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Resumo Executivo

Deslocar-se nas grandes metrópoles tem sido um desafio atualmente, independente do meio de transporte escolhido. Tendo isso em vista, este trabalho apresenta uma análise da questão da mobilidade urbana na cidade de São Paulo, enfatizando o papel dos veículos pessoais automotores. Através de levantamento de dados e análise dos problemas detectados, este projeto busca soluções que visam reduzir a lentidão do trânsito por meio da redução do subaproveitamento dos veículos tradicionais. Assim, torna-se primordial avaliar diversos critérios, como, por exemplo, se os veículos são usados em sua capacidade máxima e se o espaço ocupado por eles é condizente com a realidade caótica do trânsito na cidade de São Paulo. Em suma, o presente estudo destina-se a compilar dados relevantes e propor soluções viáveis em termos econômicos e de projeto.

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Sumário

1. Introdução.........................................................................................página 3

2. A Matriz energética nos transportes urbanos....................................página 42.1 Combustíveis tradicionais......................................................página 42.2 Combustíveis inovadores.......................................................página 7

3. Levantamento e análise de dados......................................................página 93.1 Os deslocamentos em São Paulo............................................página 93.2 Consumo e custos...................................................................página 133.3 Segurança...............................................................................página 133.4 Poluição..................................................................................página 16

4. Definição do problema......................................................................página 174.1 Tema.......................................................................................página 174.2 Metas......................................................................................página 174.3 Restrições...............................................................................página 174.4 Objetivo..................................................................................página 18

5. Alternativas para solução do problema.............................................página 18

6. Conclusões........................................................................................página 21

7. Referências bibliográficas.................................................................página 22

8. Anexo................................................................................................página 24

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1. Introdução

De modo geral, a América Latina experimentou um acelerado processo de crescimento urbano nas últimas décadas. Segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em menos de 15 anos a população total da região aumentou em mais de 100 milhões de pessoas. Esse crescimento ocorreu rapidamente e veio desacompanhado de um projeto estrutural, resultando no inchaço das grandes cidades e aumento do número de moradias na periferia. Infelizmente, a extensão dos pontos de atendimento de serviços públicos não acompanhou o crescimento populacional, permanecendo concentrada em algumas áreas da cidade. Dessa forma, parte dos cidadãos torna-se marginalizada por não ser contemplada por direitos públicos.

O transporte é um direito constitucional que está direta ou indiretamente ligado ao serviço público, através da própria prestação do serviço como da infra-estrutura viária, de responsabilidade estatal, necessária para qualquer forma de locomoção. Dessa forma é impossível se locomover de forma totalmente autônoma, pois qualquer meio é fiscalizado e taxado pelo governo.

A atual intrincada configuração urbana ajudou a compor um conceito complexo que relaciona mobilidade com o direito constitucional de ir e vir. Sob esse ponto de vista, é dever do Estado assegurar o acesso dos cidadãos aos transportes, sendo que tal dever envolve a criação de infra-estrutura de forma sustentável e que priorize a integração social. O Plano de Mobilidade Urbana (PLANMOB) apresenta de forma articulada esse conceito: “A mobilidade urbana para a construção de cidades sustentáveis será então produto de políticas que proporcionem o acesso amplo e democrático ao espaço urbano (...), eliminem ou reduzam a segregação espacial, e contribuam para a inclusão social favorecendo a sustentabilidade ambiental.” A partir dessa análise compreende-se que a organização do espaço pela gestão de transportes envolve a criação de projetos que harmonizem a necessidade humana com questões ambientais. Dessa forma amplia-se o entendimento sobre o que é a mobilidade urbana para algo além dos meios de transporte e trânsito.

Nesse contexto, é possível listar a mobilidade urbana como um dos aspectos elementares que influem na vida dos cidadãos. Segundo dados do Detran, em janeiro de 2013 a cidade de São Paulo já contava com 6.973.958 carros, motos, caminhões e ônibus, o que explica, em grande parte, a lentidão encontrada pelos paulistanos nos horários de pico. Esse tempo gasto no trânsito configura-se como um fator que, comprovadamente, aumenta o nível de estresse dos cidadãos, interferindo diretamente na sua qualidade de vida.

