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  • 1. Maonaria e Programao Neurolingustica Martha Follain. DEDICATRIA: In memoriam dos maons ARY FOLLAIN (1910-1975), meu pai, homem probo, meu melhor amigo - meu afeto. E EDWARD BACH (1886-1936), que demonstrou compaixo para com os seres vivos, criando as essncias florais - minha gratido. Ao maom CLAUDIOMAR LOPES BARCELLOS (1935), M.I., 33 do R.E.A.A. Pelotas/RS - meu respeito. Martha Follain. Junho/2006 So Paulo - SP PREFCIO APRESENTAO por Claudiomar Lopes Barcellos A Dr. Martha Follain honrou-me com a solicitao para que fizesse a apresentao do seu livro Maonaria e Programao Neurolingustica, em virtude de ter acompanhado a elaborao de to preciosa obra, sem quebrar meu juramento de sigilo. A Dr. Martha interessou-se pela Maonaria, em virtude de seu saudoso pai, Dr. Ary Follain, ter pertencido Ordem Manica. No
  • 2. obstante pesquisarmos sobre a afiliao manica, que deve ter sido por volta do ano de 1950. Infelizmente, no obtivemos, at o presente, resposta da Grande Loja Manica do Estado do Rio de Janeiro (GLMERJ) ou do Grande Oriente do Brasil/Rio de Janeiro (GOB/RJ). A autora, mulher culta e inteligente, tem escrito inmeros artigos sobre vrios assuntos, mormente, Vegetarianismo, Defesa dos Direitos dos Animais No Humanos, PNL, Terapias Holsticas etc., mas, este o primeiro livro que escreve. Seu objetivo, ao lanar-se tarefa de escrever tal obra, foi prestar homenagem a seu saudoso pai e ao mdico ingls, Dr. Edward Bach, criador da Terapia dos Florais que leva seu nome - Florais de Bach. Na biografia do ilustre e humanitrio mdico, sua assistente, Sr. Nora Weeks cita sua afiliao Maonaria inglesa. O segundo objetivo foi trazer ao conhecimento dos Maons e suas Famlias, o quanto de importncia tem a Filosofia Manica, para a Evoluo da Humanidade. Eu costumo dizer que, a Franco-Maonaria, com sua ao libertadora, foi a parteira das Independncias das Naes Americanas, eis que, todos os movimentos dessas independncias, foram liderados pelos Maons. O terceiro objetivo foi mostrar a Maonaria sob a tica da PNL - Programao Neurolingustica. A Dr. Martha foi uma brilhante aluna de um dos criadores da PNL, o Dr. John Grinder, professor da UCLA - Universidade da Califrnia (EUA). O livro comea a mostrar a estrutura da Maonaria, em seus Ritos, Graus, histrico e finaliza com a tica da Sublime Instituio, a Arte Real, sob a Luz da PNL. Por certo, tal enfoque dado pela Dr. Martha indito na bibliografia Manica, tanto a de elaborao dos pesquisadores maons como profanos. Sabe-se que a Maonaria estudada em Universidades, como fato cultural, sociolgico, antropolgico, histrico, etc. Lembremo-nos que homens de valor intelectual, cultural e tico, foram Maons e brindaram a Humanidade com suas preciosas obras. Citemos Carl Gustav Jung, Carl Sagan e Gibran Kalil Gibran, entre inmeros. Eis a obra que vem a Luz num momento da Histria da Humanidade, que podemos chamar da Grande Transio. Se, a maioria dos meus Irmos de Fraternidade, v com preocupao, tantos livros sobre Maonaria, eu, creio, firmemente, que o Sigilo Manico est preservado no ntimo dos Iniciados na Sublime Instituio, est resguardado no Sanctu Sanctorum do Corao do Maom...
  • 3. Tambm, um dos Paradigmas Espirituais da Humanidade e da Maonaria, o Mestre Yeoshua (latinizado para Iesu, Jesus), previu que, quando chegassem os Tempos Finais, tudo que fosse oculto seria revelado... Ora, se a Maonaria tem tanto ensinamento de Luz, seu Farol est beneficiando a Humanidade, quando sua Luz se expande e se revela, como no caso desta importante obra da Dr. Martha. Que o Grande Arquiteto do Universo, que Deus, ilumine a compreenso dos Maons, ao lerem Maonaria e Programao Neurolingustica. Um fraternal abrao a todos, Claudiomar Lopes Barcellos, M.*.I.*., 33 ARLS Fraternidade n 3 - R.*.E.*.A.*.A.*. - Or.*. de Pelotas/RS - GLMERGS ***************************** O vinho forte, O rei mais forte, As mulheres mais fortes ainda. Mas, a verdade conquista tudo. Inscrio no interior da Capela de Rosslyn (Lothian Esccia). - Companheiro sobre a Torre, De onde vens dia aps dia? - Venho das trevas profundas Em que se debate nosso velho mundo, Onde tudo frio, hostil e escuro. - Companheiro sobre a Torre, Que vs tu dia aps dia? - Vejo as sublimes obras-primas Dos grandes obreiros annimos, Os bons companheiros de antigamente Que trabalhavam com alegria E que nos abriram o Caminho Porque possuam a F. - Companheiro sobre a Torre
  • 4. Que fazes dia aps dia? - Da Natureza inteira eu tomo A inumervel e rude matria, E com meu corao e minhas mos Segurando a ferramenta que canta e ressoa, Transformo-a e dou-lhe forma. E, trabalho para todos os seres humanos. La Gait-de-Villebois (maom medieval). LUX E TENEBRIS NDICE: MAONARIA: 1- Origem, Mitos e Histria; 2- Conceito, As Mulheres e a Maonaria, Objetivos, Misso, Propsitos, Obedincias; 3- Ritos e Graus: Rito Escocs Antigo e Aceito; Rito de York e Emulation Rite; Rito de Schrder; Rito Francs ou Moderno; Rito Brasileiro; Rito Adonhiramita; 4- Ritualismo, Simbolismo e Smbolos; 5- Maonaria e Hermetismo; 6- Maonaria e Astrologia; 7- Maonaria e Holismo; 8- Os Templos Manicos; 9- A Maonaria no Brasil. PROGRAMAO NEUROLINGUSTICA (PNL) E MAONARIA: 1- Conceito, Origem e Histria da PNL; 2- Pressupostos da PNL; 3- Como nos comunicamos com o mundo: Uso Adequado da Voz; Uso dos Crebros; Linguagem: canais de comunicao (linguagem verbal), pistas de acesso, fisiologia - rapport (linguagem corporal) - formas para obter rapport; Rapport e Cadeia de Unio;
  • 5. 4- PNL e Fsica; 5- Crebro: Como o Crebro Processa Informaes; Como o Crebro funciona; Anatomia do Crebro; O Universo Hologrfico - Crebro Hologrfico e Maonaria; Crebro Reptiliano: Aprendiz; Sistema Lmbico: Companheiro; Crebro Neocortical: Mestre; Crebro e Maonaria so Ritualsticos; Mente Consciente, Mente Inconsciente e Maons; Smbolos e Rituais Manicos; Hemisfrio Esquerdo, Hemisfrio Direito e Ritos; 6- Sociedade Planetria Maonaria e Terceiro Milnio. MAONARIA: 1- Origem, Mitos e Histria: A Maonaria, ou Ordem Manica, a mais famosa das ditas sociedades secretas, est envolta em segredos; seu prprio nascimento misterioso e, no pode ser detectado. Tal falta de comprovao de sua origem, atribuda ao fato de ser uma instituio sigilosa e, em tempos remotos seus ensinamentos serem transmitidos oralmente, no havendo referncias documentais. A falta de registros faz com que, o nascedouro da Ordem Manica, esteja envolto em contradies e divergncias. Porm, os fundamentos da filosofia manica esto presentes em diversas sociedades antigas: na Grcia, no Egito, etc. Em todas as culturas, o ser humano sempre procurou conhecer e estudar a respeito de sua prpria natureza e a finalidade da existncia. Criaram-se Tradies, as quais reconheciam propsitos para a humanidade. De uma forma geral, essas Tradies estavam ligadas religio da sociedade na qual se desenvolveram. Essas Tradies so os Mistrios. Os Mistrios eram Escolas de Conhecimento que ofereciam estudo a respeito de reinos no materiais e das leis naturais que neles operavam, onde somente iniciados eram admitidos. O conhecimento era transmitido atravs de etapas (graus), e a instruo envolvia Rituais e uma elaborada estrutura simblica, utilizada para preservar os ensinamentos. Os Mistrios, no eram necessariamente religies - a preocupao maior era com a filosofia e a moral. Eles se dividiam em Mistrios Menores e Maiores. Os primeiros eram preparatrios, e nos Mistrios Maiores o conhecimento completo era comunicado. Assim, as antigas Tradies dos Mistrios, expressaram sua filosofia e, graas ao simbolismo dessas tradies, pde ser preservada. O objetivo sempre foi o mesmo, conservado pela Maonaria: conhecer a si mesmo
  • 6. descobrindo a centelha divina interior, aperfeioando-se continuamente, no caminho da moral, da retido e da felicidade. Alguns autores dividem a histria da Maonaria em trs perodos: 1- Maonaria Primitiva ou Pr-Maonaria: Abrange o conhecimento herdado de antigas civilizaes. A Maonaria Primitiva pode ser dividida: - Mistrios Persas e Hindus; - Mistrios Egpcios; - Mistrios Gregos dos Cabiris (deuses cuja adorao remonta Ilha de Samotrcia, onde os Mistrios Cabricos foram praticados at o incio da era crist. Havia a lenda da morte e ressurreio de Atys, filho da deusa Cibele); - Mistrios Gregos de Elusis ou de Ceres ou Demter (de todos os Mistrios dos antigos, eram os mais populares. Celebrados na Vila de Elusis, prximo a Atenas, eram dedicados deusa Demter. Neles a perda e a restituio de Persfone, filha de Demter, eram representados de forma cnica); - Mistrios Judaicos de Salomo; - Mistrios Gregos de Orfeu; - Mistrios Gregos de Pitgoras (filsofo grego que nasceu na Ilha de Samos, por volta de 584 a.C.. Viajou muito para adquirir conhecimento: foi iniciado pelos sacerdotes, no Egito, nos Mistrios Egpcios. Na Babilnia familiarizou-se com os ensinamentos msticos dos caldeus e teve contato com os cativos judeus que haviam sido exilados de Jerusalm e l residiam); - Mistrios dos Essnios (sociedade ou seita judaica que combinava o trabalho com as prticas religiosas); - Mistrios Romanos. 2- Maonaria Operativa ou de Ofcio: Estende-se por toda a Idade Mdia e a Renascena e extingue-se com a fundao da Grande Loja de Londres em 1717; 3- Maonaria Especulativa ou Franco-Maonaria ou Maonaria dos Aceitos: A fundao da Grande Loja de Londres determina o incio da Maonaria Especulativa. Dentre os Mistrios, os da civilizao egpcia forneceram muitos subsdios e fundamentos Maonaria. Os primeiros egpcios parecem ter sido influenciados pelos construtores de cidades da Sumria emigrantes sumrios podem ter levado a tcnica de construo para o Egito. A Maonaria tem
  • 7. alguns smbolos que so egpcios, como pirmides, olho de Hrus, etc. que podem ter origem sumria pesquisadores indicam a Sumria como bero de toda civilizao. H uma lenda, relatada por Plutarco, escritor e filsofo grego, que liga a Ordem a sis (a me de todos os seres e personificao da Natureza e da Vida) e Osris (deus supremo, o deus que levou a civilizao ao Egito, filho de Geb, a Terra e de Nut, matria primordial do espao infinito), no Egito. A Maonaria, segundo a lenda, pode ter tido origem nos Mistrios egpcios (os Mistrios egpcios dividiam-se em trs graus: mistrios de sis, de Osris e os de Hrus, que posteriormente, poderiam ter originado os trs Graus na Maonaria Simblica), no ocultismo desses ensinamentos. A Ordem recebeu vrias influncias egpcias: os construtores das pirmides, os pedreiros, foram os primeiros a sistematizar e transmitir os preceitos manicos. A Geometria, empregada nas grandes construes a mesma para os maons. Elementos dos Templos egpcios, como as colunas, esto presentes nas atuais Lojas. Os iniciados adotam o princpio da Luz e das Trevas, em eterna luta, como no mito de sis e Osris: Seth (deus do caos, da confuso, da traio, das tempestades, do vento, do deserto e das terras estrangeiras), com inveja de Osris (seu irmo), por este ter herdado o reino do pai na Terra, engendrou um plano para mat-lo e usurpar o poder. Seth tirou as medidas de Osris enquanto ele dormia e, organizou um banquete para os setenta e dois deuses da corte, no qual lanou um desafio: aquele que coubesse no esquife (que mandou fazer com as medidas de Osris), o ganharia de presente. Claro que, somente Osris coube. Seth trancou-o e mandou jog-lo no rio Nilo. A corrente arrastou a urna at o Mar Mediterrneo, at Biblos, na Fencia. sis, esposa de Osris, partiu em busca do marido. Encontrou-o e voltou com o esquife. Seth descobriu e cortou o corpo do irmo em catorze pedaos, espalhando-os pelo Egito so tambm catorze os dias de um funeral, na Lenda Manica do 3 Grau, Mestre pode ser uma referncia metade da idade lunar, ou de seu perodo negro, simblico da escurido da morte, seguido pelos catorze dias de Lua Cheia, ou de retomada da vida. sis parte, novamente, em busca dos despojos do esposo e, encontra todas as partes. sis foi ajudada por Anbis, deus guia dos caminhos do alm-tmulo com cabea de chacal, que embalsamou Osris, e este se tornou a primeira mmia do Egito. sis conseguiu que o marido embalsamado a fecundasse e, dessa unio, nasceu Hrus, que assumiu o poder e reinou na Terra.
