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Page 1: Movimento Juvenil (Março 2014)

No nosso dia-a-dia sentimos sérias dificuldades e levanta-mos questões que nos preocupam seriamente? Será que no meio dessas perguntas, alguma delas se relacionam com atos de guerra? O que consideramos por atos de guerra? Na realidade não é preciso muito… qualquer ato de violência contra o ser humano é um atentado à vida, e por isso é um ato bélico.

Imaginemos algumas situações, que a generalidade de nós, não está habituada a enfrentar na nossa vida:

- O que sentiríamos se estivesse-mos na pele de um solda-

do? - O que faríamos e sentiríamos se fossemos acusados de

um crime bélico que não comete-mos? - O quão abrangente é o conceito de guerra? Foi a partir de situações e questões como estas que alguns

jovens da nossa diocese viram respondidas algumas dúvidas que relacionam a guerra com a ética e responsabilidade cristã. Pessoalmente, foi a conversa mais bonita e verdadeira que tive sobre os cenários bélicos, não por termos falado de coisas leves, mas pelo facto de centrarmos o papel da vida nestas questões marcantes que a perseguem e levam à des-truição.

O indivíduo que pratica o massacre é transformado ele próprio no massacre, pois na realidade “não há armas”, di-zia o orador Doutor Américo Pereira. Docente de Axiologia e

Ética da Universidade Católica, ele próprio explicava a sua afirmação anterior ao dizer que na sua sala de aula seria possível praticar um massacre pegando no cruxifixo que se encontrar sobre o quadro. Basta a loucura humana para o realizar, e esta por vezes tem de ser travada num contra ataque bélico, não positivo ou bom, mas necessário.

A célebre frase do filósofo Sócrates: “O mal é a ausên-

cia de bem!” foi colocada como problemática, tendo em conta os valores cristãos. Ou seja, um cristão não se pode deixar só fazer o bem sem qualquer tipo de sentimento pelo outro, ou fazer o bem que se restringe à dimensão pessoal, sem criar um mal exterior. A paz cristã não é isso! “A paz cristã corresponde às práticas da plenitude do amor.”

Mas os cristãos envolvem-se com o maior dos paradig-

mas no que toca à situação de guerra: Cristo encarnado é um paradigma, uma imensa ironia, porque é a paz encar-nada, mas que levou à maior prática bélica em que a

criatura mata o criador na cruz. Como lidamos nós com isto… não há soluções mágicas,

mas neste tempo de Quaresma será bom termos especial atenção quando podemos fazer alguns sacrifícios pelos outros, podermos carregar também a cruz dos outros, tal como Jesus e começar por aplicar assim a caridade cristã.

André Graça

Aproxima-se a época de reconciliação com o Pai, em

que podemos realmente experienciar todo o seu amor

por nós através do outro e de nós para com o outro. Fa-

lamos da Quaresma como os quarenta dias anteriores às

celebrações que recordam ou nos fazem viver o percur-

so de Jesus desde a última ceia, morte de cruz e ressur-

reição do Senhor. No entanto, não nos esqueçamos que

este período deve ser de reflexão e preparação para

que possamos então viver plenamente esta época de

amor e de alegria que nos envolve e nos faz querer

mais. E é com simplicidade, evitando pôr em primeiro

lugar aquilo que nos afasta e nos faz esquecer esta ale-

gria, que nos devemos então preparar para viver esta

época na sua plenitude.

Recordando as palavras proferidas pelo nosso Papa

na mensagem que nos dirigiu para a Quaresma: “Deus

não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do

mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo

rico, fez-Se pobre por vós».” Também em relação a

este discurso que se integra no tema ‘[Cristo] fez-se

pobre para enriquecer-nos com a sua pobreza’, nos foi

dito que “só há uma verdadeira miséria: é não viver

como filhos de Deus e irmãos de Cristo.”

Imitando-O olhemos para o outro e possamos “ver

as misérias (…), tocá-las, ocupar-nos delas e trabalhar

concretamente para as aliviar”, tomando também o

Santo Padre como exemplo de pobreza, que sendo

Franciscano nos tem ensinado a viver com pouco e

demonstrar caridade para com o próximo.

Deixemo-nos então durante este tempo envolver por esta pobreza de Cristo que nos torna especial-mente ricos, oferecendo-se por nós todos os Domin-gos sobre o altar da Eucaristia onde reside o seu mis-tério e onde podemos tocar o seu corpo.

