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Muito além dos cartões de visita
História Os primeiros anos da câmara de comércio mais antiga da América Latina
REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 Nº293 AGO/SET 2015
Exclusivo Embaixadora americana analisa nova fase das relações bilaterais
Perfil Citi Brasil celebra centenário e aposta no segmento premium
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6_Edição 287_jul/ago 2014
FOCOFOCOFOCOFOCOA CHEVRON BRASIL INVESTIU, DESDE 2010, US$ 9 MILHÕES EM PROJETOS SOCIAIS QUE
INCENTIVAM A GERAÇÃO DE OPORTUNIDADES ECONÔMICAS EM COMUNIDADES DOS ESTADOS
DO RIO DE JANEIRO E ESPÍRITO SANTO. A EMPRESA PRIORIZA A CAPACITAÇÃO DE MULHERES, PARA QUE POSSAM ABRIR E GERENCIAR O PRÓPRIO NEGÓCIO, E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE JOVENS,
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Nem todos reparam, mas a informação está lá na capa: “Desde 1921”. São 94 anos de Brazilian Business, que sequer é a primeira publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janei-
ro (AmCham Rio). Desde a fundação, em 1916, a AmCham Rio cultiva o bom hábito de contar – e documentar – a própria história.
Até o centenário da entidade, no dia 16 de abril de 2016, abriremos as caixas de nosso material editorial. Esse acervo está guardado tanto nos nossos arquivos como no da Biblioteca Nacional. O resgate histórico, que está sendo feito pelo jornalista Natanael Damasceno, servirá de base para uma série de quatro reportagens publicadas na coluna Rio, a come-çar pelo período entre a criação da AmCham Rio até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1939.
Outro centenário serve como mote para o Perfil. Em entrevista ex-clusiva, Hélio Magalhães, presidente do Citi Brasil, conta um pouco dos cem anos do banco no País e mostra otimismo quanto ao futuro.
Sentimento semelhante tem a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde. Importante personagem no trabalho de reaproxi-mação entre ambos os países, ela viu de perto o encontro entre os pre-sidentes Dilma e Obama, em junho. Na seção Conexão Global, ela analisa quais devem ser os próximos passos das relações bilaterais. Já o presidente da AmCham Rio, Rafael Motta, que também foi aos EUA, apresenta, na Carta do Presidente, a visão do setor privado para me-lhorar o ambiente de negócios entre os dois maiores países das Américas.
Na reportagem de Capa, a repórter Renata Leite mostra a impor-tância de fazer networking, que pode ser a diferença entre fechar um bom negócio ou não. Já na coluna Foco, o trabalho social da Chevron Brasil.
Boa leitura!
EDITORIAL
amchamrio.com
Conselho editorial
Henrique Rzezinski
João César Lima
Rafael Sampaio da Motta
Roberto Ramos
Robson Goulart Barreto
Gerente de Comunicação Eduardo Nunes
Editor-chefe e jornalista responsável
Cláudio Motta (MTB 01001400/RJ)
Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado
(edição de arte), Luciana Maria Sanches
(revisão), Bernardo Guimarães (texto e fotos),
Natanael Damasceno (texto) e Renata Leite
(texto)
Os artigos assinados são de total responsabilidade dos
autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara
de Comércio Americana do Rio de Janeiro
Publicidade Felipe Tavares
A tiragem desta edição, de 3 mil exemplares, é comprovada pela EY
Impressão: Walprint
Uma publicação da Câmara de Comércio
Americana do Rio de Janeiro
Praça Pio X, 15, 5º andar
20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201
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A Brazilian Business usa papel com certificação FSC, garantia de que a
matéria-prima florestal tem manejo social, ambiental e
economicamente adequado.
CARTA DO PRESIDENTE06 De Washington, Rafael Motta conta
como o setor privado enxergou a visita da presidente Dilma aos Estados Unidos
100 ANOS DA AMCHAM RIO
08 A primeira de uma série de quatro reportagens revela a história da fundação e do desenvolvimento da câmara
OVERVIEW18 Investimento de R$ 280 milhões em
Seropédica dinamiza a economia do Estado do Rio de Janeiro
ACESSIBILIDADE 20 A opinião de José Oswaldo Corrêa
acerca das dificuldades na contratação de portadores de deficiência
INTERCÂMBIO FISCAL22 Advogados do escritório Gaia, Silva,
Gaede analisam acordo fiscal entre Brasil e Estados Unidos
CAPA24 A capacidade de fazer networking
corporativo pode ser o diferencial para se estabelecer no mercado
MOBILIDADE30 Agência reguladora de transportes
do Estado do Rio de Janeiro aponta mudanças na gestão
+ IMAGEM
Acompanhe em vídeo como foi a visita da presidente Dilma Rousseff à U.S. Chamber of Commerce.
+ CONTEÚDO
Opinião: normas de proteção de dados no Brasil. bit.ly/1DnQ4Y6
Diretores da AmCham Rio recebem Marco Capute. bit.ly/1M3ooZT
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Acesse e confira o ensaio fotográfico completo da Chevron para a coluna Foco: bit.ly/BB293Foco.
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CLÁUDIO MOTTA_EDITOR
PROPRIEDADE INTELECTUAL
32 Ivan Ahlert, sócio do escritório Dannemann Siemsen, analisa problemas relevantes no Inpi
PERFIL34 Presidente do Citi Brasil faz um
levantamento sobre os cem anos de história do banco no País
PRÊMIO BRASIL AMBIENTAL
36 Com inscrições abertas para 11ª edição, PBA premiou mais de 50 projetos em dez anos
ESPÍRITO SANTO38 Vitória receberá executivos de 40 países
para reunião internacional de agentes marítimos
CONEXÃO GLOBAL40 Liliana Ayalde, embaixadora dos
EUA no Brasil, destaca os avanços nas relações bilaterais
AMCHAM NEWS44 Antigo pleito da AmCham Rio, Brasil é
incluído no programa Global Entry, dos Estados Unidos
SUMÁRIO
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Gamificação incentiva a inovação para empresas.bit.ly/1VZPWnN Gestão de crise ambiental exige discurso e ação alinhados.bit.ly/1VZdFUT
As lideranças e a Responsabilidade Social Empresarial.bit.ly/1ICvRN4
6_Edição 293_ago/set 2015
A recente visita de Dilma Rousseff à Casa Branca, em junho, precisa ser efe-tivamente um marco para um novo patamar das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Essa é a expectativa do setor privado e o senti-
mento das pessoas que estavam em Washington para acompanhar o encontro da nossa presidente com Barack Obama.
A mensagem política é de reaproximação. O objetivo, agora, é fazer com que nossa pauta de negociações seja marcada pelas questões comerciais. É importante diminuir os entraves que atrapalham as exportações e importações, que movi-mentaram, no ano passado, US$ 62 bilhões, sendo que 75% do valor são de produ-tos manufaturados e semimanufaturados.
Os americanos são o segundo maior parceiro do Brasil, depois da China. As empresas dos EUA são as que mais investem no País: para cada dólar que aporta-mos nos Estados Unidos, três dólares são aplicados no Brasil. O índice médio de internacionalização das multinacionais brasileiras cresceu 22,9% em 2013, tendo a América do Norte como um dos principais destinos, representando 66,7% das operações fora do Brasil, de acordo com informações da Fundação Dom Cabral levantadas em 2014.
Ainda há muito espaço para ampliar a nossa agenda de exportações. A forma-lização de um acordo para a efetivação do Global Entry já a partir de 2016, como anunciado por Dilma e Obama, impulsionará o fluxo comercial entre os países. O programa de facilitação de entrada a viajantes frequentes é um pleito antigo da Câma-ra de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e de entidades parceiras.
Depois do Global Entry, o próximo passo é ingressar no Visa Waiver, progra-ma que, na prática, representa o fim dos vistos de negócios e de turismo. Esse é o ponto central da agenda da Brazil-U.S. Visa Free Coalition, da qual a AmCham Rio faz parte.
Durante a 3ª Cúpula Empresarial Brasil-EUA, realizada na U.S. Chamber of Commerce, em Washington, no dia 30 de junho – da qual participei representando a AmCham Rio –, a secretária de Comércio dos EUA, Penny Pritzker, encerrou seu discurso de forma pragmática. Segundo ela, os acordos negociados entre os gover-nos brasileiro e americano só irão para a frente se o empresariado de ambos os lados contribuir e colocar a mão na massa. Isso mostra como um país como os EUA va-loriza o setor privado. Para mim, essa mensagem foi crucial. E está em consonância com a atuação da AmCham Rio: melhorar o ambiente de negócios e colaborar com a interlocução entre os governos para que os acordos bilaterais saiam da teoria e funcionem na prática.
RAFAEL MOTTA, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO
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CARTA DO PRESIDENTE
Tempo de colocar a mão na massa
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8_Edição 293_ago/set 2015 Edição 293 Brazilian Business_9
Primeiras páginas
de históriaDa criação à consolidação como instrumento efetivo de negócios, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro é testemunha ativa da nova parceria entre os dois gigantes das Américas
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Natanael [email protected]
“Uma revista mensal sobre assuntos econômicos, industriais e co-merciais, que alcança os mais importantes departamentos do governo brasileiro, é entregue nos estabelecimentos financeiros
e comerciais dos Estados Unidos e é lida por cada executivo americano pre-sente no Brasil.” A frase, que aparece na edição de dezembro de 1935 da Bra-zilian Business, evidencia o que a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) esperava quando lançou a revista, quase 15 anos an-tes, em 1921. A entidade – com apenas 19 anos de existência, enfrentando um cenário repleto de instabilidade política e econômica – já estava consolidada como uma instituição fundamental para melhorar o ambiente de negócios e as relações comerciais bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.
1913Woodrow Wilson assume
a Presidência dos Esta-dos Unidos (1913-1921).
1914No Brasil, Wenceslau
Braz (1914-1918) é eleito e assume a Presidência da República. O assas-
sinato do arquiduque Francisco Ferdinando,
em Sarajevo, na Bósnia, é o estopim da Primeira
Guerra Mundial.
1915Empresários americanos
se unem para criar a AmCham Rio.
1916No dia 16 de abril,
a AmCham Rio é oficialmente fundada,
com T. B. McGovern na presidência. A entidade
passa a funcionar no segundo andar do
prédio de número 112 da Avenida Rio Branco.
O edifício, sede do Jornal do Brasil, é um
dos mais altos da via recém-criada. O primeiro boletim da AmCham Rio, The Quarterly, é lançado.
1917Em abril, depois de cinco
embarcações america-nas terem sido afunda-
das, Wilson pede ao con-gresso uma declaração de guerra. Em outubro,
alemães afundam o navio brasileiro Macau. O Brasil declara guerra ao
império alemão.
10_Edição 293_ago/set 2015 Edição 293 Brazilian Business_11
Prestes a completar um século, a AmCham Rio passa em re-vista a própria história. A partir desta edição, uma série de quatro reportagens faz uma retrospectiva de atividades, posicionamen-tos e ações da instituição. Um resgate que tem como base as pró-prias publicações da AmCham Rio, com destaque para a Brazi-lian Business: o principal meio de comunicação com associados e não associados.
Essa história se inicia muito antes de 16 de abril de 1916, dia da fundação oficial da entidade. Começa na virada do século 20, quando Brasil e Estados Unidos, jovens países de trajetória seme-lhante, iniciam uma aproximação. Até a última década do século anterior, o relacionamento bilateral se deu de forma esporádi-ca. Os vínculos com a Europa, em especial com a Grã-Bretanha, eram mais fortes. E a consolidação dos limites dos respectivos espaços territoriais ocupava quase que totalmente a política ex-terna de ambos os países.
A aproximação se acelerou com a inauguração e a consolida-ção da República no Brasil, no fim do século 19, e se aprofundou com a indicação do Barão do Rio Branco ao cargo de ministro das Relações Exteriores, em 1902. “Com isso, a política interna-cional brasileira ganha uma nova diretriz, pois o barão acreditava ser fundamental buscar uma aliança com o novo ator que surgia no cenário internacional: os Estados Unidos, que despontavam rapidamente”, explica Ricardo Gomes, professor do curso de relações internacionais da ESPM. “O Brasil era essencialmente agroexportador e, a partir dessa decisão diplomática, a relação entre os dois países experimentou um crescimento exponencial. O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter embaixada em Washington. E o então presidente americano, Theodore Roo-sevelt, era muito interessado na América Latina. Isso sem falar na identificação gerada pelas semelhanças contidas no nascimento das duas nações, ex-colônias de potências europeias.”
Naquele momento, mesmo em um contexto de forte protecio-nismo alfandegário norte-americano, o Brasil assegurou medidas de exceção ou redução tarifária a seus produtos, especialmente o café. Em troca, concedeu reduções de até 30% aos impostos aplicados aos produtos oriundos dos EUA.
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, os vín-culos entre Brasil e Estados Unidos se estreitaram ainda mais. No início do ano seguinte, um artigo publicado na Dun's Inter-national Review (revista dedicada ao comércio internacional que circulou de 1893 a 1933 e era editada, em Nova York, pela Dun & Bradstreet, Inc.) defendia a formação de câmaras de comércio americanas em solo estrangeiro. No Rio, o cônsul-geral dos EUA, Alfred L. Moreau Gottschalk, manifesta-se publicamente a favor da criação da instituição no Rio, então capital federal, para im-pulsionar as relações comerciais dos dois países.
1918No Brasil, Rodrigues
Alves é eleito presidente, mas morre antes de
assumir. O vice, Delfim Moreira, assume (1918-
1919).
Armistício põe fim à Primeira Guerra Mundial.
1919No Brasil, Epitácio
Pessoa é eleito e assume a Presidência (1919-
1922). Representantes de nove empresas criam a
AmCham São Paulo.
