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Mesmo antes de falarmos do Poetry Slam. Vamos falar de como ocupas o teu tempo.

Quais são as tuas áreas de interesse. As áreas que desenvolves alguma atividade

para além da área profissional.

Fora do trabalho são, basicamente, as artes e cultura. Como espectador, gosto muito

de ir a espetáculos. Gosto, pronto, estou ligado ao Poetry Slam. E gosto de desportos,

gosto de correr.

Começaste a correr há pouco tempo, não foi? (impercetível) grande tempo! Para

quem não é atleta de…

Sim, sim, sim.

Começaste a correr com que… (impercetível)

Comecei a correr há três meses. Portanto é isso que faço em questão de actividades.

E na área só agora, da cultura, que coisas vais mais, que é que gostas mais de fazer?

Gosto de ir a concertos de música, gosto de ir ao cinema, teatro e exposições. Um

bocadinho de tudo mas gosto bastante de fotografia, arte contemporânea. São as

coisas que mais gosto.

Lês poesia?

Sim, leio.

Tens algum nome, autor preferido, de referência. Que tenha ficado na cabeça?

Gosto de alguns poetas…

Pode ser alguém do Slam.

É assim: referências… Gosto de poetas sei lá (impercetível) do Cezariny… Sei lá, agora

nem estou a ver. Gosto de vários poetas. E do Slam tenho referências, as pessoas já

são quase amigos, não é? Mas gosto, sei lá, gosto de ver quase todos. Não quero estar

aqui a falar de ninguém específico…

Em que momentos é que tu lês poesia?

Em que momentos… São momentos mais de tranquilidade, em casa, ao fim de

semana. Mais por aí.

Costumas comprar livros de poesia?

Já não compro há bastante tempo.

Quando compras, onde é que costumas comprar?

Em livrarias.

Podia ser online…

Não, eu gosto mesmo da livraria. Gosto muito de ir a livrarias.

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O que é que te faz escolher comprar aquele livro?

Alguma coisa que… alguma crítica que tenha ouvido ou já conhecer o autor, é por aí.

Então quando vais comprar poesia já levas algum tipo de ideia ou também vais à

descoberta?

Muitas vezes vou lá explorara a secção de poesia. Se bem que eu acho que as secções

de poesia são sempre pequenas.

Havia, em lisboa, uma livraria só de poesia que fechou.

Qual?

Era ali no Príncipe Real, só, exclusivamente, poesia. Agora está-me a falhar o nome.

Se fechou também não posso lá ir…

Sim, mas ainda durou para aí uns dois anos, é muito difícil…

E na internet? Lês poesia?

Sim, sim. Também é muito pela internet, não é?

Tens algum site ou algum blogue que costumes seguir ou…

Estes poetas mais conhecidos faço uma pesquisa pelo Google e vai sempre dar aquele

citador, ou algum site de alguém que tenha posto um poema de um autor conhecido.

Depois em termos de sites de poesia…

Bloggers, por exemplo, que tenham blogues de poesia…

Tenho uns amigos que têm um blogue (inaudível)…

Mas costumas seguir com alguma regularidade?

Sim, não tanto de poesia. Mais de textos, de crónicas ou… não tanto de poesia.

De narrativas, não?

Sim, por aí.

Escreves poesia?

Sim.

Quando é que começaste a escrever?

Escrevi desde miúdo mas com pouca regularidade. Escrevia de vez em quando sem

grandes intenções e sem trabalhar muito os textos, o meu estado de alma. E depois aí,

por volta dos vinte e poucos anos comecei a participar numas sessões de poesia, nuns

recitais de poesia. Na altura no Cacém, num bar de um amigo, faziam lá umas sessões

de poesia – não tinha nada a ver com Slam – e, pronto, cheguei lá a ler uns textos.

Depois tive sempre ligação, também a teatro

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Ai sim?

Fiz, nessa altura, portanto há uns dez anos atrás. Nessa altura é que tomei contato

com ler poesia em público e com fazer teatro. E pronto depois, quando conheci o Slam

que comecei a escrever com mais regularidade.

E foi, mais ou menos, por volta dos vinte anos que começaste a partilhar as tuas

coisas. Por exemplo no bar desse amigo em leituras?

Sim, sim!

E outras formas de partilha? Publicavas alguma coisa na internet, em papel?

Na altura, não. Foi só agora desde que conheci o Slam.

E agora partilhas na internet?

