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26 ABR/2 MAI 10 | n.º 158

Em Agenda / Pág. 13

Exposições / Bordalo Decorativo / Pág. 7

Exposições / Pág. 12

Curtas / Pág. 11

Centenário da República / Pág. 14

Crianças / Vila Moleza ao vivo / Pág. 8

Em Destaque / 80.ª Feira do Livro de Lisboa / Pág. 4

Dança / Dia Internacional da Dança / Pág. 6

Editorial / Pág. 3

Teatro / A Rainha da Beleza de Leenane / Pág. 9

Teatro / À Conversa com Nuria Mencía / Pág. 10

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EditorialLISBOA CULTURAL

Ficha técnicaEdição Divisão de Programação e Divulgação Cultural | Direcção Municipal de Cultura | CML Editora Paula Teixeira Redacção Frederico Bernardino, Sara Ferreira, Susy Silva Capa Vera Correia Paginação CML - DPDC Contactos Rua Manuel Marques, 4F, Edifício Utreque - Parque Europa, 1750-171 Lisboa | Tel. 21 817 06 00 | [email protected]

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Todos os anos, a Feira do Livro é esperada com entusiasmo pelos amantes da leitura. Percorrer os corredores do Parque Eduardo VII, nem que seja só para parar nos quiosques, passar os olhos pelas novidades ou folhear aquele livro que está na agenda de leitura há muito tempo, é um prazer sempre renovado. E, em ano de celebração do 80º aniversário, renovação é a palavra que se aplica ao maior evento dedicado ao Livro em Lisboa. Iniciada o ano passado com uma alteração funcional e estética nos quiosques, a organização da Feira propõe para este ano outras novidades como a criação de quatro praças (Azul, Amarela, Verde e Lilás), que serão um ponto de encontro e pausa para os visitantes. O horário alargado vai permitir uma maior fruição do espaço e da programação que foi pensada para o evento, nomeadamente os concertos que aos dias de semana começam às 21h30. Destaque também para as actividades pensadas para os mais novos, a cargo da Câmara Municipal de Lisboa, desenvolvidas em torno do slogan “Cola-te à Leitura”. E é essa a sugestão que deixamos para esta semana: cole-se à grande festa do livro.

Boa semana!

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Destaque PAG. 480aª Feira do livro de lisboaO mundo encantado dos livrosA Feira do Livro de Lisboa arranca esta quinta-feira, dia 29 de Abril, com novos horários, novas propostas culturais, muita música e animação. Tudo em prol do livro e dos leitores que, mais uma vez, vão encher o Parque Eduardo VII naquela que é uma das iniciativas mais marcantes no panorama cultural da cidade.

Numa conferência ministrada por Borges, na Universidade de Belgrano em finais dos anos 70 do século passado, o escritor argentino afirmou que “o livro é uma extensão da memória e da imaginação”. Porque assim são os livros, na sua 80ª edição, a Feira do Livro de Lisboa procura manter viva a tradição de permanecer como a grande festa do livro, mas também dar asas à imaginação e recriar-se. Se dúvidas houver, basta visitar a Feira, entre 29 de Abril e 16 de Maio, e confirmar.

Descortinando algumas das novidades desta edição, comecemos pelo horário que volta a ser alargado, passando a Feira do Livro a abrir às 12h30, nos dias úteis, e às 11h aos fins-de-semana, com encerramento diário às 23h30. Contando com a presença de mais de 120 editoras, a Feira do Livro aposta este ano em permitir aos visitantes um acesso melhorado à oferta e tornar mais agradável a sua permanência no recinto. Deste modo, quatro praças propõem-se ser pontos de encontro e descontracção, onde não faltará toda a componente festiva e cultural que desde sempre tem orientado a Feira do Livro de Lisboa.

