1
Laura Tagliari Costa
LAMINADOS CERÂMICOS COM DIFERENTES PREPAROS DA ESTRUTURA
DENTÁRIA: REVISÃO LITERÁRIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO
DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA
PUCRS PARA A OBTENÇÃO
DO TÍTULO DE CIRURGIÃ-DENTISTA
ORIENTADOR: LUIZ HENRIQUE BURNETT JÚNIOR
CO-ORIENTADORA: JULIETA GOMES TAVARES
Porto Alegre
Julho de 2015
2
AGRADECIMENTOS
Expresso meus sinceros agradecimentos àqueles que, de forma, direta ou indireta me auxiliaram na realização desta etapa. Um agradecimento especial aos meus pais, que me proporcionaram estes anos de estudo e que me apararam em todos os momentos para chegar até aqui. Agradeço ao meu namorado, Daniel, pela ajuda e compreensão quanto a falta de tempo. Agradeço ao meu irmão, Guilherme, e minha cunhada, Nathália, pelo apoio, pela disponibilidade e pelas sugestões. Por fim, e não menos importante, agradeço à minha professora co-orietadora, Julieta, pela dedicação, pelo tempo despendido, e por compartilhar seu conhecimento, tornando este estudo o mais prazeroso possível.
3
RESUMO
A aparência do sorriso interfere na imagem dos indivíduos perante a sociedade,
influenciando sua vida pessoal e profissional. Nos dias atuais, a odontologia voltada à
estética está em destaque, devido ao grande apelo dos meios de comunicação e pelo
padrão de beleza imposto pela própria sociedade. Neste sentido, o presente trabalho
apresenta a classificação quanto à composição das cerâmicas indicadas para facetas,
bem como a classificação quanto ao método de confecção dessas facetas. Por
conseguinte, elenca as indicações e contraindicações das facetas, apresentando,
também, suas desvantagens e vantagens, estas amplamente representadas, em
principal, pela capacidade de ser colada ao substrato dental. Em relação às cerâmicas,
destaca sua capacidade de estabilidade de cor, a expansão térmica semelhante ao
esmalte, entre outras. Por fim, como elemento principal, relata os tipos de preparo para
facetas, o qual pode ser subdividido em: preparo em esmalte, preparo em dentina ou sem
preparo. Concluindo-se o estudo, apresenta avaliações clínicas capazes de evidenciar o
sucesso dos laminados cerâmicos.
4
SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................................................... 5
2. Revisão de Literatura ....................................................................................................................... 8
2.1 Facetas Cerâmicas ..................................................................................................................... 8
2.2 Classificação Quanto à Composição das Cerâmicas Indicadas para Facetas ................. 9
2.2.1 Cerâmicas Feldspáticas ..................................................................................................... 9
2.2.2 Cerâmicas Feldspáticas Reforçadas por Leucita .........................................................10
2.2.3 Cerâmicas Aluminizadas ..................................................................................................10
2.2.4 Cerâmicas de Dissilicato de Lítio ....................................................................................11
2.3 Classificação Quanto ao Método de Confecção para Facetas ..........................................11
2.3.1 Sistemas Cerâmicos Estratificados ................................................................................11
2.3.2 Sistemas Cerâmicos Injetados ........................................................................................12
2.3.3 Sistemas Cerâmicos de Usinagem - Tecnologia CAD/CAM .....................................13
2.4 Indicações das Facetas ............................................................................................................14
2.5 Contraindicações das Facetas ................................................................................................14
2.6 Vantagens das Facetas ............................................................................................................15
2.7 Desvantagens das Facetas .....................................................................................................16
2.8 Tipos de Preparo para Facetas ...............................................................................................16
2.8.1 Preparo em Esmalte .........................................................................................................18
2.8.2 Facetas em Dentina ..........................................................................................................19
2.8.3 Facetas sem Preparo ........................................................................................................19
2.9 Cimentação ................................................................................................................................21
2.10 Avaliações Clínicas ...................................................................................................................24
3 Considerações Finais.....................................................................................................................27
4 Referências .......................................................................................................................................28
5
1. Introdução
A palavra estética, que tem sua origem do grego, significa “aquele que nota, que
percebe”. É conhecida como a filosofia da arte ou como o estudo do que é belo nas
manifestações artísticas e naturais. A estética, no decorrer do tempo, foi implementada
amplamente pela odontologia e pela medicina .1
Com o passar do tempo começou a se buscar a harmonia facial, encontrada em
muitos casos com a transformação do sorriso, modificando a cor dos dentes, o seu
formato, seu posicionamento e até reimplantando dentes perdidos. A compleição de um
sorriso perfeito é associada ao bem-estar: físico, psicológico, socioeconômico e ao
sucesso pessoal e profissional. O bombardeio visual e a analogia da perfeição estética
aliados aos valores de consumo passaram a integrar os conceitos não só da cirurgia
plástica, como também da odontologia restauradora.2
A aparência do sorriso interfere na imagem dos indivíduos perante a sociedade,
influenciando sua vida pessoal e profissional. Nos dias atuais, a Odontologia voltada à
estética está em destaque, devido ao grande apelo dos meios de comunicação e pelo
padrão de beleza imposto pela própria sociedade. A constante busca por um sorriso
harmônico e estético eleva o nível de exigência e de expectativa dos pacientes. Esse fato
propicia o desenvolvimento de novos materiais e técnicas na Odontologia, visando
procedimentos mais conservadores e resultados cada vez mais previsíveis
esteticamente. Entre as várias opções de tratamento com finalidades estéticas, as
facetas laminadas destacam-se pela possibilidade de proporcionar um menor desgaste
de estruturas dentárias comparadas às coroas totais.3
O uso da porcelana foi incorporado à odontologia com o desenvolvimento da
técnica da lâmina de platina por John Murphy em 1938. Assim, foi construída a primeira
incrustação em porcelana, fazendo com que o uso de tais incrustações e de coroas ocas
se tornassem muito difundidas no mundo odontológico.4 O conceito das facetas de
porcelana foi descrito há mais de meio século,5 entretanto, somente com o advento dos
6
sistemas adesivos resinosos e resinas compostas, essa técnica proporcionou resultados
estéticos agradáveis e duradouros, garantindo o sucesso desse tipo de restaurações.6
Antes de Buonocore, em 1955, e Bowen, em 1963, as facetas eram bonitas, porém
cimentadas com cimento de fosfato de zinco ou silicato, vindo a fraturar em um curto
espaço de tempo.7 Rochete, em 1975, foi o primeiro a propor o uso de facetas cerâmicas