Sim.

Em blogue, em vídeo…

Em blogues, em vídeos, em canal de poesia

(inaudível)

Está um bocadinho em “standby” mas sim. E o blogue, tenho o blogue.

Tens um blogue teu, certo?

Sim, (inaudível) blogspot.

Neste momento que tipo de eventos, só de poesia, frequentas? Podes voltar

também atrás, desde essa altura até agora.

Portanto, para além do Poetry Slam faço coisas muito específicas de vez em quando.

Um espetáculo ou coisas que não eram eventos, com amigos. Dizer poesia.

É um evento, portanto, com amigos.

Lançamentos de livros?

Já participei. Gosto de ir, tenho pena que não hajam mais. Fui ao do (inaudível) Araújo

que me convidou para participar no lançamento do livro dele, fomos lá ler uns textos.

Outra amiga que também lançou um livro.

Coisas de poesia, regulares, não há muito, não há assim muito. Eu até acho que há

uma falta.

Não és o primeiro que diz isso.

Para além do Slam, um espaço de leitura.

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No âmbito cultural e artístico já organizaste ou organizas eventos neste momento?

Já colaborei com o Poetry Slam de Lisboa.

Antes disso?

Antes disso, ligado ao teatro: fiz um espetáculo em conjunto com o grupo. Fizemos um

espetáculo (inaudível), estivemos quase um ano e meio em cena. Nada assim mais em

particular.

Nesses eventos és organizador mas também participas na parte criativa, artística…

Sim, sim…

Ou seja: és ator e organizador…

Sim.

Neste momento estás na organização do Poetry Slam (inaudível) …

Sim. Tivemos a primeira edição em Fevereiro

Quando é que ouviste falar, pela primeira vez, no Poetry Slam?

A primeira vez foi na internet. Foi num site ou numa divulgação qualquer que eu vi,

comecei em 2010 e pronto, despertou-me o interesse de ir assistir.

Lembras-te se era Português?

Sim, Lisboa.

E porque é que ficaste interessado em ir?

Para já porque gostava de poesia, já tinha participado há uns anos atrás e isso

despertou-me logo o interesse para ir assistir.

Bastou ser poesia para ficares curioso?

Sim! Não fazia a mínima ideia de o que era nem como funcionava. Foi, simplesmente,

pelo facto de perceber que era um evento de poesia.

Achas que há uma relação entre os teus hábitos culturais e artísticos, no geral, e a

proximidade e o interesse que tens pelo Poetry Slam?

Sim, acho que a questão de gostar de espetáculos, de assistir a performances está

ligado às coisas artísticas. Mas conheço muitas pessoas que até podem não ver muitos

espetáculos e vão, também, também gostam.

Sabes porque é que elas ficaram interessadas em ir?

Tenho casos de amigos que acabam por ser puxados para vir, que nunca tinham

assistido a eventos de poesia e dizem que gostam bastante. Ficam bastante satisfeitos,

é, para eles, uma surpresa.

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Conheces Slams de outros pontos do país? Quais?

Em Braga, Lisboa – Slam Sul – Amadora. Basicamente à volta de Lisboa (inaudível)

exatamente, Barcelona.

Queria perguntar-te isso: de outros pontos do mundo, de outros países…

Foi em Barcelona, fui ao Poetry Slam de Barcelona.

Quando?

Foi no Verão.

E então, como é que foi?

Gostei bastante! Acabei por participar.

Que comparações é que tu fazes entre os Slams daqui, entre si, vamos começar por

aí. Dos Slams que conheces daqui que semelhanças e diferenças encontras?

Semelhanças?

É o formato, é igual em todo o lado. O ambiente também é… se bem que o ambiente,

cada um tem a sua identidade própria.

E diferenças? Sentes que há algum tipo de diferença? A vários níveis: pessoas,

público, poemas, locais…

O Slam Sul tem muito público ligado ao Hip Hop. Espontaneamente acabam por

aparecer pessoas ligadas ao Hip Hop e depois vai mais por essa vertente. Fui a Braga e

achei que já era um estilo mais literário, também era o primeiro evento, pareceu-me

ser um ambiente assim mais clássico de poesia literária. Lisboa é um bocadinho de

tudo.

Mais eclético?

Sim! E, poe exemplo, em Barcelona aquilo já tem uma dimensão maior, já é uma

produção maior.

Sim! Já vi a sala e aquilo era enorme! Pelas imagens parece.

