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Page 1: Jornal Interessante - Edição 03 - Março de 2010

O Noroeste

PÁGINAS 4 E 5

PÁGINA 8

ANO I - EDIÇÃO Nº 3 - FEVEREIRO/MARÇO DE 2010NOROESTE MINEIRO

Gratuitos

10 milexemplares10 mil

Uma pedra no caminhoC R AC K

O Noroeste

Caos:a falta de vagas no

trânsito de Unaí continua sem solução

PÁGINA 3

Cultura e Sociedade

Carnaval no Noroeste

PÁGINA 8

Policial

Corpo não identificadoé descoberto

na Serrado Israel

PÁGINA 11

Esporte

KaratecaAdriely Cristiny,

orgulho dosunaienses

PÁGINA 12

Reportagem especial

O tráfico intenso da droga provoca sofrimento às famílias, aumenta a criminalidade local e preocupa as esferas públicas e privadas da sociedade. No flagrante (foto), dependentes químicos consomem o crack em praça pública de Unaí.

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2 . Opinião . Fevereiro / Março de 2010

ExpedienteDIRETOR COMERCIAL

Danny Diogo T. Santana(38) 3676-3882 / [email protected]

REDAÇÃO

Késcia Tellechea(38) 3676-3882 / [email protected]

COLABORAÇÃO

Bréscia MagalhãesEdgar SantanaTIRAGEM

10.000 exemplares

G8 COMUNICAÇÃO LTDACNPJ: 09.467.920/0001-73Rua Celina Lisboa Frederico, 64 - Sl. 304 - TELEFAX: (38) 3676-3882B. Centro - CEP 38610-000 - Unaí - Minas Gerais

COMUNICAÇÃO W W W . P O R T A L I N T E R E S S A N T E . C O M . B R

por Karina Ribeiro Jornalista - [email protected]

>> Artigo

Vivo em um Estado no qual há uma epidemia de den-gue. Escrevo sobre o assunto com enfoques diferentes quase semanalmente. É mudança de inseticida em car-ros fumacê, disque denúncia para lotes baldios ou casas desabitadas. Aumento no número de agentes endêmicos que trabalham no horário de almoço, após às 18 horas e finais de semana, com o intuito de entrar em casas cujos moradores não estão presentes em horários convencio-nais.

As estratégias mudam a cada centenas de casos con-firmados. O alerta continua pelos próximos 20 dias, em função do calor forte e chuvas constantes, quesitos que, juntamente com o já conhecido “água parada em reci-pientes”, são facilitadores para a propagação do mosqui-to Aedes Aegypti.

Em entrevistas in off, funcionários públicos mos-tram-se aliviados. Já consideram poucos os dias de in-ferno epidêmico. Sucumbiram as negligências da popu-lação.

Não raro, famílias com até três enfermos, denunciam o vizinho por não cuidar do próprio terreno, quando...pimba! Eis a larva naquele pneu velho. “Mas ele está ali só desde ontem”, diz uma senhora.

Donos de lotes baldios malcuidados, localizados em regiões periféricas, não parecem preocupar-se nem com a possibilidade de ser multados pela prefeitura, em R$ 132. O desdém faz parte do pacote. “Não prejudica em nada”, falam.

Há ainda os mais, digamos, honestos. Uma senhora de idade, que trabalha com reciclagem, diz que não ia tirar nada daquilo (garrafas pets, pneus e etc), do quintal. “É meu ganha pão”, diz.

Também há os ganhadores do troféu cara de pau do ano. A cada semana, moradores aguardam que agentes endêmicos, façam uma faxina, digo limpem, ops, retirem mesmo, todo o tipo de lixo encontrados no fundo dos quintais. São toneladas.

Não tive o infortúnio da dengue, porém visualizei várias pessoas doentes. Como eu, acredito que a maio-ria, em Goiás, pelo menos, conheça alguém que apre-sentou o quadro da doença: dores fortes, febre, coceira e um malestar, conforme eles, inexplicável. Conforme já abordado na segunda edição do INTERESSANTE, salve as proporções, a situação em Unaí não é diferente. Não há fronteiras para a doença, poder público e população precisam andar de mãos dadas.

Uma mão lava a outra

Editorial

O ano dos caixotes

� “Primeiramente parabéns à Karina Ribeiro pelo artigo “É coisa pra mais de 500 anos”. Texto inteligente com um final sábio dizendo “voto na educação”, com certeza a solução do Brasil. Infelizmente os eleitores não sabem disso e votam num pre-sidente semianalfabeto e adoram suas babozeiras. Segundo, parabéns também para o jornal. Unaí precisava de um jornal de fato, que não publicasse apenas notícias de cunho político e de texto contratado por políticos. Desejo um futuro longo para que possamos ter notícias jornalísticas em Unaí.”

Orlando Domingos Rodrigues – Unaí, MG

� “Parabéns! O Jornal está com um conteúdo diversificado, com enfoques interessantes. Eu particularmente não sabia que Unaí contava com 3 cozinhas comunitárias e até padarias. An-seio para que Unaí desenvolva mais projetos nesta linhagem onde incentivem a inclusão social, trabalhem a auto-estima das pessoas e dêem condições para gerarem renda.”Juliana Gracieli, sobre a reportagem “Alimento

popular”. Bairro Centro – Unaí, MG

� “Gostei de ver que o INTERESSANTE dá abertura para que pes-soas importantes em nossa sociedade escrevam e presenteie-nos com suas palavras. Estudei na Escola Dom Eliseu e pude matar a saudade de Dona Aparecida. Mulher guerreira e que conhece bem Unaí e seus habitantes.

Maria Heloísa Correia - Buritis, MG

Cartas a Redação

Conforme o previsto, o carnaval foi um dos melhores. Mesmo com os dissabores provocados pela violência, os foliões se renderam à alegria e distribuíram elogios à ani-mação carnavalesca regional.

Acabado o samba enredo, intensifica-se o canibalismo político. Em ano eleitoral caixotes, palcos e tablados são disputados a tapas. Inaugurações de obras governamen-tais viram comícios, e o povo antes esquecido ganha status de “eleitores”. Os candidatos garantem que ao longo deste ano a opinião de cada pessoa será ouvida, depois voltare-mos a ser ignorados e ignorantes.

Na capital mineira, a inauguração da Cidade Adminis-trativa dá uma prévia do que está por vir. No interior, já começou o vai e vem dos deputados estaduais e federais. Dá li salva de palmas, tapinhas nas costas e fogos de artifí-cios. Patrus Ananias que o diga, não pestanejou diante da imprensa unaiense e confirmou sua candidatura ao gover-no de Minas. No Planalto a coisa está ainda pior, mas isto já não nos surpreende.

Sobre o INTERESSANTE, esta edição aborda a aterro-rizante presença do Crack em nossa sociedade. O objetivo da reportagem é alertar pais, filhos e todos os segmentos sociais sobre a existência da droga e promover a discussão sobre o tema. Oportunamente, este e outros problemas so-ciais deveriam influenciar nossas decisões diante da urna.

Se nos concentrarmos na Nação, naquilo que repre-senta o bem comum, veremos que ainda existe uma solu-ção. A cada dia, assim como a cada eleição, a esperança cruza o céu e nos lembra que, de fato, somos capazes de evoluir. E talvez este ano, nós eleitores, consigamos rei-vindicar a eficácia do nosso sufrágio.

Envie cartas para a redação: Rua Celina Lisboa Frederico,nº 64 sala 304, Centro, Unaí, MG. CEP 38610-000

ou pelo e-mail: [email protected] nome completo e endereço.

por Juliana Gracieli Graduada em Ciências Biológicas

>> Artigo

Rostos MascaradosTirem as máscaras.Deixem que o país os conheça.Oh! Que figuras depravadoras!Já se olharam no espelho?Sim? Não?Lembre-se que espelhos, neste caso, não podem ser

extorquidos.Eles dizem a verdade sempre.A auto-avaliação é algo que pelo visto não existe em

seus dicionários,Pois se existisse vocês próprios se lançariam ao Lixão.Oh! Que me desculpe o Lixão.Antes de assumirem os seus devidos postos vocês de-

veriam ser treinados a homens de boa conduta, honestos e de bons princípios.

