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Introdução

As primeiras penetrações no Mato Grosso ocorreram por volta de 1525, no entanto um governo organizado só teve inicio em 1724. A primeira divisão ocorreu em 1943, com a criação do Território de Ponta Porá, de vida efêmera. Foi posteriormente reintegrado a Mato Grosso. Mas o mesmo decreto criou o território de Guaporé, que deu origem ao Território Federal de Rondônia e mais tarde (1981) Estado.

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1- A capitania de São Vicente e o surgimento das bandeiras.

No século XVII, a Capitania de São Paulo era uma das capitanias mais pobre da colônia. Com a decadência da economia açucareira, os habitantes do planalto de Piratininga resolveram buscar a sua sobrevivência nas bandeiras. 

Primórdios da Colonização de Mato GrossoPrimórdios da Colonização de Mato Grosso

Tipos de bandeiras:Apresamento ou caça ao índio: aprisiona no ‘sertão” índios para a escravidão.Prospecção ou mineração: bandeiras que vinham a procura de metais preciosos.Sertanismo de Contrato: bandeiras alugadas, especializadas na captura de índios e negros foragidos do cativeiro.

As bandeiras eram expedições particulares que partiam em direção ao interior da colônia e com isso adentraram em território espanhol.

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Domingos Jorge Velho e Seu Lugar-tenente Antonio Fernandes, de Benedito Calixto (1853-1927).que nasceu em São Paulo e decorou muitos teatros e igrejas.

O BRASIL COLONIALO BRASIL COLONIAL

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Em 1718, chega a Mato Grosso, a bandeira de Antonio Pires de Campos. Essas bandeira veio buscar índios para a escravidão.

Índia Apiaká. Hercule Florence (1827).Acervo da Academia de Ciências de São Petersburgo, Rússia.

“Índio cabixi”. Hercule Florence (1827).Acervo da Academia de Ciências de São Petersburgo, Rússia.

Indígenas das missões espanholas de Chiquitos, em Casalvasco. Aimé-Adrien Taunay (1827).Acervo da Academia de Ciências de São Petersburgo, Rússia.

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1719: A bandeira de Pascoal Moreira Cabral chegou nas barrancas do rio Coxipó descobrindo ouro na região. Com essas descoberta surgiu um importante núcleo populacional; o Arraial da Forquilha.

O Arraial da Forquilha. Moacyr Freitas (2000). Acervo da Fundação Cultural de Mato Grosso.

O arraial da Forquilha localizava-se na confluência de dois ribeirões, que, ao juntar-se, davam continuidade ao rio Coxipó.Daí a origem do nome. Supõe-se que o fundador do arraial tenha sido o bandeirante Antônio de Almeida Lara, que, em 1720, estava explorando o rio Coxipó. Forquilha teve vida efêmera. Manteve-se como principal arraial das minas cuiabanas por apenas um ano e meio, até a descoberta das Lavras do Sutil, quando entrou em plena decadência. Fonte: Silva & Freitas (2000).

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1722: Miguel Sutil descobre ouro no Córrego Da

Prainha, na região da Colina do Rosário e por isso a

região foi denominada de “Lavras do Sutil”. A

descoberta destas minas trouxe aventureiros de

varias regiões e do Arraial da Forquilha dando

origem a Atual cidade de Cuiabá.

1722: Miguel Sutil descobre ouro no Córrego Da

Prainha, na região da Colina do Rosário e por isso a

região foi denominada de “Lavras do Sutil”. A

descoberta destas minas trouxe aventureiros de

varias regiões e do Arraial da Forquilha dando

origem a Atual cidade de Cuiabá.

1731: Os irmão Paes de Barros

encontraram ouro na região do Guaporé

e devido a dificuldade encontrada para

penetra-la chamaram-na de “Mato

Grosso.”

1731: Os irmão Paes de Barros

encontraram ouro na região do Guaporé

e devido a dificuldade encontrada para

penetra-la chamaram-na de “Mato

Grosso.”

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Em 1719, depois do combate com os índios e a fundação do Arraial da Forquilha, a população elegeu Pascoal Moreira Cabral como guarda-mor do arraial.Entretanto, o governo português não aceitou a eleição.

