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  • DEFINIES

    Biossegurana

    Conjunto de medidas voltadas para a preveno, controle, minimizao ou eliminao dos riscos presentes nas atividades de pesquisa, produo, ensino, desenvolvimento tecnolgico e prestao de servios que podem comprometer a sade do homem, dos animais, a preservao do meio ambiente e/ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

    b) Risco ocupacional

    So os riscos para a sade ou para a vida dos trabalhadores decorrentes de suas atividades no trabalho.

    c) Classe de Risco

    Grau de risco associado ao material biolgico manipulado. Manual de Segurana

  • d) Anlise de Risco

    o processo de levantamento, avaliao, e comunicao dos riscos, considerando o ambiente e os processos de trabalho, a fim de implementar aes destinadas preveno, controle, reduo ou eliminao dos mesmos e) Conteno

    O termo conteno usado para descrever os mtodos de segurana utilizados na manipulao de materiais infecciosos em um meio laboratorial onde esto sendo manejados ou mantidos.

    f) Material Biolgico

    Todo material que contenha informao gentica e seja capaz de auto reproduo ou de ser reproduzido em um sistema biolgico. Inclui os organismos cultivveis e agentes (entre eles bactrias, fungos filamentosos, leveduras e protozorios); as clulas humanas, animais e vegetais, as partes replicveis destes organismos e clulas (bibliotecas genmicas, plasmdeos, vrus e fragmentos de DNA clonado), prons e os organismos ainda no cultivados. .Manual de Segurana

  • 2. RISCOS EM LABORATRIOS

    O trabalho em laboratrios de sade expe os trabalhadores a riscos comuns a outros grupos profissionais e riscos especficos da sua atividade. Estes riscos so classificados em cinco grupos principais:

    1.1 Risco de Acidente

    o risco de ocorrncia de um evento negativo e indesejado do qual resulta uma leso pessoal ou dano material. Em laboratrios os acidentes mais comuns so as queimaduras, cortes e perfuraes.

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  • 1.2. Risco Ergonmico

    Considera-se risco ergonmico qualquer fator que possa interferir nas caractersticas psicofisiolgicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua sade. Pode-se citar como exemplos o levantamento e transporte manual de peso, os movimentos repetitivos, a postura inadequada de trabalho, que podem resultar em LER Leses por Esforos Repetitivos, ou DORT Doenas Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho. O ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, longos perodos de ateno sustentada, ambiente no compatvel com a necessidade de concentrao, pausas insuficientes para descanso intra e intrajornadas, assim como problemas de relaes interpessoais no trabalho tambm apresentam riscos psicofisiolgicos para o trabalhador Manual de Segurana

  • 1.3 Risco Fsico

    Est relacionado s diversas formas de energia, como presses anormais, temperaturas extremas, rudo, vibraes, radiaes ionizantes (Raio X, Iodo 125, Carbono 14), ultrassom, radiaes no ionizantes (luz Infravermelha, luz Ultravioleta, laser, micro-ondas), a que podem estar expostos os trabalhadores.

    1.4 Risco Qumico

    Refere-se exposio a agentes ou substncias qumicas na forma lquida, gasosa ou como partculas e poeiras minerais e vegetais, presentes nos ambientes ou processos de trabalho, que possam penetrar no organismo pela via respiratria, ou possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo atravs da pele ou por ingesto, como solventes, medicamentos, produtos qumicos utilizados para limpeza e desinfeco, corantes, entre outros. Manual de Segurana

  • 1.5 Risco Biolgico

    Est associado ao manuseio ou contato com materiais biolgicos e/ou animais infectados com agentes biolgicos que possuam a capacidade de produzir efeitos nocivos sobre os seres humanos, animais e meio ambiente. Em relao biossegurana, os agentes biolgicos so classificados de acordo com o risco que eles apresentam.Manual de Segurana

  • 2. NORMAS BSICAS DE BIOSSEGURANA

    Estas normas consistem num conjunto de regras e procedimentos de segurana que visam a eliminar ou minimizar os acidentes e agravos de sade relacionados ao trabalho em laboratrios e em outros servios de sade. Manual de Segurana

  • 2.1. Higiene Pessoal

    a) cabelos Cabelos longos so mantidos presos durante os trabalhos; b) unhas As unhas so mantidas limpas e curtas, no ultrapassando a ponta dos dedos; c) calados Usa-se exclusivamente sapatos fechados no laboratrio; d) lentes de contato O ideal no usar lentes de contato no laboratrio. Se for necessrio us-las, no podem ser manuseadas durante o trabalho e necessitam ser protegidas com o uso de culos de segurana. Evita-se manipular produtos qumicos usando lentes de contato, uma vez que o material das lentes pode ser atacado por vapores ou reter substncias que possam provocar irritaes ou leses nos olhos;

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  • e) cosmticos

    No permitido aplicar cosmticos na rea laboratorial;

    f) joias e adereos

    Usa-se o mnimo possvel. No so usados anis que contenham reentrncias, incrustaes de pedras, assim como no se usa pulseiras e colares que possam tocar as superfcies de trabalho, vidrarias ou pacientes; Quando so usados crachs presos com cordo em volta do pescoo, estes devem estar sob o guarda-p dentro da rea analtica. Manual de Segurana

  • 2.2 Cuidados Gerais

    cuidar no levantamento e transporte de pesos, para no sofrer leses osteomusculares; b) utilizar escada para acessar prateleiras mais altas; c) colocar os objetos mais pesados em prateleiras mais baixas; d) no sobrecarregar fichrios e no deixar gavetas abertas em rea de circulao; e) no trabalhar sozinho no laboratrio.