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Concluímos assim que a importância da mobilidade urbana traduz-se na organização do uso e ocupação dos espaços como forma de garantir o acesso das pessoas aos bens e serviços que a cidade oferece, permitindo o acesso ao espaço público de forma igualitária - são princípios universais uso equiparável (para pessoas com diferentes capacidades); uso flexível (com leque amplo de preferências e habilidades); simples e intuitivo - a fim de garantir a eficiência do ambiente urbano, e que os deslocamentos ocorram de forma segura e com conforto ambiental. Dessa forma, se faz necessária uma política urbana que apresente um conjunto de diretrizes que oriente as ações sobre mobilidade urbana, visando à segurança, eficiência e sustentabilidade nos deslocamentos.

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2. A matriz energética no transporte urbano

Desde a chegada da indústria automobilística ao Brasil, iniciada na gestão do ex-presidente Washington Luís (década de 1920), sendo acelerada e promovida durante o governo de Juscelino Kubitschek (anos 50 e início dos anos 60), a demanda por veículos automotores vem aumentando, não importando se o veículo é para uso pessoal, transporte de cargas, transporte em massa ou para o trabalho.

O problema é que, desde então, houve um crescimento rápido e acelerado das indústrias no Brasil, e, enquanto a população Brasileira progredia geometricamente e migrava do campo para a cidade em busca de empregos nas fábricas, aumentando a mão de obra para as indústrias e, de certa forma, a demanda por veículos e outros produtos industrializados, os poluentes, lançados tanto pela indústria quanto pela queima dos combustíveis dos automóveis recém-chegados, começaram a agredir notoriamente o meio-ambiente de um país que ainda era pouco poluído.

Dentre os principais componentes que compõem a poluição da camada atmosférica estão o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono(CO2),e óxidos de nitrogênio e enxofre, todos resultantes da queima de combustíveis fósseis compostos, principalmente, por hidrocarbonetos. Estes combustíveis são, desde o início da indústria automobilística, os mais utilizados para veículos automotores. No entanto pesquisas recentes mostram que os combustíveis mais utilizados ultimamente não são os mais eficientes, além de a maioria não ser sustentável.

Dados do Ibama indicam que,aproximadamente, 46,2% dos poluentes são originados por veículos automotores. De um modo bem geral, os veículos de pequenos e médios portes como motos e automóveis utilizam como fonte de energia, em sua maioria, a gasolina e o álcool (etanol).

2.1 Combustíveis tradicionais

Por ser um combustível fóssil, a gasolina é considerada mais poluente que o etanol. Além disso, a busca por petróleo implica em gastos enormes com sua extração e

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produção, desde a formação de bons profissionais para trabalhar no ramo até os custos técnicos para construção de plataformas, se for uma extração marinha, ou com a compra de máquinas de grandes portes para a escavação, se for uma extração continental. Isso tudo fora o risco de possíveis acidentes que degradam todo o ambiente ao redor das áreas de extração e de transporte do petróleo, bem como a vida local. Em adição, o petróleo é um recurso finito e, tendendo a encarecer-se cada vez mais, não será sempre viável, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. Portanto, é lógico concluir que a gasolina é um combustível um tanto quanto ultrapassado diante das novas tecnologias e da recente mentalidade sustentável da sociedade.

Já o álcool, apesar de não ser o combustível mais sustentável e menos poluente, é mais econômico e ecológico do que a gasolina. O Brasil, hoje, é o maior exportador e segundo maior produtor do etanol, fato que contribuiu para a imagem positiva que o Brasil vem ostentando quanto à sustentabilidade. Isso se deve às condições naturais favoráveis do território brasileiro, aliado à tradicional cultura de plantar a cana-de-açúcar no Brasil (matéria prima do etanol), seja na agricultura familiar ou no plantio em grandes propriedades.

