Transcript
Page 1: Livros Poéticos: Jó

Os Livros PoéticosJóPr. Handerson Xavier

Page 2: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

Os livros do cânon classificados como poéticos são:

• Jó• Salmos• Provérbios• Eclesiastes• Cantares

Page 3: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

Convém dizer: Essa classificação não contempla a

riqueza literária destes livros; Não há poesia apenas nestes livros; Esses livros contém apenas parte

da poesia hebraica (1 Rs 4:32).

Page 4: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

A poesia hebraica pode ser: Lírica: cânticos, como nos Salmos; Proverbial: como o livro de

Provérbios; Dramática: como o livro de Jó; Elegíaco: como no livro de

Lamentações.

Page 5: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

O paralelismo na poesia hebraica: É uma combinação de ideias; “Rimam-se” ideias e não palavras; Existem 5 tipos de paralelismos.

Page 6: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

1. Paralelismo sinônimo: A segunda linha repete a ideia da

primeira:

“Os céus proclamam a glória de DeusE o firmamento as obras de suas mãos.” (Sl. 19:1)

“Filho meu, ouve a instrução do teu pai, e não te esqueças do ensino da tua mãe.” (Pv. 1:8)

Page 7: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

2. Paralelismo antitético: A segunda linha contrasta a ideia da

primeira linha:

“Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl. 1:6)

“O filho sábio alegra o seu pai, mas o filho insensato é a tristeza da sua mãe.” (Pv 10:1)

A maioria dos provérbios são paralelismo antitéticos.

Page 8: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

3. Paralelismo sintético: A segunda linha desenvolve a ideia da

primeira:

“Bem aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos

pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Sl. 1:1)

“Não maquines o mal contra o teu próximo, pois habita junto de ti confiadamente.” (Pv. 3:29)

Page 9: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

4. Paralelismo simbólico: A segunda linha ilustra a ideia da

primeira:

“Como suspira a corça pelas correntes de água, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.” (Sl.

42:1)

Page 10: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoOs livros Poéticos

5. Paralelismo gradativo: A segunda linha amplia a primeira:

“Tributai ao Senhor, filhos de Deus, tributai ao Senhor glória e força.” (Sl. 29:1)

Page 11: Livros Poéticos: Jó

O livro de Jó

Page 12: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

Autoria não é certa. Alguns sugerem Jó, Eliú, Moisés ou Salomão;

Também não se conhece a data da escrita;

Jó viveu na época dos patriarcas (1700 a.C.);

Drama épico de um homem que não sabe as razões do seu infortúnio;

Drama existencial e teológico.

Page 13: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

O que chama atenção no livro:A discussão é sempre atual;O livro é demasiadamente humano;O debate é profundamente sincero;O tema é assustadoramente inquietante.

Page 14: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

I. Prólogo (1 e 2): Apresentadas as características de Jó:

Morador de Uz“íntegro e reto, temente a Deus e que desviava do mal” (1:1);Possuía uma família numerosa e unida;Era o homem mais importante do oriente (1:3).

A causa do infortúnio de Jó:Satanás se apresenta a Deus;Jó era conhecido por Deus e por Satanás;O início da prova (1:9-19);Uma sucessão inimaginável de tragédias;Da riqueza ao desprezo (2:1-10).

Page 15: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

II. O primeiro ciclo de discursos (3:1-14:22): O desabafo de Jó (3):“Pereça o dia em que nasci e a noite em que se disse: Foi concebido um homem!” (3:3); A primeira intervenção de Elifaz (4 e 5):“Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo-Poderoso” (5:17); A resposta de Jó (6 e 7):“Tornai a julgar, vos peço, e não haja iniquidade; tornai a julgar, e a justiça da minha causa triunfará” (6:29); A primeira intervenção de Bildade (8):“Eis que Deus não rejeita ao íntegro, nem toma pela mão os malfeitores” (8:20);

Page 16: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

II. O primeiro ciclo de discursos (3:1-14:22): A resposta de Jó (9 e 10):“Ainda que eu seja justo, a minha boca me condenará; embora seja eu íntegro, ele me terá por culpado” (9:20);“Bem sabes tu que eu não sou culpado; todavia, ninguém há que me livre da tua mão” (10:7); A acusação de Zofar (11):“Se dispuseres o coração e estenderes as mãos para Deus; se lançares para longe a iniquidade da tua mão e não permitires habitar na tua tenda a injustiça, então, levantarás o rosto sem mácula, estarás seguro e não temerás. Pois te esquecerás dos teus sofrimentos e deles só terás lembrança como de águas que passaram” (11:13ss)

