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Com relação aos serviços de subleito, sub-base, base e imprimação,
conforme consta nas plantas iluminadas, estes não foram executados, somando um
desvio de R$ 197.867,37 (cento e noventa e sete mil, oitocentos e sessenta e sete reais e
trinta e sete centavos), conforme a tabela 08:
Já quanto à pavimentação asfáltica, apurou-se um superfaturamento de R$
215.774,53 (duzentos e quinze mil, setecentos e setenta e quatro reais e cinquenta e três
centavos), consoante a tabela 09:
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Conforme asseverado pelos peritos,
“A responsabilidade técnica pela execução dos serviços foi do Eng. CivilMARCELO COLOMBELLI, anotada mediante a ART nº 20152563204, em17/06/2015. Já a fiscalização dos serviços ficou inicialmente sob a responsabilidade do Eng.Civil EVORI ROBERTO PATZLAFF, Secretário Municipal de Obras, conforme ARTnº 20152722221, de 23/06/2015. Em seguida, a fiscalização passou paraCARLOS JULIANO BUDEL, novo Secretário Municipal de Obras, o qual, emboranão tenha sido encontrada nenhuma ART”, assinou algumas medições deserviços e atestou algumas notas fiscais”
Foram efetuadas e pagas 8 (oito) medições de serviços no âmbito do
Contrato de Financiamento nº 0410.532-08/12 referentes ao Lote 4 da Concorrência
Pública n. 31/2014, conforme tabela 02 do laudo pericial:
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Destas, a nota fiscal correspondente à 3ª medição foi atestada por EVORI
ROBERTO PATZLAFF e por GIRNEI DE AZEVEDO. Por sua vez, as notas fiscais
alusivas às 6ª, 7ª e 8ª medições foram atestadas por CARLOS JULIANO BUDEL e por
AIRES SILVA. Ressalta-se que as notas fiscais referentes à 2ª e 5ª medições não possui
assinatura, no entanto, são datadas de 02/07/2015 e 05/11/2015, quando EVORI
ROBERTO PATZLAFF e por GIRNEI DE AZEVEDO exerciam o cargo de Secretário de
Obras e Diretor de Pavimentação, respectivamente.
Novamente conforme descrito no laudo pericial, tem-se que o projeto de
pavimentação asfáltica previa o emprego de uma camada de sub-base de macadame
seco preenchido com brita graduada com espessura de 30 cm, uma camada de base de
brita graduada com espessura de 20 cm e uma capa de CBUQ (concreto betuminoso
usinado a quente) com 7 cm de espessura total (sendo 2 cm de reperfilamento e 5 cm de
capa, conforme ilustra a figura 06:
Com relação à camada asfáltica, é permitida uma variação máxima de
5%, para mais ou para menos, que no caso concreto significa 0,35 cm, sendo que a
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menor espessura aceitável seria de 6,65 cm. No entanto, os peritos constataram que a
espessura média das amostras foi calculada em 5,3 cm, ou seja, 24% inferior à espessura
prevista no projeto, de 7 cm, conforme se infere da tabela 04:
Com relação aos serviços de demolição, foi constatado pela perícia que:
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Não houve a demolição do pavimento poliédrico existente em ambos os trechos,sendo executada apenas a pintura de ligação e a capa asfáltica em CBUQ. Osserviços de arrancamento de pavimento poliédrico, carga, transporte e descargado entulho, regularização de subleito, sub-base, base e imprimação não foramexecutados, contudo os mesmos foram dados como executados pela fiscalização,conforme se verifica nas plantas iluminadas, sendo indevidamente pagos àempresa executora.
O que é facilmente detectável pela figura 17:
Além do desvio de verba pública, importante ressaltar a constatação dos
peritos de que a não execução correta da obra implica na qualidade e durabilidade do
pavimento, que
fez com que o número de solicitações de eixo padrão que o pavimento suportariafosse reduzido de 100.000 para 50.000 operações, o que significa uma vida útilmuito menor do que a vida útil prevista inicialmente em projeto.Tal fato causará o surgimento precoce de patologias como fissuras, trincas,deterioração, entre outros, aumentando os gastos com a manutenção erecuperação do pavimento bem antes do término da vida útil do projeto do
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pavimento. Assim, podemos considerar que o dano ao erário extrapola em muito ovalor monetário ocorrido em razão do superfaturamento pelo pagamento dequantidades maiores que as efetivamente executadas.
Infere-se, portanto, que durante toda a execução da obra houve
superfaturamento, especialmente com a redução da espessura do asfalto planejada e
executada por MARCELO COLOMBELLI, engenheiro responsável pela obra, com
anuência de INACIO COLOMBELLI. Inclusive conforme afirmado pelo denunciado
INACIO COLOMBELLI em seu interrogatório policial:
QUE atualmente a Itavel possui dois contratos com a prefeitura de Foz deprestação de serviços de pavimentação, galerias, terraplanagem das Av,Andradina e da Av. Sérgio Gasparetto; QUE em relação a execução das obras,confirma que houve redução de material aplicado de forma a aumentar a margemde lucro da empresa, em desacordo com o projeto original licitado da obra; QUE oengenheiro técnico responsável pelas obras é o filho do interrogado, MARCELOCOLOMBELLI; QUE foi MARCELO quem determinou a realização de estudostécnicos de viabilidade a fim de embasar a redução de aplicação de material nasobras da ITAVEL
Ademais, em seu depoimento perante a autoridade policial (autos n.
5006445-81.2016.404.7002, evento 255, DEPOIM_TESTEMUNHA9), MARCELO
COLOMBELLI relatou que:
QUE cientificado de que INÁCIO, em interrogatório, confirmou que na execuçãodas obras das sobreditas avenidas houve decréscimo no quantitativo de materialaplicado de forma a aumentar a margem de lucro da empresa, em desacordo como projeto original, e indagado se confirma isso, respondeu que efetivamente houveaplicação de insumos a menor; QUE explica que em sua óptica o projeto básicoformulado pela PMFI estava superdimensionado, notoriamente fora dos padrõesusuais da construção pesada; QUE considera que se a obra fosse realizadaconforme o contratado, a ITAVEL ainda teria lucro, só que menor; QUE explica quea administração da ITAVEL é verticalizada, sendo que as decisões importantes sãotomadas unicamente por INÁCIO; QUE depois da contratação, INÁCIO o procuroupara informar que decidira reduzir a quantidade de material, de forma a diminuir aespessura da sub-base, base e capa asfáltica; QUE INÁCIO argumentou que aredução não poderia comprometer a qualidade do pavimento, de forma que fossemantida a solidez do pavimento nos 5 (cinco) anos de garantia da obra; QUEINÁCIO teria que reportar isso, pois fatalmente o declarante certamente perceberiaa diferença no acompanhamento da obra; QUE foi o próprio INÁCIO quem definiuos quantitativos da redução em termos de espessura; QUE em razão da decisãotomada unilateralmente por INÁCIO, não teve alternativa a não ser executar a obraconforme as orientações do genitor e proprietário da empresa; QUE efetivamente
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houve redução da espessura das camadas; QUE desconhece a economia geradapela redução; QUE em sua concepção, ainda que reduzidas as camadas, essedecréscimo não afetou a qualidade ou a durabilidade; QUE considera que aITAVEL sempre executou as obras primando pela qualidade e durabilidade; QUEacompanhou o perito na extração de algumas amostras utilizadas na consecuçãodos exames periciais; QUE soube que a perícia concluiu por superfaturamento porserviço prestado a menor. Todavia, não leu o laudo e não sabe de seuspormenores; QUE acompanhou as medições executadas no decorrer da obra;QUE nas medições estavam presentes o corpo técnico da Caixa EconômicaFederal e servidores da Secretaria de Obras; QUE nessas medições era verificadavisualmente a execução e evolução da obra, tanto na terraplenagem, formação dasub-base, base, capa asfáltipa, meio-fio etc; QUE em nenhuma medição houveaferição da espessura das camadas;
Importante consignar que os servidores públicos não fiscalizavam de fato
a obra, assumindo o risco de praticar o crime, já que deveriam, devido as atribuições de
suas funções, constatar o desvio de verba pública na execução deste contrato, mas
optaram, deliberadamente pela ignorância, mesmo sabendo da alta probabilidade da
existência do fato criminoso, tendo em vista a ligação da empresa ITAVEL SERVIÇOS
RODOVIÁRIOS LTDA., especialmente através de INÁCIO COLUMBELLI com a
organização criminosa chefiada por RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
Comprovada, portanto, a materialidade e autoria delitiva, infere-se que os
denunciados EVORI ROBERTO PATZLAFF e GIRNEI DE AZEVEDO, no artigo 312, § 1º,
do Código Penal, por três vezes; CARLOS JULIANO BUDEL e AIRES SILVA no artigo
312, § 1º, do Código Penal, por três vezes; RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, INACIO
COLOMBELLI e MARCELO COLOMBELLI no artigo 312, § 1º, c/c o artigo 29, ambos do
Código Penal por seis vezes.
8.5 JARDIM TIBAGI – ARTIGO 90 DA LEI 8.666/1993
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, CARLOS JULIANO BUDEL e NEY ZANCHETT
No início de 2016, na região de Foz do Iguaçu/PR, RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA, CARLOS JULIANO BUDEL e NEY ZANCHETT, com vontade livre,
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plena consciência, comunhão de esforços e união de desígnios, fraudaram, mediante
ajuste, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si,
vantagem decorrente da adjudicação, referente a Concorrência Pública n. 05/2016, cujo
objeto era a execução de pavimentação poliédrica no Jardim Tibagi, entre outros locais.
Entre meados de 2013 a 2014, a empresa ZANCHETT CONSTRUÇÕES
LTDA-ME, de propriedade de NEY ZANCHETT, executou obra de pavimentação
poliédrica em algumas ruas do Jardim Tibagi, sem qualquer contrato para tal, no valor
aproximado de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). O então Prefeito RENI CLÓVIS
DE SOUZA PEREIRA solicitou várias vezes que GIRNEI DE AZEVEDO e os Secretários
de Obras CRISTIANO FURE DE FRANÇA e EVORI ROBERTO PATZLAFF pagassem a
obra sem qualquer ordem de serviço, o que não se concretizou.
Tais fatos são esclarecidos pelo colaborador GIRNEI DE AZEVEDO, no
termo “Jardim Tibagi”:
QUE no período em que atuou como Diretor de Pavimentação a empresaZANCHETTI possuía um contrato com a prefeitura para pavimentação poliédricacom financiamento por meio de recursos do município em parceria com o dogoverno do estado, por meio do PARANÁ-CIDADES; QUE ao final da execução docontrato o município tentou incluir neste, devido pressão do prefeito RENI, umaditivo de 25% para a execução de pavimentação poliédrica no JARDIM TIBAGI;QUE a empresa ZANCHETTI, a pedido de RENI, iniciou e executou a obra sem aconfirmação do aditivo e sem ordem de serviço; QUE após a obra já pronta oPARANÁ-CIDADES negou o aditivo com a justificativa de esta não fazia parte domesmo objeto inicial do contrato; QUE a obra se iniciou em meados de 2013 edemorou a ser concluída; QUE enquanto o colaborador era Diretor dePavimentação a empresa nada recebeu por parte da prefeitura pela a execução daobra; QUE tal obra trata-se da pavimentação de duas ruas inteiras e três partes deoutras; QUE a obra totaliza um valor de 120 mil reais aproximadamente; QUE oresponsável pela empresa que executou a obra era NEY; QUE por várias vezes oprefeito RENI cobrou do colaborador e do então Secretário de Obras a realizaçãoda obra, mesmo sem qualquer ordem de serviço; QUE a empresa BRASTEKA édo mesmo dono da ZANCHETTI; QUE não sabe se a empresa BRASTEKA prestaserviços para a prefeitura; QUE a empresa BRASTEKA certamente não prestaserviços para a Diretoria de Pavimentação; QUE ficou sabendo por terceiros quetentaram licitar a obra mesmo ela já tendo sido executada
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Inclusive esta obra foi objeto de reportagens da RPC PARANÁ, que
comprovam a sua execução em momento anterior à abertura da licitação e que podem
ser visualizadas através dos seguintes links:
• http://g1.globo.com/pr/parana/videos/v/redacao-movel-chega-a-vila-tibagi/3966660/
• http://g1.globo.com/pr/parana/videos/v/vila-tibagi-sofre-com-enchentes-e-
alagamentos/3981148/
• http://g1.globo.com/pr/parana/videos/v/obra-de-calcamento-da-vila-tibagi-e-
retomada/4015266/
Posteriormente, no dia 28/04/2016, abriu-se a Concorrência Pública n.
05/2016 abrangendo esta obra já realizada. Ressalta-se que o procedimento licitatório foi
suspenso em 28/04/2016 e anulado em 04/07/2016.
Ainda, a Informação Policial n. 0050-16 NIP-DPF-FIG-PR (autos n.
5006445-81.2016.404.7002, evento 256, INF2), constatou que “(…) aproximadamente
800 metros dos cerca de 3200 metros que estão descriminados em Edital
(aproximadamente 25%), que compõe todas essas vias, estariam apenas com chão
batido e necessitariam de tal trabalho de pavimentação poliédrica, a não ser que fossem
refeitos novamente os já executados” e todas as vias do Jardim Tibagi que constam no
edital já possuem calçamento.
O colaborador CARLOS JULIANO BUDEL afirmou no termo
“PAVIMENTAÇÃO POLIÉDRICA - LOTEAMENTE TIBAGI” que:
QUE quando assumiu a Secretaria de Obras, o colaborador tomou conhecimentoda execução da obra de pavimentação poliédrica do Jardim Tibagi sem contrato ependente de pagamento; QUE a obra foi autorizada e realizada na época doSecretário Evori; QUE diante da falta de pagamento e a cobrança do empresárioNEI, representante da construtora ZANCHETI/BRASTECA, o Prefeito Reni Pereiraordenou que o colaborador solucionasse o problema mediante a licitação doserviço já executado; QUE o processo de licitação foi iniciado, com termo de
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referência para várias obras dentre as quais o serviço já executado pelaconstrutora, no loteamento Tibagi, mas não sabe se foi concluído em razão de tersido preso; QUE as empresas concorrentes da licitação seriam avisadas de que oserviço já estava executado e que o valor deveria ser repassado a empresaZANCHETI/BRASTECA.
Assim agindo, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
CARLOS JULIANO BUDEL e NEY ZANCHETT incidiram no artigo 90, cumulado com o
artigo 99, § 1º, ambos da Lei n. 8.666/1993.
8.6 REUNIÃO NO FOZTRANS: ARTIGO 317 DO CÓDIGO PENAL
Denunciado: CARLOS JULIANO BUDEL
No dia 27/02/2016, na sede da FOZTRANS, em Foz do Iguaçu/PR,
CARLOS JULIANO BUDEL e RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, com vontade livre,
plena consciência, comunhão de esforços e união de desígnios, solicitaram para si e para
outrem, diretamente, em razão das funções exercidas, vantagem indevida dos
empreiteiros que possuíam contratos com a Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR, agindo em
prol da organização criminosa.
Conforme relatado, a reunião ocorreu na sede da FOZTRANS (autarquia
de trânsito do município) no dia 27/02/16, sábado, por volta das 10:00 horas da manhã,
com os principais empreiteiros da região, tais como NILTON JOÃO BECKERS (SR
TERRAPLANAGEM e outras), VERMELHO (CONSTRUTORA MARIA COGUETTO) e
INÁCIO COLOMBELLI (ITAVEL), o que confirma a relação obscura e promíscua entre as
autoridades públicas de Foz do Iguaçu/PR e empresários.
No dia anterior, CARLOS JULIANO BUDEL havia convidado NILTON
JOÃO BECKERS para a reunião e confirma a presença das autoridades mencionadas. Ao
ser questionado por este se deveria levar seu sócio VILSON, CARLOS JULIANO BUDEL
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afirma que a reunião “É SÓ AS CABEÇAS”, revelando que seriam só “os cabeças” do
esquema que deveriam estar presentes. Pelas pessoas, dias e horários escolhidos,
revela-se uma nítida intenção dos gestores públicos de manter a reunião que contou com
a presença do Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA sob o máximo sigilo possível.
80579570.WAVData da Chamada: 26/02/2016 - Hora da Chamada: 15:35:00NILTON - Alô... Alô?BUDEL - Oi NILTON... Bom dia... Boa tarde…NILTON - Oi BUDEL... Boa tarde…BUDEL - Tudo bem amigo... NILTÃO é o seguinte... Amanhã temos marcadoum café com o PREFEITO... Você... você... o VERMELHO... o INÁCIO... oPREFEITO e nós…NILTON - Que horas?BUDEL - As 10 horas aqui no FOZTRANS…NILTON - Pode ser…BUDEL - As 10 horas tá OK? Vem tomar um... Nós vamos... Vou fazer um caféaqui tá…NILTON - Saiu as negativas ou ainda não…BUDEL - Não ainda... Tava no... no... no forno…NILTON - É... eu falei com o CAL ontem... Ele falou que ele acha que saiamanhã... Saia hoje…BUDEL - Tá no forno... Tava previsto pra hoje... vamos ver... tá?NILTON - Então tá... 10 horas então?BUDEL - 10 horas tá... vou confirmar…NILTON – Fechou!BUDEL - Aqui no FOZTRANS tá?NILTON - Hein... Levo o VILSON junto ou não precisa?BUDEL – Quem?NILTON – (inintelegível)BUDEL - Desculpa.... Não entendi?NILTON - Levar O MEU SÓCIO JUNTO? O VILSÃO? Ou não precisa?BUDEL - Não não... É SÓ AS CABEÇAS!... (inintelegível)... tá... Não que elenão seja... porque é o seguinte…NILTON - Beleza... Tá bom... Tá bom... Fechou... 10 horas…BUDEL – Beleza…NILTON - Valeu... um abraço...
Uma equipe da polícia federal conseguiu acompanhar as movimentações
em referida reunião (INFORMAÇÃO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA Nº 0017-16 NIP-DPF-FIG-
PR), conforme se percebe do registro e análise das imagens captadas. Diante dos fatos
registrados, a autoridade policial apresentou a seguinte conclusão:
O presente áudio, conjugado com todos os elementos obtidos até o momento,
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permite aferir que existe uma altíssima probabilidade das autoridades municipais,em especial o prefeito RENI PEREIRA, auxiliarem e receberem vantagens docartel de empreiteiras.
Ressaltamos ainda a proximidade das eleições municipais para prefeito, podendoser um dos objetivos da reunião a cobrança da contrapartida financeira para acampanha eleitoral do prefeito RENI para reeleição.
Em tese, tais empresas são responsáveis por financiar a atuação política doprefeito RENI PEREIRA em troca de contratos de obras públicas, sendo este,infelizmente, um “modus operandi” clássico em se tratando de relacionamentoentre políticos e empreiteiras.
Assim, dentre outros já aventados pela investigação, pode ser esta a motivaçãopara a atuação do executivo municipal em prol do cartel e da gestão do prefeitopriorizar as obras em detrimentos dos serviços públicos.
Os elementos de prova da solicitação de vantagem indevida colhidos pela
autoridade policial estão corroborados pelas declarações prestadas por NILTON JOÃO
BECKERS, no seu termo “Reunião no FOZTRANS”:
QUE salvo engano entre o mês de fevereiro e março esse ano, recebeu ligação deBUDEL que marcou uma reunião com o colaborador, INACIO COLOMBELLI(ITAVEL), NELSI “VERMELHO” (COGUETTO MARIA), para um sábado demanhã. QUE BUDEL disse que a reunião teria sido marcada a pedido de RENIPEREIRA; QUE compareceram na reunião RENI PEREIRA, BUDEL, e osempreiteiros; QUE RENI cobrou atrasos nas obras que eram devidos à falta dereprogramação as obras pela prefeitura perante a Caixa Econômica Federal,atrasos nos pagamentos e às chuvas do período; QUE além do andamento dasobras, RENI PEREIRA cobrou das empreiteiras pagamentos de propinas emrazão das empresas estarem realizando obras na cidade, dizendo que todossabiam o que era a cobrança; QUE todos os empreiteiros afirmaram a RENIPEREIRA que não poderia atender à solicitação.
Corroborando os fatos narrados, CARLOS JULIANO BUDEL assume a
autoria delitiva em seu termo de colaboração “PAC1 e PAC2”:
QUE o colaborador, a pedido do Prefeito Reni, no início de 2016, convocou umareunião para falar sobre o atraso nas obras, na sede da FozTrans, marcado numsábado às 10h da manhã; QUE participou da reunião o colaborador, o prefeitoReni, Nilton Beckers (SR), Inácio Colombeli (ITAVEL) e Vermelho e Tiago(Vermelho/Via Veneto); QUE o vereador Queiroga não participou da reunião; QUEfoi cobrado pelo Prefeito Reni o repasse de propina; QUE o valor combinado erade 10% do valor total da obra, que tal numerário destinava-se a pessoas doMinistério das Cidades; QUE o Prefeito Reni advertiu os presentes de que, caso
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não houvesse repasse, haveria fiscalização da CGU; QUE nesta reunião, foiinformado pelo Prefeito Reni que apenas a empresa SR estava em dia com opagamento da propina; QUE Vermelho e ITAVEL informaram que já trabalhavamno preço mínimo, razão pela qual se recusaram a repassar qualquer valor a títulode propina; QUE o colaborador afirma que Reni Pereira não sugeriu baixar aqualidade das obras para que fosse viável o pagamento da propina; QUE asolução proposta seria a supressão de serviço, mediante a não remoção dopoliedro existente, mas somente o recape sobre o poliedro; QUE esse recape nãochegou a se concretizar devido à falta de condições técnicas;
Ainda, CARLOS JULIANO BUDEL reafirmou tais fatos em juízo, quando
do seu interrogatório na Ação Penal n. 5005325-03.2016.404.7002 (evento
6590_AUDIO1, aos 51:00).
Assim, a materialidade e autoria delitiva estão amplamente demonstradas
pela interceptação telefônica, relatório fotográfico elaborado pela polícia federal que
identificou os participantes da reunião, além das colaborações firmadas com NILTON
JOÃO BECKERS e CARLOS JULIANO BUDEL.
Importante consignar que RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA já foi
denunciado por este fato na denúncia oferecida perante do Tribunal Regional Federal da
4a Região.
Assim agindo, o denunciado CARLOS JULIANO BUDEL incorreu nas
disposições do artigo 317, caput, do Código Penal.
8.7 PECULATO DESVIO – ARTIGO 1º, INCISO I, DECRETO-LEI N. 201/1967
Denunciado: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA
No período aproximado de 29/01/2015 até abril de 2016 (momento da
deflagração da operação), RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, GIRNEI AZEVEDO, EVORI ROBERTO PATZLAF,
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CARLOS JULIANO BUDEL, AIRES SILVA, EDSON QUEIROZ DUTRA, MICAEL
SENSATO e ANA PAULA MARTINS SANTOS, com vontade livre, plena consciência,
comunhão de esforços e união de desígnios, desviaram em proveito próprio e alheiro
rendas públicas.
Durante toda a execução do Contrato n. 02/2015 - Concorrência n.
27/2014, além de suas prorrogações, foram realizados desvios de verba pública, como
será visto a seguir.
O pagamento referente a execução do contrato era realizado
mensalmente, proporcional ao serviço realizado, que era determinado pela “Folha de
Medição”. Em todos os meses este valor era superfaturado, sendo pago a mais para a
empresa, em valores variáveis. Este montante excedente era repassado para os agentes
políticos, especialmente através do Diretor de Pavimentação e do Secretário de Obras,
sendo que a maior parte era destinada ao Prefeito RENI PEREIRA e a determinados
vereadores, para o pagamento do “mensalinho”, para que estes votassem projetos de
interesse do Prefeito e em prol da organização criminosa.
Cumpre consignar que esta sistemática criminosa era a mesma praticada
no contrato do “Tapa-Buracos” acima descrita, pois estes desvios da verba pública era um
dos importantes meios de captação de dinheiro para financiar a organização criminosa.
Neste sentido são as declarações do colaborador NILTON JOÃO
BECKERS5:
QUE as medições do serviço eram fechadas por Micael e Evori, e repassadaspara Edson Queiroz, que fazia a nota e, ao receber o pagamento da prefeitura,fazia transferência para a Engemidas de Micael. (...) QUE a sistemática funcionavasempre igual, as medições eram irregulares para demandar valores maiores eassim oferecer a margem necessária para a propina;
5 Termo de Reinquirição de Nilton João Beckers – Prefeitura de Foz do Iguaçu – Contrato nº 002/2015 – Manutenção,Drenagem e Limpeza de Boca de Lobos.
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Para melhor contextualização dos fatos, o quadro a seguir demonstra a
sucessão nos cargos de Secretário de Obras e Diretor de Pavimentação e quem era o
responsável pelo pagamento da propina pela empresa EMPREENDIMENTOS QUEIROZ
ME LTDA.:
Secretário de Obras Evori Roberto Patzlaff Carlos Juliano Budel
Período 04/11/14 a 20/11/15 23/11/15 a 03/05/16
Diretor de Pavimentação Girnei de Azevedo Aires Silva
Período 15/05/14 a 09/11/15 10/11/15 a 03/05/16
MICAEL SENSATO NILTON JOÃO BECKERS EVORI ROBERTO PATZLAF e
ANA PAULA MARTINS SANTOSfevereiro a
julho/2015
agosto a novembro/2015 dezembro/2015 a abril/2016
Assim, de fevereiro a julho de 2015, na região de Foz do Iguaçu, por seis
vezes, EVORI ROBERTO PATZLAF realizou as medições a maior, por ordem de RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e com anuência de GIRNEI AZEVEDO, MICAEL
SENSATO e EDSON QUEIROZ DUTRA. O valor pago a maior foi pago à empresa
EMPREENDIMENTOS QUEIROZ ME LTDA. e posteriormente desviado em proveito
pessoal dos funcionários públicos GIRNEI AZEVEDO, EVORI ROBERTO PATZLAF e
RENI PEREIRA, bem como dos vereadores, em prol da organização criminosa.
No período de agosto a novembro de 2015, na região de Foz do Iguaçu,
por quatro vezes, EVORI ROBERTO PATZLAF realizou as medições a maior, por ordem
de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e com anuência de GIRNEI AZEVEDO, NILTON
JOÃO BECKERS e EDSON QUEIROZ DUTRA. O valor pago a maior foi pago à empresa
EMPREENDIMENTOS QUEIROZ ME LTDA. e posteriormente desviado em proveito
pessoal dos funcionários públicos GIRNEI AZEVEDO, EVORI ROBERTO PATZLAF e
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br211
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RENI PEREIRA, bem como dos vereadores, em prol da organização criminosa.
Nos meses de dezembro a abril de 2015, na região de Foz do Iguaçu/PR,
por cinco vezes, AIRES SILVA e EVORI ROBERTO PATZLAF realizaram medições a
maior, por ordem de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e com anuência e adesão à
conduta criminosa de CARLOS JULIANO BUDEL, ANA PAULA MARTINS SANTOS e
EDSON QUEIROZ DUTRA. O valor pago a maior foi pago à empresa
EMPREENDIMENTOS QUEIROZ ME LTDA. e posteriormente desviado em proveito
pessoal dos funcionários públicos AIRES SILVA, CARLOS JULIANO BUDEL e RENI
PEREIRA, bem como dos vereadores, em prol da organização criminosa.
Neste período, destaca-se a obra da Avenida República Argentina, sobre
o rio M'Boicy, nos meses de dezembro/2015 a janeiro/2016, a qual foi superfaturada em
aproximadamente R$ 40.000,00. Este valor foi repassado aos agentes políticos em duas
parcelas de R$ 25.000,00 e de R$ 15.000,00, pagas por ANA PAULA MARTINS SANTOS
à AIRES SILVA, que entregou a CARLOS JULIANO BUDEL conforme destacado por este
em sua colaboração premiada:
QUE nos meses de dezembro de 2015 e de janeiro de 2016 houve uma obra naAvenida República Argentina, sobre o rio Boicy, realizada em função da ruptura datubulação de água pluvial por conta do peso excessivo de um caminhão queestacionou no local, o qual provocou erosão, fazendo parte do pavimento ceder;QUE para regularizar a pista foi utilizado o contrato da empresaEMPREENDIMENTOS QUEIROZ LTDA., que é responsável pela manutenção debocas de lobos, bueiros e meio-fios. QUE no entanto, quem efetivamente realizoua obra foi a ATIVA OBRAS E SERVIÇOS LTDA.; QUE a pedido de CARLOSJULIANO BUDEL, e com o conhecimento do prefeito RENI PEREIRA, a mediçãoda obra foi realizada a maior, ou seja, foi cobrado da prefeitura, pela empresa,valores relativos parte não executada da obra; QUE pela experiência docolaborador em relação a medições de obras, o valor correto da obra ficaria emtorno de R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), porém a empresa emitiu nota quetotalizou o valor aproximado de R$160.000,00 (cento e sessenta mil reais), deacordo com as medições irregulares realizadas. QUE assim, a empresa, por meiode ANA PAULA MARTINS SANTOS, esposa de EVORI, repassou ao colaboradoro valor de R$25.000,00 (vinte e cinco mil) em um dia, e no dia seguinte maisR$15.000,00 (quinze mil reais), totalizando R$40.000,00 (quarenta mil reais),dentro de envelopes, em encontros em via pública. QUE o dinheiro recebido pelocolaborador foi entregue em sua totalidade à BUDEL.
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Ainda durante este evento, foi solicitado por EVORI ROBERTO PATZLAF
que EDSON QUEIROZ DUTRA, sócio formal da EMPREENDIMENTOS QUEIROZ ME
LTDA. realizasse em nome desta o pagamento de um guindaste/munk no valor de R$
18.793,00. Tal pagamento foi realizado através de dois cheques (n. 851019 e 851017), no
valor de R$ 6.793,00 e R$ 12.000,00, nominais a EVORI ROBERTO PATZLAF e a ANA
PAULA MARTINS SANTOS à AIRES SILVA, respectivamente6. Importante consignar que
tal valor seria compensado com superfaturamento em medição posterior.
Em suas declarações (termo – Denúncia – Item 2.4.5. - Fato 5), o
colaborador CARLOS JULIANO BUDEL afirmou que:
O colaborador ESCLARECE QUE confirma a ocorrência do fato descrito no item2.4.5, esclarecendo que havia uma obra realizada em um buraco na AvenidaRepública Argentina, causada pela erosão da base da galeria fluvial; QUE existia ocontrato com a QUEIROZ EMPREENDIMENTOS para manutenção da rede degaleria de águas pluviais; QUE houve uma medição a maior, com osuperfaturamento no valor de 40 mil, que foi feito nos mesmos moldes dorealizado no tapa-buraco; QUE foi um local onde se poderia acrescentar um valor,dado ao volume da obra; QUE recebeu duas parcelas de 15 mil e 25 mil reais;QUE foi ANA PAULA MARTINS SANTOS quem entregou a AIRES SILVA; quesabe que ANA PAULA representava e administrava a empresa QUEIROZ; QUENILTON BECKERS seria o dono da empresa; QUE o equipamento utilizado pelaempresa QUEIROZ eram da empresa SR; QUE o colaborador não tinha contatodireto com ANA PAULA, que esse contato era realizado com AIRES; QUE toda aação para atualizar o repasse aos Vereadores; QUE o Prefeito RENI PEREIRAtinha ciência do recebimento dos valore; QUE o colaborador costumava comunicaro Prefeito RENI PEREIRA sobre o recebimento de valores; QUE o colaboradoraduz que “não iria usar dinheiro dos outros”, dado que no início o Prefeito RENInão depositava toda a confiança no colaborador; QUE tais fatos desta obraocorreram entre primeiro de Dezembro até fim de janeiro de 2016.
Infere-se, portanto, que a materialidade e a autoria delitiva são auferidas
pelas “Folhas de Medição” e pelas declarações dos colaboradores, que demonstram que
os desvios da verba pública foram praticados sempre com a ciência, anuência e por
ordem de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA para compor o caixa da organização
criminosa e financiar suas atividades ilícitas.
6 Conforme documentos em anexo.
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Desta forma, RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA incidiu no delito
descrito no artigo 1º, inciso I, do Decreto-Lei n. 201/67, por 15 (quinze) vezes.
9. FUNDAÇÃO CULTURAL DE FOZ DO IGUAÇU – FARTAL/2014:
ARTIGOS 312, IN FINE, 317 e 333, TODOS DO CÓDIGO PENAL
Denunciados: ADAILTON AVELINO (“CANTOR”), SANDRO MAZALI, RODRIGO BECKER e
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA
FATO 1
Em data incerta, mas próximo a junho de 2014, na região de Foz do
Iguaçu/PR, SANDRO MAZALI e ADAILTON AVELINO (CANTOR), com vontade livre,
plena consciência, comunhão de esforços e união de desígnios, desviaram dinheiro
público em proveito alheio.
A SANEPAR repassou para a Fundação Cultural de Foz do Iguaçu a
quantia de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) para promover as festividades
relacionadas à FARTAL/2014. Conforme previamente acordado entre ADAILTON
AVELINO (CANTOR), Presidente da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu/PR, e SANDRO
MAZALI (Assessor do Presidente da SANEPAR e responsável pelos patrocínios),
determinada empresa foi contratada para prestação de serviços relacionadas com os
shows e estruturas recebendo para tanto R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais)
e repassaria ilegalmente R$ 100.000,00 (cem mil reais) para SANDRO MAZALI.
FATO 2
No entanto, SANDRO MAZALI não recebeu a quantia anteriormente
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combinada e, com vontade livre e plena consciência da ilicitude de seus atos, solicitou
para si, diretamente, em razão da função exercida (Assessor do Presidente da
SANEPAR) tal valor de RODRIGO BECKER, que neste período exercia suas funções na
SANEPAR, e de ADAILTON AVELINO (CANTOR), e estes, com vontade livre, plena
consciência, comunhão de esforços e união de desígnios, com auxílio de
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, ofereceram e pagaram a
vantagem indevida em razão da função e influência do primeiro para liberação de verbas
Assim, foram repassados a SANDRO MAZALI dois veículos por
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, que sabia de toda a
empreitada criminosa e aderiu a ela, um Sonata de propriedade de RODRIGO BECKER,
mas em nome de CRISTIANO FURE DE FRANÇA (no valor de R$ 70.000,00), mais um
C4 Pallas ou Audi de propriedade de ADAILTON AVELINO (CANTOR) (no valor de R$
30.000,00).
Neste sentido, são as declarações de RODRIGO BECKER, no termo
“Fartal 2014 / Carnaval 2015”:
o colaborador repassou um veículo SONATA de sua propriedade, de valor decerca de 70 mil, para SANDRO MAZALI; QUE o valor do veículo era inferior àdívida com as empresas; QUE acredita que houve o repasse de outro veículo;QUE repassou o veículo SONATA em acordo com MELQUIZEDEQUE;
Destaca-se que SANDRO MAZALI realizou a transferência do veículo
para o seu nome, conforme histórico do veículo I/HYUNDAI SONATA GLS, placas FAD-
9101 (em anexo):
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Com relação a aquisição de tal veículo, em seu interrogatório policial,
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SANDRO MAZALI (evento 67, DEPOIM_TESTEMUNHA8, dos autos 5006445-
81.2016.404.7002) limita-se a dizer:
QUE confirma ser proprietário do veículo SONATA, cor prata, 2011/2012; QUEafirma que adquiriu o veículo SONATA de um funcionário da SANEPAR lotado emFoz do Iguaçu, cujo nome não se recorda; QUE acredita que adquiriu o veículo em2013 ou 2014; QUE não se recorda o modo de pagamento para aquisição dereferido veículo SONATA
Importante consignar que este montante seria “reembolsado” para ambos
através de superfaturamento em eventos posteriores promovidos pela FUNDAÇÃO
CULTURAL.
Sobre tais fato são as declarações do colaborador MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, no termo “FARTAL – SANEPAR”:
“QUE o colaborador informa que houve um patrocínio da SANEPAR para oCarnaval ou Fartal/2014 no valor de R$ 250.000,00 que foi depositado na conta daFundação Cultural, cujo diretor superintendente era o Sr. Adailton Avelino (Cantor);QUE Sandro Mazali solicitou o retorno do valor de R$ 100.000,00 indicando aempresa de Paulo Roberto Produções para a contratação de shows e estruturas,tendo Paulo recebido os R$ 250.000,00; QUE em meados de fevereiro/2015, ocorréu Rodrigo Becker e Adailton Avelino (Cantor) relataram ao colaborador quePaulo Roberto recebeu os valores de R$ 250.000,00, porém não repassou o valorde R$ 100.000,00 para a pessoa de Sandro (assessor do presidente da Sanepar);QUE o colaborador, a pedido do corréu Rodrigo Becker, teve que solucionar aquestão, e então enviou dois veículos a Sandro para pagamento do valor de 100mil reais; QUE os veículos eram um Sonata de propriedade de Rodrigo Becker (novalor de R$ 70.000,00), mais um C4 Palias ou Audi de propriedade de Cantor (novalor de R$ 30.000,00); QUE ficou acordado que Rodrigo e Cantor iriam resgataresses valores através de eventos posteriores promovidos pela Fundação Culturalpatrocinados ou não pela SANEPAR”
Cumpre destacar que o Conselho Municipal de Políticas Culturais de Foz
do Iguaçu – CMPC concluiu que “Os documentos apresentados pela Fundação Cultural
são insuficientes para atestar a regularidade da prestação de contas abrangendo os
recursos financeiros da Fartal 2014.”7
7Resolução n. 005/2015 – CMPC de 12/06/2015, publicado no Diário Oficial de Foz do Iguaçu/PR, n. 19/06/2015, anoXVIII, p. 90-98, em anexo.
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Neste documento constam as seguintes receitas e despesas:
Desta forma, comprovada a materialidade indireta e autoria delitiva,
imputa-se aos denunciados SANDRO MAZALI o delito descrito no artigo 312, in fine, do
Código Penal (Fato 1) e no artigo 317 do Código Penal (Fato 2); ADAILTON AVELINO
(CANTOR) o crime descrito no artigo 312, in fine, do Código Penal (fato 1) e artigo 333 do
Código Penal (Fato 2); RODRIGO BECKER a conduta criminosa prevista no artigo 333 do
Código Penal (Fato 2); e a MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA o
delito descrito no artigo 333, c/c o artigo 29, ambos do Código Penal (Fato 2).
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10. OUTROS CRIMES RELACIONADOS A ORCRIM – OUTROS
AGENTES – E DOS CRIMES RELACIONADOS A LICITAÇÕES
Além dos vereadores, a Organização Criminosa também contava com a
participação de outros agentes públicos, que também se utilizavam do recebimento de
vantagens indevidas no auxílio das práticas criminosas chefiadas pelo Prefeito à época
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA.
Frise-se que, conforme já explanado, a ORCRIM chefiada por RENI
CLOVIS DE SOUZA PEREIRA, infiltrada na Administração Pública Municipal, possuía
ramificações em diversas secretarias, por meio de nomeações de integrantes do grupo
criminoso em cargos de comando, cujo objetivo era a manipulação das principais ações
de gestão com a finalidade de desviar recursos públicos, obter vantagens indevidas por
meio de contratos firmados ilicitamente entre a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu/PR
e empresários que aderiam a prática errante. Assim sendo, tem-se a prática de crimes de
dispensas ilícitas de licitações, fraudes nos certames e corrupções ativa e passiva.
10.1 LUIZ CARLOS ALVES, O “CAL” – ARTIGOS 317 E 333, AMBOS DO CÓDIGO
PENAL
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, LUIZ CARLOS ALVES, MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA e RODRIGO BECKER
Aproximadamente de meados/2014 a setembro/2015, na região de Foz
do Iguaçu/PR, RODRIGO BECKER e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA, com ciência, anuência e por ordem de RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, com vontade livre, plena consciência, comunhão de esforços, união de
desígnios, um aderindo a conduta delitiva dos demais corréus, ofereceram e pagaram
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vantagem indevida a LUIZ CARLOS ALVES (CAL), em razão da função exercida por este
para que este praticasse atos de ofício, com infração de dever funcional, visando o
favorecimento da organização criminosa e LUIZ CARLOS ALVES (CAL), com vontade
livre, plena consciência, solicitou diretamente vantagem indevida consistente no
pagamento mensal de propina, em razão da sua função.
Conforme visto, parte do esquema criminoso envolvia a liberação e o
pagamento pela Prefeitura Municipal das notas apresentadas pelas empresas, percebe-
se, inclusive, o atraso proposital no pagamento de notas daquelas empresas que não
estavam envolvidas com as atividades ilícitas, privilegiando as empresas que financiavam
a organização criminosa.
Neste ponto, deve ser dado especial destaque para a participação do
denunciado LUIZ CARLOS ALVES, conhecido como “CAL”, que é a pessoa detentora de
poderes para movimentação das contas bancárias da Prefeitura e integrante da
organização criminosa, no sentido de “agilizar” pagamentos para empresários que estaria
no esquema criminoso, para acelerar o retorno da corrupção ou do dinheiro desvio, em
troca do que também era beneficiário de vantagens indevidas, recebendo o valor mensal
de R$ 2.000,00 (dois mil reais) pagos por RODRIGO BECKER (ao menos dois
pagamentos em meados de 2014) e, após a gerência de MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA no caixa da organização criminal (outubro de 2014), este
valor passou para R$ 7.000,00 (sete mil reais). Importante destacar que nos meses de
outubro e novembro de 2014, RODRIGO BECKER participou da empreitada criminosa,
inclusive participando da negociação de aumento da propina.
Sobre o tema, são as declarações de RODRIGO BECKER em seu termo
“PAGAMENTOS LUIZ CARLOS ALVES - “CAL”:
QUE fez dois pagamentos a LUIZ CARLOS ALVES (“CAL”) a pedido dele, sob aalegação que tinha ocorrido um vendaval e que precisava pagar umas contas pelo
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destelhamento da sua casa; QUE na oportunidade, o colaborador deu chequesque havia recebido dos alunos da UNIFOZ; QUE posteriormente, o colaborador eMELQUIZEDEQUE, Secretário de TI, chamaram LUIZ CARLOS ALVES na sala deMELQUIZEDEQUE, onde acertaram um repasse mensal a LUIZ CARLOS ALVES;QUE seria uma complementação salarial, uma vez que LUIZ CARLOS ALVES iriaassumir uma função em que ganharia menos ou que fosse menos vantajosafinanceiramente, não se recordando ao certo; QUE não se lembra com precisão sefoi acordado cinco ou sete mil mensais; QUE nos pagamentos que o colaboradorpassou para LUIZ CARLOS ALVES não havia retribuição, era uma doação sua.
E ainda de MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA
no termo “OPERAÇÃO CÂMARA DE VEREADORES – MENSALINHO - PARTE I”:
QUE o colaborador iniciou as tratativas e começou a se interar acerca dos trâmitesreferentes aos pagamentos dos contratos da prefeitura, até porque precisava deagilidade nesses processos; (...) QUE então conversou com o RENI poisnecessitaria do controle da RMS; QUE a partir de então passou a ter o controle dasenha do prefeito RENI, que era a última autorização para que posteriormentefosse feito o empenho, liquidação e pagamento; QUE como o colaborador logavacom o usuário “RENI” e respectiva senha, passou a ter o controle das RMS’s detodas as secretarias; QUE o RENI elencou ao colaborador quais eram asempresas parceiras para sempre quando houvesse as RMS’s das respectivasempresas, as mesmas pudessem ser liberadas de forma rápida; QUE daí sedeparou com outro problema, pois após a liberação da RMS, havia um trâmitedentro da secretaria da fazenda, no qual o colaborador não tinha nenhumingerência, tendo então procurado a pessoa de LUIZ CARLOS ALVES, o CAL;QUE daí o colaborador solicitou a “CAL” que estipulasse um valor mensal paraque agilizasse todo o trâmite dentro da secretaria da fazenda; QUE daí foiestipulado o valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais), tendo sido anuído por RENI;QUE anteriormente com o RODRIGO, LUIZ CARLOS ALVES recebia cerca de R$2.000,00 (dois mil reais); QUE portanto ficou acertado o pagamento de R$7.000,00 (sete mil reais;)
Importante ressaltar que a solicitação, recebimento, oferta e promessa da
verba ilegal eram renovados pelos agentes públicos todos os meses.
Desta forma, presentes a materialidade indireta e a autoria delitiva,
imputam-se aos réus os seguintes crimes:
a) RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, pela prática do crime descrito no
artigo 333 do Código Penal, por 13 (treze) vezes;
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b) RODRIGO BECKER pela prática do crime descrito no artigo 333 do
Código Penal, por 04 (quatro) vezes;
c) MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA pela
prática do crime descrito no artigo 333 do Código Penal, por 11 (onze) vezes;
d) LUIZ CARLOS ALVES pela prática do crime descrito no artigo 317 do
Código Penal, por 13 (treze) vezes.
10.2 VILLAGE IGUASSU GOLF RESIDENCE: ARTIGOS 317 E 333, AMBOS DO
CÓDIGO PENAL
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, JOÃO MATKIEVICZ FILHO, MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA e GUILHERME DE JESUS PAULUS
Apurou-se a notícia de que vários condomínios horizontais pagavam
“propina” para RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, juntamente a JOÃO MATKIEVICZ
FILHO, Secretário do Meio Ambiente, a fim de “liberar” as licenças ambientais para
construção destes condomínios, inclusive, alguns fatos já foram objeto da denúncia
ofertada na ação penal n. 5005325-03.2016.404.7002 e outros ainda são objeto de
investigação.
No final de 2014, na região de Foz do Iguaçu/PR, RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA e JOÃO MATKIEVICZ FILHO, com o auxílio de MELQUIZEDEQUE
DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, solicitaram e receberam para si, na qualidade
de Prefeito de Foz do Iguaçu e de Secretário de Meio Ambiente, respectivamente,
vantagem indevida consiste no pagamento de aproximadamente R$ 400.000,00
(quatrocentos mil reais) mensais, de GUILHERME DE JESUS PAULUS, que ofereceu e
pagou, ao menos R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) para a concessão da licença
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ambiental do condomínio Village Iguassu Golf Residence.
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e GUILHERME DE JESUS
PAULUS combinaram o pagamento de propina no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos
mil reais), sendo que R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) foram repassados em
espécie, contado e conferido por MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA e JOÃO MATKIEVICZ FILHO. Deste montante, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)
foram destinados ao caixa geral da organização criminosa, à época gerenciado por
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA.
De acordo com a colaboração de MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA, no Termo “CONDOMINIOS HORIZONTAIS – SAFIRA,
AGUAS CLARAS, BIOSFERA, GOLFCLUB”, tem-se:
QUE o colaborador informa que na cidade de Foz do Iguaçu todos os loteamentosque necessitem de aprovação ambiental, caracterização, demais procedimentos, eposterior assinatura do Decreto de autorização por parte do Prefeito Reni Pereira,eram submetidos ao pagamento de ‘propina’ ao Prefeito Reni Pereira, desde queos proprietários não integrassem o grupo político adversário; QUE em relação aoscondomínios de propriedade de adversários políticos, o Prefeito Reni Pereiratentava benefícios para o município, como, a título de exemplo, a duplicação daavenida República da Argentina na altura dos novos loteamentos, uma vez quesabia que seus adversários políticos não pagariam propina para viabilização donegócio; QUE o colaborador tem conhecimento do pagamento de propinareferente a quatro condomínios horizontais: Safira, Aguas Claras, Biosfera e GolfClub; (...) O Colaborador informa que tem conhecimento, por relato do prefeitoReni Pereira, que este solicitou ao corréu João Matkievicz (Secretário do MeioAmbiente) que negociasse a aprovação do loteamento mediante o pagamento emfavor de Reni Pereira no valor de R$ 400.000,00; QUE foi retirada a quantia de R$180.000,00 por João, em moeda corrente, no Hotel Golf Club de Foz do Iguaçu eentregue R$ 60.000,00 para o colaborador compor o seu ‘caixa geral’ destinando omontante ao pagamento de vereadores; QUE o colaborador acredita que adiferença foi entregue diretamente ao prefeito Reni Pereira; QUE o colaboradornão sabe informar se o prefeito teria alguma unidade/lote, visto que, parte da‘propina’ foi paga em dinheiro.
No Termo “OPERAÇÃO CÂMARA DOS VEREADORES – MENSALINHO
– PARTE II”, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA complementa:
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QUE RENI havia solicitado ao secretário de meio ambiente, JOAO MATKIEVICZFILHO, que ele fizesse as tratativas; QUE JOÃO combinou com o empresário, queacredita que era alguém atrelado à CVC TURISMO, o valor de R$ 400.000,00(quatrocentos mil reais); QUE nessa oportunidade, o empresário repassouinicialmente o valor de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais); QUE tal valor foicontado e conferido pelo colaborador e pelo JOÃO MATKIEVICZ na residênciadeste último; QUE nessa ocasião o RENI estava viajando e o colaborador ligoupara ele de uma forma que fez ele entender que, desse valor, o colaboradorprecisaria de uma parte para saldar a dívida com o GERALDO; QUE daí o JOÃOrepassou ao colaborador o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais);
RODRIGO BECKER no Termo “CONDOMÍNIO WISH GOLF CLUB”
continua:
QUE o colaborador lembra de dois eventos: o primeiro uma conversa quepresenciou entre o Prefeito RENI e JOÃO MATKIEVICZ, sendo que o primeirodisse que não teria coragem de pedir um valor para o proprietário do condomínioWish Golf, que seria seu amigo; QUE em outra ocasião, lembra que estava em umevento no Hotel Mabu, na Avenida das Cataratas, e que JOÃO chegou com partedo dinheiro que seria destinado para despesas de campanha de CLÁUDIAPEREIRA, não lembrando o colaborador, se foi antes das eleições ou depois; QUEessa parte do valor seria 180 mil reais; QUE viu parte do dinheiro no carro doPrefeito RENI; QUE lembra que o valor estava acondicionando no interior de umenvelope, salvo engano; QUE foi passado, inicialmente, o valor de 180 mil e não400 mil Reais, conforme acordado anteriormente, que incluía a aprovação docondomínio e a licença ambiental; QUE a respeito de um áudio onde há dados deque o Prefeito RENI viajou para a Europa o colaborador não sabe informar nada arespeito; QUE sabe apenas sobre esses valores; QUE não sabe se foi feito algumregistro no hotel Mabu naquela data; QUE não sabe como eram os trâmites, massabe que Foz do Iguaçu/PR é um dos municípios que possui esse poder, queantes era do IAP, ficando a cargo do município; QUE o decreto era o prefeito quemassinava e RICARDO ALBUQUERQUE se encarregava de analisar os pedidos deloteamento; QUE acredita que em todos os novos condomínios aprovados nagestão houve pagamento para o prefeito RENI, em geral em terrenos; QUENILTON BECKERS ficava com terrenos que seriam do Prefeito nos condomíniosque ele fazia a infraestrutura; QUE geralmente, a aprovação de umcondomínio/loteamento tem um trâmite, mas JOÃO poderia fazer andar rápido ounão.
Desta forma, presentes a materialidade indireta e autoria delitiva, tem que
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e JOÃO MATKIEVICZ FILHO praticaram o crime
descrito no artigo 317 do Código Penal; MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA o delito previsto no artigo 317, c/c artigo 29, ambos do Código Penal; e
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GUILHERME DE JESUS PAULUS a conduta descrita no artigo 333 do Código Penal.
10.3 CONCUSSÃO – ARTIGO 316 DO CÓDIGO PENAL – RODRIGO
Denunciado: RODRIGO BECKER
Em data incerta, mas no ano de 2014, na região de Foz do Iguaçu/PR,
RODRIGO BECKER com vontade livre, plena consciência, exigiu, para si, indiretamente,
em razão da função exercida na Prefeitura de Foz do Iguaçu e na SANEPAR, vantagem
indevida de LUIZ CARLOS MEDEIROS.
RENI PEREIRA convidou RODRIGO BECKER para ocupar o cargo de
Secretário de Planejamento na Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR e para atuar mais
efetivamente na organização criminosa, prometendo para tanto o repasse ilegal da
quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) mensais, bem como a indicação para o cargo de
Diretor Executivo da Sanepar.
No entanto, a propina mensal não foi realizada e, diante desta situação,
RODRIGO BECKER exigiu R$ 5.000,00 (cinco mil reais) mensais a LUIZ CARLOS
MEDEIROS que foram pagos por aproximadamente 10 meses, no ano de 2014.
Importante consignar que LUIZ CARLOS MEDEIROS assumiu o cargo que anteriormente
era de RODRIGO BECKER na SANEPAR .
Sobre os fatos, o colaborador RODRIGO BECKER descreveu que:
QUE quando o colaborador foi trabalhar na prefeitura, seu salário iria abaixar emrelação ao salário do seu então cargo de gerente regional da SANEPAR; QUERENI havia prometido ao colaborador que iria lhe pagar 10 mil reais “por fora”;QUE era comum RENI pagar algumas pessoas “por fora”; QUE quando assumiu ocargo na prefeitura RENI não cumpriu a promessa; QUE quando saiu daSANEPAR seu cargo foi ocupado por LUIZ CARLOS MEDEIROS; QUE ficoucombinado com MEDEIROS que este passaria ao colaborador 5 mil reais de seu
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salário; QUE MEDEIROS efetuou tais repasses por cerca de 10 meses; QUE osvalores eram passados em espécie, geralmente até o dia 10 de cada mês; QUERENI não sabia que MEDEIROS estava passando dinheiro para o colaborador;
Em suas declarações prestadas perante a Autoridade Policial, a vítima
LUIZ CARLOS MEDEIROS (autos n. 5006445-81.2016.404.7002, evento 71,
DEPOIM_TESTEMUNHA2) descreveu:
QUE indagado se já sucedeu RODRIGO em algum cargo na SANEPAR,respondeu que em 2014, quando ele se licenciou da empresa pública paraassumir uma secretaria na Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu/PR, sucedeu-ona função de gerente regional, posto máximo da unidade local; QUE com aassunção dessa chefia seu salário saltou de R$ 9.000,00 (nove mil reais) para R$21.000,00 (vinte e um mil reais); QUE indagado sobre a pessoa que o indicou paraassumir a gerência regional, bem como sobre sua articulação para ser indicado atal posto, respondeu que simplesmente RODRIGO o convidou para substituí-lo;QUE indagado se confirma que por 10 (dez) meses, depois de assumir o cargoanteriormente ocupado por RODRIGO, pagou mensalmente R$ 5.000,00 (cincomil reais) para ele, respondeu que sim; QUE indagado se essas prestaçõesmensais caracterizaram repasse de parte do salário que percebia como gerenteregional da SANEPAR, respondeu "na verdade... O RODRIGO começou a ganharmenos. Ele disse que estava precisando. Eu pensei em sair [da gerência regional],mas como eu estava ganhando mais, eu concordei em repassar parte do meusalário"; QUE indagado se essa solicitação de RODRIGO se deu à época doconvite para a assunção da função, respondeu que tal pedido ocorreu quase 1(um) mês depois de RODRIGO ter passado a trabalhar na Prefeitura Municipal eperceber que sua renda havia diminuído; QUE indagado se o repasse de parte daremuneração foi colocado como condição para sua permanência na função,respondeu que se não fizesse isso, RODRIGO provavelmente retornaria àSANEPAR, e por conseguinte teria que deixar a função; QUE permaneceu nagerência regional por 10 (dez) meses; QUE deixou o cargo de gerente regionaldevido ao retorno de RODRIGO à SANEPAR, que de imediato reassumiu afunção; QUE ao assumir a gerência regional (declarante), RODRIGO comentouque se ele retornasse provavelmente reassumiria esse posto;
Presentes, portanto, a materialidade e autoria delitiva, já que RODRIGO
BECKER exigiu vantagem indevida, ameaçando a vítima com a promessa de retornar ao
seu cargo na SANEPAR, que na época era ocupado por LUIZ CARLOS MEDEIROS,
produzindo um mal passível de concretização, já que com o seu regresso a SANEPAR, a
vítima perderia o cargo exercido, como realmente aconteceu.