Daniel Castro

A Guerra e a Paz

Paróquia de São Bento de Massamá

Reconcilia-te com Ele

“A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a

pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem espe-

rança.” Papa Francisco, Quaresma 2014

Page 2: Movimento Juvenil (Março 2014)

Foi com enorme choque e al-

guma emoção que recebemos a

notícia do falecimento de D. José

Policarpo. Acho que nesse mo-

mento, parámos para termos a

certeza que tínhamos ouvido as

palavras certas e que tínhamos

realmente perdido um grande

Homem.

Fui crismada por D. José e fo-

ram as suas palavras que tantas

vezes me tocaram no coração e

me encheram da alegria do Se-

nhor. Ainda me lembro do mo-

mento em que me ajoelhei peran-

te o Cardial Patriarca e recebi o

Sacramento da Confirmação. Lem-

bro-me do seu sorriso e da forma

cuidada como dizia o nome de

cada crismando, parecendo re-

cordar a sua própria celebração

do Sacramento do Crisma.

Relembro também, com muito

alegria, as suas palavras no encon-

tro com os jovens portugueses,

nas Jornadas Mundiais da Juventu-

de em Madrid, onde nos contou

histórias das sua vida, revelando-

nos os seus momentos de fraqueza

e mostrando-nos que não faz mal

ter dúvidas e que as podemos ter,

desde que nunca abandonemos o

caminho do Senhor.

Foi com D. José que compreen-

di a importância do Temor a Deus

e do respeito que é prostrarmo-

nos perante Ele e confirarmos-Lhe

tudo o que somos e tudo o que te-

mos. Foi este Homem, que por to-

da a parte, revelou ter a alegria do

amor a Deus e o dom da palavra

que, mesmo cansado e com o peso

da idade, nunca deixou de ser tes-

temunha viva de fé.

O Movimento Juvenil de Massamá

é formado por jovens crismados, cheios de

alegria e vontade de crescer na fé, no seio

da nossa comunidade da Paróquia de São

Bento de Massamá.

www.facebook.com/movjm

Telegrama do Santo Padre: EXCMO E REVMO DOM JOSÉ MANUEL MACÁRIO DO NASCIMENTO CLEMENTE Com pesar recebi a notícia do falecimento do Cardeal José da Cruz Policarpo e desejo expressar a minha união de oração

com o Patriarcado de Lisboa, a família do defunto e quantos choram a sua morte inesperada. Confio à misericórdia de Deus o amado cardeal, recordando-me da sua preciosa colaboração nos diferentes organismos da santa sé e dos meus encontros com este pastor apaixonado

pela busca da verdade. Ele era solícito em colocar os dons recebidos do Senhor ao serviço do povo de Deus e dos seus irmãos bispos sobretudo nos anos que o viram presidente da conferência episcopal. Dou graças ao Pai do Céu pelo seu ministério episcopal em que ele se prodigalizou com generosidade conduzindo pelos caminhos do evangelho o povo que lhe fora confiado, com o mesmo zelo com que realizara os seus serviços precedentes, nomeadamente na Universidade Católica Portuguesa. Enquanto confio à materna proteção da Virgem Maria os seus doridos bem como o senhor patriarca, quantos o coadjuvam no seu ministério e todos os fiéis do patriarcado, de coração lhes concedo extensiva aos participantes nas exéquias confortado-ra bênção apostólica.

FRANCISCUS PP.

D. José Policarpo

1936 –2014

Agora é evangelizar e seguir

as pisadas deste Senhor tão sim-

ples, como são os grandes ho-

mens, tão bondoso e tão cheio do

amor de Deus.

Obrigada, D. José, por ser um

exemplo para nós.

Descanse em paz.

Margarida e Mariana Abreu

Estamos no grande combate - da fidelidade,

de afirmar num mundo tão desviado a gran-

deza de Jesus e do seu ato redentor.

*

Aprendei a escutar o Senhor. E não vos as-

susteis. Por vezes Ele chama-nos por cami-

nhos que nunca nos tinham passado pela

cabeça. Mas vale a pena!

*

Desafio-vos a escutar a voz do nosso Pastor.

Perceber em cada circunstancia o que o Se-

nhor quer de nós.

D. José Policarpo, JDJ 2013

Dia 20 de Março de 2014, às

21h30, na nossa igreja, haverá a

recitação do Terço em memória

de D. José Policarpo


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