Capa: José Augusto Alves
Revisão do Texto: Maria Cláudia Peixoto
Editoração Eletrônica: Gilberto Mauro e João Batista Vieira da Silva
Colaboração: Maria Auxiliadora Araújo Andrade
Impressão: Gráfica Ideal
REVISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO AMAPÁ
COMISSÃO EDITORIAL
Presidente:
Procurador de Justiça - MÁRCIO AUGUSTO ALVES
Componentes:
Procurador de Justiça - JAIR JOSÉ DE GOUVÊA QUINTAS
Procurador de Justiça - JAYME HENRIQUE FERREIRA
Procurador de Justiça - JOEL SOUSA DAS CHAGAS
Promotor de Justiça - JORGE LUIZ CANEZIN
Promotor de Justiça - MAURO GUILHERME DA SILVA COUTO
Endereço para Correspondência:
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁAv. Fab n.° 964 - Centro
CEP 68.906-010
Telefone : (096) 223-4143 e 223-3727
FAX (096)223-4147
MacapáVAP.
CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ
PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA
Dra. RAIMUNDA CLARA BANHA PICANÇO
Procuradora-Geral de Justiça
Dr. MÁRCIO AUGUSTO ALVES
Corregedor-Geral
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ
PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA
COLÉGIO DE PROCURADORES
Dra. RAIMUNDA CLARA BANHA PICANÇO
Procuradora-Geral de Justiça
Dr. MÁRCIO AUGUSTO ALVES
Corregedor-Geral do MP
Dr. JAIR IOSÉ DE GOUVÊA QUINTAS
Procurador de Justiça
Dra. MARIA DO SOCORRO MILHOMEM MONTEIRO
Procuradora de Justiça
Dr. FERNANDO LUÍS FRANÇA
Procurador de Justiça
Dr. ANTÔNIO PEREIRA DE ALMEIDA FILHO
Procurador de Justiça
Dra. JUDITH GONÇALVES TELES
Procuradora de Justiça
Dr. NICOLAU ELÁDIO BASSALO CRISPINO
Procurador de Justiça
Dr. JOEL SOUSA DAS CHAGAS
Procurador de Justiça
Dr. MANOEL DE JESUS FERREIRA DE BRITO
Procurador de Justiça
Dr. JAYME HENRIQUE FERREIRA
Procurador de Justiça
CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
MEMBROS
Dra. RAIMUNDA CLARA BANHA PICANÇO
Presidente
Dr. MÁRCIO AUGUSTO ALVESMembro Nato
Dr. JOEL SOUSA DAS CHAGAS
Procurador de Justiça
Dr. FERNANDO LUÍS FRANÇA
Procurador de Justiça
Dra. JUDITH GONÇALVES TELES
Procuradora de Justiça
PROMOTORES DE JUSTIÇA DE 3' ENTRANCIA
Dra. ESTELA MARIA PINHEIRO DO NASCIMENTO SÁ
Cidadania, Incapazes, Deficientes, Direitos Constitucionais e Resíduos
Dra. MARICÉLIA CAMPELO DA SILVA
2" Vara de Família, Órfãos e Sucessões
Dr. ALCINO OLIVEIRA DE MORAES
Defesa do Consumidor e Meio Ambiente
Dr. JORGE LUÍS CANEZIN
2° Vara Cível e Fazenda Pública
Dra. ROSEMARY CARDOSO DE ANDRADE
2" Vara Criminal
Dr. MAURO GUILHERME DA SILVA COUTO
V Vara de Família, Órfãos e Sucessões
Dra. ELDETE SILVA AGUIAR
3° Vara Criminal
Dra. GLÁUCIA PORPINO NUNES CRISPINO
3" Vara Cível
Dr. ERALDO AFONSO ZAMPA
T Vara Criminal
Dra. IVANA LÚCIA FRANCO CEI
Auditoria Militar
Dr. ÉDER GERALDO ABREU
Vara do Juizado Especial
Dr. MANUEL FELIPE MENEZES DA SILVA JÚNIOR
Vara de Execuções Penais
PROMOTORES DE JUSTIÇA DE Ia ENTRÂNCIA
Dra. TÂNIA APARECIDA PEREIRA
Vara Única - Ferreira Gomes
Dr. HAROLDO JOSÉ DE ARRUDA FRANCO
Vara Única - Mazagão
Dr. EDMILSON FARIAS MONTEIRO
Vara Única - Tartarugalzinho
Dr. AFONSO HENRIQUE OLIVEIRA PEREIRA
Vara Única - Amapá
Dr. NILSON ALVES COSTA
Vara Única - Calçoene
Dra. LINDALVA GOMES JARDINA
Vara Única - Oiapoque
Dr. MILTON FERREIRA DO AMARAL JÚNIOR
Vara Única - Serra do Navio
PROMOTORES DE JUSTIÇA SUBSTITUTOS
Dr. FLÁVIO COSTA CAVALCANTE
Dr. IACI PELAES DOS REIS
Dr. PAULO CELSO RAMOS DOS SANTOS
Dra. ALESSANDRA MORO DE CARVALHO
Dr. ROBERTO DA SILVA ALVARES
Dr. ALAOR AZAMBUJA
Dr. ADILSON GARCIA DO NASCIMENTO
Dr. MIGUEL ANGEL MONTIEL FERREIRA
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 13
APRESENTAÇÃO
O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, com apoio da
Procuradoria-Geral de Justiça, tem a honra de trazer aos operadores do direito do Amapá o
primeiro volume da Revista do Ministério Público de nosso Estado.
Sem sombra de dúvida, esta Revista representa um marco na história de
nossa instituição. Pela primeira vez estamos colocando à disposição dos colegas Promotores,
Procuradores de Justiça e do público em geral, todos os atos normativos de nossos Órgãos
Superiores, nossa legislação doméstica, trabalhos forenses, doutrinas, enfim, vários títulos
de completo interesse de todos nós.
Desde a criação do Centro de Estudos tivemos a idéia de elaborar um trabalho
que viesse a se tornar o veículo de informação do Ministério Público do Amapá.
Faltava dentre os alfarrábios do Promotor de Justiça um compêndio que
tivesse um apanhado sistemático do funcionamento de todo o Ministério Público Estadual,
mostrando inclusive onde estão localizadas as sedes de nossas Promotorias de Justiça, não
somente as da capital, mas como também as diversas sedes espalhadas por todo o interior do
Estado.
Agora nós apresentamos, com este trabalho, a realização de parte de um
sonho há muito concebido em nossas mentes.
Deixamos bem claro que esta Revista não ficará apenas neste singelo
número, mas, na verdade, é pensamento nosso a periodicidade de sua edição, a fim de que
todos nós tenhamos sempre um instrumento de formação técnica nossa e de toda a comunidade
jurídica local, e, por que não dizer, nacional.
Está portanto sedimentada a pedra fundamental de nossa revista.
Agradecemos a ajuda de todos aqueles que colaboraram direta ou
indiretamente com a edição deste volume. Mas, para que possamos ter a publicação periódica
desta Revista, precisamos e esperamos contar com o apoio não só daqueles quejá nos ajudaram,
mas como também, com a ajuda de cada membro desta nossa promissora instituição, pois é a
ela que esta revista deseja atingir.
Estamos todos de parabéns !
PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE 3a ENTRÂNCIA
Macapá
* Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor
* Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Público e Patrimônio
Cultural
* Promotoria de Justiça de Incapazes, Ausentes, Deficientes, Direitos Constitucionais e
Resíduos
* Promotoria de Justiça de investigações Civis e Criminais
Av. Pe. Júlio Maria Lombaerd, s/n.° - Centro
Fones: (096) 223-3019 - 223-3023 - 223-3027 - 223-7014 - 223-7016
CEP 68.960-560 - Macapá/AP
* Promotoria de Justiça da Infância e Juventude
Av. Fab, 1.849 - Bairro Santa Rita
Fones: (096) 223-1210
CEP 68.900-000 - Macapá/AP
* Promotoria da Auditoria Militar
Av. Fab, 1.849, Bairro Santa Rita
Fone: (096) 223-8130 - PABX 223-8131
CEP 68.900-000 - Macapá
PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE 2a ENTRÂNCIA
Santana
* Promotoria de Justiça da Infância e Juventude
Av. B-l, s/ n.°, Vila Amazonas
Fone: (096) 281-1635
CEP 68.925-000 - Santana/AP
Laranjal do Jari
* Promotoria de Justiça da Infância e Juventude
Av. Primavera, 1711, Bairro Agreste
Fone: (096) 621-1415 - Fax: (096) 621-1518
CEP 68.906-430 - Laranjal do Jari/AP
PROMOTORIAS DE JUSTIÇA DE Ia ENTRÂNCIA
Mazagão
Av. Hermógenes Matos, Setor 2, Quadra 7, lote A
Fone/Fax: (096)271-1148
CEP 68.930-000 - Mazagão/AP
Oiapoque
Rua Presidente Kennedy, s/n.°, Centro
Fone/Fax: (096) 521-1525
CEP 68.980-000 - Oiapoque/AP
Amapá
Av. Guaranis, s/n.0, Centro
Fone: (096)421-1271-Fax:(096)421-1458
CEP 68.950-000 - Amapá/AP
Calçoene
Rua Teodoro Antônio Leal, s/n.°, Centro
Fone/Fax: (096)721-1283
CEP 68.960-000 - Calçoene/AP
Ferreira Gomes
Rua Ferreira Gomes, s/n.°, Centro
CEP 68.915-000 - Ferreira Gomes/AP
Serra do Navio
RuaB-C2,CasallO
Fone: (096)321-1368
CEP 68.914-000 - Serra do Navio/AP
Tartarugalzinho
Rua Mãe Verônica, s/n.°, Centro
Fone: (096)422-1290-421-1211
CEP 68.990-000 - Tartarugalzinho/AP
Dr. PAULO DA VEIGA MOREIRA
Investigações Civis e Criminais - PICC
Dr. CÉLIO PIMENTA FREIRE JÚNIOR
Investigações Civis e Criminais - PICC
Dr. MARCO ANTÔNIO VICENTE
Investigações Civis e Criminais - PICC
Dra. ANDRÉA GUEDES DE MEDEIROS CUIMAR
Investigações Civis e Criminais - PICC
Dr. MOISÉS RIVALDO PEREIRA
Ordem Tributária
Dr. ELI PINHEIRO DE OLIVEIRA
Tribunal do Júri
Dr. RICARDO JOSÉ FERREIRA
3° Vara de Família, Órfãos e Sucessões
Dr. ALDENIZ DE SOUZA DINIZ
Cidadania, Incapazes, Deficientes, Direitos Constitucionais e Resíduos
Dr. PEDRO RODRIGUES GONÇALVES LEITE
Infância e Juventude
PROMOTORES DE JUSTIÇA DE 2' ENTRÂNCIA
Dr. UBIRAJARA VALENTE ÉPHINA
Vara do Juizado Especial Criminal - Santana
Dr. MARCELO MOREIRA DOS SANTOS
1° Vara Cível - Santana
Dr. LUIZ MARCOS DA SILVA
V Vara Criminal e Tribunal do Júri - Santana
Dr. ANDRÉ LUIZ DE SOUZA BARRETO
2° Vara Criminal - Santana
Dr. LUIZ ROBERTO PEDROSA DE CASTRO
Infância e Juventude - Laranjal do Jari
Dr. ADAUTO LUIZ DO VALLE BARBOSA
Vara Única - Laranjal do Jari
15 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
SUMARIO
ATOS NORMATIVOS 17
DOUTRINA
O Ministério Público e a Tutela dos Interesses Difusos e Coletivos 143
MÁRCIOAUGUSTOALVES
Os Efeitos da Sucumbencia ao Ministério Público na Ação Civil Pública 149
CLÁUDIOBARROS SILVA
A Participação do Ministério Público na Transformação da Pena em Alimentos. 163
MARCOS RAMAYANA
A União Estável e os Direitos e Deveres Recíprocos dos Companheiros 168
NICOLAUELÁDIOBASSALOCRISPINO
\\ A Evolução da Justiça Criminal Consensual 196
1 ÉDERGERALDOABREU\
] Juizado Especial Criminal Perante os Tribunais; Alguns Aspectos -
Lei N°- 9.099/95 203
HONILDOAMARALDEMELLOCASTRO
ARRAZOADOS: Cíveis e Criminais 221
SENTENÇA 311
DISCURSOS 325
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
CORREGEDORIA GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
AVISO N° 001/98
O CORREGEDOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no uso dasatribuições conferidas pelo artigo 61 da Lei Complementar Estadual n° 0009/94, e
CONSIDERANDO que os deveres funcionais perante a Corregedoria-Geral estão previstos
em diversas normas legais e administrativas,
CONSIDERANDO, ainda, que a Corregedoria-Geral tem constatado a inobservância de alguns
dos deveres funcionais estabelecidos em lei e atos administrativos,
PUBLICA, para observância pelos senhores membros do Ministério Público, compêndio
dos deveres funcionais perante a Corregedoria-Geral.
1. COMUNICAÇÕES
1.1) FÉRIAS E LICENÇAS
Ao entrar em gozo de férias ou de licença (para tratamento de saúde, por
motivo de doença em pessoa da família, para repouso da gestante, paternidade, em caráter
especial, para casamento, por luto, licença-prêmio, o membro do Ministério Público fará
comunicação a Corregedoria-Geral, com declaração de estar com os serviços em dia e do
endereço onde possa ser encontrado, (art. 109, § Io, a e b, § 2o, da Lei Complementar
0009/94)
1.2) ENDEREÇO RESIDENCIAL
O membro do Ministério Público deverá comunicar, por ofício, à
Corregedoria-Geral, seu endereço residencial, respectivo código postal e telefone, atualizando-
os, dentro de 30 dias, sempre que ocorrer mudança.
1.3) INTERRUPÇÃO DE FUNÇÃO E REASSUNÇÃO
O membro do Ministério Público deverá comunicar, por ofício, à
Corregedoria-Geral, a interrupção anterior e o novo exercício nos casos de promoção, remoção
ou convocação, bem como bem como a reassunção do exercício do cargo.
1.4) PRONTUÁRIO
O membro do Ministério Público deverá zelar pela atualização de seu
prontuário na Corregedoria-Geral, não descurando das comunicações normais e do
fornecimento de elementos que contribuam para retratar sua situação pessoal e funcional.
20 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
1.5) EXCESSO DE PRAZO
Os Promotores de Justiça deverão comunicar de plano, à Corregedoria-Geral,
eventuais excessos de prazo, especialmente na manifestação em inquéritos policiais.
2. CORRETCÕES E VISTTAS DE INSPEÇÃO
0 membro do Ministério Público sujeito à correição deve:
2.1) EDITAL DE CORREIÇÃO
Dar ampla publicidade ao edital de correição, diligenciando para que seja
afixado nos locais apropriados no Fórum e no Gabinete da Promotoria.
2.2) EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS
Promover as comunicações e a expedição de ofícios aos Juizes de Direito
competentes, comunicando a correição e solicitando a designação de sala adequada no Fórum
para os trabalhos correcionais; às autoridades policiais da Comarca, sem prejuízo daquelas
que, a este título tenham sido providenciadas pela Corregedoria-Geral.
2.3) MATERIAL PARA EXAME
Adotar as providências necessárias para que, na instalação dos trabalhos
correcionais, estejam à disposição do Corregedor-Geral os autos de processos judiciais,
inquéritos policiais, procedimentos de qualquer natureza, livros, pastas e papeis, previamente
requisitados.
2.4) PRESENÇA OBRIGATÓRIA
Deverão estar presentes, obrigatoriamente, o membro do Ministério Público
sujeito à correição e os Promotores de Justiça que, a qualquer título, estejam em exercício na
Promotoria.
2.5) VISITAS DE INSPEÇÃO
Nas visitas de inspeção, o Promotor de Justiça inspecionado deverá colocar
à disposição da Corregedoria-Geral:
1 - livros de cargas de autos de qualquer naturezas remetidos ao Ministério
Público ou, em sua falta, registros e assentamentos de remessa e devolução de autos ao
membro do Ministério Público;
II - pastas e livros obrigatórios, previstos no Ato 002, n° 06 e 07;
III - outros papéis, documentos, procedimentos e autos de qualquer natureza
que, por lei, exijam a intervenção do Ministério Público.
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 22
3. PASTAS OBRIGATÓRIAS
3.1) ROL
Os Promotores de Justiça manterão, na Promotoria, as pastas de:
I - correspondência expedida; (Pasta A)
II - correspondência recebida; (Pasta B)
III - matéria administrativa (Atos, Provimentos, Circulares); (Pasta C)
IV - matéria criminal (denúncias e aditamentos); (PASTA D)
j V - matéria criminal (arrazoados, libelos, petições de recursos, pedidos de
í arquivamento e outros); (PASTA F)
1 VI - matéria criminal (requisições de inquérito, pedidos de diligências,
| requerimentos de prisão preventiva); (PASTA F)
j VII - matéria cível (ações ajuizadas pelo Ministério Público, acordos
realizados na Curadoria); (PASTA G)
VIII - matéria cível (pareceres, razões e contra-razões recursais); (PASTA
H)
IX - matéria memorista (termos de apresentação, representações, remissões,
pedidos de arquivamento e outros); (PASTA I)
X - matéria relativa ao consumidor, meio ambiente, patrimônio histórico,
paisagístico e outros interesses difusos); (PASTA J)
XI - diversos; (PASTA K)
XII - mapa estatístico (Provimento n° 001/98); (PASTA L)
3.2) PERÍODO DE MANUTENÇÃO DO ARQUIVO
É obrigatória a manutenção em arquivo, nas pastas respectivas, pelo prazo
de dois anos, dos documentos, papeis e cópia dos trabalhos mencionados no item anterior. Os
atos, avisos e portarias da Procuradoria-Geral de Justiça e da Corregedoria-Geral deverão ser
mantidos em arquivo enquanto vigentes.
3.3) REGISTROS INFORMATIZADOS
É facultativa a substituição das pastas ou registros informatizados, desde
que:
I - disponha a Promotoria de equipamentos patrimoniados de informática;
II - os registros sejam compatíveis com os equipamentos instalados,
elaborados em programa (software) fixado como padrão pela Corregedoria-Geral do Ministério
Público, de modo que possam ser imediatamente acessados;
III - sejam providenciadas cópias de segurança (backup) de todos os registros
obrigatórios;
IV - todos os registros permaneçam na Promotoria, devidamente
acondicionados.
22 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
3.4) PASTAS DAS PROMOTORIAS IMPLANTADAS
Nas Promotorias de Justiça compostas por dois ou mais membros do
Ministério Público, as pastas de ofícios recebidos e expedidos, de atos, avisos e portarias, de
relatórios mensais, poderão ser instituídas e mantidas na Secretaria da Promotoria, que zelará
por sua ordem e regularidade.
3.5) LIVROS OBRIGATÓRIOS
Os Promotores de Justiça manterão, na Promotoria, livro de acordo
extrajudiciais referendados pelo Ministério Público e livro de registro de portarias de inquérito
civil.
Nas Promotorias de Justiça integradas por dois ou mais membros do
Ministério Público, os referidos livros poderão ser instituídos e mantidos na Secretaria da
Promotoria, que zelará por sua ordem e regularidade.
3.6) CONVOCAÇÕES
0 membro do Ministério Público deverá atender prontamente às convocações
da Corregedoria-Geral. (Ato n° 002, n°39)
4. RELATÓRIOS TRIMESTRAIS
1 - Incumbe, a cada membro titular do Ministério Público, individualmente,
apresentar à Corregedoria-Geral, até o dia 10 do mês subsequente ao trimestre vencido,
relatório trimestral de suas atividades. (Ato 002, n° 58, a)
II - O Promotor de Justiça encaminhará os dois relatórios, cível e criminal,
quando acumular essas atribuições.
5. PROMOTORES DE JUSTIÇA EM ESTÁGIO PROBATÓRIO
5.1) RELATÓRIO MENSAL
0 membro do Ministério Público em estágio probatório remeterá à
Corregedoria-Geral, até 10 (dez) dias do vencimento de cada mês e considerada a data da
posse, relatório instruído com cópia de todos os trabalhos jurídicos, dos relatórios de suas
atividades e peças que possam influir na avaliação de seu desempenho funcional, bem como
dos relatórios de visitas aos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos, menores,
incapazes ou pessoas portadoras de deficiência.
As cópias remetidas à Corregedoria-Geral serão organizadas em pastas,
em seqüência cronológica, precedidas de índice contendo o nome do Promotor, cargo que
ocupa, mês a que se refere e a quantidade de cada espécie de trabalho, na seguinte ordem:
1 - matéria criminal: a) pedidos de arquivamento de inquérito policial; b)
denúncias; c) alegações finais; d) razões e contra-razões de recurso; e) libelos; f) atas
de julgamentos pelo Tribunal do Júri; g) manifestações outras consideradas importantes.
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 23
n - matéria cível: a) petições iniciais e memoriais em processos de qualquer
natureza; b) contestações, réplicas e embargos; c) pareceres em processos de qualquer natureza
e especialmente nos de falência, mandado de segurança, ação popular e ação civil pública; d)
razões e contra-razões de recurso; e) manifestações na área da Infância e
Juventude; f) portarias de instauração de inquérito civil; g) acordos
extrajudiciais referenciados.
5.2) REUNIÕES COLETIVAS
Os Promotores de Justiça em estágio probatório deverão comparecer, quando
convocados a critério do Corregedor-Geral, a reuniões coletivas, em data marcada com pelo
menos cinco dias de antecedência.
(Art. 11, parágrafo único, do Regulamento do Estágio Probatório)
Macapá-AP, 14 de setembro de 1998.
MÁRCIO AUGUSTO ALVES
Corregedor-Geral
24 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
DECRETO (N) N.° 0061 DE 15 DE ABRIL DE 1991.
O Governador do Estado do Amapá, usando das atribuições que lhe são
conferidas pelo Artigo 25, § Io da Constituição Federal, § 2° do Artigo 14 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias e Lei Complementar n.° 41, de 22/12/81;
RESOLVE:
Art. 1° - Fica alterado o caput do Artigo 76 do Decreto (N) n.° 0031 de 06
de fevereiro de 1991, publicado no Diário Oficial do Estado n.° 0027, de 07 de fevereiro de
1991, que passa a ter a seguinte redação:
Art. 76 - O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado que
funcionará na sede do Tribunal e ao qual se aplicam os princípios institucionais de unidade,
da individualidade e da independência funcional, será exercido pelo Procurador-Geral de
Justiça, ou por Procuradores da Justiça por ele designados, até o número de três (03),
pertencentes ao Quadro do Ministério Público do Estado do Amapá, competindo-lhe, além
de outras atribuições definidas em lei o seguinte.
Art. 2o - Fica revogado o Art. 92 do citado Decreto 0031 de 06 de fevereiro
de 1991.