cimentadas adesivamente nos dentes anteriores.8 Assim, o procedimento de adesão
melhorou consideravelmente, inclusive hoje, temos muitos cimentos resinosos
específicos para facetas.9,10
O emprego das facetas laminadas permitiu combinar as vantagens dos
compósitos (adesão à estrutura dental e economia de substrato) com as vantagens das
restaurações cerâmicas (estabilidade de cor, resistência ao desgaste, coeficiente de
expansão térmica semelhante ao do esmalte e estética refinada).11 Nos últimos 20 anos,
diversas técnicas de preparo e avanços nas formulações resinosas dos cimentos
adesivos expandiram e criaram uma nova dimensão em possibilidades conservadoras de
tratamento. Enquanto inovações recentes em biomateriais cerâmicos e técnicas
laboratoriais permitem preparos minimamente invasivos que respeitam aspectos
biológicos no que diz respeito ao conservadorismo e de saúde bucal do paciente
contemporâneo.12
Desde 1950 até hoje foram feitos grandes avanços acerca da formulação e
fabricação dos materiais cerâmicos. Uma grande inovação dos anos 50 foi o
desenvolvimento de pós cerâmicos muito finos, permitindo uma sinterização sem vácuo
e com baixa pressão.13,14 Nos anos 60, foram introduzidas as restaurações
metalocerâmicas e as coroas cerâmicas aluminizadas.15 Ao mesmo tempo, os técnicos
começaram a compreender a importância da transmissão da luz e a diferença entre o
índice de refração dos diversos materiais cerâmicos e, como consequência, técnicas
foram desenvolvidas para produzir restaurações muito similares aos dentes naturais.16
Nos anos 70, foi proposta a técnica para a coroa metalocerâmica livre da margem
metálica.17,18 Os anos 80 foram fundamentais para a cerâmica dental porque alcançou-
7
se aprimoramento estética e maior resistência.19 Durante esses anos foi desenvolvido o
conceito de união da resina composta à cerâmica condicionada, criando a possibilidade
de fabricar e cimentar facetas cerâmicas.10,6 Nos anos 90, surgiu o sistema cerâmico
injetado, em que a reconstrução em cerâmica reforçada é obtida a partir de um processo
de cera perdida e injeção mediante calor.20 No final do século 20, presenciamos um
contínuo aprimoramento da resistência e estética dos materiais, devido à introdução de
infraestruturas em zircônia fabricadas por meio da tecnologia auxiliada por computador
(CAD/CAM).21,22
A última conquista da odontologia foi no quesito evolução na composição e método
de confecção destas cerâmicas. Atualmente é possível construir peças finíssimas,
enquanto há bem pouco tempo atrás precisava-se de, no mínimo, 1,5 mm para oferecer
resistência ao trabalho.23 Nos últimos anos, os procedimentos estéticos refinados, como
as facetas indiretas com desgaste minimamente invasivo ou até mesmo sem desgaste
da estrutura dental chamado popularmente de “lentes de contato”, têm tido seu uso
aumentado substancialmente no tratamento dos dentes anteriores. A grande polêmica
atual no que diz respeito aos laminados é a forma do preparo cavitário. Alguns autores
indicam preparo sempre, outros não. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é realizar
um levantamento literário para elucidar este ponto.24
8
2. Revisão de Literatura
2.1 Facetas Cerâmicas
Cerâmica, derivante da palavra grega keramos, designa a antiga arte de fabricar
porcelana.25 As cerâmicas tradicionais utilizam argila como um dos componentes
principais, em combinação com outros óxidos metálicos como feldspato (K2O PAl2O3
6SiO2), alumina (Al2O3), óxido de potássio (K2O) e o sódio (Na2O). O processo de união
dessas partículas individuais se chama sinterização e normalmente resulta no
fortalecimento da massa sólida, porém, com inevitável contração.26
As cerâmicas têm se tornado padrão ouro na odontologia moderna à medida que
suas excelentes propriedades foram destacadas, como a biocompatibilidade,
estabilidade de cor, longevidade, aparência semelhante à dos dentes e previsibilidade de
resultado. A busca por restaurações cada vez mais resistentes mecanicamente e
opticamente similares às estruturas dentais levou ao desenvolvimento de novos sistemas
cerâmicos, com adição de cristais e óxidos de reforço. Esse fato propiciou melhores
propriedades mecânicas ao material, possibilitando a realização de laminados cerâmicos
menos espessos o que favorece desgastes menos invasivos, com alta estética e maior
resistência.3
Apesar das excelentes características estéticas e de biocompatibilidade, a porcelana
é um material friável que não suporta deformação plástica sob estresse. No entanto,
através do emprego dos materiais e técnicas adesivas para cimentar a restauração de
porcelana ao dente, obteve-se um aumento significativo de resistência à fratura desse
material.27 A introdução do ácido fluorídrico foi imprescindível para que se conseguisse
essa alta resistência de união, porque este cria micro retenções no interior da peça de
cerâmica.28
9
Vários estudos demonstraram o sucesso de restaurações com facetas de porcelana.
Acredita-se que as taxas de sobrevivência em cinco anos são de 94,4%, caindo para
85,74% em quinze anos, mantendo, assim, uma taxa estimada de probabilidade de
sobrevivência de 93,5% em dez anos. Dessa forma, as facetas em cerâmica são uma
alternativa muito aceita quando se visa à restauração de dentes anteriores.29
Nas últimas décadas, três técnicas e famílias de materiais para a fabricação de
facetas cerâmicas têm sido descritas na literatura. A primeira técnica envolve a utilização
de um molde ou refratário ou uma folha de platina utilizando porcelana feldspática. A
segunda envolve o uso de calor, prensadas reforçadas com leucita ou dissilicato de lítio.
A terceira, introduzida na última década, é o uso de sistemas de desenho assistido e
auxiliada por computador (CAD / CAM) para fabricar facetas de cerâmica.3
O progresso na formulação dos materiais cerâmicos tem permitido uma nova
dimensão de possibilidades reconstrutivas para um futuro próximo. O conhecimento das
características de cada sistema permite sua escolha de acordo com a situação clínica.12
As diferentes técnicas e materiais de fabricação são importantes nos aspectos e
propriedades da cerâmica, tais como adaptação marginal, resistência mecânica, o modo
de cimentação, estética e facilidade de fabricação.30
Além disso, a resposta tecidual é excelente e a superfície finalizada é muito similar
à do dente natural. Algumas facetas exibem fluorescência natural, absorvem, refletem e
transmitem luz exatamente como a estrutura dental natural.31 As cerâmicas indicadas
para confecção de facetas são: feldspática, feldspática reforçada por leucita,
aluminizadas e reforçadas por dissilicato de lítio.12
2.2 Classificação Quanto à Composição das Cerâmicas Indicadas para Facetas
2.2.1 Cerâmicas Feldspáticas
10
As cerâmicas feldspáticas foram as pioneiras a serem confeccionadas em alta fusão,
onde na associação com metal constituíam as coroas metalocerâmicas. Com ótima
qualidade estética, as coroas puras de porcelanas feldspáticas foram utilizadas por longa
data, entretanto, sua baixa resistência à flexão limitou sua indicação apenas para coroas
unitárias anteriores, em situações de pequeno estresse oclusal.32 Já para suportar a força
mastigatória natural e outras condições intraorais requer-se suporte por parte de uma
infraestrutura com uma liga metálica ou em cerâmica de alta resistência, sendo assim, as
cerâmicas feldspáticas puras são utilizadas principalmente para a confecção de inlays,
onlays e laminados.33
2.2.2 Cerâmicas Feldspáticas Reforçadas por Leucita
A Ivoclar-Vivadent apresenta uma cerâmica feldspática reforçada por cristais de
leucita (SiO2-Al2O3-K2O), que previne a propagação de microfraturas internas à matriz
vítrea. Com o nome comercial de IPS Empress®, este sistema emprega a técnica