Sim! Em Madrid já fazem num teatro. Já é um espetáculo que vão e pagam e os

artistas já são performers, quase atores.

Que outras diferenças, comparando os de Barcelona com os daqui, que diferenças é

que encontras mais?

A dimensão da coisa, a produção penso que é maior. Já tem uma estrutura maior. Para

participar acho que aquilo é muito difícil porque há muitas pessoas a quererem

participar e eles têm que fazer uma seleção.

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Sabes como é que fazem?

Acho que eles punham uma data para receber candidaturas das pessoas, depois

selecionavam. Eu acabei por participar porque vinha de fora do país, de Barcelona, e

eles incluíram-me. Eles querem participantes, performers, de fora.

Mas leem os textos? Como é que é?

Não, eles não pediram textos. Eles pediam do género: “até ao dia tal as que mandarem

são as que são selecionadas”. Deu-me a ideia que há muitos participantes e têm que

limitar.

E lá é com que regularidade? É mensal?

Eles têm uma equipa de pessoas que só produzem… só estão preocupados… com a

divulgação. E têm a parte do apresentador, com o espetáculo em si. Aquilo já tem uma

máquina já mais…

Que vantagens e desvantagens vês nessa maior dimensão, comparada com a nossa.

Preferes alguma coisa das organizações mais típicas de Portugal? Que opinião tens

sobre isso?

Eu gosto do ambiente mais underground, não estou no Poetry Slam com a intenção de

espetáculo, pela fama. Mas não acho que seja mau que isso aconteça, pelo contrário.

Gostavas que os Slams Portugueses ficassem mais parecidos com o de Barcelona?

Sim, sim, gostava. Acho que vai ser a tendência natural, acaba por ser um bocadinho a

evolução do Slam.

Se conseguirmos que se faça dinheiro…

Fazer o tal de torneio nacional, conseguir que haja representantes de todo o país. Há

uma tendência para chegar aí. Por outro lado ainda vai ser preciso algum tempo.

E achas que vais sentir falta desse tal tom underground?

Eu espero que isso se mantenha, acho que isso não vai deixar de haver.

Achas que se vai conciliar?

Acho que sim. Não estou a ver que se torne um Slam só de performers, sem papel…

Pessoas que vão lá, com o seu texto, ler. Eu gosto muito.

Neste momento participas no Slam como Slammer, como organizador, como

público?

Sim.

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Como é que tu descreverias o Poetry Slam?

O Poetry Slam é um evento de poesia, é um encontro de pessoas em que o objetivo é

ler poesia de autoria própria. E o evento tem uma estrutura em jeito de concurso, em

jeito de torneio. Cria um formato de maneira que o público esteja atento, a ideia é os

participantes passarem por eliminatórias até haver um vencedor, sugerido pelo

público. E o Poetry Slam que resulta (inaudível) de texto com a interpretação. Acaba de

ser a combinação da poesia com a performance.

Neste momento és o organizador do Slam de Sintra, também já estiveste no de

Lisboa. Podes fazer uma caracterização breve do Poetry de Slam de Sintra?

Surgiu porque nós estávamos a participar num evento (inaudível) Slamaggedon (?) e

puseram-nos a escrever textos sobre o fim do mundo e estava lá uma amiga, na altura,

que é a Andreia e teve a ideia de fazermos o Poetry Slam em Sintra. Achou-se uma

ideia muito interessante e estava eu e o Nuno Piteira e nós dissemos que sim e fomos

logo fazer um evento para mostrar o que é o Poetry Slam. Isto foi para aí em dezembro

e era para fazer primeira edição em fevereiro, mas acabamos por não mostrar.

Fizemos logo a primeira edição porque achamos que o Poetry Slam tinha potencial em

Sintra, depois fomos a um sítio que é o “Legendary Café” e o dono queria muito lá o

Poetry Slam, já conhecia e achava que ia ser ali um sucesso.

De maneira que organizamos, eu essa rapariga que te falei – a Andreia – mais o dono

do bar, que nos ajudou, e mais pelo menos duas pessoas de lá.

Pessoas que ajudaram a título pessoal, não têm nenhuma associação por trás…

Sim, tudo a título pessoal.

Ia-te perguntar como foi o processo de criação mas já falaste um bocadinho sobre

isso.

Vocês pensaram que aquele bar seria interessante ou já tinham alguma dica que o

dono estava aberto a esse tipo de coisas?

