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Page 1: Jornal Fala José - 3ª edição

São José conquista 2º lugar no Festival Selton Mello de Vídeo

Blog Fala José

BalançoGeral

Confira os melhores momentos e projetos do ano de 2010

Painel Cultural

Alunos põem o dedo no teclado e escrevem textos de qualidade

Literatura e RealidadeConheça um pouco da trajetória

do autor Euclides da Cunha

O ano de 2010 foi mais um ano produtivo para a Escola Estadual São José. Projetos foram fortificados e muito trabalho realizado. Uma escola emprega muitos funcionários. A reportagem especial desta edição vai mostrar, porém, quando o trabalho é por amor: o trabalho voluntário. Na comunidade do São José muitas pessoas contribuem para a sociedade gratuitamente como é o caso do capoeirista Alexandre Duarte Costa, o Xandão (foto)

Voluntariado: O serviço por amor

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Saiba como o projeto “Fala José” irá virar blog em 2011

A Escola Estadual São José bri-lhou no Festival Selton Mello de Vídeo organizado pela Faculdade de Comunicação de Passos (Facomp – FESP/UEMG). O curta-metragem “O Anel” produzido por alunos do 3º ano do Ensino Médio conquistou a 2ª posição. A coordenação ficou a cargo da professora de Artes, Adriana Beatriz Polez Rocha e do professor de História, Fabiano Amorim Cos-ta. Na foto alguns dos participantes na entrega da premiação. Confira!

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Já está se tornando tradição: uma vez por ano uma nova edição do jornal Fala José com um balanço do ano anterior. Com isso faze-mos um registro e uma divulgação do que há de melhor na Escola Estadual São José.

Os desafios são muitos, mas conseguimos lançar a terceira edição. Nunca na história da escola, um jornal impresso sobreviveu por tanto tempo. Conseguimos nos consolidar como um meio de comu-nicação sério, de aparência agradável e seguindo os no-vos padrões que o jornalismo impresso vem exigindo frente ao avanço da tecnologia.

A leitura desta edição está permeada de muita cultura e criatividade. Trata-se de produções talentosas de nossos alunos, sejam na arte, na inovação, enfim, em várias áreas do conhecimento humano. Trazemos notícias da boa classificação do São José no Festival Selton Mello de Vídeo realizado pela Fundação de Ensino Supe-rior de Passos (FESP/UEMG). O projeto de viagens culturais, que já levou alunos a

São Paulo, Ouro Preto, Tiradentes e São João del-Rei está se consolidando e ganhou espaço em nossas páginas. A reportagem especial, a qual aborda o tema do trabalho voluntário, também foi produzida por nossos alunos-repórteres que, a partir de sugestões, produziram um material com muita infor-

mação interessante! A abor-dagem do tema se deu pela percepção dos professores da importância de se despertar e cultivar o sentimento al-truísta, colaborando assim, para o desenvolvimento da sociedade, abandonando um pouco o pensamento capita-lista predominante.

Por fim, a equipe do Fala José agradece a todos que se empenham para que este projeto não termine. Que possamos realizar novas edições contribuindo para a memória e para a comunicação dentro da escola que faz de todos que dela participam cidadãos informados, conscientes e reivindicadores de seus direitos.

Boa Leitura!

No livro “Ensaio sobre a ce-gueira”, José Saramago aborda a questão da visão, a “responsabili-dade de ter olhos quando outros os perderam”, num prisma abran-gente englobando a ética, o respeito ao próximo, as mazelas humanas. Talvez a mensagem principal que fica do livro é a certeza da neces-sidade de “enxergarmos com o coração”.

Na editoria Perfil desta edição trazemos um exemplo bem carac-terístico. Aos 28 anos, Antonio Carlos Martins perdeu a visão. A perda foi gradativa e começou com um trauma nos olhos ocasionado por um tombo numa partida de futebol, que promoveu o descola-mento da retina. Depois de vários tratamentos, inclusive no Hospital São Geraldo, em Belo Horizonte, a triste notícia: nem um transplan-te de córnea resolveria o caso. Mas mesmo assim Antonio Carlos não falta às consultas periódicas com o médico oftalmologista Wesley Ribeiro Campos, que cuida de seus olhos em Passos.