Diante do exposto, o denunciado RODRIGO BECKER incorreu no delito
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previsto no artigo 316 do Código Penal.
10.4 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA – AGOSTO/2014: ARTIGOS 317 E 333 AMBOS
DO CÓDIGO PENAL – VISUAL
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, RODRIGO BECKER, NILTON JOÃO BECKERS,
PAULO CESAR BARANCELLI DE ARAÚJO e CRISTIANO FURE DE FRANÇA
No segundo semestre de 2014, na região de Foz do Iguaçu/PR,
RODRIGO BECKER, com vontade livre, plena consciência, solicitou para si, diretamente,
em razão da função exercida na Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR, vantagem indevida a
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA; este, por sua vez, comunhão de esforços e união
de desígnios com NILTON JOÃO BECKERS e PAULO CESAR BARANCELLI DE
ARAÚJO, praticaram o delito de corrupção ativa, já que prometeram e ofereceram
vantagens indevidas, bem como viabilizaram os seus pagamentos a RODRIGO BECKER.
RODRIGO BECKER solicitou ao então Prefeito RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA a quantia indevida de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), já que nos meses
de setembro, outubro e novembro de 2014, recebeu a quantia mensal de R$ 918,85
(novecentos e dezoito reais e oitenta e cinco centavos) da Prefeitura de Foz do Iguaçu
referente ao exercício do cargo de Secretário de Gestão Estratégica, devido a valores
pagos a maior em meses anteriores (conforme documentos em anexo).
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA prometeu pagar a quantia solicitada,
determinando que NILTON JOÃO BECKERS e PAULO CESAR BARANCELLI DE
ARAÚJO, que sabiam do caráter ilegal da conduta e mesmo assim aderiram a ela,
retirassem a verba ilegal da empresa VISUAL ENGENHARIA E CONSULTORIA. Em
setembro de 2014, NILTON JOÃO BECKERS e PAULO CESAR BARANCELLI DE
ARAÚJO entregaram R$ 10.000,00 (dez mil reais) para CRISTIANO FURE DE FRANÇA,
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que sabia da origem ilícita do dinheiro e prestou auxílio material a conduta delitiva ao
entregar o numerário a RODRIGO BECKER.
Em sua colaboração, RODRIGO BECKER – Termo “Empresa Visual
Projetos”, esclarece o contexto no qual ocorreram as corrupções ativa e passiva:
QUE todos os funcionários da SANEPAR, cedidos para a prefeitura, tiveram quedevolver dinheiro para a prefeitura, devido a erros de encontro de contas com aSANEPAR; QUE, em virtude disso, ficou três meses ganhando, aproximadamente,R$ 900,00 de salário, e que o prefeito autorizou o recebimento de R$ 10.000,00por mês durante três meses através do contrato de projetos; QUE conversou comNILTON e este mandou R$ 10.000,00 através de PAULO para CRISTIANO FUREDE FRANÇA, o qual repassou ao colaborador, em meados de agosto de 2014;QUE, um tempo depois, cobrou o valor faltante de NILTON, sendo que ele falouque RENI disse “que agora era com o MELQUIZEDEQUE”, pois o mesmo deveriapagar o “mensalinho” para os vereadores, inclusive retirando verba do contratocom a VISUAL, através de manobras ilícitas; QUE NILTON falou que os R$20.000,00 faltantes ficaria de crédito para futuro encontro de contas pessoais entreNILTON e o colaborador; QUE PAULO ligou no celular do colaborador antes deentregar para CRISTIANO.
Posteriormente, suas declarações foram retificadas para constar que o
repasse do dinheiro ocorreu em setembro de 2014.
Assim, o denunciado RODRIGO BECKER incorreu no crime previsto no
artigo 317 do Código Penal e os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
NILTON JOÃO BECKERS e PAULO CESAR BARANCELLI DE ARAÚJO praticaram o
delito de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal e CRISTIANO FURE DE
FRANÇA incidiu no delito previsto no artigo 333, c/c o artigo 29, ambos do Código Penal.
10.5 DO CRIME PREVISTO NO ARTIGO 333, DO CÓDIGO PENAL – IVAN
Denunciado: IVAN LUIZ FONTES SOBRINHO.
No primeiro semestre de 2015, em data não esclarecida nos autos, em
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Foz do Iguaçu/PR, o denunciado IVAN LUIZ FONTES SOBRINHO, com vontade e
consciência, ofereceu, vantagem indevida, consistente no pagamento de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) a MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA –
Secretário Municipal de Tecnologia da Informação –, para que este providenciasse a
regularização dos pagamentos, que se encontravam em atraso, das empresas LABOR
OBRAS LTDA. e IGUASSU SERVIÇOS TERCEIRIZADOS – EIRELI. pela Prefeitura de
Foz do Iguaçu.
De acordo com o Termo “VEREADORA ANICE” da colaboração premiada
de MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA:
(...) QUE quando chegou-se a data de renovação desses contratos, houvedivergências atinentes ao reequilíbrio econômico das empresas LABOR eIGUASSU, motivando que IVAN procurasse o colaborador para a liberação dospagamentos em atraso, que somavam a monta de 500 mil reais,aproximadamente, chegando a propor ao colaborador a vantagem indevida naordem de 50 mil reais, mediante o pagamento das notas; QUE o colaborador nãoaceitou a proposta de propina em razão de desentendimentos anteriores entre oPrefeito RENI e LUIS PEREIRA (…)
Desta feita, restou evidente que o denunciado IVAN LUIZ FONTES
SOBRINHO praticou o delito de corrupção ativa (artigo 333, do Código Penal).
A materialidade do delito em tela restou demonstrado pelo termo de
colaboração premiada acima colacionado e provas de corroboração juntados pelos
colaboradores.
A autoria restou demonstrada e recai no denunciado IVAN LUIZ FONTES
SOBRINHO, pela prática do artigo 333, do Código Penal.
10.6 DOS CRIMES PREVISTOS NOS ARTIGOS 317 E 333, AMBOS DO CÓDIGO
PENAL – CHICO NOROESTE
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Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA e FRANCISCO NOROESTE MARTINS GUIMARÃES.
Nos meses de junho, julho e agosto de 2015, em Foz do Iguaçu/PR, o
denunciado FRANCISCO NOROESTE MARTINS GUIMARÃES, com vontade e
consciência, solicitou e recebeu, por três vezes, diretamente, de MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA e RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, em razão
do exercício de função de Secretário Municipal de Administração e Gestão de Pessoas,
vantagem indevida, consistente na quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Nas mesmas
circunstâncias de tempo e lugar, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA e RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, com vontade e consciência, mediante
prévio conluio, com comunhão de esforços e identidade de propósitos, prometeram e
pagaram a vantagem indevida descrita ao denunciado acima nominado.
Importante salientar que tal vantagem foi solicitada pelo denunciado
FRANCISCO NOROESTE MARTINS GUIMARÃES, em virtude deste não ter obtido
cumulativamente a função de secretário municipal um cargo de diretoria, conforme
prometido por RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, tendo os valores pagos sido retirados
do caixa referente ao “mensalinho” administrado por MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA.
Os pagamentos foram efetuados por MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA nos meses de junho, julho e agosto de 2015, diretamente a
FRANCISCO NOROESTE MARTINS GUIMARÃES, uma vez em frente ao Edifício Torre
Azul e duas vezes na ABEFI (Associação Beneficente de Foz do Iguaçu).
Importante salientar que as solicitações ocorreram após o denunciado
FRANCISCO NOROESTE MARTINS GUIMARÃES ter sido nomeado Secretário
Municipal da Administração e Gestão de Pessoas, em 11 de setembro de 2014, sendo
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portanto, funcionário público.
No Termo “CHICO NOROESTE”, MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA esclareceu:
QUE a respeito da pessoa de CHICO NOROESTE, esclarece que este fez umacordo com o Prefeito RENI PEREIRA, pois CHICO NOROESTE era do mesmopartido (PSC) da esposa de RENI (CLÁUDIA PEREIRA); QUE em consequênciade uma possível candidatura a Deputado Estadual, o Prefeito RENI PEREIRAofereceu a CHICO NOROESTE o cargo de Secretário de Administração e mais umvalor equivalente ao de uma diretoria (5 mil reais), para que o mesmo desistissede sua candidatura e apoiasse a candidatura de CLÁUDIA PEREIRA; QUE CHICONOROESTE aceitou a proposta e foi nomeado ao cargo anteriormente acordado;QUE o colaborador esclarece que o Prefeito RENI não tinha confiança na pessoade CHICO NOROESTE; QUE CHICO NOROESTE, enquanto Secretário, realizoualgumas manobras ilegais privilegiando as empresas de transporte escolar VIDALe LUCIA MARLENE (de propriedade de ERICO) a fim de que prestassem serviçosao município; QUE, em decorrência, tais empresas foram vencedoras da licitação;QUE o colaborador esclarece que, em contrapartida, foi combinado com RENI eCHICO o pagamento no valor de 100 mil reais, a título de propina, valor este pago,em espécie, por ERICO a CHICO NOROESTE (informação dada por ambos aocolaborador), sendo que 20 mil reais seriam destinados a CHICO NOROESTE e80 mil reais ao Prefeito RENI PEREIRA; QUE o colaborador esclarece que apessoa de LUIZ CARLOS ALVES era subordinado ao colaborador para asoperações de pagamento, possibilitando ao colaborador operar o caixa do“mensalinho”; QUE essa subordinação de “CAL” (LUIZ CARLOS ALVES) aocolaborador fez com que ERICO e VIDAL (proprietário da empresa) procurassemo colaborador para acertarem o valor da propina, cujos pagamentos foraminiciados no primeiro semestre de 2015; QUE o colaborador não repassou aCHICO o valor referente à diretoria enquanto este ocupou o cargo de Secretáriode Administração, sendo que após a sua exoneração do cargo, foi determinadopelo Prefeito RENI que o colaborador pagasse 3 parcelas de 10 mil reais, paraquitar o débito do Prefeito RENI com CHICO NOROESTE; QUE o colaborador
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efetuou os repasses dos referidos valores, em espécie, nos meses de junho, julhoe agosto de 2015, diretamente a CHICO NOROESTE, em uma oportunidade emfrente ao Edifício Torre Azul (residência de CHICO NOROESTE), e duas vezes naABEFI (Associação Beneficente de Foz do Iguaçu); QUE os referidos valores parasaldar a dívida entre RENI e CHICO saíram do “caixa” administrado pelocolaborador; QUE o colaborador não costumava usar SMS, mas CHICO usava, devez em quando, para conversar com o colaborador; QUE CHICO usava umnúmero de telefone de Curitiba/PR (DDD 41), e encaminhava os SMS’s aoterminal telefônico “45-9960-8787”, pertencente ao colaborador.
Desta feita, o denunciado FRANCISCO NOROESTE MARTINS
GUIMARÃES praticou o delito de corrupção passiva (artigo 317, do Código Penal) e RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA o delito de corrupção ativa (artigo 333, do Código Penal).
A materialidade do delito em tela restou demonstrado pelo termo de
colaboração premiada acima colacionado.
A autoria recai nos denunciados:
a) FRANCISCO NOROESTE MARTINS GUIMARÃES: artigo 317, do
Código Penal (por três vezes);
b) MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA e RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA: artigo 333, do Código Penal (por três vezes).
10.7 DOS CRIMES PREVISTOS NOS ARTIGOS 317 E 333, AMBOS DO CÓDIGO
PENAL - VIGA
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA e EDUARDO RODRIGUES DO VALE
Em data não esclarecida nos autos, porém antes do Pregão nº 113/2015,
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realizado no final de 2015, em Foz do Iguaçu/PR, os denunciados RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, com
vontade e consciência, mediante prévio conluio, com comunhão de esforços e identidade
de propósitos, em razão do exercício da função de Prefeito do primeiro de Secretário de
Tecnologia da Informação do segundo, solicitaram de EDUARDO RODRIGUES DO
VALE, sócio-administrador da empresa VIGA NESTORE LTDA, e receberam, direta e
indiretamente, vantagem indevida no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais),
com a promessa que a empresa sagrar-se-ia vencedora do certame licitatório de
ampliação do videomonitoramento nesta cidade. Assim sendo, nas mesmas
circunstâncias de tempo e lugar, EDUARDO RODRIGUES DO VALE, sócio-proprietário e
administrador da sobredita pessoa jurídica, com vontade e consciência, prometeu e pagou
a vantagem indevida mencionada aos denunciados acima nominados.
Importante salientar que tal vantagem indevida foi em decorrência do
direcionamento no processo licitatório em que referida empresa sagrou-se vencedora.
A prática errante é confirmada pelo Termo de declarações
“VIDEOMONITORAMENTO – “EDUARDO VIGA”, de MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA:
QUE o colaborador tem conhecimento que no final do ano de 2013 o Prefeito ReniPereira, por meio do deputado Ratinho Jr., viabilizou um recurso deaproximadamente 4 milhões de reais (verba advinda da SENASP - SecretariaNacional de Segurança Pública/Ministério da Justiça) para implantação de mais120 câmeras de videomonitoramento na cidade de Foz do Iguaçu; QUE pordeterminação do Prefeito Reni Pereira, a empresa VIGA Netstore, do proprietárioSr. EDUARDO VIGA, deveria realizar o projeto e consequentemente vencer alicitação, com o intuito de viabilizar um retorno financeiro em cima de tal projeto naordem de 10%, ou seja, aproximadamente R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais),valor este que seria destinado ao DEPUTADO ESTADUAL RATINHO JR.; QUEentretanto, por se tratar de verba federal, houve a determinação do SENASP deque a modalidade da licitação fosse pregão eletrônico e em virtude disso, naprimeira licitação (1º semestre 2015), acabou que outra empresa venceu ocertame; QUE essa empresa, da qual o colaborador não se recorda do nome,ofertou um lance que a empresa VIGA não conseguiria superar sem considerarretorno de 10%; QUE a VIGA era uma empresa indicada pelo Deputado RatinhoJr.; QUE como restou frustrado esse primeiro pregão, tal certame foi cancelado,
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também de forma fraudulenta, por meio de atos que acabou desabilitando essaempresa vencedora; QUE lembra que fez duas reuniões com o EDUARDO VIGA,no primeiro semestre de 2015, uma na secretaria de TI e outra no Hotel GoldenTulip, onde trataram que os 10% (aproximadamente 400 mil reais) de retorno queiriam para o deputado RATINHO JR, a respectiva compensação financeira para oRENI e também para o caixa do colaborador resultaria mediante a subcontrataçãode empresas para realizar o serviço de ‘cabeamento’; QUE em relação a issochegou a fazer contatos com o ADELIR, proprietário da POWERNET; QUE então,houve o cancelamento desse primeiro certame e houve o ajuste para odirecionamento à empresa VIGA, com o estabelecimento de entraves e condiçõesque somente tal empresa atingiria; QUE entretanto, entre o lançamento desseedital e o certame houve a prisão do colaborador pelo GAECO, não tendoacompanhado quais os entraves que foram colocados; QUE nessas novasmanobras para o direcionamento do certame para a empresa VIGA foramempreendidas pelo CLEUMAR PAULO FARIAS, então Secretário de Segurançade Pública e o EVERSON CADAVAL MADRUGA, diretor de logística da GuardaMunicipal; QUE o CLEUMAR soube de todo esse esquema por ocasião de umaviagem à Brasília feita por ele e o colaborador para tratar do assunto junto àSENASP, sendo nessa ocasião o colaborador deu conta a CLEUMAR sobre todasas condições envolvendo o direcionamento do certame para a empresa VIGA e oretorno do deputado RATINHO JR; QUE enfim, nesse segundo certame, aempresa VIGA venceu a licitação; QUE a participação do FABIANO, engenheirode telecomunicações da VIGA, foi no desenvolvimento do projeto, tendotrabalhando em conjunto com o colaborador e o então diretor da secretária de TI,VANDERLEI ALMAGRO, sendo que tal desenvolvimento foi exatamente nosentido de direcionar a licitação para a empresa VIGA; QUE as tratativas sobre oretorno do valor aproximado de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) para oDEPUTADO RATINHO JR foram estabelecidas entre o colaborador, o prefeitoRENI e o proprietário da VIGA, EDUARDO VIGA; QUE após o vencimento docertame, a empresa VIGA contratou o VANDERLEI ALMAGRO, que já nãoocupava a diretoria da secretaria de TI, como gerente do projeto em Foz doIguaçu/PR; QUE em meados de novembro de 2015, tal contrato ainda não haviasido assinado e como o colaborador, mesmo afastado da prefeitura, ainda tinhacontato com o RENI, tratou com este sobre a possibilidade de ser feito olançamento da fibra ótica, onde o colaborador conversaria com o ADELIR –POWERNET para a possibilidade de um retorno, mas não obteve êxito em talintento; QUE indagado sobre a participação do NATANAEL em tal esquema,entende que o CLEUMAR solicitou ao NATANAEL que desse andamento aocertame, mesmo tendo a empresa VIGA não apresentado alguns documentosobrigatórios; QUE indagado sobre o envolvimento da LIDIANE, esposa doEUCLIDES, então diretora de projetos da secretaria de gestão estratégica eprojetos, respondeu que a sua participação foi no sentido técnico, em tratativascom a SENASP e solicitação de orçamentos juntos às empresas para acomposição do certame licitatório.
Desta feita, restou evidente que os denunciados RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA
praticaram o delito de corrupção passiva (artigo 317, do Código Penal) e EDUARDO
RODRIGUES DO VALE o delito de corrupção ativa (artigo 333, do Código Penal).
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A materialidade do delito em tela restou demonstrado pelo termo de
colaboração premiada acima colacionado.
A autoria restou demonstrada e recai nos denunciados:
a) MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA e RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA: artigo 317, do Código Penal;
b) EDUARDO RODRIGUES DO VALE: artigo 333, do Código Penal.
10.8 DO CRIME PREVISTO NO ARTIGO 90, COMBINADO COM O ARTIGO 99, § 1º,
AMBOS DA LEI Nº 8.666/1993 – TOMADA DE PREÇOS Nº 007/2013 – POWERNET
TECNOLOGIAS LTDA.
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA e ADELIR DINIZ DA ROSA
No primeiro semestre de 2013, em data não esclarecida em Foz do
Iguaçu/PR, os denunciados RENI CLOVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA e ADELIR DINIZ DA ROSA, com vontade e
consciência, mediante prévio conluio, com comunhão de esforços e identidade de
propósitos, frustraram e fraudaram, mediante ajuste e combinação o caráter competitivo
do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si, ou para outrem, vantagem
decorrente da adjudicação do objeto da licitação.
Verifica-se que no primeiro semestre de 2013, RENI CLOVIS DE SOUZA
PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA e ADELIR DINIZ
DA ROSA ajustaram o direcionamento do certame licitatório para a contratação de
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prestação dos serviços de gerenciamento, segurança da informação e manutenção
preventiva e corretiva das redes físicas internas de dados WIMAX e telefonia VOIP da
Administração Pública de Foz do Iguaçu/PR, sendo determinado que a empresa
POWERNET TECNOLOGIAS LTDA., pertencente ao último, sagraria vencedora.
Desta feita, no dia 26 de abril de 2013, MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA elaborou um memorando interno encaminhando o termo de
referência elaborado por ele e também assinado por RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA
e ALEX SANDRO LOPES DE SOUZA. Denota-se que os três orçamentos foram
carreados (POWERNET TECNOLOGIAS LTDA., T & S INFORMÁTICA – SAITO
INFORMÁTICA LTDA. - e EFFICIENT ASSESSORIA E DESENVOLVIMENTO). Foi
determinado que o valor global máximo que seria gasto com tal prestação de serviço seria
de R$ 162.000,00 (cento e sessenta e dois mil reais).
Importante salientar que MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA também era o presidente da comissão de licitação conforme Portaria nº
52.468 de 20 de maio de 2013.
Participaram do certame as empresas RODRIGO BORGHI DA SILVA &
CIA. LTDA. ME. e POWERNET TECNOLOGIAS LTDA..
Verifica-se que no dia 21 de junho de 2013, data em seriam abertos os
envelopes, houve alguns questionamentos por parte da empresa RODRIGO BORGHI DA
SILVA & CIA. LTDA. ME., acerca do não preenchimento de requisitos formais pela pessoa
jurídica concorrente, tendo a empresa POWERNET TECNOLOGIAS LTDA. feito as
mesmas objeções, sendo suspenso o ato para posterior análise.
Assim, nesse período, ADELIR DINIZ DA ROSA pagou quantia de R$
2.000,00 (dois mil reais) para que a referida pessoa jurídica desistisse do certame.
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Desta feita, no dia 25 de junho de 2013, ficou determinado em ata que a
empresa RODRIGO BORGHI DA SILVA & CIA. LTDA. ME. foi inabilitada, havendo
renúncia desta do direito de interposição de recurso administrativo.
Desta forma, na sessão ocorrida no dia 02 de julho de 2013, sagrou-se
vencedora, em virtude de direcionamento do edital e manipulação do processo licitatório,
a empresa POWERNET TECNOLOGIAS LTDA., pertencente a ADELIR DINIZ DA ROSA,
a qual restou como única concorrente, apresentando o valor global de R$ 152.760,00
(cento e cinquenta e dois mil, setecentos e sessenta reais), tendo sido tal procedimento
homologado em 10 de julho de 2013 por RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e
adjudicado ao vencedor por MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA.
O contrato nº 081/2013 foi assinado na mesma data pelos três denunciados.
Importante salientar que todo o planejamento da fraude acima referida
está descrito no Termo “VIDEOMONITORAMENTO – POWERNET – ADELIR” do
colaborador MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA:
(…) QUE explica ainda que a POWERNET possuía também um outro contratopara a manutenção da rede WIMAX, sistema este que interligava via rádio todasas escolas municipais, alguns postos de saúde e algumas unidades da secretariade ação social; QUE essa licitação também foi direcionada para que aPOWERNET vencesse; QUE nessa ocasião uma outra empresa do Paranátambém apareceu com o intuito de concorrer no certame, mas para não atrapalharo processo e abrir o caminho para a POWERNET, solicitou ao ADELIR o valor deR$ 2.000,00 (dois mil reais) para que desistisse da concorrência, sendo que oADELIR concordou e pagou o valor; QUE a propina do contrato da rede WIMAXera de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) inicialmente repassados ao DIEGOsendo que posteriormente tal valor também passou a compor o caixa docolaborador; QUE com relação aos direcionamentos empreendidos pelocolaborador em favor da POWERNET, esclarece que o termo de referência por sielaborado se deu com base na exigência de acervos técnicos e certificadosextremamente rígidos e alguns até desnecessários, de modo que dificilmenteoutras empresas atingiriam tais requisitos; QUE por exemplo, o colaboradorutilizava o artifício de justificar que os certificados exigidos seriam necessários poisa rede de videomonitoramento e a rede WIMAX estariam de alguma maneiraligadas à rede computacional da prefeitura e esta por sua vez utilizava roteadoresda marca ‘CISCO’, sendo que nesta região de Foz do Iguaçu/PR somente aempresa POWERNET possuiria certificados técnicos para manutenção desse
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equipamento específico, entre outros exemplos de artifícios utilizados pelocolaborador para o direcionamento tais certames; QUE o início da manutenção dosistema de videomonitoramento foi em fevereiro de 2014 e a manutençãoaproximadamente entre junho/julho de 2013.
Desta feita, restou evidente que os denunciados MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e ADELIR
DINIZ DA ROSA frustraram e fraudaram, mediante ajuste e combinação, o caráter
competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si, ou para outrem,
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação (artigo 90 combinado com o
artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93).
A materialidade do delito em tela restou demonstrada pelos seguintes
documentos: pelo Processo Licitatório nº 007/2013 e pelo termo de colaboração premiada
transcrito.
A autoria restou demonstrada pelos documentos acima nominados e recai
nos denunciados ADELIR DINIZ DA ROSA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA DE SOUZA e RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, pela prática do delito
previsto no artigo 90 combinado com o artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/1993.
11. INTRODUÇÃO. A ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA NO
HOSPITAL MUNICIPAL8
No período de campanha das eleições municipais em 2012, um grupo
liderado por TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA aportou o valor de R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais) para a campanha do denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
8 Em respeito a memória e história do Padre GERMANO LAUCK nesta cidade de Foz do Iguaçu, o MINISTÉRIOPÚBLICO FEDERAL, doravante utilizará a terminologia HOSPITAL MUNICIPAL invés de HOSPITAL MUNICIPALPADRE GERMANO LAUCK, para não relacionar, tampouco macular, por equívoco, o nome do Padre com aspráticas ilícitas praticadas pela organização criminosa no referido Hospital.
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PEREIRA a prefeito de Foz do Iguaçu, mediante o acordo de que tais valores seriam
ressarcidos/cobrados, com a vitória de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, por meio de
desvio de recursos públicos, que seriam orquestrados quando do início do mandato
eletivo (2013/2016).
“QUE o que ocorreu foi que quinze dias antes da eleição, o RENI queria ‘jogar atoalha’, daí como eles – TULIO e RENI - são da mesma cidade, de Santo Antôniodo Sudoeste/PR, o TULIO socorreu o RENI com o aporte de dois milhões de reaisjá citados; QUE do ponto de vista do colaborador, tal valor pertencia de fato aoverdadeiramente ao “CASAGRANDE”, mas por questões de querer pressionar oRENI a pagar esse valor posteriormente, resolveram por relatar que o valor haviasido pego de um “agiota”; QUE em algumas reuniões na associação daSANEPAR, chegou a presenciar o RENI conversando com o TULIO, que acreditaque tenha sido sobre isso, delineando a maneira como TULIO receberia de voltaesse aporte; QUE quando do registro da FUNDAÇÃO no cartório, as duas equipesestavam brigando interessadas ainda estavam brigando sobre quem assumiria agestão; QUE não se envolveu nessa situação; QUE até então, estava certo para aequipe do ODAIR assumir, entretanto, “da noite para o dia”, acabou ficando para opessoal do TULIO; QUE não sabe qual a barganha que ele fez com o RENI paraconseguir isso; QUE quando instituída, TULIO ficou com a área jurídica; JORGEYAMAKOCHI ficou diretor-geral, ao passo que o JOMAA ficou responsável porescolher as empresas que prestariam os serviços, tais como lavanderia,alimentação, recepção e limpeza, entre outros;” (MELQUIZEDEQUE DA SILVAFERREIRA CORREA SOUZA, no Termo de Declarações denominado“CAMPANHA/TRANSIÇÃO/PRIMEIROS ANOS DO GOVERNO RENI”);
QUE o colaborador não viu o dinheiro e não pode afirmar, porém, o que dizem éque no final da campanha de prefeito, TULIO BANDEIRA doou, aproximadamente,R$ 2.000.000,00 para RENI PEREIRA, sem declarar; (RODRIGO BECKER noTermo de Declarações “CAMPANHAS”);
QUE sabe que TULIO BANDEIRA teria ajudado a campanha de RENI PEREIRAcom aproximadamente 2 milhões; QUE RENI PEREIRA entregou a FUNDAÇÃOMUNICIPAL DE SAÚDE para TULIO BANDEIRA como forma de recuperar oinvestimento realizado na campanha de RENI PEREIRA; (EUCLIDES DEMORAES DE BARROS JUNIOR, no Termo de Declarações “TULIO BANDEIRA”)
Como já se sabe RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA ganhou as
eleições e deu início, no ano de 2013, a operação da organização criminosa em sua
gestão, que passou a atuar em contratos com prestadores de serviço, principalmente nas
áreas de obras, saúde, educação, esporte, transporte e tecnologia de informação.
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Para que a organização criminosa operasse, foi necessário “costurar” um
acordo criminoso com os vereadores eleitos, que ameaçavam investigar, pela instauração
de Comissões Parlamentares de Inquérito - CPI, não aprovar leis de interesse do governo
o que seria um obstáculo ao funcionamento da própria administração municipal e,
obviamente, da organização criminosa.
Para obter a liberdade de praticar crimes e houvesse o funcionamento da
organização criminosa o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA instituiu o que
se convencionou chamar “mensalinho” para os vereadores, que em troca de valores
pagos “por fora” e alocação de indicados políticos dos vereadores junto à administração
pública, votavam leis de interesse do Prefeito, omitiam-se na fiscalização dos atos do
Poder Executivo, não faziam oposição ou faziam oposição moderada ao chefe do
Executivo Municipal, o que permitiu a perpetuação dos crimes praticados pela
organização criminosa.
Em meados de 2013, com a criação da Fundação Municipal de Saúde
(Lei nº 4.084, de 05/05/2013 e Decreto nº 22.156, de 9/05/2013) para administrar o
HOSPITAL MUNICIPAL, que até então era administrado pela Organização Social PRÓ
SAÚDE (instituída pela gestão municipal anterior), houve uma disputa interna para
assumir sua gestão.
De um lado, apresentou-se o então Secretário Municipal de Saúde
ODAIR JOSÉ SILVEIRA, que havia sido nomeado para coordenar a transição da gestão
do Hospital (Decreto nº 52.231, 22/04/2013) e, de outro lado, TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, que possuía interesse de assumir a FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE
para desvio de dinheiro e ressarcimento do valor aportado na campanha de RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA (2 milhões de Reais).
Em ajuste entre RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, ODAIR JOSÉ
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SILVEIRA e TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, decidiu-se entregar a administração
da FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE (Hospital Municipal) ao denunciado TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA, mediante o pagamento mensal de uma “propina” no valor
de R$ 10.000,00 (dez mil reais) ao denunciado ODAIR JOSÉ SILVEIRA, para que
desistisse de assumir a Fundação Municipal (de fato, exonerado pela Portaria nº 52.278,
de 27/06/2013), para que também não opusesse qualquer obstáculo à gestão hospitalar,
bem como, evitasse postura de oposição ou denunciante das irregularidades que viesse a
tomar conhecimento.
Ressalte-se que a exoneração de ODAIR JOSÉ SILVEIRA foi assinada
em 27/06/2013, publicada 28/06/2013, com efeitos retroativos a 17/06/2013, pois no dia
19/06/2013 já foi anunciada a contratação de JORGE YAMAKOSHI, indicação de TULIO
BANDEIRA, o que corrobora a disputa existente e o pagamento de propina para que
ODAIR JOSÉ SILVEIRA desistisse da coordenação do hospital.
Eliminada a divergência ocorrida na administração da Fundação Municipal
de Saúde, instituiu-se o braço criminoso com a entrega do hospital para o grupo de
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
Assim, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, com aval e concordância
do denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, transforma a FUNDAÇÃO
MUNICIPAL DE SAÚDE (que deveria ser uma gestora do Hospital Municipal e dar à
população um atendimento de saúde de qualidade) numa fonte de contratações
irregulares e ilícitas, superfaturadas e que primava pelo desvio de recursos públicos e
fonte de arrecadação de vantagens econômicas indevidas.
Com isso, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA trouxeram equipe e empresas de sua confiança (que já
haviam aderido ao intuito e ações criminosas que seriam praticadas pela organização
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criminosa). Tal fato ficou conhecida vulgarmente como a instalação da “República de Pato
Branco” no HOSPITAL MUNICIPAL, o que é corroborado pelos colaboradores.
Com a deflagração da fase ostensiva da Operação NIPOTI I e II (fases 5
e 6 da Operação Pecúlio), corroborou-se detalhes das colaborações trazidas a efeito:
“QUE houve interesse de TULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital,porém sem assumir diretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIOqueria indicar e efetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipalde saúde, que seja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivadona função retro citada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que anomeação de JORGE YAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA;QUE acredita que TULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeitoRENI PEREIRA em função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos damesma região/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que ainfluência era tanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho nasede da prefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se comuma situação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quemestava lá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindoele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportadorecursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo dediretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado naconstituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários; (ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002);
“QUE escutou muito falar a expressão “República de Pato Branco”, que se deviaao fato de muitas pessoas que trabalhavam no hospital, em diversas funções eramda cidade de Pato branco, que quando começou a intervenção de FernandoCossa, salários foram reduzidos e muitas dessas pessoas de Pato Branco foramdesligadas; QUE havia o comentário de que essas pessoas de Pato branco teriamsido trazidas por TULIO BANDEIRA; (SALETE TONELO, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA33, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002).
Primeiro ponto que já chama atenção com a gestão do grupo liderado
pelo prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA foi o alto custo de salários para administração da fundação Municipal de
saúde/hospital municipal, que deu um salto de R$ 55.149,00 (o valor gasto com a gestão
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anterior) para o valor de R$ 164.480,00 (cento e sessenta e quatro mil, quatrocentos e
oitenta reais) mensais9, que foi objeto de muitas notícias nos meios de comunicação local.
Em 19/06/2013, foi nomeado como Presidente da Fundação Municipal o
denunciado JORGE YAMAKOSHI (19/06/2013 a 20/01/2014), mediante um salário de R$
25.000,00 mensais (maior do que o salário do Prefeito) juntamente ao diretor técnico, o
médico FAISAL AHMAD JOMAA (irmão do denunciado MAHMOUD AHMAD JOMAA –
principal intermediador e coletor de propina – que será narrado em momento próprio) e,
de quebra, junto com sua nomeação anunciou-se uma medida inédita de que o Governo
do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Assuntos Estratégicos, titularizada por
EDSON LUIZ CASAGRANDE, estaria excepcionalmente repassando uma verba de R$
15.000.000,00 (quinze milhões de reais) para o custeio da saúde do município10.
9 http://www.radioculturafoz.com.br/vereador-divulga-salarios-de-diretores-da-fundacao-municipal-de-saude/#.WFaQclMrJhE
10 http://foz.portaldacidade.com/noticia/1057-nova-administracao-do-hospital-municipal-e-apresentada
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O segundo ponto que chamou a atenção é que o denunciado TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA instalou-se no hospital municipal e, de fato, dirigiu o
referido nosocômio. Posteriormente foi justificada sua presença no hospital a pretexto de
exercer um cargo de assessor jurídico, a título gratuito, sem que existisse tal cargo na
composição administrativa (estatuto) da FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE (usurpação
de função pública), ocasião em que lavrou diversos pareceres jurídicos em processos
licitatórios, o que é materializado pela publicação do diário oficial de 23/08/2013, retroativo
a 01/07/2013:
Tem-se então, que o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA,
instalou-se no Hospital Municipal e, de fato, a seu bel prazer e livre decisão, nomeou e
exonerou, contratou e descontratou, diretamente ou mediante processos licitatórios
fraudados, pagando e recebendo “propina”, superfaturando ou desviando recursos
públicos, direcionados à Fundação Municipal de Saúde.
O braço direito de TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA é o dentista
MAHMOUD AHMAD JOMAAA, que fazia o papel de executor dos planos criminosos,
coletor e distribuição de vantagens indevidas a agentes públicos.
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A fim de demonstrar a ramificação da Organização Criminosa, registre-se
que em 10/10/2013, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, a pedido de
TULIO MARCELO DENIG PEREIRA, nomeou a já denunciada MARLI TEREZINHA
TELLES, integrante e com papel importante na organização criminosa, para o cargo de
Diretor de Gestão em Saúde, junto a Secretaria Municipal de Saúde, do Município de Foz
do Iguaçu, com o objetivo de facilitar os esquemas criminosos, no âmbito da Secretaria de
Saúde, tais como contratações e processo licitatórios fraudulentos de interesse da
organização criminosa (que será narrado no próximo capítulo).
É digno de registro que Fundação Municipal de Saúde acumulou um
passivo superior a 50 milhões de Reais, durante as gestões da organização criminosa,
narradas na denúncia.
Assim, RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA passaram a controlar e a organizar um esquema criminoso dentro do
HOSPITAL MUNICIPAL, com auxílio de JORGE YAMAKOSHI (Diretor-Presidente),
FAISAL MOHAMAD JOMAA (Diretor Técnico), MAHMOUD AHMAD JOMAA (dentista),
no período de 19/06/2013 a 05/05/2014, quando foi necessária a intervenção do Município
de Foz do Iguaçu, haja vista que já se encontrava público e notório o rombo causado aos
cofres públicos, pela gestão fraudulenta e diante de recomendação do Ministério Público
do Estado do Paraná, baseada numa série de irregularidades em auditoria realizada pela
9ª Regional de Saúde, cujo relatório se encontra anexado aos autos.
No período acima, em que o grupo permaneceu com a gestão plena do
hospital, diversas fraudes foram detectadas, na área de radiologia, alimentação,
laboratório, lavanderia, limpeza e portaria, conforme se narrará.
Na área de radiologia, cita-se a contratação irregular e criminosa da
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empresa MULTIMAGEM DIAGNÓSTICOS LTDA ME. (Dr. LUIZ JOSÉ DE BRITO), da
empresa FOZ MAIS SAÚDE LTDA (de propriedade de, fato, de MAHMOUD AHMAD
JOMAA – operador e sócio do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA) e, por
fim, a contratação da E-PEOPLE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS LTDA (de propriedade do
denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR).
Na área de laboratório de análises clínicas, observou-se a desativação
proposital do laboratório municipal, que atendia tanto o Hospital Municipal, quanto a
Secretaria Municipal de Saúde (UPA, PA Morumbi e atenção básica), a cessão dos
servidores de carreira do laboratório e, da noite para o dia, impossibilidade de elaboração
de exames laboratoriais, daí que, uma vez criada a situação de emergência, contratou-se
irregularmente e criminosamente a empresa JOÃO MICHELS FREIRE & CIA LTDA
(nome fantasia: BIOCENTER), de propriedade de EVANDRO HENRIQUE FREIRE
(administrador), gerenciada pelo denunciado MAURICIO IOPP. Tal empresa estabeleceu
uma parceria criminosa, integrando o grupo de TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
(vide instalação da clínica junto com COT - de propriedade de EVERTON FREIRE e
FAISAL AHMAD JOMAA - da CEMEDIA - de propriedade do denunciado EUCLIDES DE
MORAES BARROS JUNIOR).
A empresa BIOCENTER recebeu valores indevidamente: sem
correspondente prestação de serviço ou com prestação de serviço simulada ou ainda pela
realização de exames desnecessários, conforme se constata da auditoria realizada pela
9ª Regional de Saúde (2014) e pela auditoria da (SESA e DENASUS 2016). Parte dos
valores recebidos à maior foram utilizados para pagamento de propina para diversos
servidores, bem como integrar o caixa do “mensalinho” dos vereadores municipais, como
já narrado na denúncia.
Na área de refeição, houve a contratação irregular e fraudulenta da
empresa AGUIAR REFEIÇÕES LTDA. ME, de propriedade do denunciado JEFFERSON
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ANTONIO AGUIAR, conforme também constatado pela auditoria da 9ª Regional de
Saúde (2014). Igualmente os valores pagos a maior pela Fundação Municial de Saúde,
retornavam como forma de propina para agentes públicos e eventual composição do
caixa do “mensalinho” dos vereadores.
Na área de serviços de portaria, detectou-se novamente a contratação
irregular e criminosa da empresa DENIS CRISTIANO DOS SANTOS –
ESTACIONAMENTO – ME, de propriedade de DENIS CRISTIANO DOS SANTOS,
mediante superfaturamento da contratação, o que igualmente é delineado pela auditoria
da 9ª Regional de Saúde (2014).
Na área de lavanderia, evidenciou-se que a empresa LAVANDERIA
SCHUSTER LTDA (LAVANDERIA ROSE'S) foi contemplada com a contratação direta e
com dispensa de licitação totalmente irregular.
Observa-se portanto, que as fraudes cujo favorecimento foi dirigido às
empresas MULTIMAGEM DIAGNÓSTICOS LTDA ME, FOZ MAIS SAÚDE LTDA E E-
PEOPLE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS LTDA, tinham o objetivo de enriquecimento ilícito
e apropriação de recursos públicos.
Já o favorecimento das empresas JOÃO MICHELS & FREIRE LTDA,
AGUIAR REFEIÇÕES LTDA e DENIS CRISTIANO DOS SANTOS – ESTACIONAMENTO
– ME, visaram a cobrança de “propina” e o desvio de recursos públicos, para pagamentos
a agentes públicos e políticos.
Também no período de gestão criminosa de TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI, com o consentimento e adesão de RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA promoveram as seguintes contratações irregulares e, em tese,
criminosas: a) contratação de software denominado MEDSOFT, sem a correspondente
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prestação de serviço (o sistema não comportava a substituição do TASY); b) a aquisição
de quantidade absurda de medicamentos (anestésicos) sem sua necessidade e utilização
(visava com isso favorecer o vendedor e recebimento de vantagem indevida); c) a
aquisição de uma quantidade elevada de material de limpeza (cera), sem necessidade e
utilização (visava com isso favorecer o vendedor e recebimento de vantagem indevida),
cujas investigações deverão ser aprofundadas.
O grupo criminoso, enraizado na Fundação Municipal de Saúde, no
período de 19/06/2013 a 05/05/2014, liderado por RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
sub-comandado por TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, desviaram para si valores
públicos destinados à manutenção da saúde de alta e média complexidade (MAC), verba
federal, oriunda do Ministério da Saúde.
Registre-se, para não deixar dúvidas, que parte dos valores ficavam com
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, para recebimento de empréstimo de campanha
realizado a RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e, outra parte, eram usados para
pagamento de “propina”.
Com a realização de auditoria pela 9ª Regional de Saúde (2014), a pedido
do Ministério Público do Estado do Paraná, detectou-se diversas irregularidades e se
tornou insustentável a manutenção de TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA e o
respectivo grupo de Pato Branco, razão pela qual o denunciado RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA decretou a intervenção da Fundação Municipal de Saúde, nomeando
como interventor o denunciado FERNANDO COSSA.
Tal medida gerou uma crise na organização criminosa, a ponto do
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA fazer “ameaças de morte” ao então
Secretário Municipal de Saúde, o denunciado CHARLLES BORTOLO, que integrava o
caixa da “propina” do referido denunciado, conforme narraram os colaboradores (capítulo
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próprio).
A revolta do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA seria
motivada pelo fato de não ter conseguido apropriar-se de montante em dinheiro a ponto
de recompor o valor emprestado para a campanha política do denunciado RENI CLÓVIS
DE SOUZA PEREIRA.
Conquanto o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA tenha
sido afastado do controle da FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE, lá permaneceram
prestadores de serviços, contratados em sua gestão, com conluio para a prática de
ilícitos, o que lhe permitiu ainda participar do esquema, através da empresa JOÃO
MICHELS & FREIRE LTDA (BIOCENTER), sobretudo através da atuação de MAHMOUD
AHMAD JOMAA.
Ademais, foi-lhe prometido pelo denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA a possibilidade de obter valores através da instalação e autorização de um
condomínio fechado denominado BIOSFERA, no qual TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA teria participação societária (imóveis), cuja investigação prossegue em
andamento.
A intervenção de FERNANDO COSSA permaneceu por um período curto
de 05/05/2014 a 04/08/2014, oportunidade que foi criada uma nova situação de
emergência, com o desmembramento do contrato de radiologia da Fundação Municipal de
Saúde com a Secretaria Municipal de Saúde (que será explicado em tópico próprio), o
que deu ensejo a novas contratações irregulares e criminosas, das empresas do
denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR (E-PEOPLE SOLUÇÕES
TECNOLÓGICAS e BRAVIX) junto a Fundação Municipal de Saúde e perante a
Secretaria Municipal de Saúde, que continuam sob investigação.
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Em 04/08/2014 o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
convicto que teria desviado o foco de investigação do Ministério Público do Estado do
Paraná, coloca fim à intervenção e nomeia como Presidente da Fundação Municipal de
Saúde o denunciado GERALDO GENTIL BIESEK, mediante acordo criminoso de
pagamento de uma “complementação salarial” de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) por
mês, cujos valores seriam arrecadados de prestadores de serviço, mediante
superfaturamento, ou serviço não prestado ou mediante pagamento de propina.
Com tal pacto, GERALDO GENTIL BIESEK passa a integrar a
organização criminosa, com o papel de conduzir a Fundação Municipal de Saúde, de
acordo com os interesses da organização criminosa, isto é, contratações irregulares,
prorrogações, contratações superfaturadas, pagamentos de serviço não executado, etc.
De fato, GERALDO GENTIL BIESEK aderiu e integrou a organização
criminosa, permanecendo no cargo no período de 05/08/2014 a 23/11/2015,
principalmente sendo condescendente com os fatos criminosos que foram praticados.
Nesta gestão, descobriu-se mais um membro de grande importância da
ORCRIM, a servidora SALETE TONELLO, responsável pelo setor de compras e
ocupante do cargo de PREGOEIRA da Fundação Municipal de Saúde.
A denunciada SALETE TONELLO seria responsável pela formalização
das contratações e facilitação de contratação irregular de prestadores de serviço, tanto é
que, recebeu “propina” de EUCLIDES DE MORAES DE BARROS JUNIOR, por cerca de
1 (um) ano, o valor de R$ 1.000,00 mensais, para não causar embaraços ou obstáculos
nos processos licitatórios e fornecer informações privilegiadas.
Também destaca-se que SALETE TONELLO atuou no processo (Pregão
Presencial nº 51/2014 da FMS), de contratação irregular e criminosa do serviço de
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locação de veículo da empresa ÁGUAS DA FONTE TRANSPORTADORES TURÍSTICA
EIRELI (ou CLM TRANSPORTADORA TURISTICA EIRELI), de propriedade de ROSA
MARCELA SOLENI SIEBRE, administrada de fato por seu esposo, o denunciado, policial
civil, ADEMILTON JOAQUIM TELES.
Diversas irregularidades foram constatadas, dentre as quais: a) o
superfaturamento (contratação de um veículo com 8 anos de uso, pelo valor mensal de
R$ 8.000,00, enquanto a locação de carros novos em locadoras da cidade, de alto
padrão, giram em torno de R$ 4.000,00 mensais); b) orçamentos de terceiros fraudados
(falsos).
Cite-se também que ADEMILTON JOAQUIM TELES é citado em escutas
telefônicas como “quebra-galho” dentro da Polícia Civil, retardando ou impedindo, em
razão de sua influência, abertura de procedimento investigatório ou indiciamento de
pessoas ligadas a administração pública, bem como é acusado nesta peça vestibular de,
num primeiro momento, receber propina (na condição de presidente da UMAMFI e
participante em diversos conselhos municipais) e, num segundo momento, como
financiador de valores para propina e composição do caixa do “mensalinho”, mediante a
contratação irregular de sua empresa para fornecimento de motoristas, junto à Secretaria
Municipal de Saúde, dirigida à época pelo denunciado CHARLLES BORTOLO.
Durante a gestão de GERALDO GENTIL BIESEK se destaca sua
especial participação no direcionamento de pagamentos das empresas que faziam parte
da organização criminosa e que contribuíam para o caixa do “mensalinho”.
Novamente a FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE é alvo de diversas
denúncias e notícias na imprensa, ocasião em que o denunciado RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA decide fazer nova intervenção e nomear uma Comissão Administrativa
para gestão do Hospital Municipal de saúde, declarando a Fundação Municipal
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desabilitada para prática de atos de gestão (Decreto nº 24.291, de 23/11/2015).
Estrategicamente, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA
nomeia como Presidente da Comissão, o Secretário Municipal de Saúde e membro da
organização criminosa, GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, bem como PATRÍCIA
GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, membro da organização criminosa e que gozava de
certo prestígio administrativo na área de saúde (Decreto nº 24.291, de 23/11/2015):
Art. 6o Para a execução dos atos administrativos descritos neste Decreto,necessários para o cumprimento das ações aqui previstas, fica instituída aComissão de Administração, com poderes de gestão do equipamento requisitado,que será presidida pelo Secretário Municipal de Saúde e composta pelosseguintes membros:a) Vitor Hugo Nachtygal; b) José Borges Bonfin Filho; c) José Aparecido Dantas;d) Patrícia Gottardello Foster Ruiz;e) Toríbio Ramão Silveira; f) Aline Teigão de Albuquerque.
Como primeiro ato de gestão fraudulenta de GILBER DA TRINDADE
RIBEIRO e PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ ocorreu a contratação irregular e
sem licitação da empresa UNIVERSAL MED MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE
LTDA – ME e da empresa GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP.
Note-se que a assinatura e contratação ocorre concomitante à
contratação da empresa UNIVERSAL MED MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE
LTDA – ME pela Secretaria Municipal de Saúde para prestar serviços na UPA João Samek
e no Pronto Atendimento (P.A.) Morumbi, cujo objetivo deste braço da organização
criminosa (RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, GILBER DA TRINDADE RIBEIRO,
PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO)
era que as empresas GLOBO MED e UNIVERSAL MED MED centralizassem toda a
prestação de serviço médico, fazendo com que os profissionais médicos (que já estavam
credenciados) continuassem a prestar serviços porém, agora, através das empresas de
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LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO.
O plano somente não deu totalmente certo porque muitos médicos se
recusaram a fazer a migração planejada.
No dia 19/01/2016, os membros da Comissão Administrativa são
agraciados pelo denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA com uma gratificação
por encargos especiais de 100% do salário-base do servidor, pelo Decreto nº 24.400/16:
No mesmo dia 19/01/2016 é exonerado o Diretor-Presidente GERALDO
GENTIL BIESEK e nomeada a denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ,
como Diretora-Presidente da Fundação Municipal de Saúde (que estava desabilitada a
prática de atos de gestão por força do Decreto nº 24-291/15), mediante a assinatura de
quinze contratos fraudulentos e sem observância dos procedimentos regulares.
No dia 27/04/2016, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
através do Decreto nº 24.564/16, ratifica a desabilitação da direção da Fundação
Municipal de Saúde e o seu Conselho Curador, bem como exclui o denunciado GILBER
DA TRINDADE RIBEIRO da presidência da Comissão administrativa, passando tal
atribuição ao membro VITOR HUGO NACHTYGAL, além de estender os poderes de
gestão da Comissão Administrativa junto à UPA João Samek e P.A. Morumbi.11
Contudo, em decorrência de procedimento instaurado no MP/PR e no
MPF, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA desiste de expansão
administrativa, bem como retira da Comissão Administrativa a denunciada PATRÍCIA
GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, que passa a desempenhar o papel de Diretora-
Presidente da Fundação Municipal de Saúde e a praticar atos de gestão, em arrepio ao
Decreto nº 24.191/15 e Decreto nº 24.564/16: 11 O denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, haja vista ter sido impedido de firmar parceria público privada por liminar emACP promovida pela MPF, tenta, por via oblíqua estender os poderes de gestão e assim ter domínio de do toda área de urgência eemergência para favorecimento de empresas que compunham a organização criminosa.
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Art. 6o Para a execução dos atos administrativos descritos neste Decreto,necessários para o cumprimento das ações aqui previstas, fica instituída aComissão de Administração, com poderes de gestão do equipamento requisitado,composta pelos seguintes membros, sob a presidência do primeiro: a) Vitor Hugo Nachtygal; b) José Borges Bomfim Filho; c) Aparecido da Silva Dantas;d) Toríbio Ramão Silveira”. (NR)
Na prática, a denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ,
passa a ter o domínio dos atos e decisões no HOSPITAL MUNICIPAL, praticando atos de
favorecimento das empresas de LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, proprietário e
gestor das empresas UNIVERSAL MED MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE
LTDA – ME e GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP.
Segundo a auditoria realizada pela SESA e DENASUS, há favorecimento
da empresa, pagamentos indevidos por serviços não realizados, etc, que prosseguem
sendo investigados.
Ademais, constata-se que a denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO
FOSTER RUIZ promoveu um aditivo contratual que desfalca os cofres públicos no valor
de R$ 158.000,00 (ceto e cinquenta e oito mil reais), mensalmente, sem a devida
correspondência laboral, cuja investigação se aprofunda.
Neste período de gestão, PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ
permitiu que o codenunciado RENAN GUSTAVO BAEZ usurpasse de função pública de
direção no Hospital Municipal, sem que tivesse nomeação para tanto, que somente veio a
se concretizar no mês de maio de 2016.
11.1 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (ODAIR DA SILVEIRA)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD
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AHMAD JOMAA e ODAIR JOSÉ SILVEIRA
O denunciado ODAIR JOSÉ SILVEIRA, com vontade livre e consciente,
ex-Secretário Municipal de Saúde, na condição de Coordenador da transição do Hospital
Municipal, solicitou e recebeu, para si ou para outrem vantagem indevida, consistente no
valor mensal de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por duas vezes, entre o período de junho de
2013 a março de 2014 (período em que o Hospital Municipal ficou sob a gestão do Grupo
de TULIO BANDEIRA), para que desistisse de assumir o cargo de Gestor do Hospital
Municipal e de presidente da Fundação Municipal de Saúde e cedesse o lugar para ao
grupo liderado pelo denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA. Em
contrapartida, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, na época Prefeito,
TULIO BANDEIRA MARCELO DENIG BANDEIRA (interessado no cargo) e MAHMOUD
AHMAD JOMAA (operador de TULIO), com vontade consciente e um concorrendo para
ação ilícita do outro, prometeram, ofereceram e entregaram o valor de R$ 10.000,00 (dez
mil reais) mensal, durante período de junho de 2013 a março de 2014 (período em que o
Hospital Municipal ficou sob a gestão do Grupo TULIO BANDEIRA), ao denunciado
ODAIR JOSÉ SILVEIRA, com o objetivo de que desistisse do cargo de gestor da
Fundação Municipal de Saúde e não colocasse obstáculo à gestão pelo grupo de TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA.
De fato analisando as provas produzidas, constata-se que o denunciado
ODAIR JOSÉ SILVEIRA foi nomeado Secretário Municipal de Saúde em 02/01/2013
(Portaria nº51.422, Publicada no D.O.M. nº 1.905 pág. 64, retificada pela Portaria nº
51.677, D.O.M 1939, pág 7) e exonerado em 22/04/2013 (Portaria nº 52.230, Publicada
no D.O.M. nº 1983, pág. 35) quando foi alçado, em 23/04/2013 ao cargo de
COORDENADOR GERAL DO HOSPITAL MUNICIPAL (Portaria nº 52.231, D.O.M. 1983,
pág. 35), com o objetivo de intermediar a transição da gestão da PRO SAÚDE e criação
da FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE (que estava sendo discutida através de projeto
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de Lei nº 36/201312).
Aprovada a Lei municipal nº 4.084, de 05/05/2013, e regulamentada pelo
Decreto nº 22156, de criação da Fundação Municipal de Saúde 09/05/2013, houve a
promessa a ODAIR JOSÉ DA SILVEIRA de ser nomeado Presidente da Fundação
Municipal, o que gerou uma disputa com o grupo liberado pelo denunciado TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA, a quem tinha sido prometida a gestão da saúde
municipal, em troca do apoio financeiro (“propina”) paga na época de campanha de RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA.