Ela, quando falou connosco, já estava a pensar nisso.

Ela estava a falar por causa do espaço ou já sabia que a pessoa…

Conhecia o dono e portanto já sabiam que eles fazem lá outros eventos de poesia e de

maneira que perceberam que havia interesse pelo Poetry Slam.

Podes falar um bocadinho de como correu o primeiro?

Correu bem, tivemos muito público. Foi bom, a sala foi pequena para tanta gente,

tivemos nove participantes. Eu acabei, nessa primeira edição, por convidar dos ramos

que eu conheço para compor a lista de participantes, convidei um amigo para

acompanhar com música, fiz também a projeção de imagens (inaudível).

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E apresentas sozinho ou estás com mais alguém?

Apresentei sozinho, dessa vez. O Nuno Piteira tinha falado que eu e ele íamos

apresentar só que ele, entretanto, não estava cá em Portugal. Agora vai regressar,

estamos a pensar nele.

Há assim alguma situação ou circunstância que tenha criado alguma dificuldade para

levar a coisa para a frente?

Dificuldades… dificuldades de produção: conseguir assegurar o material de som.

Como é que fazes isso?

Consegui porque tive um amigo que me ajudou com a parte do som (inaudível) e essa

rapariga que arranjou um projetor de vídeo e eu levei um portátil. Depois chegamos lá

e as colunas que tinham levado não davam e o dono do bar arranjou um PA, na altura.

Como é que prevês o próximo, nesse aspeto?

As coisas acabaram por correr todas bem e tivemos o material todo que foi preciso

(inaudível) e à partida é uma questão de garantir.

As pessoas que colaboraram contigo, nesse sentido, estão disponíveis para o fazer.

São pessoas, não são entidades?

Sim!

Também desenvolvem alguma atividade artística e por isso é que têm esse material?

A parte de som vai ser lá o rapaz do bar, que vai garantir isso. O projetor de vídeo é um

amigo. É tudo um bocado na base da amizade. Não é nenhuma associação nem

organização.

E circunstâncias e situações que ajudaram a coisa a ir para a frente?

As pessoas! O entusiasmo das pessoas. Do que há mesmo dos outros Slams, o que for

preciso ajudarem em termos de informação, mesmo material que fosse preciso.

Depois, também, as pessoas que aceitaram o convite de participar.

Conseguiram, então, que outros Slams vos dessem apoio?

Sim.

Slams aqui da zona?

Sim, sim.

Neste momento há apoios e parcerias de pessoas para levar o Slam para frente?

Sim, sim. Temos também um projeto que é o “Reciclário” que fez o prémio (inaudível).

Tentamos associar e é uma ideia que queremos manter, termos ligação de projetos

artísticos que possam colaborar connosco, fazer alguma coisa a nível dos trofeus.

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Fazer isso a nível local, ter, em Sintra, projetos desse género?

Sim. O nosso objetivo, para a próxima edição, é ter lá pessoas de Sintra a participar,

desta vez foram mais convidados. E foi um bocadinho para mostrar às pessoas o que é

que era. O objetivo para a segunda edição, o mote, a palavra é: (inaudível). Um bocado

na ideia de trazer pessoas a participar pela primeira vez. Isso vai ser um desafio.

Eu sei.

Mas a ideia é essa: ter lá oito pessoas de Sintra a participar, seja pela primeira vez.

Vocês já têm alguma data prevista?

A data ainda não está fechada mas será lá para o fim de março. Queremos pessoas a

participar, à partida já conseguimos uma pessoa para fazer o cartaz. Fazer lá uma

exposição.

Para vocês é importante terem pessoas de outras áreas a trabalhar convosco?

Sim! É muito importante que o Poetry Slam seja uma forma de juntar artistas de várias

áreas e que todas as pessoas possam mostrar o seu trabalho.

Já houve reações e comentários da comunidade. Que tipo de feedback é que tens?

É assim: o feedback é bom. Todas as pessoas gostaram bastante, acharam

interessante. Muitas pessoas ficaram surpresas por ser o formato de concurso,

torneio. As pessoas ficam surpreendidas. De qualquer forma o feedback foi muito

bom! Em termos do Poetry Slam de Sintra foi só mesmo a questão do espaço ser

pequeno, provavelmente vamos ter que pensar num sítio maior. Mas as pessoas

gostaram, acharam interessante.