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  • 2.3 Proibies na rea analtica a) pipetar com a boca; b) comer, beber ou fumar; c) armazenar alimentos; d) utilizar equipamentos da rea analtica para aquecer alimentos; e) manter objetos pessoais, bolsas ou roupas; f) coletar amostras de pacientes; g) usar ventiladores; h) assistir TV, ouvir radio ou fone de ouvido; i) presena de pessoas estranhas ao servio; j) presena de animais e plantas que no estejam relacionados com os trabalhos.

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  • 2.4 Lavagem das mos

    Para manipular materiais potencialmente infectantes e substncias qumicas utiliza-se luvas de proteo. Isto, no entanto, no elimina a necessidade de lavar as mos regularmente e de forma correta.

    Na maioria dos casos, lavar bem as mos com gua e sabo suficiente para a descontaminao, mas em situaes de maior risco recomendada a utilizao de sabo germicida.

    No laboratrio, as torneiras so, preferencialmente, acionadas com o p ou outro tipo de acionamento automtico. No estando disponveis estes dispositivos, usa-se papel toalha para fechar a torneira a fim de evitar a contaminao das mos lavadas.

    O ato de lavar as mos com gua e sabo, atravs de tcnica adequada, objetiva remover mecanicamente a sujidade e a maioria da flora transitria da pele. Manual de Segurana

  • Manual de Segurana2.4.1 Quando lavar as mos

    a) ao iniciar o turno de trabalho;b) sempre depois de ir ao banheiro;c) antes e aps o uso de luvas;d) antes de beber e comer;e) aps a manipulao de material biolgico e qumico;f) ao final das atividades, antes de deixar o laboratrio.

    2.4.2 Regras bsicas

    a) antes de lavar as mos, retirar anis e pulseiras;b) quando houver leses nas mos e antebraos, proteg-las com pequenos curativos antes de calar as luvas.

  • 2.4.3 Sequncia da lavagem das mos Manual de Segurana1. Palma2. Dorso das mos3. EspaosInterdigitais4. Polegar5. Articulao dos dedos6. Unhas e extremidades7. Punhos

  • 2.4.4 Antisspticos

    So preparaes contendo substncias microbicidas (que destroem microrganismos ativos) ou microbiostticas (que inativam microrganismos em forma vegetativa), destinadas ao uso tpico na pele, mucosa e ferimentos.

    2.4.5 Antissepsia das mos:

    Aps a lavagem das mos utiliza-se o lcool a 70%, glicerinado ou no. Manual de Segurana

  • 2.5 Superfcies

    As superfcies das bancadas de trabalho so limpas e descontaminadas antes e aps os trabalhos e sempre aps algum respingo ou derramamento, sobretudo no caso de material biolgico potencialmente contaminado e substncias qumicas.

    2.6 Aerossis

    Aerossis so partculas microscpicas que permanecem suspensas no ar e podem carregar elementos qumicos, biolgicos ou sujidades. Todos os procedimentos de laboratrio so conduzidos com o mximo cuidado visando a evitar a sua formao. Manual de Segurana

  • 3 EQUIPAMENTOS DE SEGURANA Os equipamentos de proteo individuais e coletivos so considerados elementos de conteno primria ou barreiras primrias. Estes equipamentos podem reduzir ou eliminar a exposio da equipe do laboratrio, de outras pessoas e do meio ambiente aos agentes potencialmente perigosos.

    3.1 Equipamentos de Proteo Individual EPI

    So elementos de conteno de uso individual utilizados para proteger o profissional do contato com agentes infecciosos, qumicos, calor ou frio excessivo, fogo, entre outros riscos, no ambiente de trabalho. Servem, tambm, para evitar a contaminao do material em experimento ou em produo. Manual de Segurana

  • 3.1.1 Guarda-p

    usado dentro da rea tcnica, mesmo quando no se esteja executando algum trabalho, e em todos os trabalhos que envolvam os riscos descritos acima, pois protegem tanto a pele como as roupas do tcnico. As mangas so longas, com elstico na extremidade. O fechamento frontal, com botes, preferencialmente de presso. O guarda-p confeccionado em tecido de algodo ou misto, no inflamvel, e tem comprimento abaixo dos joelhos. usado permanentemente fechado. lavado sempre que sujar ou, no mnimo, uma vez por semana, mesmo que apresente aspecto limpo.