Os EUA lideram a produção mundial de etanol, todavia o álcool dos EUA, diferentemente do Brasil, tem como matéria prima o milho. Só para efeito de comparação, o balanço energético do álcool brasileiro é de 8,3 a 10,2 vezes (relação de energia obtida por energia gasta na produção do etanol) enquanto o balanço do álcool americano é de 1,3 a 1,6 vezes. O álcool brasileiro, ao substituir a gasolina, em mesmas proporções, reduz de 86 a 90% nas emissões dos gases do efeito estufa, enquanto o americano reduz entre 10 e 30%. Isso explica, em parte, a enorme participação do álcool no mercado brasileiro (aproximadamente 50%, enquanto a participação do mesmo no mercado americano é de 4%) e a razão do Brasil ser o maior exportador de etanol do mundo. (figura 1)

Impulsionado pela crise do petróleo da década de 1970, foi lançado, em 1978, o primeiro carro movido a álcool, o Fiat 147. E desde então, a demanda pelo combustível foi crescendo de tal forma que o governo brasileiro criou o programa Pró-Alcool, investindo no etanol e incentivando seu consumo à população Brasileira. Hoje em dia, já é difícil encontrar uma marca de automóveis que não produz veículos Flex, os quais aceitam, em quaisquer proporções, misturas de álcool e gasolina em seu tanque.

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Figura 1. Fonte: Wikipédia.

Outro combustível muito utilizado pelos veículos brasileiros, principalmente os de grande porte como caminhões, ônibus e até mesmo caminhonetes é o óleo diesel. Este combustível, proporcionalmente falando, é o que mais agride o meio ambiente. Isto é, tomando como base relatórios da CETESB feitos no ano de 2011 nota-se que, aproximadamente, 3,5% do total de veículos da macrometrópole de São Paulo é composto por veículos movidos a Diesel,entre eles ônibus e caminhões. No mesmo relatório, observa-se que, dentre os gases emitidos por esses veículos, aproximadamente 77,7% são óxidos de nitrogênios. E dos óxidos de nitrogênio expelidos por todos os veículos, aproximadamente 51% é proveniente dos veículos movidos a Diesel (figura 2). Acrescentam-se ainda os outros componentes que os mesmos lançam no ar ou mesmo no solo. Ou seja, apesar da frota de veículos movidos a Diesel ser pouco significativa em questão de números, o efeito dos poluentes deixados pela queima do seu combustível é muito devastador e significativo para o total de poluentes lançados.

Tendo em vista o poder devastador dos combustíveis utilizados hoje em dia, tanto para o meio ambiente quanto para a qualidade de vida das populações que vivem nos grandes centros urbanos, algumas medidas foram adotadas pelo setor administrativo. Dentre elas encontramos a inspeção veicular obrigatória, (CONTROLAR em São Paulo), com o intuito de inspecionar a emissão de gases de todos os veículos a fim de garantir um menor impacto ambiental. Essa lei obriga que todos os veículos sejam fabricados com o catalisador nos escapamentos, sendo que esse equipamento projetado para acelerar a oxidação do carbono proveniente do combustível para que o dióxido de carbono seja lançado ao ar em vez do gás monóxido de carbono, o qual é muito mais nocivo à saúde humana. Deste modo, medidas administrativas podem ser tomadas caso haja descumprimentos dessas normas, podendo ser tradados como crimes ambientais.

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Figura 2. Fonte: Relatório CETESB emissões veiculares do ano de 2011

Outra medida estratégica tomada pela prefeitura do município de São Paulo foi a adoção do Plano de Controle de Poluição Veicular 2011-2013 (PCPV). Dados da CETESB indicam que a média de emissão veicular de monóxido de carbono em 1986 era de 54 g/km, enquanto hoje, depois de todas essas políticas para diminuição de emissão de poluentes, o número caiu para 0,3g/km. Porém, apesar da relação emissão/veículo ter diminuído expressivamente, o número de veículos na frota aumentou muito, e até hoje ainda vem aumentando. Por isso, há uma tremenda preocupação por parte de empresas que lidam com tecnologia em encontrar fontes mais sustentáveis e até mais eficientes.

Infelizmente, as grandes empresas de extração e produção dos combustíveis fósseis têm muito poder e influência entre os grandes governos, e isso dificulta muito a promoção de novas fontes limpas e talvez até mais eficientes. Muitas dessas empresas afirmam que a eficiência dos combustíveis tradicionais e o preço são indisputáveis no mercado, no entanto, estudos e protótipos recentes mostram que isso nem sempre é verdade.

