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Em Março de 2002, foi criado o Departamento de Meio Ambiente (DMA) do Ciesp-Campinas.
No momento em que o mercado e o ambiente sinalizavam sobre a impor tância de se considerar a questão ambiental no planejamento de negóciossustentáveis,acriaçãodoDMAobjetivouviabilizarumespaçonoqualrepresentantesdeempresas,instituiçõesesociedadepudessemseconhecer,discutirseusdesafios,identificarinterfacescomunseproporencaminhamentos.
Mais do que isso, o DMA tem elaborado e implementado encontros, projetos e parcerias reconhecidos e premiados no Estado de São Paulo. A meta em sido sempre o fomento a Negócios Sustentáveis, assim como o fortalecimentodasaçõesdeexcelênciasocioambiental,paraasempresaspaulistaseasinstituiçõesparceiras.
Tendocompletadoseisanosdeexistênciaem2008,aintençãodestaobrafoideixarregistrada,paratodaasociedade,noanodecomemora-ção dos 60 anos do Ciesp-Campinas, a Memória de um Compromis so: os esforços,asiniciativas,asaçõeseascontribuiçõesdaspessoas,empresaseinstituiçõesqueprotagonizaramestahistória.
AoapresentarasrazõeseosmeiosquefizeramdapromoçãodeNe-gócios Sustentáveis um pilar essencial na história do DMA, mais que pres-tarcontasàsempresasassociadas,estetrabalhoteveopropósitodeesti-mulariniciativasepromoverações,tantoparaacomunidadeempresarialquanto para todos os agentes indutores de Sustentabilidade.
Realização:
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios 6anos
EstelivrofoiproduzidocomVitopaper:umpapelsintéticofeitoapartirdeplásticosrecicladospós-consumo,conferindo-lhesumnobredestino.Leve,resistenteeinfinitamentereciclável,esteéumnovopapeldaindústria.UmexemplodeSustentabilidadeEmpresarialeInovação em uma tecnologia 100% nacional e inédita no mundo.
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Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
6anos
Este livro foi produzido com Vitopaper: um papel sintético feito a partir de plásticos reciclados pós-consumo, conferindo-lhes um nobre destino. Leve, resistente e infinitamente reciclável, este é um novo papel da indústria. Um exemplo de Sustentabilidade Empresarial e Inovação em uma tecnologia 100% nacional e inédita no mundo.
5Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Federacão das Indústrias do Estado de São Paulo
PresidentePaulo Skaf
DMA - Departamento de Meio AmbienteDiretor TitularNelson Pereira dos Reis
Diretores Titulares AdjuntosArthur César Whitaker de CarvalhoMarco Antonio Barbieri Nelson Vieira Barreira Raul Ardito Lerário Walter Toscano
DiretoresAntonio Joaquim de Oliveira Caio Pereira de Queiroz (Representante do CJE)Carlos Henrique da Silva Ferreira Carolina Aristakessian (Representante do CJE)Celso Cardoso Simões Alexandre César Figueiredo de Mello Barros Darlene de Pádua Melo SpilaEliane Maria Haddad
Eugênio Carlos Deliberato Francisco Laterza Neto Gilberto Frederico Barbero José Alcades Theodoro José Luiz Miranda SimonelliJosé Ricardo Sukadolnik José Rogélio Miguel MedelaJosé Valverde Machado Filho (Representante do CJE)Lecy Ribas Camargo Filho Luciano Shigueru Sakurai Luiz Gonzaga BertelliMárcio Esteves da Silva Márcio NappoMarco Antonio de Almeida Mário HiroseMarlúcio de Souza Borges Moacir José Lordello BeltramePaulo Roberto Dallari Soares Renato José Giusti Ricardo de Souza Esper Romildo de Oliveira Campelo Sérgio Daneluzzi Azeredo Silvio Roberto Isola Tasso de Toledo Pinheiro Walter Françolin
Centro das Indústrias do Estado de São PauloCiesp-Campinas
Diretor TitularNatal Martins
1º Vice-DiretorJosé Nunes Filho
2º Vice-DiretorJosé Henrique Toledo Corrêa
DMA - Departamento de Meio AmbienteDiretor TitularMarlúcio de Souza Borges
Diretor AdjuntoRicardo Rodrigues Ribeiro
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Sustentabilidade Empresarial : Memória de um Compromisso : Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002-2008. -- Campinas : Ciesp, 2009.
Vários autores. Bibliografia
1. Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Departamento de Meio Ambiente - História2. Desenvolvimento Sustentável3. Empresas - Responsabilidade Ambiental4. Empresas - Responsabilidade Social5. Indústria - São Paulo (Estado)6. Industrialização.
09-09604 CDD-338.098161
Índices para catálogo sistemático:1. Sustentabilidade Empresarial : Departamentode Meio Ambiente do Ciesp-Campinas - Centrodas Indústrias do Estado de São Paulo :História 338.098161
Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO6 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
O trabalho do Departamento de Meio Ambiente (DMA) do Ciesp-Campinas, expresso nesta publica-ção, é um exemplo importante do alcance da Respon-sabilidade Socioambiental. Para o Brasil, é decisiva a mobilização dos setores produtivos na direção da Sustentabilidade, pois se torna inexorável adequar os padrões produtivos à realidade de um mundo em processo de mudança climática e cada vez menos rico em recursos naturais e fósseis.
O Ciesp-Campinas, ao realizar projetos susten-táveis e viabilizar um espaço no qual repre sentantes das empresas associadas possam somar esforços para vencer os desafios ambientais, ali nha-se à filo-sofia que hoje norteia toda a indústria paulista. En-tendemos que o definitivo resgate da dívida social brasileira não depende apenas da ex pansão do PIB, mas, sim, do crescimento sustentado da economia. Esta é a bandeira que empunhamos na Fiesp/Ciesp e procuramos estender em todo o País.
Vencer tal desafio, independentemente da res-ponsabilidade do Estado, somente será possível com o amplo engajamento da sociedade. Nesse con-texto, é decisivo disseminar a causa da Sustentabi-lidade, que deve ser um dos parâmetros do desen-volvimento do Brasil.
Sustentabilidade, umaBandeira da Indústria
Paulo Skaf, Presidente da
Federação e do Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp)
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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
7Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Ciesp-Campinas e Meio Ambiente - Registro de Nossa Historia
Natal Martins, Empresário e Diretor Titular do Ciesp-Campinas - Gestão 2007-2011
Esta publicação coroa um trabalho realizado com com-petência, com compromisso e com a seriedade de um de-partamento, motivo de orgulho à Regional Campinas do Ciesp. Criado no ano de 2002, durante a gestão do compa-nheiro Francisco de Oliveira Lima Filho, que acreditou na proposta e a apoiou, o departamento veio a se consolidar sob” as mãos” de Luiz Alberto Soares Souza, o que nos concede, no momento atual, o privilégio de apresentar a memória destes primeiros anos de trabalho dentro da área ambiental.
Ao desenvolver e ao aplicar o conceito de Negocios Sustentáveis, valendo-se de parcerias institucionais e de ações de notória excelência socioambiental tivemos, neste período, resultados inéditos e significativos, reconhecidos na Região e no Estado de São Paulo.
Parabéns ao Departamento de Meio Ambiente do Ciesp-Campinas por este registro que, certamente, contri-buirá ainda mais para o crescimento da Comunidade Em-presarial.
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MEMÓRIA DE UM COMPROMISSODepartamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO8 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Nosso Compromisso com a Sustentabilidade
Marlúcio Borges, Diretor do
Departamento de Meio Ambiente
da Fiesp e Diretor Titular do Departamento de
Meio Ambiente do Ciesp-Campinas
No ano do sexagenário do Ciesp-Campinas é uma imensa satisfação apresentar este material que resgata a memoria dos seis primeiros anos de seu Departamento de Meio Ambiente (DMA).
Apesar da pouca idade - se comparada à longa e à rica trajetória do Ciesp-Campinas -, entendemos que seria importante regis trar os primeiros passos, açoes e conquistas do DMA: uma forma de reconhecer o envolvimento das pessoas, das empresas e das instituiçoes que, ao longo destes anos, dedicaram-se e se comprometeram para que a Sustentabilidade no setor empresa-rial pudesse se consolidar e avançar firmemente.
A partir de um ideal comum e de uma necessidade local, cami-nhamos na direção de um plano de trabalho que conseguiu traçar objetivos, viabilizou um espaço de integração entre as empre-sas e os seus representantes, pôde enfrentar desafios e propor alternativas, construindo parcerias, concretizando projetos bem como ideias inovadoras e, acima de tudo, permitiu que o Ciesp-Campinas criasse uma identidade de compromisso da indústria para com a Sus tentabilidade.
Esta é uma época de grandes desafios e de enormes res-ponsabilidades. O planeta tem respondido às nossas próprias ações – convocando-nos a reinventar o nosso modo de produ-zir, de consumir e de agir. Nossa esperança, portanto, é que esta Memória de Compromisso possa, ainda que restrita ao âmbito de sua infância de apenas seis anos, con tribuir como semente e estímulo ao compromisso de vanguar da da Indústria Paulista, que é o de transformar recursos em valor, continuar a exercer o papel fundamental do sistema Fiesp/Ciesp enquanto indutor de desen volvimento aliado à Sustentabilidade e, não menos im-portante, ao nosso compromisso individual de constantemente ousar, apri morar e recriar um mundo melhor, mais justo e mais próspero. Se é na infância que experimentamos e aprendemos, é nela que também moldamos muitos de nossos valores essenciais.
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MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
9Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Direitos editoriais da obra:
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - Ciesp-Campinas
Projeto e Coordenação Editorial:
Marlúcio Borges
Apoio Editorial:
Alessandra Píngaro, Amanda Lima, Graziele Píngaro, Jorge Galgaro, Juliana Moretto, Luis T. Furlan, Márcia E. C. Molinari, Ricardo R. Ribeiro e Stefan Rohr
Textos:
Graziella Cristina Demantova e Josiane Giacomini Alves
Convidados:
Cleusa Hércoli (Rigesa), Cristina Montenegro (Pnuma), Er de Oliveira (3M-EUA), Fabio Barbosa (Grupo Santander Brasil), Fernando Rei (Cetesb), Flávio R. Miranda (Cetesb), Francisco O. Lima Fo. (Mediterranea), Francisco R. de Cerqueira Neto (Petrobras), Jorge Galgaro (Rhodia), José L. Corte (Grupo Santander Brasil), José Maria F. Bueno
(Ciesp), José Ricardo R. Coelho (Vitopel), Henrique Gianezzi (Tyco), Linda Murasawa (Grupo Santander Brasil), Luís Tadeu Furlan (Petrobras), Luiz Alberto S. Souza (DDL), Luiz Fernando Furlan (Sadia/Fundação Amazônia Sustentável), Márcio Barbado (Cenic), Marlúcio Borges (Fiesp/Ciesp-Campinas), Meena Hassanali (Oceta-Canada), Natal Martins (Ciesp Campinas), Nelson P. Reis (Fiesp), Newton Scavone (International Paper), Nirvana França (FW), Orlando J. G. Bueno (Bueno Advocacia), Paula Carvalho (Ciesp-Campinas), Paulo Skaf (Fiesp/Ciesp), Rafael Cervone Neto (Ciesp),
Renata F. Moreno (Emerenciano, Baggio, e Associados - advogados), Ricardo R. Ribeiro (3M - Brasil), Tania Del Matto (My Sustainable Canada), Tania M. Gasi (Cetesb) e Ulysses Luna (Icape).
Arte, Diagramação e Tratamento de imagens:
Fellows Marketing & Co.
Revisão Gramatical:
Fabiana Aparecida de Souza
Natália Giacomini Alves
Primeira Edição:
1000 exemplares
Impressão:
Gráfica Ideal - Campinas-SP Brasil 2009
Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO10 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Capítulo 1 Mundo Empresarial: a Sustentabilidade Entra em Pauta pág. 13
Capítulo 2 O Ciesp-Campinas: Contexto e Desafio pág. 19
Capítulo 3 Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios pág. 27
3.1 Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade pág. 37
3.2 Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma
Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis pág. 47
3.3 Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações pág. 59
Capítulo 4 Considerações Finais: Sustentar o Compromisso pág. 69
SUMÁRIOSUMÁRIO
Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
11Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Ainda que esta obra tenha buscado contemplar ao máximo a história, o contexto e os partícipes dos primeiros seis anos do Departamento de Meio Ambiente do Ciesp-Campinas - ela foi concebida e consolidada como uma Memória. Portanto, uma coletânea, um quadro representativo
de fatos - incapaz, por concepção, de abarcar a integralidade de méritos a tudo e a todos.
Desse modo, registramos aqui nosso mais amplo e pleno agradecimento às pessoas, empresas e instituições - as citadas e as não citadas nesta Memória - que, por intermédio de suas
participações, competências, apoios, influências ou estímulos, contribuíram e contribuem com nossa trajetória de trabalho para a Sustentabilidade Empresarial.
Para a consolidação e para a disponibilização desta obra, foram necessários, todavia, um depósito de confiança e um empenho sem os quais tal empreitada não teria sido possível. Assim, nossos especiais agradecimentos aos patrocinadores e incentivadores: Petrobras, por intermédio
da REPLAN, 3M do Brasil, Grupo Santander Brasil e Vitopel.
Igualmente, nosso agradecimento ao apoio institucional irrestrito do Ciesp-Campinas e do sistema FIESP/CIESP/SESI/SENAI e à fundamental colaboração por meio de sugestões e de revisões
de caráter voluntário de profissionais do mais alto gabarito, como Cleusa Hercoli, Er de Oliveira, Jorge Galgaro, Luis Tadeu Furlan, Newton Scavone, Ricardo R. Ribeiro e Stefan Rohr.
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Agradecimentos Essenciais
Agradecimentos Especiais
12 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
11 Mundo Empresarial: a Sustentabilidade Entra em Pauta
O empresariado assume hoje o conceito de Desenvolvimento Sustentável, seguro de que esta é a resposta moderna aos desafios do mundo atual. Há muito, os empresários se convenceram de que não há mais lugar para o falso dilema que, durante muito tempo, contrapôs o desenvolvimento econômico à conservação ambiental. Hoje, têm a plena consciência de que a geração de riquezas é perfeitamente compatível com a proteção do meio ambiente e com a Sustentabilidade. Espera-se que alianças possam ser formadas em torno da percepção comum sobre o valor ambiental dos recursos naturais, em termos de crescimento e de competitividade nos negócios. Assim, as atividades já desenvolvidas pelos empresários mostram claramente o compromisso do setor produtivo de se integrar às mudanças necessárias para a consecução do Desenvolvimento Sustentável racional, ao buscar soluções que beneficiem toda a sociedade.
Rafael Cervone Neto, Empresário e 1º Vice Presidente do CIESP
Div
ulga
ção
Se é consenso que, durante os dois últimos séculos, o processo de industrialização no mundo se desenvolveu de forma não-sustentável, as duas últimas décadas evidenciaram, ao contrário, uma grande mudança na postura da indústria, dos governos e da sociedade em geral, no que diz respeito à proteção do ambiente.A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992, a ECO-92, representou um marco fundamental na relação da Indústria com o Desenvolvimento Sustentável. A Sustentabilidade - considerada integralmente em seus planos ambiental, social e econômico passou a ser incorporada não somente como um diferencial de competitividade, mas, sobretudo, como critério mandatório de sobrevivência e de manutenção das organizações. Neste contexto, a indústria assume um papel fundamental de responsabilidade e de participação já que, por um lado, utiliza e transforma recursos e, por outro, gera emprego, renda, desenvolvimento e, principalmente, propicia qualidade de vida às pessoas.
“Pela primeira vez, o homem compreendeu realmente que é um habitante do planeta e, talvez, deva pensar ou agir sob novo aspecto, não somente sob o indivíduo, família ou gênero, Estado ou grupos de Estados, mas também sob o aspecto planetário.” (Vernadski)
Revista Hoje Ciesp-Campinas - Encarte Meio Ambiente - 2ª edição, Maio/2002
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios11
CAPÍTULO 1 Mundo Empresarial: a Sustentabilidade Entra em Pauta
Transcorridos mais de 40 anos desde o
primeiro encontro internacional, no qual
cientistas, empresários e políticos, pre-
ocupados com a pressão exercida sobre o uso
dos recursos na turais, reu niram-se para discu-
tir os limites do cresci mento (Clube de Roma,
1968), muito se evoluiu em conceitos, posturas
e ações. Hoje, a Sustentabilidade se insere defi-
nitivamente na pauta do planejamento estratégi-
co não só do setor produtivo, como também dos
principais setores da sociedade global.
Os problemas enfrentados naquela época
relacionavam-se, principalmente, ao processo
da industrialização acelerada, impulsionado para
promover o desenvolvimento neces sário à pro-
dução de bens de consumo e ao atendimento de
demandas sociais básicas. Além disso, a consci-
ência sobre a finitude dos recursos naturais e o
conhecimento sobre as implicações socioam-
bientais do uso indiscriminado de tais recursos
ainda não se constituíam fatores primordiais ao
pla nejamento das atividades produtivas.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 15Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Entretanto, com a realização da Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Hu-
mano, na Suécia, em 1972, algumas mudanças
começaram a ser incorporadas às agendas gover-
namentais com a aprovação da Declaração de
Estocolmo. A partir desse momento, a dimensão
ambiental foi introduzida no contexto político
in ternacional como fator limitante do modelo
tra dicional de desenvolvimento, o que resultou
na cria ção de órgãos de proteção ambiental em
diversos países para regular e orientar ações, au-
xiliando o empreendedor a identificar os efeitos
ambientais do seu negócio e, assim, decidir qual
a melhor maneira de preveni-los e/ou gerenciá-
los.
Aliar o desenvolvimento à proteção ambien-
tal foi um dos temas centrais de outro en contro,
realizado na Noruega, em 1986, e presidido pela
Ministra do Meio Ambiente, Gro Harlem Brun-
tland. Nesta conferência, a Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, cria-
da pelas Nações Unidas, elaborou um documen-
to deno minado Nosso Futuro Comum (1987),
também conhecido como Relatório Bruntland.
Nele se reafirmava a crítica ao desenvolvimento
construído a partir do uso excessivo dos recursos
naturais, sem considerar a capacidade de supor-
te dos ecossistemas, assim como se relatava a
incompa tibilidade de tal uso em relação aos pa-
drões de produção e de consumo vigentes.
Desse modo, o Relatório Bruntland acabou
por lançar os pilares conceituais do que seria co-
nhecido, futuramente, como Desenvolvimento
Sustentável: “aquele que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias neces-
rente do ocorrido em outros eventos, apresentou
direcionamentos mais concretos e abrangentes,
os quais foram consolidados em documentos,
como a Agenda 21. Alguns resultados transfor-
maram-se em acordos e compromissos, firmados
entre os países signatá rios, para a solução ou a
minimização dos principais problemas e desafios
a serem enfrentados: foi o caso da Convenção
sobre Mudanças Climáti cas, a qual influenciou a
elaboração do Protocolo de Kyoto, em 1997, um
documento de fundamental importância até os
dias atuais porque, através dele, tornou-se pos-
sível o início do processo de minimização dos
efeitos e do retardamento dos impactos do aque-
cimento global.
A ECO-92 não só sinalizou as diretrizes para
a indústria, como também serviu de bússola para
que governos e sociedades refletissem sobre
suas riquezas - não aquelas produzidas como um
bem de consumo, mas as naturais, particulares e
únicas, compostas pela biodi versidade própria de
cada país. Nunca, até então, tantos haviam pen-
sado na mesma direção.
sidades”. Satisfaz, no sentido da aquisição quan-
titativa e qualitativa de bens e de serviços pro-
vidos pela natureza e utilizados com o objetivo
de atender às ne cessidades econômicas, sociais
e ambientais dos indivíduos de determinada co-
munidade.
Cabe aqui apresentar a Sustentabilidade
como um conceito estrutural mais amplo e intrín-
seco ao novo desenvolvimento que se impõe: um
processo contínuo e a longo prazo, o qual , por in-
termédio de acesso, conservação e reposição de
bens, de serviços e de recursos, é capaz de garan-
tir a permanência de um sistema. Sob este enfo-
que, a Sustentabilidade Empresarial extrapola o
papel da indústria para além da eficiência econô-
mica e produtiva, uma vez que traz as dimensões
ambientais e sociais para integrarem uma nova
forma de atuar e de fazer negócios.
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas,
realizada no Rio de Janei ro (ECO-92), assinalou
um momento posterior de ampla conscientização
em relação aos problemas ambientais e que, dife-
Mundo Empresarial: a Sustentabilidade Entra em Pauta
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO16 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
No início do mesmo ano, previamente à reali-
zação da Conferência da Organização das Nações
Unidas (ONU), o então Secretário-Geral , Maurice
Strong, com a intenção de estimular o interesse e
o envolvimento do setor empresarial em relação
ao meio ambiente, formulou uma perspectiva
global sobre o Desenvolvimento Sustentável. Foi
fundado, então, o Business Council for Sustainable
De velopment (BCSD), responsável pela edição do
livro-relatório “Mudando o Rumo: uma perspec-
tiva empresarial global sobre desenvolvimento
e meio ambiente”. A publicação fomentou uma
dis cussão acerca da idéia de Justiça Econômica
nas relações entre as empresas e todos aqueles
que estão ao seu redor: acionistas e empregados,
con sumidores e vizinhos, cidades e países.
O assunto extrapolou a esfera das fronteiras
territoriais e ampliou a percepção de que tudo
afeta a todos de maneira cada vez mais intensa e
com menos tempo de absorção. Por isso, inclusi-
ve, houve a necessidade de uma redefinição
conceitual e pragmática do clássico processo de
desenvolvi mento consumidor de recursos natu-
rais.
