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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA

CURSO DE BACHARELADO EM BIBLIOTECONOMIA

AURESTE DE SOUSA LIMA

AÇÕES E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO OCTÊNIO LULA: análise temática

Teresina

2011

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AURESTE DE SOUSA LIMA

AÇÕES E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO OCTÊNIO

LULA: análise temática

Monografia apresentada ao Curso de

Bacharelado em Biblioteconomia da

Universidade Estadual do Piauí –

UESPI, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em

Biblioteconomia.

Orientadora: Ma. Eliana Candeira

Valois.

Teresina

2011

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Lima, Aureste de Sousa.

L732a Ações e políticas públicas de acesso à informação

no octênio Lula [manuscrito] : análise temática / Aureste de Sousa Lima. – Teresina, 2011.

57 f.

Monografia (graduação) – Universidade Estadual do Piauí, Curso de Biblioteconomia, 2011.

“Orientadora : Ma. Eliana Candeira Valois.”

1. Políticas públicas - Informação. 2. Informação - Acesso. 3. Governo Lula - Programas. I. Título.

CDD 352.74

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AURESTE DE SOUSA LIMA

AÇÕES E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO OCTÊNIO LULA: análise temática

Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Biblioteconomia da Universidade Estadual do Piauí – UESPI, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia. Orientadora: Ma. Eliana Candeira Valois.

Aprovada em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Bibliotecária Eliana Candeira Valois (Orientadora) Mestra em Ciência da Informação

Tribunal Regional Federal – 1ª Região

_________________________________________

Professora Maria Regina Pereira Silva Mestra em Ciência da Informação

UESPI

_________________________________________

Professora Patrícia Gómez de Matos Especialista em Administração de Bibliotecas

UESPI

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Aos meus amados pais, José e Doralice, irmãos e sobrinhos;

Aos marginalizados do acesso à informação e à cultura; e

Aos formuladores de políticas públicas de acesso à informação para

um holismo que afugente as limitações acerca do significado do direito à informação.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, Pai da ciência de todas das coisas, pela vida e por tornar possível realizar

tudo que busco;

aos meus pais, pelos valores repassados e pela sábia compreensão;

às amigas da Biblioteca Desembargador Cristino Castelo Branco, Aurora Buna, pelo

modelo profissional e humano; Conceição Carvalho, pelas ricas experiências

compartilhadas; e à Jovita Oliveira, pelas palavras de fé e incentivo.

à Sindya Melo, Bibliotecária do IFPI, pela valiosa troca de aprendizado;

à amiga e orientadora Eliana Valois pela paciência e dedicação na orientação deste

trabalho;

aos amigos e colegas da quinta turma de Biblioteconomia da UESPI com os quais

dividi conhecimentos e opiniões nestes quatro anos, os quais represento na pessoa

de Antônio dos Santos;

aos professores do Curso de Biblioteconomia da UESPI pela inspiração ao amor à

esta profissão de tão nobre responsabilidade em sua essência; e

aos teóricos da Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação com quem

tanto nos sentamos para refletir a causa informacional, e que tendo nos precedido

nesse caminho, legaram verdadeiros tesouros ao tratamento, salvaguarda e

recuperação da informação e do conhecimento humano acumulado durante toda a

história.

Obrigado.

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“Eis que o verdadeiro órgão da visão não mais é representado pelos

olhos, mas pelo conhecimento.”

(Paratrancanchan)

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RESUMO

O presente trabalho analisa os temas preponderantes no campo das políticas públicas de acesso à informação no período compreendido entre 2003 a 2010. Parte do conceito de informação visto sob a ótica da Ciência da Informação, analisando o que esta compreende por política pública de informação. Para tanto, teoriza-se sobre políticas públicas, passando pelo conceito de política pública no caso específico, informação. Elencam-se as principais ações do Estado no campo informacional desde a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em 1951 até o ano 2010, com ênfase nas ações e políticas públicas de acesso à informação criadas no período a que se propõe este estudo. A partir de uma breve descrição de tais ações, faz-se uma análise temática das mesmas, cujas categorias compreendem os temas: Bibliotecas, formação de leitores, infraestrutura de gestão, livro e leitura, biblioteca virtual, formalização de medidas de incentivo, informação científica, informação governamental, formação profissional básica, espaços multiculturais e/ou serviços públicos, inclusão digital e memória. A ênfase dessas ações é analisada ainda, segundo as concepções de competência informacional de Dudziak, a saber: ênfase nas tecnologias de informação e comunicação; construção da cidadania; e processos cognitivos, além de outras categorias inauguradas neste trabalho: ênfase na gestão de políticas públicas de bibliotecas, livro e leitura; promoção comunicação e acesso à informação; e livre acesso à informação. Percebe-se o privilégio de determinados temas em detrimento de outros pertencentes à cadeia informacional. Observa-se que apenas quatro temas (biblioteca, inclusão digital, livro e leitura e biblioteca virtual) ocupam 92 % das ações voltadas para o acesso à informação, restando 8% para outros segmentos do setor. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, cujos dados sobre os programas e projetos deu-se exclusivamente através da rede de comunicação internet, em sítios oficiais do poder executivo e Organizações não-governamentais dedicadas ao assunto. Palavras-chave: Informação. Acesso. Políticas públicas. Análise temática.

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ABSTRACT

This paper analyzes the themes prevalent in the field of public access to information in the period from 2003 to 2010. Part of the concept of information seen from the viewpoint of information science, analyzing what is meant by a public policy of this information. For this, it is theorized about public policy, through the concept of public policy in the specific case information. We list the principal actions of the state in the informational field since the inception of the National Council for Scientific and Technological Development in 1951 until 2010, focusing on actions and policies of access to information created in the period to which this study proposes. From a brief description of such actions, it becomes a thematic analysis, in which categories are included: Libraries, training of readers, infrastructure management, and book reading, virtual library, formal incentives, information science, information government, basic vocational training, multicultural spaces and / or public services, including digital and memory. The emphasis of these actions is also analyzed, according to the concepts of information literacy Dudziak, namely, emphasis on information technology and communication, construction of citizenship, and cognitive processes, and other categories inaugurated this work: an emphasis on public policy management Libraries, books and reading, promoting communication and information access, and free access to information. Perceives the privilege of certain topics over others belonging to the informational chain. Only four subjects (library, digital inclusion, and book reading and virtual library) occupy 92% of actions for access to information, leaving 8% for other segments. This is a bibliographic and documentary research, and data on programs and projects took place exclusively via the internet communication network, on the official sites of the executive and non-governmental organizations dedicated to the subject. Keywords: Information. Access. Public policy. Thematic analysis.

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LISTA DE SIGLAS

BIREME Biblioteca Regional de Medicina

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CSLL Câmara Setorial do Livro e da Leitura

CI Ciência da Informação

C & T Ciência e Tecnologia

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

FBB Fundação Banco do Brasil

FBN Fundação Biblioteca Nacional

FUNTEC Fundo de Financiamento de Estudos e Projetos

GESAC Programa Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão

IBBD Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação

IBICT Instituto Nacional de Informação Científica e Tecnológica

ICSU International Council of Scientific Associations

MCT Ministério de Ciência e Tecnologia

MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário

MEC Ministério da Educação

MinC Ministério da Cultura

MPA Ministério da Pesca e Aquicultura

NATIS National Information Systems

ONG’s Organizações não Governamentais

PADCT Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

PBDCT Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

PED Programa Estratégico de Desenvolvimento

PNBL Plano Nacional de Internet Banda Larga

PNBE Programa Nacional Biblioteca na Escola

PNLL Plano Nacional do Livro e da Leitura

PND Plano Nacional de Desenvolvimento

PNPG Programa Nacional de Pós-Graduação

OASIS Open Access Scholarly Information System

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PROLER Programa Nacional de Incentivo à Leitura

RHAE Programa de Capacitação de Recursos Humanos

SEER Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas

SNDCT Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

SOCINFO Programa da Sociedade da Informação

TEDE Sistema de Publicação Eletrônica de Teses Dissertações

UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

UNISIST World Science Information System

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11

2 CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO .................................................................................. 14 3 DISCUSSÃO CONCEITUAL ACERCA DA INFORMAÇÃO ................................... 16 4 POLÍTICAS PÚBLICAS: história e conceito ........................................................... 18 4.1 Políticas Públicas de Informação......................................................................... 21

5 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO OCTÊNIO LULA ..... 28 5.1 Das ações coordenadas pelo Ministério da Cultura (MinC)............................... 28 5.2 Das ações coordenadas pelo Ministério da Educação (MEC) ........................... 32 5.3 Das ações coordenadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) ........ 33

5.4 Das ações coordenadas pelo Ministério das Comunicações (MC) ................... 36 5.5 Ações desenvolvidas por Ministérios não diretamente afins à informação e

marcos legais ........................................................................................................ 37 6 BALANÇO TEMÁTICO DAS AÇÕES E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSO À

INFORMAÇÃO ....................................................................................................... 40 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 45

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 47

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1 INTRODUÇÃO

Reconhecida como o oxigênio da democracia (ARTIGO 19, 1999), motor

das instituições (SILVA, 2005) e principal insumo para o progresso ao lado da mão

de obra especializada que a utiliza, a informação, é indubitavelmente a maior

riqueza de um país que só pode ser ativada quando somada ao capital intelectual

humano.

Condição para o exercício pleno da cidadania, a informação tem sido

reconhecida ao longo da evolução das sociedades como recurso estratégico na

condução do Estado e das instituições que a detém, bem como instrumento de

poder para aqueles que a cultivam. Um breve passeio pela a história das bibliotecas

na antiguidade e dos primeiros arquivos surgidos na Europa no século XVIII

demonstra que o esforço no “guardo” da memória cultural, religiosa, intelectual e

artística era objeto de luxo e principal alvo dos atentados contra a civilidade rumo ao

estado sustentável de conhecimento.