tradicional da cêra perdida, onde pastilhas cerâmicas do produto são injetadas sobre
pressão e calor em fornos especiais de injeção. Em geral, este sistema não trabalha na
confecção de infraestruturas (embora um copping do produto possa ser realizado para
posterior estratificação cerâmica), mas na obtenção do contorno final da restauração e,
subsequentemente, através de pintura ou maquiagem, passam a proporcionar suas
características de cor e estética final. Com resultados estéticos interessantes devido à
sua boa translucidez, sua limitação em relação à resistência à flexão, o restringe à
trabalhos unitários, coroas, facetas, inlays e onlays.34
2.2.3 Cerâmicas Aluminizadas
Em uma primeira tentativa, McLean e Hughs desenvolveram uma cerâmica com
melhor resistência à flexão contendo 50% de óxido de alumina, proporcionando duas
vezes mais resistência à fratura quando comparadas às cerâmicas feldspáticas
11
convencionais. Entretanto, apesar da melhora, observou-se uma perda na translucidez,
devido à transmissão de luz ser limitada pelos cristais de alumina, além de perda na
resistência de união ao tecido dentário, visto que não é passível de condicionamento.34
2.2.4 Cerâmicas de Dissilicato de Lítio
As cerâmicas reforçadas com dissilicato de lítio apresentam uma matriz vítrea na
qual os cristais dessa substância ficam dispersos de forma entrelaçada, dificultando a
propagação de trincas no seu interior. Este sistema possui um alto padrão estético,
devido ao índice de refração de luz semelhante ao esmalte dental, sem interferência
significativa de translucidez, permitindo a possibilidade de reproduzir a naturalidade da
estrutura dentária. Da mesma forma, o tamanho do cristal e a disposição favorecem maior
resistência mecânica e ao desgaste para a restauração.3 Além disso, possui alta
adesividade aos cimentos adesivos, já que permite um tratamento de superfície através
de ácidos fortes (ex. Ácido Fluorídrico a 10% por 20 segundos) e silanização de sua
matriz vítrea. Este sistema permite a confecção de coroas unitárias, facetas laminadas,
inlays, onlays e próteses fixas de três elementos, que permitem repor dentes até o
segundo pré-molar.34
2.3 Classificação Quanto ao Método de Confecção para Facetas
2.3.1 Sistemas Cerâmicos Estratificados
As cerâmicas à base de sílica são, pelo menos em parte, materiais vítreos. Esses
materiais cerâmicos são minerais parcialmente cristalinos (como o feldspato, a sílica e
alumina) dispersos em uma matriz vítrea.25 Vidros são considerados líquidos super-
resfriados, porque apresentam uma estrutura não cristalina.35 A falta de estrutura regular
é responsável pelas suas propriedades ópticas favoráveis (como por exemplo a
12
translucidez), que simula o esmalte natural, mas ao mesmo tempo lhe confere
fragilidade.12
Facetas estéticas em cerâmica à base de sílica são fabricadas sem infraestruturas,
porque alcançam a solidez física pela união adesiva com a estrutura dental de suporte.36
Um alto conteúdo de cristais de leucita ou de partículas de óxidos metálicos reforça a
matriz vítrea da cerâmica à base de sílica e aumenta notavelmente sua resistência à
fratura.36 No laboratório, esse pó parcialmente cristalino é misturado à água para formar
um composto que pode ser pincelado sobre um troquel removível, modelado na forma
desejada da reconstrução e sinterizada no forno.12
A sinterização é um processo natural em que um conjunto de partículas em contato
mútuo, sob ação da temperatura, transforma-se em um corpo íntegro e de maior
resistência mecânica, podendo, inclusive, tornar-se totalmente denso.37 Vários
incrementos e queimas sucessivas são necessários para compensar a contração da
sinterização. Tal sistema depende de técnicos experientes, porque a técnica é muito
sensível ao operador.12
2.3.2 Sistemas Cerâmicos Injetados
Esse sistema consiste de pastilhas cerâmicas sólidas e pigmentadas que são
posicionadas em um forno, especialmente desenhado, para permitir que a pastilha se
torne plástica e que o vidro presente em sua microestrutura seja modificado por agentes
de nucleação, pois durante o tratamento térmico, as formas cristalinas tornam-se
organizadas. A restauração é encerada, incluída em revestimento e sinterizada,
utilizando um processo conhecido como a técnica de cera perdida.38 O vidro é injetado
lentamente no espaço criado pela cera, por meio da técnica de injeção centrífuga.12
Atualmente, o procedimento de injeção é completamente automatizado e controlado por
alta tecnologia.39
13
A cerâmica vítrea é um material não cristalino, que se torna uma estrutura cristalina
após o tratamento térmico.12 A vantagem desse sistema é uma melhor adaptação
marginal, precisão e uma resistência relativamente alta. A dureza superficial e o desgaste
oclusal desses materiais são muito semelhantes ao esmalte.38, 40,41
Esse material tem sido escolhido para restaurações de excelência estética,
entretanto, devido sua alta translucidez, clínicos devem ter cuidado quando tentarem
mascarar dentes escurecidos, pinos metálicos ou pilares para implantes.12 A resistência
inerente dessas restaurações depende da adesão à estrutura dental, pois esse material
cerâmico é muito receptivo ao condicionamento com ácido fluorídrico e sinalização antes
da cimentação com cimentos resinosos de baixa viscosidade.12
2.3.3 Sistemas Cerâmicos de Usinagem - Tecnologia CAD/CAM
Esta tecnologia permite fabricar uma restauração cerâmica a partir de um molde
digital de um preparo ou de um troquel. O sistema CAD projeta a imagem do preparo e a
estrutura circundante no monitor de um computador para que o operador possa desenhar
os parâmetros da futura restauração. A porção CAM do sistema permite ao operador
guiar uma microfresadora para fabricar a restauração cerâmica com as dimensões que
foram previamente projetadas pelo operador. As reconstruções são usinadas em blocos
de diferentes materiais, sendo estes selecionados pelo cirurgião dentista conforme a
situação clínica.25
Pigmentos estão disponíveis para modificar o matiz da infraestrutura e para a
caracterização externa.12 A cerâmica densamente sinterizada em óxido de alumínio de
elevada pureza (ex: Procera Alumina), oferece uma resistência à flexão de 610 Mpa41 e
não contém sílica.42 Essa tecnologia, permite também, obter um processo de produção
industrial padronizado, que assegura uma fabricação controlada e compensa a contração
do material cerâmico de alta resistência, que ocorre durante o processo de sinterização.12
Os resultados são restaurações perfeitamente adaptadas, com exatamente 5 mícrons.
14
Esta técnica é muito promissora, uma vez que exclui a possibilidade de falha humana na
produção das infraestruturas.39
2.4 Indicações das Facetas
A indicação para facetas estéticas surgiu em um momento em que era grande o
questionamento sobre a utilização de técnicas mais invasivas, como na submissão do
paciente aos desgastes convencionais para a realização de coroas totais, ou outros
procedimentos estéticos que implicavam em grande perda tecidual. McLEAN, em 1989,
indicou alertas mais significativos, como a existência de uma morbidade dental associada
a preparos para prótese. Cerca de 15% dos dentes que chamamos vitais têm sinais
radiográficos de problemas periapicais após 10 anos, em média. Isto demonstra a
importância da introdução das técnicas de facetamento, substituindo técnicas mais
invasivas em dentes anteriores.43
Segundo SILVA e SOUZA et al., em 1995, as facetas podem ser indicadas em
abordagem clínica quando surgirem problemas de forma, posição e alinhamento, simetria
e proporção, textura superficial e cor. As anormalidades de forma corrigidas pelo
facetamento normalmente são: as de microdontia, dentes cônicos e dentes malformados.