Abordagens mais racionais, objetivas e sis-
têmicas dos problemas causados pela poluição e
pelos impactos das atividades humanas sobre o
ambiente1 passam a exigir, de modo progres sivo,
ações mais efetivas da indústria na constru ção de
um desenvolvimento sustentado. De um modo
geral, as iniciativas voluntárias de auto-regulação
(ISO 9000 e ISO 14000, por exemplo) firmaram-
se como o estágio mais avançado no pro cesso de
sistematizar esforços rumo à Susten tabilidade no
setor produtivo.
(Inter governmental Panel on Climate Change),
de feve reiro de 2007, que demonstrou, com aval
científico, a responsabilidade do homem frente
ao aquecimento global, porém não apenas do
homem individualizado, de empresas ou de go-
vernos: a questão é planetária e requer uma con-
junção de esforços científicos, políticos, sociais e
econômi cos na busca de soluções locais e globais
que res pondam à envergadura deste desafio.
Considerado este cenário e o término da vi-
gência do Protocolo de Kyoto, em 2012, há agora
uma grande tarefa a ser cumprida: a de garantir
que, após este ano, o mundo continue a se de-
senvolver atendendo, pelo menos, a padrões
míni mos de qualidade de vida.
Diante dessa evolução de posturas, a indús-
tria percebeu que poderia fazer a diferença para
além de transformar recursos e gerar empregos,
uma vez que poderia colocar a qualidade de vida
neste mesmo patamar. Junto às resoluções da
Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sus-
tentável Rio + 10, realizada em 2002, em Johan-
nesburgo, na África do Sul, o setor anteviu o pa-
norama delicado do equilíbrio ambiental global
no qual teria que tra balhar. Dentre os inúmeros
cenários listados pelo relatório, destacaram-se as
previsões de que, até 2032, cerca de 70% da su-
perfície do globo poderia estar afetada pelo im-
pacto direto ou indireto das atividades humanas.
Essa constatação foi apresentada de forma
objetiva e inequívoca no IV Relatório do IPCC
1 VALLE, C. E. Qualidade Ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Mundo Empresarial: a Sustentabilidade Entra em Pauta
17Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Além dos resultados práticos de todos esses
encontros internacionais, é importante ressaltar
um resultado indireto, mas nem por isso de me-
nor importância: o reconhecimento da necessi-
dade de ação conjunta entre todos os segmentos
da sociedade, de modo a que se consiga dar res-
postas eficazes aos desafios impostos pela dinâ-
mica histórica de desenvolvimento.
No que diz respeito ao Setor Industrial, a con-
juntura imposta pelo aquecimento global influen-
cia diretamente na governança das empresas,
desde o gerenciamen to de riscos, passando pelo
zelo da imagem corporativa, até a identificação
de novos negócios.
A cada dia se comprova, com mais contun-
dência, o fato de que a atuação socioambiental
responsável, além de trazer benefícios econômi-
cos e sociais , também representa um fator de
diferenciação dentro do mercado, tornando-se
- mais que forte vantagem competitiva - uma pre-
missa no ambiente global de negócios.
Em relação ao Setor Industrial Bra sileiro, é
crescente o número de indústrias que adotam
práticas de Gestão Ambiental e já in vestem em
atividades ligadas à proteção do am biente.
Uma pesquisa, realizada pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI, 2007)2, assinala que,
ao identificar as principais razões para a adoção
de medidas associadas à Gestão Ambiental no
Setor Industrial, torna-se evidente que as preo-
cupações acerca da Sustentabilidade foram efe-
tivamente colocadas em pauta no planejamento
uma opção e transformou-se em um requisito na
conquista e na manu tenção de mercados, seja
em função das exigên cias legais, seja devido à
pressão exercida pela socie dade.
Vale aqui registrar o papel de iniciativas go-
vernamentais3 para estimular práticas sustentá-
veis com o objetivo de desonerar os investimen-
tos de indústrias nacionais, preocupadas com a
Sustentabilidade de seus produtos e processos,
como também para incentivar empresas que in-
corporem, em suas ações, o incentivo à adoção
de práticas sustentáveis.
A adoção de tais práticas traz ganhos em pro-
dutividade/lucratividade, em qualidade ambien-
tal e de vida não somente à própria empresa e
a seus colaboradores, mas, principalmente, ao
ampliar a oferta de tais benefícios em relação à
região na qual está instalada.
Para uma região como a de Campinas,
segun do polo industrial do país, esta constata-
ção assu me uma grande relevância, pois ações
e posicionamentos podem significar o rumo de
Sustentabilidade que a própria região vai tomar
(ou não).
Trabalhando nesta direção, e colocando em
pauta todas as preocupações expostas, atua o
Ciesp-Campinas, já que a constante promoção
de ini ciativas para que a indústria seja um agen-
te de transformações positivas, no contexto de
Susten tabilidade Empresarial, é um compromisso
funda mental da Entidade.
das ativi dades industriais. Dentre as principais ra-
zões in dutoras para tais iniciativas, destacam-se
as se guintes:
• Atender ao regulamento ambiental;
• Estar em conformidade com a política social da empresa;
• Atender às exigências do licenciamento;
• Melhorar a imagem perante a sociedade;
• Atender o consumidor com preocupações ambientais;
• Reduzir os custos dos processos industriais;
• Aumentar a qualidade dos produtos;
• Atender à reivindicação da comunidade;
• Aumentar a competitividade das exporta-ções;
• Atender às exigências de instituições financei ras ou de fomento;
• Atender às pressões de Organizações Não Gover namentais ambientalistas.
Uma análise, ainda que breve, destas ra-
zões, revela o setor empresarial não só compro-
metido em atender às regulamentações legais
para o desen volvimento de suas atividades, mas
também, ao mesmo tem po, atento às exigências
da sociedade e à ecoe ficiência de seu processo.
A adoção de práticas sustentáveis tem se apre-
sentado como um cami nho fundamental para se
conciliar ganhos socioe conômicos com a preser-
vação do ambiente.
Estamos presenciando uma nova Revolução
Industrial, cujas ações associam as preocupações
com produtividade, eficiência econômica e qua-
lidade, com a busca do compromisso ambiental.
Participar deste compromisso deixou de ser
2 “O número de empresas que declararam ter investido na proteção do meio ambiente, em 2006, subiu para 79,1% frente a um total de 76,5%, em 2005. A maior parte das empresas investiu até 3% do seu faturamento em medidas de proteção ao meio ambiente (...) Os setores de atividades que se destacaram com o maior número percentual de empresas que realizaram procedimentos gerenciais associados à gestão ambiental, em 2007, foram: Refino de Petróleo (100%), Química (84,1%), Indústria Extrativa (84,1%), Limpeza e Perfumaria (82,9%) e Alimentos (82,3%). O setor de Vestuário, ao contrário, foi o que apresentou o menor percentual (29,9%)”. (Confederação Nacional da Indústria - CNI - Sondagem Especial sobre Meio Ambiente, 2007. In: Sondagem Especial da CNI - Ano 5, Nº 2 - Junho de 2007). Disponível em: http://www.cni.org.br3 Confederação Nacional da Indústria. Crescimento. A visão da indústria - Brasília: CNI, 2006.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Mundo Empresarial: a Sustentabilidade Entra em Pauta
18 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
22 O Ciesp-Campinas: Contexto e Desafio
A indústria paulista é privilegiada por contar com uma Entidade que tem a força de representação do sistema FIESP/CIESP/SESI/SENAI. Claro que esta força se construiu e se constrói por pessoas.Tendo sido, por um período, Diretor de Integração Regional do Ciesp percorri o estado e testemunhei a riqueza e a diversidade de nossa indústria. Somar e convergir este patrimônio é uma missão importantíssima da Entidade.Em Campinas, uma região onde a indústria tem uma participação tão preponderante, é ainda maior a responsabilidade do Ciesp.Penso que construir solidamente a confiança entre os associados e o empresariado local, por intermédio da competência e da dedicação de seus representantes, é o único caminho que permitiu ao longo desses quase sessenta anos - e que permitirá - ao Ciesp-Campinas exercer, com eficiência e reconhecimento, seu papel de genuíno porta-voz da indústria da região.
José Maria Ferraz Penteado Bueno, Empresário, Diretor Titular DIR (Departamento de Integração
Regional) 2001-2004, Diretor Titular Ciesp-Campinas
1992-1995, Co-fundador do Gênese - Grupo de Estudos e Negócios dos
Setores Empresariais.
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soal
É fato que, hoje, a indústria não pode ser concebida simplesmente como um agente transformador de recursos, mas, essencialmente, como uma organização sociopolítica com grande influência nos destinos da sociedade. A Indústria Paulista, nesse contexto, responde por quase 40% do PIB brasileiro (IBGE, 2004), ou seja, para além da expressão percentual, isto significa uma grande responsabilidade do Setor Industrial em relação ao norteamento para o desenvolvimento no Estado e no país. Tal vocação delega ao sistema FIESP/CIESP/SESI/SENAI/IRS, enquanto genuíno representante da indústria paulista, um papel fundamental. O Ciesp-Campinas tem o privilégio de se situar em uma região que se consolidou como um importante polo no processo de desenvolvimento econômico, tecnológico, científico e industrial do país e, frente a uma conjuntura tão favorável, os desafios que se apresentam, por seu turno, também se mostram de grande envergadura. Prestes a completar seus 60 anos, em 16 de dezembro de 2009, o Ciesp-Campinas tem se posicionado, por intermédio de crescente representatividade, de uma maior participação política, de inserção comunitária e na prestação de serviços - como interlocutor e grande indutor de Sustentabilidade Empresarial , tanto na sua dimensão econômica, quanto ambiental e social.
“A maior liberdade de mercado implica maiores responsabilidades.” (Gro Harlem Bruntland)
Revista Hoje Ciesp- Campinas - nº 68/Encarte Meio Ambiente, 14ª Edição - Janeiro/2005.
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios22
CAPÍTULO 2 Ciesp-Campinas: Contexto e Desafio
Para compreender o Ciesp-Campinas, é
fundamental conhecer melhor a região
que o abriga: seu Estado, suas cidades,
suas indústrias e a sua história singular.
Dados apontam o Estado de São Pau lo como
o responsável por cerca de 1/3 do PIB agroin-
dustrial brasileiro, ou seja, o lugar que concentra
aproximadamente 30% de todos os in vestimentos
privados realizados nacionalmente1, uma evidên-
cia clara da história de trabalho e de conquista da
região. A consolidação destes números tem sido
mo vida por uma força motriz extremamente pro-
pulsora, que faz deste Estado do Brasil o maior
centro de desenvolvimento da América Latina,
com 645 municípios e cerca de 40 milhões de ha-
bitantes.
O processo de industrialização desta região
foi construído a partir de muito trabalho e com
adaptações constantes às mudanças sociais e po-
líticas ocorridas no Brasil e no mundo, gerando o 1 Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 19 de Dezembro de 2007. Página visitada em 01 de Setembro de 2009.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 21Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
ce nário econômico e social atual do Estado. O se-
tor agroexportador de sua economia sofreu sua
primeira mudança de foco no início do século XX,
devido à dificuldade de se esta belecer o comér-
cio internacional, em razão da Pri meira Guerra
Mundial (1914-1918), fato que acabou por incen-
tivar o desenvolvimento de indústrias locais.
O empresariado passou, então, a voltar-se
para o seu território local e regional de atuação,
por causa das dificuldades inerentes em se rea-
lizar negócios com outras partes do mundo, na-
quele momento envolvidas na busca de soluções
para os danos causados pelo conflito bélico na
Euro pa, com reflexos e consequências em todo
o planeta. A saída, desse modo, foi expandir as
indústrias localmente, impulsionadas pela am-
pliação da malha rodoviária no País, que saltaria
de 113.570 quilômetros em 1928, para 258.390
(em 1939) e para 400 mil km (em 1955). Propor-
cionalmente, também cresceria o número de ca-
minhões em circulação: de 54.842, em 1939, para
cerca de 210 mil em 19512.
Em 1920, enquanto a Ford recebia a conces-
são para montar automóveis em São Paulo, Cam-
pinas - por iniciativa do vereador Álvaro Ribeiro
- publicou a Resolução 606, a qual ofereceu in-
centivos para as indústrias se instalarem na ci-
dade. Já foi um sinal de que as lideranças locais
estavam atentas à emergência da industrialização
e à necessidade de mudanças. Nesse mesmo ano,
foi inaugurada no município a primeira fábrica
de tecidos elásticos da América Latina, a Godoy
& Valbert, na Rua José Paulino, o que permitiu
a substituição das importações de tecidos elás-
ticos, advindas principalmente da Inglaterra, da
Suíça e da Itália. A era dos barões do café chegava Figura 2.1 Regionais Ciesp no Estado de São Paulo com a Regional Campinas em destaque. (Ciesp, 2008)
2 e 3 Matéria Correio Popular, 04 de Fevereiro de 2000. Campinas Século XX - 100 anos de História.
Rogério Capela/AAN
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ciesp-Campinas: Contexto e Desafio
Godoy & Valbert, em Campinas, a primeira fábrica de tecidos elásticos da América Latina: tempos de industrialização3
O Ciesp em São Paulo
22 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
a seu fim. Campinas iniciava sua marcha rumo à
industriali zação e já se preparava para os novos
tempos.
A década de 20 foi, portanto, marcada por
acontecimentos – externos e internos - impor-
tantes que acabaram por impulsionar e fortalecer
o processo de industrialização no Estado, como
o “crack” da bolsa de Nova Iorque em 1929 e a
instituição da República Nova, esta niti damente
ancorada na industrialização.
Foi assim que, em 1928, houve a fundação
do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
(CIESP), uma sociedade civil sem fins lucrativos,
criada para articular ações entre empresas in-
dustriais e suas controladoras, entre associações
ligadas à indústria e às demais empresas, com o
objetivo de congregar os interesses mútuos rela-
das mais diferentes cadeias produti vas. Além de
representar as categorias da indústria, defenden-
do seus interesses, a FIESP acabou por ampliar o
escopo de seus objetivos, ao atuar como órgão
técnico e consultivo, ao administrar o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI e o
Serviço Social da Indústria - SESI.
No ano de 1949, o CIESP, em um processo
de consolidação de uma gestão descentralizada,
decidiu expandir suas ações, com o intuito de
impulsionar o desen volvimento local. Surgiram,
assim, as Diretorias Regionais, com a missão de
“falar” pela indús tria local e de influir nas deci-
sões dos poderes públicos, preservando os in-
teresses da indústria e a de seus associados. A
descentralização das ati vidades teve como prin-
cipal meta regionalizar os serviços prestados às
empresas associadas (prestar as sessoria nas áre-
cionados à indústria. Em 1931, em função do de-
creto que instituiu um modelo sindical baseado
em Associações de Classes, Federações Estaduais
e em Confederações, o Centro das Indús trias do
Estado de São Paulo passou a se cha mar “Fe-
deração das Indústrias do Estado de São Paulo”
(FIESP).
Após tentativas frustradas para um retorno
às atividades originais, o CIESP, em 1942, passou
a ter diretorias próprias e a cuidar de estudos
econômicos e legislativos, ao passo que a FIESP
passou a cui dar de assuntos institucionais e da
mobilização industrial. Hoje, acompanhando as
demandas do setor industrial do país, as atri-
buições da FIESP se ampliaram, tornando-se a
principal interlocutora do setor produ tivo, ao re-
presentar 132 sindicatos patronais, que agregam
cerca de 150 mil indústrias de todos os portes e
Sede FIESP/CIESP/SESI/SENAI/IRS na Avenida Paulista, em São Paulo. Sede do Ciesp-Campinas no Bairro Bonfim.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ciesp-Campinas: Contexto e Desafio
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23Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
as jurídico-consultiva, técnica, econômica, atuar
no comércio exterior, na infra-estrutura, na tec-
nologia industrial, no setor da responsabilidade
social, meio ambiente, crédito, pesquisas, feiras,
simpó sios, rodadas de negócios etc) bem como
desenvolver projetos que visassem à melhoria da
qualidade de vida na re gião. Atualmente, há 42
núcleos espalhados pelo Estado, com cerca de 10
mil empresas associadas. O Ciesp-Campinas é um
deles.
Porém, não é sempre que se consegue fa-
zer com que um lugar prospere, tampouco que
possa se constituir o responsável por estabelecer
padrões de produção industrial para os demais,
como uma espécie de viga-mestra. Inegavelmen-
te, é vital que haja uma série de “coincidências”
bem-vin das, a começar pela própria posição es-
tratégica de “boca do sertão e ao mesmo tempo
porta de acesso ao litoral”4, como é o caso da re-
gião de Campinas.
Em razão, portanto, de sua localização estra-
tégica (sua proximidade com o centro industrial
e comercial de São Paulo) e de sua excelente
logística aeroportuária, rodoviária e ferroviária,
Campinas tem se consolidado ao longo dos anos
como um polo de destaque no processo do de-
senvolvimento econômico pau lista. A região de
Campinas possui uma malha rodo-ferroviária
tão desenvolvida que garante sua conexão com
os mais importantes centros regio nais do país
– a saber, a Região Metropolitana de São Paulo
(RMSP), a Região Metropolitana da Baixada San-
tista (RMBS), Sorocaba, Vale do Paraíba, Rio de
Janeiro, Paraná, Triângulo Mineiro, Sul de Mi nas
e Mato Grosso. Entretanto, cabe ressaltar que
açúcar, da agro-indústria ca feeira, da indústria
propriamente dita e, atualmente, também vem
desempenhando um papel fundamental no to-
cante ao setor da alta tecnologia.
Resultados desse processo apontam a Região
Administrativa de Campinas – composta por 83
municípios, 19 deles integrantes da Região Me-
tropolitana de Campinas (RMC) – como uma das
mais desenvolvidas do Estado, com grande con-
centração industrial e agropecuária no país.
E é nesta área privilegiada que se encontram
a Regional Ciesp-Campinas e a Região Metro-
tal vantagem logística pôde ser construída, em
grande parte, devido à privilegiada localização de
Campi nas e região, o que acabou por proporcio-
nar o avanço dos paulistas a Goiás, o domínio do
eixo Campinas - Sorocaba, norte do Paraná, Vale
do Paraíba, litoral e Rio de Janeiro e, mais tarde,
para São Paulo e para o porto de Santos, favore-
cendo uma malha estratégica de acessos e cami-
nhos essenciais para o escoamento da produção
e para a formação do parque industrial.
A consolidação das atividades econômicas
da região foi essencial em diversos períodos de
nossa história recente: no período da cana-de-
4 GOMES, Eustáquio; Região Metropolitana de Campinas – Caminhos de Futuro; Campinas, 2008.
Cidades que integrama Regional CIESP Campinas
RMC (Região Metropolitanade Campinas)
Figura 2.2 Identificação dos municípios da RMC e do Ciesp-Campinas
Região Metropolitana de Campinas e Regional Ciesp-Campinas
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ciesp-Campinas: Contexto e Desafio
24 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
5 Fonte: Seade - PIB e Participação no Total de Municípios Selecionados do Estado de São Paulo, 2006.
politana de Campinas (RMC), ambas compostas
por 19 municípios, os quais, em bora não sendo
coincidentes, consolidam uma leitura regional
comum, expressa numa infra-es trutura invejável:
desde uma excelente logística aeroportuária, ro-
doviária e ferroviária, como já mencionado ante-
riormente, até uma grande base de pesquisa e de
desenvolvimento tec nológico, com instituições
de ensino de renome internacional. Tal perfil faz
desta região a segunda mais importante do Esta-
do de São Paulo. Vale dizer que Campinas, consi-
derada a cidade-sede da RMC, responde, sozinha,
por R$ 4,9 bilhões de reais do valor adicionado ao
PIB nacional5.
sificados e complexos parques industriais e todas
as re lações decorrentes das atividades comerciais
estabelecidas na região acabam por criar uma
teia de relacionamentos e um fluxo de pessoas
e de mercadorias que favorecem e diferenciam
este polo industrial dos demais. Ao mesmo tem-
po, delegam um papel de representatividade e de
atuação decisivo ao Ciesp-Campinas, enquanto
interlocutor.
O Ciesp-Campinas presta serviços de asses-
sorias jurídica, técnica e econômica em 19 mu-
nicípios, entre eles: Águas de Lindóia, Am paro,
Artur Nogueira, Campinas, Conchal, Estiva Gerbi,
E ainda hoje o interior paulista continua a
cres cer, atraindo empresas de todos os portes:
micro, pequenas, médias e grandes indústrias
que con tam sempre com o suporte do Centro das
Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP, para
a consolidação e para o aprimoramento de suas
atividades.
A história nos mostra que a região de Cam-
pinas adaptou-se às mudanças e consolidou de-
finitivamente sua marcha rumo ao desenvolvi-
mento, tornando-se uma das cidades que melhor
representam a ascensão da indústria no Brasil.
Atualmente, a região possui um dos mais diver-
Figura 2.3 Distribuição por segmentos produtivos dos associados ao Ciesp-Campinas
Regional Ciesp-Campinas: diversidade de produção
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ciesp-Campinas: Contexto e Desafio
25Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
6 Dados levantados pelo Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (DEPECON) do Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP e FIESP), com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), apresentados pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística, em notícia publicada em 15 de Maio de2009 disponível em: http://www.ntcelogistica.org.br/noticias/materia_completa.asp?CodNoti=34409
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ciesp-Campinas: Contexto e Desafio
trimestre de 20096.
No entanto, hoje, frente aos novos desa-
fios impostos pelos impactos ambientais globais
e pela crise econômica emergente, qualquer
desenvolvimen to só faz sentido se tiver a Sus-
tentabilidade por princípio. Por isso, conscientes
desta realidade, a FIESP e o CIESP têm promovido
ações com foco na construção de um desenvolvi-
mento sustentável e, com isso, de fendido e con-
ciliado os interesses e os negócios da indústria,
missão de todos os Departamentos de Meio Am-
biente do sistema Fiesp-Ciesp.