2.2 Combustíveis inovadores

Julio Verne escreveu, em 1874, o romance sobre ficção científica “A ilha misteriosa”, no qual previu a utilização do hidrogênio como forma de combustível. O hidrogênio, na verdade, já serviu como fonte de combustível para o famoso ônibus espacial Apolo e já foi responsável por viagens espaciais realizadas pela NASA. O mais interessante do hidrogênio como forma de combustível é que é feito de um elemento abundante na atmosfera terrestre, reage com o próprio oxigênio na combustão e, teoricamente, não libera outra substância à atmosfera senão água, tanto na forma líquida quanto gasosa.

A Hyundai, por exemplo, já divulgou o lançamento da versão do SUV ix35 movido a hidrogênio. Entre as principais vantagens do veículo está o baixo teor de poluição gerado pelo carro e o silêncio ao dirigir o veículo. Por outro lado, o custo ainda é alto por tratar-se de um combustível pouco utilizado no mercado. Essa primeira versão chega a ter um valor superior a 100 mil dólares. Além disso, as cidades não possuem a

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infraestrutura necessária para abrigar uma grande frota desses veículos. Afinal, quase não existem postos de reabastecimentos de hidrogênio.

No entanto, a União Europeia já vem construindo redes de reabastecimento por toda a Europa a fim de facilitar o acesso ao combustível. Assim, tomando iniciativas que incentivem o uso do combustível, a tendência do preço é diminuir cada vez mais, acompanhada de uma progressiva diminuição na emissão de poluentes. Apesar de o processo ser lento e gradual, tendo em vista a forte tradição dos combustíveis fósseis, já estamos caminhando para uma mudança.

Outra fonte energética que vem chamando a atenção da mídia global e das pesquisas é a eletricidade. Ultimamente, muitos protótipos movidos a eletricidade estão sendo lançados ao redor do mundo, principalmente os veículos de pequeno porte. Entre as principais vantagens de um veículo elétrico podem ser destacadas a sustentabilidade, a economia e a grande eficiência energética. Por outro lado, a potência do veículo pode deixar a desejar.

Em 2008, foi apresentado durante o II Congresso Brasileiro de Energia Solar e a III Conferência Latino-Americana da Sociedade Internacional de Energia Solar, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), um protótipo elétrico capaz de rodar 100 km com apenas 6 reais. Hoje, já são produzidos carros do modelo Pálio Weekend na versão elétrica, porém, os custos são altos, podendo chegar ao dobro dos modelos comuns. Contudo, a tendência é de que o preço se equipare ao modelo normal com o passar dos anos, assim como o combustível a base de hidrogênio.

Outros modelos inteiramente elétricos também já estão no circulando no mercado, como o Espanhol “Hiriko” (figura 3) e o “The Tango” (figura 4), o mais rápido da categoria dos veículos elétricos. Ambos são veículos pessoais e muito econômicos, mais uma vez, do ponto de vista financeiro e ambiental.

Figura 3 Figura 4

Ultimamente, até mesmo a energia solar vem ocupando espaço na indústria automobilística. Muitas universidades ao redor do mundo vêm investindo em estudar, projetar e desenvolver veículos automotores movidos a energia solar. A grande maioria dos carros movidos à energia solar é composta por uma placa coletora em diversas partes do veículo (geralmente no teto) para garantir que a energia em forma de radiação captada do sol faça com que o veículo exerça trabalho, garantindo-lhe o movimento, como é o caso do Fiat Phylla (figura 5), feito inteiramente em material reciclável de modo não emitir poluente algum. A primeira frota do veículo circulou na Itália em 2010 e vem se expandindo para outros mercados da Europa.

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Figura 5.

Além dos veículos abordados que utilizam fontes de energia alternativas, muitos outros protótipos e veículos estão em fase de teste, de produção e até de vendas, sobretudo na Europa. É importante frisar que de nada adianta a evolução das fontes de energia renováveis e sustentáveis se não houver todo um incentivo fiscal e investimento em uma infraestrutura que permita a utilização em maior escala desses veículos. Da mesma forma, também se apresenta como fator essencial uma mudança crítica de postura e de consciência por parte de todos os cidadãos.