Afinal é nesta expectativa que vocês são escolhidos.Quanto engano ...Este mundo corrupto lhes é mais chamativo que as

necessidades a serem solucionadas.Roubar, extorquir, gastar, trapacear são verbos de re-

levante importância em seus mandatos.E o que é melhor regidos em primeira, segunda e ter-

ceira pessoas, sejam do singular ou plural.Eu roubo, tu roubas, nós roubamos e roubando assim

a gente acaba com o Brasil!Roubam de tudo! De grandes extensões até pequenas

e consideráveis esperanças!É um tipo de cooperativismo mútuo.União rima com corrupção.Conhecer rima com prometer.E conhecendo as necessidades mais críticas de um

povo marcado e subjugado é que prometem.Prometem o que não podem cumprir.E como se não bastasse, além de tudo são covardes!Covardes até no próprio espírito!Sois as torres do Planalto!Ou simplesmente migalhas entre milhões!Suplico-vos que parem!Que parem e olhem para os filhos da Pátria!Vossa mãe não tem culpa de ter produzido seres ina-

nimados.Excelentíssimos senhores engravatados que em seus

carros importados desfilam pelas ruas.Já não lhes importam o sentimento de culpa.Suplico-vos que parem!Que parem e olhem para os filhos da Pátria!

Charge

ERRATANa reportagem “Alimento Popular”, publicada na página 03 da 2ª edição do INTERESSANTE, o nome da colaboradora e presidente da Cooperati-va Coomer é Ivonete Teresa de Jesus, e não Ivanete como foi publicado.

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Fevereiro / Março de 2010 . O Noroeste . 3

Dia Internacional da MulherNo dia 08 de março foi realizada a 2ª Caminhada em Co-memoração ao Dia Internacional da Mulher pelas ruas do centro de Unaí. Durante o trajeto, mulheres foram home-nageadas com rosas e cartões. A caminhada deste ano teve como tema o incentivo à denúncia de pessoas que praticam da violência contra a mulher. O evento faz parte da programação do Mês da Mulher (março), promovido pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social e Cidadania, em parceria com as Polícias Militar e Civil, e outras instituições sociais, municipais e estaduais.

Buritis comemora 47º aniversárioA cidade mineira celebrou 47 de emancipação política no dia 1º de março. Uma intensa programação promo-veu três dias de festa com: shows musicais, exposições de fotos, celebrações religiosas, Alvorada, desfile de ca-valeiros, competições esportivas, e diversão para a garo-tada. Recentes parcerias entre administração municipal e outras instituições têm promovido ações de melhoria da qualidade de vida dos buritienses, tais como: ade-quação da sinalização do trânsito local; revitalização de canteiros das principais avenidas de Buritis com o plan-tio de cerca de trezentas mudas de palmeiras e árvores, além de incentivo à preservação de árvores e construção de muros e calçadas por meio de desconto no IPTU.

Confraternização da Secretaria de Comunicação de UnaíNa noite de 26 de fevereiro, profissionais da imprensa de Unaí se reuniram em uma confraternização promo-vida pela Secretaria Municipal de Comunicação Social e Relações Públicas. Jornalistas, comunicadores e auto-ridades políticas desfrutaram de boa culinária mineira regada à música sertaneja em um raro momento de descontração, quando a “notícia” ficou em segundo plano e a caneta e o papel foram deixados de lado pelos convidados. O Secretário de Comunicação, Fernando Campos, ao lado do Prefeito Antério Mânica e do Vice José Gomes Branquinho, ressaltou o valor da imprensa local para a propagação das conquistas do município e justificou que reuniões como esta objetivam estreitar os laços entre os colegas de profissão.

IFTM inaugurado em ParacatuForam inauguradas em Paracatu, no dia 26 de fevereiro, as instalações da unidade do Instituto Federal de Edu-cação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM – Campos Paracatu). A obra foi construída a partir de parcerias entre Governo Federal, Municipal e iniciativa privada e está localizada às margens da MG 188. O IFTM possui sede em Uberaba e Campus em outras cidades mineiras como: Patrocínio, Ituiutaba, e Uberlândia. No Campus Paracatu estudam cerca de 400 alunos. A sole-nidade de inauguração foi comandada pelo Reitor do IFTM, Eurípedes Ronaldo Ananias Ferreira, e pelo Diretor Geral do Campus Paracatu, Heraldo Marcus Rosi Cruvi-nel, e contou com a presença do Prefeito Vasco Praça Filho, além de outras autoridades políticas municipais, estaduais e federais.

Curtas

Além da presença de membros do Con-sep, a reunião con-

tou com a participação de um palestrante convidado, o engenheiro e professor Jander Alves de Oliveira, que apresentou um estudo sobre o trânsito de Unaí e traçou um panorama sobre a mobilidade urbana, os transtornos do trânsito, e a escassez de estacionamen-to nas ruas da cidade.

Segundo Zacarias Tava-res, presidente do Consep, a intenção ao abordar a te-mática “Relógio do Trânsi-to de Unaí”, era sensibilizar todas as esferas sociais en-volvidas no Consep sobre as necessárias reformas no trânsito local, princi-palmente no que tange à implantação do estacio-namento rotativo (Faixa Azul), no centro comercial do município.

Em entrevista, Zaca-rias lamentou a ausência do principal “convidado” para a reunião, a Prefeitu-ra. “Nenhum representante compareceu”, destacou o presidente. Ele afirmou que o Consep aguarda uma res-posta sobre o andamento do projeto desde seu enca-minhamento no ano pas-sado ao órgão executivo. “Não sabemos em que fase está”, disse Zacarias.

Contatado pela reda-ção do INTERESSANTE, Roney Menezes, secretário municipal de Obras, Infra-estrutura, Trânsito e Ser-viços Urbanos (SEMOIT), afirmou que o estaciona-mento rotativo já foi apro-vado pelo Poder Legislativo

FILA DUpLA:o vai-não-vai da Faixa Azul O Conselho Comunitário de Segurança Pública de Unaí (Consep Urbano) realizou a primeira reunião de 2010 no dia 26 de fevereiro na sede do 28º BPM e propôs uma reflexão sobre o trânsito local.

de Unaí e que a Prefeitura formalizou a concessão do projeto ao Consep.

Segundo Roney, a im-plantação da Faixa Azul esbarra em questões buro-cráticas que devem ser de-cididas pelo Consep, e que somente após a solução de quesitos como remunera-ção dos colaboradores e valores das tarifas, as ruas poderão ser demarcadas pela SEMOIT e o estaciona-mento rotativo implantado.

Enquanto isso, a popu-lação lida com a escassez de vagas nas ruas centrais da cidade. Para Marcos Silva, representante comer-cial que utiliza seu veículo para trabalhar diariamente, o estabelecimento da rota-tividade das vagas é “item de extrema necessidade”. “Gasto mais tempo na bus-ca por uma vaga do que na utilização da mesma”, afir-ma Marcos.

Marcos é favorável à Faixa Azul por acreditar

em uma democratização das vagas após sua efetiva-ção, mas prevê que o “caos” não será solucionado. “As motos e os carros continua-rão disputando espaço com as bicicletas que não res-peitam as leis de trânsito e ocupam as calçadas desor-denadamente”, conclui o representante comercial.

A visão de Marcos se assemelha à idéia apre-sentada pelo professor-palestrante, Jander Alves de Oliveira. Segundo o

professor, a solução para os problemas do trânsito não ocorrerá com uma única ação, já que os principais fatores que contribuem para o transtorno nas ruas de Unaí são: aumento da frota em circulação, condi-ções das vias, insuficiência das normas para ciclistas e motociclistas, e falta de educação como efeito da fiscalização ineficaz. Para Jander, a melhor estratégia é “promover a humaniza-ção no trânsito”.