Com a popularização das bibliotecas, arquivos públicos, evolução dos

direitos humanos e da ciência jurídica, tem-se um salto no que diz respeito ao

acesso a informação de interesse coletivo e pessoal. Todavia, a questão do direito à

informação não reside apenas no “mero” conceder acesso a tais instituições, tão

pouco na garantia do remédio constitucional habeas data, mas, vai desde a

acessibilidade, eficiência, eficácia e efetividade das ações, passando pela qualidade

na prestação de serviços e de produtos informacionais, no que diz respeito à

coletividade, informações de utilidade pública, informação científica, cultural,

tecnológica, etc., vez que a necessidade de informação não raro está ligada à

tomada de decisões e atitudes, e, ganham importância de acordo com o problema

que se pretende resolver. Considere-se ainda a necessidade em função do

conhecimento, não menos importante.

Uma vez que é na economia terciária que a sociedade contemporânea se

alicerça, onde serviços como; educação, comércio, comunicações figuram como

“escravos” da informação, a necessidade da tão almejada competência

informacional se impõe de forma estratégica e determinante para o sucesso de

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investimentos nestes segmentos, bem como fator de emancipação dos cidadãos

sobre qualquer forma de alienação.

É enquanto objeto gerador de direito, por seu valor instrutivo,

comprobatório, patrimonial, cultural e científico, que o tema informação passa a ser

pauta de projetos, ações e políticas públicas que assegurem o acesso e uso deste

bem.

Necessário se faz ressaltar que, na vigência da chamada “sociedade da

informação” existem diferentes regimes de informação, face, inclusive à própria

denotação e dimensão que se têm dado ao termo “informação” nos dias atuais.

Diante dessa polissemia do termo informação, e do mister da

Biblioteconomia, enquanto disciplina que a tem por objeto de estudo no seu

tratamento, organização e disseminação ao lado da Ciência da Informação, esta,

ocupada com o estudo dos “processos de construção, comunicação e uso” (LE

COADIC, 2004, p. 25) desta ferramenta, o presente trabalho coloca em questão o

que têm contemplado as políticas públicas de acesso à informação no Brasil nos

últimos oito anos, uma análise dos temas dos enfatizados por ações.

Dessa forma, é objetivo deste trabalho, analisar como a informação,

enquanto direito fundamental e ferramenta indispensável para o exercício da

cidadania, está contemplada na agenda de políticas públicas patrocinadas pelo

governo federal no período compreendido entre os anos 2003 a 2010.

Busca-se ainda, aferir através da análise temática dos conteúdos

enfatizados por tais políticas, quais os limites do campo informacional abrangido por

estas.

Por fim, constatar em que medida as bibliotecas, enquanto centros

democratizantes por excelência do acesso à informação estão inseridas no bojo das

ações e políticas públicas de acesso à informação.

Entende as instituições de informação tais como: bibliotecas e arquivos –

com ênfase na primeira – como instituições essenciais na sociedade que se

pretende democrática, enquanto concessionárias do direito à informação.

Partindo desse pressuposto, constrói-se a seguinte indagação: o Estado

reconhece as bibliotecas e arquivos como instituições concessionárias do direito à

informação?

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Como metodologia, utilizou-se do método indutivo para o inferimento das

questões propostas. Para coleta de dados e desenvolvimento do tema, utilizou-se de

pesquisa bibliográfica e documental em livros, publicações periódicas, sítios

institucionais, legislação e marginália abordando principalmente os temas

relacionados a políticas públicas no campo específico, programas, projetos e ações

do governo federal voltados para o acesso à informação.

No segundo capítulo deste trabalho, discorre-se brevemente sobre a

Ciência da Informação enquanto ciência aplicada ao estudo do fenômeno

informacional, seu surgimento e atual paradigma; No terceiro, têm-se uma

abordagem sobre vários conceitos de informação contemplando o paradigma social

e a teoria crítica da informação; Em seguida, o conceito, história e classificação das

políticas públicas, bem como o percurso histórico das políticas públicas de

informação no Brasil; Após, uma breve descrição das ações e políticas públicas de

acesso à informação no Governo Lula; e por fim, o balanço dos temas que

incorporam essas ações, seguido das considerações finais.

Para efeito de delimitação do conceito de informação, este será

trabalhado sob a perspectiva da Biblioteconomia e Ciência da informação, uma vez

que é preocupação destas a questão do fenômeno informacional.

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2 CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Para a consecução deste estudo, apresenta-se a ciência da informação

como campo do conhecimento que estuda os aspectos relativos à este objeto,

informação, cuja importância ganha notoriedade na medida em que as sociedades

evoluem e passam por mudanças irrevogáveis alicerçadas no novo modelo

propiciado por este insumo.

De acordo com Le Coadic (2004), a ciência da informação situa-se no

campo das ciências sociais e está voltada para estudar um problema social

concreto, o da informação, também voltada para o ser social que se utiliza da

informação.

Assim, segundo o conceito do autor supracitado, tal ciência “tem por

objeto o estudo das propriedades gerais da informação (natureza, gênese, efeitos) e

a análise de seus processos de construção, comunicação e uso”. (LE COADIC,

2004, p. 25).

A interdisciplinaridade é a principal característica da ciência da

informação, e, segundo Saracevic (1996), duas outras características constituem a

razão e a existência desta ciência, quais sejam a sua inexorável ligação com a

tecnologia da informação e o seu potencial de participação ativa e deliberada na

evolução da sociedade da informação. O mesmo autor, em artigo publicado em

1974, ao falar da relação entre a biblioteconomia e a ciência da informação, afirma

que o ponto de intersecção entre estas disciplinas “é bastante forte e consiste no

compartilhamento do seu papel social e sua preocupação comum com os problemas

da efetiva utilização dos registros gráficos.” (SARACEVIC, 1996, p. 48).

A historiografia aponta para o surgimento da Ciência da Informação (CI),

com o advento da revolução científica e técnica que se seguiu sob os auspícios da

Segunda Guerra Mundial. O problema do qual emergira a nova ciência foi a

necessidade de acessibilizar o estoque de conhecimento que ganhava proporções

cada vez maiores e necessitavam de serem comunicados, algo que se denominou

de explosão informacional, iniciada ainda no século XV quando do advento da

imprensa de Gutemberg e atingindo seu ápice na segunda metade do século XX.

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Tal fenômeno, não estagnado, ganha múltiplas dimensões nos dias atuais

e é facilitado principalmente pelo crescente uso das novas tecnologias pelas mais

diversas classes e segmentos sociais, aumento da produção científica, tendo em

vista a popularização do acesso às universidades com seu imperativo da produção

científica, a superespecialização, dentre outros fatores. Assim sendo, as tecnologias

de comunicação e informação sempre foram vistas como fortes aliadas no processo

de nascimento da CI.

Ainda de acordo com Saracevic, “atualmente transmitir o conhecimento

àqueles que dele necessitam é uma responsabilidade social, e essa

responsabilidade social passa a ser o verdadeiro fundamento da CI.” (SARACEVIC,

1996, p. 43).

Atualmente, sob o paradigma social da informação, esta é concebida

como fenômeno social coletivo. Neste paradigma o usuário, com sua visão de

mundo, é tido como o centro do sistema de recuperação da informação. É a partir

dessa concepção que, segundo Almeida et al (2007), a CI volta-se para o enfoque

interpretativo, atentando-se para o contexto social do usuário e do sistema.

Segundo os autores supracitados, o paradigma social apresenta-se ainda

como uma abordagem sócio-cognitiva, tal abordagem permite a CI atuar mediante a

análise de domínios (termo introduzido por Birger Hjorland para definir domínios de

conhecimento de determinada comunidade) para favorecer a gestão do

conhecimento.

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3 DISCUSSÃO CONCEITUAL ACERCA DA INFORMAÇÃO

Se já dizia o filósofo Paratrancanchan no século V a. C. que, “o órgão da

visão não é mais os olhos, mas, o conhecimento”, o que dizer hoje na chamada era

da informação? Pode-se reproduzir que o conhecimento é hoje não apenas o órgão

da visão, mas, os pés e as mãos do homem pós-moderno.

O conceito de informação é amplo, face à própria utilização do termo nas

mais diferentes “províncias” da ciência e do conhecimento.

Segundo Robredo (2005), não existe uma teoria unificada da informação

e essa ausência segundo (MARIJUÁN, 1994 apud ROBREDO, 2003) traz consigo o

mínimo de coerência. Apesar disso, o autor adverte que o uso do termo informação

nas mais diversas teorias e disciplinas não é incorreto. Neste trabalho, o tratamento

do significado do termo informação é dado no âmbito disciplinar compreendido por

teóricos da Biblioteconomia e Ciência da Informação dentro do campo das ciências

sociais.

É indiscutível o valor da informação como recurso, meio, processo,

produto, e fato social nos dias atuais, e, segundo Cintra (2002, p. 20), ela cumpre

papel decisivo na mudança dos destinos da humanidade, já que ela está

inexoravelmente ligada ao conhecimento e ao desenvolvimento de cada uma das

áreas do saber, pois tudo começa a partir da informação e termina na constituição

de novas informações.

Cintra (2002) enfatiza que o conceito de informação ganha espaço nas

mais diferentes áreas do conhecimento, bem como em discursos e programas,

principalmente a partir da década de 70, somando-se à criação de disciplinas

específicas. Afirma que o conceito de informação é visto em diferentes áreas do

conhecimento e que esta pode estar associada ao conhecimento. Tal associação

está compreendida no conceito de informação de Le Coadic (2004, p. 4, grifo nosso)

quando afirma que “informação é um conhecimento inscrito (registrado) em forma

escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual, em um suporte”. Também

Saracevic (1974, p. 60) enuncia que “a compreensão da informação envolve a noção

de conhecimento”.

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Indissociável é, pois, a ideia de informação e conhecimento e segundo

Mcgarry (1999) a informação é a própria matéria-prima da qual se extrai o

conhecimento. Claro, que uma análise terminológica distinguiria a seu turno a ideia

de conhecimento e informação. Talvez essa visão de que o conhecimento está

impregnado na informação seja a grande contribuição que a Ciência da Informação

tenha dado ao conceito de informação ao buscar diálogo com a hermenêutica,

superando o conceito das teorias matemática e sistêmica da informação.

Instrumento essencial para o exercício de direitos e deveres, a informação

faz parte do bojo dos chamados “direitos de cidadania” e cumpre papel importante

para o desenvolvimento desta, uma vez que esta é pré-requisito para direitos civis,

políticos e sociais (RIBAS; ZIVIANI, 2007).