Exemplo de superação, o estudante hoje “enxerga” tudo de uma maneira diferente: “com os olhos do coração”. A simpatia, a calma, a serenida-de transparecem em Antonio Carlos que hoje está com 40 anos. Depois de conduzido por uma das vice-diretoras até a sala onde a reportagem do Fala José faria a entrevista com ele, o papo transcorreu tran-quilo e o texto aqui publicado é uma mostra dessa grande personalidade que não se desanimou frente às dificuldades e em 2008 começou a estudar na Escola São José. Dificuldades existem.As construções físicas no Brasil estão sendo adaptadas há pouco tempo e muitos entremeios no cami-nho são encontrados.

Antonio Carlos conta todos os dias com a companhia e a ajuda do amigo Raimundo que o leva todos os dias para a escola. “Ele também estuda na mesma escola e já aproveita e me traz”, conta.

Natural de Passos, mora com um irmão e faz quase todas as tarefas de casa sozinho. Quase todas, porque muitas vezes os familia-res ficam com receio, pelo fato dele não enxer-gar e se machucar. “Se deixar até comida eu sei fazer”, lembra. O coração não está vazio, isso mostra que realmente é este o olho de sua alma. Janaína é o nome da namorada.

Durante o dia Antonio Carlos desenvol-ve suas atividades na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Passos. Lá, ele aprendeu a utilizar o método braile. No São José alguns livros estão disponíveis em braile, mas ele afirma que ainda faltam recursos nesse sentido, como mais exem-plares – pois há disciplinas em que não são

disponibilizados o material especializado. Enfrenta tam-bém a dificuldade de ir ao banheiro sozinho, pois ainda está se adaptando ao prédio da escola. “Na APAE eu já consigo ir sozinho, pois lá eu já conheço. Quero aprender a ir sozinho também no São José”, explica.

As provas são realizadas oralmente. Língua Portuguesa é uma das disciplinas que ele mais gosta. “Gosto de conhecer os verbos”. O conta-to com a tecnologia não fica de lado. Antonio Carlos manuseia sem dificuldades seu celular e o seu sonho é fazer um curso de informática e adquirir um computador adaptado.

Para finalizar ele deixou um alerta muito importante para o município de Passos: “falta melhorar a segurança na cidade. Tem muito jovem entrando no crime. Por não enxergar fico com medo de sair à rua”.

A Escola Estadual São José tem tentado suprir as necessidades de Antonio Carlos e o estudante parece estar satisfeito com o ambiente escolar: um aprendizado não só da parte dele, mas para todos os alunos e princi-palmente para o corpo docente.

EXPEDIENTE

QUEM SOMOS NÓS

FALA JOSÉ é uma publicação experimental da Escola Estadual São José, por meio do Projeto “Jornalismo na Escola”, sob a orientação da Faculdade de Comunicação

Social de Passos (FACOMP), unidade da Fundação de Ensino Superior de Passos (FESP/UEMG) – Apoio: Agência Escola FESP/UEMG

Antonio Carlos MartinsUm estudante que enxerga com o coração

PERFIL

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Conseguimos nos consolidar

como um meio de comunicação sério

Exemplo de supe-ração, o estudante

hoje “enxerga” tudo de uma maneira

diferente: “com os olhos do coração”

Conseguimos!

Reportagem: Danilo Vizibeli e Gilza Mendes

ESCOLA ESTADUAL SÃO JOSÉ ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIOCaetano Ingraci – Diretor

Maria Cândida Brandão Farjalla – Vice-diretoraDurce Vânia da Silva Villaça – Vice-diretora

Zaíra Sant’Ana Andrade – Vice-diretora

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAISFUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE PASSOS

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DE PASSOSConselho Curador

Prof. Fábio Pimenta Esper Kallas – PresidenteProf. Manoel Reginaldo Ferreira – Vice-presidente

Frank Lemos Freire – Membro

FacompProfª. Selma Cristina Tomé Pina– Diretora

EQUIPE JORNAL FALA JOSÉDanilo Vizibeli – Editor e Jornalista Responsável (MTb 14312/MG)

Gilza Mendes de Oliveira – Professora responsável

Renato Carnevalli Elias – Diagramação Ivan Dib Barros – Projeto Gráfico

Profª. Heliza Faria – Orientação do Projeto Gráfico/DiagramaçãoProfª. Luciana Grilo Ricardino – Colaboração

Turmas participantes: Alunos do Ensino Médio – 2010

Impressão: Folha da Manhã - Tiragem: 2000 exemplares

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A Escola Estadual São José será uma das primeiras escolas de Passos e região a se adaptar às novas ferramentas de comunicação na internet – as cibermídias. O projeto Jornalismo na Escola vai dar mais um passo em 2011 com a criação do Blog Fala José.

