Transcript
Page 1: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICAfiles.direitouninove.webnode.com.br/200000113-34612355d3/Aula 5.pdf · AULA 5 PG 4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 05 • INTRODUÇÃO

AULA 5 PG 1 

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA

Page 2: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICAfiles.direitouninove.webnode.com.br/200000113-34612355d3/Aula 5.pdf · AULA 5 PG 4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 05 • INTRODUÇÃO

AULA 5 PG 2 

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 

Este material é parte integrante da disciplina “Linguagem e Argumentação Jurídica” 

oferecido  pela  UNINOVE.  O  acesso  às  atividades,  as  leituras  interativas,  os 

exercícios, chats, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser 

feitos diretamente no ambiente de aprendizagem on­line.

Page 3: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICAfiles.direitouninove.webnode.com.br/200000113-34612355d3/Aula 5.pdf · AULA 5 PG 4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 05 • INTRODUÇÃO

AULA 5 PG 3 

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 

Sumário 

AULA 05 • INTRODUÇÃO...............................................................................................................4 Tipos de argumentação...............................................................................................................4 Argumento de autoridade ............................................................................................................5 Argumento por analogia ..............................................................................................................6 Argumento ad hominem ..............................................................................................................6 Argumento a fortiori ou argumento com maior razão ...................................................................7 

BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................................8

Page 4: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICAfiles.direitouninove.webnode.com.br/200000113-34612355d3/Aula 5.pdf · AULA 5 PG 4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 05 • INTRODUÇÃO

AULA 5 PG 4 

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 

AULA 05 • INTRODUÇÃO 

Vimos na aula passada que o texto argumentativo precisa ser planejado. O plano do texto 

argumentativo,  como  qualquer  produção  textual,  de  modo  geral  passa,  primeiramente,  pela 

reflexão, pela escolha criteriosa e reflexiva do tema do texto. 

A  segunda  etapa  consiste  na  seleção  das  fontes  de  informação  para  a  coleta  de 

argumentos e na própria coleta de dados. A terceira etapa, na redação do texto e a quarta na sua 

revisão. 

1ª Etapa: Identificação da tese.  Introdução: Apresentação da tese de forma clara e bem definida. 

3ª Etapa: Conclusão.  Demonstração da verdade da tese. 

2ª  Etapa:  Construção  dos  argumentos  e estratégias argumentativas. 

Desenvolvimento:  Justificação  da  posição adotada  na  tese.  Uso  dos  tipos  de argumentação. 

Tipos de argumentação 

Já  sabemos  que  argumentar  consiste  em  apresentar  razões  justificadoras  de  uma 

proposição, de uma ideia que se pretende demonstrar verdadeira ou válida. 

Lembre­se  do  exemplo  do  advogado  que  pretende  ajuizar  ação  de  separação  com 

fundamento  na  conduta  desonrosa  do  outro  cônjuge.  Pois  bem,  nosso  colega  advogado  quer 

demonstrar que uma pessoa casada não deve apresentar­se como solteira perante a sociedade, 

especialmente, nas comunidades virtuais como o orkut, pois essa conduta é atentatória contra a dignidade do outro cônjuge, autorizando o pedido de separação judicial. 

Nesta aula veremos a argumentação de autoridade, por analogia, ad hominem e suas modalidades,  o  argumento  a  fortiori,  como  sendo  os  tipos  de  argumentação  mais comuns nos textos jurídicos. 

Iremos rever, ainda, as fases de produção do  texto argumentativo, desde a reflexão e 

pesquisa do tema e da tese até a conclusão.

Page 5: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICAfiles.direitouninove.webnode.com.br/200000113-34612355d3/Aula 5.pdf · AULA 5 PG 4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 05 • INTRODUÇÃO

AULA 5 PG 5 

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 

Vejam que nós,  juntamente ao nosso  colega  advogado,  cumprimos a primeira  etapa do 

processo de argumentação. 

Percebam que a argumentação é um processo, no qual precisamos cumprir uma série de 

etapas.  Passamos  pela  primeira,  conforme  o  quadro  anterior,  refletimos  com  o  nosso  colega 

advogado acerca do  tema, que  foi  extraído de  sua conversa  com o cliente – o cônjuge que se 

sentiu  desprestigiado  com  o  comportamento  da  esposa,  que  se  dizia  solteira  na  sua  página 

pessoal do orkut. 

Nesta  segunda  etapa,  vamos,  acompanhando  nosso  colega  advogado,  começar  a 

construir  os  argumentos,  isto  é,  vamos  apresentar  as  razões  que  justificam  a  tese  de  que  é 

conduta  desonrosa,  uma  pessoa  casada  apresentar­se  como  solteira  e  para  essa  etapa  da 

argumentação, precisamos conhecer os vários tipos de argumento que existem. 

Argumento de autoridade 

Comecemos  pelo  argumento  de  autoridade,  que  consiste  em  trazer  em  abono  da 

proposição inicial a opinião de especialistas e doutores no tema sobre o qual vamos argumentar. 

São as citações de doutrina, de artigos especializados e orientações sumuladas pelos Tribunais 

Superiores. 

