MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA
Manual Operacional da Segunda Etapa da Fase 2 do PROESF - Projeto de Expansão e
Consolidação da Estratégia Saúde da Família
Adesão e Contratualização Estadual ao Saúde Mais Perto de Você – Acesso e Qualidade, Programa Nacional
de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção
Básica - PMAQ
PROESF – ESTADOS Brasília - DF
2012
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 2
MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
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Manual Operacional da Segunda Etapa da Fase 2
Projeto de Expansão e Consolidação da Estratégia Saúde da Família
A segunda etapa da fase II do PROESF relaciona-se com o atual momento de desenvolvimento
da atenção básica brasileira marcado pela publicação da Portaria n 2.488, de 21 de outubro de
2011 que aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e
normas para a organização da Atenção Básica e para a Estratégia Saúde da Família e da Portaria
n. 1.654, de 19 de julho de 2011 que institui o “Saúde Mais Perto de Você - Acesso e Qualidade,
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica PMAQ.
PROESF – ESTADOS
Brasília - DF
2012
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 3
Sumário
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4
1.1 Programa de Expansão e Consolidação da Estratégia Saúde da Família - PROESF ........ 4
1.2 A Política Nacional de Atenção Básica - PNAB ................................................................ 4
1.3 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica - PMAQ .
......................................................................................................................................... 6
2 OBJETIVOS DO PROESF ............................................................................................................ 9
3 FASES DE IMPLANTAÇÃO DO PROESF ..................................................................................... 9
3.1 ADESÃO E CONTRATUALIZAÇÃO ..................................................................................... 9
3.2 PLANEJAMENTO FÍSICO – FINANCEIRO ......................................................................... 12
3.3 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 12
3.3.1 Apoio Institucional ....................................................................................................... 12
3.3.2 Educação Permanente para a Gestão e as Equipes de Atenção Básica ....................... 14
3.3.3. Monitoramento e Avaliação ....................................................................................... 15
3.3.4. Financiamento da Atenção Básica – Co-financiamento Estadual ............................... 16
4 FINANCEIRO e AQUISIÇÕES ................................................................................................... 17
4.1 HISTÓRICO ..................................................................................................................... 17
4.2 CRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO DO TETO FINANCEIRO ...................................................... 17
4.3 LISTA POSITIVA .............................................................................................................. 18
4.4 ORIENTAÇÕES SOBRE OS PROCESSOS DE AQUISIÇÕES (REGRAS BRASILEIRAS E BIRD)19
4.4.1Aquisições de Bens e Contratação de Obras ................................................................ 19
4.4.2Contratação de Consultoria .......................................................................................... 20
4.5 FLUXO DE EXECUÇÃO .................................................................................................... 20
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 21
6 ELABORAÇÃO E INFORMAÇÕES ............................................................................................ 22
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 4
1. INTRODUÇÃO
1.1 Programa de Expansão e Consolidação da Estratégia Saúde da Família - PROESF
O Programa de Expansão e Consolidação da Estratégia Saúde da Família é uma iniciativa do Ministério
da Saúde, viabilizada a partir de um acordo de empréstimo celebrado com o BIRD (Banco Internacional
de Reconstrução e Desenvolvimento), com o objetivo de apoiar, por meio de transferência de recursos
financeiros fundo a fundo, a expansão, qualificação e consolidação da Estratégia Saúde da Família (ESF)
nos municípios com população superior a 100 mil habitantes os Estados e no Distrito Federal.
O acordo teve início em dezembro de 2003 e encerrou-se em junho de 2007. Esse período ficou
conhecido com FASE I do PROESF e teve como resultado a extensão de cobertura média de 25,7% para
34,4% nos 184 municípios integrantes desta fase.
Em 2009 foi firmado novamente um acordo entre o Ministério da Saúde e o BIRD para continuidade da
FASE I do PROESF, agora compreendendo o período entre novembro de 2009 até março 2013, que foi
chamada FASE II do Programa de Expansão, Consolidação e Qualificação da Estratégia Saúde da Família
nos grandes centros urbanos brasileiros.
Na FASE 2, o PROESF, contempla três componentes que agrupam um conjunto de subcomponentes e
atividades, componente I: Expansão e qualificação da Estratégia Saúde da Família nos municípios com
população acima de 100 mil habitantes; componente II: Fortalecimento da capacidade técnica de gestão
das Secretarias Estaduais de Saúde, por intermédio das respectivas coordenações de Atenção Básica e
componente III: Fortalecimento da gestão federal e apoio ao fortalecimento das gestões Estaduais, do
Distrito Federal e municipais da Atenção Básica à Saúde.
A segunda etapa da FASE 2 do projeto relaciona-se com o atual momento de desenvolvimento da
Atenção Básica no Brasil marcado pela publicação da Portaria n 2.488, de 21 de outubro de 2011 que
aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica e para a Estratégia Saúde da Família e da Portaria n. 1.654, de 19 de
julho de 2011 que institui o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção
Básica (PMAQ-AB).
1.2 A Política Nacional de Atenção Básica - PNAB
A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para a expansão
e consolidação da Atenção Básica. A qualificação da Estratégia de Saúde da Família e de outras
estratégias de organização da atenção básica deverão seguir as diretrizes da Atenção Básica e do SUS
configurando um processo progressivo e singular que considera as especificidades locorregionais.
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo,
que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a
reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção
integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 5
condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado
e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de
territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade
existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e
variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde de maior frequência e
relevância em cada território, observando critérios de risco, vulnerabilidade e resiliência, bem como o
imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
A Atenção Básica se desenvolve com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo
próxima da vida das pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada
e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da
responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. A Atenção Básica considera o
sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral.
