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Anlise da competitividade do sector avcola emMoambique de 2000 2009
Ktia Patriclia de Loureno Antnio Agostinho
Junho de 2010
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
FACULDADE DE ECONOMIA
Trabalho de Licenciatura em Economia
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Uma mquina pode fazer o trabalho de cinquenta pessoas comuns. Mquinaalguma pode fazer o trabalho de um homem incomum.
(Elbert Hubbard)
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DECLARAO
Declaro que este trabalho da minha autoria e resulta da minha investigao. Esta a primeira vez que o
submeto para obter um grau acadmico numa instituio educacional.
Maputo, _____ de ________________ de 2010
__________________________________
Ktia Patriclia de L. A. agostinho
Aprovao do Jri
Este trabalho foi aprovado com _____ valores no dia ____ de ____________ de 2010 por ns, membros
do Jri examinador da Universidade Eduardo Mondlane.
_____________________________
(Presidente)
_____________________________
(Arguente)
_____________________________
(Supervisor)
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DEDICATRIA
Dedico este trabalho aos meus pais:
Domingos Antnio Agostinho
e
Maria do cu Loureno Victor Amizade Agostinho
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AGRADECIMENTOS
Agradecer Deus, a quem deposito toda minha f, pela sade, fora e coragem durante toda a
minha caminhada.
minha famlia, pelo apoio moral total e incondicional, em especial os meus pais Domingos e
Maria do Cu, a quem devo tudo que sou hoje, aos meus irmos Clara, Jos Paulo, Elsa, Anil e
Sandro e um obrigado muito especial aos meus tios Pereira Raposo e Conceita Sortane, sem me
esquecer dos meus amigos e colegas da faculdade em especial Aileny, Celeste Banze, Celestina
Matsimbe, Edna Manhique, e Inocncia Mapisse e Vanda Castelo, a quem que digo do fundo
meu corao, muito obrigado.
Ao meu supervisor, Dr. Eduardo Neves Joo, por ter acreditado em mim, pela ateno e
pacincia durante a realizao deste trabalho. todo corpo docente e administrativo da
Faculdade de Economia em especial Dra. Maria Isabel Munguambue pelo apio, lies de vida
e suporte.
s vrias pessoas ligadas instituies que colaboraram na disponibilizao de documentos,
informaes e entrevistas teis para o trabalho, em especial, Sra. Telma Churi Presidente da
ADAM, Dra. Lucinda Gaspar da Tecnoserve, Dra. Marbelis Fabret da CEPAGRI, Dra. Ana
Muchanga da DNSV, Dr. Custdio Bila da FV, Dra. Ana Amial da HIGEST, Dra. Ana Oliveira
da HIGEST, Dr. Mavila da DNC/MIC, muito obrigado.
todos, muito obrigado!
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NDICE
DECLARAO ............................................................................................................................ iii
DEDICATRIA ............................................................................................................................ iv
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... v
NDICE DE FIGURAS................................................................................................................ viii
LISTA DE ABREVIATURAS...................................................................................................... ix
RESUMO...................................................................................................................................... 11
CAPTULO I: INTRODUO.................................................................................................... 12
1.1. Contextualizao.................................................................................................................... 12
1.2. Problema................................................................................................................................ 13
1.3. Objectivos.............................................................................................................................. 13
1.4. Hipteses ............................................................................................................................... 14
1.5. Metodologia........................................................................................................................... 15
1.6. Estrutura do Trabalho............................................................................................................. 17
CAPITULO II: REVISO DE LITERATURA ........................................................................... 18
2. INTRODUO..................................................................................................................... 18
2.1. Conceito de competitividade .................................................................................................. 18
2.2. Importncia do estudo da competitividade .............................................................................. 20
2.2.1. Modelos para anlise da competitividade da indstria ................................................. 21
2.2.2. Crticas ao Modelo de Porter........................................................................................ 26
2.3. A evoluo do Sector avcola mundial.................................................................................... 27
2.4. A Experincia do Brasl ......................................................................................................... 29
2.5. Os sistemas de produo avcola no mundo ............................................................................ 31
2.6. A cadeia de Produo avcola................................................................................................. 32
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CAPITULO III: O SESCTOR AVCOLA EM MOAMBIQUE ............................................... 33
3.1. Introduo ...................................................................................................................... 33
3.2. Evoluo histrica do Sector avcola em Moambique ........................................................... 33
3.3. A estrutura do sector avcola em Moambique........................................................................ 38
3.4. Caracteristicas das empresas das empresas avcolas em Moambique ..................................... 40
3.5. O sistema de produo avcola em Moambique..................................................................... 41
3.6. A cadeia de produo do frango em Moambique................................................................... 42
3.6.1. Etapa de produo .......................................................................................................... 43
3.6.2. Etapa do abate ................................................................................................................ 44
3.6.3. Etapa de distribuio e consumo..44
3.7. Anlise da evoluo da produo e comercializao da carne de frango em Moambique de2000 2008....................................................................................................................................... 45
3.7.1. Produo ........................................................................................................................ 45
3.7.2. Comercializao ............................................................................................................. 46
3.7.3. Importao ..................................................................................................................... 48
3.8. Custos de produo vs preo final .......................................................................................... 49
3.9. Anlise da Competitividade do Sector avcola segundo o modelo de Michael porter ............... 50
3.10. Anlise FOFA (Foras, oportunidades, fraquezas e ameaas).................................................. 58
3.11. Implicaes das estratgias de competitividade adoptadas pela indstria e o papel do Estado..60
CAPTULO 4: CONCLUSES E RECOMENDAES ........................................................... 61
4.1. Concluses............................................................................................................................. 61
4.2. Recomendaes ..................................................................................................................... 62
4.3. Limitaes do estudo.............................................................................................................. 63
5. REFERNCIA BIBLIOGRFICAS .................................................................................... 64
6. Anexos ................................................................................................................................... 68
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NDICE DE FIGURAS
Tabelas
Tabela 1. Classificao das empresas avcolas de Moambique em 2010 ............................................... 40Tabela 2. Evoluo da produo de carne de frango e de ovos de consumo de 2000 2008.................... 45Tabela 3. Importao das matrias primas e do frango de 2000 2009................................................... 48
Grficos
Grfico 1. Evoluo da produo mundial de frangos.................................................................................27Grfico 2. Evoluo dos preos de frango nacional e importado de 2009...................................................47
Figuras
Figura 1. Representao grfica das cinco foras de Porter.........................................................................23
ANEXOS
Tabela 4. Previso da produo, importao e consumo do frango nacional; ......................................... 70Tabela 5. Evoluo dos Efectivos Pecurios nas pequenas e mdias exploraes :2002 -2006; .............. 70Tabela 6. Evoluo da produo pecuria: 2001 2008; ....................................................................... 70Tabela 7. Evoluo da produo das principais culturas agrcolas: 2000 2008; ................................... 71Grfico 3. Evoluo dos preos de frango nacional e importado de 2005..... 71Grfico 4. Evoluo dos preos de frango nacional e importado de 2006.. 72Grfico 5. Evoluo dos preos de frango nacional e importado de 2007. .72Grfico 6. Evoluo dos preos de frango nacional e importado de 2008...73Tabela 8. Capacidade instalada e previsional das incubadoras de pintos; ............................................... 73Tabela 9. Capacidade instalada e previsional das Fabricas de rao;...................................................... 74Tabela 10. Capacidade instalada e previsional dos matadouros; ............................................................. 74Tabela 11. Capacidade de Produo dos avarios e incubadoras da provncia de Maputo; ....................... 75Tabela 12. Produo Mundial de Frangos dos principais produtores de 2000-2006 (em mil toneladas). .. 75Figura 2. Comercializao do frango em Moambique..... 76Figura 3. Cadeia de produo de frangos... 77Tabela 13. Estimativa dos custos do avicultor para a produo do frango vivo em Moambique............. 76Tabela 14. Estimativa dos custos do avicultor para a produo do frango vivo no Brasil (em mts).......... 77Tabela 15. Custos do frango inteiro congelado Importado no Brasil (em mts) ........................................ 78
Questionrio feito aos avicoltores....79
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LISTA DE ABREVIATURAS
ABEF Associao Brasileira dos produtores e exportadores de frangos
ADAM Associao dos avicultores de Maputo
AMA Associao Moambicana de Avicultores
BM Banco de Moambique
CEPAGRI Centro de Promoo da Agricultura
DNC Direco Nacional do Comrcio
DNP Direco Nacional de Pecuria
DNSV Direco Nacional dos Servios de Veterinria
EUA Estados Unidos de Amrica
FAO Organizao das Naes Unidas para a Agricultura e a Alimentao
FV Faculdade de Vaterinria
IFC International Finance Corporation
IIAM Instituto de Investigao Agrria de Moambique
INE Instituto Nacional de Estatistica
MADER Ministrio da Agricultura e Desenvolvimento Rural
MIC Ministrio da Indstria e Comrcio
MINAG Ministrio da Agricultura
MISAU Ministrio da Sade
OIE Office International des Epizooties
ONGs Organizao No Governamental
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PIMS Profit Impact of Marketing Strategies
PRE Plano de Reabilitao Econmica
RSA Repblica Sul Africana
SADC Southern Africa Development Comunity
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UE Unio Europeia
UEM Universidade Eduardo Mondlane
USDA United States Department of Agriculture
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RESUMO
O presente trabalho analisou a competitividade do sector avcola em Moambique de 2000
2009. Para a realizao do estudo, foi feita uma pesquisa documental em instituies pblicas,
privadas e ONGs e visitas de campo 3 empresas (HIGEST- Matola Gare, Irvinis Liberdade e
Agro-pecuria Sabatana- Matola Gare). A recolha de material foi feita atravs de questionrios e
entrevistas informais, num processo que decorreu de Janeiro Maro de 2010.