Convicto desta premissa e dos apelos globais
pela preservação ambiental, e consciente da in-
fluência socioeconômica dos negócios para além
dos limites municipais, o Ciesp-Campinas criou,
em 2002, o seu Departamento de Meio Ambien-
te (DMA).
Holambra, Hortolândia, Itapira, Jaguariú na, Lin-
dóia, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Paulínia, Pedrei-
ra, Santo Antonio de Posse, Serra Negra, Sumaré
e Valinhos.
Fazem parte de seu elenco 527 empresas
associadas, sendo 56 delas multinacionais (Fon-
te Ciesp-Campinas dez/2008). E dentre as asso-
ciadas, 159 são exportadoras, as quais, além de
desempenharem um importante papel para o de-
senvolvimento econômico local e regio nal, tam-
bém agregam valor no exterior ao propiciarem
visibilidade a esta região. Jun tas, estas empresas
empregam 83.355 funcionários. No Ciesp-Cam-
pinas, estão representados os seguintes seg-
mentos: Metalúrgico; Farmacêutico; Alimentos;
Têxtil; Mecânico; Madeireiro; Bebidas; Gráfico;
Construção; Calçados; Autopeças e Transporte;
Elétrico, Eletrônicos e de Comunicação; Borracha;
Mobiliário; Papel e Papelão; Químico e Petroquí-
mico; Vestuário; Produção de Materiais Plásticos;
Produção de Minerais não Metálicos; Piscicultu-
ra; Comércio Atacadista e Varejista; Entidades
de Classe; Prestadores de Serviços ligados à In-
dústria e Diversos. Essa rica e diversa formação
(FIGURA 2.3) compõe uma realidade industrial
muito singular, o que confere ao Ciesp-Campinas
uma responsabilidade ainda mais relevante em
sua missão de agente indutor de desenvolvimen-
to.
As ações do Ciesp-Campinas, em seus 60
anos de atuação, atingiram resultados significa-
tivos no tocante ao desenvolvimento da região,
a ponto de contar com a ter ceira posição no
ranking das 39 unidades regio nais, as quais, jun-
tas, representam US$ 9,8 bilhões do montante
exportador estadual, são responsáveis por 8% do
total vendido no estado e por 31,5% do total ven-
dido no Brasil no mercado global, somente no 1°
26 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
33 Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
O DMA - Departamento de Meio Ambiente - foi criado em 2002, em um momento no qual a sociedade demonstrava claramente a importância da inclusão do conceito de Sustentabilidade no planejamento de negócios das empresas.Nesse processo de evolução, o DMA desempenhou um importante papel de facilitador, buscando trazer, para a prática, os fundamentos básicos de Sustentabilidade. Entre outras ações, viabilizou um espaço no qual as empresas associadas, em diferentes estágios de implantação de práticas sustentáveis, pudessem partilhar suas experiências, analisar os casos de sucesso e replicá-los de acordo com a realidade de suas organizações. Foi um processo de aprendizado sempre com foco na preservação ambiental, no entanto com evidências concretas de que a sua prática é um componente de adição de agregação de valor para as empresas e para a comunidade. Esses foram os primeiros passos, cadenciados, mas efetivos, na busca do desenvolvimento equilibrado, o que contribuiu para a inclusão da noção de Sustentabilidade na agenda das empresas da nossa região.
Er de Oliveira, Vice-Presidente, 3M
Engineering,Diretor Adjunto do DMA
Ciesp-Campinas 2002 - 2008
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Construir um compromisso coletivo, no qual a excelência ambiental e a Sustentabilidade norteassem as ações e inspirassem um novo jeito de fazer negócios no setor empresarial: com esta visão, o Departamento de Meio Ambiente (DMA) do Ciesp-Campinas foi criado em 2002. Considerando a riqueza e a complexidade do Estado de São Paulo e da região de Campinas, cujos desafios são potencializados por uma situação global que clama por soluções emergentes e inovadoras, o DMA procurou concretizar-se como um centro de referência e de estímulo a práticas, projetos e ações sustentáveis que pudessem adicionar valor aos negócios, às organizações e às comunidades locais. Em seus primeiros seis anos de existência, buscando corresponder ao rico legado de 60 anos do Ciesp-Campinas, o DMA priorizou o fortalecimento do espírito cooperativo em suas relações, como um princípio fundamental para a sua consolidação.
“Só o entendimento do papel social da empresa, tanto como geradora de renda, como responsável pelo meio ambiente e preocupada com o desenvolvimento social, conduz ao sucesso nos negócios.” (Martin F. Altorfer - Holcim Brasil S.A.)
Revista Hoje Ciesp-Campinas nº 64/Encarte Meio Ambiente, 11ª Edição - Março/2004.
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios33
CAPÍTULO 3 Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
Se as iniciativas empresariais de cunho
ambiental, durante as décadas de 80 e
90, ainda eram predominantemente mo-
tivadas por pressões regulatórias, a conjuntura
global, no iní cio dos anos 2000, sinalizou uma
forte mudança referente à incorporação da ques-
tão ambiental no planejamento dos negócios.
Um forte indicativo disso pôde ser notado, por
exemplo, no tocante à evolução em relação ao
número de empresas com certificação ISO 14000:
de 100 empresas, em 1999, para 1500 em 2004
(RMAI, 2004). Todavia, ao se considerar a ado-
ção desta mesma certificação como uma etapa
indicativa do estágio de incorporação da variável
“ambiente” pelas empresas na região de atu-
ação do Ciesp-Campinas, observou-se que, do
total das empresas associadas, apenas 27% das
grandes indústrias contavam com a certificação
ISO 14.001 e meros 2% das pequenas empre sas
a detinham (CIESP, 2004). Tais números eviden-
ciaram, neste momento, a dimensão do desafio
para a Entidade: como se fazer um agente impul-
sionador de mudanças para a Sustentabilidade
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 29Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Empresarial na região, como viabilizar um espaço
no qual representantes das empresas associadas
pudessem se conhecer, discutir seus desafios am-
bientais, identificar interfaces comuns e propor
encaminhamentos por meio da representativi-
dade institucional da Entidade? Eis a missão que
se impôs.
A partir desta visão e desta vocação é que
o De partamento de Meio Ambiente (DMA) do
Ciesp-Campinas foi pensado e desenvolvido.
Assim foi que, em 22 de março de 2002, Dia
Mundial da Água, houve a apresentação do novo
Departamento à comunidade local. A criação do
DMA teve o apoio e o estímulo fundamentais do
então Diretor Titular do Ciesp-Campinas, Sr. Fran-
cisco Oliveira Lima Filho (gestão 2001-2004), e de
“No ano de 2002, durante a Gestão da Diretoria do CiespCampinas (20012004) da qual eu fazia parte como Diretor Titular, junto com os meus companheiros Diretores Adjuntos Antonio Carlos Reinholz e Wladimir Tadeu Mantovani (em memória), nós, da Diretoria, consideramos indispensável transformar a Área de Meio Ambiente – que, na época, era uma das divisões do Departamento Jurídico da Entidade em um Departamento, pois o mundo já sinalizava a necessidade de mudanças na gestão empresarial em relação à questão ambiental.
Acreditamos no sucesso dessa iniciativa de criação do Departamento, pois tínhamos, de um lado, a necessidade do mercado e, de outro, no pró prio CiespCampinas, um Diretor da Área Ambien tal: Marlúcio Borges, que aceitou o desafio e foi, assim, nomeado Diretor do novo Departamento de Meio Ambiente.
O CiespCampinas é, hoje, referência na área ambiental para o Sistema FIESP/CIESP, graças ao trabalho eficiente, dinâmico e responsável que o Departamento de Meio Ambiente tem realizado desde 2002. Concluo parabenizando todos os que contribuíram e contribuem para a construção dessa história de sucesso que, com certeza, ainda está apenas no começo.”
Francisco de Oliveira Lima, Empresário e Diretor Titular Ciesp-Campinas 2001 – 2004
“Reconhecemos a relevância social e técnica da matéria meio ambiente para a Regional e seus associados, motivo maior pelo qual recomendamos a criação de uma estrutura própria e de uma diretoria específica para a área. Coube a Marlúcio Borges o convite para criar e dirigir o DMA desde então. Houve um consenso, tanto da Área Jurídi ca como da Diretoria Titular, sobre a importância de se estruturar a Entidade de modo a incluir um tema tão essencial para a sociedade e para os negócios, como é a questão ambiental. Fazia todo sentido, especialmente em uma região como a de Campi nas e para o próprio CIESP, consolidar este seg mento.”
Dr. Orlando Bueno, Diretor do Departamento Jurídico do CIESP nas gestões 2001-2004 e 2004-2007
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
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30 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
seu Diretor Titular do Departamento Jurídico, Dr.
Orlando Bueno. Ambos en dossaram e incentiva-
ram a proposta de criação de um departamento
focado na questão ambiental e com um impor-
tante papel em relação à governan ça corporati-
va, de modo a atender a uma demanda crescente
dos associados do Ciesp-Campinas e da Região.
Como primeira regional CIESP, fora da capi-
tal, a se estruturar de modo organizacional e a
criar um Departamento específico para atender
à temá tica ambiental, iniciaram-se as primei-
ras articu lações em torno da necessidade de se
mudar o paradigma, em vigor até então, no qual
a questão ambien tal era vista como um custo
adicional a ser internalizado ao processo. Era o
momento de reconhecer a necessidade de se
olhar adiante e para além do âmbito interno das
atividades e processos industriais, ou seja, o mo-
mento de se enxergar a prática da Sustentabili-
dade como um meio impres cindível ao desenvol-
vimento. E de fomentá-la, portanto. Um longo e
desafiador caminho se desdobrava à frente.
A criação do Departamento de Meio Ambien-
te (DMA), em 2002, consolidou o compromisso,
assumido pelo Ciesp-Campinas, de promover
ações que inspirassem um novo jeito de fazer ne-
gócios, no qual a excelência ambiental se firmava,
então, como um fator de competitividade. Três
ações interligadas passaram a nortear o plano de
gestão da nova área que surgia: conhecer, capa-
citar e fortalecer.
Sem conhecer os associados - no que diz res-
peito ao seu grau de envolvimento com o tema
ambiental e sem permitir que eles conheçam o
DMA, identificando-o como parceiro e apoiador
UM POUCO DE HISTÓRIAEm 2001, às primeiras quintas-feiras de cada mês, um pe queno
grupo de cinco a dez representantes de empresas locais reu-
nia-se para discutir as questões ambientais,majoritariamente
aquelas vinculadas ao cumprimento da legislação. Era a Di-
visão de Meio Ambiente, incentivada e coordenada pela Dra.
Cleusa Hércoli, da Rigesa. Originalmente uma Divisão do
Departamen to Jurídico do Ciesp-Campinas, naquele momento
dirigido pelo Dr. Orlando Bueno, as reunioes passaram a abor-
dar um volume crescente de assuntos, de competências e de
pessoas. Trocas de informa çoes, de experiências, de alternati-
vas técnicas e procedimen tais passaram a se intensificar e a
se sistematizar no Grupo. Em uma época em que o conceito de
meio ambiente estava au tomaticamente vinculado a um custo
adicional ao processo, novas abordagens e caminhos de inter-
nalização da questão am biental no planejamento de negocios
das empresas começa ram a tomar corpo. Um novo valor pas-
sou a ser gerado e, com ele, a semente para o futuro “Departa-
mento” de Meio Ambiente.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
31Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
de seu negócio - qualquer outra ação de capacita-
ção e de fortalecimento não será capaz de atingir
integral mente seus objetivos.
Diante da diversidade e da complexidade,
tanto do parque industrial como dos aspectos
adminis trativos e geográficos da região, conhecer
as especificidades locais e regionais e diagnosti-
car potencialidades e vulnerabilidades (a fim de
promover iniciativas condizentes com a re alidade
local) torna-se essencial. O conhecimento sistê-
mico das dife rentes realidades possibilita a mu-
dança de ações, não apenas com o intuito de se
adequar às exigências le gais, mas também visan-
do à integração do quotidiano das indústrias ao
contexto sócioespacial e econô mico no qual es-
tão inseridas. Desse modo, exer cendo seu papel,
o CIESP consolida os benefícios obtidos através
da adoção de práticas sus tentáveis, levando-os às
empresas, ao ambiente e às pessoas.
Ao capacitar seus associados em diversos
temas relativos à Sustentabilidade de suas ativi-
dades - o que envolve desde aspectos legais e
conceituais até técnicos e operacionais - as ações
desenvolvidas pelo DMA buscam subsidiar os
seus parceiros no enfrentamento das questões
estratégicas das organizações. Nesse sentido,
abordagens atu alizadas, consagradas e inova-
doras transformam-se em vigas-mestras no pro-
cesso de capacitação. O estímulo à cultura da
prevenção, tendo como protagonista a Produção
mais Limpa (p+l), consti tuiu-se, sem dúvida, em
um exemplo de iniciativa que atualmente tornou-
se “bandeira” do DMA.
Em seu exercício de capacitar, o DMA reali za
ações para disseminar informações e para quali-
seu encarte de Meio Ambiente), a divulgação
permanente de informações relevantes à temáti-
ca ambiental sob o ponto de vista da indústria -
como legislação, normas, projetos e tecnologias
-, também são uma constante na rotina do DMA.
De maneira macro-conjuntural, as ações do
DMA buscam acompanhar também as mudan-
ças políticas e econômicas de ordem mundial,
tal como no caso do tratamento dos Resíduos
de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos – EEEs.
A partir das primeiras publicações e da divulga-
ção de informações sobre as normas da União
Européia (UE), que tinham por objetivo encorajar
os países a desenvolverem produtos passíveis de
reciclagem, o DMA, imediatamente e de forma
ficar seus desdobramentos, acompanhando não
só a evolução das exigências legais, mas também
as ten dências e as mudanças globais e seus re-
flexos para a Sustentabilidade Empresarial, desta-
cando aqui a amplitude da definição já apresen-
tada an teriormente em relação a esse conceito.
Ações pontuais, como respostas a consultas
de associa dos via profissionais qualificados, a
difusão de conceitos e de práticas, a promoção
de eventos como workshops e debates com a
par ticipação de convidados altamente especiali-
zados, a capacitação de representantes empre-
sariais para os diversos fóruns e colegiados dos
quais a indústria parti cipa, além da publicação
regular na Revista Hoje do Ciesp-Campinas (em
Evento sobre mudanças climáticas no Ciesp-Campinas, em maio de 2007, com os convidados ao centro, a partir da esquerda:José Marengo (INPE), Edson Ferreira (I.V.A.) e Sergio D’Amore (Rhodia), ladeados por Marlúcio Borges e Jorge Galgaro.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
Div
ulga
ção
32 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Abaixo, encontram-se elencados os principais tópicos que se concretizaram em ações ao longo destes seis anos e que acabaram ,também, por desenhar um perfil temático desse período:
• Diretrizes, procedimentos e compromissos com o Desenvolvimento Sustentável, conforme preconizado pela Agenda 21;• Modelos de Gestão Ambiental;• Apresentação de informações a partir de relatórios produzidos nos grupos de trabalho provenientes da “Mesa Redonda Paulista
de Produção + Limpa” (lançada em julho de 2002);• Eliminação do Cloro Flúor Carbono (CFC) - Protocolo de Montreal (1987);• Normas que classificam e regulamentam o gerenciamento de resíduos sólidos, industriais e eletrônicos;• Soluções inovadoras para o tratamento de resíduos – (plasma térmico);• Tecnologias não poluidoras;• Orientações para a realização do licenciamento ambiental, a fim de assegurar a prevenção dos impactos de atividades
potencialmente poluidoras;• Orientação quanto à necessidade de outorga de direito de uso dos recursos hídricos, de modo a garantir o uso adequado e a
existência de disponibilidade hídrica da região;• Redução da geração de biossólidos;• Captura e armazenamento de gás carbônico para mitigar o efeito estufa em relação ao aquecimento global (criação e preservação
de áreas verdes e de fixação de carbono, projetos de MDL, crédito de carbono);• Experiências no controle de não-conformidade em conjunto com ações corretivas e preventivas;• Técnicas de tratamento de efluentes líquidos e gasosos;• Desafios e orientações para o gerenciamento do lixo tecnológico;• Atualização das resoluções CONAMA, referentes à classificação dos corpos hídricos;• Adequação a decretos e outras normas legais que regulamentam as emissões atmosféricas;• Programas de Redução de Emissões Atmosféricas (PREA-Cetesb);• Criação de marcos regulatórios e de diretrizes com o objetivo de monitorar emissões atmosféricas (evolução técnica e regulatória);• Participação do Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do DMA na revisão do Plano Diretor de Campinas (2006) (desenvolvimento
com foco no Desenvolvimento Regional Sustentado);• Instrumentos de Gestão Ambiental como Análise do Ciclo de Vida (ACV);• Propagação de informações provenientes dos relatórios advindos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)
das Nações Unidas.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
33Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
precursora, buscou incentivar ações que não limi-
tassem as exportações e, simultaneamente, fos-
sem capazes de impedir que res trições se impu-
sessem sobre determinados setores produtivos,
diante da nova ordem mundial instaurada.
Localmente, no tocante à questão de Recur-
sos Hí dricos, por exemplo, tema absolutamente
crucial para a região - dada a sua disponibilidade
crítica e sua natural importância estratégica - a
capacitação tem sido uma ação constante. Des-
de eventos nos quais se objetiva ampliar a cons-
cientização do setor industrial sobre a importân-
cia na otimização do uso deste recurso, a partir
da apresentação de ins trumentos para seu uso
racional, até cursos de capacitação para repre-
sentantes industriais nos Comitês de Bacia. Vale
ressaltar aqui a relevante cooperação do Comitê
das Bacias Hidrográficas do Piracicaba, Capivari e
Jundiaí (CBH – PCJ), cujos representantes sempre
estiveram presentes no Ciesp-Campinas quando
convidados a expor e a discutir temas vinculados
ao uso da água, seja em eventos específicos da
Entidade ou em reuni ões ordinárias de trabalho
do DMA. Igualmente relevante torna-se o regis-
tro dos apoios ope racional e técnico concedidos
pelo Departamento de Meio Ambiente da FIESP,
por intermédio de seu gerente, Nilton Fornasari,
e de todos os especialistas nos diversos eventos
te máticos que conduzimos na entidade: Anicia
Pio, Luciano Coelho, Maria Cristina Murgel, Maria
Marta Vasconcelos e Ricardo Garcia.
A cooperação, por sua vez, constitui-se pre-
missa essencial para o fortalecimento do De-
partamento - terceira ação do plano de gestão
do DMA. Se na natureza toda competição está
intrinsicamente ligada à cooperação, para o se-
No Conselho Municipal de Meio Ambiente
de Campinas (COMDEMA), o Ciesp-Campinas
conta, desde 2002, com um representante, por
inter médio do DMA. O permanente intercâmbio
de informações - acerca das grandes questões
socio ambientais estratégicas do município - é
essencial à Entidade para que seja possível uma
atuação sintonizada com a reali dade local.
Na relação com o Órgão Ambiental, o
distanciamen to inicial foi sendo gradativamen-
te substituído pela aproximação e pela constru-
ção de uma agenda positiva. Inúmeras foram as
ocasiões em que representantes da CETESB e do
DMA Ciesp-Campinas se reuniram. Desde even-
tos celebrati vos como o da Assinatura da Decla-
ração Interna cional de Produção mais Limpa em
2005 e encontros para a discussão de Recursos
Hídricos e de Produção mais Limpa – os quais, ali-
ás, puderam contar com a presença de seu então
Pre sidente, Fernando Rei, em 2003 - a reuniões
de tra balho e palestras técnicas, nas quais o DMA
Ciesp-Campinas, seus associados e a comunida-
de compartilharam a presença e a contribuição
de técnicos especialistas, gerentes e diretores da
CETESB.
E não foi diferente em relação ao setor aca-
dêmico. O intercâmbio de informações e de
iniciativas com representantes da Academia,
amplamente reco nhecida como propulsora de
desenvolvimento, foi também cuidadosamente
cultivado pelo DMA enquanto canal im portante
para alavancagem de inovações e de negócios.
Em 2007, por exemplo, um evento específico foi
realizado de modo a permitir a in tegração en-
tre as experiências das empresas e as das uni-
versidades, a partir do tema diretriz da Produção
tor empresarial e para um tema com um grau de
transversalidade como o ambiental, tal conceito
é fundamental. O espírito cooperativo nas rela-
ções com pessoas, com empresas e instituições
tem sido a ferramenta-chave e exaustivamente
utilizada pelo DMA ao longo de seus pri meiros
seis anos de existência.
O diálogo com órgãos públicos e privados e a
busca de atuações convergentes, que gerem in-
crementos positivos à Sustentabilidade, tem sido
uma constante nesse período. Em reuniões com
a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
(SEPLAMA), da Prefeitura Municipal de Campi-
nas, o Plano Diretor da cidade pôde, assim, ser
amplamente discutido. Em 2006, por exemplo, o
próprio Secretário Munici pal, Sr. Márcio Barbado,
compareceu ao Ciesp-Campinas para apresentá-
lo, assim como para discutir os di versos pontos
levantados pela comunidade em presarial presen-
te.
"Para que o poder público se consolidasse como agente ativo do Desenvolvimento Econômico Sustentável, no processo de construção do Plano Diretor da cidade de Campinas, foi preciso trabalhar de fora para dentro e, neste contexto, o CiespCampinas, através de seu Departamento de Meio Ambiente, participou e contribuiu com propostas de especial importância para o município."
Marcio Barbado, Presidente do Centro de Negócios e Informação de Campinas, Secretário Municipal da SEPLAMA (Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campinas, 2005-2007)
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
34 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
mais Limpa (p+l), como plataforma para uma
cultura de produção e de consumo sustentáveis.
