Quem luta pela educação?
Vivemos uma semana considerada de lutas pela educação, com
paralisações crescentes em várias escolas, sejam elas estaduais ou
municipais no Brasil afora.
Não é possível imaginar que ouvindo e lendo as reivindicações,
o cidadão não se sinta tocado a refletir as razões que levam, ano a
ano, os trabalhadores em educação a fazer chamamentos fortes
sobre a valorização dos educadores.
“Tem algo errado no ensino privado!
Todo bom profissional teve um bom professor.
Segundo pesquisas apenas 2% dos estudantes querem seguir a
carreira de professor.
Por que uma profissão com tanta relevância para a formação
humana e cidadã desperta tão pouco interesse nos jovens?
O alerta disparou, é preciso debater!
Pela valorização dos professores e da educação.”
Como educadora sinto-me tocada pelo chamamento feito pelo
Sinproeste para a Campanha Salarial de 2014 (citado acima), pois
inteligentemente exposto lembra-nos de que:
Existem vagas ociosas no ensino superior: predominância nas
licenciaturas – formação de professores para a educação
básica.
Dentre os professores o número de aposentados e afastados
para tratamento de saúde (principalmente mental) aumenta a
cada dia.
De acordo com a Unesco, será necessário recrutar 5,2 milhões
de professores em todo o mundo até 2015.
Para aligeirar a formação de um universo de reserva que vá
desempenhar a função de professor, criam se galacticamente
cursos de formação que não se encontram semelhantes em
outras áreas do conhecimento que não a docência.
O senso comum acredita que ser professor de escola privada é
ter melhor condições de trabalho e melhor remuneração.
Destaco ainda a Campanha “Basta Colombo!” do SINTE/SC que
se propõe a promover a conscientização e fortalecer a luta pelo
cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo do Estado,
que são: descompactação da tabela salarial, pagamento do reajuste
do Piso Nacional e revogação do Decreto das Progressões.
Mesmo que esta campanha apresente-se dando maior destaque
para as questões salariais é evidente ao bom entendedor que
existirão poucos candidatos querendo atuar nestas condições em que
trabalham os educadores catarinenses.
Infelizmente parece-nos que a Educação ainda é preocupação de
poucos. Não é uma bandeira que ultrapasse governos, partidos,
setores formais e informais da economia, instituições culturais e
sociais...
Afinal quem assume a luta pela educação?