As variveis de anlise no trabalho so informaes gerais sobre volume, custos, capacidade de
produo, preos e o ambiente scio-econmico do sector avcola baseadas no modelo das cinco
foras de Porter.
O estudo permitiu concluir que: deste a indepndencia nacional, com as mudanas de orientao
econmica, no foram criadas bases para a integrao das actividades dentro da cadeia de
produo no sector avcola, o que resultou na incapacidade de suprir as necessidades do mercado
pelos produtores Moambicanos. Isso resultou no aumento da importao do frango congelado
que, actualmente, tem sido o principal concorrente dos avicoltores Moambicanos.
A nvel nacional, existem 3 tipos de produtores (pequenos, mdios e grandes) classificados de
acordo com a capacidade de produo. A maioria adopta o sistema de produo independente
onde a responsabilidade na produo e comercializao do produtor, mas tem se desenvolvido
o sistema de produo integrado que caracterizado por deter todo o processo produtivo.
Na maior parte dos casos, a cadeia de produo desintegrada devido a fraca cooperao entre
os avicultores e os processos ainda so manuais. Por outro lado, constatou-se que, a avcultura
tem contribudo bastante para a gerao de emprego, sustento das famlias e para a segurana
alimentar por se tratar de um alimento muito rico em protenas e por ser mais barrata em relao
outras carnes. A anlise atravs do modelo das cinco foras de Porter permitiu verificar que os
factores que mais impactam na competitividade do sector so: o poder de negociao dos
fornecedores, as polticas governamentais e o poder de negociao os consumidores. A nvel
macroeconmico, as estratgias adoptadas tm sido a promoo da marca nacional e polticas
de proteco de substituio de importaes por parte do Governo.
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CAPTULO I: INTRODUO
1.1. Contextualizao
Moambique um pas em que a maior parte da populao (cerca de 80%) prtica a agricultura,
e a actividade avcola , entre as actividades agro-pecurias a que constitu soluo imediata para
cobrir o dfice protico das famlias de baixa renda. Ela concorre para a promoo da segurana
alimentar e para a gerao de emprego no pas.
Segundo Quintilia (2008), a agropecuria, o ramo de actividade econmica onde se insere a
avicoltura, o sector produtivo Moambicano que mais emprega a mo-de-obra activa,
absorvendo cerca de 79% da populao. No entanto, esta actividade tem sofrido diversas
transformaes, desde o seu incio na dcada de 60, at hoje acompanhando a mudana de
orientao econmica.
Apesar das vantagens acima mencionadas, o sector avcola tem enfrentado muitas dificuldades
perante a crescente importao do frango congelado proveniente principalmente do Brasl. A
importao deve-se em parte, falta de capacidade de abastecimento do mercado interno pela
produo nacional, e pelos preos comparativamente baixos que o frango importado oferece.
Nesse contexto, o interesse pelo tema deriva do facto de a avcultura ser uma das actividades
mais prticadas em Moambique, a carne de frango contribu muito para a segurana alimentar
de muitas famlias consideradas pobres (de baixa renda) e contm um alto valor nutricional e
econmico para as famlias. Adicionalmente, o trabalho procura estudar a capacidade
competitiva dos produtores nacionais de modo a avaliar estratgias que possam ajudar o sector a
obter espao no mercado interno e internacional.
Uma forma de satisfazer o mercado interno e ainda procurar penetrar no mercado internacional,
apostar no aumento da competitividade, atravs do melhoramento da produtividade que concorra
para a reduo dos custos de produo. A estrutura de governana tambm influncia no
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melhoramento do desempenho do sector avcola e de vrios sectores da economia atravs de
polticas de melhoramento e incentivo s condies do mercado.
1.2. Problema
Em Moambique, a carne de frango muito consumida1. Esta constitu alternativa para muitas
famlias, quando comparada s outras variedades de carnes (ex: carnes vermelhas) tanto em
termos de preo como no que diz respeito ao valor nutricional. Estes factores fazem com que a
avicultura contribua de forma significativa para a segurana alimentar e geraco de emprego.
No entanto, o sector avcola ainda pouco desenvolvido. As tcnicas de produo so
rudimentares, e a cadeia produtiva desintegrada. A concorrncia com o frango importado
constitui um entrave para a expanso desta actividade no pas, porque depois da produo, o
frango Moambicano pouco comercializado, devido aos altos preos quando comparados com
os do frango importado.
Com a liberalizao do comrcio regional na SADC, o ambiente competitivo ainda maior e os
produtores Moambicanos so pressionados a tornarem-se mais competitivos.
Neste contexto, o presente trabalho pretende responder a seguinte questo:
Quais so os factores que determinam a competitividade do Sector avcola em Moambique e,
como obter vantagens competitivas face a concorrncia internacional?
1.3. Objectivos
Geral
Analisar a competitividade do sector avcola em Moambique de 2000 2009.
1 Segundo os dados analisados e apresentados no trabalho a tndencia de consumo e da produo crescente.
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Especificos
Identificar e analisar os factores determinantes da competitividade do sector avcola de
Moambique;
Descrever as transformaes ocorridas na histria do sector avcola em Moambique;
Analisar a evoluo da produo e comercializao da carne de frango em Moambique
de 2000 2009;
Identificar as estratgias competitivas adoptadas pelos actores do Sector avcola nacional;
Analisar as implicaes das estratgias de competitividade adoptadas pela indstria e o
papel do Estado na proteco da mesma no mbito da substituio das importaes e
promoo das exportaes.
1.4. Hipteses
Existem vrias terias que explicam os factores por detrs do sucesso da competitividadeinternacional.
Porter (1993), diz que alguns autores afirmam2 que, no geral, a competitividade influenciada
por vriaveis macroeconmicas como taxas de cmbio, taxas de juros e dfices oramentais, ao
passo que outros argumentam que maior competitivivade funo de mo-de-obra barrata e
abundante. Um outro argumento, afirma que a abundncia em recursos naturais contribu para
melhorar a competitividade. Mas, actualmente, argumenta-se que a competitividade
influenciada pelas polticas governamentais, atravs da fixao de metas, da aplicao de
polticas de proteco, de promoo de exportaes e de subsdios.
Como se pode verificar, no existe uma nica teria que explica de maneira satisfatria os
factores que influnciam a competitividade nacional e internacional. Cada uma delas explica
uma parte e em termos empirricos, os resultados variam de economia para economia.
2 As teorias foram testadas atravs de estudos efectuados em algumas indstrias no Japo, Coreia, Itlia, Alemanh,Sucia e Suia. Estas naes observaram asceno econmica rpida apesar de terem verificado dficitsoramentais, valorizao das suas moedas, altas taxas de juro, longos perodos de escassez de mo-de-obra, salriosaltos entre outros aspectos.
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neste contexto, que o presente trabalho pretende testar as seguintes hipteses para
Moambique:
A competitividade do sector avcola influenciada pelas polticas pblicas e a
relao governo-avcultores, pelos factores existententes na cadeia de produo do
sector e pelas relaes existentes entre os avcultores.
A melhoria da estrutura de produo, da qualidade do produto final, reduo dos
custos3 e investimentos em novas tecnologias tornaram as empresas
Moambicanas mais competitivas.
1.5. Metodologia
Para responder aos objectivos referentes ao trabalho, a pesquisa recolheu e analisou dados
primrios e secundrios.
Dados primrios
Os dados primrios foram obtidos atravs de um questionrio aos avicultores e diversas
instituies pblicas e privadas que actuam no sector seleccionadas para o efeito. O tamanho da
populao constituda por 33 empresas, foi obtido atravs da AMA (vide lista em anexo), dentro
da qual foi extrada uma amostra constituda por 3 empresas (Higest, Irvenis e Agropecuria
Sabatana) . O critrio de seleco da amostra baseiou-se em factores como: peso e
representatividade no sector e tempo no mercado.
Os dados recolhidos (aspectos histricos e organizacionais e de produo) por via de entrevistas
e inquritos serviram para anlisar a estrutura de produo, as estratgias adoptadas pela empresa
e o ambiente competitivo dentro do sector face ao mercado internacional.
3 Essencialmente os custos de transporte de matrias-primas, visto que temos que importar maior parte destas para aproduo dos frangos;
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Dados secundrios
Os dados secundrios foram obtidos atravs da pesquisa bibliogrfica, consulta de documentos
oficiais4 do Ministrio da Indstria e Comrcio (MIC), Ministrio da Agricultura (MINAG),
Instituto Nacional de Estatistica (INE), Associao Moambicana dos Avcultores (AMA), A
ssociao dos avicultores de Maputo (ADAM), Centro de Promoo da Agricultura (CEPAGRI),
Banco de Moambique (BM), pesquisa em pginas na internet e outros que se achar
convenientes.
Os dados recolhidos serviram para analisar as transformaes sofridas pelo sector desde o
surgimento desta actividade em Moambique, a evoluo da produo e comercializao
nacional e as polticas pblicas adoptadas para o sector. A anlise qualitativa recoreu-se ao
modelo das cinco foras de competio de Porter.
As variveis de anlise no trabalho so de ordem:
Quantitativa: volume de produo, custos de produo, capacidade de produo e preos.
Os dados recolhidos so temporais (trimestrais, semestrais e anuais).
Qualitativa: referem-se ao ambiente scio econmico vividos no sector avcola e noutros
sectores influntes. Para a anlise qualitativa, recoreu-se ao modelo das cinco foras de
competio de Porter.
4 Programas, polticas e legislao referentes ou relacionadas ao sector avcola e ( vide lista de referncias)
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Anlise da competitividade do sector avcola em Moambique de 2000 2009
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1.6. Estrutura do Trabalho
O trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma:
Na primeira parte, feita a apresentao do tema e sua relevncia, objectivo,
hipteses, e a metodologia usada;
Na segunda parte feita reviso da literatura sobre a competitividade e a evoluo
da actividade avcola mundial;
Na terceira parte feita a anlise da evoluo da actividade ao longo da sua histria
no pas, a estrutura do sector no geral, anlise da produo e da comercializaco dos
produtos avcolas e a identificao e anlise dos factores determinantes da
competitividade do sector avcola; e
Por ltimo, a quarta parte dedicada as concluses, recomendaes e as limitaes
enfrentadas durante o estudo.
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CAPITULO II: REVISO DE LITERATURA
2.1. Introduo
Este captulo est dividido em duas seces. Na primeira parte feita a reviso de literatura
sobre a competitividade. Na segunda parte fez-se uma breve excurso pela histria da indstria
mundial avcola no que respeita a evoluo da produo e comercializao, em que o captulo
toma como referncia o Brasl, assim como sobre os sitemas de produo do sector avcola e
descreve as transformaes ocorridas na histria do sector avcola em Moambique.
2.2. Conceito de competitividade
Para se fazer o estudo da competitividade, necessrio fazer a distino do nvel ou ambiente de
estudo, pois, devido a abrangncia do conceito h uma necessidade de escolher o melhor termo
que se adequa ao ambiente a ser estudado5.
A definio de competitividade na literatura chega a ser muito vaga e, embora seja um assunto
que j a bastante tempo discutido, ainda no tem uma definio nica.
Segundo Martin (2006), a definio mais simples e difundida, aquela que relaciona o
desempenho das exportaes com o livre comrcio imposto pelo capitalismo, segundo a qual,
vence aquele que se tornar mais competitivo, aquele que apresenta um resultado mais satisfatrio
de que todos seus concorrentes.
Os clssicos explicam a competitividade atravs da teoria das vantagens comparativas. Adam
Smith defende as vantagens absolutas como base para mais competitividade enquanto que, David
Ricardo aperfeiou esta teria e chegou as vantagens comparativas realando que torna-se mais
competitivo o pas ou indstria que for mais produtiva.
5 A literatura econmica trata o termo competitividade do ponto de vista do pas como um todo ou de sectoresespecficos, mas h consenso que a competitividade da nao influncia os sectores que por sua vez afecta tambmas firmas e a competitividade dos sectores serve de base para anlisar a competitividade das naes.
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Para os neoclssicos, o conceito de competitividade est ligado teoria neoclssica da
administrao6. Estes definem a competitividade, de acordo com o modelo de competio
perfeita, em que a anlise desta deve centrar-se nas causas das diferenas entre o desempenho do
sector em questo e os que so tericamente possveis de se obter, por meio da competio
perfeita, estando deste modo ligada a eficincia produtiva. Este conceito centra-se na anlise das
caractersticas estruturais do sector, e pressupe que as diferenas competitivas devem-se ao
distanciamento entre as caractersticas estruturais, alm dos pressupostos de competio perfeita.
Segundo Porter (1993), a competitividade est directamente ligada a produtividade, que depende
tanto da qualidade como das caractersticas dos produtos que determinam os preos dos mesmos
e da eficincia com que so produzidos.
Ainda segundo Porter (1993), estudos feitos por alguns investigadores mostram que, quanto
maior o deficit oramental, o valor da moeda nacional face outras moedas, escassez de mo-de-
obra, salrios altos e excessiva importao de matrias-primas, menor ser a competitividade.
Segundo Coutinho e Ferraz (1994), a competitividade pode ser observada atravs da
produtividade das firmas que influenciada pelas aces do governo, pelo comportamento de
sociedade, pela existncia dos recursos quer naturais quer construdos. Por sua vez, a
produtividade de uma empresa, indstria ou nao determinada por um conjunto de factores
internos empresa, estruturais e pertinentes ao sector e indstria. Coutinho e Ferraz (1994),
analisam a competitividade sob diferentes pontos de vista, enaltacendo que o sucesso da
competitividade est intimamente ligado as relaes entre a firma, o Governo e a sociedade e a
existncia de recursos naturais e produzidos.
Segundo Haguenauer (1989), competitividade um indicador da capacidade de um pas de
penetrar e se expandir no mercado internacional e paralelamente aumentar o nvel de vida da
populao do pas. Este conceito analisa a competitividade sob ponto de vista do pas como um
6 A teoria neoclssica da administrao um conjunto de teorias que surgiram na dcada de 50, que retomam s
abordagens clssica e cientfica da administrao. A principal referncia desta teoria Peter Drucker, mas tambm
inclui um grupo amplo de autores como Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George Terry.
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todo, mas tambm abrange a capacidade de competir no mercado domstico, centrando a sua
anlise em variveis como: o ndice de penetrao das importaes, o saldo entre exportaes e
importaes ou o grau de exposio competio externa.
Segundo Farina (1999), a competitividade pode ser definida como a capacidade
sustentvel de sobreviver e, crescer em mercados correntes ou em novos mercados sob
o ponto de vista --de teorias de concorrncia. Esta definio encara a competitividade
como uma medida de desempenho das firmas individualmente.
Segundo Ferraz et al. (1996), a competitividade a capacidade de a empresa formular e
implementar estratgias de concorrncias que lhe permitam ampliar ou conservar de forma
duradoura uma posio sustentvel no mercado. Nesta definio, a competitividade discutida
num ambiente microeconmico, ressaltando aspectos como ampliao, conservao e posio
sustentvel, que neste ltimo est implcito o factor tempo.
Para responder aos objectivos do trabalho, ser usada a definio de competitividade de Porter
(1993), segundo a qual, a competitividade est directamente ligada com a produtividade,
qualidade e preos do produto. A razo da escolha desta definio, reside no facto de ser mais
adequada s caractersticas do sector avcola Moambicano e permite maior consistncia com o
modelo que ser usado para analisar os factores que influenciam na competitividade do sector
avcola no captulo 3.
2.3. Importncia do estudo da competitividade
A competitividade tem sido largamente usada actualmente como indicador da capacidade de
instituies, de empresas, de setores econmicos de competirem, estando ela ligada diretamente
capacidade de enfrentar a concorrncia.
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Segundo Martin (2006), a importncia do estudo da competitividade se d pelo facto de ele
revelar informaes e conhecimentos teis para a tomada de decises e da formao de opinio
em diversos assuntos relacionados ao comrcio internacional.
Segundo Nicolau (2008), a anlise da competitividade passa por verificar o meio institucional (a
legislao, constituio e polticas pblicas), organizacional7, tecnolgico e competitivo em que
as empresas actuam, o sistema de coordenao8 e tambm a estrutura de governana9 dentro do
sector. Isso porque as empresas nascem, crescem e actuam num ambiente institucional e so
influenciadas pelo conjunto de elementos que fazem parte deste como a legislao, a constituio
e as polticas pblicas.
Ainda segundo a mesma autora, o ambiente econmico em que uma empresa actua e,
consequentemente, a sua competitividade, podem ser influnciados pelo governo. H uma
variedade de polticas governamentais que podem afectar a competitividade de uma indstria nos
mercados (interno e externo), e estes factores tm impacto directo no custo e nas estruturas da
demanda das firmas.
Estes assuntos, sero relembrados para a contextualizao durante a anlise da competitividade
do sector avcola em Moambique.
2.3.1. Modelos para anlise da competitividade da indstria
Na literatura foram identificados dois modelos: o modelo dos cinco grupos gerais de armas de
competio e o modelo das cinco foras de Porter.
7 As empresas organizam-se via mercado atravs do sistema de preos, de forma hierrquica ou de integrao ehibrida ou quase-integrao.
8 Conjunto de estruturas de governana que interligam cada segmento de uma cadeia produtiva que dependem daeficincia das transaes levadas a cabo pelos agentes econmicos;
9 Todo conjunto de regras que lideram uma certa transao. Estas podem ser as regras internas empresa oucontratos.
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Modelo dos cinco grupos gerais de armas de competio
Fusco, Jos Paulo et al (2003), apresenta a anlise da competitividade atravs dos seus cinco
grupos gerais de armas de competio. Ele argumenta que existem meios para alcanar vantagem
competitiva em um ou mais meios de competio aos que eles chamaram de cinco grupos gerais
de armas de competio, nomeadamente:
(i) Produtividade vrios estudos e pesquisas tm mostrado que existe uma forte
correlao entre a produtividade e vantagens competitivas da empresas, mas em
particular para empresas bem sucedidas.
(ii) Qualidade no processo a qualidade tambm produz efeitos directos ou indirectos
nos diversos campos da competio. Segundo os autores sitados, estudos
demonstram que empresas trabalhando em patamares superiores de qualidade,
acabam aumentando a sua participao no mercado.
(iii) Tecnologias desempenham um papel vital alterando a prpria estrutura do sector de
negcios, criando sub-ramos e aumentando a vantagem competitiva adquirida. A
tecnologia tambm vista como uma dimenso de apoio aos demais grupos,
envolvendo entre outros: materiais, processo, produto, mquinas e instalaes,
prototipagem, embalagens, sistemas de informaes, treinamento do pessoal e
transporte.
(iv) Estoque reduzido evita despesas operacionais como juros sobre o investimento em
materiais estocados, custo do espao fsico usado, obsoloscncia, movimentao
fsica, pessoal e estrutura de controlo. A reduo de stoques possu vrias dimenses
que dependem de alguns factores especficos: insumos poltica dos fornecedores,
produtos em processo- variabilidade do processo, sistema ou modelo de gesto e
produtos acabados - variabilidade do processo, sistema ou modelo de gesto,
variabilidade e natureza da demanda.
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(v) Pessoal capacitado e participativo a falta de investimento na formao do pessoal
muitas vezes compromete a qualidade das decises tomadas e inviabiliza o processo.
Pesquisas tm demonstrado que existe uma correlao entre competitividade e
formao escolar, e que as empresas mais competitivas tm altas taxas de formao
especficas.
Modelo das Cinco foras de Porter
Porter (1985), analisa a competitividade atravs do seu modelo das cinco foras de Porter.
Segundo este autor, em qualquer indstria, seja domstica ou internacional, que produza bens ou
servios, as regras de competio esto volta das cinco foras: a entrada de novos
competidores, ameaa de produtos prximos, o poder de negociao dos consumidores, o poder
de negociao dos fornecedores e a rivalidade entre os concorrentes. O esquema abaixo ilustra a
interligao entre as cinco foras do modelo de Porter.
Figura 1. Representao grfica das cinco foras de Porter
Fonte: Adaptado de www.wikipedia.com (acessado durante o ms de Janeiro de 2010)
Poder deNegociao dosfornecedores
Ameaa denovos
entrantes
Poder deNegociaodos Clientes
Ameaa deprodutossubstitutos
Rivalidadeentre os
concorrentess
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Poder de negociao dos fornecedores
Os fornecedores de insumos possuem um forte poder, porque possuem a matria-prima que
indispensavel para o processo de produo do comprador quando no concorrem com substitutos
prximos. Estes podem exercer mudanas nos preos ou forar a diminuio da qualidade dos
produtos e servios. Alm do possuirem produtos com um certo grau de diferenciao, a
indstria de fornecedores mais coesa em relao indstria para qual ela vende. Por isso, ter
somente um fornecedor para a empresa pode ser um ponto fraco, causando impactos sobre a
empresa caso o fornecedor venha a mudar os preos ou se retirar-se do mercado.
Barreiras entrada e sada
As ameaas de novos entrantes referem-se s barreiras entrada de concorrentes como: acesso a
canais de distribuio, economias de escala (em todo o processo da produo at as actividades
complementares que sempre leva a vantagens de custo dentro das condies ideais de produo),
diferenciao do produto, necessidade de capital (no s para as instalaes para produo mas
tambm para a cobertura aos prejuzos iniciais), marketing, existncia de patentes ou direitos,
reaco de concorrentes j estabelecidos e desvantagem de custo independente de escala.
As estratgias adoptadas pela indstria tambm podem afectar as barreiras de entrada. Uma
empresa pode ainda desenvolver competncia ou dispor de recursos que lhe permitam superar a
barreira de entrada em uma indstria a um custo mais baixo que para as suas concorrentes.
As ameaas de novos entrantes referem-se tambm s barreiras sada tais como: as relaes
estratgicas que existam entre as empresas, as questes sociais e pessoais, existncia de activos
especializados e custos fixos de saida.
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No que diz respeito as restries governamentais, o Governo pode alegar o desemprego que pode
emergir e possveis efeitos econmicos decorrentes da sada do mercado. Como barreiras sada,
o Governo tambm pode adoptar polticas de substituio de importaes (polticas voltadas para
dentro), executadas atravs da imposio de tarifas de importao por exemplo, como medida
proteccionista de uma indstria nascente at que ela esteja sufucientemente estabelecida e pronta
para competir com indstrias estrangeiras mais desenvolvidas do mesmo sector.
Ao contrrio, o Governo tambm pode adoptar polticas de promoo das exportaes (poltica
voltada para fora) atravs de subsdios, conjugada com uma poltica cambial correcta, que
permita impulsionar ou dinamizar o sector.
Segundo Namburete (2002), numa indstria nascente de custos decrescentes, possvel que se
possa promover exportaes se os custos marginais esto abaixo dos preos internacionais. Isto
permite que as firmas exeram algum poder de mercado.
Rivalidade entre os concorrentes
Dentro da indstria, os concorrentes j estabelecidos disputam a posio em que a aco de uma
afecta a outra. Os factores que levam a rivalidade entre os concorrentes so: o nmero de
concorrentes na indstria, a velocidade de crescimento da indstria, custos fixos, diferenciao
do produto, inovao, marketing e elevadas barreiras de sada.
Ameaa dos produtos substitutos
A existncia de produtos substitutos no mercado pode limitar os lucros nos tempos normais (no
incio da actividade ou em pocas em que as vendas no so muito representativas), e como
tambm podem reduzir as fontes de rendimento que a indstria pode obter em tempos de
prosperidade. Quanto melhor for a relao entre o preo e o rendimento do produto substituto, o
nvel de diferenciao do produto, poder de negociao do comprador e qualidade do produto
substituto, maior ser a presso sobre os lucros da indstria.
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Poder de negociao dos clientes
Os clientes exercem poder de presso sobre a empresa quando tm expressiva representatividade
nas vendas da empresa, porque possuem total informao sobre o produto, exigindo maior
qualidade destes, forando os preos para baixo e levando os concorrentes a competirem uns
contra os outros. Os consumidores possuem baixos custos de mudana, em que, podem
facilmente mudar de marca, produto ou servio.
Crticas ao Modelo de Porter
Segundo Beppler (2008), apesar de bastante reconhecido, o modelo de Porter bastante criticado
pelas seguintes razes:
Foco restrito, dando grande ateno anlise de factores externos, mas no se
aprofundando em questes internas, como competncia essencial e gesto do
conhecimento;
No leva em conta o risco associado s previses, e factores imprevistos e estratgias
emergentes;
Excessivo destaque dado anlise, correndo perigo de ocorrer distanciamento entre o
mundo real e o planeamento desenvolvido pelo estrategista;
Perigo da simplificao excessiva sem se alertar para tal. Tal situao visvel, por
exemplo, no que diz respeito estratgia competitiva em indstrias emergentes;
Aborda a unificao de indstrias fragmentadas, mas no expe se vantajoso e como se
pode fragmentar uma indstria unificada;
H uma confuso entre inexistncia de estratgia e estratgia como cultura organizacional
(estratgia das indstrias japonesas) [Mintzberg et al, 2000];
As estratgias genricas podem ser detalhadas em sub-categorias como apontado por
Mintzberg [Mintzberg, 1991b]; e
Preocupao com a lucratividade da indstria e no das firmas, no auxiliando as
empresas a identificar e alavancar vantagens nicas e sustentveis [Zack, 1999],
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considerando que se a indstria vai bem as empresas que nela actuam deveriam obter
retornos acima da mdia.
2.4. A evoluo do Sector avcola mundial
A literatura diverge quanto ao real factor do incio da dinamizao do sistema de produo
avcola.
Segundo Nicolau (2008), pesquisas mostram que, com o trmino da segunda Guerra Mundial,
partir de meados do sculo 20, vrias transformaes tm sido impulssionadas no modelo de
produo avcola, nos Estados Unidos, Europa e Japo.
Ainda segundo a mesma autora, alguns autores referem que foi a partir da II Guerra Mundial,
atravs do aumento da necessidade de abastecimento das tropas com carnes vermelhas, que desse
modo, deu incio a um processo de produo de carnes alternativas com curto ciclo de produo
e protenas. Outros autores, consideram que foi nos ps guerra, atravs do combate fome que
deu lugar ao desenvolvimento de novas tecnologias.
Segundo Talamini (2008), as principais regies produtoras de frango no mundo so a sia com
33 % da produo mundial (das quais a China responde por 17%), seguida pela Amrica do
Norte com 29% (Estados Unidos produzindo 27%), Europa com 17% (UE com 14%) e Amrica
do Sul com 15% (Brasil com 14%) da produo.
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Grfico 1. Evoluo da produo mundial de frangos dos principais produtores de 2000 2006 (em miltonetadas)
Fonte: Adaptado do relatrio da ABEF (2007)
De acordo com o relatrio da ABEF (2007), em 2005 registou-se o maior volume de produo de
sempre, enquanto em Moambique, registava-sse uma grande crise no sector avcola, devido a
dificuldade de comercializao do frango nacional causada pela excessiva importao e
comercializao preos mais baixos do frango importado.
Segundo ABEF (2008/2009), mesmo sob o impacto da crise que se abateu sobre os cinco
continentes em outubro de 2008, a produo mundial de carne de frango registrou crescimento
de 4,5%, pouco abaixo dos 6,2% registrados em 2007, totalizando 71,2 milhes de toneladas.
A produo do frango no mundo tem sofrido vrios constrangimentos na comercializao dentre
eles, vrias doenas que perigam a qualidade desta carne. Segundo a lista de doenas da OIE:
A influnza aviria (A150) ou gripe das aves que tambm afecta a espcie humana;e
Doena de newcastle (A160).
O Brasl actualmente o maior exportador de frangos. Segundo a ABEF (2007), em 2006, a cota
de mercado do Brasil era de 21.05%, a seguir vem os Estados Unidos de Amrica com uma cota
de mercado em 2006 de 19.04% e em terceiro a Unio Europea com 4.8%.
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Ainda segundo ABEF (2007), no que diz respeito a importao, a Rssia lidera a lista dos
principais compradores, a seguir vem o Japo, em terceiro lugar encontra-se o Mxico, que
apesar de ser produtor tambm importa a carne de frango.
2.5. A Experincia do Brasl
Segundo, ABEF (2008), o Brasl actualmente maior exportador mundial de frango, com
participao nas exportaes mundiais na ordem de 41% e um Sector avcola destacado no
cenrio internacional. Esta situao, deve-se ao facto do sector avcola Brasleiro estar em
constante evoluo da tecnologia de produo assim como do crescimento de sua capacidade de
abate.
Em razo da necessidade de abastecer os mercados que j eram gigantescos, teve incio em 1930,
o processo de modernizao e de produo em escala da avcultura naquele pas. Nessa poca, as
aves eram abatidas com 16 semanas, o que tornava a produo onerosa e o preo do frango mais
elevado10.
A partir de meados dos anos 60, o Brasl importou o modelo industrial norte-americano, por
meio de aquisio de linhagens hbridas de frango, mquinas e equipamentos. Para alguns
pesquisadores, Nicolau (2008) por exemplo, a dcada de 70 foi o perodo da industrializao e
consolidao industrial avcola. Foi neste perido que ocorreu a expanso da produo e do
consumo interno e a conquista de uma fraco do mercado internacional, com destaque para o
ano de 1973 com o registo das primeiras exportaes, e 1975 com o alcance do nono lugar entre
os dez exportadores mundiais de carne de frango congelado.
Alm disso, o Brasl investiu em inmeras tcnicas relacionadas com manejo, alimentao,
nutrio, vacinas e equipamentos de forma a industrializar a actividade avcola e obter altos
nveis de produtividade.
10 www.jornalimpacto.inf.br: acessado durante os messes de janeiro e fevereiro de 2010
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Na dcada de oitenta, o sector avcola registou algumas oscilaes com a reduo da produo na
primeira metade da dcada devido a recesso da economia Brasleira. Contudo, na segunda
dcada houve uma melhoria da situao com o aumento das exportaes, introduo de novas
tecnologias de abate de aves e novos tipos de mquinas e equipamentos.
Segundo Talamini et al. (2008), nas ltimas trs dcadas a produo de frangos no Brasil
alcanou altos nveis de produtividade, comparveis ao dos pases mais adiantados do mundo,
resultado da organizao e coordenao de toda a cadeia, e do uso de uma estratgia de produo
baseada na parceria entre produtor e indstria. As empresas privadas e as cooperativas
coordenam todo o processo e esto continuamente melhorando as tcnicas de criao e
industrializao, optimizando a logstica de distribuio dos insumos e dos produtos do frango.
Sistemas de infomao tambm so usados no sentido prespectivar as mudanas de demandas do
mercado nacional e internacional, bem como evitar perdas devido ao uso de barreiras tcnicas e
econmicas ao mercado.
Competitividade, agressividade comercial da avcultura de exportao do Brasl, menor custo de
produo do mundo, o mais eficiente produtor mundial, segundo a International Finance
Corporation (IFC) uma organizao das Naes Unidas, explicam o brilhante resultado
alcanado pelo setor. O Brasl assumiu em 2004 a posio de maior exportador de frangos do
planeta. O setor exportador de frangos consolidou-se como segundo maior no ranking da
exportao do agronegcio Brasleiro. As condies de clima e meio-ambiente no Brasl so
ideais para a criao de frangos. Toda a matria-prima necessria produo de aves produzida
em solo Brasleiro (milho e soja). (ABEF, 2004: pg.31)
Actualmente, as empresas deste sector apostam na modernizao e ampliao das unidades j
existentes buscando maior produtividade, economias de escala e maior qualidade conduzindo a
um maior desenvolvimento do sector avcola Brasleiro.
O sector avcola Brasileiro grande, possu uma cadeia de produo completamente integrada.
Alm disso, as polticas pblicas de pesquisa e desenvolvimento e elevao da produo de gro,
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polticas sanitrias, polticas agricolas de crdito tambm contribuiram para esse
desenvolvimento.
2.6. Os sistemas de produo avcola no mundo
Segundo Quintilia (2008), os sistemas de produo que podem ser empregues na produo
avcola, esto relacionados com um ou mais sectores da cadeia produtiva do sector avcola,
dentro das condies de mercado em que elas se incerem. Estes sistemas compreendem:
a) Sistema de produo Independente a responsabilidade na produo e comercializao
individual do produtor.
b) Sistema de produo integrado11 ou de parcerias normalmente representado por agro-
indstrias e caracterizado por deter todo o processo produtivo. A empresa
compromente-se a fornecer pintos, rao, medicamentos e outros insumos, assistncia
tcnica, transporte para alm do abate e comercializao do produto final. Este um
sistema contractual entre as partes interessadas onde constam os seus deveres e direitos,
tendo como clausula o preo combinado e a renda garantida para o produtor.
Este sistema permite obter rendimentos de escala e melhorias nos padres de qualidade em todo
os segmentos da cadeia de valor, produo em escala que permite penetrar num mercado mais
vasto assegurando a competitividade, alm de permitir ao produtor ter rendimentos fixos em
cada ciclo excluindo assim a incerteza no fluxo do seu rendimento.
c) Sistema de produo cooperado normalmente constitudo por cooperativas trabalhando
num sistema integrado em que a cooperativa a empresa integradora e o cooperado o
integrado.
11 A integrao se estabelece atravs de um acordo estabelecido entre a empresa integradora e o integrado(produtor), em que a integradora fornece todos os insumos necessrios para a criao ao integrado paraposteriomente o integrado vender a produo empresa integradora;
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2.7. A cadeia de Produo avcola
Segundo Quintilia (2008), a cadeia de produo avcola compreende trs etapas: produo (do
primeiro ao quarto segmento), abate e processamento e distribuio e consumo.
A fase de produo inicia com o primeiro segmento, o avozeiro e tem trs etapas: a primeira diz
respeito ao progresso tecnolgico de reproduo das aves. Este processo inicia nas granjas de
seleco gentica de reprodutoras primrias, produtoras de ovos frteis e aves de um dia para
posterior produo de bisavs. Na segunda etapa, as granjas das bisavs chamadas bisavzeiros
produzem ovos frteis que geram os avs. Na terceira etapa, as granjas produtoras de avs,
chamadas avozeiras, produzem ovos frteis e aves de um dia para a produo das matrizes.
O segundo segmento o matrizeiro. Este inica com a cria e recriao de pintos de um dia
(matriz) nos avirios de reproduo.
O terceiro segmento o incubatrio, ocorre a gerao de pintos hbridos comerciais de um dia,
gerados atravs dos ovos frteis dos matrizeiros.
O quarto segmento compreende a distribuio dos pintos hbridos comerciais de um dia aos
avirios ou s granjas de engorda.
Deste ltimo segmento, os frangos chegam ao consumidor final atravs da venda do frango vivo
ao mercado retalhista ou pela venda do frango congelado para revendedores e atacadistas aps
abate e refrigerao.
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CAPITULO III: O SESCTOR AVCOLA EM MOAMBIQUE
3.1. Introduo
Moambique um pas essencialmente agrcola e a pecuria considerada uma actividade
complementar dentre a qual est a avcultura, desempenha um papel muito importante na
promoo da segurana alimentar no pas. A actividade avcola em Moambique vital por ser
uma das principais fontes de protena animal para o consumo disposio da populao.
3.2. Evoluo histrica do Sector avcola em Moambique12
Segundo Nicolau (2008), a evoluo poltica, com as mudanas de orientao econmica, da
economia centralmente planificada at a economia de mercado, afectou profundamente o
desempenho do sector avcola no pas, como se pode descrever a seguir:
De 1975 1977, perodo de adopo do sistema de planificao central pelo governo em que h
uma total estatizao das unidades de produo do pas.
Segundo Nicolau (2008), a prtica da actividade avcola em Moambique surgiu na dcada de 60
na regio sul e posteriormente expandiu-se para o centro e norte do pas. Inicialmente esta
actividade era prticada apenas por pequenos produtores nas zonas urbanas e peri-urbanas. O
fornecimento de frangos para o mercado consumidor moambicano sempre esteve sob
responsabilidade de dois sectores destintos de produo, o sector familiar13 (tradicional) e o
sector comercial14 de produo profissionalizada (empresarial).
12 Anlise feita com base no estudo de Nicolau (2008), entrevistas AMA e DNC.
13 Sector familiar e comercial so termos usados pelo MINAG para classificar as produes avcolas. O sectorfamiliar o sector que utiliza para a produo, aves de raas locais, comumente designadas por galinhas landim(indigena), com aptido para carne como para ovos que se alimentam essencialmente de restos da alimentaohumana e de produtos encontrados na natureza. Neste sector, o principal objectivo da produo o auto-consumosendo o excedente para o mercado local.
14 Sector comercial o sector industrial que composto por pequenos, mdios e grandes produtores que podem serfamiliares, cooperados ou privados. No sector comercial, os produtores familiares, pequenos, produzem no fundo do
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Com a independncia poltica nacional em 1975, houve uma destruio das pequenas e mdias
unidades de produo e do tipo industrial, decorrente do xodo dos seus proprietrios,
acompanhados de actos de sabotagem das infraestruturas, o que resultou na falta de carne de
frango e ovos no mercado nacional.
Enquanto algumas unidades avcolas foram abandonadas e fechadas, outras foram entregues
voluntriamente pelos seus proprietrios ao Estado. Perante essa situao, o Governo foi
obrigado, progressivamente, a intervir na gesto dessas empresas, atravs de comisses
administrativas e assim desencadeou-se a estatizao e nacionalizao das principais unidades de
produo. (Nicolau, 2008 citando MINAG, 1979; MINAG, 1995)
De 1978 1985, perodo de consolidao e expanso da indstria sob a gesto do Estado, e no
final do perodo, ocorre a estatizao do sector avcola. Foi criada uma empresa estatal
denominada Empresa Nacional Avcola (Avcola E.E.), com a funo principal de restabelecer e
expandir a actividade por todo o pas. Para alcanar este objectivo, a empresa organizou-se em
trs centros de coordenao da produo: no sul, centro e norte respectivamente com a sede na
regio sul.
A princpio, esta unidade dispunha de infra-estruturas para a realizao de todas as operaes da
cadeia de produo, mas no em todas as provncias. Algumas provncias (Sofala, Zambzia e
Gaza) tinham que ser abastecidas pelas sedes regionais.
A guerra civl que se fez sentir dois anos aps a indepndencia, o boicote econmico levado a
cabo pela frica do sul e Zimbabu, que resultaram na reduo de entrada das devisas para o
pas, as calamidades naturais que fustigaram a produo agrcola, afectaram a economia nacional
e o sector avcola. Muitas unidades de produo foram encerradas, outras reduziram e quase
paralisaram a produo devido a falta de matria-prima para abastecer as indstrias porque
muitas vias de transporte como estradas e linhas frreas foram sabotadas. A partir de 1982, o
sector avcola nacional comeou a enfrentar enormes problemas tanto de ordem interna como
quintal, usam tecnologias simples de produo, utilizam aves de estirpes comerciais melhoradas, bem como raescompostas, porm no apresentam uma maior sistematizao da produo quando comparados com os mdios egrandes produtores. Apesar do objectivo desse produtor ser exclusivamente comercial, o frango produzido no destinado cadeia de produo formal (a industria), mas sim ao mercado de frango vivo.
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externa, que formaram um cenrio insustentvel para a manuteno e o desenvolvimento da
actividade.
De 1986 1994, ocorreu a transio do sistema centralizado para o sistema econmico de
mercado em que h retirada do Estado da gesto das unidades econmicas.
Com a introduo do PRE em 1987, cujo principal objectivo era de recuperar a economia
nacional que estavan a desmoronar, o Governo levou a cabo uma srie de incentivos ao
investimento privado nacional e estrangeiro e liberalizao do comrcio.
De 1995 2005, perodo caracterizado por uma crise e estagnao do sector avcola, registando
um aumento das importaes da carne de frango.
A economia Moambicana, num periodo ps guerra, encontrava-se com maior parte das
infraestruturas destruidas. Aps a assinatura do acordo de paz em 1992, ocorre a implementao
de programas de reconstruo nacional com pacotes especficos para a recuperao e
desenvolvimento pecurio.
A participao do Estado j era mnima, e o sector avcola era formado praticamente por
empresas privadas e cooperativas. Apesar dos programas levados a cabo para melhorar o sector
pecurio, no haviam estratgias de cooperao pblico-privadas efectivas.
Segundo Nicolau (2008), com a integrao regional da SADC, o sector avcola, que j se
encontrava fragilizado, pressionado pela concorrncia internacional e assim, a manuteno e o
desenvolvimento da actividade passaram a depender da capacidade contnua de adequao do
sector s novas foras competitivas. Isto porque as medidas de liberalizao comercial foraram
os produtores internos a alcanar nveis de produtividade equivalentes aqueles vigentes no
mercado externo, por meio da concorrncia com produtos importados.
A dificuldade de comercializao do frango nacional, gerou uma crise na avcultura de corte
nacional. O surto de influnza aviria na frica do sul tambm afectou consideravelmente a
produo nacional porque este era o principal fornecedor de matria-prima (pintos de um dia e
ovos para incubao), desviando a sua importao do Brasl e Europa com maiores custos de
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transporte, reduzindo a competitividade e a oferta nacional levando at alguns pequenos
produtores a deixar de produzir.
Segundo a DNP (2005), apesar desta contrariedade, no perodo em anlise, a produo de carne
de frango registou um ligeiro crescimento na ordem de 16,2%, com uma produo de 4.156,1
toneladas contra 3.575,6 toneladas do ano de 2003. O sector cooperativo contribuiu com apenas
19,5% da produo global, enquanto que o sector familiar pequenos avicultores produziu
28,8%, do total do frango produzido no pas, em parceria com o sector privado com 51,6% da
produo nacional.
Durante este perodo, o mercado nacional passou a ser abastecido pelo frango congelado
importado do Brasl atingindo cerca de 5 milhes de dlares em 2005. O governo autorizou o
licenciamento de grandes empresas importadoras. O frango importado chegou a ser
comercializado a um preo 23% mais baixo do que do frango nacional levantando suspeitas de
subfacturamento e dumpin pelos importadores, (Entrevista DNC, 2010).
O pas tornou-se importador de insumos e do produto final, compromentendo fortemente a
cadeia de produo, levando ao abandono da actividade principalmente dos pequenos produtores
familiares que foram mais atingidos.
O ltimo perodo iniciou em 2006/07 e caracteriza-se pelo incio da organizao e reestruturao
da produo avcola. As dificuldades enfrentadas anteriormente levaram os avcultores a
reunirem-se com o governo para chamar a ateno para os efeitos negativos que a crise estava a
criar. Como resultado o governo adoptou algumas estratgias pblicas a semelhana do sector
privado que j tm surtido resultados sobre o sector avcola que tem apresentado resultados cada
vez mais satisfatrios.
Segundo o relatrio sobre os resultados da produo avcola nacional da AMA (2007&2008), de
2007 2008, a produo nacional de pintos de um dia registam um crescimento de 11%, um
crescimento de 45% na produo de raes para frango de corte e o mercado est menos
dependente de importao de matria-prima (ovos de incubao).
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Segundo a AMA (2007 e 2008), a importao ilegal continua a subir cada vez mais e tem
afectado os avicultores nacionais. De 2007 para 2008 a importao de frangos subiu em 120%, o
consumo per capita cresceu de 1,0kg para 1.1kg de frango per capita.
A AMA tem investido na formao dos avicultores de pequena e mdia escala. De 2007 2009,
a AMA em colaborao com a TechnoServe, formou cerca de 1613 pequenos e mdios
avicultores em boas prticas de produo frango e 89 inspectores de matadores de frango de
corte na provncia de Maputo.
Ainda segundo a AMA (2007 e 2008), em 2008, a produo nacional de frango congelado no
foi das melhores devido a paralizao de 2 matadouros. Mas em 2009, a produo superou-se
com o incio de actividades de um novo matadouro com capacidade de processamento de
480.000 frangos por ms. A produo de ovos de consumo e de ovos para incubao tambm
cresceu nos ltimos dois anos.
A produo de raes para frangos de corte tem notado um crescimento considervel. De 2007
2008, ela registou um crescimento cerca de 45%, a produo de raes para galinhas poedeiras
(postura), decresceu em cerca de 4% produo do ano anterior.
Segundo a AMA (2008), o sector regitou o surgimento de novas empresas de produo de ovos e
expandiu as empresas existentes, nesse mbito espera-se que a produo de raes para galinhas
poedeiras volte a crescer. Em Moambique, j se produziram raes para reprodutoras de ovos
frteis para a incubao, designadas de parents stock. Embora no se conheam as quantidades
certas, estima-se que em 2008 produziu-se cerca de 20.000 toneladas deste produto.
Actualmente, a indstria de processamento de frango tem enfrentado grandes dificuldades
de mercado devido a concorrncia com o frango importado do Brasl e da frica do sul.
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A importao15 ilegal de frango oriundo do Brasl e frica do sul, constituiu uma das grandes
preocupaes da Associao Moambicana dos Avicultores. De acordo com pesquisas feitas no
mercado retalhistas deste produto, descobriu-se que grande parte de importao de frango
oriunda da frica do sul, (AMA, 2008).
Com a integrao regional da SADC, a AMA, afirma que espera que o sector avcola prospere
atravs da partilha de experincia com pases vizinhos e maiores oportunidades de acesso a
mercados exteriores (regionalmente).
3.3. A estrutura do sector avcola em Moambique
Vrios so os actores que participam nesta indstria: o Governo (MINAG/Instituto de
Investigao Agrria de Moambique (IIAM), Ministrio da sade (MISAU) e Ministrio da
indstria e comrcio (MIC), ONGs, instituies pblicas (Faculdade de Veterinria-FV /UEM),
importadores, a Associao Moambicana de avicultores (AMA) representando todos os
produtores de frango nacional e a ADAM (Associao dos avcultores de Maputo) representando
os pequenos e mdios produtores.
Em Moambique existem aproximadamente 3016 unidades de produo e sete importadores de
frango congelado que funcionam como atacadistas: Procongel, Delta trading, Moambique
Terramar, Africom, Marim trading, Grupo MBS e A e L Entreprises. (vide em anexo a lista
completa das empresas: grandes, mdias e pequenas) e dois importadores de pintos da
Swazilndia: Ibavet e Kharafa.
O IIAM e a FV, tm evidado esforos para o desenvolvimento de pesquisas nas reas de nutrio
e produo, embora estas pesquisas ainda no tenham resultados visveis pela pouca divulgao.
15 As importaes de produtos avcolas no geral cobrem cerca de 50%, das necessidades do Mercado e o nosso pas actualmente o maior importador dos frangos oriundos da frica do Sul;16 Estimativa exlcuindo maior parte do sector familiar,
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Anlise da competitividade do sector avcola em Moambique de 2000 2009
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A pesquisa mais divulgada foi levada a cabo pelo IIAM que resultou na descoberta da vacina
contra o Newcastle.
Segundo Dr. Custdio Bila, director da Faculdade de Veterinria, a FV tm investido em estudo
voltados ao melhoramento da qualidade do frango. Contudo, verifica-se falta de seriedade das
instituies relevantes no sector (produtores, fornecedores, etc), pelo zelo da qualidade pois este
servio feito de maneira incompleta e com baixa qualidade.
Actualmente, a Tecnoserve, uma ONG Norte Americana, actua no mercado avcola nacional
desde 2006 com o objectivo de reactivar a indstria nacional. Esta ONG, participou na criao da
AMA e tem apoiado tcnica e financeiramente a associao.
A AMA e a ADAM, em parceria com a Tecnoserve, tm investido na defesa dos interesses de
todos os avicultores, na colecta e divulgao de informao sobre o sector, na formao e
treinamento dos pequenos produtores, na campanha de promoo do frango nacional, na
realizao de palestras, no estabelecimento de acordos com o Governo a vrios nveis, entre
outras aces.
No sector de produo, o mercado encontra-se dividido entre o mercado de frango vivo e
congelado. O sector avcola fragmentado17 , ainda em crescimento, e possu tecnologia de
produo obsoleta, com processos manuais em toda cadeia de produo. Exceptuando apenas um
caso de abatedouro automtico, a fase de processamento ainda inexistente no pas.
17 Segundo Porter (1986) indstria fragmentada aquela em que nenhuma companhia possui uma parcela demercado significativa, no tem capacidade para influenciar a indstria, h ausncia de lderes de mercado cominfluncia sobre a atuao da indstria como um todo. As indstrias podem ser fragmentadas por fatores histricos eeconmicos, mas mais comum a existncia de fatores econmicos como, barreiras de entrada pouco significativas,ausncia de economias de escala ou curva de experincia, custo de transporte ou estoque elevados, ausncia devantagem de tamanho em transaes de compra e venda, necessidades variadas do mercado, diferenciao acentuadado produto em funo da imagem, barreiras de sada, normas locais, proibio governamental de concentrao enovidade.
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3.4. Caracteristicas das empresas das empresas avcolas em Moambique
As empresas distinguem-se pelo seu histrico, caractersticas organizacionais e tcnico-
produtivas. Segundo informaes obtidas a partir de entrevistas, (vide lista de entrevistas em
anexo) existem, trs tipos de produtores no mercado que so classificados de acordo com a
capacidade de produo como mostra a tabela abaixo.
Tabela 1. Classificao das empresas avcolas em Moambique, em 2010
Escala de Produtor Capacidade de produo anual Representatividade no total
1 Pequenos produtores At 5000 70%
2 Mdios produtores de 5001 50.000 20%
3 Grandes Produtores Acima de 50.000 10%
Total - 100%
Fonte: Quadro elaborado pela autora com base em dados obtidos atravs de entrevistas AMA, ADAM, CEPAGRIe alguns avicultores.
Os grandes produtores, 10% do total, so constituidos por empresas diferentes e, de acordo com
a estrutura produtiva, umas dedicam-se produo da matria prima (rao), outras criao ou
produo dos frangos e outras ainda ao abate, e uma dedicada todo o processo produtivo. No
pas existe apenas uma empresa que detm todo processo da cadeia de produo, a empresa
Ablio Antunes, localizada em Manica, considerada primeira maior produtora do pas.
Os produtores de porte mdio, representam 20% das empresas. A sua produo mais regular, a
tecnologia de produo variada desde a mais simples do primeiro grupo at a mais avanada
existente no mercado do terceiro tipo de produtores. Comparativamente ao sector familiar, os
produtres mdios preocupam-se mais com as queates sanitrias e de qualidade e a mo-de-
obra contratada.
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E por ltimo, o primeiro tipo de produtores representa 70% dos produtores, na sua maioria do
sector familiar18 ou informal. Segundo a DNP, o sector familiar, representa aproximadamente
50% da produo nacional, e caracterizado por uma actividade sazonal, normalmente na poca
festiva e irregularidade da produo. Este sector, contribui bastante para o emprego e auto
sustento das famlias, usa tecnologia simples, com mo-de-obra familiar e normalmente
localizam-se mais perto dos consumidores.
Nota-se que, entre estes, existem relaes comerciais, onde as grandes empresas fornecem
servios de abate aos pequenos e mdios produtores, em que o produto final (frango congelado)
vai ao mercado com a marca do produtor e sob sua responsabilidade de comercializar, ou, a
grande empresa cobra uma taxa sobre o abate e comercializao em que o produto entra no
mercado com a marca da empresa abatedora e sob responsabilidade da mesma.
3.5. O sistema de produo avcola em Moambique
Em Moambique, foi possvel identificar trs sistemas de produo avcola: o sistema
independente que o mais caracterstico, onde simplismente ocorre a produo e posterior venda
do frango no mercado livre. Este sistema comum entre os produtores familiares e mdios, e
praticado por cerca de 90% dos produtores nacionais.
O sistema de integrao, em que a unidade integradora trabalha juntamente com pequenos e
mdios avicultores. Pressupe-se que existe um nico coordenador das operaes de matrizes e
de incubao de ovos, produo de rao para aves, abate e distribuio, bem como a funo de
engorda do frango. So os casos da: Higest, UGC e Abilio Antunes.
Segundo Nicolau (2008), em Moambique, a implementao deste sistema de produo, est em
fase inicial, atravs do estmulo de parcerias entre as empresas, associaes e ONG`s. Observa-se
tambm uma tendncia de integrao entre empresas de grande porte e avicultores do primeiro
18 Fazem parte da criao e comercializao do frango vivo conhecido como galinha landin. A actividade praticadano quintal de casa em galpe de mais ou menos 500m.
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grupo. Porm, esse movimento resultado da estratgia das empresas com o intuito de aumentar
a sua capacidade produtiva.
Ainda segundo Nicolau (2008), ao implementar este sistema, h certos factores que so
essenciais para o seu sucesso, como: a distncia das propriedades dos integrados com a empresa
integradora, a tecnologia de produo dos integrados, o nmero de integrados por integrador, a
elaborao de contratos de produo, a capacidade instalada do integrado e a definio de ndices
produtivos.
O Brasl o exemplo de sucesso deste sistema, com uma cadeia de produo totalmente
interligada atravs do sistema de produo integrado.
O sistema cooperado, que o menos praticado atravs de cooperativas que fornecem insumos
(pintos e rao), assistncia tcnica e infra-estrutura para criao de aves. Este o caso da UGC.
Os produtores que adopto o sistema independente de produo, so os mais vulneravies
oxcilao dos custos de produo e do produto final, e tem menor espao para obteno de
crditos no mercado financeiro.
Segundo Tecnoserve (2006), a empresa Abilio Antunes o melhor exemplo em Moambique, de
como uma integrao vertical pode reduzir importaes.
3.6. A cadeia de produo do frango emMoambique
A cadeia de produo avcola em Moambique est interligada a outras cadeias produtivas
auxiliares que so: fornecimento de matria-prima como rao, medicamentos, produtos
veterinrios, equipamentos e embalagens, alm das actividades/polticas levadas a cabo pelo
Govenro, por ONG`s e outros.
O ciclo de produo segue a seguinte ordem: produo, abate, comercializao e consumo para
os frangos congelados ou de corte e produo, comercializao, abate (em casa ou no momento
da venda directa ao cliente) e consumo para a venda da ave viva.
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3.6.1. Etapa de produo
Segundo a Agropecuria Sabatana, o ciclo de produo, decorre entre aproximadamente 7,5 aos
8 meses. Primeiro ocorre a importao de ovos para gerao de pintos de um dia, segue-se o
perodo incubatrio e por ltimo, o perodo de engorda que actualmente varia entre 35 40 dias.
Em Moambique, esto em uso diferentes tipos de genticas na produo de aves como: Cobb,
Ross e Hubbard, e na produo de ovos de consumo as genticas usadas so Dekalb e N&H. Este
material todo importado do Zimbabw e Zmbia.
Segundo Nicolau (2008), a procedncia dos ovos importados so, na maioria, de Zimbbue
(70%), e o restante da Zmbia, havendo at registos de importaes de ovos de incubao do
Malawi por produtores independentes da regio norte do pas. Neste momento, 70% das
importaes e distribuio de ovos de incubao esto sob responsabilidade de uma empresa
nacional, parcerias da empresa Irvine`s Day Old Chiks Pvt Ltd., distribuidora oficial de raa
Cobb vanters na frica. Essa empresa est sediada em Zimbbue, onde se encontram os
avozeiros. O restante, 30%, est a cargo de outra empresa parceira, representante da raa hubbard
na frica (Hubbard Zimbbue), tambm sediada no Zimbbue.
Ainda segundo Nicolau (2008), no pas, nove empresas formais esto encarregues da incubao
dos pintos, est produo consegue suprir as necessidades do mercado nacional em 95%, os
restantes 5%, so importados em que a regio sul, a que mais importa pintos de um dia a partir
de duas empresas. Vale realtar que, considerando a especificidade da produo de Moambique,
est quantidade vria de 25% 35%, entre os meses de Agosto e Novembro, perodo que
antecede a quadra festiva19 e que h um aquecimento do mercado, com o aumento da procura por
bens alimentares que estimula o tambm o aumento da produo.
Esta etapa termina com a distribuio dos frangos, quer para o mercado livre assim como para o
abate.
19 Perodo proximo ao natal e fim do ano
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3.6.2. Etapa do abate
Segundo a HIGEST, este processo ainda manual no pas. Inicialmente, as aves so penduradas
em correntes numa cadeia de transporte, onde so anestesiadas e sangradas. Feito isto, segue para
a depenadora, onde se faz o acabamento e abertura do frango, a evisferao, limpesa dos midos,
resfriamento e, por fim a embalagem.
Dependendo da tecnologia usada pela empresa, o processo de acabamento e abertura do frango, a
evisferao, limpeza dos midos, resfriamento podem ser manuais ou automticas parcial ou
totalmente.
Segundo Nicolau (2008), quase todos os grandes abatedouros existentes pertencem as empresas
avcolas, que apresentam diferentes graus de automao em suas actividades intermedirias de
abate. No entanto, a maior parte dos frangos abatidos no pas ocorre nas granjas e nos
abatedouros comunitrios, cuja tecnologia de abate toda manual, tendo no mximo, uma
depenadora automtica.
3.6.3. Etapa de distribuio e consumo
Esta etapa em Moambique funciona de acordo com a distribuio regional da actividade e
estrutura do mercado de consumo. Os principais responsveis pela distribuo e comercializao
em Moambique, so os vendedores retalhistas (postos de vendas das grandes empresas,
supermercados, lanchonetes, mercearias, etc), e atacadistas que comercializam mais o frango
importado em deterimento dofrango nacional.
Os potenciais consumidores localizam-se nas zonas urbanas, contudo, estes constituem a minoria
por causa do padro de renda da populao no pas.
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3.7. Anlise da evoluo da produo e comercializao da carne de frango emMoambique de 2000 2008
3.7.1. Produo
A produo da carne de frango e ovos de consumo feito por 3 sectores como mostra a tabela 2.
Os custos de produo para os pequenos e grandes avicultores so diferentes e so muito maiores
se comparados, por exemplo, aos custos de produo enfrentados pelos avicultores Brasileiros.
Uma das razes para esta disparidade a ausncia de uma estrutura produtiva da cadeia de
produo completa em Moambique, processo de produo manual, falta de investimentos em
tecnologia mais avanadas, o que eleva os custos de produo e o preo do frango no mercado.
A matria-prima que mais impacta nos custos de produo a rao que actualmente toda
produzida internamente. Contudo, a soja, o milho amarelo e as vitaminas para produo desta
tm de ser importadas porque no existem no mercado nacional. A soja mais cara e o preo
muito instvel, porque alm de servir para produo de rao, serve tambm para a produo de
biocombustveis, da que a sua procura seja alta.
Tabela 2. Evoluo da produo de carne de frango e de ovos de consumo de 2000 2008 (em toneladas)
Sector 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008Familiar 620 440 521 568 1199 769 910 1252 2018Privado 1695 1592 1982 2021 2146 3272 4504 9903 13209Cooperativo 2207 2637 1509 986 811 525 1740 2043 3595
Sub-Total 4521 4669 4012 3574 4156 4565 7154 13198 18823Ovos p/consumo 299 370 545 1308 2089 1776 1905 2598 3440
Fonte: Elaborado pela autora com base nos relatrios da DNP, 2000-2005, 2008- dados preliminares no publicados;
Segundo os relatrios da DNP, a produo nacional de carne de frango registou algumas
oscilaes, sendo que de 2001 2002 decresceu em 14.07%. A partir de 2006, a produo
cresceu em cerca de 84.5% de 2006 2007. Este comportamento da produo nacional,
deveram-se s dificuldades que o sector nacional enfrentou e ainda enfrenta face a concorrncia
com o frango importado, que aps uma reduo no priodo de 1996 1999, de 2000 2005
aumentou consideravelmente.
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Em 2006, os produtores nacionais manifestaram o seu desagrado face s dificuldades que estes
enfrentavam, matando milhares de pintos, alegando no ter mercado onde colocar. Em seguida,
verificou-se um aumento considervel da produo, resultado da implementao de medidas
levadas cabo pelo Governo como limitao das licenas de importao, concesso de crditos
aos avicultores, apoio construo e reabilitao de matadouros, entre outras medidas.
O sector cooperativo contribuiu com 48,8% da produo global, apesar de algumas unidades de
produo do sector terem sido atingidas pelas cheias. A seguir, o sector privado contribuio com
37,5%, seguido do sector familiar com 13,7%. Durante todo o perodo em anlise, a produo de
ovos para o consumo mostrou um comportamento varivel, mas com tendncia crescente,
excepto de 2004 2005 que se manteve constante. Segundo a DNP, esta situao deve-se
factores como: a inoperncia de vrias unidades de produo alineadas ao sector privado com a
privatizao da empresa nacional avcola, encarrecimento dos factores de produo, a
concorrncia desleal do ovo importado que de 2000 2008 aumentou em mais de 100%.
3.7.2. Comercializao
A monitorizao da comercializao dos produtos avcolas em Moambique, est a cargo do
MIC, especificamente pela DNC, que actualmente, estabeleceu um grupo de trabalho que analisa
a capacidade de produo nacional, consumo interno e posteriormente estima a necessidade de
importao do pas, efectuao de visitas de trabalho aos avicultores, monitorizao do processo
de importao, entre outras aces.
3.7.2.1. Consumo Interno
O consumo interno representado pela totalidade da produo interna e das importaes. O
mercado interno do frango congelado abastecido pela produo nacional e pelo frango
importado do Brasil. Actualmente, no mbito das campanhas do Made in Mozambique para
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promoo do consumo do frango nacional, foi criado um grupo de trabalho formado pelo
MIC/DNC, MINAG, DNSV, Alfndegas, Importadores e comerciantes e AMA para o
planeamento da produo anual, consumo e necessidade de importao do pas. Como resultado,
verifica-se que o consumo interno do frango nacional tem aumentado.
A poltica de iseno do IVA ao revendedor, que reduz o preo do frango congelado no mercado,
tambm estimula o consumo do frango nacional, visto que, o principal critrio de escolha do
produto no mercado no a qualidade mas sim o preo, dada a restrio oramental dos
consumidores.
Segundo os boletins semanais da DNC de 2005 2009, os preos apresentam tendncias
crescentes com oscilaes. O frango importado apresenta preos mais baixos, mas sem grandes
diferenas em relao ao frango nacional como mostra o grfico abaixo. ( vide grficos 3, 4, 5 e
6 em anexo).
Grfico 2. Evoluo dos preos de frango nacional e importado
Fonte: Elaborado pela autora com base nos boletins semanais da DNC de 2005 2009;
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Segundo um estudo realizado por Cambaza (2009)20, da DNSV, do total da produo, 90% dos
frangos so vendidos vivos do seguinte modo: 40% so vendidos aos matadouros, 15% so
vendidos vivos aos consumidores e 35% vendidos vivos revendedores nos mercados ou nos
pequenos avirios. Os remanecentes 10% do total da produo, so abatidos no local de venda a
pedido dos clientes. (vide esquema 5 em anexo).
3.7.2.2. Importao
A importao de carne de frango est sujeita a taxa aduaneira de 20% incidente sobre o preo
(CIF21/Porto de Moambique) e internamente, venda ao pblico, est sujeita ao IVA de 17%
que actualmente foi retirado aos revendedores.
Tabela 3 Importao das matrias-primas e do frango de 2000 2009Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009Poedeiras 19,090 17,769 19,898 31,330 50,018 21,375 - - - -
Pintos de um dia 10,801 13,568 14,919 12,268 11,960 68,454 - - - -Carne de frango 2,736 33,319 2,262 1,776 3,090 9,908 9,324 10,077 9,075 10,372
Ovos de consume 9,245 9,903 19,880 48,170 23,046 97,790 17,567 10,110 9,898 -Ovos de incubao 222 663 977 213 141 480 2,595 3,004 7,300 -
Total 42,094 75,221 57,936 93,757 88,255 198,007 29,486 23,190 26,273 10,372
Fonte: Elaborado pela autora com base nos relatrios da DNP, 2000-2005, 2008- dados preliminares no publicados,2009 dados fornecidos pela ADAM
Quanto as importaes, notrio que at 2005 as matrias-primas para produo de frango,
pintos de um dia e ovos para incubao e de poedeiras para ovos de consumo registaram
tendncia crescente.
Os dados referentes a 2006 2009, no esto disponiveis, mas segundo entrevista ao centro de
promoo da agricultura, a dependncia do pas em relao a importao destas matrias-primas
reduziu, atravs do aumento de mais unidades de produo e aumento da capacidade de algumas
20 Dra. Daniela Cambaza, mdica veterinria da DNSV
21 Cost, insurance and fright;
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existentes, importando-se apenas grandes quantidades de soja e milho amarelo que escasso no
pas.
A importao da carne de frango tambm regista tendncia crescente, sendo que em 2001 o pas
importou as maiores quantidades da carne e frango. De 2004 2009 registou-se um aumento das
importaes da carne de frango e dos ovos de consumo, facto que se deve incapacidade de
abastecimento do mercado pela produo nacional.
As exportaes ainda so inexistentes, dados os altos custos de produo e a incapacidade de
abastecimento do mercado nacional, que no permitem a existncia de excedentes para
exportao.
3.8. Custos de produo vs preo final
Uma das variveis que mais impacta na formao do preo final do produto o custo de
produo. Actualmente o frango nacional congelado comercializado a 105mt, e o importado a
89mt, ao passo que, o frango vivo est a 90mt. Nestes preos so adicionados margens de lucro
que se estima que chegue a aproximadamente 12.12% do custo de produo. (Fonte: Boletins da
DNC, 2010 e Irvenis)
De acordo com os dados disponveis, considerando uma capacidade de produo mdia dos
avirios de 225,385.71 mil frangos/ano em 2010, um peso mdio de 1.008kg, 40 dias de abate, e
com operaes manuais, a rao constitui o factor de produo que mais impacta nos custos de
produo com um custo unitrio fixar-se em 29.47mts, seguindo os pintos de um dia com
19.5mts, que entre outros, totaliza um custo mdio de aproximadamente 75.5mts para produzir
um frango (vide tabela 27 em anexo).
Nem todo frango nacional levado aos matadouros, grande parte dele vendido vivo, ao passo
que o frango congelado ainda abatido e embalado. Nesse processo, acrescido a margem de
lucro para os matadouros.
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De acordo com o estudo realizado por Talamini (2009), os produtores Brasileiros apresentam
custos de produo menores, considerando uma capacidade de produo mdia de 85,932.00, um
peso mdio de 2,38kg, idade de abate mdio de 43 dias e operaes semi-manuais. Assim a
produo apresenta um custo mdio total do frango inteiro congelado posto no navio de
55.94mts22 (depois de abatido e