  • 8. Dentre os Mistrios Judaicos de Salomo, h a lenda que, situa a origem da Maonaria na construo do Grande Templo de Salomo, em Jerusalm, narrada no Velho Testamento (I Reis). Davi, rei da tribo de Jud, que se tornou rei por volta de 1000 a.C., desejava construir um Templo, onde a Arca da Aliana (receptculo das Tbuas dos Dez Mandamentos) ficasse definitivamente guardada, ao invs de permanecer em tenda provisria, existente desde os tempos de Moiss. Davi e seu filho Salomo (Salomo, nono filho de Davi, com Bate-Seba - foi o terceiro rei do povo hebreu, tendo sucedido a seu pai em cerca de 997 a.C.. Reinou por quarenta anos.), foram encarregados de concretizar os planos do Arquiteto Divino. Davi no viu a obra concluda, por causa de envolvimentos pessoais: Davi se apaixonou por Bate-Seba e foi responsvel pela morte de seu marido Urias. O filho de Davi, o prncipe coroado Amom, foi assassinado por seu irmo Absalo, depois de ter estuprado sua meia irm Tamar, e Absalo tentou usurpar o reino de seu pai. Houve uma guerra civil: Davi conseguiu manter seu reino e mandou matar Absalo, por enforcamento. Com tantos problemas e dissabores, Davi no construiu o Templo planejado. Davi estava em seu leito de morte quando Adonias, o herdeiro do trono, foi coroado rei. Antes que a festa de coroao terminasse, Salomo foi ungido rei por Sadok, com a aquiescncia e ajuda do prprio Davi. A cerimnia de Salomo foi considerada como a verdadeira. Salomo ento recebe de Deus, a misso de construir o Templo, seguindo as instrues deixadas pelo profeta Natan, ao qual o Senhor deu sonhos com as indicaes necessrias. Salomo no conseguindo arregimentar mo de obra qualificada em Israel solicitou a Hiram, rei de Tiro (Fencia), os operrios necessrios. Hiram, atendendo ao pedido do rei Salomo, designou os trabalhadores (e tambm forneceu madeira do Lbano - cedro), recebendo em troca trigo, cevada, azeite e vinho. Salomo mandou construir o Templo no Monte Mori, no quarto ano do seu reinado e confiou seus planos a um arquiteto, indicado por Hiram, rei de Tiro, chamado Hiram Abiff (filho de um trio, obreiro do bronze, e de uma viva da tribo de Nephtali). Hiram Abiff dividiu os trabalhadores em trs categorias, segundo suas aptides e responsabilidades: uns deveriam trabalhar nas montanhas extraindo pedras (Aprendizes); outros transportariam as pedras da montanha para o local da construo (Companheiros); e, os mais qualificados para construir o Templo, ensinar e inspecionar o trabalho (Mestres). Segundo a lenda, Salomo teria sob suas ordens oitenta mil operrios e mais de trs mil Mestres. A comunicao entre Hiram Abiff, Aprendizes, Companheiros e Mestres era feita atravs de sinais, toques e palavras, j que a maioria dos trabalhadores
  • 9. era analfabeta. Assim, para identificarem-se no momento de receber o pagamento pelas horas trabalhadas, os Aprendizes usavam uma palavra-senha (palavra de passe), os Companheiros outra e os Mestres outra diferente, de maneira que cada um fosse reconhecido de acordo com a sua qualificao profissional. Se o operrio esquecesse a palavra de passe, no conseguia receber o pagamento. Os maons, atualmente, conservam toques, sinais e palavras para se reconhecerem e se comunicarem. Durante a obra, Hiram Abiff, (arquiteto chefe) foi assassinado por trs de seus Companheiros: Jubela, Jubelo e Jubelum, no Rito Escocs Antigo e Aceito; ou Sebal, Overlut e Stokin, no Rito de York; ou Hagava, Hakina e Herenda, no Rito de Misrin. O motivo do crime envolveu ambio. Os trs Companheiros queriam que Hiram Abiff ensinasse os segredos de Mestre, sem terem o tempo necessrio de estudo para receberem tais conhecimentos, guardados por Hiram: reza a lenda, que Hiram Abiff realizou a obra sem o uso de ferramentas: todos os blocos de pedra encaixavam-se perfeitamente. Hiram foi morto, porm, no revelou o que sabia. Salomo, no vendo regressar seu arquiteto, enviou nove Mestres para procur-lo, os quais saram divididos em grupos sucessivos de trs (outros autores do o nmero de doze Mestres, os quais saram em grupos de trs: trs para o sul, trs para o norte, trs para o leste e trs para o oeste). Os trs assassinos esconderam o cadver sob um monte de escombros e, plantaram sobre este tmulo improvisado um ramo de accia, fugindo depois. A accia uma planta perene cujas folhas mantm-se verdes, mesmo no outono e inverno e, representa a eternidade e imortalidade - o conhecimento inconsciente e universal. O corpo de Hiram Abiff ficou enterrado por catorze dias. O ramo de accia revelou aos nove Mestres o local da sepultura do corpo de Hiram - abriram a tumba e retiraram seus restos, exclamando: Mach Benach (a carne se solta dos ossos). Salomo proporcionou a Hiram um enterro digno. Os trs assassinos foram capturados. E Hiram ressuscitou. Segundo Albert Pike (1809-1891), Gro-Mestre da Maonaria americana (Rito Escocs Antigo e Aceito) de 1859 a 1891, os assassinos desfecharam trs golpes em Hiram Abiff, os quais, simbolicamente, representavam uma maneira de matar espiritualmente a humanidade: o primeiro assassino deu um golpe na garganta, desfechado com uma rgua, que sufocaria a liberdade de expresso; o segundo golpe foi no corao, com um esquadro, que mataria a fraternidade entre os homens; e o terceiro foi na cabea, com um mao (martelo grande, de madeira) para destruir o livre pensamento. Os nomes dos trs Companheiros que assassinaram Hiram Abiff, Jubela, Jubelo e Jubelum (simbolizam a ignorncia, fanatismo e a tirania), deram origem aos sinais dos trs primeiros Graus manicos.
  • 10. Aps a morte do rei Salomo em cerca de 935 a.C., seu reino foi dividido em dois estados: Israel e Jud. Deste ltimo, os judeus herdaram o nome. Com o tempo, esses dois reinos, tornaram-se muito fracos para conter os invasores, cheios de ambio. O Templo de Salomo foi destrudo pelo exrcito de Nabucodonosor II, rei da Babilnia, em 587 a.C. Nabucodonosor II mandou milhares de judeus (provavelmente trs mil) para o exlio, na Babilnia. Em 539 a.C., o general Ugbaru do rei persa Ciro, derrotou os babilnios, tomando a cidade da Babilnia, sem derramamento de sangue, e uniu a maior parte do Oriente Mdio num s estado, que ia da ndia ao Mediterrneo, e permitiu que os judeus voltassem a Jerusalm, devolvendo a eles os tesouros que haviam sido retirados do Templo por Nabucodonosor II. Os judeus foram reconduzidos a Jerusalm pelo rei Zorobabel, neto do ltimo rei e herdeiro do trono de Davi, e seu grupo: Josu, Neemias, Saraas, Raelais, Mardoqueu, Bels, Beguai, Reum e Baana Foi iniciada a reconstruo do Templo, por Zorobabel, sob autorizao de Ciro, e os judeus retomaram seus cultos. Duzentos anos depois, com a derrota dos persas pelo macednio Alexandre, O Grande, Jerusalm entra em contato com a cultura grega. Em 200 a.C., Antoco, rei dos selucidas, mudou o nome da cidade para Antioquia e desfigurou o Templo, dedicando-o ao deus grego Zeus, proibindo a prtica do judasmo. Os macabeus lutaram contra os selucidas por dezesseis anos. Em 141 a.C., instalaram um reino independente. Em 63 a.C., o general romano Pompeu, tomou Jerusalm e, profanou o Templo. A Judia ficou reduzida condio de provncia romana, por Pompeu. Jerusalm viveu um caos, e trocava de mos com freqncia. No ano 37 a.C., Herodes conquistou Jerusalm. Apesar de seu governo sanguinrio, Herodes restaurou o Templo de Salomo essa foi a terceira reconstruo. Depois de muitas batalhas, revoltas, guerra civil entre faces judaicas, o Templo foi novamente destrudo. Da estrutura original, restou somente o atual Muro das Lamentaes (que, alguns autores afirmam ser do Terceiro Templo real, o de Herodes). Na realidade, em sentido amplo, h quatro Templos: O primeiro, construdo por Salomo; o segundo no existiu concretamente apareceu como viso do profeta Ezequiel durante a escravido dos judeus na Babilnia; o terceiro foi construdo pelo rei Zorobabel e o quarto Templo foi erguido por Herodes. A Maonaria tambm chamada de Arte Real, pela suposio que tenha sido encontrada pelos dois reis: Salomo de Israel e Hiram de Tiro e, teria sido encorajada e financiada pelos dois monarcas em vrios pases.