O projeto do blog é um trabalho realizado pelo jornalista Danilo Vizibeli, editor do Jornal Fala José, como parte de seu projeto de Mestrado em Linguística, desenvolvido na Universidade de Franca (UNIFRAN).

Um dos objetivos é promover a interação dos alunos da Escola, por meio das cibermídias, com a parti-cipação de demais alunos de outras escolas que participarão com comentários e opiniões. O coordenador do projeto irá realizar reuniões periódicas com os interessados com o auxílio da sala de informática da escola onde serão discutidas pautas para serem publicadas no blog. Os textos dos alunos serão moderados por Danilo e depois de revisados serão publicados no blog e abertos à discussão pública.

Os interessados em participar devem procurar a direção da escola ou diretamente o responsável pelo projeto, através do e-mail: [email protected], ou pelo telefone: 3521 2508

COTIDIANO

A escola recebeu no dia 26 de novem-bro de 2010 a visita de Ricardo Alvarez, o Ryky, escritor e poeta argentino que viaja pelo mundo promovendo concur-sos de poesias com a premiação dos primeiros lugares, diplomas de partici-pação e a realização de palestras sobre diversos assuntos.

Ryky foi eleito Comendador Cultural da Argentina como reconhecimento do seu trabalho de divulgador da Cultura. O poeta passa quatro meses por ano na Argentina e nos demais viaja por todos os cantos do mundo. Possui negócios em Buenos Aires e todos os anos visita a cidade de Itaú de Minas para prestigiar um concurso que leva o seu nome e está na sexta edição.

O poeta visitou a Escola São José a convite do professor Antonino Borges da Fonseca e conversou com os alunos do matutino e vespertino.

Jornalismo na Escola lança o Blog Fala José

No dia 20 de setembro de 2010, os alunos do 3º ano do Ensino Médio visitaram a Usina Hidrelétrica de Furnas acompanhados da professora de Física, Helena Maria Baptista Pe-reira Abi-Ramia. O objetivo foi conhecer na prática a teoria sobre eletricidade adquirida em sala de aula.

A equipe foi recebida por funcionários de Furnas que apresentaram os princípios de funcionamento de uma usina e da transmissão da energia gerada, com a apresentação de vídeos, painéis e maquetes.

Turmas visitam hidrelétrica

Comendador Cultural da Argentina visita a escola Visita ao Centro de Ciências

e Palácio da Cultura Com a finalidade de despertar através de ações práticas o inter-esse dos alunos para as áreas de Ciências, Física e História os alu-nos do 7º Ano V1 e 7º Ano V2 visitaram o Centro de Ciências da FESP e o Palácio da Cultura (antigo Fórum). O passeio aconteceu no dia 12 de agosto de 2010 e terminou com a degustação de sorvetes. Os alunos participaram de experiências interessantes no Centro de Ciên-cias como destaca a foto. Os professores Agnaldo Luís Bernardes, Diana Caro-lina Souza e Jean Francisco de Oliveira, coordenadores da atividade ressaltam que o contato direto com evidências e manifestações culturais desperta nos estudantes o sentimento de valorização do patrimônio cultural e das ciências.

Ricardo Alvarez na foto com o aluno Gilvan Mariano que vestiu a camisa da Argentina em sua homenagem

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Curso de Aprofundamento é oferecido no noturno

A Escola São José iniciou em 2010 o curso de aprofundamento de estudos para alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Médio do período matutino. Formaram-se duas turmas, com aulas no período noturno. O objetivo desse curso é oferecer apoio para que os alunos aprofundem seus conhecimentos e possam se destacar em concursos públicos, cursos técnicos e nos vestibulares.

Alunos do 1º ano do Ensino Médio estudam Espanhol

Os alunos do 1º ano do Ensino Médio estão tendo a oportunidade de estudar Espanhol num horário extraclasse. O curso ministrado pelo professor Renato Hollanda da Silva discute noções introdutórias da língua e seus aspectos gramaticais e práticos. “É um caminho para que os estu-dantes possam aprender o idioma e fazer contato com outros estudantes da América Latina”, contou o professor responsável.

Língua Portuguesa na práticaO professor de Língua Portuguesa do perí-

odo noturno, José dos Reis Santos, coordena diversos projetos com o objetivo de mostrar aos alunos a importância do idioma português para a prática da comunicação no dia-a-dia. Com o apoio do Sindicato dos Eletricitários de Furnas e DME (Sindefurnas) foi lançado um livro com parte dos textos produzidos por alunos de algumas turmas da escola, a exemplo de anos anteriores.