Cuidado ao usar o argumento de autoridade. Não se esqueça de transcrever fielmente o 

trecho  que  dá  sustentação  à  tese  e  de  inseri­lo  entre  aspas,  colocando  o  trecho  em  fonte 

diferente, em negrito ou em itálico ou numa paragrafação diversa, ou seja, em recuo. 

Jamais  alterem  o  conteúdo  da  citação  e  nem mesmo  promova  eventuais  correções  no 

texto original, se acaso o texto encontrado e eleito como argumento de autoridade estiver escrito 

em  português  que  não  se  usa  mais,  por  conta  das  reformas  ortográficas  ocorridas  na  língua 

portuguesa. E não se esqueçam, finalmente, de transcrever as  referências bibliográficas que foi 

extraída a citação. O método costuma ser o da ABNT. 

Para  o  nosso  exemplo,  precisaríamos  encontrar  um  texto  doutrinário  ou  uma  decisão 

judicial emanada de um Tribunal Superior que  tratasse dessa questão para que a elegêssemos 

como nosso argumento de autoridade.

Page 6: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICAfiles.direitouninove.webnode.com.br/200000113-34612355d3/Aula 5.pdf · AULA 5 PG 4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 05 • INTRODUÇÃO

AULA 5 PG 6 

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 

Argumento por analogia 

É o argumento segundo se os fatos são semelhantes, a decisão devem ser a mesma. É, 

na verdade, aplicação do princípio de que as situações iguais devem ser tratadas igualmente. O 

argumento por analogia se constrói a partir da citação de jurisprudência. Assim, o recurso a esse 

tipo  de  argumento  depende  da  localização  de  uma  decisão  de  algum  Tribunal  que  tenha 

examinado uma tese semelhante àquela que se pretende demonstrar. 

No  argumento  por  analogia  também  é  preciso  tomar  uma  série  de  cuidados  com  a 

transcrição de trechos de acórdãos e para isso remetemos vocês à leitura do tópico anterior. 

É importante observar, ainda, que não basta apenas citar o trecho do acórdão que justifica 

a  tese. É preciso mostrar,  na argumentação,  como o  trecho selecionado se aplica à  tese a  ser 

defendida. 

É  preciso,  portanto,  mostrar  a  relação  que  se  estabelece  entre  a  situação  decidida  e  a 

situação a se decidir. Aliás, existe um tipo de recurso na sistemática processual em vigor, que se 

constrói basicamente com o argumento por analogia. 

Trata­se  do  Recurso  Especial  na  hipótese  de  divergência  jurisprudencial,  em  que  o 

advogado deve cotejar analiticamente dois acórdãos que retratam situações assemelhadas, mas 

que deram solução divergente para o caso. 

Esses  são  os  dois  tipos  de  argumentação  mais  usados  no  texto  jurídico,  mas  existem 

outros que recorrentemente podemos perceber. Vejamos mais alguns. 

Argumento ad hominem 

Esse tipo de argumento é direcionado contra a pessoa. Trata­se de uma falácia, isto é, de 

um erro de raciocínio, pois ao invés de dar sustentação à tese, o argumentante acaba por atacar a 

pessoa, colocando em dúvida a sua credibilidade. 

A argumentação ad hominem costuma ser muito comum nos debates políticos à época de pleitos eleitorais. Basta assistir a um debate político pela televisão para que se possa perceber o 

argumento ad hominem sendo usado. 

O  argumento  ad  hominem  pode  ser  abusivo  ou  circunstancial.  É  abusivo  o  argumento quando ele ataca o  caráter  da pessoa. Nos debates políticos,  as argumentações em  torno dos 

programas de governo cedem seu lugar para críticas aos adversários por suas alianças políticas.

Page 7: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICAfiles.direitouninove.webnode.com.br/200000113-34612355d3/Aula 5.pdf · AULA 5 PG 4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 05 • INTRODUÇÃO

AULA 5 PG 7 

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 

É  circunstancial  o  argumento  ad  hominem,  quando  o  argumentante  se  vale  de  uma especial situação em que o outro se encontra ou se encontrou em algum momento para atacá­lo. 

Na  verdade o que ocorre é a demonstração da  incompatibilidade entre a ação e o discurso do 

adversário. 

Argumento a fortiori ou argumento com maior razão 

É  também um  argumento  jurídico e,  via  de  regra,  é  usado  para buscar  a  supressão de 

omissões da  lei e, com  isso,  tornar o seu sentido mais abrangente. Trata­se de autorizar quem 

pode fazer o mais, fazer o menos. 

Deixamos para esta parte final da nossa aula a indicação de um acórdão disponível em: < 

http://www.tex.pro.br/wwwroot/00/060413adocao.pdf> que  representa um  texto argumentativo de 

uma tese bastante atual e interessante. Procurem identificar na leitura as fases de elaboração do 

texto  argumentativo,  bem  como  as  estratégias  argumentativas  e  os  tipos  de  argumento.  Boa 

leitura!

Page 8: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICAfiles.direitouninove.webnode.com.br/200000113-34612355d3/Aula 5.pdf · AULA 5 PG 4 LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA AULA 05 • INTRODUÇÃO

AULA 5 PG 8 

LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 

BIBLIOGRAFIA 

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 13 a ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 1986. p. 253­287


Top Related