1921Nos EUA, Warren G.
Harding assume a Presidência da República. Ele fica no cargo até 1923.
Publicado, em abril, o primeiro
número da revista Brazilian Business.
1922No Brasil, acontece
a Revolta do Forte de Copacabana, a primeira
do movimento tenentista. Realiza-se, em São Paulo, a Semana de
Arte Moderna. Arthur Bernardes é eleito e
assume a Presidência da República (1922-1926).
1923Crise no Estado do Rio de Janeiro, com intervenção federal. Nos EUA, Calvin
Coolidge assume a presidência (1923-1929),
depois da morte de Warren G. Harding.
“SINTO QUE UMA INSTITUIÇÃOPROPRIAMENTE CONSTITUÍDA DE
EMPRESÁRIOS AMERICANOS EM UMA CÂMARADE COMÉRCIO SERIA DE GRANDE VALIA",
ALFRED L. MOREAU GOTTSCHALK, CÔNSUL-GERAL DOS EUA, EM ARTIGO PUBLICADO EM 1915
“Com o início da guerra na Europa, e o consequente fechamento de muitos mercados europeus, a América Latina naturalmente se voltou para os EUA para buscar suprimentos, assim como os EUA começaram a olhar para a América Latina como um novo merca-do para exportação. O consulado-geral tem sido inundado por formulários desde que o conflito começou. Tanto de empresas brasileiras quanto de em-presas americanas buscando conexões comerciais. E, mesmo que eu faça tudo ao meu alcance no sentido de dar pu-blicidade às necessidades dos dois la-dos, tanto nos jornais daqui quanto nos dos EUA, às vezes sinto que uma ins-tituição propriamente constituída de empresários americanos em uma câ-mara de comércio seria de grande va-lia”, defendeu o diplomata em resposta a uma circular distribuída nos círculos comerciais das colônias de imigrantes americanos no exterior.
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Monumento a Barão de Mauá. Foto publicada na Brazilian Business
12_Edição 293_ago/set 2015
1926No Brasil,
Washington Luís é presidente (1926-1930).
1929Quebra da Bolsa de
Valores de Nova York e agravamento da crise
econômica mundial. Nos EUA, Herbert Hoover
assume a Presidência (1929-1933).
1930Nos EUA, a tarifa Hawley-Smoot eleva as barreiras comerciais a níveis sem
precedentes, provocando a retaliação de outros países
industrializados.
No Brasil, revolução iniciada no Nordeste e no Rio Grande do Sul depõe o presidente Washington
Luís, dando fim à Primeira República e marcando o
início da Era Vargas. Uma junta provisória (João
de Deus Menna Barreto, José Isaías de Noronha, Augusto Tasso Fragoso) governa o País até que
Getúlio assume o posto de chefe do Governo
Provisório. Ele será o presidente até 1945.
1931No Rio, é inaugurado
o Monumento da Amizade, doado pelo povo dos EUA
ao povo do Brasil numa iniciativa da AmCham Rio.
Getúlio está presente na cerimônia.
A AmCham Rio muda as instalações para o 18º andar do recém-
inaugurado Edifício Joseph Gire, mais conhecido como
prédio do jornal A Noite, na Praça Mauá, o primeiro
arranha-céu da cidade.
Gottschalk argumentava que os EUA vinham tendo dificuldades em conseguir na América Latina o apoio de grupos locais de empresários no esforço de fomentar o comércio entre os dois países. E acreditava que uma entidade que pudesse sistematizar as informações sobre as necessidades dos mercados daqui e de lá poderia mudar esse cenário. “Mantemos no consulado arquivos com todas as requisições feitas por empre-sas americanas em busca de conexões de negócios aqui e por empresas brasileiras em busca de oportunidades similares nos EUA, além de informações sobre as propostas que se abrem no País e que podem interes-sar fornecedores americanos. Disseram-me que o escritório da R.G. Dun & Company e o National City Bank fazem o mesmo. Para catalogar todas essas informações de forma adequada e mantê-las acessíveis aos empre-sários brasileiros e americanos, e também a todo oficial do serviço consular, é preciso algum tipo de organização americana no Rio de Janeiro trabalhando para contri-buir com essas listas. Talvez até mesmo na manutenção de um periódico que tenha as características de um jornal comercial”, preconizou o cônsul.
O entusiasmo do diplomata levou a uma primeira reunião, marcada para o dia 17 de maio no consulado, na qual foram discutidas algumas questões para a orga-nização da câmara. Nela compareceram T. B. McGovern, que presidiria a instituição; W. V. B. Van Dyck; H. C. Brogden; R. S. Noxon; Lincoln Hutchinson; e o próprio Gottschalk. Na ocasião, foi elaborada uma lista de empresas a serem procuradas e foi tratada a questão da afiliação à Federation of American Chambers of Commerce, situ-ada em Washington. O apoio foi imediato, e a oficialização da AmCham Rio veio 11 meses depois, efetivando a entidade como a primeira câmara de comércio americana da América Latina, com 15 empresas associa-das. As atividades às quais ela se propunha, no entanto, começaram muito antes.
O esforço contínuo para facilitar o diálogo entre líderes em-presariais e governos tanto no Brasil quanto nos EUA já pôde ser identificado na primeira aparição pública da instituição, em junho de 1915, durante a visita do senador americano Theodore Elijah Burton ao Brasil. Registros da viagem feitos pela equipe do parlamentar documentam o banquete oferecido por uma “incipiente Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, ao qual compareceram cerca de 150 pessoas, entre elas o cônsul Alfred Gottschalk, o embaixador Edwin Morgan e os mais pro-eminentes americanos no Rio”. O registro lembra ainda que o senador fez um discurso repleto de sugestões e bons conselhos à entidade que nascia ali, e que foi aplaudido efusivamente.
Muito mais que organizar encontros e banquetes para apro-ximar empresários e autoridades dos dois países, a AmCham Rio emprega, desde a criação, um esforço efetivo para estreitar os laços entre Brasil e Estados Unidos. No DNA da instituição é possível reconhecer uma busca genuína por eficiência. “Orga-nização significa eficiência. E eficiência, hoje, significa sucesso”, afirma o editorial do primeiro número da primeira publicação oficial da entidade, The Quarterly, impressa, ainda sem uma pe-riodicidade definida, nos anos de 1916 e 1917.
Embrião da revista Brazilian Business, que só começaria a ser editada cinco anos depois, o boletim continha, nos primeiros números, informações sobre a própria entidade e registros sobre a comunidade americana no Rio, como a lista de cidadãos e em-presas presentes na cidade. Trazia também análises do cenário econômico nos dois países, relatórios de exportação, reporta-gens sobre a logística entre Brasil e EUA e artigos relacionados às principais commodities comercializadas, como algodão, açú-car, borracha e, principalmente, café – produto mais exportado pelo País aos EUA – juntando-se, de forma pioneira, aos poucos veículos que, na primeira metade do século 20, inauguraram o jornalismo econômico no Brasil.
Entre 1917 e abril de 1921, mês de lançamento da primeira Brazilian Business, a AmCham Rio trabalhou ativamente para aumentar as relações bilaterais com os EUA. Em artigo publi-cado no terceiro número da revista, em junho de 1921, Léo de Affonseca Jr. escreve que, no ano anterior, as importações supe-raram as exportações em valores em virtude da queda dos pre-ços dos produtos brasileiros no exterior. E lembra que os EUA se tornaram não só o maior exportador como também o maior importador de produtos brasileiros.
Os primeiros números da Brazilian Business, aliás, refletem o amadurecimento do trabalho da AmCham Rio. Às análises dos cenários econômicos do Brasil e dos EUA e aos assuntos referen-tes ao cotidiano da entidade se unem reportagens sobre aspectos da economia e do cotidiano de cidades e Estados brasileiros.
A revista noticia o comitê criado pela AmCham Rio para de-senvolver um memorial que celebraria a amizade entre os dois países. O monumento deveria ser entregue à cidade no ano se-guinte, por ocasião das comemorações pelo centenário da in-dependência. A estátua, confeccionada em bronze pelo escultor americano Charles Keeke, foi custeada por donativos angariados pela entidade. A escultura feminina, que mede 4,2 metros de al-tura e pesa 8 toneladas, pode ser vista até hoje na Praça Quatro de Julho, em frente ao Consulado-Geral dos Estados Unidos.
EMPRESAS FUNDADORASAmerican Bank Note Co.; Bethlehem Steel; Burroughs Adding Machine Co. (sucedida pela Unisys Brasil Ltda.); Citibank N.A.; Cutler-Hammer do Brasil; Esso Brasileira de Petróleo; Elevadores Otis; General Electric do Brasil; Middletown Car Co.; Midvale Steel; R.G. Dun & Co; Singer Sewing Machine Co.; Texaco Brasil (atual Chevron)
Uma série de contratempos, no entanto, só permitiu que o Monumento da Amizade fosse inaugurado em 1931, nove anos depois da data prevista inicialmente, e em outro local: a Praça Estados Unidos, no cruzamento das avenidas Presidente Wilson e Aparício Borges. À solenidade, devidamente registrada nas edi-ções de julho (com uma foto na capa) e agosto de 1931 da Brazi-lian Business, estiveram presentes o então chefe do Governo Pro-visório, Getúlio Vargas; o embaixador dos EUA, Edwin Morgan; o prefeito do Distrito Federal, Adolfo Bergamini; os ministros Afrânio de Melo Franco (Relações Exteriores), Oswaldo Aranha (Justiça), José Américo (Aviação) e Lindolfo Collor (Trabalho); autoridades civis e militares; inúmeros representantes de entida-des comerciais; e cerca de 1.500 alunos das escolas municipais.
Setores importantes da economia como a agropecuária, a ca-feicultura, a mineração, entre outros, tornam-se frequentes na revista, sobretudo na década de 1930. Fotografias e longas repor-tagens testemunham o alvorecer da industrialização do País.
As imagens registram personagens importantes na história da AmCham Rio, como os fundadores, presidentes e diretores da instituição. Também ganha destaque a evolução urbana da capital federal e o cotidiano de outras cidades brasileiras, com imagens de intervenções como a remoção do Morro do Castelo, no centro do Rio de Janeiro, e a recém-inaugurada Praça Paris, na Glória.
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14_Edição 293_ago/set 2015
REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 nº286 MAI/JuN 2014
Vitória capixaba A melhor cidade para a abertura de negócios
nova diretoria Conteúdo local entre as prioridades da AmCham Rio
Especial Copa Fifa vai compensar 100% das emissões operacionais associadas ao torneio
Diálogos comerciais, propriedade intelectual e energia merecem atenção minuciosa, de acordo com Liliana Ayalde,
embaixadora americana no País, em entrevista exclusiva
Relações bilaterais BRasil/EUa
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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 Nº287 JUL/AGO 2014
Competitividade Pelo quarto ano seguido, País perde posições em ranking internacional
Como o mercado offshore pode se preparar para atender às demandas da exploração
Desafios de Libra
Investimentos Brasil é importante para o Ex-Im Bank, diz Fred Hochberg
Espírito Santo Foco no maior mercado consumidor do mundo
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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 Nº288 SET/OUT 2014
Conexão Global Departamento de Comércio dos EUA aposta na competitividade mundial
Conheça as principais propostas de candidatos aos palácios do Planalto, Guanabara e Anchieta
Especial ELEIÇÕES 2014
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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 Nº290 JAN/MAR 2015
Crise hídrica: empresas investem em soluções de ecoeficiência e reúso de água
Gestão pública Eduardo Paes aponta os desafios do município
Business Plan Comitês setoriais traçam as prioridades para 2015
Cidade se reinventa para atrair mais investimentos e
consolidar crescimento
Melhor para os negócios
RIO 450 ANOS
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rEvista da Câmara dE ComérCio amEriCana do rio dE JanEirodEsdE 1921 Nº291 aBr/mai 2015
Recursos Humanos: People Connections reunirá especialistas em junho
Rafael Motta lidera diretoria e destaca oportunidades no Rio e no Espírito Santo
A nova cara da AmCham Rio
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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 Nº292 JUN/JUL 2015
Pré-sal Para enfrentar crise, setor quer mudanças no marco regulatório
EXCLUSIVO – Ministro Armando Monteiro: “Exportador pode esperar mudanças que vão simplificar e facilitar transações”
Brasil cria políticas para aumentar as exportações para os Estados Unidos
As novas peças do comércio bilateral
01 capa 292.indd 1 6/9/15 9:23 AM
RECEITA DE SUCESSO
Em um cenário de incertezas, como construir um caminho para que uma empresa chegue ao futuro com sucesso? Para quem pensa de forma estratégica, é a informação qualificada, capaz de identificar oportunidades e riscos, que vai pavimentar esse caminho. Esse princípio que faz do jornalismo econômico uma ferramenta de apoio fundamental ao ambiente de negócios está na gênese não só da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), mas também da Brazilian Business.
O precursor da revista, The Quarterly, que circulou entre 1916 e 1917, embora tratasse de assuntos variados, já trazia um for-te viés analítico. Num dos textos presentes no primeiro núme-ro, o boletim afirma, por exemplo, que as casas comerciais do Rio vinham demonstrando resistência notável contra a crise. A reportagem tratava da solidez do comércio importador usando como base o número de falências entre janeiro de 1912 e dezem-bro de 1915. Esse tipo de cobertura, que combinava números e relatórios a muita análise e opinião, repetiu-se em praticamente todos os números da publicação ao longo das duas décadas que seguiram.
Na virada do século 19, o principal insumo do jornalismo brasileiro era a política. Veículos como o Jornal do Commercio, prestes a completar um século de circulação, e a Gazeta Mer-
cantil eram exceção. E, na maioria dos textos, privilegiavam infor-mações técnicas, como editais, títulos protestados, concordatas e falências. Ainda assim, eram poucas páginas, e o objetivo era atender às necessidades do perfil agrário-exportador que então dominava a economia brasileira.