2- Administração das Minas de Cuiabá.

1727: Cuiabá é elevada a categoria de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Alem disso, para cuidar da administração das minas foi criado a Intendência das Minas.O governo de Rodrigo César foi marcado por uma pesada carga de impostos, dentre eles, o mais importante foi o quinto (20%).

1726: Rodrigo César de Menezes, governador da Capitania de São Paulo interessado em fiscalizar as minas e combater o contrabando resolveu mudar para Cuiabá, porém sabia que antes era preciso combater o poder local.Poder Local: Irmãos Leme e Pascoal Moreira Cabral.

1724: Foi nomeado como guarda-mor da região o paulista Fernão dias Falcão.

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Espaço urbano da Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá: Câmara Municipal,

Pelourinho, a cadeia, a Igreja do Senhor Bom Jesus de Cuiabá (Igreja da Matriz)

As Câmaras eram o local do

exercício do poder colonial,

dentre outras funções, cabia a

elas: fiscalizar a transmissão

das heranças; aplicar a lei e

efetuar prisões; administrar o

espaço urbano e a área rural;

cobrar impostos; assim como

manter crianças

abandonadas em residência

de mulheres, denominadas

“criadeiras”, que para isso

recebiam um pecúlio

trimestral. Fonte: VENANCIO, Renato Pinto. Estrutura do Senado da Câmara (1711-1808). Termo de Mariana: história e documentação. Ouro Preto: EDUFOP, 1998, pp. 139-141.

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3- Abastecimento das Minas:

1) Monções: expedições fluviais que abasteciam as minas de Cuiabá.Principais rotas:

1719-1724: rio Tietê, Campo das Vacarias, rio Cuiabá.

Problema da rota: espanhóis.

1724: rio Tietê- rio Cuiabá.

Problema: índios caiapós, paiaguás e guaicurus.

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2) Agricultura de subsistência:

Rio Abaixo e Serra Acima.

Produção de Cana-de-Açucar:

Engenhos

2) Agricultura de subsistência:

Rio Abaixo e Serra Acima.

Produção de Cana-de-Açucar:

Engenhos

3) Pecuária: monções

terrestres

Vila Maria de Cáceres:

Fazenda Jacobina.

3) Pecuária: monções

terrestres

Vila Maria de Cáceres:

Fazenda Jacobina.

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Mineiros chegam ao Guaporé:

As lavras cuiabanas não eram, como em Minas Gerais, exploradas com técnicas ou instrumentos sofisticados, pois o ouro, sendo de aluvião, era extraído de forma muito rudimentar. Assim, os mineiros mais afoitos, deixam Cuiabá, seguindo rumos diversos:

- Lavras do rio Galera (1734) – nos sertões dos índios Paresi – irmãos Paes de Barros;

- Lavras de Santana (1735) – atual Nortelândia – irmãos Paes de Barros e Fernando Abreu;

- Lavras do Brumado e Corumbiara – Guaporé – irmãos Paes de Barros; - Minas do Alto Paraguai (1747) – Alto Paraguai e Diamantino; - Lavras de Santana e São Francisco Xavier (1751) – Guaporé. As fronteiras portuguesa e espanhola terminaram por se encostar com o Vice-

Reino do Peru, próximo a Santa Cruz de La Sierra, capital de Chiquitos. Considerando a distância das minas descobertas com a capitania de São Paulo, resolveu criar uma nova: a de Mato Grosso, através da carta Regia de 1748, nomeando para governá-la, Dom Antônio Rolim de Moura.

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QUESTÕES DE FRONTEIRAS E A FUNDAÇÃO DA CAPITANIA DE MATO GROSSO E FUNDAÇÃO DE VILA BELA

Dom Rolim de Moura saiu de Portugal em 02/1749, aportando em Pernambuco e depois no Rio de Janeiro. De lá seguiu para São Paulo, iniciando pelo rio Tietê a viagem à Cuiabá. O roteiro monçoeiro escolhido foi o segundo.