Empresas da região como a 3M, a Rigesa, a Villa-
res Metals, a Rhodia e a ICAPE e universidades
como a Unicamp e a UNIP apresentaram seus ca-
sos e discutiram, conjuntamen te com o público
convidado, novos caminhos e avanços para a Sus-
tentabilidade na produção e no consumo.
Projetos e iniciativas específicos, com outras
entidades indutoras de Sustentabilidade, compu-
seram também parte importante das ações do
DMA e serão tratados de modo mais particulari-
zado no capítu lo sobre projetos e parcerias.
"Tenho acompanhado mais de perto o trabalho do DMA CiespCampinas nos últimos três anos e, durante este período, pude perceber a importância que o Departamento tem para a região. Através de diversas atividades, realizadas em seus seis primeiros anos de história, o DMA firmouse como um polo de informação, ação e aglutinação de profissionais, ligados ao meio ambiente, das principais empresas da Região Metropolitana de Campinas, ajudandoas a trilhar um caminho mais sustentável e adequado à realidade atual do mundo empresarial. O DMA tem sido, também para todo o sistema CIESP/FIESP, um bom exemplo de inovação e de determinação no encaminhamento das questões ambientais. As empresas e toda a sociedade mostramse cada vez mais envolvidas no debate sobre como chegar a um mundo mais sustentável e, seguramente, o DMA CiespCampinas tem dado sua efetiva contribuição para esta discussão e para a implemen
Não menos importante tem sido a atuação
cotidiana do DMA, que busca sempre imprimir a
marca da cooperação em seus projetos, um ele-
mento imprescindível para fortalecer a atuação
sustentável junto às em presas associadas. Tal
abordagem é preconizada tanto no âmbito in-
terno das organizações – em relação ao modo de
assimilar e de conduzir práticas sustentá veis em
todos os níveis hierárquicos – quanto no âmbito
externo, o qual diz respeito ao tipo de relaciona-
tação de ações concretas que ajudarão as empresas a alcançar tal objetivo."
Ricardo Rodrigues Ribeiro, EHS - Latin America, E&S and Sustainability - 3M Brazil, Diretor Adjunto do DMA Ciesp-Campinas
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
João
Bati
sta
O espírito cooperativo e o compromisso ambiental,
como formas de fortalecimento empresarial, estão
presentes, desde sempre, no logo do DMA Ciesp-
Campinas. Três árvores (simbolizando processos
produtivos perfeitos), em tamanhos diferentes,
retratam as pequenas, médias e grandes empresas
coexistindo de maneira interativa e harmônica. Ao
fundo, as cores representam o ar, a água e o solo.
Abaixo, escolhido de forma democrática, em 2002, o
slogan do DMA.
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
35Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
mento existente entre as empresas e as partes
interessadas, notadamente no que se refere às
pequenas empresas – uma vez que, para essas,
a dificuldade em acessar e em praticar a Susten-
tabilidade revela-se diretamente proporcional ao
seu grau de importância para a sobrevivência.
As mudanças relativas à percepção da ques-
tão ambiental passaram também a ser incorpora-
das ao âmbito de operação interna da Regional
de Campinas.
"Entender a área ambiental e trabalhar da melhor forma com as questões que a envolvem são ações necessárias a qualquer empresa. Internamente, passamos pelo mesmo processo. O estímulo foi crescente ao percebermos que os associados foram claramente beneficiados pelo empenho desse novo braço da Regional e também pelos resultados que nunca param.
O Departamento tornouse modelo devido à sua atuação e competência. Para mim, é um orgulho fazer parte dessa história."
Paula Carvalho, Gerente Regional Ciesp-Campinas
Se na gestão de Francisco de Oliveira Lima Fi-
lho como Diretor Titular (2001-2004), o DMA foi
criado e deu início a sua trajetória de consolidar a
questão ambiental como fundamental ao plane-
de trabalho do DMA e que aceitaram o convite
para con tribuir e para compartilhar seu conheci-
mento e sua expe riência.
Graças a elas, trilhar um caminho - que não
foi e não será fácil, uma vez que se encontra per-
meado de conflitos e de resistências - tem sido
uma missão cada vez mais estimulante. Por ou-
tro lado, atingir gradativa mente os objetivos de
aumentar a competitivi dade industrial, porém
de modo integrado à proteção do ambiente e à
promoção de qualidade de vida para as pessoas,
só reforça e renova o compromisso do DMA de
inovar e de se recriar na busca de caminhos e de
soluções, não só para a Sustentabilidade Empre-
sarial, como também para o desenvolvimento
regional.
Os capítulos seguintes abordam - de manei-
ra sucinta, ou seja, sem conseguir contemplar a
integralidade de agentes e de ações que partici-
param da construção do DMA em seus primeiros
seis anos - a estrutura, as frentes temáticas e as
iniciativas mais representativas.
jamento estratégico das empresas, na gestão de
Luiz Alberto Soares Souza (2004-2007) e de Na tal
Martins (2007-2011), o processo evoluiu e a Sus-
tentabilidade Empresarial passou a orientar, de
forma pragmática, a atuação do Departamento.
"Na era da Sustentabilidade, combater o desperdício de matériaprima, de água, de ar e de energia passa a ser um compromisso de todos. Ao usar tais riquezas de maneira consciente, através de equipamentos e de hábitos de consumo adequados, a indústria tornase uma importante aliada para a prática da Sustentabilidade em um mundo que, apesar de estar em pleno desenvolvimento, apresenta recursos naturais cada vez mais escassos.
Assim, a importância desta publicação, e uma das funções do Departamento de Meio Ambiente é fomentar a adoção de atitudes empresariais sustentáveis, ao transformar desafios em oportunidades, ao promover não só ganhos financeiros para as empresas, mas também ao fazer a diferença no que diz respeito à preservação do planeta."
Luiz Alberto Soares Souza,
Empresário (Metalúrgica
DDL), Diretor Titular
Ciesp-Campinas (1998-
2001 e 2004-2007)
Crescente é o número de pessoas, de empre-
sas e de instituições que acreditaram na proposta
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios
Ronc
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36 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
33.1Grupo de Estudos Ambientais (GEA):A Serviço daSustentabilidade
A parceria entre o Ciesp-Campinas e a Petrobras - Refinaria de Paulínia, a qual sempre apresentou, como princípio básico, a ética em suas relações, resultou nos melhores benefícios para a sociedade. A importância do Ciesp-Campinas em relação ao seu papel de apoio às indústrias da Região Metropolitana tem sido demonstrada através da melhoria gradativa da qualidade dos bens e de serviços fornecidos pelas indústrias.O Ciesp e seu Departamento de Meio Ambiente vêm proporcionando, também, a defesa dos interesses empresariais da Região Metropolitana de Campinas com responsabilidade e com compromisso ambiental.No período em que estive à frente da Refinaria de Paulínia - REPLAN, o Ciesp desempenhou um importante papel de auxílio às questões ambientais da refinaria, não só ao apontar soluções conjuntas com a CETESB e com a SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, mas também junto à comunidade.O Ciesp participou ativamente dos processos de audiência pública das fases de licenciamento ambiental de grandes projetos da Petrobras e, por conhecer o compromisso ambiental da empresa em relação à região, pôde prestar depoimentos e tecer comentários sobre todos os avanços tecnológicos que a Petrobras - Refinaria de Paulínia apresentou para a sociedade em benefício do meio ambiente da região.A postura proativa em defesa da indústria sempre colocou o Ciesp-Campinas como uma entidade de extrema responsabilidade, de credibilidade e de liderança dentro do cenário regional e nacional.
Francisco Raymundo de Cerqueira Neto, CEO - PRSI, Pasadena Refining System,
Inc., Gerente Geral da Refinaria de Paulínia - REPLAN (2005-2008).
Robe
rto
de B
iase
O Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do DMA Ciesp-Campinas tem desempenhado um papel imprescindível de serviço e de apoio aos associados e à comunidade local. Como um espaço para reunir pessoas, para discussões e para aprendizado, é a célula executiva na qual acontecem, mês a mês, reuniões ordinárias pautadas pelas demandas vigentes da Sustentabilidade Empresarial. Sempre com a coordenação de profissionais renomados de empresas associadas e que, de modo voluntário e comprometido, contribuem com sua experiência e com sua dedicação no que diz respeito à condução dos trabalhos, o GEA se firmou, ao longo dos anos, como um canal sério e permanente através do qual o DMA Ciesp-Campinas disponibiliza não apenas o compartilhamento do conhecimento, mas, sobretudo, as discussões de alto nível, a expansão de relacionamentos, a proposição de ações e de novas oportunidades de negócios sustentáveis.
“Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”(Cora Coralina)
Revista Hoje Ciesp-Campinas nº 70/ Encarte Meio Ambiente, 16ª Edição - Maio/2005.
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios33.1
CAPÍTULO 3.1 Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade
Consolidado o apoio e definida a estraté-
gia, era o momento de colocá-los em prá-
tica e de iniciar os trabalhos. Para a im-
plementação das ações de conhecer, de capacitar
e de fortalecer, estabelecidas no plano de gestão
do DMA, a cons trução de um processo que pu-
desse não só envolver, mas também mobilizar
as pessoas e gerar comprometimento tornou-se
fundamental. Embora cada vez mais rele vantes,
tanto a questão ambiental quanto a Sustentabi-
lidade ainda não se constituíam assuntos priori-
tários na pauta empresarial. Desse modo, valo-
rizar toda a demanda já identificada pelo grupo
embrioná rio de Meio Ambiente do Ciesp-Campi-
nas, coor denado pela Dra. Cleusa Hércoli (Rige-
sa), pautada pela pressão advinda da legislação
ambiental vigente, mostrava-se como o primeiro
passo do caminho.
Com o objetivo de viabilizar, portanto, um
espaço que pudesse, ao mesmo tempo, disponi-
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 39Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
bilizar toda a representatividade do Centro das
Indústrias, per mitir a reunião e a manifestação
dos mais diversos setores empresariais em um
ambiente amistoso, profissional e fértil em infor-
mações, direcionamentos e trocas, foi criado o
Grupo de Estudos Ambientais (GEA).
Idealizado inicialmente para ser conduzi do
por coordenadores voluntários, oriundos das
próprias empresas associadas, foi feito a Newton
Scavone (International Paper) o convite para co-
ordenar o GEA, já sob o novo escopo de atuação,
consolidando um trabalho consistente realizado
pela Divisão de Meio Ambiente do Dep. Jurídico
do Ciesp-Campinas.
"O movimento é de suma importância para as empresas e para os profissionais que militam na área ambiental (técnicos, engenheiros, advogados, etc), pois oferece a oportunidade, aos profissionais, para trocas de experiências, discussões técnicas, jurídicas e pleitos (em nome da entidade associativa) sobre vários assuntos do diaadia da indústria e/ou do escritório, o que permite o aprimoramento do profissional e, em consequência, das próprias empresas, uma vez que elas passam a ter a oportunidade de implementar um gerenciamento ambiental mais responsável e preventivo, o qual evita autuações e transtornos. Profissionais e empresas trabalham para garantir um meio ambiente saudável para esta e para futuras gerações"
Dra. Cleusa Hércoli - Gerente do Dep. Jurídico Rigesa - Campinas; Coordenadora da Divisão de Meio Ambiente Ciesp-Campinas (2000-2001)
“Confesso que minha satisfação foi muito grande quando a International Paper foi convidada para participar das primeiras reuniões do CIESP de Campinas sobre o Meio Ambiente.
Naquela época, recém egresso na área ambiental, meu sentimento era uma mescla de curiosidade e, até mesmo, de fascínio pelo tema, pois teria acesso a uma excelente oportunidade de adquirir conhecimentos com profissionais que buscavam formas de compreender e atuar nesse vasto campo, além de compartilhar as interpretações da legislação pertinente, dentre elas as responsabilidades que temos como cidadãos e profissionais.
Foi muito gratificante receber o convite para aumentar a responsabilidade, agora não mais como um participante ativo do comitê, mas sim como líder de um grupo de profissionais voluntários e altamente capacitados que buscavam ajudar empresas da região a desenvolver práticas que trariam Sustentabilidade aos seus negócios frente aos aspectos ambientais.
Para a International Paper, minha participação no Departamento de Meio Ambiente do CIESP foi nitidamente percebida pela capacidade em compartilhar e em prevenir práticas e casos de insucesso no trato do meio ambiente e que, eventualmente, poderiam ocorrer em nossa empresa.
Finalizo esse depoimento com um grande agradecimento ao CiespCampinas, pelo convite e pelo apoio no período em que liderei um grupo de elite técnica. Agradeço também à International Paper por dar respaldo a esse projeto, disponibilizando profissionais e suas melhores práticas de
Sustentabilidade, para contribuir com o desenvolvimento do setor industrial em equilíbrio com a questão ambiental.”
Newton Scavone, Gerente de Melhorias de Processo - International Paper; Coordenador do GEA em 2002.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade
40 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
O GEA reunido em março de 2003
Ao ter em sua estrutura um viés altamente
vinculado ao voluntariado (ancorado pela re-
presentatividade institucional e política da Enti-
dade), tornava-se essencial que o GEA possuísse,
em seu quadro profissional, coordenadores com
características elementares como comprometi-
mento, consistência em sua for mação e atuação
profissional e apoio de suas empresas . O teste-
munho de Scavone sintetiza o perfil que, ao longo
de seus primeiros seis anos, constituiu-se exem-
plo da postura que se buscou nos futuros coor-
denadores que vieram a ocupar o cargo e que,
igualmente, cederam sua contri buição. Tendo
neste espírito sua mola propulso ra, o GEA iniciou
seus trabalhos construindo uma agenda anual de
reuniões, levantando pautas e ampliando a rede
de contatos. A disponibilização de informações
relevantes e atuais, que pudessem tornar-se re-
ferências no cotidiano e na tomada de decisões
de todo o empresariado local, corroborou de
imediato para a proposição da primeira divisão
temática do Grupo. Visando a uma abordagem
ampla que não se restringisse exclusivamente a
questões de fim-de-tubo (resíduos, emissões e
efluentes, por exemplo) foi proposta a primeira
estrutura de trabalho do GEA, a partir da com-
posição de cin co grupos temáticos: Sólidos, Lí-
quidos, Gasosos, Legislação Ambiental e Energia
(cuja estrutura se encontra representada na fi-
gura 3.1.2). Além de poder im primir uma análise
mais integral da questão am biental no processo
produtivo, a divisão proposta sob a coordenação
de Scavone pretendeu valorizar as diversas com-
petências e conhecimentos dos participantes do
GEA.
Com o tempo, o GEA assumiu, assim, o papel
de cé lula executiva da Área Ambiental do Ciesp-
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade
Cam pinas, transformando-se em um serviço
sistema tizado prestado aos associados e à comu-
nidade local. Desde 2002, as reuniões mensais do
GEA acontecem na Entidade com novas empre-
sas, no vos coordenadores, novos temas e novas
respon sabilidades.
Grandes, médias e pequenas empresas, es-
critórios de advocacia e prestadores de serviço
participam das reuniões.
À gestão de Newton Scavone, seguiram-se as
de Paulo Deuber (3M do Brasil, 2003), de Luís Ta-
deu Furlan (REPLAN, 2004-2006) e de Jorge Gal-
garo (Rho dia, 2007 - atual).
Nesse período, mais que trocas de infor-
mações e de experiências, levantamento de de-
mandas, proposição de encaminhamentos por
intermédio do sistema FIESP/CIESP, o GEA vem se
firmando como um espaço de relacionamentos
presencial e virtual, ou seja, uma referência per-
manente para os seus associados.
Div
ulga
ção
41Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Figura 3.1.1 Estrutura organizacional do DMA e do Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do Ciesp-Campinas, 2003.
O acompanhamento das questões e das pre-
ocupações ambientais locais e globais sempre
nortearam as atividades desenvolvidas pelo GEA.
Entretanto, os desafios ambientais enfrentados
pelo setor produtivo não são poucos: há pressões
legais e normativas visando à conformidade as-
sim como existe a cobrança crescente dos con-
sumidores, dos investidores e das organizações
não-governamentais para uma atuação corpora-
tiva com responsabilidade socioambiental.
O cenário político-econômico exige ainda - e
continuamente - do setor produtivo o atendimen-
to a requisitos, a regras e a protocolos ambientais
que se transformam muitas vezes em custos adi-
cionais.
Diante de tal cenário, o Grupo de Estudos
Am bientais também passou a informar, a escla-
recer e a capacitar o setor industrial sobre as exi-
gências e estratégias viáveis tanto sob o ponto de
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade
“O CiespCampinas desempenha um papel fundamental na defesa dos interesses das pequenas, médias e grandes empresas da Região Metropolitana de Campinas.
No período de 2002 a 2004, tive a imensa satisfação e alegria de coordenar o Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do CIESP, a convite do Diretor de Meio Ambiente da casa, Eng. Marlúcio Borges. O convite foi feito à Refinaria de Paulínia, que o aceitou e me liberou para exercer as funções de Coordenador do GEA, durante uma manhã por semana. Nesse mesmo período, eu exercia a função de Gerente de Meio Ambiente da REPLAN, onde inúmeros processos de licenciamento aconteciam na maior refinaria da Petrobras.
Posso afirmar que aprendi muito com os colegas das outras empresas, pois, juntos, trouxemos inúmeros temas ambientais para serem debatidos; exemplos de casos de sucesso e de novas tecnologias ambientais foram apresentados e disseminados por todo o GEA.
Podemos citar também as inúmeras questões jurídicas que foram trazidas pelas empresas e debatidas dentro do GEA, entre elas a discussão do decreto estadual sobre saturação de bacias aéreas, Decreto 48.523/04. Nessa questão específica, o GEA teve um papel fundamental na elaboração de propostas tecnicamente embasadas, visando a alterações em tal decreto. Tais propostas foram encaminhadas à FIESP e diretamente à CETESB, com o objetivo de sua adequação. Muitas dessas acabaram sendo incorporadas e o decreto foi reeditado sob o número 50.753/06.
Outra questão que vale a pena registrar e que demandou um grande trabalho do GEA foi o sobrevoo de uma ONG, a qual realizou fotos aéreas de várias empresas da região, com o fim de propagar matérias inverídicas sobre questões ambientais relacionadas a tais indústrias. Nesse episódio, o Departamento de Meio Ambiente e o GEA reuniram provas concretas sobre a não veracidade dos fatos publicados e a defesa jurídica das empresas da região foi levada à FIESP e ao COSEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente.”
Luís Tadeu Furlan, Gerente de Eficiência Energética da Refinaria da Petrobras, Coordenador do GEA (2002 a 2004).
Div
ulga
ção
42 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Figura 3.1.2 Estrutura de trabalho do Grupo de Estudos Ambientais (GEA), 2002.
“De fato, o GEA é um espaço de suma importância, cuja proposta é abordar temas ambientais de grande relevância ao empresariado e ao setor industrial, fomentando a discussão da legislação, normas, novas tecnologias e diretivas nacionais e/ou internacionais voltadas ao meio ambiente, contribuindo para o fortalecimento da indústria e para o compartilhamento do conhecimento e da experiência de profissionais de diversas áreas, cujos maiores interesses se traduzem no desenvolvimento da qualidade ambiental.”
Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno, Advo-gada - Direito Ambiental da Emerenciano, Baggio e Associados – Advogados.
vista econômico quanto técnico para, através do
conhecimento difundido, conso lidar a cultura da
Sustentabilidade Empresarial entre os associados
do Ciesp-Campinas.
Para atender a esses objetivos, foram pro-
postas e realizadas, na agenda do GEA, diversas
ações, tais como workshops, seminários (nacio-
nais e internacionais) e palestras com temas re-
levantes e pertinentes à área ambiental , visitas
técnicas, for mação de grupos de força-tarefa,
publicações e projetos. Pales tras e eventos com
os associados - como a 3M do Brasil, Ambicamp,
Ambiental Solutions, Am phenol TFC do Brasil
Ltda, Bluepoint Ambiental Ltda, Borg Warner,
Dow Corning do Brasil Ltda, EagleBurgmann do
Brasil, Eaton, Emerenciano, Baggio & Associados,
Estre, Evonik Degussa, FW Soluções Ambientais,
Honda Automóveis do Bra sil Ltda, HP, Kraton
Polymers do Brasil, Lima Ju nior Advogados, Lira &
Associados, Medley S. A., International Paper do
Brasil, Miracema-Nuodex, Motorola, Petrobras,
PPG, Rigesa, REPLAN, Rho dia, Robert Bosch, Sin-
ger do Brasil, Spartan do Brasil, Super Zinco, Tec-
nol Técnica Nacional de Óculos Ltda, TRB Pharma,
Tyco Eletronics, Villares Metals - fizeram parte
das reuniões do GEA e trouxeram importan tes
contribuições para os trabalhos desenvolvi dos
junto às empresas da região.