Carros, motos e bicicletas disputam espaço na área central de Unaí

Unaiense reclama que perde muito tempo na busca por vagas de estacionamento

O Noroeste

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fumar o crack”, diz Elayne.Em Paracatu, a mãe de um dependen-

te químico, apelidada aqui de R., confes-sa ter que “trancar” seus pertences para evitar que sejam levados pelo filho A., de 25 anos. “Mantenho tudo trancado e escondido, pois ele rouba até comida para trocar por crack. Ele tem vontade de fumar a todo instante”, diz R..

Enquanto concedia esta entrevista, R. informou que seu filho havia sido preso no dia anterior, a segunda vez desde que começou a roubar para sustentar o vício. “Tenho medo que aconteça o pior, caso ele passe a dever os traficantes”, desaba-fa R..

As severas regras do narcotráfico elevam os índices de homicídios das cidades. O usuário que compra a droga de um traficante e não honra a dívida, corre o risco de pagar com sua própria vida. “Usou e não pagou, vai morrer. Recentemente na região, um rapaz foi assassinado por dever R$100 ao tráfico, morreu no acerto de contas”, ressalta Cel Luciano.

Betinho descreve o crack como a dro-ga da “destruição”. Baseando-se em es-tudos e no convívio com usuários aten-didos pelo Projeto Unaí Sem Drogas, Betinho alerta que o efeito do crack é imediato e intenso, mas dura pouco.

Segundo o terapeuta, o curto efei-to provoca no usuário uma compulsão destruidora, “a pessoa tem que fumar o crack várias vezes em um curto período de tempo para conseguir manter-se sob o efeito da droga”, descreve Betinho.

Segundo Cel PM Luciano, esta alta compulsividade inerente ao crack pro-voca um aumento na incidência de fur-tos, arrombamentos, pequenos roubos e prostituição, praticados por dependen-tes com o intuito de financiar as pedras. “Todos os furtos e os pequenos roubos são pra manter o vício das drogas. Re-centemente foi registrado o roubo de um laptop, duas horas depois ele foi en-contrado na “boca”. O mesmo acontece com as bicicletas e celulares”, relata o Comandante.

Elayne de Moura Braga é psicólo-

Por onde circula o crack, o cenário é o mesmo: tráfico, dependência quí-

mica, famílias destruídas, prostituição, aumento da violência, morte e sofri-mento. Tal descrição, an-tes, se referia aos grandes centros urbanos e capitais. Hoje cidades de pequeno e médio porte no interior dos estados brasileiros vi-vem a mesma realidade assustadora, inclusive os municípios do noroeste de Minas.

Recentemente o Minis-tério da Justiça anunciou a criação de um grupo para combater a penetração do crack no Brasil. Tal deci-são foi motivada por da-dos divulgados pelas Polí-cias Federal e Militar que apontam um processo de interiorização da droga no país.

Quando descoberto, o crack foi classificado como uma droga barata e de alto efeito vicioso, consumida por jovens de baixa renda das periferias, e pessoas ligadas ao submundo do crime e da prostituição.

Chegou a ser apelidada de “droga dos mendigos”. Atualmente o perfil do usuário mudou. O Crack conquistou novos “merca-dos” e aumentou o núme-ro de “clientes”. Unaí e re-gião não ficaram fora desta investida do narcotráfico.

Os registros da Polícia Militar indicam que as primeiras apreensões do Crack na região noroeste aconteceram há três anos. De lá pra cá “o crack virou uma epidemia”, nas pala-vras do Cel PM Luciano, Comandante da 16ª RPM.

De acordo com o te-rapeuta em dependência química e coordenador do Projeto Unaí Sem Drogas, José Alberto Pinto (Beti-nho), as pedras de crack são consumidas por ho-mens e mulheres de todas as faixas etárias e classes sociais. “O crack está em todas as camadas sociais e é facilmente encontrado. Não é exclusividade dos bairros da periferia. O cra-ck também é consumido por unaienses que moram no Centro ou em bairros mais valorizados”, revela

Betinho. As pedras de crack

substituíram outro sub-produto da cocaína tam-bém de valor reduzido, a merla. De acordo com os dados fornecidos pela 16ª Região da PM, em 2008 foram apreendidas 289 gramas de merla e 116 gramas de crack. No ano seguinte, a PM a p r e e n d e u apenas seis gramas de merla contra 64,3 de crack. Os re-gistros também indicam uma redução de aproximada-mente 35 por cento nas apre-ensões de coca-ína em pó neste período.

Os boletins de ocorrência da PM, dos anos de 2008 e 2009, con-tabilizam que 1.071 adul-tos, 301 adolescentes e 4 crianças foram conduzi-dos para as delegacias em decorrência do tráfico de drogas na região.

A pedra da destruiçãoCRACK

O Crack invade o noroeste de minas e alimenta uma história de sofrimento e violência.

CRACK Reportagem especial

Dependência que gera criminalidade

Balança de precisão, 30 gramas de crack, armas de fogo e dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Apreensão realizada na tarde de 22 de fevereiro, em uma casa do Bairro Cachoeira (Unaí), por meio de investigação policial sigilosa

ga do Programa Girassol em Unaí, que atende jovens infratores entre 12 e 18 anos, designados pela Justiça a cumpri-rem prestação de serviços comunitários ou liberdade assistida. Ela relata que al-

guns dos menores infratores, usuários da droga, chegam a roubar objetos de dentro das próprias casas para compra-rem as pedras. “Segundo os familiares, eles vendem suas roupas e sapatos para

Reportagem especial

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A faceta mais assustadora das drogas é o poder de sedução que exerce sobre

crianças e adolescentes. A polí-cia e outros agentes sociais lidam com as crescentes estatísticas de menores que definham, em fun-ção do consumo do crack e outras substâncias ilícitas, em conse-qüência de variadas realidades.

Estes menores, muitas ve-zes, estão fadados a repetirem os exemplos recebidos dos pais, tios e irmãos dependentes químicos, em um infeliz fenômeno humana-mente natural, o espelho. Outros jovens se tornam usuários quan-do, incentivados por pessoas do convívio social (melhores amigos,

colegas, vizinhos), sucumbem à curiosidade de “experimentar algo novo e sair da rotina”, ponde-ra a psicóloga Elayne.

Entre os oito jovens infratores usuários de crack, atendidos pelo Programa Girassol desde 2009, nem todos vivem uma realidade de miséria e desamparo social que pudesse “justificar” o uso de drogas como válvula de escape. “Atendemos a menores que pos-suem famílias bem estruturadas e com poder aquisitivo suficiente para promover um ambiente so-cial favorável”, completa Elayne.

Para a última situação, Cel Lu-ciano faz um alerta: “o traficante não vai à escola oferecer, geral-

mente é o coleguinha, o primo, ou o filho do melhor amigo do pai quem irá incentivar e propor-cionar o primeiro contato com a droga”.

R. lamenta ter percebido tar-diamente o envolvimento de seu filho (A.) com as drogas. “Ele co-meçou com a maconha aos 14 anos e quando acordei já era tar-de”, diz a mãe.

Segundo informações do Cel Luciano, existem menores infrato-res em Unaí que já foram apreen-didos mais de quarenta vezes pela PM por praticarem delitos, a fim de comprar o crack. “Isto gera um sentimento de frustração na polí-cia”, desabafa o Comandante.

Juventude interrompida

TratamentoO recurso mais eficaz, segun-

do médicos, psicólogos e agentes sociais é a interna-

ção em clínicas ou comunidades terapêuticas. Estes locais promo-vem a desintoxicação e acompa-nhamento psiquiátrico, além de terapias multidisciplinares. E prin-cipalmente, afastam o usuário do meio social “degenerativo”.

Betinho ressalta que o resultado positivo não é garantido, e que re-caídas são comuns, principalmente por voltarem a freqüentar o mesmo ambiente onde a droga é acessível. “O tratamento é um processo eter-no, é diário. Mas nos alegramos ao ver que várias pessoas voltam a ter uma vida social produtiva e plena. Não podemos pensar em casos per-didos”, enfatiza o terapeuta.