Em 2010 foram explorados no Projeto Pe-quenas Histórias do Cotidiano, os gêneros de contos e crônicas em duas turmas (2º EF1 e 9º N1) e história em quadrinhos no 3º EF2.

Outro projeto que teve grande repercussão foi o Projeto Rádio Escola, na turma do 2º N1, o qual possibilitou o trabalho da língua nas modalidades oral e escrita. “O projeto desenvolveu objetivos específicos, como o de pesquisa de um tema, de espírito de equipe e de reflexão sobre os vários aspectos que compõem nossa realidade.

Somado a isso, houve um crescimento na autoestima de cada aluno, ao notar que ele também pode fazer, proporcionalmente, o que muitos segmentos da sociedade conse-guem fazer de forma profissional”, frisou o professor José Reis.

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Alunos do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual São José viajaram para a cidade de São José do Rio Pardo (SP) em 20 de agosto de 2010. Nessa cidade os estudantes conheceram melhor a vida e obra de Euclides da Cunha, autor do livro “Os Sertões” através do acervo da Casa Euclidiana.

Os alunos passaram o dia envolvidos na história dessa obra literária, a qual é conside-rada a mais importante do escritor.

Todos que participaram da viagem, alunos e professores, perceberam a relação de amor que existe entre a cidade e Euclides, que era também engenheiro, historiador e repórter, natural de Cantagalo (RJ).

Todos os anos acontece no município uma semana em homenagem a Euclides da Cunha, chamada de “Semana Euclidiana”, que neste ano está na 98ª edição, em que ocorrem eventos culturais, esportivos, desfile cívico/militar, teatro a céu aberto. É quando a obra de Euclides é descortinada em suas várias manifestações e os ciclos de estudos, os quais são considerados os maiores do país, pois congregam alunos desde a 3ª série do ensino fundamental até doutores das diversas áreas acadêmicas.

Na ocasião, os estudantes visitaram a Casa de Cultura Euclides da Cunha, tiveram todas as dúvidas respondidas e acesso a tudo que se encontra nesse museu, que tem como objetivo divulgar a vida e obra do escritor e também dispõe de um valioso acervo para pesquisas e estudos.

O escritor, que em 1902 se mudou para a cidade para acompanhar a reconstrução da ponte sobre o Rio Pardo, a qual desmoronou logo após sua inauguração, devido a um de-clínio no leito do rio, redigiu “Os Sertões” na chamada Cabana de Zinco, localizada à beira

Euclides nasce no dia 20 de janeiro de 1866, na Fazenda Saudade, em Cantagalo, região serrana no Vale do Rio Paraíba do Sul, na província do Rio de Janeiro, onde viveu até os três anos, quando falece sua mãe. O autor e sua irmã Adélia, passam a viver em 1869 com os tios maternos Laura e Cândido em São Fidélis (RJ), onde passam por várias escolas. Euclides ingressa na Escola Politéc-nica para cursar Engenharia, mas é obrigado a desistir por motivos financeiros. Matricula-se na Escola Militar da Praia Vermelha e sua matrícula é trancada por ter protestado durante uma visita do Ministro da Guerra, conselheiro Tomás Coelho, do último gabi-nete conservador da monarquia, por isso é desligado do exército. Convidado, passa a escrever no jornal “A Província de São Paulo”, hoje “O Estado de São Paulo”,

do rio e que hoje está protegida por uma casa de vidro. Os excursionistas visitaram esse local onde também está o mausoléu para onde fo-ram transladados os restos mortais do escritor e de seu filho Euclides da Cunha Filho.

Dúvidas como “Quem era Euclides da Cunha” foram respondidas pela colaboradora e responsável pelo acervo da Casa de Cultura, Maria Aparecida da Silva. Na viagem a São José do Rio Pardo a História e a Literatura andaram juntas. Foi um dia de aprendizagem para todos os alunos e professores da Escola Estadual São José.

A memória de Euclides, através da cultura do euclidianismo, é um traço cultural de São José do Rio Pardo, o que a diferencia das demais cidades brasileiras. Euclides da Cunha ficará para sempre na história pela obra imortal “Os Sertões” e essa cidade paulista, agraciada com a honra de ter sido o “berço de Os Sertões”, onde o autor escreveu a maior parte da obra, é predestinada a proteger qua-tro monumentos históricos: a ponte sobre o Rio Pardo, a Cabana de Zinco, o mausoléu onde estão sepultados o escritor e seu filho e a Casa Euclidiana.