Page 17: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

II. O primeiro ciclo de discursos (3:1-14:22): Jó defende sua integridade (12-14):“Na verdade, vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria” (12:1);“Não! Com Deus está a sabedoria e a força; ele tem conselho e entendimento” (12:13);“Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado” (13:23);

Page 18: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

III. O segundo ciclo de discursos (15:1-21:34): Jó é acusado por Elifaz (15):“A tua própria boca te condena, e não eu; os teus lábios testificam contra ti” (15:6); A queixa de Jó contra Deus (16 e 17):“Na verdade, as minhas forças estão exaustas; tu, ó Deus, destruíste a minha família toda” (16:7);“O meu rosto está afogueado de chorar, e sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte, embora não haja violência nas minhas mãos, e seja pura a minha oração” (16:16,17);

Page 19: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

III. O segundo ciclo de discursos (15:1-21:34): A resposta de Bildade sobre a sorte do perverso (18):“Não terá filho nem posteridade entre seu povo, nem sobrevivente algum ficará nas suas moradas” (18:19); A esperança de Jó (19):“Arruinou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou-me a esperança, como a uma árvore” (19:10);“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra” (19:25); Zofar e o sofrimento dos perversos (20):“Na plenitude de sua abastança, ver-se-á angustiado; toda a força da miséria virá sobre ele” (20:22);

Page 20: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

III. O segundo ciclo de discursos (15:1-21:34): Considerações de Jó sobre os perversos (21):

Não se observa na prática o que disse Zofar“As suas casas têm paz, sem temor, e a vara de Deus não os fustiga” (21:9);“Passam eles os seus em prosperidade e em paz descem à sepultura. E são estes os que disseram a Deus: Retira-te de nós! Não desejamos conhecer os teus caminhos” (21:13, 14);“Deus, dizei vós, guarda a iniquidade do perverso para seus filhos. Mas é a ele que deveria Deus dar o pago, para que o sinta” (21:19);

Page 21: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

IV. O terceiro ciclo de discursos (22:1-31:40): Elifaz acusa Jó (22):

Tomar por penhor as vestes de um pobre (v. 6);Não dar de beber ao cansado e pão ao faminto (v. 7);Favorecer alguns e outros não (v. 8);Não cuidar de órfãos e viúvas (v. 9);

“Se te converteres ao Todo-Poderoso, serás restabelecido” (v. 23a); A contestação de Jó (23, 24):

Jó não teme ser julgado por Deus;“Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como ouro” (23:10);

Page 22: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

IV. O terceiro ciclo de discursos (22:1-31:40):- Jó sabe que não sofre por causa do pecado.

“Pois ele cumprirá o que está ordenado a meu respeito e muitas coisas como estas ainda tem consigo. Por isso, me perturbo perante ele; e quando o considero, temo-o. Deus é quem me faz desmaiar o coração, e o Todo-Poderoso quem me perturbou, porque não estou desfalecido por causa das trevas, nem porque a escuridão cobre o meu rosto” (23:14-17);

- Nem sempre os ímpios são castigados (24:18-25):“Se não é assim, quem me desmentirá e anulará as minhas razões” (24:25);

Page 23: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

IV. O terceiro ciclo de discursos (22:1-31:40): A intervenção de Bildade (25):“Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce de mulher?” (25:4); O longo discurso de Jó (26-31):

1. Reafirma a soberania de Deus (26);“Ele estende o norte sobre o vazio e faz pairar a terra sobre o nada” (26:7);

2. Reafirma o destino dos injustos (27);“Porque qual será a esperança do ímpio, quando lhe for cortada a vida, quando Deus lhe arrancar a alma?” (27:8);

Page 24: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

IV. O terceiro ciclo de discursos (22:1-31:40):3. Afirma donde vem a sabedoria (28);

“E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento” (28:28);

4. Deus é o fator determinante de sua felicidade (29);“Ah! Quem me dera ser como fui nos meses passados, como nos dias em que Deus me guardava” (29:2);

- Lembra dos seus filhos (v. 5);- Lembra de sua riqueza (v. 6);- Era respeitado (v. 7-10);- Ajudava os necessitados (v. 11-13);- Lutava pela justiça (v. 14-16);- Era um homem sábio (v. 21-25);

Page 25: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

IV. O terceiro ciclo de discursos (22:1-31:40):5. Lamenta pelo seu estado atual (30);- Desprezado pelos mais fracos (v. 1);- Desprezado pelos desprezados (v. 2-8);- Uns fogem, outros agridem (v. 10);- Deus lhe tirou as condições de defesa (v. 11);- Os inimigos se levantam (v. 12-15);- A alma de Jó está quebrada (v. 16-18);- Deus é o responsável pelo infortúnio (v. 19);- Deus vê mas não faz nada (v. 20-23):

“Clamo a ti, e não me respondes; estou em pé, mas apenas olhas para mim. Tu foste cruel comigo; com a força da tua mão tu me combates” (v. 20, 21).

