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AUTOMEDICAÇÃO: UM RISCO CONTÍNUO

O Brasil possui um elevado número de pessoas que fazem uso de medicamentos de forma indevida, à automedicação. Medicamentos genéricos ou de marcas, com ou sem prescrição, comprados em farmácias reais ou virtuais, o que não faltam são as opções e de formas para ad-quiri-los. Afinal, costuma ser mais fácil e atraente automedicar-se do que efetuar uma consulta.

“A automedicação é uma prática muito comum adotada pela maioria da população. Os casos são inúmeros. Por não possu-írem acesso à atendimento médico ou odontológico, seja por questões financeiras ou próprio hábito, tentam solucionar os problemas de saúde tomando por base opinião de conhecidos, expondo-se à um considerado risco”, é o que afirma a farma-cêutica e especialista em saúde pública Patrícia Teixeira (41).

O que muitos desconhecem é que os medicamentos utilizados sem a orientação médi-ca, são os principais causadores de intoxicação em seres humanos no país, ocupando des-de 1994, o primeiro lugar nas estatísticas do SINITOX – Sistema Nacional de Informa-ções Toxico Farmacológicas – as crianças menores de 5 anos representam 35 % dos casos.

Tornando-se cada vez mais comum na vida de muitos brasileiros nos dias de hoje, a au-tomedicação é um fato cada vez mais preocupante para os especialistas em saúde no país. “A população precisa ser informada, conhecer os riscos relacionados aos medica-mentos e, sobretudo, ter a oferta de um sistema de saúde adequado que leve ao pacien-te procurar pelo médico, e não pelo medicamento“, afirma Antonio Carlos Lopes, presi-dente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica em artigo publicado no site da instituição.

O MÉDICO

Médico cirurgião do Hospital Memorial São José, da cidade de Recife, Marconi Meira pos-sui 55 anos, 32 destes dedicados a medicina. Contra a automedicação, afirma que: “todos os medicamentos deveriam ser vendidos apenas com a receita. A venda indiscrimina-da de substâncias poderá causar abuso pelo cidadão que não tem a indicação correta”. As receitas se diferenciam basicamente em três categorias: Receita Azul, para me-dicamentos controlados; Receita Clássi-ca, para aqueles não controlados; e receita Carbonada, para a prescrição de antibióti-cos. Segundo Dr. Marconi, é importante a utilização de receitas para a segurança dos pacientes “a automedicação pode causar insuficiência renal, gastrite, fenômenos alérgicos e hemorragia digestiva”, alerta.

O PACIENTE

Se tratando de reações derivadas do uso do medicamento sem prescrição Ygor Antônio da Silva (25) declara “já tomei diversos re-médios tarja preta sem prescrição médica e passei muito mal”, conta ele. O estudante per-nambucano, que sofre de distúrbio do sono, consome uma lista drogas como: Lorazepan, Midazolan, Diazepan, Rivotril, Rohyponel, Ocadil e Bromazepan, medicamentos tar-ja preta que necessitam de receita médica.Ygor adquire seus medicamentos através de amigos da área de saúde, e toma as subs-tâncias como tranquilizante e no intuito de melhorar seu sono, “geralmente só consigo dormir ás 4h da manhã, os medicamentos que antes me ajudavam, hoje já não fa-zem o mesmo efeito”. Assim, o estudante busca na internet informações para se au-tomedicar de acordo com o que precisa.

reportagem: Amy nascimento e geovanna teixeiraedição: breno weverton, eduardo philippe e marcos morais

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