LITERATURA

Quem foi Euclides

Alunos e professores da Escola Estadual São José no alpendre da Casa Euclidiana

Reportagem: Daniela Cristina – 3º Ano Ensino Médio - 2010

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Alunos conhecem vida e obra de Euclides da Cunha em São José do Rio Pardo

A obra “Os Sertões”O livro é baseado na Guerra de Canudos.

Euclides como jornalista e correspondente do jornal “O Estado de São Paulo” cobre a 4ª ex-pedição contra a revolta dos habitantes desse local, o qual recebeu o nome de Canudos, devido a uma planta nativa da região.

Canudos era uma cidade no sertão da Bahia e ficava em uma área abandonada. Sur-giu como roça, mas em pouco tempo milhares de famílias estavam morando na comunidade. Os sertanejos migraram para lá para fugir da seca e das condições impostas por alguns coronéis, o que juntando-se a uma crise econô-mica (entre 1850-1890; o preço internacional do açúcar caiu 1% por ano) levaram a uma das maiores revoltas camponesas da história do continente, liderada por Antônio Conse-

periódico que na época era engajado na cam-panha republicana.

Em 1890 Euclides casa-se com Ana Emí-lia Ribeiro. “Euclides da Cunha teve uma vida bastante diferente. Ele era um homem à fren-te do seu tempo”, segundo Maria Aparecida da Silva, colaboradora da Casa de Cultura Euclides da Cunha.

Euclides morre no dia 15 de agosto de 1909 depois de uma troca de tiros com o aspirante Dinorá e seu irmão Dilermando. O motivo foi a traição da esposa de Euclides com Dilermando que foi absolvido e anos mais tarde Euclides da Cunha Filho, o Quidinho, tentou vingar a morte do pai e também morre do mesmo jeito. Dilermando é novamente absolvido alegando legítima defesa nos dois crimes. O único filho de Euclides que lhe deu descendentes foi Manoel Afonso.

lheiro, religioso muito respeitado pelo povo do vilarejo.

Os coronéis não gostavam nem um pouco de Canudos, o que os levou a pressionar o governo alegando que Antônio Conselheiro era um louco e que naquele local só havia fanáticos. Expedições policiais foram enviadas à região. Canudos se defendeu do jeito do povo: montando ciladas e emboscadas... Mas em 1897 o Exército enviou 8 mil homens acompanhados por canhões e comandados por um general. Euclides da Cunha descreveu o que testemunhou ao vivo nesse combate no livro “Os Sertões”. Nem as crianças es-caparam. Milhares de pessoas foram mortas pelo Exército. Os latifundiários nordestinos continuaram impondo seu domínio.

Ponte de São José do Rio Pardo: cartão-postal da cidade e o grande motivo da estadia de Euclides na cidade

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Trabalhadores voluntários ajudam a transformar a sociedadeA reportagem especial desta edição do Fala

José vem mostrar a importância do trabalho quando é realizado com dedicação, amor, garra e não apenas para obter lucros e recursos financeiros. Há pessoas que trabalham sem ganhar nada em troca, ou seja, sem ganhar dinheiro. É quando o trabalho é voluntário. Na comunidade do Jardim Califórnia, muitos são os exemplos de trabalho em prol da trans-formação da sociedade.

O trabalho voluntário é uma forma de ajudar o próximo sem ter qualquer benefício financeiro em troca, apenas a satisfação, a amizade, a felici-dade e o agradecimento do próximo.

Há 30 anos como membro integrante da Conferência Vicentina, Maria do Carmo Pereira, 61 anos, ajuda as pessoas necessita-das do bairro. São trabalhos de distribuição de cesta básica, apoio às famílias, tudo isso alicerçado na fé católica. É muito comum que os trabalhadores voluntários sejam ligados a alguma doutrina religiosa. O espírito da fé e na crença de um ser maior faz com que as pes-soas ajudem umas as outras. Mas nem sempre isso é uma regra. Existem muitos trabalhos de ONGs (Organizações Não Governamentais) e outros que não possuem vínculo religioso. Mãe de cinco filhos, Maria do Carmo é consócia vicentina, título que recebem as mulheres na Conferência Vicentina. Já os homens recebem a designação de confrade. Assim como todas as pessoas que desenvolvem trabalho voluntá-rio, dona Maria do Carmo sabe bem o que é preciso para prosseguir adiante e continuar a

Quando a roda de capoeira se forma e o som do berimbau dá início ao jogo no Jardim Califórnia, não pode faltar a figura de Alexan-dre Duarte Costa, o Xandão. Há alguns anos o professor de capoeira vem desenvolvendo um trabalho voluntário na comunidade com o intuito de ensinar a arte da capoeira e ao mesmo tempo colaborar com a formação cidadã de crianças, adolescentes e jovens.