Embora a programação continue guardada no segredo dos deuses, esta edição aposta forte na animação musical do recinto. De segunda a sexta--feira, entre as 21h30 e as 22h15, estão assegurados concertos ao vivo que pretendem realçar a relação íntima que desde sempre se estabeleceu entre a literatura e a música. Da erudita ao jazz, pela Feira passarão géneros tão diversificados como a pop, o rock, a música brasileira, entre outros.

A programação infantil da Feira também promete ser reforçada através de um programa focado nos gostos e tendências dos “pequenos leitores”. A principal responsável por esta vertente é a Câmara Municipal de Lisboa, através da Rede de Bibliotecas Municipais (ver página seguinte). Para além da melhoria do espaço infanto-juvenil, na Feira vão acontecer diariamente iniciativas focalizadas para os alunos do Pré-escolar e Ensino Básico - oficinas de expressão, histórias contadas, jogos lúdico-pedagógicos - e para famílias - itinerários literários e actividades lúdicas, como construções de cenários e pinturas.

A presença da Rede de Bibliotecas Municipais na Feira promove ainda um alargado programa de actividades para o público em geral. Desde um ciclo de conversas com escritores (Clara Pinto Correia, 4 de Maio; Pedro Pinto, 15 de Maio), passando por leituras ao vivo por políticos, jornalistas ou futebolistas, e tertúlias sobre a República (já agendada, Boémia e Cultura na Lisboa da I República, dia 13 de Maio, às 21h), estão previstos lançamentos de livros e catálogo de exposições, debates, bookcrossing e a exposição Reinventar a Ilustração, na tenda EDP, nos dias 8 e 9 de Maio.

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Destaque PAG. 5

E o homenageado é... Fernando GuedesOutra das novidades da 80ª Feira do Livro de Lisboa é a inexistência de um país homenageado, o que segundo as palavras de Paulo Teixeira Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), se justifica porque “a literatura não é dos países, é universal”. Porém, a Feira do Livro homenageia uma figura impar no panorama livreiro nacional, a do editor e escritor Fernando Guedes.

Natural do Porto, onde nasceu em 1929, o percurso de Fernando Guedes está indubitavelmente ligado à fundação da Verbo, editora fundada em 1958, responsável por enormes sucessos de vendas como a Enciclopédia Luso-Brasileira e Cozinha Tradicional Portuguesa, de Maria de Lurdes Modesto. Em 1988, Guedes tornou-se presidente da Federação de Editores Europeus, e entre 1992 e 1996, presidiu à União Internacional de Editores.

80 Anos de Feira do Livro Até parece que foi ontem, mas a Feira do Livro de Lisboa tem já a bonita idade de 80 anos. Tudo começou em 1930, no Rossio, mas foi apenas no ano seguinte que a organização da Feira passou a ser da responsabilidade da Associação de Classe de Livreiros de Portugal, entidade que antecedeu o Grémio Nacional de Editores e Livreiros, actual APEL.

Posteriormente, a Feira do Livro fixou-se na Avenida da Liberdade, transitando depois para o Parque Eduardo VII, local onde ainda hoje se mantém. Pontualmente, a Feira chegou a realizar-se na Rua Augusta e no Terreiro do Paço, mas, segundo os lisboetas, não há lugar melhor para o mundo encantado dos livros que o Parque Eduardo VII. FB

80aª Feira do livro de lisboaO mundo encantado dos livros

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BLX - BIBLIOTECAS MUNICIPAIS

Programa SemanaJardins-de-infância e escolas básicasStand BLXDá-me 1 livro... Conta-me 1 História3 a 7, 10 a 14 Mai: 14h30, 15h30Oficinas de Expressão3 a 7, 10 a 14 Mai: 14h30, 15h30Aqui Há Ninho5 Mai: 14h30Árvores de Lisboa10, 12 Mai: 14h30