Dentro desse contexto, a Brazilian Business se insere entre os pioneiros do jornalismo econômico no País. Além das análi-ses da economia do Brasil e dos Estados Unidos e dos relatórios sobre câmbio e comércio exterior, manteve em foco as principais culturas da pauta de exportação. Mas não é só: noticia o esforço da AmCham Rio para a criação de linhas de transporte marítimo e aéreo entre os dois países; registra os primeiros esforços de industrialização das cidades brasileiras; discute, no fim dos anos 1930, a exploração do petróleo no Brasil; e descortina os mean-dros da burocracia em um período em que as barreiras comer-ciais, nos dois países, aumentaram em níveis sem precedentes.
Além disso, abriu espaço aos empresários dos dois países para que ofereçam e procurem por oportunidades. Um pequeno texto na coluna “Negócios da Câmara”, em maio de 1922, diz que uma grande companhia americana desejava contratar dois pro-fissionais experientes que estivessem dispostos a trabalhar duro e que pudessem viajar Brasil afora.
Isso tudo sem deixar de se posicionar, representando sempre a visão do setor privado. (Natanael Damasceno)
Peças clássicas da publicidade brasileira estão nas pági-nas da Brazilian Business. A maioria dos patrocinadores fazia parte da lista inicial de empresas do quadro de fundadores da AmCham Rio, como a General Electric do Brasil, a Elevadores Otis e a Burroughs Adding Machine, atual Unisys.
Relatório das atividades da AmCham Rio de 1929, publica-do no início do ano seguinte, mostra que o resultado financeiro foi turbinado pelo desempenho da publicação. Segundo o te-soureiro, a câmara fechara o ano com um crédito de 1,5 conto de réis contra 879 mil réis registrado no ano anterior, sendo que o lucro com a revista havia sido de 11 contos de réis.
E, apesar do aprofundamento da crise econômica mundial decorrente da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em novembro daquele ano, e da instabilidade política no Brasil no alvorecer de 1930, foi nessa década que a revista experimentou o período de maior estabilidade. Uma reforma gráfica deu nova identidade visual à Brazilian Business, privilegiando as análises de mercado e os relatórios técnicos, sem esquecer, contudo, do
1932Tem início a Revolução
Constitucionalista de São Paulo.
1933No Brasil, é instalada
a Assembleia Nacional Constituinte, eleita por voto
secreto e com participação do eleitorado feminino.
Franklin Roosevelt assume a Presidência dos EUA (1933-
1945) e apresenta a Política de Boa Vizinhança, investindo em países latino-americanos em
troca de apoio à política externa.
1934No Brasil, é promulgada a
segunda Constituição da República, que incorpora a legislação trabalhista e os
recentes aperfeiçoamentos eleitorais; criação dos
“deputados classistas”.
Getúlio Vargas é eleito indiretamente para a
Presidência.
1935Decretada a Lei de Segurança
Nacional. Em novembro, ocorre o levante da Aliança Nacional
Libertadora (Natal, Recife e Rio de Janeiro). O governo reprime
o movimento decretando estado de sítio.
1936A caminho da Conferência de Paz Pan-Americana, o
presidente Franklin Roosevelt desembarca no Rio e se
encontra com Getúlio Vargas.
1937Uma nova Constituição é
imposta ao país. Há a dissolução do Congresso Nacional.
1939Invasão da Polônia pela
Alemanha marca o início da Segunda Guerra Mundial.
espaço destinado ao cotidiano da cidade e às notícias relacionadas às câmaras do Rio e de São Paulo, onde o processo de industrialização da economia se mostra-va mais evidente.
A AmCham Rio, por sua vez, redobra os esforços para fomentar o comércio en-tre os dois países, uma vez que os reflexos da crise de 1929 iriam se fazer sentir por boa parte da década. A crise econômica mundial e a quebra da bolsa trouxeram desaceleração às compras do governo americano, e o País sofreu muito com isso. Mas o baque não foi suficiente para abalar a relação entre Brasil e Estados Unidos, que volta a se intensificar com o novo ca-taclismo que surge no ocaso da década: a Segunda Guerra Mundial.
PRESIDENTES DA AMCHAM RIO
1916 – T. B. McGovern1917 – T. B. McGovern 1918 – T. B. McGovern1919 – Louis Gray1920 – W. V. B. Van Dyck 1921 – Halbert M. Sloat1922 – W. G. Stevens 1923 – T. P. Stevenson 1924 – Col. W. W. Rose1925 – Col. Perrin C. Cothran1926 – Dr. Richard P. Momsen1927 – W. A. Haile
1928 – Boies C. Hart / H. D. Humpstone1929 – Clarence F. Dodson1930 – Julius E. Philippi 1931 – Granville D. Bentley 1932 – Philip W. Fitzpatrick1933 – Halbert M. Sloat1934 – Ralph H. Greenwood1935 – Stephen P. Danforth1936 – Harry Braustein1937 – Maxwell J. Rice1938 – Charles H. Grasser1939 – H. L. Frost
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Fundadores da AmCham Rio, em 1916
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18_Edição 293_ago/set 2015
VEIRANO NO CONSELHO DA TMACássio Cavalli, consultor sênior do Veirano, foi eleito conselheiro de ad-ministração da Turnaround Manage-ment Association – TMA, entidade presente em 16 países e com mais de 9.300 associados. No Brasil, a TMA se dedica ao fomento das melhores práticas de gestão e reestruturação e recuperação de empresas em crise.
OVERVIEW Ednei Medeiros • Eduardo Nunes • Nadia Stanzig
STEVEN BIPES NA DIREÇÃO DA AMCHAM RIOA Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) tem novo diretor-superintendente. O ame-ricano Steven Bipes assume o cargo em agosto, depois de atuar como dire-tor do Albright Stonebridge Group no Brasil. A gestão de Bipes irá aprofun-dar o trabalho da AmCham Rio pela melhoria do ambiente de negócios e avanço nas relações bilaterais.
Patente sustentável em 18 mesesO Instituto Nacional da Propriedade Intelectual – Inpi aprovou o primeiro pedido de patente do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil. O pedido foi para uma solução que visa otimizar a produção do etanol celulósico – o chamado etanol de segunda geração –, proporcionando mais eficiência e economia à indústria e reduzindo o impacto ambiental na produção do biocombustível. O pedido de patente sustentável foi analisado no tempo recorde de 18 meses, contra os cerca de oito anos do backlog atual do Inpi.
Novo centro de pesquisasA Ambev vai construir um novo centro de pesquisas no Parque Tecnológico da UFRJ, o Fundão. O centro abrigará mais de 50 pesquisadores, além de uma cervejaria experimental. O objetivo da iniciativa é desenvolver novos produtos, da cerveja ao chá. Este será o sétimo centro de pesquisa no mundo do grupo Anheuser-Busch InBev – AB InBev, do qual a Ambev faz parte. O Parque Tecnológico da UFRJ tem 12 empresas de grande porte, além de seis pequenas e médias, seis laboratórios e 27 startups.
Porto Sudeste começa a operarCom as licenças necessárias, o Porto Sudeste, em Itaguaí, começou a operar em agosto, com o carregamento do primeiro navio Panamax com 75 mil toneladas de minério de ferro. O terminal recebeu investimentos superiores a R$ 4 bilhões para montar uma estrutura capaz de exportar até 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Idealizado por Eike Batista, é controlado, desde 2014, pela trading holandesa Trafigura e pelo Fundo Mubadala, empresa de investimentos de Abu Dhabi.
P&G INAUGURA FÁBRICA EM SEROPÉDICACom 14 mil metros quadrados de área construída e R$ 280 milhões em investimento, foi inaugurada a nova fábrica da P&G, em Seropédica. Em 2008, a empresa de bens de consumo fechou um pacote de investimentos no Rio com o Governo do Estado, recebendo benefício fiscal. Saltou de R$ 200 milhões em faturamento e cem funcionários no Rio, em 2008, para R$ 3 bilhões e 2 mil funcionários, em 2015. Hoje, a P&G tem quatro fábricas e dois centros de distribuição no Estado.
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26_Edição 275_mai/jun 201220_Edição 293_ago/set 2015
OPINIÃO
Há inúmeras dificuldades para contratação de funcioná-rios com deficiência ou beneficiários reabilitados. Muitas
vezes isso faz com que empresas não consigam cumprir os requisitos mínimos da Lei de Cotas de Deficientes (8.213/1991): organizações que tenham cem ou mais empregados estão obri-gadas a destinar de 2% a 5% das vagas a pessoas portadoras de deficiência.
Em que pese a louvável iniciativa do legislador em garantir o acesso ao trabalho a essas pessoas, a aplicação da lei tem sido tormentosa. A porcentagem exigida não é condizente com os trabalhadores que se encontram na ativa. Entre os principais obstáculos, faltam profissionais habilitados.
Cabe ao Estado promover a capacitação profissional média e superior, gratuita e obrigatória. Porém, orientação advinda do Ministério do Trabalho e Emprego sustenta que a própria empresa deve oferecer tal qualificação, ficando a seu cargo a capacitação e habilitação dos conhecimentos exigidos para os exercícios a ser desenvolvidos.
Ante ao embate e à repercussão geral entre as empresas, foi implantado no Sistema Nacional de Emprego – Sine, sob a coor-denação do Ministério do Trabalho e Emprego, um cadastro de candidatos com deficiência para inserção no mercado de traba-lho. É necessário cadastrar o empregador na Central de Captação de Vagas – Cecap, pelo e-mail captaçã[email protected] ou pelos telefones 2332-6866 e 2332-6828, para ter acesso aos can-didatos.
Entretanto, mesmo demonstrando os esforços para atendi-mento da cota mínima determinada por lei, o Ministério do Trabalho e Emprego vem mantendo as autuações e ratificando as multas aplicadas. Dessa forma, deixa de ponderar e observar peculiaridades indispensáveis ao desenvolvimento das ativida-des, bem como as dificuldades enfrentadas para desempenho da função para a qual se pretende contratar.
Mecanismos para contratação de pessoas com deficiência
JOSÉ OSWALDO CORRÊA_ADVOGADO, TITULAR DO ESCRITÓRIO DE ASSESSORIA JURÍDICA JOSÉ OSWALDO CORRÊA E MEMBRO DO COMITÊ DE ASSUNTOS JURÍDICOS DA AMCHAM RIO
É IMPORTANTE QUE AS EMPRESAS FAÇAM UM CADASTRO
NO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO.
Além disso, o Projeto de Lei nº 6/2003 – aprovado pelo Senado Federal e direcio-nado à sanção presidencial – tem o objetivo de submeter maior número de empresas ao cumprimento do artigo 93 da lei 8.213/1991. O que antes era exigido para empresas com composição mínima de cem funcionários, com base no novo projeto de lei, será tam-bém demandado das que tiverem pelo menos 50 empregados.
Na seara judicial, no que diz respeito às cotas de deficientes – em razão das dificul-dades enfrentadas para preenchimento das vagas reservadas aos portadores de defici-ência – a Justiça do Trabalho tem sido mais flexível na aplicação da norma.
Em decisões recentes, os Tribunais Regionais do Trabalho vêm apreciando e julgando distintamente cada caso, conside-rando as peculiaridades para atendimento da lei, ponderando se a empresa realizou todos os esforços necessários ao atendi-mento do comando legal. Caso comprova-dos fatos inequívocos que impossibilita-ram o cumprimento da norma em apreço, os julgadores vêm proferindo decisões no sentido de anular as multas sofridas na seara administrativa.
Portanto, é importante que as empresas façam um cadastro no Ministério do Trabalho e Emprego a fim de exaurir todas as formas de tentativa de contratação de funcionários portadores de deficiência, bem como se resguardar para futura comprova-ção em âmbito judicial, tendo por objetivo possível anulação da multa aplicada na seara administrativa.
26_Edição 275_mai/jun 201222_Edição 293_ago/set 2015
OPINIÃO
OSenado Federal Brasileiro sancionou, no dia 25 de junho de 2015, o Decreto
Legislativo n° 146/2015, para aprovar o Acordo de Cooperação Intergovernamental – IGA fir-mado entre Brasil e Estados Unidos e incluir a Lei Americana de Conformidade Fiscal de Contas Estrangeiras – Fatca no ordenamento jurídico brasileiro. O IGA, assinado em novembro de 2014, permite a troca automática e anual de informações fiscais entre os dois paí-ses, em conformidade com a Fatca, em vigor nos EUA desde julho de 2014. A iniciativa amplia o acordo convencionado pelos Estados (Tax Information Exchange Agreement – Tiea), que se tornou obsoleto.
A Fatca busca combater a evasão fiscal, identificando atividades financeiras e transa-ções feitas pelas contas bancárias de contri-buintes americanos no exterior, remessa de rendimentos por fonte situada nos EUA ou outros ganhos de investimentos fora do país. Ela institui um regime de cooperação por parte das instituições financeiras que tiverem negó-cios nos EUA ou com instituições ou pessoas consideradas US person (contribuintes ameri-canos que possuem conta no exterior), que ficam responsáveis por fornecer informações à Receita Federal Americana.
Intercâmbio de informações fiscais entre Brasil e EUA
GERSON STOCCO DE SIQUEIRA_ADVOGADO E SÓCIO DO ESCRITÓRIO GAIA, SILVA, GAEDE E VICE-PRESIDENTE DO SUBCOMITÊ TRIBUTÁRIO DA AMCHAM RIO
ANNA CAROLINA LOMBA_ADVOGADA DO ESCRITÓRIO GAIA, SILVA, GAEDE
A PRINCIPAL CRÍTICA SOBRE ESSE INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES
É ACERCA DO ENVIO DE DADOS BANCÁRIOS AO FISCO AMERICANO.