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3. Levantamento e análise de dados

Essa parte do projeto tem como foco a análise dos problemas relacionados à questão da mobilidade urbana na cidade de São Paulo, tendo como ênfase o estudo dos meios de transporte pessoais, com capacidade para uma ou duas pessoas.

3.1 Os deslocamentos em São Paulo

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)- partindo de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - realizou um estudo sobre o tempo de deslocamento trabalho-casa no Brasil. Concluiu-se que a cidade de São Paulo é a que apresenta tráfego mais intenso. Ao comprar tal resultado com regiões metropolitanas de outros países, observou-se que o tempo de deslocamento gasto pelos paulistanos só é menor que o gasto pelos trabalhadores de Xangai. Dessa forma, mais fácil torna-se a compreensão da dimensão do problema de mobilidade na região metropolitana de São Paulo. Tal comparação pode ser analisada no gráfico abaixo.

Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) em agosto de 2012, reforça o quão insatisfeito está o cidadão médio com o trânsito na cidade de São Paulo:

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(Dados: IBOPE)

Os dados a seguir mostram que o transporte pessoal ainda é pouco utilizado pelos paulistanos, tanto em termos absolutos assim como quando comparado aos carros, mas, ainda assim, a maioria das pessoas trocaria o carro por uma boa alternativa de transporte. Além disso, segundo dados recentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a taxa média de ocupação dos carros nos horários de pico é de 1,4 pessoa por automóvel. Esse panorama deixa claro que há um mau uso do carro, além de alternativas pouco abrangentes no que se refere ao transporte pessoal, o que compõe o quadro caótico que descreve a atual situação do trânsito na cidade de São Paulo.

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(Dados:IBOPE)

(Dados: IBOPE)

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3.2 Consumo e custos

Dentre os fatores que motivam a compra de motocicletas está o menor consumo de combustível apresentado por esses veículos em relação aos carros. Enquanto uma moto anda em média 35 km com um litro de gasolina, um carro anda apenas 12 km. Isso denota a importância da implantação de novas matrizes energéticas e sistemas de consumo mais eficientes no transporte.

Além disso, apresenta-se como uma alternativa viável o desenvolvimento de carros compactos para duas pessoas no Brasil. Tais veículos são mais leves e, portanto, não necessitam de um motor muito potente, o que representa menor consumo de combustível. Contribui também para isso o fato de que carros desse tipo chegam ao Brasil a preços muito altos, como ocorre com a versão coupé do francês smart fortwo,que custa 9.900 euros (R$ 30.432) na Europa, mas chega ao Brasil por R$ 57.900.

3.3 Segurança

Em pesquisa realizada pela CET e em revistas publicadas pelo Senado, observou-se que durante os últimos anos houve queda geral nos índices de atropelamentos e de acidentes automobilísticos, embora o mesmo não tenha ocorrido com acidentes envolvendo motocicletas.

Dados relativos do número de mortes e da frota de motociclistas.

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Evolução das mortes em acidentes de trânsito por tipo de usuário das vias

Esses dados permitem que sejam tiradas as seguintes conclusões:

Fatores contribuintes nos acidentes com motocicletas

Notou-se que os fatores mais frequentes envolviam transitar entre faixas de tráfego, desrespeitar o semáforo vermelho, desrespeitar a distância mínima com o veículo da frente e a motocicleta ser fechada por outro veículo.

Distribuição dos fatores contribuintes nos acidentes com motocicletas na cidade de São Paulo.

Natureza dos acidentes

A grande natureza dos acidentes envolvendo motocicletas é a colisão (64%), dentro dela, a colisão lateral (40% delas) e a traseira (28%) chamam bastante atenção.