Público em geralEspaço EDPConversas Com...Clara Pinto Correia4 Mai: 19h30Pedro Pinto15 Mai: 19h30Boémia e Cultura na Lisboa da I RepúblicaTertúlia por Pedro Bebiano, Eunice Relvas, Álvaro de Matos e Jorge Trigo (moderador)13 Mai: 21hO Jogo da Política Moderna! Desenho Humorístico e Caricatura na I RepúblicaLançamento do catálogo da exposição, com a participação do cartoonista António15 Mai: 18h

Programa Fim-de-SemanaFamíliasStand BLXItinerário Literário Infanto-Juvenil1, 9, 15 Mai: 15h, 16h8 Mai: 15hHistórias com Cheiros1, 2, 9, 15, 16 Mai: 11h30Flor do Meio-dia2, 9 Mai: 12hA Carrinha-Museu1, 2, 9, 15, 16 Mai: 15h30-17h308 Mai: 17h30-19h30Pic-nic com Livros: Bookcrossing2 Mai: 13h

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Dança PAG. 6

Para não deixar passar a data em vão, são várias as propostas, que lhe damos a conhecer de seguida. No Teatro Municipal São Luiz, nos dias 28 e 29, terão lugar os Encontros em Rede. Subordinado ao tema “A Sustentabilidade Económica das Artes Performativas”, o evento abordará a questão das novas formas de crescimento das artes e do seu financiamento, desafiando o público a participar através de uma plataforma de redes sociais e de comunicação, como o skYpe ou o facebook, onde bailarinos, coreógrafos e especialistas da área estarão disponíveis para responder a perguntas sobre dança, durante todo o dia 29 Abril. Para terminar o dia em beleza, junte-se aos bailarinos, coreógrafos, participantes, entusiastas e todos os demais que quiserem dançar como forma de assinalar o final do encontro. A partir das 23h, no Lux.

Ciclo Running Times. É esta a proposta do Maria Matos Teatro Municipal para assinalar a efeméride, resultado de um ciclo de trabalho e pesquisa que a coreógrafa francesa Martine Pisani iniciou há dois anos, centrado no tema Tempo. O programa, que será apresentado nos dias 29 e 30 de Abril, apresenta quatro propostas diferentes. As far as the eye can hear, para ver no Jardim Fernando Pessa, no Fórum Lisboa; Road along untitled moments, na sala principal do Maria Matos; one-more-ti-me; igualmente na sala principal; e Diaporama, uma instalação vídeo para ver no foyer do teatro.

A par destas, existem ainda outras propostas, como as da Companhia Nacional de Bailado, que pode conhecer visitando o site da Agenda Cultural de Lisboa em www.agendalx.pt.

Desde 1982 que, por iniciativa do Conselho Internacional de Dança, se celebra a 29 de Maio o Dia Internacional da Dança. A data da comemoração surgiu como homenagem a Jean-Georges Noverre (1727-1810), criador do ballet moderno, e tem como objectivo despertar a atenção do público em geral para a importância desta arte.

29 de Maio - palavra de ordem: Dançar

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Exposições PAG. 7

Bordalo Artes Decorativas: Mobiliário e Interiores revela uma parte da obra menos conhecida do popular ceramista. Através de peças vindas da colecção do Museu Bordalo Pinheiro, do Museu Nacional de Cerâmica e Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro e de várias colecções particulares, pretende-se dar a conhecer esta vertente do trabalho bordaliano, mas agora nas artes decorativas do último quartel de oitocentos, até ao início do século XX.

Embora mais celebrado pelo seu humor, ou pelo seu trabalho como ceramista, Rafael Bordalo Pinheiro realizou decorações muito criativas e móveis de género variado. Projectou decorações em interiores domésticos e comerciais, bem como mobiliário cerâmico de uso diversificado como sejam mísulas, candeeiros, castiçais, móveis de assento, caixas, cestos e até caixas em cerâmica para relógios e molduras para fotografias.

