órgão responsável pelo planejamento urbanomunicipal, devendo coordenar as ações decorrentes do PlanoDiretor, contemplando as seguintes atribuições:
I – opinar previamente sobre planos,
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programas e projetos que terão repercussão na estruturamunicipal;
II – promover a vinculação dos diversosórgãos públicos e da administração municipal às diretrizes doPlano Diretor;
III – monitorar as políticas públicasmunicipais, em articulação com a comunidade e demais entidadese órgãos da Administração Municipal, acompanhando aimplementação dos planos, programas e projetos municipais,assegurando a integração das diversas ações entre si e àsdiretrizes do Plano Diretor;
IV – definir as diretrizesorçamentárias e o gerenciamento do orçamento municipal;
V – compatibilizar e acompanhar daexecução dos orçamentos, dos programas e dos projetossetoriais;
VI – promover, juntamente com o setorresponsável a atualização do Cadastro Técnico Municipal – CTMou planta genérica;
VII – desenvolver e implantar o sistemade planejamento municipal que integre os diversos setores daadministração pública e concessionária de serviços públicos,na implementação dos programas e ações;
VIII – avaliar os impactos e resultadosdas ações decorrentes do Plano Diretor;
IX – implantar e gerenciar o Sistema deInformações Gerenciais, especialmente um banco de dadosmunicipais;
X – incentivar a participação socialnos Conselhos Municipais, investindo na capacitação dosconselheiros e divulgando os resultados das açõesdesenvolvidas nesses órgãos;
XI – implantar o sistema de informaçõespor meio de um banco de dados municipais associado aogeoprocessamento contínuo, bem como ao Cadastro TécnicoMunicipal (planta genérica), nas áreas urbanas e nas áreasrurais;
XII – capacitar o corpo técniconecessário ao Sistema de Planejamento e InformaçõesMunicipais;
XIII – prestar o apoio técnico eadministrativo necessário ao funcionamento do ConselhoMunicipal da Cidade;
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XIV – decidir ouvindo o CONCIDADE sobrea aprovação de empreendimentos de impacto, definidos nestaLei.
Seção II
Conselho Municipal da Cidade
Art. 237. Fica criado o conselhomunicipal das cidades – CONCIDADE, órgão colegiado deassessoramento do Poder Executivo Municipal no planejamentourbano, de natureza consultiva, composto por 15 membrosefetivos, além dos seus respectivos suplentes, pertencentesaos seguintes segmentos:
I – 6 (seis) representantes do PoderExecutivo Municipal;
II – 2 (dois) representantes do PoderLegislativo Municipal;
III – 1 (um) representante do CODEMA; IV – 1 (um) representante do setor
empresarial; V – 3 (três) representantes do setor
técnico com atuação no município, vinculados a entidadesprofissionais;
VI – 2 (dois) representantes do setorpopular.
§ 1º Os membros do CONCIDADE terãomandato de 02 (dois) anos.
§ 2º Os membros titulares e suplentesrepresentantes do CONCIDADE serão nomeados pelo Prefeito apartir dos seguintes procedimentos:
I – indicação dos respectivos órgãosmunicipais, no caso dos representantes do Poder ExecutivoMunicipal;
II – indicação do Presidente da CâmaraMunicipal, no caso dos representantes da Câmara Municipal;
III – indicação pelo Presidente doSindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de MinasGerais ou pela Associação Comercial e Industrial de Varginha,de 1 (um) dos representantes indicados no inciso V do caput;
IV – indicação pelo Presidente da
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Associação de Engenheiros e Arquitetos da Região de Varginhade 1 (um) dos representantes indicados no inciso V do caput;
V – indicação pelas Universidadeslocais, de 1 (um) dos representantes indicados no inciso V docaput;
VI – eleição em assembleia de cadasegmento cujos representantes não tenham sido indicados nostermos dos incisos anteriores, convocada pelo CONCIDADE,especialmente com essa finalidade, por meio de edital, no casode representantes das entidades da sociedade cível.
§ 3º A participação no CONCIDADE seráconsiderada função relevante, não remunerada.