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  • Para os que trabalham com amostras potencialmente contaminadas com agentes biolgicos classe 3 (Mycobacterium tuberculosis ou Histoplasma capsulatum, por exemplo), utilizado um guarda-p exclusivo para a rea restrita de manuseio destes agentes. Este guarda-p descontaminado em autoclave antes da lavao normal.

    Nota:

    proibido o uso de guarda-ps em elevadores, copas, refeitrios, toaletes e outros locais pblicos. Este permanece no ambiente tcnico, em cabides ou vestirios especficos. S usado em reas comuns para o transporte de materiais biolgicos, qumicos, estreis ou resduos entre uma e outra UO. Manual de Segurana

  • 3.1.2 Avental impermevel

    utilizado para lavao de material, vestido sobre o guarda-p.

    3.1.3 culos de segurana e/ou escudo facial

    So usados em todas as atividades que possam produzir salpicos, respingos e aerossis, projeo de estilhaos pela quebra de materiais que envolvam risco qumico ou biolgico, ou quando h exposio a radiaes perigosas (por ex. luz ultra-violeta), dando proteo ao rosto e, especialmente, aos olhos.

    Lavar aps o uso com gua e sabo ou, no trabalho com agentes biolgicos, com soluo desinfetante - hipoclorito a 0,1% (o lcool prejudica o material com que so fabricados os culos) e guard-los adequadamente. Manual de segurana

  • Manual de Segurana3.1.4 Respiradores

    So dispositivos com sistemas de filtro para serem usados em reas de alta contaminao com aerossis de material biolgico e na manipulao de substncias qumicas com alto teor de evaporao, dando proteo ao aparelho respiratrio.

    O uso do respirador no dispensa o uso de Capela de Segurana Qumica ou da Cabine de Segurana Biolgica. necessrio que o funcionrio receba treinamento para us-los corretamente.A figura ao lado mostra o tcnico com respirador (pea semifacial sem vlvula de exalao).

  • Manual de Segurana3.1.5 Botas de Borracha

    So usadas para proteo dos ps durante atividades em reas molhadas, para transporte de material e resduos e para a limpeza de locais contaminados, entre outras atividades.

    3.1.6 Gorro descartvel

    usado para proteger os cabelos de aerossis e salpicos e o produto ou experimento de contaminaes.

    3.1.7 Pro-p ou sapatilha

    Recomendado para a proteo dos calados/ps, em reas contaminadas ou para trabalhar em reas estreis.

  • Manual de Segurana3.1.8 Luvas

    Utilizadas para proteger as mos. So de uso obrigatrio na manipulao de qualquer material biolgico ou produto qumico. So fabricadas em diferentes materiais para atender as diversas atividades laboratoriais.

    3.1.8.1Tipos de luvas e indicao de uso

    a) luvas de ltex (borracha natural) Utiliza-se as chamadas luvas de procedimento nos trabalhos que envolvem contato com membranas mucosas e leses, no atendimento a pacientes e para procedimentos de diagnstico que no requeiram o uso de luvas estreis;

    b) luvas de cloreto de vinila (PVC) Para manusear citostticos e alguns produtos qumicos (ver Tabela 3: Tipos de Luva e Seu Uso Adequado Considerando a Incompatibilidade, no Captulo IV);

  • Manual de Seguranac) luvas de ltex nitrlico/borracha butadieno

    Para alguns produtos qumicos (ver Tabela 3: Tipos de Luva e Seu Uso Adequado Considerando a Incompatibilidade, no Captulo IV);

    d) luvas de fibra de vidro com polietileno reversvel

    Usadas para proteo contra materiais cortantes;e) luvas de fio de kevlar tricotado

    Protegem em trabalhos a temperaturas at 250C (figura direita);

    f) luvas trmicas de nylon

    Usadas para trabalhos a temperaturas at -35C;

  • g) luvas de borracha para servios gerais de limpeza, processos de limpeza de instrumentos e descontaminao; essas luvas podem ser descontaminadas por imerso em soluo de hipoclorito a 0,1% por 12 h; aps lavar, enxaguar e secar para a reutilizao; so descartadas quando apresentam qualquer evidncia de deteriorao. Notas: 1) verificar a presena de furos antes de calar as luvas. 2) no lavar ou desinfetar luvas de procedimento ou cirrgicas para reutilizao. O processo de lavagem pode ocasionar dilatao dos poros e aumentar a permeabilidade da luva. Agentes desinfetantes podem causar deteriorao. 3) as luvas no so usadas fora do laboratrio, a no ser para o transporte de materiais biolgicos, qumicos, estreis ou resduos entre uma e outra UO. 4) nunca tocar maanetas, telefone, puxadores de armrios e outros objetos de uso comum quando estiver de luvas e manuseando material biolgico potencialmente contaminado, substncias qumicas ou radioativas. titulo


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