  • 11. Outra hiptese, tambm sem comprovao, aponta a Ordem como instituda pelos poucos Cavaleiros Templrios que no foram massacrados por ordem do papa Clemente V e do rei da Frana Felipe IV, o Belo, entre 1307 e 1314. A Ordem dos Cavaleiros do Templo de Salomo foi uma Ordem Militar Religiosa fundada por um nobre francs da regio de Champagne, Hugues de Payens, que se tornou o primeiro Gro-Mestre dos Templrios, e o cavaleiro flamengo Godofredo de Saint-Omer, em 1118, em Jerusalm, logo aps a Primeira Cruzada (1099), para proteger os peregrinos cristos que iam para a Terra Santa. No incio, eram nove cavaleiros de origem flamenga e francesa, e ofereceram seus servios ao rei de Jerusalm, Balduno II. Esses cavaleiros eram: Hugues de Payens, Godofredo de Saint-Omer, Andr de Montbard, Payen de Montdidier e Archambaud de Saint-Amand. Os demais esto envoltos em mistrios, pois s se sabe seus primeiros nomes: Gondemare, Rosal, Godefroy e Geoffrey (Bisol). Eles instalaram-se, inicialmente, nas runas do Templo do Rei Salomo - da o nome Templrios. O primeiro selo da Ordem Templria era um cavalo montado por dois cavaleiros, que simbolizaria a pobreza da Ordem. Outros autores afirmam que esse selo poderia representar os dois graus de cavaleiro dentro da Ordem: os que tinham permisso para participar do segredo Templrio, e os que no tinham. Os Cavaleiros Templrios como Ordem de Cavalaria Militar, formavam a vanguarda e a estrutura principal dos exrcitos dos cruzados na Palestina. Por quase duzentos anos, foram muito poderosos, com legendrias habilidades no combate e fabulosos tesouros. Felipe, o Belo, tivera seu pedido de admisso rejeitado pelos Mestres Templrios sua vaidade de tirano foi ofendida e, decretou a perseguio e priso dos Templrios em 13 de outubro de 1307. Felipe sabia da rivalidade entre a Ordem Templria e a Ordem Hospitalria: Ordem dos Cavaleiros Hospitalrios de So Joo - Ordem religiosa da Igreja Catlica, fundada pelo Irmo Gerardo. Inicialmente, essa Ordem foi instituda como uma Ordem de enfermagem em Jerusalm, porm tinha membros treinados como cavaleiros guerreiros. Ento o rei sugeriu ao papa que escrevesse aos Gros-Mestres das duas Ordens, convidando-os para uma reunio poltica. Guilherme de Villaret, Gro-Mestre dos Hospitalrios no compareceu ao encontro o Gro-Mestre dos Templrios compareceu. Jacobus Borgundus Molay ou Jacques DeMolay (1244-1314), cavaleiro da pequena nobreza do leste da Frana, nascido na cidade de Vitrey, ltimo Gro- Mestre da Ordem Templria e todos os Templrios (cerca de quinze mil na Frana), foram presos na manh do dia 13 e torturados foram acusados de feitiaria, idolatria e heresia. A Inquisio da Igreja Catlica teve ordens para extrair confisses, com qualquer tipo de tortura. Jacques DeMolay foi
  • 12. entregue ao Grande Inquisidor da Frana, Guilherme Imbert. A tortura deveria evitar o derramamento de sangue, pois era um padre torturando outro padre. Portanto, queimar, esmagar e esticar foram as efetivas alternativas. Nos calabouos (onde ficavam outros prisioneiros), havia um dreno para excrementos, urina, vmito e sangue a masmorra, que era um pequeno poo logo abaixo desse pesado ralo de ferro, do tubo de esgoto, no cho para as masmorras iam prisioneiros incorrigveis ou aos quais estava destinada particular degradao. Os Templrios foram colocados em masmorras uma inveno gaulesa, desenvolvida pelos franceses: um poo pequeno demais para o prisioneiro deitar-se, o qual tinha que ficar sentado ou ajoelhado. Foram impiedosamente torturados por sete anos. Em 18 de maro de 1314, Jacques DeMolay, e cerca de cento e quarenta cavaleiros foram executados: foram queimados numa ilha do rio Sena, Il de la Cite, assinalando a morte oficial da Ordem. Segundo a lenda, Jacques DeMolay com setenta anos, durante sua agnica morte na fogueira, amaldioou seus algozes, com essas palavras: Vergonha! Vergonha! Vs estais vendo morrer inocentes. Vergonha sobre vs todos. Nekan, nekan, Adonai!!! (Vingana, vingana, Senhor!!!) papa Clemente ..., Cavaleiro Guilherme de Nogaret..., rei Felipe; intimo-os a comparecer perante o Tribunal do Juiz de todos ns dentro de um ano para receberdes o seu julgamento e o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos at a dcima terceira gerao de suas raas!!!. Quarenta dias depois o papa Clemente V morreu vtima de uma infeco intestinal. Felipe morreu em 29 de novembro de 1314, ao cair de um cavalo durante uma caada, e Guilherme de Nogaret (alguns historiadores descrevem-no como advogado, ministro e agente de Felipe), morreu numa manh da terceira semana de dezembro, envenenado por uma vela feita por Evrard, ex-Templrio. Pesquisadores apontam que a motivao da perseguio foi poltica e econmica: poltica porque, Felipe, ao destruir a Ordem Templria impediria qualquer aumento de poder do papa, pois a Ordem era ligada apenas Igreja Catlica; e econmica, pois o rei apoderar-se-ia das riquezas e bens (castelos, terras) dos cavaleiros. Os Templrios tinham se tornado depositrios de imensas fortunas e formaram um dos primeiros sistemas bancrios existentes: o peregrino podia depositar uma quantia em um Templo em sua terra natal e, retir-la em outro Templo, na Terra Santa. Felipe forou o papa a apoiar a condenao da Ordem e, Clemente V, na sexta-feira, 13 de outubro, de 1307, autorizou a Frana a atacar os Templrios - fato que selou a sexta- feira 13 como dia aziago. Porm, o papa arquitetou um acordo, e em 1312, quando dissolveu a Ordem dos Cavaleiros Templrios, transferiu boa parte das
  • 13. propriedades e os ativos da Ordem Templria para a Ordem dos Cavaleiros Hospitalrios de So Joo. A Jacques DeMolay, o ltimo Gro-Mestre Oficial da Ordem Templria, foi atribudo o fato de ter organizado o que mais tarde veio a chamar-se o Oculto Hermtico ou Maonaria Escocesa (segundo teoria do historiador escocs moderno, Andrew Sinclair). H, atualmente, uma Ordem inspirada nos Templrios: a Ordem DeMolay, para jovens do sexo masculino, de doze a vinte e um anos - a Ordem DeMolay tem ligaes com a Maonaria, mas tem liberdade de atuao. Outra tese coloca a origem da Ordem Manica moderna, nas Corporaes de Ofcio espcies de sindicatos europeus (principalmente ingleses), na Idade Mdia. Especificamente, a corporao de pedreiros essas corporaes conservavam a influncia da Igreja Catlica, tendo a corporao de pedreiros eleito dois santos padroeiros: So Joo Batista e So Joo Evangelista, com posterior fixao em So Joo da Esccia. A palavra Maonaria em francs, Maonnerie, derivada do francs maon, pedreiro. Ou, como preferem alguns, do ingls Masonry (Maonaria) e mason, igualmente, pedreiro. Etimologicamente, a palavra maom vem do baixo latim machio, cortador de pedras. Porm, alguns autores defendem a hiptese que a palavra Maonaria mais antiga e tem origem na expresso copta phree messen, que significa Filhos da Luz. Pode-se deduzir que, seus primeiros integrantes operavam, materialmente, em construes, obras - eram trabalhadores especializados, construtores de Templos, de Igrejas, castelos, os quais, desde a Antigidade detinham conhecimentos especiais e constituam uma espcie de aristocracia do trabalho. Eram os profissionais mais qualificados da Europa e, mantinham as tcnicas de seu ofcio, em segredo. Adotaram uma hierarquia baseada no conhecimento e na percia. Esta fase da Maonaria conhecida como Operativa, porque seus membros trabalhavam em construes eram obreiros. Contrariamente aos camponeses, os pedreiros tinham permisso para viajar, numa poca em que as pessoas, viviam ligadas e presas terra, devido ao feudalismo. Esses pedreiros reuniam-se em uma Loja local, um edifcio erguido no canteiro de obras, onde comiam e dormiam. Todas as corporaes estavam organizadas em: Aprendizes, Oficiais e Mestres. Os Aprendizes no recebiam remunerao moravam na casa dos Mestres, que lhes forneciam vesturio e alimentao. Depois de um tempo de aprendizado, que podia se estender por at sete anos, eram promovidos ao 2 Grau Oficiais. Os Oficiais recebiam salrios, e os mais talentosos tornavam-se Mestres, e podiam abrir suas prprias oficinas.
  • 14. Na Idade Mdia havia dois tipos de pedreiros: o rough stone mason, pedreiro bruto que trabalhava com a pedra sem extrair-lhe forma ou polimento, e o free stone mason, pedreiro livre, que detinha o segredo de como polir a pedra bruta. Os documentos antigos (era crist), deixados pelos maons operativos, so importante fonte para estudo do passado da Maonaria: - Constituio de York, ano 926; - Carta de Bolonha, ano 1248; - Manuscrito Regius ou Manuscrito Halliwell, ano 1390. Esse Manuscrito encontra-se no British Museum, em Londres, Inglaterra; - Manuscrito Cooke, ano 1410; - Estatutos de Ratisbona, ano 1459; - Manuscrito Grand Lodge n 1, ano 1583; - Estatutos Schaw, ano 1598; - Manuscrito Inigo Jones, ano 1607; - Manuscrito de Edimburgo, ano 1696; - Manuscrito Dumfires n 4, ano 1710; - Manuscrito Kewan, ano 1714-1720. Entre os sculos XVI e XVII, as corporaes mudaram as caractersticas das reunies. Especialmente na Inglaterra, nesses encontros, abriu-se espao para o estudo da Alquimia e Rituais Simblicos e, para homens que no trabalhavam com construes. Tem incio a Maonaria Especulativa ou Franco-Maonaria, porque seus adeptos so homens de pensamento voltado para o conhecimento filosfico e, que perdura at hoje (o Manuscrito Cooke, do sculo XV, um antigo documento que norteia as bases da Maonaria Especulativa, contendo um dos mitos centrais da Maonaria: a figura de Hiram Abiff, o construtor do Templo de Salomo). Essas duas fases da Maonaria so bem distintas: a Operativa era uma organizao fraternal de artesos. Com a incluso de membros da nobreza e pensadores, os temas e debates passaram a ser filosficos e filantrpicos, teve incio a Maonaria Especulativa. Segundo Albert G. Mackey (1807-1881 mdico, autor manico): A principal diferena entre a Maonaria Operativa e a Especulativa que, enquanto a primeira se ocupou com a construo de um Templo material formado, na verdade, pelos mais magnficos materiais das pedreiras da Palestina, das montanhas do Lbano, e das costas douradas de Ofir, a ltima se dedicou a erguer uma casa espiritual uma casa no construda com as mos na qual pedras, pedras preciosas, cedro e ouro, so substitudos pelas virtudes do corao, pelas puras emoes da alma, pelos
  • 15. ardentes sentimentos que brotam das fontes ocultas do esprito. Segundo o mesmo autor, a Maonaria Especulativa, a atual, nasceu do encontro dos judeus ou maons puros (Maonaria Pura ou Noaquita refere-se aos descendentes de No), e o povo de Tiro, ou maons esprios (Maonaria Espria, referente aos mistrios pagos), na construo do Templo de Salomo. A Maonaria Pura sempre foi Especulativa, segundo o autor, e a Maonaria Espria, dos operrios de Tiro, era composta por arquitetos profissionais, que introduziram a arte operativa da as caractersticas de uma Cincia Especulativa e de uma Arte Operativa, forneceram as bases da Maonaria atual, com a fuso da Maonaria Pura e da Maonaria Espria. Num primeiro momento, a Ordem foi fiel Igreja Catlica: at 1694, quando Guilherme III (rei da Inglaterra, Esccia e Holanda) foi iniciado na Maonaria, esta era catlica e leal ao papa - nos estatutos, havia a obrigao do maom ser fiel a Deus e Santa Igreja. No entanto, aos poucos, a Maonaria desligou-se do clero, tornando-se autnoma e forte. A partir do sculo XVII, o Iluminismo, movimento filosfico e cientificista, colaborou para a evoluo organizacional e funcional da Maonaria. Antes do Iluminismo, a sociedade era concebida teologicamente, centrando-se na autoridade eclesistica. O Iluminismo substituiu os antigos valores corrompidos pelos princpios da universalidade, da igualdade e da democracia - o que os maons j conheciam e praticavam. O Iluminismo revitalizou as bases tradicionais da cultura europia, como tambm contestou a legitimidade da monarquia, da aristocracia, da submisso da mulher ao homem, da absoluta autoridade eclesistica e da escravatura. Durante o Iluminismo, a Maonaria surgiu como instituio que preconizava os valores da Idade Moderna, aceitando plenamente a nova percepo de mundo, desenvolvida pela cincia e pela filosofia. Despontou a liderana manica de John Theophilus Desaguliers (1683- 1744), um francs que passara a viver na Inglaterra. A cincia foi importante na vida de Desaguliers, tendo se aprofundado na pesquisa, principalmente, das Leis Mecnicas de Isaac Newton, tambm maom, de quem foi amigo. Fez conferncias em tavernas para divulgar a cincia newtoniana, e estudou a matria e seus movimentos como elementos constitutivos do Universo. Desaguliers tornou-se Gro-Mestre no incio da Maonaria Especulativa. Os princpios da arquitetura clssica tambm tiveram grande influncia do Iluminismo, no incio do sculo XVIII. As caractersticas mais valorizadas eram a simetria, os arcos, as colunas Drica, Jnica e Corntia e os templos com domus (abobadados).