Para a teoria crítica da informação a informação é entendida como

[...] recurso fundamental para a condição humana no mundo e, como tal, a primeira percepção que se tem é de sua desigual distribuição entre os atores sociais. Como recurso, a informação é apropriada por alguns, que garantem para si o acesso. Aos demais, sobra a realidade da exclusão. (ARAÚJO, 2009, p. 6).

Dessa forma, concorda-se com (SILVA; LIMA, 2009), que afirmam ser o

acesso à informação um fator decisivo na formação das classes sociais, com papel

importante na ruptura e consolidação de sistemas sociais.

Discussão não menos importante acerca do conceito de informação é o

mapeamento da atuação do Estado através das ações sob a rubrica da informação,

uma vez que a reflexão sobre a postura do Estado com relação à este objeto

constituinte de direito, revelaria a seu turno um viés da comunicação entre o Estado e

o saber científico das disciplinas aplicadas à informação, de como ele concebe a

importância deste objeto, informação.

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4 POLÍTICAS PÚBLICAS: história e conceito

No período compreendido entre o final do século 19 e início do século 20

começou-se a perceber que a perspectiva liberal baseada no Estado mínimo não

dava mais sustentação às forças impostas pela economia de mercado. A questão

social era duplamente excludente, uma vez que tanto a produção quanto o consumo

eram limitados à vasta parcela da sociedade.

É a partir da crise de 29, sob o desenvolvimento do capitalismo

monopolista que as elites econômicas admitem o poder regulador e controlador do

Estado, este, antes voltado para as questões da ordem e da prosperidade, agora

estava com a função de intervir com poderes políticos na questão social. Aí surgem

as primeiras políticas públicas, a priori econômicas e sociais.

Com objetivo de manter o equilíbrio social ao intervir neste meio de modo

a promover uma mudança na realidade, as políticas públicas ganham importância na

medida em que estão engajadas com problemas concretos da sociedade.

Para Teixeira (2002, p. 2),

“Políticas públicas” são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos (leis, programas, linhas de financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos.

A compreensão das políticas públicas pelo Estado deve ser entendida

como uma expressão de sua visão e comprometimento público relativos a serviços

que a administração pública considera relevantes para a sociedade, sendo ações

politicamente decididas e planejadas.

De acordo com Bucci (2002) as políticas públicas enquanto instrumentos

de ação dos governos constituem uma evolução com relação à lei em seu sentido

formal, superando a concepção da norma geral e abstrata do modelo normativista e

dedutivo e conduzindo o Estado a um modelo onde as decisões se baseiam em

princípios e objetivos. Logo, as políticas públicas caracterizam-se como:

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“[...] uma linha de ação coletiva que tem como pressuposto, direitos sociais declarados e garantidos em lei. Tais políticas são responsáveis pela distribuição e redistribuição de bens e serviços sociais, daí, o motivo de sua fundamentação estar baseado no direito coletivo e não, no individual.” (PEREIRA, 1994 apud CUNHA; CUNHA, 2002, p. 12).

A principal característica das políticas públicas é o seu caráter

estratégico, coletivo, de planejamento e controle. De acordo com Saravia e Ferrarezi

(2006, p. 28), “a finalidade última de tal dinâmica – consolidação da democracia,

justiça social, manutenção do poder, felicidade das pessoas – constitui elemento

orientador geral das inúmeras ações que compõe determinada política”.

Neste ínterim, os autores supracitados concluem dizendo que sob a

perspectiva operacional, políticas públicas é um sistema de decisões públicas que

visa a ações ou omissões, preventivas ou corretivas, destinadas a manter ou

modificar a realidade de um ou vários setores da vida social, por meio da definição

de objetivos e estratégias e estratégias de atuação e da alocação de recursos

necessários para atingir objetivos estabelecidos. (SARAVIA; FERRAREZI, 2006, p.

28).

Segundo Bucci (2002), a noção de política pública tem certa proximidade

com a de plano, porém estes não se confundem, ainda que a política consista num

programa de ação governamental. O autor lembra que frequentemente as políticas

públicas se exteriorizam através de planos (Plano Nacional de Desenvolvimento, por

exemplo) e nesses casos, tais planos são regulamentados por lei, explicitando os

objetivos da política, condições e instrumentos para implementação. Ressalta ainda

que a política é mais ampla que o plano, definindo-se como processo de escolha dos

meios para a realização dos objetivos, buscando parcerias com agentes públicos e

privados.

O referido autor afirma que, a noção de política pública é válida no

esquema conceitual do Estado social de direito, uma vez que absorve algumas das

figuras criadas com o Estado de bem-estar, porém dando a elas um novo sentido, ou

seja, não mais intervindo sobre a atividade privada, mas dando diretrizes gerais para

a ação de indivíduos, organizações e do próprio Estado.

Segundo Teixeira (2002), as políticas públicas são abordadas segundo

algumas modalidades de acordo com suas características.

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Quanto à sua natureza ou grau de intervenção, estas podem ser:

a) estruturais – quando interferem em questões básicas: emprego,

moradia e etc.;

b) conjunturais ou emergenciais – têm como fator situações

temporárias;

Quanto à abrangência podem ser caracterizadas como:

a) universais – contempla a todos os cidadãos;

b) segmentais – contempla um segmento da população; e

c) fragmentadas – destinadas a grupos sociais dentro de cada

segmento.

Quanto aos impactos ou papel no tecido social:

a) distributivas – atuam sob a forma de distribuição de benefícios

individuais;

b) redistributivas – estão pautadas na redistribuição de recursos entre

os grupos sociais com finalidade equitativa; e

c) regulatórias – têm como instrumento a afirmação de normas que

regulem o comportamento dos cidadãos com a finalidade de atender o interesse da

coletividade.

De acordo com Teixeira (2002), as políticas públicas possuem quatro

dimensões, as quais estão imbricadas no discurso das políticas públicas.

a) identidade;

b) plataformas políticas;

c) mediações institucionais; e

d) estratégica.

A primeira dimensão, identidade, é tomada com especial atenção, visto

que o fortalecimento constitui um elemento à parte pretenso pelas políticas públicas.

Quanto às plataformas políticas, estas atuam segundo a visão dos atores

a respeito do papel do Estado e da sociedade civil.

No tocante às mediações institucionais as políticas públicas sofrem

influência dos diversos atores e instituições que negociam soluções para

determinados segmentos ou sociedade em geral.

A dimensão estratégica responde ao seu caráter basilar para a

formulação de outras políticas ou programas em áreas específicas. Tais estratégias,

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segundo o autor em comento “[...] devem considerar ao mesmo tempo, as inovações

tecnológicas, a reestruturação produtiva e os efeitos sobre o emprego e o

agravamento das desigualdades sociais [...]”. (TEIXEIRA, 2002, p. 5).

Por fim, as políticas públicas por sua vez são de máxima importância para

assegurar à sociedade, direitos que não se efetivam por si só, ou tenham falha na

sua efetividade. Busca atender às demandas das necessidades da sociedade,

sendo uma expressão da atuação do Estado na promoção de direitos e deveres.

4.1 Políticas Públicas de Informação

A discussão acerca das políticas públicas de informação - e não somente

destas - pressupõe a existência de direitos, hoje naturais, mas que tiveram seu

primeiro sopro com a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, que traz

em seu bojo, dentre outros direitos, o direito à liberdade, igualdade, saúde,

instrução, bem-estar e serviços sociais.

A questão da cidadania e da dignidade da pessoa humana à que

remetem os direitos contemplados na declaração universal é também objeto da

Constituição Federal Brasileira de 1988, a qual no seu artigo 1º estatui que sob estes

fundamentos está constituído o Estado Democrático de Direito, ao lado da

soberania, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e ainda, do pluralismo

político. (BRASIL, 2010).

O conceito de cidadania ao implicar o exercício de direitos e deveres em

um Estado do qual se é membro, é, segundo Targino (1991), um “status” concedido

àqueles que participam integralmente de um grupo, está fundamentalmente ligado

ao acesso à informação, esta, condição para acessar a democracia e exercer

plenamente direitos e deveres.

O direito à informação está contemplado no artigo 5º, inciso XIV da

Constituição Federal de 1988 nas seguintes letras: “é assegurado a todos o direito à

informação, resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício

profissional”.

Page 24: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

23

Pode-se perceber, conforme a transcrição acima que o constituinte tratou

o tema de forma ampla. Em outra passagem pelo tema na carta constitucional,

constata-se a restrição do escopo da norma à documentação sob custódia dos

órgãos públicos (BRASIL, 2010, art. 5º, XXXIII, p. 17). Ademais, o que têm se

verificado na doutrina constitucional relacionada ao assunto, bem como na literatura

jurisprudencial é que, quando se trata do direito em comento, a matéria está

imediatamente relacionada ao remédio constitucional habeas data (instrumento

jurídico que garante acesso à documentos para fins processuais).

Cepik [(2000?)], assevera que o direito à informação é um direito civil,

social e político ao mesmo tempo. O autor lembra que tal direito carece de

prerrogativas para garantir o direito, bem como de provimentos, a fim de possibilitar

a seu pleno exercício.

Historicamente, a partir da década de 50 começaram a surgir as primeiras

políticas públicas de informação no Brasil, face às imposições do crescimento

científico e tecnológico. Tais políticas envolviam a comunidade científica e governo

na busca de soluções na área de transferência de informações.

A criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) em 1951 e do Instituto Brasileiro de Bibliografia e

Documentação (IBBD), hoje Instituto Nacional de Informação Científica e

Tecnológica (IBICT) em 1954, teve papel significativo nesse período na incorporação

de tendências internacionais na área de informação em ciência e tecnologia, como a

logo vinda criação do Centro Latino-americano e do Caribe de informação em

Ciências da Saúde, trazendo consigo a Biblioteca Regional de Medicina (BIREME),

dentre outras iniciativas.