Nesse sentido, destaca-se o depoimento do colaborador
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA:
“QUE o que ocorreu foi que quinze dias antes da eleição, o RENI queria ‘jogar atoalha’, daí como eles – TULIO e RENI - são da mesma cidade, de Santo Antoniodo Sudoeste/PR, o TULIO socorreu o RENI com o aporte de dois milhões de reaisjá citados; QUE do ponto de vista do colaborador, tal valor pertencia de fato aoverdadeiramente ao “CASAGRANDE”, mas por questões de querer pressionar oRENI a pagar esse valor posteriormente, resolveram por relatar que o valor haviasido pego de um “agiota”; QUE em algumas reuniões na associação daSANEPAR, chegou a presenciar o RENI conversando com o TULIO, que acreditaque tenha sido sobre isso, delineando a maneira como TULIO receberia de voltaesse aporte; QUE quando do registro da FUNDAÇÃO no cartório, as duas equipesestavam brigando interessadas ainda estavam brigando sobre quem assumiria agestão; QUE não se envolveu nessa situação; QUE até então, estava certo para aequipe do ODAIR assumir, entretanto, “da noite para o dia”, acabou ficando para opessoal do TULIO; QUE não sabe qual a barganha que ele fez com o RENI paraconseguir isso; QUE quando instituída, TULIO ficou com a área jurídica; JORGEYAMAKOCHI ficou diretor-geral, ao passo que o JOMAA ficou responsável porescolher as empresas que prestariam os serviços, tais como lavanderia,alimentação, recepção e limpeza, entre outros;” (MELQUIZEDEQUE DA SILVAFERREIRA CORREA SOUZA, no Termo de Declarações denominado“CAMPANHA/TRANSIÇÃO/PRIMEIROS ANOS DO GOVERNO RENI”)
Assim, se deparou com dois gestores nomeados e disputa de quem
permaneceria no controle do Hospital Municipal, o que é ratificado pelo próprio
denunciado ODAIR JOSÉ DA SILVEIRA:
12 http://www.afronteira.com/br/noticias/cidade/odair-silveira-e-o-novo-gestor-do-hospital-municipal
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QUE exerci o cargo de Secretário municipal de saúde de janeiro a abril de 2013;(…) que foi cogitada sua nomeação para a presidência da fundação municipal desaúde, sendo-lhe oferecido referida função pelo próprio RENI PEREIRA; QUE anomeação não se concretizou por decisão do ora declarante, visto que asdecisões tomadas pelo então prefeito RENI PEREIRA eram divergentes doposicionamento do ora declarante, visto que contrariava o estatuto criado para afundação, (…) QUE como lhe caberia a direção da fundação, indicou nomes paracompor o conselho da fundação, porém o prefeito não acatou, tendo indicadonomes distintos, o que foi decisivo para não aceitar o cargo de diretor dafundação, por discordar das indicações em comento; (…) QUE houve interesse deTULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital, porém sem assumirdiretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIO queria indicar eefetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipal de saúde, queseja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivado na função retrocitada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que a nomeação de JORGEYAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA; QUE acredita queTULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeito RENI PEREIRAem função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos da mesmaregião/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que a influência eratanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho na sede daprefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se com umasituação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quem estavalá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindoele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportadorecursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo dediretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado naconstituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários(ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60, DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº5006445-81.2016.404.7002)
De fato, prevaleceu o grupo liderado pelo denunciado TULIO MARCELO
DENIG BANDEIRA, que nomeou JORGE YAMAKOSHI ao cargo de Presidente da
Fundação Municipal de Saúde, que foi anunciado em 05/06/2013 e iniciou os trabalhos
em 19/06/201313, concomitantemente a já existente nomeação de ODAIR JOSÉ DA
SILVEIRA, que somente foi exonerado em 27/06/2013 (Portaria nº 52.778, D.O.M 2030,
publicado em 28/07/2013, pág. 20), mas com efeitos retroativos à 17 de junho de 2013.
13 http://foz.portaldacidade.com/noticias/1057-nova-administracao-do-hospital-municipal-e-apresentada
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Como pode se perceber, passou-se 10 (dez) dias de impasse na gestão
do Hospital Municipal (tal como declarou o colaborador MELQUIZEDEQUE), tendo
preponderado a nomeação do grupo liderado pelo denunciado TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, o que resultou a exoneração de ODAIR JOSÉ DA SILVEIRA em
27/06/2013, com efeito retroativo a 17/06/2013.
Para a desistência de ODAIR JOSÉ DA SILVEIRA, o grupo de TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA, com autorização de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA
e execução por parte de MAHMOUD AHMAD JOMAA, ofereceu pagar, mês a mês, no
período que permaneceram na gestão do Hospital Municipal, o valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais), a ODAIR JOSÉ DA SILVEIRA, que teria solicitado tais valores, em
contrapartida a desistência da função e não causar embaraços à administração do grupo
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
Com a deflagração da fase ostensiva da operação NIPOTI I e II (fases 5 e
6 da Operação Pecúlio), o denunciado, corroborou, em parte, ter recebido, ao menos em
duas oportunidades, R$ 10.000,00 (dez mil reais), das mãos do denunciado MAHMOUD
AHMAD JOMAA, embora negue que se trate de propina:
QUE não recebeu nenhum valor de TULIO BANDEIRA; QUE entretanto recebeuR$ 20.000,00 de RENI PEREIRA, dinheiro esse que era em função de umempréstimo pessoal que havia feito em 2012 de R$ 12.000,00, sendo que osoutros R$ 8.000,00 eram decorrentes de três implantes dentários feitos por RENIPEREIRA, pois o mesmo era seu paciente; QUE os R$ 20.000,00 foram entreguespessoalmente por JOMA, dentista na presente urbe, com consultório odontológicono edifício Pedro Basso, sabendo que o mesmo é irmão de FAISAL, que é medicoortopedista, sabendo que este trabalhou na fundação; QUE acredita que recebeuR$ 20.000,00 cerca de três meses após deixar a função de secretário e que ospagamentos foram feitos em duas parcelas de R$ 10.000,00. (ODAIR JOSÉSILVEIRA, evento 60, DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002)
Como pode se perceber, o fato de ter recebido tais valores, após três
meses de sua saída do cargo de Secretário Municipal de Saúde (22/04/2013), coincide
com a data de sua exoneração do cargo de Coordenador Geral do Hospital Municipal
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(27/06/2013).
A materialidade é indireta, tendo em vista a natureza de tais crimes,
consubstanciada nas declarações já mencionadas, ao efetivo controle da fundação
municipal de saúde pelo grupo de TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, bem como nas
portarias de nomeação e exoneração mencionadas no corpo da denúncia.
Assim, observou-se que os denunciados:
a) ODAIR JOSÉ DA SILVEIRA praticou, por duas vezes, o delito de
corrupção passiva, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327, §2º do Código Penal;
b) MAHMOUD AHMAD JOMAA, RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA incorreram, por duas vezes, no crime previsto no
artigo 333 do Código Penal.
11.2 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA. GESTÃO DO HOSPITAL
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD
AHMAD JOMAA e JORGE YAMAKOSHI
O denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, com vontade livre e
consciente, com ciência e concordância de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e do
presidente da Fundação Municipal de Saúde JORGE YAMAKOSHI, no período de
19/06/2013 a 05/05/2014 (até a intervenção de FERNANDO COSSA), mês a mês,
usurpou de função pública de gestor, dirigente e representante legal da Fundação
Municipal de Saúde e Hospital Municipal, visando lucro ilícito, seja com desvio de
recursos públicos, seja com o recebimento de “propina” de prestadores de serviço da
referida pessoa jurídica e estabelecimento de saúde.
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A autoria resta delineada, inicialmente, pelas declarações dos
colaboradores MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, RODRIGO
BECKER e EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, que efetivamente integraram e
exerciam função relevante na organização criminosa, que é corrobora com outros
elementos de prova que foram colhidos na investigação.
“QUE o que ocorreu foi que quinze dias antes da eleição, o RENI queria ‘jogar atoalha’, daí como eles – TULIO e RENI - são da mesma cidade, de Santo Antoniodo Sudoeste/PR, o TULIO socorreu o RENI com o aporte de dois milhões de reaisjá citados; QUE do ponto de vista do colaborador, tal valor pertencia de fato aoverdadeiramente ao “CASAGRANDE”, mas por questões de querer pressionar oRENI a pagar esse valor posteriormente, resolveram por relatar que o valor haviasido pego de um “agiota”; QUE em algumas reuniões na associação daSANEPAR, chegou a presenciar o RENI conversando com o TULIO, que acreditaque tenha sido sobre isso, delineando a maneira como TULIO receberia de voltaesse aporte; QUE quando do registro da FUNDAÇÃO no cartório, as duas equipesestavam brigando interessadas ainda estavam brigando sobre quem assumiria agestão; QUE não se envolveu nessa situação; QUE até então, estava certo para aequipe do ODAIR assumir, entretanto, “da noite para o dia”, acabou ficando para opessoal do TULIO; QUE não sabe qual a barganha que ele fez com o RENI paraconseguir isso; QUE quando instituída, TULIO ficou com a área jurídica; JORGEYAMAKOCHI ficou diretor-geral, ao passo que o JOMAA ficou responsável porescolher as empresas que prestariam os serviços, tais como lavanderia,alimentação, recepção e limpeza, entre outros;” (MELQUIZEDEQUE DA SILVAFERREIRA CORREA SOUZA, no Termo de Declarações denominado“CAMPANHA/TRANSIÇÃO/PRIMEIROS ANOS DO GOVERNO RENI”);
QUE o colaborador não viu o dinheiro e não pode afirmar, porém, o que dizem éque no final da campanha de prefeito, TULIO BANDEIRA doou, aproximadamente,R$ 2.000.000,00 para RENI PEREIRA, sem declarar; (RODRIGO BECKER noTermo de Declarações “CAMPANHAS”);
QUE sabe que TULIO BANDEIRA teria ajudado a campanha de RENI PEREIRAcom aproximadamente 2 milhões; QUE RENI PEREIRA entregou a FUNDAÇÃOMUNICIPAL DE SAÚDE para TULIO BANDEIRA como forma de recuperar oinvestimento realizado na campanha de RENI PEREIRA; (EUCLIDES DEMORAES BARROS JUNIOR, no Termo de Declarações “TULIO BANDEIRA”)
De fato, é notório que denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA
foi eleito Prefeito e, de fato, entregou a saúde pública municipal, sobretudo o Hospital
Municipal ao grupo liderado pelo denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, cuja
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gestão ficou marcada pela expressão “República de Pato Branco”, alusão feita ao fato de
que o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA trouxe pessoas e fornecedores
daquela cidade (Pato Branco) e região.
Com a deflagração da fase ostensiva da operação NIPOTI I e II (fases 5 e
6 da Operação Pecúlio), corroborou-se detalhes das colaborações trazidas a efeito:
“QUE houve interesse de TULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital,porém sem assumir diretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIOqueria indicar e efetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipalde saúde, que seja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivadona função retro citada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que anomeação de JORGE YAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA;QUE acredita que TULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeitoRENI PEREIRA em função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos damesma região/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que ainfluência era tanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho nasede da prefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se comuma situação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quemestava lá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindoele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportadorecursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo dediretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado naconstituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários; (ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002)
“QUE escutou muito falar a expressão “República de Pato Branco”, que se deviaao fato de muitas pessoas que trabalhavam no hospital, em diversas funções eramda cidade de Pato branco, que quando começou a intervenção de FernandoCossa, salários foram reduzidos e muitas dessas pessoas de Pato Branco foramdesligadas; QUE havia o comentário de que essas pessoas de Pato branco teriamsido trazidas por TULIO BANDEIRA; (SALETE TONELO, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA33, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002)
No mesmo sentido, esclareceu o colaborador REGINALDO DA SILVEIRA
SOBRINHO:
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“QUE na mudança de gestão do hospital municipal, da empresa PROSAUDE paraa FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE, começou-se a chamar que houve ainstalação da “República de Pato Branco” no referido HOSPITAL; QUE odepoente aduz que foi um termo que começou a ser usado nas mídias sociais,sendo que o grupo de pessoas reunidas para o mesmo fim eram, na grandemaioria, oriundas da região Centro-Oeste, no caso específico, as pessoasnominadas de TULIO BANDEIRA, BIOCENTER, MAURICIO BERNARDI, oEnfermeiro Chefe DIOGO, além de uma técnica de radiologia, que acabaramadministrando o hospital; PR: QUE TULIO BANDEIRA se apresentava comdiretor-jurídico, dava pareceres jurídicos em contratos emergenciais e tambémdava ordens; QUE, posteriormente, ficou sabendo que se tratava apenas de umcargo voluntário, dando pareceres; (REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, notermo de declarações denominado “QUESTIONAMENTOS (FUNDAÇÃOMUNICIPAL DE SAÚDE) – em anexo”
Após exercer, de fato, o cargo de Diretor da Fundação Municipal de
Saúde, sem de fato existir o referido cargo e sem que se tivesse realizado concurso ou
licitação, numa atitude desesperada, o denunciado JORGE YAMAKOSHI determinou a
publicação no dia 23/08/2013, isto é, quando o denunciado TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA já estava usurpando a função pública de advogado da fundação há, pelo
menos dois meses, da Portaria nº 001/2013, que, ilegalmente, nomeia TULIO MARCELO
DENIG BANDEIRA ao cargo de diretor jurídico “voluntário”, com data retroativa de
01/07/2013, para tentar justificar sua presença no hospital municipal, bem como seu
poder de gestão na referida unidade hospitalar:
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Registre-se que a nomeação é ilegal, eis que o Estatuto da Fundação
Municipal de Saúde (Lei Municipal nº 4.084/2013), em seu artigo 11, não prevê a
existência de tal cargo de direção:
Art. 11 a diretoria executiva, órgão responsável pela gestão da fundação municipalde saúde de foz do iguaçu, e subordinada ao conselho curador, é constituída dasseguintes funções:I - diretor presidente;II - diretor administrativo – financeiro;III - diretor assistencial;IV - diretor técnico.
Ademais, segundo o artigo 18 da Lei Municipal nº 4.084/2013 (Estatuto da
Fundação Municipal) de serviços através de processo licitatório e a contratação de
funcionários se faz por meio de teste seletivo.
A materialidade resta demonstrada pelas declarações dos colaboradores
bem como pelos pareceres elaborados pelo denunciado TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, obtidos pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, no bojo do inquérito civil nº
1.25.003.002972/2016-50 e encaminhados pelo gestor do Hospital Municipal, juntados às
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f. 1502/1785 dos autos daquele procedimento.
Compulsando tais documentos constata-se 133 (centro e trinta e três)
pareceres jurídicos elaborados pelo denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA,
em processos licitatórios realizados, no período de 01/06/2016 a 09/09/2013, sendo que
alguns dos pareceres sequer estão assinados porém as contratações foram realizadas.
Assim, observou-se que os denunciados TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, em coautoria com RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e JORGE
YAMAKOSHI, incorreram no crime previsto no artigo 328, parágrafo único, 11 (onze)
vezes, combinado com artigo 29 do Código Penal.
11.3 DISPENSA IRREGULAR (BIOCENTER)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI, EVANDRO HENRIQUE FREIRE e MAURÍCIO IOPP
Desvendou-se a longo das investigações que RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, mediante acordo escuso com o denunciado TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, entregou a saúde de Foz do Iguaçu para o grupo liderado pelo último e
denominado “República de Pato Branco”, em contrapartida à vantagem econômica
recebida na campanha eleitoral a Prefeito de Foz do Iguaçu, no ano de 2012, no valor de
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Como já dito, o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
indicou o denunciado JORGE YAMAKOSHI como Diretor-Presidente da Fundação
Municipal de Saúde, eliminou pretendentes a gestores do Hospital Municipal, porém
exercia, de fato, o comando da unidade de saúde e da Fundação Municipal.
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Assim, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI, com vontade e consciência,
aderindo um à vontade dos outros, dispensaram licitação fora das hipóteses previstas em
lei e sem observar as formalidades pertinentes à dispensa ou inexigibilidade, contratando
em 18/06/2013, pelo prazo de 180 dias, cuja remuneração corresponderia à produção que
girava em torno de R$ 400.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais) mensais ou R$
2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais) por 180 dias, a empresa JOÃO
MICHELS FREIRE & CIA LTDA (nome fantasia BIOCENTER), administrada pelo sócio,
ora denunciado, EVANDRO HENRIQUE FREIRE e pelo responsável técnico, também
denunciado, MAURÍCIO IOPP, os quais, a empresa e representantes, comprovadamente
concorreram para consumação da ilegalidade e beneficiaram-se da dispensa ilegal para
celebrar com o poder público o referido contrato.
A participação do RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA é evidente ante a
delegação de amplos, ilimitados e irrestritos poderes ao denunciado TÚLIO MARCELO
DENIG BANDEIRA, que lhe permitiam, inclusive a prática de ilícitos de contratação,
desvio de verbas e recebimento de propina de prestadores.
“QUE houve interesse de TULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital,porém sem assumir diretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIOqueria indicar e efetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipalde saúde, que seja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivadona função retro citada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que anomeação de JORGE YAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA;QUE acredita que TULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeitoRENI PEREIRA em função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos damesma região/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que ainfluência era tanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho nasede da prefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se comuma situação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quemestava lá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindoele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportadorecursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo de
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diretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado naconstituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários; (ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002).
A participação de JORGE YAMAKOSHI refere-se ao fato de ser o Diretor-
Presidente da Fundação, gestor de direito, e responsável pela contratação e assinatura
do contrato que não cumpriu as formalidades legais, pois serviu de objeto de manobra do
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
A participação do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
refere-se a ser de fato o controlador da Fundação Municipal e Hospital Municipal, por
delegação fática do Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, além de ter atuado
como “assessor jurídico”, atribuindo parecer jurídico pela legalidade da contratação ilegal.
Já o denunciado EVANDRO HENRIQUE FREIRE e MAURÍCIO IOPP por
serem os beneficiários da contratação irregular, bem como terem concorrido para a
contratação criminosa, comprovadamente, pois assinaram o contrato nº 47/2013, o
primeiro como representante da empresa e o segundo como testemunha. Ademais, o
denunciado MAURICIO IOPP atuava como gerente e representante de fato da empresa,
na cidade de Foz do Iguaçu/PR.
A atuação dos mesmos como representantes da empresa é ratificada em
suas declarações prestadas junto à autoridade policial.
A primeira irregularidade constatada foi a criação de uma situação de
emergência, eis que RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, em conluio com TÚLIO
MARCELO DENIG BANDEIRA, desativaram o laboratório municipal de análises clínicas,
que funcionava com quadro próprio de funcionários, com custo bem mais baixo do que a
futura contratação, além do desmonte da estrutura e cessão de pessoal a terceiros.
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Nesse sentido, destaca-se as declarações do colaborador REGINALDO
DA SILVEIRA SOBRINHO:
QUE no período anterior a criação da Fundação Municipal de Saúde a prefeituraadministrava um laboratório próprio de exames em anexo ao Hospital Municipal,no qual tinha apenas os equipamentos terceirizados, com quadro de pessoal deservidores públicos de carreira; QUE tal laboratório atendia toda a rede municipal;QUE contemporaneamente à criação da Fundação, a prefeitura decidiu desativar olaboratório próprio e descentralizar o serviço de laboratório, criando duasunidades, uma no PA do Morumbi e outra no UPA; QUE os funcionários públicosque trabalhavam no laboratório, concursados para trabalharem em tal ambiente,foram enviados para as novas unidades antes destas estarem aptas parafuncionamento; QUE tais funcionários chegaram a ficar alguns dias sem funçãonessas novas unidades, por não haver estrutura; QUE depois tais funcionáriosforam cedidos ou transferidos para outros locais de trabalho; QUE os serviços delaboratório foram supridos por meio de um contrato emergencial; QUE entendeque a situação emergencial pode ter sido forçada, tendo em vista que osfuncionários do laboratório foram enviados para as novas unidades sem que essastivessem condições de funcionamento e sem equipamentos; QUE foi a empresaBIOCENTER que foi contratada pela Fundação Municipal, se alojando no mesmoespaço físico que antes funcionava o laboratório administrado pela prefeitura; QUEa empresa BIOCENTER é de propriedade de EVANDRO FREIRE e acredita quede MAURÍCIO IOPP também; (REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO em termode declarações denominado “BIOCENTER”).
A desativação proposital do laboratório foi ratificada pela auditoria que
está sendo realizada pela Secretaria Estadual de Saúde (SESA) e pelo DENASUS
(Ministério da Saúde) no Hospital Municipal por requisição do MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL:
“Conforme informações obtidas através de vários depoimentos entre funcionáriosdo HMPGL, o Laboratório Municipal funcionava muito bem até o início da atualgestão municipal, quando foi desativado sem justificativa e todos os servidoresmunicipais ali lotados foram distribuídos para outros setores da secretariaMunicipal de Saúde” (Relatório Parcial de Auditoria Assitencial, fls. 2.945, dosautos de IC nº 1.25.003.002972/2016-50).
Assim, tendo sido criada a situação de emergência, provocada pelos
denunciados, verifica-se, portanto, que a dispensa não atende as hipóteses previstas em
lei (artigo 24, IV, da Lei nº 8.666.93), o que não pode ser usado como justificativa para a
contratação.
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Ademais, mesmo que assim não fosse, observa-se que não existe um
processo licitatório regular, pois:
a) não há autuação de procedimento e numeração de páginas, em ordem
cronológica (vide processo digitalizado em anexo);
b) a dispensa nº 137/2013 que foi apresentada à Polícia Federal não
possui uma série de elementos obrigatórios, tais como projeto básico ou termo de
referência, publicações de editais e contratação, em total arrepio ao artigo 38 da Lei
8.666/93:
Art.38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo aautorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ouoficial, ou do responsável pelo convite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ouinexigibilidade;VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivasmanifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,fundamentado circunstanciadamente;X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadaspor assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)
c) compulsando os documentos apresentados, que é chamado de
Dispensa nº 137/2013, observa-se que existem três contratos 47/2013 assinados pelo
denunciado JORGE YAMAKOSHI, porém o que possui reconhecimento de firma mais
antigo, está datado como dia 18/06/2013, a data de sua assinatura, na presença da
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testemunha, ora denunciado, MAURÍCIO IOPP.
Ocorre que o anúncio para começar operar a Fundação Municipal seria o
dia 19/06/2013, um dia após a data em que teria sido assinado o referido contrato.
Ademais, conquanto o contrato seja assinado em 18/06/2013, existem
documentos básicos de regularidade de atuação e fiscal da empresa contratada somente
é emitido em data posterior à assinatura do contrato, o que, por óbvio, demonstra que o
processo foi montado posteriormente à avença contratual, menciona-se como exemplo: a)
cadastro nacional da pessoa jurídica – filial - emitido em 21/06/2013; b) cadastro nacional
da pessoa jurídica – matriz - emitido em 27/07/2013; c) Certificado de Regularidade do
FGTS, validade de 02/07/2013 a 31/07/2013, emitido em 17/07/2013; d) Certidão negativa
de tributos estaduais emitida em 27/06/2013; e) Certidão negativa de tributos federais
com mais de 60 dias (emitida em 16/04/2013); f) Certidão Negativa de débitos trabalhistas
em 26/06/2013.
d) foram juntados orçamentos de outras empresas com preço superior ao
ofertado pela BIOCENTER, que não podem ser considerados idôneos pois datados
anteriormente ao orçamento da BIOCENTER e se encontram soltos aos autos, não sendo
possível verificar sua tempestividade, bem como se foi preservado o sigilo entre os
concorrentes. Certamente, pelo pacto criminoso existente é possível que os orçamentos,
se verdadeiros, foram efetivamente apresentados tenham sido mostrados à BIOCENTER
para que apresentasse melhor preço.
e) a empresa JOÃO MICHELS FREIRE & CIA LTDA não possuía
regularidade para prestação de serviço na cidade de Foz do Iguaçu, tendo em vista que
não possuía instalações, alvará, licença sanitária, nesta cidade. Os documentos que
foram apresentados a posteriori são documentos da empresa matriz, na cidade de Pato
Branco.
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Todos estes elementos são provas robustas de que houve contratação
direta, direcionada, para favorecer a empresa BIOCENTER, cujos administradores
compõe a organização criminosa, haja vista que agiam desviando recursos públicos e
financiando a propina para ser repassada a agentes públicos.
Assim, observou-se que os denunciados TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, em coautoria com RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e JORGE
YAMAKOSHI, incorreram no crime previsto no 89 c/c artigo 99, §1º, da lei 8.666/93,
enquanto os denunciados EVANDRO HENRIQUE FREIRE e MAURÍCIO IOPP incorreram
no artigo 89, §º único, c/c artigo 99, §1º, da lei 8.666/93.
11.4 FRAUDE EM CONCORRÊNCIA (BIOCENTER)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI, ALEXEI DA COSTA SANTOS, SUSAMARA REGINATO, EVANDRO HENRIQUE FREIRE,
MAURÍCIO IOPP
Desvendou-se a longo das investigações que RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, mediante acordo escuso com o denunciado TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, entregou a saúde de Foz do Iguaçu para o grupo liderado pelo último e
denominado “República de Pato Branco”, em contrapartida à vantagem econômica
recebida na campanha eleitoral a Prefeito de Foz do Iguaçu, no ano de 2012, no valor de
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Como já dito, o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
indicou o denunciado JORGE YAMAKOSHI como Diretor-Presidente da Fundação
Municipal de Saúde, eliminou pretendentes a gestores do Hospital Municipal, porém
exercia, de fato, o comando da unidade de saúde e da Fundação Municipal.
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Assim, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI, agora aliados aos denunciados,
ALEXEI DA COSTA SANTOS e SUSAMARA REGINATO, os dois últimos, membros da
comissão permanente de licitação da Fundação Municipal de Saúde e aos beneficiários
diretos EVANDRO HENRIQUE FREIRE e MAURÍCIO IOPP, responsáveis de fato pela
empresa JOÃO MICHELS FREIRE & CIA LTDA, com vontade e consciência, mediante
prévio ajuste, um aderindo à conduta do outro, fraudaram, mediante ajuste, combinação e
direcionamento, o caráter competitivo do Procedimento Licitatório nº 001/2013, da
Fundação Municipal de Saúde, com intuito de obter, para si e para outrem, vantagem
decorrente da adjudicação do objeto da licitação, que culminou com a contratação da
empresa JOÃO MICHELS FREIRE & CIA LTDA, pelo prazo de 12 meses, cuja
remuneração corresponderia à produção e girava em torno de R$ 400.000,00
(quatrocentos e cinquenta mil reais) mensais ou R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e
oitocentos mil reais) por ano.
A participação do RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA é evidente ante a
delegação de amplos, ilimitados e irrestritos poderes ao denunciado TÚLIO MARCELO
DENIG BANDEIRA, que lhe permitiam, inclusive a prática de ilícitos de contratação,
desvio de verbas e recebimento de propina de prestadores.
“QUE houve interesse de TULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital,porém sem assumir diretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIOqueria indicar e efetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipalde saúde, que seja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivadona função retro citada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que anomeação de JORGE YAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA;QUE acredita que TULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeitoRENI PEREIRA em função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos damesma região/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que ainfluência era tanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho nasede da prefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se comuma situação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quemestava lá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindo
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ele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportadorecursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo dediretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado naconstituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários; (ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002).
A participação de JORGE YAMAKOSHI refere-se ao fato de ser o Diretor-
Presidente da Fundação, gestor de direito, e responsável pela contratação e assinatura
do contrato que não cumpriu as formalidades legais, pois serviu de objeto de manobra do
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
A participação do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
refere-se a ser de fato o controlador da Fundação Municipal e Hospital Municipal, por
delegação fática do Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, além de ter atuado
como “assessor jurídico”, atribuindo parecer jurídico pela legalidade da contratação ilegal.
Já o denunciado EVANDRO HENRIQUE FREIRE participou do delito por
serem os beneficiários da contratação irregular, bem como terem concorrido para a
contratação criminosa, comprovadamente, pois assinou o contrato, além do que o
denunciado MAURÍCIO IOPP exercia a função de administrador de fato.
“QUE apresenta participação societária das seguintes empresas: JOÃO MICHELSFREIRE &CIA LTDA, CNPJ Nº 82.471.251/0001-59 (MATRIZ) e 82.471.251/0010-00 (filial Foz do Iguaçu/PR). (…) que a filial de Foz do Iguaçu/PR da empresaJOÃO MICHELS FREIRE & CIA LTDA foi prestadora de serviços à SecretariaMuncipal de Saúde de Foz do Iguaçu/PR entre setembro de 2013 a julho de 2013;(…) QUE as cobranças dos serviços prestados, com pagamentos atrasados, eramrealizadas insistentemente por MAURICIO IOPP, gerente da filial de Foz doIguaçu/PR” (EVANDRO HENRIQUE FREIRE, evento 67, DEPOIM-TESTEMUNHA1 dos autos de IPL nº 5006445-81.2016.404.7002);
“QUE também é empregado da empresa JOÃO MICHELS FREIRE LTDA, comsede em Pato Branco/PR, e que possuía uma filial que era localizada no HospitalPadre Germano Lauck (Hospital Municipal de Foz do Iguaçu/PR); QUE ante a falta
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de pagamento do contrato que a empresa detinha com a Fundação Municipal deSaúde, a Fundação foi notificada e os serviços foram encerrados; QUE quemrepresenta a filial da JOÃO MICHELS FREIRE LTDA é EVANDRO HENRIQUEFREIRE, sócio da empresa, juntamente com JOÃO MICHELS FREIRE, pai deEVANDRO. QUE na ausência de EVANDRO é o declarante quem representava aempresa aqui em Foz do Iguaçu/PR; (…)(MAURÍCIO IOPP, EVENTO 60 DEPOIM-TESTEMUNHA15 dos autos nº IPL nº 5006445-81.2016.404.7002)
Aliás o denunciado MAURÍCIO IOPP confirma que a empresa somente foi
instalada em Foz do Iguaçu, após ganhar a licitação emergencial da Fundação Municipal
de Saúde, o que corrobora o direcionamento e a “instalação da República de Pato
Branco”, implantada pelo denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
QUE a filial da BIOCENTER em Foz do Iguaçu foi instalada após a BIOCENTERde Pato Branco vencer a licitação emergencial realizada pela Fundação Municipal,sendo que posteriormente houve a licitação regular na qual se sagrou comovencedora a BIOCENTER; (…) QUE conheceu TULIO MARCELO DENIGBANDEIRA por ocasião da contratação da BIOCENTER pela Fundação Municipalpara prestar serviços ao hospital municipal. QUE TULIO trabalhava no setorjurídico da Fundação, sendo assuntos relacionados à parte jurídica do contratoforam tratados com ele; (MAURÍCIO IOPP, EVENTO 60 DEPOIM-TESTEMUNHA15 dos autos nº IPL nº 5006445-81.2016.404.7002)
A primeira irregularidade constatada foi a contratação de emergência, que
antecedeu a presente fraude e contratação.
Ademais, o edital confeccionado pelos denunciados ALEXEI DA COSTA
SANTOS e SUSAMARA REGINATO, membros da comissão de licitação, mediante
acordo com TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI e RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, foi direcionado à empresa BIOCENTER.
Lembre-se que ALEXEI DA COSTA SANTOS foi coordenador de
campanha do ex-prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, presidente do partido PSB
em Foz do Iguaçu (partido do ex-prefeito denunciado), além de que ser contador pessoal
do referido denunciado.
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De outro lado, SUSAMARA REGINATO atuava conforme às ordens e
pedido do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, conforme esclareceu a
denunciada SALETE TONELO:
QUE com relação a TULIO BANDEIRA a situação era semelhante aà descrita aresspeito de MAMOUD JOMMAA: nunca falou e nem tratou pessoalmente TULIOBANDEIRA, o qual comparecia na fundação para tratar com a gerente à época,“Susamara Reginato”, vulgo “susi”. (SALENTE TONELLO, em termo dedeclarações juntado evento 60, DEPOIM_TESTEMUNHA33 dos autos de IPL nº5013824-44.2014.404.7002).
Analisando o edital de concorrência 001/2013, constatou-se que o objeto
da contratação era: pessoa jurídica para elaboração de exames laboratoriais com
utilização da metodologia de química seca. Tal requisito limita o caráter competitivo do
certame e direciona para empresa JOÃO MICHELS FREIRE & CIA LTDA, pois possuíam
à época habilitação e acervo para tanto.
Embora a metodologia de química seca realmente seja uma técnica que
dá maior precisão de resultados, não se trata de uma técnica amplamente utilizada pelos
laboratórios em geral, haja vista o alto investimento em equipamentos e materiais, o que
reduz a margem de lucro para realização de exames.
Além do que durante inspeção do Laboratório Central do Estado
(LACEN), inspeção realizada na BIOCENTER, no período de 29/04/2016 a 11/05/2016,
observou-se que 65% dos exames eram mandados para o Laboratório da BIOCENTER
em Pato Branco (matriz), que utiliza o método/técnica de química líquida, o que
demonstra a violação das normas do edital, bem como que o edital foi elaborado apenas
para limitar concorrente, desestimular o prestador que cumpriria o objeto contratual, e
direcionar o certame à BIOCENTER (por razões já amplamente descritas) mas, na
prática, os exames eram realizados com técnica menos eficiente e com menor custo, o
que aumenta a lucratividade do laboratório contratado em prejuízo ao serviço público.
Vejamos relatório:
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“para o número de exames realizados por mês, foi usado como base o mês demarço/2016, em que foi realizado um total de 116.753 exames, sendo que 76.986exames são encaminhados para a matriz em Pato Branco. (pág. 45)(…)Os laudos das análises referentes as dosagens bioquímicas indicam que examesrealizados no BIOCENTER filial de Foz do Iguaçu utiliza metodologia de químicaseca e a matriz de Pato branco utiliza a metodologia de química líquida, emdesacordo com o edital de concorrência 01/2013 item 7.5.5.1 alínea “a”. (Relatóriode Inspeção – LACEN, 29/04/2016 a 11/05/2016, juntado ás fls. 879/890 do IC nº1.25.003.002972/2016-50).
Ademais, destaca-se que a BIOCENTER nem poderia ser habilitada pois,
segundo o relatório do LACEN/PR (pág. 45):
“- não possui licença sanitária. (…)não apresentou vistoria pelo Corpo de Bombeiros”
Outrossim, a BIOCENTER não possui qualidade técnica suficiente para a
prestação de serviço e sua manutenção, conforme amplo relatório do LACEN/PR, que
inclusive efetuou apreensão de materiais vencidos e que não poderiam estarem sendo
utilizados. Logo, jamais poderiam a ter contratado, o que poderia ter sido verificado haja
vista que já estaria há 180 dias prestando serviços à Fundação Municipal (contratação por
dispensa).
Outro ponto limitativo da concorrência foi a inclusão do item 7.5.4 do
edital de concorrência nº 001/2013 e item 15.4 do Termo de Referência que certamente
afastou muitos candidatos ao certame:
7.5.4 comprovações de aptidão para desempenho de atividade pertinente ecompatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação,devidamente comprovada através de declaração firmada por empresa pública ouprivada, com firma reconhecida do emissor. (edital)15.4 – efetuar a entrega dos resultados dos exames nas unidades solicitantes e naFUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE DE FOZ DO IGUAÇU no prazo máximo de12 (doze) horas, no caso de pacientes internados, 3 (três) dias, no caso depaciente ambulatorial, para os exames de rotina, e em, no máximo, 2 (duas) horasquando o exame for classificado como de EMERGÊNCIA, independente de origemdo pedido, respeitando-se as características dos exames especiais.
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Ora, por óbvio, que o item 7.5.4 foi colocado “por encomenda” dos
denunciados EVANDRO HENRIQUE FREIRE e MAURÍCIO IOPP, pois como já estavam
prestando serviço no Hospital Municipal, possuíam condições de obter tal declaração, o
que seria muito difícil outros laboratórios da cidade, por exemplo, obter tal declaração e,
portanto, estariam fora do certame.
Porém, em 06/12/2013 (sexta feira), às vésperas da sessão pública que
se realizaria 09/12/2013 (segunda feira), a denunciada SUSAMARA REGINATO revogou
os itens 7.5.4 do edital e 15.4 do termo de referência, quando não mais dava tempo hábil
para eventuais interessados (que já se desestimularam a participar do certame em razão
das cláusulas limitativas), tomar conhecimento e reunir a documentação exigida para
habilitação.
Outrossim, deve ser consignado que embora o edital tenha sido
direcionado e limitativo de participantes, a empresa apresentou documento insuficiente
para habilitação financeira, constando em ata de sessão pública do dia 09/12/2013, que
os denunciados ALEXEI DA COSTA SANTOS e SUSAMARA REGINATO, em conjunto
com outro membro (que não foi denunciado, por ora, por não ser possível constatar que
tinha consciência da conduta delituosa), ofertaram prazo de 8 (oito) dias para a
regularização da documentação, e, em nova ata de sessão pública realizada em
18/12/2013, fls. 210/211 do processo de concorrência nº 001/2013, aceitaram uma
declaração contábil de capacidade financeira fictícia, considerando 1ª semestre de 2013,
considerando ativo realizável a longo prazo e passivo a realizar.
Todos estes elementos são provas robustas de que houve contratação
direta, direcionada, para favorecer a empresa BIOCENTER, cujos administradores
compõe a organização criminosa, que se descortinou, haja vista que agiam desviando
recursos públicos e financiavam a propina para ser repassada a agentes públicos.
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A materialidade resta configurada através: a) cópia da concorrência
001/2013, encaminhada pela Fundação Municipal de Saúde: b) relatório do LACEN –
Laboratório Central do Estado do Paraná; c) relatório parcial da auditoria do SESA/PR.
Assim, observou-se que os denunciados TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, em coautoria com RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, JORGE
YAMAKOSHI, ALEXEI DA COSTA SANTOS, SUSAMARA REGINATO, EVANDRO
HENRIQUE FREIRE e MAURÍCIO IOPP incorreram no crime previsto no 90 c/c artigo 99,
§1º, da lei 8.666/1993.
11.5 DISPENSA IRREGULAR (AGUIAR REFEIÇÕES)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI, SUSAMARA REGINATO, JONES MAGRINELI JUNIOR e JEFERSON ANTONIO AGUIAR
Desvendou-se a longo das investigações que RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, mediante acordo escuso com o denunciado TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, entregou a saúde de Foz do Iguaçu para o grupo liderado pelo último e
denominado “República de Pato Branco”, em contrapartida à vantagem econômica
recebida na campanha eleitoral a Prefeito de Foz do Iguaçu, no ano de 2012, no valor de
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Como já dito, o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
indicou o denunciado JORGE YAMAKOSHI como Diretor-Presidente da Fundação
Municipal de Saúde, eliminou pretendentes a gestores do Hospital Municipal, porém
exercia, de fato, o comando da unidade de saúde e da Fundação Municipal.
Assim, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI, com vontade e consciência,
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mediante prévio ajuste e aderindo um à conduta do outro, dispensaram licitação fora das
hipóteses previstas em lei e sem observar as formalidades pertinentes à dispensa ou
inexigibilidade (Dispensa nº 13/2013), com auxílio de SUSAMARA REGINATO e de
JONES MAGRINELI JUNIOR, contratando em 19/06/2013, pelo prazo de 180 dias, ao
valor unitário de refeição de R$ 12,00 (doze reais)14, a empresa JEFERSON ANTONIO
AGUIAR ME (nome fantasia AGUIAR REFEIÇÕES), administrada pelo sócio, ora
denunciado, JEFERSON ANTONIO AGUIAR, que comprovadamente concorreu para
consumação da ilegalidade e beneficiou-se da dispensa ilegal para celebrar com o poder
público o referido contrato.
O Colaborador REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, que atuou como
membro da organização criminosa em diversas funções, esclareceu fatos e conluios que
envolvem a contratação da empresa AGUIAR REFEIÇÕES:
QUE pelo o que o colaborador tem conhecimento foi realizado um contratoinicialmente emergencial para a contratação da empresa REFEIÇÕES AGUIARpara o fornecimento de refeições para o Hospital Municipal de Saúde; QUE ocolaborador levou representantes da referida empresa para conhecerem aestrutura do hospital antes da contratação; QUE posteriormente ao contratoemergencial houve licitação; QUE não sabe dizer se houve direcionamento nalicitação mas entende que a empresa teve vantagem competitiva pois já estavainstalada; QUE o proprietário da empresa, JEFERSON, tinha proximidade comJOMAA e CHARLES BORTOLLO; QUE a empresa inicialmente montou um barchamado CAPONI e posteriormente uma cozinha industrial no subsolo; QUE oimóvel era de propriedade do sobro de CHARLES BORTOLLO, BETO MEZOMO;QUE o contrato persistiu durante todo o período da Fundação Municipal de Saúde;QUE houve questionamentos na Câmara Municipal sobre os valores cobrados nocontrato; QUE havia comentários de que JOMAA seria sócio oculto daREFEIÇÕES AGUIAR; QUE a empresa também contratou com a prefeitura paraprestar serviços de fornecimento de refeições para o UPA e PA do Morumbi; QUEa empresa utilizava a estrutura do hospital municipal, como espaço e energia, paraa prestação dos serviços, inclusive aqueles afetos ao UPA e PA do Morumbi; QUEtem conhecimento por terceiros que havia pagamento de propina por meio doscontratos com a empresa REFEIÇÕES AGUIAR; QUE tem conhecimento que emprimeiro momento valores eram repassados para JOMAA, e após a intervenção daprefeitura na Fundação, valores teriam sido passados para MELQUIZEDEQUE;QUE nos dois casos os valores repassados seriam destinados a vereadores;(REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, no termo “AGUIAR REFEIÇÕES”)
14 Em média, as notas fiscais apresentadas giraram em torno de R$ 350.000,00.
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A participação do RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA é evidente ante a
delegação de amplos, ilimitados e irrestritos poderes ao denunciado TÚLIO MARCELO
DENIG BANDEIRA, que lhe permitiam, inclusive a prática de ilícitos de contratação,
desvio de verbas e recebimento de propina de prestadores.
“QUE houve interesse de TULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital,porém sem assumir diretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIOqueria indicar e efetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipalde saúde, que seja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivadona função retro citada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que anomeação de JORGE YAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA;QUE acredita que TULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeitoRENI PEREIRA em função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos damesma região/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que ainfluência era tanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho nasede da prefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se comuma situação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quemestava lá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindoele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportadorecursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo dediretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado naconstituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários; (ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002)
A participação de JORGE YAMAKOSHI refere-se ao fato de ser o Diretor-
Presidente da Fundação, gestor de direito, e responsável pela contratação e assinatura
do contrato que não cumpriu as formalidades legais, pois serviu de objeto de manobra do
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
A participação do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
refere-se a ser de fato o controlador da Fundação Municipal e Hospital Municipal, por
delegação fática do Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, além de ter atuado
como “assessor jurídico”, atribuindo parecer jurídico pela legalidade da contratação ilegal.
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Já o denunciado JEFERSON ANTONIO AGUIAR praticou o delito por ser
o beneficiário da contratação irregular, bem como ter concorrido para a contratação
criminosa, comprovadamente, pois assinaram o contrato nº XX/2013, como representante
da empresa, sem que tivesse apresentado a documentação regular e necessária para
contratação, antecipadamente.
Em sede policial, o denunciado JEFERSON ANTONIO AGUIAR,
confessa ser o administrador da empresa:
“que a contratação para o fornecimento para a Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR foifeito através de licitação (Pregão on line). Já a contratação da Fundação Municipalde Saúde de Foz do Iguaçu/PR do ano de 2013 foi feito em caráter emergencial;(…) QUE antes da empresa prestar serviço para o município de Foz do Iguaçu epara a Fundação Municipal de Saúde a empresa não atuava na cidade de Foz doIguaçu/PR, atuando apenas na cidade de Curitiba/PR; (…) QUE sim, CONHECEO Sr. Mamoud Jommaa, mas esclarece que não possui relação de amizade com omesmo. Que o considera um amigo de jogar cartas nas horas vagas. Masgostaria de ressaltar que o conheceu antes de vir para Foz do Iguaçu/PR econsequentemente dos contratos com a Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR.(JEFERSON ANTONIO AGUIAR, EVENTO 47 – AUTO_QUALIFIC21 dos autos nº5006445-81.2016.404.7002)
Assim, ainda que pudesse sustentar a existência de situação de
emergência, verifica-se, portanto, o processo licitatório foi montando sem observar as
formalidades pertinentes à dispensa ou inexigibilidade, pois:
a) não há autuação de procedimento e numeração de páginas, em ordem
cronológica (vide processo digitalizado em anexo);
b) a dispensa nº 13/2013 que foi apresentada à Polícia Federal não
possui uma série de elementos obrigatórios, tais como projeto básico ou termo de
referência, publicações de editais e contratação, em total arrepio ao artigo 38 da Lei
8.666/93:
Art.38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a
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autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ouoficial, ou do responsável pelo convite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ouinexigibilidade;VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivasmanifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,fundamentado circunstanciadamente;X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadaspor assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)
c) compulsando os documentos apresentados, que é chamado de
dispensa nº 13/2013, observa-se que o contrato foi assinado no dia 19/06/2013, data que
seria o primeiro dia de gestão do denunciado JORGE YAMAKOSHI.
Ademais, os denunciados SUSAMARA REGIANTO e JONES
MAGRINELI, na condição de gerentes de compras e de gerente de manutenção e
infraestrutura, concorreram para a fraude, pois assinam documento em 19/06/2013
atestando que “a empresa JEFFERSON ANTONIO AGUIAR – ME atendeu a todos os
requisitos legais quanto sua regularidade fiscal, e ainda o preço por ela proposto é o de
menor valor”, antes da apresentação da regularidade documental pela empresa.
Aí se constata o dolo dos mesmos, pois os documentos que acompanham
o processo de dispensa, somente foram emitidos após a data de 19/06/2013, data da
justificativa acima e da assinatura do contrato, o que, por óbvio, demonstra que o
processo foi montado posteriormente à avença contratual, mencionando-se como
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exemplo: a) certidão negativa do Ministério da Fazenda emitido em 03/07/2013; b)
certidão conjunta positiva com efeitos negativa da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional emitida em 24/06/2013; c) Certidão negativa da Secretaria de Estado da
Fazenda, emitida em 03/07/2013; d) Certidão negativa de débitos do Município de Quatro
Barras, emitida em 08/07/2013; e) Certidão de Regularidade do FGTS, emitida em
03/07/2013. Tais fatos são também apontados na auditoria da 9ª Regional da Saúde
(juntado nas fls. 193/219, dos autos de IC nº 1.25.003.002972/2016-50, em anexo)
d) foram juntados orçamentos de uma única empresa com preço superior
ao ofertado pela AGUIAR REFEIÇÕES LTDA ME, que não pode ser considerado idôneo
pois datados anteriormente ao orçamento da AGUIAR REFEIÇÕES LTDA ME e se
encontram soltos aos autos, não sendo possível verificar sua tempestividade, bem como
se foi preservado o sigilo entre os concorrentes. Certamente, pelo pacto criminoso
existente é possível que os orçamentos, se verdadeiros, foram efetivamente apresentados
tenham sido mostrados à AGUIAR REFEIÇÕES para que apresentasse melhor preço.
Ademais, segundo auditoria realizada pela 9ª Regional de Saúde, a
pedido do Ministério Público do Estado do Paraná, ficou constatado o superfaturamento
das refeições, em comparação ao Hospital Regional do Sudoeste Walter Alberto Pecóits
(Francisco Beltrão), que serve em média 25.576 refeições/mês, ao preço unitário de R$
6,80, com custo mensal de R$ 163.176,72 (cento e sessenta e três mil, cento e setenta e
seis reais e setenta e dois centavos), enquanto no Hospital Municipal serviu em média
28.000 refeições/mês, a um custo unitário de R$ 12,00, resultando, em média, no
pagamento do valor de R$ 336.000,00 (trezentos e trinta e seis mil reais) por mês.
e) a empresa JEFFERSON ANTONIO AGUIAR - ME não possuía
regularidade para prestação de serviço na cidade de Foz do Iguaçu, tendo em vista que
não possuía instalações, alvará, licença sanitária, nesta cidade. Os documentos que
foram apresentados a posteriori são documentos da empresa matriz, na cidade de Quatro
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Barras/PR.
A materialidade encontra-se comprovada: a) processo de dispensa nº
13/2013; b) relatório da auditoria da 9ª Regional de Saúde.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI, SUSAMARA
REGINATO, JONES MAGRINELI JUNIOR e JEFERSON ANTONIO AGUIAR incorreram
no crime previsto no artigo 89 e seu parágrafo único c/c com artigo 99, §1º da lei
8.666/93, combinado com artigo 29 do Código Penal.
11.6 PECULATO (AGUIAR REFEIÇÕES)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI, SUSAMARA REGINATO, JONES MAGRINELI JUNIOR, JEFERSON ANTONIO AGUIAR
Apurou-se, segundo auditoria da realizada pela 9ª Regional de Saúde, a
pedido do Ministério Público do Estado do Paraná, o superfaturamento das refeições, na
contratação da empresa JEFERSON ANTONIO AGUIAR – ME.
Observa-se que a empresa foi contratada para servir 5 (cinco) refeições
por dia, para pacientes, acompanhantes e funcionários, compreendendo: café da manhã,
almoço, lanche da tarde, jantar e ceia, sendo que o preço unitário de cada refeição ficou
estipulado em R$ 12,00, gerando um custo diário por paciente, acompanhante ou
funcionário de R$ 60,00/dia, o que se revela, visivelmente, um superfaturamento da
alimentação.
A título de exemplo um paciente que permanecer trinta dias no hospital,
geraria um custo de R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais). Outro elemento que causa
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estranheza é não possuir diferença de preço entre almoço/jantar e café da manhã-
lanche/ceia, onde, por óbvio, há uma diferença de custos consideráveis.
Na auditoria realizada em fevereiro de 2014, abrangendo o período de
junho a dezembro de 2013, constatou que um superfaturamento de 88,08%, utilizando-se
como parâmetro o estudo realizado a partir da visita técnica realizada no Hospital
Regional do Sudoeste Walter Alberto Pecóits, administrado pela Secretaria de Estado da
Saúde, haja vista se tratar de um hospital com características semelhantes quanto ao
perfil assistencial, dimensões, demanda e capacidade de atendimento.
No período de junho a dezembro de 2013, o denunciado JEFERSON
ANTONIO AGUIAR, com união de esforços do então Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI, SUSAMARA
REGINATO e JONES MAGRINELI JUNIOR, cada qual colaborando para apropriação em
razão de sua função, conforme a divisão de responsabilidade que atuaram na contratação
fraudulenta narrada anteriormente (à qual se remete por economia processual), com
vontade e consciência, apropriaram-se, durante os meses de julho/2013, agosto,/2013,
setembro, 2013, outubro/2013, novembro/2013 e dezembro/2013, mediante desvio, de
verbas públicas em proveito próprio ou alheio, mediante apresentação de notas fiscais,
superfaturadas, autorizadas por contrato fraudulento, consoante abaixo descrito:
NotaFiscal
Data Valor Unidades Preço demercado
Valor pelo preço demercado
Superfaturamento(88,08%)
2 04/07/2013 R$ 169.260,00 14.105 6,38 R$ 89.989,90 R$ 79.270,10
5 05/08/2013 R$ 430.620,00 35.885 6,38 R$ 228.946,30 R$ 201.313,70
1 03/09/2013 R$ 367.000,00 30.583,33 6,38 R$ 195.121,64 R$ 171.878,36
6 02/10/2013 R$ 340.877,00 28.406,41 6,38 R$ 181.232,89 R$ 159.644,11
21 06/11/2013 R$ 357.998,00 29.833,16 6,38 R$ 190.335,56 R$ 167.662,44
23 05/12/2013 R$ 350.054,00 29.171,16 6,38 R$ 186.112,00 R$ 163.942,00
Observa-se que, em seis meses de contrato, gerou-se um prejuízo para
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os cofres públicos de R$ 943.710,71 (novecentos e quarenta e três mil, setecentos e dez
reais e setenta e um centavos).
A materialidade encontra-se descrita: a) notas fiscais; b) comprovantes de
pagamentos; c) auditoria da 9ª Regional de Saúde.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI, SUSAMARA
REGINATO, JONES MAGRINELI JUNIOR e JEFERSON ANTONIO AGUIAR, com
vontade livre e consciente, um concorrente para ação ilícita do outro, incorreram, por 6
(seis) vezes, no crime previsto no artigo 1º, I, do Decreto-Lei nº 201/1967, segunda parte,
na forma do artigo 29 do Código Penal.
11.7 FRAUDE EM CONCORRÊNCIA (AGUIAR REFEIÇÕES)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI e JEFERSON ANTONIO AGUIAR
Desvendou-se a longo das investigações que RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, mediante acordo escuso com o denunciado TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, entregou a saúde de Foz do Iguaçu para o grupo liderado pelo último e
denominado “República de Pato Branco”, em contrapartida à vantagem econômica
recebida na campanha eleitoral a Prefeito de Foz do Iguaçu, no ano de 2012, no valor de
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Como já dito, o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
indicou o denunciado JORGE YAMAKOSHI como Diretor-Presidente da Fundação
Municipal de Saúde, eliminou pretendentes a gestores do Hospital Municipal, porém
exercia, de fato, o comando da unidade de saúde e da Fundação Municipal.
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Assim, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI, agora aliados ao beneficiário
direto JEFERSON ANTONIO AGUIAR, responsável pela empresa JEFERSON ANTONIO
AGUIAR - ME, no período de 25/10/2013 à 16/01/2014, fraudaram, mediante ajuste,
combinação e direcionamento, o caráter competitivo do procedimento licitatório nº
002/2013, da Fundação Municipal de Saúde, com intuito de obter, para si ou para outrem,
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, que culminou com a
contratação da empresa JEFERSON ANTONIO AGUIAR - ME.
O Colaborador REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, que atuou como
membro da organização criminosa em diversas funções, esclareceu fatos e conluios que
envolvem a contratação da empresa AGUIAR REFEIÇÕES:
QUE pelo o que o colaborador tem conhecimento foi realizado um contratoinicialmente emergencial para a contratação da empresa REFEIÇÕES AGUIARpara o fornecimento de refeições para o Hospital Municipal de Saúde; QUE ocolaborador levou representantes da referida empresa para conhecerem aestrutura do hospital antes da contratação; QUE posteriormente ao contratoemergencial houve licitação; QUE não sabe dizer se houve direcionamento nalicitação mas entende que a empresa teve vantagem competitiva pois já estavainstalada; QUE o proprietário da empresa, JEFERSON, tinha proximidade comJOMAA e CHARLES BORTOLLO; QUE a empresa inicialmente montou um barchamado CAPONI e posteriormente uma cozinha industrial no subsolo; QUE oimóvel era de propriedade do sobro de CHARLES BORTOLLO, BETO MEZOMO;QUE o contrato persistiu durante todo o período da Fundação Municipal de Saúde;QUE houve questionamentos na Câmara Municipal sobre os valores cobrados nocontrato; QUE havia comentários de que JOMAA seria sócio oculto daREFEIÇÕES AGUIAR; QUE a empresa também contratou com a prefeitura paraprestar serviços de fornecimento de refeições para o UPA e PA do Morumbi; QUEa empresa utilizava a estrutura do hospital municipal, como espaço e energia, paraa prestação dos serviços, inclusive aqueles afetos ao UPA e PA do Morumbi; QUEtem conhecimento por terceiros que havia pagamento de propina por meio doscontratos com a empresa REFEIÇÕES AGUIAR; QUE tem conhecimento que emprimeiro momento valores eram repassados para JOMAA, e após a intervenção daprefeitura na Fundação, valores teriam sido passados para MELQUIZEDEQUE;QUE nos dois casos os valores repassados seriam destinados a vereadores;(REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, no termo “AGUIAR REFEIÇÕES”)
A participação do denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA é
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evidente ante a delegação de amplos, ilimitados e irrestritos poderes ao denunciado
TÚLIO MARCELO DENIG BANDEIRA, que lhe permitiam, inclusive a prática de ilícitos
de contratação, desvio de verbas e recebimento de propina de prestadores.
“QUE houve interesse de TULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital,porém sem assumir diretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIOqueria indicar e efetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipalde saúde, que seja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivadona função retro citada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que anomeação de JORGE YAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA;QUE acredita que TULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeitoRENI PEREIRA em função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos damesma região/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que ainfluência era tanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho nasede da prefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se comuma situação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quemestava lá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindoele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportadorecursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo dediretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado naconstituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários; (ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002)
A participação de JORGE YAMAKOSHI refere-se ao fato de ser o Diretor-
Presidente da Fundação, gestor de direito, e responsável pela contratação e assinatura
do contrato que não cumpriu as formalidades legais, pois serviu de objeto de manobra do
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
A participação do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
refere-se a ser de fato o controlador da Fundação Municipal e Hospital Municipal, por
delegação fática do Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, além de ter atuado
como “assessor jurídico”, atribuindo parecer jurídico pela legalidade da contratação ilegal.
Já o denunciado JEFERSON ANTONIO AGUIAR participou do delito por
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ser o beneficiário da contratação irregular, bem como ter concorrido para a contratação
criminosa, comprovadamente, pois assinou o contrato, em momento posterior a ter
prestado serviço pelo prazo de 180 (cento e oitenta dias) através de outro contrato
irregular (dispensa que gerou inclusive o desvio de recursos públicos, fatos estes também
já objeto de denúncia).