Além das reuniões, foram criados grupos de
for ça-tarefa para o aprofundamento de temas,
como ocorreu com o Decreto 48.523 (capacidade
de suporte das bacias aéreas) em que advogados,
engenheiros, técnicos e acadêmicos formaram
um grupo, em 2005, para melhor analisar, discu-
tir e poder difundir os entendimentos do Grupo
aos as sociados e à FIESP/CIESP.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade
43Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
As palestras foram realizadas sempre por
especialistas consagrados e versaram sobre te-
mas estra tégicos para a promoção de Negócios
Sustentá veis, como estratégias ambientais (Siste-
mas de Gestão Ambiental (SGAs), Produção mais
Limpa, Ecoeficiência, Análise de Ciclo de Vida),
Legis lação Ambiental (Licenciamento e demais
Leis e Decretos), Recursos Hídricos (Racionaliza-
ção do Uso, Tecnologias e Cobrança pelo Uso da
Água), Resíduos, Emissões e Efluentes (Gerencia-
mento e Legislação Pertinente), Mudanças do Cli-
ma (Go vernança Climática), Eco-Economia, entre
outros que também foram importantes como es-
tímulos para mudanças no setor. A busca pela in-
clusão e o estímulo à participação dos presentes,
por meio de perguntas e de es clarecimentos que
pudessem auxiliar a assimila ção dos assuntos tra-
tados, foi sempre o mote desses eventos. O GEA
consolidou-se também como espaço promotor
de temas no âmbito do Departamento de Meio
Ambiente. Entre os temas sugeridos, estudados,
debatidos e esclarecidos pelo GEA encontram-
se os relativos à: I - legislação que regula menta
as atividades e os processos do setor produ tivo;
II - estratégias de gerenciamento ambiental; III -
procedimentos e tecnologias para promoção da
produção mais limpa; IV - normas técnicas que
definem regras mínimas de segurança e qualida-
de para a produção e/ou prestação de serviços;
V - fundamentos da cobrança de uso das águas
enquanto um instrumento de gestão dos recur-
sos hídricos; VI - tecnologias e processos existen-
tes para o gerenciamento de resíduos sólidos e
para o controle de emissões, entre outros temas
também relevantes.
Para registrar e difundir os temas e as res-
pectivas informações produzidas, o GEA adotou
o procedimento de publicar sis tematicamente,
desde 2002, artigos técnicos no Encarte de Meio
Ambiente, o qual integra a Revis ta Hoje, publi-
cação trimestral do Ciesp-Campinas. Além de
se apresentarem como uma oportunidade para
que representantes de empresas associadas e
convidados exponham seus artigos e pareceres
(independentes de quaisquer posicionamentos
da Entidade), os encartes se consolidaram como
um importante instrumento de disseminação de
informações para estimular e também para dar
subsídios ao desen volvimento de Ações Susten-
táveis por parte das empresas associadas. No
encarte bimestral da revista CIESP são publicados
artigos, textos, comentários, críticas e informa-
ções técnicas que acompanha m as mudanças
políticas e socioeconômicas externas e internas
à região de Campinas, a fim de nortear a ade-
quação das empresas associadas às exigências
ambientais e econômicas impostas pelo mundo
globalizado. Nos encartes são di vulgados desde
assuntos relativos às questões contem porâneas
sobre a Sustentabilidade Empresarial, passando
por temas de abrangência global, como o Proto-
colo de Kyoto e o contexto das mudanças climáti-
cas, até discussões mais locais, como a revisão do
Plano Diretor de Campi nas, tudo com o propósito
de inserir as ações regionais no contexto global
de mudanças.
Também são apresentadas as normas le-
gais que regulamentam os processos industriais,
como as relativas ao licenciamento ambiental, à
classificação de resíduos sólidos e industriais, à
Política Nacional de Recursos Hídricos e ao trata-
mento das emissões atmosféricas.
Além das bases legais que dizem respeito à
ação do setor, o en carte também esclarece con-
ceitos importantes (relacionados à captura de
O GEA em visita à iniciativa "Barco Escola" em Americana - SP
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Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade
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gás carbônico e a áreas verdes, ao crédito de
carbono, à Sustentabilidade Empresarial, à reci-
clagem agrícola de lodo de esgoto, entre outros)
e apresenta importantes ferramentas de Gestão
Ambiental, como a Produção + Limpa e a Análise
do Ciclo de Vida, visando sempre a:
• Fortalecer os Negócios Sustentáveis através da construção de novas abordagens e de formas de pensamento;
• Estimular a gradual inserção de Práticas Sus tentáveis na produção e na governança cor porativa (PMEs e cadeia produtiva);
• Fomentar o avanço de tecnologias limpas, através da criação de habitats de inovação e de qua lidade;
• Incrementar a cultura da prevenção: da mu-dança de atitude aos ganhos finais;
• Potencializar a cooperação entre os agen-tes indutores com o fim de construir um Desenvol vimento Sustentado e uma melhoria da qualidade de vida, por meio do despertar de um novo olhar participativo e responsável.
Dar um sentido de concretude e estímulo
aos conceitos e às iniciativas apresentados é o
que o DMA, no âmbito de atuação do GEA, tem
buscado alcançar. Por isso, a apresentação de ca-
sos de sucesso é sempre privilegiada. O escopo
de casos inclui estratégias ou práticas ambien-
tais, alternativas tecnológicas, procedimentos de
ges tão. A comprovação dos ganhos econômicos
e socioambientais obtidos geram estímulos para
a adoção de Práticas Sustentáveis, como plata-
formas de competitividade e de manuten ção de
mercados. Os relatos de casos de sucesso desem-
penham, assim, um papel importante no sentido
de testemunhar as viabilidades técnicas, legais e
econômicas do “como” fazer. Entre os casos apre-
sentados estão:
• A implantação de uma Estação de Tratamen-to de Efluentes Gasosos (ETEG) e de uma Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos (ETEL) na indústria química Miracema-Nuodex;
• O Programa de Redução da Geração de Bios-sólidos pela NEOTEX Soluções Ambientais;
• A parceria da Transpetro com a Soft Expert Quality Software, na utilização do Isosystem Action para controle de não-conformidades, ações corretivas e preventivas da empresa;
• A eliminação total do uso de ácido na pro-dução, via substituição de tanques de lava-gem por processo de ultra-som na em presa Riberball, sediada em Ribeirão Preto, que também investiu no reaproveitamento e no tratamento da água usada na produção e na captação da água da chuva para redução do seu consumo;
• A substituição da soda fresca, na injeção no sistema de águas ácidas, pela soda gasta, procedimento adotado pela REPLAN de Campinas, o que gerou a transformação de um subprodu to em matéria-prima, otimi-zando o uso de recursos naturais e obtendo outros ganhos como a redução da vazão de efluente com avanços na tratabilidade, a melhoria da qua lidade do efluente, com redução dos teores de fenóis e a redução de estoques imobiliza dos com soda gasta, além de vantagens econô micas significativas;
• A redução da geração de resíduos de óleos so lúvel e integral e a otimização do con-sumo de água e de energia nos processos produtivos da empresa ICAPE de Campinas, que tam bém obteve ganhos econômicos e ambien tais a partir das das medidas adota-das.
No rol de atividades que se somaram ao GEA,
foram também incorporadas visitas técnicas a
empresas com práticas sustentáveis consagradas.
A visita realizada à Essencis Soluções Ambientais,
em julho de 2006, por exemplo, teve como obje-
tivo principal conhecer o processo de tratamento
e de disposição final de resíduos sólidos (classes
I e II). Para tal, foi visitada a Central de Tratamen-
to de Resíduos (CTR), localizada no município de
Caieiras, consi derada a maior da América Latina,
com uma área de 3,5 milhões de metros quadra-
dos.
Esta provou ser uma das atividades signifi-
cativas para o aprendizado e para o estímulo dos
envol vidos, uma vez que possibilitou aos parti-
cipantes iden tificarem as etapas, as tecnologias
empregadas e os procedimentos socioambientais
que a CTR utiliza, ampliando seus conhecimentos
e suas expe riências.
"A visita à CTR da Essencis nos possibilitou um conhecimento mais amplo no que diz respeito à disposição final de resíduos sólidos, ou seja, algo que vai além de um simples sistema de aterro. Foi possível verificar soluções ambientais diversificadas e integradas todas direcionadas ao gerenciamento de resíduos, como os sistemas de aterros classes I e II, tratamento e coprocessamento."
Henrique Gianezi, Coordenador de Meio Ambiente, Tyco Electronics Brasil Ltda.
"Somente quem conhece um lixão sabe o quão valoroso foi comprovar que há empresas dispostas a gerenciarem adequadamente os resíduos e a implantarem medidas de preservação ambiental e novas tecnologias."
Nirvana França, Diretora da FW Soluções Ambientais.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade
45Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Em 2006, a LWART Lubrificante foi visita-
da pelo GEA: o propósito era, então, conhecer
o processo de refino de óleos lubrificantes e a
des tinação dos seus subprodutos para enfatizar
a importância de uma gestão adequada dos Resí-
duos Industriais na minimização de impactos que
pudessem degradar o meio ambiente.
Outras visitas – promovidas e organizadas
pelo GEA - ocorreram no decorrer desses seis pri-
meiros anos, sempre buscando demonstrar, “in
loco”, como cada experiência em determinado
tema foi concretizada, mostrando os processos,
as etapas, as reais dificuldades e os ganhos finais.
"O GEA vem desempenhando papel da maior importância no sentido de discutir os temas mais relevantes da sempre dinâmica área ambiental, trazendo debatedores da mais alta competência técnica e contribuindo de forma decisiva para o enriquecimento do conhecimento dos profissionais das áreas ambientais das empresas da região. Além disso, a participação do GEA e do DMA do CiespCampinas, nos grandes fóruns da indústria e da Região Metropolitana de Campinas, tem sido notável, ao gerar trabalhos e documentos de alto nível, de acordo com as posições da indústria, sobre temas focados na Sustentabilidade Empresarial."
Jorge Marino Galgaro, Responsible Care Manager for Latin America – Rhodia e Coordenador do GEA
Assim, em um trabalho permanente de le-
vantamento, divulgação, discussão, vivências,
relacionamentos e encaminhamentos de ques-
importante instrumento sistemático de serviços
da Entidade em prol da comunidade empresarial
e da socie dade como um todo.
tões pertinentes à Sustentabilidade Empresarial,
por intermédio da representatividade do sistema
FIESP/CIESP, o GEA tem se consolidado como um
Vista da Essencis visitada pelo GEA em 2006
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Ambientais (GEA): a Serviço da Sustentabilidade
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ção 3.2
46 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
33.2Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produçãoe Consumo Sustentáveis
Ao longo de sua história de 40 anos, a CETESB sempre pautou suas ações por meio da adoção de estratégias e de políticas ambientais modernas e aplicáveis à realidade local. Dentre estas, destaca-se a Produção mais Limpa, instrumento eficiente, positivo e não regulatório, alternativo ao simples comando e controle, para a promoção da Sustentabilidade. Nesse contexto, a cooperação entre Estado e setores produtivos torna-se estratégica, e constatar que já se notam inúmeras parcerias, que rendem uma variedade de ricos frutos à sociedade, é gratificante. Saudamos, pois, o trabalho que o Departamento de Meio Ambiente do Ciesp-Campinas vem realizando nos últimos anos, tendo se mostrado um importante interlocutor junto à indústria para trilharmos, juntos, o caminho rumo ao Desenvolvimento Sustentável do Estado de São Paulo.
Fernando Rei,Diretor Presidente CETESB-
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
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Produção mais Limpa (p+l) tem a ver ,antes de tudo, com mudança de atitude na maneira como são produzidos bens e serviços. Em um momento planetário pautado pela urgência na racionalização de uso dos recursos naturais, pela redução de geração de resíduos e pela eficiência do uso da energia – a p+l se apresenta como um instrumento vital para o Desenvolvimento Sustentável. A estratégia está consagrada mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde a década de 80 e, oficialmente, reconhecida na Agenda 21 (ECO-92) como área-programa essencial à Sustentabilidade para a Indústria e o Comércio. Fomentar e implementar a cultura da prevenção no setor produtivo: com este objetivo, o DMA Ciesp-Campinas tem auxiliado empresas e pessoas a ultrapassarem o modelo de “fim-de-tubo”, com foco na reação e no tratamento, e a priorizarem os ganhos econômicos e socioambientais provenientes da abordagem preventiva. Como frente de ação, a p+l tem sido estimulada como plataforma para um novo modelo de negócios que alie, à produtividade e à competitividade, o integral respeito ao ambiente e às pessoas.
“Antecipar o futuro é construir o presente sobre bases sólidas, que alicercem o Desenvolvimento Sustentado.” (Paul Johnson, citado por Ruy Altenfelder na I Conferência sobre Produção mais Limpa, ocorrida na FIESP – Julho de 2002)
Revista Hoje Ciesp-Campinas nº 56/Encarte Meio Ambiente, 3ª Edição - Agosto/2002.
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios33.2
CAPÍTULO 3.2 Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
A Produção mais Limpa (P+L)1 foi reconhe-
cida internacionalmente em 1992,
duran te a ECO-92, no Rio de Janeiro2,
dentro de um contexto de evolução do reconhe-
cimento das práticas preventivas no setor indus-
trial como pontos fundamentais ao Desenvolvi-
mento Sustentável. Isso porque P+L apresenta-se
como uma aborda gem preventiva ao gerencia-
mento ambiental, na medida em que ultrapas-
sa o modelo “fim-de-tubo” – o qual foca a ação
após o processo (reagir e tratar) - e se propõe
como filosofia que aborda o processo desde seu
início (antecipar e prevenir).
Priorizar a promoção da Produção mais Lim-
pa nos negócios e na indústria constituiu-se, por-
tanto, uma diretriz estabelecida pela Agenda 213,
no âmbito de atuação das Nações Unidas.
1 De acordo com o costume adotado, a abreviatura P+L será utilizada neste texto, sempre que for possível e pertinente, para identificar o termo e o conceito de Produção mais Limpa.2 ECO-92 é como também ficou conhecida a CNUMAD- Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992.3 Produzida durante a CNUMAD, no Rio de Janeiro, em 1992, e transformada em Programa 21 pela ONU (Organização das Nações Unidas), a Agenda 21 é um plano de ação consolidado em diversos relatórios, tratados, protocolos e outros documentos elaborados, durante décadas, na esfera de atuação da ONU.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 49Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
O capítulo 30 da Agenda 21, dedicado à In-
dústria e ao Comércio, estabelece a promoção
da P+L como uma área-programa prioritária para
estes setores, por objetivar o aumento da efici-
ência na utilização dos recursos e dos insumos,
uma vez que preconiza a redução de geração de
resíduos por unidade pro duzida. A Agenda 21 en-
fatiza, ainda, a necessidade de reduzir ou elimi-
nar o uso ineficiente de recur sos naturais, cujos
resíduos provocam vários im pactos sociais e am-
bientais negativos.
Assim, ações e iniciativas mais estruturadas,
base adas na promoção da P+L, começaram a ser
construídas. Além de benefícios econômicos e
ambientais, outra vantagem da adoção da P+L
pode ser percebida no fato de poder ser aplica-
da a processos, produtos e serviços em qualquer
tipo de indústria, ampliando a escala de ação e
o al cance dos benefícios no setor produtivo. Em
par ques industriais complexos e diversificados,
como o da região na qual atua o Ciesp-Campinas,
este é um grande diferencial no modelo de ges-
tão.
Em seu aspecto mensurável para os proces-
sos produtivos, a P+L resulta da: conservação de
matérias-primas, água e energia e/ou elimina ção
de materiais tóxicos e perigosos e/ou redu ção
na fonte da quantidade e de toxicidade de todas
as emissões e resíduos. Para os produtos, a Pro-
dução mais Limpa objetiva: reduzir os impactos
ambientais, dirimir os riscos à saúde e promover
a segurança dos produtos ao longo de seus ciclos
de vida completos, desde a extração da matéria-
prima, passando pela ma nufatura e pelo uso até
a disposição final do produto. E, finalmente, para
ganhos eco nômicos e socioambientais, menos
ainda. Com o constante suporte de Tania Gasi
(CETESB), que par ticipou da fundação da Mesa
Paulista e exerceu o cargo de Se cretária Executi-
va de 2002 a 2007, o GT de Ações P+L no Setor
Produtivo pôde, enfim, iniciar sua trajetória com
o claro objetivo de difundir e de implementar a
P+L ao setor produtivo em todo o estado de São
Paulo, atendendo às vocações produtivas locais e
buscando agregar as instituições mais represen-
tativas e atuantes em torno do conceito.
"Søren Aabye Kierkegaard, filósofo dinamarquês, dizia que a vida só pode ser compreendida quando olhamos para trás, mas que deve ser vivida olhando para a frente, ou seja, para o que não existe. Tomar decisões com base no futuro incerto exige coragem e determinação, o que leva a maioria a se agarrar a valores tradicionais e a caminhar sobre suas próprias pegadas. Por isso existem raros pioneiros, inúmeros espectadores e infindáveis críticos. A adoção de Produção mais Limpa no Estado de São Paulo iniciouse na década de 1990, com a proposta de compreender, de forma inovadora, as relações entre meio ambiente, produção e sociedade. Desde então, houve um inegável avanço na implementação da P+L, e a Mesa Redonda Paulista desempenhou um papel fundamental para a disseminação dos conceitos, metodologias, casos de sucesso e inovações."
Tania Gasi, CETESB, Secretária Executiva da Mesa Redonda Paulista P+L, 2002-2007
os serviços, a Produção mais Limpa implica incor-
porar as preocupações ambientais no projeto e
na entrega dos serviços4.
Assim, em julho de 2002, quatro meses após
o lançamento do DMA Ciesp-Campinas, numa
feliz coincidência cronológica, foi lançada na
FIESP, em São Paulo, a Mesa Redonda Paulista
de Produção mais Limpa. A proposta, idealizada
e concretiza da pela Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo - CETESB (tendo como fun-
dadores FIESP/CIESP, ABIT, ABIQUIM, ABICLOR,
SABESP, SENAI/SP e CPC, SENAC, FISP, UNICAMP
e USP), criou o primeiro fórum permanente bra-
sileiro multi-setorial e sem fins lucrativos, com
participação voluntária para promover e difundir
iniciativas de Produção mais Limpa (P+L).
A convergência de objetivos institucionais
em torno da P+L resultou em benefícios mútuos
às Entidades envolvidas e ao setor empresarial.
Ao assumir a coordenação do Grupo de Trabalho
dedicado a Ações Regionais de P+L para o Setor
Produtivo e Financiamento no Estado de São Pau-
lo, o DMA Ciesp-Campinas acabou por contribuir
em grande escala para a consolidação da Mesa
Paulista de P+L. Do mesmo modo, esse fó rum
constituiu-se um permanente estímulo ao DMA
como agente multiplicador de uma cultura pre-
ventiva no setor empresarial e não só da re gião
de Campinas, mas de todo o território pau lista,
visto que a divulgação e o fomento a Práticas Sus-
tentáveis são missões comuns às Di retorias Re-
gionais do Ciesp e às Regionais FIESP no estado.
Um grande desafio, no entanto, fazia-se
presente. O conceito era pouco conhecido, seus
Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
4 Texto original disponível em: www.uneptie.org/pc/cp/understanding_cp/home.htm; Cleaner Production – Key Elements (Tradução nossa).
50 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Velhos tempos: Reunião em São Carlos (novembro de 2002) do GT Setor Produtivo. À esquerda, Americo Guelere (USP) e Ruth Tabaczensk: (CIESP), coordenadores do Grupo de São Carlos
Já em setembro de 2002 foi lançado o Gru-
po Local de Campinas. Em reunião realizada no
Ciesp-Campinas, representantes de empresas
lo cais, da CETESB, da Mesa Redonda Paulista de
P+L e de universidades estiveram presentes para
conhecer e participar do novo Grupo. O formato
de apresentação de conceitos, o tipo de lingua-
gem, as demandas mais comuns e o padrão de
divulgação começaram, neste momento, a tomar
corpo a partir da proposta do fórum e da mani-
festação dos pre sentes.
Ao final do mesmo ano, em 21 de outubro
de 2002, a ini ciativa chegou a São Carlos, mais
especificamen te ao Ciesp-São Carlos. Sérgio Pe-
pino e Carlos Partel foram os anfitriões naque-
la Entidade e a coordenação do Grupo Local foi
compartilhada entre o Ciesp-São Carlos (repre-
sentado por Ruth Tabaczenski) e a USP São Carlos
(representada pelos pesquisadores Aldo Roberto
Ometto e Americo Guelere Filho) - uma configu-
ração que refletia tanto o espírito multi-setorial
da Mesa quanto a abrangente aplicabilidade da
P+L. Este foi um trabalho relevante, que abriu
várias outras frentes, pois aproximou indústria e
universidade na região em torno da P+L, conso-
lidou casos de su cesso, principalmente no setor
metal-mecânico, e gerou workshops e outros
eventos nos anos que se seguiram. Nesta pionei-
ra reunião de São Car los, iniciaram-se também
as tratativas que resul tariam na parceria com o
Banco Real: o primeiro financiamento do Brasil
em P+L especificamente criado para pequenas e
médias empresas. Este projeto será descrito, com
mais detalhes, no capítulo seguinte.
No início de 2003, aconteceu, na sede do
Ciesp - Ribeirão Preto, o lançamento do Grupo
Em maio de 2003, o GT de Ações Regio-
nais, no setor produtivo, chegou ao sudoeste do
esta do, mais precisamente em Paranapanema,
para fomentar a P+L, onde a produção agríco-
la de gê neros alimentícios básicos, através do
empreendi mento da hidroagricultura, constituía-
se a prin cipal vocação produtiva da região. O
SINDIPAR – Sindicato Rural de Paranapanema -,
por intermé dio do seu então diretor João Carlos
Menck, assu miu a coordenação local. O incenti-
vo e a divulgação de casos de sucesso de plantio
direto na palha, as sim como o fomento ao uso
racional da água por meio de projetos que conta-
ram com a parceria da UNESP de Botucatu e par-
te dos recursos do FEHIDRO, firmaram-se como
bandeiras de ação do ativo Grupo Local coorde-
nado por Menck.
Lo cal de P+L. Fomentar a cultura da prevenção na
Agroindústria Sucroalcooleira era uma das priori-
dades. Adriana M. Ferreira foi a primeira coorde-
nadora local que, posteriormente, encontraria,
como interlocutor na região, o Grupo de Meio
Ambiente do Ciesp de Ribeirão Preto. Nesta reu-
nião, dado o crescente número de participantes
e da grande necessidade da troca de informações
e de experiências, foi sugerida a criação de um
grupo ele trônico para sistematizar esta prática
e, dessa forma, surgiu o producaomaislimpa_
acaore [email protected], o primeiro
grupo eletrônico cuja responsabilidade de mo-
deração ficou a cargo do DMA Ciesp-Campinas.