  • 16. Podem-se identificar trs fases no desenvolvimento da Maonaria - a primeira foi a dos Antigos Mistrios. A segunda fase, mais recente e intermediria, a Maonaria Operativa que vai desde as guildas (Corporaes de Ofcio eram associaes de artesos de um mesmo ramo) e as Corporaes de Construtores, at a aceitao dos no operativos, iniciando dessa forma a terceira fase, a da Maonaria Especulativa ou Franco-Maonaria, do francs franc, livre e mason pedreiro. Em cidades da Inglaterra, surgiram Lojas (como so nomeados os grupos de reunio) a palavra Loja vem do ingls Lodge e do francs Loge, que significa cabana, toca, choupana. Outros autores afirmam que a palavra loja vem do snscrito loka mundo, derivada da raiz lok, que significa ver, tendo relao com locus, lugar do latim. Assim, a Loja considerada um smbolo do cosmo. Em 1717, quatro Lojas reuniram-se para fundar a Grande Loja de Londres, at hoje a mais importante instituio mundial da Maonaria. Essas quatro Lojas, a Goose and Gridiron (O Ganso e a Grelha), a Queens Head (A Cabea da Rainha), a Apple Tree (A Macieira) e a Rummer and Grapes (O Copo e as Uvas), reuniram-se no local da Goose and Gridiron e oficializaram a criao da Grande Loja de Londres. As Lojas escolheram tambm seu primeiro Gro-Mestre, Anthony Sayer (gentil-homem, na poca o Mestre mais antigo). No ano seguinte foi eleito Gro-Mestre George Payne, o qual reuniu toda documentao existente sobre a Maonaria, formando o primeiro regulamento impresso, em 1721. A partir desse regulamento que surge, em 1723, a Constituio de Anderson. A primeira vez em que a palavra Landmark foi mencionada em Maonaria, foi nos Regulamentos Gerais compilados em 1721 por George Payne, durante o seu segundo mandato como Gro-Mestre da Grande Loja de Londres os Landmarks foram adotados em 1721, como lei orgnica e terceira parte integrante da Constituio de Anderson. Landmarks so regras de conduta que devem ser mantidos imutveis. Podem ser de tradio escrita ou oral. So consensuais e devem ser mantidos intactos, em virtude de compromissos solenes e inviolveis. So a certido de nascimento da Maonaria documentada. O conceito de Landmarks vem da Maonaria Operativa: o mtodo de cinco pontos que consistia em fixar, inicialmente, os quatro ngulos em que deveriam ser colocadas quatro pedras; depois, a pedra no centro, que a que faz a base e tem a forma quadrada ou retangular. O ponto de encontro das diagonais era assinalado com cinco estacas - isso tem a denominao de Landmarks, isto : os limites alm dos quais no se deve ir. Os cinco pontos da Maonaria Operativa eram aplicados a um simbolismo corporal, no qual o corpo do homem representa o prprio edifcio.
  • 17. Os Landmarks de Mackey (Albert Galletin Mackey 1807-1881, mdico, maom. considerado um grande jurista manico): I- Nossos meios de reconhecimento so inalterveis. No admitem variao alguma; II- A Maonaria Simblica se divide em trs graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre; III- A Lenda do Terceiro Grau inaltervel; IV- O Governo Supremo da Fraternidade est presidido por um Oficial chamado Gro-Mestre, eleito entre os membros da Ordem; V- uma prerrogativa do Gro-Mestre, presidir qualquer reunio manica (no territrio de sua jurisdio); VI- prerrogativa do Gro-Mestre, conceder dispensa de interstcios para conferir Graus a qualquer tempo incompleto (em tempos anormais); VII- prerrogativa do Gro Mestre, conceder dispensas para abrir ou fechar Lojas; VIII- prerrogativa do Gro-Mestre, fazer Mestres no ato (iniciar e exaltar); IX- Todos os Mestres tm a obrigao de congregarem-se em Lojas; X- O Governo da Fraternidade, reunida em Lojas, se exerce por um Venervel Mestre e dois Vigilantes; XI- um dever de todas as Lojas, quando se congregam, o de trelhar a todos os visitantes (trabalhar a coberto); XII- Todo Maom tem o direito de ser representado e de dar instrues a seu representante, nas Assemblias de que tome parte; XIII- Todo Maom pode apelar Grande Loja das decises de seus Irmos congregados na Loja; XIV- Todo Maom em pleno uso de seus direitos, pode visitar qualquer Loja regular; XV- Nenhum visitante desconhecido pode entrar nas Lojas sem ser cuidadosamente trelhado; XVI- Nenhuma Loja pode intervir nos assuntos de outra Loja; XVII- Todo Maom est sob o domnio das leis e regulamentos da jurisdio em que resida, ainda que no seja membro das Lojas da Obedincia; XVIII- As mulheres, os coxos, os aleijados, os escravos, os mutilados, os menores de idade e os ancios no podem ser iniciados; XIX- inevitvel para todo Maom, a crena na existncia de um princpio criador, identificado como G.A.D.U.; XX- Todo Maom deve crer na ressurreio a uma vida futura;
  • 18. XXI- Um Livro da Lei no deve faltar nunca em uma Loja quando trabalha; XXII-Todos os Maons so iguais; XXIII- A Maonaria uma sociedade secreta; XXIV- A Maonaria foi fundada como cincia especulativa sobre a arte operativa, tomando simbolicamente os usos dessa arte; XXV- Nenhum destes Landmarks poder ser modificado nunca, no mnimo que seja. Como ensina Rizzardo da Camino: Infalibilidade, invariabilidade e irrevogabilidade so os trs atributos dos Landmarks. A Constituio de Anderson estabeleceu um novo estatuto, substituindo as Old Charges, isto , as Velhas Obrigaes da Maonaria Operativa, as quais foram extradas de antigos manuscritos usados pelas corporaes de artesos da Idade Mdia. Era um cdigo de tica que regulava o relacionamento entre os maons das guildas profissionais. Foi organizada pelo maom James Anderson (1680-1739), telogo e ministro da Igreja Presbiteriana de Londres, nascido em Edimburgo na Esccia, que registrou por escrito todas as normas e Rituais transmitidos oralmente. A Constituio de Anderson foi revisada e corrigida por catorze intelectuais maons, e ficou dividida em trs partes: uma seo histrica, desde pocas remotas at o comeo do sculo XVII; uma segunda, que expe as obrigaes de todo maom, assim como as sanes pelo seu no cumprimento; e a terceira e ltima parte, dedicada a canes que glorificam a Ordem, para uso dos trs Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Segundo Alberto Victor Castellet (autor manico), em seu livro O que a Maonaria, a partir de ento, j no ser a catedral um Templo de pedra a construir, seno que o edifcio a ser levantado em honra e glria ao Grande Arquiteto do Universo ser a catedral do Universo, quer dizer, a mesma Humanidade. O trabalho sobre a pedra bruta destinada a transformar-se em cbica, quer dizer, apta s exigncias construtivas, ser o homem, que haver de ir polindo-se em contato com seus semelhantes atravs de um ensinamento em grande parte simblico. Cada utilitrio ou ferramenta dos pedreiros receber um sentido simblico: o esquadro, para regular as aes; o compasso, para manter-se nos limites com todos os homens, especialmente com os irmos maons; o avental, smbolo do trabalho, que com sua brancura indica a simplicidade dos costumes e a igualdade; as luvas brancas, que recordam ao
  • 19. franco-maom que no deve jamais manchar as mos com a iniqidade; e finalmente a Bblia, para regular ou governar a f. 2- Conceito, As Mulheres e a Maonaria, Objetivos, Misso, Propsitos, Obedincias: - Conceito: Segundo Erwin Seignemartin (Past Gro-Mestre: nascido em 1912, em Ribeiro Preto - Brasil) na Conferncia Maonaria Sua Histria, Objetivos e Princpios 28 de setembro de 1979: A Maonaria uma Ordem Universal formada por homens de todas as raas, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e reunidos com a finalidade de construrem uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na Esperana com amor Deus, Ptria, Famlia e ao Prximo com, Tolerncia, Virtude e Sabedoria e com a constante investigao da Verdade e sob a trade Liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos princpios da Ordem, da Razo e da Justia. Para que o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal. A Maonaria uma organizao mundial de homens que, utilizando-se de formas simblicas dos antigos construtores de templos, voluntariamente uniram-se para o propsito comum de se aperfeioarem na sociedade. Admitindo em seu seio homens de carter sem considerao sua raa, cor ou credo, a Maonaria se esfora para constituir uma Liga Internacional de homens dedicados a viver em paz, harmonia e afeio fraternal. A Maonaria, em cada pas ou em cada estado de uma Federao, regulada e dirigida por uma Grande Loja independente e soberana. A Ordem Manica no inicia mulheres, pois tendo evoludo da Maonaria Operativa que erguia templos no perodo da construo de catedrais, adotou a antiga regulamentao que previa o seguinte (por entender que, a mulher no afeita ao trabalho rduo de pedreiro, ofcio original dos primeiros integrantes. As corporaes de pedreiros eram constitudas, exclusivamente, por pessoas do sexo masculino): As pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e de princpios virtuosos, nascidos livres de idade madura, sem vnculos que o privem de pensar livremente, sendo vedada a admisso de mulheres assim como homens de comportamento duvidoso ou imoral. As Mulheres e a Maonaria:
  • 20. Apesar da Constituio de Anderson (1723), que o marco inicial da Maonaria Especulativa, no permitir a admisso de mulheres, h algumas correntes de pesquisas manicas que admitem o fato como sendo um princpio antigo. No Egito e na ndia, pelas pinturas nas tumbas e pelos manuscritos do Antigo Egito, a esposa est presente quando o marido, como sacerdote, executa cerimnias. Nas tradies das sociedades iniciticas antigas, tanto homens como mulheres de qualquer posio social e cultural, podiam ser iniciados, e a nica exigncia era a de que deveriam ser puros e de conduta nobre. Na Idade Mdia, (final do sculo XVI) havia restries quanto ao ingresso da mulher na Maonaria. Em 1730, na Frana, alguns maons criaram o movimento da Maonaria de Adoo. Como ensina W. Kirk MacNulty em seu livro Maonaria Uma Jornada por Meio do Ritual e do Simbolismo: A Maonaria de Adoo foi um fenmeno da ltima metade do sculo XVII. Uma Loja de Adoo era conduzida por uma Loja Manica regular que promovia sesses especiais no curso das quais as mulheres eram admitidas em Loja e participavam de rituais quase manicos. Tais Lojas eram particularmente bem sucedidas na Frana, onde houve uma revitalizao da Maonaria de Adoo depois da Revoluo e que continuou pelo sculo seguinte. A prpria imperatriz Josefina era a Gr-Mestra da Loja de Adoo Santa Carolina. Napoleo Bonaparte era maom. A Maonaria, conserva a regulamentao, conforme reza a Constituio de Anderson, de no iniciar mulheres. Atualmente h a Maonaria Mista e a Maonaria Feminina, mas no so reconhecidas pelos rgos competentes manicos ainda no so regulares. Porm, pode-se imaginar, que a tradio existente na Maonaria, de somente iniciar pessoas do sexo masculino, seja uma herana de tempos remotos: O grupo de primatas, do qual descendemos, provm de um tronco insetvoro. Esse grupo subdividiu-se: alguns se tornaram herbvoros, e outros, carnvoros. Esses carnvoros tiveram que se lanar na competio com outros animais terrestres e, tornaram-se melhores caadores. Comearam a utilizar instrumentos e aperfeioaram as tcnicas de caa, com a cooperao social. Diferentemente dos lobos, os homindeos no se dispersavam aps o ataque - e, o grupo caador era formado somente por machos. As fmeas estavam ocupadas em cuidar da prole, e no podiam participar ativamente da perseguio e captura das presas. Assim, o papel de cada sexo tornou-se diferenciado.