Na década de 60 a iniciativa parte da United Nations Educational,

Scientific and Cultural Organization, (UNESCO) e do International Council of

Scientific Associations (ICSU). O projeto consistia na sugestão de um Sistema

Mundial de Informação Científica e Tecnológica, que se denominou World Science

Information System (UNISIST), lançado em 1972 e fundamentado na cooperação

voluntária dos países para superação das desigualdades regionais e melhoria do

acesso e uso da informação. (JARDIM; SILVA; NHARRELUGA, 2009). No Brasil,

criava-se o Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED), com o objetivo de

Page 25: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

24

capacitar recursos humanos e financiar mecanismos para alavancar as pesquisas

em Ciência e Tecnologia (C & T).

Com a criação em 1963 do Fundo de Financiamento de Estudos e

Projetos (FUNTEC), hoje, instituição denominada Financiadora de Estudos e

Projetos (FINEP), o objetivo era incentivar o ensino em nível de pós-graduação.

Atualmente, fomenta o desenvolvimento econômico e social por meio de incentivos á

ciência, tecnologia e inovação junto à instituições públicas e privadas.

Em 1974, a UNESCO propõe a criação dos National Information Systems

(NATIS), que tinham como finalidade a popularização do acesso e uso de serviços

de informação, promovendo integradamente, bibliotecas, arquivos e centros de

documentação. A essa época, lançava-se no Brasil o Plano Nacional de

Desenvolvimento (PND) I e II, alicerçados no Programa de Metas e Bases para ação

do governo na área de C & T.

Ainda na década de 70, criou-se o Plano Básico de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (PBDCT) I e II, considerado a primeira política explícita em

ciência e tecnologia. Este gerou o Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (SNDCT) e o Programa Nacional de Pós-Graduação (PNPG); O

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT)

incentivava a competência técnica científica das universidades, centros de pesquisa

e empresas do ramo.

Na década de 80 os NATIS cedem lugar às políticas públicas nacionais

de informação. Segundo (JARDIM; SILVA; NHARRELUGA, 2009), subjacente à

esse período estava o surgimento dos conceitos de infra-estrutura de informação e

sociedade da informação. Neste período, a criação do Ministério de Ciência e

Tecnologia (MCT) constituiu um marco. Dentre os seus objetivos estava:

desenvolver o patrimônio científico e tecnológico; definir políticas de intercâmbio e a

Política Nacional de Ciência e Tecnologia; e coordenar a política nacional de

pesquisa.

Na década de 90, o lançamento do Programa Nacional de Incentivo à

Leitura (PROLER) visava criar uma cultura de leitura no país. O Plano Plurianual

(1996-1999) por sua vez, tinha por finalidade incentivar a área de C & T através de

investimentos inclusive de empresas, trabalhadores e da comunidade científica.

Page 26: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

25

A criação do Programa de Capacitação de Recursos Humanos (RHAE),

para Atividades Estratégicas, tinha como objetivo apoiar os envolvidos em linha de

pesquisa tecnológica, recursos produtivos e tecnologia de gestão. A capacitação se

daria através de estágios, cursos e outros eventos; incentivaria ainda, através de

cotas o acesso à instituições.

Os Fundos Setoriais, também criados em 1999 pelo MCT, tinha como

proposta financiar a criação de uma infraestrutura para o desenvolvimento de

pesquisa científica e tecnológica. Segundo Scwarzelmüller, Gesteira e Bulcão

(2005), a estabilidade marca este programa, uma vez que este estava determinado

por lei. Caracterizava-se pela gestão compartilhada e estava fundada na redução do

desequilíbrio regional. Os pacotes compreendidos eram: o CT Petro; CT Infra; CT

Hidro; CT Info; CT Biotecnologia; CT Agronegócio; CT Aeronáutico; CT Verde-

Amarelo (universidades e empresas) e Funtel, no capo das telecomunicações.

O Plano Plurianual (2000 - 2003) vulgarmente chamado de Avança Brasil,

além de marcar a estabilidade econômica e o desenvolvimento sustentado, foi base

para 28 macro-objetivos setoriais.

Após os anos 90, mudanças nos diversos cenários informacionais, bem

como, o aumento do fluxo, produção e uso da informação são percebidos mais

fortemente. Tais influências se fizeram sentir tanto nas relações entre Estado e

sociedade, como nas instituições, economia, produção e comportamentos sociais. É

nesse quadro, que, segundo Jardim, Silva e Nharreluga (2009) ganha relevo a

noção de “infraestrutura global de informação”. O conceito de “infraestrutura de

informação” é definido pelo dicionário de biblioteconomia e arquivologia como:

1.Conjunto de elementos que permite criar, comunicar e administrar a informação necessária para todas as atividades econômicas, políticas e sociais de um país ou organização. 2. Conjunto de meios disponíveis no país para tornar possível o acesso ao conhecimento e às informações, bem como, facilitar sua transferência e, portanto, sua utilização. A infraestrutura deverá incluir: a) núcleos de recursos materiais de informação, p. ex.: arquivos, bibliotecas, centros de documentação ou informação, museus, redes de informação, bases e bancos de dados e outros tipos semelhantes; b) pessoal capacitado; c) ligação com as fontes de informação individuais; d) ligação com informações governamentais, setores ligados à economia, instituições de ensino, centros de pesquisa e desenvolvimento, institutos tecnológicos; e) canais de comunicação com usuários; f) sistema de organização que mantenha unidos e

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26

ativos os elementos mencionados; g) política nacional de promoção do desenvolvimento nacional de infraestrutura de informação. (ATHERTON, 1977 apud CUNHA, 2008, p. 205 - 206, grifo nosso).

Podemos perceber que segundo as definições supracitadas, a amplitude

da noção de infraestrutura é considerada, em maior ou menor grau, bastante ampla,

envolvendo não apenas os fatores tecnológicos, mas, institucionais, pessoal

capacitado, normas, e etc.

A noção de infraestrutura de informação é derivada da tendência

internacional despontada pelos EUA e em seguida, Japão e alguns países asiáticos,

que na década de 90 começaram a formular programas substanciados em

documentos que se denominaram “livros verdes”.

No Brasil, o Programa da Sociedade da Informação (SOCINFO) foi

lançado no ano 2000 pelo MCT tendo como finalidade substantiva alicerçar um

projeto de amplitude nacional para integrar e coordenar o desenvolvimento e a

utilização de serviços de computação, comunicação e informação, aliado às suas

aplicações e implicações na sociedade. Constam das linhas de ação do Programa:

mercado de trabalho e oportunidades;

educação;

conteúdos e identidade cultural;

governo ao alcance de todos;

produção e desenvolvimento tecnológicos; e,

infra-estruturas avançadas.

Percebe-se nesse detour pelas políticas públicas elencadas na área em

comento, que se tem priorizado principalmente o setor de ciência e tecnologia, em

detrimento de políticas mais imbricadas no tecido social, tais como políticas de

inclusão e acesso à informação.

As políticas que abrangem o período compreendido entre 2003 a 2010

serão objeto de análise deste trabalho e constituirão capítulo à parte. Cabe ressaltar

que não é intuito deste trabalho analisar aprofundadamente essas políticas, mas

situar as ações estudadas um passo antes da análise de conteúdo, a análise

temática dos conteúdos contemplados por estas.

Os estudos acerca do tema “políticas públicas de informação” têm

demonstrado sua complexidade, face à própria dimensão do que sugere este

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27

binômio. Pode-se observar também limitação destes estudos na Ciência da

Informação, objeto de crítica de Frohmann (1995, apud JARDIM, 2009, p. 6).

De acordo com Caridad Sebástian, Méndez Rodríguez e Rodríguez

Mateos (2000), as políticas públicas de informação são importantes na medida em

que conduzem à consecução do direito à informação de forma universalizada.

A Escola de Biblioteconomia e Ciência da informação da Universidade do

Norte da Carolina, nos Estados Unidos, concebe política pública de informação de

forma bem ampla contemplando a “alfabetização, privatização e distribuição de

informação do governo, liberdade de acesso à informação, proteção da vida privada

e direitos de propriedade intelectual”. (UNIVERSITY OF NORTH CAROLINA, 2000,

não paginado).

Por sua vez, Jardim (2003 apud JARDIM, 2009, p. 9) concebe política

pública de informação como:

[...] o conjunto de premissas, decisões e ações-produzidas pelo Estado e inseridas nas agendas governamentais em nome do interesse social – que contemplam diversos aspectos (administrativo, legal, científico, cultural, tecnológico, etc.) relativos à produção, uso e preservação da informação de natureza pública e privada.

Ainda acerca do conceito de políticas públicas de informação, González

de Gómez (1999, p. 63) sugere que estas se tratam de um conjunto de ações e

decisões com o fim de preservar, mudar, reproduzir, ou ainda mudar e substituir

determinado regime de informação. Argumenta que, tais políticas podem ser tácitas

ou explícitas, micro ou macropolíticas.

Através dos conceitos sobre políticas públicas de informação, percebe-se

a amplitude e complexidade do objeto de estudo e se concorda com a ideia de que

tais políticas vão muito além da garantia de infraestrutura tecnológica e conexão à

rede de computadores, mas engloba, sobretudo, a provisão de direitos que

dependam da informação bem como, aspectos do conceito da tão almejada

“competência informacional”, logo, a noção de educação, fronteiriçamente, também

está inserida em maior ou menor grau nas políticas públicas de informação.

Grande parte da literatura sobre politicas públicas está situada na área de

análise destas. Para Wildavsky (1974 apud JARDIM, 2009, p. 11), analisar políticas

públicas, consiste em “interpretar as causas e as consequências da ação do

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28

governo”. Jardim (2009) também cita Dye (1976) que assevera que analisar

políticas públicas consiste em “descobrir o que os governos fazem, porque fazem e

que diferença isto faz”.

Abordagem mais tradicional sobre a classificação das políticas públicas

de informação é sintetizada em nove categorias, a saber:

1. política de gerência de recursos informacionais governamentais; 2. política de tecnologia de informação; 3. política de telecomunicações e radiodifusão; 4. política de comunicações internacionais; 5. divulgação, confidencialidade e privacidade da informação; 6. regulação computacional e crimes computacionais; 7. propriedade intelectual; 8. políticas de bibliotecas e arquivos; e 9. política de divulgação de informação governamental. (CHARTRAND; MILEVSKI apud PAIVA, 2008, p. 53).