Art. 238. São atribuições do CONCIDADE:
I – elaborar seu regimento interno, aser homologado pelo Executivo Municipal;
II – coordenar, acompanhar e avaliar aimplementação do Plano Diretor e da Lei de Parcelamento, Uso eOcupação do Solo, nos seus aspectos territorial, econômico esocial, assim como coordenar os seus processos de revisão ealterações, a partir das propostas apresentadas pelaConferência Municipal da Cidade;
III – acompanhar a elaboração dasdemais legislações complementares ao Plano Diretor, como oCódigo de Obras, o Código de Posturas e a leis específicarelacionadas à regularização fundiária e demais instrumentosda política de desenvolvimento urbano;
IV – opinar sobre os casos omissos e/ouaqueles que necessitarem de avaliações específicasrelacionados a este Plano Diretor e à legislação urbanísticamunicipal que lhe é complementar;
V – manifestarse sobre acompatibilidade do plano plurianual, da lei de diretrizesorçamentárias e do orçamento anual com as diretrizes eprioridades desta Lei;
VI – opinar sobre o licenciamentourbanístico dos empreendimentos e atividades de impactosubmetidos á elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança(EIV) e/ou do Relatório de Impacto na Circulação (RIC);
VII – analisar as propostas dealteração da legislação urbanística, a partir dos pareceres
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apresentados pelo Executivo Municipal, pronunciando–se arespeito da matéria;
VIII – acompanhar, por meio desolicitação de informações e esclarecimentos sobre planos,programas e projetos relativos ao desenvolvimento econômico egestão municipal;
IX – assegurar a participação dapopulação no processo de planejamento e o seu acesso aosistema de informações municipais;
X – avaliar planos, programas eprojetos que terão repercussão na estrutura municipal;
XI – solicitar ao executivo municipal aconvocação da Conferencia Municipal de Política Urbana pormeio do CONCIDADE;
XII – manifestarse, em nível derecurso, nos processos administrativos de casos decorrentesdesta lei, da de parcelamento do solo e da de uso e ocupaçãodo solo;
XIII – fixar diretrizes e prioridades eaprovar o cronograma de desembolso dos recursos do Fundo deMunicipal Desenvolvimento Urbano;
XIV – aprovar os balancetes dedesembolso e os relatórios de desempenho do Fundo Municipal deDesenvolvimento Urbano;
XV – promover articulação e integraçãocom os conselhos municipais responsáveis pelo acompanhamentode políticas, programas e projetos setoriais cujas açõestenham interface ou decorram desta Lei.
Parágrafo único. Todos os projetos deleis contendo revisões ou alterações nas normas desta Lei e daLei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de que trata oinciso II deste artigo devem ser instruídos, desde a suapropositura, com documento que contenha a avaliação edeliberação do CONCIDADE a seu respeito, seja nas iniciativasdo Poder Executivo ou naquelas do Poder Legislativo.
Art. 239. Qualquer secretaria municipalpoderá solicitar sua participação, com direito a voz e semdireito a voto, nas reuniões do CONCIDADE em que for discutidoe/ou decidido assunto que julgue afeto às políticas setoriaisde sua responsabilidade.
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Art. 240. O CONCIDADE poderá convidar aparticipar de suas reuniões representantes de órgãos eentidades públicos ou privados, dos Poderes Executivo,Legislativo e Judiciário, bem como outros técnicos, sempre queda pauta constar tema de suas áreas de atuação.
Art. 241. O órgão responsável pelo
planejamento urbano municipal deverá prestar o apoio técnico eadministrativo necessário ao funcionamento do CONCIDADE.
Art. 242. O CONCIDADE será constituído
pelos seguintes Comitês Técnicos com função de assessoramento:
I – habitação; II – saneamento Básico e Meio Ambiente;III – mobilidade Urbana; IV – planejamento e Regulação Urbana.
§ 1º Na composição dos ComitêsTécnicos, deverá ser observada a paridade na representação dossegmentos que compõem o CONCIDADE.
§ 2º Os Comitês Técnicos serãocoordenados pelo órgão responsável pelo planejamento urbanomunicipal.
§ 3º O funcionamento e a estrutura dosComitês Técnicos serão estabelecidos no Regimento Interno doCONCIDADE.
Art. 243. O CONCIDADE será instalado na
forma no art. 238 desta Lei.
Seção III Sistema de Informações Municipais
Art. 244. O Sistema de InformaçõesMunicipais conterá e manterá atualizados dados, informações eindicadores sociais, culturais, econômicos, financeiros,patrimoniais, ambientais, administrativos, físico–territoriais, cartográficos, imobiliários e outros derelevante interesse para o Município.