O fluxo de in formações, tão vital ao avanço e à
implementação de novos conceitos e práticas,
começava a se es tabelecer de modo sistemático.
Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
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51Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Também em 2003, foi realizada, em São
Paulo, a II Semana de P+L, em evento que objeti-
vou dar continuidade - de modo sistemático- ao
lançamen to e às ações da Mesa Redonda Paulista
de P+L em julho do ano anterior.
Foi com satisfação que o Ciesp-Campinas
recebeu todos os GTs da Mesa para o evento de
abertura da II Semana de P+L: um evento de tra-
balho conjunto e de preparação com todos os GTs
da Mesa. Além do GT do Setor Produtivo, coorde-
nado pelo DMA Ciesp-Campinas, estiveram pre-
sentes coor denadores e representantes dos GTs:
• Ciência e Tecnologia;
• Comunicação;
• Educação Ambiental, Ética e Cidadania e de
• Políticas Públicas.
O objetivo foi fazer um balanço das ações e
se preparar operacional e estrategicamente para
os próximos dois anos (a próxima Semana de P+L,
que passou a ser bianual, veio a acontecer em
2005).
Grupos de vans, com pessoas provenientes
do in terior, uniram-se às pessoas que vieram de
São Paulo em um ônibus que partiu da CETESB e
se perdeu pelas ruas de Campinas antes de che-
gar ao CIESP. O sempre lembrado “passeio” não
chegou a afetar a rica reunião de trabalho que
durou o dia todo, com 125 pessoas de todos os
se tores participando ativamente. Acompanhan-
do o trabalho esteve também a gestora de pro-
jetos do C2P2 (Canadian Centre for Pollution Pre-
vention) - o Centro Canadense para Prevenção à
Poluição-, Tania Del Matto. Além do intercâmbio
de expe riências em P+L, a participação de Tania
acabou por abrir caminhos, nos anos seguintes,
O trabalho do GT no Setor Produtivo seguiu
sua consolidação, tanto por meio do permanente
fomento à P+L localmente - através de seminá-
rios, reuniões locais com as entidades envolvidas
– quanto pela pro posição de parcerias, palestras
em universidades, instituições empresariais, ór-
gãos públicos e em presas. A implementação dos
objetivos do GT de Ações P+L para o setor indus-
trial avançou aliada à proposta da Mesa e à da
própria Agenda 21, que es tabeleceram priorida-
de para a P+L à Indústria e ao Comércio, como
estratégia essencial à consecu ção do Desenvolvi-
mento Sustentável.
Já em setembro de 2005, para a III Sema na
de P+L, o crescimento e a disseminação das ações
do GT no Setor Produtivo proporcionaram a reali-
zação de várias atividades pulverizados pelo esta-
do. A abrangência do movimento já não compor-
para outras frentes de cooperação com o Canadá.
Nesse espírito, o GT do Setor Produtivo apresen-
tou5 casos de su cesso:
• São Carlos: iniciativas em adequação am-biental em manufatura, tendo a P+L como diretriz estratégica (NUMA-USP São Carlos por Americo Guelere) e as ações em P+L da Tecu mseh do Brasil (dentre elas a substitui-ção do sistema de pintura com tinta à base de sol ventes, por um sistema de pintura com tinta à base de água, por Walter Barão França).
• Ribeirão Preto: substituição do uso de ácido clorídrico por tanques de lavagem com ultra-som na produção de bexigas (Riberball, por Dorival Luiz Balbino de Souza).
• Paranapanema: P+L na tecnologia de produ-ção: plantio direto na palha, uso racional da água, conservação do solo e reflorestamen-to de matas ciliares.
• Campinas: a reutilização da soda gasta na Refinaria de Paulínia (REPLAN), por Bentací Corrêa Junior.
Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Participantes e coordenadores da Mesa Redonda da II Semana P+L, no Ciesp-Campinas, em 2003.
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52 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Evento Campinas da III Semana de P+L em 2005. A partir da esquerda, embaixo: Romildo Campelo (FIESP), Luiz Alberto S. Souza (Diretor Titular Ciesp-Campinas), Elza Bastian e Tania Gasi (CETESB/Mesa Redonda Paulista P+L), Linda Murasawa (Banco ABN AMRO REAL), Emilio R. Veloso (SuperZinco), Luis T. Furlan (REPLAN), Marlúcio Borges (DMA Ciesp-Campinas), Celso Páfaro (Icape) , Victor Hugo Kamphorst (Banco ABN AMRO REAL) e representantes da Mesa Redonda paulista de P+L
tava a realização do evento em um único local.
Aos Grupos Locais de Campinas, de São
Carlos, de Ribeirão Preto e de Paranapanema
somaram-se os de São José dos Campos (GPMAI
e Ciesp-S. J. dos Cam pos), de São Bernardo do
Campo (Ciesp-S. B. do Campo) e de Catanduva
(Prefeitura Municipal), que promoveram os even-
tos regionais de P+L para o Setor Produtivo nas
respectivas cidades. Em tor no de 350 pessoas
participaram dos eventos nos quais foram apre-
sentados mais de 25 casos de sucesso. A cultura
da prevenção solidificava seu alicerce no setor
produtivo e preparava o terreno para os próxi-
mos avanços.
O ano de 2005 foi ain da mais expressivo para
a P+L. Em dezembro, o Ciesp-Campinas sediou o
evento de assinatura da Declaração Internacional
de Produção mais Lim pa, promovido pelo PNU-
MA - Programa das Na ções Unidas para o Meio
Ambiente. O documen to, lançado em Seul, na Co-
réia do Sul, em 1998, detalha uma série de com-
promissos a serem assumidos pelas organizações
visando à adoção da Produção mais Limpa e da
Prática da Produção e do Consumo Sustentáveis.
A assinatu ra, por sua vez, representa uma inicia-
tiva pública, voluntária e mundial. Desde então,
organizações de diversos países têm preparado
cerimônias de adesão à referida Declaração, dei-
xando suas assi naturas registradas em um livro
que fica sediado em Paris.
Em 05 de dezembro de 2005, portanto, na
sede da En tidade em Campinas, o evento de as-
sinatura da Declaração contou com 64 adesões
de em presas, associações, universidades, direto-
rias re gionais do CIESP e outras entidades/insti-
tuições de todo o estado de São Paulo, além de
repre sentantes da Bahia, de Minas Gerais e de
Santa Catari na. O evento foi, à época, o maior
do mundo em número de assinaturas após seu
lançamento em Seul. Mais que o alcance quan-
titativo, a adesão e a repercussão, o evento re-
presentou um mar co na trajetória do DMA do
Ciesp-Campinas, no trabalho de divulgação e
implementação da P+L e em sua missão de fazer
da cultura ambiental pre ventiva um pilar para a
promoção de negócios.
Em um olhar mais acurado, fica nítido tam-
bém que, em relação aos âmbitos de atuação e
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
suas abrangências, o Programa das Na ções Uni-
das para o Meio Ambiente (PNUMA) e a área
ambiental do sistema FIESP/CIESP e, nela, o DMA
Ciesp-Campinas, possuem objetivos e papéis
muito semelhantes quais sejam: prover lideran-
ças, encorajar parcerias com foco no Desenvol-
vimento Sustentável fomentando, informando e
capacitando os respectivos públicos com vistas a
garantir incrementos de desempenho ambiental,
os quais, em última instância, resultem não só
no aumento da Ecoeficiência dos processos, pro-
dutos e serviços envolvidos, mas essencialmente
na qualidade de vida das pessoas.
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Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
53Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
“Os tempos de mudanças, as crises e os desafios impostos pela competitividade exigem abordagens continuamente renovadas. É neste contexto que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) vem apoiando e acompanhando as iniciativas do CIESP voltadas para a Sustentabilidade Empresarial desde 2005, principalmente no âmbito da promoção da Declaração Internacional sobre Produção Mais Limpa. Nesse período, CIESP e PNUMA engajaram 96 empresas no processo de desenvolver processos, produtos e serviços que reduzam os riscos para a saúde humana e para o meio ambiente, ao mesmo tempo em que perseguem maiores benefícios econômicos e competitividade.
A expectativa do PNUMA é que o Departamento de Meio Ambiente do CIESP amplie cada vez mais sua estratégia de Sustentabilidade Ambiental, convocando e apoiando as empresas associadas a melhorar suas gestões de desempenho, identificando riscos e oportunidades, aportando padrões cada vez mais sustentáveis de produção e de consumo ao mercado.”
Cristina Montenegro, Gerente do Escritório do Brasil do Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente.
Em 2006, outro passo importante. Por in-
termédio da Secretaria Executiva da Mesa Re-
donda Paulista de P+L e com realização do DMA
Ciesp-Campinas, aconteceu na sede da Entidade
o “I Seminário Internacional de P+L: Fomento à
adoção de boas práticas em pequenas e médias
empresas (PMEs)”. Com foco na capacitação de
pequenas e médias empresas, o Seminário foi
concebido e realizado de modo a fomentar as
práticas preventivas e a viabilizar o intercâmbio
de conhecimento e de experiências. Para isto
contou com representantes de três das mais con-
sagradas entidades ligadas à P+L no Canadá: o
C2P2 – Canadian Centre for Pollution Prevention
(Centro Canadense de Prevenção à Poluição),
representado por Kady Cowan; OCETA - Ontario
Centre for Environment Technology Advancement
– (Centro de Ontário para o Avanço da Tecnologia
Ambiental), representado por Meena Hassanali e
o Eco-efficiency Centre/Dalhousie University/Ha-
lifax - O Centro de Ecoeficiência da Universidade
de Dalhousie, em Halifax, por intermédio de sua
gerente Peggy Crawford.
Uma intensa e pragmática agenda - compos-
ta por apresentações das experiências canaden-
ses apontando as dificuldades e os avanços das
entidades convidadas, pela apresentação de ca-
sos e de experiências brasileiras, por discussões
e planejamentos de futuros planos de coopera-
ção, além de visitas técnicas a pequenas e gran-
des empresas da região - foi pensada e executada
para os três dias do Seminário.
Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Evento de Assinatura da Declaração Internacional de P+L no Ciesp-Campinas em 2005
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54 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta
"I was honoured to be invited by the members of Canadian Centre for Pollution Prevention and São Paulo Cleaner Production Roundtable to participate in a twoday seminar series on Engaging Small and Mediumsized Enterprises (SMEs) in Cleaner Production held in São Paulo and Campinas, Brazil (March 2006). The seminar presented a great opportunity for OCETA to share its Toronto Region Sustainability Program model and case studies on cleaner production technical assistance for the small and mediumsized business community in the Greater Toronto Area. Representing OCETA, I was pleased to engage in dialogue with various stakeholders including São Paulo Cleaner Production Roundtable Working Group Members to share the Canadian experience and in turn learn about best practices, lessons learned and form new partnerships in Brazil."5
Meena Hassanali.
I Seminário Internacional (Brasil e Canadá) de P+L no Ciesp-Campinas
5Foi uma honra ter sido convidada, pelo Centro Canadense de Prevenção à Poluição e pela Mesa Redonda Paulista de P+L (MRPP+L), nos dois dias em que participei do seminário “Engajando Pequenas e Média Empresas (PMEs) em P+L”, que aconteceram em São Paulo e em Campinas, em Março de 2006. O seminário representou uma grande oportunidade ao Centro de Ontário para o Avanço da Tecnologia Ambiental (OCETA) ao dividir estudos de caso em PMEs e seu modelo de Programa de Sustentabilidade da região de Toronto. Representando o OCETA, eu fiquei muito feliz em discutir com as diversas partes interessadas, incluindo os representantes da MRPP+L , em compartilhar nossas experiências e, ao mesmo tempo, em aprender sobre as melhores práticas e lições, além de iniciar parcerias. (tradução nossa) Meena Hassanali, Gerente de Programas de Sustentabilidade, OCETA, Toronto, Canadá.
Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Meena Hassanali, Kady Cowan e Peggy Crawford, representantes canadenses no I Seminário Internacional de P+L no Ciesp-Campinas em 2006
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56 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
A ICAPE, empresa de médio porte do se tor
metal-mecânico, fornecedora do setor automo-
tivo, foi uma das empresas visitadas. A equipe
canadense pôde testemunhar como a fi lial da
ICAPE em Valinhos implementou a P+L de um
modo inovador, adotando a interatividade en-
tre os colaboradores e conferindo-lhes poder de
participação durante o processo. Dentre os resul-
tados tangíveis obtidos, destacaram-se a incor-
poração da Embraer ao portfólio de clientes e a
certificação ISO 14001 da planta de Valinhos. O
aprimoramento da gestão ambiental - resultan-
te da implementação da P+L - foi apontado como
elemento essencial a estas conquis tas expressi-
vas, conforme assinala o presidente da ICAPE, Sr.
Ulysses Luna:
“Adotamos no início de 2005, em nossa Unidade na cidade de Valinhos, o programa P+L visando a sistematizar a redução da geração de resíduos e a otimizar recursos naturais em nossos processos industriais.
Passados quatro anos deste programa, temos hoje uma consciência ambiental diferenciada, além de alcançarmos uma ecoeficiência em que conseguimos, num mercado competitivo, manter nossos preços adequados.
Nesse período, reduzimos os impactos ambientais e de forma progressiva, com o objetivo futuro de reduzir ainda mais.
Com um quadro de gestão à vista, todos os colaboradores tiveram acesso às informações sobre a evolução do programa, dos ganhos para a empresa e para o meio ambiente, o que ocasionou um efeito positivo, pois proporcionou a todos um
ambiente de trabalho diferenciado.Este programa também foi um facilitador
para implantar o programa P+L na Unidade de Campinas e, em seguida, o início da implementação do Sistema de Gestão Ambiental (NBR ISO 14001:2004)”.
Ulysses Luna, Presidente da ICAPE.
No ano seguinte, já se chegava à IV Semana
de P+L, com cada região exercitando a maturida-
de adquirida para o enfrentamento de seus de-
safios. Em 2007, também foram apresentadas ao
mundo as contundentes conclusões do IPCC – In-
ternational Panel on Climate Change (Painel In-
ternacional de Mudanças Climáticas), ratifican do
um peso crucial às atividades humanas como res-
ponsáveis pelo aquecimento global. O desafio de
garantir as condições de vida no planeta deixou,
então, de ser somente ambiental e passou a de-
pender também de fatores políticos, sociais, eco-
nômicos, culturais e éticos. Mais que isso, passou
a estar vinculado fundamentalmente à capacida-
de de articulação e à cooperação entre os líderes
e os agentes do mundo moderno para a busca de
soluções no tocante à séria ques tão global.
Sob esta ótica, o GT de Ações P+L no se tor
produtivo , no âmbito da IV Semana & Conferência
Sr. Ulysses Luna (à direita), Kady Cowan (C2P2), Peggy Crawford (Eco-Efficiency Centre, Dalhousie University) e equipe P+L na ICAPE, planta de Valinhos, em Junho de 2006.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
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Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
57Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
um importante parceiro que, desde a criação de seu Departamento de Meio Ambiente, vem atuando muito além da difusão do conceito, tanto em ações específicas, como o Projeto Prevenir, quanto, e principalmente, na criação e na operação da Mesa Redonda Paulista de P+L, na qual exerce ativo e destacado papel. Ao longo desses anos, não apenas se fortaleceram as iniciativas, mas construiuse uma efetiva parceria, com a qual contamos para a construção conjunta de um Futuro Sustentável para o Estado de São Paulo.”
Flávio de Miranda Ribeiro, Gerente da Divisão de Produção mais Limpa e Qualidade Laboratorial da Cetesb. Secretário Executivo da Mesa Redonda Paulista de Produção mais Limpa desde Março de 2007.
Figura 3.2.1 Evento do setor produtivo no Ciesp-Campinas durante a IV Semana Paulista de P+L.
Paulista de P+L e do 1st Internatio nal Workshop
Advances in Cleaner Production (UNIP), buscou
resgatar, discutir e convergir as experiências dos
setores acadêmico e produtivo naquilo em que
cada um havia realizado e aprendi do e naquilo
que poderia convergir para uma cultura de pro-
dução e de consumo sustentáveis em âmbito lo-
cal. Unicamp, UNIP e USP se somaram à 3M, à
Petrobras e à ICAPE na apresentação de seus con-
ceitos, casos e experiências. Temas trabalha dos a
partir da P+L junto ao público presente e a repre-
sentantes da Mesa Paulista e da Cetesb (Flávio de
Miranda Ribeiro, Geren te da Divisão de Produção
mais Limpa e Secre tário Executivo da Mesa a par-
tir de março/2007 e Meron Petro Zajac – então
Gerente do Dep. de Desenvolvimento, Tecnologia
e Riscos Ambien tais), como Eficiência Energética,
6δ, Ecodesign, Inovação Social e outras práticas
sustentáveis compuseram a linha de condução do
evento de nominado “Produção mais Limpa (P+L):
Ações e Adições para uma Cultura de Produção e
Consu mo Sustentáveis”.
“Assim como a percepção da sociedade, a postura das empresas em relação à questão ambiental tem evoluído de modo bastante promissor nos últimos anos. Em vez de apenas responder às exigências regulatórias, muitas empresas já perceberam as oportunidades na aplicação de novas estratégias como, por exemplo, a Produção mais Limpa (P+L), abordagem preventiva que busca eliminar ou reduzir impactos na fonte, além de promover ações como reuso e reciclagem obtendo, além de ganhos ambientais, maior competitividade, redução de custos e outras vantagens. Nesse caminho, a Cetesb tem no CiespCampinas
As atividades do DMA Ciesp-Campinas, rela-
cionadas à P+L e à Mesa Redonda Paulista, cer-
tamente contribuíram sobremaneira para que o
Departamento se consolidasse tanto em seu esti-
lo de atua ção, pautado no diálogo aberto, quanto
em ações que tiveram na cultura da prevenção
um pilar crucial para o desenvolvimento da Sus-
tentabilidade Empresarial.
Produção mais Limpa (P+L): a Prevenção como Plataforma para uma Cultura de Produção e Consumo Sustentáveis
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
3.3
58 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
33.3Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
Sempre dizemos que nosso objetivo é fazer negócios que sejam bons para todos. Quando conseguimos equilibrar as questões sociais, ambientais e econômicas nos negócios, isto gera um resultado sustentável. É isso o que aconteceu quando nos aproximamos do CIESP em 2005. Quando se unem instituições mobilizadas em construir um novo jeito de fazer negócios e que, ao mesmo tempo, cuidem das pessoas e do meio ambiente, o resultado rende ótimos frutos. Foi assim que o Banco Real e o CIESP criaram uma linha de financiamento para Produção mais Limpa. Trata-se do primeiro financiamento brasileiro em tecnologias limpas para pequenas e médias empresas, batizado de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) P+L.Reforçamos a crença de que, quando compartilhamos valores e unimos esforços, conseguimos muito mais do que planejamos. Nessa parceria com o CIESP, desenvolvemos esse produto inovador, que promove a prática da Sustentabilidade entre as pequenas e as médias empresas. Quando conseguimos realizar projetos como este, ficamos bastante orgulhosos, principalmente porque temos percebido, por meio de nossos clientes, que as questões socioambientais representam um grande diferencial para essas empresas, pois, dessa maneira, podem se tornar mais competitivas e aumentar a capacidade de geração de renda para o país como um todo. Enfim, participamos da produção de bons negócios para todos.
Fábio Barbosa,Presidente do Grupo Santander Brasil, Presidente da Febraban.
Pisc
o D
el G
aiso
Fortalecer o posicionamento da indústria local em seus ambientes de atuação, negócios e responsabilidades, a partir da adoção dos princípios da Sustentabilidade Empresarial, consolidou-se como objetivo primordial do plano de gestão do DMA Ciesp-Campinas.Colocar em prática o espírito cooperativo em suas relações mostrou-se como um caminho decisivo nesta empreitada.Esta filosofia foi aplicada na identificação e na efetivação de vínculos representativos do Ciesp-Campinas junto às diversas instâncias e instituições, desde aquelas interlocutoras da proteção, do controle e da regulação até as de incentivo da qualidade ambiental na região. O mesmo espírito cooperativo alicerçou a proposição e a concretização de parcerias entre as próprias empresas e, por sua vez, destas com organizações como universidades, bancos, órgãos ambientais e outras instituições públicas e privadas, do Brasil e do exterior.Em todas estas circunstâncias, a sinergia de competências e de propósitos sustentáveis foi a base sobre a qual se construíram as iniciativas, os projetos e as parcerias que serão descritos a seguir.
“... só ações solidárias cooperativas de todos os setores e no âmbito de cada país poderão livrar o mundo de um colapso no saneamento e no abastecimento de água até meados do século XXI.” (III Fórum Mundial das Águas, Kyoto , Março de 2003)
Revista Hoje Ciesp-Campinas nº 61/Encarte Meio Ambiente, 8ª Edição - Julho/2003
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios33.3
CAPÍTULO 3.3 Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
Fortalecer: a terceira frente de ações do
plano de gestão do DMA Ciesp-Campinas
objetivou o fortalecimento das empresas
associadas, por intermédio da implementação
da Sustentabilidade em sua atuação. Conhecer e
capacitar se revelaram, então, como ações ante-
riores e imprescindíveis para a viabilização deste
fortalecimento.
Para avançar na implementação das dimen-
sões econômica, ambiental e social nos negócios,
conforme assumido no conceito de Sustentabili-
dade já descrito, o espírito cooperativo, em suas
relações, constituiu-se em um pilar essencial para
o DMA. Na natureza, toda competição está ligada
à cooperação. No ambiente empresarial, que en-
contra na competitividade um quesito indicador
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 61Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
de efi ciência e de sobrevivência, não poderia ser
diferente. As relações cooperativas e simbióticas
são carac terísticas essenciais ao crescimento, à
perpetua ção.