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Gráfico IV:Distribuição dos acidentes envolvendo motocicletas, conforme sua natureza

Gráfico V:Distribuição das colisões envolvendo motocicletas, conforme o tipo delas

Sistema de freios

O sistema de freios de uma motocicleta nem sempre proporciona máxima segurança e eficiência ao motorista. Os compradores costumam optar por opções mais econômicas, porém menos seguras. Nos Estados Unidos, a utilização de freios ABS, um sistema que impede que as rodas travem, representou 28% a menos de acidentes fatais a cada 10 mil motos registradas. No Brasil, embora o uso desse sistema tenha se tornado obrigatório para toda a frota de automóveis a partir de 2014, essa lei não se estendeu às motocicletas.

Equipamentos de segurança

Assim como o sistema de freios, muitos condutores se descuidam dos equipamentos de segurança por serem mais caros. Selecionam quais são os "essenciais", como o capacete, e excluem os que julgam desnecessários (bota, calça e luvas mais seguras, por exemplo).

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3.4 Poluição

Em tempos em que a sustentabilidade é só do que se fala, é natural a preocupação com a poluição gerada, principalmente, pelas indústrias e pelos veículos automotores. Por isso, alguns dados foram levantados com o intuito de alertar sobre o dano proporcionado pelo grande uso de veículo e, assim, apresentar possíveis mudanças quanto à matriz energética nos transportes pessoais automotores.

Atualmente, o combustível mais usado em veículos automotores é a gasolina (nas motos), combustível produzido a partir do petróleo, um recurso finito que envolve, em sua extração e refinamento, muito dinheiro, possíveis vazamentos e danos irreversíveis ao meio ambiente. Além disso, a gasolina é, segundo dados da CETESB, o combustível que mais emite CO (Monóxido de Carbono), componente muito nocivo à saúde humana.

Apesar de as motocicletas não serem os principais agentes poluidores na sociedade,

esse número ainda seria muito menor se os atuais veículos automotores pessoais mais vendidos fossem substituídos por veículos que utilizam outra forma de combustível mais sustentável para ser movimentado, como é o caso de vários protótipos lançados recentemente, movidos por energia solar, a hidrogênio e até eletricidade, como o exemplo da imagem a seguir:

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4. Definição do Problema

4.1 Tema

O problema em questão se resume na lentidão diariamente observada nos deslocamentos realizados dentro da cidade de São Paulo, sendo o excesso de veículos uma de suas causas. A quantidade de veículos não se reflete em eficiência no transporte, já que a extensa maioria deles é subaproveitada, transportando uma quantidade aquém da máxima possível, o que agrava o problema da mobilidade.

4.2 Metas

- Tornar os veículos pessoais com capacidade para até duas pessoas atrativos para os usuários de veículos particulares de maior capacidade, mas que geralmente são subaproveitados - Apresentar medidas para aumentar a segurança das motocicletas, o principal meio de transporte pessoal utilizado em São Paulo. - Viabilizar economicamente a aquisição de Micro Compact Cars em São Paulo. - Otimizar a utilização do espaço nas vias de grande movimento. - Reduzir a média anual de congestionamentos nos horários de pico em cerca de 20 km (A média de 2011 foi de 94 km, segundo o Observatório Cidadão Nossa São Paulo).

-Redução de aproximadamente 10% das emissões dos poluentes. Ainda que não seja uma meta primária, ela pode ser atingida devido à menor taxa de emissão de poluentes dos veículos pessoais em relação aos tradicionais.

4.3 Restrições

As soluções propostas devem:

- Não acelerar a degradação ambiental, em particular a poluição atmosférica, ao contrário, devem visar retardá-la

- ser economicamente e estruturalmente viáveis.

-apresentar um ganho substancial na qualidade de vida dos usuários

- ser atrativas para o público-alvo

-ser eficientes

-ser capazes de atender à demanda

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4.4 Objetivos

-Coletar dados relativos a distâncias percorridas, tempo gasto e velocidade média dos veículos nos horários de pico na cidade de São Paulo para utilizar como fundamentação teórica na busca por alternativas.

-Analisar dados de acidentes com motocicletas.

-Detectar as falhas no modelo viário atual.

-Analisar qualitativamente os dados para usá-los como ferramentas para definir estratégias de ação a serem adotadas como soluções posteriormente.

-Apontar melhorias cabíveis aos meios de transportes pessoais mais utilizados.