A adesão das instituições financeiras estrangeiras à Fatca não é obrigatória. No entanto, as que optarem por não firmar o acordo estarão sujeitas às penalidades impostas pelo des-cumprimento da lei (imposto de renda retido na fonte à alí-quota de 30%), o que, na prática, acarreta em perda de com-petitividade.
Internamente – após ter sido firmado o acordo entre o Brasil e os Estados Unidos –, foi publicada, em 3 de julho de 2015, a Instrução Normativa RFB n° 1571/2015, estabelecendo a obrigatoriedade de prestação de informações relativas às operações financeiras de interesse da Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRF, mediante a apresentação de Declaração e-Financeira, que deverá ser transmitida via Sped pelas pesso-as jurídicas obrigadas a adotá-la. O objetivo é possibilitar a troca eficaz de informações financeiras entre o Brasil e os EUA.
Em sintonia com o princípio da reciprocidade, as institui-ções financeiras brasileiras devem fornecer informações – que serão repassadas à Receita Federal Americana – sobre as con-tas bancárias de contribuintes e empresas americanas manti-das no Brasil, movimentações e investimentos financeiros. E também devem prestar as mesmas informações à SRF sobre contribuintes brasileiros nos EUA.
A principal crítica sobre esse intercâmbio de informações é acerca do envio de dados bancários ao fisco americano ferin-do leis de países que protegem o sigilo, como o Brasil. Nesse sentido, ficou definido que, para a divulgação de informações, a instituição financeira deverá solicitar autorização expressa do titular da conta bancária.
A quebra do sigilo bancário ainda está em discussão, pen-dente de posicionamento pelo STF, tendo em vista a constitu-cionalidade da Lei Complementar n° 105/2001, sobre o sigilo das operações financeiras.
A Fatca é relevante na conjuntura atual de incerteza polí-tico-econômica brasileira e crise financeira global, na medida em que se busca mais transparência tributária para combater a evasão fiscal. Essa também é uma tentativa de inibir opera-ções comerciais que colaborem com corrupção, lavagem de dinheiro, terrorismo, narcotráfico e contrabando, entre outros crimes. No Brasil, ela possibilitará o estreitamento das relações bilaterais com os EUA, gerando um impacto positivo para o atual ajuste fiscal e econômico.
24_Edição 293_ago/set 2015 Edição 293 Brazilian Business_25
Conexões que fa zem a diferençaMais do que ver e ser visto, ser lembrado
é crucial para fechar um negócio
CAPA
Renata [email protected]
Uma boa rede de relacionamentos pode ser crucial para empresas, executivos e profissionais fecharem negócios. Mais
do que ter sobre a mesa uma pilha de cartões com e-mails e telefones, o que conta é a desen-voltura ao acionar os contatos certos. Nesses momentos, sobressai o networking – termo ainda malcompreendido no Brasil. Há quem o menospreze ou o execute de maneira equivo-cada. Embora não haja uma receita de sucesso, especialistas apostam em técnicas que ajudam a construir credibilidade.
O primeiro passo é inverter o foco. O obje-tivo deve ser ajudar o outro, para só depois ser ajudado. “Existe confusão porque muitos asso-ciam networking a venda, quando na verdade a missão não é vender, mas ser comprado”, explica Marcos Martins, diretor nacional da Business Network International (BNI) Brasil. “A essência do networking é a construção de relacionamentos de confiança. Ninguém em sã consciência recomendará um profissional ou uma empresa se não houver confiança ou, pelo menos, se não conhecer alguém de sua confiança que os recomende.”
Esse é um processo contínuo, que leva a três fases: visibilidade, credibilidade e lucrati-vidade. Elas são construídas uma após a outra e nenhuma pode ser descartada. Em uma feira de negócios ou um evento de relacionamento, o profissional costuma subir apenas o primeiro degrau. Esse é o momento da visibilidade, em que há troca de cartões e quando se inicia o en-tendimento do negócio do outro.
O passo seguinte é estabelecer um conta-to posterior, seja uma visita à empresa dele ou mesmo o envio de um e-mail. É a hora de avan-çar no conhecimento mútuo. Uma possível contratação – o que pode levar horas ou anos – significa que o profissional atingiu o estágio da credibilidade.
“Com as expectativas de ambas as partes sendo atendidas, o que significa que o serviço foi prestado com qualidade, dentro dos prazos acordados e num preço justo, podemos nos beneficiar da terceira fase, que é a da lucrati-vidade, na qual as pessoas começam a se reco-mendar mutuamente. Infelizmente, o percen-tual de quem alcança esse estágio é pequeno”, afirma Martins.
A conquista da credibilidade pode ser acelerada caso haja uma terceira pessoa que referende o profissional. Para ser reco-mendado, de qualquer forma, retorna-se ao tripé anterior, já que é preciso ser lem-brado (visibilidade). No entanto, é comum que as pessoas negligenciem a rede de contatos, sem ativá-la frequentemente. Só o fazem quando precisam de ajuda e aca-bam vistos como interesseiros. “Só mais recentemente, o networking ganhou sta-tus positivo, porque até bem pouco tempo atrás era visto como artificial, forçado, li-mitado a uma autopromoção, justamente por causa da visão distorcida e superficial de muitos”, explica Eduardo Faro, gerente sênior da PricewaterhouseCoopers - PwC.
A recomendação para gerenciar uma boa rede de contatos é elencar aqueles que são mais importantes. E, depois, determi-nar como ativar o relacionamento – seja com uma reunião, um telefonema ou um e-mail, sempre com um motivo genuíno. “Não é só ligar ou marcar um café. A ra-zão do contato pode ser o envio de uma reportagem ou a indicação de um livro que possa ser interessante para o possível parceiro”, explica Heitor Bergamini, que reservou um capítulo do livro Gestão de Carreiras – As 5 Ferramentas Essenciais ao networking.
"RECENTEMENTE, O NETWORKING GANHOU STATUS
POSITIVO, PORQUE ATÉ BEM POUCO TEMPO ATRÁS ERA VISTO COMO
ARTIFICIAL", EDUARDO FARO, GERENTE
SÊNIOR DA PWC
“NÃO É SÓ LIGAR OU
MARCAR UM CAFÉ",
HEITOR BERGAMINI, AUTOR DO LIVRO GESTÃO DE CARREIRAS
- AS 5 FERRAMENTAS ESSENCIAIS
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CAPA
TIMIDEZ: UM PROBLEMA?
Nem todos chegam a um evento e se sentem à vontade ou têm desenvoltura suficiente para se apre-
sentar aos presentes e iniciar uma conversa. Os subterfúgios são diversos: desde ficar ao celular, respondendo “e-mails urgen-
tes”, até permanecer ao lado de outros funcionários da empresa. Em ambos os casos, a oportunidade de conhecer profissionais interessantes
para os negócios é desperdiçada.
Um bom momento para chamar a atenção para si e fazer com que os de-mais participantes tomem a iniciativa da aproximação é ao realizar perguntas ao fim das palestras. Entretanto, é importante estar atualizado em relação ao
tema das apresentações.
Outra forma de reduzir os efeitos da timidez é buscar informações sobre os demais profissionais que estarão no evento antes de chegar ao local. Assim, é possível prever abordagens, levando, por exemplo, algum material que possa
interessar ao palestrante.
Ainda assim, o fato de ter um perfil mais introvertido não precisa ne-cessariamente ser ruim. Tudo vai depender do interlocutor do profissio-
nal. Pessoas mais introspectivas tendem a se entender melhor entre si e, ao mesmo tempo, a ficar intimidadas com figuras muito
extrovertidas. Os indivíduos muito expansivos também podem pecar pela inconveniência e acabar afas-
tando os demais profissionais.
NETWORKING NO C-LEVEL
O networking é fundamental para executivos que alcançaram o chamado C-level. A agenda concorrida dos CEOs
exige deles um planejamento acurado: sua presença tem mais chances de ser confirmada em eventos realmente relevantes e nos quais estejam seus
pares de outras companhias. Grupos de discussão ganham o papel de colocar em contato os presidentes que precisam tomar decisões estratégicas e assumir os riscos
delas. Nesse contexto, nada melhor que, antes, trocar informações com outros CEOs que estejam passando ou já tenham vivenciado situações semelhantes.
“Esse tipo de compartilhamento de conhecimentos e experiências de alto nível acontece nos Masterminds, que, muitas vezes, reúnem empresários e CEOs que chegam a representar e se res-ponsabilizar por 50% do PIB do País. É claro que esses profissionais são mais seletivos nas cone-xões, buscam aqueles que realmente tenham ensinamentos valiosos para dividir”, ressalta Marcos Martins, da BNI Brasil. O G100 Brasil, o Renaissance Executive Forums Brasil, o WTC Business Club e o Vistage são alguns dos disputados encontros, que ganham ainda mais destaque neste mo-
mento de retração econômica, em que os desafios corporativos são maiores.
A carreira profissional passa por ciclos, e a importância do network cresce a cada um deles. Por isso, para se chegar ao nível de diretoria e presidência de uma companhia, o
chamado C-level, a rede de relacionamentos é fundamental. As empresas buscam nos funcionários com até 30 anos uma formação acadêmica sólida. Dessa fase até os 40
anos, é a experiência profissional o grande ativo – podendo ser uma vivência no exterior ou em posições de liderança.
“Fica evidente que aquele profissional que investir em networking durante toda a carreira terá vantagens competitivas em todas as
fases, mas especialmente após os 40 anos, quando a ascen-são dependerá diretamente da rede de relacio-
namentos”, ressalta Martins.
AMCHAM RIO:
AGENTE CATALISADORUm network efetivo é construído com foco, atenção e estratégia.
Mas só isso não basta. Além dos esforços pessoais, o profissional depende de oportunidades para conhecer as pessoas certas, aquelas com as quais existe uma pro-
missora possibilidade de se estabelecer um relacionamento com benefícios mútuos. A Câ-mara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) assumiu, há quase um século,
a missão de proporcionar esses encontros entre players do mercado. O networking, ao lado das relações bilaterais com os Estados Unidos e do advocacy, são as propostas de valor da entidade que,
conjugadas, contribuem para um melhor ambiente de negócios.
Para isso, a AmCham Rio realiza diversos eventos abertos somente para associados ou para empresas em geral, visando a troca de conhecimentos entre os participantes. Os comitês são um desses espaços de compartilhamento de
informações e têm o atrativo de reunir, periodicamente, profissionais em torno de um tema específico, como marketing, meio ambiente, recursos humanos, responsabilidade social empresarial, logística e infraestrutura. Além da troca de cartões
e folders entre os presentes, os encontros culminam também em ações práticas.
“Nas reuniões, pensamos em temas prioritários que gerem valor e possam ser tema de um seminário ou de um artigo para ser divulgado na mídia. Sempre tem um resultado efetivo. Essa é uma oportunidade de ganhar representatividade maior dentro de determinado segmento. Juntos, os profissionais podem buscar uma solução para uma barreira em comum, porque existe
uma sinergia de interesses”, explica Nadia Stanzig, gerente de Produtos e Serviços da AmCham Rio.
Muitas temáticas levantadas como prioritárias nos comitês geram Networking Coffee e eventos corporativos mensais, que são manhãs com apresentações e painéis de debate. Outro fruto das reuniões foi a criação do seminário de RH People Connection, que acontecerá em agosto pela primeira vez. A iniciativa foi criada para trazer ao Rio de Janeiro discussões
importantes para o setor, já que a maioria dos eventos da área ocorre em São Paulo.
A entidade busca promover oportunidades para um networking qualificado, realizando também a conexão dos associados com órgãos nacionais e internacionais, especialmente dos Estados Unidos, tanto do setor privado
quanto do governo. Para isso, a AmCham Rio está constantemente em contato com o consulado americano e faz parte de uma rede global de trocas de informações: U.S. Chamber of Commerce, Brazil-U.S. Business
Council – BUSBC e Association of American Chambers of Commerce in Latin America – Aaccla.
Já a conferência internacional Brazil Energy & Power – BEP, marcada para 21 de setem-bro, e o Prêmio Brasil Ambiental – PBA, que acontece em outubro, fazem parte dos
eventos premium da AmCham Rio. Combinados com a cerimônia de posse da diretoria da câmara, esses encontros reúnem presidentes e direto-
res de empresas, constituindo oportunidades importantes para a troca de contatos.
"FICA EVIDENTE
QUE AQUELE PROFISSIONAL QUE
INVESTIR EM NETWORKING DURANTE TODA A CARREIRA
TERÁ VANTAGENS COMPETITIVAS",
MARCOS MARTINS, BNI BRASIL
"JUNTOS,
OS PROFISSIONAIS PODEM BUSCAR
UMA SOLUÇÃO PARA UMA BARREIRA EM
COMUM, PORQUE EXISTE UMA SINERGIA DE
INTERESSES", NADIA STANZIG, GERENTE DE
PRODUTOS E SERVIÇOS
26_Edição 293_ago/set 2015 Edição 293 Brazilian Business_27
28_Edição 293_ago/set 2015 Edição 293 Brazilian Business_29
CAPA
O MOMENTO CERTO
São muitas as oportunidades de fazer networking. O contato que um profissional tanto procura pode acabar sen-
do feito durante o tempo livre, passado em um clube, na prática de um esporte ou em um encontro social na casa de amigos, que pode gerar
vínculos mais fortes que eventos corporativos formais.
Notando isso, muitas entidades adotam novos modelos de interações entre players do mercado. “Antes, os eventos de relacionamento eram extremamente corporativos. Ne-
les, todos assistiam a palestras sentados, recebendo mais informações nas apresentações que compartilhando. Hoje, têm coffee breaks mais longos e incentivo para troca de cartões. Diver-
sas empresas estão proporcionando também encontros mais pessoais, para o estabelecimento de vínculos efetivos entre os profissionais”, comenta Gisleine Camargo, gerente sênior de People &
Change, da KPMG no Brasil.