A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes:
I - ter território adstrito, de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o
desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com impacto na situação, nos condicionantes e
determinantes da saúde das coletividades que constituem aquele território sempre em consonância
com o princípio da equidade;
II - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos,
caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da rede de atenção, acolhendo os
usuários e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de
saúde; o estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento pressupõe uma
lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde, que parte do princípio de que a unidade de
saúde deva receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de modo universal e sem
diferenciações excludentes. O serviço de saúde deve se organizar para assumir sua função central de
acolher, escutar e oferecer uma resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de
saúde da população e/ou de minorar danos e sofrimentos desta, ou ainda se responsabilizar pela
resposta, ainda que esta seja ofertada em outros pontos de atenção da rede. A proximidade e a
capacidade de acolhimento, vinculação, responsabilização e resolutividade são fundamentais para a
efetivação da Atenção Básica como contato e porta de entrada preferencial da rede de atenção;
III - adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a
população adscrita garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A
adscrição dos usuários é um processo de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a
profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. O vínculo, por sua vez,
consiste na construção de relações de afetividade e confiança entre o usuário e o trabalhador da saúde,
permitindo o aprofundamento do processo de corresponsabilização pela saúde, construído ao longo do
tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico. A longitudinalidade do cuidado pressupõe a
continuidade da relação clínica, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e
usuários ao longo do tempo e de modo permanente, acompanhando os efeitos das intervenções em
saúde e de outros elementos na vida dos usuários, ajustando condutas quando necessário, evitando a
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 6
perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento das histórias
de vida e da coordenação do cuidado;
IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integração de ações programáticas e
demanda espontânea; articulação das ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à
saúde, tratamento e reabilitação e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias
a estes fins e à ampliação da autonomia dos usuários e coletividades; trabalhando de forma
multiprofissional, interdisciplinar e em equipe; realizando a gestão do cuidado integral do usuário e
coordenando-o no conjunto da rede de atenção. A presença de diferentes formações profissionais assim
como um alto grau de articulação entre os profissionais é essencial, de forma que não só as ações sejam
compartilhadas, mas também tenha lugar um processo interdisciplinar no qual progressivamente os
núcleos de competência profissionais específicos vão enriquecendo o campo comum de competências
ampliando assim a capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa organização pressupõe o
deslocamento do processo de trabalho centrado em procedimentos, profissionais para um processo
centrado no usuário, onde o cuidado do usuário é o imperativo ético-político que organiza a intervenção
técnico-científica; e
V - estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na
construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território, no enfrentamento dos
determinantes e condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de saúde a partir de
lógicas mais centradas no usuário e no exercício do controle social.
1.3 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica - PMAQ
Uma das principais diretrizes atuais do Ministério da Saúde é executar a gestão pública com base em
processos e resultados mensuráveis, garantindo acesso e qualidade da atenção em saúde a toda a
população. Nesse sentido, diversificados esforços têm sido empreendidos no sentido de ajustar as
estratégias previstas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) na direção de reconhecer a
qualidade dos serviços de Atenção Básica (AB) ofertados à sociedade brasileira e estimular a ampliação
do acesso e da qualidade nos mais diversos contextos existentes no país.
O PMAQ se insere neste contexto, a partir do qual o Governo Federal, progressivamente, se
compromete e desenvolve ações voltadas para a melhoria do acesso e da qualidade no SUS. Entre elas,
é importante destacar o Programa de Avaliação para a Qualificação do SUS, que possui como objetivo
principal, avaliar os resultados da nova política de saúde, em todas as suas dimensões, com destaque
para o componente da Atenção Básica. Trata-se de um modelo de avaliação de desempenho dos
sistemas de saúde, nos três níveis de governo, que pretende mensurar os possíveis efeitos da política de
saúde com vistas a subsidiar a tomada de decisão, garantir a transparência dos processos de gestão do
SUS e dar visibilidade aos resultados alcançados, além de fortalecer o controle social e o foco do sistema
de saúde nos usuários.
O principal objetivo do Programa é induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção
básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente de maneira
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 7
a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica
em Saúde.
Entre os seus objetivos específicos, podemos destacar:
I - Ampliar o impacto da Atenção Básica sobre as condições de saúde da população e sobre a satisfação
dos seus usuários, por meio de estratégias de facilitação do acesso e melhoria da qualidade dos serviços
e ações da Atenção Básica;
II - Fornecer padrões de boas práticas e organização das UBS que norteiem a melhoria da qualidade da
Atenção Básica;
III - Promover maior conformidade das UBS com os princípios da AB, aumentando a efetividade na
melhoria das condições de saúde, na satisfação dos usuários, na qualidade das práticas de saúde e na
eficiência e efetividade do sistema de saúde;
IV - Promover a qualidade e inovação na gestão da AB, fortalecendo os processos de Autoavaliação,
Monitoramento, Apoio Institucional e Educação Permanente nas três esferas de governo;
V - Melhorar a qualidade da alimentação e uso dos Sistemas de Informação como ferramenta de gestão
da AB;
VI - Institucionalizar uma cultura de avaliação da AB no SUS e de gestão com base em processos e
resultados; e
VI - Estimular o foco da AB no usuário, promovendo a transparência dos processos de gestão, a
participação e controle social e a responsabilidade sanitária dos profissionais e gestores de saúde com a
melhoria das condições de saúde e satisfação dos usuários.
O compromisso com a melhoria da qualidade deve ser permanentemente reforçado com o
desenvolvimento e aperfeiçoamento de iniciativas mais adequadas aos novos desafios colocados pela
realidade, tanto em função da complexidade crescente das necessidades de saúde da população, devido
à transição epidemiológica e demográfica e ao atual contexto sociopolítico, quanto em função do
aumento das expectativas da população em relação à eficiência e qualidade do SUS.
Dentre os desafios em termos da qualificação da Atenção Básica para cujo enfrentamento o PMAQ
pretende contribuir, se destacam:
I - Precariedade da rede física, com parte expressiva de UBS em situação inadequada;
II - Ambiência pouco acolhedora das UBS, transmitindo aos usuários uma impressão de que os serviços
ofertados são de baixa qualidade;
III - Inadequadas condições de trabalho para os profissionais, comprometendo sua capacidade de
intervenção e satisfação com o trabalho;
IV – Necessidade de qualificação dos processos de trabalho das equipes de Atenção Básica,
caracterizados de maneira geral, pela baixa capacidade de realizar o acolhimento dos problemas agudos
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 8
de saúde; pela insuficiente integração dos membros das equipes; e pela falta de orientação do trabalho
em função de prioridades, metas e resultados, definidos em comum acordo pela equipe, pela gestão
municipal e pela comunidade;
V - Instabilidade das equipes e elevada rotatividade dos profissionais, comprometendo o vínculo, a
continuidade do cuidado e a integração da equipe;
VI - Incipiência dos processos de gestão centrados na qualidade e em resultados de saúde;
VII - Sobrecarga das equipes com número excessivo de pessoas sob sua responsabilidade,
comprometendo a cobertura e qualidade de suas ações;
VIII - Pouca integração das equipes de Atenção Básica com a rede de apoio diagnóstico e terapêutico e
com os outros pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde;
IX - Baixa integralidade e resolutividade das práticas, com a persistência do modelo de queixa conduta,
de atenção prescritiva e focada em procedimentos e na dimensão biológica do processo saúde-doença-
cuidado;
X - Financiamento insuficiente e inadequado da Atenção Básica, vinculado ao credenciamento de
equipes independentemente dos resultados e da melhoria da qualidade.
