Legislação Aduaneira
Base legal:
- Decreto n. 6.759/2009 e alterações.
- Decreto-Lei n. 37/66
Aula 1 - Jurisdição Aduaneira e Controle Aduaneiro de
Veículos - artigos 1o a 68.
Todo país precisa estabelecer mecanismos de
controle sobre a entrada e a saída de
mercadorias, veículos e pessoas do seu
território.
Esses procedimentos têm por objetivo
assegurar o exercício da soberania territorial.
Soberania - manifestação de poder na ordem
internacional.
Jurisdição - possibilidade de aplicar as regras
jurídicas (exercer competência) dentro dos
limites territoriais do Estado soberano.
O conceito de jurisdição indica o poder do
Estado em aplicar regras jurídicas sobre
determinado território, o que inclui as
atividades de fiscalização, controle e exigência
de determinadas condutas dos indivíduos que
nele se encontram.
A atual constituição manteve a secular tradição de
unir o controle sobre o comércio exterior à
arrecadação de tributos internos, ao estabelecer, em
seu artigo 237, que a fiscalização e o controle sobre o
comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses
fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério
da Fazenda.
CF, artigo 22: Compete privativamente à União legislar
sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
(...)
VIII - comércio exterior e interestadual; (...)
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial,
marítima, aérea e aeroespacial;
Território Nacional x Território Aduaneiro- Território nacional é um conceito clássico, veiculado por
lei, e que corresponde aos limites geográficos de um país.
- Território aduaneiro é a porção territorial protegida por um
único sistema aduaneiro, que condiciona às suas regras
todas as entradas e saídas de pessoas, bens e veículos.
Importante!
A partir das definições podemos constatar que um território
aduaneiro pode englobar um ou mais territórios nacionais
ou que um território nacional pode possuir, por diversos
motivos, um ou mais territórios aduaneiros sob sua
jurisdição, vale dizer, submetidos à mesma soberania.
A Administração Aduaneira pressupõe o
controle das operações de comércio exterior
em três níveis: tributário, cambial e
administrativo.
Zona Primária e Zona Secundária
- Zonas primárias se constituem nos únicos locais, de todo
o território aduaneiro, nas quais são permitidos o ingresso
e a saída de pessoas, bens e veículos, oriundos do
exterior ou dele procedentes, bem assim a carga,
descarga e armazenagem de mercadorias.
A demarcação da zona primária pode incluir
obstáculos ou barreiras físicas.
Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de
processamento de exportação constituem
zona primária.
Por outro lado, a zona secundária representa
todo o restante do território nacional.
A zona primária pode ser:
- Área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos
portos alfandegados;
- Área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
- Área terrestre que compreende os pontos de fronteira
alfandegados.
Alfandegado é o local previamente habilitado, pelas autoridades
de transporte, para operações de tráfego internacional, e ao qual
foi concedido ato declaratório de alfandegamento, a cargo das
autoridades aduaneiras.
O processo de alfandegamento se inicia com o pedido do
interessado, que deverá adotar as medidas de segurança e
controle previstas na legislação aduaneira, de modo a permitir o
efetivo controle das operações que serão realizadas no local.
As atividades de comércio exterior só podem ocorrer em pontos
alfandegados, o que significa que apenas uma pequena parcela
dos portos e aeroportos do país se encontra autorizada para
esta finalidade.
Isso explica, por exemplo, o fato de que o Aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, apesar de ser um dos mais
movimentados do país, não possa receber passageiros
internacionais, por ausência de infraestrutura de controle
apropriada e do correspondente ato declaratório.
- A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-
se ainda às Áreas de Controle Integrado
criadas em regiões limítrofes dos países
integrantes do Mercosul com o Brasil.
- O Ministro de Estado da Fazenda poderá
demarcar, na orla marítima ou na faixa de
fronteira, zonas de vigilância aduaneira, nas
quais a permanência de mercadorias ou a sua
circulação e a de veículos, pessoas ou animais
ficarão sujeitas às exigências fiscais,
proibições e restrições que forem
estabelecidas.
Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade aduaneira competente, na zona primária ou na zona secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de:
I - mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial;
II - bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados; e
III - remessas postais internacionais.
A questão dos portos secos e a interiorização
dos procedimentos aduaneiros.
Os portos secos localizam-se, em regra, na zona
secundária, mas podem, excepcionalmente, ser
estabelecidos em áreas contíguas aos pontos de fronteira
alfandegados, atuando como recintos de armazenagem
para as mercadorias em trânsito terrestre, embarcadas ou
desembarcadas de caminhões ou outros veículos de
carga.
Importante!
Os portos secos não poderão ser instalados na zona
primária de portos e aeroportos alfandegados.
Importante!
Os portos secos não poderão ser instalados na zona
primária de portos e aeroportos alfandegados.