Lembre-se que o denunciado JEFERSON ANTONIO AGUIAR admite que
sua empresa tinha sede na Região de Curitiba e que somente veio a trabalhar em Foz do
Iguaçu, em razão da contratação emergencial:
“que a contratação para o fornecimento para a Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR foifeito através de licitação (Pregão on line). Já a contratação da Fundação Municipalde Saúde de Foz do Iguaçu/PR do ano de 2013 foi feito em caráter emergencial;(…) QUE antes da empresa prestar serviço para o município de Foz do Iguaçu epara a Fundação Municipal de Saúde a empresa não atuava na cidade de Foz doIguaçu/PR, atuando apenas na cidade de Curitiba/PR; (…) QUE sim, CONHECEO Sr. Mamoud Jommaa, mas esclarece que não possui relação de amizade com omesmo. Que o considera um amigo de jogar cartas nas horas vagas. Masgostaria de ressaltar que o conheceu antes de vir para Foz do Iguaçu/PR econsequentemente dos contratos com a Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR.(JEFERSON ANTONIO AGUIAR, EVENTO 47 – AUTO_QUALIFIC21 dos autos nº5006445-81.2016.404.7002).
Ademais, apesar de existir nomeada uma comissão permanente de
licitação, que pode ser constatado na concorrência 001/2013, a não participação de seus
membros, no presente processo licitatório (concorrência 002/2013). Existem atos, em
tese, praticados por ALEXEI DA COSTA SANTOS, porém sem assinatura, o que
demonstra que a organização criminosa não tinha muita preocupação com as
formalidades, para tentar mascarar as fraudes.
Outrossim, observa-se que não existe um processo licitatório regular, pois
não há autuação de procedimento e numeração de páginas, em ordem cronológica (vide
processo digitalizado em anexo), além de faltar uma série de elementos obrigatórios, tais
como projeto básico ou termo de referência, publicações de editais e contratação, em total
arrepio ao artigo 38 da Lei 8.666/93:
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Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo aautorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ouoficial, ou do responsável pelo convite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ouinexigibilidade;VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivasmanifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,fundamentado circunstanciadamente;X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadaspor assessoria jurídica da Administração.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)
Analisando o edital de concorrência 002/2013, constatou-se que o objeto
da contratação era pessoa jurídica para elaboração de refeições para pacientes,
acompanhantes e funcionários, com o objetivo claro de direcionar o certame para a
empresa do denunciado JEFERSON ANTONIO AGUIAR (que conforme será narrado em
tópicos específicos é membro da organização criminosa, bem como participou do caixa de
propina para pagamento de servidores públicos).
Primeiro, observa-se que houve a publicação de edital de concorrência no
dia 25/10/2013, marcando o dia 12/12/2013 para abertura de envelopes. Posteriormente,
houve a retificação de tal publicação, em 30/10/2013, e a antecipação de abertura dos
envelopes para o dia 11/12/2013, o que, por si só, acarretaria a eliminação de
concorrentes que, compareceriam ou compareceram no dia inicialmente agendado, isto é
12/12/2013, em razão da intempestividade.
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Ademais, tal mudança, em razão do tipo de concorrência ser de “técnica e
preço”, violou-se o prazo mínimo estabelecido em lei (artigo 21, §2º, I, b, da lei nº
8.666/93) entre a publicação e a data do certame, que deveria respeitar 45 (quarenta e
cinco) dias. Entre a data da retificação e a nova data decorreu apenas 41 (quarenta e um)
dias.
De outro lado, como a intenção do grupo era que o parceiro criminoso
JEFERSON ANTONIO AGUIAR permanecesse na prestação de serviço, foi elaborado um
edital para contratar serviços de refeição, através de concorrência de “técnica e preço”,
elaborando uma série de critérios técnicos (números de profissionais de diferentes níveis)
a se encaixar com o que o denunciado JEFERSON ANTONIO AGUIAR já possuía, tanto
é assim que, em meio a diversas empresas da área de alimentos e bebidas e de renome
na cidade, a empresa JEFERSON ANTONIO AGUIAR foi a única a participar do certame.
Observa-se que os itens do da cláusula 9.1.6 do edital foram facilmente
preenchidos pelo denunciado JEFERSON ANTONIO AGUIAR, pois em razão de sua
contratação emergencial, passou a ter a capacidade técnica, que posteriormente viria a
ser exigida.
Outro detalhe é que modalidade de licitação de “técnica e preço” somente
é permitida “exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em
especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e
de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos
preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo
anterior” (artigo 146 da lei 8.666/93).
Aliás, é cediço que para fazer um prato básico de comida não há a
necessidade de muita técnica, ou de especialidade técnica, como pretendeu-se através
do edital, direcionar ao quadro de pessoal e cargos contratados pela empresa.
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Assim, percebeu-se o total direcionamento do edital, e, portanto, a fraude
para a contratação da empresa do denunciado JEFERSON ANTONIO AGUIAR, e assim
ele pudesse se perpetuar como prestador de serviço e membro da organização criminosa,
para compor o caixa ilícito da mesma.
Diante do exposto, observa-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI,
JEFERSON ANTONIO AGUIAR incorreram no crime previsto no 90 c/c artigo 99, §1º, da
lei 8.666/1993.
11.8 DISPENSA IRREGULAR (DENIS CRISTIANO)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD
AHMAD JOMAA, JORGE YAMAKOSHI, ALEXEI DA COSTA SANTOS, SUSAMARA REGINATO, JONES
MAGRINELI JUNIOR, DENIS CRISTIANO DOS SANTOS.
Como já dito alhures, desvendou-se a longo das investigações que RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, mediante acordo escuso com o denunciado TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA, entregou a saúde de Foz do Iguaçu para o grupo
liderado pelo último e denominado “República de Pato Branco”, em contrapartida à
vantagem econômica recebida na campanha eleitoral a Prefeito de Foz do Iguaçu, no ano
de 2012, no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Como já dito, o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
indicou o denunciado JORGE YAMAKOSHI como Diretor-Presidente da Fundação
Municipal de Saúde, eliminou pretendentes a gestores do Hospital Municipal, porém
exercia, de fato, o comando da unidade de saúde e da Fundação Municipal.
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Assim, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI com vontade e consciência,
mediante prévio ajuste e aderindo um à conduta dos outros, dispensaram licitação fora
das hipóteses previstas em lei e sem observar as formalidades pertinentes à dispensa ou
inexigibilidade (Dispensa nº 228/2013), com auxílio de ALEXEI DA COSTA SANTOS,
SUSAMARA REGINATO e de JONES MAGRINELI JUNIOR, contratando em 19/06/2013,
pelo prazo de 180 dias, no valor global de R$ 1.160.000,00 (um milhão, cento e sessenta
mil reais), a empresa DENIS CRISTIANO DOS SANTOS ESTACIONAMENTO,
administrada pelos ora denunciados, DENIS CRISTIANO DOS SANTOS e MAHMOUD
AHMAD JOMAA, que comprovadamente concorreram para consumação da ilegalidade e
beneficiaram-se da dispensa ilegal para celebrar com o poder público o referido contrato.
A participação do RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA é evidente ante a
delegação de amplos, ilimitados e irrestritos poderes ao denunciado TÚLIO MARCELO
DENIG BANDEIRA, que lhe permitiam, inclusive a prática de ilícitos de contratação,
desvio de verbas e recebimento de propina de prestadores.
“QUE houve interesse de TULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital,porém sem assumir diretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIOqueria indicar e efetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipalde saúde, que seja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivadona função retro citada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que anomeação de JORGE YAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA;QUE acredita que TULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeitoRENI PEREIRA em função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos damesma região/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que ainfluência era tanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho nasede da prefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se comuma situação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quemestava lá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindoele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportadorecursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo dediretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado na
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constituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários; (ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002).
A participação de JORGE YAMAKOSHI refere-se ao fato de ser o Diretor-
Presidente da Fundação, gestor de direito, e responsável pela contratação e assinatura
do contrato que não cumpriu as formalidades legais, pois serviu de objeto de manobra do
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
A participação do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
refere-se a ser de fato o controlador da Fundação Municipal e Hospital Municipal, por
delegação fática do Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, além de ter atuado
como “assessor jurídico”, atribuindo parecer jurídico pela legalidade da contratação ilegal.
Já o denunciado DENIS CRISTIANO DOS SANTOS praticou o delito por
ser o beneficiário da contratação irregular, bem como terem concorrido para a contratação
criminosa, comprovadamente, pois assinou o contrato nº 48/2013, como representante da
empresa, sem que tivesse apresentado a documentação regular e necessária para
contratação.
A participação de MAHMOUD AHMAD JOMAA resta evidente pois,
segundo DENIS CRISTIANO DOS SANTOS, este desempenhou o papel de
administrador de fato, organizando a documentação para participação da contratação,
bem como a gestão das contas da empresa:
QUE em meados do ano de 2013, um cliente seu chamado MAHMOUD JOMAA,ofereceu um contrato de serviços de estacionamento pela Fundação Municipal deSaúde; QUE o declarante se mostrou interessado, porém segundo MAHMOUDnão haveria mais contrato de estacionamento pela Fundação Municipal de Saúde;QUE então MAHMOUD DISSE QUE TERIA UM CONTRATO DE “portaria” quepoderia ser feito pela empresa do declarante, com praso de seis meses; QUEMAHMOUD disse que ao final do contrato “axertaria” o pagamento do declarante;QUE então MAHMOUD providenciou os documentos necessários da empresa,inclusive alteração de contrato social para adequar o objeto da empresa ao
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contrato de “portaria” com a Fundação Municipal de Saúde; QUE assinou todos osdocumentos que MAHMOUD lhe entregou, INCLUSIVE O CONTRATO COM AFundação Municipal de Saúde; QUE não leu o teor do contrato, não sabendo dizero valor da prestação de serviços; QUE não sabia que o valor do contrato era deR$ 1.160.000,00; QUE o declarante providenciou a baertura de uma contacorrente no Banco do Brasil localizado na Av Brasil e assinou uma autorizaçãopara MAHMOUD movimentar a referida conta; QUE nunca movimentou estaconta; (...) (DENIS CRISTIANO DOS SANTOS, autos de IPL nº 5006445-81.2016.404.78002 – evento 255 DEPOIM_TESTEMUNHA5).
Ademais, registre-se o edital foi confeccionado pelos denunciados
ALEXEI DA COSTA SANTOS e SUSAMARA REGINATO, membros da comissão de
licitação, mediante acordo com TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI e RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA.
Lembre-se que ALEXEI DA COSTA SANTOS foi coordenador de
campanha do ex-prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, presidente do partido PSB
em Foz do Iguaçu (sigla do ex-prefeito denunciado), além de que ser contador pessoal do
referido denunciado.
Consta também que SUSAMARA REGINATO e o denunciado JONES
MAGRINELI JUNIOR emitiram parecer pela legalidade de contratação da empresa do
denunciado DENIS CRISTIANO DOS SANTOS, informando no parecer que a empresa
“atendeu a todos os requisitos legais quanto a sua regularidade fiscal, e ainda o preço por
ela proposto é o de menor valor”, datado de 19/06/2013, antes da apresentação regular
dos documentos de habilitação.
De outro lado, salienta-se SUSAMARA REGINATO atuava conforme às
ordens e pedido do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, conforme
esclareceu a denunciada SALETE TONELO:
QUE com relação a TULIO BANDEIRA a situação era semelhante aà descrita aresspeito de MAMOUD JOMMAA: nunca falou e nem tratou pessoalmente TULIOBANDEIRA, o qual comparecia na fundação para tratar com a gerente à época,“Susamara Reginato”, vulgo “susi”. (SALENTE TONELLO, em termo de
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declarações juntado evento 60, DEPOIM_TESTEMUNHA33 dos autos de IPL nº5013824-44.2014.404.7002).
Ademais, mesmo que assim não fosse, observa-se que não existe um
processo licitatório regular, percebendo-se que a dispensa ocorreu sem observar as
formalidades pertinentes pois:
a) não há autuação de procedimento e numeração de páginas, em ordem
cronológica (vide processo digitalizado em anexo);
b) a dispensa nº 288/2013 que foi apresentada não possui uma série de
elementos obrigatórios, tais como projeto básico ou termo de referência, publicações de
editais e contratação, em total arrepio ao artigo 38 da Lei 8.666/93:
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo aautorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ouoficial, ou do responsável pelo convite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ouinexigibilidade;VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivasmanifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,fundamentado circunstanciadamente;X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadaspor assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)
c) compulsando os documentos apresentados, que é chamado de
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dispensa nº 228/2013, observa-se que o contrato foi assinado no dia 19/06/2013, data
que seria o primeiro dia de gestão do denunciado JORGE YAMAKOSHI.
Ademais, os denunciados SUSAMARA REGIANTO e JONES
MAGRINELI, na condição de gerentes de compras e de gerente de manutenção e
infraestrutura, concorreram para a fraude, pois assinam documento em 19/06/2013
atestando que a empresa “atendeu a todos os requisitos legais quanto sua regularidade
fiscal, e ainda o preço por ela proposto é o de menor valor.”
Aí se constata o dolo dos mesmos, pois os documentos que acompanham
o processo de dispensa, somente foram emitidos após a data de 19/06/2013, data da
justificativa acima e da assinatura do contrato, o que, por óbvio, demonstra que o
processo foi montado posteriormente à avença contratual, mencionando-se como
exemplo: a) certidão negativa do Ministério da Fazenda emitido em 22/08/2013; b)
certidão conjunta positiva com efeitos negativa da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional emitida em 31/10/2013; c) Certidão negativa da Secretaria de Estado da
Fazenda, emitida em 02/07/2013; d) Certidão negativa de débitos do Município de Foz do
Iguaçu, emitida em 0831/10/2013; e) Certidão de Regularidade do FGTS, emitida em
04/07/2013. Tais fatos são também apontados na auditoria da 9ª Regional da Saúde
(juntado nas fls. 193/219, dos autos de IC nº 1.25.003.002972/2016-50, em anexo)
d) foram juntados orçamentos de empresas com preço superior ao
ofertado pela empresa DENIS CRISTIANO DOS SANTOS ME, que não podem ser
considerado idôneos pois datados anteriormente ao orçamento da AGUIAR REFEIÇÕES
LTDA. ME e se encontram soltos aos autos, não sendo possível verificar sua
tempestividade, bem como se foi preservado o sigilo entre os concorrentes. Certamente,
pelo pacto criminoso existente é possível que os orçamentos, se verdadeiros, foram
efetivamente apresentados tenham sido mostrados a DENIS CRISTIANO DOS SANTOS
ME para que apresentasse melhor preço.
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Ademais, segundo auditoria realizada pela 9ª Regional de Saúde, a
pedido do Ministério Público do Estado do Paraná, ficou constatado: a) que a empresa
utilizaria um endereço inexistente; b) que houve um superfaturamento que varia de 54 a
63%; c) o objeto contratual da empresa é diverso do serviço contratado; d) não foram
localizados relatórios de produtividade.
A materialidade encontra-se comprovada: a) processo de dispensa nº
228/2013; b) relatório da auditoria da 9ª Regional de Saúde.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, JORGE
YAMAKOSHI, ALEXEI DA COSTA SANTOS, SUSAMARA REGINATO, JONES
MAGRINELI JUNIOR e DENIS CRISTIANO DOS SANTOS incorreram no crime previsto
no artigo 89 e seu parágrafo único c/c com artigo 99, §1º da lei 8.666/93, combinado com
artigo 29 do Código Penal.
11.9 PRORROGAÇÃO IRREGULAR DE CONTRATO (DENIS CRISTIANO)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI e DENIS CRISTIANO DOS SANTOS
Como já dito, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI dispensaram licitação fora
das hipóteses previstas em lei e sem observar as formalidades pertinentes à dispensa ou
inexigibilidade (Dispensa nº 228/2013), contratando em 19/06/2013, a empresa DENIS
CRISTIANO DOS SANTOS ESTACIONAMENTO, administrada pelo ora denunciado,
DENIS CRISTIANO DOS SANTOS, que comprovadamente concorreu para consumação
da ilegalidade e beneficiou-se da dispensa ilegal para celebrar com o poder público o
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referido contrato.
Contudo, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, JORGE YAMAKOSHI e
DENIS CRISTIANO DOS SANTOS, com vontade e consciência, mediante prévio ajuste e
um aderindo à conduta do outro, após o decurso do prazo máximo emergencial (180
dias), admitiram, possibilitaram, deram causa a modificação contratual, por mais de 120
dias, caracterizado pela prorrogação do contrato por mais 180 dias, o que é proibido pelo
artigo 24, IV da Lei 8.666/93.
Os denunciados JORGE YAMAKOSHI e DENIS CRISTIANO DOS
SANTOS praticaram o delito, pois assinam a prorrogação contratual, enquanto o
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA consentiu com tal ato, pois exercia a
administração, de fato, da Fundação Municipal de Saúde, tudo com consentimento e
autorização do Prefeito, à época, RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, conforme
exaustivamente narrado.
A participação de MAHMOUD AHMAD JOMAA resta evidente pois,
segundo DENIS CRISTIANO DOS SANTOS, este desempenhou o papel de
administrador de fato, organizando a documentação para participação da contratação,
bem como a gestão das contas da empresa:
QUE em meados do ano de 2013, um cliente seu chamado MAHMOUD JOMAA,ofereceu um contrato de serviços de estacionamento pela Fundação Municipal deSaúde; QUE o declarante se mostrou interessado, porém segundo MAHMOUDnão haveria mais contrato de estacionamento pela Fundação Municipal de Saúde;QUE então MAHMOUD DISSE QUE TERIA UM CONTRATO DE “portaria” quepoderia ser feito pela empresa do declarante, com praso de seis meses; QUEMAHMOUD disse que ao final do contrato “axertaria” o pagamento do declarante;QUE então MAHMOUD providenciou os documentos necessários da empresa,inclusive alteração de contrato social para adequar o objeto da empresa aocontrato de “portaria” com a Fundação Municipal de Saúde; QUE assinou todos osdocumentos que MAHMOUD lhe entregou, INCLUSIVE O CONTRATO COM AFundação Municipal de Saúde; QUE não leu o teor do contrato, não sabendo dizero valor da prestação de serviços; QUE não sabia que o valor do contrato era de
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R$ 1.160.000,00; QUE o declarante providenciou a baertura de uma contacorrente no Banco do Brasil localizado na Av Brasil e assinou uma autorizaçãopara MAHMOUD movimentar a referida conta; QUE nunca movimentou estaconta; (...) (DENIS CRISTIANO DOS SANTOS, autos de IPL nº 5006445-81.2016.404.78002 – evento 255 DEPOIM_TESTEMUNHA5).
A materialidade encontra-se caracterizado: pelo instrumento de
prorrogação contratual.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, JORGE
YAMAKOSHI e DENIS CRISTIANO DOS SANTOS incorreram no crime previsto no artigo
92 c/c com artigo 99, §1º da lei 8.666/1993, combinado com artigo 29 do Código Penal.
11.10 DISPENSA IRREGULAR (LAVANDERIA ROSES)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI e ROSANGELA SCHUSTER
Como já dito alhures, desvendou-se a longo das investigações que RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, mediante acordo escuso com o denunciado TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA, entregou a saúde de Foz do Iguaçu para o grupo
liderado pelo último e denominado “República de Pato Branco”, em contrapartida à
vantagem econômica recebida na campanha eleitoral a Prefeito de Foz do Iguaçu, no ano
de 2012, no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
O denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA indicou o
denunciado JORGE YAMAKOSHI como Diretor-Presidente da Fundação Municipal de
Saúde, eliminou pretendentes a gestores do Hospital Municipal, porém exercia, de fato, o
comando da unidade de saúde e da Fundação Municipal.
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Assim, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI, com vontade e consciência,
mediante prévio ajuste e um aderindo à conduta do outro, dispensaram licitação fora das
hipóteses previstas em lei e sem observar as formalidades pertinentes à dispensa ou
inexigibilidade (Dispensa nº 27/2013), contratando em 19/06/2013, para prestação de
serviço de lavanderia pelo prazo de 180 dias, mediante remuneração de R$ 2,35 (dois
reais e trinta e cinco centavos) por quilo de roupa lavada, a empresa LAVANDERIA
SCHUSTER LTDA ME, administrada pela ora denunciada, ROSANGELA SCHUSTER,
que, com vontade e consciência, aderindo à conduta dos outros, concorreu para
consumação da ilegalidade e beneficiou-se da dispensa ilegal para celebrar com o poder
público o referido contrato.
Em média o valor pago para a empresa contratada girava em torno de R$
70.000,00 (setenta mil reais) mensais.
A participação do RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA é evidente ante a
delegação de amplos, ilimitados e irrestritos poderes ao denunciado TÚLIO MARCELO
DENIG BANDEIRA, que lhe permitiam, inclusive a prática de ilícitos de contratação,
desvio de verbas e recebimento de “propina” de prestadores.
“QUE houve interesse de TULIO BANDEIRA em assumir a gestão do hospital,porém sem assumir diretamente a função de presidente da Fundação; QUE TULIOqueria indicar e efetivamente indicou o nome do presidente da fundação municipalde saúde, que seja: JORGE YAMAKOSHI, pessoa essa que veio a ser efetivadona função retro citada pelo prefeito RENI PEREIRA; QUE conforma que anomeação de JORGE YAMAKOSHI se deu por influência de TULIO BANDEIRA;QUE acredita que TULIO BANDEIRA exercia influência nas nomeações do prefeitoRENI PEREIRA em função da amizade dos mesmos, visto que são oriundos damesma região/cidade, que no caso é cidade natal de RENI PEREIRA; que ainfluência era tanta que quando foi apresentar o rol de pessoas para o conselho nasede da prefeitura na sala de reuniões do gabinete do prefeito, deparou-se comuma situação inusitada, qual seja, o prefeito encontrava-se em viagem e quemestava lá, sentado na cadeira que caberia ao prefeito era nada mais que TULIOBANDEIRA; QUE TULIO BANDEIRA, por sua vez, recebeu a lista de indicação dodeclarante e foi riscando nomes, pois o mesmo já tinha a sua própria lista, vindoele, TULIO BANDEIRA, a anunciar quem iria compor o conselho, anuncio esseque caberia o prefeito; QUE não pode afirmar que tulio bandeira teria aportado
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recursos na campanha a prefeito de RENI PEREIRA. QUE soube que TULIOBANDEIRA possuía o comando indireto da fundação municipal de saúde, poiscoube a ele a indicação do presidente da fundação, bem como integrantes doconselho; QUE não sabe informar se TULIO BANDEIRA exerceu o cargo dediretor jurídico da fundação, porém sabe que o mesmo estava interessado naconstituição da fundação, tanto que buscou junto ao poder judiciário/MP trataraspectos formais necessários; (ODAIR JOSÉ SILVEIRA, evento 60,DEPOIM_TESTEMUNHA19, AUTOS Nº 5006445-81.2016.404.7002).
A participação de JORGE YAMAKOSHI refere-se ao fato de ser o Diretor-
Presidente da Fundação, gestor de direito, e responsável pela contratação e assinatura
do contrato que não cumpriu as formalidades legais, pois serviu de objeto de manobra do
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA.
A participação do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
refere-se a ser de fato o controlador da Fundação Municipal e Hospital Municipal, por
delegação fática do Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, além de ter atuado
como “assessor jurídico”, atribuindo parecer jurídico pela legalidade da contratação ilegal.
Já a denunciada ROSANGELA SCHUSTER praticou o delito por ser a
beneficiária da contratação irregular, bem como terem concorrido para a contratação
criminosa, comprovadamente, pois assinou o contrato nº 1.848/2013, como representante
da empresa, sem que tivesse apresentado a documentação regular e necessária para
contratação (a documentação foi apresentada em momento posterior).
Ademais, mesmo que houvesse situação de emergência, observa-se que
não existe um processo licitatório regular, o que demonstra que a dispensa foi realizada
sem a observância das formalidades legais pois:
a) não há autuação de procedimento e numeração de páginas, em ordem
cronológica (vide processo digitalizado em anexo);
b) a dispensa nº 27/2013 não possui uma série de elementos obrigatórios,
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tais como projeto básico ou termo de referência, publicações de editais e contratação, em
total arrepio ao artigo 38 da Lei 8.666/1993:
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo aautorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ouoficial, ou do responsável pelo convite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ouinexigibilidade;VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivasmanifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,fundamentado circunstanciadamente;X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadaspor assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)
c) compulsando os documentos apresentados, que é chamado de
dispensa nº 27/2013, observa-se que o contrato foi assinado no dia 19/06/2013, data que
seria o primeiro dia de gestão do denunciado JORGE YAMAKOSHI.
O intento criminoso fica demonstrado, pois os documentos que
acompanham o processo de dispensa, somente foram emitidos após a data de
19/06/2013, data da justificativa acima e da assinatura do contrato, o que, por óbvio,
demonstra que o processo foi montado posteriormente à avença contratual,
mencionando-se como exemplo: a) certidão negativa do Ministério da Fazenda emitido
em 21/06/2013; b) certidão conjunta positiva com efeitos negativa da Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional emitida em 31/10/2013; c) Certidão negativa da Secretaria de
Estado da Fazenda, emitida em 21/06/2013; d) Certidão negativa de débitos do Município
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de Foz do Iguaçu, emitida em 24/07/2013; e) Certidão de Regularidade do FGTS, emitida
em 21/06/2013; f) Certidão de atestado sanitário para estabelecimentos, apresentada em
23/08/2013.
A materialidade encontra-se comprovada pelo processo de dispensa nº
27/2013.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI e ROSANGELA
SCHUSTER incorreram no crime previsto no artigo 89 e seu parágrafo único c/c com
artigo 99, §1º da lei 8.666/1993, combinado com artigo 29 do Código Penal.
11.11 PRORROGAÇÃO DE CONTRATO ILEGAL (LAVANDERIA ROSES)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE
YAMAKOSHI e ROSANGELA SCHUSTER
Como já dito, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI dispensaram licitação fora
das hipóteses previstas em lei e sem observar as formalidades pertinentes à dispensa ou
inexigibilidade (Dispensa nº 27/2013), contratando em 19/06/2013, para prestação de
serviço de lavanderia pelo prazo de 180 dias, mediante remuneração de R$ 2,35 (dois
reais e trinta e cinco centavos) por quilo de roupa lavada, a empresa LAVANDERIA
SCHUSTER LTDA ME, administrada pela ora denunciada, ROSANGELA SCHUSTER,
que comprovadamente concorreu para consumação da ilegalidade e beneficiou-se da
dispensa ilegal para celebrar com o poder público o referido contrato.
Contudo, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI e ROSANGELA SCHUSTER, com
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br303
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vontade e consciência, mediante prévio ajuste e um aderindo à conduta do outro, após o
decurso do prazo máximo emergencial (180 dias), admitiram, possibilitaram, deram causa
a modificação contratual, caracterizado pela prorrogação do contrato por mais 120 dias, o
que é proibido pelo artigo 24, IV da Lei 8.666/1993.
Os denunciados JORGE YAMAKOSHI e ROSANGELA SCHUSTER
praticaram o delito, pois assinam a prorrogação contratual, enquanto o denunciado TULIO
MARCELO DENIG BANDEIRA consentiu com tal ato, pois exercia a administração, de
fato, da Fundação Municipal de Saúde, tudo com consentimento e autorização do
Prefeito, à época, RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, conforme exaustivamente
narrado.
A materialidade encontra-se comprovada pelo aditivo contratual,
prorrogando a prestação de serviço por mais 120 (cento e vinte) dias.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI e
ROSANGELA SCHUSTER incorreram no crime previsto no artigo 92 c/c com artigo 99,
§1º da lei 8.666/1993, combinado com artigo 29 do Código Penal.
11.12 DISPENSA IRREGULAR (ÁGUAS DA FONTE)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, FERNANDO COSSA, ADEMILTON JOAQUIM
TELES, ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, SALETE TONELLO, ROZIMERO BEZERRA DE SOUZA,
RAIMUNDO GERALDO DAS NEVES e RODRIGO CAVALCANTE GAMA DE AZEVEDO
Aproximadamente após 1 (um) ano de controle da Fundação e do
Hospital Municipal pelo grupo do denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA e,
diante de diversos escândalos divulgados na mídia a respeito de contratações irregulares,
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dentre outros, bem como atuação do Ministério Público do Estado do Paraná, que
culminou com a realização da auditoria da 9ª Regional de Saúde que ratificou a existência
de diversas irregularidades, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA não
conseguiu manter o denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA no comando da
Fundação Municipal de Saúde e do Hospital Municipal, motivo que determinou a
Intervenção do Município de Foz do Iguaçu no Hospital Municipal, nomeando interventor o
denunciado FERNANDO COSSA.
Dando continuidade à empreitada criminosa, os denunciados RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, FERNANDO COSSA, aliados à ADEMILTON JOAQUIM
TELES e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, bem como em conluio com SALETE
TONELLO, ROZIMERO BEZERRA DE SOUZA e RAIMUNDO GERALDO DAS NEVES,
no período de 04/06/2014 a 13/06/2014, com vontade e consciência, aderindo um à
conduta dos outros, dispensaram licitação fora das hipóteses previstas em lei e sem
observar as formalidades pertinentes à dispensa ou inexigibilidade (Processo de Dispensa
21/2014), contratando em 13/06/2014 (contrato nº 142/2014), a empresa ÁGUAS DA
FONTE TRANSPORTADORA TURÍSTICA EIRELI (nome fantasia ÁGUAS DA FONTE),
administrada pelos denunciados ADEMILTON JOAQUIM TELES e ROSA MARCELA
SOLENI SIEBRE, os quais comprovadamente concorreram para consumação da
ilegalidade e beneficiaram-se da dispensa ilegal para celebrar com o poder público o
referido contrato.
A participação do RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA é evidente ante a
delegação de amplos, ilimitados e irrestritos poderes ao denunciado FERNANDO
COSSA, que lhe permitiam, inclusive a prática de ilícitos de contratação. Ademais, com a
intervenção, novamente RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA cria uma situação de
emergência a legalizar contratações por dispensa, através de decreto de situação de
emergência sobre o hospital Municipal, situação esta que foi provocada dolosamente e
propositalmente.
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Outrossim, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA possui
estreita relação com o denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES, policial civil do Estado
Paraná, Presidente da UMAMFI (UNIÃO MUNICIPAL ASSOCIAÇÃO DOS BAIRROS DE
FOZ DO IGUAÇU), que integra a organização criminosa instituída por RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA, com múltiplas funções: a) defesa de RENI junto aos presidentes de
bairro e conselhos municipais que participa como presidente da UMAMFI, pelo que
recebeu durante aproximadamente 1 (um) ano “propina” (capítulo próprio); b) interferência
em inquéritos policiais ou indiciamentos em benefício da organização; c) cessão de
veículos vans, de sua propriedade, para uso pessoa e na campanha da esposa do
denunciado RENI; d) contratações de empresas do denunciado ADEMILTON JOAQUIM
TELES seria fruto de acordo com o prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA (vide
caso comentado pela denunciada MARLI TEREZINHA TELLES em conversa mantida com
o denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA –
75872814.wav (de 01/06/2015) - Vide período 22m10s à 25m50s– Relatórios 11 e 12); e)
que em razão de contratações da empresa do denunciado ADEMILTON JOAQUIM
TELES, deixou de receber “propina”, para pagá-la e contribuir para o caixa da
organização criminosa.
A participação de FERNANDO COSSA fica evidente em razão de que a
contratação de veículo para afazeres administrativos não pode ser considerada uma
situação de urgência ou emergência, a fim de dispensar licitação.
Facilmente, o denunciado FERNANDO COSSA conseguiria um veículo
do município em comodato, enquanto realizasse o procedimento licitatório regular, porém
optou pela contratação emergencial, com dispensa de licitação, o que beneficiou a
empresa de ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE e de seu convivente, o denunciado
ADEMILTON JOAQUIM TELES, que de fato administrava a empresa.
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Ademais, mesmo que assim não fosse, observa-se que não existe um
processo licitatório regular, constatando que a dispensa foi realizada sem observar as
formalidades legais, pois:
a) não há autuação de procedimento e numeração de páginas regular, em
ordem cronológica (vide processo digitalizado em anexo);
b) a dispensa nº 21/2014 não possui uma série de elementos obrigatórios,
tais como projeto básico ou termo de referência (a objetivar a busca de orçamentos e uma
melhor oferta), publicações de editais e contratação de maneira regular, em total arrepio
ao artigo 38 da Lei 8.666/93:
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo aautorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ouoficial, ou do responsável pelo convite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
c) compulsando os documentos apresentados, que é chamado de
dispensa nº 21/2014, observa-se que: a abertura do processo se deu por justificativa de
SALETE TONELLO, no dia 04/06/2014; b) a comissão, formada por SALETE TONELLO,
ROZIMERO BEZERRA DE SOUZA e RAIMUNDO GERALDO DAS NEVES, assinam
TERMO DE REFERÊNCIA,15 já indicando a empresa ÁGUAS DA FONTE
TRANSPORTADORA TURISTICA EIRELI como a que teria atendido todos os requisitos
legais quanto a sua regularidade, em 06/06/2014; c) o parecer jurídico, datado de
06/06/2014, da lavra de RODRIGO CAVALCANTE GAMA DE AZEVEDO; d) o
denunciado FERNANDO COSSA homologa em 06/06/2014 e assina o contrato em
15 O termo de referência ou projeto básico deveria ser abstrato, contendo o que se pretendia contratar e o motivo dacontratação, para com base nele buscar orçamentos, e, no final, escolher a melhor proposta.
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13/06/2014.
A primeira demonstração de que houve fraude é que a denunciada
SALETE TONELLO solicitou, via e-mail, orçamentos para três empresas especializadas
em locação de veículos: a) ECODRIVE, que ofertou o valor de R$ 2.967,80; b)
LOCALIZA, que ofertou o valor de R$ 2.236,50; c) YES RENT A CAR, que ofertou o valor
de R$ 113,00 (diária para 100 km/dia), no valor de R$ 3.390,00 (três mil e trezentos e
noventa reais), por 30 dias.
Ocorre que, estranhamente, sem que houvesse um pedido formal da
Fundação Municipal de Saúde, surge o orçamento da empresa ÁGUAS DA FONTE
TRANSPORTADORA TURÍSTICA no valor mensal de R$ 2.940,00 (dois mil, novecentos e
quarenta reais), que aliás foi contratada, mesmo não possuindo o melhor orçamento.
Observa-se que o melhor orçamento era da empresa tradicional e
especializada, denominada LOCALIZA, com o valor de R$ 2.236,50 (dois mil duzentos e
trinta e seis reais e cinquenta centavos), com franquia de 100 km por dia, e o valor de R$
0,49 (quarenta e nove centavos) o quilômetro excedido.
Ora, tal proposta era 24% mais econômica e eficiente, eis que as
locadoras utilizam veículos novos ou seminovos, enquanto a proposta da empresa
ganhadora, não especializada em locação, disponibilizaria um veículo com 12 anos de
uso (veículo celta indicado pela empresa ÁGUAS DA FONTE foi fabricado no ano de
2001).
Ademais, ainda que a proposta da empresa LOCALIZA não fosse com
quilometragem livre, observa-se mesmo assim uma vantagem, pois para igualar ao gasto
de R$ 2.940,00 (da empresa ÁGUAS DA FONTE), necessitaria de além dos 100 km
diários (R$ 2.236,50) exceder 1.435 km por mês, isto é, aproximadamente 50 km por dia.
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Os denunciados SALETE TONELLO, ROZIMERO BEZERRA DE SOUZA
e RAIMUNDO GERALDO DAS NEVES, assinam termo de referência16, já indicando a
empresa ÁGUAS DA FONTE TRANSPORTADORA TURISTICA EIRELI como a que teria
atendido todos os requisitos legais quanto a sua regularidade, em 06/06/2014 e o
denunciado RODRIGO CAVALCANTE GAMA DE AZEVEDO dá parecer favorável
atestando que houve o cumprimento do artigo 29 da Lei 8.666/93, uma vez que:
“- consta nos autos prova de inscrição no cadastro de geral de contribuintesatravés de cartão CNPJ; - prova das inscrição no cadastro de contribuintes municipal;- prova da regularidade relativa a:seguridade social – INSS;-Fundo de Garantia – FGTS; - Prova da Inexistência de Débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho; - certidão conjunta positiva com efeito negativa de débitos relativos aos tributosfederais e à dívida ativa;
Ocorre que compulsando os autos, constata-se que: a) O cartão CNPJ
apresentado somente foi impresso em 07/07/2014 (1 mês após o parecer jurídico, o
parecer da comissão e da assinatura do contrato); b) inscrição no cadastro de
contribuintes municipal (alvará de licença) somente foi impresso em 07/07/2014;
O denunciado FERNANDO COSSA homologa, em 06/06/2014, a
contratação da empresa dos denunciados e assina o contrato em 13/06/2014, antes da
apresentação dos documentos obrigatórios, o que demonstra que o mesmo contribuiu
para a fraude.
Outrossim, destaca-se que os denunciados ADEMILTON JOAQUIM
TELES e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE apresentaram cópia do documento de um
veículo CELTA, que não é de propriedade da empresa (se encontra registrado em nome
de JOSÉ TADEU TELES) e desacompanhado de qualquer documento que comprove a
16 O termo de referência ou projeto básico deveria ser abstrato, contendo o que se pretendia contratar e o motivo da contratação,para com base nele buscar orçamentos, e, no final, escolher a melhor proposta.
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aquisição ou cessão de sua propriedade e uso.
Observe-se, porém, pelo que consta do processo apresentado, na hora
da contratação os denunciados ADEMILTON JOAQUIM TELES e ROSA MARCELA
SOLENI SIEBRE apresentaram cópia do documento do veículo DOBLO, capacidade de 6
pessoas, ano 2006, de placas ANM 9328, de propriedade de ROSA MARCELA SOLENI
SIEBRE, arrendado para empresa ÁGUAS DA FONTE, violando-se o objeto do processo
de dispensa de licitação e onerando contratante, haja vista o consumo de combustível ser
maior do que o do carro previsto inicialmente.
Assim, observa-se a contratação foi realizada em afronta à lei, isto é, sem
estar presente situação de emergência e sem observar as formalidades legais, sendo
certo que o processo foi montado para “mascarar” a contratação irregular e parecer
atender ao princípio da legalidade.
A materialidade encontra-se presente através: a) processo de dispensa nº
21/2014, da Fundação Municipal de Saúde; b) contratos firmados.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, FERNANDO COSSA, ADEMILTON JOAQUIM TELES, ROSA MARCELA
SOLENI SIEBRE, SALETE TONELLO, ROZIMERO BEZERRA DE SOUZA, RAIMUNDO
GERALDO DAS NEVES e RODRIGO CAVALCANTE GAMA DE AZEVEDO incorreram
no crime previsto no artigo 89 e seu parágrafo único c/c com artigo 99, §1º da Lei
8.666/1993.
11.13 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (GERALDO BIESEK)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, GERALDO GENTIL BIESEK, MELQUIZEDEQUE
DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, MAHMOUD
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AHMAD JOMAA e RODRIGO BECKER
Após a passagem do grupo dos denunciados TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA e JORGE YAMAKOSHI (período de 19/06/2013 a 05/05/2014), a rápida
intervenção de FERNANDO COSSA (05/05/2014 a 04/08/2014), o denunciado RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, mantém sua atividade criminosa junto ao HOSPITAL
MUNICIPAL, nomeando, no período de 04/08/2014 a 19/01/2016 17, o denunciado
GERALDO GENTIL BIESEK, que não só serviu aos interesses da organização criminosa,
como também recebeu vantagem indevida, consistente na solicitação e recebimento de
vantagem indevida mensal.
Segundo ficou apurado, em data próxima a maio a agosto de 2014, o
denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, na condição de Prefeito de Foz do
Iguaçu e autoridade municipal hierarquicamente superior, prometeu vantagem indevida a
GERALDO GENTIL BIESEK, além da remuneração do cargo de Diretor-Presidente da
Fundação Municipal de Saúde, a vantagem indevida, consubstanciada no valor de R$
40.000,00 (quarenta mil reais) por mês, para compactuar com os crimes que vinham
sendo praticados pela organização criminosa (contratações irregulares e desvio de verba
pública). Por seu turno, o denunciado GERALDO GENTIL BIESEK, com vontade e
consciência, na qualidade de futuro presidente da Fundação Municipal de Saúde, antes
mesmo de assumir tal função, mas em razão dela, solicitou, para si ou para outrem
(campanha de prefeito), e recebeu vantagem indevida no valor de R$ 40.000,00 (quarenta
mil reais) mensais, pelo período que permanecesse na presidência da Fundação
(04/08/2014 a 19/01/2016), para compactuar com os ilícitos praticados, dentre as quais
contratações irregulares e desvio de recursos públicos.
O denunciado GERALDO GENTIL BIESEK aceitando a vantagem
indevida assumiu o cargo de presidente da Fundação Municipal de Saúde em 04/08/2014,
17 No período de 23/11/2015 a 19/01/2016 – a Fundação Municipal de saúde foi desabilitada para praticar atos degestão em razão de intervenção do Município de Foz do Iguaçu no Hospital Municipal.
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e permaneceu até 19/01/2016.
No início das atividades, o denunciado GERALDO GENTIL BIESEK ficou
aproximadamente 2 (dois) meses sem receber o valor da “propina” mensal acordada com
o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA.
Assim, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA encarregou
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA - operador da rede de
arrecadação de “propina” junto a prestadores de serviço, para pagamento do
“mensalinho” dos vereadores - para arrecadar “propina” junto aos fornecedores e efetuar
o pagamento da vantagem indevida prometida ao denunciado GERALDO GENTIL
BIESEK.
Aceitando tal função, o denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA repactuou o valor da vantagem indevida mensal com o
denunciado GERALDO GENTIL BIESEK, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) por
mês. A seguir, as declarações do denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA em colaboração firmada e homologada:
QUE quando tudo isso já estava certo, ou seja, a composição do caixa parapagamento do mensalinho estava em ordem, o colaborador soube da dívida doGERALDO BIESEK, que foi a pessoa que veio a assumir o lugar de FERNANDOCOSSA como diretor do hospital municipal; QUE o GERALDO veio com umaequipe, que se recorda que uma pessoa tinha por nome “MARCOS” e outra quenão se recorda; QUE o acordo do GERALDO era de 10 mil reais referente aosalário de diretor mais os 40 mil reais como ‘plus’, ‘por fora’; QUE quando soubedisso, já havia um passivo com com o GERALDO de (4) quatro meses; QUE comoera o colaborador a pessoa responsável por tratar com os vereadores, o prefeitoRENI solicitou ao colaborador que angariasse fundos junto a empresas dentro dohospital para o pagamento do valor de 40 mil reais; QUE entretanto estabeleceucom o GERALDO que o pagamento do valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais)não seria possível, pois não encaixaria com o que tinha em caixa; QUE portantolhe propôs o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), que ficou acordado;(MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, no termodenominado MENSALINHO II).
Tal fato é corroborado pelo colaborador CHARLLES BORTOLO, em termo
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de colaboração:
QUE o salário de Diretor Presidente da Fundação Municipal de Saúde tinhabaixado para o teto de remuneração dos Secretários Municipais, no valor de R$10.008,00; QUE GERALDO trouxe sua equipe e que soube que haveriapagamento “por fora”, prometido pelo Prefeito RENI PEREIRA; QUE o pagamentoextra seria na ordem entre 30 e 55 mil reais mensais, fora a remuneração doscargos que indicaria na fundação; QUE GERALDO trouxe a equipe indicando odiretor assistencial, diretor jurídico e diretor de recursos humanos; QUE opagamento da referida complementação do acordo mensal a equipe de GERALDOBIESEK seria feita pelo Prefeito RENI PEREIRA, por meio do secretárioMELQUIZEDEQUE SILVA CORREA FERREIRA DE SOUZA; QUE no segundosemestre de 2014, em reuniões na Fundação Municipal de Saúde e Secretaria deSaúde, GERALDO relatou ao colaborador que o acordo não estava sendocumprido na sua integralidade, sendo que mensalmente eram repassados porMELQUIZEDEQUE o montante inferior ao combinado, aproximadamente de 30 a50 mil reais; QUE GERALDO ficava apenas dois dias da semana em Foz doIguaçu; QUE tem conhecimento desses fatos por relatos do próprio GERALDOBIESEK; (CHARLLES BORTOLO – TERMO “GERALDO BIESEK -COMPLEMENTAÇÃO MENSAL DE SALÁRIO”)
O denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA, em conluio com o denunciado RODRIGO BECKER, repassou como forma de
pagamento de 2 (dois) meses de atraso da “propina”, o veículo Sonata, de propriedade do
segundo, o que foi aceito pelo denunciado GERALDO GENTIL BIESEK, porém lhe foi
devolvido tendo em vista que possuía observação de veículo sinistrado, o que é
esclarecido pelos colaboradores:
QUE como o RODRIGO possuía um veículo, um SONATA, propôs ao colaboradorque repassasse trinta mil ao RODRIGO e repassasse tal veículo ‘SONATA’ aoGERALDO representando o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais); QUEportanto, o colaborador foi até a residência do GERALDO, que ficava na AvenidaParaná, na frente do “Balinas”, sendo que ele aceitou tal carro pelo valor proposto;QUE tal fato ocorreu em uma sexta feira, sendo que GERALDO informou queefetuaria um viagem com tal veículo; QUE entretanto, na segunda feira seguinte, oGERALDO tinha em mãos uma ‘consulta checa tudo em relação veículo’, tendosido verificado que o veículo era ‘sinistrado’, de modo que resolveu não maisaceitar o veículo; QUE o colaborador procurou o RODRIGO, solicitou os trinta milreais de volta, mas este já havia gastado; (MELQUIZEDEQUE DA SILVAFERREIRA CORREA SOUZA, no termo denominado MENSALINHO II);
QUE a respeito da pessoa de GERALDO GENTIL BIESEK, o colaborador o viupela primeira vez em uma reunião na rádio COSTA OESTE FM, com aparticipação do colaborador, GIANCARLO e LENZI, sendo que a ideia era trazerum nome de peso para a área da saúde; QUE não lembra qual era o nome mas
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era um sócio de GERALDO BIESEK; QUE o mesmo não aceitou, porémGERALDO assumiu a função, sendo que ficou acertado que ele ganharia R$30.000,00 além do salário; QUE os comentários eram que ele somente vinha naterça e ia embora na quinta; QUE quando MELQUIZEDEQUE assumiu a funçãofinanceira de caixa dois, no segundo semestre de 2014, foi feito um esquema dearrecadação, onde se regularizou os pagamentos de GERALDO; QUE uma vez ocolaborador ofereceu um carro (sonata) como parte do pagamento, com ocompromisso de receber o valor correspondente de MELQUIZEDEQUE, porém omesmo não aceito porque era sinistrado; QUE a respeito dos 30 mil o colaboradornão tem certeza mas acha que foi durante todo o período em que o mesmotrabalhou; QUE acredita que era no começo do mês que se recebia o dinheiro.(RODRIGO BECKER, no termo GERALDO GENTIL BIESEK)
Os valores de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para pagamento do
denunciado GERALDO GENTIL BIESEK eram obtidos do recebimento de “propina”
retirada do pagamento dos fornecedores de refeições (AGUIAR REFEIÇÕES) e
laboratório de exames (BIOCENTER), que pagavam 10% do valor de cada nota fiscal
paga (denunciado em capítulo próprio).
QUE nesse período, conversou com o JOMAA/dentista e fechou os valores com aempresa AGUIAR REFEIÇÕES e com o LABORATÓRIO BIOCENTER para termais recursos para cobrir essa despesa com o GERALDO, tanto opassivo/atrasado quanto o mensal; QUE da empresa AGUIAR, da alimentação, damédia mensal aproximada de R$ 320.000,00 (trezentos e vinte mil reais) em notasfiscais, o retorno era de 10%, ou seja 32 mil reais aproximados; QUE dolaboratório BIOCENTER, que tinha em média valores maiores, de R$ 450.000,00(quatrocentos e cinquenta mil reais), também resultava em retorno 10%, ou seja,45 mil reais; QUE quando acertou com essas empresas, em janeiro de 2015, ohospital possuía uma dívida com o laboratório no valor de um milhão e oitocentosmil reais; QUE no caso da AGUIAR REFEIÇÕES, esta possuía um passivo menor,já que o JOMAA aparecia com sócio oculto; QUE como o laboratório daria umretorno financeiro maior à composição do caixa, no mês de janeiro de 2015mandou um recurso com base em uma nota de R$ 700.000,00 (setecentos milreais), pois necessitava do valor de 70 mil reais, sendo que 50 mil reais seriamdestinados ao GERALDO, sobrando 20 mil reais para a composição do caixa; (…)QUE do laboratório BIOCENTER, o EVANDRO FREIRE, que era o proprietário,negociou com eles no próprio gabinete do colaborador o ‘retorno’ do valor de 10%;QUE o MAURÍCIO LOPP, representante da BIOCENTER em Foz do Iguaçu/PR,quando não entregava o valor para o JOMAA repassar ao colaborador, oMARCOS LIMA, que era o braço direito do JOMAA e era funcionário dele em Fozdo Iguaçu/PR, se deslocava até Pato Branco/PR para a retirada do dinheiro emespécie; QUE o EVANDRO FREIRE, proprietário, ficava em Pato Branco/PR; QUEpor exemplo, esses 70 mil dos 700 mil pagos ao laboratório, vieram de PatoBranco/PR; (MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, notermo denominado MENSALINHO II).
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Os operadores de recolhimento da propina junto a AGUIAR REFEIÇÕES
e BIOCENTER foram os denunciados MAHMOUD AHMAD JOMAA e EUCLIDES DE
MORAES BARROS JUNIOR. Registre-se que quando o denunciado MAHMOUD AHMAD
JOMAA arrecadava a “propina”, repassava-a para o denunciado MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, que a entregava ao denunciado GERALDO
GENTIL BIESEK.
QUE o GERALDO sabia que o retorno dele viria da alimentação e do laboratório;QUE às vezes entrava a figura do EUCLIDES como uma espécie de financiador;QUE o EUCLIDES emprestava valores ao colaborador mas não demonstravainteresse em saber para qual o destino; QUE no fundo o EUCLIDES sabia que odestino desses ‘financiamentos’ era para o pagamento do GERALDO, poisinclusive em algumas oportunidades (três ou quatro vezes) o próprio EUCLIDESfoi quem repassou o valor complementar para o GERALDO. (MELQUIZEDEQUEDA SILVA FERRERIA CORREA DE SOUZA, no termo denominado MENSALINHOII).
Quando o denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
arrecadava o dinheiro junto ao denunciado MAHMOUD AHMAD JOMAA, ou repassava o
denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, que entregava
os valores ao denunciado GERALDO GENTIL BIESEK, ou o próprio EUCLIDES
repassava os valores ao denunciado GERALDO, conforme restou esclarecido em
colaborações premiadas:
QUE conheceu GERALDO BIESEK na Fundação de Saúde; QUE GERALDOassumiu após o período de intervenção, o qual perdurou por cerca de 2 ou 3meses; QUE GERALDO tinha uma empresa de software e consultoria; QUE temconhecimento que o acordo inicial entre RENI e GERALDO era de que aFundação contratasse a empresa de GERALDO para fazer a gestão e faturamentoda Fundação; QUE a empresa de GERALDO corrigiria lançamentos indevidos nacontabilidade da fundação, o que estaria dando prejuízo de cerca de 2 milhões aomês; QUE acredita que tal contratação não ocorreu; QUE pelo que temconhecimento a Fundação contratou diretamente GERALDO como DiretorPresidente e mais duas ou três pessoas; QUE, no entanto, mais pessoas faziamparte da equipe de GERALDO; QUE do acordo inicial com RENI havia um déficitde 30 mil reais; QUE o então secretário de saúde CHARLLES BORTOLO tinhaciência do acordo; QUE no final de 2014, enquanto o colaborador prestava serviçoem caráter emergencial, foi procurado por GERALDO BIESEK, o qual solicitou aocolaborador que o auxiliasse com o repasse mensal de 30 mil reais por mês, jáque não se concluiu a contratação de sua empresa de consultoria; QUE talsolicitação foi confirmada pelo prefeito RENI PEREIRA em encontro com ocolaborador; QUE RENI PEREIRA, inclusive, sugeriu ao colaborador que
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acrescesse tais valores em sua contratação junto à Fundação; QUE o colaboradorrealizou contrato com a Fundação após tal solicitação porém não incluiu o valor da“propina” solicitada em tal contrato; QUE o colaborador procurouMELQUIZEDEQUE e este informou que efetuaria o repasse para GERALDO pormeio de recursos oriundos de JOMAA dentista; QUE acredita que os valoresrepassados a MELQUI por JOMAA dentista eram provenientes da BIOCENTER epossivelmente da AGUIAR REFEIÇÕES; QUE o colaborador poraproximadamente 6 vezes efetuou repasses de aproximadamente 10 a 15 milreais diretamente à GERALDO a pedido de MELQUI; QUE o repasse foi realizadocom recursos próprios, mas que eram devolvidos por MELQUI no prazo deaproximadamente 15 dias após o respectivo desembolso; QUE o colaborador, por6 oportunidades ou mais, a pedido de MELQUI, recebeu recursos diretamente dasmãos de JOMAA para serem entregues a MELQUI; QUE em algumas dessasvezes recebeu valores de JOMAA no interior da BIOCENTER; QUE em algumasoportunidades MELQUI dizia para o colaborador ficar com os recursos comoressarcimento de “empréstimos” realizados; QUE GERALDO acreditava que ocolaborador estaria colaborando com a “propina” e com isso o colaboradoracreditava que receberia seus contratos em dia; QUE aceitou participar doesquema de repasse de dinheiro à GERALDO justamente para dar a impressão deque estava colaborando e obter facilidades; QUE não possui controle escrito dos“empréstimos” realizados a MELQUI; QUE realizou algumas entregas de dinheiroà GERALDO em seu apartamento na Av. Paraná, em frente ao bar BALINAS.(EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, no termo denominado GERALDOBIESEK)
Em interrogatório colhido na fase de inquérito policial, o denunciado
GERALDO GENTIL BIESEK admite o recebimento do veículo Sonata, de pagamento por
parte de EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, bem como o acerto com o prefeito
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA de valores, além do salário, conquanto queira dar
imagem de regularidade de suas ações:
“(…) que condicionou a vinda para assumir o Hospital mediante uma remuneraçãomensal de R$ 30.000,00, mais o pagamento do valor pendente de R$ 70.000,00,devido pela prefeitura à TIGES; (…) que logo que assumiu o conselho curador dafundação municipal decidiu diminuir a remuneração do diretor-presidente de R$25.000,00 para R$ 15.000,00 e logo em seguida outra redução para R$ 10.800,00;que procurou o prefeito e afirmou que era inviável manter-se como diretor-presidente nesses termos, mesmo porque não havia recebido os R$ 70.000,00;(…) QUE RENI PEREIRA novamente se comprometeu a pagar os R$ 70.000,00afirmando que “nem que tenha que tirar do próprio bolso”; QUE em 03 dedezembro de 2014, aniversário do interrogado foi feito um jantar, umaconfraternização, onde estavam presentes RENI PEREIRA, CLAUDIA PEREIRA,MELQUIZEDEQUE, CHARLES BORTOLLO, e familiares de pessoa ligadas àadministração municipal; QUE nessa ocasião conheceu EUCLIDES DE MORAESBARROS JUNIOR, representante da empresa que prestava serviços dediagnóstico por imagem para o Hospital Municipal; QUE também nessa ocasião,RENI PEREIRA informou ao interrogado que havia encontrado uma forma de
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acertar as pendências que haviam com o interrogado; QUE RENI designouMELQUIZEDEQUE para resolver a questão com o interrogado; QUE no diaseguinte MELQUIZEDEQUE foi até a residência do interrogado acompanhado deRODRIGO BECKER com um veículo SONATA, o qual foi oferecido como forma depagamento do valor tendo aquele explicado que se tratava de uma negociaçãoenvolvendo RODRIGO BECKER, que repassaria o veículo ao interrogado; QUEcausou estranheza ao interrogado a forma que MELQUIZEDEQUE teria de saldara dívida, porém, como já não havia mais outras forma de receber pelos serviçosprestados, aceitou a veículo; QUE como ficou desconfiado da origem de talveículo, solicitou a um assessor se no dia seguinte que fizesse uma pesquisa dohistórico do veículo; QUE verificou que se tratava de um veículo sinistrado, entãorestituindo-o para MELQUIZEDEQUE; QUE alguns dias depois,MELQUIZEDEQUE procurou o interrogado juntamente com EUCLIDES, propondoque os valores devidos seriam feitos por EUCLIDES; QUE novamente estranhou aforma de pagamento proposta por MELQUIZEDEQUE, porém como já não viuoutra alternativa para receber os valores devidos pela prefeitura, aceitou aproposta; (…) combinou com EUCLIDES que emitira notas fiscais para a empresaE-PEOPLE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS; (…) que nas notas emitidas constaramprestação de serviços na área e sistema, salvo engano; que os serviços não foramprestados, sendo as notas emitidas apenas para fins de registro contábil; (…) QUEemitiu notas somente no valor aproximado de R$ 45.000,00, sendo que o restanteque recebeu de EUCLIDES de maneira informal; (…) QUE nunca solicitou aoprefeito RENI PEREIRA o pagamento “extra” no valor de R$ 40.000,00 mensais,além da remuneração de diretor-presidente da Fundação Municipal.; que o quepediu ao prefeito foi uma remuneração na qualidade de diretor-presidente dafundação municipal; (…) QUE não tem conhecimento de que recursos financeirosutilizados para pagamentos ao interrogado tenham origem nos contratos dasempresas AGUIAR REFEIÇÕES E LABORATÓRIO BIOCENTER; (…) (GERALDOGENTIL BIESEK, no termo de interrogatório, evento 60 AUTO_QUALIFIC2 do IPLnº 5006445-81.2016.404.7002).