Trouxe consigo os primeiros jesuítas para Mato Grosso. Os padres Estevão de Castro e Agostinho Lourenço.

Em 1751 chega em Cuiabá o primeiro capitão-general de Mato Grosso, onde permanece alguns meses para tomar importantes decisões administrativas:

Mandou fundar uma aldeia para os índios. Entregou a sua organização e administração ao Pe. Estevão de Castro que escolheu para implantação da aldeia Santana da Chapada (Chapada dos Guimarães).

* A missão indígena de Santana, experiência inédita em Mato Grosso, não resistiu muito tempo, sendo desativada logo após a expulsão dos jesuítas do território português em 1759.

Concedeu cartas de Sesmaria aos habitantes de Cuiabá e circunvizinhanças. Legitimou, ainda, as posses de terra na região de Rio Abaixo e Serra Acima.

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A região de Chapada dos Guimarães já era conhecida desde o início da colonização e um dos primeiros colonos a se instalar nessa região foi Antônio de Almeida Lara (1720), desenvolveu agricultura de subsistência e montou engenhos de farinha e cana.

Dom Rolim de Mora escolheu, no vale do Guaporé, o local onde fundou, no ano de 1752, Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso. Este capitão se empenha também em desenvolver uma política de povoamento e militarização da região. Para alcançar seus objetivos toma as seguintes decisões:

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Estabelece isenção de impostos e perdão temporário das dívidas; Cria a Companhia dos Dragões visando a militarização da fronteira e

disciplinar a população; Fixa um marco divisor na barra do rio Jauru (Marco do Jauru), sendo em 1883,

transladado para a praça principal de Cáceres; Funda a aldeia jesuítica de Santa Anna (1751).

Obs.: para abastecer Vila Bela foi criada em 1755 a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, os quais usavam o Porto de Belém e navegavam os rios Amazonas, Madeira e Mamoré. Com a decadência do ouro a empresa para de abastecer a região.

Obs.: para abastecer Vila Bela foi criada em 1755 a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, os quais usavam o Porto de Belém e navegavam os rios Amazonas, Madeira e Mamoré. Com a decadência do ouro a empresa para de abastecer a região.

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IRMANDADES RELIGIOSAS Eram espaços de reuniões e agremiações dos colonos em torno de um

santo de sua devoção. Essas associações representavam um espaço de expressão política e doutrinação coletiva. Além disso, acabavam promovendo a idéia de socialização, pois conviviam várias organizações de brancos, pretos e pardos. As mais conhecidas:

- Vila Bela: Irmandade de Sto. Antônio - Cuiabá: Senhor Bom Jesus, Glorioso Arcanjo S. Miguel e Almas,

Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

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INDIOS NO PROCESSO DE COLONIZAÇÃO

A política indigenista portuguesa no Brasil procurou usar os nativos convertidos na proteção do território contra ataques estrangeiros e mão-de-obra. Para cooptar os índios para o projeto colonizador o governo luso-brasileiro, através do DIRETÓRIO dos índios, estabeleceu casamentos interétnicos, a obrigatoriedade da língua portuguesa e determinou que aos colonos que respeitassem a igualdade de condições com os índios.

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ESCRAVIDÃO NEGRA

A colonização da América portuguesa foi baseada na escravidão negra. Os principais grupos de africanos que aportaram no Brasil foram os Bantos (Angola, Moçambique, Congo e Guiné) e os Sudaneses (Nigéria e Costa do Marfim). Diante de tanto sofrimento os negros reagiam à escravidão, a mais praticada era a fuga, quando os negros formavam os quilombos. Os mais importantes de Mato Grosso foram:

 

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Quilombo do Piolho ou Quariterê (XVIII) - localizava-se na região do Guaporé e era formado por negros, índios cabixi e pelos caburés. Era governado pela rainha Tereza de Benguela. Praticavam a agricultura e a pecuária. Praticavam um sincretismo religioso. Seu fim está relacionado com a falência da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (Governo de Luis de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres);

Quilombo do Manso ou Cansanção (XIX) – representou uma ameaça na segunda metade do séc. XIX, no contexto da Guerra do Paraguai se localizava na Chapada dos Guimarães e era formado por negros, desertores da Guerra e por criminosos. A população masculina era predominante. Só foi destruído no final da Guerra do Paraguai.