Dentes espaçados, diastemas e giroversões também podem ser corrigidos,
harmonizando-se a posição e o alinhamento. Problemas de textura superficial e cor
constituem talvez as maiores indicações, sempre lembrando que a indicação de facetas
por problemas de cor deve ocorrer quando houver o insucesso das tentativas de
clareamento dental, sendo que, para se obter sucesso, teremos que realizar preparos
mais invasivos.43
2.5 Contraindicações das Facetas
Estão contraindicados para a confecção de facetas indiretas os casos de hábitos
parafuncionais, pacientes com doença periodontal grave e vestibularização severa.43
15
Suas qualidades mecânicas, entretanto, apresentam comportamento pouco plástico, com
propriedades tensionais precárias, tornando-as um material com baixa maleabilidade e
sensivelmente friável, contraindicando sua utilização em regiões de suporte de carga ou
stress mastigatório. Dentes tratados endodonticamente, com ampla perda de tecido
coronário também não são indicados para tal.34
2.6 Vantagens das Facetas
Os laminados cerâmicos apresentam inúmeras vantagens, pois reúnem as
qualidades dos compósitos, como a capacidade de ser colado ao substrato dental, e das
cerâmicas, como a estabilidade de cor, alta resistência, expansão térmica semelhante ao
esmalte dental e grande reprodutibilidade estética. Outras vantagens dos laminados
cerâmicos, além da estabilidade de cor e textura, são a durabilidade e a rigidez
semelhante ao esmalte dental, sem os dissabores da contração de polimerização e da
expansão térmica inerentes às resinas compostas, que no caso das facetas se limita ao
cimento resinoso. Outro ponto de extrema importância é a excelente casuística dos
laminados cerâmicos. Este tipo de procedimento atinge altos índices de sucesso clínico
e de satisfação estética dos pacientes.27
Devido à sua natureza vítrea e cristalina (núcleos cristalinos), elas apresentam uma
intração de reflexão óptica mais elaborada, muito semelhante às estruturas dentárias, e
graças à sua inércia química característica, suas propriedades de solubilidade e corrosão
são bastante adequadas, possibilitando a construção de restaurações com boa aparência
e tolerância ao meio bucal. Outro atributo importante está no fato das cerâmicas
constituírem-se em excelentes isolantes, com baixa condutividade e difusividade térmica
e elétrica.34 Uma das vantagens mais importantes do uso de facetas cerâmicas é que a
resposta tecidual é mínima. Margens polidas ajudam a manter uma boa saúde
periodontal e facilitam a higiene bucal.10,44 Kourkouata et al. verificaram que depois que
a faceta cerâmica foi instalada, houve aumento do fluido gengival e, como consequência,
houve diminuição significativa no índice de placa e de quantidade de bactérias.45
16
Comparando-se ainda, facetas confeccionadas em resina composta e cerâmica, as
últimas apresentam vantagens como estabilidade de cor por um período de tempo maior,
alta resistência ao desgaste, maior resistência mecânica à fratura, proporcionando
longevidade clínica. Além de alta resistência de união quando coladas em esmalte.3
Assim, restaurações de cerâmica representam uma resolução estável, altamente estética
e com grande previsibilidade de tratamento.46
2.7 Desvantagens das Facetas
Como desvantagem Mendes et al., em 2004, enfatizaram a dependência de técnicos
qualificados, fragilidade no manuseio, possibilidade de reparo mínimo após a cimentação,
não aceita alteração de cor após a aplicação da cerâmica e glaze no revestimento
refratário.47
2.8 Tipos de Preparo para Facetas
O formato físico do preparo para o reparo da estrutura dentária natural ou das
restaurações existentes tem sido continuamente alterado à medida que os avanços
científicos ocorrem. A aplicação adesiva de novas formulações de resina composta e
porcelanas permite um preparo mais conservador. Isto é baseado no material
selecionado com características físicas, mecânicas e ópticas similares aos da estrutura
dentária natural.48 Assim, não é necessário compensar pela resistência à fratura da
restauração aumentando-se o volume do material restaurador na interface restauradora
através do preparo dentário. Além disso, restaurar a dentição natural com resina
composta adesiva e biomateriais cerâmicos reforça o dente e a restauração, o que resulta
numa integridade estrutural melhorada enquanto as forças funcionais são reduzidas e
dissipadas ao longo de toda a interface restauradora.12
17
O desenho físico de preparos para substituir a estrutura dental natural e/ou
restaurações existentes, estão continuamente sendo alterados para acompanhar os
avanços ocorridos nos biomateriais. Os preparos conservadores e a cimentação de
restaurações em esmalte têm sido benéficos para a longevidade das restaurações e dos
dentes. Estudos clínicos, em longo prazo, sugerem que facetas cerâmicas cimentadas
adesivamente, que não respeitam o critério de manutenção do esmalte, apresentam um
maior risco de falhas por microinfiltração, fratura e descimentação.49,50 Isto porque o
esmalte tem uma contribuição significativa na retenção e resistência da restauração, uma
vez que o esmalte é resistente, completamente mineralizado e bem suportado pela
dentina.51
A restauração adesiva não requer tanto volume para resistir à fratura clínica, o que
permite um formato de preparo mais conservador.52 A profundidade da restauração não
é tão significativa assim, porque os sistemas adesivos podem se unir à dentina e ao
esmalte e não necessitam do comprimento da parede axial para dar retenção friccional.12
Alguns estudos têm demonstrado que facetas cerâmicas restauram o comportamento
micromecânico e a microestrutura do dente intacto in vitro, mesmo quando elas são
aderidas a uma grande superfície de dentina, se o uso adequado dos adesivos
dentinários for respeitado. 53
O formato de preparo para faceta pode ser influenciado por tamanho dentário,
localização e orientação na arcada, anatomia dentária, função oclusal, forças mecânicas,
quantidade e qualidade da estrutura dentária remanescente e dimensão final antecipada
da restauração.54,55 Usando-se estas considerações clínicas, modificações no formato do
preparo poderiam ser necessárias para incluir as seguintes características: envolvimento
interproximal, sobrepasse incisal e preparo em janela ou dentro do esmalte. A primeira
consideração antes do preparo para facetas, em qualquer dente, inclui as variações
anatômicas na espessura do esmalte conforme o dente, sua localização e a dimensão
restauradora final. A remoção de quantidades predeterminadas (sulcos de orientação),
sem considerar estes fatores, gera remoção inadequada e extensa da estrutura dentária
e sensibilidade pós-operatória.12
18
2.8.1 Preparo em Esmalte
Um preparo conservador dentro do esmalte deve preservar o máximo possível do
esmalte natural. O desgaste vestibular deve ser feito em três planos para preservar a
convergência da superfície vestibular. A redução axial começa na região cervical e a
margem gengival deve ser preparada com chanfro de 0,3 mm, ficando levemente acima
do nível da crista gengival, a menos que cáries, defeitos ou descolorações exijam um
preparo subgengival. Uma redução vestibular conservadora deve ser de 0,3 mm a
0,5mm, mas descolorações no substrato podem necessitar de reduções entre 0,5 mm e
0,9 mm. Todos os ângulos e transições devem ser arredondados para melhorar a
adaptação da resina,56 impedir as concentrações de estresse no material cerâmico e
facilitar a fabricação no laboratório. Além disso, estrutura dentária saudável só deve ser
removida quando o contorno necessitar desta extensão para o resultado final planejado.57
As linhas de término interproximal requerem formatos diferentes de preparo
dependendo da necessidade estética. Estas margens envelopadas interproximais
incluem preparos comuns e em slice. No caso do preparo comum, a redução é feita na
área interproximal e anterior ao ponto de contato; o preparo em slice continua pela região
interproximal e sobre a superfície lingual. O preparo em slice permite a alteração na
largura dentária mudando-se os pontos de contato.12
O preparo para o sobrepasse incisal pode ser usado quando o dente requer aumento
considerável, quando não há espaço interoclusal suficiente ou quando existe um defeito
incisal. Se a redução incisal for necessária, um chanfro ou ombro côncavo pode ser
colocado na superfície lingual, mas é importante dar espaço adequado para manter a
resistência do material cerâmico. Este sobrepasse incisal facilita o assentamento preciso
da faceta durante a cimentação e melhora a qualidade estética da superfície incisal.