De acordo com R., foi durante uma recaída que A. começou a fu-mar crack. “Ele fuma há um ano.

Começou pouco tempo após passar por sete meses de internação em uma clínica de recuperação de de-pendentes químicos localizada em Patrocínio-MG”, relata.

Alguns usuários de crack che-gam a pedir para serem tratados ou internados. Betinho destaca que para ampliar as chances de eficá-cia, é feita uma espécie de “pré-operatório” com o paciente e sua família, ou seja, todos se preparam para passar pelo tratamento.

Programas como o “Unaí Sem Drogas” atuam como comunicado-res entre dependentes, familiares, sistema de saúde e secretarias de ação social. Fomentam a propaga-ção de informações, atendimentos médicos e terapêuticos, interna-ções e assistência social.

A família ou o usuário que não possuem condições financeiras para arcar com o custo das interna-

ções, podem conseguir que gover-nos municipais paguem as despe-sas. Geralmente as comunidades terapêuticas ou clínicas, localiza-das em Minas Gerais e outros esta-dos, cobram mensalidades durante a internação.

A paracatuense R., que vive com um salário mínimo por mês, não conseguiu ajuda dos órgãos públicos nenhuma das duas vezes em que A. foi internado. “Parentes e amigos fizeram uma “vaquinha” para pagar os R$200 cobrados pela Fazendinha (Grupo Luz e Vida) durante cada um dos nove meses de internação, e o salário mínimo cobrado pela clínica de Patrocínio-MG”, diz R..

Diante da dura realidade, R. não se desanima: “Não perco a esperan-ça de um dia ver meu filho longe das drogas, pois nunca vou deixar de amá-lo”.

Saiba maisO crack é um derivado da cocaína, vendido no formato de pequenas pe-dras. Ao ser aquecida, a pedra, de cor clara, libera uma fumaça que é ina-lada pelo usuário. Geralmente é utilizado um cachimbo improvisado com lata de refrigerante para fazer uso da substância. O efeito é imediato e dura por, aproximadamente, oito minutos. A luz solar e a claridade incomodam os usuários, que tem os olhos afetados pela droga, em função disso a droga é utilizada geralmente à noite. Muitos parecem definhar, deixam de sentir fome e perdem peso rapidamente. Uma pedra pequena chega a custar R$2, o preço aumenta de acordo com o tamanho e peso.

“Não tenho uma solução, mas vejo que um caminho que gera resultados positivos é a educação. Tomemos, por exemplo, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD), é um trabalho muito pequeno, mas estudos estatísticos e científicos comprovam a eficácia. A estratégia é a educação e o diálogo.”

Cel PM Luciano

“Eu sou um pouco radical quando se trata do tráfico de drogas, por que penso eu, que o Brasil não tem plantação de coca, e se não tem, a cocaína chega até nós através do tráfico(...) Temos que cortar o mal pela raiz, qual o grande fornecedor? Onde ele está? É esse o objetivo da polícia. Por que se enchermos a cadeia de pequenos traficantes não vamos ter resultado.”

Ramon Bucci, Chefe de Departamento da Polícia Civil da 16ª Região

“A respeito das substâncias entorpecentes e a Justiça, há que se ressaltar que a nossa atual legislação avançou ante a imperiosa necessidade de separar-se o usuário, para dar-lhe o respaldo e o amparo legal, considerando-o antes um dependente e, via de conseqüência proporcionando-lhe o tratamento adequado delineando um foco real da verdadeira recuperação. A prevenção sempre foi o melhor caminho.”

Lumena de Barros Resende, advogada militante na Comarca de Unaí e Secretária Adjunta da 27ª Sub Seção da OAB - Unaí

“O vício das drogas não deve ser encarado somente como um problema de saúde pública. Consumo e tráfico de drogas são problemas que dizem respeito à Polícia, à Educação, à Família, à Ação Social, à Religião e a cada um de nós. As pessoas precisam parar de se omitir. Toda a sociedade tem que estar envolvida no combate às drogas.”

Betinho, coordenador do Programa Unaí Sem Drogas

PONTO DE VISTA

O crack, assim como todas as drogas, não degenera ape-nas o usuário, mas também

sua família. R. se emociona ao narrar sua

história desde que descobriu o en-volvimento de A. com as drogas: “Entrei em depressão. Fiquei agres-siva. Achava que a culpa era mi-nha. Tenho a sensação que fiquei pior que ele”.

Especialistas defendem que tratar o dependente químico isola-

damente não gera bons resultados. “Os familiares se tornam co-depen-dentes, sofrem junto e se destroem por vivenciarem o vício do ente querido”, afirma Betinho.

Os profissionais também defen-dem que as famílias devem buscar e receber apoio profissional du-rante todo o processo de enfrenta-mento do vício, antes mesmo que o usuário se submeta a tratamentos contra a dependência. “Um apoio profissional irá ensinar os fami-

liares a compreenderem o vício e a lidarem com o dependente”, diz Betinho.

R. buscou apoio em Paracatu, para si e para seu filho. “Tive que fazer tratamento psiquiátrico, e hoje sobrevivo à base de medica-mentos. Por duas vezes A. passou por tratamentos. Chegou a con-seguir um emprego, mas voltou a usar drogas. Sofro muito com esta realidade”, desabafa R..

Família destruída

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6 . O Noroeste . Fevereiro / Março de 2010

Uma estrutura mon-tada na rua lateral à Cozinha e Padaria

Comunitária do bairro Ma-moeiro abrigou convidados e moradores locais no dia 11 de fevereiro, durante a inauguração oficial das três unidades recentemente ins-taladas em Unaí.

A cerimônia marcada para as 16h teve início após a esperada presença do Mi-

Ministro patrus Ananias inaugura Cozinhas e padarias Comunitárias de UnaíO Cartão Alimentação Cidadã foi lançado durante a cerimônia oficial de inauguração que reuniu no bairro Mamoeiro políticos, líderes sociais, colaboradores e usuários das cozinhas comunitárias.

do Noroeste de Minas). A ocasião também reuniu o Deputado Federa, Silas Bra-sileiro e o Deputado Estadu-al Almir Paraca.

Ivonete Teresa de Jesus, representante das equipes de colaboradores das Co-zinhas e Padarias Comu-nitárias de Unaí, falou da importância deste projeto social para a vida dos traba-lhadores das três unidades. “Para muita gente pode ser

só mais uma inauguração, mas para nós é uma vitória

muito grande”, ressaltou Ivonete.

nistro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, que chegou ao local com atraso superior a uma hora.

O evento também mar-cou o lançamento do Cartão Alimentação Cidadã. Trinta por cento das refeições pro-duzidas diariamente pelas cozinhas comunitárias serão destinadas gratuitamente a pessoas que vivem em situ-ação de insegurança alimen-tar grave. Os beneficiários do cartão serão indicados pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social).

Patrus Ananias divul-gou durante a cerimônia que até 2011, mais de R$ 752 mil serão repassados para o município por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tam-bém conhecido por Compra Direta. A verba é destinada à compra de produtos para o abastecimento das Co-zinhas e Padarias. O PAA

beneficiará 111 agricultores de Unaí. “Estamos comba-tendo os atravessadores e os especuladores através do Compra Direta”, ressaltou o Ministro.

Na inauguração, convi-dados e políticos trocaram elogios durante seus dis-cursos, e receberam home-nagens. Além dos anfitriões (o prefeito Antério Mânica; o vice José Gomes Branqui-nho; e a secretária muni-cipal de Desenvolvimento Social e Cidadania, Dorinha Melgaço), estiveram pre-sentes vereadores e outros secretários de Unaí, junta-mente com representantes de diversos segmentos so-ciais.

Prefeitos de municípios vizinhos prestigiaram o evento: Carlos Alberto, de Arinos; Sgt Uadir, de Na-talândia de Minas; e Vasco Praça Filho, de Paracatu, que representou a AMNOR (Associação dos Municípios

Inauguração das cozinhas e padarias comunitárias reuniu a população e convidados

Patrus Ananias sobre o combate a fome: “Estamos virando uma página vergonhosa na história do Brasil”

Saiba maisAs três unidades das Cozinhas e Padarias Comuni-tárias foram construídas com verbas federais e mu-nicipais. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome repassou R$ 627.654,34. A prefei-tura de Unaí investiu R$ 143.698,73. No Brasil mais de 350 unidades estão em funcionamento. Todas em municípios com população inferior a 100 mil habitantes.