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 9
2 OBJETIVOS DO PROESF
a) Induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da Atenção Básica, através do
aprimoramento dos processos de gestão, educação permanente, gestão do trabalho,
monitoramento e avaliação e financiamento da Atenção Básica;
b) Fomentar que as diretorias/coordenações/gerências de Atenção Básica dos Estados organizem o
apoio institucional aos municípios no processo de implantação, acompanhamento, e qualificação da
Atenção Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família;
c) Garantir ações de educação permanente aos profissionais da gestão e das equipes de Atenção
Básica;
d) Apoiar processos de monitoramento e avaliação da Atenção Básica, como parte do processo de
planejamento e programação, fazendo isso através de mecanismos de controle, regulação e
acompanhamento sistemático dos resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica e também
divulgar as informações e os resultados alcançados;
e) Promover o debate e a formulação de estratégias de financiamento tripartite da Atenção Básica.
3 FASES DE IMPLANTAÇÃO DO PROESF
O PROESF está organizado em cinco fases, a saber:
Adesão e Contratualização
Assinatura do Termo de Compromisso com responsabilidades e indicadores.
Planejamento físico – financeiro
Desenvolvimento
Apoio Institucional
Educação Permanente
Monitoramento e avaliação
Financiamento da Atenção Básica – Co-financiamento Estadual
Avaliação
Nesta etapa será feita a verificação, a partir de documentos comprobatórios, as ações realizadas a partir
dos indicadores contratualizados
3.1 ADESÃO E CONTRATUALIZAÇÃO
O Ministério da Saúde, através da Portaria n. 2.132, DE 6 de setembro de 2011, declara a elegibilidade
dos Estados e do Distrito Federal, para recontratualização.
A segunda etapa do PROESF será formalizada com a adesão ao Projeto, mediante a contratualização de compromissos e indicadores firmados entre os Gestores Estaduais e o Ministério da Saúde, por meio da assinatura do Termo de Compromisso. Além do preenchimento do questionário sobre Co-
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 10
Financiamento que estará disponível no SGDAB – Sistema de Gestão do Departamento de Atenção Básica – Módulo PROESF disponibilizado no site do PROESF
Os indicadores a serem contratualizados no momento da adesão são:
Indicadores Parâmetro
Formas de comprovação
Dimensão Apoio Institucional
1
Indicador: Constituição da equipe de Apoio Institucional a todos os municípios participantes do Programa Saúde Mais Perto de Você – Acesso e Qualidade (PMAQ-AB) para a implantação das ações previstas no programa de melhoria do acesso e qualidade na Atenção Básica - PMAQ-AB.
SIM
Plano estadual de Apoio Institucional.
Descrição: O apoio institucional é pensado como uma função gerencial que busca a reformulação do modo tradicional de se fazer supervisão em saúde. Possui caráter compartilhado e deve funcionar considerando as realidades e singularidades de cada território e unidade de saúde, pressupondo planejamento, avaliação constante, suporte a intervenções e agendas de educação permanente. Os apoiadores se responsabilizam por determinada região do estado e possuem agendas de encontros com as equipes de gestão municipal, de forma a fortalecer o vínculo entre os mesmos e o acompanhamento das ações e processos de trabalho. Esse apoio auxilia as equipes na análise do trabalho e de suas práticas, ajudando-as a lidar com situações-problemas, desafios, desconfortos e conflitos, e ainda contribui na construção/experimentação de intervenções e utilização de ferramentas e tecnologias. O apoio é estruturado considerando um dimensionamento adequado do número de municípios por apoiador.
2 Indicador: Elaboração e implantação do Plano Estadual de Apoio Institucional aos municípios participantes do PMAQ, pactuado na Comissão Intergestores Bipartite - CIB e nas Comissões Intergestores Regional - CIR.
SIM
Descrição: O plano de apoio institucional orienta a implantação do apoio no estado devendo prever: diagnóstico dos principais nós críticos para o fortalecimento da Atenção Básica no conjunto de municípios do estado; diretrizes para implantação do apoio no estado; dimensionamento de municípios por apoiador; competências do apoiador (considerando suas dimensões Pedagógica - Gerencial e Matricial); dispositivos para prática do apoio; agenda de trabalho compartilhada com parceiros estratégicos; processo de educação permanente para os apoiadores; mecanismo de monitoramento e avaliação do apoio.
3 Indicador: Instituição de processos de qualificação da equipe de apoiadores institucionais da SES.
Sim
Documento síntese das atividades
realizadas contendo: conteúdo, carga
horária e participantes.
Descrição: A educação permanente tem finalidade da transformação das práticas de gestão e da organização do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica. Baseia-se em um processo pedagógico que contemple desde a aquisição/atualização de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que parte dos problemas e desafios enfrentados no cotidiano, envolvendo práticas que possam ser definidas por múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de poder, planejamento e organização do trabalho, etc.) e que considerem elementos que façam sentido para os atores envolvidos (aprendizagem significativa).
4 Indicador: Avaliação do processo de implantação do Plano de Apoio Institucional aos municípios participantes do PMAQ
SIM
Documento contendo a avaliação das ações
desenvolvidas pela equipe de apoio
institucional.