Há experiências “alternativas”, como jantares, em que o chef ensina os executivos a elaborar pra-tos, ou corridas de kart. A vantagem dessas iniciativas está em proporcionar a descoberta de afinida-des pessoais, que tornam os relacionamentos mais próximos. Entretanto, também há riscos nessas abordagens. “As pessoas ficam mais relaxadas nessas situações, mas não devem ficar à vontade demais. Ao mesmo tempo, como a abordagem é mais fácil, a troca de informações é bem maior.
É preciso ter cuidado com dados sigilosos”, salienta Gisleine.
Esse tipo de evento tampouco é unanimidade. Há quem o considere invasivo. O prin-cipal, em qualquer dos casos, é que os envolvidos tenham interesses em comum e habi-
lidades que se complementem e suprem necessidades. “Temos selecionado melhor as comunidades empresarias com as quais nos associamos, os eventos apenas
sociais não nos interessam”, destaca Mauro Moreira, sócio de Auditoria e líder do escritório do Rio da Ernst & Young – EY. “É preciso exis-
tir uma afinidade de interesses, a aproximação de pontas compradoras e vendedoras, de modo que os
negócios sejam facilitados.”
NETWORKING OU NETWORK?
Eventos corporativos são oportunidades pro-missoras para fazer networking. Ou seria network? É
comum que as pessoas confundam esses dois termos e os uti-lizem de maneira equivocada. A diferença, entretanto, é fácil de ser
compreendida:
Network é a rede de contatos de um profissional, que vai muito além do número de perfis que ele reúne no LinkedIn ou de cartões de visita em-
pilhados sobre a mesa. Para poder ter alguém como fonte de informações preciosas, indicações ou mesmo de parceria, é preciso que o relacionamento esteja ativo, o que significa ser cultivado regularmente. O conjunto de pesso-as com as quais um executivo pode contar quando precisa – e que podem
acioná-lo também sempre que necessitam – forma o network dele.
Já networking é o ato de costurar essa grande rede e alimentá-la ao longo do tempo. O networking é contínuo e prevê ação.
Há ainda um terceiro termo, menos usado, mas que tam-bém pertence a essa mesma família de anglicismos: o
networker. Ele denomina aquele que pratica o ne-tworking, é o ator de todo esse processo de
formação da rede de relaciona-mentos.
10 Faça
acompanhamento dos contatos, ou perderá todo o
trabalho
1 Planeje os
eventos para todo o ano que sejam
relevantes para o seu negócio (palestras, feiras, associações
etc.)2
Para cada um deles, conforme o público-alvo,
estabeleça metas de quais e quantas
pessoas quer conhecer
3 Comporte-se
como anfitrião e não como convidado. Tome a iniciativa de
cumprimentar e apresentar os
visitantes
9 Registre em
uma planilha ou sistema CRM os contatos feitos
4 Seja um
bom ouvinte primeiro, mostrando-se interessado pelo
que a outra pessoa faz. Faça perguntas para melhor entender as
necessidades do outro
8 Utilize o tempo
de forma eficiente: fique, no máximo, dez
minutos com cada pessoa e evite desperdiçá-los com
amigos e colegas. Você sempre poderá marcar uma reunião
para mais tarde com pessoas com quem precise falar
mais tempo
5 Somente
depois disso, apresente seu
negócio. Mas não tente vender nada, construa
relacionamento. Busque afinidades
7 Troque cartões
de visita e solicite uma cópia a mais do cartão dela
para que possa apresentá-la a outras pessoas no evento.
Anote no verso do cartão algumas informações
da pessoa para não esquecer
6 Caso tenha
interesse em dar continuidade à conversa
posteriormente, é importante identificar alguma forma de
contribuição. Pergunte se a pessoa gostaria de ser apresentada a alguém naquele evento ou em alguma empresa onde talvez
você possa ajudá-la
DEZ DICAS PARA UM NETWORKING DE SUCESSO
* FONTE: MARCOS MARTINS, DIRETOR NACIONAL DABUSINESS NETWORK INTERNATIONAL (BNI) BRASIL
"É PRECISO
TER CUIDADO COM DADOS SIGILOSOS",
GISLEINE CAMARGO, GERENTE SÊNIOR DE PEOPLE & CHANGE, DA KPMG NO
BRASIL
"É PRECISO
EXISTIR AFINIDADE DE INTERESSES,
A APROXIMAÇÃO DE PONTAS COMPRADORAS
E VENDEDORAS", MAURO MOREIRA, SÓCIO DE AUDITORIA
E LÍDER DO ESCRITÓRIO DO RIO DA ERNST & YOUNG – EY
26_Edição 275_mai/jun 201230_Edição 293_ago/set 2015
OPINIÃO
O Rio de Janeiro vive um momento de muitas transfor-mações, principalmente na mobilidade urbana. Os
investimentos na renovação das frotas dos sistemas de trens e barcas, a ampliação do metrô e a integração destes modais com os corredores expressos de ônibus vão dar um salto de qualidade no transporte público fluminense. Para garantir a aplicação desses recursos, o estrito cumprimento dos contra-tos de concessão e preservar a mobilidade do usuário, assu-mimos, em janeiro de 2014, o conselho diretor da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro – Agetransp.
Temos a convicção de que uma agência reguladora efi-ciente é capaz de contribuir, e muito, para a melhoria na qua-lidade da prestação dos serviços públicos. Chegamos com a missão de reestruturar a Agetransp para que ela seja capaz de regular e fiscalizar adequadamente os sistemas de transportes aquaviário, ferroviário e metroviário, além das rodovias sob concessão no Estado do Rio de Janeiro, atualmente o sistema viário Itaboraí-Nova Friburgo-Cantagalo e a ligação viária Rio Bonito-Araruama-São Pedro da Aldeia.
Começamos adotando medidas para dar mais celerida-de e eficiência aos processos da agência. Modernizamos o regimento interno, editamos resoluções com novas regras e criamos um grupo de trabalho para sanear os processos pendentes. Reforçamos também o quadro de analistas da Câmara Técnica de Transportes e Rodovias e adotamos maior rigor na aplicação de penalidades. Nos primeiros 12 meses, chegamos a um total de 100 deliberações, das quais 37 referentes a multas – um recorde. As notas técnicas, que representam a primeira fase da apuração de ocorrências, passaram a ser concluídas em 15 dias. Em 2013, passavam de três meses, em média.
Qualidade na mobilidade urbana
CESAR MASTRANGELO_CONSELHEIRO PRESIDENTE DA AGÊNCIA REGULADORA DE SERVIÇOS PÚBLICOS CONCEDIDOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS, FERROVIÁRIOS E METROVIÁRIOS E DE RODOVIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – AGETRANSP
AS NOTAS TÉCNICAS, QUE REPRESENTAM A PRIMEIRA FASE DA APURAÇÃO DE OCORRÊNCIAS,
PASSARAM A SER CONCLUÍDAS EM 15 DIAS. EM 2013, PASSAVAM DE TRÊS MESES, EM MÉDIA.
Temos uma preocupação grande com a preservação da mobilidade do usuário. Por isso, uma das primeiras medidas do novo con-selho diretor foi a criação do Plano de Contingência Integrado, com o cartão Siga Viagem, em parceria com vários órgãos da administração pública. Regulamentamos o funcionamento dos serviços de atendimento aos usuários das concessionárias, com regras claras. A nossa ouvidoria também passa por reformulação, com início do processo de implantação do novo portal na internet e pre-sença da agência nas redes sociais.
A qualificação dos quadros da Agetransp também é alvo de atenção. Em 2014, foi aprova-do o Plano de Cargos e Salários, o que possibi-lita a realização do primeiro concurso público para a agência. Em parceria com a Agenersa, foi criada a primeira escola de regulação do País, que deve iniciar as atividades ainda em 2015. A capacitação é muito importante para a qualida-de na prestação do serviço público.
Os projetos estruturantes em andamento também são fundamentais para que tenhamos uma agência reguladora como o Estado do Rio de Janeiro merece. Entre os principais, estão a contratação da PricewaterhouseCoopers, (PwC) por meio de licitação por pregão eletrô-nico, para reestruturação de todo o processo de acompanhamento, controle e fiscalização dos serviços; e o desenvolvimento de um sistema automatizado para análise de indicadores de desempenho por meio de uma ferramenta de Business Intelligence.
Os primeiros 18 meses deste conselho diretor têm sido de muito trabalho e dedicação, mas as mudanças na agência reguladora estão apenas começando. O nosso objetivo é tornar a Agetransp um exemplo de eficiência opera-cional e administrativa. Com capacitação, investimento em recursos humanos e tecnolo-gia, temos a convicção de que estamos no caminho certo.
PRACTICE AREAS
Administrative Law
Corporate Law
Financial and Capital Markets
Competition Law
Energy Law
Tax Law
Judicial and Administrative Litigation
Arbitration
Contracts
Real-Estate Law
Labor Law
Pension Law
Environmental Law
Election Law
Intellectual Property
International Law
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura
Direito Societário
Mercado Financeiro e de Capitais
Direito da Concorrência
Direito da Energia
Direito Tributário
Contencioso Judicial e Administrativo
Arbitragem
Contratos
Direito Imobiliário
Direito do Trabalho
Direito Previdenciário
Direito Ambiental
Direito Eleitoral
Propriedade Intelectual
Direito Internacional
Rua Dias Ferreira 190, 7º andar
Leblon – Rio de Janeiro – RJ
22431-050 – Brasil
T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640
Rua Sete de Setembro 99, 18º andar
Centro – Rio de Janeiro – RJ
20050-005 – Brasil
T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640
Av. Juscelino Kubitschek 1600, 13º andar,
conjunto 132,
Itaim Bibi – São Paulo – SP
04543-000 – Brasil
T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100
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26_Edição 275_mai/jun 201232_Edição 293_ago/set 2015
OPINIÃO
O “paradoxo dos gêmeos” é um experi-mento mental sobre a relatividade de
Einstein em que um dos gêmeos viaja numa nave espacial quase à velocidade da luz e, quando retorna, observa que, para o irmão dele, que ficou na Terra, passou muito mais tempo. Parece que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – Inpi padece desse paradoxo. Há um descompasso entre o tempo dentro da autarquia e o nosso. O prazo em que o Inpi examina um pedido de patente pode parecer “normal” para quem está lá dentro, mas, para nós, equivale a dez, 11, 12 anos: é excessivo.
A demora no exame cria o pior dos mundos: enquanto o Inpi não decide, o titu-lar do pedido não tem segurança para lan-çar seu invento no mercado e possíveis competidores também temem lançá-lo. O próprio Inpi deve perder receita, pois a anuidade paga por um pedido de patente pendente é bem mais baixa que a de uma patente concedida.
Há também um descompasso entre a estrutura legal do Inpi e a dinâmica que a área de inovação exige. Como uma autar-quia federal, está sujeito a uma série de amarras legais, como o fato de não desfrutar de autonomia financeira.
Brasil estaciona inovações no Inpi
IVAN AHLERT_SÓCIO DO ESCRITÓRIO DANNEMANN SIEMSEN
HÁ UM DESCOMPASSO ENTRE A ESTRUTURA LEGAL DO INPI
E A DINÂMICA QUE A ÁREA DE INOVAÇÃO EXIGE.
Em recente Congresso da Fédération Internationale des Conseils en Propriété Intellectuelle – Ficpi, na Cidade do Cabo, assisti à apresentação de representantes da repartição de paten-tes europeia, norte-americana, chinesa, japonesa e coreana, os IP5. É impressionante o trabalho de exame cooperativo e de melhora de eficiência e qualidade no exame dos IP5. O Inpi também está envolvido em um projeto de exame cooperativo, porém com países sul-americanos, que recebem um número bem menor de pedidos de patente, de tal modo que não me parece haver chances de um compartilhamento expressivo.
Vejo alguns caminhos para o Inpi:Primeiro, quase 20 anos depois da entrada em vigor da Lei
no 9.279/96, artigo 239 – fica o Poder Executivo autorizado a promover as necessárias transformações no Inpi para assegu-rar à autarquia autonomia financeira e administrativa – ela continua sem implementação.
Segundo, propusemos, há alguns anos, na Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Intelectual – Abpi, transformar o Inpi em uma agência, nos mesmos moldes da Anvisa, que parece ter uma organização legal mais eficiente, mas não houve apoio no governo. Não sei se o Inpi emergiria do seu casulo autárquico como uma gorda borboleta, como a lagarta no filme Vida de Inseto, mas ter asinhas é melhor que não tê-las.
Terceiro, o Inpi poderia fazer acordos de Patent Prosecution Highway – PPH. Sob o PPH, quando uma repartição de paten-tes em um país decide conceder uma patente, o titular pode solicitar o exame prioritário de um pedido de patente corres-pondente que está pendente em outro país. O Inpi aproveitaria o resultado do exame no primeiro país, porém não estaria obrigado a seguir a mesma decisão. Convenhamos, é muito melhor ter um pedido de patente rapidamente examinado com base parcial no exame feito por outra repartição reconhecida-mente competente (afinal, não vamos fazer acordos de PPH com repartições cujo exame não reconhecemos como sendo de qualidade) que ter a atribuição exclusiva de examinar pedi-dos depositados no Brasil e deixar todos – depositantes e sociedade – aguardando durante anos a fio por uma decisão.
34_Edição 293_ago/set 2015 Edição 293 Brazilian Business_35
1915 - No dia 5 de abril, o Citi chega ao Brasil, com agências no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santos.
1930 - O Citi colabora para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, em Volta Redonda, e da Fábrica Nacional de Motores, em Duque de Caxias (RJ). O banco incentiva os clientes a abrir contas--correntes e adotar o uso de cheques.