  • 21. Socialmente, os indivduos do sexo masculino aumentaram a necessidade de comunicao e cooperao com os companheiros, e desenvolveram expresses faciais e vocais, criando maior camaradagem - em seus grupos caadores, exclusivamente formados por machos. Com o advento da agricultura e da domesticao de vrios animais, como caprinos, ovinos, os machos tiveram suas funes caadoras diminudas. Essa lacuna, muito provavelmente, foi compensada com a criao de associaes exclusivamente masculinas - proporcionando oportunidade para a interao entre machos e para atividades coletivas. Nessas associaes, h um forte componente emocional de unio masculina, e preocupao com a interao entre machos, que existia nos primitivos grupos de caadores cooperativos - essas entidades exercem um importante papel na vida de homens adultos, revelando a manuteno de instintos bsicos ancestrais. As mulheres podem no possuir essa necessidade, pois no se associaram em grupos cooperativos, em tempos primitivos. Fazer parte dessas associaes, para os homens, significa compartilhar a masculinidade essencial, uma necessidade moderna da tendncia ancestral da espcie para formar grupos de machos caadores. interessante observar, que grande parte desses encontros masculinos, termina com um jantar, um lanche, um banquete - o sucedneo da partilha da comida (caa). Assim, mulheres e homens, geneticamente, parecem possuir necessidades diferentes. Criaram-se ento, Mistrios masculinos e femininos. Para a mulher a maternidade, a comunho com a flora. Para o homem, a caa, a guerra, a comunho com a fauna. A mulher, a Lua; o homem, o Sol. Porm, para recriar os ciclos da Natureza, o princpio feminino e o masculino juntam- se: so complementares, porm diferentes. A Maonaria reverencia o feminino - seus Templos apresentam o Sol e a Lua como smbolos: o Sol e a Lua so smbolos hermticos e alqumicos, ouro e prata, o positivo e o negativo. O Sol a vida, o masculino. Nos Antigos Mistrios o Sol era adorado por ressurgir da morte de seu poente. O Sol era smbolo da regenerao da alma A Lua, sua complementaridade, o feminino. A Maonaria uma Ordem Solar (masculina), porm, os maons, trabalham noite, em suas Lojas, sob a energia feminina, equilibrando os dois plos. O Sol deve estar presente na decorao do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente, com a Lua, que representa a Me Universal que fertiliza todas as coisas. A mulher a formadora, a que rene, rega e ceifa - a natureza do princpio passivo reunir e fecundar. As foras da Lua so magnticas, opostas e complementares s do Sol, que so eltricas. A Ordem, por ter origem muito, muito antiga, respeita a diversidade entre as energias masculinas e femininas.
  • 22. Os maons usam trs pontos dispostos em tringulo (.*.), como smbolo - smbolo solar, smbolo masculino. Tm uma origem bem antiga objetos celtas do sculo IX a. C e, muito antes, nas cermicas egpcias e gregas. A tradio grega considerava o tringulo a imagem do cu. Os Trs Pontos traduzem a concepo piramidal egpcia e so o smbolo sexual masculino completo: pnis mais testculos, significando o sexo em funo procriativa. Procriao - masculino e feminino em equilbrio. A Maonaria, mesmo no iniciando mulheres, demonstra um grande respeito energia feminina. A Ordem uma associao de homens livres e de bons costumes, cultivando os princpios da liberdade, democracia e igualdade, aperfeioamento intelectual e fraternidade. uma entidade inicitica, filosfica, educativa e filantrpica. A Maonaria, atravs do ideal de aperfeioamento, conduz o indivduo ao equilbrio e desenvolvimento pessoal, ao exame da moral e prtica das virtudes. Virtude a fora que impele o ser humano a fazer o bem em sua mais profunda compreenso; a fora que leva ao cumprimento de deveres para com a sociedade e para com a famlia, sem interesses egostas. A Ordem, tendo por objetivo o aperfeioamento, conduz instruo e evoluo moral e intelectual do indivduo. A Maonaria somente considera possvel o progresso (pessoal e social) com base no respeito personalidade, justia e mais estreita solidariedade entre os homens, unindo indivduos, atravs do ideal de aperfeioamento. A Maonaria uma instituio que promove um renascimento espiritual do homem, atravs de um realinhamento do sistema de sua conduta moral e tica. O iniciado compromete-se a vencer paixes, vcios, ambies, dios, desejos de vingana e, o que estiver oprimindo-lhe a alma. A Instituio no uma sociedade secreta, porque sua existncia conhecida (mas uma instituio inicitica: o candidato ingressa por meio de rituais, iniciado por um Mestre Maom). uma sociedade discreta. As autoridades de vrios pases lhe concedem personalidade jurdica. Os nicos segredos que existem, e s se conhece por meio do ingresso na Ordem, so os meios usados pelos maons para reconhecerem-se entre si em qualquer parte do mundo, o modo de interpretar smbolos e os ensinamentos neles contidos, e os Rituais internos das Lojas. A Maonaria tambm cincia (investigao racional ou estudo da Natureza direcionado descoberta da Verdade), no seu aspecto mais abrangente, partindo da premissa que homem e Natureza so componentes de um nico sistema. cincia aplicada na prtica, eticamente, para a evoluo geral da humanidade, entendendo que a ao decorrncia do pensamento, adotando o
  • 23. desenvolvimento do intelecto, como via para o desenvolvimento da capacidade maior da Instituio, da sociedade, do Planeta e do Universo. Proclama a prevalncia do esprito sobre a matria. A Maonaria combate: a ignorncia, a superstio, o fanatismo, o orgulho, a intemperana, o vcio, a discrdia, a dominao e os privilgios. A Ordem possui um Cdigo Manico (originrio da Maonaria inglesa) - so preceitos morais e ticos, que devem orientar todo maom - no Brasil, est presente nas instrues, desde a metade do sculo passado. Quando pediram a Aristteles um cdigo moral por onde pautar a vida, ele disse: No posso dar-lhes um cdigo; observem os homens melhores e mais sbios que vocs encontrarem e imitem-nos. Cdigo Manico: - Adora o Grande Arquiteto do Universo; - O verdadeiro culto que se presta ao Grande Arquiteto do Universo consiste, principalmente, em boas obras; - Tem sempre tua alma em um estado puro, para ser digno diante de tua conscincia; - Ama ao prximo como a ti mesmo; - No faas o mal para esperar o bem; - Estima os bons, ama os dbeis, foge dos maus, mas no odieis a ningum; - No lisonjeies teu irmo, pois isto uma traio; se teu irmo te lisonjeia, teme que ele te corrompa; - Escute a voz de tua conscincia; - Seja o pai dos pobres, cada suspiro que tua dureza cause-lhes, outras tantas maldies que cairo sobre tua cabea; - Respeita o viajante nacional como o estrangeiro; ajuda-o. Ele deve ser uma pessoa sagrada para ti; - Evita as discusses, evita os insultos, faz com que a razo fique sempre do teu lado; - Reparte com o faminto teu po, e aos pobres e peregrinos abriga-os em tua casa; quando vires o desnudo, cobre-o e no desperdices tua comida com quem no a merece - sua carne pelas tuas; - No se irrite com facilidade, porque a ira repousa no seio do nscio; - Detesta a avareza, porque quem ama as riquezas nenhum fruto delas retirar, e isso tambm vaidade; - Foge dos mpios, seno tua casa ser arrasada, somente os lares dos justos florescero; - No caminho da honra e da justia est a vida, mas o caminho transviado conduz morte;
  • 24. - O corao dos sbios est onde se pratica a virtude, e o corao dos nscios, onde se festeja a vaidade; - Respeita as mulheres, no abuses jamais de sua debilidade e muito menos penses em desonr-las; - Se tens um filho, regozija-se; mas treme da responsabilidade que te confia. Faz com que at os dez anos te tema, com que aos vinte te ame e que at a morte te respeite. At os dez anos seja seu Mestre, at os vinte seu pai e at a morte seu amigo. Pensa em dar-lhe bons princpios antes que belas maneiras, que te deva retido esclarecida e no frvola elegncia. Faz um homem honesto antes que um homem hbil; - Se tens vergonha de teu destino, tens orgulho; pensa que aquele nem te honra nem te degrada, o modo com que cumpras te far um ou outro; - Leia e aproveita, veja e imita, reflete e trabalha, ocupa-te sempre no bem de teus irmos e trabalhars para ti mesmo; - Contenta-te de tudo, por tudo e com tudo; - No julgueis apressadamente as aes dos homens; no reproves e muito menos elogies; antes procura sondar bem os coraes para apreciar suas obras; - Seja entre os profanos, livre sem licena, grande sem orgulho, humilde sem se rebaixar; e entre os irmos, firme sem ser tenaz; severo sem ser inflexvel e submisso sem ser servil; - Fala moderadamente com os grandes, prudentemente com teus iguais, sinceramente com teus amigos, docemente com os pequenos e ternamente com os pobres; - Justo e valoroso defende o oprimido, protege a inocncia, sem esperar por nada dos servios que prestares; - Exato apreciador dos homens e das coisas, no atenders mais que ao mrito pessoal, sejam quais forem a classe, o estado e a fortuna; - No dia em que se generalizarem essas mximas entre os homens, a humanidade ser feliz e a Maonaria haver terminado sua tarefa e cantar seu triunfo regenerador. Alm do Cdigo, h o Declogo da Maonaria, tambm originrio da Maonaria inglesa: - Deus a sabedoria eterna, onipotente e imutvel; suprema inteligncia e inextinguvel amor. Deves ador-lO, reverenciar e amar, praticando as virtudes, muito O honrars; - Tua religio consiste em fazer o bem, por ser um prazer para ti e no, unicamente, um dever. Constitui-te em amigo do homem sbio e obedece a seus preceitos. Tua alma imortal; nada fars que a desagrade;