Page 26: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

IV. O terceiro ciclo de discursos (22:1-31:40):6. Jó faz a sua defesa (31);

“Acaso, não é a perdição para o iníquo, e o infortúnio, para os que praticam a maldade? Ou não vê Deus os meus caminhos e não conta todos os meus passos?” (v. 3, 4);“Tomara eu tivesse quem me ouvisse! Eis aqui a minha defesa assinada! Que o Todo-Poderoso me responda! Que o meu adversário escreva a sua acusação!” (v. 35);

Page 27: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

V. A intervenção de Eliú (32-37):- Não é citado em 2:11;- Era o mais novo, por isso fala por último (32:4, 6);- Ira-se contra Jó e os 3 amigos (32:2, 3);- Seu discurso é permeado pela ira (32:5);

“Atentando, pois, para vós outros, eis que nenhum de vós houve que refutasse a Jó, nem que respondesse às suas razões” (32:12);

- Apresenta os argumentos de Jó (33:1-11);“Por que contendes com ele, afirmando que não dá contas de nenhum dos teus atos?” (33:13);

Page 28: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

V. A intervenção de Eliú (32-37):- Eliú acusa Jó;

“Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito. Apesar do meu direito, sou tido por mentiroso; a minha ferida é incurável sem que haja pecado em mim” (34:5, 6);

- Eliú defende Deus;“Na verdade, Deus não procede maliciosamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo” (34:12);“Abre-lhes também os ouvidos para a instrução e manda-lhes que se convertam da iniquidade. Se o ouvirem e o servirem, acabarão seus dias em felicidade e os seus anos em delícias. Porém, ser não o ouvirem serão traspassados pela lança e morrerão na cegueira” (36:10-12);

Page 29: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

V. O Senhor responde a Jó (38-41):- Deus desafia Jó:

“Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento? Cinge, pois, os lombos como homem, pois eu te perguntarei e tu me fará saber” (38:2, 3);

- De 38:1-40:2 Deus faz 48 perguntas a Jó;- Jó não sabe o que responder e se cala (40:4);- Jó deve ter lembrado do que dissera em 13:22:

“Interpela-me, e te responderei ou deixa-me falar e tu me responderas”;

-

Page 30: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

V. O Senhor responde a Jó (38-41):- Deus questiona Jó;

“Acaso, anularás tu, de fato, o meu juízo? Ou me condenarás, para te justificares?” (40:8);

- Dois animais criados por Deus (40:15-41:34);

Page 31: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

VI. A resposta de Jó à Deus (42:1-6):- Uma mudança radical:1. Confiante:

“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (v. 2);

2. Humilde:“Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que não conhecia” (v. 3);

3. Iluminado:“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (v. 5);

Page 32: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

VI. A resposta de Jó à Deus (42:1-6):4. Arrependido:

“Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (v. 6);

Page 33: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

VII. Epílogo (42:7-17):Deus repreende os 3 amigos (v. 7-9):

- Eliú novamente não é citado;- A ira de Deus se acendeu contra eles porque “não

dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó”;- O sacrifício pelo pecado de não falar corretamente

acerca de Deus para outra pessoa;A restauração de Jó (v. 10-17):

- Tão repentina quanto a destruição, foi a restauração: “Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos”;

- Foi o início de uma mudança a partir da transformação familiar (v. 11);

Page 34: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

VII. Epílogo (42:7-17): Deus repreende os 3 amigos (v. 7-9):

- Eliú novamente não é citado;- A ira de Deus se acendeu contra eles porque “não

dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó”;- O sacrifício pelo pecado de não falar corretamente

acerca de Deus para outra pessoa; A restauração de Jó (v. 10-17):

- Tão repentina quanto a destruição, foi a restauração: “Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos”;

- Foi o início de uma mudança a partir da transformação familiar (v. 11).

Page 35: Livros Poéticos: Jó

Introdução ao Antigo TestamentoO livro de Jó

Alguns ensinamentos: O sofrimento nem sempre pode ser explicado; Coisas ruins acontecem à pessoas boas, assim como

coisas boas acontecem à pessoas ruins; Amigos e conselhos podem não ser suficientes; Todo sofrimento é uma escola para santidade; Deus sempre está no controle de tudo; O maior de todos os ganhos é conhecer a Deus.

Quando lemos a Bíblia, estamos vendo a Deus;Quando olhamos para Jesus, olhamos para o Pai;Não há riqueza maior do que essa.


Top Related