Resiliência, confiança e longevidadePresidente do Citi Brasil, Hélio Magalhães, comemora o centenário do banco reafirmando seu otimismo no País
FATOS MARCANTES
PERFIL
Cláudio Motta [email protected]
Com a solidez de quem comemora o centenário no País, o Citi Brasil olha para o futuro com otimismo. De acordo com o presidente do banco, Hélio Maga-
lhães, a volta do crescimento é uma questão de tempo.A passagem do tempo até os momentos de bonança,
porém, requer resiliência e confiança. Os que tiverem disposição, diz Magalhães, colherão bons frutos. Leia, abaixo, entrevista exclusiva para a Brazilian Business.
Brazilian Business: Quais são os principais aprendizados nestes cem anos de Brasil? Hélio Magalhães: O Brasil é um país de dimensões con-tinentais, e isso se reflete na complexidade da economia e nos desafios para se fazer negócios. Não existe nada que seja muito pequeno ou simples aqui, o que não é, definitivamente, um problema para o Citi, pois temos a capacidade única de entender diferentes cenários e culturas e nos adaptar. Estamos sempre aprendendo e evoluindo com o País, que mudou muito nestes últi-mos cem anos – na nossa visão, sempre para melhor. Acredito que tivemos muitos aprendizados relevantes, mas destaco a importância de ser resiliente, confiante e também de não se deixar abater em momentos difí-ceis. Quem está disposto a atravessar esses momentos e manter um compromisso firme de longo prazo certa-mente colherá bons frutos.
BB: O banco desembarcou no Brasil numa época de guerra mun-dial e tem a experiência de ter enfrentado diversas crises, desde então. Qual é a receita para superar as atuais incertezas? HM: De fato, já atravessamos momentos complexos e desafiado-res, com grandes mudanças, mas sempre nos mantivemos fir-mes. Acreditar no Brasil, no potencial da economia, das empre-sas e das pessoas do País é a chave para a perenidade do nosso negócio. Além disso, não existe nenhum outro banco que seja tão global quanto o Citi e que se adapte com tanta facilidade às particularidades de cada um dos mais de cem mercados em que estamos. Essa é uma competência que desenvolvemos em nossos dois séculos de história, desde que decidimos deixar de ser um banco de Nova York para ser um banco global, capaz de ajudar nossos clientes em qualquer parte do mundo. No Brasil, somos o terceiro banco em tempo de atuação ininterrupta, atrás apenas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Isso é algo que poucas empresas podem comemorar. BB: Qual é a visão de futuro do banco?HM: Consideramos o Brasil um dos países prioritários para o Citi e estamos alinhados à estratégia global de crescer de forma orgânica nos mercados em que atuamos. O Brasil passa hoje por um momen-to de ajustes, mas vemos muitas oportunidades. Poucos mercados no mundo têm a dimensão e o potencial do País. É uma questão de tempo o Brasil retomar o crescimento, e quem apostar nisso poderá aproveitar todas as oportunidades que surgirão. Temos um compro-misso de longo prazo aqui, e nosso objetivo é continuar a promover o progresso de pessoas e empresas nos próximos cem anos.
BB: De que maneira o banco quer ser reconhecido pelos clientes?HM: Trabalhamos de forma incansável em várias dimensões do negócio para alcançar nosso objetivo de ser o principal banco para os clientes no segmento premium e o melhor parceiro de negócio para as médias e grandes corporações, nacionais e in-ternacionais. Isso inclui atendimento personalizado e especiali-zado, produtos e serviços diferenciados, expertise internacional e todos os atributos que apenas um banco global com alta quali-dade de serviços pode oferecer.
BB: O Citi foi um dos fundadores da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, que completará 100 anos, em 2016. Como o banco vê a parceria com a AmCham Rio?HM: A câmara desempenha um papel muito importante na pro-moção do diálogo empresarial e fortalecimento das relações en-tre Brasil e Estados Unidos. Uma economia como a brasileira precisa olhar para outros mercados para crescer, e não há dúvida sobre a importância que o mercado americano tem e que será ainda mais relevante nos próximos anos. O Rio é uma cidade es-pecial para nós. Foi aqui que começamos, com a inauguração da nossa primeira agência, em 5 de abril de 1915, e também foi aqui que abrimos nossa primeira flagship branch na América Latina. A AmCham Rio tem desempenhado um papel importantíssimo na inserção do Rio no cenário econômico nacional e mundial, o que para o Citi, como banco que faz negócios globalmente, é muito importante. Por isso valorizarmos bastante a parceria e esperamos que ela possa continuar rendendo bons frutos.
1950 - A instituição realiza o primei-ro empréstimo em moeda estran-geira para as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.
1967 - Com outros nove bancos, o Citi funda o Banco de Investimento e Desenvolvimento Industrial S.A. – Investbanco, um banco brasileiro de desenvolvimento.
1968 - As operações bancárias se tornam automatizadas nas agências do Brasil.
1974 - O banco financia a construção da Ponte Rio-Niterói e da Rodovia dos Imi-grantes.
1983 - O Citi inaugura uma nova sede no Rio de Janeiro, na Rua da Assembleia.
1987 - As operações brasileiras passam a ser coordenadas a partir do Citi Center, em São Paulo.
1988 - A instituição abre o primeiro private banking do Brasil.
1994 - William Rhodes, do Citi, lidera o comi-tê credor que finaliza acordo para refinanciar US$ 49 bilhões da dívida externa do Brasil. A negociação, iniciada em 1982, é interpretada como o fim da crise da dívida soberana da nação. Nesse ano, é lançado o Citicard Inter-national, primeiro cartão do mercado brasi-leiro a permitir saque internacional.
2012 - O Citi completa 200 anos de fundação no mundo.
2013 - O banco inaugura, no Rio de Janei-ro, a primeira agência flagship do Citi na América Latina.
2014 - A primeira flagship de São Paulo é inaugurada, na Avenida Nova Faria Lima, e é considerada uma das mais modernas e bonitas do mundo.
36_Edição 293_ago/set 2015 Edição 293 Brazilian Business_37
Uma década de boas práticasPrêmio Brasil Ambiental, que chega à 11ª edição, lançará publicação com um resgate dos projetos socioambientais premiados
PBA
Com inscrições abertas até o dia 10 de setembro, a 11ª edi-ção do Prêmio Brasil Ambiental da Câmara de Comércio Americana do Rio (AmCham Rio) é um reconhecimento
às melhores práticas de sustentabilidade do setor empresarial bra-sileiro. Em 2015, haverá seis categorias: água, emissões atmosfé-ricas, resíduos sólidos, inovação, ecossistemas e responsabilidade socioambiental. Podem participar empresas com atuação no País que tenham projetos de sustentabilidade já concluídos ou em fase final de implantação.
Criado em 2005, o PBA já destacou mais de 50 projetos. O conjunto deles forma um verdadeiro banco de boas práticas do setor privado. Essas informações servirão como insumo para uma publicação especial que a AmCham Rio lançará na cerimô-nia de premiação do PBA, em 6 de outubro.
O livro também vai resgatar o contexto da sustentabilidade ao longo dos últimos dez anos e os principais fatos relacionados ao tema, como a assinatura de tratados internacionais, a realização da Rio+20, em 2012, e as negociações para combater o aqueci-mento global, além do crescente envolvimento do setor privado com o tema.
A publicação tem patrocínio da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro – Fetrans-por, Engie, Instituto Jogue Limpo e Tractebel Energia. Outras in-formações sobre o Prêmio Brasil Ambiental 2015 podem ser aces-sadas em www.premiobrasilambiental.com.
AS EMPRESAS VENCEDORAS
1.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTALAcontece a primeira Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (COP 11). A BM&FBovespa lança o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).Vencedores: ArcelorMittal Tubarão, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Sadia, Samarco Mineração, Usinaverde e White Martins
2.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTALCuritiba (PR) sedia a 8.ª Conferência das Partes da Convenção Sobre Diversidade Biológica (COP 8). Pela primeira vez, o setor privado pode participar da conferência da ONU.Vencedores: Brookfield Energia Renovável, IBM, Petrobras, Suzano Papel e Celulose e Tractebel Energia
3.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTALEm Bali, na Indonésia, a 13.ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (COP 13) estabelece compromissos para a redução de emissões causadas pelo desmatamento das florestas tropicais. Vencedores: Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Petrobras, Solví e Tractebel Energia
4.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTALEm Poznan, na Polônia, a 14.ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (COP 14) debate um possível novo acordo climático global. Vencedores: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Gazeta do Povo, Itaú Unibanco, PetroRio, Tractebel Energia/Consórcio Machadinho e Vale
2005 2006 2007
200820092010
2013
2011 2012
5.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTAL Realizada em Copenhague, na Dinamarca, a 15.ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (COP 15) é foco de atenção mundial num nível jamais visto. Brasil estabelece metas voluntárias de redução de emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020.Vencedores: ArcelorMittal Tubarão, Celulose Irani, Jornal Diário da Região, Klabin, Ouro Preto Óleo e Gás e SMA Cabos e Sistemas
2014
6.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTAL Em março, é aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos. No âmbito global, Protocolo de Nagoya, sobre acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios, é aprovado. Vencedores: Construções e Comércio Camargo Corrêa, Bradesco, Brookfield Energia Renovável, Cedae, Gazeta do Povo e Tractebel Energia/Consórcio Ita/Fatma/Ecopef
7.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTALSurge a Plataforma de Durban, na qual as nações reconhecem problemas decorrentes das mudanças climáticas e concordam em definir metas até 2015 que deverão ser colocadas em prática a partir de 2020.Vencedores: Canal Energia, Eletrobras Eletronuclear, Fetranspor, Petrobras, Samarco Mineração e Tractebel Energia
8.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTAL Em junho, os cariocas sediam a Rio+20, Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável. Na COP 18, em Doha, no Catar, Protocolo de Kyoto é prorrogado até 2020.Vencedores: Associação Vale para o Desenvolvimento Sustentável – Fundo Vale, Construtora Norberto Odebrecht S.A., Fiat Automóveis, Petrobras, Tractebel Energia e Adecova e Vale
9.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTAL Depois de sucessivas quedas, a taxa de desmatamento no Brasil volta a subir (28%) em 2013. Os negociadores têm até 2015, na COP 21, em Paris, para costurar um novo acordo internacional, que passará a vigorar em 2020.Vencedores: Antares Reciclagem, Energia Sustentável do Brasil e Engie, Firjan/Sesi, Jones Lang LaSalle, Tractebel Energia e Vale
10.º PRÊMIO BRASIL AMBIENTAL O Protocolo de Nagoya entra em vigor no dia 12 de outubro. E a Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (COP 20), em Lima, no Peru, aponta as bases do acordo que será discutido na COP 21, em Paris.Vencedores: Energia Sustentável do Brasil, Instituto Jogue Limpo, Schlumberger Serviços de Petróleo, Tractebel Energia e Vale
38_Edição 293_ago/set 2015
Vitória receberá reunião internacional de agentes marítimosAssociações e sindicatos patronais de agentes marítimos de 40 países debaterão temas ligados ao afretamento de navios
Bernardo Guimarã[email protected]
A reunião anual da Federation of Na-tional Associations of Ship Brokers and Agents – Fonasba será realiza-
da, entre os dias 12 e 16 de outubro, no Hotel Golden Tulip Porto Vitória. O evento, orga-nizado pela Federação Nacional das Agên-cias de Navegação Marítima – Fenamar, tem o apoio institucional da Câmara de Comér-cio Americana do Espírito Santo (AmCham ES), associada da AmCham Rio.
Durante cinco dias, presidentes de as-sociações e sindicatos patronais de agentes marítimos de 40 países irão se reunir em assembleias para discutir temas relevantes à atividade de agenciamento marítimo e afretamento de navios. A expectativa é de que mais de 120 pessoas ligadas ao setor de agências marítimas estejam em Vitória.
Os agentes marítimos são os profissio-nais que representam os donos de embar-cações nos portos diante das autoridades portuárias. Eles também são os responsá-veis por fazer a ligação entre as embarca-ções e os despachantes aduaneiros e opera-dores portuários.
A presença do Brasil na reunião deverá ser expressiva. De acordo com dados do Fenamar, o País tem, aproximadamente, 300 agências marítimas associadas, sendo que 80 estão concentradas em Vitória e no Rio de Janeiro.
De acordo com Luiz Fernando Leitão, diretor-superintendente da AmCham ES, o mercado de exportação e importação é muito forte no Espírito Santo. “Somos o maior complexo portuário do País e acreditamos que eventos como esse evidenciam ainda mais o Estado no cenário mundial do setor”, afirmou Leitão.
A ideia de sediar o evento foi apresentada pela Fenamar em uma reunião do comitê executivo da Fonasba realizada em Go-temburgo, na Suécia. De acordo com Waldemar Rocha Jr., presi-dente da agência brasileira, “Vitória foi escolhida pela importância que tem como complexo portuário, além dos atrativos naturais da cidade e do Estado do Espírito Santo”. Mesmo assim, o presidente também ressalta a importância de mudanças estruturais e jurídicas para o melhor funcionamento das atividades dos agentes no Brasil. “Ainda temos que encontrar soluções para alguns entraves como excesso de burocracia, infraestrutura deficiente e má dragagem dos portos”, apontou Rocha Jr.