  • 25. - Combaters, incessantemente, o vcio. No fars a outrem o que no quiseres que te faam. Devers ser submisso Fortuna e conservar vivo o fogo da Sabedoria; - Honrars teus pais. Respeitars e tributars homenagens aos ancios. Instruirs os jovens; - Sustentars tua mulher e filhos. Amars tua Ptria e obedecers s suas leis; - Teu amigo ser para ti, tua prpria imagem. O infortnio no te afastar do seu lado. E fars, por sua memria, o que farias por ele em vida; - Evitars e fugirs de falsos amigos, assim como, quando possvel, dos excessos. Temers ser a causa de uma mancha em tua memria; - No permitirs que as paixes te dominem. Obters, das paixes dos demais, lies de proveito para ti mesmo. Sers indulgente com o erro; - Ouvirs muito; falars pouco e obrars bem. Olvidars as injrias, dars o bem em troca do mal. No abusars de tua fora ou superioridade; - Estudars o conhecimento dos homens. Buscars sempre a virtude. Sers justo. Evitars a ociosidade. Para pertencer Maonaria o candidato (a palavra candidato vem do latim canditus, que significa branco: na Roma antiga, o postulante vestia-se de branco quando pleiteava um cargo pblico) deve: 1- Crer na existncia de um princpio Criador, o Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.); 2- Ser homem livre e de bons costumes; 3- Ser consciente de seus deveres para com a Ptria, seus semelhantes e consigo mesmo; 4- Ter uma profisso ou ofcio lcito e honrado que permita prover as suas necessidades pessoais, de sua famlia e a sustentao de obras da Instituio; 5- Ser convidado por um maom e ser aprovado pelos demais; 6- Ter, pelo menos, vinte e um anos ou ser emancipado; 7- No ter nenhuma deficincia fsica que o impea de cumprir os futuros deveres manicos - a Maonaria, possivelmente, teve origem nas Corporaes de Ofcio na Idade Mdia - a corporao de pedreiros. Nas construes, os deficientes fsicos no poderiam carregar pedras, subir e descer escadas etc., e por esse motivo no eram aceitos. Mais recentemente, a Ordem no aceita deficientes por causa dos sinais de reconhecimento entre maons, com as mos e os ps, que os deficientes no poderiam fazer. No uma excluso discriminatria; 8- Obrigar-se ao pagamento dos encargos pecunirios estabelecidos nos regulamentos.
  • 26. - Objetivos: A Maonaria tem por objetivos: A livre investigao da Verdade (unidade da Divindade (Deus) e imortalidade da alma), o exame da moral e a prtica das virtudes. Virtude a fora que impele o ser humano a fazer o bem em sua mais profunda compreenso; a fora que leva ao cumprimento de deveres para com a sociedade e para com a famlia, sem interesses egostas. Tem por objetivo o aperfeioamento, a instruo e a disciplina do indivduo. O maom, auto aperfeioando-se, estar pronto para contribuir, mesmo que em pequena parcela, para a grandiosa obra moral do desenvolvimento humano. A Maonaria tem como lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e uma sociedade que tem por objetivo unir os indivduos, sendo esta unio, entendida no seu sentido mais amplo e elevado. Logo, seu estmulo para a unio entre os homens faz com que admita em seu regao pessoas de todos os credos religiosos, sem nenhuma distino. A Ordem no uma religio, mas religiosa, porque reconhece a existncia de um nico princpio Criador, Regulador, Absoluto, Supremo e Infinito ao qual d o nome de Grande Arquiteto do Universo; religiosa porque uma entidade espiritualista, em contraposio concepo do predomnio do materialismo. A Maonaria reconhece o Grande Arquiteto do Universo, Deus, mas um Deus entendido dentro dos princpios de tolerncia religiosa do desmo, tradio que recusa a idia de que s uma instituio tem o poder para fazer a ligao com o Divino. Desmo diferente de tesmo. Para o tesmo, Deus o autor do mundo. Para o desmo, Deus o princpio ou causa do mundo, infuso ou difuso na Natureza, como o Arquiteto do Universo. Trata-se de um Deus de todas as religies. antes um Deus da Natureza do que um Deus da humanidade. E, por isso, um maom pode ser judeu, catlico, muulmano, etc., ou no professar nenhuma religio. S no deve ser ateu. A Maonaria como todas as Tradies Iniciticas, entende a Divindade como o centro e a fonte de todas as coisas. Mas, a idia de Deus como um Grande Arquiteto, anterior Maonaria Especulativa. - Misso: Atravs das aes de seus adeptos, sua misso a prtica das virtudes e da caridade, confortar os desafortunados, no voltar as costas misria,
  • 27. restaurar a paz de esprito aos desamparados e dar novas esperanas aos desesperados. A Maonaria tem a misso de aperfeioar as vidas dos seus membros, investigar a Verdade, conduzir seus membros a dedicarem-se s boas obras, fazer amigos e reconhecer seus semelhantes como irmos. O iniciado considera-se pedra bruta e, tem a misso de aprimorar-se e tornar- se polida. - Propsitos: O propsito da Maonaria estudar caminhos que levem evoluo do Planeta. O rumo em direo Luz (um dos nomes do Grande Arquiteto do Universo), atravs do pensamento racional a potncia mental tambm uma Luz e a Luz da mente incorpora a prpria Luz Divina. A proposio que, se cada indivduo refletir sobre suas atitudes e buscar sempre o caminho do bem e da perfeio, a sociedade vai caminhar naturalmente sob a gide do progresso. A evoluo individual ter como conseqncia, a evoluo da humanidade. E, cada maom escolher e trilhar seu prprio caminho de crescimento individual, pois tem liberdade de pensamento. - Obedincias: A Maonaria no mundo divide-se em Obedincias Manicas, chamadas de Grande Loja, Grande Oriente ou Simples Ordem Manica. So unidades administrativas diferentes que agrupam diversas Lojas, mas que transmitem os mesmos ideais. No Brasil existem trs grandes grupos de Obedincias Manicas: . Grande Oriente do Brasil com Grandes Orientes Estaduais; . CMSB Confederao da Maonaria Simblica do Brasil (Grandes Lojas Estaduais formam a CMSB); . COMAB Grandes Orientes Independentes (Grandes Orientes Estaduais Autnomos, que formam a COMAB). 3- Ritos e Graus: - Ritos:
  • 28. Rito, do latim ritus, significa algo convencional, formal. Rito um cerimonial prprio de um culto ou de uma sociedade, determinado pela autoridade competente a ordenao de qualquer cerimnia. Rito Manico um conjunto de cerimnias e ensinamentos, que variam de acordo com o perodo histrico, interpretao, objetivo e temtica dada por seu criador. Rito o mtodo utilizado para transmitir os ensinamentos e organizar as cerimnias manicas. Rito cada diferente sistema manico para instruo, para o trabalho e mesmo para o Ritual de Iniciao. Rito a prtica de se conferir a Luz Manica a um indivduo, atravs de um cerimonial caracterstico. Em seiscentos anos de Maonaria documentada, vrios Ritos surgiram. Mas, de 1356 a 1740, existiu um Rito, apenas um sistema de cerimnias e prticas. Somente a partir de 1740 que vrios Ritos floresceram na Europa. Um Rito deve ter contedo que consagre algumas peculiaridades estabelecidas: o smbolo do Grande Arquiteto do Universo, o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso sobre o Altar dos Juramentos, sinais, toques, palavras e a diviso da Maonaria Simblica em trs Graus. No h nenhum rgo internacional para reconhecer os diversos Ritos. Acima do terceiro Grau, cada Rito estabelece sua prpria doutrina, hierarquia e cerimonial. Cada Rito possui caractersticas prprias. Segundo os ensinamentos de Papus (1865-1916: Grard Anaclet Vincent Encausse, mdico espanhol - em seu livro ABC do Ocultismo- maom), os Ritos dividem-se em trs categorias principais: a)- Ritos de estudos filosficos elementares, de ao poltica imediata. A tendncia desses Ritos a transformao da Maonaria em sociedade profana. O Grande Oriente da Frana, ou Rito Francs Moderno, alguns Grandes Orientes do Estrangeiro esto ligados a este sistema; b)- Ritos nos quais a hierarquia e os Altos Graus so escrupulosamente conservados. Os Ritos pertencem ao sistema Escocs. Entre os Ritos ligados a este sistema Escocs: Rito Escocs Antigo e Aceito de Morin, reformado por Pike, Rito Escocs Antigo e Aceito de Cerneau, Rito Primitivo e Original da Franco-Maonaria , Rito Nacional Espanhol , Rito Antigo e Primitivo, etc. e o Rito Universal Misto. As palavras antigo e primitivo indicam, geralmente, a conexo ao sistema Escocs, ao passo que a palavra moderno indica conexo ao sistema precedente; c)- Certos maons, ligados a sociedades Rosa-Cruz, quiseram aprofundar esta cincia, adaptando-lhe Graus cabalsticos e msticos. Este gnero de Maonaria tem se restringido a uma elite e, freqentemente, compreende apenas Altos Graus, deixando aos demais Ritos a tarefa de preparar iniciados
