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Page 1: Licenciamento Ambiental Para o Aeroporto de Cláudio, MG

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Alto São Francisco

SUPRAM-ASF Rua Bananal, 549 – Vila Belo Horizonte – Divinópolis/MG CEP 35500-036 – Telefax: (37) 3215-7220

DATA: 19/08/2009

PARECER ÚNICO SUPRAM-ASF PROTOCOLO Nº. 484948/2009 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental nº 01181/2009/001/2009 LIC DEFERIMENTO APEF - processo nº02890/2009 ---- DEFERIDA Empreendimento: Aeroporto de Cláudio CNPJ: 23.971.203/0001/0001-20 Município: Cláudio Unidade de Conservação: Não

Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco Sub Bacia: Ribeirão Boa Vista/Rio Itapecerica/Rio Pará

Atividades objeto do licenciamento: Código DN

74/04 Descrição Classe

E-01-09-0 Aeroportos 3 Medidas mitigadoras: SIM Medidas compensatórias: SIM Condicionantes: SIM Automonitoramento: NÃO Responsáveis Técnicos pelos Estudos Técnicos apresentados Registro de classe Elzo Jorge Nassaralla -Elaboração de RCA/PCA CREA 2.528/D Luiz Henrique Orsini Rodoarte CRBio 16.400/4-D

Rachel Cristina Talin Ruas CREA MG-96.390/D Processos no Sistema Integrado de Informações Ambientais – SIAM SITUAÇÃO APEF - processo nº02890/2009 Deferida Relatório de Vistoria: Nº. - ASF 163/2009 DATA: 17/07/2009 Data: 18/02/2009

Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura

Patrick de Carvalho Timochenco MASP 1.147.866-6

Helaine Sousa CREA MG 115.249/LP

Júlio César Salomé CREA MG-112.549/LP

Daniela Diniz Faria MASP 1.182.945-4 OAB/MG 86.303

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1 – INTRODUÇÃO

Este parecer refere-se ao requerimento da Licença de Instalação Corretiva - LIC, pelo Departamento de Obras Publicas do Estado de Minas Gerais, o qual pleita a instalação de um aeroporto. O referido empreendimento localizar-se-á no município de Cláudio, onde já existe uma pista de pouso e decolagem de aeronaves em terra batida. Em 22/06/2009, o Departamento de Obras Publicas do Estado de Minas Gerais formalizou o processo de licença de operação corretiva para a atividade de aeroportos classificada pela DN COPAM 74/04 pelo código E-01-09-0 – Aeroportos. A área total do empreendimento é 9,8 ha, sendo classificado como de grande potencial poluidor/degradador e pequeno porte, portanto classe 3. Segundo os estudos apresentados, pretende-se implantar o aeroporto de forma a dar suporte ao crescimento da cidade de Cláudio, possibilitando a operação de aeronaves com capacidade para 50 passageiros, do tipo ATR 42-300. Em 17/07/2009 o empreendimento foi fiscalizado no âmbito do licenciamento, conforme Auto de Fiscalização Nº. 163/2009. Basicamente a área percorrida na vistoria é ocupada por plantio de cana de açúcar, pista de terra batida e vegetação de cerrado. Além disso, constatou-se que a nova pista será implantada a montante (sul) da atual, sendo que dista aproximadamente 70m a oeste, e a leste, intercepta a atual pista. Após a fiscalização os técnicos da SUPRAM ASF entenderam que o processo deveria ser reorientado para Licença de Instalação Corretiva. Assim foi gerado um FOB retificador n°. 225442/2009 A, em referencia ao FCEI R221839/2009, reorientando o processo para Licença de Instalação Corretiva. Além disso, a obra demandará corte e aterro no terreno, sendo informado que todo o material cortado será reutilizado na terraplanagem do empreendimento. E também haverá intervenção de áreas com cultivos de cana de açúcar e vegetação natural de cerrado.

A partir da análise interdisciplinar do processo, decidiu-se pela solicitação de informações complementares ao processo, as quais foram protocoladas na SUPRAM-ASF em 07/08/2009, segundo protocolo número R256811.

Os estudos ambientais (RCA e PCA) foram realizados pela empresa ENECON S.A. – Engenheiros e Economistas Consultores.

1.1. - LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO O sítio aeroportuário está localizado a 7 km da sede do município de Cláudio, localizado na região central do Estado de Minas Gerais, distante cerca de 141 km de Belo Horizonte, com acesso através da rodovia estadual pavimentada MG-260.

2 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

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O empreendimento em analise trata-se de construção de uma pista de pouso, pátio principal de aeronaves e pista de táxi do Aeródromo de Cláudio, mediante aplicação de revestimento em concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) na pista de pouso, no táxi e no pátio de aeronaves.

A pista existente é em revestimento primário com área de 3,05 ha. A mesma não apresenta características referentes ao Plano Básico de Zona de Proteção daí sua substituição pela nova pista com novas instalações. As novas instalações contarão com uma pista de pouso e decolagem de 1.000 m x 30 m, categoria 1C (apesar de sua configuração ser 2C em virtude da aeronave de projeto ATR 42-300, VFR diurno/noturno); faixa de pista preparada 1.120 m x 80 m, táxi de ligação, de 65 m x 18,00 m; pátio de estacionamento de 120 m x 60 m; construção de um terminal de passageiros (TEPAX), execução de cerca padrão ICAO, além da retirada de árvores e postes existentes, sinalização de torres de alta tensão, torres de telefonia móvel celular, de postes e morros, que venham a constituir obstáculos à navegação aérea e para atender ao estipulado na Portaria nº 1.141/GM5 de 1987. O projeto do aeródromo de Cláudio está em obediência ao Plano Básico de Zona de Proteção, da Portaria Nº. 1.141/GM 5, de 08 de dezembro de 1987, do Ministério da Aeronáutica com o tipo de operação pretendida (VFR, IFR não precisão e precisão). A área patrimonial do aeródromo é de 23,14,21 ha. Apresenta topografia ondulada/suave e forte atividade humana. Atualmente nesta área, encontra-se a pista atual e usos rurais como plantio de cana, e remanescentes de áreas de pastagens com alguns adensados de vegetação arbóreo/arbustiva antropizada. As dimensões projetadas para o aeródromo possibilitam capacidade de pouso e decolagem de aeronaves de pequeno e médio porte, conforme especificado na tabela abaixo.

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A seleção dos aeroportos foi baseada em distribuição estratégica no Estado, na densidade populacional, nas áreas econômicas, nas melhorias previstas no Plano Aeroviário do Estado de Minas Gerais – PAEMG e nos pareceres técnicos, resultado das vistorias realizadas pelo Comando da Aeronáutica em parceira com o Estado. O aeródromo de Cláudio está incluído no Programa Aeroportuário de Minas Gerais – PROAERO, um programa de adequação, ampliação e melhoria na malha aeroportuária do Estado de Minas Gerais que objetiva prover de acesso aeroviário todas as regiões de Minas Gerais, que possui uma extensa rede de aeroportos. São 151 na categoria pública que compõem o Plano Aeroviário do Estado de Minas Gerais – PAEMG. 2.1 – ZONAS DE PROTEÇÃO DO AEROPORTO

A segurança das operações aéreas em um aeroporto depende da adequada manutenção da infra-estrutura e das suas condições operacionais, que são diretamente influenciadas pela utilização do solo urbano no entorno dos aeroportos. A existência de atividades que desrespeitem os gabaritos da zona de proteção, criando obstáculos e/ou que venham a atrair pássaros poderá gerar ameaças à segurança de vôo e, assim, impor limitações à plena operação aeroportuária. Dentro deste contexto ambiental, também observa-se que um dos principais problemas das comunidades localizadas próximas aos aeroportos é a poluição sonora gerada pela operação das aeronaves a jato. Para impedir que essa externalidade se intensifique, cabe à municipalidade controlar o uso e o adensamento da ocupação do solo nessas áreas, o que, a rigor, já é previsto pela Constituição Federal em seu art. 30. Este artigo estipula que a responsabilidade pelo planejamento urbano, estruturação, ordenamento e controle do uso do solo urbano recaia sobre os governos municipais, que devem também observar os dispositivos normativos constantes da legislação federal sobre o assunto.

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Com base nesses aspectos, foram instituídas restrições para coibir a implantação de empreendimentos inadequados nas áreas de entorno, conforme estabelece o Código Brasileiro de Aeronáutica, Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, em seu art. 43. Os Planos de Zona de Proteção do Aeroporto, juntamente com o Plano de Zoneamento de Ruído estão previstos pelo art. 44 do Código e regulamentados pela Portaria Nº. 1.141/GM5, de 08 de dezembro de 1987, que deverá obedecer às características para: - Código de pista: 2, em virtude da aeronave; - Tipo de operação: VFR (diurna/noturna); - Faixa de pista: 1.120 m x 80 m; - Área de aproximação e decolagem: rampa 1/25 e ângulo 6º; - Área de transição: 1/5. O Plano de Zona de Proteção de Aeroportos (PZPA) tem por finalidade regulamentar e organizar o uso do solo nas áreas circunvizinhas aos aeródromos, sendo um documento de aplicação genérica ou específica composto por um conjunto de superfícies imaginárias, bi ou tridimensionais, que estabelece as restrições impostas ao aproveitamento das propriedades localizadas dentro da zona de proteção de um aeródromo. A Câmara Municipal de Cláudio deverá sancionar o projeto de Lei Complementar que dispõe sobre o zoneamento de uso do solo na Zona de Proteção do Aeroporto. Este zoneamento, visa eliminar ou impedir que se instalem edificações e atividades que se constituam em perigo aeroviário, obedecendo a legislações específicas. Para tanto, será considerada Zona de Proteção de Ruído do Aeródromo de Cláudio – ZPR a área, representada por superfícies imaginárias, sujeita a níveis críticos de incômodo causado pelo ruído das aeronaves de acordo com o Plano Básico de Zoneamento de Ruído – PBZR, que é constituído de duas curvas denominadas curvas de Nível de Ruído 1 e 2, que delimitam três áreas de ruídos, representadas pela figura 1, quais sejam: - Zona de Ruído I: composta pela área de 100 metros para cada lateral da pista prolongando até 300 metros para cada cabeceira e, por estar mais próxima à pista, resulta num ruído mais intenso, podendo causar sérios problemas de incômodo conforme o tempo de exposição; - Zona de Ruído II: composta pela área de 200 metros para cada lateral da pista prolongando até 500 metros para cada cabeceira, excluindo a Área I e, por estar numa faixa intermediária, o ruído e o incômodo são menores, tornando possível a instalação de algumas atividades, mas restringindo a implantação daquelas ligadas à saúde, educação e cultura; - Zona de Ruído III: composta pela área com distância superior ao limite da área II e, por estar numa região mais afastada da pista, não são registrados níveis de incômodo mais significativo e, portanto, não são estabelecidas restrições ao seu uso. A seguir é apresentada a figura demonstrando as curvas de nível de ruído 1 e 2 e Áreas de Ruído I, 2 e 3.

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Figura 1: Curvas de Nível de ruído

Na área 1 são permitidas a implantação, o uso e o desenvolvimento das atividades abaixo: produção e extração de recursos naturais (agricultura, piscicultura, silvicultura, mineração e atividades equivalentes), serviços públicos ou de utilidade pública (estação de tratamento de água e esgoto, reservatório de água, cemitério, equipamentos urbanos equivalentes); comercial (depósito e armazenagem, estacionamento e garagem para veículos, feiras livres e equipamentos urbanos equivalentes); recreação e lazer ao ar livre (praças, parques, áreas verdes, campos de esportes e equipamentos urbanos equivalentes); transporte (rodovias, ferrovias, terminais de carga e passageiros, auxílio à navegação aérea e equipamentos urbanos equivalentes) e industrial. Na área 2 não são permitidos o desenvolvimento de atividades residencial, saúde: (hospital, ambulatório, consultório médico, asilo), educacional (escola, creche, equipamentos urbanos equivalentes), Serviços Públicos ou de Utilização Pública (hotel e motel, edificações para atividades religiosas, centros comunitários e profissionalizantes e equipamentos urbanos equivalentes), cultural (biblioteca, auditório, cinema, teatro e equipamentos urbanos equivalentes). As atividades acima referidas poderão ser eventualmente, autorizadas pelos órgãos municipais competentes, mediante aprovação do Departamento de Aviação Civil – DAC. Eventuais restrições ao uso do solo na área 3, decorrentes dos níveis de incômodo sonoro, serão estabelecidas pela Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Cláudio. De acordo com as características locais, foi desenvolvido para o Aeródromo de Cláudio o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeroportos (PBZPA), que é estabelecido de acordo com o comprimento básico da pista (nível médio do mar, temperatura padrão e gradiente nulo), e tipo de operação pretendida (VFR, IFR não precisão e precisão). O aeródromo de Cláudio terá sua pista executada para 1.000 m. Desta forma, visando a proteção total do sítio aeroportuário, o comprimento básico de pista é de 740 m, calculado no Projeto Geométrico. 3 – VISTORIA

Em 17/07/2009, a equipe técnica da SUPRAM-ASF realizou vistoria no empreendimento onde foi verificado que:

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? O local de implantação da obra situa-se na margem direita da rodovia MG 260, sentido BR 494 – cidade de Cláudio, dista 7 km desta cidade.

? Basicamente a área que foi percorrida na vistoria é ocupada por plantio de cana de açúcar, pista de terra batida e vegetação de cerrado.

? Existe na área uma pista de terra batida cascalhada com dimensões aproximadas de 1000mX30m, que opera com baixa freqüência de pouso e decolagem.

? Verificou-se em loco que a nova pista será implantada a montante (sul) da atual, sendo que dista aproximadamente 70m a oeste e a leste intercepta a atual pista.

? A obra demandará corte e aterro no terreno. Foi informado que todo o material será reutilizado na terraplanagem. Ainda demandará a intervenção em área com cultivos de cana de açúcar e vegetação do tipo cerrado.

? Há uma lagoa artificial no extremo leste do empreendimento. Foi informado que a APP de 30m será preservada. Atualmente é ocupada por capim baquiaria com arvores dispersas.

? Há uma linha de distribuição de energia no limite leste da área de segurança.

? Foi percorrida a área que demandará a supressão de vegetação do tipo cerrado e cerradão.

4 – DISCUSSÃO

Para a implantação do aeroporto, inicialmente será realizado o serviço de desmatamento, destocamento e limpeza a serem efetuados em toda área a ser terraplenada, delimitada pelas poligonais dos off-sets, definidas nas notas de serviço e representadas no Projeto de Terraplenagem. O desmatamento compreende o corte e a remoção de toda a vegetação, devendo ser atingida a espessura média de 20 cm de camada vegetal abaixo do nível do terreno natural. O destocamento e limpeza compreendem as operações de escavação e remoção total dos tocos e a remoção da camada de solo orgânico. A camada vegetal retirada deverá ser estocada para posterior utilização na revegetação das áreas trabalhadas. O projeto de terraplanagem foi desenvolvido de forma a compatibilizar com a geometria da área onde será implantado o conjunto pista/táxi/pátio de estacionamento e minimizar os volumes de cortes e de aterros. As declividades das seções transversais e longitudinais estão de acordo com as descrições do Anexo 14 da OACI e os mínimos indicados nas normas e recomendações do Ministério da Aeronáutica.

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O projeto de terraplenagem foi desenvolvido de forma a elevar o greide, com execução de aterro, para a implantação do projeto. As seções transversais foram estabelecidas de forma a proporcionar um rápido escoamento das águas superficiais. O perfil longitudinal foi estabelecido de acordo com as prescrições do ANEXO 14, da OACI, restringindo-se as declividades ao mínimo, tendo em vista a melhor adaptação às condições topográficas e à elevação do greide da pista de pouso. Além de se procurar estabelecer uma configuração que conduza a melhores condições técnicas da pista, também se atentou para a determinação de menores distâncias de transporte.

Em reunião realizada com o DEOP e a ENECON em 07/08/09, foi informado que não haverá bota fora. Sendo todo o volume de material resultante do corte do terreno utilizado no corpo do aterro e acabamento da terraplanagem. O projeto contempla também um sistema de drenagem que envolvera todo o empreendimento. Na formulação do projeto geométrico, além das Normas Internacionais aplicáveis, foram considerados os resultados de estudos realizados pela Comissão de Estudos e Coordenação de Infra-estrutura Aeronáutica, no tocante ao planejamento dos Aeródromos de médio e pequeno porte. A área de movimento abrange a pista de pouso, a pista de táxi, o pátio e as áreas acessórias, como acostamento e faixa de pista.

4.1 - Projeto de Pavimentação

Os pavimentos da pista de pouso e decolagem, da pista de taxiamento e do pátio de estacionamento das aeronaves a serem construídos foram calculados para o peso máximo de decolagem (PMD), considerado para dimensionamento do pavimento 16.700 kg (36.790 lb) que corresponde ao da aeronave ATR 42-300.

A estrutura projetada para o pavimento da pista, táxi e pátio são mostrados a seguir.

- Revestimento (CBUQ faixa 2 – 5 cm)

- Revestimento (Binder faixa 1 ou 2 – 5 cm)

- Base de brita graduada (CBR = 80% – 15 cm)

- Sub-base de solo estabilizado granulometricamente (CBR =20% – 10 cm)

A estrutura projetada para o pavimento do acostamento é mostrada a seguir.

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- Revestimento (lama asfáltica faixa 2 – 6 mm)

- Base de solo estabilizado granulometricamente (CBR ?40% - 20 cm)

A estrutura projetada para o pavimento do acesso e estacionamento de veículos é mostrada a seguir. - Revestimento (capa CBUQ faixa 4) – 5 cm

- Base de solo estabilizado granulometricamente (CBR ?40% - 20 cm)

4.2 - PROJETO DE SINALIZAÇÃO ? Sinalização Horizontal (Diurna)

Será executada a pintura de sinalização da pista de pouso, no pátio principal de aeronaves e na pista de táxi.

A orientação básica considerada na elaboração do projeto de sinalização foi a de estabelecer confiabilidade e segurança nas operações das aeronaves durante o dia e constará das pinturas das linhas do eixo, das bordas da pista, número das cabeceiras e pintura de bordas no pátio principal de aeronaves.

Estes serviços obedecerão as seguintes normas técnicas:

- NBR-8169 – Tinta para sinalização horizontal de pistas e pátios em aeroportos;

- NB-763 – Execução de sinalização horizontal de pistas e pátios em aeroportos – procedimento;

- Item P-620 – “Runway and Taxiway Painting” – AC 150/5370-10 “Standards for Specifying Construction of Airports” – FAA.

? Sinalização Luminosa (Noturna)

Para a implantação da sinalização será necessária a execução dos seguintes serviços:

- escavações no terreno para implantação da caixa de energia elétrica para balizamento

noturno (Sinalização Luminosa);

- redes e linhas de dutos;

- caixas de concreto;

- maciços de concreto;

- caixas de passagem;

- caixas de inspeção;

- poços de aterramento;

- lançamento do condutor de aterramento e ligações;

- recomposição do terreno;

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- lançamento dos cabos dos circuitos;

- instalação das unidades de luz;

- instalação e montagem de equipamentos na subestação e painéis;

- lançamento dos cabos de controle;

- instalação de farol de aeródromo e luz de obstáculo;

- montagem da biruta iluminada e luz de obstáculo;

- redimensionamento e manutenção do sistema de emergência;

- iluminação do pátio de estacionamento de aeronaves.

O material proveniente da escavação será destinado à execução da recomposição do terreno.

5- CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS O canteiro de obras poderá ser instalado na região das futuras instalações do terminal de passageiros, sendo constituído de fossa séptica, escritórios, alojamentos, refeitório, oficina mecânica, almoxarifado, guaritas, vestiários, sanitários, laboratórios e fontes de abastecimento de água e luz, utilizando-se da infra-estrutura urbana. - A guarita será localizada no acesso ao canteiro e tem por finalidade abrigar o pessoal de vigilância e controlará o fluxo de entrada e saída de pessoas e veículos. - O escritório deverá abrigar a administração da obra, dividido em: gerência, divisão administrativa, divisão de projeto e divisão de produção. - No laboratório serão realizados os estudos e ensaios de controle tecnológico de execução da obra. Compreenderão setores para ensaios de solos, materiais betuminosos e concreto estrutural. - O almoxarifado terá por finalidade receber, armazenar, distribuir e controlar os materiais e ferramentas que serão utilizados nas obras. - A oficina mecânica terá por finalidade atender às solicitações de caráter preventivo e corretivo dos equipamentos e veículos em operação na obra. Para a localização do canteiro de obras foi levada em consideração a distância significativa entre as instalações industriais, os assentamentos urbanos e as unidades administrativas próximas às comunidades existentes. Outro fator de grande importância que foi considerado foi o da localização do canteiro de obras localizado fora de área de preservação permanente. Consideram-se como condições básicas para a instalação do canteiro: a) Geral

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- As áreas destinadas ao estoque de agregados, asfalto ou usinas devem ser limpas durante as operações. Tanques de asfalto, tambores, materiais inservíveis, devem ser recolhidos e dispostos adequadamente. - Deverão ser adotados cuidados para evitar represamento e empoçamento de água que produzam áreas insalubres naturais, causa de proliferação de mosquitos e outros vetores. - Os solos vegetais removidos de área destinada à instalação do canteiro de obra deverão ser estocados em local não sujeito à erosão, devendo ser reincorporados à área de origem após a desmobilização. - Os acessos internos de circulação do canteiro deverão ser mantidos em boas condições de tráfego para os equipamentos e veículos da construção e da fiscalização até o encerramento da obra. - Os acessos internos de circulação deverão ser mantidos em boas condições de tráfego para os equipamentos e veículos. - Os depósitos de materiais ao tempo deverão ser feitos de forma a proteger o solo de contaminações pela estocagem. No caso de materiais inertes (areia, brita, etc.) deverão ser feitas contenções para evitar e espalhamento. - A manutenção preventiva e corretiva permanente das máquinas e equipamentos em operação na obra será efetuada, sobretudo, considerando a geração de ruídos, gases e as condições de segurança operacional. - Deverão ser tomadas as medidas de prevenção de particulados provenientes a operação de máquinas e equipamentos (aspersão de água nas pistas de acesso, aspersão de água em cargas que liberem particulados, cobertura de cargas transportadas com pequena granulometria). - Oficinas de veículos pesados e leves, de carpintaria e tanques de combustível deverão ficar afastadas dos dormitórios e próximos ao abrigo de resíduos para facilitar a logística de descartes perigosos reduzindo a probabilidade de contaminação do solo durante o transporte do material contaminado da fonte geradora até o local de armazenagem. b) Sistema de Saneamento Básico - Abastecimento de Água O sistema de abastecimento deverá ser protegido contra contaminação, especialmente caixa d´água e poços, através da escolha adequada de sua localização, uso de cercas, fechamentos e coberturas. O abastecimento de água e controle contra contaminação em todo o canteiro de obras deverá observar o disposto na Resolução CONAMA 020/96 e demais dispositivos que regem ao assunto. Efluentes Líquidos - As áreas utilizadas como canteiro de serviço deverão ter os efluentes, tais como graxas e óleos utilizados na limpeza e manutenção de equipamentos das oficinas de campo, controlados através de dispositivos de filtragem e contenção.

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- Os efluentes líquidos gerados no canteiro (efluentes sanitários, efluentes domésticos, efluentes industriais das instalações de manutenção) deverão ser coletados em redes implantadas separadamente para os efluentes domésticos e sanitários e outra para os industriais. Para os óleos e graxas devera ser apresentado projeto com cronograma de execução para a caixa de separação e acumulação, além de procedimentos de remoção adequados.

- A disposição final dos efluentes deverá observar a normatização estabelecida pelo órgão ambiental, concessionário local e restrições ambientais da área de destino.

- O tratamento dos efluentes domésticos deverá contar com fossas sépticas, conforme Norma ABNT – NBR 7229, não sendo permitido o uso de valas a céu aberto ou de caixas sem tampas adequadas.

- As águas de lavagem de veículos e peças, as águas de drenagem dos pátios de estocagem de materiais e derivados de petróleo, como os óleos lubrificantes utilizados, deverão passar pela caixa separadora de água e óleo CSAO.

- Os resíduos oleosos retidos da CSAO deverão ser removidos e armazenados em tanque apropriado para posterior reciclagem em indústrias especializadas. A armazenagem desses resíduos deverá ser feita em local de piso impermeável e dotado de sistema retentor de óleo para evitar os riscos de contaminação de águas e solos nas áreas próximas. - A lavagem de veículos, equipamentos ou peças nos corpos d’água, gerando riscos de contaminação por resíduos graxos e oleosos é terminantemente proibida.

- O abastecimento de combustível deverá ser feito através de bomba transferidora manual. - A contaminação ambiental poderá ocorrer em casos de má operação ou vazamentos. Neste caso, o solo contaminado deverá ser removido e encaminhado para tratamento adequado. Resíduos Sólidos - A coleta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos deverão ser realizados em locais adequados, observando-se o disposto na Resolução CONAMA 05/93.

- A separação do lixo orgânico do inorgânico é recomendável, podendo-se dar tratamento diferenciado a cada caso, inclusive visando à reciclagem.

- O lixo orgânico produzido nos canteiros e demais locais das obras deverá ser recolhido com freqüência adequada, de forma a não produzir odores ou proliferação de insetos. É terminantemente proibida a disposição de recipientes descartáveis e restos de alimentos junto às praças de obra, sendo obrigatório manter lixeiras para esse fim, a serem recolhidas e esvaziadas diariamente.

- A queima de lixo a céu aberto não é permitida. - Os resíduos sólidos industriais compostos de peças de reposição inutilizadas, filtros e embalagens de papel, plástico e outros derivados de petróleo, trapos utilizados na limpeza

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de peças de madeira, deverão ser objeto de coleta seletiva, separando-se os resíduos metálicos, os de papel não contaminados, os inertes e os contaminados por derivados de petróleo.

- Os resíduos metálicos e de papel deverão ser enviados para usina de reciclagem e os contaminados com derivados de petróleo, como as estopas, deverão ser recolhidos por uma empresa licenciada para tal atividade. Os pneus descartados deverão ser armazenados para posterior utilização em processadoras de borracha, atendendo a Resolução CONAMA 258/99. c) Desmobilização do Canteiro de Obra Após o término das atividades a área utilizada para a implantação e operação do canteiro de obra deverá ser desocupada e recuperada. Algumas medidas deverão ser feitas: - remoção de quaisquer obstáculos decorrentes das obras e estruturas construídas; - regularização topográfica do terreno, eliminando-se pontos onde foram realizados cortes e aterros; - recuperação da área mediante a implantação de vegetação, de acordo com quantitativo apresentado neste relatório. - a destinação final dos resíduos gerados deverá ser a mesma definida para os demais resíduos citados no presente estudo. 4 – USO DE RECURSO HÍDRICO, APEF, INTERVENÇÃO EM APP E RESERVA LEGAL

4.1 – RESERVA LEGAL

No Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento (FCEI) o empreendedor declara que empreendimento situa-se em zona urbana do município de Cláudio. No entanto quando da apresentação da Declaração da Prefeitura Municipal de Cláudio emitida em 27/08/2009, verifica-se que as áreas localizadas a margem direita da Rodovia MG 260 registrada no CRI local sob as matriculas n°. 3.687, 3.927, 3.928 e 3.929, situam em perímetro urbanizavel do município, por força do disposto da lei municipal 1.136/2006. Diante desta declaração, a SUPRAM entende que o Empreendimento não situa em área urbana e há necessidade de averbação da Reserva Legal.

Sabendo que a área do Aeroporto encontra-se em estado de desapropriação, a Empresa juntamente com os proprietários dos imóveis, matriculados sob os nº 3.927, 3.928, 3.929 e 12.329 (Fazenda Santa Inês) optam por regularizar a reserva legal destes imóveis. Sendo que, procedida à averbação das reservas legais das matriculas citadas, consequentemente, estará sendo regularizada à reserva legal da área do aeroporto. Ressaltando que a reserva legal do imóvel matriculado sob o nº 3.687 esta regularizada.

Para isso, o DEOP protocolou nesta Superintendência Termos de Anuência, onde os proprietários dos imóveis matriculados sob os números citados, Sr. Múcio Guimarães Tolentino e Sra. Francisca Rocha Tolentino concedem anuência ao Empreendedor para proceder à averbação das reservas legais dos referidos imóveis rurais.

Requerimento do Sr. Múcio Guimarães Tolentino datado em 19/08/2009, solicita averbação de reserva legal nos imóveis rurais registros sob o nº 12.329 do livro 2 no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Cláudio, localizadas no município de

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Cláudio/MG. Os referidos imóveis possuem área total de 46,23 hectares. A gleba de reserva legal proposta perfaz uma área total de 9,24,60 hectares. A área proposta como reserva legal para o imóvel pertencente ao Sr Múcio, localiza-se na divisa leste da área, sendo que, mais a norte faz divisas com a área de reserva legal do imóvel matriculado sob o nº 3687. Esta área pode ser caracterizada por ocupar uma encosta voltada para oeste, indo até área de preservação permanente de uma micobacia hidrográfica que verte para norte. A vegetação é caracterizada por um Cerrado/Cerradão em estagio média a avançado de regeneração natural, vegetação fechada de sub-bosque denso, diversificada, com destaque para as espécies: Canelas, Óleo copaíba, Pindaiba Jacarandá canzil, Dedaleiro, Jacarandá mineiro, Cipó prata e outras. Entre as várias espécies, sobressai a espécie Sucupira branca que ocorre com grande freqüência. Requerimento do Sra. Francisca Rocha Tolentino datado em 19/08/2009, solicita averbação de reserva legal nos imóveis rurais registros sob o nº 3.927, 3.928 e 3.929 do livro 2 no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Cláudio, localizadas no município de Cláudio/MG. Os referidos imóveis possuem área total de 149,58 hectares. As glebas de reserva legal somadas perfazem uma área total de 30,38 hectares. A área proposta como reserva legal para os imóveis pertencentes a Sra Francisca Rocha Tolentino é composta por três glebas de reserva legal, sendo que uma (reserva legal 1) localiza-se nas divisas entre as glebas denominadas 1 e 2. A reserva legal 1 pode ser caracterizada por ocupar uma encosta voltada para leste, indo até a área de preservação permanente do curso hídrico situado a jusante. A vegetação é caracterizada por um Cerrado/Cerradão em estagio média a avançado de regeneração natural, vegetação fechada de sub-bosque denso, diversificada, com destaque para as espécies: Canelas, Óleo copaíba, Pindaiba Jacarandá canzil, Dedaleiro, Jacarandá mineiro, Cipó prata e outras. Entre as várias espécies, sobressai a espécie Sucupira branca que ocorre com grande freqüência na encosta voltada para oeste. A reserva legal 2 situa-se a leste da gleba 2, trata-se de uma vegetação caracterizada por pastagem arborizada, predomínio da espécies Sucupira branca no dossel superior e Cerrado. A reserva legal 3 situa a sul da gleba 3 é caracterizada por vegetação de Cerrado. Consta anexos ao processo de APEF, a planta topográfica e o memorial descritivo com os rumos, coordenadas planas, marcos e distâncias da gleba de reserva legal a ser demarcada nos imóveis rurais matriculados sob os nº 3.927, 3.928, 3.929 e 12.329. 4.2 – AUTORIZAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO FLORESTAL (APEF)

No Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento (FCEI) o empreendedor declara que a implantação do empreendimento demandará supressão de vegetação nativa. Diante destas declarações é gerado o processo de APEF nº 02890/2009, específico para a regularização da supressão de vegetação nativa. O processo foi formalizado em 22/06/2009. Requerimento da Empresa de 28/05/2009 solicita autorização para supressão de vegetação com a finalidade de implantação do aeroporto de Cláudio, nos imóveis constantes do auto de imissão de posse correspondente à parte das matriculas nº 3.387, 3.927, 3.928 e 3.929. O material lenhoso gerado com a supressão da vegetação será

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doado aos proprietários lindeiros. No entanto, conforme a Síntese de Reunião nº 45/2009 de 19/08/2009, especificamente, quanto aos moirões a serem gerados com o desmate, ficou estabelecido que o DEOP irá doar este material ao IEF.

Ressaltamos que, quando da regularização da supressão de vegetação há necessidade da caracterização da área de intervenção. Para isso, a Empresa apresentou um inventário florestal. Neste documento define-se como finalidade do projeto a construção da pista de pouso, pátio de aeronaves e pista de táxi. Para a identificação da composição florística do remanescente florestal a ser suprimido foram realizadas pesquisas bibliográficas e avaliação de campo (caminhadas em transectos). Na área diretamente afetada pela instalação do empreendimento, a vegetação de Cerrado apresenta fitofisionomias de cerrado sensu stricto e cerradão. Nesta área, foram identificadas 14 famílias e 30 espécies. Nos locais com vegetação natural, situados no entorno da área de implantação da obra, ocorrem às mesmas espécies. Quanto aos impactos gerados com a supressão de vegetação foram apontados a perda de habitat e aumento da pressão antrópica sobre os remanescentes florestais. Como ação para mitigar os referidos impactos prevê-se um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, Projeto Técnico de Reconstituição de Flora para o entorno da área do empreendimento, adensamento dos remanescentes objetivando a formação de corredores e preservação de faixa remanescente de vegetação anterior à lagoa artificial. Estes projetos visam à recuperação da área do entorno do empreendimento. No entanto faz-se, necessário o detalhamento dos Programas citados, quanto aos locais de aplicação, metodologia e cronograma executivo. Como compensação ambiental aos impactos previstos, a Empresa sugere a preservação de um remanescente florestal, identificado com área verde (planta geral). O referido fragmento florestal, situado a norte, anterior a rodovia, possui área de 17.397,841 m2. Diante da implementação do projeto de reconstituição de flora, sugere-se a interligação deste fragmento com a APP da lagoa artificial. Com esta configuração, será permitida a interligação do fragmento florestal a APP, de maneira a cumprir o objeto de formação de corredores e preservação de parte do entorno do empreendimento, alem do acréscimo de aproximadamente mais 6788 m2 na área de compensação. Deve ser ressaltado, que a proposta inicial apresentada no inventário florestal, previa a preservação de uma segunda área verde situada à sudeste, no entanto, trata-se de área de terceiros. Portanto, quando da efetivação do corredor da área verde norte com a APP da lagoa, conseqüentemente esta segunda área verde será interligada pela área vizinha. Conforme consta no Relatório de Vistoria NºS 163/2009 o local de implantação das obras demandará a intervenção em área com cultivo de cana e vegetação natural de Cerrado. A vegetação natural a ser suprimida inicia-se na estaca 38, trata-se de vegetação de cerrado ralo com solo forrado pelo Capim braquiaria, bastante antropizada. A partir da estaca 43 (coordenadas UTM X=519707 e Y=7739136) até a estaca 52, o cerrado demonstra-se mais adensado, maior diversidade de espécies e raleamento do capim braquiaria. Diante da caracterização, pode-se inferir que o trecho é Cerrado em estagio inicial a médio de regeneração natural. O trecho da estaca 52 ao extremo leste da área de supressão, a vegetação é Cerradão de porte alto, denso, estagio médio a avançado. Quanto à

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composição florística, às espécies são comuns em todo o fragmento florestal. Sobressaem às espécies: Pimenteira, Pau terra, Pau-terrinha, Pequi, Siparuna, Cagaita, Barbatimão, Unha de vaca, Quaresmeiras e outras. Entretanto, a espécie mais abundante é Sucupira branca (Pterodon pubencens). A divisa do extremo leste do imóvel é feita anterior a uma pequena lagoa artificial. Segundo informado, o limite leste da área de segurança do empreendimento é uma linha de distribuição de energia instalada. Diante de uma medição da linha de distribuição de energia ao limite da propriedade, verifica-se que esta área é APP. Esta faixa de APP é caracterizada por uma área de pastagem plantada (braquiaria) com árvores dispersas. Declaração do Empreendedor, aferida no inventario florestal confirma a presença de duas espécies protegidas por lei ocorrendo na vegetação a ser suprimida: Pequizeiro (Caryocar brasiliense) e Ipê amarelo (Tabebuia ochracea). A espécie vegetação denominada Caryocar brasiliense é protegida pela Lei 10.883/1992. O artigo 2º da referida lei, prevê o abate do Pequizeiro mediante prévia autorização, quando necessário à execução de obras, de planos, de atividades ou de projetos de utilidade pública ou de relevante interesse social. O ipê amarelo é protegido pela Lei nº 9.743/1988. O art. 2º desta lei permite a supressão total ou parcial desta espécie com prévia autorização do Poder Executivo, quando necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. No seu parágrafo único é previsto que na hipótese da supressão, os responsáveis serão obrigados ao imediato replantio do número de árvores abatidas. Diante disso, será condicionado ao Empreendedor realizar o plantio da espécie no projeto PTRF a ser implementado para a reconstituição da APP da lagoa e corredor de interligação entre área de compensação ambiental e a APP. Com base nas coordenadas georreferenciadas da poligonal da área requerida para o desmate, calcula-se uma área de vegetação a ser suprimida de 22.633,44 m².

Roteiro perimétrico da área objeto da intervenção:

coordenadas UTM (datum SAD 69, fuso 23K) pontos

X Y 1 519658 7739187 2 519639 7739110 3 519968 7739080 4 520055 7739071 5 520060 7739111 6 519996 7739117 7 519951 7739125

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Ressalta-se que não estão autorizadas intervenções de qualquer natureza em área de preservação permanente e aquelas que não tenham sido indicadas e locadas na planta topográfica e no ato da vistoria, mesmo que constarem da área liberada. Quanto ao volume de madeira a ser gerado com a supressão da vegetação, de acordo com a planta apresentada, a área pretendida à supressão de vegetação compreende uma faixa de terra com dimensões aproximadas de 410 x 55,2m compreendendo as estacas 38 a 55 do estaqueamento estabelecido no projeto, totalizando 22.633m2 (2,2633 hectares). Para esta área de intervenção, foi estimado um rendimento lenhoso de 586,00m3. Para o cálculo do volume de tocos e raízes é adotado o percentual de 20% sobre o rendimento lenhoso, portanto será gerado um volume adicional de 117,2m3. Ainda, considerando a ocorrência da espécie Sucupira branca e sabendo que esta espécie vegetal tem importância regional, quanto ao seu uso como moirões de cerca, serão convertidos parte do rendimento lenhoso para esta finalidade numa proporção de 50% do volume total. Quadro - Área requerida e estimativa de rendimento lenhoso

Proprietário: Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais Propriedade: Fazenda Santa Inês Área da propriedade (ha): 23,14,21 hectares Vistoria: Licenciamento ambiental para concessão de LP+LI, em 17/07/2008 Tipo de exploração pretendida: 1 - (X) Desmate;

2 - ( ) Aproveitamento de árvores isoladas; 3 - (X) Destoca; 4 - ( ) Corte raso sem destoca; 5 - ( ) Corte seletivo; 6 - ( ) Outros.

Discriminação Total (em ha) % no Todo

Área total da propriedade 23,14,21 100,00 Área de reserva legal (ARL-ha): demarcação nos registros de origem, matrículas

nº 3927, 3928, 3929, 12.328 e 12.329. Área requerida para desmate (ARD – ha): 2,26,33 9,78 Área liberada para desmate (ALPD- ha): 2,26,33 9,78 Área remanescente cerrado + pastagem com árvores esparsas (ha):

2,6672 11,52

Tipologia Vegetacional: Pastagem 10,60,00 ha Cerrado + pastagem com

árvores esparsas 4,93,05 ha Canavial 4,42,27 ha Área desnuda 3,18,89 ha Reflorestamento ____ha

Finalidade da exploração:

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Agricultura Reflorestamento Pastagem Outros: supressão da vegetação para a implantação do

Aeroporto de Cláudio.

Rendimento lenhoso: Lenha nativa: 410,2 m3 Lenha exótica Madeira de sucupira Aroeira Outras espécies Postes Moirões: 293 dúzias Guariroba Carvão vegetal (conversão 3:1)

Concedida a APEF deverá ser feito o planejamento das atividades e demarcada em campo da área a ser desmatada. Previamente será feito o resgate das espécies de valor ornamental (Bromélias e Orquídeas) e de eventuais ninhos e animais encontrados na área.

A supressão da vegetação deverá ser executada estritamente a área necessária à implantação da obra, evitando-se a exposição de áreas desnudas/desprotegidas. Será realizado o corte das árvores armazenando-se adequadamente o material lenhoso removido. O abate das árvores deverá ser executado de forma planejada com a devida orientação de queda, de forma que as árvores a serem derrubadas não atinjam a vegetação que não será suprimida.

A validade da autorização será de 18 (dezoito) meses. Buscar junto ao IEF os documentos de controle, bem como o recolhimento da taxa florestal.

4.3 - INTERVENÇÃO EM AREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

No Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento (FCEI) o empreendedor declara que a implantação do empreendimento demandará a intervenção/supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente (APP). Ressalta-se que foi verificado em vistoria e plantas topográficas apresentadas, que o limite leste do aeroporto não atinge a APP da lagoa situada a jusante.

4.3 – UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

A água a ser utilizada no empreendimento será proveniente da concessionária local.

5 – IMPACTOS IDENTIFICADOS

Os impactos relacionados à implantação do empreendimento são os seguintes: ? Emissão de poeiras provenientes da movimentação de terra e veículos pesados. ? Geração de efluentes líquidos sanitários dos funcionários da obra. ? Emissão de ruídos provenientes dos trabalhos de movimentação de terra e veículos

pesados. ? Carreamento de sedimentos pela ação das águas pluviais.

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? Descaracterização topográfica.

? ?Fase de Implantação do Aeroporto

a) Meio Físico a.1) Instalação e Desmobilização do Canteiro de Obras Poluição das águas (por resíduos sólidos, sanitários, óleos e graxas), poluição do ar (poeira e gases oriundos da operação de equipamentos), poluição do solo com possibilidade de infiltração alcançando o lençol (lixo, óleos e graxas), ocorrência de ruídos e vibrações (operação de equipamentos). a.2) Serviços de Desmatamento, Destocamento e Limpeza do Terreno Erosões em virtude da remoção da cobertura vegetal e carreamento de material particulado para talvegues e cursos d’água. a.3) Serviços de Terraplenagem (Cortes/Aterros, Empréstimos e Bota-Foras) Erosões e assoreamentos, retenção de fluxos de água superficiais, poluição do ar, ocorrência de ruídos e vibrações, modificação da estrutura original do solo e relevo local. b) Meio Biótico b.1) Instalação e Desmobilização do Canteiro de Obras Supressão da vegetação. b.2) Serviços de Desmatamento, Destocamento e Limpeza do Terreno Supressão de elementos da flora e conseqüente afugentamento da fauna. b.3) Serviços de Terraplenagem (Empréstimos e Bota-Foras, Cortes e Aterros) Alteração da estrutura original do solo, com conseqüente perda da biodiversidade da fauna. c) Meio Socioeconômico c.1) Instalação e Desmobilização do Canteiro de Obras Geração de empregos temporários, movimentação da economia local, geração de impostos, degradação de áreas utilizadas como instalações provisórias, com conseqüente diminuição da qualidade ambiental local. c.2) Serviços de Desmatamento, Destocamento e Limpeza do Terreno. Exposição dos operários a riscos de acidentes com máquinas, queda de árvores, picadas de insetos e répteis. c.3) Serviços de Terraplenagem (Empréstimos e Bota-Foras, Cortes e Aterros). Riscos de acidentes devido à movimentação de terra.

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? Fase de Operação do Aeroporto

a) Meio Físico Geração de resíduos sólidos (lixo), efluentes Sanitários, sucatas diversas, óleos e graxas oriundas de manutenção de aeronaves, emissões atmosféricas e ruídos. b) Meio Biótico Supressão da vegetação, perda de habitats das espécies que vivem na área: avifauna, mastofauna, herpetofauna. c) Meio Socioeconômico Geração de emprego e renda, perda da exploração das terras do entorno para algumas atividades econômicas; incômodo da população vizinha com ruídos das aeronaves; aumento da urbanização do entorno do empreendimento dentro dos limites legais, preconizados pela Portaria Nº. 1.141/87 de 08 de dezembro de 1987, melhoria da condição de transporte aéreo regional previsto pelo programa Proaero objetiva a melhoria do transporte aeromédico e MG Transplante, de segurança e também do turismo. 6 – MEDIDAS MITIGADORAS

As principais medidas mitigadoras que serão propostas para os impactos gerados pela fase de licença de instalação serão:

? Uso de EPI’s pelos funcionários. ? Obedecer ao disposto na Resolução CONAMA nº. 307, de 5 de julho de 2002, que

estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

? Manutenção de máquinas e equipamentos. ? Tratamento dos efluentes líquidos gerados no empreendimento. ? Manutenção do sistema de drenagem de águas pluviais.

- Fase de Planejamento As ações ou recomendações ambientais a serem adotadas na fase de planejamento são: - estabelecer em conjunto com órgãos e instituições programas que visam evitar modificações indesejáveis no uso do solo e dos recursos naturais; - planejamento adequado do controle sanitário durante as obras. - prever restauração e recuperação de áreas de bota-foras. - prever a remoção da cobertura vegetal, quando necessário, estritamente nos limites da área a ser utilizada; - prever a execução da limpeza do terreno após a execução das obras removendo os obstáculos e detritos resultantes da construção;

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- Fase de Implantação a) Instalação do Canteiro e Desmobilização a.1) Abastecimento de Água A água necessária para consumo estimado é dada pela quantidade de trabalhadores e o consumo diário individual (nº. de trabalhadores x l/dia). A água será também utilizada para umedecimento das vias de serviço e junto aos serviços de terraplenagem. A água deverá ser fornecida por caminhões-pipa. Caso seja necessária captar água na lagoa próxima ao aeroporto ou captação através de poço artesiano, a empreiteira deverá formalizar o processo de outorga junto ao órgão ambiental comptente. a.2) Controle da Disposição do Lixo A coleta de lixo e o seu transporte para áreas de tratamento ou destinação final a ser realizado semanalmente são ações que impedem o desenvolvimento de vetores transmissores de doenças que encontram alimento e abrigo no lixo, além da contaminação e da poluição do solo e de corpos d’água. Os resíduos sólidos gerados no canteiro de obras, compostos basicamente por resto de concreto, madeira, metais e sucatas em geral, resíduos de borracha, embalagens plásticas, papéis e papelão, e pelo lixo tipicamente doméstico, serão coletados seletivamente pela empreiteira responsável pelas obras. Tais resíduos serão armazenados em caçambas ou coletores específicos e enviados para reaproveitamento ou reciclagem. Os resíduos recicláveis serão segregados através de uma coleta seletiva, realizada pelos próprios usuários/geradores, visando posterior tratamento e reutilização. Estes também serão armazenados em coletores dispostos nas diversas instalações do canteiro de obras, devidamente identificados com as cores estabelecidas pela Resolução Conama Nº. 275. a.3) Sistema de Controle de Efluentes de Drenagem Pluvial da Área Com a retirada da cobertura vegetal do solo e intervenções sobre a topografia natural é comum a instalação de processos erosivos que, com a chegada das chuvas, podem ser acelerados contribuindo com a degradação da qualidade ambiental dos solos e recursos hídricos. Portanto, a implantação de um sistema de drenagem pluvial visando adequar as instalações do canteiro de obras para a época de chuva torna-se uma necessidade. O sistema proposto serve como diretriz para a execução de intervenções que visem reduzir a probabilidade de ocorrência de empoçamentos, a instalação de processos erosivos e o carreamento de material particulado em direção às drenagens naturais. a.4) Sistema de Filtragem de Graxas e Óleos nas Oficinas Na oficina e local de lavagem de veículos deverão ser implantados dispositivos para coletar a mistura de água com óleos e graxas oriunda da lavagem de peças e das máquinas e equipamentos a qual ocorrerá quizenalmente. Este efluente deve ser conduzido através de rede tubular até uma caixa separadora de óleos e graxas. O efluente da caixa separadora será destinado ao sistema de tratamento do esgoto sanitário. Na área das oficinas o piso deverá ser impermeabilizado com uma camada de concreto. Em todo o perímetro da área impermeabilizada será feita uma canaleta de retenção visando impedir que possíveis vazamentos alcancem o solo contaminando-o.

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As canaletas conduzirão o material em segurança até uma caixa separadora de óleos onde, por decantação, ocorrerá a separação dos líquidos e, posteriormente, retirada manual do poluente. Algumas medidas de manutenção da caixa separadora deverão ser tomadas pelo empreiteiro, tais como: - fazer a limpeza e desobstrução das canaletas, com freqüência diária, ou quando for detectada alguma obstrução que venha a comprometer a vazão; - fazer a limpeza do material decantado no fundo da caixa separadora semestralmente; - fazer a limpeza e desobstrução da grade da caixa separadora semestralmente. Os resíduos oleosos extraídos da caixa separadora serão armazenados em recipientes e transportados até o abrigo para resíduos perigosos, de onde sairão para tratamento e destinação final juntamente com os resíduos provenientes de outros setores do canteiro. a.5) Ruído e Vibração As fontes de ruídos e vibrações provenientes da instalação de um aeroporto são decorrentes da operação de máquinas e equipamentos e na operação do empreendimento. É importante o controle de emissão de ruídos na fonte sobre o estado de conservação dos veículos (quanto pior o estado, mais cresce a emissão de ruídos). O uso de silenciadores dos equipamentos deverá receber manutenção rotineira para permanecer funcionando a contento. Deverá ser evitado obras de instalação no período noturno (das 22 até às 7 horas), de acordo com a NBR 10.151/00 o horário recomendado para as obras é o diurno. Essas providências visam evitar a transmissão de ruídos e vibrações para áreas habitadas próximas aos canteiros e minimizar a intensidade dessas emissões no seu interior. a.6) Emissões Atmosféricas A geração de emissões atmosféricas na implantação do aeroporto é decorrente da movimentação de veículos pesados e utilização de outros maquinários movidos a diesel que tende a diminuir a qualidade do ar respirado, pois liberam no ar, como conseqüência da combustão, dióxido e monóxido de carbono, ambos nocivos a saúde humana. No período da construção do aeroporto é necessário implementar medidas de controle que reduzam a emissão de poluentes atmosféricos, bem como a implantação de um monitoramento permanente, que permita acompanhar a eficiência das medidas adotadas. Algumas medidas deverão ser tomadas, como: redução da poluição na fonte, como o controle da rotulagem dos automóveis e, principalmente ônibus e Caminhões, aspergir água. a.7) Dispositivo para Recepção de Esgotos Sanitários O controle da emissão de efluentes será feito por fossa séptica mensalmente. O sistema de tratamento composto por fossa séptica, seguido de filtro anaeróbio, detém os despejos domésticos por um período de tempo especificamente estabelecido, de modo a permitir a sedimentação dos sólidos e a retenção do material graxo contido nos esgotos, transformados, biologicamente, em substâncias e compostos mais simples e estáveis. Ressaltamos que as fossas sépticas deverão ser instaladas a distâncias seguras de poços de abastecimento d’água e de talvegues naturais.

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DATA: 19/08/2009

b) Desmatamento e Limpeza do Terreno - Disposição do material oriundo da limpeza (camada orgânica) O desmatamento consiste na retirada da vegetação para implantação do aeroporto. O material removido será diariamente estocado em leiras de 2x1x1 (m) – c x b x h – devendo permanecer no próprio local de limpeza para posterior espalhamento nas superfícies a serem geradas e para futura re-incorporação ao solo nas áreas a serem recuperadas. O monitoramento dessas atividades deve contemplar a verificação da geração de material a ser removido e na eliminação dos restos de vegetação e estocagem da camada orgânica do solo para futura reincorporação ao solo nas áreas a serem recuperadas. Ressalta-se como citado acima que os restos de vegetação não devem ser depositados junto aos talvegues e a estocagem do solo orgânico deverá ser feita em áreas livres da ação das águas pluviais. Estas medidas visam minimizar erosões e contaminação de águas superficiais por assoreamento e carreamento de partículas.

b) Terraplenagem, Empréstimos As atividades de conformação da terraplanagem – cortes e aterros, de empréstimos de materiais – deverão ser executadas tomando-se as seguintes providências para o atendimento dos aspectos ambientais. - Terraplenagem (Taludes de Cortes e Aterros) As obras de terraplenagem exigem o movimento de grandes volumes de terra, gerando tráfego intenso de veículos pesados. O que pode gerar material particulado. Assim é necessário que sejam adotadas medidas que garantam a segurança das áreas direta e indiretamente afetadas do empreendimento. Nas operações destinadas a execução de cortes, deverão ser adotadas procedimentos que visem à preservação do meio ambiente. 7 – COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Diante à regularização ambiental deste empreendimento junto ao Órgão Ambiental, faz-se necessária, conforme justificativas apresentadas abaixo, a cobrança da compensação ambiental.

A Deliberação Normativa COPAM nº. 94/2006, estabelece diretrizes e procedimentos para aplicação da compensação ambiental. Nas considerações e artigos dessa DN, pode-se observar que, de acordo com o art. 36 da Lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, regulamentado pelo Capítulo VIII do Decreto nº. 4.340, de 22 de agosto de 2002, alterado pelo Decreto nº. 5.566, de 26 de outubro de 2005, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, o empreendedor está obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidades de conservação.

O art. 1º define o Impacto negativo não mitigável como sendo “a porção residual, não mitigável do impacto decorrente de empreendimentos e atividades, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, que possam comprometer a qualidade de vida de uma região ou causar danos aos recursos naturais...”

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DATA: 19/08/2009

O caput do art. 6º ressalta que: “A incidência da compensação a que se refere esta Deliberação Normativa, nos termos do art. 36 da Lei Federal Nº. 9.985, de 18 de julho de 2000, deverá ser definida na fase de licença prévia”.

O art. 9° enfatiza que: “A compensação ambiental de que trata esta Deliberação Normativa não exclui a obrigação de atender às condicionantes definidas no processo de licenciamento, inclusive compensações de natureza distinta das exigidas por esta Deliberação Normativa, bem como demais exigências legais e normativas”.

Atendendo aos preceitos normativos definidos nos instrumentos de compensação ambiental citados, o empreendimento Aeroporto de Cláudio enquadra-se nos requisitos estabelecidos pelos instrumentos normativos. Assim, a compensação ambiental é devida, em consideração à reparação das externalidades ambientais negativas causadas pela implantação e operação do empreendimento.

Ressaltamos que o impacto significativo norteador da incidência da compensação ambiental no processo de licenciamento do empreendimento foi gerado na implantação do empreendimento. Trata-se da alteração da paisagem da região (referente a obra e realização de cortes e aterros no terreno) e perda da biodiversidade. Além disso, quando da operação de pouso e decolagem, serão gerados outros impactos não mitigáveis referentes à geração de ruídos e emissões atmosféricas.

Diante disso a Empresa será condicionada a buscar junto a Câmara de Proteção a Biodiversidade a regularização desta compensação. Ressaltamos que foi informado pela Empresa quando do preenchimento do FCE, que o empreendimento não esta localizado dentro ou na zona de amortecimento de nenhuma Unidade de Conservação. No entanto, atentamos pela existência da Unidade de Conservação Estação Ecológica Mata do Cedro, ocorrendo no município de Cláudio-MG, que segundo informado pela Empresa situa-se a 18,2 Km da área do Empreendimento.

8 – CONTROLE PROCESSUAL

O processo encontra-se formalizado e em conformidade com a documentação exigida, sendo que todos os documentos constantes do FOB foram devidamente juntados aos autos pelo empreendedor. Os custos de análise foram quitados integralmente e foi obedecida a Resolução SEMAD nº 870/08. Os recursos hídricos do empreendimento estão devidamente regularizados, vez que o empreendimento utilizará de água através de concessionária local, no caso, a COPASA. No Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento (FCEI) o empreendedor declara que empreendimento situa-se em zona urbana do município de Cláudio. No entanto quando da apresentação da Declaração da Prefeitura Municipal de Cláudio emitida em 27/08/2009, verifica-se que as áreas localizadas a margem direita da Rodovia MG 260 registrada no CRI local sob as matriculas n°. 3.687, 3.927, 3.928 e 3.929, situam em perímetro urbanizável do município, por força do disposto da lei municipal 1.136/2006.

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Diante desta declaração, a SUPRAM entende que o Empreendimento não se situa em área urbana e há necessidade de averbação da Reserva Legal.

Sabendo que as matrículas referentes à área do Aeroporto encontram-se em fase de desapropriação, a empresa, juntamente com os proprietários dos imóveis, matriculados sob os nº 3.687, 3.927, 3.928, 3.929, 12.328 e 12.329 (Fazenda Santa Inês) optam por regularizar a reserva legal destes imóveis. Sendo que, procedida à averbação das reservas legais das matriculas citadas, consequentemente, estará sendo regularizada à reserva legal da área do aeroporto. Ressaltando que a reserva legal do imóvel matriculado sob o nº 3.687 está devidamente regularizada, sendo respeitado o percentual mínimo de 20% (vinte por cento) da área total.

Para isso, o DEOP protocolou nesta Superintendência Termos de Anuência, onde os proprietários dos imóveis matriculados sob os números citados, Sr. Múcio Guimarães Tolentino e Sra. Francisca Rocha Tolentino concedem anuência ao Empreendedor para proceder à averbação das reservas legais dos referidos imóveis rurais.

Requerimento do Sr. Múcio Guimarães Tolentino datado em 19/08/2009, solicita averbação de reserva legal nos imóveis rurais registros sob o nº 12.328 do livro 2 e 12.329 do livro 2 no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Cláudio, localizadas no município de Cláudio/MG. Os referidos imóveis possuem área total de 95,43 hectares. Requerimento do Sra. Francisca Rocha Tolentino datado em 19/08/2009, solicita averbação de reserva legal nos imóveis rurais registros sob o nº 3.927 do livro 2, 3.928 do livro 2 e 3.929 do livro 2 no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Cláudio, localizadas no município de Cláudio/MG. Os referidos imóveis possuem área total de 149,58 hectares. Neste sentido, está sendo demarcada área equivalente a 20% (vinte por cento) sobre o total das referidas propriedades. No Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento (FCEI) o empreendedor declara que sua implantação demandará supressão de vegetação nativa. Diante destas declarações é gerado o processo de APEF nº 02890/2009, específico para a regularização da supressão de vegetação nativa. O processo foi formalizado em 22/06/2009. Requerimento da Empresa de 28/05/2009 solicita autorização para supressão de vegetação com a finalidade de implantação do aeroporto de Cláudio, nos imóveis constantes do auto de imissão de posse correspondente à parte das matriculas nº 3.387, 3.927, 3.928 e 3.929. O material lenhoso gerado com a supressão da vegetação será doado aos proprietários lindeiros. No entanto, conforme a Síntese de Reunião nº 45/2009 de 19/08/2009, especificamente, quanto aos moirões a serem gerados com o desmate, ficou estabelecido que o DEOP irá doar este material ao IEF.

Ressaltamos que, quando da regularização da supressão de vegetação há necessidade da caracterização da área de intervenção. Para isso, a Empresa apresentou um inventário florestal. Neste documento define-se como finalidade do projeto a construção da pista de pouso, pátio de aeronaves e pista de táxi.

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Como compensação ambiental aos impactos previstos, a Empresa sugere a preservação de um remanescente florestal, identificado com área verde (planta geral). O referido fragmento florestal, situado a norte, anterior a rodovia, possui área de 17.397,841 m2. Diante da implementação do projeto de reconstituição de flora, sugere-se a interligação deste fragmento com a APP da lagoa artificial. Com esta configuração, será permitida a interligação do fragmento florestal a APP, de maneira a cumprir o objeto de formação de corredores e preservação de parte do entorno do empreendimento, alem do acréscimo de aproximadamente mais 6788 m2 na área de compensação. Deve ser ressaltado, que a proposta inicial apresentada no inventário florestal, previa a preservação de uma segunda área verde situa-se a sudeste, no entanto, trata-se de área de terceiros. Portanto, quanto da efetivação do corredor da área verde norte com a APP da lagoa, conseqüentemente esta segunda área verde será interligada pela área vizinha. Declaração do Empreendedor, aferida no inventario florestal confirma a presença de duas espécies protegidas por lei ocorrendo na vegetação a ser suprimida: Pequizeiro (Caryocar brasiliense) e Ipê amarelo (Tabebuia ochracea). A espécie vegetação denominada Caryocar brasiliense é protegida pela Lei 10.883/1992 e pela Lei 17.683/2008. O § 1º do artigo 2º da referida lei, prevê o abate do Pequizeiro mediante prévia autorização do poder público e compromisso formal entre o empreendedor e o Órgão Ambiental competente, quando necessário à execução de obras, de planos, de atividades ou de projetos de utilidade pública ou de relevante interesse social, mediante o plantio de 25 mudas catalogadas e identificadas da mesma espécie por árvore a ser abatida. Deverá ainda ter o monitoramento do desenvolvimento das mudas por um prazo mínimo de 5 (cinco) anos, bem como do plantio de novas mudas pra substituir aquelas que não se desenvolveram. O ipê amarelo é protegido pela Lei nº 9.743/1988. O art. 2º desta lei permite a supressão total ou parcial desta espécie com prévia autorização do Poder Executivo, quando necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. No seu parágrafo único é previsto que na hipótese da supressão, os responsáveis serão obrigados ao imediato replantio do número de árvores abatidas. Diante do que foi apresentado, será condicionado ao Empreendedor, quando do início da supressão, identificar a quantia de espécies a serem suprimidas e realizar o replantio das mesmas, sendo uma espécie de Ipê amarelo para cada espécie abatida e 25 (vinte e cinco) mudas de pequizeiro para cada espécie abatida no projeto PTRF a ser implementado para a reconstituição da APP da lagoa e corredor de interligação dentre área de compensação ambiental e APP. Diante à regularização ambiental deste empreendimento junto ao Órgão Ambiental, faz-se necessária, conforme justificativas apresentadas abaixo, a cobrança da compensação ambiental.

A Deliberação Normativa COPAM nº. 94/2006, estabelece diretrizes e procedimentos para aplicação da compensação ambiental. Nas considerações e artigos dessa DN, pode-se observar que, de acordo com o art. 36 da Lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, regulamentado pelo Capítulo

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VIII do Decreto nº. 4.340, de 22 de agosto de 2002, alterado pelo Decreto nº. 5.566, de 26 de outubro de 2005, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, o empreendedor está obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidades de conservação.

O art. 1º define o Impacto negativo não mitigável como sendo “a porção residual, não mitigável do impacto decorrente de empreendimentos e atividades, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, que possam comprometer a qualidade de vida de uma região ou causar danos aos recursos naturais...”

O caput do art. 6º ressalta que: “A incidência da compensação a que se refere esta Deliberação Normativa, nos termos do art. 36 da Lei Federal Nº. 9.985, de 18 de julho de 2000, deverá ser definida na fase de licença prévia”.

O art. 9° enfatiza que: “A compensação ambiental de que trata esta Deliberação Normativa não exclui a obrigação de atender às condicionantes definidas no processo de licenciamento, inclusive compensações de natureza distinta das exigidas por esta Deliberação Normativa, bem como demais exigências legais e normativas”.

Atendendo aos preceitos normativos definidos nos instrumentos de compensação ambiental citados, o empreendimento Aeroporto de Cláudio enquadra-se nos requisitos estabelecidos pelos instrumentos normativos. Assim, a compensação ambiental é devida, em consideração à reparação das externalidades ambientais negativas causadas pela implantação e operação do empreendimento.

Ressaltamos que o impacto significativo norteador da incidência da compensação ambiental no processo de licenciamento do empreendimento foi gerado na implantação do empreendimento. Trata-se da alteração da paisagem da região (referente a obra e realização de cortes e aterros no terreno) e perda da biodiversidade. Além disso, quando da operação de pouso e decolagem, serão gerados outros impactos não mitigáveis referentes à geração de ruídos e emissões atmosféricas.

Diante disso a Empresa será condicionada a buscar junto a Câmara de Proteção a Biodiversidade a regularização desta compensação. Ressaltamos que foi informado pela Empresa quando do preenchimento do FCE, que o empreendimento não esta localizado dentro ou na zona de amortecimento de nenhuma Unidade de Conservação. No entanto, atentamos pela existência da Unidade de Conservação Estação Ecológica Mata do Cedro, ocorrendo no município de Cláudio-MG, que segundo informado pela Empresa situa-se a 18,2 Km da área do Empreendimento.

Conforme constatado em vistoria, não haverá intervenção em área de preservação permanente.

Neste sentido, nada obsta ao pedido do empreendedor referente à concessão da licença de instalação corretiva.

9 – CONCLUSÃO

Segundo avaliação da documentação apresentada no processo de regularização ambiental, e diante do exposto acima, este parecer único sugere a concessão da Licença

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de Instalação Corretiva requerida, pelo DEOP para empreendimento Aeroporto de Cláudio , condicionada ao cumprimento dos itens relacionados no Anexo I.

Vale ressaltar que os Técnicos da SUPRAM-ASF não possuem responsabilidade sobre os projetos, execução e operação, sendo a comprovação da eficiência desses de inteira responsabilidade do empreendedor, do(s) responsável(is) técnico(s) pela execução e operação constantes das ART’s juntadas aos autos.

10 – PARECER CONCLUSIVO

Favorável: (X) SIM ( ) NÃO

11 – VALIDADE: 4 (QUATRO) ANOS

Data: 04/08/2009

Equipe Interdisciplinar: Registro de classe Assinatura

Patrick de Carvalho Timochenco Masp 1.147.866-6

Helaine de Sousa CREA 115.249/LP

Júlio César Salomé CREA MG-112549/LP

Daniela Diniz Faria MASP 1.182.945-4 OAB/MG 86.303

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ANEXO I

Processo COPAM Nº: 01181/2009/001/2009 Classe/Porte: 3/P Empreendimento: Aeroporto de Cláudio CNPJ: 23.971.203/0001-20 Atividade: Aeroportos Endereço: Rodovia MG 260 Localização: Zona Rural(Expansão Urbana) Município: Cláudio Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 4 (quatro) anos ITEM DESCRIÇÃO PRAZO

1

A empresa deverá ter a compensação ambiental fixada pela Câmara de Proteção à Biodiversidade. Formalizar junto a CPB em Belo Horizonte no prédio da SEMAD à rua Espírito Santo 495 a solicitação de fixação de compensação ambiental.

60 dias (*)

2 Apresentar SUPRAM-ASF o protocolo do pedido de compensação junto a CPB. 70 dias (*)

3

Apresentar detalhamento do Programa de Recuperação de Área Degradada e Projeto Técnico de Reconstituição de Flora, quanto aos locais de aplicação (inclusive em planta topográfica), metodologia a ser adotada e cronograma executivo, devendo proceder à devida compensação das espécies de Ipê Amarelo e Pequizeiro, sendo 25 novas mudas plantadas para cada espécie abatida de pequizeiro e uma nova muda para cada espécie de Ipê amarelo abatido.

60 dias

4

Apresentar projeto com cronograma de execução para o sistema de tratamento dos efluentes líquidos sanitários constituído por fossa séptica, conforme ABNT/NBR 7.229 e 13.969. E o mesmo deverá ser executado em 30 dias após a aprovação do projeto.

30 dias (*)

5 Obedecer ao disposto na Resolução CONAMA nº. 307, de 5 de julho de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

Durante a Vigência da LI

6 Manter limpo e desobstruído todo o sistema de drenagem de águas pluviais.

Durante a vigência da LI

7 Apresentar comprovação do recolhimento dos resíduos de classe I e classe II, por empresas licenciadas para tal atividade, geradas durante a implantação do empreendimento.

90 dias (*)

8 Apresentar projeto de Lei Complementar da Câmara Municipal de Cláudio que dispõe sobre o zoneamento de uso do solo na Zona de Proteção do Aeroporto

Na formalização do processo de LO.

9

Apresentar declaração de doação dos moirões gerados no desmate, para o Instituto Estadual de Florestas. Na declaração deve constar o recebimento, com a assinatura do representante do IEF.

90 dias (*)

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10

Após o término das atividades, a área utilizada para a implantação e operação do canteiro de obras deverá ser desocupada e recuperada. Sendo removidos quaisquer obstáculos do terreno, com regularização da topográfia do terreno, recuperação da área mediante implantação de vegetação e destinação final dos resíduos gerados.

Na formalização do processo de LO.

11 Proceder à averbação da área de reserva legal dos imóveis matriculados sob os nº 3.927, 3.928, 3.929 e 12.329, em Cartório de Registro de Imóvel.

Após envio dos documentos pela SUPRAM/ASF.

12 Executar o Programa de Auto-monitoramento conforme definido pela SUPRAM-ASF no Anexo II

Durante a vigência da LI

13 Promover aspersão regular do empreendimento diante as obras de instalação do mesmo

Durante as obras de instalação

14 Executar sistema de drenagem pluvial e de filtragem de graxas e óleos nas oficinas tal como apresentado nos estudos.

Durante as obras de instalação

15 Proceder manutenção periódica dos maquinários de forma a mitigar os impactos relativos dos ruídos.

Durante as obras de instalação

*Contados a partir da data de notificação ao empreendedor.

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ANEXO II Processo COPAM Nº: 01181/2009/001/2009 Classe/Porte: 3/P Empreendimento: Aeroporto de Cláudio CNPJ: 23.971.203/0001-20 Atividade: Aeroportos Endereço: Rodovia MG 260 Localização: Zona urbana Município: Cláudio Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 4 (quatro) anos

Resíduos Sólidos

Enviar bianualmente à SUPRAM-ASF, até o dia 10 do mês subseqüente, os relatórios mensais de controle e disposição dos resíduos sólidos gerados, contendo, no mínimo os dados do modelo abaixo, bem como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.

As atividades recebedoras dos resíduos classe I e II deverão ser licenciadas por órgãos ambientais competentes para recebendo dos mesmos, sendo que o transporte dos resíduos classe I também deverá ser licenciado.

Resíduo Transportador Disposição final

Empresa responsável

Denominação Origem Classe

Taxa de geração (kg/mês) Razão

social Endereço completo

Forma

(*) razão social

endereço completo

OBS.

(*)1- Reutilização 6 - Co-processamento

2 – Reciclagem 7 - Aplicação no solo

3 - Aterro sanitário 8 - Estocagem temporária (informar quantidade estocada)

4 - Aterro industrial 9 - Outras (especificar)

5 – Incineração

Efluentes Líquidos

Local de Amostragem Nº de Pontos Parâmetro Freqüência de Análise

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Monitoramento de Fossa Séptica 2

DBO, DQO, pH, sólidos sedimentáveis, ABS e Coliformes Termotolerantes

Semestral*

*Após implantação do sistema. Relatório: Enviar anualmente à SUPRAM - ASF os resultados das análises efetuadas. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises. Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO ou, na ausência delas, no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater APHA – AWWA, última edição. Importante: Os parâmetros e freqüências especificadas para o programa de Auto-Monitoramento poderão sofrer alterações a critério da área técnica da SUPRAM-ASF, face ao desempenho apresentado pelos sistemas de tratamento.


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