Art. 3o - Revogam-se os termos dos Decretos (N) n.°s 0038 de 20 de fevereiro
de 1991 e 0041 de 22 de fevereiro de 1991, publicados no Diário Oficial do Estado,
respectivamente dos dias 21 e 25 de fevereiro de 1991.
Art. 4o - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação revogadas
as disposições em contrário.
Macapá/AP, em 15 de abril de 1991.
ANNIBAL BARCELLOS
Governador
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 25
PORTARIA N.° 002/91 - GAB/PGJ
Dispõe sobre a concessão de diárias aos funcionários do
Ministério Público e dá outras providências.
O PROCURADOR-GERALDE JUSTIÇA no uso de suas atribuições legais;
RESOLVE:
Art. Io - Aos Funcionários da Procuradoria-Geral de Justiça que se
deslocarem de sua sede, eventualmente em objetivo de serviço, conceder-se-á diária para
atendimento de despesa com alimentação, hospedagem e permanência.
Art. 2° - Quando se tratar de viagem para fora do Estado, o cálculo de
diária 01 (Assessor Especial).
Art. 3o - As diárias serão devidas a partir da data do deslocamento, até o
dia do retorno.
§ Io - As diárias recebidas e não utilizadas deverão ser restituidas no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas do retomo do funcionário à sede.
Art. 4o - No prazo de 72 (setenta e duas) horas, o funcionário apresentará
relatório escrito da viagem.
Art. 5o - Esta Portaria entra em vigor na data de sua assinatura, revogadas
as disposições em contrário.
Macapá/AP, 31 de janeiro de 1991.
ROMUALDO COVRE
Procurador-Geral de Justiça
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Portaria n.° 019, de 24 de março de 1992.
Cria no Ministério Público do Estado do Amapá, a
Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do
Consumidor.
O Procurador-Geral de Justiça do Estado do Amapá, no uso de suas
atribuições legais, e tendo em vista o disposto nos arts. 3o e 28 do Decreto (N) n.° 0076 de 24/
05/91 publicado do D.O.E. de 27/05/91;
CONSIDERANDO a magnitude e relevância das atribuições conferidas ao
Ministério Público pela Constituição Federal em seu Art. 129, inciso HI, pela Constituição
do Estado do Amapá, em seu Art. 150, inciso III e § 4o, pela Lei n.° 7.347 de 24/07/85, e, pela
Lei n.° 8.078, de 11/09/90;
CONSIDERANDO, especialmente, a necessidade de ajustar a estrutura
organizacional do Ministério Público, para melhor permitir-lhe o alcance de suas finalidades
e o desempenho de suas funções, evitando a duplicação de meios para a consecução de fins
idênticos;
RESOLVE:
Art Io - Fica instituída, com vinculação ao Gabinete do Procurador-Geral
de Justiça, a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor.
§ Io - Na Comarca de Macapá, a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos
do Consumidor, será exercida porum membro do Ministério Público de 3a entrância, designado
pelo Procurador-Geral de Justiça;
§ T - Na Comarca de Santana, a Promotoria de Justiça de Defesa dos
Direitos do Consumidor, será exercida pelo membro do Ministério Público, Titular da PrimeiraVara Cível;
§ 3o - Nas demais Comarcas do Estado, o membro do Ministério Público
Titular, independentemente de designação específica, exercerá as atribuições da Promotoria
de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor.
Art. 2o - As Promotorias de Justiças de Defesa dos Direitos do Consumidor,
exercem as suas funções administrativas, judiciais e extrajudiciais, junto à Procuradoria-
Geral de Justiça, demais órgãos da administração pública ou privada, e perante o primeiro
grau de jurisdição.
Art. 3o - Aos Promotores de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor,
incumbe, exercer as funções institucionais do Ministério Público, previstas no Art. 129 da
Constituição Federal, e:
I - promover a alocação dos recursos humanos e materiais necessários às
suas atividades jurídicas e administrativas;
II - elaborar planos de metas semestrais, levantando os problemas de atuação
da área e promovendo medidas para agilizar soluções compatíveis, especificando sempre a
distribuição dos trabalhos, se necessários;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 27
III - elaborar a estatística semestral, organizando arquivos e controlando o
andamento dos serviços, em intercâmbio permanente, de forma a evitar duplicidade de meios
e implementar a racionalização dos trabalhos;
IV - providenciar a elaboração do Manual dos Direitos dos Consumidores,
de boletins informativos periódicos e publicação de materiais afetas à sua área, mantendo,
para tanto, contato com o Ministério Público de outros Estados, Ordem dos Advogados do
Brasil, Universidades e organismos responsáveis pela prevenção e proteção dos consumidores;
1 V - promover e atualizar o cadastramento no Estado de organismos,
í entidades e profissionais especializados em assuntos relativos aos consumidores;
VI - acompanhar as políticas nacional e estadual de apoio, assistência,
| defesa e proteção do consumidor, realizando estudos e oferecendo sugestões;
j VII - colaborar junto aos Poderes Públicos e organismos privados em
i campanhas educativas de conscientização, apoio, assistência, defesa e proteção aos
í consumidores;
Í VIII - desenvolver gestões junto aos Municípios do Estado para a formação
de Conselhos Municipais de Proteção ao Consumidor, estabelecendo um fluxo de informações
que instrumentalizem o Ministério Público na consecução dos objetivos tutelares das
legislações federal e municipal;
IX - providenciar a publicidade das atividades da Promotoria de Justiça de
Defesa dos Direitos do Consumidor perante a imprensa privada;
X - instaurar inquérito civil de ofício, e presidi-lo sempre que instaurado
por determinação do Procurador-Geral de Justiça, por deliberação do Conselho Superior do
Ministério Público ou na hipótese em que mais de um procedimento tenha sido instaurado
sobre o mesmo fato;
XI - requisitar, de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou particular,
certidões, informações, exames e perícias indispensáveis a propositura da ação civil pública;
XU - participar de organismo estatal de Defesa do Consumidor;
Art. 4o - A Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor
tem por incumbência zelar pela proteção dos interesses dos Consumidores, promovendo os
atos administrativos, extrajudiciais e judiciais necessários à consecução de suas finalidades,
na forma da Constituição Federal, artigo, 129, inciso III, e das Leis números 7.347, de 24 de
julho de 1995, e 8.078, de 11 de setembro de 1990.
Art. 5o - A Secretaria Geral de Administração da Procuradoria Geral de
Justiça providenciará o apoio necessário à efetiva implantação operacional da Promotoria de
Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor, principalmente quanto às instalações,
imobiliário e transporte.
Art. 6o - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Macapá/AP, 24 de Março de 1992.
ROMÜALDO COVRE
Procurador-Geral de Justiça
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Portaria n.° 021, de 24 de março de 1992.
Regulamenta o inquérito civil no âmbito do Ministério
Público do Estado do Amapá.
O Procurador-Geral de Justiça do Estado do Amapá, no uso de suas
atribuições legais, e tendo em vista o disposto nos arts. 3o e 28 do Decreto (N) n.° 0076 de 24
de maio de 1991, publicado no D.O.E. de 27.05.91;
CONSIDERANDO o disposto nos arts. 8o e 9o da Lei n.° 7.347, de 24 de
julho de 1985, arts. 6o e T da Lei n.° 7.853, de 24 de outubro de 1989 e arts. Io e 3o da Lei n.°
7.913, de 07 de dezembro de 1989;
RESOLVE:
Art. Io - O inquérito civil será instaurado por determinação do Procurador-
Geral de Justiça, do Conselho Superior do Ministério Público e do membro do Ministério
Público especialmente designado.
§ Io - O inquérito civil será instaurado por portaria ou despacho em
requerimento ou representação dirigida ao Ministério Público.
§ 2o - O inquérito civil será autuado e registrado em livro próprio, numerado
em ordem crescente, renovada a numeração anualmente.
§ 3o - O livro de que trata o parágrafo anterior ficará depositado no Gabinete
do membro do Ministério Público que deverá abri-lo e encerrá-lo por termo, numerar e
rubricar as suas folhas.
§ 4o - O membro do Ministério Público comunicará a instauração do
inquérito civil ao Procurador-Geral de Justiça, no prazo de três dias, enviando cópia da
portaria.
Art. 2o - O presidente do inquérito civil poderá nomear Secretário e oficial
de diligência, por termo de compromisso nos autos, para funcionarem nos atos do
procedimento.
§ P - Para nomeação de Secretário e oficial de diligência, o presidente
deverá escolher pessoas de sua confiança.
§ 2o - É função do secretário praticar os atos de escrevente, podendo numerare rubricar as folhas do inquérito, assinar termos, ofícios, notificações e requisições com o
presidente do inquérito ou por sua ordem, sendo-lhe vedada a prática de atos privativos da
presidência.
§ 3o - E função do oficial de diligência a realização, por ordem, de atos
externos do inquérito, certificando nos autos.
Art. 3o - Em caso de reclamação verbal feita por interessado, deverá o
membro do Ministério Público reduzi-la a termo, assiná-la juntamente com o reclamante e,
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 29
se possível testemunhas.
Art. 4o - O presidente do inquérito civil colherá todas as provas necessárias
e úteis ao esclarecimento do fato objeto da investigação, determinando-as por despacho nos
autos.
§ Io - As notificações expedidas para oitiva de testemunhas e indiciado e as
requisições atenderão as formalidades de praxe judicial, devendo a 2a via ser juntada aos
autos pelo oficial de diligência.
§ 2o - Em não sendo nomeados auxiliares para funcionarem no inquérito
civil, as comunicações realizar-se-ão via postal, com AR, junto aos autos.
§ 3o - Para a realização de autos e diligência do inquérito civil em comarca
outra, deprecar-se-á suas realizações ao membro do Ministério Público da respectiva comarca.
Art. 5o - O presidente do inquérito civil poderá requisitar, de qualquer
organismo público ou particular, certidões, informações, documentos, exames e perícias a
serem fornecidas em prazo determinado, nunca inferior a 10 (dez) dias úteis.
§ Io - Em se tratando de inquérito civil instaurado nos termos da Lei n.°
7.853, de 24.10.89, as requisições de que trata o caputpoderão ser dirigidas, ainda, a qualquer
pessoa física ou jurídica, pública ou particular.
§ 2° - Somente nos casos em que a lei impuser o sigilo, poderão ser negadas
as certidões e informações, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada
daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.
§ 3o - Em caso de sigilo, subjetivamente considerado, em que o beneficiário
do direito do sigilo ou liberar o detentor do segredo do dever de mantê-lo, a informação
poderá ser colhida nos autos, pelo presidente, desde que não se exija deste o dever de resguardá-
lo.
§ 4o - O presidente do inquérito civil poderá requisitar funcionários
especializados, a fim de auxiliá-lo em qualquer diligência de caráter técnico, ou prestar-lhe
esclarecimentos indispensáveis às suas atuações.
Art. 6o - A pessoa em relação a qual se destinar a ação civil pública a ser
eventualmente proposta, poderá ser notificada a prestar declarações ou convidada a oferecer
subsídios que queira, sem prejuízo da natureza inquisitiva do inquérito.
Art. T - Serão reduzidas a termo as declarações de testemunhas, estas sob
compromisso, e indiciado.
Art. 8o - O inquérito civil poderá ser concluído no prazo de 90 (noventa)
dias a contar da data da portaria, podendo ser prorrogado por igual prazo se necessário à
conclusão de investigação, devendo ser comunicada a Procuradoria-Geral de Justiça por
ofício fundamentado.
Parágrafo único. O Procurador-Geral de Justiça avocará o inquérito civil
não concluído no prazo desta portaria, cuja prorrogação não tenha sido comunicada ou julgada
infundada.
30 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Art. 9o - O despacho que indeferir a instauração de inquérito civil, em
representação ou requerimento, promovendo seu arquivamento, deverá ser fundamentado,
cientificando-se o interessado.
Art. 10 - Concluídas todas as diligências, o inquérito civil será encerrado
por relatório de seu presidente.
§ Io - Convencendo-se da inexistência de fundamentos para a propositura
da ação civil pública, o presidente promoverá o arquivamento dos autos, fazendo-o
fundamentadamente.
§ 2o - Convencido da existência de fundamentos para a propositura da ação
civil pública, o inquérito civil poderá ser encerrado por relatório sucintamente fundamentado,
devendo a ação ser proposta no prazo de 15 (quinze) dias úteis a contar da data do relatório.
Art. 11 - Nas hipóteses do Art. 9o e § Io do Art. 10 desta portaria, as peças
ou autos deverão ser remetidos ao Conselho Superior do Ministério Público, no prazo de 03
(três) dias, para Homologação ou Rejeição, sob pena de falta grave.
§ Io - Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja
homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, poderão os interessados apresentar
razões escritas ou documentos que serão juntados aos autos do inquérito civil ou anexadas às
peças informativas, conforme o caso.
§ 2o - A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação
do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser seu regimento.
§ 3o - Rejeitada a promoção de arquivamento, o Procurador-Geral de Justiça
designará outro órgão ministerial para a instauração do inquérito ou propositura da ação.
§ 4° - Homologada a promoção de arquivamento, o mesmo órgão ministerial
poderá proceder a novas investigações. Em face de prova nova, serão os autos ou peças
desarquivadas e remetidas à origem para providências.
Art. 12-0 membro do Ministério Público manterá arquivado em seu
gabinete cópias das principais peças do inquérito civil, mormente, portaria, perícias e relatório.
Art. 13 - Vislumbrando a ocorrência de atos ou fatos que reclamem a
intervenção ministerial por dever de ofício, o membro do Ministério Público comunicará ao
órgão com atribuições para agir, se não lhe competir.
Art. 14 - Cumpre ao membro do Ministério Público agir de ofício, quando
chegar ao seu conhecimento notícia de ato ou fato que, em tese, constitua objeto de ação civil
pública, com as devidas cautelas.
Art. 15 - Qualquer interessado poderá, durante a tramitação do inquérito,
apresentar ao presidente documentos e subsídios para melhor apuração dos fatos.
Art. 16 - O inquérito civil poderá ser dispensado sempre que o membro do
Ministério Público dispuser de elementos suficientes para a propositura da ação civil pública.
Parágrafo único. Se, dos documentos e informações, não se vislumbrar
fundamento para a propositura de ação civil pública, o membro do Ministério Público procederá
na forma do Art. 11 desta portaria.
Art. 17 - O membro do Ministério Público dirigir-se-á às autoridades,
testemunhas e indiciado dispensando-lhes o devido tratamento e urbanidade.
Art. 18-0 inquérito civil não terá caráter sigiloso, fornecendo-se ao
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 31
interessado que requerer certidões ou cópias de peças, sem custo, exceto despesas com
fotocópias.
Art. 19 - Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Dê-se ciência. Registre-se. Publique-se e cumpra-se.
Macapá/AP, 24 de março de 1992.
ROMUALDO COVRE
Procurador-Geral de Justiça
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Portaria n.° 021, de 25 de fevereiro de 1993.
Cria no Ministério Público do Estado do Amapá a
Curadoria da Infância e da Juventude na Comarca de
Laranjal do Jari/AP.
O Procurador-Geral de Justiça do Estado do Amapá, no uso de suas
atribuições legais, e tendo em vista o disposto nos arts. 3o, inciso I, VIÍ e § Io, Art. 28, item
25, letra "h" e Art. 185, item II, letra "c" do Decreto 0076, de 24.05.91, publicado no D O E
de 27.05.91;
CONSIDERANDO as amplas dimensões conferidas ao Ministério Público
pela Constituição Federal (Art. 129) e pela Constituição do Estado do Amapá (Art. 150,
inciso X, § Io, "f', e § 4o), especialmente, as funções de defesa dos interesses sociais e
individuais indisponíveis, de direitos e coletivos;
CONSIDERANDO especialmente, a necessidade de ajustar a estrutura
organizacional do Ministério Público, para melhor permitir-lhe o alcance de suas finalidades
e o desempenho de suas funções, evitando a duplicação de meios para a consecução de finsidênticos;
RESOLVE:
Art. Io - Fica Instituída, com vinculação ao Gabinete do Procurador-Geral
de Justiça, a Curadoria da Infância e da Juventude da Comarca de Laranjal do Jari/AP.
Parágrafo único: A Curadoria da Infância e da Juventude será exercida por
um membro do Ministério Público de 2a entrância, designado pelo Procurador-Geral de Justiça:
Art. 2o - A Curadoria da Infância e da Juventude da Comarca de Laranjal
do Jari exerce as suas funções administrativas, judiciais e extrajudiciais junto à Procuradoria-
Geral de Justiça, demais órgãos da administração pública ou privada e perante o primeirograu da jurisdição.
Art. 3o - Ao Promotor de Justiça da Infância e da Juventude da Comarca de
Laranjal do Jari incumbe exercer as funções institucionais do Ministério Público previstasno Art. 129 da Constituição Federal, e:
I - Promover a alocação dos recursos humanos e materiais necessários as
suas atividades jurídicas e administrativas;
II - Elaborar planos de metas semestrais, levantando os problemas de atuação
da área e promovendo medidas para agilizar soluções compatíveis, especificando sempre adistribuição dos trabalhos, se necessários;
III - Elaborar a estatística semestral, organizando arquivos e controlando o
andamento dos serviços, em intercâmbio permanente, de forma e evitar duplicidade de meios
e implementar a racionalização dos trabalhos;
IV - Acompanhar as políticas nacionais, estadual e municipal de apoio,
assistência, defesa e proteção a Criança e ao Adolescente, realizando estudos e oferecendosugestões;
V - Colaborar junto aos Poderes Públicos e organismos privados em
campanha educativas e conscientização, apoio, assistência e defesa à Criança e aosAdolescentes;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 33
í VI - Desenvolver gestões junto aos Municípios para a formação de Conselhos
i Municipais de Proteção a Criança e ao Adolescente, estabelecendo um fluxo de informações
j que instrumentalizem o Ministério Público na consecução dos objetivos tutelares dasJ legislações federal, estadual e municipal;) VII - Providenciar a publicidade das atividades da Curadoria da Infância e
■j da Juventude, perante a imprensa privada;■j VIU - Participar de organismo estadual de defesa à Criança e ao Adolescente;
! Art. 4o - A Curadoria da Infância e da Juventude tem por objetivo zelar
) pela efetiva proteção à Criança e ao Adolescente, conforme prevê o Estatuto (Lei n.° 8.069,
del3dejulhodel990).
Art. 5o - O Secretário Geral de Administração da Procuradoria-Geral de
\ Justiça Providenciará o apoio necessário à efetiva implantação operacional da Curadoria da
[ Infância e da Juventude da Comarca de Laranjal do Jari, principalmente quanto às instalações,
\ mobiliário e transporte.
) Art. 6o - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
) Dê-se ciência, registre-se, publique-se e cumpra-se.i
]
Macapá/AP, 25 de fevereiro de 1993.
SIDNEY DE MELO
Procurador-Geral de Justiça Interino
34 ^ Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Portaria n.° 143/93-GAB/PGJ
O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ, no
uso de sua atribuições legais e, tendo em vista o disposto no Art. 28, inciso I, n.° 09, do
Decreto (N) n.° 0076, de 24 de maio de 1991, e:
CONSIDERANDO o Art. 6o do Provimento n.° 0014/93, da Corregedoria-
Geral de Justiça, do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá;
RESOLVE Delegar competência aos Promotores de Justiça das Varas
Criminais da Comarca de Santana e Laranjal do Jari (2a entrância), e Varas Únicas das
Comarcas de Oiapoque, Calçoene, Amapá, Tartarugalzinho, Ferreira Gomes e Mazagão (Ia
entrância), para receberem Inquéritos Policiais diretamente das Delegacias respectivas, para
o oferecimento de denúncias e demais atos de suas competências.
Dê-se ciência Publique-se. Registre-se e cumpra-se.
Macapá/AP, 29 de novembro de 1993.
MANOEL DE JESUS FERREIRA DE BRITO
Procurador-Geral de Justiça
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 35
Portaria n.° 153/94-GAB/PGJ
Cria no Ministério Público do Estado do Amapá, a
Promotoria de Justiça de Incapazes, Ausentes, Deficientes,
Direitos Constitucionais e Resíduos.
O Procurador-Geral de Justiça do Estado do Amapá, no uso de suas
atribuições legais e, tendo em vista o disposto nos Art. 3o, I, VII e § Io, Art. 28, item 25, letra
"h" e Art. 185, item II, letra "a" do Decreto 0076, de 24/05/91, publicado no D. O. E. de 27/
05/91;
CONSIDERANDO as amplas dimensões conferidas ao Ministério Público
pela Constituição Federal (Art. 129) e pela Constituição do Estado do Amapá (Art. 150,
inciso X, § Io, "J" e § 4o), especialmente as funções de defesa dos interesses sociais e individuais
indisponíveis e outros interesses difusos e coletivos;
CONSIDERANDO, especialmente, a necessidade de ajustar a estrutura
organizacional do Ministério Público, para melhor permitir-lhe o alcance de suas finalidades
e o desempenho de suas funções, evitando duplicação de meios para a consecução de fins
idênticos;
RESOLVE:
Art. Io Fica criada com a vinculação ao Gabinete do Procurador-Geral de
Justiça, a Promotoria de Justiça de Incapazes, Ausentes, Deficientes, Direitos Constitucionais
e Resíduos na Comarca Macapá.
Art. 2o A Titularidade dessa Promotoria será exercida por um menbro do
Ministério Público de 3" entrância, desiganado pelo Procurador-Geral de Justiça, com funções
administrativas, judiciais e extra-judiciais, junto a Procuradoria-Geral de Justiça e demais
órgãos da administração pública e privada.
Art. 3o Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Dê-se ciência. Registre-se. Publique-se e cumpra-se.
Macapá-AP, 05 de agosto de 1994.
MANOEL DE JESUS FERREIRA DE BRITO
Procurador-Geral de Justiça
36 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Portaria de n° 156, de maio de 1995
Regulamenta no Ministério Público do Estado do Amapá,
o quadro de Estagiário.
0 Procurador-Geral de Justiça do Amapá, no uso de suas atribuições e
tendo em vista o «üspesto nos artigos 28 e 52 da Lei Complementar n° 0009, publicada no
D.O.E, de 29/12/94,
CONSIDERANDO o disposto no art. 37 Lei Federal n° 8.625 de 12 de
fevereiro de 1993,
CONSIDERANDO a conveniência de se estabelecer critérios para
disciplinar as atividades dos universitários que, com base na Lei Orgânica do Ministério
Público, serão designados para atuar em órgãos do Ministério Público, na condição de
estagiário.
RESOLVE:
Art. Io O estagiário do Ministério Público firmará, na Secretaria-Geral do
Ministério Público, Termo de Compromisso em que se obrigará a observar as normas
estabelecidas para o estágio.