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Outros Quilombos:

Mutuca e Pindaituba (Chapada dos Guimarães). Seputuba ( Tangará da Serra) Mata cavalos (Livramento) . Atualmente os remanescentes deste

quilombo reivindicaram na justiça a posse definitiva das terras de seus antepassados. Em 2002, o Instituto de Terras de MT (INTERMAT) outorgou o título definitivo da área à Fundação Cultural Palmares, do Governo Federal. A seguir o Presidente Lula assinou um decreto, no qual reconheceu que o INCRA teria a função de identificar e titular as terras dos descendentes dos quilombolas. Apesar disso os conflitos entre os remanescentes, grileiros e fazendeiros, persistem.

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Evolução Política Durante o período colonial a Capitania de Mato

Grosso contou com Dez capitães Generais e três juntas governativas, valendo ressaltar os governos de Antônio Rolim de Moura (1751 a 1765), Luis de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres (1772 a 1789), João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres (1789 a 1796) e os dois últimos João Carlos Augusto D’Oeynhausen (1807 – 1819) e Francisco Magessi. (1819 a 1821).  

Antônio Rolim de Moura – nomeado para administrar a nova Capitania, chega em Cuiabá em 1751.

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Luis de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres – para garantir a posse de terras a Portugal, o referido Capitão-General, cria importantes povoados em posições estratégicas, como por exemplo Vila Maria (Atual Cáceres), Albuquerque (Corumbá), São Pedro D’el Rey (Poconé) e Cocais (Livramento) e importantes fortes, como o Forte de Coimbra em 1775 (margem esquerda do rio Paraguai – município de Corumbá - MS) e o Forte Príncipe da Beira em 1776 (margem direita do rio Guaporé – Guajará-Mirim- RO). Destrói o quilombo do Piolho.

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João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres – dando continuidade a política de proteção das fronteiras cria a Aldeia Carlota, na região do Guaporé, formada por negros alforriados e idosos que como pagamento pela sua liberdade defendia as terras a oeste para Portugal.

CRISE E FIM DO PERÍODO COLONIAL

O final do século XIX é marcado por uma intensa crise; Inicialmente a economia girou em torno do ouro, cana de açúcar e posteriormente

a pecuária. Com a abertura da navegação pelo rio Paraguai a economia local é inserida na lógica do sistema industrial, produzindo matéria-prima para as indústrias européias: erva-mate, poaia, borracha e produtos da pecuária; Núcleos mais desenvolvidos – Vila Bela e Cuiabá;

Núcleos mais desenvolvidos: Cuiabá e Vila Bela Foi neste cenário que tomou posse os dois últimos capitães generais da Capitania

do Mato Grosso:

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João Carlos Augusto D’Oeynhausen - Foi agraciado com o título de Marquês Aracati. Promoveu uma aula de anatomia; Criou o hospital Militar de Cuiabá, Santa Casa de Misericórdia e o hospital São João dos Lázaros; Estimulou a produção do algodão e a produção aurífera, no entanto, suas medidas não foram capazes superar a crise financeira; Promoveu inúmeras festas com a presença de ricos e pobres, favorecendo, com isso, que a população tivesse a sensação que havia na província uma democracia social; Fundou a Escola de Aprendizes Marinheiros em Cuiabá;

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Francisco de Paula Magessi – governo caracterizado pela insatisfação popular. Determinou a transferência provisória da Capital para Cuiabá, para justificar este ato, elevou Cuiabá a condição de cidade, através da Lei de 17.09.1818. Iniciou a construção do quartel, olaria, fábrica de pólvoras e do trem de guerra (futuro arsenal de guerra de Cuiabá) Criou a residência dos governadores (bem mais tarde denominado Palácio Alencastro). Tomou medidas rigorosas no sentido de diminuir os gastos públicos. Foi deposto em Agosto de 1821 e substituído por uma junta governativa em Cuiabá e outra em Vila Bela


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