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Fevereiro / Março de 2010 . Economia e Mercado . 7

Rima avança estudos para investimento em Unaí

Empresa 100% brasi-leira, em atuação desde 1987, o Grupo Rima está realizando estudos para investir em Unaí. A em-presa possui no municí-pio jazidas de dolomita, elemento utilizado na fabricação de magnésio e na confecção de auto-peças para a indústria automobilística.

A Rima já deu início ao trabalho de pesquisa geológica e de furo de sonda nas jazidas em Unaí. O projeto envolve três fases, começando pela mineração, calci-nação do minério e, fi-nalmente, a fabricação do magnésio.

O início da primeira fase está previsto para o segundo semestre de 2011, quando serão ge-rados, aproximadamen-te, 350 empregos dire-tos.

A expectativa é que as fases seguintes ocor-ram entre 2013 e 2018, o que geraria somente na segunda fase cerca de 600 empregos. Ao final do projeto, esti-ma-se que mais 1.300 empregos diretos sejam criados.

O Grupo Rima é o único produtor de magnésio primário do Hemisfério Sul. Os produtos são fabrica-dos a partir de reservas próprias de dolomita e quartzo de alta pureza, em processos certifi-cados pela norma ISO 9001/2000, e também de florestas que produzem o melhor biocombustí-

vel sólido do mundo.Por ano, são extraí-

das cerca de 250 mil to-neladas de quartzo para abastecer as produções de ligas à base de silício e 180 mil toneladas de dolomita.

A Rima também é a única empresa do mun-do a produzir peças automotivas, partindo diretamente do minério (dolomita) e utilizando a inovadora tecnologia de transporte de magné-sio líquido e reciclagem interna de retornos de fundição, que prioriza as reduções de custo e a conservação de energia.

A EmpresaO Grupo Rima pos-

sui mais de seis mil colaboradores distribu-ídos nas divisões: Fun-dição sob Pressão, Mag-nésio, Silício Metálico, Ferro-Ligas e Agropecu-ária. Conta ainda com as divisões de Engenha-ria, Mineração, Florestal e Turismo, que ajudam na realização de um tra-balho mais completo.

Além da moderna tecnologia, a empre-sa investe na contínua capacitação dos cola-boradores, por meio de treinamentos e estágios, garantindo com isso lu-gar de destaque no mer-cado.

Preocupação com o meio ambiente

Na Rima, o geren-ciamento ambiental é prioridade corporativa, realizado por meio de

práticas que visam con-duzir as atividades em-presariais de acordo com as bases do desenvol-vimento sustentável. A empresa possui licença ambiental para todas as suas unidades (fábricas, mineração) e está obten-do as licenças das unida-des florestais.

O Grupo possui 36.500 hectares de reser-vas de matas nativas en-tre suas áreas de reservas legais e RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural), instituídas pela empresa para a preserva-ção da biodiversidade.

Com a manutenção do seu patrimônio flo-restal, o Grupo Rima contribui com a redução

do efeito estufa, uma vez que suas florestas promovem a fixação

de, aproximadamente, 1.800.000,00 mil tone-ladas ao ano de CO2 e

a liberação de cerca de 700 mil toneladas/ano de O2.

Função Social

A Fundação Vicin-tin é o instrumento de atuação social do Grupo Rima nas comunida-des onde atua. Criada em 1985, ela tem como objetivo a realização de

ações sociais através da articulação de três seto-res: governo, empresa privada e cidadãos (ter-ceiro setor).

Seus programas atin-gem as áreas de saú-de, educação e meio

ambiente. Crianças e adolescentes são o foco principal do trabalho.

A Fundação ainda auxilia outras institui-ções como a Apae, Nú-cleo de Internação do Menor e Casa Lar Cristã.

Economia e Mercado

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ganizado pela Prefeitura Municipal e completou sua décima sétima edição.

Mesmo naquelas cida-des que não mantêm uma tradição carnavalesca, os governos municipais pro-moveram entretenimen-to para a população. Em Unaí, por exemplo, um carnaval itinerante levou música e animação para quatro bairros da cidade. Os Distritos de Garapuava, Rural Minas, Palmeirinha e Boa Vista também foram palco da festa promovida pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Ju-ventude, Esportes e Lazer.

8 . Cultura e Sociedade . Fevereiro / Março de 2010

O tradicional carna-val de Paracatu, promovido pela

Prefeitura, englobou atra-ções para foliões de todas as idades. O Carnaval de Outrora, no Largo da Ja-queira, com concursos de fantasias e barraquinhas com culinárias diversas, reuniu famílias inteiras ao som das tradicionais marchinhas executadas ao vivo.

A folia mais popular aconteceu na Avenida Ole-gário Maciel, a principal do município. Uma multi-dão de foliões curtiu shows musicais e acompanhou os desfiles das escolas de samba. O pulsante som das baterias fez com que muitos noroestinos caís-sem no samba. Unidos do Novo Horizonte foi eleita campeã ao apresentar luxo e entusiasmo na avenida. Festas e bailes privados e os blocos carnavalescos enriqueceram o carnaval de Paracatu que recebeu os turistas com ruas decora-das e a típica hospitalidade mineira.

Bonfinópolis de Minas acolheu mais de 10 mil vi-sitantes durante o feriadão. Arrastados pelo som do Trio Elétrico, foliões trans-formaram a Praça Silvésia Cândida e o Ribeirão Santa Cruz em pontos de alegria e diversão. O “Carnabom”, como é conhecido, foi or-

APAE de Unaí inicia celebração de seus 25 anosA abertura das celebrações do 25º aniversário da As-sociação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Unaí (APAE) aconteceu em 08 de março, durante o jantar que homenageou as mulheres, realizado pelos diretores e funcionários da APAE em conjunto com a Secretaria Mu-nicipal do Desenvolvimento Social e Cidadania. A APAE de Unaí completa 25 anos de atuação junto às pessoas com necessidades especiais no dia 18 de agosto de 2010. O calendário de celebrações prevê múltiplos eventos com o objetivo de angariar recursos para a manutenção das duas unidades (Bairros Cachoeira e Mamoeiro) que atendem 364 alunos excepcionais.

Lions Clube de Unaí completa 32 anosLeões, Domadoras e Gatinhos se reuniram no dia 09 de fevereiro, na sede do Lions Clube em Unaí, para ce-lebrarem 32 anos de atuação no município. Durante a reunião festiva comandada pelo Presidente Adilson Mendes, membros fundadores lembraram os primeiros momentos da história do clube de serviço. Com o obje-tivo de promover assistência social e ajuda comunitária, o Lions Clube de Unaí foi fundado em 02 de fevereiro de 1978. Eventos sociais realizados dentro do calendário leonístico angariam fundos para manutenção de cam-panhas assistenciais permanentes como: distribuição de leite para crianças carentes de até um ano de idade, do-ação de enxovais para famílias pobres e banco de cadei-ras de rodas e muletas, entre outras ações beneficentes. O Lions Clube conta com mais de 40 membros ativos na cidade.

Curtas

O Carnaval 2010 do NoroesteDurante cinco dias, o samba, as marchinhas e, principalmente, o Axé, foram os ritmos oficiais do carnaval nas cidades do noroeste mineiro

Foliões curtem o carnaval nas águas do Ribeirão Santa Cruz em Bonfinópolis-MG

Escola Unidos do Novo Horizonte é a campeã do carnaval em Paracatu-MG

Cultura e Sociedade

Foto: unainet.com.br

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Fevereiro / Março de 2010 . Cultura e Sociedade . 9

por Dr. Altir de Souza MaiaProcurador Federal, Membro da Academia de Letras do Noroeste de Minas, e Presidente da AULA – Academia Unaiense das Letras e das Artes

>> Artigo

A lenta emancipação da mulherAbstraídas algumas aberrações, ainda prevalen-

tes principalmente no mundo islâmico, a verdade é que as mulheres, lentamente no princípio e aluci-nadamente nos tempos modernos, vêm conquistan-do espaços cada vez maiores no antigo “mundo dos homens”.