Mas foram as exposições nacionais e, sobretudo, as internacionais que lhe valeram o maior reconhecimento nesta área: a Exposição Universal de Paris (1889) – onde foi encarregue de decorar o pavilhão português no Quai d’Orsay – e a Exposição Colombiana de Madrid (1892).

Mas, como eram os interiores decorados por Rafael Bordalo? E o seu mobiliário? Como é que o artista decorava os espaços de festas ou comemorações? Como é que desenhou o mobiliário urbano volante? Desenhos, aguarelas, fotografia e mobiliário são testemunho do seu empenho na temática, a partir do dia 30 de Abril, na galeria de exposições do Museu Bordalo Pinheiro, ao Campo Grande.

BordaloDecorativo

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Crianças PAG. 8Vila Moleza (ou Lazy Town, no original), série infantil produzida originalmente na Islândia, chega agora ao vivo e a cores ao Pavilhão Atlântico (1 de Maio). Se os seus filhos vêem o Canal Panda, sabem do que estamos a falar quando referimos nomes como Sportacus, Estefânia, Robi Reles, Sovina, Pixel ou Tisha.

Esta pequena e premiada vila foi concebida, produzida, realizada e inicialmente protagonizada por Magnus Scheving - ginasta de competição e presidente fundador da Lazy Town Entertainment - e tem provado ser um verdadeiro fenómeno internacional, actualmente transmitida em mais de cem países e em doze línguas diferentes.

Neste musical vamos assistir a grandes aventuras que Sportacus e os seus amigos vivem a bordo de um navio de piratas. Além de canções originais (que todos os miúdos acima dos 2 anos sabem a letra), papagaios, acrobacias e mapas do tesouro, o espectáculo conta com alguns sustos, muita diversão, os famosos doces desportivos e a promessa de transformar todos os que assistem ao espectáculo em super-heróis com a missão de aniquilar a obesidade infantil.

“LazyTown tem como missão por o mundo mexer e torná-lo num lugar mais saudável. Quando pomos os miúdos a mexer, pomos as famílias a mexer! E quando as famílias se mexem, estamos a fazer mexer o mundo. Mexa o corpo, mexa a mente. Todos os dias”.Magnus Scheving, o Sportacus.

Vila Moleza ao Vivo: A Aventura dos Piratas!

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Teatro PAG. 9A Rainha da Beleza de Leenane

Conto da Loucura NormalHá uma aldeia, na Irlanda profunda, onde está sempre a chover. Em terra de desesperança, Leenane de seu nome, uma mãe e uma filha sustentam uma relação tensa e disfuncional. O Teatro Meridional tem em cena A Rainha da Beleza de Leenane, a peça que revelou Martin McDonagh, autor do aclamado The Pillowman.

Sente-se, desde o início, que sob A Rainha da Beleza de Leenane paira muita daquela herança irlandesa da tragicomédia que Beckett induziu permanentemente nos seus textos. Como se através da trágica busca por um mero vislumbre de felicidade, os episódios sombrios que a acompanham se tornassem divertidos e suscitassem o riso pelo absurdo a que se rendem. A vida de Mag Folan (Elisa Lisboa) e da sua filha Maureen (Natália Luíza) inscreve-se nesta tragédia da procura, onde a comédia (por mais negra que seja) se funde num quase normal e vulgar conflito geracional, no caso, protagonizado por uma septuagenária de carácter egoísta e manipulador e uma mulher solteira de 40 anos a quem a casa que partilham vai devorando a sanidade.