Descrição: A avaliação é de extrema relevância na implementação de qualquer projeto ou ação, pois, permite analisar se as atividades/ações implementadas alcançaram ou não os seus objetivos. No âmbito do apoio institucional os aspetos a serem avaliados podem ser agrupados nos seguintes dimensões/eixos de análise: gerencial (implantação de serviços, identificação conjunta de prioridades, constituições de estratégias de intervenção), pedagógica (gestão do processo de trabalho das equipes Atenção Básica) e matricial (construção de espaços de mediação entre os processos de gestão e do cuidado e a interrelação das áreas técnicas/núcleos de saberes com a Atenção Básica)
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 11
Dimensão Educação Permanente
5 Indicador: Programação e implantação de ações de Educação Permanente em gestão da Atenção Básica para a equipe da SES, no nível central e das Regionais de Saúde
SIM Documento síntese
das atividades realizadas contendo:
conteúdo, carga horária e
participantes.
Descrição: A educação permanente tem finalidade da transformação das práticas de gestão e da organização do processo de trabalho de apoio aos municípios no âmbito da Atenção Básica. A qualificação da gestão da Atenção Básica pressupõe a abordagem em alguns eixos considerados centrais: processo de gestão/apoio institucional; educação permanente/educação continuada; gestão do trabalho em saúde; monitoramento e avaliação; financiamento da atenção básica e constituição de Redes de Atenção à Saúde.
6 Indicador: Programação e implantação de ações de Educação Permanente para as gestões municipais e equipes de Atenção Básica participantes do PMAQ.
SIM Documento síntese
das atividades realizadas contendo:
conteúdo, carga horária e municípios
participantes.
Descrição: A educação permanente tem finalidade da transformação das práticas de gestão, organização da Atenção Básica no município e do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica. A qualificação da gestão da Atenção Básica pressupõe a abordagem em alguns eixos considerados centrais: processo de gestão/apoio institucional; educação permanente/educação continuada; gestão do trabalho em saúde; monitoramento e avaliação; financiamento da Atenção Básica e constituição de Redes de Atenção à Saúde.
7 Indicador: Realização de oficinas semestrais nas regionais para as gestões municipais e equipes de Atenção Básica participantes do PMAQ, com temas vinculados ao fortalecimento da Atenção Básica
SIM Documento síntese
das oficinas realizadas contendo: conteúdo,
carga horária e municípios
participantes.
Descrição: As oficinas objetivam: 1 - fortalecer a escuta às necessidades e demandas dos municípios; 2 - favorecer a pactuação das estratégias para enfrentamento dos problemas; 3 - orientar a organização do apoio para qualificação a Atenção Básica em todas as fases do PMAQ.
Dimensão Monitoramento e Avaliação
8 Indicador: Elaboração e implantação do Plano Estadual de Monitoramento e Avaliação da Atenção Básica
SIM
Plano de M&A
Descrição: A incorporação do monitoramento e avaliação (M&A) constitui aspecto fundamental para subsidiar a melhoria das políticas implementadas. O monitoramento caracteriza-se como um conjunto de ações de levantamento e análise de natureza interna, permanente e rotineira. Dentre as estratégias de organização do monitoramento, citamos: (a) a definição de indicadores/marcadores que refletem as prioridades de acompanhamento, (b) a definição de responsáveis, (c) a periodicidade do acompanhamento, (d) os instrumentos de sistematização das ações, (e) os mecanismos de divulgação e discussão sistemática de resultados e estratégias de matriciamento.
9 Indicador: Avaliação da implantação do conjunto de estratégias desenvolvidas no âmbito da Atenção Básica.
SIM Documento contendo principais resultados
da avaliação. Descrição: Considerar o conjunto de estratégias desenvolvidos ao longo do ano, por exemplo: reuniões, oficinas, seminários, boletins epidemiológicos; publicização das informações, entre outras.
Dimensão Financiamento Estadual
10 Indicador: Constituição de espaço permanente de debate, formulação e avaliação de mecanismos de cofinanciamento estadual da Atenção Básica
SIM
Documento síntese/resumo executivo das
discussões realizadas.
Descrição: Visa fomentar o debate sobre as formas de financiamento para a Atenção Básica entre os entes federados para enfrentar com êxito os principais nós críticos que dificultam a expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica brasileira. O financiamento tripartite deve ser solidário e cooperativo, visando buscar a integralidade e promover a equidade na distribuição dos recursos, ações e serviços de saúde. Os espaços privilegiados para esse debate podem ser: CIB/Câmara Técnica; CIR; Conselhos de Saúde, entre outros.
11 Indicador: Elaboração de estudos/relatórios sobre a viabilidade técnica e financeira para o estabelecimento de mecanismos de cofinanciamento estadual da Atenção Básica
SIM
Documento contendo análises para
cofinanciamento.
Descrição: A elaboração de estudos pressupõe construir um desenho de financiamento tripartite considerando a Lei Complementar 141 (13/01/12) e que dialogue com os principais desafios da Atenção Básica específicas do estado, para isso é necessário identificar os custos e gastos das três esferas de governo, considerando as diversidades regionais, os gastos em relação a custeio e investimento, com especial ênfase ao custo da força de trabalho, tomando estes elementos como base para a formulação e pactuação de financiamento tripartite da atenção básica que a fortaleça como porta de entrada preferencial do sistema, ordenadora da rede e coordenadora do cuidado.
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3.2 PLANEJAMENTO FÍSICO – FINANCEIRO
Esse processo será feito após a adesão, através do SGDAB – Sistema de Gestão do Departamento de
Atenção Básica – Módulo PROESF.
3.3 DESENVOLVIMENTO
3.3.1 Apoio Institucional
O apoio institucional deve ser pensado como uma função gerencial que busca a reformulação do modo
tradicional de se fazer supervisão em saúde. A supervisão tradicional, em geral, reduz atores a
executores, prioriza a checagem, a prescrição e a norma em detrimento da troca problematizadora,
apostando mais na disciplina e enquadramento do que na liberdade com compromisso e na ampliação
da capacidade de ação do outro.
Por outro lado, o apoio institucional implica num modo específico de fazer gestão junto a
coletivos/equipes, vinculado a racionalidades que não se restringem à razão instrumental. Enquanto a
supervisão opera na captura do trabalho vivo, o apoio pretende potencializa-lo, obviamente atentando
para as direções de seu uso.