Particularmente no Brasil, atrasado e rural, há que se considerar que face ao antigo código civil de 1916, as mulheres casadas classificavam-se como relativamente incapazes, alinhadas com os surdos, mudos, índios e outros. Essa incapacidade relativa, de nefastas conseqüências, perseguiu as mulheres durante quase meio século, impondo-lhes uma “ca-pitis diminutio” intolerável face ao presente. Mas tal restrição, tanto quanto outras, às vezes até mais afrontosas, começaram a cair suave e repetidamen-te, possibilitando conquistas não só antigas, como absolutamente necessárias, como o direito de voto alcançado somente em 1932.

O acesso ao sufrágio universal, pedra angular do sistema democrático, modificou, não apenas o status da mulher na sociedade, como os próprios destinos do país, equilibrando o exercício da cidadania entre os sexos e melhorando a qualidade da representati-vidade eleitoral, apesar de alguns descalabros atu-ais, pelos os quais as mulheres não podem, isolada-mente, ser responsabilizadas.

Todavia, sem prejuízo de outras conquistas do mundo feminino, o marco divisor dessa odisséia foi realmente o chamado “Estatuto da Mulher Ca-sada”, editado em 1962, que rompeu com tabus se-cularmente vividos, trazendo a mulher à conquista dos direitos do século XX, cessadas desde então as discriminações em qualquer atividade, social, po-lítica, econômica e principalmente no comando da sociedade conjugal, pois se esta, até então, era ge-rida exclusivamente pelo homem, como cabeça do casal, passou, desde 1962 a ser compartilhada, exer-cendo-a o cônjuge que estiver mais capacitado para a sacramental tarefa, sobre a qual erguem-se os lares e constitui-se a família, no dizer de Rui Barbosa “a pátria amplificada”.

Em se tratando do ambiente rural com o qual convivi profissionalmente durante quatro décadas, tive oportunidade de constatar o abismo que separa-va homens e mulheres. Basta lembrar que o título de domínio da terra rural, que distribuímos aos milha-res por esse Brasil a fora, era expedido somente em nome do homem, o qual, não raras vezes, na porta do botequim, trocava este título por uma bicicleta velha, por um carro com motor fundido, ou vendia

a sua terra por quaisquer migalhas. Essa rotina, mi-lhares de vezes repetidas, assombrou-me de tal ma-neira, que, nas entregas de títulos nós chamávamos também a mulher recomendando-lhe que em hipó-tese alguma deixasse o marido vender a sua terra. Todavia, apesar de algumas resistências femininas, isso pouco modificou até que por inspiração nossa foi disciplinada em Lei, chegando até mesmo ao texto constitucional, a obrigatoriedade do título de domínio ser expedido em nome do homem e da mu-lher, sejam eles casados, companheiros, amigados ou que tais, corrigindo assim lacuna deveras lamen-tável.

Retornando ao tema central, há que se constatar que essa notável arrancada rumo ao equilíbrio da mulher na sociedade, verificamos que esta saiu da fumaça das cozinhas, para projetar-se no chamado mundo superior como deputadas, senadoras, gover-nadoras, juízas, desembargadoras e ministras, che-gando ao ponto em que hoje nos concursos públicos a participação feminina é tão notável que às vezes ultrapassa o próprio número dos homens. Mas, em que pese essas notórias conquistas, uma constata-ção parece óbvia: toda essa pertinaz batalha só foi possível porque a própria mulher converteu-se em suprema comandante desta guerra, para derrubar barreiras, vencer preconceitos e sepultar discrimi-nações de toda ordem. Não há como esquecer, que esse elenco de conquistas, não pode, nem deve ser confundido com certa tendência midiática de trans-formar a mulher em objeto sexual expostas na TV, em trajes quase nulos em qualquer hora do dia ou da noite, confundindo-se liberdade com liberalidade.

O encanto feminino certamente estará bem acima das vulgaridades comerciais que as transformam em mero objeto do desejo. Por fim, não há como deixar-se de lembrar a chamada Lei Maria da Penha, cuja destinação final é a defesa da mulher, resguardando-a tanto quanto possível, das agressões e maus tratos pelo menos no texto legal.

Em realidade, há uma notória defasagem entre o mandamento da lei e a sua execução, mercê da le-niência com que, no Brasil são tratadas as leis de modo geral, sejam elas cíveis ou penais, reclamando reformas que tardam lamentavelmente. De qualquer maneira, o dispositivo legal existe, resta cumpri-lo. Oxalá o futuro possa compor essa página da vida, repondo a mulher no pedestal que desde sempre lhe fora reservado, na exata medida em que também ela, a mulher, resguarde-se na compostura e no seu en-canto pessoal, origem de tudo.

A Fundação Cons-cienciarte, sediada em Paracatu (MG),

foi contemplada através do Projeto Centro Cultu-ral Conscienciarte – Ponto de Cultura, com o Prêmio Asas. O premio foi ofereci-do pelo Programa Cultura Viva - Arte, Educação e Cidadania, da Secretaria de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura (SPPC – MinC).

No dia 27 de fevereiro, o Superintendente Execu-tivo da Fundação Cons-cienciarte, Lucivaldo Paz de Lira, participou em São Paulo (SP), da cerimônia que marcou a entrega do Prêmio Asas, recebendo o reconhecimento das mãos do Secretário Nacional de

Cultura do Ministério, Cé-lio Turino, um dos ideali-zadores do projeto “Pontos de Cultura”.

O Prêmio foi destinado a instituições que apresen-taram as melhores práticas de implantação na execu-ção dos Pontos de Cultura e que contribuíram para o avanço do processo cultu-ral da Rede de Pontos de Cultura no país.

A Fundação Conscien-ciarte ficou em 1º lugar entre as 65 instituições premiadas no Brasil, atin-gindo a pontuação máxima nos quesitos estabelecidos. Cada um dos 65 Pontos de Cultura selecionados rece-berá R$ 80 mil, o que soma um investimento de R$ 5,2 milhões do MinC.

Fundação Conscienciarte recebe prêmio do Ministério da Cultura

Célio Turino, Secretário Nacional de Cultura do MinC e Lucivaldo Paz de Lira, Superintendente Executivo da Fundação Conscienciarte

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10 . Saúde e Bem Estar . Fevereiro / Março de 2010

Criar reservas am-bientais, reflo-restar áreas de-gradadas, reduzir

a emissão de gases poluen-tes são pautas recorrentes na esfera nacional e in-ternacional. Nas cidades, as pessoas se perguntam como poderiam contribuir.

Através de simples atitudes como: poupar energia, economizar água, minimizar a produção de lixo, consumir produtos com embalagens biode-gradáveis ou recicláveis, dar preferência a marcas e empresas ecologicamente responsáveis e a alimentos naturais. Estas ações pro-movem resultados efetivos e reforçam a percepção da importância da atuação in-dividual. Quem se insere neste âmbito ganha saúde, e qualidade de vida.

Desde sua implantação em 29 de maio de 2009, a coleta seletiva de Unaí tem ampliado o número de adeptos e provocado mu-danças de comportamento. Esta parceria entre gover-no municipal e Associação Recicla Unaí (AREUNA) evita que toneladas de ma-teriais recicláveis sejam depositados no lixão.

A coleta, que ocorre diariamente na área cen-tral de Unaí e semanal-mente em outros bairros, promoveu um aumento significativo do volume de material reaproveitado, de acordo com a AREUNA. Maria Marta Alves Reis, atual presidente e uma das fundadoras da associação,

por Nágilla Lays de Lima Nutricionista - CRN nº 09103174 - MG

>> Nutrição

A saúde da mulher merece e exige uma série de cuidados, todos eles com o objetivo de deixá-la cada vez mais bonita, saudável e com a auto esti-ma elevada. Cada mulher tem uma história e uma bagagem hereditária que devem ser analisadas cuidadosamente com a supervisão de um médico, para garantir uma vida saudável e sem surpresas. Em homenagem ao Dia da Mulher, abordarei al-guns tópicos importantíssimos para a vida femi-nina!

A Tensão Pré-Menstrual: O que devemos co-mer quando ocorre: Alteração no humor - doses a mais de carboidratos na alimentação podem con-tribuir para que o bom-humor volte; Depressão e tensão - pequenas refeições em curto espaço de tempo, ricas em carboidratos integrais; Mal estar - vitaminas como a B6(nozes, banana, brócolis e couve-flor) e a E, e sais minerais como o magnésio, contribuem para o alívio; Sensibilidade mamária - Vitamina E, encontrada em alimentos como óle-os vegetais, ovos, legumes e milho; Retenção de líquidos e a vontade de comer doces – magnésio; Enxaqueca, cólicas e inchaço - soja.

Menopausa: Ocorre diminuição fisiológica da energia dos rins que é responsável pelo cresci-mento, desenvolvimento, dinamismo e sexuali-dade. Com a diminuição dos estrogênios, diminui o tônus muscular. Para amenizar esta queda ener-gética, existem alimentos que tonificam a energia vital e que minimizam ou retardam o envelhe-cimento e a osteoporose. Devem-se priorizar ali-mentos frescos, em suas formas de brotos (feijão, alfafa e bambu), cogumelos, bardana, castanhas, gergelim, germe de trigo, queijo fresco, frutas ver-melhas e cítricas, pêra, uva-passa, galinha, sardi-nha, peru, cereais integrais, azeite extra-virgem, azeitonas, semente de girassol e de abóbora, io-gurte, coalhada, inhame, aipim, cenoura, batata-baroa, damasco, chá de marapuama e de cava-linha. Evitar: Açúcar, doces, gorduras animais, frituras, maionese, cremes, cafeína, bebidas alco-ólicas e cigarros.

Celulite: Inflamação celular que incomoda principalmente as mulheres na região glútea e ab-dominal. Estes alimentos têm substâncias pode-rosas contra a celulite: alga, arroz integral, aveia, azeite de oliva extra-virgem,castanha-do-pará, folhas verde-escuras,lima-da-pérsia, maçã, missô (pasta de soja fermentada), shiitake.

Envelhecimento: Com a utilização de com-postos antioxidantes encontrados na dieta, assim como hábitos saudáveis de não fumar, praticar exercícios físicos e métodos de relaxamento que contribuem para uma menor formação de radicais livres e, conseqüentemente, retardam o envelhe-cimento. Esta dieta deve conter: Betacaroteno – encontrado em alimentos como cenoura, mamão, maçã, suco de laranja, espinafre, abóbora, leite, brócolis, gema de ovo, entre outros. Vitamina C – encontrada nas frutas cítricas (morango, limão, laranja, kiwi), folhas verdes cruas e tomate. Vita-mina E – dados recentes sugerem que essa vitami-na impede ou minimiza os danos provocados pe-los radicais livres. Boas fontes dessa vitamina são: gérmen de trigo, amêndoas, óleo de milho e de girassol, soja, leite, abacate, manteigas e marga-rinas. Zinco – ostras, fígado, moluscos, arenque, farelo de trigo, leguminosas (feijão, soja, grão de bico, ervilha) e leite. Selênio – nozes, grãos, frutos do mar, cebola, carnes e aves, principalmente os miúdos (rins, fígado) e leite. Flavonóides – são os antioxidantes mais ativos presentes nos vegetais.

Mulheres e seus cuidados!

A nutricionista Nágilla Lays de Lima (CRN nº 09103174 - MG) atende no Hospital Santa Helena, em Unaí.

Contatos: (38)9991-1448 ou [email protected]

Atitudes ecológicas promovem qualidade de vidaApós séculos de ruptura, o mundo desperta para o resgate da relação entre meio ambiente e sociedade, na tentativa de restabelecer o equilíbrio entre degradação e renovação de recursos naturais. Os resultados englobam benefícios comuns e individuais.

afirma que antes do pro-grama, eram necessários mais de quarenta dias para reunir quinze toneladas de material reciclável, hoje a mesma carga é formada em 20 dias. “Melhorou bastan-te”, comemora.

Carlos Komeno, bió-logo e Presidente da Co-missão Municipal de As-suntos Relativos ao Lixo (COMARC), avalia que a participação dos unaien-ses tem ocorrido gradati-vamente desde a implan-tação da coleta seletiva. “Ainda não temos cem por cento de participação por se tratar de uma questão cultural. O próximo passo é reforçar as campanhas educativas”, afirma Kome-no.

A qualidade do “lixo”Segundo informações

da AREUNA, o Bairro

Canabrava sai na frente quando o assunto é parti-cipação. Os moradores se-param os materiais reciclá-veis de maneira correta, ou seja, lavam as embalagens de metal e plástico, e man-tém os papeis e papelões secos. Um lixo “limpo” e apto à reciclagem.

Para Maria Marta, al-gumas pessoas de boa vontade e com consciência ecológica erram por falta de informação. “Em algu-mas escolas, por exemplo, a coleta seletiva é pratica-da, mas deixam que restos de lanches dos alunos se misturem ao papel, o pa-pel sujo e molhado não é comercializado pela asso-ciação e acaba no lixão”, alerta a presidente.

Com a valorização co-mercial dos materiais re-cicláveis, empresários do comércio local que antes

doavam papelão e plástico à AREUNA, agora passa-ram a vendê-los a atraves-sadores. Segundo a presi-dente, entre 2003 e 2008, apenas os catadores (asso-ciados ou não) utilizavam o “lixo” como fonte de ren-da, atualmente ele é visto como “ouro”. “O mesmo acontece com as latinhas e as garrafas Pet. Estes ma-teriais com maior valor co-mercial são cada vez mais disputados e, a AREUNA, que vive de doações e cole-tas, sai perdendo”, lamenta Maria Marta.

A renda conseguida com a venda das cargas é repartida entre os 20 as-sociados. Maria Marta sa-lienta que o objetivo é pre-servar o meio ambiente e gerar renda para os catado-res. “Todos podem partici-par. Basta terem mais amor pela natureza”, conclui.

Unaienses despertam para a importância da reciclagem do lixo

Saúde e Bem Estar

Page 11: Jornal Interessante - Edição 03 - Março de 2010

Fevereiro / Março de 2010 . policial . 11

No dia 25 de feverei-ro, foi encontrado um corpo em esta-

do de decomposição avan-çado na Fazenda Buritizi-nho, na Serra do Israel. O fato ocorreu quando um vaqueiro passava pela pro-priedade rural, localizada a aproximadamente 40 km do município de Unaí. As polícias Civil e Militar de Unaí foram acionadas e as investigações iniciadas.

Segundos informações do Delegado de Polícia Jú-lio Zica, encarregado do caso, o corpo estava amar-rado e nú. De acordo com os primeiros indícios peri-ciais, trata-se de uma víti-ma de homicídio, do sexo feminino, e cuja morte ocorreu, aproximadamen-te quinze dias antes da lo-calização do corpo.

O avançado estado de decomposição do corpo di-ficulta as conclusões a cer-ca da identidade, do sexo e da causa da morte da ví-tima. “Resultados precisos serão obtidos após a aná-lise do material genético”, ressalta o delegado.

Passados alguns dias desde a descoberta, poli-ciais retornaram ao local e efetuaram uma varredu-ra a fim de encontrar ob-jetos, pistas e provas que pudessem contribuir para as investigações. “Encon-tramos roupas femininas que acreditamos pertencer à vítima”, completou Júlio Zica.

A lista de pertences in-clui: uma saia e uma blusa em tecido verde; um short estampado; uma calcinha de renda; um elástico de cabelo na cor azul; e um par de sandálias de borra-cha, de cor branca e tama-nho número trinta e seis.

Entre as queixas de pessoas desaparecidas re-gistradas pelas Polícias Civil e Militar de Unaí, nenhuma se enquadra nas características do caso. O delegado informa que as unidades policiais da re-gião noroeste e do estado de Goiás, foram contata-das e estão empenhadas na busca de registros de desaparecidos. “Não sabe-mos a origem da vítima,

Durante operação realizada no feria-do de carnaval, J.

R. F. foi preso em flagran-te na cidade de Arinos por transportar sete pás-saros da fauna silvestre brasileira.

Na terça-feira (16), Militares da 16ª Compa-nhia de Polícia Militar Independente de Meio Ambiente e Trânsito abordaram e fiscalizaram o veículo Peugeot/504 D, placa GTH-4182/DF, que era conduzido por J. R. F.. Ao realizarem uma busca no interior do com-partimento de carga do automóvel, os policiais localizaram sete pássa-

Na noite de 11 de março, Donizete Gonçalves de

Souza (22 anos) foi socor-rido por uma ambulância no Bairro Veredas, em Bu-ritis. Segundo informações da PM, a vítima estava so-zinha e apresentava duas perfurações no ombro es-querdo e outra no queixo, causadas por disparos de arma de fogo. Manchas de

sangue foram localizadas pelos policiais no quintal, na calçada e no interior da residência onde ocorreu o crime. De acordo com a As-sessoria de Comunicação da 16ª Região da PM, de-núncias anônimas indica-ram dois possíveis autores dos disparos, conhecidos no submundo do crime por: “Dú”, filho de “Ditão”;

e “Gleicim”. Ambos conti-nuam foragidos. Um sobri-nho da vítima, informou à PM que seu tio (Donizete) é usuário de crack e que comprava a droga do sus-peito “Dú”, que tem passa-gens por porte de arma de fogo e no dia 09 de março, teria praticado um assalto em companhia de outro in-divíduo.

Corpo é encontrado na Serra do Israel

ela pode ser de Unaí ou de outra cidade do entorno. Estamos ampliando a área de investigação”, diz Júlio.

Com o intuito de pro-

mover avanços investigati-vos, o Delegado Júlio Zica permitiu que as roupas femininas encontradas na Fazenda Buritizinho sejam

mostradas aqueles que possuem familiares desa-parecidos, mediante apre-sentação de documentos. O processo de identifica-

ção das vestimentas é feito na Delegacia do Bairro Ca-choeira localizada na Rua Luiz Alves, número 54, em Unaí.

Cidadão captura pássaros silvestres e acaba engaiolado

Tentativa de homicídio em Buritis

ros, (quatro Canários da Terra, dois Papa-capim e um Cardeal), e vários apetrechos de captura e transporte de pássaros. Também foi encontrada uma faca, uma arma de fogo (pistola calibre 6.35) com um carregador e dez

munições intactas.O criminoso recebeu

voz de prisão em flagran-te delito e foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Arinos. Os pássaros serão devolvidos à natu-reza após passarem por avaliação veterinária.

Indícios: Roupas encontradas a sete metros de distância do corpo da vítima

Animais silvestres e armadilhas apreendidos em Arinos

Policial

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12 . Esporte . Fevereiro / Março de 2010

Na manhã de 28 de fe-vereiro, ciclistas en-cararam um percur-

so de 24km entre o pé da Serra e o Aeroporto de Bu-ritis (MG 400). Resistência física e velocidade foram fatores decisivos dentro da competição. O vencedor da disputa, o atleta Wallisson Roberto, levou o prêmio de R$ 500. E o segundo colo-cado, Geraldo Augusto, re-cebeu R$200.

Também no domingo, as equipes das Séries A e B disputaram a final da Taça 47º Aniversário de Buritis de Futebol de Campo.

A equipe PSG venceu o Vila Nova por três a dois na Série B. Terminou o

campeonato invicto e com o título de artilheiro da Série para o atleta Gildeir, que marcou sete gols no total.

A emoção invadiu o Estádio do Buritis (Bairro Veredas), durante a final da Série A. A decisão acon-teceu nos pênaltis depois que as equipes Alvorada e Pernambuco empataram por três a três. Sem perder nenhum chute, o Pernam-buco Esporte Clube levou a melhor e sagrou-se cam-peão da Taça. O jogador Adriano, do Pernambuco, marcou dez gols ao longo do campeonato e sagrou-se artilheiro da Série A.

As finais do Futsal fe-

Aos dezessete anos de idade, a ka-rateca Adriely Cristiny já pos-

sui uma história de “gente grande”. Com a vitalidade característica da juventu-de, revela: “Sou bi-campeã brasileira na categoria 16 - 17 anos com até 59 quilos”.

Levada pelo pai, teve seu primeiro contato com o Karatê há doze anos. E nos últimos cinco participa de competições nacionais e internacionais, seja por meio da seleção brasileira ou brasiliense.

Adriely coleciona tí-tulos conquistados na Co-lômbia, Argentina, Equa-dor, Marrocos e Brasil. Diz que estes são frutos de

“muita disciplina e traba-lho árduo”. Ela encara uma rotina pesada de treinos re-alizados, alternadamente, em Unaí e Brasília. Se não bastasse, concilia um curso técnico, aulas de idiomas, estágio, e academia. Sobre o excesso de atividades, ela responde com uma es-pontaneidade ímpar: “Dou conta de tudo e ainda sobra tempo para namorar. Nos finais de semana, consigo até ir para uma balada”.

Adriely ressalta que o Karatê representa “tudo” em sua vida. “Vivo em prol do esporte, pois ele me possibilitou conhecer pessoas, culturas e lugares, me ensinou a ter disciplina e a escolher o caminho do

bem”, completa a atleta. Sagrar-se bi-campeã

demandou alto investi-mento financeiro. Segundo Adriely, sua viagem à Mar-rocos, por exemplo, custou R$ 10 mil. “Os unaienses acreditam no meu talento e me apóiam. Sem a ajuda dos empresários, da Prefei-tura e de pessoas da comu-nidade, seria impossível me aprimorar. Em Brasília existem atletas que sofrem sem patrocínios”.

Seu talento indica um futuro promissor nos ta-tames. Em 2010, quando completar dezoito anos, a karateca mudará de ca-tegoria e passará a dispu-tar entre atletas “Junior” e “Adultos”.

Campeonato unaiense de futebol de campoNo dia 06 de março, começou em Unaí o Campeonato Municipal de Futebol de Campo 2010 promovido pela Liga Desportiva Unaiense (LDU) e Secretaria da Juventu-de, Esportes e Lazer (SEJEL). Os jogos acontecem no Está-dio Urbano Adjuto e no Cachoeirão durante os meses de março e abril, sempre aos sábados e domingos. A disputa final está marcada para o dia 15 de maio (sábado), no Ur-bano Adjuto.

Ciclistas unaienses vencem o SOCABOTA 2010Quatro ciclistas unaienses participaram do SOCABOTA 2010, realizado no dia 14 de fevereiro, no Clube do Povo, município de Catalão (GO). O percurso da prova englobou 39 km. O ciclista Geraldo Augusto ficou em primeiro lugar, e Francisco Alan levou o bronze. Carlos Felps e Daniel An-tônio também pedalaram no SOCABOTA. Os quatro atle-tas receberam apoio da Secretaria Municipal de Esportes para participarem da disputa.

CurtasCompetições desportivas marcam o aniversário de Buritis

O poder da disciplina

minino e masculino acon-teceram no início da noite de domingo na quadra da CASEMG. No feminino, a equipe do Minas venceu o Taboquinha por três a dois, e no masculino, o Ve-redinha ganhou por dois a

zero do Guerreiros. E para aqueles que ain-

da tinham fôlego, no dia do aniversário de Buritis (1º de março), pela manhã foi realizada uma Marato-na em que participaram adultos e crianças.

Adriely Cristiny conta com os seguintes apoiadores:

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Adriely: dedicação total ao esporte rende inúmeras conquistas

24 km de pedaladas no aniversário de Buritis-MG

Foto: Arquivo pessoal Adriely

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