Falaste que vai ser preciso outro sítio. Em relação ao futuro do Slam de Sintra: que

outras coisas já vislumbras?

Para já é edição em edição e assegurar a continuidade. Para isso é fazer o segundo e

depois pensar no terceiro. Mas gostávamos bastante de fazer o Slam, Sintra é um sítio

que tem sítios muito bonitos e gostávamos muito de fazer em palácios.

Agrada-vos a ideia de cada vez ser em um sítio diferente ou acham que é melhor ser

sempre no mesmo sítio?

Eu sou da opinião que seja fixo, sempre no mesmo sítio. Mas, depois, poder fazer

sessões especiais em outros sítios, sim. Eu sou da opinião que deva acontecer

mensalmente, no mesmo sítio, na mesma altura, na mesma hora para ganhar um

público regular. Mas depois, claro, haver potencial para o Poetry Slam para outros

lugares

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Como é que vês o futuro do Slam em Portugal, de uma maneira geral?

Acho que tem potencial para se desenvolver, para se tornar uma coisa maior, mais

conhecido com Slammers mais a sério no sentido de performances.

Achas que vai haver mais Slams?

Sim, acho que sim! Eles não param de aparecer.

Em termos de colaboração e de rede, como é que achas que vai ser daqui a cinco

anos?

Acho que sim! Isso agora pela possibilidade que há do torneio nacional, das

possibilidades de concorrer a subsídios, ter apoios. Mais ano menos ano vai ser

possível conseguir apoios e patrocínios para haver uma organização mais séria,

portanto. Não fazer isto só de forma voluntária, acho que vai desenvolver, acho que

vai crescer, sim.

Como é que sentes o teu envolvimento no Slam? Como é que pões em palavras a

forma que estás no Slam?

A nível pessoal vejo o Poetry Slam como um estímulo criativo, vejo até mais como um

objetivo de escrita criativa e acontece-me muito participar no Slam com textos escritos

no dia, ou no dia anterior, um bocadinho movido pelas coisas do presente. Depois

acabo por não trabalhar muito os textos em termos de performance, interessa-me

mais o ato de escrever, o ato de poder dizer alguma coisa que seja do presente, que

seja atual, que esteja a sentir ou que seja da atualidade há minha volta. É o que

costuma acontecer e não gosto muito de repetir os textos. Apesar de (inaudível) gosto

de escrever qualquer coisa na altura e as coisas têm acontecido nessa linha. Acho que

tem coisas boas e acho que tem coisas más, podia melhorar a minha performance e

isso não acontece. Mas sim, vejo como um desafio criativo e depois pela parte do

convívio e pela parte de estar com as pessoas, fazem-se amizades.

E estás com essas pessoas sem ser no Slam?

Sim! Desde 2002 que conheço o Slam e entretanto já fiz amigos, sim. Já fizemos

espetáculos paralelos ao Slam (inaudível), umas performances e criar espetáculos de

poesia, de música.

Ainda estás com esse projeto?

Agora está meio parado. O (inaudível) é que era o grande dinamizador disso e,

entretanto, ele agora não está cá e está um bocadinho parado mas há a possibilidade

de a qualquer altura retomar.

Como é que é escrever para participar num Slam em oposição a escrever para outro

objetivo qualquer?

Antes de conhecer o Slam escrevia para mim, depois de conhecer o Slam acabei por

juntar a isso o escrever para os outros.

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A tua escrita altera-se por causa disso? Escreves de outra forma, pensas noutras

coisas para fazer um texto?

Sim, tem que se (inaudível) em termos de temas da atualidade, penso nisso como uma

espécie de intervenção, crítica social e tento, quando estou a escrever, provocar as

pessoas. Há textos que não servem para o Slam, são coisas, sei lá, muito introspetivas

e acho que isso se torna aborrecido no Poetry Slam e acho que os textos do Slam

devem ser mais dinâmicos e conseguir captar a atenção das pessoas. Em termos de

poesia ela deve ser adaptada às pessoas e tornar o discurso mais imediato.

Isso também responde ao que te ia perguntar agora: como é que escolhes os textos

que vais usar no Slam?

Pela temática ou então é assim: depois também tenho uma tendência para escrever

coisas sobre mim próprio. Acabo por fazer reflexões sobre mim próprio: o que eu sou,

o que eu poderia ser, como que andar a descobrir a mim próprio, a inventar-me

através da poesia. E é imprimir entusiamo na forma como as coisas são ditas, isso

também é muito importante.

Estás a falar da forma como fazes a performance do texto?

Pode não ser a performance real mas a forma como é dito e o entusiasmo e a emoção

que ponho nas palavras e acho que é importante para fazer Poetry Slam. Deves chegar

às pessoas através da atualidade ou através da forma como dizes.

Gosto de ler os poemas que publicas no Facebook, o humor e recontextualização.

Não levas aqueles poemas ao Slam porquê?

São tiradas curtas…

Mas o estilo que usas é um humor muito bem conseguido.

Tem algum sarcasmo, uma ironia nas coisas.

Às vezes pegas na palavra e pões num contexto completamente diferente.

Sim, o explorar dos sentidos das palavras: “o anão é doido por anonas.”. Acho que é

um estilo diferente de poesia, o tal “Stand Up Poetry” e eu ainda não explorei muito.

Tenho um texto que estou a falar com a Presidente da Assembleia da República e que

estou na bancada parlamentar dos poetas.

Já levaste esse texto?

Sim, sim.

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É uma crítica à austeridade dirigida à Presidente da Assembleia da República.

O que e que achaste para levar esse texto ao Slam?

Às vezes repito mas esse texto foi a alguns Poetry Slams e a outros não foi.

E o que é que achas disso?

Acho que é sempre aquela coisa das pessoas… Tem sempre a carga da subjetividade

das pessoas que são escolhidas para júri e acho que – em jeito de crítica – que o júri

devia ser mais bem selecionado.

Mas achas que há textos que são sempre bem aceites e que outros não?

Por exemplo esse texto houve alturas em que, quando o escrevi, parecia muito atual e

gostaram e depois, passadas duas semanas, as pessoas já estavam fartas da conversa

da austeridade e foi aborrecido, foi repetitivo. Já estavam tanto… acabou por não ter o

mesmo impacto. Lembro-me que tive cotações de três e achei aquilo horrível.

Tu preparas-te previamente de alguma forma?

Preparo-me muito mal. Tenho uma série de textos e depois é uma grande luta, qual é

o texto que vou ler.

Porquê?

Tenho três ou quatro textos e nunca sei. Normalmente, o primeiro, sei.

Entre os três ou quatro textos nunca sabes muito bem qual é a ordem…

Sim e isso para mim é uma grande dificuldade.

Mas fazes alguma leitura prévia?

Sim, faço uma leitura prévia, faço várias leituras prévias. Falta-me, também, ler com

outra pessoa, isso é importante. Nos casos em que eu o fiz, isso foi bom!

Gostaste da experiência?

Sim porque estás com um amigo, lês o texto e ele dá feedback.

Consideraste poeta?

Sim.

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Porquê?

Considero-me poeta na mesma forma que todas as pessoas têm um sentido poético

dentro delas. Na forma de captar as coisas, numa forma para além (inaudível) objetiva.

Dessa forma eu sou poeta, da maneira como (inaudível) tudo há minha volta.

(inaudível) É-se poeta muito antes de se escrever o poema, depende da forma como

vês as coisas e essa atitude é que me fez ter vontade de escrever. Agora não acho que

seja um poeta no sentido formal da coisa.

Que sentido é esse?

No sentido de ser um escritor publicado. Mas como pessoa eu sou assim.

Também participas no Poetry Slam como parte do público?

Sim.

Porque é que escolhes o Poetry Slam em relação a outras coisas que possas fazer na

mesma altura, em relação a outros eventos?

Por um lado há sempre aquela surpresa de ver quem é que vai aparecer, que textos é

que vão aparecer. E depois este lado espontâneo das pessoas, experimental da coisa.

Porque é que não vais, antes, ver uma peça de teatro ou um filme que gostas muito?

Para já por ter este lado de performance, continuo a ir ao teatro, (inaudível) até

porque esse lado da performance interessa-me. E depois ser esse tal lado experimental

da coisa.

Já fizeste parte do júri alguma vez?

Já. A primeira que fui, como contei há bocado, fui logo júri.

No primeiro Slam que foste ver?

Que fui assistir, sim.

Como é que decides a pontuação que vais dar?

Sendo de um a dez, é muito difícil eu dar uma pontuação abaixo de cinco. Porque acho

que ninguém merece ter abaixo de cinco. Só o facto de ter ido lá já merece e depois é

o alternar ali entre as prestações mais fracas e as muito boas.

E isso é o quê?

Dou um nove quando a coisa é realmente muito bem-feita! O texto e a performance é

tudo muito bom, o sete poderá ser porque uma das coisas é boa e a outra não.

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Eu gosto muito de um bom texto, da parte da parte da qualidade do texto: bem

escrito, boa linguagem. Os textos da Joana Reis, a riqueza do texto, tem várias

camadas. Isso, para mim, é muito interessante. Procuro mais o texto, se a performance

não for boa, se a pessoa estiver muito nervosa… Quando o texto é bom capta-me bem.

Quando estás no papel de júri quais são as tuas principais dificuldades?

Não dou abaixo de cinco, porque já assisti a tantos (Slams), ninguém merece. Só se a

pessoa for desrespeitar o espetáculo em si. Não sinto muitas dificuldades.

O que pensas sobre o formato da competição?

Acho que é bom porque atraí público e mantém as pessoas até ao fim. Acho que isso é

uma das virtudes do Poetry Slam. Se fosse um recital se calhar as pessoas entravam e

depois iam embora. Acho que a capacidade que o Poetry Slam tem de juntar as

pessoas à volta da poesia, muitas vezes nem tendo interesse especial pela poesia. Mas

também se perde, lá está, a verdadeira essência da coisa porque se é (inaudível) a uma

avaliação acho que fica um bocado esquisito. Por isso é que eu digo que faz falta que

hajam (inaudível) de poesia sem avaliação, às vezes torna-se… Perde-se a essência da

poesia, torna-se num concurso, é assim que tem de ser.

Eu gosto quando chega o momento do microfone aberto, a coisa torna-se livre e não

há avaliações.

Como é que achas que é a participação, comparando as duas coisas?

As pessoas que não passaram a primeira ronda têm três textos e querem dizer os

outros textos, vão ao microfone aberto. E as pessoas que começaram a participar no

microfone aberto para ganhar impulso para participar na competição.

Não tem o tempo, podes usar adereços…

Muitas vezes acontece que o público vai embora e as pessoas desvalorizam o

microfone aberto. O Poetry Slam Sul faz uma coisa interessante: faz o microfone

aberto antes da final, de maneira que mantém ali as pessoas. Por um lado acho que é

bem pensado. Porque as pessoas, muitas vezes, vão-se embora e não valorizam o

microfone aberto, tenho pena que assim seja.

O que é que tu pensas sobre o papel do júri?

São eles que apuram o melhor, é assim: a coisa acaba por bater certo. Mas, às vezes,

não levam a coisa muito a sério, vão para lá dar dez, dez, dez.

O que achas dessa característica de qualquer pessoa poder ser júri?

Eu acho que é bom. Mas deve ser-lhes explicado, que tenham realmente interesse.

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Mas achas que se devia arranjar uma forma de garantir isso?

Tentar que as pessoas assumam esse papel. Valorizarem as performances, o texto,

perceberem o que é que é muito bom e o que é que é muito mau. Serem justos de

acordo com a perspetiva, não estarem a sobreavaliar ou a subavaliar. Critérios não

digo mas que elas tenham isso em conta e que não o façam de uma forma sem ser

ponderada, reflitam um bocadinho sobre a coisa e não me coibo nada de ver um júri

que está a dar umas pontuações da treta “Olha que isso, pá! Vamos lá votar a sério”.

Não querendo influenciar mas se me aparecesse um caso como esse dizia para eles

votarem em condições.

Porque é que sentes essa necessidade de lhes dizer isso? Achas que está a

desvalorizar quem leu, quem participou, o público?

Sim, sim. Está a desvalorizar, acima de tudo, o público. Se ele não foi tão bom e a

pessoa está a dar dez pode estar a acontecer pessoas com menos valor irem à final. É

só uma ideia o júri conseguir guiar os.. (inaudível).

Achas que é possível que o júri, que está a ali a dar a sua opinião, não veja os mais

empenhados, que não tenha a mesma opinião?

Claro que sim, aceito isso, sim, sim.

O que é que pensas sobre a obrigatoriedade dos textos serem criados pela pessoa

que os vai ler?

Acho que isso é muito bom. Porque é dela, inventiva as pessoas a levarem os seus

textos, acho que a criatividade… E como isto não tem nenhum pré-requisito qualquer

pessoa vai poder expor (inaudível), qualquer pessoa pode fazer. Tem um grande valor,

não é fácil e muitas pessoas surpresas por acharem que qualquer pessoa pode

participar.

Não sei se tens tido essa experiência mas muitas vezes as pessoas vêm-nos perguntar

o que é que é preciso e nós dizemos: “É preciso escreveres e escreveres!”

Exatamente.

“Mas é só isso?”

Eu acho isso muito bom. Por isso é que eu acho que mesmo que as pessoas estejam

nervosas, que não seja bom, é pela oportunidade que o Poetry Slam dá. Gosto de ver.

Na tua opinião qual é que achas que foi a razão para se ter inventado, criado um

evento destes, com estas características?

É assim: isto é uma coisa muito Americana.

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O que é que achas que motivou isso, que motivou – quem criou – a fazer uma coisa

assim? Com formato de competição, etc.

Acho que sentiu necessidade de desenvolver este lado da performance, depois de

desenvolver a interação entre o público e os artistas. Foi uma experiência, no início, e

que percebeu que era uma coisa que funcionava bem, as pessoas são recetivas a isto.

Achas que há um tipo de texto do Slam, um tipo de poesia própria?

Provavelmente sim, surgir um estilo mais ligado ao Slam. Performances marcadas pelo

ritmo da voz. Por coisas só que não o texto em si e acho que isso também surge por

influência dos que assistem. Há um estilo tipo “Spoken Word” que lava para a poesia

um texto de uma forma específica.

E achas que isso tem influência em outras áreas artísticas? Que se vê ali na estética

das performances, ou nos textos, influências de outras áreas?

Acho que, basicamente, é a literatura e o teatro.

O que é que tu gostas mais no Poetry Slam?

É de ser surpreendido, sei lá… Desde jovens a participar com textos muito bons e é

aprender com os outros.

E o que é que gostas menos?

Gosto menos de júris que não levam aquilo a sério, desconsideração do público –

muitas vezes – não respeitarem o tempo dos poetas.

Provavelmente já falaste com pessoas que não sabem o que é o Slam. Quando as

queres convidar a ir, o que é que dizes?

O Poetry Slam é uma noite de poesia que é muito interessante, é muito divertido

porque é diferente. Não envolve só a poesia, é uma coisa que o público vota a

participação de cada poeta lê os seus textos. Anda ver porque vais gostar.

Depois o que é que atrai as pessoas? O que leva as pessoas a continuar a ir? Tanto

público como Slammers, o que é que os atraí?

As pessoas que se mantém é porque gostam mesmo de poesia ou das performances.

Também há muitas pessoas que aparecem e depois não voltam.

Mas aquelas que aparecem e ficam a gostar, que é que achas que as atraí?

O espetáculo em si, a forma como a vibração que há ali. As pessoas a participar e

depois haver a votação, acaba por gerar ali um entusiasmo, uma expectativa, vamos lá

ver quem vai ganhar isto desta vez. Quem é que são os participantes, depois cria-se

um formato, uma curiosidade em voltar para perceber como é que vai ser desta vez

porque depois nunca há um igual ao outro. Quem gosta acaba por gostar de voltar.

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Na tua opinião para que é que serve o Poetry Slam?

Serve para juntar pessoas, para as pessoas se poderem exprimir. Por os seus textos cá

para fora, descobrirem coisas novas nos seus textos. Pode até ter uma função

(inaudível) social das pessoas, fazer novas amizades.

Achas que existe uma comunidade à volta do Poetry Slam?

Sim, acho que existe. Existem pessoas que são participantes regulares. Portanto acho

que sim.

Tendo em conta a tua experiência tendo em conta que és frequentador de vários

eventos de poesia podes fazer-me uma comparação entre outros eventos de poesia

em que há leituras, lançamentos de livros, com o Poetry Slam?

Os outros eventos de poesia são uma coisa mais formal, mais séria, com menos

entusiasmo e o Poetry Slam é um evento mais dinâmico. Mais interação com o público,

em que as pessoas participam, mais surpresas, mais incerteza. Não se sabe muito bem

como vai ser o fim daquilo, tem um lado mais experimental.

Que é que te interessa mais num e noutro? Preferes o quê, com que é que te

identificas mais?

Eu gosto mais do Poetry Slam porque é mais interessante em termos de… Para já é

mais interessante enquanto espetáculo, depois em termo de participação é o valor que

isso tem para quem participa. Qualquer pessoa pode participar e por à prova tem um

valor cultural muito importante.

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