O apoio institucional busca auxiliar as equipes na tarefa de colocar o seu trabalho e as suas práticas em
análise, por um lado, e na construção/experimentação de intervenções, por outro, ora ajudando as
equipes a explicitarem e lidarem com problemas, desconfortos e conflitos, ora auxiliando a construção e
utilização de ferramentas e tecnologias. Ao invés de negar ou reprimir, o apoiador institucional
reconhece a complexidade do trabalho coletivo e toma os problemas concretos, os desafios e tensões
do cotidiano como matéria-prima para o seu trabalho, buscando, sempre que necessário, facilitar a
conversão de situações paralisantes em situações produtivas.
O apoio institucional na saúde deve buscar, portanto, a democracia institucional, a ampliação dos graus
de autonomia dos sujeitos, a defesa da vida e dos princípios e diretrizes do SUS. A revelação e análise
dos problemas e dificuldades das equipes/coletivos apoiados devem estar atreladas a um esforço de
potencialização das equipes e suas experiências, evitando a culpabilização, a impotência e a
desresponsabilização. Sendo assim, a prática concreta do apoio requer sempre certa sensibilidade,
abertura para ser afetado e, ao mesmo tempo, capacidade de afetar, de mobilizar.
Dessa forma, o desenvolvimento de ações de apoio institucional deve possuir um caráter compartilhado
e ser construído a partir das realidades e singularidades de cada território, além de pressupor
planejamento, avaliação constante e agendas de educação permanente para o desenvolvimento das
dimensões gerenciais, pedagógicas e matriciais desempenhadas pelos apoiadores. É fundamental que
haja um dimensionamento adequado do número de equipes por apoiador, lembrando a necessidade de
construção de vínculo entre os mesmos, que pode ser potencializada a partir da construção estratégias
de comunicação e de agendas regulares de encontros.
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Diretrizes para Organização do Apoio Institucional Estadual
A construção de diretrizes para o método de apoio é tarefa fundamental para organizar as ações e
principalmente para potencializá-lo. Abaixo descrevemos várias possibilidades para orientar o processo
de implementação do apoio institucional:
Identificação e sistematização de questões da realidade epidemiológica, econômica e de ações e
serviços da Atenção Básica nas regiões de saúde (conforme divisões sanitárias e administrativas
de cada UF) para problematização e desenvolvimento de desenhos de intervenção;
Preparação prévia à visita (levantamento de informações e histórico do município, pactuação
interna, organização de ofertas iniciais para o município, pactuação da visita com o município,
etc.);
Estabelecer diálogo constante com o município in loco e através de ferramentas online, com
avaliação das ações pactuadas entre as visitas;
Ofertas para o município (relacionadas ao modelo de atenção, a utilização do financiamento
para induzir processos de qualificação do cuidado, indicadores de saúde, participação social,
educação permanente, etc.);
Discussão e montagem das agendas das equipes enquanto dispositivos que organizam e
orientam o trabalho coletivo cotidiano em função das necessidades e prioridades de saúde;
Suporte à reorganização de processos de trabalho, como: implantação do acolhimento à
demanda espontânea; discussão do perfil de encaminhamentos da unidade; à construção de
projetos terapêuticos singulares, a partir de casos ou situações que mobilizam ou desafiam a
equipe; à implantação de dispositivos para qualificação da clínica, gestão do cuidado e regulação
de recursos da rede a partir da equipe da UBS; análise de indicadores e informações em saúde;
facilitação de processos locais de planejamento;
Facilitação da organização de intervenções intersetoriais;
Mediação de conflitos, buscando ajudar na conformação de projetos comuns entre
trabalhadores, gestores e usuários;
Articulação de ações de apoio matricial junto aos NASF e a outros serviços da rede;
Suporte ao processo de gestão da Atenção Básica nos municípios, por exemplo: constituir
espaços permanentes (in loco e online) de diálogo com os coordenadores (as) de atenção
básica;
Identificação de necessidades de educação permanente dos municípios;
Identificação da necessidade de pactuação entre os gestores municipais, secretaria estadual de
saúde e outras secretarias do estado;
Articulação de espaços regionais para troca de experiências entre municípios;
Acompanhamento das pactuações feitas pelos municípios no que se refere à Atenção Básica
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 14
3.3.2 Educação Permanente para a Gestão e as Equipes de Atenção Básica
A consolidação e o aprimoramento da Atenção Básica como importante reorientadora do modelo de
atenção à saúde no Brasil requer um saber e um fazer em educação permanente que sejam encarnados
na prática concreta dos serviços de saúde. A educação permanente deve ser constitutiva, portanto, da
qualificação das práticas de cuidado, gestão e participação popular.
O redirecionamento do modelo de atenção impõe claramente a necessidade de transformação
permanente do funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das equipes exigindo de seus
atores (trabalhadores, gestores e usuários) maior capacidade de análise, intervenção e autonomia para
o estabelecimento de práticas transformadoras, a gestão das mudanças e o estreitamento dos elos
entre concepção e execução do trabalho.
Nesse sentido, a educação permanente, além da sua evidente dimensão pedagógica, deve ser encarada
também como uma importante "estratégia de gestão", com grande potencial provocador de mudanças
no cotidiano dos serviços, em sua micropolítica, bastante próximo dos efeitos concretos das práticas de
saúde na vida dos usuários, e como um processo que se dá "no trabalho, pelo trabalho e para o
trabalho".
A Educação Permanente deve embasar-se num processo pedagógico que contemple desde a
aquisição/atualização de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que parte dos problemas e
desafios enfrentados no processo de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas por
múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de poder, planejamento e organização do trabalho,
etc.) e que considerem elementos que façam sentido para os atores envolvidos (aprendizagem
significativa).
Outro pressuposto importante da educação permanente é o planejamento/programação educativa
ascendente, em que, a partir da análise coletiva dos processos de trabalho, identificam-se os nós crítico
(de natureza diversa) a serem enfrentados na atenção e/ou na gestão, possibilitando a construção de
estratégias contextualizadas que promovam o diálogo entre as políticas gerais e a singularidade dos
lugares e das pessoas, estimulando experiências inovadoras na gestão do cuidado e dos serviços de
saúde.
A vinculação dos processos de educação permanente a estratégia de apoio institucional pode
potencializar enormemente o desenvolvimento de competências de gestão e de cuidado na Atenção
Básica, na medida em que aumenta as alternativas para o enfrentamento das dificuldades vivenciadas
pelos trabalhadores em seu cotidiano.