O primeiro passo nessa direção ocorreu não
só através da efetiva ção de vínculos representa-
tivos com as diversas instituições e organizações
atuantes na prote ção e no controle da qualidade
ambiental da região, mas também no desenvolvi-
mento e na aplicação de tecnologias e de proces-
sos sustentáveis que for neceram subsídios técni-
cos e legais para trans formar, de modo positivo, a
gestão dos processos no setor produtivo.
O DMA estimulou, ao longo dos anos, a parti-
cipação de representantes de empresas associa-
das em colegiados para defender os interesses da
indústria e para manter as empresas informadas
sobre as questões e as exigências da atualidade.
A participação no GEA foi sempre uma refe-
rência a partir da qual se possibilitou identificar os
representantes industriais e associados que aten-
dessem aos critérios de interesse, disponibilida-
de e demais requisitos específicos para pleitear
e assumir a representação em nome do Ciesp-
Campinas, nos mais variados fóruns e colegiados
do Estado.
Representantes de empresas associadas
ao Ciesp-Campinas passaram a compor tam-
bém Con selhos Municipais de Defesa do Meio
Ambiente do Município de Campinas (COMDE-
MA) e do de Paulínia (CONDEMA) – (Conselhos
Deliberativos que dispõem sobre as questões
ambientais de seus respectivos municípios) pas-
sando pelo Conselho Consultivo de Campinas
ões ordinárias do GEA - coordenado por Luís
Tadeu Furlan – houve a consolidação de forma
ampla e estrutural do projeto que acabou por
envolver empresas, a Cetesb (que tinha um de
seus téc nicos participando da reunião) e a Uni-
camp. A ideia de se destinar lodo, da Estação de
Tratamen to de Água (ETA) da Refinaria de Paulí-
nia (REPLAN) para a Olaria Schiavollin, com a fina-
lidade de que fosse utilizado como matéria-prima
na produção de tijolos, já estava em andamento.
Em virtude da abrangência do projeto e da multi-
plicidade dos agentes integran tes, foi identifica-
da a pertinência de o DMA articu lar as ações e os
esforços necessários à sua concre tude. Por outro
lado, os ganhos em ecoeficiência e P+L que o pro-
jeto delineava para o ambiente, para a sociedade
e para as empresas estavam absolutamente ali-
nhados com os desdobramen tos conceituais da
Sustentabilidade Empresarial. O estabelecimento
de reuniões, pautas, visitas técnicas a campo e ao
órgão ambiental, estru turação e apresentação do
caso compuseram as responsabilidades do DMA.
Sob o título de “Do lodo ao tijolo: solidifican-
do ações e cooperações”, o projeto foi convidado
a concorrer na XI Mostra CIESP de Meio Ambien-
te, em 2004, e recebeu o 1º prêmio como me-
(contribuin do com as discussões sobre o Plano
Municipal de Desenvolvimento de Campinas),
pela Mesa Redonda Paulista de Produção mais
Limpa (na divulgação e na implementação da P+L
no setor pro dutivo do Estado de São Paulo, cap.
3.2) e pelo Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí CBH – PCJ (através da partici-
pação técnica e institucional pela indústria no ge-
renciamento dos recursos hídricos no Estado de
São Paulo). Neste último, por conta não só do re-
conhecimento e da consolidação insti tucional do
CBH-PCJ, mas também da importân cia estratégi-
ca da água para todos os segmentos da socieda-
de e, naturalmente, para a indústria, foi delegada
uma atenção especial à capacitação de represen-
tantes industriais junto ao Comitê. Já em 2003, a
partir de uma iniciativa do DMA FIESP, um curso
de capacitação para representantes da In dústria
nos CBHs foi promovido no Ciesp-Campi nas. Aní-
cia Pio (Especialista da FIESP) esteve à frente do
processo que se mostraria fundamental e que vi-
ria a se ampliar ao longo dos próximos anos para
melhor estruturar e fortalecer o posicionamento
da in dústria paulista na questão dos recursos hí-
dricos. O quadro abaixo apresenta o cenário de
repre sentantes Ciesp-Campinas por Câmaras Téc-
nicas no CBH-PCJ, no final de 2008.
É importante frisar que os valores gera dos
pelas diversas representações e participa ções não
se restringiram a um único ponto. O contato e a
aproximação construídos com os re presentantes
de todas essas instituições se re verteram tam-
bém em suas crescentes presenças e participa-
ções nas reuniões de trabalho, nos eventos e nos
projetos do DMA.
Foi assim que, em 2004, em uma das reuni-
Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO62 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
COMITÊS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ (COMITÊ PCJ)
Mauro José Lauro (REPLAN) - Plenário do Comitê - Titular
Mauro José Lauro (REPLAN) - Plenário do Comitê - Titular CT- Uso e Conservação da Água na Indústria - Titular
Kelerson Modenesi (Rigesa) - Plenário do Comitê - Titular CT- Uso e Conservação da Água na Indústria - Suplente
Renata Franco (Emerenciano & Baggio e Associados Advogados) - CT Outorgas e Licenças
Geraldo Rossi (Ambicamp) - CT Saúde Ambiental
Jorge Antônio Mercanti (REPLAN) - CT Monitoramento Hidrologico - Titular
Renato Gonçalves (REPLAN) - CT Monitoramento Hidrologico - Suplente
Henrique Gianezi (Tyco Electronics) - CT Plano de Bacias - Titular
Erica Cristiane Canevassi (Rigesa) - CT Águas Subterrâneas
Dirson Antônio Garcia Júnior (Ecosofia) - Titular CT Educação Ambiental
Sheila Medeiros Suplente (Ecosofia) - CT Educação Ambiental
Marcio José Pereira Suplente (Ecosofia) - CT Educação Ambiental
Representantes pelo Ciesp-Campinas no CBH-PCJ
lhor caso ambiental do Estado pela relevância do
tema, pela estratégia de trabalho adotada e pela
ampla gama de benefícios econômicos e socio-
ambientais alcançados e dentre os quais se des-
tacaram e ainda se destacam:
• Minimização de resíduos: o lodo de ETA que, anteriormente, era classificado como resíduo de classe I, passou a ser matéria-prima na confecção de tijolos;
• Ganhos econômicos: eliminação de gastos, por meio da disposição em aterro do outrora resí duo classe I;
• Economia no consumo de recursos naturais: via a diminuição do uso de áreas de jazidas e da diminuição no consumo de água;
• Qualidade e eficiência: através da confecção de tijolo de melhor qualidade e maior resis-tência a um custo menor;
outras localidades.
Essas lições foram de grande valia para uma
outra parceria que se desenvolveria a partir da
atuação do DMA Ciesp-Campinas como Coorde-
nador do GT de Ações Regionais em P+L - para
o se tor produtivo da Mesa Redonda Paulista de
P+L, mais precisamente uma reunião no Ciesp-
São Carlos em 2004.
Tendo a P+L tanto como conceito quanto por
diretriz e discu tindo a versatilidade desta estraté-
gia como ge radora de ganhos econômicos e so-
cioambientais em processos, produtos e serviços,
iniciaram-se as tratativas entre a área de Produ-
• Sustentabilidade: alcançada pela otimização da atuação dos agentes e seus processos, com ganhos diretos na cadeia produtiva.
Da condução e da execução deste projeto,
fica ram lições e conclusões conjunturais para o
DMA Ciesp-Campinas, embora a importância do
espírito cooperativo nas relações inter-organiza-
cionais para a concre tização da Sustentabilidade
Empresarial tenha sido o grande destaque – atra-
vés do papel imprescindível desempenhado pelo
sistema FIESP/CIESP enquanto representante
genuíno do se tor produtivo para alavancar e im-
plementar esse espírito ao estabelecimento de
um modelo local de sucesso e no setor da juris-
prudência, para a multiplicação da proposta em
Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 63Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
tos Socioam bientais do ABN AMRO REAL e o DMA
Ciesp-Cam pinas. Victor Hugo Kamphorst e Linda
Murasawa foram os interlocutores, pelo então
Banco Real, da parceria que dava seus primeiros
passos. Fazer convergir os papéis respectivos de
uma Associação Industrial e de um Banco Priva-
do, com foco na Sustentabilidade Empresarial,
exigiu uma condução séria e transparente, em
muito respaldada pelo reconhecimento de atua-
ção destas Entidades ao longo de déca das. Defi-
nida, então, a P+L como estratégia-mestre da par-
ceria e o norte conceitual estabelecido pela Mesa
Redonda Paulista, era preciso avançar da te oria
à prática. Como capitalizar o papel de induto res
de desenvolvimento dos parceiros em torno da
P+L? Qual o recorte de empresas, de região, de
segmentos produtivos a serem definidos?
Qual a metodologia capaz de contemplar as
especificidades de cada parceiro, sem deixar de
atender integralmente ao escopo de Sustentabi-
lidade Empresarial da P+L? Como chegar a um
produto para o mercado capaz de consolidar, em
si, todas as respostas às perguntas acima?
Tais questionamentos pautaram diversas e
produtivas reuniões em São Paulo e em Campi-
nas, as quais contaram com a participação de
repre sentantes do DMA Ciesp-Campinas e da
área de Produtos Socioambientais do ABN AMRO
REAL. O caminho dos questionamentos parecia
se mostrar aparentemente mais tortuoso e me-
nos objetivo, mas foi ele, sem dúvida, que garan-
tiu uma maior legitimidade ao processo que se
construía. Ao se discutir as perguntas, chegou-se
ao consenso de que FIESP/CIESP e Banco Real
tinham um alicerce de atuação co mum e funda-
mental ao avanço da parceria que se concretiza-
Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO64 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
va: a promoção de Negócios Susten táveis.
A partir desse momento, o trabalho passou
a ganhar es trutura e objetividade. Definida a P+L
como fio de condução para a Sustentabilidade, a
parceria voltou seu olhar para as pequenas e as
médias empresas (PMEs), que representavam,
previamente ao início do projeto, mais de 90%
dos associados ao Ciesp-Campinas. Por outro
lado, se considerada a ISO 14001 como critério
indicativo da incorporação da variável ambiental
nos negócios, o percentual de sua adoção era de
meros 2% entre as pequenas e 7% entre as mé-
dias - frente aos 27% alcançados pelas grandes
empresas (CIESP, 2004). Se os números refletiam
uma grande dis crepância entre as empresas, ain-
da assim não se podia deixar de observar a impor-
tância das PMEs para as relações inter-setorias,
seja como base da ca deia produtiva, seja como
geradoras de emprego e de renda. Além disso,
as PMEs avançavam rumo ao mercado externo,
tornando a excelência am biental um fator cada
vez mais decisivo à manu tenção e à expansão de
seus negócios.
As dificuldades destas empresas em relação
ao acesso a financiamentos de equipamentos e
de máquinas, por exemplo, tinham no valor da
garantia um empe cilho clássico.
De posse destas informações, e depois de
meses de trabalhos, análises e discussões aqui
re sumidos em poucas linhas, chegou-se, final-
mente, ao lança mento do Protocolo de Coo-
peração Banco Real/Ciesp-Campinas, ocorrido
na sede da Entidade, em Campi nas, em Junho
de 2006. O Protocolo registrava quais seriam as
bases de atuação dos parceiros para criar o CDC
P+L, o primeiro financiamento brasileiro em P+L
exclusivamente concebido para pequenas e mé-
dias empresas.
“A sociedade está vivendo um momento de transição e percebe que é necessário rever alguns modelos de negócios para caminhar em direção a um mundo sustentável.
Precisamos agir com um olhar que leve a um equilíbrio social, ambiental e econômico, ou seja, rever a forma de se fazer negócios. Por isso, desenvolver esta parceria em torno de um tema como a Produção Mais Limpa significa demonstrar que esta forma de agir é possível. A FIESP/CIESP e o Grupo Santander Brasil acreditam ser possível fazer Negócios Sustentáveis, tanto que o primeiro passo foi dado.
A atuação em pequenas e médias empresas é importante, pois justamente neste nicho de mercado está a maior necessidade de apoio e de informação, para que, assim, possamos incentivar a transformação.
É preciso que todas as partes envolvidas se engajem e colaborem, pois somente por meio da construção coletiva conseguiremos obter o Desenvolvimento Sustentável.”
Linda Murasawa – Superintendente de Desenvolvimento Sustentável – Grupo Santander Brasil
O produto, que nasceu com o diferencial de
ter na alienação do próprio equipamento adqui-
rido o objeto de sua garantia – buscando solucio-
nar, assim, um dos empecilhos detectados (o alto
valor da garantia para uma pequena empresa
normalmente exigido em financiamentos se-
melhantes) tinha, na verdade, em seus demais
critérios técnicos e operacionais, ao financiar
equipamentos, práticas, metodologias e tecno-
logias limpas, suas vantagens mais subs tanciais.
Os equipamentos, detalhados no quadro
(3.3.1), compunham a listagem zero de produ-
tos pré-aprovados, uma vez que se garantiu, de
modo inicial, atender a características operacio-
nais ali nhadas à cultura da prevenção:
• Aumento da produtividade, ao assegurar o uso mais eficiente de matérias- primas, água e energia;
• Promoção de melhor desempenho ambien-tal e maior lucratividade através da redução na fonte de resíduos e emissões;
• Redução de danos ao homem e ao meio am-biente.
A fase inicial foi efetivada como fase-piloto,
cuja abrangência ficou circunscrita à área de ju-
risdição do Ciesp-Campinas. Nessa fase, as defi-
ciências foram detectadas e os pro cedimentos
operacionais, envolvendo os parcei ros, aprimo-
rados. A atuação em rede, tanto do Banco como
do sistema FIESP/CIESP, facilitou sobremaneira a
implementação do projeto.
Inúmeras apresentações foram realizadas
no Ciesp-Campinas, com o intuito de apresen-
tar o projeto, o produto e os agentes. Conduzi-
das sempre através de representantes das duas
Entidades, as apresenta ções visaram a apresen-
tar, em linguagem simples (mas não simplista),
o conceito de P+L que embasava o produto, as
vantagens e as especificidades fi nanceiras. O
propósito de superar o objetivo de, no mínimo,
conseguir apresentar ao mercado mais um pro-
duto com seus diferenciais de Sustentabilidade,
65Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
incentivou a proposição de ações que estimulas-
sem, de modo permanente, a cultura da preven-
ção entre pequenas e médias empresas. Como o
re conhecimento é fundamental ao ser humano
em quaisquer áreas de suas atuações, , ele tam-
bém foi contemplado no âmbito do CDC P+L. A
entrega de bottons de afixação coloridos (figura
tecnologia).
Depois do piloto Campinas, teve lugar uma
nova etapa de expansão do projeto. O Protocolo
de Cooperação com o Banco Real foi estendido,
no início de 2007, para o sistema FIESP/CIESP em
evento ocorrido na sede da FIESP, em São Paulo,
3.3.4) aos representes industriais em momentos
diferentes do processo foi adotada como manei-
ra de explicitar este reconhecimento. Bottons
verdes foram utilizados para identificar o apoio
(quando da presença em eventos que apresenta-
vam o projeto) e os azuis, para identificar a ade-
são (quando da aquisição de um equipamento ou
Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Figura 3.3.1. Lista de equipamentos elegíveis pelo CDC P+L.
ÁGUA• EQUIPAMENTOS PARA REUSO DE ÁGUA;• EQUIPAMENTOS PARA AUTOMAÇÃO DO SISTEMA DE
LAVAGENS;• EQUIPAMENTOS PARA SEPARADORES DE ÁGUA E DE ÓLEO
(FILTROS COALESCENTES).
AR• EQUIPAMENTOS DE PREVENÇÃO/CONTROLE DE EMISSÕES DE
POLUENTES;• EQUIPAMENTOS/FILTROS PARA TRATAMENTO DE EMISSÕES
ATMOSFÉRICAS (INTERNA E EXTERNA).
ENERGIA• EQUIPAMENTOS PARA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
MEDIANTE ISOLAMENTO TÉRMICO;• EQUIPAMENTOS PARA PROJETOS DE EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA (EX.: SENSORES DE PRESENÇA);• EQUIPAMENTOS PARA USO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS (EX.:
SOLAR, EÓLICA);• EQUIPAMENTOS DE TROCA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
PARA COMBUSTÍVEIS MENOS POLUENTES (EX.: DIESEL PARA GÁS NATURAL, BOILERS ELÉTRICOS PARA GÁS NATURAL).
MOTORES• EQUIPAMENTOS DE ALTO RENDIMENTO OU ECOLÓGICOS.
RESÍDUOS• EQUIPAMENTOS PARA RECICLAGEM/REPROCESSAMENTO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS;• EQUIPAMENTOS PARA DIMINUIR/ELIMINAR A
QUANTIDADE DE RESÍDUO GERADO (EX.: CERÂMICA, ÁGUA, ENERGIA, REJUNTE, ZINCAGEM, ABRASIVOS, ETC.);
SAÚDE• EQUIPAMENTOS PARA DIMINUIÇÃO DE RUÍDOS;• EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO ATMOSFÉRICO
DENTRO DAS INSTALAÇÕES.
TECNOLOGIA
• EQUIPAMENTOS QUE UTILIZAM MENOS QUANTIDADE DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS (EX.: FABRICAÇÃO DE TINTAS);
• EQUIPAMENTOS DE TECNOLOGIA DE PREVENÇÃO À POLUIÇÃO DO AR, DA ÁGUA E DO SOLO;
• EQUIPAMENTOS PARA SUBSTITUIÇÃO DE PRODUTOS NÃO DEGRADÁVEIS PARA BIODEGRADÁVEIS;
• EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DE VAZAMENTOS (ÁGUA, VAPOR, ETC);
• EQUIPAMENTOS LIGADOS A SISTEMAS DE TORRES DE RESFRIAMENTO VISANDO A ELIMINAR PERDAS DE ÁGUA E ENERGIA.
66 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
e no qual estiveram presentes o então Diretor da
área de Produtos Socioambien tais do Banco Real,
Sr. Fábio João Conciglio, a Su perintendente da
mesma área, Sra. Linda Mura sawa, juntamente
com o Sr. Antonio Lombardi e o Diretor de Rede
para o Interior de São Paulo do Banco Real, Sr.
José Luiz Corte.
Representando o sistema FIESP/CIESP esti-
veram presentes o Diretor de Meio Ambiente do
CIESP, Sr. Sílvio Ísola, o Sr. Mario Hirose, represen-
tante do CIESP na Mesa Redonda Paulista de P+L,
o Sr. Marlúcio Borges, Diretor de Meio Ambiente
do Ciesp-Campinas e as Sras. Tania Gasi e Elza Yu-
riko Onishi Bastian, representando a Cetesb e a
Mesa Redonda Paulista de P+L.
Novos desafios, ações e estratégias se des-
cortinaram a partir de então. Sessões de trei-
namento envolvendo gerentes regionais do
CIESP e do Banco Real, com o objetivo de alinhar
conceitos, procedimentos e linguagem, além de
apre sentações na plenária da FIESP, nas regionais
do CIESP e do Banco Real, foram exemplos, ainda
que pontuais, do projeto que se sedimentava. Em
todas estas ações enfati zou-se os objetivos pri-
mordiais do projeto:
• financiar iniciativas para que as organizações ultrapassem o modelo de FIM – de – TUBO;
• reduzir os custos de produção e aumentar a ecoeficiência e a competitividade das empre sas;
• reduzir as infrações aos padrões ambientais previstos na Legislação;
• diminuir os riscos de acidentes ambientais;
• estimular o programa de P+L observando os critérios da Mesa Redonda Paulista de P+L;
• efetivar, para os agentes parceiros, o papel de indutores de Sustentabilidade no proces-
so produtivo;
• incrementar a qualidade de vida das pessoas e do planeta.
Com o constante empenho de José Luiz Cor-
te, na condição de Diretor de Rede para o Interior
do Banco Real, reuniões para consolidar a nova
filosofia de trabalho passaram também a ocorrer.
O modelo começou a chamar a atenção de Fede-
rações de Indústrias de outros estados e, ainda
que longe da perfeição, um caminho de orienta-
ção havia sido pavimentado, apontando para a
possibilidade e para a concretização de projetos
e de parcerias entre instituições, dife rentes em
sua estrutura, mas convergentes em relação aos
princípios de Sustentabilidade sobre os quais os
negócios devem, a partir deste início de século,
fundamentar-se.
Figura 3.3.2 Bottons de identificação dados aos participantes do projeto de tecnologias limpas para pequenas e médias empresas.
ETAPA 2Nos adotamos P+L!Botton azul
ETAPA 1Nos apoiamos P+L!
Botton verde
Incentivando uma cultura: bottons coloridos de apoio e adoção de tecnologias limpas
67Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Projetos e Parcerias: Solidificando Ações e Cooperações
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
“Se perguntarem, hoje, sobre qual o maior desafio que a espécie humana e a sociedade, de maneira geral, enfrentam, sem dúvida responderia que é a correta utilização e a preservação dos nossos recursos naturais. Todos nós, de alguma forma, experimentamos hoje os efeitos desastrosos tanto do abuso e da falta de cuidados com o meio ambiente quanto das enormes diferenças sociais, frutos do crescimento sem a devida preocupação com o Desenvolvimento Sustentável, baseado na interdependência entre pessoas, planeta e lucro, ou seja, não basta ter crescimento, pois, acima de tudo, é preciso gerar desenvolvimento sem comprometer a sobrevivência das gerações futuras.
Os projetos e as ações para preservação de energia, reciclagem, entre outros, são de extrema importância, mas, sobretudo, tornamse necessários uma mudança de atitude e um exercício permanente de conscientização por parte de cada
indivíduo, bem como da sua capacidade de multiplicar esse comportamento para toda sociedade.
Assim foi construído esse trabalho que publicamos. A iniciativa e a liderança do CiespCampinas, as contribuições e o empenho de pessoas, de empresas públicas e privadas, além do interesse de órgãos reguladores, enfim, tudo isso nos possibilitou chegar a esse momento.