Quando a redução incisal não é necessária, o preparo em janela é muito útil. Este formato
de preparo dentro do esmalte envolve apenas a superfície vestibular e preserva a
superfície funcional incisal em esmalte, reduzindo a chance de desgaste acelerado na
dentição antagonista que pode ocorrer com o formato de sobrepasse incisal.12
19
O dente que está prestes a ser preparado pode estar intacto ou danificado (quebrado
ou restaurado). No caso de preparar uma estrutura dental intacta, muitas variáveis afetam
a forma e a profundidade do preparo. A posição do dente na arcada necessita de uma
abordagem e profundidade diferentes, de modo que uma quantidade adequada de
redução dental seja fornecida para obter uma espessura uniformemente distribuída.
Dentes protuberantes ou inclinados para vestibular, mesmo sem alterações de cor,
devem ser mais desgastados para permitir um espaço adequado, de modo que a faceta
concluída não fique muito sobrecontornada.39
2.8.2 Facetas em Dentina
Em alguns casos, principalmente em alterações de cor, necessitamos de maior
espessura para que o técnico consiga atingir o resultado ideal. Porém, como indicam os
artigos que embasam este trabalho, perdemos em adesividade à estrutura dentária.
Também é indicado quando a geometria do dente impede o resultado final da
restauração.12,33,39
A longevidade da faceta cimentada depende da quantidade de esmalte disponível
para adesão. Contudo, alguns clínicos continuam empregando o preparo geométrico
padrão, sem considerar a dimensão final restauradora que varia em cada caso. O
enceramento diagnóstico e as matrizes de preparo são imprescindíveis para evitar a
remoção inadequada e extensa da estrutura dentária, comprometendo assim a
longevidade clínica do dente e restauração, além de aumentar o risco de sensibilidade
pós-operatória.12,33,39,
2.8.3 Facetas sem Preparo
A mentalidade atual de “transformação total” encoraja preparos dentários mais
agressivos, com menos consideração aos conceitos dentários conservadores, as
20
necessidades odontológicas do paciente e o diagnóstico e o plano de tratamento
interdisciplinar.58 Um conceito restaurador moderno, busca minimizar o custo biológico
da dentição natural como um todo por meio da adoção de uma filosofia que combine
prevenção, preservação e perpetuação da longevidade da restauração.59 Tais conceitos
contemporâneos procuram corrigir desafios estéticos e restauradores, através da seleção
do conceito de tratamento progressivo, que começa com a opção restauradora mais
conservadora e progride até os procedimentos mais invasivos, quando necessário.60
As facetas realizadas sem preparo, representam uma das opções mais
conservadoras de tratamento para situações clínicas específicas, onde a dimensão
restauradora final não requer qualquer preparo. Muitos desafios estéticos podem ser
corrigidos conservadoramente, sem a necessidade de preparo dentário. Algumas destas
situações clínicas incluem mudança das formas e contornos dentários, fechamento de
diastemas, restauração do comprimento incisal para melhorar a função (guia canino) e
alteração do alinhamento e posição dentária por meio do aumento da área deficiente
(dentes em leve linguoversão). O objetivo final do tratamento e a espessura do material
restaurador, devem ser considerados para evitar sobrecontorno dos dentes
restaurados.12
Outra consideração a ser feita é a quantidade de mascaramento necessária na
estrutura dentária. Diversas alterações na cor podem requerer determinada espessura
de material restaurador e assim, como resultado, um preparo dentário mais invasivo.
Enceramentos e simulações intrabucais, podem servir como ferramentas valiosas para
visualizar o resultado final, determinar a espessura e morfologia final do dente e da
restauração.12
Os fragmentos cerâmicos ultraconservadores para facetas laminadas sem preparo
são uma opção interessante, quando aplicados na situação clínica adequada. Sua
natureza, minimamente invasiva, também permite uma intervenção clínica mais rigorosa
no caso de um tratamento futuro ser necessário.61 A adesão mecânica com esmalte é
mais estável do que a ligação à dentina, que tem uma natureza menos homogênea, cria
21
humidade e pode ter áreas de esclerose. A preparação do dente não deve, de
preferência, remover estruturas dentárias saudáveis desnecessariamente.62
2.9 Cimentação
A cimentação adesiva, envolve a adaptação do cimento às irregularidades
superficiais de tal forma que isto impede o deslocamento da restauração. O objetivo
primário de cada cimentação é obter uma união durável e boa adaptação marginal do
material cimentante, a ambos é essencial para a retenção, o desempenho clínico e a
longevidade das restaurações indiretas. O agente cimentante ideal deve preservar e
estabilizar os tecidos dentários duros, fornecer uma união durável entre materiais
diferentes, possuir alta resistência sob compressão e sob tração, aderir-se à estrutura
dentária e aos materiais restauradores. Ele deve ser biocompatível com o tecido pulpar,
possuir propriedades antimicrobianas, resistência à microinfiltração, e ser fácil de
manipular com tempo de trabalho e presa aumentados, baixa espessura de película,
baixa solubilidade, alto limite proporcional, translucidez e radiopacidade.12
Este material, deve ter ainda, tenacidade aumentada à fratura, para impedir o
deslocamento em função das falhas interfaciais ou coesivas, exibir baixo ângulo de
contato como medida de molhabilidade adequada, fornecer viscosidade adequada para
garantir assentamento completo e exibir estética compatível com o material restaurador
selecionado.63 No último século, a busca pelo agente cimentante ideal tem sido
influenciada por outras variáveis. Estas incluem desenhos mais conservadores no
preparo dentário, propriedades mecânicas melhoradas nas cerâmicas e materiais
resinosos, diversos métodos de condicionamento na superfície dentária e do biomaterial,
formulações avançadas nos sistemas adesivos e diversas técnicas adesivas e
procedimentos para cimentação.64
As cerâmicas indicadas para a confecção de facetas laminadas necessitam de
agentes cimentantes específicos, como os cimentos resinosos associados a sistemas
22
adesivos. A combinação errada entre material restaurador e agente cimentante pode
resultar, muitas vezes, em fracasso clínico. A estratégia de cimentação indicada é o
condicionamento com ácido fluorídrico associado à aplicação do silano, procedimento
que tem a propriedade de aumentar a molhabilidade do cimento na superfície cerâmica,
o qual se infiltra nas irregularidades criadas pela ação do ácido, gerando altos valores de
resistência de união às cerâmicas feldspáticas, leucíticas e cerâmicas baseadas em
dissilicato de lítio, reduzindo o risco de fratura e propagação de trincas.65
A espessura do agente de cimentação deve ser, no mínimo, três vezes menor que a
espessura da cerâmica, pois diminui a propensão a trincas, dando à restauração uma
forma agradável. Enquanto mantém uma espessura adequada de cerâmica e uma
espessura mínima de cimento resinoso.49 Após a superfície dental e a superfície interna
das facetas serem preparadas, as facetas podem ser cimentadas na superfície dental.66
Um cimento adesivo fotopolimerizável é o preferido para a cimentação de facetas
cerâmicas.66 Seu longo tempo de trabalho, comparado com materiais de presa dual ou
química, é a maior vantagem da fotopolimerização. Assim, o cirurgião dentista pode
remover excessos de cimento antes da presa, encurtando consideravelmente o tempo
necessário com o acabamento das restaurações.39
Em comparação com sistemas dual ou química, sua estabilidade de cor é superior.