Art. 2° Compete ao estagiário:
1 - atender à orientação que lhe for dada pelo membro do Ministério
Público junto ao qual servir;
II - auxiliar o membro do Ministério Público junto ao qual servir,
acompanhando-o em seu trabalho, no estudo e exame de autos e papéis, na realização de
pesquisa, organização de notas e fichários e devolução de autos em cartório;
III - dar ciência ao membro do Ministério Público junto ao qual servir, das
irregularidades que observar nos serviços a que tiver acesso.
Art. 3o é vedado ao estagiário:
I - elaborar e subscrever denúncias, petições iniciais, contestações, alegações
e contra-razões de recurso ou qualquer peça do processo;
II - intervir em qualquer ato processual;
III - atender o público com o fim de orientar conflitos de interesses;
IV - o exercício do estágio com outras atividades relacionadas com
advocacia, com funções judiciais e policiais;
V - retirar autos de qualquer inquérito ou processo criminal das respectivas
secretarias.
Art. 4° São deveres dos estagiários:
I - seguir no serviço a orientação que lhe for dada pelo membro do Ministério
Público junto ao qual servir;
II - permanecer no Fórum durante o horário que lhe for fixado;
m - apresentar à Procuradoria Geral de Justiça, trimestralmente, relatório
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 37
circunstanciado sobre o desenvolvimento das tarefas executadas, devidamente visado pelo
membro do Ministério Público, perante ao qual estiver servindo.
Art. 5o São deveres do membro do Ministério Público em relação ao
estagiário:
I - atestar, no último dia de cada mês, a freqüência do estagiário, para que
possa a Secretaria Geral do Ministério Público preparar a lista de freqüência dos estagiários;
II - apresentar, trimestralmente ao Procurador Geral e Justiça, sucinto
relatório de desempenho do estagiário;
III - fornecer informações reservadas sobre estagiário, sempre que
solicitadas pelo Procurador Geral de Justiça;
IV - propor a dispensa ou remanejamento do estagiário indicando a razão;
V - orientar o estagiário, possibilitando o máximo aproveitamento deste;
VI - fiscalizar a observância do disposto nos artigos 2° e 3o, desta portaria.
Art. 6o A falta injustificada do estagiário, por mais de oito dias consecutivos
ou quinze alternados, será comunicada ao Procurador-Geral de Justiça, para as providências
que este entender necessárias.
Art. T - Os estagiários poderão ser dispensados, a qualquer tempo, a pedido
ou a juízo do Procurador-Geral de Justiça, e o será, obrigatoriamente, quando concluído o
curso.
Art. 8o O Procurador-Geral de Justiça, tendo em vista a assiduidade e os
relatórios do estagiário e do membro do Ministério Público, junto ao qual servir, poderá
expedir, ao término do estágio, "certificado de estágio com aproveitamento", que valerá,
segundo os critérios da Comissão de Concurso, como título em concurso para ingresso na
carreira do Ministério Público Estadual.
Art. 9o O estagiário será remunerado no valor de uma bolsa mensal
equivalente a um salário mínimo.
Art. 10 Os estagiários deverão comunicar à Secretaria Geral do Ministério
Público, para os devidos assentamentos, por ofício, as datas em que tenham dado entrada no
exercício de suas funções junto as Promotorias.
Art. 11 Os Órgãos de Ensino Superior deste Estado, deverão enviar à
Procuradoria Geral de Justiça, até a primeira semana do semestre letivo, relação contendo
todos os alunos que estiverem cursando do penúltimo ao último ano do curso de direito, a fim
de viabilizar a execução deste estágio.
Art. 12 A seleção dos estagiários será feita mediante análise curricular e
entrevista pessoal proferida pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento do Ministério Público.
Io - Se entender conveniente e necessário, o Centro de Estudos, poderá
submeter os candidatos a uma seleção prévia, cuja as regras serão estabelecidas por ato do
próprio Centro, publicado no Diário Oficial do Estado;
§ 2° - O tempo de duração do estágio será de seis meses, prorrogável por
igual período, a critério do Procurador Geral de Justiça.
Art. 13 - A escolha do estagiário deverá obedecer o disposto no § 2o, do
artigo 45, da Lei Complementar Estadual n° 0009/94 de 29/12/94.
38 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Parágrafo Único - Não poderá ser escolhido como estagiário, aquele que,
nos últimos cinco anos, respondeu ou tiver respondendo a processo criminal de qualquer
espécie.
Art. 14 - A relação dos estagiários selecionados, será publicada no Diário
Oficial do Estado, após homologação do Conselho Superior do Ministério Público.
Art. 15-0 quadro de estagiários do Ministério Público será composto por
10 estagiários, cuja distribuição ficará à cargo do Progurador-Geral de Justiça, através de ato
publicado no Diário Oficial.
Art. 16 - Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação.
Dê-se ciência. Registre-se. Publique-se e cumpra-se.
Macapá-AP, 05 de maio de 1995.
MANOEL DE JESUS FERREIRA DE BRITO
Procurador-Geral de Justiça
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 39
Portaria PGJ/n.° 157 de 04 de maio de 1995.
Cria a Promotoria de Justiça de Investigações Civis e
Criminais.
O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ, no
uso das suas atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 32, da Lei Complementar n.°
0009, de 28 de dezembro de 1994 e;
CONSIDERANDO que, nos termos do artigo 129, VII e VIII, da
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, compete ao Ministério Público exercer o controle externo da
atividade policial, bem como requisitar as diligências investigatórias e instauração de
inquéritos policiais;
CONSIDERANDO a amplitude e relevância dos encargos confiados ao
Ministério Público pela Constituição Federal e Constituição do Estado do Amapá, bem como
pela legislação infra-constitucional pertinente;
CONSIDERANDO as atribuições do Ministério Público na efetiva promoção
do inquérito civil e da ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do
meio ambiente, do consumidor, do contribuinte, dos grupos socialmente discriminados e
outros;
CONSIDERANDO a necessidade de implementar a política de ação do
Ministério Público no apoio e agilização de diligências e investigações complementares
indispensáveis a instrução dos respectivos processos afetos às Promotorias de Justiça da
Capital e do Interior;
RESOLVE:
Art. Io - Fica instituída a Promotoria de Justiça de Investigações Civis e
Criminais, com sede na Comarca da Capital, vinculada à Procuradoria-Geral de Justiça,
para atuação em todo Território Estadual, sem prejuízo das atribuições legais conferidas aos
Promotores de Justiça Titulares das respectivas Comarcas.
Art. 2o - Incumbe à Promotoria de Investigações Civis e Criminais
proporcionar o devido apoio suplementar às Promotorias de Justiça da Capital e Interior e,
principalmente, às Promotorias especializadas da Infância e Juventude, de Incapazes, Ausentes,
Deficientes, Direitos Constitucionais e Resíduos, do Consumidor, Meio Ambiente, Patrimônio
Cultural e Patrimônio Público, promovendo diligências e investigações necessárias à apuração
de ilegalidades e condutas delituosas que lhe forem encaminhadas.
Art. 3o - Incumbe, ainda, à Promotoria de Justiça de Investigações Civis e
Criminais, dentre outras, as seguintes atribuições:
I) Promover a Ação Penal Pública e a Ação Penal Pública Condicionada à
Representação, considerando suas atividades estatais de promovê-las, exercer o controle
externo da atividade policial, requisitar diligências investigatórias bem como instauração de
inquéritos;
O) Promover, supletivamente, quando necessário, o Inquérito Civil e a Ação
40 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Civil Pública, desde que resguardadas as competências das Promotorias Especializadas;
HI) Exercer o controle externo da atividade policial por meio de medidas
administrativas e judiciais e adotar as providências elencadas nas alíneas a, b e c do inciso
XII, do artigo 53, da Lei Complementar 009, de 28.12.94;
IV) Exercer, supletivamente, a fiscalização dos estabelecimentos prisionais
e dos que abrigam idosos, crianças, adolescentes incapazes ou pessoas portadoras de
deficiência;
V) Requerer medidas cautelares e opinar nas representações por medidas
cujos inquéritos tramitem junto à mesma, tais como prisão provisória, busca ê apreensão,
produção antecipada de provas e outros;
VI) Promover diligências e requisitar documentos, certidões e informações
de qualquer repartição pública ou órgão federal, estadual ou municipal, da administração
direta ou indireta, podendo dirigir-se diretamente a qualquer autoridade, nos limites da Lei
Orgânica do Ministério Público, bem como expedir notificações;
VII) Acompanhar atos invesügatórios junto a organismos policiais, dentro
da área de suas atribuições;
VIII) Visitar distritos policiais, respectivas carceragens e demais
dependências policiais civis e militares existentes na sua área de atribuições;
IX) Fiscalizar os prazos na execução das precatórias policiais e promover o
que for necessário ao seu cumprimento;
X) Fiscalizar o cumprimento dos mandados de prisão, das requisições e
demais medidas determinadas pelos órgãos judiciais e do Ministério Público;
XI) Requisitar abertura de inquérito policial e a prática de quaisquer outros
atos investigatórios, bem como promover o retorno de inquérito à autoridade policial, enquanto
não oferecida a denúncia, para novas diligências e investigações imprescindíveis ao seu
oferecimento;
XII) Requerer arquivamento de Procedimentos Inquisitórias e recorrer de
decisões judiciais ensejadas por pedidos formulados em procedimentos de sua atribuição;
XIII) Manter o controle do andamento dos inquéritos e outras peças
investigatórias, em especial quanto à observância dos prazos que devam ser respeitados pelos
diversos órgãos e autoridades que neles tiverem de funcionar;
XIV) Exercer outras atividades correlatas.
Art. 4° - A Promotoria de Justiça de Investigações Civis e Criminais será
integrada por quatro membros da carreira do Ministério Público de 3a entrância e será
coordenada, obrigatoriamente por um Procurador de Justiça, designado por ato do Procurador-
Geral de Justiça.
Art. 5o - Para o regular cumprimento de suas atribuições os titulares da
Promotoria de Justiça ora instituída deverão manter entendimentos com a Secretaria de
Justiça e Segurança Pública, Comando da Polícia Militar do Estado e Superintendência de
Polícia Federal, a fim de requisitar policiais civis militares e federais para prestarem serviços
junto a mesma.
Art. 6o - A partir de sua efetiva instalação, os inquéritos policiais recebidos
pelo setor de documentação da Procuradoria-Geral de Justiça serão encaminhados à Promotoria
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 41
de Justiça de Investigações Civis e Criminais, cumprindo aos seus integrantes o oferecimento
de denúncias e elaboração de pedidos de arquivamentos pertinentes, os quais, após, serão
encaminhados para distribuição junto ao Cartório Distribuidor dos foros respectivos.
Art. T - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Macapá/AP., 04 de maio de 1995.
MANOEL DE JESUS FERREIRA DE BRITO
Procurador -Geral de Justiça
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
RESOLUÇÃO N.° 013/93-CPJ
Estabelece a organização, o funcionamento e as atribuições
do Centro de Estudo e aperfeiçoamento Funcional do
Ministério Público.
O COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA DO ESTADO DOAMAPÁ, no uso da atribuição que é conferida pelo inciso IV do Art. 29, do Decreto (N) n.°0076, de 24 de maio de 1991;
RESOLVE:
Art. Io - O Centro de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional do Ministério
Público, órgão destinado a realizar cursos, seminários, congressos, simpósios, pesquisas,
estudos e publicações, é supervisionado e coordenado por um Conselho Diretor integrado:
I - pelo Procurador-Geral de Justiça;
II -.pelo Corregedor-Geral do Ministério Público;
III - pelo presidente da Associação do MPEA;
IV -. por dois integrantes do Colégio de Procuradores de Justiça;
V - por um Promotor de Justiça de 3a entrância.
§ Io - A Presidência do Conselho será exercida pelo Procurador-Geral de
Justiça, ou por seu substituto legal.
§ 2° - Os integrantes do Colégio de Procuradores serão eleitos por seus
pares para mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo
procedimento.
a) vagando um dos cargos destinados aos Procuradores de Justiça, o
Procurador-Geral de Justiça indicará outro membro do Colégio de Procuradores, que
completará o mandato de seu antecessor.
§ 3o - O Promotor de Justiça integrante do Conselho será escolhido de
comum acordo pelos dois Procuradores de Justiça eleitos.
Art. 2o - Compete ao Conselho estabelecer, anualmente, as diretrizes do
Centro, objetivando:
I - instituir:
a) cursos preparatórios de candidatos ao ingresso nos quadros institucionais
e auxiliares do Ministério Público;
b) cursos para aperfeiçoamento e especialização de membros do Ministério
Público;
c) cursos para aperfeiçoamento e especialização de servidores da
Procuradoria-Geral de Justiça;
d) ciclos de estudos e reuniões nas Comarcas para debates de assuntos
locais e regionais de interesse da instituição;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 43
e) seminários e congressos.
II - fixar a estrutura e o conteúdo disciplinar dos cursos;
III - instalar:
a) a Escola Superior do Ministério Público do Estado do Amapá;
b) a Biblioteca do Ministério Público do Estado do Amapá.
j Art. 3o - Compete, ainda, ao Conselho:
i I - indicar os professores regulares e eventuais para os cursos e atividades
j do órgão;
! II - indicar os conferencistas dos seminários, congressos e similares;
\ III - organizar planos de publicação de assuntos institucionais e jurídicos;
í IV - realizar e estimular qualquer atividade cultural vinculada ao campoÍ do direito e de interesse geral, bem como instituir cursos e comendas;
i V - laborar atos normativos;
\ VI - exercer controle disciplinar sobre discentes e docentes e pessoali administrativo.
) Parágrafo único - As deliberações serão tomadas por maioria de votos,
j presentes 2/3 (dois terços) de seus membros.
i Art. 4o - O Centro de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional do Ministério
\ Público é dirigido porum Procurador de Justiça de livre designação e destituição do Procurador-
í Geral de Justiça.
j Art. 5o - A Procuradoria-Geral de Justiça colocará à disposição do CentroI de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional os recursos financeiros, materiais e humanos
necessários ao seu regular funcionamento.
Art. 6o - Ao Diretor compete:
I - elaborar o plano de eventos e pesquisas do Centro;
II - sugerir a organização de cursos ou a realização de atividades
institucionais que interessem ao órgão;
III - apresentar relatório a respeito do desempenho e aproveitamento dos
participantes dos cursos;
IV - conferir e assinar certificados e diplomas;
V - organizar cadastro de professores e conferencistas;
VI - fixar o calendário, a carga horária, as turmas e o número de vagas nos
cursos de caráter permanente ou periódico mantidos pelo Centro;
VII - relacionar as obras necessárias que constarão no acervo da Biblioteca
do Ministério Público;
VTII - exercer quaisquer outras atribuições relacionadas com o cumprimento
das finalidades do Centro.
Art. T - Os certificados conterão o nome das disciplinas cursadas, a carga
horária, os graus obtidos em cada disciplina, bem como a freqüência observada durante o
curso.
Art. 8o - Os diplomas conterão o nome dos conferencistas e temas debatidos.
Art. 9° - Os certificados de aproveitamento de cursos e os diplomas de
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
participação nos congressos, seminários, simpósios, estudos e pesquisas do Centro serão
levados em consideração pelo Conselho Superior do Ministério Público para promoção ou
remoção por merecimento, dos integrantes do Ministério Público.
Art. 10 - Os certificados de aproveitamento de cursos previstos no inciso I,
alínea "a", do Art. 2o deste Regimento poderão ser considerados como título no Concurso de
Ingresso na Carreira do Ministério Público, a critério da Comissão do Concurso.
Art. 11 - Esta Resolução entrará em vigor na data da sua publicação.
Macapá/AP., 20 de outubro de 1993.
MANOEL DE JESUS FERREIRA DE BRITO
SIDNEY DE MELO
RAIMUNDA CLARA BANHA PICANÇO
JAIR JOSÉ DE GOUVÊA QUINTASMARIA DO SOCORRO M. MONTEIRO
FERNANDO LUÍS FRANÇA
MÁRCIO AUGUSTO ALVESJUDITH GONÇALVES TELES
NICOLAU ELÁDIO B. CRISPINO
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 45
CORREGEDORIA-GERAL
ATO N.° 002
O CORREGEDOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no uso de suas
atribuições legais, orienta as atividades dos Promotores de Justiça do Estado, nos seguintes
termos:
PARTE GERAL:
Sem prejuízos de outras funções e deveres estabelecidos pela lei, incumbe
ao representante do Ministério Público:
ASSUNÇÃO NA COMARCA - Providências
01. comunicar, por ofício, ao chegar à Comarca, quando promovido, classificado, removido
ou designado, a assunção do cargo ao Juiz de Direito, Pretor, Delegado de Polícia, Prefeito
Municipal, Presidente da Câmara Municipal, Presidente da Subseção da Ordem dos Advogados
do Brasil ou Associação dos Advogados e outras autoridades civis, militares e eclesiásticas
da localidade, que, eventualmente, possam contribuir para facilitar seu desempenho funcional
ou social;
RESIDÊNCIA NA COMARCA
02. residir na sede da Comarca e comunicar à Procuradoria-Geral de Justiça e à Corregedoria-
Geral do Ministério Público o endereço residencial, bem como o número de seu telefone, se
houver, atualizando-os sempre que ocorrer mudança (Art. 53, IX, Decreto n.° 0076 de 24 de
maio de 1991);
ATENDIMENTO DE PARTES - Aviso
03. fixar, no Fórum, um aviso, dando publicidade ao horário, dentro do expediente forense,
no qual, diariamente, fará atendimento de partes
EXPEDIENTE FORENSE
04. comparecer, diariamente, ao Fórum, permanecendo durante o horário normal e recebendo,
todos os dias, o expediente dos Cartórios (Art. 53, IV, Decreto n.° 0076 de 24 de maio de
1991);
CONDIÇÕES DO GABINETE.
05. manter a funcionalidade e a discrição de seu gabinete de trabalho, compatíveis com a
dignidade e a tradição de Justiça, evitando, pois, adereços discrepantes da sobriedade e padrões
forenses convencionais;
46 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
ARQUIVODA PROMOTORIA - Pastas
06. organizar o Arquivo da Promotoria, distribuindo os trabalhos em pastas, assim classificadas:
PASTA A - correspondência expedida;
PASTA B - correspondência recebida;
PASTA C - matéria administrativa (Atos, Provimentos, Circulares);
PASTA D - matéria criminal (denúncias e aditamentos);
PASTA E - matéria criminal (arrazoados, libelos, petições de recursos, pedidos de
arquivamento e outros);
PASTA F - matéria criminal (requisições de inquéritos, pedidos de diligências, requerimentos
de prisão preventiva);
PASTA G - matéria cível (ações ajuizadas pelo Ministério Público, acordos realizados na
Curadoria);
PASTA H - matéria cível (pareceres, razões e contra-razoes recursais);
PASTA I - matéria menorista (termos de apresentação, representações, remissões, pedidos de
arquivamento e outros);
PASTA J - matéria relativa ao consumidor, meio ambiente, patrimônio histórico, paisagístico
e outros interesses difusos);
PASTA K - diversos;
ARQUIVO DA PROMOTORIA - Livros
07. além das pastas, o Promotor deverá manter controle, preferentemente em livro próprio,
de:
a) ações ajuizadas pelo Ministério Público;
b) inquéritos civis instaurados;
c) requisições de inquéritos, pedidos de diligência e requerimentos de prisão preventiva
(principalmente em relações a réus pronunciados e foragidos);
d) reclamações decorrentes do atendimento ao público;
e) expedientes policiais referentes a ato infracional por adolescente
TRAJE DO PROMOTOR
08. nas ocasiões em que exercer o seu mister, ou em razão dele, apresentar-se trajado
sobriamente, abolindo indumentária não compatível com a tradição, decoro e respeito inerentes
ao cargo, bem como, por ocasião da audiência em que participe, fazer uso de beca.
RELAÇÕES COM PESSOAS DE MAU CONCEITO
09. evitar manter relações de amizade ou exibir-se em público em companhia de pessoas de
notórios e desabonadores conceitos criminais e sociais, bem como abster-se de freqüentar
locais mal afamados na Comarca, a fim de que o prestígio e o respeito da Instituição não
sofram qualquer abalo e desgaste na sua imagem;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 47
OBRIGAÇÕES CIVIS E COMERCIAIS - Pontualidade.
10. adimplir rigorosamente suas obrigações legais ou contratuais de qualquer natureza, bem
como procurar não contrair dívidas com as quais não possa arcar, evitando, desta forma,
macular seu bom nome e, conseqüentemente, a margem da Instituição nos meios sociais;
UTILIZAÇÃO DE IMPRESSOS DO MP
11. utilizar-se, em seus trabalhos, dos impressos e dos papéis confeccionados segundo o
modelo oficial existente na Procuradoria-Geral de Justiça;
COMUNICAÇÃO VERBAL DE FATO - Providências
12. ao receber comunicação verbal de fato que legitime a ação do Ministério Público, reduzi-
la a termo, e dar-lhe o encaminhamento adequado (requerimento, petição ou ofício
requisitório), para instauração ou intervenção no competente Procedimento;
1 COPIAS DE TRABALHOS - Providênciasi
13. cuidar para que requisições, requerimentos, petições, ofícios e outros trabalhos sejam
feitos com cópias, delas constando protocolo ou recibo do destinatário, para, em seguida,
serem arquivados em pasta apropriada na Promotoria ou Curadoria;
CONTROLE DE FEITOS POLICIAIS - Transmissão ao sucessor
14. manter, permanentemente, sistema de controle de devolução de procedimentos policiais,
ou de requerimentos e petições, transmitindo-o ao seu sucessor, mediante recibo, quando
deixar o exercício do cargo;
LIVRO-TOMBO
15. manter controle do livro-tombo de inquéritos policiais, principalmente quanto aos registros
dos feitos provenientes das Delegacias de Polícia e a destinação dada pelo Cartório.
LIVRO-CARGA DO MP
16. manter atualizado e controlado o livro-carga do Ministério Público, exigindo que todosos feitos com vista ao órgão ministerial sejam nele protocolados;
NOME DO PROMOTOR - Carimbo ou datilografia
17. datilografar o nome, ou por carimbo sob a assinatura, para efeito de identificação dospróprios trabalhos
TRABALHOS - Datilografia
18. datilografar todos os trabalhos, preferencialmente; nas manifestações manuscritas, redigirde forma legível;
48 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
TRABALHOS - Identificação do processo, da parte e da vista
19. mencionar, na manifestação nos autos, a Comarca, o número do processo e o nome da parte,
para identificar o caso a que se refere e, se necessário, a data em que o recebeu com vista
TRABALHOS - Exigência constitucional
20. nos atos em que oficiar, fazer relatório, dar os fundamentos em que analisará as questões de
fato e de direito e lançar o seu parecer ou requerimento;
PROCESSOS - Zelo quanto a regularidade
21. zelar pela regularidade dos processos em que intervenha, evitando falhas que possam
acarretar sua anulação, manifestando-se no prazo legal, participando de atos e diligências
que lhe competem, a fim de obstar possíveis advertências ou penalidades disciplinares. e
exigindo sua intimação pessoal sempre que houver implicações judiciais;
RETENÇÃO DE DINHEIRO E VALORES.