§ 1º O Sistema de InformaçõesMunicipais tem como princípios:
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I – o planejamento, o monitoramento, aimplementação e a avaliação da política urbana;
II – a simplificação, economicidade,eficácia, clareza, precisão das informações;
III – a disponibilização dasinformações, em especial as relativas ao processo deimplementação, controle e avaliação do Plano Diretor.
§ 2º O Sistema de InformaçõesMunicipais é coordenado pelo órgão responsável peloplanejamento urbano municipal.
§ 3º O Sistema de InformaçõesMunicipais tem por base o cadastro territorial urbano e ocadastro multifinalitário.
Art. 245. O Sistema de InformaçõesMunicipais deverá estar embasado em uma rede informatizadaatualizada e dinâmica que possibilite a integração internaentre os organismos da Administração Municipal e dos conselhosmunicipais, e externa, entre a Administração Municipal e osmunícipes, no fornecimento de informações e serviços públicos.
Art. 246. Consideram–se comoinstrumentos fundamentais para o monitoramento da estruturaçãoterritorial as diversas formas de cartografia básica etemática e as distintas modalidades de imageamento territorialpor satélite ou aerotransportação, com os quais o Sistema deInformações Municipais deverá se instrumentalizar.
Seção IV Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano
Art. 247. Fica criado o Fundo Municipalde Desenvolvimento Urbano – FMDU, de natureza contábil,destinado a centralizar e gerenciar recursos orçamentáriospara financiar planos, programas e projetos para o cumprimentodas seguintes finalidades, em consonância com as diretrizes eprioridades previstas neste Plano Diretor:
I – regularização urbanística efundiária;
II – execução de programas e projetoshabitacionais de interesse social;
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III – implantação de equipamentosurbanos e comunitários;
IV – criação de espaços públicos delazer e áreas verdes;
V – criação de unidades de conservaçãoou proteção de outras áreas de interesse ambiental;
VI – proteção de áreas de interessehistórico, cultural ou paisagístico; VII – execução de obrasde infraestrutura urbana.
Art. 248. Constituem recursos do FMDU:
I – as dotações do Orçamento Geral doMunicípio classificadas nas funções relacionadas aocumprimento das finalidades previstas nos incisos do artigoanterior;
II – as dotações orçamentárias outransferências da União ou do Estado destinadas à execução dasfunções relacionadas ao cumprimento das finalidades previstasnos incisos do artigo anterior;
III – os recursos provenientes daaplicação dos instrumentos urbanísticos previstos no Título IVdesta Lei;
IV – os recursos provenientes daconcessão de direito real de uso onerosa de bens públicosmunicipais;
V – os recursos provenientes deempréstimos externos e internos para programas de habitação;
VI – as contribuições e doações depessoas físicas ou jurídicas, entidades e organismos decooperação nacionais ou internacionais;
VII – as receitas decorrentes daalienação de imóveis do Município que lhe vierem a serdestinadas;
VIII – as receitas decorrentes daaplicação de sanções por infração às normas de parcelamento,uso e ocupação do solo, posturas e obras;
IX – outros recursos que lhe vierem aser destinados;
X – os recursos provenientes deempréstimos externos e internos para obras de melhoria deinfraestrutura urbana.
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Seção V Conferência Municipal da Cidade
Art. 249. A Conferência Municipal daCidade é o processo de discussão pública e ampliada, que visaavaliar a execução e a propor alterações na política e nalegislação de desenvolvimento urbano.
Art. 250. A Conferência Municipal dePolítica Urbana será realizada, ordinariamente, a cada 04(quatro) anos e, extraordinariamente, quando convocada.
§ 1º Cabe ao CONCIDADE solicitar, aochefe do poder executivo, a convocação da ConferênciaMunicipal da Cidade.
§ 2º A Conferência Municipal da Cidadedeverá ser amplamente divulgada e aberta à participação detodos os munícipes.
Art. 251. A Conferência Municipal de
Política Urbana possui as seguintes funções, dentre outras:
I – apreciar as diretrizes da políticaurbana do Município;
II – avaliar a implementação do PlanoDiretor e sugerir adequações nas ações;
III – apresentar ao CONCIDADE propostasde alteração no Plano Diretor e na Lei de Parcelamento, Uso eOcupação do Solo, a serem consideradas no processo de suarevisão;
IV – avaliar propostas de alteração doPlano Diretor e da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação doSolo.