A materialidade é demonstrada: a) termo de colaboração de
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA; b) termo de colaboração de
RODRIGO BECKER; c) termo de colaboração de EUCLIDES DE MORAES BARROS
JUNIOR; d) auto de interrogatório do denunciado GERALDO GENTIL BIESEK; e) notas
fiscais emitidas pela empresa TIGES (a ser juntada); f) pagamentos das notas das
empresas AGUIAR REFEIÇÕES e BIOCENTER (fatos narrados em tópicos próprios).
Assim, observou-se que os denunciados:
a) RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA, EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e
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MAHMOUD AHMAD JOMAA incorreram, por 19 vezes, no crime previsto no artigo 333
do Código Penal c/c artigo 327, §2º do Código Penal;
b) o denunciado GERALDO GENTIL BIESEK praticou, por 19 vezes, o
delito de corrupção passiva, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327, §2º do Código
Penal;
c) o denunciado RODRIGO BECKER, por uma vez, incorreu no crime de
previsto no artigo 333 do Código Penal c/c artigo 327, §2º do Código Penal.
11.14 LICITAÇÃO FRAUDADA (ÁGUAS DA FONTE)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, GERALDO GENTIL BIESEK, ADEMILTON
JOAQUIM TELES, ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, SALETE TONELLO e OCIVALDO GOBETTI
MOREIRA
Após a passagem do grupo de TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, a
rápida intervenção de FERNANDO COSSA, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA nomeou, no período de 04/08/2015 a 23/11/2015, o denunciado GERALDO
GENTIL BIESEK, que não só serviu aos interesses da organização criminosa, como
também recebeu vantagem indevida, consistente na solicitação e recebimento de
vantagem indevida mensal, conforme já narrado.
Dando continuidade à empreitada criminosa, os denunciados RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, GERALDO GENTIL BIESEK, aliados a ADEMILTON
JOAQUIM TELES e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, bem como em conluio com
SALETE TONELLO, com vontade e consciência, aderindo um à conduta do outro, no
período de 04/09/2014 a 28/09/2014, fraudaram, mediante ajuste, combinação e
direcionamento, o caráter competitivo do procedimento licitatório Pregão nº 51/2014, da
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Fundação Municipal de Saúde, com intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem
decorrente da adjudicação do objeto da licitação, que culminou com a contratação
(Contrato nº 33/2014, 28/09/2014), por 12 (doze) meses, no valor global de R$ 98.400,00
(noventa e oito mil e quatrocentos reais), ou seja, R$ 8.200,00 (oito mil e duzentos mil
reais mensais, da empresa ÁGUAS DA FONTE TRANSPORTADORA TURÍSTICA EIRELI,
de propriedade dos denunciados ADEMILTON JOAQUIM TELES e ROSA MARCELA
SOLENI SIEBRE, para locação de um veículo.
A participação do RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA é evidente ante a
delegação de amplos, ilimitados e irrestritos poderes ao denunciado GERALDO GENTIL
BIESEK, que lhe permitia, inclusive a prática de ilícitos de contratação.
Outrossim, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA possui
estreita relação com o denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES, policial civil do Estado
Paraná, Presidente da UMAMFI (União Municipal Associação dos bairros de Foz do
Iguaçu), que integra a organização criminosa instituída por RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, com múltiplas funções: a) defesa de RENI junto aos presidentes de bairro e
conselhos municipais que participa como presidente da UMAMFI, pelo que recebeu
durante aproximadamente 1 (um) anos “propina” (capítulo próprio); b) interferência em
inquéritos policiais ou indiciamentos em benefício da organização; c) cessão de veículos
vans, de sua propriedade, para uso pessoa e na campanha da esposa do denunciado
RENI; d) contratações de empresas do denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES que
seria fruto de acordo com o prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA (vide caso
comentado pela denunciada MARLI TEREZINHA TELLES em conversa mantida com o
denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA – 75872814.wav
(de 01/06/2015) - Vide período 22m10s à 25m50s– Relatórios 11 e 12); e) que em razão
de contratações da empresa do denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES, deixou de
receber “propina”, para pagá-la, contribuindo para o caixa da organização criminosa.
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A participação de GERALDO GENTIL BIESEK fica evidente em razão de
atos pretéritos que praticou (recebimento de “propina”), bem como em razão de que o
processo licitatório se encontra todo viciado, superfaturado, instruído com orçamentos
ideologicamente falsos e ainda devido ter homologado e assinado o instrumento
contratual.
Outrossim, o valor do contrato para locação de um veículo com mais de
oito anos de uso, pelo preço que daria para adquirir, no mínimo, três veículos, zero km,
básicos.
Ademais, observa-se que não existe um processo licitatório regular, isto é,
que cumpra as formalidades legais, pois:
a) não há autuação de procedimento e numeração de páginas regular, em
ordem cronológica (vide processo digitalizado em anexo);
b) o pregão nº 51/2014 não possui uma série de elementos obrigatórios,
tais como projeto básico ou termo de referência (a objetivar a busca de orçamentos e uma
melhor oferta), publicações de editais e contratação de maneira regular, em total arrepio
ao artigo 38 da Lei 8.666/1993:
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo aautorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ouoficial, ou do responsável pelo convite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
c) compulsando os documentos apresentados, que é chamado de pregão
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51/2014, observa-se que: 1) a abertura do processo se deu por justificativa de SALETE
TONELLO, no dia 04/09/2014; b) a dotação orçamentária não se encontra assinada, pelo
departamento financeiro; c) a apresentação da minuta do edital encontra-se assinada por
apenas um (SALETE TONELLO) dos três membros da comissão; d) a publicação do
aviso de licitação foi autorizada apenas por um (SALETE TONELLO) dos três membros
da comissão;
Novamente observa-se que houve fraude para beneficiar a empresa dos
denunciados ADEMILTON JOAQUIM TELES e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, em
total direcionamento do edital e superfaturamento.
Como já dito, o contrato emergencial visava a contratar um veículo 1.0,
tipo celta, com ar-condicionado, porém os denunciados ADEMILTON JOAQUIM TELES e
ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, forneceram um veículo de melhor categoria, isto é,
veículo Dobló, ano 2006, pelo valor de R$ 2.940,00 (dois mil novecentos e quarenta reais)
por mês.
Ocorre que o edital e as cotações pautaram num veículo 7 (sete) lugares,
potência mínima de 80 cv, movido a gasolina, com 4 portas, caixa manual, direção
hidráulica, ar-condicionado, ar quente, vidro traseiro térmico, limpador de vidro traseiro,
vidros e travas elétricas, tração 4X2, motor/cárter e demais itens de segurança exigidos
pelo Código de Trânsito Brasileiro, cujo valor previsto de cotação e contratação foi
superfaturado através de orçamentos falsos.
Observe-se que a descrição do edital e das cotações são, em tese,
exatamente as descrições do veículo Doblo que já prestava serviços à fundação municipal
de saúde, pela empresa ÁGUAS DA FONTE TRANSPORTADORA TURÍSTICA EIRELI:
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Ao contrário do que aconteceu na emergencial, não se apresentaram
orçamentos das empresas especializadas em locação de veículos.
Surgiram dois orçamentos materialmente ou ideologicamente falsos,
fornecidos pelas empresas BIFF TRANSPORTES RODOVIÁRIOS EIRELI (VALCIR
RUFATTO) E TRIPLICE TRANSPORTES E LOGÍSTICA LTDA (JOSÉ ENOR DE
OLIVEIRA), empresas que não possuem know-how em locações de veículos, mas sim
transportes de cargas.
Conforme, descobriu-se nos autos de IC nº 0053-15.000462-9 instaurado
pelo MP/PR, trata-se de modus operandi solicitado pelo denunciado ADEMILTON
JOAQUIM TELES a seu contador OCIVALDO GOBETTI MOREIRA, a elaboração de
orçamentos falsos, aproveitando-se o nome e dados e outras empresas a quem presta
serviço de contabilidade.
Observa-se que, não tem como SALETE TONELLO desconhecer tal
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fraude, eis que seria sua obrigação a cotação de valores, a subsidiar o processo
licitatório, contudo, aceitou os orçamentos apresentados pelo próprio denunciado
ADEMILTON JOAQUIM TELES.
Observa-se que o preço da contratação foi superfaturado, fora do preço
de mercado, eis que um veículo custaria em torno de R$ 3.000,00 (três mil reais) por mês,
conforme contrato emergencial anterior, bem como cotação realizada posteriormente
(IGUFOZ, no valor de R$ 3.100,00 – documento em anexo – que gerou a readequação do
contrato). Assim, o valor da contratação R$ 8.200,00 (oito mil e duzentos reais) foi
superfaturado em R$ 5.200,00 (cinco mil e duzentos reais) mensais, cerca de 273%.
Ademais, segundo documento do veículo do único habilitado e vencedor,
a capacidade do veículo apresentado, oficialmente junto ao Detran, é de apenas 6 (seis
passageiros) e não de 7 (sete) como requerido no edital.
Compulsando os autos, constata-se que ADEMILTON JOAQUIM TELES
atuou como procurador da empresa no certame, conforme procuração assinada por
ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE.
Assim, observa-se que a contratação foi realizada ao largo da lei e o
processo foi montado para “mascarar” a contratação irregular e tentar dar um tom de
legalidade. Os denunciados fizeram uso de documentos privados ideologicamente falsos.
Outrossim, destaca-se que o contrato foi renovado por mais 12 meses
(aditivo nº 01), período de 29/09/2015 a 29/092016, pelo mesmo valor de R$ 8.200,00
(oito mil reais e duzentos centavos) o que corrobora o dolo dos denunciados GERALDO
GENTIL BIESEK, SALETE TONELLO, ADEMILTON JOAQUIM TELES e ROSA
MARCELA SOLENI SIEBRE.
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Porém em março de 2016, foi realizado um novo aditivo (nº2) reduzindo o
valor para R$ 4.000,00 (quatro mil reais) mensais, o que inclusive corrobora o
superfaturamento.
A materialidade encontra-se presente através: a) processo de Pregão nº
51/2014, da Fundação Municipal de Saúde; b) contratos e aditivos firmados.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, GERALDO GENTIL BIESEK, ADEMILTON JOAQUIM TELES, ROSA
MARCELA SOLENI SIEBRE, SALETE TONELLO e OCIVALDO GOBETTI MOREIRA,
incorreram nos crimes previstos no artigo 89 e seu parágrafo único c/c com artigo 99, §1º
da Lei 8.666/1993 e 304 c/c 299, ambos do Código Penal, em razão da existência e
utilização de orçamentos ideologicamente falsos.
11.15 PECULATO - LICITAÇÃO FRAUDADA (ÁGUAS DA FONTE)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, GERALDO GENTIL BIESEK, ADEMILTON
JOAQUIM TELES, ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE e SALETE TONELLO
Tendo em vista o fato narrado anteriormente, fraude no pregão nº
51/2014, para contratação de locação de veículo, em favor da empresa dos denunciados
ADEMILTON JOAQUIM TELES e de ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, observa-se
que tal contratação foi superfaturada em 273%, conforme narrativa anterior, com a
participação dos denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, GERALDO GENTIL
BIESEK e SALETE TONELLO.
Analisando o período de contrato, mantido e pago superfaturado,
constatou-se que, no período de 28/09/2014 a 28/09/2015, ADEMILTON JOAQUIM
TELES e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, com concurso com RENI CLÓVIS DE
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SOUZA PEREIRA, GERALDO GENTIL BIESEK e SALETE TONELLO, cada qual
colaborando para apropriação em razão de sua função, conforme a divisão de
responsabilidade que atuaram na contratação fraudulenta narrada anteriormente (à qual
se remete por economia processual), apropriaram-se, mês a mês, durante os meses
novembro de 2014 (competência setembro de novembro/2014), dezembro de 2014,
janeiro de 2015, fevereiro de 2015, março de 2015, abril de 2015, maio de 2015, junho de
2015, julho de 2015, agosto de 2015, setembro de 2015, outubro de 2015, mediante
desvio, de verbas públicas em proveito próprio ou alheio, mediante apresentação de notas
fiscais, superfaturas, autorizadas por contrato fraudulento, consoante abaixo descrito:
Data Valor Valor pelo preço demercado
Superfaturamento (%)
1 20/11/2014 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
2 20/12/2014 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
3 20/01/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
4 20/02/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
5 20/03/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
6 20/04/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
7 20/05/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
8 20/06/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
9 20/07/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
10 20/08/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
11 20/09/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
12 20/10/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
TOTAL R$ 98.400,00 R$ 61.200,00
Analisando o aditivo nº 01, assinado mantido e pago superfaturado,
contatou-se que, no período de 28/09/2014 a 06/03/2016, ADEMILTON JOAQUIM TELES
e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, com concurso com RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, GERALDO GENTIL BIESEK e SALETE TONELLO, mediante nova ação,
cada qual colaborando para apropriação em razão de sua função, conforme a divisão de
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responsabilidade que atuaram na contratação fraudulenta narrada anteriormente (à qual
se remete por economia processual), apropriaram-se, mês a mês, durante os meses de
outubro de 2015, novembro de 2015, dezembro de 2015, janeiro de 2016, fevereiro de
2016 e março de 2016, mediante desvio, de verbas públicas em proveito próprio ou
alheio, mediante apresentação de notas fiscais, superfaturas, autorizadas por aditivo de
contrato fraudulento, consoante abaixo descrito:
Data Valor Valor pelo preço demercado
Superfaturamento (%)
1 20/10/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
2 20/11/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
3 20/12/2015 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
4 20/01/2016 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
5 20/02/2016 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
6 20/03/2016 R$ 8.200,00 R$ 3.100,00 R$ 5.100,00
TOTAL R$ 49.200,00 R$ 30.600,00
Nem se alegue que o valor foi aumentado em razão da manutenção ficar
a cargo do locador, pois é da essência do contrato de locação de veículos, a entrega do
bem em condições de uso regular. Além do que se optassem em locar veículo de
empresa especializada, certamente receberia veículo novo ou semi-novo, revisado, o que
permitiria a troca de veículo para manutenção, diferentemente da opção criminosa que
optaram os denunciados de contratar um veículo com mais de 8 (oito) anos de uso.
Assim, observou-se que o total pago pela FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE
SAÚDE para locação de um veículo pelo período de 12 meses mais os 6 (meses) de
renovação pelo preço de R$ 8.200,00 (oito mil e duzentos reais) mensais, considerando a
prorrogação contratual, o valor de R$ 147.600,00 (cento e quarenta e sete mil e
seiscentos reais) que seria suficiente para comprar aproximadamente 5 (cinco) carros
populares, básicos, para servir o hospital municipal.
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Dessa forma, observa-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, GERALDO GENTIL BIESEK, ADEMILTON JOAQUIM TELES, ROSA
MARCELA SOLENI SIEBRE e SALETE TONELLO, com vontade livre e consciente, um
concorrente para ação ilícita do outro, incorreram, por 12 (doze) vezes, no crime previsto
no art. 1º, I, do Decreto-Lei nº 201/67 (segunda parte), bem como os denunciados,
mediante nova ação e sequência delitiva RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
GERALDO GENTIL BIESEK, ADEMILTON JOAQUIM TELES, ROSA MARCELA
SOLENI SIEBRE e SALETE TONELLO, incorreram, por 6 (seis) vezes, no crime previsto
no art. 1º, I, do Decreto-Lei nº 201/67 (segunda parte).
11.16 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (SALETE TONELLO)
Denunciados: EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, LUIZ ANDRÉ PENZIN e SALETE TONELLO
Como já narrado em capítulos anteriores, a denunciada SALETE
TONELLO exercia a função de gerente do setor de compras da Fundação Municipal de
Saúde, além da função de pregoeira, além de ter participado de processos de dispensa e
pregão fraudulentos, conforme narrativa já contida nesta denúncia.
Além de praticar atos ilícitos em processos licitatórios, segundo a
investigação, no período de dezembro de 2014 a dezembro de 2015, mês a mês, a
denunciada SALETE TONELLO, na condição de gerente do setor de compras da
Fundação Municipal de Saúde, solicitou, para si ou para outrem vantagem indevida no
valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) mensais, para passar informações privilegiadas ou
favorecimento em processos licitatórios de interesse dos réus, com infração de dever
legal enquanto os denunciados EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e LUIZ
ANDRÉ PENZIN, um concorrendo para o lícito do outro, prometeram (e pagaram)
vantagem indevida a SALETE TONELO, consistente na entrega de R$ 1.000,00 (um mil
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reais) por mês, pelo período de dezembro de 2014 e dezembro de 2015, em contrapartida
as informações e favorecimentos realizados à empresa E-PEOPLE SOLUÇÕES
TECNOLÓGICAS LTDA, de propriedade do denunciado EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR.
A participação de LUIZ ANDRÉ PENZIN se consubstancia no fato de
atuava como agente do denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
participavam da rede de oferecimento e pagamento de propina pelo mesmo. No caso, o
denunciado LUIZ ANDRÉ PENZIN fazia o papel de operador da propina, arrecadando o
valor mensalmente com o denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e
repassando a denunciada SALETE TONELLO.
Os denunciados EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR confessou
o crime, em termo de colaboração premiada, firmado com o MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL:
QUE obteve informações privilegiadas da servidora SALETE TONELO, servidorado setor de compras da Fundação e pregoeira, como por exemplo o número e asempresas que retiraram o edital; QUE somente a empresa do colaboradorparticipou do pregão e foi ganhadora; QUE a contratação abrangia a locação deequipamentos, software, laudos, backups, e laudos de urgência e emergência 24horas; QUE a servidora SALETE TONELO solicitou uma ajuda mensal de mil reaisà ANDRÉ PENZIN, funcionário do colaborador, que foi paga e perdurou dedezembro de 2014 a dezembro de 2015, aproximadamente; (EUCLIDES DEMOARES BARROS JUNIOR, termo “CONTRATO COM A FUNDAÇÃOMUNICIPAL).
Ademais, colaborador REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO
ratificou que LUIZ ANDRÉ PENZIN teria confidenciado que SALETE TONELLO
recebia vantagem indevida consistente no recebimento de R$ 1.000,00 (um mil
reais) por mês:
QUE após o cumprimento dos três contratos emergenciais, os quais duraramcerca de 6 meses, o serviço foi novamente agrupado e licitado em um só contrato;QUE o colaborador produziu o projeto básico desta licitação e entregou à ANDRÉ
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PENZIN, funcionário de EUCLIDES, na empresa E-PEOPLE; QUE PENZIN levoupara SALETE TONELO, então pregoeira e chefe do setor de compras daFundação, para que ela desse prosseguimento no processo; QUE ANDREPENZIN relatou ao colaborador que ele pagava 1000 reais mensais para SALETEdefender interesses das empresas de EUCLIDES; (REGINALDO DA SILVEIRASOBRINHO, em termo INTERVENÇÃO/EUCLIDES)
O fato de pagamento mensal possui consonância com as fraudes que
SALETE TONELLO participou, principalmente em relação a aceitação do termo de
referência elaborado pelo denunciado REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO para
favorecer EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR.
A materialidade é demonstrada: a) termo de colaboração de EUCLIDES
DE MORAES BARROS JUNIOR; b) termo de colaboração de REGINALDO DA
SIVLEIRA SOBRINHO; c) Dispensa indevida a E-PEOPLE; d) direcionamento de pregão
para empresa E-PEOPLE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS.
Assim, observou-se que os denunciados EUCLIDES DE MORAES DE
BARROS JUNIOR e LUIZ ANDRÉ PENZIN, incorreram, por 13 vezes, no crime previsto
no artigo 333 do Código Penal c/c artigo 327, §2º do Código Penal e a denunciada
SALETE TONELLO praticou, por 13 vezes, o delito de corrupção passiva, previsto no art.
317, caput e §1º, c/c art. 327, §2º do Código Penal.
11.17 DISPENSA IRREGULAR (UNIVERSAL MED/GLOBO MED)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, RENAN
GUSTAVO BAEZ, GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, KAREN
IZABELLA ROGONI MARQUEZI DE OLIVEIRA e MÔNICA MARINS JUSTINO DE OLIVEIRA
No dia 30/12/2015, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ (Presidente da Fundação Municipal de
Saúde), GILBER DA TRINDADE RIBEIRO (Secretário Municipal de Saúde), RENAN
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GUSTAVO BAEZ (“assessor” da denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ),
dispensaram ou inexigiram licitação fora das hipóteses previstas em lei e sem observar as
formalidades pertinentes à dispensa ou inexigibilidade, habilitando, credenciando,
analisando aptidão jurídica, fiscal, técnica e contratando em um único dia, 30/12/2015, por
várias vezes (discriminado abaixo), mediante várias ações, as empresas GLOBO MED
SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP, representada pelo denunciado LAERTE JUSTINO
DE OLIVEIRA FILHO e pela denunciada KAREN IZABELLA ROGONI MARQUEZI DE
OLIVEIRA, e UNIVERSAL MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE LTDA – ME,
representada pela denunciada MÔNICA MARTINS JUSTINO OLIVEIRA, os quais, a
empresa e representantes, comprovadamente concorreram para consumação da
ilegalidade e beneficiaram-se da dispensa/inexigibilidade ilegal para celebrar com o poder
público os referidos contratos, conforme os seguintes atos ilícitos abaixo discriminados:
data Nº contrato objeto empresa
30/12/2015 274/2015 Pediatria clínica UNIVERSAL MED
30/12/2015 275/2015 Pronto socorro UNIVERSAL MED
30/12/2015 276/2015 UTI UNIVERSAL MED
30/12/2015 277/2015 Pediatria Clínica GLOBO MED
30/12/2015 278/2015 Pronto Socorro GLOBO MED
30/12/2015 279/2015 UTI GLOBO MED
30/12/2015 280/2015 Clinica médica GLOBO MED
30/12/2015 281/2015 Diversas especialidades (Neurologia,ecodardiograma, radiologia, cirurgia geral,urgenia e eletiva, coordenação de cirurgiageral, girurgia geral para consultaambulatoriais, urologia, cirurgia vascular,cirurgia plástica)
GLOBO MED
30/12/2015 282/2015 Neurocirurgia/neurologia GLOBO MED
30/12/2015 283/2015 Neurologia Pediátrica GLOBO MED
30/12/2015 284/2015 Endoscopia GLOBO MED
30/12/2015 285/2015 Cirurgia pediátrica GLOBO MED
30/12/2015 286/2015 Broncoscopia GLOBO MED
30/12/2015 287/2015 Ultrassonografia GLOBO MED
30/12/2015 288/2015 Cardiologia GLOBO MED
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Inicialmente, registre-se que diante das colaborações, pode-se se
constatar que, de fato, PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ participou do crime de
fraude à licitação da parceria público privada (que será narrada em tópico específico mas
mencionada neste ato para contextualização - enquanto esteve na secretaria municipal de
Saúde), bem como que sempre ocupou posição importante no Governo RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA, o que juntamente a estes fatos revela participação na organização
criminosa.
Registre-se que, embora tenha sido exonerada do cargo de diretora da
Secretaria Municipal de Saúde (com a frustração do PMI 001/2014), foi nomeada para o
cargo em comissão de assessoria no setor de recursos humanos e, mais tarde, veio a ser
nomeada integrante da comissão interventora do Hospital Municipal e Presidente da
Fundação Municipal da Saúde.
Visando demonstrar posição dominante da denunciada na administração
pública municipal, constata-se que, mesmo após o afastamento do prefeito RENI CLÓVIS
DE SOUZA PEREIRA, a vice-prefeita nomeou PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ
ao cargo de Secretária Municipal de Saúde. Na tabela abaixo, pode-se visualizar a
trajetória da denunciada até sua ascensão ao cargo de Secretária de Saúde:
Data Nomeação Exoneração
24/11/2014 Diretoria de Assistência Especializadada Secretaria Municipal da Saúde
Exonerada 25/06/2015, para assumir novocargo
26/06/2015 Diretora de Relações de Trabalho,Saúde Ocupacional, desenvolvimento ecapacitação funcional, da SecretariaMunicipal da Administração e Gestãode Pessoas
Exonerada19/01/2016, para assumir novocargo
23/11/2015 a19/01/2015
Membro da comissão de administraçãodo Hospital Municipal (Decreto 24.291,23/11/2015 – Diário Oficial nº 2.672)
Em razão de inquérito civil no MPPR eProcedimento Preparatório nº1.25.003.002020/2016-36, no dia09/05/2016, Patrícia Foster foi retirada da
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comissão, porém mantida na condição deDiretora Presidente da Fundação.
19/01/2016a09/05/2015
Diretora Presidente da FundaçãoMunicipal de Saúde – Hospital PadreGermano Lauck e Membro da comissãode administração do Hospital Municipal(Decreto 24.291, 23/11/2015 – DiárioOficial nº 2.672)
09/05/2016a 30/11/2016
Deixa de ser membro da comissão deadministração e permanece comoDiretora Presidente da FundaçãoMunicipal de Saúde – Hospital PadreGermano Lauck
Decreto nº 24.575, 09/05/2016, exclui adenunciada PATRICIA GOTTARDELOFOSTER RUIZ da comissãoadministrativa. (Diário 2.794/09/05/2016).
02/09/2016 Secretária Municipal de Saúde Até 17/11/2016
Ademais, registre-se que com a requisição administrativa e nomeação de
comissão administrativa (23/11/2015), a Fundação Municipal de Saúde foi desabilitada
para prática de gestão no Hospital Municipal por força do Decreto 24.290/2015 e Decreto
nº 24.291/2015. Em 27/04/2016, retificou-se o Decreto nº 24.290/2015 e Decreto nº
24291/2015, retificando que ficava desabilitada a diretoria e o conselho curador para
prática de atos de gestão do Hospital Municipal, através do Decreto nº 24.564/2016. Em
09/05/2016, a denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ é afastada da
comissão administrativa do hospital, permanecendo no cargo de Diretora-Presidente (e
como tal praticou uma série de atos ilegais e proibidos).
Observe-se que, com a intervenção, desabilitou-se o conselho curador e
passou-se todo o poder de mando e decisão à comissão administrativa, que era, na
prática, exercido pela denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ.
Conforme os colaboradores REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO,
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA, a empresa do médico LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO foi
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contemplada por um contrato milionário para prestação de serviços médicos junto a UPA
JOÃO SAMEK e PRONTO ATENDIMENTO MORUMBI (P.A. MORUMBI), através da
empresa UNIVERSAL MED (UNIVERSAL MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE
LTDA – ME).
QUE diante da negativa de fusão entre as empresas GLOBO MED, depropriedade de LAERTES, e empresa ATUAL, de propriedade de ROBERTOFLORIANI, para apresentação de projeto único para a PPP, observou-se ocredenciamento da empresa UNIVERSAL MED para prestação de serviçosmédicos para Secretaria de Municipal de Saúde, no valor de 11 milhões; QUE aempresa UNIVERSAL MED é de propriedade do médico LAERTES; QUE nãosabe informar porque o prefeito RENI PEREIRA queria beneficiar o médicoLAERTES; QUE alguns médicos relataram que houve uma reunião informandoque todos os médicos prestadores de serviços deveriam ser cadastrados junto àempresa UNIVERSAL MED; QUE em contrapartida cada médico deveria repassarum percentual dos honorários médicos como forma de remuneração da empresa;QUE um dos médicos que relatou tal fato foi o Dr. ZARPELON; QUE a acreditaque referido credenciamento foi suspenso ou cancelado, em razão de revolta dosmédicos que não concordaram em se cadastrar junto a empresa UNIVERSALMED e pagar um percentual para a empresa; QUE o credenciamento ocorreu nofinal de 2015 e início de 2016; QUE acredita que o contrato chegou a serformalizado e depois foi suspenso ou cancelado; (EUCLIDES DE MOARESBARROS JUNIOR – Termo de colaboração)
Segundo os colaborados, nessa contratação, os médicos que já
prestavam serviço para o Município teriam de “migrar” para a empresa UNIVERSAL MED,
que centralizaria o recebimento dos valores pagos pelo Município e deveriam pagar um
percentual à empresa em retorno financeiro, contrato que embora tenha sido celebrado
não foi executado diante da recusa dos médicos que já prestavam serviço nos locais.
Seguindo essa linha de informação e diante do vínculo associativo e
criminoso entre PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ e o médico LAERTE
JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO (já demonstrada nos atos da parceria público privada),
descobriu-se que as empresas GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP (àquela
que seria a inicialmente preferida do Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA) e
UNIVERSAL MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE LTDA – ME, ambas
administradas pelo denunciado LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO em conjunto
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com sua esposa, a denunciada KAREN IZABELLA ROGONI MARQUEZI DE OLIVEIRA,
e sua irmã, MÔNICA MARTINS JUSTINO OLIVEIRA, foram contempladas por diversos
contratos junto ao HOSPITAL MUNICIPAL (já na gestão PATRÍCIA GOTTARDELLO
FOSTER RUIZ), a saber:
1) contrato nº 277/2015, Processo de Credenciamento nº 08/2015,
contratada: GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP, CNPJ Nº 17.713.721/001-
41, cujo objeto é “fornecer serviços médicos de pediatria clínica no Hospital Municipal,
junto à Fundação Municipal de Saúde18, publicado no diário oficial nº 2.704, de
12/01/2016;
2) contrato nº 278/2015, Processo de Credenciamento nº 23/2015,
contratada: GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP, CNPJ Nº 17.713.721/001-
41, cujo objeto é “fornecer serviços médicos do Pronto Socorro do Hospital Municipal”,
junto à Fundação Municipal de Saúde19, publicado no diário oficial nº 2.704, de
12/01/2016;
3) contrato nº 279/2015, Processo de Credenciamento nº 24/2015,
contratada: GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP, CNPJ Nº 17.713.721/001-
41, cujo objeto é “fornecer serviços médicos na UTI (unidade de terapia intensiva) do
Hospital Municipal”, junto à Fundação Municipal de Saúde20, publicado no diário oficial nº
2.704, de 12/01/2016;
4) contrato nº 285/2015, Processo de Credenciamento nº 25/2015,
18 No período que o Hospital estava inabilitada para praticar atos jurídicos e o hospital se encontrava administrado
pela Comissão de administração nomeada pelo Prefeito Reni Pereira (decreto nº 24.291, de 23/11/2015).
19 No período que o Hospital estava inabilitada para praticar atos jurídicos e o hospital se encontrava administrado
pela Comissão de administração nomeada pelo Prefeito Reni Pereira (decreto nº 24.291, de 23/11/2015).
20 No período que o Hospital estava inabilitada para praticar atos jurídicos e o hospital se encontrava administrado
pela Comissão de administração nomeada pelo Prefeito Reni Pereira (decreto nº 24.291, de 23/11/2015).
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contratada: GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP, CNPJ Nº 17.713.721/001-
41, cujo objeto é “fornecer serviços médicos de Cirurgia Pediátrica no Hospital Municipal ”,
junto à Fundação Municipal de Saúde21, publicado no diário oficial nº 2.704, de
12/01/2016;
5) contrato nº 274/2015, Processo de Credenciamento nº 08/2015,
contratada: UNIVERSAL MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE LTDA - ME, CNPJ
Nº 20.549.824/0001-22, cujo objeto é “fornecer serviços médicos de pediatria clinica no
Hospital Municipal”, junto à Fundação Municipal de Saúde22, publicado no diário oficial nº
2.704, de 12/01/2016;
6) contrato nº 275/2015, Processo de Credenciamento nº 23/2015,
contratada: UNIVERSAL MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE LTDA - ME, CNPJ
Nº 20.549.824/0001-22, cujo objeto é “fornecer serviços médicos no Pronto Socorro do
Hospital Municipal”, junto à Fundação Municipal de Saúde23, publicado no diário oficial nº
2.704, de 12/01/2016;
7) contrato nº 276/2015, Processo de Credenciamento nº 24/2015,
contratada: UNIVERSAL MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE LTDA - ME, CNPJ
Nº 20.549.824/0001-22, cujo objeto é “fornecer serviços médicos na UTI (Unidade de
Terapia Intensiva) do Hospital Municipal”, junto à Fundação Municipal de Saúde24,
publicado no diário oficial nº 2.704, de 12/01/2016.
21 No período que o Hospital estava inabilitada para praticar atos jurídicos e o hospital se encontrava administrado
pela Comissão de administração nomeada pelo Prefeito Reni Pereira (decreto nº 24.291, de 23/11/2015).
22 No período que o Hospital estava inabilitada para praticar atos jurídicos e o hospital se encontrava administrado
pela Comissão de administração nomeada pelo Prefeito Reni Pereira (decreto nº 24.291, de 23/11/2015).
23 No período que o Hospital estava inabilitada para praticar atos jurídicos e o hospital se encontrava administrado
pela Comissão de administração nomeada pelo Prefeito Reni Pereira (decreto nº 24.291, de 23/11/2015).
24 No período que o Hospital estava inabilitada para praticar atos jurídicos e o hospital se encontrava administrado
pela Comissão de administração nomeada pelo Prefeito Reni Pereira (decreto nº 24.291, de 23/11/2015).
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A contratação das empresas dos denunciados LAERTE JUSTINO DE
OLIVEIRA FILHO, KAREN IZABELLA ROGONI MARQUEZI DE OLIVEIRA e MÔNICA
MARTINS JUSTINO OLIVEIRA, foi objeto de interceptação telefônica entre o investigado
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO e RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, juntado aos
autos de interceptação telefônica nº 5010836-16.2015.404.7002, índice nº 80093154, dia
29/12/2015, onde se confirma que o contrato de LAERTE com o Município estava para o
parecer jurídico (RENI comenta que pediria para MARIA LETÍZIA JIMENEZ ABATTE
FIALA), oportunidade que GILBER DA TRINDADE RIBEIRO comenta que no HOSPITAL
estaria tudo certo, que assinaria amanhã ou depois de amanhã (de fato, foram assinados
os contratos de credenciamento com as empresas de LAERTE e o HOSPITAL no dia
30/12/2015), cujos extratos foram publicados no Diário Oficial nº 2.704.
Destaca-se que, no mesmo dia 29/12/2015, foi captada conversa de
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA com LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO,
índice 80098993, onde confirmam o acordo de que as empresas de LAERTE prestariam
serviços tanto na Fundação Municipal de Saúde (Hospital Municipal) quanto na Secretaria
Municipal de Saúde (UPA e PA Morumbi). Neste áudio faz-se menção de que IZABELLA
(a denunciada KAREN IZABELLA ROGONI MARQUEZI DE OLIVEIRA) estaria com o
mesmo na cidade e convida RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, para juntamente a sua
esposa CLAUDIA PEREIRA, para jantarem juntos, demonstrando bastante amizade e
intimidade, restando demonstrada a participação de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA
nos crimes praticados, ora imputados.
Tal fato é corroborado, pela tentativa de RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA realizou de estender a atuação da comissão administrativa (liderada pela
denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ) para fazer a gestão da UPA e PA
Morumbi, inclusive com um repasse mensal de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e
quinhentos mil reais), por força do Decreto nº 24.564, de 27/04/2016 (2.785, 27/05/2016),
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br336
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que somente não foi implementado em razão de atuação conjunta do MPPR IC nº
0053.16.000262-1 e MPF, Procedimento Preparatório nº 1.25.003.002020-/2016-36, que
fez o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, revogar sua decisão através do
Decreto nº 24.575, 09/05/2016 (Diário 2.794, de 09/05/2016).
A participação de PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ e de seu
“assessor” RENAN GUSTAVO BAEZ foi essencial e indispensável para celebração de
referidos contratos com as empresas dos denunciados e a FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE
SAÚDE, conforme declarações de LEILA ADRIANE DO NASCIMENTO, pessoa que
atuava no setor de controladoria do Hospital:
QUE foi responsável pela elaboração de 12 (doze) contratos firmados entre aFundação Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu/PR e a empresa UNIVERSALMED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE LTDA – ME e 3 (três) contratos entrea Fundação Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu e GLOBAL SERVIÇOSMÉDICOS LTDA; QUE, com relação aso referidos contratos, a declarante relataque no dia 30/12/2015, por volta das 10 horas, foi instruída pela Sra. PatríciaGottardello Foster Ruiz para que redigisse os contratos, pois os responsáveispelas empresas estavam na cidade e precisavam assinar os instrumentos naqueladia; QUE durante a elaboração dos contratos permaneceram na sala dadeclarante o Dr. GILBER DA TRINDADE RIBEIRO (Secretário Municipal deSáude), Sra. PATRICIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, Sr. RENAN GUSTAVOBAEZ, Dr. LAERTES JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, (procurador da GlobalServiços), Sra. MÓNICA MARTINS JUSTINO OLIVEIRA (representante daUNIVERSAL MED e irmã do Dr. Laerte) e Dra KAREN IZABELLA ROGONIMARQUEZI DE OLIVEIRA; QUE a declarante percebeu bastante intimidade entreos agentes públicos e representantes das empresas; QUE, inclusive, após aassinatura dos contratos todos saíram juntos para almoçar; QUE estranhou apressa e o comportamento dos envolvidos; QUE dos 15 contratos firmados no dia30/12/2015, somente foram publicados 6; QUE desses 6 contratos publicados, 3(três) foram firmados com a UNIVERSAL MED E 3 (três) com a GLOBALSERVIÇOS, sendo que somente os contratos 275/2015 (serviços de ProntoSocorro), 274/2015 (serviços de pediatria clínica) e 276/2015 (serviços de UTI)foram executados; QUE a Sra. Patrícia Foster Ruiz afirmou a declarante que oscontratos que não foram publicados serviriam de “retaguarda” para seremutilizados em caso de necessidade; que a Sra. patrícia também disse queorientaria quando houvesse tal necessidade para então a devida publicação; (...)”(LEILA ADRIANE DO NASCIMENTO – ic Nº 1.25.003.002972/2016-50, pág.872/873)
Das declarações de LEILA ADRIANE DO NASCIMENTO constata-se que
participaram diretamente da negociação e contratação a denunciada PATRÍCIA
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GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, Dr. GILBER DA TRINDADE RIBEIRO (Secretário
Municipal de Saúde), RENAN GUSTAVO BAEZ (“assessor” da denunciada PATRÍCIA),
Dr. LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, (procurador da Global Serviços), Sra.
MÔNICA MARTINS JUSTINO OLIVEIRA (representante da UNIVERSAL MED e irmã do
Dr. LAERTE) e Dra. KAREN IZABELLA ROGONI MARQUEZI DE OLIVEIRA.
Ademais, observa-se que foram assinados 15 (quinze) contratos, mas
apenas 6 (seis) – na verdade 7 (sete) - foram publicados no Diário Oficial, os de números
274/2015, 275/2015, 276/2015, 277/2015, 278/2015, 279/2015 e 285/2015.
O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL tentou obter acesso a todos os
contratos assinados entre a FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE e as empresas
UNIVERSAL MED e GLOBO MED, mas não obteve êxito, contudo, a Sra. LEILA
ADRIANE DO NASCIMENTO, testemunha dos fatos, que trabalhava na controladoria à
época, apresentou cópia de todos os contratos, inclusive os faltantes 281/2015, 282/2015,
283/2015, 284/2015, 286/2015, 287/2015 e 288/2015, firmados com a empresa GLOBO
MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA, de propriedade de denunciado LAERTE JUSTINO DE
OLIVEIRA FILHO.
A título de demonstração da fraude e não observância dos trâmites para
dispensa ou inexigibilidade, questionou-se a diretora de compras da Fundação Municipal
de Saúde (SALETE TONELLO), qual era o prazo médio para credenciamento de
profissionais médicos, o que foi informado que a média era de 15 (dias) e se houvesse
urgência o prazo seria de 5 (cinco) dias.
“que no processo de contratação por meio de credenciamento, o tempo médioentre a manifestação de interesse da empresa, apresentação de documentos esua efetiva contratação, é de 15 dias, sendo que há casos de empresas em queesse prazo é de 5 dias, nos casos de empresas que possuem toda documentaçãoregular; (SALETE TONELLO, evento 60, DEPOIM_TESTEMUNHA33, autos nº5006445-81.2016.404.7002).
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No caso da Secretaria Municipal de Saúde, o credenciamento leva cerca
de 60 (sessenta dias), entre habilitação, avaliação de cumprimento de aptidão jurídica,
fiscal e técnica, manifestação da pasta, parecer jurídico e assinatura do contrato.
Observa, que no caso das contratações acima mencionadas obteve-se
um credenciamento geral e instantâneo, habilitando sem documentação, sem dotação
orçamentária, sem parecer jurídico, em áreas que já existiam prestadores de serviço,
passando direto à assinatura de contratos, para futuramente “esquentar” as contratações
com documentação fabricada extemporaneamente. Tanto é assim, que SALETE
TONELO, que é a responsável pelas contratações não possui conhecimento como se deu
o credenciamento da empresa UNIVERSAL MED:
“QUE com relação a contratação da empresa UNIVERSAL MED esclarece quenão participou de nenhuma forma do processo, sequer como testemunha; QUE aUNIVERSAL MED foi contratada no final do ano de 2015, período em que estavaviajando, por ter tirado uma semana de folga; QUE o contrato da UNIVERSALMED foi feito pela controladoria interna da Fundação Municipal de Saúde, quantoLEILA era a gerente de referida controladoria; QUE não se recorda o sobrenomede LEILA; QUE não teve acesso ao processo de contratação da UNIVERSALMED, QUE não foi encaminhado para o setor de compras e licitações, motivo peloqual não sabe dizer se a contratação seguiu o protocolo;” (SALETE TONELLO,evento 60, DEPOIM_TESTEMUNHA33, autos nº 5006445-81.2016.404.7002).
Nem se alegue que a contratação médica comporta dispensa de licitação,
por força de lei ou decreto municipal, em razão da dificuldade de contratação médica, em
razão dos seguintes motivos:
a) a contratação de serviço médico público (atividades fins), deve ser
realizado por concurso público (artigo 37, II, da CF25), apenas se admitindo a contratação
25 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federale dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou deprovas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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de particular em caráter complementar e em situações especiais, nos termos do artigo
199, §1º da CF26, corroborado com o §1º, do Decreto nº 20.128, 13/10/2010 (mas jamais
como a situação do hospital que praticamente todo o serviço médico é terceirizado):
Art. 1º Fica aprovada, na forma discriminada no Anexo I deste Decreto, a InstruçãoNormativa para Credenciamento de Prestadores de Serviço na Área de Saúde noMunicípio de Foz do Iguaçu, pessoas jurídicas.§ 1º O credenciamento de que trata este Decreto possibilita a participação detodas as pessoas jurídicas que detenham competência, habilitação e capacitação,na prestação de serviços assistenciais do Sistema Único de Saúde de Foz doIguaçu, de forma complementar à capacidade da gestão municipal. (DecretoMunicipal nº 20.128, de 13/12/2010)
b) mesmo que se admita a contratação de particulares, via empresas prestadoras de
serviço, deve-se prestigiar a concorrência, de preço, “preço e técnica” ou “técnica”,
habitando a empresa à prestação do serviço licitado;
c) mesmo que se admitisse a possibilidade de dispensa de licitação por credenciamento,
(hipótese não prevista em lei federal (lei 8.666/93), mas usada, na prática, para
contratações complementares de serviços de saúde), tal via, deve cumprir o protocolo e
devido processo legal que compreende: requerimento, juntada de documentos que
comprovem aptidão jurídica, fiscal e técnica da empresa, julgamento por comissão,
possibilidade orçamentária, parecer jurídico, para, somente, após dispensar a licitação e
contratar o prestador (o que não ocorreu no caso concreto), consoante decreto municipal
e lei nº 8.666/93.
§ 2º O credenciamento inclui as etapas de cadastramento, habilitação ecelebração dos respectivos instrumentos legais de obrigações das partes(contratos, convênios e termos afins), conforme a natureza jurídica do prestador.(Decreto Municipal nº 20.128, de 13/12/2010)
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processoadministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a
26 Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizesdeste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem finslucrativos.
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autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio paraa despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei,ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ouoficial, ou do responsável pelo convite; IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ouinexigibilidade; VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivasmanifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,fundamentado circunstanciadamente; X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas eaprovadas por assessoria jurídica da Administração. (lei nº 8.666/93)
Registre-se que o que se pretendia com tais contratações era o controle
total dos serviços médicos no hospital municipal (e também na UPA e P.A. Morumbi – que
será objeto de denúncia em capítulo próprio), pela organização criminosa, liderada por
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, para servir de mais um setor de desvio de dinheiro
público para manter o esquema criminoso.
O objetivo de contratar geral e globalmente as empresas dos denunciados
LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, KAREN IZABELLA ROGONI MARQUEZI DE
OLIVEIRA e MÔNICA MARINS JUSTINO DE OLIVEIRA era eliminar as demais
empresas prestadoras de serviço, vinculando os médicos daquelas empresas, na sua
totalidade, nas empresas destes denunciados, mediante o desconto/retorno (“propina”) de
um percentual.
Contudo, mais uma vez, houve resistência por parte dos médicos em
participar de tal migração, motivo pelo qual alguns contratos assinados foram deixados
sem execução, para no momento propício dominar o serviço.
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Corroborando tais fatos, bem como a versão apresentada por
colaboradores, de que o objetivo dos denunciados era centralização dos serviços médicos
junto às empresas UNIVERSAL MED E GLOBO MED, destaca-se as declarações
prestadas pela Enfermeira KARIN ALINE ZILLI COUTO:
(…) QUE começou a trabalhar no Hospital Municipal Padre Germano Lauck emjaneiro de 2011 (…) QUE, finda a prorrogação do contrato, não havia no hospitalnenhum enfermeiro com especialização em UTI, razão pela qual a declarante foinomeada para o cargo de confiança de Coordenação de Enfermagem da UTI; (…)QUE em julho de 2016 entrou em exercício no cargo de enfermeira, por ter sidoaprovada em concurso público realizado em 2015; (…) QUE em janeiro oufevereiro de 2016 houve uma reunião entre o Dr. Laerte, Dra. Karen Izabella e osmédicos do Hospital Municipal, em que foi feita uma proposta para os médicosaderirem à empresa de Laerte; QUE a adesão acarretaria um desocnto nospagamentos dos médicos em favor da empresa de Laerte; QUE os médicos nãoaceitaram a proposta e depois disso houve uma divisão no hospital, que provocouuma rejeição dos médicos de LAERTE pelos outros mpédicos do hospital; QUE adeclarante ouviu comentários dos médicos que o grupo de Laerte recebia em dia,enquanto o pagamento dos demais chegava a atrasar até 3 meses; (…) (KARINALINI ZILLI COUTO – IC Nº 1.25.003.002972/2016-50 – PÁG. 1099/1100).
Diante do exposto, os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, RENAN GUSTAVO BAEZ, GILBER DA
TRINDADE RIBEIRO, LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, KAREN IZABELLA
ROGONI MARQUEZI DE OLIVEIRA e MÔNICA MARINS JUSTINO DE OLIVEIRA
incorreram, por 15 (quinze) vezes, na prática de crime previsto no artigo 89 e seu
parágrafo único, da Lei 8.666/1993 c/c com artigo 29 e 69, ambos do Código Penal.
11.18 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (ASSESSOR PATRÍCIA FOSTER)
Denunciados: PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, RENAN
GUSTAVO BAEZ
Durante as investigações, constatou-se que o denunciado RENAN
GUSTAVO BAEZ, com vontade livre e consciente, com ciência e concordância da
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denunciada PATRICIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, e do presidente da comissão
administrativa de intervenção GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, na época Secretário
Municipal de saúde, no período de 23/11/2015 a 11/05/2016, mês a mês, usurpou de
função pública de assessor executivo da Diretoria Administrativa e Financeira da
Fundação Municipal de Saúde, visando lucro, isto é, mediante remuneração paga pela
denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ.
O denunciado RENAN GUSTAVO BAEZ de longa data vem
acompanhando e se intitulando assessor “pessoal” da denunciada PATRÍCIA
GOTTARDELO FOSTER RUIZ, desde a época que trabalhava na secretaria Municipal de
saúde (sem que fosse nomeado para qualquer função), onde também usurpou de função
pública (narrada em outro capítulo), até conseguir uma nomeação para trabalhar sempre
junto com a referida denunciada.
Data Nomeação Patrícia Foster Nomeação de Renan G. Baez
24/11/2014 a25/06/2015
Diretoria de AssistênciaEspecializada da SecretariaMunicipal da Saúde
24/11/2014 a19/07/2015
Usurpação - Exerceu função deAssessor de Patrícia Foster, semnomeação
20/07/2015a31/01/2016
Nomeado para o cargo de Assessor I,subordinada à Secretaria Municipalde Administração e Gestão dePessoas, com gratificação derepresentação de gabinete de 60%(sessenta por cento)
26/06/2015 a19/01/2016
Diretora de Relações deTrabalho, Saúde Ocupacional,desenvolvimento e capacitaçãofuncional, da SecretariaMunicipal da Administração eGestão de Pessoas
23/11/2015 – cedida comoMembro da comissão deadministração do Hospital(Decreto 24.291, 23/11/2015 –Diário Oficial nº 2.672)
19/01/2016 a30/11/2016
Presidente da FundaçãoMunicipal de Saúde
23/11/2015 a11/05/2016
Usurpação - Exerceu função públicade Assessor Executivo da Fundação(Patrícia Foster)
02/09/2016 a 17/11/2016
Secretária Municipal de Saúde 12/05/2016a 17/11/2016
Nomeado para o cargo de AssessorExecutivo da Diretoria
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Administrativa de Financeira.
Desde a nomeação da denunciada PATRICIA GOTTARDELLO FOSTER
RUIZ para compor a Comissão Administrativa (23/11/2015) e exercer o cargo de
Presidente da Fundação Municipal de saúde (19/01/2016) até sua efetiva nomeação, o
denunciado RENAN GUSTAVO BAEZ usurpou de função pública, transitando livremente,
na sede administrativa do Hospital Municipal, praticando atos administrativos, dando
ordens, como se fosse da diretoria da Fundação Municipal de Saúde.
Nesse sentido, destaca-se declarações de SALETE TONELO:
QUE RENAN GUSTAVO BAEZ era assessor de PATRICIA FOSTER, passando aexerce essa função alguns dias depois da intervenção administrativa no hospital;(SALETE TONELLO, evento 60, DEPOIM_TESTEMUINHA33, autos de IPL Nº5006445-81.2016.404.7002).
Tanto é assim que o denunciado RENAN GUSTAVO BAEZ participou
ativamente da reunião que celebrou a multi contratação, no total de 15 contratos, da
Fundação Municipal de Saúde com as empresas GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS
LTDA – EPP e UNIVERSAL MED ASSESSORIA E GESTÃO EM SAÚDE LTDA – ME,
inclusive assinando os contratos na qualidade e testemunha, conforme print de tela, a
seguir:
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Ademais, o exercício irregular da função é bem relatado por LEILA
ADRIANE DO NASCIMENTO (que trabalhou no hospital no período de dezembro de 2015
a maio de 2016), em declarações prestadas no bojo do IC nº 1.25.003.002972/2016-50:
(…) que Renan Gistavo Baez era o braço direito de Patrícia; QUE Renan ePatrícia chegavam e saiam juntos do hospital todos os dias; QUE, inclusive,chegavam e saiam no mesmo carro; QUE Renan era o auxiliar direto de Patrícia e“ajudava ela em tudo”; QUE, inclusive, renam era quem transmitia os comandos eorientações de Patrícia aos funcionários do Hospital; Que vários assuntos eramtratados e resolvidos diretamente com Renan, principalmente questões de RH;(LEILA ADRIANE DO NASCIMENTO, em termo de declarações complementar, fls.1093/1095 do IC referido).
Outrossim, é digno de registro que RENAN GUSTAVO BAEZ além de
usurpar função pública possuía, de fato, grande poder de influência a ponto de sua irmã
SUZIANE MARIA BAEZ ser nomeada Supervisora do SADT (Diário Oficial nº 2.741, de
01/03/2016, pág. 24), junto a diretoria assistencial da Fundação Municipal, e seu pai foi
selecionado em teste seletivo, para desempenhar a função de auxiliar administrativo
(Diário Oficial nº 2.804, de 20/05/2016, pág. 38).
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A participação de GILBER DA TRINDADE RIBEIRO se revela, pois
ambos exerceram a função de membro-presidente da Comissão Administrativa de gestão
do Hospital Municipal, pelo Decreto nº 24.291, de 23/11/2015, e manteve-se conivente
com a usurpação de função pública de RENAN GUSTAVO BAEZ e PATRÍCIA
GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, sem que tivessem tomado atitudes para que não se
perpetuasse tais atos ilegais.
Assim, observou-se que os denunciados RENAN GUSTAVO BAEZ, em
coautoria com PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ e GILBER DA TRINDADE
RIBEIRO, incorreram no crime previsto no artigo 328, parágrafo único, por 5 (cinco)
vezes, combinado com artigo 29 do Código Penal.
12. INTRODUÇÃO. A ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA NA SECRETARIA
MUNICIPAL DE SAÚDE
Como já foi narrado na denúncia oferecida no bojo dos autos de ação
penal nº 5005325-03.2016.7404.7002, um dos braços criminosos instituídos pelo
denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA foi introduzido na Secretaria Municipal
de Saúde, destacando-se diversas fraudes nas contratações de empresas, em especial
as empresas do denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, bem como o
processo licitatório fraudado de contratação de parceria público privada, para o
atendimento de urgência e emergência no âmbito do sistema único de saúde.
Os crimes praticados neste braço criminoso possuem correlação com os
crimes que se narrou no âmbito do Hospital Municipal, porém para fins de melhor
compreender os fatos, apresenta-se um quadro cronológico da atuação da Organização
Criminosa no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde.