A espessura e a opacidade da cerâmica afetam a transmissão da luz e,
consequentemente, a microdureza da resina. Se nenhum ajuste na cor for necessário,
um cimento adesivo transparente deve ser a escolha.39
Um agente de cimentação fotopolimarizável deve ser escolhido, para aumentar a
resistência e otimizar a durabilidade da área de união. Com o objetivo de obter
molhabilidade entre os dois substratos e mais particularmente na cerâmica, o agente de
união usado não deve ser muito viscoso. Sugere-se manter a margem no limite ou
levemente supragengival para preservar ao máximo o tecido biológico, pois o
biocompatível nunca será o biológico.39
23
Na etapa de cimentação, a primeira fase é a prova da faceta para verificar a
adaptação marginal e proximal, além disso, fazemos a prova da cor do cimento a ser
utilizado, pois este exerce grande influência no resultado final. Por isso, cimentos para
facetas que possuem try-in são os mais indicados. Para cimentar facetas uma a uma ou
em pares, é sempre melhor levar o cimento resinoso dentro da faceta para facilitar o
controle.39
Eventualmente, um pincel pode ser usado para distribuir o cimento na superfície
interna da peça.39 A faceta deve ser posicionada delicadamente sobre o dente. Podemos
posicionar a faceta começando pela face incisal e, progressivamente, levar a faceta na
direção gengivoapical. Esta é uma das melhores maneiras de evitar a formação de bolhas
entre a interface dente/cerâmica. Também é muito importante que o cirurgião-dentista
observe o excesso de resina saindo por todas as margens, indicando que uma
quantidade suficiente de material foi aplicada, impedindo qualquer resíduo ou inclusão
de ar no cimento.67
Podemos também empregar as resinas compostas, tanto flow como microhibridas
para cimentar com técnicas de aquecimento. Devido à tixotropia natural de algumas
resinas (Herculate ou Z100), a faceta não irá deslocar para fora do dente, mesmo se uma
suave pressão digital for utilizada. Porém, é melhor manter a faceta assentada no dente
com pressão suave, tanto com as pontas dos dedos ou com a ajuda de instrumentos.39
A pressão deve ser espalhada, uniformemente, sobre todas as superfícies
vestibulares. A ponta do dedo é mais sensível e, portanto, serve melhor do que qualquer
instrumento para julgar o nível de pressão exigido. Isto deve ser cuidadosamente
conferido, assim como adaptação marginal, assentamento adequado e a sua relação com
as facetas adjacentes ou dentes intactos. A aplicação de pressão na direção apical,
diretamente na borda incisal, com a ajuda de um segundo dedo, garantirá que a faceta
entre totalmente em contato com o dente na área cervical. Só se faz a polimerização no
final de toda a técnica, pois além da faceta fina permitir a passagem de luz, não ocorre
interferência da película de adesivo fotoativada.39
24
2.10 Avaliações Clínicas
Atualmente, materiais cerâmicos com propriedades físicas e mecânicas superiores,
em comparação com os seus antecessores, têm demonstrado sucesso por seu
desempenho em ensaios clínicos de longo prazo. No entanto, as propriedades mecânicas
desses materiais cerâmicos estruturais dependem não só da microestrutura do material,
mas também do processamento de infraestruturas e restaurações. Procedimentos
clínicos e laboratoriais inadequados, que ocorrem durante a confecção e a entrega da
restauração, podem influenciar diretamente as taxas clínicas de sobrevivência das peças
cerâmicas. 12
Numerosos estudos têm investigado os efeitos da usinagem, alterações térmicas,
tratamentos superficiais, procedimentos de acabamento e polimento no desempenho
clínico de cerâmicas de alta resistência, e a relação dessas variáveis com o desempenho
clínico das restaurações. Essas variáveis incluem o processo de recobrimento, o material
da infraestrutura e a espessura da faceta, diferentes tratamentos superficiais da
infraestrutura, degradação em baixa temperatura, espessura e módulo do cimento e
condições de carregamento. Embora ensaios clínicos e laboratoriais, antigos e atuais,
tenham relatado um desempenho clínico favorável das restaurações cerâmicas, após
uma revisão da literatura torna-se evidente que o ganho nas propriedades físicas e
mecânicas desses biomateriais, não será o suficiente para melhorar de forma impactante
a sua sobrevivência clínica no futuro, o que exigirá dos profissionais maior compreensão
das técnicas específicas utilizadas com esses materiais. Dessa forma, fica evidente que
o sucesso da técnica depende mais do planejamento e trabalho técnico do profissional
do que exatamente o material utilizado. Este deve estar bem embasado, para saber que
técnica de preparo e qual o material ideal devem ser utilizados em cada caso
individualmente, para alcançar a maior longevidade possível, assim como demonstram
uma série de estudos.12
Galip Gurel e colaboradores, avaliaram o desempenho clínico de facetas cerâmicas,
a longo prazo, em dentes preparados com o uso de mock-up, técnica chamada por pré-
25
avaliação estética temporária, durante um período de 12 anos. Foram cimentadas 580
facetas em 66 pacientes, sendo acompanhados durante todo o período, nos quais 80%
dos preparos foram limitados ao esmalte dentário. Ao longo desses anos, 42 facetas
falharam, mas quando os preparos foram limitados ao esmalte, a taxa de falha resultante
de descolagem ou infiltração diminui para 0%. Concluindo-se assim que, limitando a
profundidade de preparação em esmalte, aumenta significativamente o desempenho de
facetas de porcelana.62
Piwowarczyk et al relatam que, com o contínuo avanço da tecnologia das cerâmicas
e dos conceitos de tratamento modernos, com foco em abordagens minimamente
invasivas, uma nova técnica para facetas de porcelana foi desenvolvida, a técnica que
não requer preparo do dente. A espessura das facetas neste caso não excederá 0,3 à
0,5 mm. Estas facetas sem preparo oferecem algumas vantagens sobre as facetas
regulares, como: o tecido dental duro é preservado, não há risco de perda de vitalidade,
não há necessidade de anestesia e também não é necessária uma restauração provisória
entre as consultas.68
Este é um relato de caso de um paciente do sexo masculino, de 17 anos, que