Parágrafo único. Todas as propostas dealteração deste Plano Diretor e da Lei de Parcelamento, Uso eOcupação do Solo deverão ser debatidas integralmente e deforma prévia na Conferência Municipal da Cidade.
Art. 252. Resolução do CONCIDADE
definirá as normas complementares e os procedimentos para arealização da Conferência Municipal da Cidade, observadas asdisposições desta Lei.
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TÍTULO IIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 253. O CONCIDADE, instituído por
esta Lei, deve ser instalado no prazo de 90 (noventa) dias,contados da publicação desta Lei.
§ 1º A eleição da primeira composiçãodos representantes da sociedade civil no CONCIDADE, seráconvocada e coordenada pelo órgão responsável peloplanejamento urbano municipal.
§ 2º Após sua instalação, o CONCIDADEtem o prazo de 60 (sessenta) dias para elaborar e publicar oseu regimento interno.
§ 3º Após publicação do RegimentoInterno, o CONCIDADE terá o prazo de 30 (trinta) dias paracompor e iniciar o funcionamento dos Comitês Técnicos a que serefere esta Lei.
Art. 254. O Poder Público Municipaldeve promover a elaboração ou a revisão da legislaçãocomplementar ao Plano Diretor, bem como dos planos municipaisrelativos às políticas setoriais, observadas as diretrizes ecritérios estabelecidos nesta Lei.
§ 1º Deverão ser elaboradas e aprovadasas seguintes leis, no prazo máximo de 6 (seis) meses dapublicação desta Lei:
I – Legislação ambiental; II – Lei específica que discipline a
outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;III – Lei específica que discipline o
parcelamento, a edificação ou a utilização compulsória,seguido do IPTU progressivo no tempo e da desapropriação compagamento em títulos da dívida pública, conforme previstonesta Lei.
§ 2º Deverão ser revistas as seguintesleis, no prazo máximo de 6 (seis) meses da publicação destaLei:
I – Lei que estabelece normas para o
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parcelamento, o uso e a ocupação do solo para fins urbanos noMunicípio de Varginha de forma complementar a esta Lei;
II – Código de Posturas; III – Código de Obras.
§ 3º Deverão ser elaborados osseguintes Planos Setoriais, no prazo máximo de 12 (doze) mesesda publicação desta Lei:
I – Plano Municipal de MobilidadeUrbana;
II – Plano Local de Habitação deInteresse Social.
Art. 255. São partes integrantes destaLei os seguintes Anexos:
I – Anexo I – Mapa da Estrutura Viária;II – Anexo II – Quadro de
Características Geométricas das Vias; III – Anexo III – Mapa de
Infraestrutura; IV – Anexo IV – Mapa de Equipamentos
Urbanos; V – Anexo V – Mapa das Áreas de
Interesse Municipal; VI – Anexo VI – Mapa de Restrições
Ambientais; VII – Anexo VII – Mapa do Perímetro
Urbano; VIII – Anexo VIII – Descrição do
Perímetro Urbano; IX – Anexo IX – Mapa do
Macrozoneamento; X – Anexo X – Mapa do Zoneamento; XI – Anexo XI – Quadro Resumo dos
Parâmetros Urbanísticos; XII – Anexo XII – Localização
Admissível por Usos;XIII – Anexo XIII – Usos e Atividades
compatíveis com Área Rural;XIV – Anexo XIV – Classificação das
Atividades, Repercussões Negativas e Medidas Mitigadoras;
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XV – Anexo XV – Empreendimentos deImpacto.
Art. 256. os casos omissos oucontroversos serão dirimidos pelo CONCIDADE, cabendo recursoao Chefe do Executivo.
Art. 257. Esta Lei entra em vigor nadata de sua publicação, revogadas as disposições em contrário,especialmente a Lei Municipal nº 3.182/1999 e Lei Municipal nº4.530/2006.
Prefeitura do Município de Varginha, 20abril de 2018.
ANTÔNIO SILVAPREFEITO MUNICIPAL
SERGIO KUROKI TAKEISHISECRETÁRIO MUNICIPAL DE
ADMINISTRAÇÃO
CARLOS HONÓRIO OTTONI JÚNIORSECRETÁRIO MUNICIPAL DE
GOVERNO
JOSÉ MANOEL MAGALHÃES FERREIRASECRETÁRIO MUNICIPAL DE PLANJAMENTO URBANO
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