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As ações da organização criminosa no âmbito da Secretaria Municipal de
Saúde são conhecidas na investigação originária que deflagrou a Operação Pecúlio, com
as diversas fraudes praticadas pelo Secretário Municipal de Saúde CHARLLES
BORTOLO e pela diretora de gestão em saúde MARLI TEREZINHA TELLES,
beneficiando através de contratações irregulares e criminosas as empresas de
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, que foi auxiliado por REGINALDO DA
SILVEIRA SOBRINHO e LUIZ ANDRÉ PENZIN, com a confecção do termos de
referência e projetos básico e orçamentos fictícios, a fim de permitir a contratação
(inclusive emergencial) das empresas E-PEOPLE TECNOLOGIA LTDA e BRAVIX
MEDICAL COMERCIO E SERVIÇO DE MATERIAL CIRÚRGICO LTDA.
Apurou-se no curso das investigações complementares, que nos anos de
2014 e 2015, os denunciados CHARLLES BORTOLO (Secretário Municipal de Saúde
2014/2015), ELOE STEINMETZ (Coordenador do Fundo Municipal de Saúde -
2015/2016), MARLI TEREZINHA TELLES (diretora de gestão em saúde – 2013 a 2016) e
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO (Secretário Municipal de Saúde, 2015-2016),
solicitaram e recebiam vantagens indevidas consistente o pagamento de um valor mensal,
pagos pelos empresários prestadores de serviços na área de saúde.
Ainda na gestão de CHARLLES BORTOLO e MARLI TEREZINHA
TELLES, com aval do denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, fraudaram
procedimentos licitatórios Processo de Dispensa nº 28/2015 e Pregão nº 96/2015, a fim
de beneficiar a empresa CLM TRANSPORTADORA TURÍSITICA EIRELI, de propriedade
da denunciada ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE e do denunciado, policial civil,
ADEMILTON JOAQUIM TELES, membro da organização criminosa.
Já no final do ano 2014, na gestão de CHARLLES BORTOLO e MARLI
TEREZINHA TELLES, é lançado o primeiro procedimento de manifestação de interesse
da PPP (PMI nº 001/2014), para instituir parceria público privada na área de saúde no
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município de Foz do Iguaçu/PR.
Segundo os colaboradores, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA entabulou com o grupo de EUCLIDES DE MORAES DE BARROS JUNIOR
(REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA), o grupo TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD
JOMAA e o grupo da empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA, capitaneada
por MARCO CESAR CUNICO FATUCH e ROBERTO FLORIANI CARVALHO, a
implantação da parceria público-privada na cidade de Foz do Iguaçu, mediante um
consórcio criminoso, que resultaria em vantagens econômicas para todos os envolvidos
de tal direcionamento e contratação.
O combinado de tal esquema criminoso resultaria vantagens para
ROBERTO FLORIANI CARVALHO e MARCO CESAR CUNICO FATUCH em razão da
contratação de todo o serviço de urgência e emergência através de sua empresa, ATUAL
MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA. O denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS
JUNIOR beneficiar-se-ia, em razão de que ficaria com a fatia da prestação de serviços
por imagem, o denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA
beneficiar-se-ia com a prestação de serviços de Tecnologia de Informação, enquanto
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA e MAHMOUD AHMAD JOMAA ficariam com os
serviços de Portaria, Limpeza, Alimentação e Laboratório (serviços que já dominavam no
hospital municipal de Foz do Iguaçu), enquanto o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA beneficiar-se-ia com repasse de propina mensal enquanto perdurasse a
PARCERIA PÚBLICO PRIVADA.
Contudo, de outro lado, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA também teria fechado acordo criminoso com outro grupo interessado, liderado
pelo denunciado LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, da empresa GLOBO MED
SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP, que era apoiado pelo então Secretário Municipal de
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Saúde CHARLLES BORTOLO, pela Diretora de Assistência especializada PATRÍCIA
GOTTARDELLO FOSTER RUIZ e seu assessor RENAN GUSTAVO BAEZ e pelos
servidores públicos ALICE MARIA MACEDO SILVA, SANDRA FERREIRA DO
NASCIMENTO e CLAUDIO LUIZ PAMPLONA FREITAS.
A função de PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, RENAN
GUSTAVO BAEZ, ALICE MARIA MACEDO SILVA, SANDRA FERREIRA DO
NASCIMENTO e CLAUDIO LUIZ PAMPLONA FREITAS foi a elaboração do projeto da
empresa GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP, mediante vantagem
econômica, bem como direcionar o certame para a referida empresa ganhasse.
A grande vantagem da empresa é o superfaturamento que teria com a
concentração de todos os serviços de urgência e emergência em suas mãos, enquanto o
denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA obteria vantagem econômica e
patrimonial. Destaca-se que a atuação dupla de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA era
comum e habitual em sua gestão política e criminosa, pois em caso de qualquer um fosse
agraciado com o contrato, obteria vantagem econômica e patrimonial.
Da disputa entre a empresa ATUAL MÉDICA e GLOBO MED, no PMI nº
001/2014, da análise dos projetos apresentados pelas empresas (ambas com
informações privilegiadas) preponderou o projeto da ATUAL MÉDICA GESTÃO EM
SAÚDE LTDA, tendo em vista que o denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA, em reunião com o conselho gestor de PPP demonstrou a
fragilidade do projeto da GLOBO MED, o que colocou a empresa ATUAL MÉDICA em
situação de vantagem, mas tal fato levou a denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO
FOSTER RUIZ a criar um artifício para desclassificar a empresa, divulgando
prematuramente a intenção da PPP ao COMUS e não aceitando a documentação
apresentada pela ATUAL MÉDICA, fora do prazo estabelecido, embora tivesse
inicialmente concordado com a prorrogação de prazo.
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Assim, esvaziou-se a primeira tentativa de implementação da PPP.
No segundo semestre de 2015, renasceu a intenção de contratação da
Parceria Público Privada, que culminou com o lançamento do PMI 002/2015, destacando-
se novamente a atuação dos personagens já descrito, mas agora com o apoio da
Procuradora do Município MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA, que foi trazida de
Curitiba/PR com a missão de burlar todos os obstáculos jurídicos e burocráticos para
implementação da PPP.
A denunciada MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA atuou com
múltiplas funções, dentre os quais, a atuação como membro do conselho gestor de PPP,
Presidente da Comissão de Licitação, condutora de audiência pública, coordenadora de
workshop sobre PPP na cidade de Foz do Iguaçu e também como Procuradora do
Município, elaborando parecer jurídico sobre a legalidade da PPP e apresentação junto ao
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, juntado no IC nº 1.25.003.018869/2015-41. As
múltiplas funções assumidas demonstra o comprometimento criminoso que a referida
denunciada tinha com a aprovação da PPP.
Durante as discussões e embates, a denunciada MARIA LETIZIA
JIMENEZ ABATTE FIALA, com o aval de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, assumiu
o lado de apoiar e direcionar o pleito licitatório para o grupo de EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR (MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA,
REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA,
MAHMOUD AHMAD JOMAA, ROBERTO FLORIANI CARVALHO, MARCO CESAR
CUNICO FATUCH).
Para tanto, a denunciada MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA
passou a solicitar e receber vantagens indevidas, fornecidas pelos denunciados
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EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e ROBERTO FLORIANI CARVALHO.
Nesta fase, a denunciada MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA
contou com a participação de denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ e
de assessor pessoal RENAN GUSTAVO BAEZ, na elaboração e adequação do edital aos
anseios da empresa atual médica, conforme revelado pelos colaboradores.
A vinda de PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ para o grupo da
ATUAL MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA deu-se em razão de solicitação e promessa
de vantagem indevida, de que em caso de a empresa se tornasse vitoriosa do certame,
ambas seriam contratadas, direta ou indiretamente, como responsáveis pelo jurídico do
grupo, durante o prazo da PPP.
Ademais, estaria em andamento uma fusão entre as empresas ATUAL
MEDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA e GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP,
em razão de solicitação do denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, fusão esta
que resultaria na adjudicação da contratação para a empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO
EM SAÚDE LTDA e que subcontrataria a empresa GLOBO MED para prestação de
serviços médicos durante o prazo da PPP.
A fraude do processo licitatório existiu, tendo em vista que por força de
legislação específica de PPP, o procedimento de manifestação de interesse é uma fase
inicial do processo licitatório, daí que havendo a fraude no procedimento de manifestação
de interesse, por conseguinte, tal fraude macula o processo de licitação por via reflexa, o
que é suficiente para a tipificação criminal.
Ademais, não se pode olvidar que além da manipulação dos projetos (que
foram feitos por integrantes da administração pública municipal contratante), da ausência
de estudo de impacto financeiro prévio e estudo jurídico (parecer jurídico), também houve
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mácula na elaboração do edital de consulta pública, que foi elaborado por encomenda e
para servir aos critérios apresentados pela empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO EM
SAÚDE LTDA, inclusive com inclusão de itens específicos que, diante da circunstância
econômica que o país vivia na concessão de cartas de créditos, dificilmente outra
empresa apresentaria tal condição, que foi obtida pela empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO
EM SAÚDE LTDA (em condições escusas junto ao BNDES e retratada em áudios de
interceptação telefônica que serão retratados em momento específico.
Ademais, além do crime da parceria público privada, já no final de 2015 e
início de 2016, o denunciado GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, ao assumir a pasta da
Secretaria Municipal de Saúde, solicitou para si vantagem patrimonial ilícita consistente
de uma propina mensal no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), que seriam pagos com
valores arrecadados de fornecedores, e que fora coordenado pelo denunciado EUCLIDES
DE MORAES BARROS JUNIOR, conforme colaboração firmada.
Para tanto, o denunciado GILBER DA TRINDADE RIBEIRO passou a
atuar em favor das empresas contribuintes (E-PEOPLE, BRAVIX, AMEDICAL,
BIOCENTER), seja não criando obstáculos em suas prestações de serviços, seja atuando
na agilização de pagamentos.
Neste ponto, de janeiro a março de 2016, entra em cena a atuação do
Coordenador do Fundo Municipal de saúde, o denunciado ELOE STEINMETZ, que em
aproveitando-se da função pública que exerceu, solicitou, por 3 (três), vezes quantias em
dinheiro, ao denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, o que foi fornecido
em razão unicamente de que exercia a função pública responsável pela liberação de
pagamentos de prestadores de serviço.
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12.1 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (ASSESSOR PATRÍCIA FOSTER)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, CHARLLES BORTOLO, PATRÍCIA GOTTARDELLO
FOSTER RUIZ e RENAN GUSTAVO BAEZ
O denunciado RENAN GUSTAVO BAEZ, com vontade livre e consciente,
com ciência e concordância da denunciada PATRICIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ,
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e de CHARLLES BORTOLO, no período de
24/11/2014 a 25/06/2015, mês a mês, usurpou de função pública de assessor executivo
da Diretoria de assistência especializada da Secretaria Municipal de Saúde, visando lucro,
isto é, mediante remuneração paga pela denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO
FOSTER RUIZ e/ou do caixa de “propina” arrecadada por CHARLLES BORTOLO.
O denunciado RENAN GUSTAVO BAEZ vem acompanhando e se
intitulando assessor “pessoal” da denunciada PATRÍCIA GOTTARDELO FOSTER RUIZ,
(sem que fosse nomeado para qualquer função), onde usurpou de função pública
mediante remuneração, até conseguir uma nomeação para trabalhar sempre junto com a
referida denunciada.
Data Nomeação Patrícia Foster Nomeação de Renan G. Baez
24/11/2014 a25/06/2015
Diretoria de AssistênciaEspecializada da SecretariaMunicipal da Saúde
24/11/2014 a19/07/2015
Usurpação - Exerceu função deAssessor de Patrícia Foster, semnomeação
20/07/2015 a31/01/2016
Nomeado para o cargo de AssessorI, subordinada à SecretariaMunicipal de Administração eGestão de Pessoas, com gratificaçãode representação de gabinete de60% (sessenta por cento)
26/06/2015 a19/01/2016
Diretora de Relações deTrabalho, Saúde Ocupacional,desenvolvimento e capacitaçãofuncional, da SecretariaMunicipal da Administração eGestão de Pessoas
23/11/2015 – cedida comoMembro da comissão deadministração do HospitalPadre Germano lauck (Decreto24.291, 23/11/2015 – Diário
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Oficial nº 2.672)
19/01/2016 a30/11/2016
Presidente da FundaçãoMunicipal de Saúde
23/11/2015 a11/05/2016
Usurpação - Exerceu função públicade Assessor Executivo da Fundação(Patrícia Foster)
02/09/2016 a 17/11/2016
Secretária Municipal de Saúde 12/05/2016 a17/11/2016
Nomeado para o cargo de AssessorExecutivo da DiretoriaAdministrativa de Financeira.
Tanto é que trabalhou e usurpou função pública que é mencionado pelos
colaboradores como coautor do projeto da GLOBO MED para a parceria público privada.
Em declarações prestadas no bojo do inquérito policial, o denunciado
admite a prática do delito, mas sustenta que teria ocorrido por 3 (três) meses:
QUE, nesse período de um ano que trabalhou na prefeitura, inicialmente, entredois ou três meses, trabalhava diretamente com PATRICIA FOSTER na DIES(diretoria especializada) da Secretaria de Saúde; que, nesse primeiro momento, oDeclarante não foi oficialmente nomeado, sendo que recebia uma ajuda de custodiretamente de PATRÍCIA FOSTER; QUE não trabalhava o dia todo no local,sendo que ainda mantinha sua atividade de investigador particular; QUE nãoexistia um valor fixo pago por PATRICIA FOSTER mas se recorda de seremvalores baixos, pagos semanalmente ou pelo dia trabalhado; QUE conheceuPATRICIA FOSTER na campanha política de 2012, pois ambos são do mesmopartido PR (partido da República), onde o Declarante é tesoureiro e PATRICIAFOSTER Secretaria Executiva desde 2013; QUE, em razão dessa proximidade,PATRÍCIA chamou o Declarante para trabalhar com ela algumas oportunidadesdesde 2012, como no caso do PROCON em 2013 por cerca de três meses; QUEo trabalho do declarante na DIES consiStia em auxiliar PATRÍCIA FOSTERdiretamente com assuntos administrativos; QUE, com relação às suas atividades,o declarante esclarece que tirava cópia de documentos na própria sala dePATRÍCIA, a pedido dela ou se dirigia a outras repartições, a fim de constatar asituação do protocolo de algum paciente que estivesse sento atendido porPATRÍCIA FOSTER; QUE o declarante nessas ocasiões era acompanhado dopaciente interessado; QUE depois desses dois ou três meses que trabalhouinformalmente foi nomeado para a Secretaria de Administração; (RENANGUSTAVO BAEZ – evento 60 DEPOIM_TESTEMUNHA24, IPL nº 5006445-81.2016.404.7002).
A participação do denunciado CHARLLES BORTOLO consubstancia-se
pelo fato de ser o Secretário Municipal de Saúde, ter sido conivente com o execício de
função do denunciado RENAN GUSTAVO BAEZ junto com a denunciada PATRÍCIA
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GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, junto a diretoria especializada, vinculada a secretaria
municipal de saúde, além do que efetuou pagamento de valores em dinheiro em 3 (três)
oportunidades, no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), tudo com ciência e
concordância do denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA:
QUE no final de 2014 ocorreu a nomeação de PATRÍCIA FOSTER, por indicaçãodo partido PR, para a Diretoria de Especializada; QUE PATRÍCIA trouxe RENANBAEZ para a assessoria da diretoria; QUE no momento não existia um cargo CC3(hoje ASS1) para nomear RENAN; QUE PATRÍCIA procurou o colaborador paraque efetuasse o pagamento de RENAN; QUE o Prefeito RENI PEREIRA autorizouo pagamento de RENAN, enquanto não houvesse a nomeação; QUE repassou R$2.500,00 mensais a RENAN em três parcelas; QUE posteriormente, ao conversarcom ELIZEU LIBERATO, este cobrou uma pendência de dois meses com RENAN;QUE o colaborador informou que não havia mais como levantar os valores; QUEtodos os pagamentos foram feitos em dinheiro e eram efetuados assim quehouvesse o recebimento dos valores da empresa MEDSERV; QUE entregava osvalores em envelope grampeado, geralmente na Secretaria Municipal da Saúde;QUE o Prefeito RENI PEREIRA tinha ciência dos pagamentos, embora nãosoubesse o valor mensal; (Charlles Bortolo, no termo “COMPLEMENTAÇÃOSALARIAL A CARGOS COMISSIONADOS A PEDIDO DE VEREADORES - PLANTÕESMÉDICOS”)
Tal fato é ratificado por interceptação telefônica (74281198.wav), entre
CHARLLES BORTOLO e PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, em 30/01/2015,
ocasião em que a denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ lembra
CHARLLES que este ficou de ajudá-la a pagar o salário do denunciado RENAN
GUSTAVO BAEZ, o que é confirmado por CHARLLES BORTOLO, porém adverte que
não poderia falar por telefone.
Assim, observou-se que os denunciados RENAN GUSTAVO BAEZ, em
coautoria com PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, CHARLLES BORTOLO e
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA incorreram no crime previsto no artigo 328,
parágrafo único, por 8 (oito) vezes, combinado com artigo 29 do Código Penal.
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12.2 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (CHARLLES BORTOLO)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD
AHMAD JOMAA e CHARLLES BORTOLO
Durante a investigação surgiu mais um fato criminoso envolvendo o
denunciado CHARLLES BORTOLO, na época, Secretário Municipal de Saúde, conforme
Portaria nº 54.049 (Diário nº 2.184, de 3/02/2014).
O denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, na qualidade de
Prefeito de Foz do Iguaçu, solicitou, para o Secretário Municipal de Saúde, CHARLLES
BORTOLO, vantagem indevida no valor mensal de R$ 10.000,00 (dez mil reais) mensais,
durante sua permanência no cargo de Secretário Municipal de Saúde (período de
3/02/2014), dos denunciados TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA e MAHMOUD
AHMAD JOMAA, que, na condição de gestores do Hospital Municipal e interessados em
manter as fraudes, desvios e corrupção (conforme narrado em capítulo próprio),
prometeram vantagem indevida a CHARLLES BORTOLO, consistente no pagamento
mensal de propina de R$ 10.000,00 (dez mil reais) mensais, em razão de sua posição e
cargo de Secretário Municipal de Saúde, visando conivência, benefícios para as
empresas mencionadas além de informações privilegiadas.
Na prática, o pagamento de propina ocorreu por 2 (dois) meses, março /
2014 e abril /2014, pois em 05/05/2014 ocorreu a intervenção no Hospital Municipal, com
a consequente mudança do gestor, o que desagradou o grupo denominado “TULIO
BANDEIRA”, que não só suspendeu o pagamento da propina ao denunciado CHARLLES
BORTOLO, como também o ameaçou de mal injusto e grave (morte), conforme
declarações do colaborador:
QUE logo depois que assumiu a Secretaria de Saúde, encontrou-se comMAHMOUD AHMAD JOMAA (dentista), na sala anexa a do diretor presidentedo Hospital Municipal, onde este comunicou que, em razão de um acordocom o prefeito RENI PEREIRA, o grupo que administrava a Fundação
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Municipal de Saúde faria repasse mensal ao colaborador no valor de R$10.000,00 (dez mil reais); QUE desde então o colaborador recebeu o referidovalor até a intervenção do hospital municipal, sendo que foram feitos doisrepasses, um de R$ 10.000,00 (dez mil reais) nas dependências da rádio CBN(hoje Rádio Globo), que era de propriedade de TULIO BANDEIRA e JOMAA(dentista); QUE recebeu o dinheiro em espécie, dentro de uma sacola demercado das mãos de JOMAA (dentista); QUE tempo depois recebeu maisR$ 5.000,00 (cinco mil reais) em seu consultório dentário tambémrepassados em espécie pelo dentista JOMAA; QUE teve acesso aosdocumentos da auditoria realizada na Fundação Municipal de Saúde pela 9ºRegional de Saúde a pedido do Ministério Publico Estadual; QUE ao tomarconhecimento da constatação de desvios e superfaturamento pela auditoriatelefonou para RODRIGO BECKER e RICARDO CULMAN, sugerindo aintervenção com a retirada da equipe de TULIO BANDEIRA; QUE foiconvocado para uma reunião nas dependências da Sanepar, onde estavam oPrefeito RENI PEREIRA, RODRIGO BECKER E RICARDO CULMAN, ocasião emque os secretários entregaram o cargo, sendo então autorizado pelo prefeito que ocolaborador, na condição de Secretário de Saúde, realizasse a intervenção naFundação; QUE em 29/04/2015 exonerou todo o Conselho Curador, nomeandonovo conselho e o interventor FERNANDO COSSA; QUE entre 29/04 e05/05/2015, após a intervenção da Fundação Municipal de Saúde, ocolaborador foi chamado ao gabinete do Prefeito RENI PEREIRA para umareunião; QUE nesta reunião estavam presentes, além do Prefeito RENI,RODRIGO BECKER e RICARDO CULMAN; QUE posteriormente chegaram Dr.FAISAL JOMAA (MÉDICO) e TÚLIO BANDEIRA; QUE nessa reunião acabousendo ofendido pelo Dr. FAISAL JOMAA (MÉDICO) e ameaçado de morte peloadvogado TÚLIO BANDEIRA, em razão do afastamento de sua equipe daadministração da Fundação Municipal de Saúde; QUE esclarece que osvalores foram utilizados para os pagamentos de placas internas das unidades desaúde Morumbi II e Curitibano e materiais de hidráulica e elétrica a seremutilizados pela equipe de manutenção da Secretaria Municipal da Saúde.(CHARLLES BORTOLO, no termo “REPASSE MENSAL DE R$ 10.000,00 –SECRETÁRIO DE SAÚDE)
O fato de ameça de morte é corroborado pelo colaborador EUCLIDES DE
MORAES BARROS JUNIOR:
QUE CHARLLES BORTOLO não era indicação de TULIO BANDEIRA; QUE, porocasião da intervenção no HOSPITAL, TULIO BANDEIRA ficou bravo, inclusivechegando a ameaçar CHARLLES BORTOLO; QUE, por ocasião de intervenção,foram dispensados várias pessoas que possuíam cargo na FUNDAÇÃO e queeram indicação de TULIO BANDEIRA; QUE tal fato foi presenciado por RODRIGOBECKER; (EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR – no termo “TULIOBANDEIRA)
Observe-se que o pagamento de “propina” pelo grupo do denunciado
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA não é novidade, conforme se observou da longa
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narrativa desta peça acusatória e que fica bem corroborada quanto se analisa os fatos
como um todo, afastando portanto que tais acusações sejam infundadas e fruto de
vingança ou até mesmo desespero do colaborador de firmar um acordo e obter um
benefício legal mais brando do que estava submetido. A prova maior de que tais fatos são
verdadeiros são as próprias acusações que possuem prova material de dispensas ilícitas,
pregões direcionados, superfaturados, que sustentavam toda a rede propina, aliado aos
episódios de pagamento de fornecedores com verba carimbada da câmara de
vereadores.
A materialidade é demonstrada: a) termo de colaboração de CHARLLES
BORTOLO e de EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR; b) diversas licitações
dispensadas e direcionadas para empresas que compunham o esquema criminoso; c) o
mesmo “modus operandi” já narrado em diversos capítulos.
Assim, observou-se que os denunciados TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA e MAHMOUD AHMAD JOMAA, incorreram, por 2 vezes, no crime previsto
no artigo 333 do Código Penal c/c artigo 327, §2º do Código Penal e os denunciados
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e CHARLLES BORTOLO praticaram, por 2 vezes, o
delito de corrupção passiva, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327, §2º do Código
Penal.
12.3 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (MARLI TEREZINHA TELLES)
Denunciados: MARLI TEREZINHA TELLES, MAHMOUD AHMAD JOMAA, REGINALDO DA SILVEIRA
SOPBRINHO e EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
Durante as investigações, surgiu mais um fato criminoso envolvendo a
denunciada MARLI TEREZINHA TELLES, na época, nomeada diretora de gestão em
saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, a partir de 04/10/2013, conforme Portaria nº
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53.542 (Diário nº 2.106, de 11/10/2013).
A denunciada MARLI TEREZINHA TELLES, na qualidade de diretora de
gestão em saúde, por intermédio de MAHMOUD AHMAD JOMAA, solicitou, para si ou
para outrem vantagem indevida no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), do denunciado
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, que, na condição de proprietário da
empresa E-PEOPLE, BRAVIX e CEMEDIA, prometeu (e pagou) vantagem indevida a
MARLI TEREZINHA TELLES, consistente na entrega de R$ 3.000,00 (três mil reais), em
razão de sua posição e cargo de Diretora de Gestão em Saúde, visando benefícios para
as empresas mencionadas além de informações privilegiadas.
Nessa toada, destaca-se as declarações do colaborador EUCLIDES DE
MORAES BARROS JUNIOR:
QUE conheceu MARLI TELLES porque era diretora de gestão da SecretariaMunicipal de Saúde de Foz do Iguaçu; QUE MARLI foi indicada por TULIOBANDEIRA e pelo pessoal de PATO BRANCO/PR; QUE diversas vezes MARLItentou ajudar o colaborador, agilizando os processos de contratação ou licitaçãono setor de compras; QUE, em determinado momento, após o seu afastamentopara tratamento de saúde, MARLI solicitou ajuda financeira, porque não estavarecebendo o salário da Prefeitura; QUE a solicitação de MARLI foi realizada porintermédio de JOMAA; QUE o colaborador realizou a entrega de R$ 3.000,00a MARLI, como uma espécie de doação; QUE foi REGINALDO que entregou odinheiro; QUE conheceu MARLI em razão da função que exercia nasecretaria de saúde; QUE, na sua visão, MARLI era protegida de TULIO eJOMAA (dentista); QUE o colaborador acredita que MARLI favorecia os interessesde TULIO e JOMAA em contratos com a prefeitura; QUE MARLI poderia auxiliá-los através de pressão para pagamentos em dia dos contratos da AGUIARREFEIÇÕES, que eram de interesse de TULIO e JOMAA; QUE sabe queMARLI tinha uma complementação de aproximadamente R$ 2.000,00 pormês; QUE MARLI morava numa casa de médio/alto padrão, no bairro JardimPanorama. (EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR – no termo “MARLITEREZINHA TELLES”).
Saliente-se que o denunciado REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO
participou deste último fato, entregando os valores para a denunciada MARLI
TEREZINHA TELLES.
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Registre-se que MARLI TEREZINHA TELLES foi trazida e indicada por
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, logo depois que instalou a “República de Pato
Branco” na gestão da Fundação Municipal de Saúde (já narrada em outro capítulo). A
nomeação de MARLI TEREZINHA TELLES era desempenhar funções auxiliando a
organização criminosa, as empresas que integravam a rede criminosa.
De fato, MARLI TEREZINHA TELLES atuou como em prol da
organização. Exemplo disso, é a quantidade de crimes de contratações ilícitas via
dispensa de licitação (empresas do denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS
JUNIOR – já objeto de denúncia – e agora as empresas do denunciado ADEMILTON
JOAQUIM TELES).
Aliás neste ponto, é importante destacar que a denunciada MARLI
TEREZINHA TELLES não só participava como tinha ciência do funcionamento da
organização criminosa, conforme revelou em conversa que manteve com o denunciado
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA (já mencionada em outros
capítulos – índice 75872814.wav - no qual confessa inclusive que sabia que o
denunciado MELQUIZEDEQUE operava junto à câmara de vereadores).
A materialidade é demonstrada por: a) termo de colaboração de
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR; b) as licitações dispensadas e direcionadas
para empresas que compunham o esquema criminoso.
Assim, os denunciados EUCLIDES DE MORAES DE BARROS JUNIOR
e REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, incorreram, uma única vez, no crime previsto
no artigo 333 do Código Penal c/c artigo 327, §2º do Código Penal e a denunciada MARLI
TEREZINHA TELLES e MAHMOUD AHMAD JOMAA praticou, por 1 vez, o delito de
corrupção passiva, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327, §2º do Código Penal.
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12.4 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (TELLES - UMAMFI)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA e ADEMILTON JOAQUIM TELES
O denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES, solicitou e recebeu, para
si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida no valor de R$ 1.800,00
(um mil e oitocentos reais), no período de dezembro/2014 a julho de 2015, em razão de
seu cargo de policial civil e também integrante de conselhos municipais de Foz do Iguaçu,
cargo este alcançado em razão de ser presidente da UMAMFI (UNIÃO MUNICIPAL
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DE FOZ DO IGUAÇU), cujos valores alegava que seria
utilizado para pagamento de aluguel da sede da entidade. De outro lado, os denunciados
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA ofereceram vantagem indevida, consistente no pagamento mensal de
R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais), durante o período de dezembro/2014 a
julho/2015, ao denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES, policial civil e membro de
conselhos municipais de Foz do Iguaçu, cargo este ocupado em razão de ser presidente
da UMAMFI, com objetivo de que tal denunciado, de um lado, ajudasse a organização
criminosa quanto a retardar, prestar informações privilegiadas ou evitar atuação da Polícia
Civil em escândalos que envolviam a saúde e, de outro lado, servisse de aliado nas
votações junto aos conselhos municipais que participasse (apoio político), bem como em
razão de ser “supostamente” uma pessoa influente junto ao Governo do Estado do
Paraná.
Sobre tal ocorrência delituosa, destaca-se as declarações do colaborador
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA:
QUE ainda, desse valor do caixa, tinha que destinar o valor de R$ 1.800,00 (mil eoitocentos reais) para pagamento do aluguel da sede da UMAMFI, onde o PolicialCivil TELES, nome ADEMILTON JOAQUIM TELES, era o presidente;(MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORRES DE SOUZA – no termo
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MENSALINHO II)
O teor da colaboração encontra consonância com os seguintes fatos, que
ligam o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA e ADEMILTON JOAQUIM TELES:
a) defesa de RENI PEREIRA junto aos presidentes de bairro e conselhosmunicipais que participa como presidente da UMAMFI, pelo que recebeu duranteaproximadamente 1 (um) ano “propina” (capítulo próprio); b) interferência eminquéritos policiais ou indiciamentos em benefício da organização; c) cessão deveículos Vans, de sua propriedade, para uso pessoa e na campanha da esposa dodenunciado RENI PEREIRA; d) contratações de empresas do denunciadoADEMILTON JOAQUIM TELES seria fruto de acordo com o prefeito RENI CLÓVISDE SOUZA PEREIRA (vide caso comentado pela denunciada MARLI TEREZINHATELLES em conversa mantida com o denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVAFERREIRA CORREA SOUZA – 75872814.wav (de 01/06/2015) - Vide período22m10s à 25m50s– Relatórios 11 e 12); e) que em razão de contratações daempresa do denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES, deixou de receberpropina, para pagar propina e contribuir para o caixa da organização criminosa.
No áudio mencionado (índice 75872814.wav, entre MARLI x
MELQUIZEDEQUE), expressamente disseram:
MELQUI: (fazendo menção a atitude do Secretário Charlles Borotlo tinha que ter)Resolva a UTI, UTI pediátrica, é o que tem que resolver. Nada mais do que isso.Resolva a UTI pediátrica, e depois ...MARLI: EU disse pra ele é momento de apagar fogo e não criar mais confusão.MELQUI: UTI PEDIÁTRICA, resolva a UTI pediátrica. Entendeu? Uma criançamorre aí, nós tamos tudo enrolado. MARLI; Ih, não adianta… MELQUI: é o último fio de cabelo. E aí como é que vamos fazer? MARLI: ainda que, ainda que o Teles, tá segurando aquela Delegada para nãodar entrevista. MELQUI: Pois é. Pois é. Ele me falou isso aí. MARLI: daí é isso que eu vejo, assim Melqui. Porque tudo que o TELES fazpara ajudar ele. Aquelas encrenca dele, tudo que o TELES segurou. E mesmoassim quando veio pra... Quando o Afrânio e ele vieram pra investigar aempresa do TELES. Ele não se abalou em dizer: Teles os cara vão levantartua empresa. Não é verdade? Porque eu penso assim: tem que ter o mínimode ... (cumplicidade?)MELQUI: com certeza, com certeza. Porque eu falei com TELES. O que eufalei? Falei TELES você tem relação com prefeito? (tenho)então você vai lá eesclarece você com o prefeito, MARLI: é..MELQUI: não precisa ninguém, porque você sabe. MARLI: Esta atitude dele ….
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MELQUI: dai o TELES até me agradeceu. (inaudível) mais não é. Não tem que meagradecer nada, é que o que é certo é o certo. MARLI: então é isso que eu penso. Eu penso assim ó. O cara ajudou ele emvárias situações.MELQUI: sim…(…)23min38sMARLI: (…) assim Afrânio, antes de você começar eu vou falar com RENI,chagava lá: o RENI o negócio é o seguinte, foi ocupada as Van pra campanhada Claudia, pra isso, pra isso, pra isso, pra isso. Por isso que ele estáfaturando aqui; MELQUI: é claro. MARLI: é?MELQUI: é lógico. MARLI: eu imaginava tomar esta atitude. (...)
Ademais, na busca e apreensão na sede da UMAMFI, apreendeu-se
contratos de locação no valor de R$ 1.000,00 e canhotos de pagamento de valores de R$
800,00 e de R$ 1.000,00, o que corrobora a versão apresentada pelo colaborador (autos
nº 5009847-73.2016.404.7002, evento 300, AUTOCIRCUNS32).
A materialidade se apresenta pelas seguintes provas: a) colaboração de
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA; b) contratos de locações e
canhotos de pagamento de valores; c) áudio (índice 75872814.wav).
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, incorreram, por
8 (oito) vezes, no crime previsto no artigo 333 do Código Penal e o denunciado
ADEMILTON JOAQUIM TELES praticou, por 8 (oito) vezes, o delito de corrupção
passiva, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327, §1º e 2º, do Código Penal.
12.5 DISPENSA IRREGULAR (CLM TRANSPORTE - ÁGUAS DA FONTE)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, CHARLLES BORTOLO, MARLI TEREZINHA
TELES, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, ADEMILTON JOAQUIM TELES,
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ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, OCIVALDO GOBETTI MOREIRA e NILZA ARGENTA MOREIRA
Dando continuidade ao plano criminoso, os denunciados RENI CLÓVIS
DE SOUZA PEREIRA, CHARLLES BORTOLO, MARLI TEREZINHA TELES,
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, aliados a ADEMILTON
JOAQUIM TELES e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, que foram auxiliados pelo
denunciado OCIVALDO GOBETTI MOREIRA, no período de 12/05/2015 a 12/06/2015,
dispensaram licitação fora das hipóteses previstas em lei e sem observar as formalidades
pertinentes à dispensa ou inexigibilidade (Processo de Dispensa 28/2015), contratando
em 12/06/2015 (contrato nº 042/2015), a empresa ÁGUAS DA FONTE
TRANSPORTADORA TURÍSTICA EIRELI (nome fantasia ÁGUAS DA FONTE), pelo
período de 180 dias, valor mensal de R$ 65.272,95 (sessenta e dois mil, duzentos e
setenta e dois reais e noventa e cinco centavos), que totaliza R$ 391.637,70 (trezentos e
noventa e um mil, seiscentos e trinta e sete reais e setenta centavos), administrada pelos
denunciados ADEMILTON JOAQUIM TELES e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, os
quais comprovadamente concorreram para consumação da ilegalidade e beneficiaram-se
da dispensa ilegal para celebrar com o poder público o referido contrato.
Durante as investigações, os denunciados MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA e CHARLLES BORTOLO, firmaram termo de colaboração
premiada com o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL e revelaram a ilicitude ora
denunciada:
QUE o colaborador esclarece que, em virtude da renovação do contrato deprestação de serviço de motoristas para Ambulâncias do Município, a empresaque estava prestando serviços para Prefeitura solicitou, em período de junho/julho2015, um reequilíbrio econômico financeiro para que fosse renovado o contrato eseguisse prestando o serviço; QUE o colaborador, em conjunto com CHARLLESBORTOLO (Secretário de Saúde) e Marli Terezinha Teles (Diretora de Gestão eSaúde), não aceitaram o reequilíbrio econômico financeiro proposto; QUE aempresa que prestava o serviço enviou um ofício para o município onde declaravaque não mais possuía interesse na prestação do serviço de motorista deambulância; QUE em posse desse ofício, o colaborador se reuniu com o PrefeitoReni Pereira, a fim de pedir autorização para que um contrato emergencial fossefeito com a empresa do Policial Civil Adenilton Telles (escrivão), QUE Telles já
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prestava serviço na prefeitura representando uma Empresa de nome Aguas daFonte, QUE não recorda se foi essa empresa utilizada para fazer a contrataçãoemergencial por 90 dias, QUE deixou a cargo do Telles e da Marli todo o tramitedo processo, QUE o Telles buscou os parceiros e fez a composição de trêsorçamentos já indicando a empresa que representava como a de melhor preço,QUE diz ter sido mantido os mesmos motoristas, QUE a intenção era obterpropina de 5 mil reais, com intuito de aumentar o “caixa geral” gerenciado pelocolaborador, QUE cada pagamento mensal seria devolvido a propina deR$5.000,00 mil reais e não mais o pagamento do aluguel da sede da UMAMFI,QUE o colaborador recebeu por uma oportunidade em Agosto de 2015 tal valor,QUE acordou para que a próxima licitação fosse direcionada a empresa de Telles,QUE os serviços prestados anteriormente por Telles eram para vans que faziamtransporte de pessoas para tratamento de hemodiálise e “TFD”, QUE não sabedizer se a empresa tem seu nome ou como sócio, QUE acredita estar no nome desua Esposa, entretanto o mesmo que administrava, QUE Telles estava diariamenteem contato com o colaborador referindo-se a essa situação (contrato emergencial)QUE quando foi apresentado o oficio o mesmo informou que poderia ter acertadoo reequilíbrio econômico com a empresa anterior, QUE o acordo foi utilizado pararecolhimento de propina e se livrar do aluguel com a UMAMFI, QUE em agosto jádeixou de pagar o aluguel e que após teve a deflagração da operação LOTHUR,onde o colaborador foi exonerado do cargo, QUE o valor do contrato emergencialera de aproximadamente R$75,000,00, mensal, salvo engano para contratação de16 motoristas, QUE Telles absorveu os motoristas já existentes, QUE o contratoanterior era entre R$60.000,00 e R$65.000,00 mil, QUE declara que poderia ternegociado com a empresa o reequilíbrio, que utilizou o oficio como artificio degeração de emergencial para ajudar Telles. (MELQUIZEDEQUE DA SILVAFERREIRA CORREA SOUZA, no termo de colaboração TELLES AMBULÂNCIAS)
Observa-se que foi criada uma situação de emergência que não havia,
em razão de não repactuação de reequilíbrio financeiro do contrato, com o prestador
original, propositadamente para forçá-lo a rescindir o contrato e abrir caminho para a
contratação emergencial do parceiro criminoso, ADEMILTON JOAQUIM TELES.
A contratação fraudulenta da empresa CLM TRANSPORTES
TURISTICOS EIRELI é corroborada pelo colaborador CHARLLES BORTOLO:
QUE em reunião realizada na Secretaria de Saúde com a presença docolaborador, de um representante da empresa PLANSERVICE e do Secretário deTI MELQUIZEDEQUE DA SILVA CORREA FERREIRA DE SOUZA, foi expostopela empresa que se não fosse efetivado o reequilíbrio econômico haveria aparalisação da prestação do serviço; QUE o representante da PLANSERVICEtambém informou que se houvesse a contratação de outra empresa, denunciaria ofato ao Ministério Público, o que posteriormente ocorreu; QUE, após a saída dasala do representante da PLANSERVICE na reunião, o colaborador expôs aMELQUIZEDEQUE que não havia reclamações dos serviços prestados pelaPLANSERVICE, tendo solicitando que fosse mantido o serviço; QUE
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MELQUIZEDEQUE reportou que não tinha como atender o solicitado pelaPLANSERVICE; QUE posteriormente, como não houve o reequilíbrio, aPLANSERVICE pediu a rescisão contratual; QUE foi celebrado um contratoemergencial de motoristas de ambulância com a empresa da esposa do policialcivil ADENILTON TELES; (CHARLLES BORTOLO, no termo “MOTORISTAS DOSAMU X CONTRATO EMERGENCIAL”)
A participação dos denunciados CHARLLES BORTOLO e MARLI
TEREZINHA TELES fica evidente uma vez que foram os responsáveis pela abertura do
procedimento de dispensa de licitação, elaboração de termo de referência e deveriam ter
providenciado os orçamentos, porém concordaram de deixar para que o proprietário, de
fato, da empresa beneficiária apresentasse orçamentos falsos/fictícios.
A participação de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA está materializada
na concordância de procedimento de dispensa de licitação e ratificação do processo
fraudado, com assinatura do contrato com a empresa dos denunciados ADEMILTON
JOAQUIM TELES e ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, que agiram de comum acordo,
sendo que o primeiro fez as tratativas e a segunda assinou os documentos da empresa
que formalmente está registrada em seu nome.
Outrossim, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA possui
estreita relação com o denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES, policial civil do Estado
Paraná, Presidente da UMAMFI (UNIÃO MUNICIPAL ASSOCIAÇÃO DOS BAIRROS DE
FOZ DO IGUAÇU), que integra a organização criminosa instituída por RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA, com múltiplas funções: a) defesa de RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA junto aos presidentes de bairro e conselhos municipais que participa como
presidente da UMAMFI, pelo que recebeu durante aproximadamente 1 (um) ano “propina”
(capítulo próprio); b) interferência em inquéritos policiais ou indiciamentos em benefício da
organização; c) cessão de veículos Vans, de sua propriedade, para uso pessoa e na
campanha da esposa do denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA; d)
contratações de empresas do denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES seria fruto de
acordo com o prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA (vide caso comentado pela
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denunciada MARLI TEREZINHA TELLES em conversa mantida com o denunciado
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA – 75872814.wav (de
01/06/2015) - Vide período 22m10s à 25m50s– Relatórios 11 e 12); e) que em razão de
contratações da empresa do denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES, deixou de
receber “propina”, para pagá-la e contribuir para o caixa da organização criminosa.
A denunciada ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, ouvida no inquérito
policial, admite que mantém ato de gestão sobre a empresa, embora negue que o
denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES administre a empresa, o que é rechaçado
pelas informações do colaborador, bem como tendo em vista que no processo de
contratação com a Fundação Municipal de Saúde, narrado em capítulo próprio, atuou
como procurador da empresa.
Ademais, além de criar uma situação emergencial indevida, constata-se
que dispensa não seguir as formalidades legais, eis que o denunciado ADEMILTON
JOAQUIM TELES em conluio com seu contador OCIVALDO GOBETTI MOREIRA, a
confecção de orçamentos falsos, aproveitando-se de dados e documentos que possui de
empresas a quem presta contabilidade.
Dessa forma, OCIVALDO GOBETTI MOREIRA, auxiliado por sua esposa
NILZA ARGENTA MOREIRA, elaboraram orçamentos falsos em nome da empresa BIFF
TRANSPORTES RODOVIÁRIOS E JC BORDIGNON TRANSPORTES EIRELI, conforme
ficou demonstrado em inquérito civil MP/PR nº 0053-15.000462-9, que gerou o
ajuizamento de Ação civil pública nº 0013418-35.2016.8.16.0030, em trâmite na 2ª vara
da Fazenda Pública de Foz do Iguaçu (em anexo).
Perceba-se que os orçamentos são falsos (materialmente e
ideologicamente), uma vez que as empresas se dedicam ao transporte de cargas via
caminhões, enquanto o objeto de dispensa de licitação é contratação de motoristas para
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condução de ambulâncias.
Aliás sequer a empresa ÁGUAS DA FONTE TRANSPORTADORA
TURÍSTICAS EIRELI poderia ter sido contratada, pois não se trata de serviços contido em
seu objeto social (empresarial), que inclusive, seu objeto exclui os serviços de condução
de veículos de urgência e emergência.
A materialidade se encontra presente através: a) processo de dispensa nº
28/2015; b) contratos nº 42/2015; c) comprovante de pagamentos; d) termo de
colaboração do denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA;
e) termo de colaboração do denunciado CHARLLES BORTOLO;
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, CHARLLES BORTOLO, MARLI TEREZINHA TELES, MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERRERIA CORREA DE SOUZA, ADEMILTON JOAQUIM TELES, ROSA
MARCELA SOLENI SIEBRE, OCIVALDO GOBETTI MOREIRA e NILZA ARGENTA
MOREIRA, incorreram, no crime previsto no artigo 89 e seu parágrafo único c/c com
artigo 99, §1º da Lei 8.666/1993, bem como no crime previsto no artigo 297, 299 c/c artigo
304 do Código Penal.
12.6 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (GILBER DA TRINDADE RIBEIRO)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, MAHMOUD
AHMAD JOMAA, EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO
Os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e GILBER DA
TRINDADE RIBEIRO solicitaram, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
vantagem indevida no valor mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para o denunciado
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, secretário municipal de saúde, no período de
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30/09/2015 a 21/06/2016 (deflagração da 3ª fase da Operação Pecúlio), em razão de
seus respectivos cargos, em contrapartida a uma gestão em consonância com o esquema
criminosa instalado na Secretaria Municipal de Saúde e Fundação Municipal de Saúde,
dentre as quais: promover contratações com dispensas ilícitas, direcionamento de
licitações, conivência com superfaturamentos, priorização de pagamentos de
fornecedores que integram o esquema criminoso. De outro lado, os denunciados
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, com auxílio de REGINALDO DA SILVEIRA
SOBRINHO e de MAHMOUD AHMAD JOMAA, ofereceram vantagem indevida,
consistente no pagamento mensal que alcançasse o montante de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais), durante o período de 30/09/2015 a 21/06/2016, ao denunciado GILBER DA
TRINDADE RIBEIRO, em conluio com o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, que em contrapartida promoveriam contratações com dispensas ilícitas,
direcionamento de licitações, conivência com superfaturamentos, priorização de
pagamentos de fornecedores que integram o esquema criminoso, como de fato os outros
capítulos narrados nesta denúncia, demonstrar ter ocorrido.
Sobre tal ocorrência delituosa, destaca-se as declarações do colaborador
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR:
QUE GILBER DA TRINDADE RIBEIRO foi Secretário de Saúde do Município deFoz do Iguaçu; QUE, no início de 2016, RENI chamou o colaborador para umareunião no MABU INTERLUDIUM; QUE RENI estava almoçando no local comMICAEL SENSATO; QUE no final do almoço, o prefeito RENI PEREIRA lhesolicitou o pagamento de valores mensais para o Dr. GILBER; QUE o colaboradorrealizou, em dois meses, no valor de R$ 20.000,00 reais; QUE uma dasoportunidades entregou R$ 20.000,00 reais para GILBER na sua clínica, naavenida Brasil, cujo encontro foi objeto de monitoramento visual pela PolíciaFederal; QUE outra oportunidade entregou R$ 10.000,00 e deixou R$ 10.000,00reais para que seu funcionário REGINALDO entregasse para o Dr. GILBER,porque o colaborador viajaria; QUE REGINALDO comentou que entregou os 10mil reais de maneira fracionada; QUE os valores pagos pelo colaborador foram em2016; QUE não efetuou novos pagamentos porque foi preso pela POLÍCIAFEDERAL; que o pagamento de valores de propina pagas à GILBER fazia comrecursos próprios que eram ressarcidos por JOMAA, através de recursosarrecadados junto a fornecedores; QUE GILBER agia no sentido de favorecer opagamento dos contratos do colaborador junto à Secretaria Municipal de Saúde.(EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, no termo “REPASSES – GILBERDA TRINDADE RIBEIRO”)
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Tais fatos são corroborados pelo colaborador, ora denunciado
REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, que demonstra sua participação, eis que ficou
responsável pela entrega do valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) ao denunciado
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO:
QUE tem conhecimento por terceiros que quando RENI convidou GILBER para sersecretário de saúde teria prometido a ele cerca de 40 mil reaiscomplementarmente ao salário de secretário; QUE os valores quecomplementariam o salário de GILBER seria oriundos de propina de “parceiros”:prestadores de serviços da prefeitura; QUE além de seu cargo na prefeitura ocolaborador também trabalha na empresa CEMEDIA, de propriedade deEUCLIDES; QUE em meados de março de 2016 EUCLIDES solicitou aocolaborador que entregasse a quantia de 10 (dez) mil reais para GILBER, paracomplementação do salário de GILBER; QUE o colaborador entregou os dez milreais em três parcelas por receio de ser pego com tal valor e ter que mostrar aorigem; QUE acredita que entregou as parcelas em dias consecutivos: quinta,sexta e segunda; QUE primeira parcela foi entregue no estacionamento dasecretaria de saúde; QUE a segunda foi paga em frente a CEMEDIA, ocasião emque o colaborador entrou no carro de GILBER e entregou a quantia enquanto davauma volta no quarteirão; QUE a terceira parcela foi paga dentro da CEMEDIA;QUE o dinheiro foi entregue ao colaborador por EUCLIDES; QUE EUCLIDESsolicitou ao colaborador que entregasse o dinheiro porque aquele teria que viajarpara São Paulo; QUE acredita que o valor era proveniente da empresaBIOCENTER (que funciona no mesmo espaço físico da CEMEDIA). (REGINALDODA SILVEIRA SOBRINHO no termo “GILBER DA TRINDADE RIBEIRO”)
De fato, durante as investigações a Polícia Federal interceptou, no dia
23/12/2015, às 14:26:12, conversa do denunciado GILBER DA TRINDADE RIBEIRO com
o denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, marcado para se
encontrarem (local onde seria repassada parte da propina relatada por EUCLIDES):
Chamada do Guardião
79521199.WAVAlvo: EUCLIDES Comentário: R14E EVHOSP GILBER X EUCLIDES.
EUCLIDES PERGUNTA ONDE GILBER ESTÁ. GILBER DIZ QUE ESTÁ NO CONSULTÓRIO E QUE VAI AO HOSPITAL, MAS QUE QUERIA FALAR COM EUCLIDES ANTES. DIZ QUE É NA AVENIDA BRASIL, 1777, SALA 11. EUCLIDES DIZ QUE VAI ENCONTRÁ-LO LÁ. PEDE QUE ESPERE DO LADO DE FORA.
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INFO 0205-15
Data/Hora de Início: 23/12/2015 14:26:12
Identificador da Chamada: 79521199
Operação: PECULIO Telefone do Alvo: 55(45)91121976
Telefone do Interlocutor: 4599974546
Tipo de Interceptação: Áudio Duplicado
Transcrição: EUCLIDES: Alô!GILBER: Oi, EUCLIDES!EUCLIDES: Oi!GILBER: Tudo bom? É GILBER, você tá aonde?EUCLIDES: Eu tô no centro, tô saindo agora da AGROFOZ aqui que eu comprei uns bichinhos pra minha filha!GILBER: Bichinhos! Tá bom!EUCLIDES: É... Pediu pro Natal uns Hamster...GILBER: Hamster?EUCLIDES: É coisa de criança...GILBER: (incompreensível) tem que comprar aquela rodinha...EUCLIDES: É... Então!GILBER: Tem que comprar tudo!EUCLIDES: Tem que comprar o kit inteiro! Tem até uma...GILBER: Tem que comprar o kit inteiro!EUCLIDES: Bolinha que anda na rua agora!GILBER: É... tem que (incompreensível).EUCLIDES: Onde você tá?GILBER: Tô no consultório! Tô saindo aqui e tô indo até o hospital, mas eu queria falar contigo antes.EUCLIDES: Onde é o consultório?GILBER: É aqui na Av. Brasil, 1777... sabe onde é...EUCLIDES: Hã?GILBER: Em frente à antiga Santa Casa não tem umas salas ali do MARIANO?EUCLIDES: Ah eu sei, eu passo aí.GILBER: Tá, eu tô aqui na sala 08, você entrando é a única que tem um ar refrigerado do lado de fora, eu te aguardo aqui.EUCLIDES: Aí na... no negócio de ótica?GILBER: Isso! Entra naquela porta de vidro do lado.EUCLIDES: Tá bom! Que número que é aí?GILBER: Sala 08.EUCLIDES: Tá! Eu...GILBER: Peraí? Não é sala 08 não! Não é sala 11? Sabe é o número daqui? Sala 11! Sala 11! (risos)EUCLIDES: Ou se você tiver saindo eu espero aí fora.GILBER: Tá, eu tô saindo! Eu te espero ali na...EUCLIDES: Beleza?
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GILBER: Na frente!EUCLIDES: Tá bom!GILBER: Tá bom? Eu tô ali na frente!EUCLIDES: Beleza!GILBER: Tá... Tchau, tchau!EUCLIDES: Valeu! Tchau, tchau!
Em diligência de campo, a Polícia Federal logrou registrar encontro entre
ambos, que agora, com a colaboração de EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
ficou evidente que tal encontro se tratava de agamento de propina para o denunciado
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO (INFORMAÇÃO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA Nº 0205-15
NIP-DPF-FIG-PR), anexo à representação nº 14 (Ofício 50.628/2016 NIP/DPF/FIG/PR):
Durante vigilância realizada na data de 23 DEZ 2015, foi possível observar algunsfatos, os quais estão descritos cronologicamente abaixo.
– 14:45 HS – Defronte ao numeral 1777, da Avenida Brasil, encontra-se o Secretário de Saúde GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, conversando com motorista do veículo de placa HER-1784;
- Nesse ínterim chega e estaciona seu veículo de placa EBZ-7001, do outro ladoda avenida, o Senhor EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR;
- GILBER cumprimenta o motorista do carro o qual conversava e atravessa aavenida e entra no veículo de EUCLIDES (foto 01);
Foto 01 - GILBER entrando no carro de EUCLIDES.
- Permanecem conversando dentro do veículo por cerca de dois minutos;
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- Saem no carro de EUCLIDES, fazem a volta em um quarteirão e retornam para omesmo local de saída;
- Permanecem conversando no interior do veículo por cerca de 5 minutos;
- EUCLIDES manobra seu veículo e estaciona do outro lado da avenida, ficandomais próximo ao numero 1777;
- GILBER sai do veículo e entra no número em questão (foto 02);
Foto 02 – GILBER saindo do carro de EUCLIDES após diálogo em seu interior.
- Um minuto após, EUCLIDES também deixa o carro e se encaminha para omesmo logradouro (foto 03);
Foto 03 – EUCLIDES também entra no prédio onde GILBER adentrou.
14:53 horas – Chega ao local e estaciona ao lado do veículo de EUCLIDES umcarro com placa AMB-0906, Marca Audi, ano 2001, cor prata, de Curitiba/PR,registrado em nome de ANA CRISTINA TODESCHINI MELO, CPF 71876898968,
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tendo como endereço a Avenida Visconde de Guarapuava, 4433, apto 201, edesce um HNI (foto 04);
Foto 04 – HNI sai de veículo AMB-0906.
- Ao descer do veículo esse mesmo HNI se encaminha para a calçada e fica porcerca de um minuto observando o veículo de EUCLIDES (foto 05), bem como oseu interior;
Foto 05 – HNI observa carro de EUCLIDES.
- Em seguida adentra ao mesmo local dos demais;
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- 15:05 horas – EUCLIDES sai do interior do prédio juntamente com GILBER (foto06);
Foto 06 – GILBER e EUCLIDES saem do numeral 1777.
- Permanecem conversando de um lado da avenida e após na área central porcerca de três minutos (foto 07);
Foto 07 – EUCLIDES e GILBER continuam conversando na calçada para após sedespedirem.
- Se despedem e EUCLIDES toma rumo ignorado;- GILBER permanece conversando com um casal por cerca de dois minutos e
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após também toma rumo ignorado no veículo de placa AYA-3406, marca NissanLivina, ano 2013, cor branca, de Foz do Iguaçu/PR, registrada em nome deGILBER DA TRINDADE RIBEIRO, CPF 49124714704, com endereço à AvenidaCosta e Silva, 1199, Casa 08.
Ademais, a participação do denunciado MAHMOUD AHMAD JOMAA
encontra-se caracterizada em virtude de que o valor para pagamento do denunciado
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, sairia do recebimento de propina das empresas
BIOCENTER e AGUIAR REFEIÇÕES, coletadas por referido denunciado, conforme já
esclareceu MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA:
QUE referente a esse assunto, esclarece o colaborador que a empresa AGUIARREFEIÇÕES e Laboratório BIOCENTER, empresas estas que já tinham sidocolocadas para prestação de serviços na gestão de “TULIO BANDEIRA” nohospital, os quais os diretores eram JORGE YAMACOSCHI e FAISAL JOMAA,foram as empresas as quais o colaborador, através da pessoa de JOMAA(dentista), viabilizou as reuniões para acerto da propina para composição do caixaadministrado pelo colaborador; QUE ficou acertado que JOMAA, dentista,repassaria ao colaborador os valores após o pagamento dos serviços prestadospelas empresas; ( MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA notermo “OPERAÇÃO CÂMARA DE VEREADORES – MENSALINHO - PARTE III”).
Ademais, registre-se o áudio captado entre o denunciado GILBER DA
TRINDADE RIBEIRO e EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, em 29/12/2015,
(índice 80060597.wav), onde solicita os nomes das empresas que o denunciado é
responsável, para colocar em dia os pagamentos da Fundação Municipal de Saúde (nesta
época é interventor juntamente a PATRÍCIA FOSTER), referindo-se que as notas do
JEFERSON (Aguiar Refeições) teriam sido pagas e estariam em dia, fatos estes que
demonstram que o denunciado GILBER DA TRINDADE RIBEIRO efetivamente atuou em
favor das empresas que participavam da rede de corrupção, da organização criminosa.
A materialidade se apresenta pelas seguintes provas: a) colaboração de
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA; b) colaboração do
denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR; c) colaboração do denunciado
REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO; d) áudio captado (índice 79521199.wav); e)
7contratos de locações e canhotos de pagamento de valores; c) áudio (índice
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75872814.wav); e d) INFORMAÇÃO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA Nº 0205-15 NIP-DPF-FIG-
PR.
Assim, observou-se que os denunciados EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR e MAHMOUD AHMAD JOMAA, incorreram, por 2 (duas) vezes, no
crime previsto no artigo 333 do Código Penal e os denunciados RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA e GILBER DA TRINDADE RIBEIRO praticaram o delito de corrupção
passiva, por 2 (duas) vezes, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327, §1º e 2º, do
Código Penal.
Outrossim, o denunciado REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO
incorreu, por 1 (uma) vez, no crime previsto no artigo 333 do Código Penal.
12.7 DISPENSA IRREGULAR (CLM TRANSPORTE - ÁGUAS DA FONTE)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, CHARLLES BORTOLO, MARLI TEREZINHA
TELES, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, ADEMILTON JOAQUIM TELES E
ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE
Analisando a contratação realizada por dispensa nº 28/2015 (contrato nº
042/2015, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
CHARLLES BORTOLO, MARLI TEREZINHA TELES, MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA, ADEMILTON JOAQUIM TELES E ROSA MARCELA
SOLENI SIEBRE, fizeram um manobra de forçar o prestador anterior a desistir do
contrato para motivar a contratação emergencial (já denunciada) e sobretudo superfaturar
a prestação de serviço, em aproximadamente R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
15.000,00 (quinze mil reais) por mês, conforme esclareceu o colaborador
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, em termo de colaboração
premiada:
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QUE o colaborador esclarece que, em virtude da renovação do contrato deprestação de serviço de motoristas para Ambulâncias do Município, a empresaque estava prestando serviços para Prefeitura solicitou, em período de junho/julho2015, um reequilíbrio econômico financeiro para que fosse renovado o contrato eseguisse prestando o serviço; QUE o colaborador, em conjunto com CHARLLESBORTOLO (Secretário de Saúde) e Marli Terezinha Teles (Diretora de Gestão eSaúde), não aceitaram o reequilíbrio econômico financeiro proposto; QUE aempresa que prestava o serviço enviou um ofício para o município onde declaravaque não mais possuía interesse na prestação do serviço de motorista deambulância; QUE em posse desse ofício, o colaborador se reuniu com o PrefeitoReni Pereira, a fim de pedir autorização para que um contrato emergencial fossefeito com a empresa do Policial Civil Adenilton Telles (escrivão), QUE Telles jáprestava serviço na prefeitura representando uma Empresa de nome Aguas daFonte, QUE não recorda se foi essa empresa utilizada para fazer a contrataçãoemergencial por 90 dias, QUE deixou a cargo do Telles e da Marli todo o tramitedo processo, QUE o Telles buscou os parceiros e fez a composição de trêsorçamentos já indicando a empresa que representava como a de melhor preço,QUE diz ter sido mantido os mesmos motoristas, QUE a intenção era obterpropina de 5 mil reais, com intuito de aumentar o “caixa geral” gerenciadopelo colaborador, QUE cada pagamento mensal seria devolvido a propina deR$5.000,00 mil reais e não mais o pagamento do aluguel da sede da UMAMFI,QUE o colaborador recebeu por uma oportunidade em Agosto de 2015 tal valor,QUE acordou para que a próxima licitação fosse direcionada a empresa de Telles,QUE os serviços prestados anteriormente por Telles eram para vans que faziamtransporte de pessoas para tratamento de hemodiálise e “TFD”, QUE não sabedizer se a empresa tem seu nome ou como sócio, QUE acredita estar no nome desua Esposa, entretanto o mesmo que administrava, QUE Telles estava diariamenteem contato com o colaborador referindo-se a essa situação (contrato emergencial)QUE quando foi apresentado o oficio o mesmo informou que poderia ter acertadoo reequilíbrio econômico com a empresa anterior, QUE o acordo foi utilizado pararecolhimento de propina e se livrar do aluguel com a UMAMFI, QUE em agosto jádeixou de pagar o aluguel e que após teve a deflagração da operação LOTHUR,onde o colaborador foi exonerado do cargo, QUE o valor do contratoemergencial era de aproximadamente R$75,000,00, mensal, salvo engano paracontratação de 16 motoristas, QUE Telles absorveu os motoristas já existentes,QUE o contrato anterior era entre R$60.000,00 e R$65.000,00 mil, QUEdeclara que poderia ter negociado com a empresa o reequilíbrio, que utilizouo oficio como artificio de geração de emergencial para ajudar Telles.(MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, no termo decolaboração TELLES AMBULÂNCIAS)
Como visto, a intenção do superfaturamento era deixar de pagar propina
para o denunciado ADEMILTON JOAQUIM TELES (objeto de denúncia em capítulo
próprio) e que o mesmo passasse a ser financiador de propina, consistente no retorno de
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) mensais, para compor o “caixa 2” do denunciado
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, para pagamento do
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“mensalinho” dos vereadores e outros “propinas” institucionalizadas pela organização
criminosa.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, CHARLLES BORTOLO, MARLI TEREZINHA TELES, MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, ADEMILTON JOAQUIM TELES E ROSA
MARCELA SOLENI SIEBRE, no período de 03/07/2015 a 23/12/2015, cada qual
colaborando para apropriação em razão de sua função, conforme a divisão de
responsabilidade que atuaram na contratação fraudulenta27 (Dispensa 28/2015 e Contrato
42/2015), durante os meses de julho/2015, agosto,/2015, setembro, 2015, outubro 2015,
novembro/2015 e dezembro/2015, mediante desvio, de verbas públicas em proveito
próprio ou alheio, mediante apresentação de notas fiscais, superfaturadas, autorizadas
por contrato fraudulento, consoante abaixo descrito:
DespesaOrçamentárianº
Data da |Despesa Orç.
Nota fiscal nº Mês de prestaçãode serviço
Pagamento Valor28 Valor demercado29
Valorsuperfaturado
8.311/2015 30/06/2015 2015523 Junho/2015 03/07/2015 R$65.272,95 R$ 49.186,70 R$ 16.086,25
9.708/2015 27/07/2015 5015525 Julho/2015 12/08/2015 R$65.272,95 R$ 49.186,70 R$ 16.086,25
10.740/2015 24/08/2015 2015530 Agosto/2015 08/09/2015 R$65.272,95 R$ 49.186,70 R$ 16.086,25
12.522/2015 28/09/2015 201538 Setembro/2015 14/10/2015 R$65.272,95 R$ 49.186,70 R$ 16.086,25
15.430/2015 09/11/2015 501550 Outubro/2015 27/11/2015 R$65.272,95 R$ 49.186,70 R$ 16.086,25
17.446/2015 22/12/2015 201554 Novembro/2015 23/12/2015 R$65.272,95 R$ 49.186,70 R$ 16.086,25
O valor desviado dos cofres públicos, oriundos do Ministério da Saúde
para fazer frente as despesas de média e alta complexidade e do projeto federal do
SAMU resultam em R$ 96.517,50 (noventa e seis mil, quinhentos e dezessete reais e
27 narrada anteriormente, à qual se remete por economia processual,
28 Valor bruto sem os descontos. 29 Considerando a última remuneração do antigo prestador PLANSERVICE terceirização de serviços ltda – EPP,
Despesa orçamentária nº 7.012/2015, de 12/06/2015, no valor de R$ 43.706,28 e atualizando de 2013 a maio 2015(data do início dispensa nº 28/2015 – 12/05/2015), pelo índice IGP-M. -cálculo em anexo. Assim, a média de valorpor motorista contratado seria de R$ 3.279,11.
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cinquenta centavos) em apenas 180 dias de contrato.
Assim, observou-se que os denunciados RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, CHARLLES BORTOLO, MARLI TEREZINHA TELES, MELQUIZEDEQUE DA
SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, ADEMILTON JOAQUIM TELES e ROSA
MARCELA SOLENI SIEBRE, com vontade livre e consciente, um concorrente para ação
ilícita do outro, incorreram, por 6 (seis) vezes, no crime previsto no artigo 1º, I, do
Decreto-Lei nº 201/1967, segunda parte.
12.8 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (ELOE STEINMETZ)
Denunciados: ELOE STEINMETZ e EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
No curso da investigação surgiu fato criminoso envolvendo o denunciado
ELOE STEINMETZ, servidor público municipal, matrícula nº 8086.01, que a partir de
20/05/2015 passou a exercer a função de Coordenador do Fundo Municipal de Saúde,
conforme portaria nº 57.411 (Diário nº 2.528, de 28/05/2015.
Assim, o denunciado ELOE STEINMETZ, na condição de Coordenador
do Fundo Municipal de Saúde, valendo-se do cargo, solicitou, para si ou para outrem
vantagem indevida nos valores de R$ 3.000,00 (três mil reais), R$ 5.000,00 (cinco mil
reais) e R$ 3.000,00 (três mil reais), respectivamente nos meses de janeiro/2016,
fevereiro/2016 e março de 2016, do denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS
JUNIOR, que, na condição de prestador de serviço na rede de saúde, prometeu (e pagou)
vantagem indevida a ELOE STEINMETZ, consistente na entrega dos valores de R$
3.000,00 (três mil reais), R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e R$ 3.000,00 (três mil reais),
respectivamente nos meses de janeiro/2016, fevereiro/2016 e março de 2016, em razão
de sua posição e cargo de Coordenador do Fundo Municipal de Saúde.
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Tal fato é esclarecido pelo colaborador EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR:
QUE conheceu o servidor ELOI quando celebrou os contratos com o município;QUE ELOI é servidor do Fundo Municipal da Saúde, QUE frequentava o bar doGaúcho em frente ao colégio Almirante Tamandaré na Vila Yolanda com um grupode amigos; QUE em um dos encontros ELOI disse q estava em dificuldadefinanceira porque se apertou, QUE ELOI construía casas; QUE ELOI pediu uma“ajuda” por 4 meses; QUE pagou três vezes, mas que não pagou a quarta parcelaporque já estava preso; QUE não recebeu nada de volta; QUE não chegou acobrar; QUE conheceu ELOI com servidor público; QUE não pegou nenhumagarantia do empréstimo; QUE o pagamento foi em espécie; QUE os recursos doscontratos do colaborador passam pelo fundo municipal; QUE sempre que“emprestava” dinheiro sempre tinha em mente receber os valores de seuscontratos em dia. (EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, no termo“Pagamento à Elói”)
O denunciado ELOE STEINMETZ, em sua oitiva junto à autoridade
policial, confessou ter recebido dinheiro do denunciado EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR, embora alegue ter se tratado de empréstimo:
QUE no fundo municipal de saúde tem por função gerir os recursos/verbaspertencentes ao serviço relacionados à saúde, genericamente. A função dodeclarante como coordenador do Fundo Municipal de Saúde, consistebasicamente em realizar a contabilização das despesas decorrentes das ações daárea de saúde, tais como empenho e a liquidação dessas despesas, auxilia oSecretário de Saúde em questões financeiras e orçamentárias, prestação decontas ao conselho municipal de saúde e câmara municipal; QUE o pagamento defornecedores da Prefeitura Municipal de saúde, por lei, depende do empenho e daliquidação da despesa pelo fundo municipal de saúde; (…) QUE conhece o sr.EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, da Secretaria de Saúde, uma vezque o mesmo possuia um contrato de locação dos equipamentos de Raio- X e osftware de digitalização dos exames; QUE não possui nenhuma relação deamizade com EUCLIDES; QUE em 2014, estava com dificuldades financeiras,tendo em vista que foram cortadas as gratificações dos servidores municipais. Odeclarante, na época, pediu apoio financeiro, um empréstimo, ao Charlles,secretário de saúde, mas ele não pode ajudar. No entanto, ele indicou oEUCLIDES, que poderia ajudar o declarante. Em conversa com EUCLIDES, odeclarante conseguiu emprestado a quantia de R$ 6.000,00 em espécie. Odeclarante não possui conta em banco, tendo em vista que diante de açõestrabalhistas em curso ocorreu o lançamento de ordem judicial de bloqueio devalores que eventualmente transitarem em contas bancárias. Esclarece que aindanão conseguiu efetuar o pagamento da dívida contraída e que o valor recebidonão tem nada a ver com o recebimento de propina ou algo do tipo. (...)(EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, no termo “ELOE STEINMETZ”).
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Não possui lógica a tese de empréstimo uma vez que, conforme o próprio
denunciado reconhece, não possuía nenhuma relação de amizade com o denunciado
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, que aliás somente ofereceu e repassou
dinheiro ao denunciado ELOE STEINMETZ, por conta do cargo/função exercida.
Ademais, equivoca-se o denunciado ELOE STEINMETZ quanto à época,
pois em 2014 sequer estava nomeado na função de Coordenador do Fundo Municipal de
Saúde.
Registre-se, outrossim, que foi apreendido na posse de ELOE
STEINMETZ a quantia de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) em espécie, o que é um
indicativo de que o denunciado possui o hábito de guardar numerário em casa,
tipicamente utilizada com valores oriundos de crime, evitando-se o sistema bancário, onde
as transações podem ser rastreadas. Ademais, é contraditório manter posse de grande
quantidade de dinheiro e não ter efetuado o pagamento de valores, bem inferiores, que
alega ter emprestado.
A materialidade é demonstrada: a) termo de colaboração de EUCLIDES
DE MORAES BARROS JUNIOR; b) termo de declarações de ELOE STEINMETZ; c) auto
de apreensão, descrevendo a apreensão de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) em espécie
na casa do denunciado ELOE STEINMETZ.
Assim, observou-se que o denunciado EUCLIDES DE MORAES DE
BARROS JUNIOR, incorreu, por 3 vezes, no crime previsto no artigo 333 do Código
Penal c/c artigo 327, §2º do Código Penal e o denunciado ELOE STEINMETZ praticou,
por 3 vezes, o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327,
§2º do Código Penal.
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12.9 PARCERIA PÚBLICO PRIVADA - PPP
Denunciados: TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, REGINALDO DA
SILVEIRA SOBRINHO, MARCO CESAR CUNICO FATUCH, PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ,
RENAN GUSTAVO BAEZ, ALICE MARIA MACEDO SILVA, SANDRA FERREIRA DO NASCIMENTO,
CLAUDIO LUIZ PAMPLONA FREITAS e LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO
Um dos episódios criminosos já relatado e objeto de imputação nos autos
da primeira ação penal da Operação Pecúlio, foi a fraude da licitação da parceria público
privada na área de saúde, referente à urgência e emergência.
Hoje, com a colheita de novas provas e o avanço da investigação é
possível verificar que a parceria público privada era a chance que a organização
criminosa tinha de fazer a gestão de aproximadamente 70% do orçamento anual
destinado à saúde (130 milhões de 190 milhões destinados anualmente), num único
contrato, com um único prestador.
No decorrer da presente peça acusatória, narraram-se crimes,
envolvendo diversas pessoas, empresas, “negociatas” diferenciadas para cada caso, o
que necessitou que os atos delituosos se sofisticassem e o, que acabou rendendo aos
denunciados MELQUIZEDEQUE e CARLOS BUDEL, a função de operadores dos desvios
e de arrecadação de “propina”. Para tanto, precisaram cooptar servidores públicos e
empreiteiros, para que a engrenagem criminosa funcionasse.
A parceria público privada facilitaria tudo, na área de saúde.
Facilitaria porque formalmente teria uma única empresa e um único
repasse de verbas, o que simplificaria a cobrança da “propina” e a arrecadação, embora
por atrás de tal empresa, de maneira oculta haveria o loteamento de serviços e cargos
para aqueles que contribuíram para a empreitada criminosa, como bem relataram os
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colaboradores.
Assim, passa-se a narrar o crime de parceria público privada e a
imputação àqueles que não foram denunciados na ação penal anterior.
Inicialmente, registre-se que a contratação de parceria público privada
possui um regime jurídico licitatório diferenciado (que conjuga a compreensão da Lei nº
8.666/93, da Lei 11.076/2004 e o Decreto nº8.4282015), que compreende o
preenchimento de fases, tais como:
Primeira fase – Estudo técnico que demonstre:
a) a conveniência e a oportunidade da contratação, mediante identificação dasrazões que justifiquem a opção pela forma de parceria público-privada;b) que as despesas criadas ou aumentadas não afetarão as metas de resultadosfiscais previstas no Anexo referido no § 1 o do art. 4 o da Lei Complementar n o 101,de 4 de maio de 2000, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes,ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela reduçãopermanente de despesa; ec) quando for o caso, conforme as normas editadas na forma do art. 25 desta Lei,a observância dos limites e condições decorrentes da aplicação dos arts.29, 30 e 32 da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 2000, pelas obrigaçõescontraídas pela Administração Pública relativas ao objeto do contrato;
Segunda fase – Procedimento de Manifestação de Interesse às
empresas particulares, que é facultativo, mas quando adotado deverá obedecer as
seguintes fases:
I - abertura, por meio de publicação de edital de chamamento público;II - autorização para a apresentação de projetos, levantamentos, investigações ou estudos; e III - avaliação, seleção e aprovação.
Terceira fase : uma vez feito o estudo e o procedimento de manifestação
de interesses, passa-se para:
I – autorização da autoridade competente,
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II – elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos exercíciosem que deva vigorar o contrato de parceria público-privada;III – declaração do ordenador da despesa de que as obrigações contraídas pelaAdministração Pública no decorrer do contrato são compatíveis com a lei dediretrizes orçamentárias e estão previstas na lei orçamentária anual;IV – estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes para o cumprimento,durante a vigência do contrato e por exercício financeiro, das obrigaçõescontraídas pela Administração Pública;V – seu objeto estar previsto no plano plurianual em vigor no âmbito onde ocontrato será celebrado;VI – submissão da minuta de edital e de contrato à consulta pública, mediantepublicação na imprensa oficial, em jornais de grande circulação e por meioeletrônico, que deverá informar a justificativa para a contratação, a identificação doobjeto, o prazo de duração do contrato, seu valor estimado, fixando-se prazomínimo de 30 (trinta) dias para recebimento de sugestões, cujo termo dar-se-ápelo menos 7 (sete) dias antes da data prevista para a publicação do edital; eVII – licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o licenciamentoambiental do empreendimento, na forma do regulamento, sempre que o objeto docontrato exigir.
Quarta fase – edital de licitação, habilitação, julgamento e contratação.
Logo, pela inteligência das normas já mencionadas, não se pode
diretamente partir para a quarta fase (edital de licitação, etc), sem que tenha cumprido as
fases anteriores, sob pena de eivar todo o processo licitatório.
Em outras palavras, qualquer ato fraudulento praticado em qualquer etapa
considera-se fraude do processo licitatório (por integrar a fase de execução do iter
cirminis), ainda que não tenha havido efetivamente a contratação.
Na ação penal nº 5005325-03.2016.404.7002, o MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL exaustivamente e pormenorizadamente descreveu condutas e imputou a
prática de conduta criminosa prevista no artigo 90 da Lei nº.8666/1993 àqueles que de
alguma forma participaram da fraude, em qualquer uma das etapas do longo e
diferenciado processo de licitação/contratação de parceria público privada.
Ocorre que com as colaborações premiadas celebradas com vários
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acusados do crime da Parceria Público Privada, logrou-se desvendar outros atores que
participaram do crime em estudo, razão pela qual passar-se-á delinear novas condutas a
novos denunciados.
Assim, observa-se que os denunciados TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO,
MARCO CESAR CUNICO FATUCH, PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, RENAN
GUSTAVO BAEZ, ALICE MARIA MACEDO SILVA, SANDRA FERREIRA DO
NASCIMENTO, CLAUDIO LUIZ PAMPLONA FREITAS e LAERTE JUSTINO DE
OLIVEIRA FILHO, em conjunto com outros denunciados na ação penal nº 5005325-
03.2016.404.7002, com vontade livre e consciente e um concorrendo para ação ilícita do
outro, frustraram e fraudaram, mediante ajuste e combinação, o caráter competitivo do
procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem
decorrente de adjudicação do objeto da licitação para contratação de parceria público
privada, na área de saúde, urgência e emergência, no Município de Foz do Iguaçu.
Já no final do ano 2014, na gestão de CHARLLES BORTOLO e MARLI
TEREZINHA TELLES, é lançado o primeiro procedimento de manifestação de interesse
da PPP (PMI nº 001/2014), para instituir parceria público privada na área de saúde no
município de Foz do Iguaçu/PR. Percebe-se que referido procedimento não foi precedido
de estudo técnico que demonstrasse a conveniência e a oportunidade, bem como que as
despesas criadas ou aumentadas não afetarão as metas de resultados fiscais, bem como
os limites da lei de responsabilidade fiscal (artigo 29, 30 e 32 da LC 101/00).
Segundo os colaboradores, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA entabulou com o grupo de EUCLIDES DE MORAES DE BARROS JUNIOR
(REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA), bem como com o grupo do denunciado TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, ligados a empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO
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EM SAÚDE LTDA, capitaneada por MARCO CESAR CONICO FATUCH e ROBERTO
FLORIANI CARVALHO a implantação da parceria público-privada na cidade de Foz do
Iguaçu, mediante um consórcio criminoso, que resultaria em vantagens econômicas para
todos os envolvidos de tal direcionamento e contratação.
QUE, no último trimestre de 2014, esteve em Curitiba/PR, em outro compromissoagendado com TULIO BANDEIRA, no escritório dele; QUE ele conhecia MARCOSFATUCCI, médico que apresentou o projeto sobre PPP, para o hospital municipal;QUE desse encontro surgiu a ideia do projeto; QUE conversou com REGINALDOe algumas pessoas, dentre as quais JOOMA DENTISTA, sócio da Rádio Globo;QUE ele apresentou a ideia no intuito de levar a PPP para Foz do Iguaçu/PR eoutros locais; QUE nessa época RENI e TULIO BANDEIRA já estavam “seenroscando”; QUE conversou com MELQUI e REGINALDO, apresentando a ideiada PPP; QUE MELQUI apresentou a ideia para o prefeito municipal RENIPEREIRA; QUE não lembra o mês que teve a conversa com MELQUI, acreditandoque fora no final de 2014; QUE MARCOS FATUCCI foi quem vendeu a ideia daPPP, chegando a vir a Foz do Iguaçu/PR para tratar do projeto; QUE RENI soubeque aconteceu um problema na região Sul com MARCOS FATUCCI,especificamente na Cruz Vermelha, razão pela qual não quis mais ele no projetoda PPP; QUE ROBERTO FLORIANI era sócio de MARCOS FATUCCI, masrompeu a sociedade com ele e assumiu o projeto da PPP, com a anuência deRENI; QUE não participou do PMI 001, apenas fez o projeto na parte deradiologia; (EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR – no termo parceriapúblico privada);
QUE em meados de 2015 foi procurado por MARCO FATUCHE de Curitiba/PRpara fazer um projeto de parceria público privada para prestação de serviços naárea de saúde, no município de Foz do Iguaçu; QUE MARCO FATUCHE lheapresentou ROBERTO FLORIANI, proprietário da empresa ATUAL MÉDICA; QUEa empresa ATUAL MÉDICA interesse de participar dos estudos lançados pelaPrefeitura de Foz do Iguaçu; que se reuniu várias vezes com representantes daATUAL MÉDICA, inclusive na cidade de Curitiba, no escritório BORGES &MANICA ADVOGADOS;QUE nesta primeira parceria público privada, tambémparticipou a empresa GLOBO MED, de propriedade do médico LAERTES;(REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, em termo Parceria Público Privada)
O combinado de tal esquema criminoso resultaria vantagens para
ROBERTO FLORIANI CARVALHO e MARCO CESAR CUNICO FATUCH, em razão da
contratação de todo o serviço de urgência e emergência através de sua empresa, ATUAL
MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA. EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
beneficiar-se-ia, em razão de que ficaria com a fatia da prestação de serviços por
imagem; MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA beneficiar-se-ia com
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a prestação de serviços de Tecnologia de Informação, enquanto TULIO MARCELO
DENIG BANDEIRA e MAHMOUD AHMAD JOMAA ficariam com os serviços de Portaria,
Limpeza, Alimentação e Laboratório (serviços que já dominavam no hospital municipal de
Foz do Iguaçu), enquanto o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA beneficiar-
se-ia com repasse de “propina” mensal enquanto perdurasse a PARCERIA PÚBLICO
PRIVADA.
O denunciado REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, servidor público
municipal, atuou ilegalmente em favor da empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE,
auxiliando a confecção do estudo técnico na área de radiologia, tendo inclusive viajado
várias oportunidades para reunião com a equipe da referida empresa, o que de qualquer
sorte vicia o estudo apresentado, eis que não poderia ter sido elaborado por servidor
público municipal.
Contudo, de outro lado, o denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA também teria fechado acordo criminoso com outro grupo interessado, liderado
pelo denunciado LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, da empresa GLOBO MED
SERVIÇOS MÉDICOS LTDA – EPP, que era apoiado pelo então Secretário Municipal de
Saúde CHARLLES BORTOLO, pela Diretora de Assistência especializada PATRÍCIA
GOTTARDELLO FOSTER RUIZ e pelos servidores públicas RENAN GUSTAVO BAEZ,
ALICE MARIA MACEDO SILVA, SANDRA FERREIRA DO NASCIMENTO e CLAUDIO
LUIZ PAMPLONA FREITAS, conforme demonstrou os colaboradores:
QUE no PMI 001 havia dois grupos interessados na PPP, o grupo de LAERTE(GLOBO MED) e o grupo de ROBERTO (ATUAL MÉDICA); QUE LAERTE(GLOBO MED) surgiu no projeto da PPP por meio de RENI e de PATRICIAFOSTER; QUE soube que do grupo de LAERTE participavam PATRICIA FOSTER,SANDRA, ALICE (atual Secretária de Saúde) e o marido dela; QUE esse grupoescreveu o projeto da PPP apresentado pela GLOBO MED; QUE nessa época oSecretário de Saúde era CHARLES BORTOLLO, acreditando que ele tinhapreferência pelo grupo de LAERTE; QUE não sabe se LAERTE é indicação deRATINHO JR., mas sabe que RATINHO JR. possuía mais influência sobre oPrefeito RENI; QUE MELQUI não mantinha contato com ROBERTO FLORIANI;QUE acredita que RENI “vendeu a PPP para os dois grupos”; QUE JOMAA
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participou do projeto da PPP, tanto no PMI 001 como no PMI 002; QUE JOMAA,ligado a TULIO BANDEIRA, estava junto com a ATUAL MÉDICA; QUE JOMAAfazia o meio de campo para que o projeto andasse; QUE REGINALDOrepresentava o depoente, sendo que seu interesse era dar continuidade àprestação de serviços na parte de radiologia no âmbito da PPP; QUE o interessede JOMAA também era o de prestar serviços no âmbito da PPP, como comolimpeza, portaria, laboratório, alimentação; QUE a parte de radiologia do projeto daATUAL foi feito pelo depoente, por meio do trabalho de REGINALDO; QUE aATUAL foi desclassificada do PMI 001 por perda do prazo para apresentação doprojeto; QUE a ATUAL havia requerido prorrogação do prazo para a apresentaçãodo projeto, mas houve um ardil por parte de PATRICIA FOSTER, a qual anuiuverbalmente, mas depois indeferiu a prorrogação; QUE nesse momento percebeu“o jeito RENI” de atuar; QUE após a desclassificação da ATUAL MÉDICA no PMI001, o projeto da PPP foi abandonado temporariamente;(EUCLIDES DE MORAESBARROS JUNIOR – no termo parceria público privada);
QUE nesta primeira parceria público privada, também participou a empresaGLOBO MED, de propriedade do médico LAERTES; QUE o colaborador realizou oestudos pela empresa ATUAL MÉDICA e, posteriormente ficou sabendo, que asservidoras públicas PATRÍCIA FOSTER, SANDRA BARRETO, CLAUDIOPAMPLONA E ALICE, atual secretária de saúde, fizeram os estudos e projetospara GLOBO MED; QUE também tem conhecimento que CHARLLES BORTOLO,secretário municipal de saúde, tinha preferência pela empresa GLOBO MED, domédico LAERTES; QUE foi marcada reunião na sala de tecnologia de informaçãopara apresentação dos projetos, tendo se sobressaído o projeto de ATUALMÉDICA; QUE PATRÍCIA FOSTER realizou uma manobra para desclassificar aempresa ATUAL MÉDICA e paralisaram o processo de parceria público privada;Que ficou evidente a participação de PATRÍCIA FOSTER, SANDRA BARRETO,CLAUDIO PAMPLONA E ALICE, no projeto na área, pois usaram as mesmasmetodologias que SANDRA usou no projeto de HOSPSUS e contrato daPRÓSAÚDE; QUE no dia que teria apresentação, a PATRÍCIA FOSTER se reuniuna sala dela com a advogada que iria apresentar o projeto, ficando as duas nasala, mas se saíram muito mal. QUE uma das manobras de PATRÍCIA FOSTERfoi enviar o projeto de parceria público privada para o COMUS, que reprovoueventual PPP. QUE o prefeito RENI ficou muito insatisfeito com isso e exonerouPATRICIA do cargo de diretora e a colocou a trabalhar de assessora no setor derecursos humanos; QUE assim morreu o projeto na primeira fase; (REGINALDODA SILVEIRA SOBRINHO, no termo parceria público privada).
E tal fato é corroborado por interceptação telefônica (74281198.wav),
entre CHARLLES BORTOLO e PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, em
30/01/2015 (durante a vigência do PMI nº 001/2014) combinando viagem até Curitiba para
reunião com o denunciado LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, certamente para
tratar sobre o estudo da GLOBO MED, ocasião em que a denunciada PATRÍCIA
GOTTARDELLO FOSTER RUIZ pede indicação de nome de vinho para presentar
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LAERTE, demonstrando proximidade, além de que este é amigo do Governador.
Como pode se perceber a função de PATRÍCIA GOTTARDELLO
FOSTER RUIZ, RENAN GUSTAVO BAEZ, ALICE MARIA MACEDO SILVA, SANDRA
FERREIRA DO NASCIMENTO e CLAUDIO LUIZ PAMPLONA FREITAS foi a de
elaboração, ilícita, do projeto da empresa GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA –
EPP, mediante vantagem econômica, bem como direcionar o certame para a referida
empresa ganhasse. Perceba-se portanto que tanto o projeto da GLOBO MED, quando o
projeto da ATUAL MÉDICA eram viciados e que tinham interesse de beneficiar
especificamente cada uma das empresas e, de uma forma ou de outras, ambas
beneficiariam o chefe da organização criminosa que teria feitos tratativas com ambas as
empresas.
Embora no PMI 001/2014 tenha sido paralisado e publicado que as
empresas foram desclassificadas por perda de prazo, na realidade, houve a apresentação
de projetos por ambas, porém prevaleceu, em termo de qualidade, o projeto da ATUAL
MÉDICA, conforme esclareceu o denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA:
QUE portanto, o interesse no projeto ficou estabelecido entre: GLOBO MED, doDr. LAERTE, apoiado pela PATRICIA FOSTER, SANDRA BARRETO, entãoauditora da secretaria de saúde, ALICE MARIA MACEDO e CLAUDIO, esposo daAlice, que era enfermeiro e a ATUAL MEDICA, de propriedade do Dr. ROBERTOFLORIANI CARVALHO, apoiada pelo colaborador, pelo EUCLIDES DE MORAESBARROS e pelo REGINALDO SOBRINHO; QUE pelo modelo adotado, poderiahaver a composição para formação do projeto, ou seja, adotar parte do projeto deuma em conjunto com parte de outra; QUE entretanto, as empresas não tinhamnenhuma intenção que houvesse essa composição; QUE por conseguinte, asempresas apresentaram seus projetos para a comissão; QUE o colaboradoresteve em posse desses projetos para avaliação durante uma semana, ondeidentificou que a empresa por si apoiada havia de fato elaborado um projetomelhor, ao passo que a GLOBO MED não havia apresentado um projeto tão bemdetalhado; QUE então mostrou ao prefeito que o melhor projeto era da ATUALMEDICA; QUE então foi marcada a reunião de apresentação de propostas, ondeesteve presente a comissão, inicialmente o Dr. ROBERTO FLORIANI e sua equipepor parte da ATUAL MEDICA e posteriormente a GLOBO MED e equipe; QUE naapresentação, todos os questionamento que o colaborador fez a GLOBO MEDforam no intuito de rebaixar a qualidade do projeto apresentado, sendo que todos
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os seus apontamentos foram feitos em favor da ATUAL MEDICA; QUE enfim, essadisputa causou um desconforto muito grande, uma vez que a PATRICIA FOSTERpossuía forte apoio político, de modo que nesse primeiro momento, não se levou afrente a implementação do modelo; QUE entretanto, nessa ocasião já havia sidoestabelecido pelo colaborador, pelo JOMAA e pelo EUCLIDES, com anuência deROBERTO, que o repasse ao RENI seria no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentosmil reais) em razão da implementação/assinatura do contrato e posterior repassesmensais de R$ 150.000,00 (cento cinquenta mil reais), além de um rateio dosserviços prestados, como a destinação do laboratório para a BIOCENTER (naspessoas de EVANDRO e MAURICIO IOP), recepção, limpeza e alimentação paraa equipe do TULIO BANDEIRA/JOMAA-DENTISTA, com a exceção que aalimentação não deveria ficar para a AGUIAR em razão de desacertos anteriores;a radiologia ficaria com a empresa do EUCLIDES – “E-PEOPLE”, ao passo que ocolaborador ficaria com a parte de tecnologia; QUE a parte médica seriaestabelecida pelo Dr. LAERTE e toda a parte jurídica ficaria com a procuradoraMARIA LETIZIA FIALA; QUE enfim, o projeto acabou suspenso, mas a ideia daPPP já havia sido estabelecido nesses moldes; QUE todas essas tratativas foramfeitas entre o colaborador, o JOMAA/dentista e o Dr. ROBERTO FLORIANI; QUEexplica ainda que seria feito um consórcio entre empresas, figurando a ATUALMÉDICA, uma construtora e a empresa do EUCLIDES – E-PEOPLE, visandoatender tanto os interesses do colaborador quanto os do JOMAA;
Da disputa entre a empresa ATUAL MÉDICA e GLOBO MED, no PMI nº
001/2014, da análise dos projetos apresentados pelas empresas (ambas com
informações privilegiadas) preponderou o projeto da ATUAL MÉDICA GESTÃO EM
SAÚDE LTDA, tendo em vista que o denunciado MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA, em reunião com o conselho gestor de PPP demonstrou a
fragilidade do projeto da GLOBO MED, o que colocou a empresa ATUAL MÉDICA em
situação de vantagem, o que levou a denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER
RUIZ a criar um artifício para desclassificar a empresa, divulgando prematuramente a
intenção da PPP ao COMUS e não aceitando a documentação apresentada pela ATUAL
MÉDICA, fora do prazo estabelecido, embora tivesse inicialmente concordado com a
prorrogação de prazo.
Assim, esvaziou-se a primeira tentativa de implementação da PPP, com a
publicação de que houve a perda de prazo da empresa ATUAL MÉDICA na apresentação
do projeto.
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No segundo semestre de 2015, renasceu a intenção de contratação da
Parceria Público Privada, com o lançamento do PMI 002/2015, destacando-se novamente
a atuação dos personagens já descritos, inclusive com o reaproveitamento dos projetos
viciados e criminosas das empresas GLOBO MED e ATUAL MÉDICA, mas agora com o
apoio da Procuradora do Município MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA, que foi
trazida de Curitiba/PR com a missão de burlar todos os obstáculos jurídicos e burocráticos
para implementação da PPP.
MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA atuou com múltiplas funções,
dentre os quais, a atuação como membro do conselho gestor de PPP, Presidente da
Comissão de Licitação, condutora de audiência pública, coordenadora de workshop sobre
PPP na cidade de Foz do Iguaçu e também como Procuradora do Município, elaborando
parecer jurídico sobre a legalidade da PPP e apresentação junto ao MINISTÉRIO
PÚBLICO FEDERAL, juntado no IC nº 1.25.003.018869/2015-41. As múltiplas funções
assumidas demonstra o comprometimento criminoso que a referida denunciada tinha com
a aprovação da PPP.
Durante as discussões e embates, MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE
FIALA, com o aval de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, assumiu o lado de apoiar e
direcionar o pleito licitatório para o grupo de EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR
(MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, REGINALDO DA SILVEIRA
SOBRINHO, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD JOMAA,
ROBERTO FLORIANI CARVALHO, MARCO CESAR CUNICO FATUCH).
Para tanto, MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA passou a solicitar e
receber vantagens indevidas, fornecidas pelos denunciados EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR e ROBERTO FLORIANI CARVALHO.
Nesta fase, MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA contou com a
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participação de denunciada PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ e de assessor
pessoal RENAN GUSTAVO BAEZ, na elaboração e adequação do edital aos anseios da
empresa atual médica, conforme revelado pelos colaboradores e confessado por MARIA
LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA:
Que LETIZIA trouxe novamente PATRICIA FOSTER para o centro de decisões,sendo inclusive responsável pela organização do evento; QUE participou decursos sobre novos projetos de PPP; QUE elas coordenaram esses projetosnovos; Que sabíamos que PATRICIA FOSTER estava ajudando a GLOBO MED eficou sabendo que a ATUALMÉDICA havia feito uma fusão com a GLOBO MED,que ficaria com uma fatia da PPP, caso ROBERTO FLORIANI fosse vencedor;Que LETIZIA pegou os projetos (o atual e o da GLOBO) e viajou para Curitiba/PR,onde discutiu o ROBERTO FLORIANI os parâmetros; QUE a atual medica sagrou-se vencedora para realização de estudo; QUE, funciona assim, se fosse usado oprojeto, a empresa deveria ressarcia eles das despesas; QUE foi feito edital paraconsulta pública, sendo que começou pressão na câmara; QUE foi feito um editalsendo colocado para concorrência; QUE tal edital foi totalmente direcionado para aempresa ATUAL MÉDICA e teve ampla participação de LETIZIA, PATRÍCIAFOSTER E seu assessor RENAN; QUE uma das provas do direcionamento foi amudança de nomemclatura de carta de crédito requisitada pelo participante, parase amoldar à carta de crédito do BNDS que ROBERTO FLORIANI haviaconseguido; (…)Que junto com a dra. LETIZIA chega a sra. PATRICIA e o assessor RENANqueriam acompanhar a elaboração do edital; QUE foi realizado uma reunião noVIALLE CENTRO, sendo que ficaram conversando sobre como deveriam procederpara se chegar a um custo menor; Que se previa prejuízos iniciais; Que tentou-sefazer uma forma que a ATUAL MÉDICA conseguisse um melhor resultado; Que foiagendado apresentação do edital, tendo participado FERNANDO GIBRAN (diretorda ATUAL MÉDICA), JIMY (funcionário da ATUAL), LETIZIA, que seriaapresentado na sala do prefeito RENI, com valores inferiores ao praticado; QUE oedital previa valores menores e que tirariam o prejuízo futuramente com aditivos;(REGINALDO DAS SILVEIRA SOBRINHO – no termo PARCERIA PÚBLICOPRIVADA)
A vinda de PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ para o grupo da
ATUAL MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA se deu em razão de solicitação e promessa
de vantagem indevida, de que em caso de a empresa se tornasse vitoriosa do certame,
ambas seriam contratadas, direta ou indiretamente, como responsáveis pelo jurídico do
grupo, durante o prazo da PPP.
Que o pessoal ficou preocupado com a repercussão e decidiram terminar com asituação; Que a procuradora LETIZIA e a PATRICIA, além do retorno mensal,iriam ficar responsável pelo departamento jurídico do consórcio da PPP(REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO – no termo parceria público privada)
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Ademais, estaria em andamento uma fusão entre as empresas ATUAL
MEDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA e GLOBO MED SERVIÇOS MÉDICOS LTDA –
EPP, em razão de solicitação do denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, fusão
esta que resultaria na adjudicação da contratação para a empresa ATUAL MÉDICA
GESTÃO EM SAÚDE LTDA e que subcontrataria a empresa GLOBO MED para prestação
de serviços médicos durante o prazo da PPP.
A fraude do processo licitatório existiu, tendo em vista que por força de
legislação específica de PPP eis que: a) inexistente o estudo técnico que justificasse a
conveniência e oportunidade além dos estudos orçamentários obrigatórios (que nunca
existiu, a não ser quando se travou por liminar a PPP e tentaram reduzir o objeto
contratual); b) os projetos das empresas foram realizados por servidores públicos da
Secretaria Municipal de Saúde, o que configura fraude e vicia todo o processo; c) os
projetos ilegais foram reaproveitados para o PMI 002/2015; d) não houve parecer jurídico;
e) o edital da consulta pública foi baseado no projeto fraudado, sem que tivesse havido o
cumprimento da fase 1 (estudo técnico); f) a presidente da comissão de licitação, membro
do conselho gestor, atuou a favor da empresa ATUAL MÉDICA, alterando o edital de
consulta pública a favor da empresa.
Ademais, não se pode olvidar que além da manipulação dos projetos (que
foram feitos por integrantes da administração pública municipal contratante), da ausência
de estudo de impacto financeiro prévio e estudo jurídico (parecer jurídico), também houve
mácula na elaboração do edital licitatório, que foi elaborado por encomenda e para servir
aos critérios apresentados pela empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA,
inclusive com inclusão de itens específicos que, diante da circunstância econômica que o
país vivia na concessão de cartas de créditos, dificilmente outra empresa apresentaria tal
condição, que foi obtida pela empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA (em
condições escusas junto ao BNDES e retratada em áudios de interceptação telefônica
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que serão retratados em momento específico.
Diante do exposto, os denunciados TULIO MARCELO DENIG
BANDEIRA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, MARCO CESAR CUNICO FATUCH,
PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, RENAN GUSTAVO BAEZ, ALICE MARIA
MACEDO SILVA, SANDRA FERREIRA DO NASCIMENTO, CLAUDIO LUIZ PAMPLONA
FREITAS e LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, além de outras pessoas já
denunciadas nos autos nº 5005325-03.2016.404.7002, incorreram na prática do crime
previsto no artigo 90 da lei 8.666/1993 c/c com artigo 99 §1º da mesma lei.
12.10 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (RENI PEREIRA - PPP)
Denunciados: RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA
SOUZA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, ROBERTO FLORIANI CARVALHO e EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR
Entre o final de 2014 e meados de 2015, O denunciado RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA, aproveitando-se do cargo de Prefeito e autoridade máxima para a
contratação da parceria público privada (narrada em capítulo próprio), solicitou para si
vantagem indevida, consistente no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) a ser
pago no ato de assinatura do contrato, além do repasse de uma propina mensal de R$
150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), para adjudicação da licitação em favor da
empresa ATUAL MÉDICA GESTÃO EM SAÚDE LTDA, enquanto os denunciados
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, ROBERTO FLORIANI
CARVALHO, MAHMOUD AHMAD JOMAA e EUCLIDES DE MORAES BARROS
JUNIOR, interessados diretos da referida contratação (já narrado no capítulo próprio),
ofereceram tal vantagem ilícita, ao denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, em
razão de seu cargo e par ao fim de serem agraciados com a referida contratação
bilionária, mediante fraude e direcionamento, já narrados em capítulo próprio.
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Tal fato é corroborado pelo colaborador MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA:
QUE entretanto, nessa ocasião já havia sido estabelecido pelo colaborador, peloJOMAA e pelo EUCLIDES, com anuência de ROBERTO, que o repasse ao RENIseria no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) em razão daimplementação/assinatura do contrato e posterior repasses mensais de R$150.000,00 (cento cinquenta mil reais), além de um rateio dos serviços prestados,como a destinação do laboratório para a BIOCENTER (nas pessoas de EVANDROe MAURICIO IOP), recepção, limpeza e alimentação para a equipe do TULIOBANDEIRA/JOMAA-DENTISTA, com a exceção que a alimentação não deveriaficar para a AGUIAR em razão de desacertos anteriores; a radiologia ficaria com aempresa do EUCLIDES – “E-PEOPLE”, ao passo que o colaborador ficaria com aparte de tecnologia; QUE a parte médica seria estabelecida pelo Dr. LAERTE etoda a parte jurídica ficaria com a procuradora MARIA LETIZIA FIALA; (no termo“Parceria público Privada)
A materialidade é demonstrada no termo de colaboração de
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA.
Assim, observou-se que os denunciados MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA, ROBERTO FLORIANI CARVALHO, MAHMOUD AHMAD
JOMAA e EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR incorreram, por uma vez, no
crime previsto no artigo 333 do Código Penal c/c artigo 327, §2º do Código Penal e a
denunciado RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA praticou, por uma vez, o delito de
corrupção passiva, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327, §2º do Código Penal.
12.11 CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA (MARIA LETIZIA)
Denunciados: MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA, EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e
REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO
A denunciada MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA, aproveitando-
se das múltiplas funções que lhe foram outorgadas na parceria público privada, ocupando
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uma posição privilegiada e dominante, solicitou para si ou para outrem, entre o período de
dezembro de 2015 a abril de 2016, vantagem indevida, consistente no valor de R$
2.000,00 (dois mil reais) do denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, o
qual, na qualidade de futuro beneficiário da parceria público privada, bem como das ações
dirigidas pela denunciada MARIA LETÍZIA JIMENEZ ABATTE FIALA, ofereceu, em razão
do cargo exercido por esta, tal vantagem e efetuou tais pagamentos, visando benefícios
no direcionamento do processo licitatório como um todo.
De fato, o valor foi pago pelo denunciado EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR e entregues por REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO a MARIA
LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA, conforme destacam-se as declarações dos
colaboradores e denunciados:
QUE, no final de 2015, RENI apresentou ao colaborador a Procuradora LETIZIA,informando que ela seria a pessoa encarregada de tocar a licitação da PPP edirecioná-la para a ATUAL MÉDICA; QUE LETÍZIA recebeu em algumasoportunidades, não sabe quantas mas mais de uma vez, o valor de 5 mil reais deROBERTO FLORIANI; QUE uma vez LETIZIA solicitou ao colaborador o valor de 2mil reais para uma viagem a Curitiba/PR; QUE o colaborador atendeu a solicitaçãopelo papel que ela desempenhava na licitação da PPP; (EUCLIDES DE MORAESBARROS JUNIOR, no termo “parceria público privada);
QUE a Dra. Letizia, procuradora do município lotada em Curitiba, foi trazida paraFoz do Iugaçu para dirigir o projeto da nova PPP; QUE LETIZIA atuou em favor daatual médica, recebendo mensalmente de ROBERTO FLORIANI o valor de R$5.000,00 além de despesas de transporte aéreo; QUE, em uma oportunidade,EUCLIDES pediu para entregar R$ 2.000,00 para LETIZIA; QUE o declaranteentregou o valor para LETIZIA; Que ROBERTO disse que estava sendoresponsável por custear os valores de viagem; (REGINALDO DA SILVEIRASOBRINHO, no termo “PARCERIA PÚBLICO PRIVADA”).
Em declarações prestadas na Delegacia de Polícia Federal, a denunciada
nega ter recebido valores, mas não nega ter sido beneficiada com custeio de despesas
pessoais, tais como passagens aéreas:
“A empresa atual médica ou o Sr. Roberto Florinai patrocinou viagens para aDeclarante? Em que circunstancias e finalidade? RESPONDEU QUE não, não quese recorde; QUE salienta, porém, que numa ocasião a declarante chegou a se
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deslocar até Curitiba/PR para reunir-se com a equipe técnica da ATUAL MÉDICA;QUE entendeu-se que seria menos oneroso o seu deslocamento para Curitiba/PR,do que o deslocamento de toda a equipe técnica, mais de 10 pessoas, para Fozdo Iguaçu/PR; QUE perguntada se os gastos da viagem foram suportados pelaempresa ATUAL MÉDICA respondeu não se recorda, e isso se deve ao fato deque constantemente a declarante se deslocava até curitiba/PR (onde aindacontinuava e continua a residir), portanto esse deslocamento em específico nãosegue afiançar grande grau de certeza sobre quem suportou; (MARIA LETIZIAJIMANEZ ABATTE FIALA – no termo de declarações – juntado no evento 67,DEPOIM_TESTEMUNHA7, dos autos de IPL nº 5006445-81.2016.404.7002).
A materialidade é demonstrada: a) no termo de colaboração de
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e de REGINALDO DA SILVEIRA
SOBRINHO; b) termo de declarações da denunciada MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE
FIALA.
Assim, observou-se que o denunciado observou-se os denunciados
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR e REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO
incorreram, por uma vez, no crime previsto no artigo 333 do Código Penal c/c artigo 327,
§2º do Código Penal e a denunciada MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA praticou,
por uma vez, o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317, caput e §1º, c/c art. 327,
§2º do Código Penal.
13. DO CRIME DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA – ARTIGO 2º, §º 4º, II,
COMBINADO COM O ARTIGO 1º, DA LEI Nº 12.850/2013
Denunciados: ADELIR DINIZ DA ROSA, ADEMILTON JOAQUIM TELES, ANICE NAGIB GAZZAOUI,
EVANDRO HENRIQUE FREIRE, ÉRICO DA ROSA MARQUES, FERNANDO HENRIQUE TRICHES
DUSO, FABRÍCIO VIDAL, GERALDO GENTIL BIESEK, GIANCARLO SCHETINI DE ALMEIDA
TORRES, ISMAEL COELHO DA SILVA, JEFERSON ANTÔNIO AGUIAR, JORGE YAMAKOSHI,
JUAREZ DA SILVA SANTOS, LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, LUIZ AUGUSTO PINHO DE
QUEIROGA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, MARINO GARCIA, MAURÍCIO IOPP, PATRÍCIA
GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, PAULO CESAR QUEIROZ, PAULO GUSTAVO GORSKI, PAULO
TRENTO GORSKI, RENAN GUSTAVO BAEZ, RICARDO ANDRADE, RICARDO VINICIUS CUMAN,
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ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE, RUDINEI DE MOURA, RUI OMAR NOVICKI JUNIOR, SALETE
TONELLO, SUSAMARA REGINATO e TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA
Nos anos de 2012 até 2016, os denunciados ADELIR DINIZ DA ROSA,
ADEMILTON JOAQUIM TELES, ANICE NAGIB GAZZAOUI, EVANDRO HENRIQUE
FREIRE, ÉRICO DA ROSA MARQUES, FERNANDO HENRIQUE TRICHES DUSO,
FABRÍCIO VIDAL, GERALDO GENTIL BIESEK, GIANCARLO SCHETINI DE ALMEIDA
TORRES, ISMAEL COELHO DA SILVA, JEFERSON ANTÔNIO AGUIAR, JORGE
YAMAKOSHI, JUAREZ DA SILVA SANTOS, LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO,
LUIZ AUGUSTO PINHO DE QUEIROGA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, MARINO
GARCIA, MAURÍCIO IOPP, PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, PAULO CESAR
QUEIROZ, PAULO GUSTAVO GORSKI, PAULO TRENTO GORSKI, RENAN GUSTAVO
BAEZ, RICARDO ANDRADE, RICARDO VINICIUS CUMAN, ROSA MARCELA SOLENI
SIEBRE, RUDINEI DE MOURA, RUI OMAR NOVICKI JUNIOR, SALETE TONELLO,
SUSAMARA REGINATO e TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA constituíram e
integraram Organização Criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão
de tarefas, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer
natureza, mediante a prática de crimes contra a Administração Pública, crimes
relacionados à licitações, dentre outros, conforme será explanado a seguir.
Importante salientar que o delito de Organização Criminosa foi
denunciado na Ação Penal nº 5005325-03.2016.404.7002, sendo imputado a RODRIGO
BECKER, MELQUIDEZEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA DE SOUZA, MARIA
LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA, ANDERSON DE ANDRADE, SÉRGIO LEONEL
BELTRAME, CHARLLES BORTOLO, GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, CRISTIANO
FURE DE FRANÇA, EVORI PATZLAFF, CARLOS JULIANO BUDEL, VALTER MARTIN
SCHROEDER, LUIZ CARLOS ALVES, GIRNEI AZEVEDO, AIRES SILVA, VALTER
MARTIN SCHROEDER JUNIOR, MARLI TEREZINHA TELLES, REGINALDO DA
SILVEIRA SOBRINHO, HERMÓGENES DE OLIVEIRA (“MOGÊNIO”), DARCI SIQUEIRA
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(DARCI DRM), EDÍLIO DALL'AGNOL, PAULO RICARDO DA ROCHA, BENI RODRIGUES
PINTO, NILTON JOÃO BECKERS, VILSON SPERFELD, FERNANDO DA SILVA BIJARI,
EDSON QUEIROZ DUTRA, ANA PAULA MARTINS SANTOS, INÁCIO COLOMBELLI,
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR, LUIZ ANDRÉ PENZIN, ALDEMIR
HUMBERTO RAPOSO SOARES, SANDRO HIDEO SAITO, MARIO CEZAR HABBY DOS
SANTOS, LUIS HENRIQUE WIESS DE CARVALHO, ALCIDES ROGÉRIO DE MOURA,
LUIZ CARLOS KOSSAR, APARECIDO PORFÍRIO DOS SANTOS, ROSINALDO
LUZIANO DOS SANTOS, ALEXANDRO TAVARES PEREIRA, CÉLIO ANTUNES, IVAN
LUIZ FONTES SOBRINHO, LUIZ ANTÔNIO PEREIRA e JOSÉ CARLOS PACHECO.
No entanto, com o decorrer das investigações, novos crimes foram
descobertos bem como constatou-se que outras pessoas integravam essa organização.
Conforme já dito na Ação Penal nº 5005325-03.2016.404.7002, a
Operação Pecúlio desvendou a existência de uma organização criminosa, inserida dentro
da Administração Pública Municipal, na cidade de Foz do Iguaçu/PR. Tal constatação foi
reforçada com as investigações realizadas no bojo da Operação Nipoti, conforme as
condutas narradas nos fatos pretéritos, que devem ser vistas como parte integrante deste
capítulo.
Estruturalmente ordenada e caracterizada por divisão de tarefas,
associaram-se, o Prefeito à época RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, como chefe,
RODRIGO BECKER, que atuou como grande organizador e regente do grupo,
MELQUIDEZEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA DE SOUZA, agente operacional,
MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA, agente jurídico responsável em dar uma
aparência de licitude às práticas errantes, bem como os Secretários Municipais,
ANDERSON DE ANDRADE, SÉRGIO LEONEL BELTRAME, CHARLLES BORTOLO,
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, CRISTIANO FURE DE FRANÇA, EVORI PATZLAFF,
CARLOS JULIANO BUDEL, VALTER MARTIN SCHROEDER e do diretor financeiro, LUIZ
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CARLOS ALVES (conhecido como “CAL”), os quais faziam a função de gerentes de cada
área de atuação, sendo certo que todos integraram organização criminosa, com o objetivo
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de
diversos delitos como corrupções passivas, dispensas de licitações, fraudes de licitações,
bem como dispensas indevidas, contratações sem licitação, peculato de diversas
modalidades, além de outros crimes. Além disso, tem-se ainda os representantes das
pessoas jurídicas envolvidas responsáveis por financiar e possibilitar a execução das
condutas criminosas.
Denota-se que além dos fatos narrados nos autos nº 5005325-
03.2016.404.7002, foi comprovado que a ORCRIM foi formada antes mesmo da eleição
de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, tendo sido descobertas outras práticas ilícitas
orquestradas pela Organização Criminosa como o “mensalinho”, os ajustes para retorno
das verbas oriundas da Câmara dos Vereadores, entre outras.
1. Importante salientar que alguns dos denunciados já figuravam como
parceiros de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA desde sua campanha, conforme o
Termo “CAMPANHA DE RENI PEREIRA” de RODRIGO BECKER.
Além disso, tem-se que durante a campanha de RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA, GIANCARLO SCHETINI DE ALMEIDA TORRES figurava como um
agente de extrema importância, inclusive na arrecadação e controle financeiro. Denota-se
que GIANCARLO SCHETINI DE ALMEIDA TORRES tinha estreita relação com RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, eis que ex-colega de profissão (ambos laboravam na
Receita Estadual) sendo considerado seu braço direito.
No primeiro ano do governo RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA,
GIANCARLO SCHETINI DE ALMEIDA TORRES assumiu o cargo de Secretário de
Planejamento, permanecendo neste de janeiro a dezembro de 2013, sendo responsável
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por intermediar grandes contratos com a Prefeitura, inclusive com a negociação de
vantagens indevidas, sendo neste período a pessoa de RICARDO VINICIUS CUMAN,
então Secretário de Administração, responsável pelas contratações e elaboração de
editais desses grandes contratos mesmo no período de moratória que perdurou durante
135 (cento e trinta e cinco) dias do primeiro ano de mandato do ex-Prefeito.
Dentre esses contratos, pode-se mencionar o elaborado com a empresa
VITAL AMBIENTAL S/A e o elaborado com a empresa INTERSEPT LTDA., ambos com
participação de GIANCARLO SCHETINI DE ALMEIDA TORRES e RICARDO VINICIUS
CUMAN consoante termo de colaboração premiada de CARLOS JULIANO BUDEL
(“LIXO”), MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA (“VITAL –
ENGENHARIA AMBIENTAL” e “LICITAÇÃO – MERENDA ESCOLAR – INTERSEPT”),
RODRIGO BECKER (“LIXO E ATERRO”).
2. Conforme será descrito nos itens dessa exordial, no período de
agosto/2014 a maio/2016, na região de Foz do Iguaçu/PR, PAULO CESAR QUEIROZ
(conhecido como “COQUINHO”), DARCI SIQUEIRA (conhecido como “DARCI DRM”),
EDÍLIO JOÃO DALL'AGNOL, MARINO GARCIA, HERMÓGENES DE OLIVEIRA
(conhecido como “MOGÊNIO”), PAULO RICARDO DA ROCHA e RUDINEI DE MOURA,
com vontade livre, plena consciência, integraram pessoalmente este ramo da ORCRIM,
atuando em prol desta.
De outubro/2015 a maio/2016, na região de Foz do Iguaçu/PR, o vereador
LUIZ AUGUSTO PINHO DE QUEIROGA, com vontade livre, plena consciência, integrou
pessoalmente este ramo da Organização Criminosa, também atuando em prol desta.
Some-se a isto que BENI RODRIGUES PINTO, com vontade livre e plena
consciência, igualmente integrou pessoalmente este ramo da Organização Criminosa,
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atuando em prol desta, recebendo inclusive uma “gratificação” pela sua atuação na
ORCRIM no ano de 2015.
Importante salientar que para operacionalizar o pagamento do
“mensalinho” e compor o caixa da Organização Criminosa, era necessário o repasse de
propina mensal dos empresários e prestadores de serviços da Prefeitura, que estavam
inseridos na corrupção sistêmica existente em Foz do Iguaçu/PR.
A participação dos agentes públicos em benefício dessas empresas se
estenderam ao longo da execução dos contratos no sentido de que os certames, em
várias oportunidades, fossem direcionados para as empresas integrantes da ORCRIM, e,
posteriormente, os pagamentos realizados de forma prioritária em relação aos demais
prestadores de serviços do município.
Imperioso ressaltar que, de modo geral, os empresários pagavam
vantagens indevidas como algo normal, sendo que o valor variava conforme o contrato.
Isto porque, a maioria das licitações eram direcionadas para as empresas integrantes da
Organização Criminosa ou, ainda, era necessário o pagamento de “propina” para a
liberação e pagamento pela Prefeitura. Percebe-se, inclusive, o atraso proposital no
pagamento de notas daquelas empresas que não estavam envolvidas com as atividades
ilícitas, privilegiando as empresas que financiavam a Organização Criminosa.
Ressalta-se ainda que durante a gestão financeira da Organização
Criminosa por MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, quando
existia atraso no repasse da propina pelos empresários, EUCLIDES DE MORAES
BARROS JUNIOR auxiliava com o “empréstimo” do montante necessário para o
pagamento dos servidores públicos corruptos e financiamento da empreitada criminosa,
especialmente no ramo da saúde, já que prestava serviços neste setor. Assim agindo,
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ganhava confiança dos outros integrantes da organização criminosa e pagava valor
menor de “propina” para obter benefícios para suas empresas, conforme denunciado.
O “caixa” da organização criminosa era preenchido pelas empreiteiras da
área de obras, através das empresas TERRAPLENAGEM SR. LTDA., ATIVA
ENGENHARIA DE OBRAS, EMPREENDIMENTOS QUEIROZ e VISUAL PROJETOS,
conforme já denunciado e narrado nos autos nº 5005325-03.2016.404.7002,
Na área de informática, os valores eram fixos e constantes, sendo que
pelo período aproximado de agosto/2013 a setembro de 2015, a empresa POWERNET
TECNOLOGIA LTDA. através de seu sócio ADELIR DINIZ DA ROSA, com vontade livre e
plena consciência de que integrava e financiava a organização criminosa capitaneada por
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, enraizada na Prefeitura de Foz do Iguaçu,
repassava as quantias mensais de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) e R$ 5.000,00
(cinco mil reais), que posteriormente passaram a ser de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos
reais) e R$ 7.000,00 (sete mil reais), relativos a dois contratos celebrados com o ente
público.
Já ROSINALDO LUZIANO DOS SANTOS, sócio administrador da
empresa INNERBIT INFORMÁTICA LTDA., com vontade livre e plena consciência de que
integrava e financiava a organização criminosa capitaneada por RENI CLÓVIS DE
SOUZA PEREIRA, enraizada na Prefeitura de Foz do Iguaçu, repassou R$ 4.300,00
(quatro mil e trezentos reais), mensalmente no período aproximado de agosto/2013 a
setembro/2015.
No ramo de transporte escolar, no período de novembro de 2014 a
setembro de 2015, ISMAEL COELHO DA SILVA, na condição de representante da
empresa COELHO'S TRANSPORTE EIRELI (atualmente EXPRESSO FOZ
TRANSPORTE EIRELI) e de RUI OMAR NOVICKI JUNIOR, sócio oculto da referida
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pessoa jurídica, em comunhão de esforços, união de desígnios, com vontade livre, plena
consciência, integraram e financiaram a organização criminosa capitaneada por RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, enraizada na Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR, já que
aportavam R$ 9.000,00 (nove mil reais) por nota paga pela Prefeitura, destinados ao
caixa ilícito gerenciado por MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA.
Desde o primeiro semestre de 2015 até novembro de 2015, FABRÍCIO
VIDAL, na condição de proprietário da empresa VIDAL TRANSPORTE ESCOLAR e de
ÉRICO DA ROSA MARQUES, proprietário da empresa LUCIA APARECIDA MARQUES &
CIA. LTDA – ME., em comunhão de esforços, união de desígnios, com vontade livre,
plena consciência, integraram e financiaram a organização criminosa capitaneada por
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, enraizada na Prefeitura de Foz do Iguaçu, já que
aportavam valores mensais de R$ 7.000,00 (sete mil reais) e R$ 10.000,00 (dez mil reais),
respectivamente, destinados ao caixa ilícito gerenciado por MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA.
Na esfera da saúde, desde dezembro de 2014 EVANDRO HENRIQUE
FREIRE e MAURICIO IOPP, na condição de proprietário e representante do laboratório
BIOCENTER, e MAHMOUD AHMAD JOMAA e JEFERSON ANTÔNIO AGUIAR, na
condição de proprietários da empresa AGUIAR REFEIÇÕES, em comunhão de esforços,
união de desígnios, com vontade livre, plena consciência, integraram e financiaram a
organização criminosa capitaneada por RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, enraizada
na Prefeitura de Foz do Iguaçu, já que aportavam valores consiste na razão de 10% de
cada pagamento efetuado pela Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu/PR, destinados ao
caixa ilícito gerenciado por MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA.
3. No ajuste para retorno das verbas oriundas da Câmara dos
Vereadores, tem-se que a Prefeitura de Foz do Iguaçu/PR repassa um percentual por mês
de seu orçamento para o custeio das despesas da Câmara de Vereadores. No entanto, do
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valor total repassado, existe no município uma sobra mensal que varia de R$ 350.000,00
(trezentos e cinquenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), que podem
retornar para a Prefeitura como recursos livres.
Assim sendo, com pleno conhecimento da possibilidade de devolver os
recursos do Poder Legislativo para o Poder Executivo e visualizando o recebimento de
vantagem indevida em detrimento do erário, os denunciados FERNANDO HENRIQUE
TRICHES DUSO e RICARDO ANDRADE (conhecido como “RICARDINHO”), juntamente
a RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA e MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA arquitetaram um plano para desviar, em proveito próprio, dinheiro e/ou
valor público de que tinham a posse em razão de cargo.
Desta feita, em meados de março de 2015, FERNANDO HENRIQUE
TRICHES DUSO e RICARDO ANDRADE procuraram MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA para operacionalizar esta devolução da verba excedente
para a Prefeitura Municipal, sendo que todos obteriam vantagem indevida com manobra
para se apropriar de parte do valor devolvido.
Para dar efetividade ao intuito criminoso, MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA, com o consentimento e adesão do então Prefeito RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, selecionou empresas que possuíam contrato com o
Município de Foz do Iguaçu/PR e que estavam com o pagamento atrasado. O contato
com as empresas ocorreu por intermédio de MAHMOUD AHMAD JOMAA, o qual
acordou com essas pessoas jurídicas que as notas/faturas em atraso seriam pagas em
poucos dias (aproximadamente 48h), mas em contraprestação seria necessária a
devolução de aproximadamente 10% a 20% a título de “propina”, além de mais 2% do
valor destinado a ele. Deste percentual de 10% a 20%, parcela era repassada para
FERNANDO HENRIQUE TRICHES DUSO e RICARDO ANDRADE e parcela era
destinada a MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, que a utilizava
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para compor o “caixa” da ORCRIM e financiar a “compra” de apoio político à gestão do
então Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, com repasse de numerário a parte
dos vereadores no que se denominou “mensalinho”. Importante salientar que JUAREZ DA
SILVA SANTOS também exercia um papel de intermediário nesse ajuste, recolhendo os
valores para repasse aos beneficiários.
Entre um a dois dias após cada um dos pagamentos efetuados às
pessoas jurídicas integrantes do acordo ilícito, os seus administradores devolviam a
parcela referente à “propina” ao denunciado MAHMOUD AHMAD JOMAA. Este por sua
vez, após se apropriar de sua parte, contatava MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA para comparecer em seu consultório odontológico, onde repassava o
restante do numerário ilícito. Ato contínuo, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA entregava a parte combinada para RICARDO ANDRADE, em locais
como o Restaurante La Cabaña (atual Palazzo Grill na Avenida Paraná), o
estacionamento do Cataratas JL Shopping e o Posto de Combustível da Petrobrás,
localizado em frente ao estabelecimento Rafain Chopp nesta cidade. O servidor público
da Câmara Municipal de Vereadores ficava responsável pelo pagamento ao então
Presidente da Câmara Municipal de Vereadores FERNANDO HENRIQUE TRICHES
DUSO.
Imperioso salientar que o denunciado LUIZ CARLOS ALVES (conhecido
como “CAL”), igualmente prestava auxílio material na prática errante, já que era
responsável por confirmar o ingresso na Prefeitura do dinheiro devolvido pela Câmara dos
Vereadores tendo ciência do acordo escuso e a ele aderindo, liberando o pagamento
quando era contrato da própria Prefeitura ou repassando a verba correspondente a
Fundação Municipal de Saúde. Posteriormente, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA
CORREA SOUZA determinava que os valores deveriam ser destinado ao pagamento de
determinadas empresas.
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Dentre as empresas que participavam do acordo ilícito que aderiram as
práticas ilícitas da ORCRIM, tem-se as pessoas jurídicas JOÃO MICHELS FREIRE
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS S/S – EPP. (LABORATÓRIO BIOCENTER)
representada por EVANDRO HENRIQUE FREIRE e MAURÍCIO IOPP e JEFERSON
ANTÔNIO AGUIAR – ME. (AGUIAR REFEREIÇÕES) de propriedade de JEFERSON
ANTÔNIO AGUIAR, os quais além de efetuaram o pagamento de vantagem indevida para
compor o caixa do “mensalinho” também participavam do ajuste relacionado ao retorno de
verbas da Câmara dos Vereadores.
Além disso, nesses fatos também participou NILTON JOÃO BECKER,
com a prática já denunciada de medições a maior para retorno de valores a ORCRIM.
4. Outros delitos envolvendo agentes políticos na busca de apoio político
também foram perpetrados no bojo da Organização Criminosa, ficando evidenciada que a
existência de diversas solicitações e promessas de vantagens indevidas ocorridas entre o
Poder Executivo Municipal representado pelo Prefeito RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA e Poder Legislativo.
Tem-se assim a participação de EDÍLIO JOÃO DALL'AGNOL o qual
solicitava vantagens indevidas tanto em espécie, quanto em outra natureza (massa
asfáltica e material de construção), além das solicitações para contratações de terceiros
diretamente pela Administração Pública quanto por suas terceirizadas.
Outro vereador que recebia vantagens indevidas além do mensalinho era
PAULO RICARDO DA ROCHA, tendo inclusive dívidas quitadas pela ORCRIM como
forma de mantê-lo apoiando o governo na Câmara dos Vereadores.
Ainda pode-se citar LUIZ AUGUSTO PINHO DE QUEIROGA, que mesmo
não integrando o “mensalinho” recebeu vantagem indevida em espécie por diversas
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vezes.
Integra ainda a Organização Criminosa, a vereadora ANICE NAGIB
GAZZAOUI, que apesar de ser de oposição, aderia ao esquema criminoso ao solicitar e
receber vantagens indevidas consistentes em quantias em espécie, nomeação de cargos
na Administração Pública e empregos nas empresas terceirizadas (LABOR OBRAS LTDA.
e IGUASSU SERVIÇOS TERCEIRIZADOS – EIRELI). Ressalta-se que tais benefícios
faziam com que ANICE NAGIB GAZZAOUI fizesse uma oposição não hostil ao governo
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, estando à disposição caso fosse necessário.
Aliás importante mencionar o papel de LUIZ ANTÔNIO PEREIRA e IVAN
LUIZ FONTES SOBRINHO, sócios (de fato e de direito respectivamente) das empresas
LABOR OBRAS LTDA. e IGUASSU SERVIÇOS TERCEIRIZADOS – EIRELI, sem os
quais também não seria possível a eficiência da organização da criminosa, na prática dos
crimes imputados, eis que proporcionavam a possibilidade do Poder Executivo negociar
empregos nas referidas pessoas jurídicas de pessoas indicadas por membros do Poder
Legislativo.
Além de tal vantagem concedida pelos representantes das pessoas
jurídicas acima referidas, ressalta-se que o colaborador MELQUIZEDEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA SOUZA afirmou no termo “VEREADORA ANICE” que tais empresas
somente eram mantidas como prestadoras de serviço público na Prefeitura de Foz do
Iguaçu e seus pagamentos feitos sem muito atraso com o intuito de manter a vereadora
ANICE NAGIB GAZZAOUI como aliada:
QUE o colaborador esclarece que a vereadora ANICE sempre fez oposição aoPrefeito RENI, mas uma forma de tê-la como aliada para não atrapalhar o governoera manter um compromisso (feito entre RENI e LUIS PEREIRA) dos pagamentosdas empresas LABOR e IGUASSU, dentro dos padrões possíveis comrazoabilidade de atraso; QUE o proprietário de fato das empresas supracitadas eraa pessoa de LUIS PEREIRA, e de direito, IVAN LUIS SOBRINHO; QUE ocolaborador acredita que IVAN, mediante esses pagamentos, repassava à
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Vereadora ANICE o valor de 10 mil reais mensais para que ela se mantivesse emoposição moderada; QUE as empresas LABOR e IGUASSU prestavam serviçodesde a gestão do ex-prefeito PAULO MAC’DONALD; QUE tais empresas eramutilizadas para alocação de pessoas indicadas por vereadores; QUE por diversasoportunidades o Prefeito RENI PEREIRA se mostrava decidido a licitar os serviçosrealizados pela LABOR e pela IGUASSU, mas em contrapartida, pesavam a favordas empresas a pessoa de LUIS PEREIRA ser presidente do partido PTN e algunssecretários do governo RENI advogarem a favor de tais empresas de modo atentarem interceder na renovação dos contratos; (...)
Importante salientar que os atrasos nos pagamentos das empresas que
possuíam contrato com a Prefeitura ou Fundação Municipal de Saúde constituíam a regra,
sendo inclusive uma forma de captação de novos integrantes para a ORCRIM, eis que a
aquiescência e aderência a associação criminosa possibilitavam menos parcelas em
mora.
5. Importante salientar ainda que na denúncia da Ação Penal nº 5325-
03.2016.404.7002, na área de obras, durante as investigações foi elucidado o modus
operandi do ramo da organização criminosa envolvendo a Secretaria de Obras, o qual
mediante fraudes e outras condutas ilícitas desviava dinheiro público destinado ao
pagamento de obras, em benefício da própria organização e de alheios.
Os denunciados associaram-se com a finalidade de fraudar diversas
licitações da Administração Pública, formando para isso um cartel entre as empresas da
região, onde se revezavam como vencedores do certame, a fim de obter vantagens
indevidas do erário municipal, bem como facilitar o desvio da verba pública.
Em linhas gerais, após a empresa ser vencedora da licitação, comumente
mediante fraude, os pagamentos e outras facilidades somente eram realizados se
participassem para o descaminho da verba pública, realizado através de fraudes na
medição da obra. O montante pago indevidamente às empresas era revertido em prol da
organização criminosa, repassado para o então Prefeito RENI CLOVIS DE SOUZA
PEREIRA, além de ser destinado para o pagamento de propina a determinados
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vereadores, denominado de “mensalinho”, para que estes votassem de acordo com os
interesses do Prefeito e da organização criminosa.
Por outro lado, os empresários igualmente efetuavam pagamentos
esporádicos destinados ao Prefeito RENI CLOVIS DE SOUZA PEREIRA e aos
vereadores, desvinculados dos ilícitos praticados durante a execução das obras.
A participação dos agentes públicos em benefício dessas empresas se
estenderam ao longo da execução dos contratos no sentido de que os certames, em
várias oportunidades, fossem direcionados para as empresas integrantes da organização
criminosa, e, posteriormente, os pagamentos realizados de forma prioritária em relação
aos demais prestadores de serviços do município.
Na denúncia ofertada na Ação Penal n. 5005325-03.2016.404.7002 foram
descritos como integrantes da organização criminosa no setor de obras, grupo
TERRAPLENAGEM SR. LTDA., ATIVA OBRAS E SERVIÇOS LIMITADA E
EMPREENDIMENTOS QUEIROZ LTDA., destacando-se como o grande coordenador do
esquema, NILTON JOÃO BECKERS, que contou com a participação de VILSON
SPERFELD FERNANDO DA SILVA BIJARI, EDSON QUEIROZ DUTRA e ANA PAULA
MARTINS SANTOS, para a prática dos crimes imputados.
Pela empresa ITAVEL – SERVIÇOS RODOVIÁRIOS LTDA, destaca-se o
coordenador e atuação de INÁCIO COLOMBELLI para a prática dos crimes perpetrados
pela organização criminosa.
Com o aprofundamento das investigações, elucidou-se novos integrantes
da organização criminosa. Além dessas empresas, constatou-se revelante participação na
ORCRIM dos representantes da empresa SAMP CONSTRUTORA DE OBRAS LTDA.,
representadas por PAULO GUSTAVO GORSKI e PAULO TRENTO GORSKI, que
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prometiam quantias em dinheiro conforme eram solicitados por outros membros da
ORCRIM, inclusive por RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA.
6. No âmbito da área da saúde, com a deflagração de novas fases da
Operação Pecúlio e da Operação Nipoti, bem como com a análise dos resultados das
diligências realizadas, constatou-se que a organização criminosa possuía um forte braço
na área de saúde no município de Foz do Iguaçu/PR, junto a Fundação Municipal de
Saúde.
Em tal braço criminoso, estruturalmente ordenado e caracterizado por
divisão de tarefas, associaram-se RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, como chefe, ao
denunciado TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, JORGE YAMAKOSHI, CHARLLES
BORTOLO, GERALDO GENTIL BIESEK, GILBER DA TRINDADE RIBEIRO e PATRÍCIA
GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, que atuaram, em conjunto ou em épocas distintas, já
narradas no corpo da denúncia, como os organizadores e regentes do grupo criminoso,
com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza,
mediante a prática de diversos delitos como corrupções passivas, dispensas de licitações,
fraudes de licitações, contratações sem licitação, peculato de diversas modalidades,
usurpação de função pública, dentre outros, além de outros crimes.
Num patamar de importância imediatamente posterior aos acima
mencionados, surgem os denunciados MAHMOUD AHMAD JOMAA, EUCLIDES DE
MORAES BARROS JUNIOR, MELQUIDEZEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA
e REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, como coordenadores e agentes de
arrecadação e distribuição de propina, derivada de desvios e corrupções, enquanto os
denunciados SUSAMARA REGINATO, SALETE TONELLO, gerentes de compra em
épocas distintas, foram fundamentais para que as contratações ilegais e superfaturadas
ocorressem, num mesmo grau de importância dos denunciados MARLI TEREZINHA
TELLES, RENAN GUSTAVO BAEZ, LUIZ ANDRÉ PENZIN e MARIA LETIZIA JIMENEZ
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ABATTE FIALA, que atuavam como agentes operacionais e executivos do grupo.
Na outra ponta, destacam-se os beneficiários das fraudes licitatórios e
financiadores do caixa da corrupção, representantes de diversas empresas mencionadas
no corpo da denúncia: EVANDRO HENRIQUE FREIRE, MAURÍCIO IOPP, JEFFERSON
ANTONIO AGUIAR, ADEMILTON JOAQUIM TELES, ROSA MARCELA SOLENI
SIEBRE, LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO.
Destaca-se que alguns denunciados exerceram mais de uma função da
organização criminosa, como é o caso do denunciado EUCLIDES DE MORAES BARROS
JUNIOR, que de um lado, era beneficiado através de suas empresas dos esquemas
criminosos já narrados, mas, de outro lado, atuava como agente de arrecadação e
distribuição de propina.
Também deve ser destacado o papel relevante do denunciado
ADEMILTON JOAQUIM TELES, que exercia quatro funções na organização criminosa: a)
em razão de sua função pública (policial e membro de conselhos municipais de Foz,
atuava em prol da organização, seja no seu ofício de policial, seja como membro dos
conselhos, defendendo o Governo de RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA; b) receber de
propina mensal; c) prestador de serviços através de licitações e contratos fraudados e d)
por último, beneficiário de desvios e financiador de propina.
De outro lado, destacam-se àqueles que exerceram função pública e
atuaram em favor da organização criminosa, seja dispensando ilegalmente licitações, seja
contratando empresas por licitações direcionadas, ou até mesmo aqueles que foram
coautores de desvios e superfaturamentos, com infração de dever funcional e além disso
recebiam propina, seja ela ocasional ou habitual, como é o caso dos denunciados RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA, TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA, CHARLLES
BORTOLO, MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERRERIA CORREA DE SOUZA, GERALDO
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GENTIL BIESEK, GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, SALETE TONELLO, MARLI
TEREZINHA TELLES e MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA.
7. Por fim, cumpre destacar que a Organização Criminosa contava com o
auxílio de membros que auxiliavam na busca das vantagens indevidas com os
financiadores e repassavam tais valores a outros membros da ORCRIM, inclusive a RENI
CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA como JUAREZ DA SILVA SANTOS, DIEGO FERNANDO
DE SOUZA, AIRES SILVA e GIRNEI DE AZEVEDO.
Além disso, conforme descrito nos autos nº 5005325-03.2016.404.7002 e
será reforçado neste inicial, a participação de LUIZ CARLOS ALVES é imprescindível na
Organização Criminosa, na liberação dos pagamentos na ordem indicada pelos demais
membros. Ressalta-se que LUIZ CARLOS ALVES recebia quantia por fora de seu salário
para atuar em favor da ORCRIM. Aliás, tais valores também eram pagos para outros
membros como MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA, GERALDO
GENTIL BIESEK, RODRIGO BECKER e outros.
Desta feita, com ciência e participação de RENI CLÓVIS DE SOUZA
PEREIRA, na função de chefe, além daqueles que já foram denunciados na Ação Penal
nº 5005325-03.2016.404.7002 (RODRIGO BECKER, MELQUIDEZEQUE DA SILVA
FERREIRA CORREA DE SOUZA, MARIA LETIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA,
ANDERSON DE ANDRADE, SÉRGIO LEONEL BELTRAME, CHARLLES BORTOLO,
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO, CRISTIANO FURE DE FRANÇA, EVORI PATZLAFF,
CARLOS JULIANO BUDEL, VALTER MARTIN SCHROEDER, LUIZ CARLOS ALVES,
GIRNEI AZEVEDO, AIRES SILVA, VALTER MARTIN SCHROEDER JUNIOR, MARLI
TEREZINHA TELLES, REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO, HERMÓGENES DE
OLIVEIRA (“MOGÊNIO”), DARCI SIQUEIRA (DARCI DRM), EDÍLIO JOÃO DALL'AGNOL,
PAULO RICARDO DA ROCHA, BENI RODRIGUES PINTO, NILTON JOÃO BECKERS,
VILSON SPERFELD, FERNANDO DA SILVA BIJARI, EDSON QUEIROZ DUTRA, ANA
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PAULA MARTINS SANTOS, INÁCIO COLOMBELLI, EUCLIDES DE MORAES BARROS
JUNIOR, LUIZ ANDRÉ PENZIN, ALDEMIR HUMBERTO RAPOSO SOARES, SANDRO
HIDEO SAITO, MARIO CEZAR HABBY DOS SANTOS, LUIS HENRIQUE WIESS DE
CARVALHO, ALCIDES ROGÉRIO DE MOURA, LUIZ CARLOS KOSSAR, APARECIDO
PORFÍRIO DOS SANTOS, ROSINALDO LUZIANO DOS SANTOS, ALEXANDRO
TAVARES PEREIRA, IVAN LUIZ FONTES SOBRINHO, LUIZ ANTÔNIO PEREIRA e JOSÉ
CARLOS PACHECO), os denunciados ADELIR DINIZ DA ROSA, ADEMILTON
JOAQUIM TELES, ANICE NAGIB GAZZAOUI, EVANDRO HENRIQUE FREIRE, ÉRICO
DA ROSA MARQUES, FERNANDO HENRIQUE TRICHES DUSO, FABRÍCIO VIDAL,
GERALDO GENTIL BIESEK, GIANCARLO SCHETINI DE ALMEIDA TORRES, ISMAEL
COELHO DA SILVA, JEFERSON ANTÔNIO AGUIAR, JORGE YAMAKOSHI, JUAREZ
DA SILVA SANTOS, LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO, LUIZ AUGUSTO PINHO
DE QUEIROGA, MAHMOUD AHMAD JOMAA, MARINO GARCIA, MAURÍCIO IOPP,
PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ, PAULO CESAR QUEIROZ, PAULO
GUSTAVO GORSKI, PAULO TRENTO GORSKI, RENAN GUSTAVO BAEZ, RICARDO
ANDRADE, RICARDO VINICIUS CUMAN, ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE,
RUDINEI DE MOURA, RUI OMAR NOVICKI JUNIOR, SALETE TONELLO, SUSAMARA
REGINATO e TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA associaram-se e integraram,
organização criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas,
já narradas, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer
natureza, mediante a prática de infrações penais de peculato, corrupção ativa, corrupção
passiva, dispensa indevidas de licitação, fraudes de licitações, usurpação de função
pública, falsidades ideológicas, além de outros crimes, incorrendo assim no delito previsto
no artigo 2º, §º 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
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14. CONCLUSÃO
Assim sendo, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL oferece denúncia
em desfavor de:
ADAILTON AVELINO:
- Fato 9 (fato 1): artigo 312, in fine, do Código Penal;
- Fato 9 (fato 2): artigo 333 do Código Penal.
ADELIR DINIZ DA ROSA:
- Fato 4.1 (parte 1): artigo 333 do Código Penal, por 16 (dezesseis) vezes;
- Fato 4.1 (parte 2): artigo 333 do Código Penal, por 26 (vinte e seis) vezes;
- Fato 10.8: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
ADEMILTON JOAQUIM TELES:
- Fato 4.5: artigo 333 do Código Penal, por 6 (seis) vezes;
- Fato 11.12: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.14: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 304 c/c artigo 299, ambos do Código Penal;
- Fato 11.15: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 18 (dezoito)
vezes;
- Fato 12.4: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, §§ 1º e 2º, ambos do Código Penal,
por 8 (oito) vezes;
- Fato 12.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 297, 299 c/c artigo 304, todos do Código Penal;
- Fato 12.7: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 6 (seis) vezes;
- Fato 13: artigo 2º, §º 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
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AIRES SILVA:
- Fato 7.2: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 8.4.3 (fato 1): artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67c/c artigo 14, inciso II, do
Código Penal;
- Fato 8.4.3 (fato 2): artigo 312, § 1º, do Código Penal, por 4 (quatro) vezes;
- Fato 8.4.4: artigo 312, § 1º do Código Penal, por 3 (três) vezes.
ALEXANDRE SEBASTIAN HAUS DA SILVA:
- Fato 8.3.1: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 8.3.2: artigo 89 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
ALEXEI DA COSTA SANTOS:
- Fato 11.4: artigo 90 c/c artigo 99, §1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.8: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal.
ALICE MARIA MACEDO SILVA:
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
ANICE NAGIB GAZZAOUI:
- Fato 7.7: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.8: artigo 317 do Código Penal, por 3 (três) vezes;
- Fato 7.9: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.10: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, §º 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
BENI RODRIGUES PINTO:
- Fato 3.1: artigo 317 do Código Penal.
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CARLOS ALBERTO DOS SANTOS:
- Fato 7.11: artigo 317 do Código Penal.
CARLOS JULIANO BUDEL:
- Fato 2.2: artigo 333 do Código Penal, por 64 (sessenta e quatro) vezes;
- Fato 3.1: artigo 333 do Código Penal, por 3 (três) vezes;
- Fato 3.2: artigo 333 do Código Penal, por 4 (quatro) vezes;
- Fato 3.3: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 4.6: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 4.7: artigo 317 c/c artigo 29, ambos do Código Penal;
- Fato 8.4.3 (fato 1): artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67c/c artigo 14, inciso II, do
Código Penal;
- Fato 8.4.3 (fato 2): artigo 312, § 1º, do Código Penal, por 4 (quatro) vezes;
- Fato 8.4.4: artigo 312, § 1º do Código Penal, por 3 (três) vezes;
- Fato 8.5: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 8.6: artigo 317, do Código Penal.
CHARLLES BORTOLO:
- Fato 12.1: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 8 (oito)
vezes;
- Fato 12.2: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 2
(duas) vezes;
- Fato 12.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 297, 299 c/c artigo 304, todos do Código Penal;
- Fato 12.7: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 6 (seis) vezes.
CLAUDIO LUIZ PAMPLONA FREITAS:
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br418
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CRISTIANO FURE DE FRANÇA:
- Fato 5: artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 8.3.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 8.4.2 (fato 1): artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 10.4: artigo 333 c/c artigo 29, ambos do Código Penal.
DARCI SIQUEIRA (“DARCI DRM”):
- Fato 2.1: artigo 317 do Código Penal, por 12 (doze) vezes;
- Fato 2.2: artigo 317 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 3.2: artigo 317 do Código Penal.
DENIS CRISTIANO DOS SANTOS:
- Fato 11.8: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.9: artigo 92 c/c artigo 99, §1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código
Penal.
DIEGO FERNANDO DE SOUZA:
- Fato 4.1 (parte 1): artigo 317 do Código Penal, por 11 (onze) vezes;
- Fato 4.1 (parte 2): artigo 317 do Código Penal, por 15 (quinze) vezes;
- Fato 4.2: artigo 317 do Código Penal, por 15 (quinze) vezes;
- Fato 5: artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67.
- Fato 8.2.1: artigo 317 c/c artigo 29, ambos do Código Penal;
- Fato 8.3.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 8.4.1: artigo 317 c/c artigo 29, ambos do Código Penal.
EDÍLIO JOÃO DALL'AGNOL:
- Fato 2.1: artigo 317 do Código Penal, por 12 (doze) vezes;
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br419
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- Fato 2.2: artigo 317 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 7.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.2: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67.
EDISON ROBERTO BARDELLI:
- Fato 4.6: artigo 333 do Código Penal.
EDUARDO RODRIGUES DO VALE:
- Fato 10.7: artigo 333 do Código Penal.
ELCIO ANTÔNIO BARDELI:
- Fato 4.6: artigo 333 do Código Penal.
ELOE STEINMETZ:
- Fato 6.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 12.8: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 3
(três) vezes.
ERICO DA ROSA MARQUES:
- Fato 4.4: artigo 333 do Código Penal, por 14 (quatorze) vezes;
- Fato 13: artigo 2º, §º 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
EUCLIDES DE MORAES BARROS JUNIOR:
- Fato 11.13: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 19 (dezenove)
vezes;
- Fato 11.16: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 13 (treze) vezes;
- Fato 12.3: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal;
- Fato 12.6: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 12.8: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 3 (três) vezes;
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- Fato 12.10: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal;
- Fato 12.11: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal.
EVANDRO HENRIQUE FREIRE:
- Fato 6.2: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 11.3: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.4: artigo 90 c/c artigo 99, §1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 13: artigo 2º, §º 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
EVORI ROBERTO PATZLAF:
- Fato 8.3.2: artigo 89 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, por 2 (duas) vezes;
- Fato 8.4.3 (fato 2): artigo 312, § 1º, do Código Penal;
- Fato 8.4.4: artigo 312, § 1º do Código Penal, por 3 (três) vezes.
FABRICIO VIDAL:
- Fato 4.4: artigo 333 do Código Penal, por 07 (sete) vezes;
- Fato 13: artigo 2º, §º 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
FAISAL AHMAD JOMAA:
- Fato 6.4: artigo 333 do Código Penal.
FERNANDO COSSA:
- Fato 11.12: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
FERNANDO HENRIQUE TRICHES DUSO:
- Fato 3.3: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.2: artigo 317 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.3: artigo 317, do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br421
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- Fato 6.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.5: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 13: artigo 2º, §º 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
FLAVIO EISELE:
- Fato 4.7: artigo 333 do Código Penal.
FRANCISCO NOROESTE MARTINS GUIMARÃES:
- Fato 10.6: artigo 317 do Código Penal, por 3 (três) vezes.
GERALDO GENTIL BIESEK:
- Fato 6.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.2: artigo 317 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.3: artigo 317, do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 11.13: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 19
(dezenove) vezes;
- Fato 11.14: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 304 c/c artigo 299, ambos do Código Penal;
- Fato 11.15: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 18 (dezoito)
vezes;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
GESSANI DA SILVA:
- Fato 7.4: artigo 317 do Código Penal.
GIANCARLO SCHETINI DE ALMEIDA TORRES:
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
GILBER DA TRINDADE RIBEIRO:
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- Fato 6.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 11.17: artigo 89, parágrafo único da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código Penal,
por 15 (quinze) vezes;
- Fato 11.18: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 5
(cinco) vezes;
- Fato 12.6: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, §§ 1º e 2º, ambos do Código Penal, por
2 (duas) vezes.
GIRNEI DE AZEVEDO:
- Fato 7.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 8.3.1: artigo 317 c/c artigo 29, ambos do Código Penal;
- Fato 8.4.1: artigo 317 c/c artigo 29, ambos do Código Penal;
- Fato 8.4.2 (fato 1): artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 8.4.2 (fato 2): artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 8.4.3 (fato 2): artigo 312, § 1º, do Código Penal;
- Fato 8.4.4: artigo 312, § 1º do Código Penal, por 3 (três) vezes.
GUILHERME DE JESUS PAULUS:
- Fato 10.2: artigo 333 do Código Penal.
HERMÓGENES DE OLIVEIRA:
- Fato 2.1: artigo 317 do Código Penal, por 12 (doze) vezes;
- Fato 2.2: artigo 317 do Código Penal, por 8 (oito) vezes.
INÁCIO COLOMBELLI:
- Fato 8.4.1: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 8.4.2 (fato 1): artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 8.4.2 (fato 2): artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 8.4.3 (fato 1): artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67c/c artigo 14, inciso II, do
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br423
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Código Penal;
- Fato 8.4.3 (fato 2): artigo 312, § 1º c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 5 (cinco)
vezes;
- Fato 8.4.4: artigo 312, § 1º do Código Penal, por 6 (seis) vezes.
ISMAEL COELHO DA SILVA:
- Fato 4.3: artigo 333 do Código Penal, por 10 (dez) vezes;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
IVAN LUIZ FONTES SOBRINHO:
- Fato 7.8: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 7.10: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 10.5: artigo 333 do Código Penal.
JEFERSON ANTÔNIO AGUIAR:
- Fato 6.3: artigo 333, do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 11.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.6: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigo 29, do
Código Penal, por 6 (seis) vezes;
- Fato 11.7: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
JOÃO MATKIEVICZ FILHO:
- Fato 10.2: artigo 317 do Código Penal.
JONES MAGRINELI JUNIOR:
- Fato 11.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
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- Fato 11.6: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigo 29, do
Código Penal, por 6 (seis) vezes;
- Fato 11.8: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal.
JORGE YAMAKOSHI:
- Fato 11.2: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 11
(onze) vezes;
- Fato 11.3: artigo 89 c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.4: artigo 90 c/c artigo 99, §1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.6: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigo 29, do
Código Penal, por 6 (seis) vezes;
- Fato 11.7: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.8: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.9: artigo 92 c/c artigo 99, §1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código
Penal;
- Fato 11.10: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.11: artigo 92 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do
Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
JOSÉ CARLOS NEVES DA SILVA (“ZÉ CARLOS”):
- Fato 2.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 3.1: artigo 317 do Código Penal.
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br425
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JUAREZ DA SILVA SANTOS:
- Fato 4.3: artigo 317 do Código Penal, por 10 (dez) vezes;
- Fato 6.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
KAREN IZABELLA ROGONI MARQUEZI DE OLIVEIRA:
- Fato 11.17: artigo 89, parágrafo único da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código Penal,
por 15 (quinze) vezes.
LAERTE JUSTINO DE OLIVEIRA FILHO:
- Fato 11.17: artigo 89, parágrafo único da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código Penal,
por 15 (quinze) vezes;
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
LUIZ ANDRÉ PENZIN:
- Fato 11.16: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 13 (treze) vezes.
LUIZ ANTÔNIO PEREIRA:
- Fato 7.8: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 7.10: artigo 333 do Código Penal.
LUIZ AUGUSTO PINHO DE QUEIROGA:
- Fato 2.2: artigo 317 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 7.5: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.11: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 8.2.2: artigo 316 do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br426
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LUIZ CARLOS ALVES:
- Fato 6.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.2: artigo 317 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.3: artigo 317, do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.5: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 10.1: artigo 317 do Código Penal, por 13 (treze) vezes.
MAHMOUD AHMAD JOMAA:
- Fato 6.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.2: artigo 317 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.3: artigo 317, do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 11.1: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 11.8: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.9: artigo 92 c/c artigo 99, §1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código
Penal;
- Fato 11.13: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 19 (dezenove)
vezes;
- Fato 12.2: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 12.3: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal;
- Fato 12.6: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 12.10: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
MARCELO COLOMBELLI:
- Fato 8.4.3 (fato 2): artigo 312, § 1º c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 5 (cinco)
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br427
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR
vezes;
- Fato 8.4.4: artigo 312, § 1º do Código Penal, por 6 (seis) vezes.
MARCO CESAR CUNICO FATUCH:
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
MARIA LATIZIA JIMENEZ ABATTE FIALA:
- Fato 12.11: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal.
MARINO GARCIA:
- Fato 2.1: artigo 317 do Código Penal, por 12 (doze) vezes;
- Fato 2.2: artigo 317 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 3.2: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
MARLI TEREZINHA TELLES:
- Fato 12.3: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal;
- Fato 12.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 297, 299 c/c artigo 304, todos do Código Penal;
- Fato 12.7: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 6 (seis) vezes.
MAURICIO IOPP:
- Fato 6.2: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 11.3: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.4: artigo 90 c/c artigo 99, §1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
MELQUIZEDEQUE DA SILVA FERREIRA CORREA SOUZA:
- Fato 2.1: artigo 333 do Código Penal, por 84 (oitenta e quatro) vezes;
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br428
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- Fato 4.1 (parte 1) : artigo 317 do Código Penal, por 16 (dezesseis) vezes;
- Fato 4.1 (parte 2): artigo 317 do Código Penal, por 26 (vinte e seis) vezes;
- Fato 4.2: artigo 317 do Código Penal, por 26 (vinte e seis) vezes;
- Fato 4.3: artigo 317 do Código Penal, por 10 (dez) vezes;
- Fato 4.4: artigo 317 do Código Penal, por 14 (quatorze) vezes;
- Fato 4.5: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, §§1º e 2º, ambos do Código Penal, por 6
(seis) vezes;
- Fato 5: artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 6.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.2: artigo 317 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.3: artigo 317, do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.5: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 7.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.3: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.5: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 7.6: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 7.8: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 7.10: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 7.11: artigo 333 do Código Penal.
- Fato 8.2.1: artigo 317 c/c artigo 29, ambos do Código Penal;
- Fato 8.4.1: artigo 317 c/c artigo 29, ambos do Código Penal;
- Fato 9 (fato 2): artigo 333 c/c artigo 29, ambos do Código Penal;
- Fato 10.1: artigo 333 do Código Penal, por 11 (onze) vezes;
- Fato 10.2: artigo 317 c/c artigo 29, ambos do Código Penal;
- Fato 10.6: artigo 333 do Código Penal, por 3 (três) vezes;
- Fato 10.7: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 10.8: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br429
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- Fato 11.13: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 19 (dezenove)
vezes;
- Fato 12.4: artigo 333 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 12.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 297, 299 c/c artigo 304, todos do Código Penal;
- Fato 12.7: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 6 (seis) vezes;
- Fato 12.10: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal.
MICAEL SENSATO:
- Fato 8.3.2: artigo 89 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
MÔNICA MARINS JUSTINO DE OLIVEIRA:
- Fato 11.17: artigo 89, parágrafo único da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código Penal,
por 15 (quinze) vezes.
NEY ZANCHETT:
- Fato 8.5: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
NILZA ARGENTA MOREIRA:
- Fato 12.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 297, 299 c/c artigo 304, todos do Código Penal.
NILTON JOÃO BECKERS:
- Fato 6.5: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 7.2: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 8.2.1: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 10.4: artigo 333 do Código Penal.
OCIVALDO GOBETTI MOREIRA:
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br430
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- Fato 11.14: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 304 c/c artigo 299, ambos do Código Penal;
- Fato 12.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 297, 299 c/c artigo 304, todos do Código Penal.
ODAIR JOSÉ SILVEIRA:
- Fato 11.1: artigo 317, caput e § 1º, c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 2
(duas) vezes.
ORLANDO ARISTIDES ARCE MORALES:
- Fato 7.3: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes.
PATRÍCIA GOTTARDELLO FOSTER RUIZ:
- Fato 11.17: artigo 89, parágrafo único da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código Penal,
por 15 (quinze) vezes;
- Fato 11.18: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 5
(cinco) vezes;
- Fato 12.1: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 8 (oito)
vezes;
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
PAULO CESAR BARANCELLI DE ARAÚJO:
- Fato 10.4: artigo 333 do Código Penal.
PAULO CESAR QUEIROZ (“COQUINHO”):
- Fato 2.1: artigo 317 do Código Penal, por 12 (doze) vezes;
- Fato 2.2: artigo 317 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 3.2: artigo 317 do Código Penal;
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- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
PAULO GUSTAVO GORSKI:
- Fato 7.4: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
PAULO RICARDO DA ROCHA:
- Fato 2.1: artigo 317 do Código Penal, por 12 (doze) vezes;
- Fato 2.2: artigo 317 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 3.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.6: artigo 317 do Código Penal.
PAULO TRENTO GORSKI:
- Fato 7.4: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
RAIMUNDO GERALDO DAS NEVES:
- Fato 11.12: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
RAMON JOÃO CORREA:
- Fato 6.4: artigo 333 do Código Penal.
REGINALDO DA SILVEIRA SOBRINHO:
- Fato 7.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 12.3: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal;
- Fato 12.6: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 12.11: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal.
RENAN GUSTAVO BAEZ:
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- Fato 11.17: artigo 89, parágrafo único da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código Penal,
por 15 (quinze) vezes;
- Fato 11.18: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 5
(cinco) vezes;
- Fato 12.1: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 8 (oito)
vezes;
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
RENI CLÓVIS DE SOUZA PEREIRA:
- Fato 2.1: artigo 333 do Código Penal, por 84 (oitenta e quatro) vezes;
- Fato 2.2: artigo 333 do Código Penal, por 64 (sessenta e quatro) vezes;
- Fato 3.1: artigo 333 do Código Penal, por 3 (três) vezes;
- Fato 3.2: artigo 333 do Código Penal, por 4 (quatro) vezes;
- Fato 3.3: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 4.1 (parte1): artigo 317 do Código Penal, por 16 (dezesseis) vezes;
- Fato 4.1 (parte 2): artigo 317 do Código Penal, por 26 (vinte e seis) vezes;
- Fato 4.2: artigo 317 do Código Penal, por 26 (vinte e seis) vezes;
- Fato 4.3: artigo 317 do Código Penal, por 10 (dez) vezes;
- Fato 4.4: artigo 317 do Código Penal, por 14 (quatorze) vezes;
- Fato 4.5: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, §§1º e 2º, ambos do Código Penal, por 6
(seis) vezes;
- Fato 4.6: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 4.7: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 5: artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 6.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.2: artigo 317 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.3: artigo 317, do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.4: artigo 317 do Código Penal;
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- Fato 6.5: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 7.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.2: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 7.3: artigo 317 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 7.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.6: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 7.8: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 7.9: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 7.10: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 8.2.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 8.2.3: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 8.4.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 8.4.2 (fato 1): artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 8.4.2 (fato 2): artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 8.4.3 (fato 1): artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67c/c artigo 14, inciso II, do
Código Penal;
- Fato 8.4.3 (fato 2): artigo 312, § 1º c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 5 (cinco)
vezes;
- Fato 8.4.4: artigo 312, § 1º do Código Penal, por 6 (seis) vezes;
- Fato 8.5: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 8.7: artigo 1º, inciso I, do Decreto-Lei nº 201/67, por 15 (quinze) vezes;
- Fato 10.1: artigo 333 do Código Penal, por 13 (treze) vezes;
- Fato 10.2: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 10.4: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 10.6: artigo 333 do Código Penal, por 3 (três) vezes;
- Fato 10.7: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 10.8: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.1: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 11.2: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 11
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(onze) vezes;
- Fato 11.3: artigo 89 c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.4: artigo 90 c/c artigo 99, §1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.6: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigo 29, do
Código Penal, por 6 (seis) vezes;
- Fato 11.7: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.8: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.9: artigo 92 c/c artigo 99, §1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código
Penal;
- Fato 11.10: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.11: artigo 92 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do
Código Penal;
- Fato 11.12: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.13: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 19 (dezenove)
vezes;
- Fato 11.14: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 304 c/c artigo 299, ambos do Código Penal;
- Fato 11.15: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 18 (dezoito)
vezes;
- Fato 11.17: artigo 89, parágrafo único da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código Penal,
por 15 (quinze) vezes;
- Fato 12.1: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 8 (oito)
vezes;
- Fato 12.2: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 2
(duas) vezes;
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- Fato 12.4: artigo 333 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 12.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 297, 299 c/c artigo 304, todos do Código Penal;
- Fato 12.6: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, §§ 1º e 2º, ambos do Código Penal, por
2 (duas) vezes;
- Fato 12.7: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 6 (seis) vezes;
- Fato 12.10: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal.
RICARDO ANDRADE:
- Fato 6.1: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 6.2: artigo 317 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.3: artigo 317, do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 6.5: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
RICARDO VINICIUS CUMAN:
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
ROBERTO FLORIANI CARVALHO:
- Fato 12.10: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal.
RODRIGO BECKER:
- Fato 5: artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67;
- Fato 7.3: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 7.4: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 9 (fato 2): artigo 333 do Código Penal;
- Fato 10.1: artigo 333 do Código Penal, por 4 (quatro) vezes;
- Fato 10.3: artigo 316 do Código Penal;
- Fato 10.4: artigo 317 do Código Penal;
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br436
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- Fato 11.13: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal.
RODRIGO CAVALCANTE GAMA DE AZEVEDO:
- Fato 11.12: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
ROGÉRIO CALAZANS DE FREITAS:
- Fato 7.1: artigo 333 do Código Penal.
ROSA MARCELA SOLENI SIEBRE:
- Fato 11.12: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.14: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 304 c/c artigo 299, ambos do Código Penal;
- Fato 11.15: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 18 (dezoito)
vezes;
- Fato 12.5: artigo 89 e parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 297, 299 c/c artigo 304, todos do Código Penal;
- Fato 12.7: artigo 312 do Código Penal e artigo 1º do Decreto-lei nº 201/67, segunda
parte, por 6 (seis) vezes;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
ROSÂNGELA SCHUSTER:
- Fato 6.1: artigo 333 do Código Penal;
- Fato 11.10: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.11: artigo 92 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do
Código Penal.
ROSINALDO LUZIANO DOS SANTOS:
- Fato 4.2: artigo 333 do Código Penal, por 26 (vinte e seis) vezes.
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br437
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ROZIMERO BEZERRA DE SOUZA:
- Fato 11.12: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93.
RUDINEI DE MOURA:
- Fato 2.1: artigo 317 do Código Penal, por 12 (doze) vezes;
- Fato 2.2: artigo 317 do Código Penal, por 8 (oito) vezes;
- Fato 3.2: artigo 317 do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
RUI OMAR NOVICKI JUNIOR:
- Fato 4.3: artigo 333 do Código Penal, por 10 (dez) vezes;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
SALETE TONELLO:
- Fato 11.12: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.14: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 e
artigo 304 c/c artigo 299, ambos do Código Penal;
Fato 11.15: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, por 18 (dezoito)
vezes;
- Fato 11.16: artigo 317, caput e § 1º c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 13
(treze) vezes;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br438
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SANDRA FERREIRA DO NASCIMENTO:
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
SANDRO MAZALI:
- Fato 9 (fato 1): artigo 312, in fine, do Código Penal;
- Fato 9 (fato 2): artigo 317 do Código Penal.
SUSAMARA REGINATO:
- Fato 11.4: artigo 90 c/c artigo 99, §1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.6: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigo 29, do
Código Penal, por 6 (seis) vezes;
- Fato 11.8: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
TULIO MARCELO DENIG BANDEIRA:
- Fato 11.1: artigo 333 do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 11.2: artigo 328, parágrafo único c/c artigo 29, ambos do Código Penal, por 11
(onze) vezes;
- Fato 11.3: artigo 89 c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.4: artigo 90 c/c artigo 99, §1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.5: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.6: artigo 1º, inciso I, segunda parte, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigo 29, do
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br439
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Código Penal, por 6 (seis) vezes;
- Fato 11.7: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, da Lei nº 8.666/93;
- Fato 11.8: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93, c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.9: artigo 92 c/c artigo 99, §1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do Código
Penal;
- Fato 11.10: artigo 89, parágrafo único c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c
artigo 29 do Código Penal;
- Fato 11.11: artigo 92 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93 c/c artigo 29 do
Código Penal;
- Fato 12.2: artigo 333 c/c artigo 327, § 2º, ambos do Código Penal, por 2 (duas) vezes;
- Fato 12.9: artigo 90 c/c artigo 99, § 1º, ambos da Lei nº 8.666/93;
- Fato 13: artigo 2º, § 4º, inciso II, c/c artigo 1º, da Lei nº 12.850/2013.
Requer seja instaurado o adequado processo penal, com citação
dos denunciados e suas intimações nos demais termos do processo, até que seja
prolatada sentença definitiva, que se espera condenatória, intimando-se para depor sobre
os fatos narrados as seguintes vítimas, testemunhas e colaboradores:
A) VÍTIMA:
1. LUIZ CARLOS MEDEIROS, brasileiro, filho de Silvano Medeiros e Geremina Rocha
Medeiros, nascido(a) aos 12/10/1968, natural de Laranjeiras do Sul/PR, profissão
Engenheiro Civil, documento de identidade n° 4870522-7/SESP/PR, CNH 00705161879,
CPF 662.725.809-91, residente na Rua Balsas, n° 129, Casa, bairro Jardim Amanda, CEP
85.853-738, Foz do Iguaçu/PR, fone (45) 3529-9232, celular (45) 9969-3837, endereço
comercial na(o) Rua Santos Dumont, n° 460, bairro Centro, Foz do Iguaçu/PR, fone
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br440
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR
(45)35214600, e-mail: [email protected]. (FATO – concussão de RODRIGO
BECKER);
B) TESTEMUNHAS:
1. KYETLYN SALVATTI RAMOS, empresária, portadora do Documento de Identidade
RG nº 4.126.146-3 SESP/PR, residente na Rua Padre Montoya, nº 874, Centro, em Foz
do Iguaçu/PR;
2. DOMINGOS JOSÉ BUDEL, CPF 156.095.109-53, endereço residencial: Rua Costa
Rica, n. 1640, ap 21, Bacacheri, Curitiba/PR, CEP 82515 270 (FATO – mensalinho
controlado por CARLOS JULIANO BUDEL);
3. KARIN ALINE ZILLI COUTO, brasileira, casada, enfermeira, RG nº 6.022.606-7,
com endereço na Rua Francisco Makinski, 1862, Parque dos Estados, Santa Terezinha de
Itaipu/PR;
4. LEILA ADRIANE DO NASCIMENTO, brasileira, solteira, administradora, RG nº
5.641.000-1 SESP PR, CPF nº 903.632.309-63, Rua João Goulart, 66, Parque Presidente
I, Foz do Iguaçu/PR;
5. ROBSON LEANDRO CARDENAS, brasileiro, casado, administrador, RG nº
8.123.946-0 SSP PR, CPF nº 040.829.679-62, residente e domiciliado na Rua Rui Jacob,
395, Conjunto Aporã, nesta cidade de Foz do Iguaçu/PR;
6. ADEMIR FERREIRA DE SOUZA, diretor da 9ª Regional de Saúde, localizada na
Rua Santos Dumont nº460, Centro, Foz do Iguaçu/PR;
Rua Edmundo de Barros, n.º 660, Centro, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85.851-120 (45) 3521-4500 E-mail:PRPR-foz@mpf. mp .br441