  • 29. futuros. O mais conhecido desses Ritos o de Misrin, depois o de Mnfis. O Rito de Swedenborg e as Ordens de Iluminados Cristos esto ligados a esses Ritos especiais. Os Ritos mais difundidos no mundo hoje so: - Rito Escocs Antigo e Aceito; - Rito de York; - Rito de Schrder; - Rito Francs ou Moderno; - Rito Brasileiro (s no Brasil); - Rito Adonhiramita. Existem mais de cento e cinqenta Ritos atualmente, porm, os mais praticados so o Rito Escocs e o de York. - Graus: _,_._,___ A Maonaria utiliza o sistema de Graus para transmitir seus ensinamentos, cujo acesso obtido por meio de uma iniciao (Ritual de Aceitao) a cada Grau, e os segredos so transmitidos atravs de gestos, palavras e smbolos. A Maonaria composta por Graus Simblicos e Filosficos, variando de Rito para Rito. A constituio dos trs primeiros Graus obrigatria e, est prevista nos Landmarks da Ordem. A Maonaria Simblica compreende os seguintes Graus: - 1 Grau Aprendiz Deve, acima de tudo, saber aprender. o primeiro contato com o Simbolismo Manico. O Aprendiz aprende as funes de cada um no Templo e busca o desenvolvimento das virtudes e a eliminao dos vcios. Muitos maons antigos afirmam que este o mais importante de todos os Graus. Ferramentas (Smbolos) usadas nos trabalho do 1 Grau: Malho, Cinzel, e a Rgua de Vinte e Quatro Polegadas (as Ferramentas de Trabalho representam capacidades emocionais que o maom precisa identificar, controlar, e depois usar em sua vida cotidiana); - 2 Grau Companheiro Esta fase propicia ao maom um profundo conhecimento de smbolos, alm de avanos Ritualsticos e desenvolvimento do carter. Ferramentas usadas nos trabalhos do 2 Grau: Nvel, Prumo e o Esquadro;
  • 30. - 3 Grau Mestre o Grau da plenitude manica. No mbito do Simbolismo (Lojas Simblicas), o Grau mais elevado que permite ocupar quaisquer cargos. O Mestre possui conhecimentos elevados da histria e objetivos manicos. Ferramentas usadas nos trabalhos do 3 Grau: Compasso, Lpis e o Carretel Apontador. O trabalho realizado nos Graus Superiores optativo e de carter filosfico. Existem diversos sistemas de Graus Superiores, como o de Trinta e Trs Graus no Rito Escocs Antigo e Aceito, o de Catorze Graus no Rito de York, etc. - Ritos na Maonaria: - Rito Escocs Antigo e Aceito: Este Rito uma das cerimnias mais difundidas na Maonaria atualmente. composto por Trinta e Trs Graus. Ele foi formado ou extrado do Rito de Perfeio ou Rito de Heredon, que contava Vinte e Cinco Graus. A constituio dos Altos Graus atribuda ao pensador escocs Andrew Michael Ramsay (1686-1743), sendo a base do Rito Escocs Antigo e Aceito. Ramsay protagonizou a criao deste Rito em solo francs, ocasio em que proferiu dois discursos de grande repercusso a respeito do assunto. Antigo: porque ex-operativo. Aceito: por serem seus membros aceitos ou iniciados, sem serem construtores. A origem do Rito Escocs Antigo e Aceito razo de muitas discusses. Ao contrrio do que se acredita, o Rito Escocs nada tem a ver com a Esccia, pois na poca do aparecimento deste Rito, as Lojas da Esccia trabalhavam no Rito Emulation Rite. O Rito de York praticado nos EUA. O Emulation Rite praticado na Inglaterra e na Comunidade Britnica, como em toda a Gr-Bretanha. O Rito Escocs surgiu na Frana, depois de l ter sido introduzida a Maonaria Inglesa, do Rito de Emulation Rite. No final do sculo XVII, vrios maons escoceses fugiram para a Frana, em virtude de acontecimentos e convulses sociais, que aconteceram nas Ilhas Britnicas. O tipo de cerimonial que praticavam ficou marcado como Ritual dos Escoceses ou Rito Escocs. Foi a partir de 1732 que a primeira Loja desses maons escoceses Scottish Chal passou a funcionar em Bordeaux, um dos centros manicos mais antigos e influentes na Frana. Entre os Ritos ligados ao sistema escocs:
  • 31. - Rito Escocs Antigo e Aceito de Morin reformado por Pike: Etienne Morin foi o fundador da Loja Me Escocesa de Bornus e organizou em So Domingo e na Jamaica, na dcada de 1760, a Maonaria de Perfeio, com Vinte e Cinco graus. Mas tambm se deve a Andrew Francken, deputado e Grande Inspetor de Etienne Morin na Amrica do Norte, uma transcrio dos Rituais da Maonaria de Perfeio. - Rito Escocs Antigo e Aceito por Cerneau; - Rito Primitivo e Original da Franco-Maonaria; - Rito Nacional Espanhol; - Rito Universal Misto, etc. Os Trinta e Trs Graus do Rito Escocs Antigo e Aceito: 1, 2, e 3 - Graus concedidos pelas Lojas Simblicas; Do 4 ao 14 - Graus concedidos pelas Lojas de Perfeio; Do 15 ao 18 - Graus Capitulares concedidos pelos Captulos Rosa-Cruz; Do 19 ao 30 - Graus Filosficos concedidos por um Conselho Kadosh; 31 e 32 - Graus Administrativos concedidos pelo Consistrio; 33 - ltimo Grau Administrativo concedido pelo Supremo Conselho. 1 Grau - Aprendiz Maom Grau de iniciao nos trabalhos da Arte Real. Dedica-se aos ensinamentos da filosofia manica; 2 Grau - Companheiro Maom Grau intermedirio; consagrado exaltao do trabalho de como transformar a pedra bruta em pedra cbica; 3 Grau - Mestre Maom O Grau que consagra a prevalncia do esprito sobre a matria; 4 Grau Mestre Secreto Grau de meditao; os verdadeiros segredos da Maonaria devem ser objeto de pesquisas. Neste Grau o maom tambm aprende as virtudes do silncio. Avana no conhecimento de smbolos utilizados na Maonaria; 5 Grau Mestre Perfeito Grau de meditao; estuda a filosofia da Natureza. Aprende a meditao interior. Este Grau privilegia o princpio moral de render culto memria de honrados antepassados; 6 Grau Secretrio ntimo ou Mestre Por Curiosidade Esse Grau baseado na idia de aprendizagem do comando e sua moral resume-se no respeito que se deve ter aos segredos alheios. dedicado necessidade de se buscar conhecimento, sem o qual no h progresso. Contudo adverte para a v curiosidade capaz de gerar malefcios. Investiga-se a misria social e as maneiras de combat-las;
  • 32. 7 Grau Preboste e Juiz ou Mestre Irlands consagrado eqidade severa com a qual, deve-se julgar as prprias aes. Neste Grau estuda-se a Eqidade, os princpios da Justia, o Direito Natural e alguns princpios ticos de liderana; 8 Grau Intendente dos Edifcios ou Mestre em Israel A liberdade o nico trao de unio entre o trabalho e a propriedade. Dedica-se a estudar a fraternidade do homem atravs de valores como o trabalho e o direito propriedade. Combate a hipocrisia, a ambio e a ignorncia; 9 Grau Mestre Eleito dos Nove - Grau de iluminao. Consagra-se ao zelo virtuoso e ao talento esclarecido que, por bons exemplos e generosos esforos, vingam a verdade e a virtude do erro e do vcio. Estuda-se a realidade dos ciclos, as foras negativas e a fora da reconstruo; 10 Grau Mestre Eleito dos Quinze - Consagrado eliminao de todas as paixes e de todas as tendncias censurveis. Estuda-se a extino de tendncias pouco proveitosas; 11 Grau Sublime Cavaleiro Eleito ou Cavaleiro Eleito dos Doze Consagrado regenerao dos costumes, s cincias e s artes. Dedica-se regenerao; 12 Grau Gro-Mestre Arquiteto Representa-se o povo e consagra-se coragem perseverante. Estuda o poder da representao popular; 13 Grau Cavaleiro Real Arco Destinado interpretao dos primeiros instituidores da Ordem. Estuda os magos pontfices do Egito e de Jerusalm; 14 Grau Grande Eleito ou Perfeito e Sublime Maom Consagrado ao Grande Arquiteto do Universo. o mais alto Grau das Lojas de Perfeio. Proclama o direito inalienvel da liberdade da conscincia. Defende uma educao digna para que o homem possa ter governantes que assegurem direitos e obrigaes compatveis; 15 Grau Cavaleiro do Oriente Esse Grau aborda o momento histrico do fim do exlio dos hebreus na Babilnia. Dedica-se luta incessante para o progresso pela razo; 16 Grau Prncipe de Jerusalm O Grau consagrado ao retorno Terra Santa. Estuda a vitria da liberdade como conseqncia da coragem e perseverana; 17 Grau Cavaleiro do Oriente e do Ocidente Grau consagrado aos Cruzados. Explora o direito de reunio; 18 Grau Cavaleiro Rosa-Cruz Esse Grau celebra o advento de Cristo. dedicado ao triunfo da Luz sobre as trevas. a libertao pelo Amor; 19 Grau Grande Pontfice ou Sublime Escocs dito da Jerusalm Celeste Fala sobre o triunfo da Verdade, estuda o pontificado;
  • 33. 20 Grau Soberano Prncipe da Maonaria ou Mestre Ad Vitam consagrado aos deveres dos chefes das Lojas Manicas; 21 Grau Noaquita ou Cavaleiro Prussiano - Estuda os perigos da ambio e o arrependimento sincero; 22 Grau Cavaleiro do Real Machado ou Prncipe do Lbano Estuda o trabalho como propagador de sentimentos nobres e generosos; 23 Grau - Chefe do Tabernculo - Dedica-se vigilncia dos valores propagados pela Ordem e ao combate da superstio; 24 Grau - Prncipe do Tabernculo - Dedica-se conservao das doutrinas manicas; 25 Grau Cavaleiro da Serpente de Bronze Dedica-se ao combate do despotismo; 26 Grau Prncipe da Merc ou Escocs Trinitrio Estuda princpios de organizao social atravs da Igualdade e Harmonia; 27 Grau Grande Comendador do Templo ou Soberano Comendador do Templo de Jerusalm Defende princpios de governo democrtico; 28 Grau Cavaleiro do Sol ou Prncipe Adepto Estuda a Verdade; 29 Grau Grande Cavaleiro Escocs de Santo Andr ou Patriarca dos Cruzados dedicado Antiga Maonaria da Esccia; 30 Grau Grande Inquisidor ou Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da guia Branca e Negra Fecha o ciclo de estudos no Kadosh. um Grau de estudos profundos a respeito do simbolismo e filosofia manicos; 31 Grau Grande Juiz Comendador ou Inspetor Inquisidor Comendador Estuda o exame de conscincia detalhado. S os conscientes podem ser justos. Estuda-se Histria; 32 Grau Sublime Cavaleiro ou Prncipe do Real Segredo Estuda o Poder Militar; 33 Grau Soberano Grande Inspetor Geral o ltimo Grau. Fecha o ciclo de estudos. , em ltima anlise, o maom mais responsvel pelos destinos da Maonaria no pas. o Guardio Mestre e Condutor da Maonaria. - Rito de York: considerado bastante antigo. o mais praticado em todo o mundo - por cerca de 85% dos maons. O Rito de York executado desde os tempos do rei anglo-saxo, Athelstan, sculo X, da cidade de York, capital do territrio da Nortmbria. Segundo o Manuscrito de Halliwell, no ano 926 houve um grande congresso de maons, convocado e presidido pelo prncipe Edwin, filho do rei Athelstan.