“VITÓRIA FOI ESCOLHIDA PELA IMPORTÂNCIA QUE TEM COMO COMPLEXO PORTUÁRIO, ALÉM DOS
ATRATIVOS NATURAIS DA CIDADE E DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO”,
WALDEMAR ROCHA JR., PRESIDENTE DA FENAMAR
ESPÍRITO SANTO
BER
NAR
DO
GU
IMAR
ÃES
40_Edição 293_ago/set 2015 Edição 293_Brazilian Business_41
“O PLANO NACIONAL DE EXPORTAÇÃODO PAÍS PODE SER UM INSTRUMENTO
PARA CRIAR VÍNCULOS MAIS ESTREITOS ENTRE EMPRESAS BRASILEIRAS E SUAS
CONGÊNERES AMERICANAS”
“O comércio de mão dupla entre os EUA e o Brasil tem atingido
níveis históricos”
CONEXÃO GLOBAL
Embaixadora dos Estados Unidos no
Brasil, Liliana Ayalde analisa a relação
bilateral em entrevista exclusiva para a
Brazilian BusinessCláudio Motta [email protected]
O último encontro dos presidentes Dilma Rousseff e Ba-rack Obama, realizado no fim de junho, nos Estados Unidos, teve o objetivo de reaquecer as relações co-
merciais bilaterais. Na ocasião, em pronunciamento conjunto, os chefes de Estado firmaram uma série de acordos de cooperação e compromissos bilaterais. O País entrará no programa Global Entry, que facilitará o acesso de brasileiros aos EUA. Porém, ain-da há um caminho institucional a ser percorrido para que essa e outras iniciativas passem a vigorar.
Embaixadora dos EUA no Brasil, Liliana Ayalde é uma das protagonistas do processo de facilitação das relações bi-laterais. Além de ter participado do encontro entre os pre-sidentes, em Washington, ela acompanha os próximos pas-sos que ainda precisam ser dados pelos dois maiores países do continente. Leia, a seguir, a íntegra da entrevista sobre os desdobramentos da visita de Dilma a Obama, concedida com exclusividade à Brazilian Business.
Brazilian Business: Após a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, em junho, quais seriam as prioridades das duas nações para intensificar as relações bilaterais? Liliana Ayalde: A visita superou todas as expectativas e reafir-mou a importância da cooperação EUA-Brasil em questões bila-terais, assim como em questões regionais e globais. Nossos dois presidentes anunciaram uma série de medidas voltadas para a expansão do comércio e dos investimentos, que criarão empre-gos para brasileiros e americanos, além de aumentar a competi-tividade e a diversidade das duas economias.
BB: Quais são as principais áreas de interesse para o investimento bilateral? LA: O presidente Obama e a presidente Dilma se comprometeram a trabalhar com membros do Fórum de CEOs e com a comunidade empresarial de modo geral para avaliar e atender as recomendações conjuntas nas seguintes áreas: energia, tributação, comércio e in-vestimento, aviação, educação e inovação, infraestrutura e assistên-cia à saúde. Os encontros da presidente Dilma em Nova York com líderes do setor privado americano também enfatizaram diversas oportunidades de investimento nos programas brasileiros de mo-dernização da infraestrutura.
BB: Há potencial na área de defesa?LA: A cooperação em defesa é uma prioridade importante para ambos os países. Nossos militares têm uma longa e positiva histó-ria. Mediante a ratificação do Acordo de Cooperação em Defesa – DCA e do Acordo Sobre Segurança de Informações Militares –Gsomia pelo congresso brasileiro, estaremos em posição de levar nossas relações bilaterais na área de defesa para um patamar mais alto. Esse dois acordos facilitarão o compartilhamento de determi-nados tipos de informação, recursos mais sofisticados, tecnologias e hardware, além de permitir mais intercâmbios e exercícios de trei-namento conjuntos, o que leva à maior interoperabilidade. Espera-mos ansiosos pela próxima reunião do Grupo de Trabalho Bilateral e de outros mecanismos bilaterais ainda este ano para desenvolver um plano claro para o nosso engajamento e aguardamos também a abertura do Diálogo do Setor de Defesa, que vai institucionalizar o engajamento entre os setores privados americano e brasileiro.
BB: Houve avanços no setor de saúde?LA: A cooperação em saúde é outra área im-portante na qual nossa colaboração e nos-sos projetos de pesquisa conjuntos podem beneficiar os dois povos. O Memorando de Entendimento, assinado entre o Departa-mento de Saúde e Serviço Social dos EUA e o Ministério da Saúde do Brasil, promove inovação em pesquisa, capacitação e ativi-dades colaborativas em uma ampla gama de áreas prioritárias. Nos últimos cinco meses, eu participei de dois eventos voltados para o avanço da cooperação entre o Brasil e os EUA no setor da saúde. Visitei também o MD Anderson Cancer Center, parceria en-tre o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, e o MD Anderson Cancer Center dos EUA. Essas iniciativas são apenas alguns exemplos de um setor que está pronto para expansão e maior cooperação.
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BB: Quais são as projeções de investimento para o setor de petróleo e gás?LA: Nosso relacionamento com o Brasil no setor de energia é extenso e produtivo. O presidente Obama e a presidente Dilma endossaram a cooperação nas seguintes áreas prioritárias: petróleo e gás natu-ral, biocombustível, energia renovável, eficiência energética, energia nuclear civil e ciência relacionada com energia. A terceira reunião do Diálogo Estratégico Sobre Energia, nos dias 8 e 9 de outubro de 2015, em Washington, D.C., promoverá oportunidades para apro-fundar a nossa cooperação nessas áreas e discutirá as recomenda-ções do Fórum de CEOs sobre energia que poderão ser discutidas pelos nossos governos.
As empresas americanas investem, há muito tempo, no setor de energia brasileiro. Em janeiro deste ano, a Boeing e a Embraer abri-ram um centro de pesquisa conjunto sobre biocombustíveis em São José dos Campos. Várias empresas americanas, como a Chevron e a ExxonMobil, que já estão instaladas no País há mais de cem anos, estão participando de projetos de exploração de petróleo no Brasil. Empresas de prestação de serviços para o setor de petróleo, como Halliburton, FMC e GE, estabeleceram aqui operações importan-tes, inclusive fábricas, laboratórios de pesquisa e centros de serviços. Somente no ano passado, por exemplo, a GE abriu um laboratório de pesquisa e desenvolvimento global no Rio de Janeiro no valor de US$ 500 milhões, que fará estudos relacionados à energia. Nossas empresas de energia têm investido em longo prazo no Brasil e estão ansiosas para estudar novas oportunidades de investimentos, assim que o governo brasileiro anunciar os planos futuros para o pré-sal e os projetos de energia renovável.
BB: Brasil e EUA anunciaram novas metas sobre o clima. Como essas mudanças afetarão o setor energético?LA: Como o presidente Obama declarou durante a visita da presi-dente Dilma, os dois países continuarão a liderar a luta contra as mudanças climáticas. Desde 2005, ambos os países reduziram as emissões de CO2 mais que qualquer outro do mundo. Eles anun-ciaram metas ambiciosas de energia limpa, além da energia hidre-létrica, prometendo aumentar a parcela de eletricidade gerada por energia renovável em 20% até 2030. Uma das metas inclui um pro-grama piloto de mecanismos financeiros inovadores no Brasil para mobilizar novos investimentos em energia renovável, eficiência energética e esforços de resiliência. Somos os dois maiores produto-res de biocombustíveis do mundo. O nosso trabalho em conjunto na área de pesquisa, produção e promoção de alternativas renováveis para combustíveis fósseis não só irá ajudar com a mudança climática como criará oportunidades de investimento e empregos mais bem remunerados para ambos os países.
BB: Como o Plano Nacional de Exportação afetará as relações comerciais entre os dois países? LA: O comércio de mão dupla entre os EUA e o Brasil tem atingido níveis históricos nos últimos quatro anos. Também são altos os in-vestimentos nas duas direções, com os EUA sendo a fonte número um de investimento direto para o Brasil. O Plano Nacional de Ex-portação do País pode ser um instrumento para criar vínculos mais estreitos entre empresas brasileiras e suas congêneres americanas. >
Liliana Ayalde, na posse do presidente da AmCham Rio (à esquerda); Dilma e Obama caminham em Washington: relações bilaterais
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CONEXÃO GLOBAL
BB: Um dos tópicos defendidos pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) é a conclusão do Tratado Bilateral Sobre Tributos. Como estão as negociações?LA: Por algum tempo, as empresas americanas têm demonstrado interesse em um acordo como esse, e sabemos que as empresas bra-sileiras, que investem mais nos EUA, também estão interessadas. A conclusão da Lei de Conformidade Fiscal de Contas Estrangeiras – Fatca, aprovada pelo congresso brasileiro em 25 de junho, foi um grande passo para avançar a cooperação entre nossas autoridades fiscais. Temos mecanismos para engajamento contínuo, inclusive o Fórum de CEOs e o Diálogo Econômico e Financeiro entre o Depar-tamento do Tesouro dos EUA e o Ministério da Fazenda do Brasil, que usaremos para continuar nossas discussões sobre questões tri-butárias bilaterais.
BB: Dilma e Obama anunciaram a inclusão do Brasil no programa Global Entry, que é uma das demandas da AmCham Rio. Agora, quais serão os próximos passos? LA: O governo americano está empenhado em facilitar viagens de negócios, turismo e intercâmbios educacionais. Iniciamos discus-sões com especialistas técnicos brasileiros sobre as medidas necessá-rias para que o Brasil se torne um país parceiro no programa Global Entry, programa da Alfândega e Proteção de Fronteiras – CBP dos EUA que permite a liberação mais rápida na chegada aos EUA de viajantes de baixo risco, pré-aprovados, com vistos válidos. Repre-sentantes do DHS/CBP se reuniram com autoridades do governo brasileiro em meados de junho em Brasília. Estamos satisfeitos com a forte colaboração e o ímpeto da recente reunião e aguardamos com expectativa que os dois lados se encontrem novamente em setembro.
BB: Estamos no caminho para o fim dos vistos?LA: Com relação ao Visa Waiver Program, nosso grupo de trabalho conjunto sobre questões consulares continua a manter contatos cada vez mais intensos para tratar das exigências legais que devem ser cumpridas para permitir viagens recíprocas sem visto nos termos do programa. Para ser incluídos no Visa Waiver Program, os países precisam cumprir todas as exigências legais dos EUA.
BB: Quais são as barreiras enfrentadas pelos dois países para melhorar as relações bilaterais?LA: Estamos muito entusiasmados com o alto nível de engaja-mento existente, que está abrindo novos caminhos de coopera-ção em um leque de questões bilaterais, regionais e globais. Vá-rios dos nossos diálogos bilaterais já se reuniram este ano, entre eles o Diálogo Comercial, o Comitê Consultivo Agrícola, a Reu-nião do Comitê Conjunto Sobre Ciência e Tecnologia e o Diálo-go Econômico e Financeiro. Mais diálogos estão sendo planeja-dos para este ano, inclusive o Diálogo Estratégico Sobre Energia e os grupos de trabalho sobre internet, ICT e direitos humanos. Estamos trabalhando de forma construtiva nos níveis mais altos.
BB: Como o setor privado brasileiro pode contribuir para aumentar as relações comerciais bilaterais?LA: Fóruns como a Câmara de Comércio Americana no Rio de Janeiro são recursos inestimáveis para informar os formulado-res de políticas sobre questões que precisam ser resolvidas para melhorar nossos respectivos processos e ambientes regulató-rios, a fim de garantir que os dois países sejam o mais amigáveis possível. Eu incentivaria o setor privado brasileiro a continuar participando desses fóruns e a defender as mudanças necessárias em políticas e regulamentações, bem como a solução de outros obstáculos, o que ajudará a promover nosso comércio bilateral e a tornar mais eficiente o processo de importação e exportação.
Nós realmente ouvimos os setores privados dos dois países para orientar o trabalho na melhoria dos laços comerciais. Não foi por acaso que o Fórum de CEOs se reuniu duas semanas antes do encontro entre os presidentes. Os dois lados queriam que o setor privado fizesse recomendações sobre as medidas necessárias para aumentar ainda mais o comércio e os investi-mentos bilaterais.
BB: Como a senhora vê o atual patamar das relações bilaterais?LA: Como disse o presidente Obama, a visita oficial da presi-dente Dilma Rousseff a Washington “marca mais um passo em um novo e mais ambicioso capítulo das relações entre os nossos países”. “Nosso foco está no futuro.” Faço minhas as palavras do presidente Obama. Estamos comprometidos em trabalhar, com nossos parceiros brasileiros e com o setor privado, para alcançar as metas definidas pelo presidente Obama e a presidente Dilma de levar as nossas relações bilaterais para um novo patamar – um patamar que vai preparar as nossas empresas, as nossas organi-zações e os nossos jovens para melhor competir no mundo.
“NOSSO FOCO ESTÁ NO FUTURO’. FAÇO MINHAS AS PALAVRAS DO PRESIDENTE OBAMA. ESTAMOS
COMPROMETIDOS EM TRABALHAR, COMNOSSOS PARCEIROS BRASILEIROS E COM O SETOR PRIVADO, PARA ALCANÇAR AS METAS DEFINIDAS
PELO PRESIDENTE”
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Acordo Brasil-EUA abre caminho para fim do visto
Rio recebe 12ª edição do Brazil Energy & Power
Em Washington, Rafael Motta destaca adesão brasileira ao Global Entry, programa que facilita ingresso de viajantes frequentes
Conferência internacional reúne principais nomes do setor de energia
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O anúncio realizado conjuntamente pelos presidentes Bara-ck Obama e Dilma Rousseff, em Washington, no dia 30 de
junho, surpreendeu especialistas: o Brasil fará parte, a partir de 2016, do Global Entry. O anúncio oficial da adesão brasileira ao programa de facilitação de entrada a viajantes frequentes é con-siderado o primeiro passo para o Visa Waiver, mecanismo ame-ricano de isenção de vistos.
“O ingresso do Brasil no Global Entry é um pleito antigo da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e de entidades parceiras e um passo importante na relação bilateral Brasil-EUA, uma vez que impulsionará o fluxo comer-cial entre os países”, disse Rafael Motta, presidente da AmCham Rio, da capital americana.