Nessa mesma linha é importante diversificar este repertório de ações incorporando dispositivos de
apoio e cooperação horizontal, tais como trocas de experiências e discussão de situações entre
trabalhadores, comunidades de práticas, grupos de estudos, momentos de apoio matricial, visitas e
estudos sistemáticos de experiências inovadoras, etc.
Por fim, reconhecendo o caráter e iniciativa ascendente da educação permanente, é central que cada
equipe, cada unidade de saúde e cada município demandem, proponha e desenvolva ações de educação
permanente tentando combinar necessidades e possibilidades singulares com ofertas e processos mais
gerais de uma política proposta para todas as equipes e para todo o município. É importante sintonizar e
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 15
mediar as ofertas de educação permanente pré-formatadas (cursos, por exemplo) com o momento e
contexto das equipes, para que façam mais sentido e tenham, por isso, maior valor de uso e efetividade.
De modo análogo é importante a articulação e apoio dos governos estaduais e federal aos municípios
buscando responder suas necessidades e fortalecer suas iniciativas. A referência é mais de apoio,
cooperação, qualificação e oferta de diversas iniciativas para diferentes contextos que a tentativa de
regular, formatar e simplificar a diversidade de iniciativas.
3.3.3. Monitoramento e Avaliação
No âmbito do trabalho das Equipes de Atenção Básica, o uso da informação constitui um elemento
essencial para a gestão do cuidado, na medida em que o primeiro passo para a organização do processo
de trabalho de uma equipe deve ser o cadastramento domiciliar e a elaboração de um diagnóstico
situacional que oriente as ações da equipe para o enfrentamento dos problemas de saúde. Esse
diagnóstico deve orientar o planejamento e a programação de ações de maneira pactuada com a
comunidade e as ações implantadas pela equipe devem ser acompanhadas e avaliadas
sistematicamente, visando o aperfeiçoamento constante dos processos de trabalho;
Para o Ministério da Saúde, o acompanhamento sistemático daquilo que tem sido produzido pelas
equipes permitirá a verificação do alcance de resultados mínimos nos indicadores contratualizados.
Considerando que a alimentação regular e consistente dos sistemas de informação constitui uma
responsabilidade geral de todos os profissionais e gestores do SUS e um importante critério de
qualidade da AB, é esperado que os resultados nos indicadores reflitam em alguma medida o esforço
das equipes de saúde e de gestão na melhoria da qualidade da AB, devendo haver uma coerência
razoável entre o desempenho das equipes nos indicadores e a conformidade de suas ações com padrões
de qualidade associados a boas práticas em Atenção Básica.
Diretrizes para organização do Monitoramento Estadual de Atenção Básica
No que se referem aos processos de monitoramento da AB, alguns pressupostos podem ser úteis para
orientar o seu desenho, implantação e aperfeiçoamento. Entre eles, podemos destacar:
Ter caráter formativo, pedagógico e reorientador das práticas, numa abordagem em que a
informação possa produzir mudança na ação. O processo de monitoramento não deve ser
entendido como um fim em si mesmo ou apenas como cumprimento de um compromisso
meramente formal, mas sim como um mecanismo capaz de produzir a mudança, gerando
propostas para a melhoria da qualidade das ações e processos monitorados, além de promover
aprendizado institucional e responsabilização;
Subsidiar a gestão estadual e municipal de Atenção Básica, incorporando informações sobre
desempenho aos processos decisórios e alinhando os processos de monitoramento,
planejamento, educação permanente e apoio institucional;
Evitar a vinculação dos processos de monitoramento a consequências punitivas que reforcem
resistências, deturpação de resultados ou tensões desnecessárias que dificultem a apropriação
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 16
de seus resultados e comprometam o interesse e motivação dos profissionais em alimentar
adequadamente as informações;
Permitir a identificação de experiências exitosas e a criação de oportunidades de cooperação
horizontal entre as equipes, promovendo o reconhecimento entre pares e relações solidárias,
mais do que a competição por melhores resultados;
Possuir mecanismos que assegurem a participação democrática dos envolvidos, constituindo um
processo de negociação e pactuação entre sujeitos que compartilham corresponsabilidades;
Estabelecer mecanismos de divulgação sistemática dos resultados do processo de
monitoramento da AB, com vistas à democratização e transparência desses processos, ao
aprendizado institucional, ao reconhecimento dos resultados alcançados e ao enfrentamento
dos desafios para melhoria da qualidade da AB.
3.3.4. Financiamento da Atenção Básica – Co-financiamento Estadual
As formas de financiamento para a Atenção Básica não são suficientemente articuladas entre os entes
federados para enfrentar com êxito os principais nós críticos que dificultam a expansão, qualificação e
consolidação da rede de Atenção Básica no Brasil. O financiamento tripartite deve ser solidário e
cooperativo, visando buscar a integralidade e promover a equidade na distribuição dos recursos, ações e
serviços de saúde.
Citamos como referência de pactuação tripartite a alteração da distribuição dos recursos do PAB fixo
através da criação de faixas de municípios a partir de indicadores que promovem equidade, é um bom
exemplo para dar fomentar a diferenciação inclusiva e a justiça distributiva através do uso dos recursos
públicos na saúde.
Atualmente as Secretarias Estaduais de Saúde são corresponsáveis pelo financiamento da Atenção
Básica junto aos municípios, sendo necessário discutirmos e pactuarmos nos espaços institucionais
(Comissão Intergestores Bipartite, CIB e Comissão Intergestores Regional, CIR) desenhos de
financiamento tripartite capazes de induzir a melhora dos serviços de Atenção Básica, alinhando
iniciativas comuns das três esferas e também considerando as especificidades de cada
região/municípios no desenvolvimento e consolidação da rede de Atenção Básica.
Portanto, reafirmamos que temos como principais desafios construir um desenho de financiamento
tripartite para Atenção Básica, de modo a identificar os e custos gastos das três esferas de gestão
considerando as diversidades regionais, os gastos em relação a custeio e investimento, com especial
ênfase ao custo da força de trabalho para a consolidação da Atenção Básica.