  • 34. Edwin tornara-se gemetra e mestre-de-obras, aps ter passado por todas as etapas da Iniciao Manica e, foi eleito Gro-Mestre. Da por diante, todos os anos, realizada uma reunio manica em York. Edwin escolheu trs smbolos como elementos de base da Ordem: um Esquadro em ouro, um Compasso de prata com pontas de ouro e uma Trolha (p) de prata. Mesmo aps a fundao da Grande Loja de Londres, em 1717, as Lojas Britnicas, em sua maioria, continuavam a respeitar as Antigas Obrigaes e no Grande Loja Britnica que, ficou com sua influncia bastante limitada. As Lojas Britnicas no aderiram ao Sistema de Obedincia, permanecendo livres. O centro de resistncia Grande Loja era a antiga Loja de York, de tradio Operativa e que dava aos membros da Grande Loja, o ttulo de Modernos, enquanto eles prprios se autodenominavam Antigos, pelo respeito s antigas leis. Na unio dos maons Antigos e Modernos em 1813 - as duas Grandes Lojas rivais inglesas - foi oficialmente aprovado o Ritual dos Antigos como o Ritual Oficial da Grande Loja Unida da Inglaterra e, naquele momento o procedimento manico resultante dessa unio recebeu o nome de Rito de Emulao Emulation Rite. Portanto, por fora do Act of Union firmado pelas duas Grandes Lojas rivais, a denominao Rito de York deixa de existir, pelo menos formalmente. A nova denominao foi adotada para que no ficasse caracterizado que a Grande Loja de Londres submetera-se Grande Loja de York, cujo Rito, at a poca da unio, denominava-se Rito de York. O Rito de York praticado nos Estados Unidos difere do Emulation Rite praticado na Inglaterra. O Emulation Rite na Inglaterra, no possui Graus filosficos. Nos Estados Unidos, o Rito de York constitudo pelos trs Graus Simblicos e quatro Graus Filosficos. Estas no so as nicas diferenas. Existem outras, de ordem Ritualstica. Rito de York ou Americano aquele praticado pelas Grandes Lojas dos Estados Unidos. Apresenta Catorze Graus, ou seja, conta com Onze Altos Graus, apesar de grande parte dos maons americanos praticarem os trs primeiros Graus da Loja Simblica em Rito de York e o restante no Rito Escocs Antigo e Aceito. No Rito de York existem apenas trs cargos que so eletivos: o Mestre da Loja, o Tesoureiro e o Guardio (Guarda Externo, em alguns casos, quando ele no membro da Loja) nos demais Ritos, toda Loja tem, pelo menos, o Venervel Mestre, dois Vigilantes, o Orador, o Secretrio, o Companheiro e o Aprendiz.
  • 35. No Brasil existem inmeras Lojas Manicas que adotam a linha inglesa, ou seja, o Emulation Rite, apesar do uso da denominao Rito de York, que acabou se consagrando. - Rito de Schrder: Foi criado por Friedrich Ludwig Schrder (1774-1816: em Shwerin, Alemanha), e introduzido em sua Loja em 29 de junho de 1801, em Hamburgo, Alemanha. um Rito simples e, opera nos trs Graus Simblicos, no possuindo Altos Graus ou Graus Filosficos. Schrder aboliu o ocultismo que dominava a Maonaria Alem, por entender a Maonaria como uma unio de virtudes, e no uma sociedade esotrica enfatizou o ensinamento dos valores morais e o esprito fraterno. Preservou os smbolos, resgatando o princpio que afirmava ser a Verdadeira Maonaria, a dos Trs Graus de So Joo. Schrder restaurou o Antigo Ritual Ingls, adaptando-o para a cultura germnica de sua poca. Por isso o Rito de Schrder semelhante ao Rito de York (Emulation Rite), sem ser uma cpia deste. - Rito Francs ou Moderno: Como se sabe, a Maonaria Moderna surgiu quando, em 1717, quatro Lojas de Londres se uniram para formar a Grande Loja de Londres, priorizando estudos tericos e afastando-se da prtica da construo. O Rito Francs ou Moderno criado em 1761, foi reconhecido pelo Grande Oriente de Frana, em 1774, com a nomeao de uma comisso para reduzir os Graus, deixando apenas os Simblicos. No princpio houve uma forte oposio, ento a comisso deixou quatro dos principais Graus Filosficos; com o decorrer do tempo, algumas Lojas adotaram o Rito. A denominao Rito Francs, surge inicialmente num processo de uma deliberao do Grande Oriente de Frana, de 25de novembro de 1799 sobre uma Loja de Nova Iorque sob o Rito Francs. No sculo seguinte o mesmo Rito ser conhecido como Moderno. Tudo indica que o nome de Rito Francs e depois Rito Moderno, foi utilizado pelo Grande Oriente de Frana, em oposio ao nome Escocs, usado por vrios Ritos praticados na Frana no sculo XVIII. Atualmente um Rito muito praticado na Frana e nos pases que estiveram sob sua influncia.
  • 36. Segundo o Rito Francs ou Moderno, o Universo governado por leis imutveis com as quais o indivduo se relaciona. - Rito Brasileiro: Alguns escritores afirmam que, o Rito Brasileiro foi criado em 1864, em Pernambuco, com o nome de Maonaria Especial do Rito Brasileiro. Porm, oficialmente, sua criao foi em 23 de dezembro de 1914, atravs do Decreto n 500 do Soberano Gro-Mestre Lauro Sodr. Teve curta durao inicial, ficando sem uso de meados da dcada de 40 (1940) at a dcada de 60 (1960). Houve vrias tentativas de reerguer o Rito, porm sem sucesso. Somente em 1968, sendo Gro-Mestre o professor lvaro Palmeira, este Rito foi regularizado, sendo praticado por vrias Lojas. O Rito Brasileiro Regular, Legal e Legtimo. Acata os Landmarks e os demais princpios tradicionais da Maonaria, podendo ser praticado em qualquer pas. O Rito Brasileiro mantm os trs Graus Simblicos de acordo com a tradio manica e adota o sistema de mais Trinta Altos Graus ou Graus Filosficos, que tm caractersticas nacionais, com temas atuais e relevantes. O Rito Brasileiro possui organizao e doutrina bem estruturadas. Adota a legenda Urbi et Orbi, que significa sua atuao nacional e internacional. - Rito Adonhiramita: Esse Rito teve origem na Frana, no sculo XVIII, na crena dos franceses de que o principal construtor do Templo do Rei Salomo teria sido Adonhiram, e no Hiram Abiff. Foi uma polmica entre estudiosos ritualistas. Na construo do Templo de Salomo Adonhiram sucedeu Hiram Abiff, chamado de Adon- Hiram (Senhor Hiram). Adonhiram era arquiteto e preposto das corvias do Templo de Jerusalm, de acordo com os textos bblicos. Preposto o auxiliar encarregado de certos negcios e que age em nome e por conta de um patro, um preponente. Corvia era o trabalho ou o servio gratuito praticamente um trabalho escravo que as pessoas tinham que prestar ao rei (tambm presente no feudalismo europeu). Adonhiram era o contratante dessa atividade servil, como preposto de Salomo, e depois de Roboo (filho de Salomo) - ele era encarregado dos impostos. Os adeptos dessa teoria eram chamados de adonhiramitas, e foi um desses maons, Louis Guillemain de Saint Victor, que em 1781 publicou um livro intitulado Recueil Precieux de La Maonnerie Adonhiramite, onde constava um pequeno histrico e o resumo de quatro Graus desse Rito. Em 1787, ele
  • 37. publicou o segundo volume, contendo mais oito Graus, que foi modificado pelo americano Arthur Eduard Waite. O Rito, depois de uma poca de grande difuso, acabou desaparecendo. Todavia, no Brasil, (onde foi o primeiro Rito praticado), ele permaneceu, fazendo com que o pas seja hoje o centro do Rito, que teve seus Graus aumentados de Treze para Trinta e Trs. 4- Ritualismo, Simbologia e Smbolos: A Simbologia a cincia mais antiga do mundo. Atravs dos smbolos, os povos primitivos se expressavam e comunicavam suas tradies. O primeiro aprendizado no mundo foi constitudo por smbolos. Em um tempo onde a linguagem oral era ainda incipiente, os smbolos foram o meio de comunicao. A palavra smbolo deriva da palavra grega symbolom, que significa juntar, reunir. Os smbolos so uma representao de objetos, idias ou aes e so uma linguagem especial, compreensvel pelo hemisfrio direito do crebro, isto , a imaginao. Eles tm um efeito muito poderoso na mente humana, sendo mais eficientes do que palavras. Isso porque o significado contido em um termo muitas vezes, no traduz, de fato, a essncia do que busca comunicar. Segundo Jacob Bronowski (1908-1974: filsofo, matemtico e cientista polons): o mundo que o esprito humano conhece e explora no sobrevive sem conceitos simblicos. O smbolo e a metfora so to necessrios cincia, como poesia. As antigas culturas que conhecemos, tinham sem exceo, uma coisa em comum: smbolos e rituais. A partir de smbolos elas criavam rituais, no s para as principais fases de transio da vida (ritos de passagem), mas tambm para o dia-a-dia e suas exigncias. As etapas de transio da vida exigem rituais e, eles estiveram presentes em todas as pocas as culturas arcaicas confiavam na energia inicitica dos ritos da puberdade, por exemplo, coisa que a nossa sociedade desvaloriza. No muito fcil para um jovem, nas sociedades modernas, amadurecer, pois lhe faltam rituais de passagem que o liguem, com segurana, a um novo padro do mundo dos adultos, que tem regras e smbolos diferentes. Como no h mais esses rituais, o jovem fuma seu primeiro cigarro, toma sua primeira bebida alcolica, experimenta outras drogas, numa tentativa correspondente. O
  • 38. inconveniente desses procedimentos substitutos, que no oferecem nenhuma segurana de ingresso no mundo adulto e, os jovens, muitas vezes, acabam ficando dependentes desses rituais. Como no existe nenhuma cultura antiga (e mesmo moderna) sem rituais, pode-se inferir que, eles faam parte, necessariamente, da trajetria humana. O bilogo e pensador, Rupert Sheldrake, (1942: PhD., bilogo e bioqumico ingls, pesquisador da Universidade de Cambridge, Inglaterra) com suas pesquisas sobre campos morfogenticos ou formativos, confirmou que h relaes entre distintos seres vivos que escapam a explicaes lgicas. Esses campos vibram ao mesmo tempo no mesmo plano e se comportam como se fossem somente um ser. Constituem uma egrgora: egrgora a somatria de energias criada por grupos ou agrupamentos, em virtude da fora vibratria gerada por cada indivduo. Essa fora maior e de vibrao diferente da de cada um. A egrgora resultante de uma sinergia. E, qualquer que seja a natureza da egrgora, ela estar presente em cada indivduo do grupo que a formou (confirmando o Paradigma Hologrfico, do fsico David Bohm). Um dos Princpios Hermticos postula que tudo vibra: Princpio da Vibrao - Nada est parado; tudo se move, tudo vibra.. A cincia j comprovou a verdade por trs desse princpio. As diferenas entre as diversas manifestaes da matria, energia, mente e esprito, resultam de ordens variveis de vibrao. Os organismos dos seres vivos so formados por clulas, e estas por molculas, tomos e ncleos e, assim, so condensadores de energia. Segundo Rupert Sheldrake, os campos morfogenticos ou morfolgicos, so estruturas invisveis que se estendem no espao-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas. Toda clula, molcula, tomo ou organismo que existe, gera um campo organizador. Assim, sempre que um membro de um grupo aprende um comportamento e esse comportamento repetido vrias vezes, o campo modificado e a modificao afeta o agrupamento por inteiro. O campo morfogentico uma regio de influncia que atua dentro e em torno de todo organismo vivo e est presente em pensamentos e atitudes. Cada ser cria um campo morfolgico e, aplicvel a todos os sistemas: assim o maom em relao Maonaria e sua Loja. Sua presena na Loja muito importante para a captao dessas energias e para sua prpria evoluo espiritual. Se os contedos mentais, emocionais e espirituais so transmitidos de uma pessoa a outra, essas propriedades podem ser assimiladas por cada maom, com sua presena nos trabalhos da Loja. O fsico brasileiro Luiz Alberto Oliveira, afirma que os seres humanos so indivduos e, ao mesmo tempo, elementos de massa. E, essa a simbologia da
  • 39. Corda de Oitenta e Um Ns. Para os maons, uma corda com ns o smbolo de sua

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