A eliminação de vistos de negócios e de turismo está na agenda da Brazil-U.S. Visa Free Coalition – da qual a AmCham Rio faz parte –, que defende a inclusão do Brasil não apenas no Global Entry, como também no Visa Waiver. “Esse avanço é uma sinalização extremamente positiva da intenção do governo de inserir o Brasil em uma cadeia global de investimentos”, afir-mou Motta.
O crescente fluxo de empresários entre Brasil e Estados Uni-dos e o interesse brasileiro em ampliar os investimentos estran-geiros na economia doméstica foram os principais pontos que impulsionaram o Global Entry. “Hoje, a cada dólar que inves-timos nos Estados Unidos, três dólares são investidos no Brasil, seguindo o caminho inverso. Ainda há uma desproporção, mas estamos caminhando para o crescimento”, explicou Motta.
Depois de ser realizada dez vezes em Hous-ton, nos Estados Unidos, a Brazil Energy
& Power – BEP terá a segunda edição no Rio de Janeiro, no dia 21 de setembro. Durante a con-ferência internacional, especialistas, executivos e representantes do poder público participam de discussões sobre os rumos do setor energé-tico no Brasil e no mundo.
Entre os principais temas da 12ª BEP, desta-que para o papel da energia nuclear na matriz energética, o funcionamento da política indus-trial no Brasil e a combinação entre eficiência energética e inovação.
Considerado um dos maiores e mais im-portantes eventos de energia do País, a BEP é realizada pela Câmara de Comércio America-na do Rio de Janeiro (AmCham Rio), por meio do Comitê de Energia, em parceria com o Bra-zil-U.S. Business Council – BUSBC. Chevron, Shell e Wärtsilä são patrocinadores; e Westin-ghouse, copatrocinador.
Nomes importantes do setor já confirma-ram presença, entre eles, Maurício Tolmas-quim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética – EPE e Ivan Ramalho, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, além de representantes do setor privado, como So-lange Ribeiro, presidente da Neoenergia, e Paulo Roberto Pinto, presidente da Light. O evento terá, ainda, a participação de Rafael Motta, presidente da AmCham Rio. Leia, no box, a íntegra das presenças confirmadas até o fechamento desta edição.
NEWS
“ESSE AVANÇO É UMA SINALIZAÇÃO EXTREMAMENTE POSITIVA DA INTENÇÃO DO
GOVERNO DE INSERIR O BRASIL EM UMA CADEIA GLOBAL DE INVESTIMENTOS”,
RAFAEL MOTTA, PRESIDENTE DA AMCHAM RIO
Em 2014, o comércio bilateral entre os dois países superou US$ 108 bilhões e o volume de investimentos americanos no País chegou a US$ 116 bilhões no mesmo período, cifras bastante sig-nificativas. Além disso, o índice médio de internacionalização das multinacionais brasileiras cresceu 22,9% em 2013, tendo a América do Norte como um dos principais destinos, represen-tando 66,7% das operações fora do Brasil, segundo dados da Fundação Dom Cabral levantados em 2014.
“A agenda do encontro entre os governos foi pragmática e resultou em ações concretas. Agora, depende da boa vontade e do trabalho conjunto entre governo e setor privado para tirar os acordos do papel. Esse é o nosso desafio”, disse Motta.
De acordo com o executivo, os próximos passos da reapro-ximação entre Brasil e Estados Unidos, considerando a agenda imediata, inclui o lançamento do Plano Nacional de Exportações, que promete trazer simplificação de processos e unificação de normas regulatórias, criando as bases para o crescimento da pau-ta comercial bilateral. Outras demandas também são esperadas para médio e longo prazos, como a resolução da bitributação.
PRESENÇAS CONFIRMADAS*
ADRIANO PIRESDiretor – Centro Brasileiro de Infraestrutura – CBIE
ANTONIO MÜLLERPresidente – Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares – Abdan
CÁSSIA CARVALHODiretora executiva – Brazil-U.S. Business Council – BUSBC
CARLOS LEIPNERVice-presidente para América Latina – Westinghouse
HERMES CHIPP Diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
IVAN RAMALHOSecretário executivo – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC
JORGE ALCAIDE Diretor de Energia da Wärtsilä
LEONAM GUIMARÃESDiretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente – Eletrobras Eletronuclear
MAURÍCIO TOLMASQUIMPresidente – Empresa de Pesquisa Energética – EPE
PAULO ROBERTO PINTOPresidente – Light
RAFAEL JAEN WILLIAMSONDiretor de Relações Institucionais – Chevron Brasil
RAFAEL SAMPAIO DA MOTTAPresidente – Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro – AmCham Rio
REEVE WOLFORDConselheiro sênior – Brazil-U.S. Business Council – BUSBC
RENATA LEITE FALCÃOSuperintendente de Eficiência Energética – Eletrobras
SOLANGE RIBEIROPresidente – Neoenergia
*Até o fechamento da Brazilian Business.Mais informações: bep12.amchamrio.com.br
46_Edição 293_ago/set 2015
NEWS
Estratégias no ambiente corporativo para combater a depressãoMudanças de humor repentinas podem ser sintomas de problema que acomete 5% da população global
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“TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA DEVEM SER INTEGRADOS”,
TATIANA MELAMED, DIRETORA DE RECURSOS HUMANOS DA GSK
Mudanças de humor repentinas, angústia ou fadiga na hora de trabalhar. Estes são alguns dos
sintomas da depressão, uma doença da era moderna que, além de afetar a autoestima, prejudica a produtividade nas empresas. Especialistas da área médica e de recursos humanos debateram o assunto no evento Depressão: Desafio Contemporâneo, De-safio Corporativo, realizado na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), no dia 1º de julho, em par-ceria com o Vita Check-Up Center, empresa mantenedora da câmara.
“Precisamos estar atentos e oferecer con-dições de ouvir as pessoas, dar maior possi-bilidade de acolhimento, perceber fatores e sintomas que possam levar o quadro depres-sivo adiante”, disse Antonio Carlos Worms Till, diretor do Vita Check-Up Center e da AmCham Rio.
A preocupação é do tamanho do pro-blema. A depressão será a doença mais co-mum do mundo até 2030, superando cân-cer e problemas cardíacos, indicam dados do mais recente estudo realizado pela Or-ganização Mundial da Saúde – OMS. Atu-almente, 5% da população global – aproxi-madamente, 350 milhões de pessoas – já sofre com o distúrbio.
Crises econômicas, em geral, fazem com que funcionários se sintam ainda mais pressionados pelas empresas. E o medo de deixar o emprego é outro fator que pode gerar sintomas depressivos, explicou Már-cia Merquior, psicanalista e diretora do Vita Check-Up Center: “Executivos que perdem
Bernardo Guimarães [email protected]
posições de poder podem enfrentar uma cri-se subjetiva de identidade”, disse Márcia.
A depressão também pode estar asso-ciada a outros problemas, como o alcoolis-mo e drogas. E ter consequências drásticas, como o suicídio. Entre as 28 mil pessoas atendidas anualmente pela prestadora de serviços de prevenção Optum, 5% tentaram acabar com a própria vida. “Atendemos um caso de tentativa de suicídio quase toda se-mana. O número é tão alarmante que algu-mas organizações já estão nos convidando para preparar gestores a identificar funcio-nários possivelmente depressivos”, apontou Carmem Cremonezi, gerente operacional sênior da Optum.
Filósofo, psicanalista e professor da Fun-dação Oswaldo Cruz, Carlos Eduardo Es-tellita-Lins ressaltou a importância de deba-ter o tema mais abertamente. “Profissionais com quadros depressivos merecem cuidado e atenção. É preciso se antecipar, olhar para o ambiente de trabalho e definir uma política com soluções para esses problemas, que já são bem conhecidos”, disse Lins.
Programas de qualidade de vida nas empresas podem gerar bons resultados. A GlaxoSmithKline Brasil – GSK, por exem-plo, oferece aos funcionários palestras sobre alimentação saudável e sessões de massoterapia.
“Trabalho e qualidade de vida devem ser integrados. Por isso é tão importante proporcionar aos funcionários atividades es-timulantes dentro e fora das empresas”, afir-mou Tatiana Melamed, diretora de Recursos Humanos da GSK.
POR DENTRO DA CÂMARA
Novos Sócios
Daniel Gusmão Arquitetos AssociadosDaniel de Barros GusmãoSÓCIO-DIRETOR
Av. Rui Barbosa, 80, sala 1.501 Flamengo – 22250-020 Rio de Janeiro – RJTel.: (21) [email protected]
Nasajon SistemasEduardo Nasajon PRESIDENTE
Av. Rio Branco, 45, 18º andar Centro – 20090-003Rio de Janeiro – RJTel.: (21) [email protected]
DDG ArquiteturaCelio DinizSÓCIO-DIRETOR
Rua Osório de Almeida, 7 Urca – 22291-000Rio de Janeiro – RJTel.: (21) [email protected]
Scala IT SolutionsCristiane SakumotoGERENTE DE MARKETING
Rua Haddock Lobo, 337, 9º andar Cerqueira César – 01414-901São Paulo – SPTel.: (11) [email protected]
Ativore Global Investments Pedro BarretoDIRETOR
Rua Santa Luzia, 651, sala 2.902 Centro – 20021-903Rio de Janeiro – RJTel.: (21) [email protected]
Hilton Barra Rio de JaneiroLaura CastagniniGERENTE-GERAL
Av. Embaixador Abelardo Bueno, 1.430 Centro Metropolitano Barra da Tijuca – 22775-040Rio de Janeiro – RJTel.: (21) [email protected]
Antonio Carlos Worms Till (com o microfone) fala sobre depressão
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COMITÊ EXECUTIVO
PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros
1º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida _Vice-presidente, IBM Brasil
2º. VICE-PRESIDENTE João César Lima_Sócio, PwC
3º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_CEO, Prudential do Brasil
DIRETOR FINANCEIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC
CONSELHEIRO JURÍDICO Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados
EX-PRESIDENTES Roberto Ramos; Henrique Rzezinski; Robson Goulart Barreto
PRESIDENTES DE HONRA
Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Liliana Ayalde_Embaixadora dos EUA no Brasil
DIRETORES
Álvaro Cysneiros_Diretor de Operações de Mercado Internacional, Totvs
Alexandre de Botton_Sócio-diretor, Korn Ferry
Antonio Carlos Worms Till_Diretor, Vita Check-Up Center
Antonio Cláudio Buchaul_Segment Head, Citibank
Carlos Affonso S. d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com os Investidores, Valid
Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros
Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil
Fábio Maia _Diretor Comercial, Amil
Hélio Blak_Diretor-presidente, Integridade Consultoria
Italo Mazzoni_Presidente, Ibeu
José Firmo_Vice-presidente Sênior, Seadrill Serviços de Petróleo Ltda.
Leandro Andrade Azevedo_Diretor-superintendente, Construtora Norberto Odebrecht S.A.
Luiz Carlos Costamilan_Firjan
Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados
Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC
Manuel Fernandes R. de Souza_Sócio responsável pelo escritório RJ, KPMG
Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente, Bradesco Seguros S.A.
Mauricio J. Vianna e Silva_CEO, MJV Technology & Innovation
Noel De Simone Júnior_Sócio, Casa da Criação
Osmond Coelho Junior_Gerente Executivo da Área de Gás e Energia, Petrobras
Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente, IBM Brasil
Rafael Benke
Rafael Jaen Williamson_Diretor de Assuntos Corporativos, Chevron
Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros
Rafael Sauer Eisenberg_Diretor, Amsterdam Sauer Joalheiros Ltda.
Raïssa Lumack_Vice-presidente de Recursos Humanos, Coca-Cola Brasil
Roberto Braga Mendes_Vice President and General Manager, Latin America, Thermo Fisher Scientific
Robson Pinheiro Rodrigues de Campos_Presidente, Wärtsilä Brasil Ltda.
DIRETORES EX-OFÍCIO
Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella lcaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Roberto Prisco Paraíso Ramos | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy
PRESIDENTES DE COMITÊS
Assuntos Jurídicos - Julian Chediak
Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes
Tax Friday - Gerson Stocco
Energia – Manuel Fernandes
Entretenimento, Esportes e Cultura - Steve Solot
Logística e Infraestrutura - em definição
Marketing - Noel De Simone
Meio Ambiente - Kárim Ozon
Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi
Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal
Saúde - Gilberto Ururahy
Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti
Tecnologia da Informação e Comunicação - Gustavo Moreira
DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO
PRESIDENTE
Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho
de Administração, Coimex Empreendimentos e
Participações Ltda.
VICE-PRESIDENTE
Maurício Max_Diretor do Departamento de
Pelotização, Vale S.A.
DIRETORES
Bruno Moreira Giestas_Diretor de Marketing,
Realcafé Solúvel do Brasil S.A.
Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor,
Rede Gazeta
Flavia Rodrigues_Chairperson do Comitê de
Marketing
João Carlos Pedrosa da Fonseca_Superintendente,
Rede Tribuna
Liberato Milo_Diretorg-geral, Chocolates Garoto
Márcio Brotto Barros_Presidente, Bergi Advocacia
Marcílio Rodrigues Machado_Negócios
Internacionais
Marcos Guerra_Presidente, Findes
Maria Alice Paoliello Lindenberg_Relações
Governamentais
Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco
Mineração
Rodrigo Loureiro Martins_Advogado, Sócio
Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins
Simone Chieppe Moura_Diretora-geral,
Metropolitana Transportes e Serviços
Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro
Educacional Leonardo da Vinci
LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO
Diretor-superintendente: Steven Bipes (21) 3213-9207 | [email protected]
Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected]
Produtos e Serviços: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | [email protected]
Comunicação: Eduardo Nunes (21) 3213-9239 | [email protected]
LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES Diretor executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 99972-5933 | leitã[email protected]
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