Diretrizes para possibilidades de Financiamento Estadual de Atenção Básica
Constituição de espaço permanente de debate, formulação e avaliação de mecanismos de
cofinanciamento estadual da Atenção Básica;
A elaboração de estudos sobre o desenho de financiamento estadual, considerando a Lei
Complementar nº 141/2011 (13/01/12);
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 17
Elaboração de relatórios e/ou estudos sobre a viabilidade técnica e financeira para o
estabelecimento de mecanismos de cofinanciamento estadual para a Atenção Básica.
4 FINANCEIRO e AQUISIÇÕES
4.1 HISTÓRICO
Esta etapa do “Componente PROESF – ESTADUAL” visa o fortalecimento da capacidade gestão das
Secretarias Estaduais de Saúde em apoio institucional, monitoramento e avaliação, educação
permanente e na elaboração de desenhos de financiamento estadual para a Atenção Básica. O valor de
recursos estabelecido no acordo de empréstimo destinados a esse Componente é de US$12.450.000,00
(doze milhões quatrocentos e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos)
O Teto Financeiro Inicial da primeira etapa foi de R$ 13.863.839,33, distribuídos entre 26 estados mais
o Distrito Federal. Cada ente deveria utilizar o respectivo valor nos primeiros 18 meses de execução,
sendo que deveria ser executado no mínimo 30% nos primeiros 12 meses. A tabela 1, abaixo, mostra o
cenário dos 26 entes participantes do PROESF no final dos 12 primeiros meses em maio 2011:
Tabela 1 - Situação dos Estados após 12 meses
Situação Quantidade %
Permaneceram 11 40,7%
Temporariamente suspensos
15 55,6%
Não entrou (São Paulo) 1 3,7%
Total 27 100,0%
Tanto os estados temporariamente suspensos, como os que permaneceram, mais o estado de São Paulo
serão convidados a recontratualizar; e todos terão um Teto Financeiro à disposição além do saldo não
utilizado na primeira etapa e do bônus, caso tenha pactuado e alcançado resultado satisfatório na
avaliação e desde que não esteja suspenso.
4.2 CRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO DO TETO FINANCEIRO
O total de recursos estabelecido no acordo de empréstimo destinado ao Componente II é
US$12.450.000,00 (doze milhões quatrocentos e cinquenta mil Dólares dos Estados Unidos da América),
que foi submetido a taxa de conversão cambial de julho de 2011 à R$ 1,60 (hum real e sessenta
centavos), resultando no valor em reais de R$19.920.000 (dezenove milhões novecentos e vinte mil
reais). Desse montante global o valor de o R$ 13.863.839,33 (treze milhões oitocentos e sessenta e três
mil oitocentos e trinta e nove reais e trinta e três centavos) denominado de Teto Inicial, já foi repassado
no primeiro ano do projeto para 26 estados. Restando o valor de R$ 6.056.160,67 que será distribuído
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 18
utilizando os seguintes critérios de distribuição e só será repassado após comprovação da execução de
no mínimo 50% do Teto Financeiro Inicial:
Montante Fixo
• 50% distribuído igualitariamente entre os 26 Estados da Federação e o Distrito Federal.
Montante Variável
• 25% - segundo o porte populacional de cada UF
• 25% - partir da análise ponderada de três variáveis:
1. densidade demográfica do participante;
2. índice de desenvolvimento humano (IDH) do participante; e
3. percentual de execução financeira no PROESF – Fase 1
4.3 LISTA POSITIVA
A Lista Positiva apresenta os itens que podem ser adquiridos com os recursos do PROESF.
MATERIAL PERMANENTE:
EQUIPAMENTO AUDIOVISUAL
APARELHO DE CD PLAYER
APARELHO DE DVD
APARELHO DE SOM
CÂMERA FILMADORA DIGITAL
CÂMERA FOTOGRÁFICA DIGITAL
GRAVADOR DE AUDIO DIGITAL
PROJETOR
RETROPROJETOR
TELA PARA PROJEÇÃO
TELEVISÃO
MATERIAL PERMANENTE:
EQUIPAMENTO DE
COMUNICAÇÃO
APARELHO DE FAC-SIMILE
APARELHO DE TELEFONE FIXO COM CENTRAL PABX
APARELHO DE GPS
RÁDIO COMUNICADOR
MATERIAL PERMANENTE:
EQUIPAMENTO DE
INFORMÁTICA
COMPUTADOR DE MÃO (PALMTOP/ TABLES)
COMPUTADOR PARA ESTAÇÃO DE TRABALHO
COMPUTADOR PARA SERVIDOR
COMPUTADOR PORTÁTIL (NOTEBOOK)
ESTABILIZADOR
GRAVADOR DE CD/DVD EXTERNO
IMPRESSORA A JATO DE TINTA
IMPRESSORA A LASER
IMPRESSORA PLOTTER
NO-BREAK
ROTEADOR
SCANNER
SWITCH
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 19
MATERIAL PERMANENTE:
COLEÇÕES E MATERIAIS
BIBLIOGRÁFICOS
LIVROS TÉCNICOS
LIVROS - COLEÇÕES
SERVIÇOS DE TERCEIROS
PARA
EVENTOS / PASSAGENS /
DIÁRIAS
LOCAÇÃO DE ESPAÇO PARA EVENTOS (CAPACITAÇÕES, REUNIÕES, OFICINAS DE TRABALHO, SEMINÁRIOS, FÓRUNS, ENCONTROS TÉCNICOS, PALESTRAS E CONGRESSOS)
SERVIÇOS DE HOSPEDAGEM
LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
PASSAGENS
DIÁRIAS (o teto limite corresponderá, no máximo, a 2% do Teto Financeiro )
SERVIÇOS DE TERCEIROS
GRÁFICOS
IMPRESSÃO, REPRODUÇÃO, PUBLICAÇÕES
ASSINATURA DE PERIÓDICOS
CONSULTORIA PESSOA FÍSICA
OU JURÍDICA:
FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO
CAPACITAÇÕES OU TREINAMENTOS
CONSULTORIA PESSOA FÍSICA
OU JURÍDICA:
ELABORAÇÃO E SUPERVISÃO
DE PROJETOS
ELABORAÇÃO DE PROJETO DAS ÁREAS ESTRATÉGICAS DA APS
SUPERVISÃO/ACOMPANHAMENTO DE PROJETO DAS ÁREAS ESTRATÉGICAS DA APS
CONSULTORIA PESSOA FÍSICA
OU JURÍDICA:
IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS
DE INFORMAÇÃO
IMPLANTAÇÃO DE SOFTWARE
CURSOS/ CAPACITAÇÕES OU TREINAMENTOS DE SOFTWARE
4.4 ORIENTAÇÕES SOBRE OS PROCESSOS DE AQUISIÇÕES (REGRAS BRASILEIRAS E BIRD)
4.4.1 Aquisições de Bens e Contratação de Obras
As aquisições de bens e a contratação de obras e serviços deverão ser realizadas de acordo com as