22. evitar reter papéis, dinheiro ou qualquer outro bem que represente valor, confiados a sua
guarda, promovendo sua imediata destinação legal;
PROCEDIMENTOS INCIDENTES - Autos apartados
23. zelar para que procedimentos incidentes sejam processados em autos apartados, a fim de
evitar tumulto no processo principal
AUDIÊNCIAS - Comparecimento
24. comparecer sempre às audiências para as quais for intimado, à exceção de quando houver
coincidência de horário ou de data, no caso de substituição. Nessa hipótese, deve o Promotor
solicitar ao Juiz que faça constar do termo de audiência o motivo de sua ausência ao ato;
MANIFESTAÇÕES NOS AUTOS - Cuidados
25. atentar para que as manifestações nos autos sejam feitas de acordo com os princípios
éticos e ajustadas à seriedade e à harmonia que regulam o funcionamento da justiça;
MANIFESTAÇÕES DE MÉRITO - Objetividade
26. fundamentar com precisão, clareza e objetividade os pedidos de arquivamento ou absolvição
e qualquer outra manifestação de mérito
TRABALHOS - Xerox
27. zelar para que os trabalhos não sejam oferecidos xerocopiados ou por qualquer motivo
reproduzidos em série, a não ser que haja prévia autorização da Corregedoria-Geral do
Ministério Público
LEITURA DO DIÁRIO OFICIAL
28. inteirar-se dos Avisos, Atos, Circulares, Comunicados, Editais, Instruções, Portarias,
Correições e demais matérias de interesse da Instituição, consultando cotidianamente o "Diário
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 49
Oficial do Estado" na parte atinente ao Ministério Público;
COMUNICAÇÃOÀPGJEÀCORREGEDORIA
29. comunicar, por ofício, à Procuradoria-Geral de Justiça e à Corregedoria-Geral do Ministério
Público:
a) a interrupção de função anterior e o novo exercício, no caso de promoção, remoção,
designação ou substituição;
b) a entrada em gozo de férias, ou de licença, informando quanto às condições em que fica o
serviço e onde poderá ser localizado;
c) a reassunção do exercício do cargo;
d) até o dia 31 de outubro, a sua opção de férias, a serem escalonadas para o ano seguinte,
mediante ofício ao Procurador-Geral de Justiça;
COMUNICAÇÕES AO SUBSTITUTO AUTOMÁTICO E PGJ
30. comunicar, com antecedência e preferentemente por telefone, a seu Substituto Automático
e à Procuradoria-Gera] de Justiça, a ausência a qualquer ato judicial de que participe, para os
fins de cumprimento de normas disciplinadoras da Tabela de Substituições Automáticas e de
impedir o respectivo adiamento do ato;
PROMOÇÃO - Remoção
Férias Feitos Pendentes de manifestação Devolução
31. em decorrência de promoção ou remoção, antes do início do período de trânsito, ou
férias, atualizar os serviços da Promotoria ou Curadoria, evitando deixar processos ou
inquéritos dependendo da manifestação do Promotor e realizando os júris designados
AFASTAMENTOS - Feitos pendentes Justificação nos autos
32. ao entrar em férias ou licença, ou quando deixar a Comarca, devolver a Cartório todos os
processos ou inquéritos que, eventualmente, tenha em carga, justificando, nos próprios autos,
os motivos de não ter havido manifestação do agente;
AFASTAMENTO BA COMARCA - Comunicações às autoridades locais
33. comunicar, por escrito, ao deixar a Comarca, quando promovido ou removido, às
autoridades mencionadas no item 1., em especial agradecendo àquelas que efetivamente
tenham colaborado para seu desempenho funcional, ou social, durante a sua permanência na [
localidade;
FICHÁRIO E AGENDA DA PROMOTORIA - Transmissão ao sucessor
34. fazer uso de agenda e de fichário, patrimônio das Promotorias e Curadorias, para registro
de designações de atos, audiências e diligências de que participa, os quais deverão ser
transmitidos a seu sucessor, ou substituto, mediante recibo, a fim de assegurar a continuidade
aos serviços;
50 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
TRÂNSITO - Autorização do Procurador Geral
35. o órgão do Ministério Público, promovido ou removido, somente entrará em trânsito mediante
expressa autorização do Procurador-Geral;
AFASTAMENTO DA COMARCA - Certidão cartorária
36. obter para resguardo próprio, dos Cartórios Judiciais e do Registro Civil, ao deixar ou
interromper o exercício do cargo, certidão conclusiva sobre a inexistência de quaisquer autos
em seu poder.
MATERIAL ADMINISTRATIVO - Transmissão ao sucessor
37. cadastrar, conservar e transmitir ao sucessor, mediante recibo, as máquinas e equipamentos
pertencentes à Promotoria e Curadoria, usando-os exclusivamente nos serviços afetos ao
cargo;
PRONTUÁRIO - Atualização
38. interessar-se pela atualização de seu prontuário, quer o existente na Corregedoria-Geral
do Ministério Público, quer o existente na seção de pessoal, não descurando das comunicações
normais e do fornecimento de elementos que contribuam para retratar sua situação pessoal e
funcional;
CONVOCAÇÕES DA CORREGEDORIA E PGJ
39. atender, prontamente, convocações da Procuradoria-Geral de Justiça e Corregedoria-
Geral do Ministério Público, não podendo fazer juízos de conveniência em cumprir tais
determinações;
REPRESENTAÇÃO DO MP EM EVENTOS COMUNITÁRIOS.
40. representar o Ministério Público nas Comarcas em que haja somente um cargo de Promotor
de Justiça;
a) nas solenidades, em especial naquelas em que presente qualquer chefe do Poder da República
ou do Estado, o Procurador-Geral de Justiça, o Corregedor-Geral do Ministério Público ou
membro do Conselho Superior do Ministério Público;
b) nas comemorações realizadas ao ensejo das datas cívicas nacionais, estaduais e municipais;
REPRESENTAÇÃO DO MP EM EVENTOS COMUNITÁRIOS
41. nas Comarcas do interior onde houver mais de um cargo de Promotor de Justiça, a
representação do Ministério Público em cerimônias oficiais e eventos cívicos e sociais incumbe
ao titular da Ia Promotoria:
a) em caso de vacância da Ia Promotoria, ou nas faltas de seu titular, a atribuição prevista no
item anterior será exercida pelos membros do Ministério Público classificados na Comarca,
observada a ordem de criação das respectivas Promotorias;
b) o titular da Ia Promotoria de Justiça poderá delegar essa atribuição aos demais membros
do Ministério Público classificados nas demais Promotorias;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 51
AUTORIDADES - Entendimento direto
42. aos representantes do Ministério Público da capital e do interior, quando no exercício das
funções ou em razão delas, é assegurada a prerrogativa de entender-se diretamente com as
autoridades da Comarca;
COMUNICAÇÕES DE INTERESSE GERAL DO MP
43. quando se tratar de outras comunicações, que digam respeito a interesse geral do Ministério
Público, deverão ser encaminhadas por intermédio do Procurador-Geral de Justiça;
PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMAS DE COMUNICAÇÃO
44. o representante do Ministério Público deve abster-se de participar e manifestar-se em
programas de rádio, televisão, ou de qualquer outro meio de comumcação que, por sua forma
ou natureza, possam comprometer a respeitabilidade de seu cargo ou desprestígio da
Instituição;
PROMOTOR ELEITORAL - Vedação
45. ao representante do Ministério Público é vedado compor Junta Eleitoral;
PROMOTOR ELEITORAL - Cuidados
46. no exercício de outras funções eleitorais, deve proceder com a máxima discrição e não
revelar preferências políticas de cunho pessoal e nem adiantar previsões de possíveis resultados
em eleições;
PROMOTOR - Garantias e prerrogativas
47. o representante do Ministério Público deve submeter previamente à consideração do
Procurador-Geral de Justiça e do Corregedor-Geral do Ministério Público qualquer questão
referente à, aplicação de dispositivos legais que envolvam garantias e prerrogativas do
Ministério Público;
VISTA DOS AUTOS NO GABINETE - Intimação pessoal
48. não transigir com quaisquer medidas ou propostas que restrinjam ou anulem o direito do
representante do Ministério Público de ter vista dos autos em seu gabinete, no Fórum, e de
receber ultimações pessoais, tanto no cível, quanto no crime;
LOCAL DO GABINETE NO FÓRUM
49. ter presente que o Ministério Público deve ser previamente ouvido em qualquer iniciativa
de alteração do local do Gabinete do Promotor de Justiça no Fórum. Inocorrendo solução de
consenso, levar o assunto ao conhecimento do Procurador-Geral de Justiça, mediante
representação, por escrito, instruída com os documentos que se façam necessários;
ATENDIMENTO A PEDIDOS DE OUTROS PROMOTORES.
50. dar pronto atendimento às diligências e providências em geral que lhes forem solicitadas
por outros órgãos do Ministério Público, observados os limites de suas atribuições e
possibilidades de recursos materiais e humanos. As solicitações podem ser deduzidas
52 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
informalmente, bastando o órgão solicitante esclarecer os motivos da solicitação e o destino
das informações requeridas. Quando as solicitações forem deduzidas mediante ofício, deverá
o Promotor de Justiça acusar o seu recebimento, pela mesma via, comunicando as providências
adotadas;
REQUISIÇÕES DE PASSAGENS
51. as requisições de passagens são restritas ao uso pessoal e exclusivo do Promotor de
Justiça e unicamente em objeto de serviço;
COMPRA DE DIREITOS E BENS - Vedação
52. ao representante do Ministério Público é vedado adquirir bens ou direitos de protagonistas
de procedimentos em que intervenha, a qualquer título;
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO - Providências
53. nos casos de impedimentos e de suspeição, o representante do Ministério Público deverá
mencionar, nos autos, apenas o motivo legal ou a circunstância de ser o mesmo de natureza
íntima, abstendo-se de maiores considerações e comunicando, por ofício, imediatamente, o
fato ao Procurador-Geral de Justiça:
54. Nos casos de impedimento, incumbe ao Representante do Ministério Público proceder
conforme preceitua o inciso 30 do presente ato;
55. sempre que houver a necessidade de designação especial de Promotor Substituto, em
razão de impedimento ou de suspeição, o Promotor deve tomar a iniciativa de solicitar
diretamente esta providência;
56. recomenda-se, outrossim, deva declarar-se suspeito ou impedido em qualquer procedimento
em que intervenha uma vez configurada hipótese legal, só aplicável a processos;
PRESÍDIOS - Visita Mensal
57. incumbe ao representante do Ministério Público visitar os estabelecimentos carcerários
do Estado e as casas de albergados, sempre que julgar necessário, e mensalmente, quando
lavrará termo no livro apropriado e, se for o caso representará ao Juízo competente quanto às
irregularidades detectadas;
RELATÓRIOS - Espécies
58. incumbe ao órgão do Ministério Público a apresentação dos seguintes relatórios à
Corregedoria-Geral do Ministério Público, mediante o preenchimento de formulário próprio:
a) TRIMESTRAL DE ATIVIDADES, até o dia 10 subsequente ao trimestre vencido, a cargo
do Promotor de Justiça Titular, em formulário adotado pela Corregedoria; a trimestralidade
corresponde aos seguintes meses: Io (jan/fev/mar); 2° (abr/mai/jun); 3o (jul/ago/set); 4° (out/
nov/dez); no caso de substituição recair no último mês do trimestre, não há necessidade de
elaboração de relatório trimestral pelo substituto, mas tão só o de substituição, eis que os
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 53
demais dados do trimestre já terão sido informados pelo titular;
b) PARCIAL TRIMESTRAL (em caso de férias, remoção ou promoção), incluindo os dados
até o último dia de exercício das atividades do Promotor na Promotoria/Curadoria, utilizando-
se do formulário adotado pela Corregedoria, cujos dados não deverão ser incluídos no relatório
trimestral;
c) TRIMESTRAL DEESTÁGIO (exclusivo para Promotores de Justiça em estágio probatório),
abrangendo todo o serviço a cargo do Ministério Público, mais as atividades extrajudiciais,
com prazo de entrega até o 10° dia subsequente ao trimestre considerado;
d) SUBSTITUIÇÃO, a ser enviado à CORREGEDORIA até o dia 10 subsequente ao mês da
substituição, no formulário adotado, pelo Promotor que a exerceu; e ao Procurador-Geral de
Justiça até o 3o dia útil do mês seguinte ao da substituição exercida, mediante relatório
simplificado, sob pena do estorno do pagamento feito;
e) JÚRI (julgamento realizados), até cinco dias após o encerramento da reunião, a cargo do
Promotor com atuação em plenário em formulário próprio;
f) JÚRI (julgamentos transferidos), até cinco dias após o encerramento da reunião, a cargo
do Promotor com atuação no Júri, em formulário próprio;
g) JÚRI (inexistência de processo em pauta para julgamento), a ser remetido logo após o
período da reunião ordinária); em formulário próprio;
h) DE CANDIDATO À REMOÇÃO, a ser remetido junto com a declaração de que trata-o art. 33
do Estatuto do Ministério Público, indicando o número de inquéritos e processos pendentes
de intervenção do Ministério Público;
i) DE ASSUNÇÃO EM PROMOTORIA; a ser remetido no prazo de 10 dias, contados da
assunção no cargo, indicando os mesmos dados do Relatório de Candidato à Remoção;
FALHAS E DIFICULDADES DO SERVIÇO - Informações e Sugestões
60. apontar, no relatório trimestral, se for o caso, as falhas ou dificuldades eventualmente
existentes nos serviços a seu cargo, oferecendo sugestões para o seu aprimoramento;
RELATÓRIOS DE ESTAGIÁRIOS DO MP - Aprovação
61. aprovar, ou não, os relatórios trimestrais dos estagiários do Ministério Público, que sirvam
à respectiva Promotoria, instruindo-os com atestados de efetividade;
ATUAÇÃO CONJUNTA
62. nas hipóteses de conveniência da atuação conjunta de mais de um Promotor de Justiça,
requerer, previamente, designação especial ao Senhor Procurador Geral de Justiça (Art. 40,
Decreto n.° 0076 de 24 de maio de 1991);
ATENDIMENTO AO PÚBLICO
63. todos os Promotores de Justiça tem o encargo de atender ao público no âmbito das
atribuições de sua Promotoria, tomando as providências cabíveis (Art. 39, XI, Decreto n.°
0076 de 24 de maio de 1991);
54 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
IMPRENSA
64. não antecipar a veiculação de notícias de medidas adotadas, cuja a execução possa a vir a
ser frustada; não dar exclusividade a qualquer órgão de imprensa; servir-se da Assessoria de
Comunicação da PGJ e resguardar a presunção de inocência dos envolvidos;
ESTAGIÁRIOS AUXILIARESDOMP
65. os estagiários não devem assinar peças processuais (denúncias, alegações finais, razões
de apelação, pareceres, etc), ainda que em conjunto com o Promotor de Justiça com o qual
atue.
O PROCESSO PENAL EM GERAL
DA FASE PRÉ-PROCESSUAL - Ao representante do Ministério Público é recomendado:
NOTITIA CRIMINIS - Providências em caso de comunicação verbal
01. se receber comunicação verbal de crime de ação pública ou de ilícito contravencional e
não houver inquérito policial instaurado a respeito, tomar por termo as declarações da pessoa
que notificou o fato e, em seguida, encaminhar o termo à Polícia, acompanhado de ofício
requisitório de abertura de inquérito;
NOTITIA CRIMINIS - Providências em caso de comunicação escrita e documentos.
02. se a notícia do crime for recebida por escrito através de requerimento, carta, certidão,
processo administrativo, sindicância ou quaisquer outros documentos, e não houver inquérito
policial instaurado sobre o fato, encaminhar as peças à Polícia, mediante ofício requisitório
de abertura de inquérito, salvo se houver elementos suficientes para a propositura da ação
penal, hipótese em que deverá ser, desde logo, oferecida a denúncia, requisitando à Polícia
apenas a qualificação e o indiciamento;
NOTITIA CRIMINIS - Carta anônima e jornal
03. nos casos de recebimento de carta anônima ou de leitura de notícia de jornal, indicando
a prática de ação pública, não requisitar a abertura de inquérito policial sem, antes, convocar
a vítima ou seu representante legal para confirmar o fato;
RECEBIMENTO DE IPM - Providências
04. na hipótese de recebimento de inquérito policial militar, remetido à Justiça Comum, por
ter a Justiça Militar se dado por incompetente, verificar, junto à autoridade policial e ao
Cartório do Distribuidor, se há inquérito policial comum ou ação penal pelo mesmo fato,
procedendo, a seguir, da seguinte forma:
a) se houver inquérito, requerer o apensamento das duas peças investigatórias, para posterior
exame conjunto;
b) se já houver denúncia, requerer o apensamento do Inquérito Policial Militar à ação penal
já instaurada, adiantando-a, se necessário;
c) se não houver inquérito, nem denúncia, apreciar o Inquérito Policial Militar como um
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 55
inquérito comum, oferecendo denúncia, requerendo o arquivamento ou novas diligências,
estas, agora, requisitadas à Polícia Judiciária;
d) se houver inquérito policial já arquivado, requerer o apensamento e nova vista, para
exame da prova acrescida e manutenção do pedido de arquivamento ou oferecimento de
denúncia, se houver prova nova;
REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO - Redução a termo
05. reduzir a termo a representação do ofendido, sempre que for feita oralmente;
DEVOLUÇÃO DE INQUÉRITOS , Cautelas
06. na devolução de inquérito à Polícia, o que só ocorre em casos excepcionais, para
complementação da investigação, especificar objetivamente as diligências que deverão ser
realizadas;
DILIGÊNCIAS PRESCINDÍVEIS E IMPRESCINDÍVEIS - Denúncia.
07. somente as diligências realmente imprescindíveis ao oferecimento da denúncia autorizam
o retardamento desta. As diligências úteis mas não imprescindíveis, deverão ser requeridas
juntamente com o oferecimento da denúncia e realizadas no curso do processo já instaurado;
DILIGÊNCIAS FALTANTES - Devolução de inquéritos. Indiciado preso
08. evitar a devolução à Polícia de inquéritos em que figure indiciado preso, instaurando,
desde logo, se for o caso, a ação penal e requisitando, em expediente complementar, as
diligências faltantes;
DILIGÊNCIAS IMPRESCINDÍVEIS - Conceito
09. as diligências consideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia são as referentes
à caracterização da autoria da infração penal, à materialidade e a sua correta tipificação
legal;
DILIGÊNCIAS IMPRESCINDÍVEIS - Notificações e requisições
10. as diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia poderão ser realizadas pelo
próprio Promotor de Justiça, valendo-se, para tanto, de suas atribuições legais de expedir
notificações e de fazer requisições;
DILIGÊNCIAS - Fixação de prazo
11. deve-se propor prazo razoável para o cumprimento das diligências, caso requeridas ao
Juiz, ou fixá-lo, quando requisitadas diretamente pelo Promotor; os autos do inquérito não
deverão baixar à Delegacia de Polícia, salvo excepcionalmente, permanecendo em Cartório;
DILIGÊNCIAS - Dilação de prazo
12. nos pedidos de dilação de prazo, analisar a pertinência das diligências faltantes, cuja
demora está acarretando o atraso, bem como requisitar, desde logo, outras diligências
necessárias, quando não tenham sido cogitadas pelo Delegado de Polícia que preside o
56 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
inquérito;
EXAME COMPLEMENTAR - Lesões corporais graves
13. nos crimes de lesões corporais graves, requisitar a realização de exame complementar, se
essa providência já não tiver sido tomada pela autoridade policial;
LESÕES GRAVES - Perigo de vida - Motivação
14. verificar a motivação do laudo em exame de corpo de delito complementar no que concerne
à gravidade das lesões corporais pelo perigo de vida, requerendo seja aditado, para esse fim,
quando a fundamentação for deficiente;
LESÕES GRAVES - Deformidade - Foto da vítima
15. nos casos de lesões corporais graves de que resultarem deformidades permanentes, verificar
se o laudo complementar está instruído com fotografia, requisitando-a sempre que ocorrer
dano estético ou assimetria;
LESÃO CULPOSA - Exame complementar desnecessidade -Denúncia
16. oferecer desde logo a denúncia, quando se tratar de lesão corporal culposa, já constatada
por laudo médico-pericial, mas dependente de exame complementar, requisitando a aludida
providência na própria peça incoativa;
AÇÃO PENAL CONDICIONADA - Representação da vítima
17. verificar, nos casos de ação penal condicionada, a existência da representação da vítima
ou de quem tiver qualidade para representá-la, bem como a existência, quando for o caso, de
atestado ou declaração de pobreza;
CERTIDÕES DE NASCIMENTO E CASAMENTO - Juntada
18. promover a juntada aos autos de certidão de nascimento do indiciado, quando houver
dúvida quanto à idade e para os efeitos dos arts. 27; 65,1, e 115 do CP, bem como de certidão
de nascimento ou de casamento da vítima ou do indiciado, quando necessária para a exata
capitulação do delito ou para a caracterização de circunstâncias agravantes, qualificadoras
ou causas especiais de aumento de pena;
QUANTIAS EM DINHEIRO
19. promover o imediato recolhimento a estabelecimento bancário oficial, à ordem do Juízo,
das quantias em dinheiro que venham anexadas ao expediente;
FLAGRANTE - Análise do auto de prisão
20. ao se manifestar sobre cópias de flagrante, verificar:
a) se era caso de prisão em flagrante;
b) se foram observadas as formalidades legais;
c) se é caso de concessão de liberdade provisória, ou seja, se estão presentes, ou não, os
motivos que autorizariam a decretação da prisão preventiva, observada a Lei dos Crimes
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 57
Hediondos;
FURTOQUALIFICADO - Prova do arrombamento
21. nos crimes de furto qualificado por rompimento de obstáculo à subtração da coisa, requisitar
a prova pericial do arrombamento, se essa providência não tiver sido tomada pela autoridade
policial;
CRIMES DE JÚRI
Ferimentos por arma de fogo - Laudo pericial
Dados importantes
22. providenciar, nos casos de crimes dolosos contra a vida, para que laudos referentes a
ferimentos produzidos por projétil de arma de fogo indiquem:
a) a ocorrência de zonas de chamuscamento, esfumaçamento ou tatuagem, na pele ou na
roupa da vítima;
b) os ferimentos de entrada e de saída, quando o projétil transfixar o corpo da vítima;
c) a trajetória do projétil no corpo do ofendido e os órgãos lesados;
AUTO DE NECRÓPSIA - Ficha biométrica da vítima e dados importantes
23. verificar se os laudos de necrópsia, nos casos de homicídio doloso, estão acompanhados
de ficha biométrica da vítima e de diagrama que mostre a localização dos ferimentos e a sua
direção, requisitando, na hipótese negativa, sejam complementados para esse fim;
AUTO DE NECRÓPSIA - Afogamentos Sinais cadavéricos
24. verificar se os laudos periciais, nos casos de afogamento, indicam os sinais externos e
internos dessa causa mortis, especialmente a espuma tráqueo-brônquica e o enfisema aquoso,
requisitando complementação se, por motivação deficiente, não excluir a hipótese de morte
anterior;
CRIMES DE AÇÃO PRIVADA - Decadência
25. nos inquéritos instaurados por crime de ação penal privada, requerer a permanência dos
autos em cartório até a iniciativa do querelante ou o decurso do prazo de decadência;
PORTE ILEGAL DE ARMA - Laudo pericial
26. nos inquéritos sobre porte ilegal de arma, fiscalizar a existência de laudo pericial
verificatório da potencialidade do instrumento;
ENTORPECENTES - Exame toxicológico definitivo
27. nos crimes de entorpecentes, se não constar do inquérito, requisitar ou postular a requisição
do auto de exame toxicológico definitivo, que deverá vir aos autos até a audiência de instrução
e julgamento;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
INQUÉRITO POLICIAL - Prescrição em abstrato Comunicações à chefia de polícia
28. quando o inquérito policial noticiar fato cuja pretensão punitiva estiver extinta pela prescrição
em abstrato, face inércia da autoridade policial, oficiar à Chefia de Polícia do Estado, comunicando
o fato, para as medidas cabíveis;
DO PROCESSO - Ao representante do Ministério Público é recomendado:
ARMAS EOUTROS OBJETOS DO CRIME - Cuidados
01. zelar para que as armas, instrumentos do crime e outros objetos apreendidos na fase pré-
processual, sejam encaminhadas a juízo, onde deverão ser recebidos pelo Cartório, através
de termo nos autos;
PROMOÇÃO OU PARECER
02. na condição de titular da ação penal, o Ministério Público não opina, requer. Ao contrário,
nos crimes de ação penal privada, o agente ministerial não requer, opina;
MANIFESTAÇÕES IMPESSOAIS NOS TRABALHOS
03. o Promotor de Justiça oficia, sempre, como agente da Instituição. Recomenda-se, pois,
nas promoções, denúncias e pareceres, o uso da terceira pessoa do singular - o Ministério
Público -, evitando-se a pessoalidade das manifestações;
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E ARQUIVAMENTO
04. quando a punibilidade do fato delituoso noticiado no inquérito policial estiver extinta
pela prescrição em abstrato ou por outra causa legal, deve o Promotor de Justiça requerê-la,
postulando o arquivamento e baixa do expediente policial, que são conseqüência do primeiro
ato;
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E PRESCRIÇÃO.