Além de agradecer a oportunidade e de sentirme honrado em contribuir com este projeto, desejo que pessoas, empresários e lideranças, que dele tomarem conhecimento, multipliquem a prática de P+L, pois isso possibilitará um mundo melhor para todos a partir de agora.
Jose Luiz Corte, Diretor de Rede do Grupo Santander Brasil.
Se o espírito cooperativo, presente nas rela-
ções, foi fun damental para que estes dois proje-
tos - descritos com mais detalhes - se concreti-
zassem, essa mesma filoso fia de gestão já tem
sido empregada nas inúmeras iniciativas do DMA
Ciesp-Campinas ao longo de seus seis primeiros
anos aqui considerados. Das reuniões mensais
ordinárias do GEA, mantidas como um serviço
permanente aos associados, descortinaram-se
so luções e respostas extraordinárias que têm
auxiliado empresas e pessoas em seus caminhos
próprios para a atuação responsável e sustentá-
vel. Dos inúmeros casos e oportunidades, não
citados aqui por uma questão de limites físicos
da obra, a co operação, seja entre empresas, seja
através do órgão am biental - nas diversas vezes
em que frequentou a Casa e contribuiu com es-
clarecimentos técnicos, seja com a academia,
com os especialistas, ou com institui ções públicas
e privadas – só fez aumentar a responsabilidade
e o compromisso do DMA com a promoção de
Negócios Sustentáveis nos anos vindouros.
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68 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
44 Considerações Finais: Sustentar o Compromisso
Estudos apontam para cenários cada vez mais preocupantes quanto à escassez de recursos naturais, à degradação ambiental e aos efeitos negativos das mudanças climáticas para o planeta. Diante disso, é urgente a criação de Processos Sustentáveis de Produção de forma coerente com os conceitos de uma economia de baixo carbono.O cuidado com a Sustentabilidade dos processos produtivos será, cada vez mais, um diferencial de mercado e, atualmente, já está se tornando um fator relevante na decisão de compra por parte dos consumidores.É necessária uma transformação global quanto à consciência ambiental e à mudança dos sistemas de produção, visando a novos padrões de consumo e de comportamento. As empresas que não se adaptarem às novas tendências dos consumidores estarão sujeitas ao fracasso.
Luiz Fernando Furlan, Empresário, Co-Presidente do
Conselho de Administração da BRF Brasil Foods S/A, Presidente da
Fundação Amazonas Sustentável. Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
(2003/2007)
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Mais do que valorizar o processo de construção do compromisso coletivo com a Sustentabilidade Empresarial aqui descrito, há uma missão maior a ser empreendida: a de sustentar o próprio compromisso, pois o conceito de Sustentabilidade, adotado nesta obra, prevê a manutenção e a reposição, ao longo do tempo, das variáveis que dão suporte a um processo ou a um sistema.Pela expressiva importância da indústria no Brasil, sobretudo no Estado de São Paulo, existe uma responsabilidade inerente às conquistas já realizadas: o compromisso com o que se pode e com o que ainda se deve realizar.Fazer uso da capacidade de articular sinergias, não só como incentivadoras da produção, mas também como agentes capazes de influenciar e de alavancar transformações em temas estruturantes, como a educação, a inovação tecnológica, o empreendedorismo e a competitividade – é, sem dúvida, um caminho que se impõe em nossa missão de assumir o compromisso como forma de promover a Sustentabilidade Empresarial.
“Necessitamos civilizar nossas teorias, ou seja, desenvolver nova geração de teorias abertas, racionais, críticas, reflexivas, autocríticas - aptas a se auto-reformar.”(Edgar Morin)
Revista Hoje Ciesp-Campinas nº62/Encarte Meio Ambiente, 9ª Edição - Setembro/2003.
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios44
CAPÍTULO 4 Considerações Finais: Sustentar o Compromisso
Por que decidimos registrar esta Memória
dos seis primeiros anos do DMA Ciesp-
Campinas?
A ideia de produzir este relato não nasceu
com a pretensão de apresentá-lo como um mo-
delo estanque de gestão e nem mesmo como um
puro relatório técnico de balanço opera cional.
À maneira de um álbum, ou de um arquivo
de via gem feito para ser revisitado em suas me-
lhores imagens, acon tecimentos e lembranças
que, além de contenta mento, geram um constan-
te entusiasmo na busca de se descobrirem novos
destinos e também o inegável sentimento de per-
tencer à situação vi vida, celebrada: muito disso
se pretendeu nesta Memória.
Mas também não é só isso.
Inerente ao reconhecimento do processo de
realização coletiva, aqui descrito, aos avanços
obtidos na construção de valores para a cultu-
ra empresarial, surge a responsabilidade com o
que ainda se pode e com o que se deve realizar:
a necessidade de se sustentar o compromisso.
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 71Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
A memória de um passado, mesmo que breve,
serve como um poderoso estímulo para o com-
promisso em relação ao presente e ao futuro da
Sustentabilidade Empresarial.
Sendo este início de século um dos momen-
tos mais decisivos e críticos de nossa história,
esta responsabilidade adquire proporções ainda
maiores e determinantes. Ao apontar a ativida-
de hu mana como a principal responsável pelas
mudan ças do clima advindas do aquecimento
global, o aval científico do IPCC, por intermédio
de seus relatórios, notadamente o IV, produzido
em 2007, ratifica um desafio que extrapola a es-
fera ambiental e a de segmentos ou de regiões.
O mundo se encontra à frente de um desafio que
é também econômico, político, social e cultural.
A humanidade é convocada a exercitar sua
capacidade de articular sinergias a partir de suas
diferenças e de suas especificidades, com vista
a um novo desenvolvimento e, acima de tudo, a
sua própria sobrevivência. Isto se torna válido em
qualquer âmbito: nações, estados, municípios,
comunidades e indivíduos.
A Indústria, como expressivo partícipe,
encontra neste cenário de mudanças a ímpar
oportuni dade de adicionar valor, de maneira ino-
vadora, ao englobar o universo econômico, social
e ambiental em seus negócios. A Sustentabilida-
de passa a ser exercida na prática, uma vez que
Sociedades Sustentáveis são formadas por Orga-
nizações Sustentáveis que se perpetuam através
do crescimento.
Se a imediata necessidade de redução da
emissão dos gases de efeito estufa firma-se como
"A Sustentabilidade, ou o equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico e social, só pode ser alcançada se houver livre iniciativa, associada ao diálogo permanente, e parceria efetiva na relação entre o poder público, o privado, a sociedade e suas entidades representativas. Na FIESP, realizamos um trabalho estratégico de base junto às entidades representativas da indústria, através da ação de seu Departamento de Meio Ambiente e da Câmara Ambiental da Indústria Paulista, organismos técnicos e tomadores de decisão, e por meio do Conselho Superior de Meio Ambiente, de caráter consultivo e ligado à presidência, constituído por membros da sociedade civil. Nossa expectativa é a de continuar e de aprimorar este trabalho estratégico de base, ao capacitarmos os setores, ao chamarmos a atenção para as questões mais urgentes, no campo ambiental e da Sustentabilidade, ao atentarmos para os fatores que intervêm diretamente na produtividade e na competitividade dos setores industriais, assim como na Sustentabilidade de toda a sociedade. Em grande parte, isso é replicado nos CIESPs por todo o Estado, como ocorre, de forma exemplar, no Ciesp de Campinas, o qual, por meio de seu Departamento de Meio Ambiente, continuará a realizar este trabalho, não só diretamente junto a seus associados, ou seja, às empresas industriais, mas também junto ao poder público e às entidades representativas regionais."
Nélson Pereira dos Reis, Vice-Presidente da FIESP e Diretor Titular do Departamento de Meio Ambiente.
consenso e pressão mundiais, se o consumo de
recursos e a destinação de seus produtos exigem
princípios e processos que garantam a continui-
dade da humanidade, encontram-se aí alguns
macro-contornos a desenhar um novo e promis-
sor ambiente de negócios, não contornos exclu-
sivamente restritivos, mas, sim, elementos que
conduzem a mais um patamar evolutivo do papel
da indústria enquanto agente de transformações
positivas.
Neste contexto, o Brasil é um candidato na-
tural a assumir o protagonismo de uma nova ci-
vilização industrial, se considerado, a princípio,
seu extraordinário potencial de recursos subuti-
lizados de produção.
São Paulo, como o Estado expoente da Indus-
trialização no Brasil, uma vez que, sozinho, res-
ponde por mais de 40% do PIB nacional, desem-
penha, natural mente, um papel decisivo no que
diz respeito aos caminhos do de senvolvimento e
da Sustentabilidade Empresarial no país.
Sendo o grande interlocutor da indústria pau-
lista, o sistema FIESP/CIESP/SESI/SENAI/IRS assu-
me uma singular legitimidade de represen tação
do setor produtivo, não só como um dos maiores
incentivadores da produção, mas como Entidade
capaz de influenciar e de alavancar transforma-
ções em temas estruturantes, como a educação,
a inovação tecnológica, o empreendedorismo, a
competitividade, a Sustentabilidade Empresarial.
Neste último (e nos demais por analogia), cabe
prioritariamente a função de levar, à comunida-
de empresarial, a compreensão sobre as oportu-
nidades e as implicações decorrentes das estraté-
gias de Sustentabilidade.
Considerações Finais: Sustentar o Compromisso
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
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72 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Segundo Polo Industrial do Estado de São
Paulo, a Região Metropolitana de Campinas en-
contra, na Indústria, o setor de atividade que re-
presenta quase 60% de seu valor adicionado, o
que ala vanca, por sua vez, um forte setor de ser-
viços que atende por quase 40 % deste valor, con-
forme dados, de 2004, da Fundação
Seade, IBGE. Some-se a isso o fato de
a região ser, reconhecidamente, um
centro criador e difusor de tec nologia
e de conhecimento, ancorado em suas
renomadas universidades e centros
de pesquisa, que atendem por 15% da
produção científica na cional. Assistida
por uma sólida in fra-estrutura de ro-
dovias, de ferrovias e de aeroportos,
a região abriga uma rica e complexa
rede de empresas dos mais diversos
segmentos.
É neste pequeno universo cos-
mopolita que o Departamento de
Meio Ambiente do Ciesp-Campinas
tem buscado, desde sua criação, em
2002, imprimir sua visão, baseada na
importância do compromisso, para a
promoção de Negócios Susten táveis.
Entendíamos que criar uma visão seria
impor tante no sentido de responder, de maneira
inova dora e assertiva, a questionamentos especí-
ficos; de dar um norte consistente a nossas em-
presas associadas, frente a situações complexas
ou a con ceitos de Sustentabilidade ainda pouco
assimila dos (e pouco claros) para a maioria da
indústria local, na verdade, para grande parte
delas: pequenas e médias empresas que consti-
tuem, hoje, mais de 90% das mais de 500 empre-
organiza ções, dotadas de tal cultura, valorizam
a diversi dade (...) e os experimentos que dilatem
a sua margem de conhecimento. Em outras pa-
lavras, o questionamento é fundamental para se
enxergar o novo. Contu do, consideradas princi-
palmente as pequenas empresas, concentradas
em sua luta pela sobrevivência diária,
e nas quais muitas das atividades cru-
ciais são executadas pelo dono e pelo
gerente do negócio, é utópico pen sar
que tal reflexão questionadora vai
encontrar espaço e condições para
se concretizar. Onde esta mos? Onde
queremos chegar? E, principalmente,
como chegar lá? Considerando-se o
complexo cená rio de Sustentabilida-
de atual – são questões a impulsio-
nar trajetó rias de inovação, de cresci-
mento. Foi assim também que estas
ques tões compuseram, naturalmen-
te, a construção da visão de objeti-
vos do DMA Ciesp-Campinas, posto
o fundamental papel de representa-
tividade e de interlocução do sistema
Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai/IRS junto à
indústria paulista.
Como parte do processo de
implemen tação desta visão, o Grupo de Estudos
Am bientais (GEA) foi criado. Um espaço de ser-
viço sistemático a preconizar a troca pessoal de
ex periências entre os associados, a valorizar os
diálogos significativos, as conversas como sinôni-
mo de ação, como fonte de onde brotam deci-
sões baseadas em informação e a partir das quais
re lacionamentos e confiança são gerados. Em um
momento de ampla crise, como o que vivemos,
a confiança torna-se imprescindível, como outro-
sas associadas ao Ciesp-Campinas.
Como incentivar as Práticas Sustentáveis,
como fa cilitar sua implementação, como fomen-
tar a cultura de inovação e de valor em uma or-
ganização, inde pendente de seu porte e de sua
complexidade? Tais ques tões são de cunho re-
lativamente incomum para o cotidiano das em-
presas, mas absolutamente per tinentes à res-
ponsabilidade que nos cabia, pois sa bíamos que
respostas inovadoras deveriam estar na pauta
dos possíveis encaminhamentos. Em seu livro
“Conexões Ocultas”, de 2002, Capra assina la
que, para o surgimento da novidade, é preciso
criar uma cultura que encoraje o questionamen-
to constante e que recompense a inovação. As
Considerações Finais: Sustentar o Compromisso
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 73Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Considerações Finais: Sustentar o Compromisso
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
ra assinalado pelo patrono da indústria, Roberto
Simonsen, em sua citação intemporal: “Otimismo
é esperar pelo melhor. Confiança é saber lidar
com o pior”. É fato, assim, que a confiança na
postura de compromisso com a Sustentabilidade
daqueles que coordenaram este Grupo, no perío-
do coberto por esta Memória - Newton Scavone
(International Paper), Paulo Deuber (3M), Luís Ta-
deu Furlan (Petrobras) e Jorge Galgaro (Rhodia)-
precedeu, enquanto critério, à sua reconhecida
reputação profissional.
Adotar a Produção mais Limpa (p+l), como
prática sustentável a orientar iniciati vas e parce-
rias no setor empresarial, consolidou-se, igual-
mente, em uma ação estruturante e não simples-
mente uma mera comprovação de resultados
práticos de superação do paradigma baseado na
aparente não conciliação entre eficiência produ-
tiva/econômica e ganhos socioambien tais. Cabe-
nos, também, como responsáveis institucionais
pelo desenvolvimento, o exercício de constante-
mente desmantelar o enorme arse nal de meca-
nismos que promovem a reprodução deste velho
paradigma.
Sobre o trabalho de divulgação e de
implemen tação da P+L, Tânia M. T. Gasi, Enge-
nheira da Cetesb e Secretária Executiva da Mesa
Redonda Paulista de Produção + Limpa, 2002/
março de 2007, assinala e propõe:
“O DMA/Ciesp-Campinas foi uma das prin-
cipais lideranças deste processo, que repercutiu
em outros estados e países e gerou resultados
excepcionais, que dificilmente serão adequada-
mente mensurados. Afortunadamente, existem
instituições e pessoas que, como eles, possuem
74 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
brilho próprio e combinam visão inteligente com
determinação, competência e habilidade. O de-
safio que propomos - a eles e a todos nós - é não
esmorecer e encarar o futuro nos olhos.”
"Sustainable economies must be built around Sustainable Products, services and consumption patterns. Sustainable Industrial Processes can effectively reduce the environmental impacts associated with the design and manufacture of products. These strategies however do not account for the significant environmental impacts associated with the selection, use, and disposal of products by consumers. We need to educate product designers, producers, government leaders and consumers about the environmental and social impacts of available goods and services; to help them make informed decisions about purchase, use and ‘endoflife’; and to increase the market share of sustainable products and services."1
Tania Del Matto é co-fundadora e Diretora Executiva da organização nacional canadense “My Sustainable Canada”. Mestre em Estudos Ambientais pela Universidade de Waterloo, Tania esteve no Ciesp-Campinas em 2005,
em evento de parceira p+l para pequenas empresas com o Centro Canadense de Prevenção à Poluição, por intermédio da Mesa Redonda Paulista de Produção mais Limpa.
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Considerações Finais: Sustentar o Compromisso
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
1 Economias sustentáveis precisam ser construídas sobre produtos, serviços e padrões de consumo sustentáveis. Processos industriais sustentáveis podem efetivamente reduzir os impactos ambientais quando associados ao projeto e manufatura dos produtos. Tais estratégias, no entanto, não respondem pelos significantes impactos ambientais associados com a seleção, uso e disposição de produtos feitos pelos consumidores. Precisamos educar projetistas de produtos, fabricantes, líderes de governo e consumidores sobre os impactos ambientais e sociais dos produtos e serviços disponíveis; ajudá-los a tomar decisões acertadas sobre compra, uso e descarte e, assim, aumentar a participação no mercado de produtos e serviços sustentáveis. (tradução nossa)
75Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Estudante do Sesi, Dandara Beatriz Belizario da Silva, 4 anos, em evento aberto sobre Sustentabilidade do DMA Ciesp-Campinas, Semana de Meio Ambiente, Junho de 2008.
de transferências de tecnologia e aproveitar as oportunidades econômicas já verificadas na geração de energia por fontes renováveis. É com o entrosamento entre o governo, o setor privado e a sociedade civil que a importância estratégica da Inovação será reconhecida."
José Ricardo Roriz Coelho, Empresário, Diretor -Titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP.
É neste contexto de história, ao mesmo tem-
po crucial e decisivo, desolador e promissor, de
caos e de possibilidades - que o com promisso de
cada indivíduo, de cada liderança e de cada orga-
nização poderá fazer a diferença, a transforma-
ção positiva.
Assim, esta breve Memória foi a maneira que
encontramos de valorizar um passado de pes-
soas, de organiza ções e, também, de consolidar
nossa esperança em continuarmos a servir de
inspiração, para que se renove, perpetuamente,
o compro misso de cada um com a Sustentabilida-
de, no pre sente e no futuro.
Por outro lado, é preciso reconhecer que a
sociedade contemporânea construiu instrumen-
tos e é potencialmente detentora de meios que
a credenciam ao êxito no enfrentamento deste
momento de crise. (“crise” em chinês).
No segmento empresarial, as oportunidades
na era da economia do baixo carbono apontam
para di versos caminhos e o Brasil não pode se es-
quivar de se pronunciar proativamente no debate
em relação às as saídas para esta nova era, desde
a inovação tecnológica, sustentada por fontes e
energias lim pas, ao espaço a ser exercido por en-
tidades como o sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai/
IRS no estímulo e na proposição de ações e de
processos amplos e contí nuos de mudança para
a Sustentabilidade. É fato que o setor industrial
tornou-se um dos mais importantes agentes no
pro cesso e que sem semelhante exercício do
setor público, por meio de subsídios que garan-
tam o retorno a investimentos e que estimulem
ganhos de produtividade, dificilmente a nação
avançará em uníssono a um novo patamar de
desenvolvimen to limpo.
"O País do futuro deve ser competitivo e Ambientalmente Sustentável e, para que isso ocorra, é preciso investir em inovação. A empresa só gera inovação quando há políticas de Estado de longo prazo para educação e desenvolvimento, além de uma estratégia de fortalecimento da capacidade produtiva. Às entidades representativas cabe a interface entre a área pública e a privada, para que seja possível uma governança capaz de estimular e de cobrar resultados de ambas as partes. Ademais, o Brasil deve evitar a dependência
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ulga
ção
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Considerações Finais: Sustentar o Compromisso
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO76 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
Luiz Granzotto/PMC
Velhas Árvores(Olavo Bilac)
Olha estas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera, o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem! “Seo Rosinha”: Jequitibá-rosa de aproximadamente
180 anos que reina no Paço Municipal de Campinas.
Velhas Árvores
Contato e informações:Departamento de Meio Ambiente do Ciesp-Campinas
[email protected] 3743 2206/3743 2200
www.ciespcampinas.org.br
77Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Nossa trajetória registrada nos encartes do DMA...
MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO
20022002
20032003
20042004
20052005
20062006
20072007
20082008
78 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008
Em Março de 2002, foi criado o Departamento de Meio Ambiente (DMA) do Ciesp-Campinas.
No momento em que o mercado e o ambiente sinalizavam sobre a impor tância de se considerar a questão ambiental no planejamento de negóciossustentáveis,acriaçãodoDMAobjetivouviabilizarumespaçonoqualrepresentantesdeempresas,instituiçõesesociedadepudessemseconhecer,discutirseusdesafios,identificarinterfacescomunseproporencaminhamentos.
Mais do que isso, o DMA tem elaborado e implementado encontros, projetos e parcerias reconhecidos e premiados no Estado de São Paulo. A meta em sido sempre o fomento a Negócios Sustentáveis, assim como o fortalecimentodasaçõesdeexcelênciasocioambiental,paraasempresaspaulistaseasinstituiçõesparceiras.
Tendocompletadoseisanosdeexistênciaem2008,aintençãodestaobrafoideixarregistrada,paratodaasociedade,noanodecomemora-ção dos 60 anos do Ciesp-Campinas, a Memória de um Compromis so: os esforços,asiniciativas,asaçõeseascontribuiçõesdaspessoas,empresaseinstituiçõesqueprotagonizaramestahistória.
AoapresentarasrazõeseosmeiosquefizeramdapromoçãodeNe-gócios Sustentáveis um pilar essencial na história do DMA, mais que pres-tarcontasàsempresasassociadas,estetrabalhoteveopropósitodeesti-mulariniciativasepromoverações,tantoparaacomunidadeempresarialquanto para todos os agentes indutores de Sustentabilidade.
Realização:
Compromisso Ambiental Promovendo Negócios 6anos
EstelivrofoiproduzidocomVitopaper:umpapelsintéticofeitoapartirdeplásticosrecicladospós-consumo,conferindo-lhesumnobredestino.Leve,resistenteeinfinitamentereciclável,esteéumnovopapeldaindústria.UmexemplodeSustentabilidadeEmpresarialeInovação em uma tecnologia 100% nacional e inédita no mundo.
Patrocínio: