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Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
2
Copyright 2015 (1ª Edição) Todos os direitos desta Edição reservados aos autores. Impresso no Brasil Printed in Brazil
Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907
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ISBN –
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sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).
A634 Antologia Premium V: poesias & textos / Ana Maria Ramos...
[et al.]. – 1. ed. – [S.l.]: Bookess, 2015. 150 p.
ISBN: 978-80-87049-09-9
1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira – Miscelânea.
I. Ramos, Ana Maria II. Título.
CDD: 869.98
Elaborada por: Andréa Blaskovski CRB 14/999
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Antologia – Premium V
3
Ana Maria Ramos
Lydice Cardoso
Mirian Menezes de Oliveira
Antônio Ramos da Silva
Margarida Cimbolini
José Batista
Maurélio Machado
Marize Rodrigues Ukwakusima
Luana Cller
Antologia
Premium V
Poesias & Textos
1ª Edição
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
5
Está obra é um projeto da Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa Catarina integrando escritores, Alagoano, Catarinense, Gaúcho, Mineiro, Paulista, Pernambucano e
Português. Intercambio cultural de ideias retratados em poesias, pensamentos e textos.
“Reunir Escritas é Possível”.
A educação tem raízes amargas,
mas os seus frutos são doces.
Aristóteles
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6
Sumário
Apresentação: (5)
Poesias & Textos:
Ana Maria Ramos (7/22)
Lydice Cardoso (23/38)
Mirian Menezes de Oliveira (39/54)
Antônio Ramos da Silva (55/70)
Margarida Cimbolini (71/86)
José Batista (87/102)
Maurélio Machado (103/118)
Marize Rodrigues Ukwakusima (119/134)
Luana Cller (135/150)
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Antologia – Premium V
7
Ana Maria Ramos
Ana Maria Ramos
Nasceu em 26 de Setembro de 1952 na cidade de Porto Alegre (RS). Vive e trabalha em Guaíba (RS). Poetisa e tem no artesanato o seu hobby. Autodidata. Dedicada a família, desde menina sempre teve o gosto pela leitura e a escrita, sua mãe gostava de poesia e isso sempre fez parte da sua vida. Ler livros espíritas foi e é a sua predileção. Incentivada pelos amigos a publicar um livro, diz a poetisa: “nunca me vi escritora e nem poetisa. Sempre escrevi pelo prazer de colocar no papel meus sentimentos. Seu grande incentivador foi o Poeta Edy Simão do grupo a qual é coordenadora “Um Sentimento Chamado Amor”. Não tem livro publicado, sendo que já teve convites que ficaram em análise de decisão. Opta em lançar no projeto cultural “Premium V”, sua estréia como poetisa, uma integração como escritores brasileiros e com o mercado nacional, sendo uma vitrine para as suas composições. Contato:
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Antologia – Premium V
9
Te quero
Acolha-me em teus braços
é destes instantes que meu sentir precisa.
Ver a ternura do teu olhar emergir.
Quando te sinto voo como as gaivotas
libertas sob o imenso mar. Teu amor é chama
que queima sem machucar.
Preciso do sumo da tua boca; do teu corpo a me saciar.
Os teus lábios são água cristalina; banha-me com teus beijos
suavemente. Tocas-me
mesmo que distante estejamos. Nada mais existe
quando comigo estas.
Teu amor é minha estrada. Teu sorriso meu caminhar.
Tu em mim és vida que viverei, sempre...
cada minuto mesmo quando longe estas.
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10
Toques
Senti em meu corpo
toques suaves,
tuas mãos um leve roçar na pele.
Sussurros, brotaram em mim adentraram meus sentidos.
Teus lábios tocaram os meus por momentos.
Teu afago aqueceu-me. Minha pele junto a tua
teu corpo meu corpo transcendeu.
O sentir beijou-nos a alma; tudo se tornou silêncio e calma.
Inebriados ficamos de amor.
Partisse Meus olhos são cachoeiras, rios lagos.
Teus braços já não mais sinto. Teus lábios emudeceram.
Teu corpo chama viva apagou-se. O amor das tuas palavras
não mais ouço.
O silêncio ronda-me. Tudo tornou-se breu.
Hoje a saudade me faz companhia. Saudades dos teus abraços,
teu corpo quente junto ao meu. Mais que saudade sinto...
falta do ardor dos beijos teus.
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11
Deixo...
Que o vento
me arraste ao relento. Que a chuva
molhe meus cabelos. Que minhas palavras
voem como pássaros não sejam ouvidas.
Que não sinta o chão...
Em mim há tantos absurdos
que estes momentos são bálsamos
que aquietam minha alma.
Só por um instante Por um instante
senti teu cheiro, o calor dos teus braços;
um suave toque na face.
Só por um instante te senti... Bastou só um instante!
Criei asas como borboletas, colibris.
Voei para você. Pousei no teu sentir.
E só por um instante...
voltei a ser Feliz.
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12
Estive em tantos lugares
Procura do sentido vaguei mares, montanhas.
Vislumbrei lugares cheguei ao infinito
no limite da procura.
Na ansiedade
procurei alento abrigo. Sossego. Percebi.
Somos instantes
de uma eternidade, unos no sentir.
Andei tanto.
Adormeci tornei-me,
desejo. Sonhei percebi...
Que na insana procura Tudo que preciso e quero
encontra-se bem aqui. Dentro do meu sentir.
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13
Mutações
Às vezes sinto-me
calma tranquila; no minuto seguinte
transmuto. Ressurge a mulher
que a momentos era menina. Tem dias que tudo me encanta
outros me desanima. Esta metamorfose
persiste sempre todos os dias.
Já me disseram: és um enigma. Por vezes penso que sim outras me vejo simples.
São mutações que persistem,
emoções que adentram... depende muito do momento. Sou um misto de sentimentos que não cabem dentro de mim,
como o assovio do vento;
forte enigmático desconhecido quando anuncia a tempestade.
Depois passa para dar lugar a calmaria do dia...
depois do seu assovio.
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14
Quando
Fecho os olhos te imagino...
Amor. Sinto tuas mãos
a afagar-me. O calor do teu hálito.
Procuro-te nas noites. Meus lábios te querem.
Meus desejos. Amor. Sacia...
Traga-me teu sorriso
que ilumina-me. Da tua boca,
quero o toque que me fascina. Somos taças transbordando.
Vinho que embriaga os sentidos degustado em goles bem devagar.
Mesmo que eu te diga não. Tome-me em teus braços.
Ama-me!
Com o amor que em você esta. Sou tua nada muda isso.
Sou cativa nestes momentos que em teus braços estou prisioneira
do teu Amor.
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15
Quem és tu
Que na calada da noite
me visita traz a calma arrebata minha alma
toma conta do meu ser?
Quem és Tu
que meus sonhos encantam; que ao longe te vislumbro
a me fitar puxando-me com o olhar?
Sei que te conheço no íntimo,
mas quando acordo... esqueço... não de ti!
Porque sei quem és, onde estas!
Beba-me Como vinho que embriaga,
toca-me com suavidade, dá-me teus sussurros.
Sinta-me como a brisa que acarinha. Toma-me como mulher tua.
Ser terreno que aguça teus desejos
nesse encontro de sensações. Faz-me tua melodia
que embala teus devaneios; tuas doces loucuras...
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16
Outono
Folhas caem aos borbotões.
Turbilhão de perguntas algumas respostas... muitas nada dizem
pairam no ar...
Como as árvores foram-se o viso.
Nos olhos instalou-se o mar. Com águas turbulentas Agitam-se estremecem.
Terra árida folhas secas levadas pelo vento sem lugar.
Incerto é o destino...onde chegar. O coração torna-se morno.
Quase frio, não existem labaredas para aquecer. Muitos galhos molhados da chuva;
difícil ascender. Esperança que aqueça
quando chegar a primavera no limiar do ser.
Não sei viver no inverno. Quero a beleza das flores.
O brilho do astro sol para espantar o frio gélido
que inverno traz.
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17
Acalma
Acalma esta fúria
do sentir que experimento. Abranda-me com teu carinhoso,
sentimento.
Sinto-me inundada de sensações; algumas não conheço.
Tão fortes e avassaladoras, insistentes inexplicáveis.
Traga-me a calma. Observa minha alma e segue-a,
pois está a tua procura desde sempre.
Adoça meus lábios. Sinta-os... são revestidos de vida
procuram os teus para retornar
e continuar a ser Eu!
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18
Encantamento
Paixão!
Sinto tua presença. Me instiga, faz-me sonhar
com o impossível.
Teus olhos desvendam-me desnudam ;
neles vejo além de você. Vislumbro teus desejos,
anseios, vontades.
Percorro teu corpo
ávida de sentir em mim, tuas mãos delicadas a tocar-me.
Desejos invadem-me,
loucos sem nexo. Irresistível inexplicável. Loucuras imaginárias.
Doces delírios que anseio toda vez que penso em ti.
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Antologia – Premium V
19
Emergir
Contidos estão teus versos
em um canto do teu Eu. Palavras que outrora eram
felicidade os poucos se escondem se vão.
Não vislumbras mais as flores nascendo,
só galhos tornando-se secos, as folhas desfalecendo.
Onde estas tu?
Perdestes no tempo? Quando de fato a inércia a saudade
te fizer cativo triste descrente. Olha a tua volta estenda tua mão.
Tente tatear o vazio! Se sentires que a seguram...
Pense! É o Amor que mais uma vez
te ampara te toma
para romperes as barreiras do tempo!
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Antologia – Premium V
20
Torrente
Tudo é inquietude
desejos paixão. Do silêncio ao barulho
tudo mexe com a emoção.
Horas de incertezas. Furor
invadem-me como enchente de rio.
Águas calmas... furiosas tornam-se.
Abalam-me nesta torrente de emoções.
O ser tranquilo calmo
mistura-se. Furacão lava quente.
Tempestades.
Sol ardente. Quando te apossasses
do meu coração; tornei-me um vulcão
em plena erupção!
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Antologia – Premium V
21
Faz-se
Inverno em minha alma folhas secas inundam meu ser.
O frio torna-se gélido
na paisagem outrora florida. Hoje flores e folhas murchas
adornam o chão. Cinza cor da saudade
hoje habita meu coração.
Procuro letras sons e tons. Procuro rimas beleza colorido das palavras versos sublinhados...
por tuas mãos. Eco da tua voz.
Luz do teu sorriso. Para que o inverno se vá;
quero a primavera,
o retorno do sol na imensidão de saudade que esta no meu coração!
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22
Incertezas
Dentro de mim
silêncios que falam.
Palavras que nada dizem.
Esperanças que calo.
Verdades questionadas. Certezas que já não sei...
Sonhos que foram desfeitos; muitos que realizei.
Em tudo que fiz e faço...
uma certeza?! Nunca saberei.
Quando tudo será? Ou se será...
perfeito alguma vez!
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23
Teresinha Lydice Cardoso Nasceu em 5 de Março 1948 na cidade de Araxá (MG). Vive e trabalha em Goiânia (GO). Analista em Cultura e Professora de Dança em Sapateado. Graduou-se em Educação Física, pela instituição ESEFEGO - Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás (1980). Pós graduou-se em Psicologia, pela instituição PUC-GO - Pontifícia Universidade Católica de Goiânia. Administra os grupos “Souespoeta Brasil” e “Vida & Poesia”. Participa de vários grupos de poesia no Brasil e Portugal. Pretensa escritora. Fantasia-se de poetisa e se realiza com seus poemas. Tem como objetivos futuros, ser sempre a mesma, feliz por amar a vida, ser mãe e agora avó. Ama a dança e acredita que todos nós nos tornamos responsáveis por tudo que cativamos. O que escreve é simplesmente o espelho da alma do que participa e vive, diz a escritora e poetisa. Participou das Antologias: “Goiânia 80 Anos- Goiânia”. “Souespoeta Coletânea de Poesias” e “Souespoeta Antologia Lusófona”, ambas lançadas em Portugal. Publicou em parceria com o escritor e poeta português, Carlos Manuel Alves Margarido, ”Gritos no Infinito” e “De mim para ti”. Ambos lançados em Goiânia e Portugal. Contato:
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25
Poeta
São imagens
Desdobradas
Recordações
Eternamente
Guardadas
Tempo
Noites frias
Acaloradas
Por mãos
Cerne
Os dedos escrevem
Verões
Tornam
Invernos...
Consumidos
Sentidos
Sem tempo de validade
Um simples ponto
Poesia
Alto astral
Tudo transforma
Magia
Poeta é poesia.
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26
Sonho
Teus sussurros
Desalinham-me
Queimam a carne
Padecida na distância
Sons
Percorrem o corpo
Alongado nos lençóis
Vazios
Impudico calor aquece
Beijos ousados nas ondas
da magia
Mãos a deslizar o cetim
que me vestia
Lânguida
Entrego-me a Morfeu
Me aconchego delírios
de prazer em teus braços
Ficas em mim e
Sonho
Até o romper do dia.
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27
Apraz-me
Sorver o néctar
Das palavras
Senti-las andarilhas
Incrustadas na pele
Deslizante como mel
Lentamente
Sendo absorvidas
Em sussurros
Envolventes
Estremeço
Emudecida
Permaneço
Entorpecida...
Regada
No prazer voluntário
De sentir e ser.
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28
No cimo
Mar intranquilo
Sob o olhar faminto
Do farol
Caía à noite
Passos
Do silêncio presenteado
Descrevia a sensação
Do momento
Lado a lado
Pensamentos cruzados
Evidenciavam o sorriso
Da solidão acompanhada
Banhada pelo mar
Testemunho
Dos suspiros segredados
Insolitamente
Guardados.
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29
Metáfora Entrelinhas
Muralhas
Pedras lavradas
D’água nasce
Burburinhos
Escorrem seixos
Resvalam
Nada impede
O deslizar
Gotejado
Dos olhos
À distância
Sombra imperativa
Dedilha
Teu aninhar
Marcam
Cascatas
Seixos
Contínuos a rolar
Nas águas transpiradas da mata.
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30
Atrevo-me
No corpo um arrepio
Contorcem-se os gestos,
Misturam-se os afetos
Aquecem
Pensamentos
Desorganizam-se
Tremulam desejos,
Sem brios ou recatos,
Atrevidamente
Um beijo te peço.
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31
Amo-te
Formei-te
No risco do meu beijo
No rodapé do meu pé
Neste espaço sem teto
Procurei-te
No menor brilho da escuridão
Sem sentir deixei a mão
Confundi o vento com teu respirar
Despi-me na tua transparência
Nesta procura
Perdi-me.
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32
Hoje!
Apetece-me
Estar contigo
Em nosso abrigo
Na distância
Voo em tuas asas
Não renegarei meu prazer
Meu querer
Tua presença
Em mim habita
Sinto-te na batida das horas
Estás em cada passo
Que dou
Nos mínimos detalhes
Que fizeram cruzar
Nossas vidas
És o ar que respiro
Jamais esqueceria
Está tua maneira de ser,
de amar por prazer.
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33
Nas Asas “De mim para ti”
Fizemos
Um passado juntos
Escrevemos
Tempo doirado
Fui eu, foste tu
Mãos e dedos
Lado a lado
Calei-me, porém
Sou a imagem por ti formada
Como fugir
Da própria história
Serei um ser sem memória
Foste meu, fui tua
Estar em ti
Minha única vitória.
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34
Busca
Incansável silêncio
Incessante prazer
Incrustado na loucura
De querer-te por querer
Espaços vazios e a
Percepção de nada ter
Aglutinam alma e
Nesta sensação
Incomensurável da busca de ti
Em meu ser.
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35
“Amigos”
Perdoa meu amor
Esta cantiga
Mas afoita como sou
Quero ser ”tua amiga”
Entre aspas eu diria
Impetuosa, ardente
No peito meu,
O coração não mente,
Bate e repete todo dia
Se eu pudesse...
mil vidas eu teria.
VII
Dança
Fechei os olhos
Acariciei teu corpo
Colados a dançar
Perdemo-nos na noite,
O teu querer sentiu o meu
Flutuamos em pouco espaço
Em teus braços
Adentrei o paraíso
Colhi estrelas
Sorri no teu sorriso.
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36
No mar
Sou o balanço das ondas
Quebrada na praia
na varredura do mar
Adormecida ao sol
A espera da lua cheia
Sangra
Veios escorridos
D’água deixada
Sal da vida
Sou o balanço das ondas
Que busca guarida
Estrela viva na areia esquecida.
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Antologia – Premium V
37
Champanhe
Champanhe
Taças
Esquecidas
Corpos
Aquecidos
Aconchego em teu peito
Sacio no licor
O transpirado do beijo.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
38
Sou tuas mãos
Quando te escrevo
Teu pensamento
Quando sozinho
Sou nave evasiva
Nas horas de decisão
Navego águas tranquilas
Consciente sem derivas
eterna emoção
Vento que acolhe brisas
Nas horas de solidão
Sou teu espaço vazio
do frio, dos desafios
Sou tua interrogação.
Licenciado para Maurélio Machado
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39
Mirian Menezes de Oliveira
Nasceu em 19 de Junho 1967 na cidade de Guaratinguetá (SP). Vive e trabalha em São José dos Campos (SP).
Professora, Escritora e Ativista Cultural. Graduou-se em Letras – Licenciatura Plena – Português e Inglês, pela instituição
UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba - São José dos Campos – SP (1990). Pós graduou-se em Leitura e Produção de Textos (Lato Sensu), pela instituição UNITAU –
Universidade de Taubaté - SP (1997). Dissertação de Mestrado, defendida na instituição UBC – Universidade Braz Cubas - Mogi das Cruzes - SP (2004). Mestrado
em Semiótica. Tecnologias de Informação e Educação. Membro da REBRA, CETRANS e AJEB - Associação de Jornalistas e Escritoras Brasileiras. Embaixadora da Divine Académie Française des Arts, des Lettres et de la
Culture - São José dos Campos – SP. Publicou “O Cientista e a Poeta” – Editora Triom e “Rotinas e Surpresas – Espirais de
vida” – Editora Scortecci. Participou em 30 Antologias e em trabalho articulado a
outros artistas. Exposição no Carrosel du Louvre – Museu du Louvre – Outubro de 2014. Contato:
[email protected] Blog e Páginas:
http://mirianmenezesdeoliveira.blogspot.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/mirian.menezesdeoliveira?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/mirianmenezes/
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41
O que Ícaro não viu?
Ícaro, afoito jovem, mirou o sol...
cego, por ver o mundo, “perdeu” o mar.
Na ânsia imprudente, quis ser girassol!
(Não se compara a Pégaso, no ar!)
Pobre Ícaro,
surdo aos fortes apelos de Dédalo:
velho e prudente pai
Voou muito alto em “ganância” e atropelos;
derreteu sua asa, caiu sem um “ai”!
O que não viu?
Há resposta eficaz?
Deixou de ver as cores?
Morreu em Paz?
Ícaro viu:
morros, terras, jardins?
Pergunto:
O que Ícaro não viu?
Em sua imprudência, a si mesmo traiu.. .
E as texturas?
As cores?
Os jasmins?
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42
Conflito dos “EUS”
O “eu” que fui e ainda sou...
grita pela eternidade...
Não sou a mesma,
mas também não sou AQUELA...
que, de mim, nunca se apartou...
Leio poemas antigos...
retomo velhos escritos...
Sinto as linhas do tempo...
tracejadas... contínuas...
Mundos e mundos...
circulam... giram... saltam...
Ideias vão e vem,
mas nunca iguais!
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43
Morta-viva
Folha seca que o vento leva,
Liberta de tronco vivente...
Uma mancha de sangue carrega:
Amostra de vida dormente.
Membro seco de humilde tronco...
Morcegos a tem como oásis!
Planta bela! Alimenta “monstros”?
“Só” sei que é uma planta de fases!
Circula a seiva em tronco vivo...
A folha? Tem sangue na “pele”?
“Morta-viva?” – É membro ativo!
Morcego? – É bicho com ninho!
Na árvore, busca a epiderme...
Ser vivo... derrama carinho...
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44
NÓS
(...)
palavra
não-palavra
una
trina
sujeito
simples
complexo
substantivo
próprio
comum
três letras
três pontos
(reticências)
NÓS
terceiro elemento
circular
curvilíneo
pontiagudo!
NÓS:
Substantivo
quase verbo:
três pilares.
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45
Olhar de bicho
A intenção canina
se reflete no olhar.
Espelhos fiéis...
Tristeza, amor e ódio...
são:
tristeza, amor e ódio!
As íris:
portas semiabertas,
cerradas para o externo e o supérfluo...
decantam
a alma do bicho
Amor, saudade e alegria...
são:
amor, saudade e alegria!
(A intenção canina se reflete no olhar!)
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46
Encontro entre amigos
Paineira e periquito
resolveram se encontrar.
Paineira soltou-se toda.
Periquito a voar...
E nesse encontro bonito
o verde pôs-se a reinar.
Deus, do alto, contente...
desceu à terra a plainar...
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47
Serviço de (in)
utilidade pública
Procuram-se metáforas,
vivas ou mortas,
capazes de minimizar
o “sangrar” da alma.
Recompensa aos que
as encontrarem:
poema de mediana qualidade,
sem contra-indicações,
mas que não serve para nada.
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48
Tributo à dor
A dor é uma amiga carrancuda,
que invade os cômodos da alma...
Violenta, abre a porta do peito...
finca à força uma faca...
e grita descontroladamente:
- Força!
Você tem que viver!
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49
Trilhas
“Três Marias” na areia:
fugitivas do espaço...
numa simples brincadeira,
pularam, em nervos de aço.
Neste solo reluzente,
viram, nos grãos, nebulosas
e, na nova cama ardente,
sentiram-se preciosas!
Três amigas, “Três Marias”
juntinhas, por três minutos
sem o céu; as regalias.
Em primeira calmaria,
vagaram em poucos segundos,
“independentes” nas trilhas.
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50
HAICAIS
Mirian Menezes de Oliveira
Tronco morto,
no vaso natural...
A planta vive.
Galho seco de palmeira
Hortênsias solidárias
velam o corpo.
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51
HAICAIS
Mirian Menezes de Oliveira
(Equilíbrio falso)
A palmeira se agita
na paisagem dócil.
O beija-flor beija a telha
posso vê-lo
pelo vidro transparente.
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52
HAICAIS
Mirian Menezes de Oliveira
Grande músico!
O vento põe as plantas
pra dançar.
Sabiá sozinho sabia
Que no solitário tapete de relva
Ele seria rei.
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53
HAICAIS
Mirian Menezes de Oliveira
Pássaro insatisfeito...
A gravidade lhe toma do bico
o ramo.
Céu nublado.
O cinza desceu
pra virar mar.
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54
HAICAIS
Mirian Menezes de Oliveira
Gigante de água,
a cascata me fez
virar girino.
Uma pedra, uma árvore,
uma menina sentada...
Pérolas do viver!
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Antônio Ramos da Silva Nasceu em 19 de setembro de 1960 na cidade de Brusque (SC). Vive e trabalha em São Bento do Sul (SC). Professor, Radialista, Escritor, Ativista Cultural, Historiador e Poeta. Graduou-se em Ciências Econômicas, pela Faculdade De Plácido e Silva – FADEPS – Curitiba (PR) (1984). Pós graduou-se em Gestão Financeira, pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná – PUCPR - Curitiba (PR) (1987). Em suas atividades em exercício é Presidente da Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina Municipal de São Bento do Sul (SC) e membro da Associação
Internacional de Poetas para São Bento do Sul. Idealizou, planejou e executa o projeto “Diferente Sim, Indiferente Não”, e “Oficina de Poetas” em São Bento do Sul (SC).
Recebeu a Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro - 2013, concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de
Literatura e Artes - 2013. Publicou: 30 títulos, entre poesias, textos, diálogo e história.
Contato: [email protected]
Blog e Páginas: http://antonioramospoesias.blogspot.com.br/ http://www.facebook.com/escritor.antonioramosdasilva http://www.facebook.com/academiadeletrasinfantojuvenilscsbs
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Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
57
Sua voz
Ouvir-te Oh! Meu amor.
É como o meu ser, se conectasse a velocidade da luz
em melodias e sons e sentir meu interior emergir.
Voz que encanta e me seduz num bailar de sílabas soltas;
num entrelaçar de uma paixão envolta.
Seus sons. Oh! Meu amor.
Aquele que sorrateiro foge de teus lábios
como brisa leve, e repousa em meus ouvidos
como labaredas de fogo. Deixa meu corpo fervido
e me chicoteia suavemente. Abriga-me em tua doce euforia. Quero ser melodia; num arranjo só me inebria. Faça-me frequência e única sintonia. Seu som me capta e de amor castiga. Varre as malditas palavras que não ouso escutar: Infelicidade, dissabores, desarmonia. Eu não canto decepção estagnada; aquela que fazeis dele pranto e no canto da alma se fez pó. Não quero mais desamor disso eu tenho dó.
Vida se canta numa nota só. Amor!
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Antologia – Premium V
58
Banheira sem sais
Chovem lágrimas.
(finas gotas cristalizadas).
O tempo chora lento.
Arrebento; ouço sentimentos invernais.
Um deserto nas mãos.
Aflição guardada no peito. Água doce banheira sem sais.
Poesia banha no leito. Em brasa a saudade arde.
Não há caminho e nem eito numa busca covarde.
Avessos de mim revirados.
Passado de ti esquecido.
Trago-te no coração tragado.
Desilusão que me invade sorvem água, impurezas...
dos meus olhos resguardados.
Solitários, derrama na face esquecida.
Frases de poemas amarrotados; bebida amarga; engolida solidão.
Não há remédio que cure feridas
de uma perdida e picante ilusão.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
59
Sinto-te
A prosa some
na pele que tem fome.
Não há existir sem o teu sentir nem poema sem teu nome.
Venha inteira, sem segredos.
Sopre o amor aos meus ouvidos céu meu dos meus desejos.
Há brisa nos lábios teus...
num corpo em apogeu
refrescando os sonhos meus degustando um grande beijo.
Tenho sentido todos teus sentidos,
aviva o amor aos meus ouvidos...
Os céus os teus beijos
deixa-me havido. Toque-te. Polinizo.
Quero-te ver florindo.
Amor que advir. Amor do meu sentir.
Amor que tenho sentido.
Amor que acolhi. Amor que idealizo.
Tem sentido.
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Antologia – Premium V
60
Vejo-te de olhos cerrados
Quando fecho as cortinas
dos meus olhos; vejo-me no silenciar;
subtrair do meu sentir a escura ausência.
Nem a míngua lua
quer dormir a esperar-te.
Eco em tua boca faz-me suspirar,
mínima arte desenhar, verso exilado expulsar.
Diz-me tudo em alma.
Peco a carne. Desarme que me faz emudecer.
Fatias de insônia despojar
em plena noite fria.
Não é agonia.
É prazer até a luz do dia.
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Antologia – Premium V
61
Abra-te
Ficaste em mim alojada.
Quanto mais o teu querer no caos da pele me abrigar;
escrevo-te ainda mais.
Não modere! Esse amor que encontrastes nos beirais da contestação;
não há perigo.
Tempere tuas letras e abra a minha capa;
revire as palavras como se fosse lençol de prazer
com a tua marca.
Há todos os desejos nesse livro que é teu.
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Antologia – Premium V
62
Que segredo é esse?
Um par de asas
faz-me voar as palavras.
Há letras nos sóis; e nos teus céus são tuas linhas.
Há rima em tua lua. Nas frases que abrigas
quando sou seu.
Nos teus rascunhos sonhos lunares;
quaisquer lugares.
Teus papéis
falam de mim e comigo.
Quão doce é teu planar
sobre o grafitado lençol; abro as tuas páginas
envolto a caracol.
Único livro
que deixarás em mim escrito. Tua alma solta sobre o leito quando te leio e me deito.
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Antologia – Premium V
63
Consciência pensada
Foi tudo súbito
esse aperto que esmaga.
Dia desses tenho um surto. Corrigir os meus acertos,
antes que o tempo cavalga.
O tempo passa.
A vida amarrota, quebrantada no meio.
Poesia não te esqueças?! Nem diga por que veio.
Misto de tédio e mistérios.
Palavras acordas... Primeiro.
No cativeiro. Poema nascente.
Pão adormecido. Pomar e canteiro.
Me dita o que pensas.
Depressa adensa
antes que a tinta seque no tinteiro.
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Antologia – Premium V
64
Bendita
No orvalho dos teus olhos
o verde que brilhava cobria densa neblina.
Olhar se escondia nos olhos daquela menina.
Só o silêncio era meu.
Rosto pálido, despojado. A lágrima que escorria
nas linhas de minha mão
bendizia maldita hora o que um poema escondia.
Triste fado.
Um amor dilacerado em plena luz do dia.
Que agonia!
Sonho que não nasceu.
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Antologia – Premium V
65
Lapidador
Ah! Poeta.
As palavras se aprofundam e tem raízes;
brotam quando se lê.
Rendo-me a sentir quando descreves
acondicionando as palavras em um belo estojo;
como se pedra preciosa fosse.
Uma jóia rara! Tuas vogais.
Teus pronomes. Teus verbos.
E tuas consoantes
verdades e ilusões.
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Antologia – Premium V
66
Ame
Clama o amor em nossa cama?!
A lua afaga a silhueta; prometa o que ti reclama.
Zomba farta colheita!
Esse amor que não se deita diante dessa vida insana.
Fale para mim.
Como compensar viver? Os que ousam. Reflita.
És tão bonita. Uma dama!
Amor é isso?! O tempo que não se esgota.
Nesse madrugar todos os pecados ousar,
a alma se que trague em prazer e alcance os céus num beijo.
Adormeça nesse corpo extasiado.
És desejo.
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Antologia – Premium V
67
Fina dor
A dor que dói os meus versos;
abasta-me o sangue, o alento. Deságua num só ferimento.
Sangra gota a gota o que na alma padeço.
Para que tanto sofrer?
O que lá cresça e não se converta.
Baques que arrebato
untado dentro de mim. Ainda que se inverta;
nestes desvãos sem fim.
Poeira tapa o vidro da janela.
Álgidos muros que ergo. Deles pálidos alaridos
emergem o meu sossego.
Surpreendo-me
emparedado em mim.
De novo me despeço o que a vida não teceu.
Murchos amores. Flores na tumba...
Morreu.
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Antologia – Premium V
68
Reinvento
Desvisto a alma...
de tanto que chorei.
Dentro de mim
lágrimas se vão com o vento...
Secam ao relento.
Somem em si.
Lamento.
O que perdi...
Não vi.
Por viver o que não vivi.
Foi encantamento?!
Foi sofrimento.
A vida que invento...
que inverta.
Reinvento outro sofrer.
O que se ama?!
Não se perde;
Pede-se a Deus
o amor que não se mede.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
69
Dois corações
A cada passo que ela dá
transbordam versos.
Por onde ela passa,
poesia a lhe seguir.
Tudo silencia e escurece,
deixando-nos a sós...
diante de nós adormece.
Mulher de beleza completa,
na certa se acha em defeito.
Só desfruto-a sob efeito;
sempre em sinal de alerta.
Tropeço nas letras
Inspirando-me tanto,
ao ponto do punho a disparar,
brancas folhas dançar
desenhando todo encanto.
O que a ela tem de sobra,
que me encantou de começo...
a luz, isso nela transborda,
a luz dela é tanta, não meço
que se for de seu desejo,
planto dois corações no peito.
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Antologia – Premium V
70
Mimar-te
Ah! Meu amor.
O que não faço por ti
se ontem regaste com tua seiva
todas as minhas raízes,
aparastes todos os teus silêncios
no meu infinito,
araste minha pele
os mais profundos desejos
e nos meus olhos
fizestes brotar
a assimetria da felicidade.
Hoje sigo o teu sol;
nas pálpebras da noite
o luar do teu corpo.
Sinto-te o que me é
e o que te sou.
Ah! Meu amor.
Mimar-te não me é oneroso.
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Antologia – Premium V
71
Margarida Cimbolini
Nasceu a 9 de maio de 1958 em Lisboa (PT). Vive e trabalha em Lisboa (PT).
Formou-se como Educadora de Infância na Escola Superior de Educação João de Deus. Licenciou-se em História de Arte na Universidade Autônoma. Frequentou o Instituto de Psicologia Aplicada e a Escola Lusitânia Feminina de Lisboa. Participou de Workshop sobre astrologia, tarologia e ciências esotéricas. Recebeu em 1975 o
conhecimento de “Prem Rawt, na Associação de Raja Yoga, formação que exerceu durante 8 anos.
Atualmente dedica-se á escrita e ao comércio, avaliação e restauro de Antiguidades e Obras de Arte.
Residiu na França Bélgica e Amsterdam, onde desenvolveu a atividade de Antiguidades e Obras de Arte. Fundou em 1992 a empresa “Lindo-e-Velho”, com sede em Linda-a-Velha, e com rede de lojas em Lisboa. Realiza exposições de Antiguidades e Arte por toda Portugal. Foi consultora no Museu Bordalo Pinheiro (Lisboa – PT),
atividade que manteve até 2013.
Toda a sua vida escreveu contos, poesias e crônicas. No ano de 2010 começou a publicar nas redes sociais onde recebeu várias menções honrosas. Pertence a 560 grupos de poesias, e publica regularmente. Participou de 32 Antologias Poéticas entre
elas: “Nós Poetas Poeta-mos”, “Poesia sem Gavetas”, “Despertar dos Sentidos” e “Essência da Poesia”. Participa de várias tertúlias literárias e debate sobre literatura, poesia e obras de arte. Contato:
[email protected] Blog e Páginas:
Facebook: https://www.facebook.com/margarida.cimbolini?fref=ts
Bookess: http://www.bookess.com/profile/margaridacimbolini/
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Antologia – Premium V
73
A praia
Caminhei na praia branca tão branca que quase julguei
ser a areia neve... e o mar constelações...
grupos de estrelas brilhantes...
coalhadas nas minhas retinas.
Caminhava ao de leve não sentia o frio da neve,
mas queria muito chegar lá.
Aí nesse sítio a que chamava mar
estavam os lábios rosados das donzelas viviam rapazes de pés ligeiros
via-os ao longe saltitando nas estrelas.
Sábios roçavam aquela planície ondulante e azul. Branca era a praia; e eu branca e nua
temi não chegar ao mar.
Sentei-me naquela branca lonjura. A ilusão é tão fácil de amar!
Quando despertei estava cansada e doce.
No meu quarto sem janela ouvia-se o som da poesia. Aquele som dos sonhos onde voamos...
na realidade das quimeras!
Senti nas mãos o frio da neve.
É no meu quarto sem janela vesti-me de brancura!
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Antologia – Premium V
74
Sentir
Às vezes eu sinto.
Sinto a vida.
Tão minha tão grande!
Tão una! Tão forte!
Tão frágil!
Tão imensa!
Tão insustentável!
Sem dimensão,
mas tão há minha medida.
Tão eu!
Morre-me então a morte!
Não pode morrer a sorte...
de ter um corpo e sentir;
não pode viver a morte
nesta viagem de ir.
Então a angústia serena
e só assim vale a pena
ter alma... ter corpo.
Só sabendo vale a pena
ser humana gerar e parir!
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Antologia – Premium V
75
Tempo morto
Gostava de querer ver o Sol.
E de me sentar à beira do rio...
deixando correr os poemas que trago dentro e que nunca escrevi.
Gostava de ouvir de novo o marulhar das águas...
escutar os pios das gaivotas... e de os cacilheiros a fazer as travessias
sentindo os passos das pessoas sempre apressadas... a atravessar as pontes.
Naquele tempo também eu tinha pressa, mas retinha o tempo... ficava à beira do rio...
cheia de certezas e de incertezas. Ainda tinha tempo.
Ainda queria ver o Sol.
Agora sinto-me ausente!
Ausente de mim. Sobra-me tempo pra matar.
Nunca gostei de matar o tempo. Mato agora cada momento!
Não retenho o pensamento.
Espraio o olhar,
mas não vejo o rio. Vejo apenas o marulhar lento
dos dias, das horas dos anos... e quando acordo dos sonhos...
já passou muito tempo... e já não vale a pena acordar!
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Antologia – Premium V
76
Momento
Os teus beijos!
Meu amor esses teus beijos!
Os beijos dessa tua boca! Onde estarão esses desejos?
Como será saciá-los com outra...? Morrem meus lábios de sede.
Os meus olhos não te alcançam.
Penso em ti ... pensam em ti meus dedos
rola o meu corpo em segredo.. .
em marés de sobressalto numa doce inquietude
num manso desassossego.
Exijo aos sentidos silêncio! Não te quero mal...
e ciúmes não tenho.
O que tenho é medo da vida... e que está saudade se perca...
se esvaia no tempo... e se torne apenas um caso.. .
memória já passada, apenas mais um momento!
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Antologia – Premium V
77
Gestos
Tem a alma gestos brancos,
gestos que veem de dentro.
Tem a alma gestos puros
elevam o pensamento!
São gestos...
quiçá sementeiras...
gestos quietos
da cor das amendoeiras!
Gestos da alma.
Mil águas a regar o mundo.
Águas mil a calar fundo!
São elas bênçãos de brilhos.
Viajo correndo esses trilhos
e recebo os seus recados...
são sussurros... são trinados.
São beijos que recebo
com as minhas mãos abertas
e com meus olhos fechados.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
78
Lírios
Lírio d’água mansa flor
dá-me das tuas pétalas o odor.
Tuas raízes cantam versos lindos mergulhando nas águas do amor.
Onde buscas-te tal cor?
Longe onde os ventos fluem. Longe onde os mares se unem
em universos sem dor.
Tuas hastes são tão finas.
São íris de meninas. São alvas manhãs peregrinas.
São corpos amando
em suave esplendor.
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Antologia – Premium V
79
Da terra
A terra ardendo em azuis,
roubou o mar.
Levou-lhe a cor, as águas,a s pedras.
Levou também labaredas ardendo em azuis
. tomou o poder do sol...
dos ventos e das marés! Entre brilhos se fez luar!
A terra ressurgiu em ser.
Abriu sendas no coração sentiu-se a cantar...
fez-se canção e rodopia agora no ar. Vaidosa, senhora das claras malvas...
das rosas... das manhãs alvas.
A terra aprendeu a amar.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
80
A lua quer primavera
Há quanto tempo não é manhã
e na manhã não corre o sorriso.
Há quanto tempo persigo sonhos na beira deste postigo
e bailam pombas comigo.
São pombas da madrugada aventam assim o tempo
para me terem guardada.
Coso ilhoses nos meus dedos
agulhas de porcelana dedais de prata a cinzel
esculpidos escorre-me a prata dos dedos
e os dedos fazem sentido ás vezes falo dormindo.
Faço dos sonhos teatro e vou esquecendo o que digo...
caminha comigo a lua, mas fala da primavera.
Quem me dera.
Quem me dera...
guardar a minha mão na tua... e partir nas asas dela.
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Antologia – Premium V
81
Dentro de mim
Dentro de mim é noite,
mas não noite de trevas;
são olhos abertos ao luar sexos escancarados de prazer,
gaivotas voando a cantar, pio de rouxinóis
e este amor fecundo que ás vezes me enche
e ás vezes transborda mais alto que o sol.
É magia e uma alma triturada
em almofariz tão branca
como pau de giz, mas sempre a chiar
sedenta de amor
feita de mar e de dor.
Dentro de mim
talvez eu não saiba, mas eu sou amor.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
82
Ciúme
Tenho ciúme do poeta
cujo lume
me enche de espanto e claridade daquele que sabe cantar a magia
que escuta a alma e a guia no finito da sua infinidade.
Invejo o clarividente tão simples
que cândido e ardente me ensina eternidade.
Ciumenta sou daquele que sem queixume
quieto e calado sábio e fadado transforma as palavras sem alarde
e as leva ao mais alto cume em poesia...
em profana santidade.
São estes os crimes
que confesso impunemente crendo que daí não vem mal á humanidade.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
83
O universo acordou
Inexorável
reclama partículas de vida.
Conta-nos a sua história e é sempre uma história de amor!
O tempo também ama.
Ama-nos e quando fala abana.
Pai cuidadoso.
Cuida glorioso.
Sangue do seu sangue dimensão imensa
presença sempre presente... é às vezes mais intensa.
Aí quietos expectantes!
Sangue do seu sangue.. .
o sangue torna-se luz, 'e um novo equinócio.. .
do fosco vem lúcida claridade.
O tempo também ama e a alma também seduz.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
84
Sim
Sou eu!
O vento que te acaricia os cabelos
o beijo que sentes na testa quente. Sou eu o som do mar
e quem te manda o sol poente e a adaga na cintura...
E o que te agita o pensamento
quando te pões a pensar e a foice que corta a ceara rente
e faz o teu corpo vibrar.
E quanto te sentas na esteira tocando...
e se te pões a cantar... num lamento...
que nem a música pode calar.
Sou eu!
E quando amas sem amor e se beijas por beijar.
Sou eu meu amor... que sinto a dor...
de estar longe e de te amar.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
85
Quem
E quem cala o verso?
Ainda que controverso.
Ainda que quadrado ou convexo. Em espiral.
Losango ou oval...
Uma vez desenhei um losango.
Olhei. Medi.
Pesei.
Trinquei. Pintei...
e depois zanguei-me com ele, porque não passava
de um losango desenhado num papel.
Avesso
No meu avesso
que transpareço
mulher vergada pela lua
sou no avesso de mim
apenas uma mulher nua.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
86
Lonjura
Que lonjura...
que lonjura
esta em que me sinto
só a dor em mim perdura.
Nem sei se rindo me minto
humana riqueza esta
e tão funda e longe a sinto.
É dentro o meu caminho
dentro de mim luz emana
o corpo não é prisão
e através dele respiro
porque fujo eu então.
Deste meu Divino abrigo
as luzes de neon
trazem melancolia.
Quero a graça desse abraço
fundir-me nessa magia
só assim serei verdade
e almejo essa alegria.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
87
José Batista da Silva Filho Nasceu em 01 de Setembro de 1961 na cidade de Recife (PE). Vive e trabalha em
Carpina (PE). Poeta e Artesão na Madeira. Desde 1989 está em benefício assistencial por incapacidade laborativa devido a problemas na coluna vertebral, o que lhe tornou cadeirante, por dificuldades de deambulação. Cursou o Técnico em Edificações na ETERPAM - Escola Técnica Prof. Agamemnom Magalhães. Aos 10 anos de idade saia
para vender bolos, doces e salgados, para ajudar as despesas de casa. Aos 12 a nos aprendeu a entalhar na madeira e prestou serviços numa galeria do Alto da Sé. Começou a escrever poesias após um teste de português, quando teve o melhor desempenho da sala. Foi premiado com o 3º lugar a em um concurso de redação a
nível municipal, com o tema “A Poliomielite“, ainda no ensino fundamental e venceu o 1º Concurso Manuel Bandeira de Poesias, com o poema “Antologia Bandeiriana”, promovido pela Secretaria de Turismo Cultura e Desportos do Carpina (1986). Participou do “1º MOVIMENTO ARTÍSTICO DO CARPINA“, onde ao lado de
artistas, coordenou a 1ª Passeata de Protesto Contra o Descaso aos Artistas Locais, invadindo o Desfile Cívico Militar de 1988, em atividade pacífica, mas determinante para a consolidação dos movimentos artísticos no município. Participou da edição do livro, Floresta dos Poetas (Uni-Versos). Carpina – PE – Poesias, Coletânea de Poetas
Carpinenses, promovido pelo Movimento Agosto Para Todos, com apoio da Prefeitura Municipal do Carpina (2006). Mar-A-Tona de Poesias e As Cores do Mar pela Editora Modocromia. Antologia de Poesias – Portugal - 2015 e “2ª Antologia Poemas e Verdade (UNIÃO) - Clube dos Autores - 2015. Membro da UCEA - União
Carpinense de Escritores e Artistas. Homenagem do poema do dia pelo grupo Solar de Poetas – Portugal. Contato:
[email protected] Blog e Páginas:
Facebook: https://www.facebook.com/jose.batista.5209000?fref=ts
Bookess: http://www.bookess.com/profile/batistapoeta/
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Antologia – Premium V
89
Esse amor por ti
Viajei no tempo para me descobrir
estacionei em vaga proibida,
rebocaram-me os sonhos,
causando um blackout em minha vida.
Jogaram-me em um pátio onde o tempo se perdeu,
e só o passado vive,
recostado nos próprios anseios,
a perder-se de vista nesse abandono.
E o tempo que me restava foi consumido
pela dor da impossibilidade
que se arrasta em mim,
impedindo-me de que me arraste
até ajoelhar-me aos teus pés
para confessar meus amores,
debulhar os sonhos que criei só para ti ,
ser teu menino,
eterno domínio de bem viver,
e se tiver que morrer,
que seja em teus braços.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
90
À noite em mim
A noite surge como um anjo em negro baby doll,
trazendo nos braços como um doce acalanto,
o silêncio dos corpos abandonados
e a solidão do mundo em agonia,
despeja tudo aos meus pés
como quem se livra do indesejável,
antes de partir para o desconhecido,
sem malas, sem bilhete de passagem,
levando apenas o desejo do voo rasante
e as lembranças dos desencontros aflitos,
tremulando como uma bandeira sem país.
E nessas horas mergulhadas entre lamentos
e a espera do novo dia,
entrego-me as insônias que me invadem
como pesadelos à revelia,
saudando as tristezas em desespero,
como quem parte no momento do amor sublime,
para depois nos horizontes incendiados
se esquecer de viver na busca do último aceno.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
91
A plenitude de tua beleza
Como é lindo teu rosto na tarde sorrindo,
teus braços se abrindo
envolvendo-me num caloroso abraço,
convite para o entrelaçar dos sonhos,
teu corpo se despindo,
chama do desejo ardendo,
ritual em que me exponho
para traçar os perfis da noite
nos emaranhados de nossos lençóis.
Lamento a noite ser tão curta
não dando tempo para abraçar esse amor,
vejo-te transbordando nessa plenitude,
riacho desaguando para semear sementes,
encanto que seduz,
mulher que na escuridão reluz
a beleza plena diante de mim.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
92
A canção do amor em silêncio
De silêncio fiz a canção
que adormece teu corpo em chamas
e anseia ser consumido ao relento
enquanto admira constelações
e mistura o prazer aos delírios
por onde escorrem os desejos
fantasiando-se de sonhos perdidos,
como um grito contido
no momento pleno do encontro das águas.
E de êxtases fez-se a história
em que quadros estamparam as paredes
anunciando tuas noites de glórias,
por de sol nas manhãs de teus olhos
brindando o sublime amor
que em ti explode de emoções
para depois derramar-se em minhas mãos
até transformarem-se em carícias,
eternas nessa noite de encontros
onde nossos corpos esquecem do tempo aflito
para florescerem arco íris noturnos
enquanto repousamos nossos desejos um sobre o outro.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
93
Abandono
Noite passada
invadi teu sono,
roubei-te um beijo,
adormeci ao teu lado,
embalei-me no perfume de teus cabelos,
realizei todos os meus sonhos em um único,
violei todos os teus desejos,
retornei à vida entristecido,
pois que descobri que não estava,
em nenhum deles.
Perdi-me na noite vazia de mim,
atravessei desfiladeiros sem fim,
mergulhei no absurdo que é viver sem ti,
fragelei-me nas ruas que desconheci,
mendiguei a vida de volta assim,
e nessa fome que tenho de ti,
dormi ao relento nesse tempo que não vivi,
andei por onde as dores me guiaram,
e jamais descobri para onde fui,
tentei voltar ao teu sono,
mas já nem conseguia mais lembrar teu rosto,
pois que a tristeza inundou-me o semblante
que lavou tuas marcas em meu corpo,
e sendo assim, não consigo mais sonhar-te de novo.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
94
Amor flagelado
As sementes de amor eclodem em minhas mãos
no cansaço da espera por ti,
e a tristeza dessa solidão escancarada estatelou-se num tempo perdido
onde a angústia desintegrou os desejos e os sonhos partiram em revoada
com destino ao por do sol, em busca da luz que jamais viveram.
e nesse abandono em que me instalei, fui demência e desespero,
fui carência e desmantelo,
sou mendigo desse sentimento, sou flagelo de teu amor.
Anoitecendo
Cada noite é uma saudade inacabada, uma tortura desfazendo sonhos,
uma viagem sem retorno, um abraço na solidão,
uma luz perdida na escuridão,
um desejo perdido no tempo, uma lágrima agredindo o silêncio,
um choro invadindo a alma, uma lembrança incontida,
um mergulho em tua ausência, uma paisagem esquecida no canto do quarto,
uma dor que maltrata,
uma espera que nunca acaba.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
95
Ausência de teu carinho
Nas manhãs ensolaradas surgem sentimentos alados
anunciando desperdícios de sonhos
pelas noites em que a solidão desata, ressurgindo dores como pássaros em revoada,
quebrando as vidraças do tempo aflito para depois pousarem exaustas
no quintal de meus desejos.
E um silêncio se apresenta como dúvida
nesses desenganos ancorados na alma, interrompendo o despertar das flores
derramando sobre as ruas desertas de meu itinerário
uma enxurrada de desencontros onde sempre me perco
e jamais me alcanço.
Vejo perambulando entre esquinas e fome,
sonhos ausentes e sem nome, em busca do destino
que apague a aflição do homem que ficou à deriva
na noite em que não sonhou,
pois que a espera se fez de angústias e nas próprias mágoas naufragou,
águas que desatou sem perceber pela ausência do carinho de uma mulher.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
96
Catador de sonhos reinventados
Não sei falar de amores conquistados,
Vivi a vida catando sonhos reinventados,
Reciclando desejos abandonados,
Buscando abrigos ao relento,
Agasalhando-me no frio dos olhares esquivos,
Perdendo-me no desencontro das mãos distantes,
Colhendo noites despedaçadas,
Para transformar em leito,
Forrado por anseios reaproveitados,
Num tempo forjado por ressentimentos,
Feridas abertas pelas ausências
Que a vida colecionou na memória,
São lembranças do que não se viveu,
E que morreu entre a busca e a espera,
Um voo proibido de voar,
Retorno que não existiu
Por não ter onde pousar,
Naufrágio onde o sonho se perdeu,
Aceno que a distância apagou.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
97
DEITANDO AO TEU LADO
Deitar no silêncio de minha timidez,
Amordaçar as fantasias,
Despir os sonhos,
Como se te desnudasse
Nesse negro baby doll,
Ancorar em teus braços,
Esquecer o cansaço
Para galgar teus desfiladeiros,
Nadar e se preciso morrer
Em tuas águas,
Beber teu suor
Como quem degusta
O mais nobre vinho,
Esquece o tempo,
Perder a conta dos dias,
Ser apenas esse momento,
Ser brisa e vento,
Receber-te flor
Para ser em ti semente,
Voar em tua imensidão,
Pousar em teu sorriso,
Anoitecer-te,
Amanhecer em ti.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
98
Espelho sem batom
Não escreveste tua despedida no espelho com batom,
nem enviaste cartas com pseudônimos ausentes, não lembraste sequer do aceno triste,
nem deixaste qualquer pegada que fosse na poeira da estrada em que seguiste,
foste embora assim, simplesmente, rabiscastes com tuas unhas meu peito
na última noite ausente, deixastes derramadas sobre os cantos da casa
paisagens de nossos momentos vividos como se não representassem mais nada,
como se fossem recordações abandonadas, únicas lembranças que restaram
desse prazer sempre tão presente.
Entre a saudade e o abandono Sou feito de carinho, de prazeres da alma em desalinho, de alegrias intermináveis, mas tua ausência plantou em mim essa paisagem de silêncio e saudades. Hoje sou feito de lembranças, vagas recordações postadas no álbum da memória, onde não há espaço para os sonhos e as fantasias se perdem nos caminhos tortuosos dos desenganos. Sou feito de tuas lembranças, e de tudo que imaginei ao teu lado, deixei de ser presente para ser passado e então ter-te ao meu lado, mesmo que seja em recordações esmaecidas, paisagens desbotadas dessa vida, em que tua ausência me assombra.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
99
Lembranças de tuas saudades
Vivi uma saudade tua a cada dia,
enquanto sofria diariamente com tua distância,
ausência perdida entre tantas noites
encobertas pelos lençóis do passado,
guardados ainda com o mesmo perfume teu.
Tuas lembranças mantêm viva a chama
que acende os candelabros de nossa história,
talvez amor de um só,
mas tão imenso que inundaria constelações.
E nessa ausência em que me perco
escalo paredões desse desfiladeiro
em que habitam minhas alegrias
emparedadas entre silêncio e desespero,
paisagem em que o olhar se perde,
solidão em que a vida se acaba...
Só não acaba esse amor,
nutrindo desejos em meu leito,
desenhando tua silhueta em meu peito,
que sob os lençóis sonolentos e adormecidos,
ainda sente as carícias de teus beijos.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
100
Meu abandono
Vesti tuas fantasias
para poder viver teus sonhos,
e esqueci-me dos meus que nesse abandono
perderam-se no tempo esquecido,
pois que as noites não são feitas apenas de silêncio,
e os gritos revelaram-se num instante
em que de prazer fez-se o momento dos amantes,
e de desespero a tristeza dos solitários.
Tento alcançar estrelas da janela,
mas preciso da alegria contida nela
que levou para longe meus sonhos,
meus desejos e essa ânsia
que me arrasta como um pesadelo,
e me atira na noite em abandono...
Sem destino, sem nação, sem dono,
carregando nas mãos apenas o medo
de olhar para trás e não ver teu aceno,
fechar os olhos e não sentir tuas saudades,
atirar-me nesse abismo
que é essa distância de ti,
para morrer náufrago em tua ausência.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
101
Coração em pedaços Dedicado à Márcia Sampaio
Se teu coração estiver em pedaços, então vem para o meu lado e pega o meu emprestado,
pois que só assim poderei ver-te sorrindo outra vez, e quando tocar tua pele macia com meus lábios sedentos de ti,
sentirei teu corpo arrepiar-se como ave no primeiro voo, desgarrando-se da terra rumo ao infinito de nós mesmos,
incendiando-se de desejos como um por de sol na tarde despretensiosa,
permitindo-se invadir pelo sabor de meus beijos, até inflamar-se em delírios,
forjando paisagens sobre esse leito.
Mãos sensíveis acariciando-me as costas nuas, como se bordasse sonhos sobre a minha pele,
lábios carnudos a deslizar sobre meu suor, corpo estremecendo de prazer entrelaçado ao meu, cobrimo-nos um ao outro com nossos corpos nus,
enquanto derramamos manhãs alucinadas, e colhemos estrelas embriagadas por nossas fantasias.
Sacio minha sede em tua fonte para esvair-me em teus braços,
e a aurora faz-se de luz em meu viver, para amanhecermos um no outro,
já não mais apenas eu, pois que tu me completas e agora também sou parte de ti,
embalamos nossos sorrisos nas constelações, e o amor reflete em nós seus desejos,
acendemos as noites com o olhar, naufragamos as mágoas e dores em nossos balanços.
Assim vão exterminando-se os medos enquanto em nós renascem paisagens
onde não haverá mais nenhum segredo.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
102
Canto a uma mulher desconhecida
Ei você! Que não se importa em abrir a porta para que eu possa entrar
e sair da chuva e em seus braços na noite me aquecer.
Você que me entrega seu sorriso sem medo do desperdício desse amor te esquecer.
Você que se aperta em meus braços como se mergulhasse em um precipício
para não enlouquecer. Ei você! Que beija minha boca
como uma deusa ou uma louca até o dia amanhecer;
que na despedida ao me olhar uma lágrima deixa rolar manchando tua beleza na dor dessa partida,
deixando aberta uma ferida que só me faz lembrar você.
Que na noite passada embalou-se em meus braços esquecendo-se do cansaço dessa espera entristecida,
das lágrimas perdidas, que não te deixam adormecer. Que nos enche de saudades
mostrando a realidade em que precisamos viver. Pois que em nossas noites o amor é uma eternidade,
e nos dias essa louca saudade que só nos faz entristecer.
Mas que faz da dor dessa espera, uma certeza que me leva
a jamais deixar de amar você.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
103
Maurélio Machado
Nasceu em 31 de agosto de 1946 na cidade de São Bento do Sul (SC). Casado com
Karim Voigt, pai de Daniela, Fernanda e Fábio Luis; avô de Giovanna e Eduardo. Vive
e trabalha em São Bento do Sul (SC). É Escritor e Poeta. Graduou-se em Ciências
Contábeis, pela instituição UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville (1980).
Especializou-se em finanças, economia e administração. Membro da USBE - União
São-Bentense de Escritores. Membro da APCL - Academia Parano-Catarinense de
Letras (cadeira nº 41). Membro do Poetas Del Mundo para Santa Catarina. Membro
da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas.
Membro da Diretoria da Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa Catarina.
Mérito Cultura 2013 pela ALIJSBS - Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa
Catarina Municipal São Bento do Sul. Publicou: “Poeteiro de Rua” – Editora Clube de
Autores, “Infinita Saudade”, “Palavras de Amor e Paixão” e “Além Mar das
Palavras”, ambos pela Bookess Editora. Tem participações em diversas
Antologias no Brasil e em Portugal: Antologias “Vida, Motivos, Degraus” -
Editora Nova Letra. “Antologia Brasileira Diamantes III e IV - Editora
Berthier. “Encontro Feras da Poética do Mindim” - Luna Di Primus (90
escritores). Além de inúmeros artigos para jornais e sites.
Contato:
[email protected] Blog e Páginas:
http://www.recantodasletras.com.br http://poeteiroderua.blogspot.com http://www.facebook.com/groups/maurmach/.
http://www.jornalevolucao.com.br/colunistas/30/maurelio-machado. http://rencantodasletras.50webs.com/maurelio.htm Facebook: https://www.facebook.com/maurelio.machado?fref=ts
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
105
Agruras
Ventos do sul que enregelam
Corpos doentes em letargia
Vestes rotas e descoloridas
Tardes de aflição e agruras
Sons tristes tangem na ermida
Não há mais amor ou ternura
Muitas sombras no triste dia
E a miséria, a fome o descaso
Abandono de crianças na rua
Final de solitária tarde, o ocaso
Cede seu espaço para a lua.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
106
Ao Léu
Nos labirintos da angustiada alma
O fogo que me consome dia a dia
A dor que sem tréguas não acalma
Prostrando-me em louca agonia.
Sombras de mistério não relatadas
Pobre farrapo humano devassado
Triste e abandonado pelas calçadas
Ébrio doentio a perambular calado
No inocente e estraçalhado coração
O nome de um amor quase revelado
Sussurro aos ventos versos sombrios
Maldita que me enfeitiçou de paixão
A quem tanto amo e tenho velado
Preenchendo-me de eternos vazios.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
107
Poesia para uma pedra
Silencioso segue o séquito
Na manhã chuvosa e tristonha
Entre os labirintos dos túmulos
Adormecem flores, pedras e lembranças
A pequena multidão cessa a caminhada
A hora derradeira é chegada
Tempo de orar pela partida
Os últimos laços de adeus
Ante o jazigo funesto e cinza
Uma cruz encravada no alto
Súplicas pelas bênçãos de Deus
Flores incolores adormecidas
entre velas derretidas empobrecidas
Luzes bruxuleantes
Sombras aterrorizantes
Ao derredor lamúrias e lágrimas
No canto fúnebre a hora sombria
Derradeira despedida
Para sempre se foi uma vida.
Rezas em forma de poesia
Diante da branca lápide fria
A poesia para uma pedra.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
108
Olhar distante
O brilho no rosto esplendoroso
E o alvo sorriso escancarado
Belo olhar esverdeado, fascinante
Olhos que perscrutam o horizonte
Além do anil da faixa inatingível
Muito mais que se pode imaginar
O Sol iluminando a alva praia deserta
Flanar de gaivotas engalanando a natureza.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
109
No ano de 3014
Porque flores rimam com dores
Ou traidores com amores?
Tão contraditórios nos finais loucos,
confusos ou marginais
Confuso mundo em desarmonia
Sempre falseando a alegria
Creio que veio do beijo de Judas
Em Nosso Senhor Santo peregrino
Nada que nos auxilie ou acuda
Deverá ser o triste, miserável destino?
Será... será???
Daqui há mais de mil anos saberás...
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
110
Eu não queria chorar
Estava preparado para terminar
Aquele amor que não tinha jeito
Sem sentimentos ou afeição
Queria sem mais demora acabar
Era a decisão, certa e bem feito
A única e definitiva solução...
Mas eu a amava, amava demais...
Ela não ligava pro meu sentimento
Em meu caminho de amarga ilusão
Senti que era definitivo o momento...
Eu não queria chorar!!!
Dia Feliz
Amanheceu gris
Aos poucos azulando
Manhã sonolenta
Tarde de sol
De muita beleza
Só sonhos e sorrisos
Belo final de tarde
Maravilhoso arrebol.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
111
Amor
Nas mãos dos ventos
te trago a poesia
os meus lamentos
deixei-os no passado
amargurados dias
Faço este afago
deixo-te meus sentimentos
pássaro alado
ao mar meus tormentos
Só sorrisos de alegria
Para ti magnífica flor Sorria, sorria...
meu encantado amor!
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
112
O que te move?
A leveza de tua alma
O sorriso de criança
Tua meiguice e calma
A férrea esperança.
A energia desta paixão
Doces palavras de amor
Carinho de um coração
As palavras do Senhor.
Perguntam:
O que te move?
Exato objetivo a alcançar...
Com o espírito sempre jovem
Sonhada vitória conquistar!
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
113
O amor primeiro
Muito linda, amiga sorridente
Brincavas com toda a petizada
Vivia e nos deixava contentes
Eram tempos de muita alegria
Da pré-adolescência, encantada
A galera se encontrava todo dia
Eram tempos sem maldades
De muito respeito e carinhos
Maravilhosa e bela mocidade
Mas todo sonho tem um final
Eles escolheram os caminhos
Focados na vida profissional
Partiram amigos e amigas
E eu pobre ser, quê destino?
Lamentos em aflitas cantigas
Lembranças daquele olhar
Marcante sorriso cristalino
Para sempre vou te amar!
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
114
Meus dois lados
Constato que há em mim
Um coração esperançoso,
Mas alma cheia de amargura
É sempre assim
Momento prazeroso
Instantes de ternura
Na caminhada busco sim
Sucesso permanente acalentado
A paz para o meu coração
Contigo sempre ao meu lado
Perfume de alecrim
Estimulando longa paixão
Nestes labirintos sem-fim
Caminhamos apaixonados
Sonho brilhante e multicor
Sob o peso dos meus dois lados
Longos beijos no jardim
Trocas longas de juras de amor.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
115
Flores de plástico não morrem
“Pelos campos há fome Em grandes plantações
Pelas ruas marchando Indecisos cordões
Ainda fazem da flor Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão” Geraldo Vandré
Andavas entre rosas e espinhos Nos porões fétidos da ditadura
A liberdade privada, desatinos Privações, horrores... torturas.
E na luta árdua pela nossa libertação
Enfrentastes os fuzis com belas flores No teu olhar o desprezo pela revolução
Gesto sutil; sorristes disfarçando dores. Das pacíficas intenções incompreendidas
Eles te torturaram, es tupraram, abortastes O sonho de liberdade que habitava teu ser
Sozinha, em frangalhos, mas destemida
No derradeiro instante final enfrentastes Os fuzis que anteciparam tua breve partida.
Na tua lápide Neide Alves Santos, morta sob tortura no DOPS/RJ
“Flores de plástico que não morrem” como não morreram teus sonhos de liberdade!
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
116
Candeeiro
Temia a sombria escuridão Os ruídos noturnos da mata
Em companhia do violão Cantava triste serenata...
Candeeiro ilumina o caminho
Não me deixe em fria solidão Aqueça este meu pobre ninho
Aquietando sôfrego coração! Nesta noite tão gelada
Na soleira do ranchinho Pensarei na doce amada
Que me deixou tão sozinho...
Lacunas
Aquele pobre analfabeto funcional Não passará de menino de recado
Sem perspectivas na comunidade
Será sempre considerado anormal Sem entender simples textos
Pobre coitado terá dificuldades Nos emaranhados de contextos
Traços elaborados pela sociedade Viverá a experiência rude e hostil
De um pobre analfabeto de fato
Situação de desencanto, muito vil Pobre ser de capacidade limitada
Em sua mente nebulosa, o hiato Vida cruelmente tenebrosa...