05. o Promotor de Justiça não poderá, em inquérito ou em processos, pedir a extinção da
punibilidade, presumindo que, se condenado o réu, venha a ocorrer a prescrição pela pena
concretizada na sentença;
ARQUIVAMENTO - Fundamentação
06. as promoções de arquivamento do inquérito policial ou de outras peças de informações,
devem, sempre, ser fundamentadas, obedecida a formalidade da exposição sucinta dos fatos,
discussão e pedido final;
ARQUIVAMENTO CRIME CULPOSO - Cuidados
07. evitar, ao requerer o arquivamento de inquérito instaurado por crime culposo, a afirmação
de ocorrência de culpa exclusiva da vítima, cingindo-se à análise da conduta culposa do
indiciado;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 59
DENÚNCIA - PRINCIPIODA OFICIALIDADEOU
DAOBRIGATORIEDADE
08. somente quando estiver absolutamente estreme de dúvida que o agente atuou amparado
por uma das causas excludentes da ilicitude penal prevista em lei, pode o Promotor de Justiça
deixar de oferecer denúncia ante a ocorrência de fato típico;
DENÚNCIA - CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS
09. a denúncia é uma peça sucinta, de acusação direta e objetiva. Nela o Promotor de Justiça
narra a conduta delitiva do agente, sem discussão ou análise dos elementos informativos
contidos no expediente que lhe serve de sustentação, nem referência às alegações do indiciado,
vítimas ou testemunhas. É uma peça processual afirmativa. Deve, portanto, conter uma síntese
dogmática de um fato punível extraído do inquérito policial ou de outra fonte idônea de
informação;
DENÚNCIA - Concurso de agentes. Narração
10. na hipótese de concurso de pessoas, deve a inicial descrever, especificadamente, a conduta
de cada um dos denunciados, sempre que possível, consignando que agiram em comunhão
de vontades e de esforços;
DENÚNCIA - Exclusão de indiciado
11. quando o fato for praticado por mais de uma pessoa, mas a denúncia for oferecida contra
um ou alguns, apenas, deve ser indiciado, em folha separada ou por cota nos autos, o motivo
pelo qual alguém é excluído da relação processual, de modo sucinto;
DENÚNCIA - Requerimentos complementares Separação do texto
12. os requerimentos ou pedidos, tais como as diligências e a prisão preventiva, devidamente
fundamentados, devem ser formulados destacadamente da parte expositiva da denúncia;
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL - Pedido apartado
13.o incidente de insanidade mental do acusado deve ser suscitado em requerimento apartado
da denúncia, já com a formulação de quesitos;
DENÚNCIA - Menção ao exame pericial
14. se o crime atribuído ao acusado é daqueles que deixa vestígios, deve a denúncia fazer
expressa menção ao exame de corpo de delito existente na peça informativa;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
DENÚNCIA - CRIMESCONTRA
AVTDAEINTEGRIDADECORPORAL
Requisitos
15. nos crimes contra a vida ou integridade corporal, é indispensável que a narrativa refira o
instrumento utilizado (esclarecendo se foi, ou não, apreendido), o meio e modo empregados
para a agressão (socos, pontapés, etc). Não é suficiente dizer que o agente matou a vítima ou
ofendeu a sua integridade corporal;
DENÚNCIA - LESÃO CORPORAL
Região atingida e ferimentos
16. em se tratando de crime de lesão corporal, na denúncia, não basta a referência ao auto de
corpo de delito. É preciso referir a região em que a vítima foi atingida, assim como os tipos
de ferimentos sofridos e a gravidade da lesão;
DENÚNCIA
Lesões recíprocas. Narrações
17. tratando de lesões corporais recíprocas, não pode a denúncia atribuir a iniciativa da
agressão a só um dos denunciados. Deverá narrar a conduta de cada um deles;
DENÚNCIA
Crime contra o patrimônio Objetos subtraídos, apropriados Menção
18. nos crimes contra o patrimônio, deve a inicial acusatória indicar qual ou quais os objetos
subtraídos, apropriados, etc, não bastando a mera referência ao auto de apreensão, de
arrecadação ou de avaliação constantes da peça informativa da denúncia. Deve-se informar,
ainda, em poder de quem foram os objetos apreendidos.
DENÚNCIA
Crimes contra o patrimônio - Valor dos bens
19. o valor da coisa nos crimes contra o patrimônio é elemento relevante e deve vir mencionado
na denúncia, retirando-se aquele dado do laudo de avaliação existente no inquérito policial.
Se requisitado em diligência, zelar para que a avaliação seja contemporânea à data do fato;
DENÚNCIA
Crimes contra a liberdade sexual - Violência e ameaça. Narração
20. nos crimes contra a liberdade sexual, cometidos mediante violência ou grave ameaça, é
necessário dizer em que consistiu uma e outra ao narrar o fato na denúncia;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 61
'\ DENUNCIA
;j Crimes da competência dojúri
i
21. nos requerimentos finais das denúncias por crime da competência do Tribunal do Júri, deve
ser formulado o pedido de pronúncia, antes que o de condenação, pois é a pretensão processual,
| na primeira fase do procedimento escalonado;
DENÚNCIA
Receptação dolosa. Narração
22. a denúncia pela prática do crime de receptação dolosa deve referir o fato que traduz a origem
ilícita do objeto receptado e de que forma o denunciado sabia dessa circunstância (se possível);
DENÚNCIA
Receptação culposa. Narração
23. em se tratando de acusação pela prática de receptação culposa, deve a denúncia explicitar
quais os fatos que autorizam a conclusão de ter o agente atuado culposamente. Assim, por
hipótese, é preciso que a denúncia refira que "a condição do ofertante, pessoa desconhecida
do acusado e por ele não identificada", ou, "um delinqüente conhecido na cidade", ou "um
menor de idade", fazia presumir ser o objeto ou "a coisa adquirida de origem ilícita";
DENÚNCIA
Crime de trânsito Narração
24. em se tratando de crime culposo no trânsito, deve a denúncia descrever qual o
comportamento do agente, caracterizador da imprudência, da imperícia ou da negligência;
QUEIXA
Crime - Audiência prévia em delitos contra a honra ,i
25. nos crimes contra a honra, abster-se de manifestação sobre o recebimento ou a rejeição da
queixa antes da audiência de conciliação prevista na lei processual penal;
1 DENÚNCIA. CONFISSÃO
| Não Referência
I 26. a confissão do acusado não é, absolutamente, requisito indispensável à formalização da
1 acusação, sendo, portanto, desaconselhável a referência a mesma na denúncia;
<Í2 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
DENÚNCIA
Qualificação
27. na peça incoativa, o acusado deve ser qualificado, sempre que possível, quanto aos seus
apelidos, nacionalidade, cor, estado civil, ocupação profissional, naturalidade, idade, filiação,
situação econômica, indicado seu domicílio, sua residência, local de trabalho e onde poderá
ser localizado para tomar ciência pessoal do atos do processo. Se estiver preso, indicar o
estabelecimento onde se encontra recolhido;
DENÚNCIA
Qualificação da vítima e testemunhas
28. a vítima e as testemunhas devem ser qualificadas, de modo a facilitar a sua identificação,
devendo constar o local onde poderão ser encontradas. Em se tratando de policiais, civis ou
militares, mais importante do que a residência, é indicar a repartição ou a unidade em que
servem;
DENÚNCIA
Idade do acusado menor de 21 anos e maior de 70 anos - Referência
29. a idade do acusado, nos termos dos arts. 27, 65, inc. I, e 115 do Código Penal Brasileiro,
é circunstância relevante para a determinação da imputabilidade, da menor responsabilidade
da conduta, da redução do prazo prescricional. Deve ser, portanto, expressamente referida na
denúncia, que deve fazer menção à certidão comprobatória existente no inquérito; inexistente
a certidão, requisitá-la, em diligência;
ALEGAÇÕES DE MENORIDADE
Dúvida Exame médico legal
30. requerer, quando o réu alegar ser menor de 18 anos e não for possível a obtenção de
certidão de nascimento, que o mesmo seja submetido a exame médico-legal para verificação
de idade;
DENÚNCIA
Ação pública condicionada - Cuidados
31. quando a ação penal for pública condicionada, a denúncia deve informar o atendimento
das condições de procedibilidade, tais como representação ou requisição no preâmbulo, e, o
estado de pobreza, fazendo referência a prova respectiva na parte expositiva, sendo importante
atentar para a data do fato, para efeitos de decadência;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 63
DENÚNCIA
Verbo nuclear do tipo
32. a parte expositiva da denúncia deve conter a narração do fato punível com a utilização
obrigatória do verbo nuclear do tipo;
DENÚNCIA
Data do fato
33. deve a denúncia mencionar a data e o lugar em que o fato delituoso foi praticado,
circunstâncias relevantes para a fixação da competência do juízo, da prescrição e da decadência;
DENÚNCIA
Motivos. Referência
34. a narrativa do fato punível deve conter os motivos que animaram a condutas do agente,
sempre que presente nas peças informativas, desde que não seja circunstância que o favoreça.
Se não esclarecidos, referir tal circunstância;
DENÚNCIA
Nome da Vítima - Referência
35.0 nome do ofendido deve, necessariamente, constar da exposição do fato feita na denúncia.
Se houver mais de um, os nomes de todos eles;
DENÚNCIA
Agravantes, Causas Especiais de aumento de pena - Descrição
36. quando a opinio delicti contemplar uma agravante ou uma causa especial de aumento da
pena, esta circunstância deverá ser obrigatoriamente descrita na parte expositiva da denúncia
e integrar a capitulação;
DENÚNCIA
Crime tentado - Narração
37. quando a denúncia atribuir ao acusado a prática de crime na forma tentada, deve referir
qual o fato impeditivo de sua consumação. Assim, por hipótese, é preciso esclarecer que o
"homicídio não se consumou porque o acusado, ao desferir tiros de revólver na vítima, errou
o alvo, ou que, ao pretender apunhalá-la, a vítima se livrou dos golpes que lhe eram
endereçados, fugindo do local do fato", etc;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
DENÚNCIA
Relação de parentesco entre envolvidos
Certidão registro civil
38. quando a relação de parentesco funciona como elementar do tipo, causa especial ou
circunstância agravante, a denúncia deve referir a certidão do assento do Registro Civil. No
caso de não constar do inquérito, deverá ser requisitada diretamente, ou requerida através do
juízo (Art. 155 - CPP);
DENÚNCIA
Crimes contra várias vítimas - Narração
39. os crimes praticados contra mais de uma pessoa devem ser descritos na denúncia de
forma especificada, destacando-se as diversas ações, de modo a permitir sua classificação
como concurso material ou delito continuado;
DENÚNCIA
Crime praticado por menor - Corrupção
40. quando o crime for praticado com a participação de menor de 18 anos de idade, não
tendo ele, até então, se iniciado na senda delituosa, tal fato caracteriza o concurso formal
com o crime definido na Lei n.° 2.252/54. Assim, é imprescindível constar da peça acusatória
a idade do menor, e se, antes do crime, ele era, ou não, corrompido;
DENÚNCIA
Capitulação. Concurso de crimes
41. se a inicial atribuir ao acusado a prática de mais de um fato delitivo, a capitulação deve
referir-se, necessariamente, ao concurso de crimes. É conveniente que na inicial acusatória o
crime continuado somente seja qualificado quando inequívoco. Nos demais casos, é preferível
a menção ao concurso material de crimes, ficando o exame da existência da continuação
entre as diversas condutas delitivas para o final da instrução;
FOLHAS DE ANTECEDENTES
Cuidados
42. verificar, quando da juntada aos autos da folha de antecedentes ou das informações dos
Distribuidores Criminais, se há notícia de outros processos, requerendo certidões em breve
relatório a respeito, com indicação da data do trânsito emjulgado das sentenças condenatórias;
CITAÇÃO POR EDITAL - Cuidados prévios
43. verificar, antes de pedir a citação por edital, se o réu foi procurado em todos os endereços
constantes do processo como sendo de sua residência ou local de trabalho, requerendo
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 65
informações da CEA, CAESA, SPC, TRE, TELEAMAPÁ, etc;
INTERROGATÓRIO
Presença advogado ou curador
44. zelar para que o réu seja interrogado na presença de defensor, constituído ou nomeado, e
ainda na presença de Curador, se for menor de 21 anos, nada impedindo que o Curador e o
defensor sejam uma só pessoa; nesse último caso, deve constar expressamente no termo de
audiência que o defensor também exerce o outro encargo;
INTERROGATÓRIO
Réu revel preso Inclusive após sentença
45. requerer o interrogatório do réu revel que vier a ser preso no curso do processo, mesmo
após a sentença de primeiro grau;
DEFESAS COLIDENTES - DIFERENTES PATRONOS
46. zelar para que os réus sejam defendidos por diferentes patronos, quando suas teses de
defesa são colidentes;
ALEGAÇÕES E ARRAZOADOS
Preliminares. Discussão
47. nos pareceres, alegações e razões recursais, as preliminares, como o próprio nome diz,
devem ser enfrentadas antes da matéria de mérito;
ALEGAÇÕES E ARRAZOADOS
Relatório. Cuidados
48. nas alegações finais, razões e contra-razÕes recursais, é importante que o relatório contenha,
se for o caso, a data do recebimento da denúncia e da publicação da sentença, marcos
interruptivos prescricionais;
ALEGAÇÕES E ARRAZOADOS
Teses. Presença no trabalho
49. nos relatórios de alegações finais, pareceres, razões e contra-razões recursais, devem ser
consignadas as teses articuladas pelas partes e a fundamentação da sentença, num ou noutro
caso;
66 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
ALEGAÇÕESFINAIS
Reincidência - Prova
50. não basta, nas alegações finais, apontar a ocorrência da reincidência. É preciso demonstrá-
la, indicando o Promotor de Justiça a certidão que conforta a afirmação;
ALEGAÇÕES FINAIS
Antecedentes e reincidência - Prisão do réu
51. nas alegações finais, se o réu possui maus antecedentes ou for até reincidente, deve o
Promotor de Justiça pedir sua prisão, atento ao que dispõe o Art. 594 do Código de Processo
Penal;
ALEGAÇÕES EM PROCESSO DE JÚRI
Característica
52. quando postular a pronúncia, no prazo do Art. 406 do Código de Processo Penal, não
deve o Promotor de Justiça, a não ser quando necessário, fazer um trabalho exaustivo de
análise da prova, a fim de não enfraquecer a acusação para o plenário, sendo impróprio
reconhecer alguma razoabilidade nas teses da defesa;
ALEGAÇÕES EM PROCESSO DE JÚRI
Reincidência e antecedentes Prisão do réu
53. nas alegações do Art. 406 do Código de Processo Penal, sendo revel o acusado, tendo
maus antecedentes ou sendo reincidente deve o Promotor de Justiça requerer a sua prisão
(arts. 312 e 408, § 2o, do CPB), pois sem que o réu seja intimado pessoalmente da pronúncia,
o processo não terá seguimento (CPP, Art. 413);
LIBELO
Redação - Requisitos
54. elaborar os libelos em artigos simples, claros e concisos, de acordo com a decisão de
pronúncia, formulando, nos casos de co-autoria, um libelo para cada réu, de modo que cada
um preencha, individualmente, todos os requisitos do Art. 417 do Código de Processo Penal,
nele arrolando as testemunhas que devem depor em plenário e requerendo as diligências
julgadas indispensáveis, especialmente certidão atualizada de antecedentes judiciais;
LIBELO
Requerimento Diligências - Plenário
55. o libelo deve conter requerimento para o cumprimento das diligências preparatórias do
julgamento em plenário. Já se decidiu que o não - atendimento daquelas formalidades, que o
pedido de diligências antecipa, é causa de nulidade de decisão popular;
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JULGAMENTO EM PLENÁRIO
Cuidados
56. no julgamento pelo Tribunal do Júri:
a) requerer que sejam consignadas em ata todas as ocorrências que possam acarretar suanulidade;
b) quando houver mais de um réu a ser julgado, em caso de cisão do julgamento, requererque se julgue primeiro o autor principal;
DECISÃO DO JÚRI
Recurso
57. ao recorrer da decisão do júri, é recomendável embasar o recurso em todas as alíneas doArt. 593, inciso m, do CPP, para garantir amplitude de conhecimento em segundo grau;
AUDIÊNCIA
Dispensa do réu. Cautela
58. não concordar com os pedidos de dispensa de presença de réus em audiências,especialmente quando o reconhecimento pessoal for elemento de prova;
AUDIÊNCIA
Adiamento. Cautela
59. opor-se a pedidos de adiamentos de audiência, quando perceber intuito protelatório ouquando houver prejuízo para o andamento da ação penal ou risco de prescrição;
AUDIÊNCIA
Testemunhas faltantes Providências
60. se possível, manifestar-se, desde logo, no final das audiências, sobre as testemunhas que
não tiverem comparecido, desistindo ou insistindo em seus depoimentos, ou substituindo-as,de forma a permitir que o réu e seu defensor já saiam intimados da nova designação;
PRECATÓRIAS
Prazo para cumprimento. Cópia de peças
61. no requerimento de expedição de cartas precatórias para inquirição de vítimas etestemunhas, requerer seja fixado prazo para cumprimento, bem como sejam as mesmas
instruídas com cópia da denúncia e das declarações prestadas na Polícia, e, ainda, da fotografiado réu, se for necessário o reconhecimento;
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EXCESSODEPRAZO
Formação da culpa. Cisão do processo
62. requerer o desdobramento da ação penal, quando houver vários réus e disso puder resultar
excesso de prazo para formação da culpa dos que estiverem presos ou demora excessiva para
encerramento da instrução, com risco de prescrição;
DEBATES ORAIS. Procedimento
63. por ocasião dos debates em audiências e nas alegações finais:
a) relatar resumidamente o processo;
b) argüir as nulidades eventualmente ocorridas;
c) analisar a prova colhida e os fundamentos de fato e de direito nos quais fundar a sua
convicção;
d) requerer, quando for o caso, a aplicação de medida de segurança, de declaração de
periculosidade ou de incompatibilidade do réu com os regimes penitenciários aberto e semi-
aberto; . .
e) fiscalizar o fiel registro das alegações do Ministério Público na lavratura do termo judicial
pelo Escrivão;
SENTENÇA
Intimações. Fiscalização do MP
64. fiscalizar a intimação da sentença aos réus e aos seus defensores constituídos ou dativos,
providenciando para que a efetivação da diligência seja adequadamente certificada nos autos
e requerendo, quando for o caso, a expedição de editais;
PRAZO DO ART. 499 - Aproveitamento
65. examinar, na fase do Art. 499 do Código de Processo Penal, todo o processo e requerer o
que for necessário para sanar eventuais nulidades, complementar a prova colhida na instrução
e esclarecer os antecedentes do acusado, especialmente no tocante à reincidência;
RECURSO
Desistência de prazo. Impossibilidade
66. não desistir, em hipótese alguma, do prazo de recurso, para possibilitar a antecipação do
trânsito em julgado da sentença;
RECURSO
Razões - Requisitos
67. além do exame do mérito, para fins de recurso, verificar se a sentença preenche os requisitos
formais exigidos por lei, bem como a exatidão da pena imposta e da medida de segurança,
requerendo seja ela declarada na hipótese de obscuridade, ambigüidade, contradição ou
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 69
omissão;
RECURSO
Modo de interposição
68. ao recorrer, deverá o Promotor fazê-lo, sempre, por termo nos autos, eis que somente nessa
modalidade existe a garantia do recebimento tempestivo da inconformidade recursal;
RECURSO
Razões em 2o grau. Providências
69. quando o recorrente, no interior, usando da faculdade prevista na Lei n.° 4.336, de 01/06/
1964, declarar na petição ou termo que deseja arrazoar no grau recursal, deve o Promotor de
Justiça requerer que, tão logo oferecidas as razões de inconformidade, sejam os autos remetidos
ao Coordenador das Promotorias Criminais, na Capital, para o oferecimento de contra-razões,
remetendo ao Coordenador referido as informações que tiver a respeito do processo;
CONDENAÇÃO DE ESTRANGEIRO
Providência
■70. enviar ao Ministério da Justiça, de ofício, até 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado,
cópia da sentença condenatória de estrangeiro autor de crime doloso ou de qualquer crime
contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a economia popular, a moralidade
ou a saúde pública, assim como da folha de antecedentes penais constantes dos autos;
VÍTIMA POBRE
Reparação do dano
71. nos casos de crimes, para a obtenção da reparação do dano pela vítima que é pobre,
observar os artigos 68,64 e 63 do CPP. Se for o caso, propor, desde logo, a competente ação;
HABEAS CORPUS
Manifestação do MP em Io grau
72. em habeas corpus impetrados em primeira instância, deve o agente ministerial manifestar-
se, muito embora a omissão do Código de Processo Penal, pois tal remédio jurídico se dispõe
a garantir a liberdade de ir e vir do cidadão e o Ministério Público tem a tarefa de exercer a
fiscalização do cumprimento da lei;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
EXECUÇÃO PENAL - Ao representante do Ministério Público:
GUIADERECOLHIMENTOEIN1ERNAMENT0
Controle da expedição
01. acompanhar a execução da sentença, manifestando-se sobre a liquidação da pena,
verificando se foi expedida guia de recolhimento e de internamento e fiscalizando o pagamento
da multa e das custas processuais;
GUIA DE RECOLHIMENTO E INTERNAMENTO - Regularidade formal.
02. fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento (Art. 106
da LEP);
EXECUÇÃO DAS PENAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA - Fiscalização
03. fiscalizar a execução das penas e da medida de segurança, oficiando era todas as fases do
processo executivo e dos incidentes de execução e interpondo, quando for o caso, os recursos
cabíveis das decisões proferidas pela autoridade judiciária (Art. 119 da LEP);
VISITAS AOS PRESÍDIOS - Providências
04. nas visitas mensais ordinárias ou em visitas extraordinárias a estabelecimentos penais:
a) verificar se há pessoas presas ilegalmente, adotando as medidas cabíveis para fazer cessar
o constrangimento ilegal Qiabeas corpus) e as pertinentes ao Juízo de Execuções e à SUSEPE;
b) ouvir os p resos, anotando as suas reclamações, e adotar as providências necessárias;
c) verificar as condições de segurança e higiene das celas;
d) fiscalizar se, na prática, os regimes prisionais estão sendo cumpridos;
e) lavrar termo circunstanciado, no livro próprio, consignando tudo que reputar relevante.
BENEFÍCIOS AO APENADO - Requerimento pelo MP.
05. tomar a iniciativa de requerer, em favor do condenado, as providências necessárias ao
desenvolvimento do processo executivo, particularmente a concessão de livramento condicional
ou o benefício da progressão nos regimes, quando for o caso;
PENA DE MULTA EXECUÇÃO EM APARTADO.
06. executar a pena de multa, em autos apartados, instruindo o pedido com certidão da
sentença condenatória com trânsito em julgado (Art. 164 da LEP).
DO PROCESSO CÍVEL
Ao representante do Ministério Público é recomendado em matéria cível:
INTERESSE PÚBLICO Intervenção do MP - Obrigatoriedade.
01. quando a lei expressamente previr a intervenção do Ministério Público, em casos que
defina de modo especificado (arts. 82,1 e II, 944 e 1.105 do Código de Processo Civil, bem
como em leis especiais, falências, mandado de segurança, ação popular, Estatuto da Criança
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 71
e do Adolescente, etc), será defeso ao Promotor de Justiça, utilizando-se da discricionariedade,
interpretar se é ou não caso de intervenção. Intervira obrigatoriamente, não podendo discutir
a existência de interesse público;
INTERESSE PÚBLICO
Intervenção do MP - Discricionariedade
02. nos casos do Art. 82, III, do CPC, poderá o agente do Ministério Público avaliar a efetiva
existência do interesse público, intervindo ou não no processo civil, sempre de modo
fundamentado, obrigatoriamente;
CUSTOS LEGIS
INTERVENÇÃO DE OUTRO PROMOTOR
Desnecessidade
03. no processo civil não existe mais de um interesse público, se o Ministério Público atuar
como órgão agente, pelos princípios constitucionais da unidade e indivisibilidade, não é
necessária a participação de outro Promotor de Justiça como custos legis;
INTERESSE PÚBLICO - Intimação
Requerimento do MP
04. o Ministério Público, tomando conhecimento de que tramita processo, onde está presente
interesse público, deve requerer ao juiz vista para atuar como custos legis;
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA PELO MP
05. o Promotor de Justiça, sem embargo do poder e dever de oferecer assistência jurídica aos
necessitados, tem o dever de prestar-lhes também assistênciajudiciária, em caráter subsidiário,
nas Comarcas onde não houver órgãos próprios (Lei Complementar n.° 40/81, Art. 22, XHI);
CUSTOS LEGIS - MANIFESTAÇÃO DEPOIS DAS PARTES.
06. o Promotor de Justiça, atuando como custos legis, deverá zelar para que tenha vista do
processo após a manifestação das partes;
RECURSOS DAS PARTES - Manifestação obrigatória.
07. o Promotor de Justiça, ainda que atuando como custos legis e mesmo tendo emitido
parecer antes da sentença de mérito, deverá manifestar-se obrigatoriamente, acerca dos recursos
interpostos pelas partes, pois, só então, esgotar-se-á sua atribuição em Io grau;
72 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
RECURSOS
Legitimidade
08. o Ministério Público pode recorrer em todos os feitos em que atue como órgão agente e nos
que deva atuar como órgão interveniente;
IMPEDIMENTOS ESUSPEIÇÕES
09. se o Ministério Público atuar como órgão interveniente, estará sujeito aos mesmos e argüição
de suspeição dos juizes (arts. 134 e 135 do CPC). Se atuar como órgão agente, sofrerá argüição
de suspeição (Art. 135 do CPC);
PRELIMINARES
10. se houver questões processuais a abordar em pareceres e arrazoados, devem ser argüidas,
de forma destacada, em preliminar à matéria do mérito;
PARECERES E ARRAZOADOS RECURSAIS - Cuidados na elaboração.
11. nos pareceres e arrazoados recursais devem ser consignadas, no relatório, as teses
articuladas pelas partes e os fundamentos da sentença;
DESISTÊNCIA DE PRAZOS RECURSAIS
12. não desistir, em hipótese alguma, de prazo de recurso para possibilitar a antecipação do
trânsito em julgado da sentença, ainda que os demais interessados com isso concordem;
FASE RECURSAL
Parecer anterior - Reiteração
13. quando na fase recursal, não se restringir à reiteração de pronunciamento anterior,
lembrando que é de rigor o relatório resumido do processo e a análise de novos argumentos
ou questões trazidas nas razões ou contra-razões;
DEBATES E MEMORIAIS - Requisitos
14. por ocasião dos debates ou entrega de memoriais:
a) relatar resumidamente o processo;
b) opinar sobre todas as questões suscitadas;
c) opinar sobre nulidades suscitadas ou argüi-las, se for o caso;
d) analisar a prova a colhida e os fundamentos de fato e de direito nos quais fundar sua
convicção;
e) suscitar as questão constitucionais pertinentes;
CURADORIA DE INCAPAZES
Cautelas prévias
15. nos feitos em que oficie como Promotor de Justiça Curador de Incapazes, recomenda-se:
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 73
a) verificar se há legitimidade para sua intervenção, requerendo faça-se prova da existência da
incapacidade (juntada de certidão de nascimento, de prova de interdição ou ausência, etc.) ou,
ao menos, de fundada suspeita daquela;
b) nos casos de fundada suspeita de incapacidade, requerer a aplicação analógica do disposto
no Art. 218 do Código de Processo Civil;
CONFLITO DE INTERESSES
Curador especial - Nomeação
16. verificar se ocorre o conflito de interesses previsto no Art. 9o, I, do Código de Processo
Civil, requerendo, se necessário, a nomeação de Curador Especial;
IMPORTÂNCIAS PERTENCENTES A INCAPAZES
Não em processos diversos
17. zelar para que as importâncias que caibam aos interditos não fiquem depositadas em
processos diversos daqueles da decretação de interdição sob movimentação fiscalizada pelo
próprio juízo da interdição;
IMPORTÂNCIAS PERTENCENTES A INCAPAZES - Depósitos
18. zelar para que as importâncias pertencentes a menores, demais incapazes ou ausentes,
sejam depositadas em conta judicial, com juros e correção monetária, em nome daqueles e à
ordem do juízo, em estabelecimento oficial de crédito, velando pela respectiva comprovação
nos autos e, quando for o caso, pela responsabilização de quem de direito;
PROCEDIMENTOS CAUTELARES
Intervenção
19. nos procedimentos cautelares, oficiar em todas as medidas ainda que preparatórias ou
inominadas, quando deva o Ministério Público intervir na ação principal;
PERITOS
Nomeação - Fiscalização
20. fiscalizar a nomeação de peritos, dentre profissionais habilitados nos termos da legislação
em vigor (Leis n.°s 5.194, 6.496 e 7.270 e Resolução n.° 218 do Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia), exigindo a ART (Anotação de Responsabilidade
Técnica) do profissional que executou a perícia judicial;
PERITOS
Livre Escolha pelo Juízo
21. atentar para a possibilidade de livre escolha dos peritos pelo Juiz, em caso de inexistência
de pessoa habilitada na comunidade, nos termos do § 3o do Art. 145 do Código de Processo
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Civil, acrescentado pela Lei n.° 7.270/84;
EXECUÇÕES FISCAIS
Certidões - Cautelas
22. nas ações de execução fiscal, verificar a regularidade das certidões de dívida ativa da
Fazenda Federal. A constatação de falhas deve implicar imediata providência do Promotor
de Justiça no sentido de substituir a certidão, usando, para tanto, da permissão do Art. 2°,
parágrafo 8°, da Lei n.° 6.830, de 22/9/1980 e Art. 203 do Código Tributário Nacional;
EXECUÇÕES FISCAIS
Embargos - Impugnação - Subsídios
23. no prazo das impugnações aos Embargos às execuções da Fazenda Nacional, se necessário,
o Promotor de Justiça deve solicitar informações à Procuradoria da Fazenda Nacional,
buscando subsídios de defesa, atentando, todavia, para o prazo da impugnação, que não se
interrompe com a consulta;
, CURADORIA DAS MASSAS FALIDAS
Justiça do trabalho - Intimação
24. o Promotor de Justiça que exerce as funções de Curador das Massas Falidas deve buscar,
junto aos órgãos jurisdicionais trabalhistas, sua intimação para todas as audiências em que
uma das partes for massa falida;
FALÊNCIAS
Habilitações de Créditos Trabalhistas
25. o Promotor de Justiça deve examinar, com toda a cautela, as habilitações de créditos
trabalhistas, nos autos da falência;
FALÊNCIAS
Responsabilidade Criminal
26. o Curador das Massas Falidas deve tomar as providências cabíveis no sentido de proceder
à apuração da responsabilidade criminal, quando couber;
CURADORIA FALÊNCIAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DE
ADMINISTRADORES DE FINANCEIRAS
27. os Curadores de Massas Falidas devem promover e acompanhar, até final julgamento, as
ações cautelares e de responsabilidade de ex-administradores e membros do Conselho Fiscal
de instituições financeiras, previstas na Lei n.° 6.024, de 13/3/1974, arts. 45 e 46, inclusive
interpondo recursos;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 75
ATENDIMENTOAOPÚBLICO
No atendimento ao público e assistência judiciária aos necessitados,
recomenda-se:
FIXAÇÃO DE HORÁRIO
Casos urgentes
01. fixar horário reservado ao atendimento ao público; nos casos urgentes, atender aos
interessados a qualquer momento;
CONTATOS COM SERVIÇOS DE APOIO
02. entrar em entendimento com o Setor de Assistência Social da Prefeitura local, onde
houver, objetivando ação conjunta na resolução dos assuntos pertinentes ao mister;
POSTURA NO ATENDIMENTO
03. procurar, durante o atendimento, não se envolver com o fato narrado, adotando postura
imparcial e isenta, e buscando, sempre, sua verdade objetiva;
COMPOSIÇÃO AMIGÁVEL - Cuidados
04. evitar, quando for tentada composição amigável, adiantar o resultado da questão, sem,
antes, ouvir a outra pessoa interessada;
COMPOSIÇÃO AMIGÁVEL
Interesses das partes
05. procurar, sempre que possível, obter composição amigável que atenda aos interesses das
pessoas envolvidas, sem, entretanto, impor solução, ainda que esta pareça a melhor;
PRESENÇA DOS ADVOGADOS
06. em qualquer hipótese, abster-se de realizar acordos entre as partes interessadas sem a
presença dos advogados constituídos, se houver;
TERMO DE CONCILIAÇÃO
Providências
07. obtida a conciliação, datilografar, de maneira simples e compreensível, o termo de
composição amigável ou de conduta, se tratar de desavenças, entregando uma via às pessoas
envolvidas e arquivando a outra, para fins de controle de cumprimento do acordado e,
eventualmente, de reiteração. Quando necessário, requerer ao Juiz a homologação do acordo;
76 ^ Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
TERMO DE CONCILIAÇÃO. Assinaturas - Testemunhas.
08. devem os Promotores ter a máxima cautela nos acordos firmados nas Promotorias, onde,
além da assinatura dos envolvidos, deve constar a assinatura de, no mínimo, duas testemunhas,
(Art. 55, Parágrafo único - verificar Lei n.° 7.244);
REFERENDO DO MP
09. reduzido o acordo a escrito, apor ao fecho dizeres que consubstanciem o referendo do
órgão do Ministério Público;
EFICÁCIA DO ACORDO REFERENDADO
Lembrança às partes
10. lembrar que o acordo deverá, para plena eficácia do título, revestir a característica de
liquidez, ou seja, obrigação certa quanto à sua existência e determinada quanto ao seu objeto
(Código Civil, Art. 1.533);
INEXISTÊNCIA DE CONCILIAÇÃO - Procedimento.
11. não sendo possível a conciliação, orientar os necessitados a pleitearem justiça gratuita,
mas não indicar qualquer advogado, permitindo total liberdade ao Juiz na nomeação;
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA PELO MP.
12. prestar assistência judiciária, ajuizando as ações pertinentes, onde não houver órgão
próprio e nem advogado disponível para patrocínio (Art. 22, inciso XIII, da Lei Complementar
n.° 40, de 14/12/1981);
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Extensão do conceito
13. a prestação de assistência judiciária compreende os serviços de atendimento pessoal dos
necessitados, informações e instruções sobre andamento de processos, a elaboração de estudos
e pareceres orais, a lavratura de acordos e transações, além do ajuizamento de ações;
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
EMENTÁRIO DE RECOMENDAÇÕES.
REMISSÃO
Ciência do ofendido
01. ao conceder a remissão, o Curador zelará para que o ofendido, sempre que possível e
cabível, seja informado das medidas aplicadas ao infrator, obtendo a sua ciência expressa no
termo;
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
REMISSÃO
Medidas
02. ao aplicar medida com a remissão, o Curador deve levar em consideração o disposto nos
j artigos 99,100 e 102 do ECA;
REMISSÃO E TRANSAÇÃO
03. a remissão como forma de exclusão, extinção ou suspensão do processo, implica transação;
EXECUÇÃO DAS MEDIDAS APLICADAS COM A REMISSÃO
04. homologada a remissão concedida pelo Curador (fase pré-processual), à autoridade
judiciária caberá a execução das medidas legais eventualmente aplicadas pelo Promotor de
Justiça;
ARTIGO 128 DO ECA.
05. a medida sócio-educativa aplicada ao adolescente infrator por ocasião da remissão não
admite substituto ex-ofício, podendo apenas ser revista mediante provocação do adolescente,
pais ou responsáveis ou Ministério Público. Não havendo procedimento específico para a
revisão, aplica-se o procedimento do artigo 153 do ECA;
REMISSÃO
Composição do dano
06. ao conceder a remissão, nas hipóteses de delitos contra o patrimônio, ou quando houver
efetivo prejuízo para a vítima, procurar compor o dano, inclusive com o ressarcimento ao
ofendido;
REMISSÃO
Ouvida do infrator
07. a ouvida do infrator, ainda que de modo informal, por ocasião da concessão da remissão
ministerial, é providência inarredável;
REMISSÃO
Providências no âmbito criminal
08. se o Curador convencer-se, quando da remissão, da participação de pessoa penalmente
responsável no evento delituoso, deve tomar a termo as declarações do adolescente, com as
devidas cautelas, e encaminhá-las ao Promotor Criminal, ou à autoridade policial, para inclusão
no respectivo procedimento administrativo ou processo se houver;
Z? . Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
REMISSÃO
Doente mental Toxicômano - Medidas
09. ao conceder a remissão deve o Curador verificar se o desvio de conduta do adolescente
não está aliado à distúrbio mental ou a dependência de substância química. Em caso positivo,
determinar a medida correspondente prevista no Art. 101, incisos V e VI, do ECA;
REMISSÃO
Dúvida - Representação
10. havendo dúvida acerca da concessão da remissão ou da medida adequada a ser aplicada
ao adolescente, é recomendável o oferecimento de representação;
REMISSÃO ANALFABETO
Sem escola - Providências
11. ao conceder a remissão deve o Curador verificar em caso de infrator analfabeto ou em
idade escolar, a sua matrícula e regular freqüência em estabelecimento oficial de ensino
fundamental (artigo 101, inciso m, do ECA);
REMISSÃO - Situação do Remido
Adequação
12. O Curador, ao conceder a remissão com aplicação de medida, deve procurar adequá-la à
situação do remido.
REMISSÃO
Liberdade assistida
13. A designação de pessoa capacitada para acompanhar o adolescente, em caso de liberdade
assistida aplicada por ocasião da remissão, compete à autoridade judiciária (artigo 118, § Iodo ECA).
ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
14. Para garantir o direito de acesso (artigo 141 do ECA), o Curador deve determinar horário
certo de atendimento ao público, dando prioridade às crianças ou adolescentes que
comparecerem à entrevista pessoal (artigo 4o, § único, do ECA).
VISITAS AOS ADOLESCENTES INTERNADOS
15. Para garantir o direito de entrevista pessoal (artigo 124, inciso, do ECA) e o cumprimento
das obrigações das entidades de internação (artigo 94 do ECA), o Curador deverá visitar
regularmente as instituições que abriguem adolescentes privados de liberdade (artigo 95, c/
c com o artigo 201, incisos VIII e XI), registrando em livro próprio da Curadoria as conclusões
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 79
da visita.
CRIANÇASEADOLESCENTES VÍTIMAS
16. existindo na Comarca mais de um Promotor de Justiça, devem ser remetidas pelos demais
agentes ao Curador da Infância e da Juventude cópias de todas as notícias, informações,
reclamações ou providências envolvendo ou tendo como vítima criança ou adolescente;
GUARDA
Estudo social
17. nos pedidos de guarda, inclusive para fins previdenciários, deve o Promotor de Justiça
fiscalizar as reais condições fáticas de dependência do guardado e pretenso guardião,
requerendo a realização de estudo social do caso, evitando-se chancelar situações que não
atentem às exigências legais do instituto da guarda (artigo 33 e seguintes do ECA);
DESTITUIÇÃO DO PÁTRIO PODER
Adoção, tutela e guarda
18. o pedido de adoção ou tutela poderá ser cumulado com o pedido de destituição de pátrio
í poder. No mesmo feito poderá ser formulado pedido de guarda, em caráter liminar ou incidental
j PEDIDO DE GUARDA - Possibilidade de adoção ou tutela■i
i 19. diante de pedido de guarda puro e simples, deve o Promotor de Justiça perquirir, sempre
! que possível, sobre a possibilidade de adoção ou tutela, por parte dos interessados, em atenção
j ao artigo 33 do ECA.
í CONCURSO POLICIAL
(ART. 179, § ÚNICO, DO ECA)
20. a requisição do concurso policial a que alude o Parágrafo único do artigo 179 do ECA,
deverá ser utilizada somente em casos necessários ejustificáveis, atendendo às peculiaridades
de cada comarca.
BOLETIM DE OCORRÊNCIA CIRCUNSTANCIADO - Entendimento
21. o boletim de ocorrência circunstanciado referido no Parágrafo único do artigo 173 do
ECA consiste num registro datilografado, da esfera policial, constando a identificação do
infrator, do ofendido e das testemunhas, com a indicação dos apelidos e endereços, descrição
do fato e circunstâncias (data, horário e local), com resumo das declarações das pessoas
deferidas. O mesmo boletim conterá ainda referência quanto às condições pessoais do infrator
por ocasião da apresentação e relação das providências tomadas pela autoridade policial
RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÕES
22. o relatório das investigações referidos no artigo 177 do ECA consiste no relato descritivo
das diligências policiais realizadas, devendo constar a identificação do infrator, do ofendido
80 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
e das testemunhas, inclusive com apelidos e qualificação, bem como a descrição do fato e suas
circunstâncias. As declarações do adolescente, vítima e testemunhas serão resumidas pela
autoridade policial
OriTVADOINFRATOR
23. a realização de audiência preliminar a que alude o artigo 179 do ECA não é condição de
procedibilidade. O que constitui em condição de procedibilidade é a tentativa de notificação
dos pais ou responsáveis para a apresentação do adolescente infrator ao Promotor de Justiça;
ART. 180 DO ECA
24. o Promotor de Justiça, ao adotar uma das alternativas elencadas no artigo 180 do ECA,
deverá fazê-lo de imediato, especialmente na hipótese do inciso JJ do referido dispositivo.
EMENTÁRIO DA DEFESA
COMUNITÁRIA
CONTATOS COM ENTIDADES DE APOIO
01. entrar em contato com entidades de apoio e defesa do meio ambiente, do consumidor e do
patrimônio artístico, estético, turístico e paisagístico, nas Comarcas em que houver, visando
orientação recíproca e ação conjunta
PROVIDÊNCIAS BÁSICAS INICIAIS
02. nas Comarcas onde as entidades aludidas na ementa n.° 1 não existam, proceder como
rotineiramente, se faz no mister de atendimento ao público, tentando, primeiramente, a
conciliação dos interessados, expedindo convite ao reclamante e notificação ao reclamado.
Obtida a conciliação e não havendo infração penal em tese, lavrar o termo de comparecimento
e acordo, para fins de controle e eventual aplicação das sanções legais previstas no caso de
reiteração, bem como para os fins do Parágrafo único do artigo 55 da Lei n.° 7.244, de
07.11.84, entregando uma cópia ao reclamante e outra ao reclamado. Não havendo acordo, e
sendo o caso, encaminhar o reclamante ao Juizado de Pequenas causas.