Mas o que se torna mais marcante neste texto do irlandês Martin McDonagh - e que a encenação de Nuria Mencía (ver entrevista) aproveita implacavelmente - é o subtil e exponencial mergulho num ambiente de demência que surge paulatinamente até se apoderar do parco lampejo de esperança na vida de Maureen. Uma esperança que se apresenta no amor (ou coisa parecida) representado pela chegada de Pato Dooley (Almeno Gonçalves), um entre os muitos filhos da terra que partiram para a rica Inglaterra, porque em Leenane não há quem consiga conjugar o futuro. Mas como a vida é sempre cruel, conforme se anuncia esperança e felicidade, impõem-se sombras, segredos e traições. Ao fim e ao cabo, é a crueldade a mais primária das matérias da qual se faz a vida de duas mulheres, Mag e Maureen, numa cidade onde está sempre a chover. FB

Teatro MeridionalRua do Açúcar, 64, Beco da Mitra (Poço do Bispo)Até 30 de Maio4ª a sábado às 21h45 | domingo às 17hwww.teatromeridional.netPreços: de €5 a €10

Sessão “Noites no Teatro”28 de Abril | 21h15Inclui comentário após o espectáculoMarcações: 218170600 (DMC/DPDC)Gratuito para estudantes dos ensinos secundário e superior

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Teatro PAG. 10À conversa com Nuria Mencía

A Rainha da Beleza de Leenane marca a estreia na encenação da actriz espanhola Nuria Mencía, a convite dos �velhos amigos� Natália Luíza e Miguel Seabra. É mais uma aventura portuguesa no percurso desta actriz que vimos em produções cinematográficas nacionais como A Costa dos Murmúrios, de Margarida Cardoso e Entre os Dedos, de Tiago Guedes e Frederico Serra.

Como foi para a actriz Nuria Mencía trocar a interpretação pela encenação, e logo numa produção de uma companhia teatral portuguesa?Eu sou amiga da Natália e do Miguel desde há muitos anos, praticamente desde o início do Teatro Meridional, quando eles chegaram em itinerância a Espanha. Isso facilitou aceitar este desafio que marca o meu regresso ao teatro após alguns anos em que estive muito ligada à televisão e ao cinema. Para mim, este foi um dos maiores desafios da minha carreira seja pela total liberdade que me deram como por ter o privilégio de trabalhar um texto que considero maravilhoso. E quando se dirige pela primeira vez sabe-se melhor o que não se quer do que aquilo que se quer.

Martin McDonagh, e mais precisamente esta peça, foram uma escolha sua?Sim, porque foi uma peça que me fascinou desde que a li. Logo, quando me lançaram o desafio de encenar, lembrei-me que A Rainha da Beleza de Leenane era a história que eu desejava contar. Antes de mais, porque é uma peça sem moralismos, característica que me parece essencial para abordar temas actuais. Para além disso, considero estes diálogos fortíssimos, conjugando brilhantemente o humor e a crueldade. Em suma, uma tragicomédia com todas as letras.

Qual é a sensação de dirigir um elenco que reúne Elisa Lisboa, Natália Luíza (já há algum tempo afastadas dos palcos), Almeno Gonçalves e José Mata?É uma sensação extraordinária estar ao leme de um trabalho cheio de partilhas verdadeiras. E, diga-se, o meu �portinhol� que é excelente ajudou muito (risos). A Elisa foi, para mim, uma descoberta maravilhosa e a Natália, que conheço bem, merecia regressar ao palco com uma personagem de múltiplas cores e tonalidades como a Maureen. O Almeno, que há anos não via pessoalmente, foi desde o primeiro momento o “meu” Pato Dooley. Quanto ao José Mata, entrou no elenco através de um casting feito a jovens actores, e está perfeito na personagem de Ray Dooley. FB

A Rainha da Beleza de Leenane marca a estreia na encenação da actriz espanhola Nuria Mencía, a convite dos �velhos amigos� Natália Luíza e Miguel Seabra. É mais uma aventura portuguesa no percurso desta actriz que vimos em produções cinematográficas nacionais como A Costa dos Murmúrios, de Margarida Cardoso e Entre os Dedos, de Tiago Guedes e Frederico Serra.