normas descritas nas “Diretrizes para Aquisições Financiadas por Empréstimos do BIRD e Créditos da
AID”, datadas de maio de 2004 (revisadas em outubro de 2006), que estabelecem a possibilidade de
realização de duas modalidades específicas estabelecidas pelo BIRD, o Shopping e da Contratação
Direta. Além disso, as regras estabelecem a possibilidade de utilização de algumas das modalidades da
legislação brasileira, através do que o BIRD denomina “Licitação Pública Nacional”. São elas:
Concorrência;
Tomada de Preços;
Convite;
Pregão Eletrônico, sendo que apenas os seguintes são aceitos pelo BIRD: Comprasnet; Banco do Brasil; Banco Real (em Pernambuco chama-se Rede Compras); Portal de Compras (Minais Gerais); Pregão On Line Banrisul (Rio Grande do Sul)
Registro de Preços (com ressalvas)
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 20
4.4.2 Contratação de Consultoria
As contratações de consultorias, tanto de pessoa jurídica como de pessoa física, deverão ser realizadas
de acordo com normas descritas nas "Diretrizes: Seleção e Contratação de Consultores pelos Mutuários
do Banco Mundial", datadas de maio de 2004 (revisadas em outubro de 2006), sem possibilidade de
utilização das modalidades de licitação previstas na legislação nacional. As formas de contratação,
previstas nas Diretrizes para Consultoria, aplicáveis à FASE II do PROESF são:
Seleção Baseada na Qualidade e no Custo – SBQC;
Seleção baseada nas Qualificações do Consultor – SQC;
Consultoria Individual (para contratação de pessoa física);
Contratação Direta (ou Seleção de Fonte Única);
Seleção pelo Menor Custo – SMC;
Seleção com Orçamento Fixo – SOF.
Mais Informações estão no Manual de Aquisições volume 5 no site do PROESF.
4.5 FLUXO DE EXECUÇÃO
O fluxo à seguir demonstra os passos da execução do PROESF, todos os passos deverão ser registrados
no sistema do PROESF a medida que vão acontecendo, é muito importante que o Estado mantenha o
sistema sempre atualizado. A prestação de contas é o último passo do fluxo; o não cumprimento desta
clausula acarretará na suspensão das transferências financeiras subsequentes, sob a pena de possível
indicação de auditoria do município aos órgãos de controle externo (CGU).
Informamos que a data limite para os repasses será 31/12/2012 e o prazo final para a prestação
de contas será até dia 30/03/2013
Informamos que a transferência do Teto Financeiro da segunda etapa só se dará após
comprovação da execução de no mínimo 50% do Teto Financeiro Inicial.
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 21
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2488, de 21 de outubro de 2011. Política Nacional de
Atenção Básica. Ministério da Saúde. Brasília, 2011.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.132, de 6 de setembro de 2011. Declara a
elegibilidade dos Estados e do Distrito Federal, temporariamente suspensos da Fase 2 do
Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família, para recontratualização. Brasília, 2011.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual instrutivo do programa nacional para melhoria do acesso
e qualidade na Atenção Básica. PMAQ-AB. Portaria n. 1654, de 19 de julho de 2011. Brasília,
2011.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Autoavaliação para a melhoria do acesso e qualidade na Atenção
Básica. AMAQ-AB. Brasília, 2012.
5. CAMPOS, GWS. Um método para análise e co-gestão de coletivos: a constituição do Sujeito, a
produção de valor de uso e a democracia em instituições: o método da roda. 3ª Ed; São Paulo:
Editora Hucitec, 2007. 236 p.
6. CAMPOS, GWS, DOMITTI, AC. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para
gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(2):399-
407, fev. 2007.
7. CAMPOS, GWS. O anti-Taylor: sobre a invenção de um método para co-governar instituições
de saúde produzindo liberdade e compromisso. Cad. Saúde Pública/RJ, 1998.
8. PAIM, JS, TEIXEIRA, CF. Política, planejamento e gestão em saúde: balanço do estado da arte.
Revista de Saúde Pública 2006.
9. MATUS, C. O Plano como aposta. Tradução do texto de Carlos Matus feita por Frank Roy Cintra
Ferreira. São Paulo em perspectiva. 5 (4): 28-42 out/dez. 1991.
10. OLIVEIRA, GN. Devir apoiador: uma cartografia da função apoio. 2011. Disponível em:
http://apoioparaosus.net/?s=tese+de+doutorado. Acesso em: 27 de junho de 2011.
11. COSTA, RM. O processo de trabalho da equipe de Apoio Institucional com foco na Gestão do
Trabalho e da Educação na Atenção Básica no Estado da Bahia. Dissertação de mestrado da
Escola Nacional de Saúde Pública Professor Sérgio Arouca – ENSP/FIOCRUZ, 2009.
12. REIS, C, HORTALE, V. Programa Saúde da Família: supervisão ou “convisão”? Estudo de caso em
município de médio porte. Cad. Saúde Pública/RJ, 2004.
Prestação de Contas
Manual Operacional Estadual do PROESF segunda etapa da Fase 2 22
6 ELABORAÇÃO E INFORMAÇÕES
Ministério da Saúde
Secretaria de Atenção à Saúde
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Janeiro 2012
Supervisão Geral
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Coordenação Técnica Geral
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Diego Castro Alonso Silva
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Elaboração Técnica
Aliadne Castorina Soares de Sousa
Carolina Pereira Lobato
Daisy Maria Coelho de Mendonça
Daniela Corina Komives
Denis Marcelo de Oliveira
Dirceu Ditmar Klitzke
Eliane Pedrozo de Moraes
Lilianne Barros Aguiar
Régis Cunha de Oliveira
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