apresentou o incisivo central superior direito com intrusão e anquilose, ficando 3,5 mm
mais curto do que o incisivo central esquerdo. Foram feitas inúmeras tentativas
fracassadas com a ortodontia, sendo assim foi proposto uma restauração não invasiva
com facetas de porcelana sem preparo. Neste caso Piwoswarczyk et al afirmam que a
ausência de preparo em esmalte gera a necessidade de condicionamento ácido
prolongado com ácido fosfórico a 37%, sendo utilizado por 60 segundos e relatam que o
posicionamento final da restauração necessita de atenção especial.68
A literatura mostra que facetas de porcelanas são um conceito restaurador previsível
se o tratamento for executado de acordo com um planejamento adequado, se o preparo
fica inteiramente em esmalte, a união adesiva é executada na perfeição e ainda deve ser
selecionado o compósito de cimentação adequado. Estas também oferecem excelente
estética, a médio e longo prazo, alta satisfação do paciente e preservação da saúde
gengival na presença de higiene oral adequada.68
26
Em uma avaliação sistemática de 1999, Pneumans, Van Meerbeek, Lambreechts e
Vanherle avaliaram inúmeros estudos de avaliação clínica de facetas de porcelana em
vivo ao longo de 10 anos. O número de facetas avaliadas neste estudo foi de 1.479,
sendo a grande maioria delas (521) sem nenhum preparo da superfície dentária. A
conclusão do estudo foi que, uma ótima união dente-restauração foi alcançada com o
preparo completamente localizado em esmalte, se a correta técnica adesiva foi
executada e o correto cimento resino selecionado.69
A manutenção estética das porcelanas em médio e longo prazo foram excelentes, a
satisfação do paciente foi alta e não apresentaram nenhum efeito adverso, nem gengival
nem dentário, mostrando saúde nos pacientes com ótima higiene oral. Essa performance
clínica de longo prazo nos mostra que, facetas finas e minimamente invasivas, com
adesão sobre o esmalte são uma excelente opção de tratamento estético e funcional para
alterações de forma, posição e pequenas alterações de coloração.69
27
3 Considerações Finais
Facetas cerâmicas transformaram-se em uma alternativa estética às coroas
cerâmicas e à tradicional coroa metalocerâmica. Sorrisos podem ser transformados sem
dor, de forma conservadora e rápida, com resultados impactantes e duradouros.
Harmonia, função, longevidade e beleza podem ser alcançados de forma conservadora
dentro de uma filosofia moderna de tratamento.
28
4 Referências
1 – Universidade Federal de Minas Gerais. Filosofia . [acesso em 09 de outubro de 2014].
Disponível em: http://www.philosophy.pro.br/estetica_cognicao_etica.htm
2 - Bispo L. Facetas Estéticas: Status da Arte. Revista Dentística on line 2009 jan./março;
8(18): 11-14.
3 - Soares P, Zeola L, Souza P, Pereira F, Milito G, Machado A. Reabilitação Estética do
Sorriso com Facetas Cerâmicas Reforçadas por Dissilicato de Lítio. Revista Odontol Bras
Control 2012; 21(58): 538-543.
4 – Chain M, Arcar G, Lopes G. Restaurações cerâmicas estéticas e próteses livres de
metal. Revista Gaúcha de Odontologia, 2000; 67-70.
5 – Pincus CL. Building mouth personality. Alpha Omegan, 1948; 42: 163-167.
6 – Horn HR. Porcelain laminate veneers bonded to etched enamel. Dent Clin North Am.
1983 Outubro;27(4): 671-684.
7- Bounocore MA. A simple method of increasing the adhesion of acrylic fillings to enamel
surfaces. J Dent Res 1955;34;849-853.
8 – Rochette AL. A ceramic restoration bonded by etched enamel and resin for fractured
incisors. J Prosthet Dent. 1975 Março; 33(3): 287-293.
9 – Calamia JR, Simonsen RJ. Effect of coupling agent on bond strength of etched
porcelain. J Dent Res 1984;63:162-362.
10 – Simonsen RJ, Calamia JR. Tensile bond strength of etched porcelain. J Dent Res
1983;62:297.
11 – Magne P, Kwon KR, Belser UC, Hodges JS, Douglas WH. Crack propensity of
porcelain laminate veneers: a simulated operatory evaluation. J Prosthet Dent. 1999
Março;81(3):327-334.
12 – Terry D, Geller W. Odontologia Estética Restauradora: Seleção de Materiais e
Técnicas. 2. Estados Unidos:Quintessence; 2014.
13 – Vines R, Semmelman JO, Lee P, Fonvielle JR. Mechanisms involved in securing
dense, vitrified ceramics from preshaped partly crystalline bodies. J Am Ceram Soc
1958;41:304-308.
29
14 – Vines RF, Semmelman JO. Densification of dental porcelain. J Dent Res
1957;36:950-956.
15 – Weinstein M, Katz S, Weinstein AB. Permanent manufacturing corporation,
assignee. Fused porcelain-to-metal teeth. US patent 3,052,982. 1962.
16 – Geller W. Dark and shaded zones – One of the important aspects of the W. geller
creative color technic. Quintessenz Zahntech 1982;8:467-473.
17 – Sozio RB. The marginal aspect of the ceramo-metal restoration: The collarless
ceramo-metal restoration. Dent Clin North Am 1977;21:787-801.
18 – Toogood GD, Archibald JF. Technique for establishing porcelain margins. J Prosthet
Dent 1978;40:464-466.
19 – Sadoun M. Slip cast alumina ceramics. GC International Conference on Dental
Ceramics, Leeds Castle, UK, 1989.
20 – Woglwend A. Vefahren und Ofen zur Herstellung von Zahnersatzteilen. European
patent 0231773. 1987.
21 – Helvey GA. Zirconia and computer-aided design/computer-aided manufacturing
(CAD/CAM) dentistry. Funct Esthet Restorative Dent 2007;1:28-29.
22 – Kohal RJ, Craig RG. Restorative Dental Materials. St Louis: Mosby. 1971;4.
23 – Gresnigt M, Kalk W, Ozcan M. Clinical longevity of ceramic laminate veneers bonded
to teeth with and without existing composite restorations up to 40 months. Clin Oral Invest.
2013;17:823–832.
24 – Marson F, Kina S. Restabelecimento estético com laminado cerâmicos. Revista
Dental Press Estética. 2010 julho-setembro;7(3):76-86.
25 – Touati B, Miara P, Nathanson D. Esthetic Dentistry and Ceramic Restorations.
London: Martin Dunitz, 1999.
26 – Kingery WD, Bowen HK, Uhlmann DR.Introduction to ceramics. 2. New York: John
Wiley; 1976.
27 - Simão B, Barros C. Reabilitação Estética com Faceta Indireta em Porcelana. Revista
Odontológica do Planalto Central. 2011 jan./jun; 2(1): 9-15
30
28 – Pacheco J. Influência do condicionamento e da aplicação de silano na resistencia
ao cisalhamento da união porcelana-resina composta. Biblioteca Digital da Unicamp.
1995 agosto. [acesso em 22 de março de 2015]. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000094027&fd=y
29 - Beier U, Kapferer I, Dumfahrt H. Clinical Long-term Evaluation and Failure
Characteristics of 1.335 All-ceramic Restorations. The International Journal of
Prosthodontics 2012.
30 - Petridis H, Zekeridou A, Malliari M., Tortopidis D., Koidis P. Survival of ceramic
veneers made of different materials after a minimum follow-up period of five years: a
systematic review and meta-analysis. The European Journal of Esthetic Dentistry
2012:7:2.
31 – Nasedkin JN. Current perspectives on esthetic restorative dentistry. J Can Dent
Assoc 1988;54:248-256.
32 – Amoroso A, Ferreira M, Torcato L, Pellizzer E, Mazaro J, Gennari Filho H. Cerâmicas
odontológicas: propriedades, indicações e considerações clínicas. Revista Odontológica
de Araçatuba. 2012 julho-dezembro;33(2):19-25.
33 – Baratieri L et al. Visão Clínica: casos e soluções. Vol 1. Santa Catarina, Brasil: editora
ponto; 2010.
34 - Kina S. Cerâmicas Dentárias. R Dental Press Estét. 2005 abril/maio/junho; 2(2): 112-
128.
35 – McLean J. The Science and art of dental ceramics. Vol 1: The nature od dental
ceramics and their clinical use. Chigaco: Quintessence, 1979.
36 – Burke FJ, Fleming GJ, Nathanson D, Marquis PM. Are adhesive technologies needed
to support ceramics? An assessment of the current evidence. J Adhes Dent 2002;4:7-22.
37 – Chiaverini, V. Metalurgia do pó: técnica e produtos. 3a edição. São Paulo: Assoc.
Brasileira de Metais; 1992.
38 – Roberson T, Heymann H, SwiftE. Sturdevant`s Art and Science of Operative
Dentistry, ed. 4. St Louis: Mosby, 2002.
39 – Gurel G. A ciência e arte em facetas laminadas cerâmicas. 2a edição. São Paulo:
Quintessence; 2014.
31
40 – DeLong R, Sasik C, Pintado MR, Douglas WH. The wear of enamel when opposed
by ceramic systems. Dent Mater 1989;5:266-271.
41 – Seghi RR, Denry IL, Rosenstiel SF. Relative fracture toughness and hardness of new
dental ceramics. J Prosthet Dent 1995;74:145-150.
42 – Andersson M, Odén A. A new all-ceramic crown: A dense-sintered, high-putiry
alumina coping with porcelain. Acta Odontol Scand 1993;51:59-64.
43 – Souza E, Júnior M, Lopes F, Ostermack F. Facetas Estéticas Indiretas em Porcelana.
Jornal Brasileiro de Dentística & Estética 2002;1(3):256-262.
44 – Strassler HE, Nathanson D. Clinical evaluation of etched porcelain veneers over a
period of 18 to 42 months. J Esthet Dent 1989;1:21-48.
45 - Rucker ML, Richter W, Macentee M, Richardson A. Porcelain and resin veneers
clinically evaluated: 2-years result. J Am Dent Assoc 1990;121:594-596.
46 – Kina S, Rocha EP, Andrade OS, Celestrino M. Laminados Cerâmicos. In: Miyashita
E, Fonseca AS. Odontologia estética: o estudo da arte. São Paulo: Artes Médicas; 2004.
181-202.
47 - Mendes P, Bonfante G, Jassen C. Facetas Laminadas – cerâmicas e resinas:
aspectos clínicos. Livro do ano da clínica odontológica brasileira. São Paulo: Artes
Médicas; 2004. 27-59.
48 – Terry DA, Leinfelder KF, James A. A nonmechanical etiology: The adhesive design
concept. Pract Proced Aesthet Dent 2006;18:385-391.
49 – Dumfahrt H. Porcelain laminate veneers. A retrospective evaluation after 1 to 10
years of service: Part II – Clinical results. Int Prosthodont 2000;13:9-18.
50 – Friedman MJ. A 15-year review of porcelain veneer failure - A clinician`s
observations. Compend Contin Educ Dent 1998;19:625-628.
51 – Peters MC, McLean ME. Minimally invasive operative care, I. Minimal intervention
and concepts for minimally invasive cavity preparations. J Adhes Dent 2001;3:7-16.
52 – Leinfelder KF. A conservative approach to placing posterior composite resin
restorations. J Am Dent Assoc 1996;127:743-748.
53 – Lacy AM, Wada C, Weiming D, Watanabe L. In vitro microleakage at the gingival
margin of porcelain and resin veneers. J Prosthet Dent 1992;67:7-10.
32
54 – Dietschi D, Spreafico R. Adhesive Metal-Free Restorations: Current Concepts for the
Esthetic Treatment of Posterior Teeth. Chicago: Quintessence, 1999.
55 – Gurel G. The Science and Art of Porcelain Laminate Veneers. 1 edição. Berlin:
Quintessence, 2003.
56 – Pameijer JHN. Onlays: Is gold still the standard? In: DeGrange M, Roulet JF(eds).
Minimally Invasive Restorations with Bonding. Chicago: Quintessence, 1997.
57 – Terry DA. Natural Aesthetics with Composite Resin. Mahwah, NJ: Montage Media,
2004.
58 – Heymann HO, Swift EJ Jr. Is tooth structure not sacred anymore? J Esthet Restor
Dent 2001;13:283.
59 – Terry DA. Redefining the restorative concept. Pract Proceed Aesthet Dent
2006;18:161-162.
60 – Simonsen RJ. Conservation of tooth structure in restorative dentistry. Quintessence
Int 1985;16:15-24.
61 – Terry DA. The evolution of the porcelain laminate veneer. Pract Proced Aesthet Dent
2006;18:318-320.
62 - Gurel G, Calamita M, Coachman C. Clinical performance of porcelain laminate
veneers: outcomes of the aesthetic pre-evaluative temporary(APT) technique. The
International Journal of Periodontics & Restorative Dentistry 2012;32(6):625-635.
63 – Rosenstiel SF. Land LF, Crispin BJ. Dentin luting agents: A review of the current
literature. J Prosthet Dent 1998;80:280-301.
64 – Salz U, Zimmermann J, Salzer T. Self-curing, self-etching adhesive cenebt systems.
J Adhes dent 2005;7:7-17.
65 - Fuzo A, Bottino MA, Faria R. Facetas laminadas: funcionais, estéticas e
preservadoras. 2014 novembro; [acesso em 15 de abril de 2015]. Disponível em:
http://www.inpn.com.br/Materia/Index/1252
66 – Albers HF. Tooth Colored Restoratives. Santa Rosa: Alto Books, 1985 and 1989.
67 – Morig G. Ceramic restorations: medically, aesthetically, and technically. A true
alternative? Quintessenz Zahntechnik 1992:18;719.
33
68 – Piwowarczyk A, Blum J, Abendroth H. Non-pre restoration of an ankylosed incisor: a
case report. Quintessence International. 2015 april;46(4):281-285.
69 - Peumans M, Meerbeek B, Lambrechts P, Vanherle G. Porcelain Veneers: a Review
of the Literature. Journal of Dentistry 2000: 163-177.