Como foi para a actriz Nuria Mencía trocar a interpretação pela encenação, e logo numa produção de uma companhia teatral portuguesa?Eu sou amiga da Natália e do Miguel desde há muitos anos, praticamente desde o início do Teatro Meridional, quando eles chegaram em itinerância a Espanha. Isso facilitou aceitar este desafio que marca o meu regresso ao teatro após alguns anos em que estive muito ligada à televisão e ao cinema. Para mim, este foi um dos maiores desafios da minha carreira seja pela total liberdade que me deram como por ter o privilégio de trabalhar um texto que considero maravilhoso. E quando se dirige pela primeira vez sabe-se melhor o que não se quer do que aquilo que se quer.

Martin McDonagh, e mais precisamente esta peça, foram uma escolha sua?Sim, porque foi uma peça que me fascinou desde que a li. Logo, quando me lançaram o desafio de encenar, lembrei-me que A Rainha da Beleza de Leenane era a história que eu desejava

contar. Antes de mais, porque é uma peça sem moralismos, característica que me parece essencial para abordar temas actuais. Para além disso, considero estes diálogos fortíssimos, conjugando brilhantemente o humor e a crueldade. Em suma, uma tragicomédia com todas as letras.

Qual é a sensação de dirigir um elenco que reúne Elisa Lisboa, Natália Correia (já há algum tempo afastadas dos palcos), Almeno Gonçalves e José Mata?É uma sensação extraordinária estar ao leme de um trabalho cheio de partilhas verdadeiras. E, diga-se, o meu �portinhol� que é excelente ajudou muito (risos). A Elisa foi, para mim, uma descoberta maravilhosa e a Natália, que conheço bem, merecia regressar ao palco com uma personagem de múltiplas cores e tonalidades como a Maureen. O Almeno, que há anos não via pessoalmente, foi desde o primeiro momento o “meu” Pato Dooley. Quanto ao José Mata, entrou no elenco através de um casting feito a jovens actores, e está perfeito na personagem de Ray Dooley. FB

A Rainha da Beleza de Leenane marca a estreia na encenação da actriz anos não via pessoalmente, foi desde o primeiro momento o “meu” Pato Dooley. Quanto ao José Mata, entrou no elenco através de um casting feito a jovens actores, e está

perfeito na personagem de Ray Dooley. FB

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Curtas PAG. 11Festa do Cinema Italiano traz Garrone e Bellocchio a Lisboa

Entre 21 e 29 de Maio, Lisboa acolhe a terceira edição de 8 ½ - Festa do Cinema Italiano. Para além da retrospectiva integral da obra do autor do aclamado Gomorra, Matteo Garrone (que estará em Lisboa nos dias 23 e 24, no âmbito da Festa), a edição deste ano é pautada por um conjunto de antestreias nacionais. Outro dos momentos altos desta edição é a apresentação de Vincere, de Marco Bellocchio, filme nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 2009, e que terá honras de abertura no dia 21, no Cinema Medeia Monumental. Também a obra integral de Bellocchio será exibida num ciclo organizado pela 8 ½, numa parceria com a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.

O Jogo da Política Moderna nos Paços do Concelho

De 3 de Maio a 26 de Setembro, a Galeria de Exposições dos Paços do Concelho apresenta ao público a exposição O Jogo da Política Moderna. A partir de colecções municipais da Câmara Municipal de Lisboa propõe-se uma viagem às mais diversificadas práticas de humor social e político, concebidas através de manifestações artísticas publicadas por grandes artistas ao longo da I República. Desde desenhos humorísticos a traço simples e directo às mais arrojadas e vanguardistas formas de expressão do modernismo artistico em Portugal, n´O Jogo da Política Moderna podemos apreciar o contributo de nomes como Almada Negreiros, Hipólito Collomb ou Stuart Carvalhais na imprensa de um dos períodos mais fulgurantes da história portuguesa.