Frohmann (1995) alega que há ênfase na interpretação da política de

informação de natureza governamental, ou, seja, “política do governo para

documentos do governo”. Outra observação feita pelo autor é a restrição do foco de

pesquisas na área relativo à informação científica e tecnológica em seus aspectos:

produção, organização e disseminação; Ainda, as pesquisas focam a maximização

técnica e gerencial do fluxo da informação; a estreita visão epistemológica da CI

sobre política de informação; e ausência da ênfase na informação como instrumento

de poder e a influência deste insumo nas relações sociais.

Abaixo, algumas questões que devem ter especial atenção na

identificação do conceito de políticas públicas enquanto objeto de análise:

1. a distinção entre política e decisão: a política é gerada por uma série de interações entre decisões mais ou menos conscientes de diversos atores sociais (e não somente dos tomadores de decisão); 2. a distinção entre política e administração; 3. que política envolve tanto interações quanto comportamentos; 4. tanto ação como não-ação; 5. que pode determinar impactos não esperados; 6. que os propósitos podem ser definidos ex post: racionalização; 7. que é um processo que se estabelece ao longo do tempo; 8. que envolve relações intra e inter-organizações; 9. que é estabelecida no âmbito governamental, mas que envolve múltiplos atores;

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29

10. que é definida subjetivamente segundo visões conceituais adotadas. (DAGNINI et al. 2002 apud JARDIM, 2009, p. 12-13).

Mais uma vez lembra-se que importa neste trabalho a aferição do que o

Estado nestes últimos oito anos tem contemplado em termo de políticas públicas de

informação, diante da vocação para um universo “ações informacionais”, quais os

temas contemplados em detrimento de outros, nessa que podemos chamar

“ecologia informacional”.

Page 31: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

30

5 AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSO À INFORMAÇÃO NO OCTÊNIO LULA

Com um discurso marcado pela ideologia desenvolvimentista, também

voltado à questão social, considerando aspectos de inclusão, melhor distribuição de

renda e erradicação da forme, Luís Inácio Lula da Silva inicia seu governo em 1º de

janeiro de 2003 para passar quatro anos. Findo os quatro anos do mandato de Lula,

sua reeleição prorrogou por mais um quadriênio sua estada à frente da presidência

da república. Na epígrafe do documento que constante do seu Programa de

Governo (2007-2010): “o nome do meu mandato será desenvolvimento.

Desenvolvimento com distribuição de renda e educação de qualidade”.

Desenvolvimento, no entanto, em lato sensu, demanda uma série de

fatores estruturais que possam alicerçar e garantir sua efetividade, dentre eles, a

educação, medidas que incentivem e desburocratizem ações empreendidas pela

sociedade civil e pelas organizações, e principalmente, a informação, insumo para a

educação, atividades de ciência e tecnologia, formação de competências e práticas

cidadãs, e fortalecimento da democracia.

A seguir, a descrição sumária de ações, programas e políticas públicas de

acesso à informação classificados de acordo com os órgãos executores, no âmbito

dos Ministérios subordinados à Presidência da República.

5.1 Das ações coordenadas pelo Ministério da Cultura (MinC)

Programa Livro Aberto – Instituído em 2004, tem como objetivo a

implantação de bibliotecas públicas em municípios desprovidos destas instituições e

revitalizar àquelas já existentes, desde que apresentem as condições exigidas pelo

Programa, dentre elas:

Dispor de espaço adequado de fácil acesso à comunidade e com

60m², no mínimo;

Declarar que dispõe de espaço adequado, assinado pela autoridade

pública local ou responsável;

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31

Planta baixa do edifício;

Fotografias externas e internas do espaço, e etc.

O kit recebido pelas bibliotecas beneficiadas abrange material

bibliográfico, software para automação do acervo, equipamentos eletroeletrônicos,

mobiliário, artefatos decorativos e materiais para utilização em rodas de leitura

infantil (tapetes e pufes). O programa é coordenado pela Fundação Biblioteca

Nacional (FBN).

Programa Fome de Livro – Lançado em 2004, o Programa não dispõe

de ato legal de criação. Tem como objetivo assegurar e democratizar o acesso ao

livro e à leitura a toda a sociedade zerando o déficit de bibliotecas nos municípios

brasileiros. Esta política está sob responsabilidade da FBN e tem os seguintes eixos

de ação: Democratização do acesso ao livro; Fomento à leitura; e valorização do

livro. Constituem linhas de ação do programa:

implantação de bibliotecas públicas;

fortalecimento da rede atual de bibliotecas públicas;

conquista de novos espaços para leitura;

distribuição de livros gratuitos;

projetos de estímulo à leitura;

capacitação para leitura;

apoio à pesquisa científica;

prêmios de reconhecimento às melhores práticas; e

ações de apoio ao setor privado, dentre outras.

Câmara Setorial do Livro e da Leitura (CSLL) - Instalada em 2005, a

CSLL integra o Conselho Nacional de Políticas Culturais e o Sistema Nacional de

Cultura. Tem como objetivos:

contribuir para o avanço da lei 10.753/2003;

promover ampla discussão sobre as diretrizes políticas para o setor; e

propiciar a participação da sociedade civil no processo de definição do

conjunto de metas e ações a serem priorizadas por essa política setorial.

Segundo a página eletrônica da CSLL no portal da Biblioteca Nacional, à

Câmara é atribuída a tarefa de subsidiar e formular recomendações pra definição de

diretrizes, estratégias e políticas públicas para o desenvolvimento da área do livro,

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32

leitura e bibliotecas, além de dialogar com escritores, editores, livreiros,

bibliotecários, educadores e demais envolvidos no setor.

Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) – Criado em 2006, em

parceria com o Ministério da Educação (MEC), e, convertida em política pública

permanente através da Portaria Interministerial nº. 1.442/2006, o Plano constitui-se

de um conjunto de projetos, programas, atividades e eventos na área de leitura,

literatura e bibliotecas e está baseado em dois grandes eixos: acesso ao livro e

formação de leitores. Tem como fundamento a democratização do acesso e o

fomento à leitura; a formação de mediadores de leitura; valorização do livro e da

comunicação; e o desenvolvimento da economia do livro, objetivando ainda a

criação de biblioteca em todos os municípios do país. Prevê as seguintes ações

norteadoreas: formação continuada de profissionais da escola e da biblioteca;

produção e distribuição de materiais de formação; parcerias e redes de leitura:

Implantação de redes de leitura multimídia; ampliação e dotação de acervos

escolares e dotação de acervos – Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE).

Engloba ainda várias ações de fomento à prática de leitura, inclusive o

Prêmio Vivaleitura, lançado em 2005, por ocasião da comemoração do Ano Ibero-

americano da Leitura.

Programa Mais Cultura – Instituído em 2007, através do Decreto nº.

6.226/2007 visa à criação de espaços, medidas e iniciativas que propiciem o acesso

e a interação livre dos cidadãos à diversidade cultural. Atua sob as dimensões:

cultura e cidades, voltadas para a criação de infraestrutura nos diversos territórios;

cultura e economia, como foco no emprego, renda e financiamento; e cultura e

cidadania, contemplando a identidade, diversidade e protagonismo culturais. Dentre

as diretrizes em que se pauta o Programa estão: A garantia do acesso a bens

culturais; promoção da diversidade cultural e social; qualificação do ambiente social

das cidades; e geração de oportunidades de emprego e renda. Prevê a criação de

Bibliotecas Mais Cultura, que por sua vez integra ao um dos equipamentos do

Canteiro Mais Cultura, este, consiste na implantação de edifícios culturais públicos

em áreas urbanas precárias.

É na Linha de ação “Cultura e Cidadania”, que mais se evidenciam as

ações voltadas para a promoção do acesso e uso da informação, com a criação dos

Pontos de Cultura, oficinas de capacitação cultural, microprojetos culturais,

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33

programação para TV’s e rádios públicas, rede de bibliotecas públicas, livros a

preços populares e incentivos através da Lei Rouanet.

Na Linha “Cidade Cultural” prevê a criação de espaços comunitários e

culturais multiuso, brinquedotecas, gibitecas, museus comunitários, cine clubes e

pontos de inclusão digital.

Vivaleitura – Lançado em 2006, o programa não tem sido expresso em

legislação, mas em programa governamental. Tem nome fantasia alusivo ao Ano

ibero-americano da leitura celebrado em 2005 por países da região. Trata-se de uma

mobilização iniciada em 2005, capitaneada pelo MEC e MinC com vistas à formação

de um país cada vez mais leitor. Convoca governantes, professores, escolas,

professores, bibliotecários, escritores, editores, livreiros, Organizações não

Governamentais (ONG’s), meios de comunicação, empresas privadas e todos

aqueles envolvidos com a causa da leitura para incorporarem o movimento nacional

em prol dessa prática. O programa tem muita similaridade com o Programa Fome de

Livro e está alicerçado nos seguintes eixos:

democratização do acesso;

fomento à leitura e à formação;

valorização do livro e da leitura; e

apoio à criação e à produção.

O eixo 1, democratização do acesso, prevê dentre outras ações, a

implantação de novas bibliotecas públicas; fortalecimento da rede atual de

bibliotecas; a distribuição de livros gratuitos; e promoção do acesso a outras formas

de leitura. No tocante ao eixo 2, fomento à leitura e à formação, contempla o apoio à

pesquisa acadêmica; projetos de estímulo à leitura; criação de sistemas de

informação; premiação e reconhecimento das melhores práticas, e etc. Enquanto no

eixo 3, valorização o livro e da leitura, a proposta é converter o tema “leitura” em

políticas pública de Estado, despertando a consciência do valor social da leitura.

Com relação ao apoio à criação e à produção bibliográfica, objeto do eixo

4, prega-se o apoio à política industrial, distribuição e circulação de bens e apoio à

autores e escritores.

O Prêmio Vivaleitura, cotejado por este programa foi aprovado pela

Portaria Interministerial MEC e MinC nº. 214/2005.

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34

5.2 Das ações coordenadas pelo Ministério da Educação (MEC)

De certo, a educação, por sua vez, enquanto direito social previsto no art.