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
117
Um dia talvez
Sonhos loucos de menino
Doce aventura presente
Ah! O imponderável destino
Alma doida, aventureira
Bate o coração ardente
Peripécia derradeira
Pelo mundo a viajar
Buscar novos caminhos
Novos rumos encontrar
Nas viagens pelas cidades
Pinçar almejados destinos
Controlar as ansiedades
Jovens sofrem precocemente
Buscando sonhados sonhos
Em situações comoventes
Mantendo sempre a altivez
Controlando olhares tristonhos
O amor, um dia talvez...
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
118
Felicidade
Descobri que há tantas flores tristes
Esperando visitas dos colibris
Porém, eles se foram
Não se encontram aqui
As matas destruídas
Os jardins poluídos
E aquela curva do rio da prata?
Os homens maus
Destruíram as margens
Tristes imagens ficaram
Sem a viçosa mata...
Será que o amor morreu?
Ainda creio que há esperança
O sonho lindo de criança
Relembrando o lugar
Onde a árvore frondosa feneceu.
Creio que o céu anilado
Os ventos suaves de verão
O sopro de perfumes de flores
Voos de borboletas
Todos e tudo contribuirão
Para uma nova vida nesta cidade
Que merece nosso carinho
Nosso amor e contribuição
Para sempre, felicidade.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
119
Marize Rodrigues Ukwkusima
Nasceu em 6 de Novembro de 1961, na cidade de Maceió(AL). Mora em São Paulo (SP) desde dois anos de vida quando os pais emigraram do Nordeste. Trabalha como Auxiliar de Enfermagem, na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, há 19 anos. Desde menina se sobressaia na escola escrevendo pequenos textos, adquiridos pelo sem bom hábito de ler e dividia com familiares as suas composições. Sendo muito incentivada a escrever de forma a entrar para literatura por ofício, mas nunca quis deixar a área da saúde. Passou por momentos inoportunos e através de orientações médicas como prescrição: “doar-se a escrita”. Recentemente começou a participar de grupos de poesias onde publica seus poemas. Nunca estudou Literatura nem Filosofia. Faz parte de um grupo de poetas e poetisas de Luanda (AO), “Ukwakusimas”, nome da língua Umbundo que significa "O Pensador" concedido pelo mentor do grupo (Ukwakusima Jonas), por mérito, aqueles que alcançam notoriedade entre os poetas e poetisas do movimento Lusofonia (Brasil Portugal e Angola). Participa dos grupos do “Movimento Lev-Arte” (Brasil Portugal e Angola). Vários convites para publicar sua obra composta de cerca de 250 poemas, alguns contos e pequenos textos, porém aguarda o momento propício. Incentivada por seu amigo Poeta José Batista a fazer parte do projeto “Premium”, onde reunir escritas é possível. Contato:
Blog e Páginas:
Facebook: https://www.facebook.com/marize.rodrigues2?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/marize2015rodrigues/
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
121
Só Por Hoje
Tu és o meu vício.
Mas juro, vou te esquecer
Nem que use de artifício Só por hoje, não vou te beber.
Só por hoje amor meu É assim que vou viver
Como quem por ti já morreu Não implores, não vou te comer.
Vicias como a cachaça Vicias como o chocolate,
Mas vestirei uma couraça
Para te vencer neste combate...
Vou lutar com toda energia
Vou matar esse desejo Nem que tenha que usar magia
Ficar livre de ti é o que almejo.
Só por hoje, não quero sua boca Não adianta, não vais me vencer
De desejo por ti, minh'alma sufoca, Mas eu juro, a ti vou esquecer.
Estás sugando a minha essência Por teu amor estava me acabando,
Mas nem que eu entre em abstinência
Agora sou eu que estou no comando. Só por hoje a cada dia vou repetir
Como viciada que sou E nunca mais vou permitir
Que me faças sonhar... Esse sonho que passou.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
122
Solidão
Madrugada
Quieta, calada Apenas o leve ressonar
Daqueles que são cuidados Sinto-me terrivelmente só
Ligo o rádio baixinho A melodia suave me invade
Lembranças de momentos vividos As cortinas descem
Sobre janelas molhadas
Estou parada no tempo Do nosso esquecimento
Na alma um amor enfermo Nos seus últimos suspiros
Mas nunca morre Quisera que morresse de vez
Para que eu fosse liberta Desse sortilégio
Presa na redoma do tempo
Que já passou Esperando a morte desse amor.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
123
O Poeta
O Poeta é um encanta (dor)
Mágico dos mais valorosos
Com suas letras é anima (dor) Para isso de tudo na natureza
Não perde a chance de ser observa (dor)
Percebam que não é um ama (dor) Observa a Lua, o Sol, as estrelas, o mar
E com criatividade se torna um sonha (dor) Cativa, emociona, poetiza e excita
Dando alento, alegria, esperança...
Torna-se um namora (dor)
Ah! Querido Poeta!
Sem ti o quê seria de nós? Neste mundo, onde quase tudo é desanima (dor)
Com tua criatividade, fantasia e utopia
Faz a vida mais bonita, das ilusões és domina (dor) Só tu querido Poeta!
Faz tanta dor rimar com AMOR!
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
124
A Poesia e Eu
Amo a Poesia
E por ela
Sou amada
Nos apaixonamos
A primeira vista
Quando por "Ele"
Fomos apresentadas
Agora temos um belo
Caso de amor
Andamos de mãos dadas
Sorrindo ou chorando
Estamos sempre juntas
A Poesia e eu, enamoradas...
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
125
Palavras Soltas
Solto as palavras
Que nascem dentro de mim
Elas saem pulando
Se organizando
Formando frases
Revelando sentimentos
Sensações, dúvidas
E certezas
É terapêutico
Libertador
Essa comunhão
Com a caneta e o papel
Dá prazer
E prazer vicia
Por isso preciso escrever
Alguém pode não entender
Ou não gostar
Mas não me importo
Essas palavras são minhas
Expressam os meus sentimentos
Se alguém se identificar
Acho ótimo, fico feliz
Se alguém não gostar
Nem ligo, ignoro
Não sou perfeita
Aliás, tenho muitos defeitos
Perfeito é o Senhor
E nos ama a todos
Sem acepção de pessoas.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
126
Haverá um amanhã?
A noite é longa e fria
A insanidade está em lugares próximos
Os sonhos dão os últimos suspiros Olhando para os planos que morreram
Os que mataram olham insensíveis Apreciam apenas os lugares alcançados
Nunca sentiram o sabor do amor.
Que apodreçam em suas alturas Alcançadas com passos pesados
Sobre a dor e o desespero
Dos que confiaram E agora estão por terra
Extenuados por não aprenderem Que não se pode ter certeza
Que o Sol vai voltar E haverá um amanhã
Quem pode ter essa certeza?
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
127
Prefiro a solidão
A solidão me devora,
Mas o amor me segue
Está a minha procura Espreita-me, de lugares escondidos.
A solidão me incomoda
E o amor me persegue Quer me convencer que sou amada
Promete-me prazeres infindos.
A solidão me atormenta
E o amor me assedia Aproxima-se e me esquenta,
Mas dele fujo por instintos.
A solidão me acompanha O amor me faz promessas,
Mas não acredito na sua manha
Não deixo que desperte os meus sentidos.
A solidão é minha canção Enquanto o amor ronda de longe,
Pois ele é como uma assombração Que tenho medo, por sofrimentos conhecidos.
O amor só traz alegrias, quando é verdadeiro Prefiro a solidão a me acompanhar
Do que descobrir desse amor matreiro Que com ele só vou me arriscar.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
128
Funeral
Olho para você nesse caixão
Último leito, para o seu descanso
Inerte, fria, a morte levou de você Toda a tristeza e alegria
Lembro de suas doidices Como cantava, dançava e ria
Um vento, uma brisa Às vezes ventania
Sentimentos a flor da pele Desde a raiva, a tristeza e a alegria
E o prazer, quando o sentia
Era furacão, delírio, obsessão Amava demais, chegava a sufocar
Não sabia ser diferente Maltratava, de tanto amar
Quando odiava, era de matar Só Deus para segurar
E agora?
Está aí, tão morta, tão calada Está melhor assim?
Sem sentir nada? Sim, passa sua voz, numa brisa
Cansei de sentir tanto Não aguentava mais
Por favor, não chorem
Deixem-me descansar Eternamente, num suave descanso
Sem nada a pedir, sem nada a dar Mergulhar na luz infinita e ali repousar...
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
129
Enterro
Hoje me apetece
Cometer um assassinato Sim, quero matar-te
Matar-te em meu coração Em minha mente, matar-te
Arrancar-te de minh'alma Da minha vida, arrancar-te
Quero-te morto Que saia o féretro De dentro de mim
Ei de preparar-te um belo enterro Enterrar-te-ei em cova profunda
Para não correr o perigo Que retornes para dentro de mim
Morra o teu riso Teus beijos; quero bem mortos Enterro contigo o nosso amor Dele não quero lembranças
Preciso matar-te querido
Para que eu possa viver Será que me entendes, Carinho?
Te deixarei belas rosas Em meu coração os espinhos.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
130
Semeando lágrimas
Lágrimas aparecendo devagarzinho
Pequenas pérolas saindo pelas janelas da alma
Janelas nubladas, garoa caindo Pelos cantinhos
O soluço é o trovão Que faz da garoa um temporal
Lágrimas em enxurradas Despejando cachoeiras de pérolas
Pelas janelas da alma Lágrimas quentes transparentes
De feridas antigas
Que são machucadas Chora coração ferido
Feridas fundas de cascas finas Não podem ser tocadas
Muito menos arranhadas, Mas se queres sarar de vez
Oh! Coração sofredor
Deixa a ferida sangrar até estancar Estou lhe dizendo, que chore tudo que tenha que chorar
Só assim terás a chance de sarar de verdade, Pois as lágrimas são sentimentos líquidos
Que lavam a alma, preparando o caminho Para os risos
Semeie tuas lágrimas, sementes peroladas
Que brotarão de pérolas lacrimosas Centenas de risos, sorrisos
Risadas de rosas...
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
131
Incompleta
Condenada para todo o sempre
Enclausurada numa prisão sem grades
A sofrer a perda de sua própria metade.
Caminhando sem descanso
Através da névoa da solidão
Uma ânfora de cristal em suas mãos.
Onde recolhia cada lágrima que caia
A fonte de lágrimas não secava
A ânfora cristalina não enchia.
Era o preço por amar demais
Seria para sempre metade
Sua metade não encontraria jamais.
Vagando nas brumas da ilusão
A procura do que perdera
Tendo no peito metade do coração.
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
132
Os dias em que não mais estarei
Quando os novos tempos vierem Os dias em que não mais estarei
O quê terá restado de tudo que sou e sei? E que trago em minha mente e coração?
Fico a pensar na fragilidade da vida E que nesse momento sou e estou, Mas sei que como um sopro sou...
Contido em um vaso de barro.
Toda a minha essência, tudo que vivi e aprendi Todos os momentos de intensa felicidade
Tudo que chorei, sofri e senti O amor profundo, os sonhos que sonhei.
Em um fugaz instante partirei, não mais serei Nos novos tempos, nos dias em que não mais estarei
Restarão lembranças de mim? Na mente e no coração, daqueles a quem amei?
Ou apenas serei uma brisa que passou E nada nem ninguém marcou?
Não. Não deixarei que tudo o que sou Desapareça nas minhas cinzas.
Quero deixar algo de mim, por isso escrevo Minhas opiniões, as sensações
De coisas que penso,sinto,ouço e vejo A impressão digital da minh'alma.
Todo amor e dor, alegrias e mágoas Apenas eu sou eu, não há outro ser igual
E todo esse universo que sou Não posso totalmente, deixar chegar ao final.
Quero que alguém ao ler o que escrevi Perceba pelo menos um pouco
Daquilo que fui e senti
Assim terei a certeza, que completamente, não morri...
Licenciado para Maurélio Machado
Antologia – Premium V
133
Enquanto durmo
Enquanto durmo e meu corpo
está a descansar o meu eu quase sempre
sinto dentro de mim estar,
mas às vezes, assim que adormeço
saio de mim derrepente, sem esperar.
A sensação é maravilhosa
um eu que voa e vai onde quero e pensar.
Sentindo todas as sensações
do meu corpo de mulher.
Voo rapidamente para o mundo da poesia
onde sei que estás a me esperar.
E quando nos encontramos...
Ah! Meu amor o quê sinto não dá para explicar.
Aconchego-me em teu peito;
sinto teus braços fortes a me abraçar.
E este teu cheiro, que é só teu parece me embriagar;
e tua boca quando toma a minha convidando-me a amar.
Fazemos amor nos quatro elementos: Terra, água, fogo e ar.
Quando à hora de partir chega me dá vontade de chorar;
porque minha vontade é para sempre contigo ficar.
E tu me dizes: Vá meu amor.
Precisas voltar eu estarei sempre aqui
no mundo da poesia a te esperar.
Beija-me amor, me beija, eu digo
respiro o beijo amado, dou um suspiro
e acordo dentro de mim.
Olhos molhados, a saudade a começar
não vejo a hora de outra vez
para os teus braços voar...
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Antologia – Premium V
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Vem colher frutas em meu pomar
O meu pomar é secreto só chega a ele
quem eu ensino o caminho e desde que te vi
meu pomar se assanhou todo em flores e frutas.
Vem meu Adônis faça de mim tua Afrodite.
Eu estava com medo de certa alegria cega,
mas quando vi o desejo arrebatador em teus olhos faiscando
a minha vontade de querer foi mais forte.
Era o amor, antes do amor ainda coruscando
como relâmpagos dos teus olhos para os meus;
Vem, vem depressa, colher frutas em meu pomar.
Colha em mim, figos maduros,
inchados e vermelhos com sua polpa suculenta.
Chupa em mim o fruto da videira com sua seiva doce,
que escorre entre as árvores morenas.
Ah! Meu amor tua fruta grande, doce e latejante
me deixa trêmula e agitada, jogo a cabeça pra trás,
esquecida de mim mesmo.
Deixe a seiva fluir através de nós.
Vamos deixar nossos corpos ditar nossa paixão;
os frutos suculentos e o desejo de vida,
tão excitante de misturas
da polpa do figo, o suco do fruto da videira,
amoras, pitangas, mangas sumarentas,
morangos ardentes.
Deixa escorrer o néctar em meus lábios.
Vem meu amor, esprema coma e chupe
as frutas do meu pomar.
Me consuma...
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Luiza Senis (Luana Cller)
Nasceu em 9 de agosto de 1955 na cidade de São Paulo (SP). Vive e trabalha em São Paulo (SP). Poetisa. O lado acadêmico ficou em segundo plano. Autodidata, generalista, passou a ler sobre os mais variados assuntos e claro, a leitura desde cedo e o vivenciar levaram a escrever. Diz a poetisa: escrevi desde menina amo a poesia, faz parte de mim e espero que a poesia seja tratada com respeito para que sobreviva ao caos dos nossos dias; sou uma mulher cheia de sonhos e poesia. As palavras saltaram de sua alma e tomaram vida através de suas mãos. Busca inspiração em: Fernando Pessoa, Pablo Neruda. Cora Coralina e milhares deles. Não tem livros publicados, sendo que já teve vários convites que estão sendo analisados. Opta em lançar no projeto cultural “Premium”, sua estréia literária numa integração como escritores brasileiros e com o mercado nacional, sendo uma vitrine para as suas composições. Contato:
[email protected] Blog e Páginas:
https://www.facebook.com/pages/Lupoemas/260401200821605 Facebook: https://www.facebook.com/luana.cller?ref=ts&fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/luizasenis/
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Alma nua
Trago a alma nua.
Nem um sentimento
enfim você partiu de mim
nem marcas deixou.
Já não lhe tenho amor
não sou capaz de perdoar
o abandono que em mim causou.
Total ausência de amor
que era pra mim
toda uma inspiração
no verso e na canção
hoje descobri...
o erro que cometi
dedicando-me a você
o tempo vai passar
nada terei pra lembrar!
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138
Marcas que o tempo fez
Foi tudo o que restou.
Marcas e nada mais...
de uma história
que começou tão de brincadeira...
inconsequente.
Parecia acabar num piscar de olhos,
mas ao contrario se fortaleceu.
Criou raiz; tem vida dói e faz sofrer.
As marcas estão na alma ainda
mais profundas mais doloridas...
essas não vão se curar
só quando você chegar!
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139
Do abstratismo a realidade absoluta
Como numa tela
revivi minha historia.
Passando por mim tão irreal
algo que não chamava minha atenção.
Abstrato,
mas aos poucos as nuances
foram se legitimando...
figuras que antes eram indecifráveis
se moldando;
então com um outro olhar percebi
que a figura antes mal construída
que nenhuma importância
significava em minha vida...
se tornou real.
Já sentia necessidade
de ter todos os dias...
nesse momento percebi
que te queria.
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140
Eu nada fui pra você
Eu nada fui pra você
enfim entendi.
Tudo se findou
não houve presença de amor.
Tudo muito frio
não me permitiu continuar.
O sentimento
como um cristal espatifou...
a alma teve tempo de vasculhar
e limpar sentimentos.
Retirar o que havia nos cantos
aparar arestas
por fim deixar de sofrer
porque eu nada fui pra você!
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141
Na sua teia
Assim envolvida na sua teia estou...
num emaranhado de fios
que me prendem ao teu coração.
Tão envolvida
que não acho à saída.
Num labirinto impossível
de me encontrar
e nem a você...
perdida de nós dois o que farei
qual o caminho. Não sei!
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142
Suave você
Suave você!
Vêm depressa.
A saudade quer me matar.
Eu já entendi...
sem você não sei ficar.
As noites sem ti se arrastam
em vez de passar
não sinto alegria
se você não está.
Te amo nem sabia.
Cansei de negar,
mas minha alegria
é quando você está.
É tanto desejo!
Parece queimar
e quando eu te beijo
me sinto embriagar.
Por isso te peço corre pra cá.
Meu corpo te quer vêm me saciar
mata meu desejo eu quero te amar.
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Antologia – Premium V
143
Memória
E assim por fazer parte
do meu eu.
Sobrevivi.
No arquivo das minhas memórias
encontrei no subterrâneo de mim...
reminiscências de você.
Imagens envelhecidas
amareladas pelo tempo.
Então cheguei à conclusão.
Você vive...
em meu presente
viveu no meu passado
e eu sou louca por você!
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144
Retrato de mulher
Um ser alado
asas para facilitar sua locomoção
sentimentos contraditórios
ela mesmo procura se analisar
tem febre de amar...
seu interior por vezes
entra em parafuso.
Todas as funções de uma só vez...
esse ser supremo tem um nome.
Superação! Assim as mulheres são!
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145
Tatuagem
A minha alma
tem cantos e espaços
que só eu sei
lugares que tive que arejar
só pra te guardar.
Labirintos segredados tão meus...
onde consigo transitar
sem me perder.
Alma repleta de você...
tatuada com seu DNA
sofre por não entender
o porque de sozinha amar
e quando a tristeza se avizinha
verseja o desencanto enfim
de não ter sua alma
fazendo morada em mim...
e paciente espera
que você possa perceber
que o ar que eu respiro
vêm de você.
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146
Cama vazia
Sinto-me vazia.
Sem esperanças;
no meu barulho
procuro buscar você
que se foi como chegou...
sem cerimônia
nada anunciou
partiu apenas.
Me destruiu.
Tão acostumada ao seu amor
vejo a cama sem você
quero morrer!
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147
A nossa música nunca mais tocou
Hoje resta apenas a lembrança
e uma ponta de dor.
Já não sou seu amor.
Recordar?!
Dizem... é viver.
Não é bem assim.
Faz muito mal pra mim
o processo é lento,
mas haverá o esquecimento
de tudo que houve entre nós.
Essa música vou deletar...
seus retratos rasgar
e arrancar do peito o motivo
de tanta dor
e matar esse amor.
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Antologia – Premium V
148
Desejo sufocado
Nas paredes nuas
do meu quarto
sinto a sua presença...
seu cheiro o seu calor.
Sinto falta desse amor
que me embriaga..
me enlouquece
e sufocado o desejo anoiteço...
sem você em minhas manhãs
que são de sol,
mas não me aqueço...
pago o preço por estar sem ti
e a tristeza de saber que nunca te esqueci.
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Alma apaixonada
Recordações
Tanto te amei não entendia
como haver tamanho sentimento
me inundava a alma
e eis que cada dia que passava...
mais e mais te amava.
Mas algo mudou.
O castelo de cartas
como que por encanto
desmoronou.
O amor desvaneceu.
O verso emudeceu,
sabia aconteceria desse jeito...
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Antologia – Premium V
150
Aconteceu
Uma história como tantas.
Começou tão despretensiosa e a cada dia foi se modificando e esse
amor ficando imenso e enlouquecido que desequilibrou a alma que
por já não ter a calma que era o seu habitual, outro sentimento
chegou se instalou com a força de um furacão; o ciúme em forma da
mais torpe obsessão desmedida acabando com o que restava de
lucidez.
O fim eu vou relatar agora.
Sofrimento muitas lágrimas e uma única certeza... a de jamais se
entregar. Por não ser capaz de amar sozinha e sentir o desprezo
dilacerar o que de melhor descobriu em seu ser sentir ; o amor ser
tratado como uma pedra que passava a incomodar. Com muita dor
teve que enterrar vivo um sentimento que continuava pulsando
fazendo uma promessa ao seu eu interior extinguir do seu ser o
sentimento chamado amor.
Licenciado para Maurélio Machado