Sacristia do Mosteiro dos Jerónimos abre ao público

A Sacristia do Mosteiro dos Jerónimos, construída entre 1517 e 1520, da autoria do arquitecto João de Castilho, vai abrir ao público. Segundo Gonçalo Couceiro, director do Instituto do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), a abertura ao público “salvaguarda o serviço litúrgico e a preservação das obras de arte” ali expostas, como os 14 óleos de Simão Rodrigues sobre a vida de São Jerónimo ou o armário que preenche três paredes, considerado “o melhor exemplar de mobiliário português do século XVI”, segundo o investigador Rafael Moreira. Para além destas duas importantes peças, na Sacristia dos Jerónimos está também uma representação de Nossa Senhora da Nazaré atribuída a Josefa de Óbidos.

Concurso para atribuição de ateliers municipais

Por deliberação da Câmara Municipal de Lisboa (CML) encontra-se aberto, até ao dia 14 de Maio, o concurso para a atribuição de 14 ateliers municipais, em regime de contrato de arrendamento, por quatro anos. Os interessados devem consultar o anúncio de abertura, programa, regulamento do concurso e documentação acessória no sítio da CML na internet, através do endereço www.cm-lisboa.pt/?idc=88&idi=52238.

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Deixar de ver

A partir da ideia de exílio, Pedro Cláudio concen-trou-se na figura do poeta Ricardo Reis: um homem que vê no conhecimento a salvação e que descobre na poesia o caminho soli-tário da transcendência.

Até 30 de Abril

Casa Fernando PessoaRua Coelho da Rocha, n.º 1621 391 32 70

Térmico

A análise, estudo e enten-dimento da relação entre o Homem e a natureza é o cerne do trabalho de Gabriela Albergaria. Em Térmico, a artista estudou o espaço expositivo e os jardins que envolvem o Museu da Cidade e o Pa-vilhão Branco.

Até 13 de Junho

Pavilhão Preto – Museu daCidadeCampo Grande 24521 751 32 00

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ExposiçõesLISBOA CULTURAL

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Ernesto Canto da Maia (1890-1981)

Em exposição estão cer-ca de 40 peças de um dos mais ilustres esculto-res portugueses da pri-meira metade do século XX, pioneiro do modernis-mo na escultura em Por-tugal.

Até 30 de Maio

Galeria PalácioGalveias21 817 05 34

Mistyc Diver

Exposição com muitas caras, fruto de um diálo-go constante entre vários artistas. Os contributos materializam-se de for-mas diferenciadas e cul-minam na apresentação de uma outra proposta de mundo.

Até 13 de Junho

Pavilhão Preto – Museu da CidadeCampo Grande 24521 751 32 00

Lisboa à beira Tejo(1860-2010)

Exposição de fotografia que dá a conhecer a re-lação da cidade com o rio num manancial cons-tante de surpresas que alimentam a diferença lisboeta.

Até 30 de Junho

Padrão dosDescobrimentos Av. Brasília21 303 19 50

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Em AgendaLISBOA CULTURAL

Cinema- Ciclo de Cinema - Mês da Prevenção dos Maus-

Tratos na Infância 2010 | A Turma, de Laurent Cantet

| 26 de Abril, 14h | Biblioteca Municipal Orlando

Ribeiro | Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras,

146

- IndieLisboa’10 – 7.º Festival Internacional de

Cinema Independente de Lisboa | Até 2 de Maio

| Cinema S. Jorge, Culturgest, Cinema Londres e

Cinemacity | www.indielisboa.com

Crianças- Bi e Dão | Espectáculo de marionetas | 24 de Abril

a 2 de Maio | Museu da Marioneta

www.egeac.pt

Exposições- Argentina Santos - Não Sei se Canto se Rezo | Até

30 de Abril | Museu do Fado | Largo do Chafariz de

Dentro, n.º 1 | www.museudofado.egeac.pt

- Tapeçarias de Portalegre | Até 30 de Abril | Edifício

Central do Município de Lisboa | Campo Grande,

25

- Exposição de pintura Cláudia Valentim | Até 2 de

Maio | Espaço Monsanto | 21 817 02 00

http://lisboaverde.cm-lisboa.pt

- Os meus extraterrestres | Exposição de pintura de

Adelaide de Freitas | Até 6 de Maio | Biblioteca-

Museu República e Resistência – Espaço Grandella

| 21 771 23 10

- Exposição de pintura de Rosa Maria Alves Pereira

| Até 30 de Maio | Quinta das Conchas

http://lisboaverde.cm-lisboa.pt

- Alexandre Herculano Romancista, Historiador e

Político | Mostra bibliográfica | Até 31 de Maio |

Biblioteca Municipal Palácio Galveias

Quer ir ao Indie?A Lisboa Cultural e o IndieLisboa 2010 têm 5 entradas

duplas, por sessão, para oferecer Os filmes são os seguintes:

Content, de Chris Petit (28 de Abril, 15h, Cinema Londres);

The All-Around Reduced Personality: Outtakes, de Helke

Sander (29 de Abril, 15h15, Cinema City Classic Alvalade);

e Director’s Cut Curtas – MM, Last Interview, de Guillaume

Bureau, Agosti, seul avec tous, de Gregory Robin/Sílvia

Bordoni e La notte quando è morto Pasolini, de Roberta Torre.

Para ganhar basta ser um dos cinco primeiros a ligar para o telefone 218170600. Bom cinema!

Música- Ciclo Sextas de Concertos | Saxacordeon | 30

de Abril | 21h30 | Fonoteca Municipal de Lisboa |

http://fonoteca.cm-lisboa.pt

Teatro- A Casa de Bernarda Alba | 30 de Abril | 19h45 |

Palácio da Independência

www.joaorosaoficinasteatro.wordpress.com

- A Dama de Copas e o Rei de Cuba | Até 30 de

Abril | Teatro-Estúdio Mário Viegas

www.companhiateatraldochiado.pt

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Página da RepúblicaLISBOA CULTURAL

Escolas de LisboaRuas da República: a Brincar e a Aprender...Atelier, caderno de jogos e vídeoAlunos do 1º cicloMarcações: 21 798 94 66

Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria NacionalAvenida da Índia21 364 29 09Viva a República! - 1910-2010Exposição | Abr a OutInfo: 21 340 55 00Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR)

Museu da CidadeCampo Grande 24521 751 32 00Centenário da República - 1910/2010ExposiçãoEra uma vez... a RepúblicaVisita orientada com animaçãoEnsino pré-escolarAconteceu na RepúblicaVisita orientada e atelierAlunos do 3.º Ciclo | Até 31 Dez

Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande 38221 751 32 15Zé Povinho e a RepúblicaVisita orientada e atelierAlunos do 1.º CicloBordalo e a RepúblicaVisita orientada | Até 31 DezInfo: 21 817 06 67

Paços do ConcelhoPraça do Município213 236 200SALA DO ARqUIVOA REPúBLICA MêS A MêS – CICLO DE COLóqUIOSLeis da RepúblicaCom Luis Bigotte Chorão 29 Abr: 18hOrganizado pela CML em parceria com a Fundação Mário SoaresInfo: 213 246 290

Palácio FozPraça dos Restauradores213 405 513Dos 0 aos 100 - Histórias de CientistasConcurso | Inscrições abertas até 30 Abr

Palácio Valadares Largo do Carmo, 32, Chiado210 993 913Educar. Educação para Todos. Ensino na I RepúblicaExposição | Até OutInfo: 21 340 55 00 (CNCCR)

Terreiro do PaçoTORREãO POENTE Viajar. Viajantes e Turistas à Descoberta de Portugal no Tempo da I RepúblicaExposição | Até OutTORREãO NASCENTECorpo - Estado, Medicina e Sociedade no Tempo da I RepúblicaExposiçãoInfo: 21 340 55 00 (CNCCR)

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