6º da CF de 88, pressupõe inexoravelmente o acesso à informação, portanto,

segundo Targino (1991), ela está contida no bojo do processo educacional.

Além do PNLL e do Programa Vivaleitura, desenvolvido conjuntamente

com o MinC, o último, com participação através do Prêmio Vivaleitura, o Ministério

da Educação pouco atuou no desenvolvimento de políticas públicas de informação

stricto sensu, porém, podemos destacar em 2004 o lançamento do Portal Domínio

Público, uma grande biblioteca virtual criada para disponibilizar de forma livre e

gratuita conteúdos culturais já isentos de direitos patrimoniais.

Este Portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, à preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo, o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal. (PORTAL DOMÍNIO..., 2010).

Com uma coleção inicial de 500 obras, quando do seu lançamento, o

Portal dispõe hoje de 183.258 (cento e oitenta e três mil e duzentas e cinquenta e

oito) obras indexadas e desde sua implantação e já foram catalisados até a data

desta pesquisa 223.947.788 (duzentos e vinte e três milhões, novecentos e quarenta

e sete mil e setecentos e oitenta e oito) downloads dentre todos os tipos de mídia.

Outra ação que incentiva o livre acesso à informação é a Portaria nº.

13/2006 divulgada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES), que institui a divulgação digital das teses e dissertações

produzidas pelos programas de doutorado e mestrado reconhecidos. Segundo o

texto da norma, a disponibilização influirá diretamente na avaliação de tais

programas, observando-se, inclusive, a acessibilidade e a possibilidade de

download. De acordo com Cunha (2009, p. 93), “[...] a ação contribui de forma

efetiva para o movimento do acesso livre na medida em que disponibiliza tal

literatura na rede mundial de computadores.”.

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35

Em 2010, a Lei 12.244/2010, que dispõe sobre a universalização das

bibliotecas nas instituições de ensino do país, é assinada pelo então Presidente

da República Luís Inácio Lula da Silva, o Ministro da Educação, Fernando Haddad, e

pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

A lei define biblioteca escolar e estipula um prazo máximo de dez anos

para que todas as escolas da rede pública e privada disponham de biblioteca que

tenham no mínimo um título para cada aluno matriculado. Faz ressalva ainda à

profissão do Bibliotecário, que deve ser respeitada nos termos da legislação

específica. Com isso, mais um aporte para a formação de uma sociedade que se

“pretende da informação”, de leitores.

5.3 Das ações coordenadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)

No que respeita ao Ministério da Ciência e Tecnologia, importante

instituição atrelada a este ministério tem coordenado ações específicas no campo

informacional, o IBICT, a ele compete o desenvolvimento de recursos e

infraestrutura de informação na área de ciência e tecnologia a fim de dar suporte à

produção, socialização e integração do conhecimento científico-tecnológico.

Segundo Ortellado (2008) o Brasil tem sido visto como vanguardista nas

políticas públicas de acesso à informação. Segundo o autor, as alternativas são as

mais diferentes e vão desde a promoção do software livre até o licenciamento

compulsório de medicamentos. A relação comum reside no acesso público a bens

protegidos por propriedade intelectual.

Uma das iniciativas da maior relevância envolvendo a causa da

informação e sua promoção foi o lançamento do Manifesto Brasileiro de Apoio ao

Acesso Livre à Informação Científica, apresentado em 2005, pois apesar do

acesso livre à informação científica remontar aos valores normativos da ciência, tal

acesso sempre esteve subordinado à assinatura de periódicos mantida (ou não),

pelas bibliotecas universitárias.

O manifesto tem como objetivo estabelecer uma política nacional de

acesso à informação científica e dirige-se especialmente à comunidade científica,

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36

pesquisadores (autores), instituições acadêmicas, agências de fomento e às

editoras. Segundo o documento,

É imperativo que as instituições acadêmicas brasileiras se comprometam a: a) Criar repositórios institucionais e temáticos, observando o paradigma do acesso livre; b) requerer dos seus pesquisadores a publicar resultados de pesquisa em periódicos de acesso livre, onde houver um periódico apropriado para isso; c) encorajar seus pesquisadores a publicar seus resultados de pesquisa em periódicos de acesso livre, onde houver um periódico apropriado para isso. Deve-se, além disso, prover apoio necessário para que isso ocorra; d) reconhecer a publicação em ambiente de acesso livre para efeito de avaliação e progressão acadêmica; e) ter disponíveis, em ambiente de acesso livre, os periódicos editados pela instituição ou seus órgãos subordinados. (MANIFESTO..., [2005]).

Desde 2001 o IBICT já trabalhava em cima da possibilidade de

disponibilização de teses e dissertações na web, dava-se início a criação de um

repositório nacional de teses e dissertações que se denominou Biblioteca Digital

Brasileira de Teses e Dissertações. Em 2003, foi lançado pelo IBICT o Sistema de

Publicação Eletrônica de Teses Dissertações (TEDE) a ser distribuído

gratuitamente para possibilitar a implantação de bibliotecas digitais de teses e

dissertações. O sistema incorpora padrões de metadados próprios para a descrição

de teses e dissertações e protocolo interoperável.

Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) – Ainda em

2003, o IBICT traduziu e customizou um programa desenvolvido pelo Public

Knowledge Project (Open Journal Systems) da Universidade British Columbia, que

se constituiu no Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas, ampliando assim o

ciclo da filosofia do livre acesso. A ação consiste no repasse do software à

comunidade de editores de publicações eletrônicas com a finalidade de melhorar o

padrão editorial das revistas. Dentre os benefícios da utilização da ferramenta, pode-

se citar a automação dos processos das atividades editoriais dos periódicos

científicos; a melhoria na avaliação da qualidade dos periódicos e maior rapidez no

fluxo das informações.

Outra medida neste sentido foi a criação do Portal Open Access

Scholarly Information System (OASIS), inaugurado em 2006 com objetivo de

reunir todos os periódicos científicos de acesso aberto através de uma única

Page 38: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

37

interface. O Portal Oasis através do protocolo OAI-PMH possibilita pesquisa

simultânea em todos os periódicos que o utilizam. Iniciou com 200 periódicos e

atualmente (dezembro de 2010) está desativado para manutenção do sistema de

coleta de metadados. Constitui-se em um importante promotor da disseminação da

informação científica nacional, ao facilitar o processo de busca e acesso às fontes e

pode ser acessado através do link: http://oasisbr.ibict.br/.

Ainda no bojo das políticas públicas de acesso livre à informação, porém,

ação não coordenada pelo MCT, mas pelo Ministério do Controle e Transparência e

Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG) destaca-se a promoção de

“Páginas de Transparência Pública”.

A Portaria Interministerial nº. 140/2006 ratifica o Decreto nº. 5.482/2005,

que dispõe sobre a divulgação de dados e informações pelos órgãos e entidades da

Administração Pública Federal, por meio da rede mundial de computadores.

A Portaria que busca efetivar o princípio da transparência na

Administração Pública Federal disciplina a divulgação de dados e informações das

administrações de órgãos da esfera federal recomendando dentre outras coisas, a

criação de páginas denominadas “Transparência Pública” dentro dos sítios

eletrônicos de órgãos e entidades da Administração Pública Federal com

informações relativas à execução orçamentária e financeira das mesmas. Delega à

Controladoria-Geral da União a responsabilidade de manter disponível o repositório

“Banco de dados de Transparência Pública”

O Portal da Transparência pode ser acessado através do endereço

http://www.portaldatransparencia.gov.br/ e traz informações atualizadas sobre

gastos do Poder Executivo Federal a partir do ano de 2004.

Ainda em 2003, tem-se a criação do Programa de Apoio Implantação e

Modernização dos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT’s), que prevê a

criação de unidades de ensino e profissionalização, visando a popularização e

difusão da ciência e da tecnologia na área de processo produtivo, compreendendo

formação profissional básica e levando em conta a vocação a região. Dentre outros

objetivos do Programa, está a melhoria do ensino de ciência na região, o

fortalecimento da vocação regional e o desenvolvimento social e econômico

sustentável das comunidades contempladas.

Page 39: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

38

O Programa prevê a criação de laboratórios de especialidades tais:

Física, Química, Biologia, Análises de Água, Solo e Alimentos, Informática, Oficina

de Eletromecânica, Sala de Videoconferência, Biblioteca Multimídia e Salas

Polivalentes.

Outra ação do governo federal, agora na linha de infraestrutura e acesso

à tecnologia, é o Projeto Cidadão Conectado - Computador para todos, instituído

pelo Decreto nº. 5.542/2005 tem como objetivo promover a inclusão digital mediante

a aquisição de computadores acompanhada de soluções de informática para

instalação de programas e suporte técnico necessários ao seu funcionamento,

observadas as definições e características mínimas estabelecidas pelo MCT.

Segundo o decreto, o valor do produto não poderá ultrapassar R$ 1.400,00 (mil e

quatrocentos reais).

O Projeto Casa Brasil, por sua vez, lançado em 2008 e coordenado pelo

CNPq, tem como objetivo a inclusão social e digital a partir da criação de unidades

da Casa Brasil em comunidades socialmente excluídas, através do uso intensivo da

tecnologia da informação. As unidades poderão conter os seguintes módulos:

Telecentro, Auditório, Sala de Leitura, Espaços Multimídia, Oficina de Rádio,

Laboratório de Divulgação da Ciência, Unidade Bancária e/ou Módulos de

Representação do Governo Federal. Cada unidade, com projetos definidos e

recursos para formação de pessoal capacitado para dirigir as atividades. O Decreto

Presidencial de 10 de março de 2005 institui o Comitê Gestor do Projeto Casa Brasil.

5.4 Das ações coordenadas pelo Ministério das Comunicações (MC)

Telecentros Comunitários – Programa lançado em novembro de 2006

que prevê a construção de espaços públicos equipados com computadores com

acesso à internet com o objetivo de promover a inclusão digital e social das

comunidades atendidas. As atividades desenvolvidas no programa se estendem

desde a alfabetização digital ao compartilhamento do conhecimento coletivo

produzido nas oficinas de capacitação. Os municípios participam através de uma

Page 40: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

39

adesão por parte do Poder Público Municipal ao programa para o recebimento de

Kits Telecentro.