-Analisar e comparar soluções: tentar reunir pontos positivos e negativos de cada solução.

-Selecionar a melhor solução, de preferência dando Ênfase aos pontos positivos desta.

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5. Alternativas para solução do problema

As seguintes soluções buscam tornar mais viável a utilização de veículos com capacidade para uma ou duas pessoas na cidade de São Paulo, objetivando um melhor aproveitamento do espaço nas principais vias, em busca de uma melhora significativa na fluidez do trânsito e, consequentemente, uma redução do tempo total de viagem.

As soluções I e II objetivam estimular e viabilizar o uso das motocicletas, o veículo tradicional mais utilizado. As soluções III, IV e V possuem objetivos relacionados à utilização em maior escala de veículos pessoais alternativos.

I- Implantação de pistas exclusivas para motos (motofaixas) em vias movimentadas.

A proposta consiste na inauguração de novas motofaixas nos corredores norte-sul e nas vias de trânsito rápido. As motofaixas devem possuir fiscalização eletrônica de velocidade para inibir acidentes ocasionados por imprudência.

II- Redução de impostos para motocicletas.

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A redução dos impostos sobre as motocicletas (como IPVA, seguro obrigatório DPVAT e taxa de licenciamento) é uma forma de estimular o uso desse meio de transporte, fazendo com que mais pessoas deixem de usar veículos maiores para uso exclusivo.

III- Desenvolvimento de carros pessoais nacionais.

Atualmente, no Brasil, os únicos veículos motorizados com capacidade para até duas pessoas largamente utilizados são as motocicletas, isso ocorre devido ao alto custo de veículos pessoais importados e da ausência de produção de nacionais nesse nicho de mercado. Dessa forma, seria interessante incentivar o desenvolvimento de protótipos nacionais que se adequassem a essas características. O modelo de carro pessoal que se apresenta como viável é o chamado Micro Compact Car, que possui dimensões muito reduzidas em relação aos modelos convencionais sem perder autonomia e até possuindo ganhos substanciais em economia de combustível. Pode-se citar como exemplo o modelo Smart Fortwo (ver anexo), que possui 270 cm de comprimento por 156 cm de largura.

O protótipo seria projetado para ser confortável sem ser luxuoso, econômico sem ser potente, visando atingir um público de circule quase que exclusivamente no perímetro urbano, onde não são exigidas proezas do motor, além de sua comercialização a um preço acessível à grande parte dos paulistanos, em torno de R$30.000,00 (preço inferior ao de um carro tido como popular).

smart fortwo

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IV- Redução de impostos para veículos pessoais alternativos.

Esta medida seria útil no sentido de criar um mercado para os chamados Micro Compact Cars no Brasil, que não é significativo até então. A drástica redução ou eliminação de taxas como o IPI, IPVA ou mesmo o licenciamento de carros dessa categoria estimularia seu consumo, reduzindo, por consequência, o subaproveitamento dos veículos maiores.

Tal medida seria muito promissora, tomando em conta os inúmeros veículos que estão sendo lançados por muitas montadoras ao redor do mundo, as quais vêm investindo cada vez mais em fontes de energias alternativas para mover veículos, como a eletricidade, o hidrogênio e a energia solar.

Empresas como FIAT, GM, Reva, entre outras, além de várias universidades ao redor do mundo, vêm pesquisando e desenvolvendo protótipos para atender a crescente demanda de veículos menores que poluam menos, por ocuparem menor espaço no trânsito e fazerem parte de uma adaptação necessária à também crescente densidade demográfica. Na Europa, já é visível a onda de veículos pessoais que atinge o continente.

V – Sistema de aluguel de veículos pessoais em diversos pontos da cidade.

A empresa Zascar já tomou uma iniciativa semelhante e, por isso, está crescendo cada vez mais. Essa solução atende às pessoas que não possuem um veículo, ou preferem não usar o seu, permitindo que aluguem veículos automotores pessoais em diversos pontos da cidade, próximos a metrôs e outros pontos de grande circulação de pessoas, como na avenida paulista, estádios, museus, ou parques.