REGISTRO DAS RECLAMAÇÕES
03. quando receber informações ou reclamações verbais, registrá-las, verificando se é hipótese
de instauração de Inquérito Civil Público. Caso positivo, iniciar o procedimento mediante
Portaria
RECLAMAÇÕES
Espécies de interesses. Providências
04. verificar se a reclamação atinge interesses difusos ou coletivos. Em caso de direito
individual, encaminhar o reclamante ao órgão competente
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 81
\ INFRAÇÃO PENAL - Providências;)
1; 05. sempre que a notícia ou reclamação de agressão ao meio ambiente, ao patrimônio ou ao
j consumidor revelar a ocorrência de infração penal em tese, reduzi-la a termo, assinado pelo
" interessado, e enviar à Polícia com os documentos de que dispuser, mediante requisição de
J.< inquérito e sem prejuízo de orientação ou providências de ordem civil;
j INTERESSES E DIREITOS INDIVIDUAIS
i Procedimento
| 06. nas questões envolvendo interesse ou direito individual do consumidor de bens de serviços,
Í esclarecer a este que o Ministério Público não tem titularidade ativa ad causam (Art. 82,1, c/) c o Art. 81, Parágrafo único, I, II e III, do Código de Defesa do Consumidor). Nada impede,
porém, a tentativa de solução do problema a nível administrativo (Art. 55, Parágrafo único,
da Lei n.° 7.244/84);i
\ REQUISIÇÕES
j Prazo
\ 07. quando expedir ofício, requisitando informações, laudos ou documentos, referir o prazo
de resposta, com suporte no Art. 8o, § Io, da Lei 7.347/85);
■j PROVA PERICIAL
■j 08. quando houver necessidade de prova pericial, requisitar aos órgãos competentes vistoria
| com laudo, fonnulando sempre quesitos, com a finalidade de esclarecer a existência de dano
j efetivo ou em potencial;
j DANO AMBIENTAL
\ Conceito
\ 09. atentar que, nos termos da lei, dano ambiental consiste em alteração "adversa" ao meio
■j ambiente. Portanto, essa adversidade ambiental deve ser assinalada na perícia;
) INQUÉRITO CIVIL
':, Solução do MP
j 10. após a coleta da prova formadora de inquérito, concluir pelo arquivamento ou proposição
de ação civil pública;
ARQUIVAMENTO
11. em casos de arquivamento do expediente ou inquérito civil, promover neste sentido,
remetendo o feito à apreciação do Conselho Superior do Ministério Público;
82 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
AÇÕES CAUTELARES EINCIDENTAIS
12. ajuizar tempestivamente medida ou ação cautelar preparatória ou incidental, instruindo-a,
em qualquer caso, com perícias e pareceres, e também solicitando dos órgãos aludidos na
ementa n.° 1 pessoal especializado para funcionar como assistente técnico, tendo em vista
posterior ação de reparação ou indenização, ou ainda de execução de sentença condenatória
por danos perpetrados contra o meio ambiente ou patrimônio;
PETIÇÃO INICIAL - Forma de redação
13. na inicial, descrever os fatos de forma exaustiva, incluindo os textos de leis que tutelam
a pretensão modo de vencer a natural resistência de julgadores ante a nova ordem jurídica;
LEI MUNICIPAL
14. na ação civil pública com base em lei municipal, juntar cópia do diploma (Art. 337 do
Código de Processo Civil);
DANO
Ente público responsável
15. verificar, no caso de dano ao meio ambiente ou patrimônio, se o órgão fiscalizador é o
Municipal, Estadual ou Federal. Atentar para a responsabilidade objetiva do Poder Público
por ação ou omissão que contribuiu para o dano;
COLETÂNEA LEGISLATIVA
16. incluir na sua coletânea legislativa os códigos de posturas dos municípios da Comarca
em que estiver atuando.
Dr. JAIR JOSÉ DE GOUVEA QUINTAS
Corregedor Geral
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 83
REGULAMENTO
j O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional e a Associação do
Ministério Público do Estado do Amapá, objetivando incentivar o aprimoramento cultural
dos membros do Ministério Público de Primeira Instância do Estado do Amapá, institui, pelo
presente, prêmio de passagem aérea a ser concedido ao "Melhor Arrazoado Forense".
} Art. Io - Poderão concorrer ao prêmio "Melhor Arrazoado Forense" osj representantes do Ministério Público de Primeira Instância do Estado do Amapá, com trabalhos
1 que tenham sido efetivamente apresentados em qualquer fase do processo, em Primeira
s. Instância, seja de natureza criminal ou civil, a partir da data de publicação de Edital de
| abertura.
1 Art. T - Os trabalhos deverão ser encaminhados à Diretoria do Centro dej Estudos e Aperfeiçoamento Funcional ou à Presidência da Associação do Ministério Público\ do Estado, no prazo fixado no Edital, em 3 (três) vias, com a menção do processo em que o
I arrazoado foi oferecido e autuado.
\ § Io - Os trabalhos deverão ser encaminhados em reprodução fotocopiada,f desde que legíveis, e com a menção do processo em que o arrazoado foi oferecido e autuado.
j § T - Quando se tratar de processo sujeito a segredo de justiça, os nomes| das partes deverão ser riscados, sem prejuízo da indicação do número do feito e do respectivo
j Juízo.
\ Art. 3o - Os interessados deverão concorrer, pelo menos, com 2 (dois)
] trabalhos.
1 Art. 4° - O julgamento do Concurso "Melhor Arrazoado Forense" do anoj caberá a uma Comissão de 3 (três) Procuradores de Justiça, designados pelo Presidente da\ Associação do Ministério Público e pelos Diretores do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento"; Funcional.
] Parágrafo único - Para avaliação dos trabalhos, será irrelevante tenha sido
! ou não acolhido o ponto de vista neles defendido.
'■i Art. 5o - Aos participantes não classificados para fins de premiação, serão
j outorgados certificados de participação, que poderão, a critério da Corregedoria-Geral do
J Ministério Público, ser analisados para fins de promoção pelo critério de merecimento.
\ Art. 6o - O Edital de abertura das inscrições estabelecerá o prêmio a ser
j concedido ao trabalho acolhido com "Melhor Arrazoado Forense" do ano, bem como o prêmio
a ser concedido ao segundo classificado.
Art. T - Caso os trabalhos apresentados não tenham sido ainda publicados,
o Centro de Estudos e a Associação do Ministério Público se empenharão por sua publicação
na Revista do Ministério Público do Estado do Amapá, com a expressa menção dos prêmios
a eles concedidos.
Art. 8o - Os prêmios serão anunciados e outorgados em sessão solene
promovida pelo Centro de Estudos e pela Associação do Ministério Público, com prévia
comunicação de sua concessão à Procuradoria-Geral de Justiça e à Corregedoría-Geral do
Ministério Público do Estado.
84 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Art. 9o - Anualmente, o Diretor do Centro de Estudos e o Presidente da
Associação farão publicar os Editais de Inscrição, dos quais deverão constar.
a) a data para apresentação dos trabalhos e,
b) os prêmios a serem concedidos.
Parágrafo único - O Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional e a
Associação do Ministério Público providenciarão a maior divulgação possível dos Editais.
Art. 10 - Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria do Centro de
Estudos e pela Presidência da Associação do Ministério Público do Estado.
Macapá/AP, 21 de março de 1995.
MÁRCIO AUGUSTO ALVES
Procurador de Justiça
Diretor do CEAF
JORGE LUIZ CANEZIN
Promotor de Justiça
Presidente da AMPAP
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 55
CORREGEDORIA GERAL
ATO N.° 003/95 - CGMP.
0 DR. JAIR JOSÉ DE GOUVÊA QUINTAS, CORREGEDOR GERAL
DOMINISTÉRIO PÚBLICO DOESTADO DOAMAPÁ, no uso de suas atribuições previstasno Artigo 17, da Lei Federal N.° 8.625, de 12/02/93;
CONSIDERANDO que a Corregedoria Geral do Ministério Público é o
órgão orientador e fiscalizador das atividades funcionais e da conduta dos membros do
Ministério Público;
CONSIDERANDO que a elaboração do Regulamento do Estágio
Probatório é uma atribuição típica do Corregedor Geral do Ministério Público, nos precisos
termos do inciso XI, Art. 61, da Lei Complementar N.° 0009 de 28 de dezembro de 1994;
RESOLVE:
Elaborar e tornar público o REGULAMENTO DO ESTÁGIO
PROBATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ, que passará avigorar com a seguinte redação:
REGULAMENTO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO DO MINISTÉRIOPÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ
Art. Io - O Estágio Probatório dos membros do Ministério Público do
Estado do Amapá, será aferido de acordo com a Legislação em vigor e por este Regulamento.
§1° - A duração no Estágio Probatório é de 02 (dois) anos de efetivo
exercício no cargo, quando ocorrerá a confirmação ou não do membro do Ministério Público
na carreira.
§2° - O período de estágio probatório é iniciado na data em que o membro
do Ministério Público assumir o efetivo exercício de seu cargo.
Art. 2o - A conveniência da permanência ou da não confirmação do
membro do Ministério Público na carreira, verificar-se-á mediante os seguintes requisitos:
1 - idoneidade moral;
II - disciplina;
EI - dedicação ao trabalho;
IV - eficiência no desempenho das funções.
§ Io - Para esse exame o Promotor de Justiça em estágio probatório enviará
mensalmente, até o 10°(décimo) dia do mês subsequente, ao Corregedor Geral do Ministério
Público, cópias de trabalhos jurídicos apresentados, de relatórios e outras peças que possam
influir na avaliação do desempenho funcional;
§ 2° - O Corregedor Geral do Ministério Público, objetivando
complementar o exame a que se refere o parágrafo Io deste artigo, procederá visita de inspeção
trimestral nas Comarcas onde atuam ou tenham atuado Promotores de Justiça, em estágio
86 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
probatório;
§ 3o - O Corregedor Geral do Ministério Público, através de relatório
circunstanciado informará ao Conselho Superior da conveniência ou não do vitaliciamento
dos membros do Ministério Público do Estado na carreira;
§ 4o - Favorável a decisão, a confirmação na carreira será declarada mediante
Portaria do Procurador Geral de Justiça;
§ 5 ° - Desfavorável a decisão, dela terá ciência o interessado, que em 10
(dez) dias poderá apresentar defesa escrita, facultando-se-lhe vista da informação referente
ao estágio elaborado pela Corregedoria Geral do Ministério Público;
§ 6° - Esgotado o prazo, com ou sem defesa, e produzidas as provas
requeridas, o Conselho Superior do Ministério Público, proferirá, pelo voto da maioria absoluta
de seus membros, a decisão;
§ 7o - Notificado da decisão, se desfavorável, o interessado terá o prazo de
05 (cinco) dias para apresentar recurso ao Colégio de Procuradores de Justiça;
§ 8o - Desfavorável a decisão do Colégio de Procuradores de Justiça, o
Procurador Geral de Justiça providenciará o ato de exoneração.
Art. 3o - O Corregedor Geral do Ministério Público organizará um
expediente individual para cada membro do Ministério Público em estágio probatório, no
qual deverão constar o nome do Promotor, classificação no concurso e nota de aprovação em
cada disciplina, número e data do decreto da nomeação, data do Diário Oficial que publicou
o ato, data na assunção no cargo, indicação da Promotoria em que foi lotado, início e término
de cada trimestre do estágio, data do recebimento dos trabalhos mensais, data das Resoluções
que decidirem sobre o prosseguimento no estágio ou confirmarem o Promotor na carreira,
bem como qualquer outro dado, documento ou trabalho relacionado com a atuação judicial
ou extrajudicial do estagiário e que possa interessar à verificação dos requisitos a que se
refere o artigo 2o deste Regulamento.
Art. 4o - Para efeito do artigo anterior, o estagiário remeterá ao Corregedor
Geral do Ministério Público, até 10 (dez) dias após o vencimento de cada mês, cópia de cada
um dos trabalhos produzidos nesse período, relativos a:
a) denúncias e aditamentos;
b) pedidos de arquivamento de inquérito policial e de diligências;
c) alegações finais;
d) petições de interposições de recursos;
e) razões e contra-razões;
f) libelos e aditamentos aos mesmos;
g) pareceres e requerimentos formulados em processos criminais;
h) petições, pareceres e promoções de natureza cível, contenciosos ou
administrativos, de iniciativa ou sujeitos à fiscalização do Ministério Público;
i) pedidos de instauração de processo especial de menores e promoções e
pareceres emitidos nesses feitos;
j) petições e arrazoados em causas de acidente de trabalho, matéria
trabalhista, registro civil, falências e concordatas e executivos fiscais;
1) ofícios dirigidos a autoridades.
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 87
Art. 5o - Enquanto submetido ao estágio probatório, o Promotor de Justiça
não poderá afastar-se do cargo para:
I - exercer cargo de Ministro, Secretário de Estado ou Distrito Federal,
Secretário Municipal de Macapá;
II - exercer cargo eletivo ou a ele concorrer nos termos da Constituição e
Legislação específica;
III - requentar cursos e conclaves de aperfeiçoamento no País ou no exterior;
IV - chefia de Missão Diplomática.
Parágrafo único - O afastamento obrigatório decorrente de licença para
tratamento de saúde, acompanhar o cônjuge, a gestante, paternidade, bem assim de convocação
para o serviço militar, suspendem o curso do estágio probatório, que recomeçará a correr,
pelo tempo faltante, da data em que o estagiário reassumir o efetivo exercício do cargo.
Art. 6o - Durante o período de estágio probatório, o estagiário enviará à
Corregedoria Geral do Ministério Público, ao final de cada mês, uma cópia de seus trabalhos
apresentados em Juízo.
Parágrafo único - Acompanhará, ainda, os documentos referentes neste
artigo, cópia de audiências de instrução e julgamento e das sessões do Tribunal do Júri e um
relatório do atendimento ao público e visita aos presídios ou Delegacias de Polícia.
Art. T - Incumbe, também, ao Promotor de Justiça, a apresentação dos
seguintes relatórios à Corregedoria Geral do Ministério Público:
I - anual, de responsabilidade daquele que estiver em exercício em 31 de
dezembro até Io de março, contendo serviços à cargo da Promotoria de Justiça, ou Curadoria,
no ano anterior, esclarecendo falhas e dificuldades que existam e oferecendo sugestões para
seu aprimoramento;
II - mensal, até todo dia 10 (dez) do mês subseqüente, conforme modelos
oficiais, que serão previamente encaminhados às Promotorias.
Art. 8o - O Gabinete da Corregedoria Geral do Ministério Público, através
do Promotor de Justiça Assessor, comunicará, até o 5o dia útil do mês subsequente, para as
providências cabíveis, quais os estagiários que deixaram de cumprir o disposto neste
Regulamento.
Art. 9o - O Corregedor Geral do Ministério Público, à vista dos trabalhos
apresentados, fará um relatório sobre a atuação funcional de cada estagiário, consignando,
entre outros dados merecedores de especial referência, os seguintes:
a) forma gráfica e qualidade da redação;
b) adequação técnica e sistematização lógica;
c) conteúdo jurídico e poder de convencimento.
§ Io - Deverão ser anotadas, também, as referências procedidas na inspeção
permanente, bem como das visitas de inspeção e correição.
§ 2° - Quando da feitura do relatório, deverá o Corregedor emitir um dos
conceitos seguintes: ótimo, bom, normal, ou insuficiente, devendo, referido conceito, ser
anotado em ficha especial e levado ao conhecimento do interessado sempre que se fizer
necessário, para o aperfeiçoamento do trabalho deste. A comunicação e a orientação serão
obrigatórias quando o conceito for insuficiente, e, deverão ser realizadas, pelo Corregedor,
88 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
em caráter sigiloso.
Art. 10° - O Corregedor Geral, a seu juízo, poderá avocar a elaboração de
parecer sobre trabalhos trimestrais e, sempre que julgar conveniente ou necessário, solicitará
ao Procurador Geral de Justiça que o estagiário seja posto à disposição da Corregedoria
Geral para novo estágio de orientação.
Art. 11 - Os Promotores de Justiça, em estágio probatório, deverão
comparecer a duas reuniões anuais ordinárias coletivas com o Corregedor Geral do Ministério
Público, ou às extraordinárias para o fim a que forem convocados.
Parágrafo único - Essas reuniões serão realizadas em datas a serem
designadas pelo Corregedor Geral do Ministério Público, de preferência na última semana
dos meses de maio e outubro, comunicadas com, pelo menos 05 (cinco) dias de antecedência,
por ofício.
Art. 12 - Ao Promotor de Justiça cabe oficiar, reservadamente, quando
solicitado ou sempre que julgar conveniente, à Corregedoria Geral do Ministério Público,
oferecendo subsídios a respeito da atuação e conduta funcional do Promotor de Justiça, em
estágio probatório, que exerça ou tenha exercido o cargo.
Parágrafo único - Incumbe, ainda, responder, prontamente, a ofício da
Comissão do Concurso de Ingresso ao Ministério Público de todo Território Nacional, referente
a pedido de informações sobre as pessoas dos candidatos.
Art. 13-0 desempenho funcional de cada um estagiário será verificado e
avaliado pelo Corregedor Geral do Ministério Público, devendo, trimestralmente, encaminhar
relatório ao Conselho Superior do Ministério Público .
Art. 14 - O Corregedor Geral do Ministério Público, 03 (três) meses antes
de, decorrido o biênio, remeterá ao Conselho Superior do Ministério Público relatório
circunstanciado sobre a atuação pessoal e funcional dos Promotores de Justiça em estágio
probatório, concluindo, fundamentalmente, pela sua confirmação ou não.
Parágrafo único - O relatório circunstanciado não vinculará a decisão do
Conselho Superior do Ministério Público.
Art. 15 - Antes de decorrido o 4o e o 6o trimestre de estágio probatório, a
Corregedoria Geral procederá a uma correição nas Promotorias de Justiça exercidas por
Promotor estagiário, elaborando circunstanciado relatório do que observar quanto ao serviço
e à atuação extrajudicial do estagiário.
Parágrafo único - O relatório será arquivado no expediente do estagiário,
encaminhando-se uma cópia ao Conselho Superior do Ministério Público.
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 89
DA APRECIAÇÃO DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO
PÚBLICO
Art. 16 - Ao término do 4° trimestre de estágio probatório, o expediente, após
distribuído ao Relator sorteado, será, na sessão que se seguir, submetido à apreciação do
Conselho Superior do Ministério Público, o qual decidirá sobre a permanência ou não do
Promotor no estágio.
§ Io - Na sessão de julgamento, o Relator fará uma exposição pormenorizada
da atuação do estagiário, tendo em vista os requisitos do Art. 2o, e recomendará, se for o
caso, as providências a serem adotadas para corrigir as irregularidades porventura ocorridas
no curso do estágio.
§ 2° - Findo o relatório, o Conselho Superior, após debatê-lo, decidirá, por
votação majoritária, sobre o prosseguimento do estágio probatório do Promotor. A decisão
lavrada pelo relator, será trazida a plenário na sessão seguinte, quando, após lida, será subscrita
pelo relator e membro do Conselho Superior que a tenha presidido.
§ 3o - Com a decisão em duas vias, o expediente retomará à Corregedoria
Geral, que dela dará conhecimento ao interessado, remetendo-lhe a primeira via.
Art. 17 - Ao se completar o 6°(sexto) trimestre de estágio probatório do
Promotor de Justiça, a Corregedoria Geral remeterá novamente o expediente ao Conselho
Superior do Ministério Público, onde será imediatamente concluso ao Relator, o qual,
cumpridas as diligências que haja determinado, submeterá o processo ajulgamento em sessão
que se efetuará em prazo não inferior a 60(sessenta) dias anteriores à data do término do
estágio.
§ Io - Na sessão do julgamento, o Relator fará minucioso relatório da atuação
judicial e extrajudicial do estagiário, face aos requisitos do Art. 2o, e, debatida a matéria em
regime de discussão, proferirá o seu voto, opinando pela confirmação ou não do Promotor na
carreira, o que, a seguir, farão os demais membros do Órgão Ministerial.§ 2° - A decisão será aferida pela maioria dos votos emitidos e, com base
neles lavrará o Relator o respectivo acórdão, o qual, lido na mesma sessão ou na seguinte,
será subscrito por ele e pelo Presidente do Conselho Superior do Ministério Público, ressalvado,
ao que divergir, o direito de fundamentar à parte, seu voto.
§ 3o - Concluindo o Conselho Superior pela confirmação do Promotor,
retornará o expediente à Corregedoria Geral, onde permanecerá até se completar o período
do estágio.
4o - Da decisão será cientificado o Promotor de Justiça mediante remessa
de cópia do acórdão.
§ 5o - Esgotado o prazo de estágio probatório sem que ocorra fato novo
capaz de provocar reexame pelo Conselho Superior, a Corregedoria Geral encaminhará
expediente ao Procurador Geral de Justiça, que, com fundamento na decisão favorável do
Órgão, expedirá portaria confirmando o Promotor na carreira.
§ 6o - Desfavorável a decisão do Conselho Superior quanto à permanência
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
ou confirmação, dela terá ciência o interessado, que em 10 (dez) dias poderá apresentar defesa
escrita, facultando-se-lhe vista do processo referente ao estágio: (artigo 2°, § 3o deste
Regulamento, c/c artigo 71, § 3o da Lei Complementar N.° 009/94.
§ 7° - Esgotado o prazo, de que trata o inciso acima referido, com ou sem
defesa do Promotor de Justiça em estágio probatório, o Conselho Superior, depois de
determinar as diligências que entender necessárias, reexaminará o processo de estágio,
proferindo decisão definitiva pelo voto da maioria absoluta de seus membros (Art. 71, § 4o
da Lei Complementar N.° 0009 de 28/12/94, de com o Art. 2°, § 5o deste Regulamento;
§ 8o - Notificado da decisão, se desfavorável o interessado terá o prazo de
05(cinco) dias para apresentar recurso ao Colégio de Procuradores de Justiça;
§ 9o - O recurso previsto no inciso anterior será apreciado pelo Colégio de
Procuradores, no prazo de 30 (trinta) dias, e, se desfavorável a decisão final, intimado o
Promotor, será o processo, em 05 (cinco) dias encaminhado ao Procurador Geral de Justiça,
para exoneração;
§ 10 - Desfavorável a decisão do Colégio de Procuradores de Justiça, o
Procurador Geral de Justiça providenciará o ato de exoneração.
Art. 18 - Os Procuradores de Justiça que oficiam perante a segunda instância
remeterão, mensalmente, à Corregedoria Geral, em formulário por esta elaborado, as
impressões que, relativamente a cada feito, tiveram quanto a eficiência, zelo e diligência
com que atuou o estagiário no processo, bem como quanto ao valor jurídico dos trabalhos
que nele produziu.
Parágrafo único - Para os fins deste artigo, a Corregedoria Geral manterá
os Procuradores de Justiça informados da nominata dos Promotores de Justiça em estágio
probatório.
Art. 19 - A qualquer tempo, durante o período de estágio probatório, de
ofício ou por solicitação do Colégio de Procuradores, do Conselho Superior do Ministério
Público ou do Corregedor Geral, o Procurador Geral de Justiça poderá determinar a instauração
de processo administrativo, visando a exoneração do estagiário, em razão de fatos que
comprometam seu desempenho funcional ou a dignidade da Instituição.
Art. 20 - O não vitaliciamento do estagiário ocorrerá dentro das normas
contidas no artigo 71,1 à IV, §1° ao §4°, da Lei Complementar N.° 0009 de 28/12/94.
Art. 21 - Toda correspondência referente ao estágio probatório será de
caráter reservado e o expediente respectivo deverá ser mantido em regime confidencial.
Art. 22 - Aos casos omissos à este Regulamento, aplicam-se as disposições
contidas no Regimento Interno do Conselho Superior do Ministério Público e Lei
Complementar N.° 0009 de 28/12/94.
Art. 23 - Este Regulamento entrará em vigor na data de sua publicação.
Macapá/AP, 19 de janeiro de 1995.
Jair José de Gouvêa Quintas
Corregedor Geral
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 91
LEI COMPLEMENTAR N° 0009 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1994
GOVERNO DO ESTADO DO AMAPÁ. Faço
saber que a Assembléia Legislativa do Estado do
Amapá decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Complementar:
LIVRO I
DA AUTONOMIA DA ORGANIZAÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES DO
MINISTÉRIO PÚBLICO
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E DA AUTONOMIA DO MINISTÉRIOPÚBLICO
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. Io - O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democráticoe dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ Io - A organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público sãoestabelecidos por esta Lei Complementar.
§ 2o - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, aindivisibilidade e a independência funcional.
§ 3o - O Ministério Público, sob a chefia do Procurador-Geral de Justiça,
compõe-se de Procuradores de Justiça e Promotores de Justiça, estes escalonados em três
entrâncias.
CAPÍTULO II
DA AUTONOMIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 2o - Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional,
administrativa e financeira, cabendo-lhe, especialmente:
I - praticar atos de gestão;
II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional e administrativa do
pessoal, ativo e inativo, da carreira e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;
92 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
III - elaborar suas folhas de pagamento e expedir os competentes
demonstrativos;
IV - adquirir bens e contratar serviços, efetuando a respectiva contabilização;
V - propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de seus cargos, bem
como a fixação e o reajuste dos respectivos vencimentos;
VI - propor ao Poder Legislativo a criação dos cargos de seus serviços
auxiliares, bem como a fixação e o reajuste dos respectivos vencimentos;
VII - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem
como nos casos de remoção, promoção e demais formas de provimento derivado;
VIII - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Procuradorias
de Justiça;
IX - compor os seus órgãos de Administração;
X - editar atos de aposentadoria, exoneração e outros que importem em
vacância de cargos de carreira e dos serviços auxiliares, bem como os de disponibilidade de
membros do Ministério Público e de seus servidores;
XI - elaborar seus regimentos internos;
§ Io- O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentaria dentro dos
limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentarias, encaminhando-a diretamente ao
Governador do Estado, que a submeterá ao poder Legislativo;
§2°- Os recursos correspondentes às suas dotações orçamentarias próprias
e globais, compreendidos os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues até o
dia 20 de cada mês, sem vinculação a qualquer tipo de despesas.
§ 3o- Os recursos próprios, não originários do Tesouro, serão utilizados em
programas vinculados às finalidades da Instituição, vedada outra destinação.
§4°- A fiscalização contábil, financeira, orçamentaria, operacional e
patrimonial do Ministério Público, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação de dotações e recursos próprios e renúncia de receitas será exercida pelo Poder
Legislativo mediante controle externo e pelo sistema de controle interno da Procuradoria-
Geral de Justiça.
§ 5o - As decisões do Ministério Público, fundadas em sua autonomia
funcional e administrativa, obedecidas as formalidades legais, têm eficácia plena e
executoriedade imediata, ressalvada a competência Constitucional dos Poderes Judiciário e
Legislativo.
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 93
I TITULO II
j DA ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
I CAPÍTULO I
j DA ESTRUTURA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
] SEÇÃO I
DOS ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 3o - O Ministério Público compreende:
I - Órgãos de Administração Superior;II - Órgãos de Administração;Dl - Órgãos de Execução;IV - Órgãos Auxiliares.
SEÇÃO II
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
Art. 4o - São Órgãos da Administração Superior do Ministério Público:I - a Procuradoria-Geral de Justiça;
II - o Colégio de Procuradores de Justiça;
III - o Conselho Superior do Ministério Público;
IV - a Corregedoria-Geral do Ministério Público.
SEÇÃO III
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO
Art 5o - São Órgãos de Administração do Ministério PúblicoI - as Procuradorias de Justiça;
II - as Promotorias de Justiça.
SEÇÃO IV
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
Art. 6o - São Órgãos de Execução do Ministério Público:I - o Procurador-Geral de Justiça;
II - o Conselho Superior do Ministério Público;
III - os Procuradores de Justiça;
IV - os Promotores de Justiça.
94 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
SEÇÃO V
DOS ÓRGÃOS AUXILIÀRES
Art. T - São Órgãos Auxiliares do Ministério Público:
I - o Centro de Apoio Operacional;
II - a Comissão de Concurso;
m - o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;
IV - os Órgãos de Apoio Administrativo;
VI - os Estagiários.
CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
SEÇÃO I
DA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA
Subseção I
das Disposições Gerais
Art. 8o - A Procuradoria-Geral de Justiça, órgão executivo da Administração
Superior do Ministério Público, tem por Chefe o Procurador-Geral de Justiça.
Parágrafo único - Nos impedimentos, afastamentos, férias, licenças e na
vacância, assumirá o cargo de Procurador-Geral de Justiça o membro do Conselho Superior
do Ministério Público mais antigo na segunda instância.
Subseção II
Da Escolha, Nomeação e Posse do Procurador-Geral de Justiça.
Art. 9o - O Procurador-Geral de Justiça será nomeado pelo Chefe do Poder
Executivo, dentre integrantes da carreira, em lista tríplice elaborada na forma desta Lei
Complementar, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo
procedimento.
§ Io - O Conselho Superior do Ministério Público baixará normas
regulamentadoras do processo eleitoral 50 (cinqüenta) dias antes da data prevista para o
término do mandato do Procurador-Geral de Justiça, observadas as seguintes regras:
I - a votação realizar-se-á em dia único, previamente marcado pelo Conselho
Superior do Ministério Público;
II - será proibido o voto por procurador ou portador, facultando-se, porém,
o voto por sobrecarta, via postal aos membros do Ministério Público lotados fora da capital
do Estado, desde que recebido no protocolo do Ministério Público até o encerramento da
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 95
] votação
j III - encerrada a votação, proceder-se-á à apuração e, no mesmo dia, a
; lista tríplice será remetida ao Governador do Estado;
\. IV - são inelegíveis os membros do Ministério Público afastados da carreira,
] salvo se reassumirem suas funções até 180 (cento e oitenta) dias da data prevista para o
I término do mandato do Procurador-Geral de Justiça, bem como os membros que nos 06j (seis) meses anteriores ao pleito tenham sofrido qualquer penalidade administrativa;í V - somente poderão concorrer à eleição os membros do Ministério Público
; que se inscreverem como candidato ao cargo, mediante requerimento dirigido ao Presidente
\ do Conselho Superior do Ministério Público, no prazo de 03 (três) dias úteis, após a convocação
i pelo Conselho Superior.
'; § 2° - Publicadas as normas regulamentadoras referidas no parágrafo
] anterior, o processo eleitoral prosseguirá até seu término, ainda que sobrevenha a vacância
1 do cargo de Procurador-Geral de Justiça.
** § 3o - Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do
1 Procurador-Geral de Justiça nos 15 (quinze) dias que se seguirem ao recebimento da lista
{ tríplice, será investido automaticamente no cargo o membro do Ministério Público mais
j votado, para exercício do mandato.
\ § 4o - No caso de vacância, faltando até 06 (seis) meses para o término do
\ mandato, o substituto o concluirá.
j § 5o - Se a vacância for por período superior a 06 (seis) meses, o Conselho
Superior do Ministério Público, em 05 (cinco) dias contados do evento, convocará novas
eleições, observando-se o prescrito no artigo anterior.
Art. 10 - O Procurador-Geral de Justiça tomará posse e entrará em exercício
em sessão solene do Colégio de Procuradores de Justiça, dentro de 5 (cinco) dias contados de
sua nomeação ou do exaurimento do prazo referido no § 3o do artigo anterior.
Parágrafo único - O Procurador-Geral de Justiça fará declaração pública
de bens no ato da posse e no término do mandato.
Subseção III■t
Da Destituição do Procurador-Geral de Justiça
i Art. 11- A destituição do Procurador-Geral de Justiça, terá cabimento em
] caso de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo.
| Art. 12 - A destituição do Procurador-Geral de Justiça, por iniciativa da
| Assembléia Legislativa, por maioria absoluta de seus membros, será na forma de seu Regimento
I Interno.
) Art 13 - A proposta de destituição do Procurador-Geral de Justiça, por
1 iniciativa da maioria absoluta do Colégio de Procuradores, formulada por escrito, dependerá| da aprovação de dois terços de seus integrantes, mediante voto aberto, assegurada ampla
| defesa.
) § Io - Recebida e protocolada a proposta pelo Secretário do Colégio de
1 Procuradores, este, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, dela cientificará, pessoalmente, o
96 Revista do Ministério Público do Estado do Amapá
Procurador-Geral de Justiça, fazendo-lhe a entrega da 2a via.
§ 2° - No prazo de 05 (cinco) dias, contados da ciência da proposta, o
Procurador-Geral de Justiça poderá oferecer contestação e requerer a produção de provas.
§ 3o - Autuada a contestação pelo Secretário do Colégio, será marcada, no
prazo de 05 (cinco) dias, reunião para instrução e julgamento, facultando-se ao Procurador-
Geral de Justiça, sustentação oral, finda a qual, o Presidente da reunião procederá a coleta
dos votos.
§ 4o - O processo será presidido pelo Procurador de Justiça mais antigo na
segunda instância, servindo de Secretário aquele que exerça as funções perante o Colégio de
procuradores.
§ 5o - A proposta de destituição, se aprovada, será encaminhada, juntamente
com os autos respectivos, à Assembléia Legislativa no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
ou, se rejeitada, será arquivada.
§ 6o - Aprovada a proposta de destituição pelo Colégio de Procuradores, o
Procurador-Geral de Justiça será afastado provisoriamente do cargo, até ultimação do processo.
Art. 14 - Aprovada a destituição, o Colégio de Procuradores de Justiça,
diante da comunicação da Assembléia Legislativa do Estado do Amapá, declarará vago o
cargo de Procurador-Geral de Justiça e cientificará imediatamente o Conselho Superior do
Ministério Público.
SEÇÃO II
DO COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA
Art. 15 - O Colégio de Procuradores de Justiça, órgão opinativo e
deliberativo da administração superior, é integrado por Procuradores de Justiça e presidido
pelo Procurador-Geral de Justiça.
§ Io - O Colégio de Procuradores de Justiça opinará sobre matéria de estrito
interesse institucional.
§ 2o - A eleição para a escolha do Corregedor-Geral do Ministério Público
far-se-á mediante votação secreta, presente a maioria absoluta dos membros do Colégio de
Procuradores.
§ 3o - Aplica-se aos membros do Colégio de Procuradores as hipóteses de
impedimento e suspeição da Lei Processual Civil.
§ 4o - A deliberação tomada em matéria de estrito interesse institucional e
em matéria disciplinar, depende do voto da maioria simples, presente a maioria absoluta dos
membros do Colégio, cabendo o voto de desempate ao Procurador-Geral de Justiça.
§ 5o - As decisões do Colégio de Procuradores de Justiça serão motivadas e
publicadas, por extrato, salvo nas hipóteses legais de sigilo ou por deliberação da maioria de
seus integrantes.
Art. 16 - O Colégio de Procuradores reunir-se-á, ordinariamente, uma vez
pormês e, extraordinariamente, por convocação do Procurador-Geral de Justiça ou por proposta
de um terço de seus membros.
Revista do Ministério Público do Estado do Amapá 97
§ Io - É obrigatório o comparecimento dos Procuradores de Justiça àsreuniões, das quais se lavrarão atas circunstanciadas na forma regimental.
§ 2o - O Secretário do Colégio de Procuradores de Justiça será um Procurador
de Justiça eleito, bienalmente, pelos seus pares, na mesma data da eleição do Corregedor-
Geral do Ministério Público.
§ 3° - Durante as férias, licença, recesso, luto ou gala, é facultado ao membro
titular do Colégio de Procuradores de Justiça nele exercer suas atribuições, mediante prévia
comunicação ao Presidente.
SEÇÃO III
j DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
j Art. 17 - O Conselho Superior do Ministério Público, órgão deliberativo
] incumbido de fiscalizar e superintender a atuação do Ministério Público, bem como de velar
] pelos seus princípios institucionais, é integrado pelo Procurador-Geral de Justiça, seu
; Presidente, pelo Corregedor-Geral do Ministério Público, membros nato, e por 03 (três)
I Procuradores de Justiça, eleitos pela classe.
| § Io - Salvo disposição em contrário desta lei, as deliberações do Conselho
j Superior serão tomadas por maioria simples de votos, presente a maioria absoluta de seusI membros, cabendo ao Presidente também o voto de desempate.
j ~=--b § 2o - As decisões do Conselho Superior serão motivadas e publicadas, por
j extrato, salvo nas hipóteses legais de sigilo ou por deliberação da maioria de seus integrantes,
| aplicando-se as hipóteses de impedimento e suspeição prevista no § 3o do Art. 15.
| Art. 18 - A eleição dos representantes da classe junto ao Conselho Superior,
| será realizada, bienalmente na primeira quinzena de novembro, dela participando todos os
j integrantes da carreira do Ministério Público, observadas as seguintes normas:j I - publicação de aviso no Diário Oficial do Estado, fixando o horário de
j votação, que não poderá ter duração inferior a 04 (quatro) horas;
i II - proibição de voto por portador ou por procurador, facultando-se, porém,
i o voto por sobrecarta, via postal, aos membros do Ministério Público lotados fora da Capital| do Estado, desde de que chegue na Sede da Procuradoria-Geral de Justiça, até o encerramento
{ do período da votação;
J III - apuração pública, logo após o encerramento da votação, realizada pori Promotores de Justiça da mais elevada entrância, escolhidos pelo Procurador-Geral de Justiça
\ e sob sua presidência;
j IV - proclamação imediata dos eleitos e seus suplentes.
j § Io - Os Procuradores de Justiça que se seguirem aos eleitos na votação,\ serão considerados seus suplentes.
; § 2o - Em caso de empate, será considerado eleito o mais antigo na segunda
j instância, persistindo o empate, o mais antigo na carreira e, em caso de igualdade, o mais
; idoso.
\ Art 19 - O mandato dos representantes da classe junto ao Conselho Superior
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será de 02 (dois) anos, observado o mesmo procedimento.
§ Io - É obrigatório o exercício do mandato de membro do Conselho.
§ 2o - A posse dos membros do Conselho dar-se-á em sessão solene do
Colégio de Procuradores de Justiça, até o dia 30 (trinta) de novembro.
Art. 20 - Os suplentes substituem os membros do Conselho Superior em
seus afastamentos por mais de 30 (trinta) dias, sucedendo-os em caso de vaga.
Art. 21 - São inelegíveis para o Conselho Superior:
I - o Procurador de Justiça que se encontre afastado da carreira;
II - o Procurador de Justiça que tenha se afastado do carreira por prazo
superior a 120 (cento e vinte) dias no biênio anterior, salvo por motivo de saúde;
Dl - o Procurador de Justiça que houver exercido em caráter efetivo, as
funções de Procurador-Geral de Justiça ou de Corregedor-Geral do Ministério Público nos
seis meses que antecederem as eleições.
IV - o Procurador de Justiça eleito representante da classe, nas mesmas
condições do item anterior;
Art. 22 - O Conselho Superior reunir-se-á ordinariamente, mensalmente,
em dia previamente estabelecido, e, extraordinariamente, quando convocado por seu presidente
ou por proposta de, pelo menos, 02 (dois) de seus membros. Das reuniões será lavrada ata
circunstanciada, na forma regimental.
§ Io - É obrigatório o comparecimento dos membros do Conselho Superior
às reuniões.
§ 2o - A ausência injustificada a mais de 03 (três) reuniões consecutivas e
10 (dez) alternadas durante o ano, acarretará a exclusão do Procurador de Justiça eleito, do
Conselho Superior, sendo convocado, imediatamente o suplente.
§ 3o - O Conselho Superior do Ministério Público elegerá bienalmente, o
seu secretário, dentre os Promotores de Justiça da Comarca de Macapá, vedada a recondução.
SEÇÃO IV
DA CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 23 - A Corregedoria-Geral do Ministério Público é o órgão orientador
e fiscálizador das atribuições funcionais e da conduta dos membros do Ministério Público.
Art. 24-0 Corregedor-Geral do Ministério Público será eleito para mandato
de 02 (dois) anos, pelo Colégio de Procuradores de Justiça na primeira quinzena do mês
anterior ao do término do mandato do seu antecessor, permitida uma recondução, observado
o mesmo procedimento.
§ Io - Será suplente do Corregedor-Geral o Procurador de Justiça
subseqüentemente mais votado e assim sucessivamente.
§ 2o - O Corregedor-Geral do Ministério Público poderá ser destituído do
cargo pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros do Colégio de Procuradores de Justiça, em
caso de abuso de poder, conduta incompatível ou grave omissão dos deveres do cargo,
observando-se quanto ao procedimento, no que couber o disposto no art. 10 e seguintes, desta
lei.
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Art 25 - Somente poderão concorrer à eleição para o cargo de Corregedor-Geral do Ministério Público, os Procuradores de Justiça em exercício, que se inscreverempara o cargo mediante requerimento dirigido ao Presidente do Colégio de Procuradores.
§ Io - São inelegíveis para o cargo de Corregedor-Geral os Procuradores deJustiça que estiverem afastados da carreira, salvo se reassumirem suas funções no MinistérioPúblico até 180 dias antes da votação prevista para o término do mandato do Corregedor-Geral, bem como os que, nos 06 (seis) meses anteriores ao pleito, tenham sofrido qualquerpenalidade administrativa.
§ 2o - Não podem concorrer ao cargo de Corregedor-Geral os Procuradoresde Justiça que nos 06 (seis) meses que antecederem as eleições, houverem exercido a fonçãode Procurador-Geral de Justiça em caráter efetivo.
Art. 26 - O Corregedor-Geral do Ministério Público será assessorado porPromotores de Justiça da mais elevada entrância, por ele indicados e designados peloProcurador-Geral de Justiça.
§ Io - Recusando-se o Procurador-Geral de Justiça a designar o Promotorque lhe foi indicado, o Corregedor-Geral do Ministério Público poderá submeter a indicaçãoà deliberação do Colégio de Procuradores.
§ 2a - Poderão auxiliar o Corregedor-Geral do Ministério Público, a pedidodeste, em caráter excepcional, na reaüzação de correição, Promotores de Justiça da entrânciamais elevada, devidamente designados pelo Procurador-Geral de Justiça.
capítulo m
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
SEÇÃO I
DAS PROCURADORIAS DE JUSTIÇA
Art 27 - As Procuradorias de Justiça são Órgãos de Administração doMinistério Público, com cargos de Procurador de Justiça e serviços auxiliares necessários aodesempenho das funções que lhes forem cometidas por esta Lei.
§ Io - É obrigatória a presença de Procurador de Justiça nas sessões dejulgamento dos processos da respectiva Procuradoria.
§ T- OsProcuradores de Justiça exercerão inspeção permanente dos serviçosdo Promotores de Justiça nos autos em que oficiem, remetendo seus relatórios à Corregedoria-Geral do Ministério Público.
Art 28 - Os Procuradores de Justiça das Procuradorias de Justiça cíveis,criminais e de contas que oficiemjunto ao mesmo Tribunal, reunir-se-ão para fixar orientaçãojurídica, sem caráter vinculativo, encaminhando-as ao Procurador-Geral de Justiça.
Art. 29 - A divisão interna dos serviços das Procuradorias de Justiça sujeitar-se-á a critérios objetivos definidos pelo Colégio de Procuradores, visando à distribuiçãoeqüitativa dos processos por sorteio, observadas, para esse efeito, as regras de
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proporcionalidade, especialmente a alternância fixada em função da natureza, volume e espécie
dos feitos.
Parágrafo único - A norma deste artigo só não incidirá nas hipóteses em
que os Procuradores de Justiça definam, consensualmente, conforme critérios próprios, a
divisão interna dos serviços.
Art. 30 - À Procuradoria de Justiça compete, dentre outras atribuições:
I - escolher o Procurador de Justiça responsável pelos serviços
administrativos da Procuradoria;
II - remeter ao Procurador-Geral de Justiça a escala de férias de seus
integrantes;
III - solicitar ao Procurador-Geral de Justiça, em caso de licença de
Procurador de Justiça ou afastamento de suas funções junto à Procuradoria de Justiça, que
convoque Promotor de Justiça da mais elevada entrância para substituí-lo.
SEÇÃO II
DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA
Art. 31 - As Promotorias de Justiça são órgãos de administração do
Ministério Público, com um ou mais cargos de Promotor de Justiça e serviços auxüiares
necessários ao desempenho das funções que lhes forem cometidas por esta lei.§ Io - As Promotorias de Justiça poderão ser judiciais ou extrajudiciais,
Especializadas, Criminais, Civis, Cumulativas ou Gerais.
§ 2o - Consideram-se:
I - Promotorias Especializadas, aquelas cujos cargos que as integram têm
suas funções definidas pela espécie de infração penal, pela natureza da relação jurídica de
direito civil ou pela competência de determinado órgão jurisdicional, fixada exclusivamente
em razão da matéria.
II - Promotorias Criminais, aquelas cujos cargos que as integram têm suas
funções definidas para a esfera penal, exclusivamente, sem distinção entre espécies de infraçãopenal ou de órgão jurisdicional com competência fixada exclusivamente em razão da matéria.
m - Promotorias Civis, aquelas cujos cargos que as integram têm suas
funções definidas para a esfera civil, sem distinção quanto a natureza da relação jurídica de
direito civil ou de órgão jurisdicional com competência fixada exclusivamente em razão da
matéria.
IV - Promotorias Cumulativas ou Gerais, aquelas cujos cargos que as
integram têm, simultaneamente, as funções daqueles que compõem as Promotorias Criminais
ou Civis.§ 3o - As atribuições das Promotorias de Justiça e dos cargos dos Promotores
de Justiça que a integram serão fixados mediante Ato do Procurador-Geral de Justiça.
§ 4o - O Procurador-Geral de Justiça poderá, com a concordância do
Promotor de Justiça titular, designar outro Promotor para funcionar num feito determinado,