Criado em 2002, o Programa Governo Eletrônico Serviço de

Atendimento ao Cidadão (GESAC), somente em 2008 através da Portaria do

Ministério das Comunicações, nº. 483/2008 foi editada a norma geral que traça

diretrizes e normas para execução do programa. A política define-se como:

Programa do Ministério das Comunicações que oferece gratuitamente ferramentas de tecnologia da informação e comunicação, especialmente conectividade, recursos digitais e capacitação para multiplicadores, em todo o território brasileiro, por meio de uma plataforma de rede, serviços e aplicações, para promover inclusão digital e ações de governo eletrônico. (BRASIL, 2008, p. 83).

Dentre as diretrizes do Programa estão: a promoção da inclusão digital;

provimento do acesso à internet banda larga em instituições públicas;

desenvolvimento de projetos comunitários e formação de redes de conhecimento;

incentivo ao uso do software livre; e apoio ao desenvolvimento das comunidades,

em estado de vulnerabilidade social. Entre as instituições beneficiárias do Programa

estão: instituições públicas de ensino e saúde, entidades da sociedade civil sem fins

lucrativos vocacionadas à inclusão digital, além de unidades de serviço público em

localidades remotas ou área fronteiriça.

5.5 Ações desenvolvidas por Ministérios não diretamente afins à informação e marcos legais

Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades – Telecentros.BR – Criado através do Decreto nº 6.991/2009, tem em sua

coordenação os Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, Comunicações

e Ciência e Tecnologia e consta do objetivo do Programa, desenvolver ações que

possibilitem a implantação e a manutenção de telecentros públicos e comunitários

em todo o território nacional, cuja implementação dar-se-á em regime de parceria

Page 41: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

40

com entidades proponentes, observados os critérios estabelecidos em editais de

ampla divulgação. O Ministério das Comunicações responsabiliza-se pelos

equipamentos de informática, mobiliário e disponibilização e manutenção de internet

banda larga; Ao MCT fica reservado o auxílio financeiro para os monitores que

atuarão nos telecentros; e ao MPOG, coordenar as atividades do grupo colegiado e

prestar apoio técnico e operacional necessário ao funcionamento.

Programa Arca das Letras – Criado em 2003 pelo Ministério de

Desenvolvimento Agrário (MDA), atua implantando bibliotecas na zona rural de todo

o país, facilitando o acesso ao livro e à informação. Segundo a página do Programa,

disponível no sítio eletrônico do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Programa

beneficia diariamente milhares de famílias, dentre assentados da reforma agrária,

comunidade de pescadores, remanescentes de quilombos, indígenas, e populações

ribeirinhas.

Instaladas na casa dos agentes de leitura ou em instituições comunitárias

locais de uso coletivo, as bibliotecas iniciam com acervo de 200 livros e buscam

atender às necessidades didáticas, de lazer, cidadania, trabalho e etc.

Projeto Maré: o Telecentro da Pesca – Coordenado pelo Ministério da

Pesca e Aquicultura (MPA) em parceria com o Ministério das Comunicações e a

Fundação Banco do Brasil (FBB), teve início em 2004, tem a missão de promover

inclusão digital nas comunidades de pescadores e pescadoras artesanais através de

telecentros implantados com 10 (dez) computadores conectados à internet. É

objetivo do Programa, qualificar a profissão de pescador (a); proporcionar acesso à

inclusão digital básica; estimular a absorção de novas tecnologias; capacitar jovens

do meio pesqueiro na área de assistência técnica em informática; maior interação

com a sociedade da informação, dentre outros.

Projeto Territórios Digitais – Faz parte do Programa Territórios da

Cidadania, lançado em 2003, consiste implantação de Casas Digitais para acesso

público e gratuito a computadores com internet em escolas agrícolas, comunidades

tradicionais, Sindicatos e/ou demais espaços públicos. Dentre os objetivos do

projeto, consta o aprimoramento dos processos de gestão e produção, acesso à

informação e formação de rede de troca de experiências.

Page 42: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

41

Nos últimos oito anos, algumas normas formalizaram e/ou instituíram

políticas rumo à socialização do conhecimento, informação e acesso à cultura,

dentre elas podemos citar:

Lei nº. 10.753/2003, que institui a Política Nacional do Livro, que

assegura dentre outras coisas, o pleno exercício do direito de acesso ao livro e

discorre sobre a editoração, distribuição, comercialização e difusão do livro;

Lei nº. 11.033/2003 - Dentre outras providências, altera a tributação do

mercado financeiro de capitais, incorrendo na desoneração fiscal das alíquotas das

contribuições incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda no mercado

interno de livros, conforme definido no artigo 2º da lei nº 10.753/2003.

Leis nº. 10.994/2004 e 12.192/2010 – Ambas dispõem sobre o

Depósito Legal de Publicações produzidas em território nacional através da remessa

de um exemplar à Biblioteca Nacional. A primeira lei, objetiva assegurar a coleta, a

guarda, e a difusão da memória intelectual brasileira, e, a segunda, no mesmo

sentido, restringe-se a obras musicais. O não cumprimento da lei de Depósito Legal

por parte dos responsáveis pela publicação de tais obras ali contempladas incorrerá

em multa, apreensão de material e outras penalidades previstas no texto legal. As

leis refletem uma política estratégica de controle bibliográfico e desenvolvimento de

uma memória sustentável.

Decreto 7.175/2010 – Institui o Plano Nacional de Internet Banda

Larga (PNBL) – Tem como objetivo o fomento ao acesso a bens e serviços de

tecnologias de comunicação e informação. Prevê, dentre outras ações, a

massificação do acesso a conexão com a internet banda larga, aumentando assim,

a autonomia tecnológica e a competitividade brasileiras; redução da desigualdade

social e regional; inclusão digital e etc.

Page 43: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

42

6 BALANÇO TEMÁTICO DAS AÇÕES E POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Uma vez já citado na seção 3, vale relembrar, que uma das

características do “termo” informação é sua polissemia e dimensão do que pode

significar, e, segundo Marijuán (1994 apud ROBREDO, 2003, p. 8), historicamente,

diversas disciplinas e teorias têm envolvido o termo informação em seu cotidiano. O

autor afirma que o uso do termo em todas essas “províncias” não é incorreto, mas,

por outro lado, a coerência global se torna mínima. Tal capacidade da instituição

“informação” agregar diferentes “modelos” com características e funções “mais ou

menos comuns”, acaba por influenciar uma herança sobre tais modelos que lhes

exige a rubrica de função informacional. Assim,

A noção de ‘política de informação’ tende a ser naturalizada e a designar diversas ações e processos do campo informacional: arquivos, bibliotecas, internet, tecnologia da informação, governo eletrônico, sociedade da informação, informação científica e tecnológica, etc. (JARDIM, 2008, p. 6).

Tendo em vista que toda política pública tem a finalidade de modificar ou

implantar determinado regime, promovendo o Estado de Bem estar social, uma das

finalidades das políticas públicas de informação é a inclusão social sob a perspectiva

do letramento e competência informacionais, a outra finalidade é a provisão de

direitos. Ambas, porém, não são desligadas uma da outra.

Vê-se as políticas públicas voltadas para o campo do acesso à

informação sob a perspectiva do direito à informação e da competência

informacional, esta última, definida como habilidade de formar indivíduos que

tenham um aprendizado ativo e por toda a vida de forma independente; que saibam

aprender a aprender e “... que sejam capazes de realizar qualquer processo

investigativo de busca e uso de informações para a resolução de problemas ou

realização de tarefas e projetos.”. (DUDZIAK, 2001, p. 62, grifo do autor).

O autor supracitado desenvolveu três concepções de competência

informacional, que, em resumo, podem assim serem descritos: Ênfase nas

Page 44: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

43

tecnologias da informação e comunicação, subentendendo a inclusão digital; ênfase

nos processos cognitivos, pressupondo a inclusão informacional; e ênfase na

construção da cidadania, tendo como pano de fundo a inclusão social.

É baseado, principalmente, nessas categorias propostas por Dudziak,

complementadas com mais duas inauguradas neste trabalho, quais sejam: Ênfase

na Gestão de Políticas públicas de bibliotecas, livro e leitura; promoção,

comunicação e acesso à informação; e livre acesso à Informação, que neste

trabalho se expõe o foco das ações e políticas públicas de acesso à informação

lançadas pelo governo federal no período de 2003 a 2010, conforme segue o quadro

abaixo:

QUADRO 1

Tematização das ações e políticas públicas de acesso à informação no octênio

2003-2010

AÇÃO/PROGRAMA

TEMA

ÊNFASE

Programa Livro aberto

Bibliotecas

Construção da

cidadania

Programa Fome de Livro

Bibliotecas, livro e

formação de leitores

Construção da

cidadania

Câmara Setorial do Livro

e da Leitura

Infraestrutura de Gestão

Gestão de políticas de

bibliotecas, livro e

formação de leitores

Programa Nacional do

Livro e da Leitura

Bibliotecas, livro e

formação de leitores

Construção da

cidadania

Programa Mais Cultura

Bibliotecas, livro,

espaços multiculturais

Construção da

cidadania

Viva Leitura

Bibliotecas, livro e

leitura

Construção da

cidadania

Portal Domínio Público

Biblioteca Virtual

Promoção,

comunicação e acesso

Page 45: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

44

à informação

Portaria CAPES nº.

13/2006

Biblioteca Virtual

(BDTD)

Livre acesso à

informação

Lei 12.244/2010 –

Universalização das

Bibliotecas escolares

Biblioteca

Construção da

cidadania

Manifesto Brasileiro de

Apoio ao Acesso Livre à

Informação Científica

Formalização de

Medidas de incentivo

Livre acesso à

Informação

Sistema de Publicação

Eletrônica de Teses

Dissertações – TEDE

Biblioteca Virtual

(informação científica)

Livre acesso à

Informação

Sistema Eletrônico de

Editoração de Revistas –

SEER

Tecnologia de Gestão

da Informação

Tecnologias da

Informação e

Comunicação

Portal Open Access

Scholarly Information

System – OASIS

Biblioteca Virtual

(Informação científica)

Livre acesso à

Informação

Páginas de Transparência

Pública

Informação

Governamental

Livre acesso à

Informação

Programa de Apoio

Implantação e

Modernização dos

Centros Vocacionais

Tecnológicos – CVT’s

Formação profissional

básica

Construção da

cidadania

Projeto Cidadão

Conectado - Computador

para todos

Infraestrutura

tecnológica

Tecnologia de

informação e

comunicação

Page 46: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

45

Projeto Casa Brasil Infraestrutura de

espaços multiculturais

e/ou serviços públicos

Construção da

cidadania

Telecentros Comunitários

Inclusão Digital

Tecnologia da

informação e do

conhecimento

Programa Governo

Eletrônico Serviço de

Atendimento ao Cidadão –

GESAC

Inclusão Digital

Tecnologia da

informação e do

conhecimento

Programa Nacional de

Apoio à Inclusão Digital

nas Comunidades –

Telecentros.BR

Inclusão Digital

Tecnologia da

informação e do

conhecimento

Programa Arca das Letras

Biblioteca, livro e leitura

Construção da

cidadania

Projeto Maré: o Telecentro

da Pesca

Inclusão Digital

Tecnologia da

informação e do

conhecimento

Projeto Territórios Digitais

Inclusão Digital e Social

Construção da

cidadania

Lei nº. 10.753/2003 -

Política Nacional do Livro

Livro

Acesso ao livro

Lei nº. 11.033/2003 –

Desoneração Fiscal

Livro

Economia o livro

Leis nº. 10.994/2004 e

12.192/2010

Depósito Legal

Preservação da

memória

Fonte: Dados da pesquisa

Os dados do quadro acima possibilitam inferir sobre a distribuição

temática das ações em comento, a qual se ilustra no gráfico abaixo, onde se pode

Page 47: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

46

observar em que medida os temas foram mais ou menos contemplados, enquanto

objeto de ação e políticas públicas, nas aplicações do governo federal no período de

tempo especificado:

GRÁFICO 1 – Distribuição temática das ações e políticas públicas de acesso à

informação, Brasil, 2003-2010.

Fonte: Dados da pesquisa

Observa-se a ênfase em ações informacionais canalizadas mais

fortemente em alguns temas, em detrimento de outros. Dos onze temas observados

no levantamento das ações lançadas no período estudado, observa-se que apenas

“quatro” (biblioteca, inclusão digital, livro e leitura e biblioteca virtual) ocupam 92%

das ações e políticas públicas de acesso à informação. À grande maioria dos temas,

restam 4% do direcionamento de medidas e aplicações de recursos.

Quanto às características dessas políticas, pode-se dizer que em relação

à sua à abrangência, várias tem características de universalidade, assim como se

apresentam também políticas segmentais e fragmentadas.

Quanto aos impactos ou papel social, caracterizam-se com redistributivas,

haja vista a popularização do acesso a serviços de informação. Se antes as

Biblioteca28%

Inclusão Digital28%

Livro e leitura24 %

Biblioteca Virtual 12 %

8 %Infraestrutura tecnológica; informação governamental; formação profissional básica; espaçosmulticulturais e/ou serviços públicos; memória; tecnologia de gestão da informação; e economiada informação.

Page 48: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

47

bibliotecas e centros culturais, por exemplo, eram planejados com centralização

tanto geográfica quanto socialmente, hoje o acesso a estas instituições acontece

nas próprias periferias.

Destacam-se ainda, políticas regulatórias, que, através de atos

normativos, como leis, decretos, portarias e outras medidas, instituem e

regulamentam ações no campo do acesso à informação. Tais instrumentos, por si

só, não garantem a eficácia das políticas que regulam, mas explicitam intenções e

assistem à efetivação do que estatuem.

No tocante à dimensão das políticas públicas em comento, as ações

refletem a plataforma política traçada pelo governo no Plano Plurianual 2004-2007,

que traz como megaobjetivo 1 a “ inclusão social e redução da desigualdade”.

Page 49: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

48

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em passant pelas políticas públicas de informação pode-se afirmar que

no terreiro do Estado vê-se um conjunto de ações no campo da informação, que

pelo seu caráter, ganham status de políticas púbicas de informação.

Percebe-se a ausência de uma política nacional de informação que

contemple toda a cadeia da informação: produção, armazenamento, disseminação,

acesso e uso. Nas ações informacionais voltadas para o “acesso”, no entanto,

observa-se um conjunto de ações isoladas, e por vezes redundantes, ou seja, com

metas objetivos comuns que acabam por comprometer a efetividade e o sucesso de

algumas ações, em vez de fortalecê-las.

Observa-se, ainda conforme enuncia Jardim (2009) a transversalidade

das políticas públicas de informação com outras políticas, tais como educação,

inclusão social e digital, dentre outras, que não estão dissociadas, mas ao contrário,

são políticas que conjugadas mensuram e desafiam a capacidade de influência

destas na mudança ou manutenção de determinado regime, inclusive de informação.

Pode-se aferir a partir dos dados do quadro apresentado na seção

anterior, que trata das áreas enfatizadas pelas políticas de acesso à informação, que

28% das ações nesse campo estão voltadas diretamente ou citam a instituição

Biblioteca como objeto de suas ações, porcentagem igual para as ações em

direção à Inclusão Digital; enquanto 24% reservam-se às ações voltadas para o

Livro e a Leitura; e 12 % enfatizam o tema Biblioteca Virtual, seja na área de

informação científica e tecnológica ou literatura e cultura.

Juntos, os quatro temas somam 92% das políticas de acesso à

informação catalogadas na faixa do período a que se propõe este estudo, restando

apenas 8% que se distribuem em infraestrutura tecnológica, informação

governamental, formação profissional básica, espaços multiculturais e/ou de

serviços públicos, construção da memória, tecnologia de gestão de informação

voltada para o acesso e economia da informação.

Ratifica-se a afirmação feita por Jardim (2009) de que há escolha por

determinados desenhos e objetos de políticas públicas informacionais em detrimento

Page 50: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

49

de outros como: políticas públicas de promoção do acesso à informação arquivística

e museológica.

A contribuição da Biblioteconomia e Ciência da Informação, no âmbito das

políticas públicas de informação, consiste na concepção do conceito de informação

enquanto fenômeno social. Tal fenômeno é objeto de direito na sociedade

contemporânea e tem no Estado o principal responsável em promover ações que

contemplem a livre circulação, comunicação e acesso à informação, além da

infraestrutura necessária para tal.

Percebe-se com base nos dados da pesquisa que as ações voltadas para

as bibliotecas ainda aparecem em primeiro lugar, acompanhada das políticas de

inclusão digital no bojo das iniciativas que se convencionou chamar de política

pública de informação.

A realidade é bem diferente quando se tratam das instituições

arquivísticas, marcadas pela ausência de programas voltados para os arquivos

públicos. O próprio Sistema Nacional de Arquivos não foi viabilizado, tão pouco, a

Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados, ambos, contemplados em

legislação que regulamenta sua criação e atribui a responsabilidade pelo seu

gerenciamento ao Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ).

Pode-se dizer que o Estado desenvolve diversas “ações de informação”

sem o reconhecimento da sua inter-relação e pertencimento a uma plataforma que

deve ser trabalhada e regulamentada de forma conjunta, haja vista ser a informação

um direito humano fundamental e condição para o progresso e desenvolvimento em

todos os campos da sociedade e também do Estado.

Ressalta-se a importância da formulação de uma política nacional de

informação que contemple toda a cadeia da ecologia da informação e não apenas a

transferência e infraestrutura de informação como priorizou o Programa Sociedade

da Informação.

Portanto, considera-se que uma vez que um dos fins das políticas

públicas de informação é formar competência informacional, as políticas de acesso à

informação devem possibilitar que o cidadão interaja cada vez mais com o direito de

desenvolver-se e participar da verdadeira democracia que revoluciona a partir do

conhecimento, e que ao desfrutar do banquete da globalização da informação,

participe com dignidade da aldeia global.

Page 51: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

50

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Page 52: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

51

______. Lei nº. 10.753, de 30 de outubro de 2003. Institui a política nacional do livro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/2003/L10.753.htm>. Acesso em: 1 jan. 2010. ______. Lei nº. 10. 994, de 14 de dezembro de 2004. Institui sobre o depósito legal de publicações, na Biblioteca nacional, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10994.htm>. Acesso em: 3 jan. 2010. ______. Lei nº. 11. 033, de 21 de dezembro de 2004. Altera a tributação do mercado financeiro e de capitais; institui o Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária – REPORTO; altera as Leis nos 10.865, de 30 de abril de 2004, 8.850, de 28 de janeiro de 1994, 8.383, de 30 de dezembro de 1991, 10.522, de 19 de julho de 2002, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e 10.925, de 23 de julho de 2004; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/L11033.htm>. Acesso em: 2 jan. 2010. ______. Lei nº. 12. 192, de 14 de janeiro de 2010. Dispõe sobre o depósito legal de obras musicais na Biblioteca Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12192.htm. Acesso em: 3 jan. 2010. ______. Lei nº. 12. 244, de 24 de maio de 2010. Dispõe sobre a disponibilização de bibliotecas nas instituições de ensino do país. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12244.htm>. Acesso em 17 nov. 2010. ______. Ministério da Cultura. Fundação Biblioteca Nacional. Câmara Setorial do Livro. Disponível em: <http://www.bn.br/portal/?nu_pagina=9>. Acesso em: 2 nov. 2010. ______. Ministério das Comunicações. Portaria nº. 483, de 12 de agosto de 2008. Aprova a norma geral do Programa GESAC, que estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas referentes ao Programa, bem como os procedimentos e critérios para sua implementação, e dá outras providências. Disponível em: <http://biblioteca.idbrasil.gov.br/publicacoes/decretos-editais-portarias-e-pregoes/portaria-no-483-de-12-de-agosto-de-2008>. Acesso em: 1 jan. 2010. ______. Ministério da Pesca e Aquicultura. Maré: o telecentro da pesca. Disponível em: <http://www.mpa.gov.br/portal/sra/programas/arcadasletras>. Acesso em: 2 jan. 2010.

Page 53: Monografia - Pre e textual conjugados.pdf

52

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