Deste modo, uma pessoa poderia utilizar o transporte público até certo ponto e então alugaria um veículo pessoal através de todo um sistema de cadastros em conjunto com o DETRAN, para ter acesso à carteira de motorista e infrações passadas do cliente.

Isso reduziria o número de veículos, bem como o espaço físico ocupado por um veículo só, por tratar-se de um veículo de pequeno porte. Além do mais, veículos de pequeno porte tendem a poluir menos e, cada vez mais, surgem novos protótipos movidos a energias alternativas, desde eletricidade até a energia solar.

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6. Conclusões

A partir dos dados levantados pode-se concluir que o problema da mobilidade da cidade de São Paulo não se restringe somente ao excesso de veículos particulares nas ruas, mas de todo um complexo mecanismo que dificulta, quando não inviabiliza diversas outras formas de locomoção através do município.

Entre essas restrições podemos citar o subaproveitamento dos veículos particulares, a ineficácia do transporte coletivo, o fato de a malha rodoviária ter sido privilegiada desde o início do século anterior em detrimento das malhas hidroviária e ferroviária, a inexistência de outras fontes de energia além dos derivados de petróleo e do etanol.

Uma opção que se apresenta é o do uso dos Micro Compact Cars, que são inovações tecnológicas, possuem pequenas dimensões que resultem em melhor aproveitamento da malha rodoviária, emitem consideravelmente menos poluentes e são mais econômicos no aspecto consumo de combustível quando comparados aos modelos usuais.

Contudo, um recorte do estudo chama a atenção: as motocicletas , podem se tornar uma opção em meio a essa situação caótica pois apresentam dimensões reduzidas, uma relação custo-benefício interessante e, principalmente, permitem um grau de fluidez no trânsito que nenhum outro veículo motorizado permite.

Entretanto para isso devem ser tomadas medidas visando aumentar a segurança dos motociclistas em relação a acidentes em geral, estimular suas vendas através de incentivos fiscais e privilegiar seu uso, por exemplo, instituindo vias de acesso exclusivas.

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7. Referências Bibliográficas

-CETESB. "relatorio do ar." CETESB. www.cetesb.sp.gov.br/ar/qualidade-do-ar/31-publicacoes-e-relatorios (acessado em 21 de março, 2013).

-"Carros movidos a energia solar." Carros movidos a energia solar. http://carrosaenergiasolar.blogs.sapo.pt/ (acessado em 27 de março, 2013).

-Ciência online. "Hyundai lança carro movido a hidrogénio | Ciência Online - Saúde, Tecnologia, Ciência." Ciência Online - Saúde, Tecnologia, Ciência. http://www.ciencia-online.net/2013/03/hyundai-lanca-carro-movido-hidrogenio.html (acessado em 26 de março, 2013).

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Page 24: Mobilidade urbana - São Paulo

Anexo

FICHA TÉCNICA – smart fortwo

MOTORQuatro tempos, três cilindros em linha, transversal traseiro, quatro válvulas por cilindro, refrigeração a água, turbinado, 999 cm³

POTÊNCIA 84 cv a rotação não informada

TORQUE 121 Nm a rotação não informada

CÂMBIO Manual automatizado de cinco velocidades

TRAÇÃO Traseira

DIREÇÃO Elétrica, por pinhão e cremalheira

RODAS Dianteiras e traseiras em aro 15”, em liga-leve

PNEUS Dianteiros 155/60 R15 e traseiros 175/55 R15

COMPRIMENTO 2,69 m

ALTURA 1,54 m

LARGURA 1,56 m

ENTREEIXOS 1,87 m

PORTA-MALAS 220 l até a capa do porta-malas e 340 l até o teto

PESO (em ordem de marcha)

770 kg (coupé) e 800 kg (cabrio)

TANQUE 33 l e 5 l de reserva

SUSPENSÃO Dianteira independente, do tipo McPherson; traseira com eixo DeDion

FREIOS Dianteiros com discos e traseiros com tambores

CORES Não divulgadas

PREÇOS R$ 57,9 mil (coupé) e R$ 64,9 mil (cabrio)

Fonte: http://revista.webmotors.com.br/testes-e-comparativos/smart-fortwo-pode-ser-minusculo-mas-e-divertido/1334081300954

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