Soldador por profissão, Xandão está afas-tado do trabalho por problemas de saúde e com isso tem seu tempo livre para se dedicar ao ensino da capoeira: ficar parado jamais! Às quartas e sábados as aulas acontecem no Projeto Amar. Às quartas e domingos, na Escola São José; às sextas na Escola Emilia Leal. E ainda às terças e quintas na Escola Amélia Jabace. Todos os encontros são abertos à comunidade, mas é necessária a autorização dos pais.

Aos 37 anos, Xandão conhece a capoeira desde os 11 anos e cresceu no Jardim Califór-nia. Hoje, da união com Saionara nasceram os filhos Larissa (14 anos) e Cauã Alexandre (8

anos). Cauã também está seguindo os passos do pai e é amante da capoeira. Larissa não é adepta ao esporte, mas Xandão afirma que muitas meninas praticam a capoeira.

O trabalho voluntário do capoeirista não dá nenhum retorno financeiro, mas ele afirma que o retorno vem de outras formas. O reconhe-cimento perante a comunidade deixa Xandão feliz. Dentre as dificuldades encontradas estão os gastos com uniforme e o apoio à participação em competições. “É um esporte muito bonito e que hoje é bem visto. Antes tinha muito preconceito, mas hoje diminuiu muito. O reco-nhecimento é muito bom. Quando a gente vê os meninos na rua e chama a gente de professor, isso mexe com a gente”, contou.

Foi com a vontade de aprender que Xandão conseguiu a habilidade e a ginga na capoeira. Quando criança, todas as vezes que via uma roda de capoeira ficava encantado e hoje pro-cura proporcionar esta mesma alegria a outros meninos e meninas que não têm condição de pagar um curso de capoeira.

Capoeirista é exemplo de voluntariado no Jardim Califórnia

Com mais esse exemplo de luta e garra no trabalho voluntário, as comunidades do Jardim Califórnia e Escola São José são construídas com um trabalho sério e realizado com muito amor. Xandão é exemplo na capoeira e muitos outros que aqui não foram mostrados também desempenham seu papel na sociedade. O convite do Fala José é para que todos possam

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Reportagem: Camila Atílio (1º M1 – 2010), Carolina Atílio (1º M2 – 2010), Rafaela Bruna (1º M1 – 201). Colaboraram: Danilo Vizibeli e Gilza Mendes.

missão. “O trabalho voluntário requer amor, paciência, tolerância”, conta lembrando que é importante a disciplina para fazer o trabalho de forma responsável e eficiente.

Para dona Maria do Carmo o trabalho voluntário é uma forma de servir a Deus. Ela considera também um elo que ajuda as pessoas. “Porque às vezes as pessoas estão precisando de assistência e não sabem a quem recorrer e

a pessoa que faz o trabalho voluntário é como um canal pra encaminhar essa pessoa que ne-cessita de ajuda aos lugares certos onde pode encontrar o que precisa”.

Com a população mundial cada vez maior, as necessidades também aumentam. Diversas pessoas necessitam da ajuda da sociedade para levarem uma vida digna. Os governos possuem programas de assistência social, mas

muitas vezes eles não são suficientes para socorrer a demanda da população. A parceria entre governo e terceiro setor (a camada da população que é intermediária entre o Estado e a iniciativa privada, e que inclui ONGs e trabalhos voluntários) é benéfica para de-senvolver um trabalho mais produtivo. “No mundo hoje existem muitas pessoas passando necessidade e os governos sozinhos não dão conta de socorrer e ajudar essas pessoas. Acho que o apoio do governo, destinação de mais recursos financeiros para as obras de trabalho voluntário, ajudariam muito. Essa parceria é importante”, destaca Maria do Carmo.

Outro exemplo de dedicação e trabalho vo-luntário é Irene Aparecida Soares Paula que é uma das coordenadoras da Pastoral da Criança, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima.

O trabalho da Pastoral é ajudar mães grá-vidas e crianças. Irene presta esse trabalho há oito anos. Ela chama atenção também para a divulgação, sendo que muitas pessoas desconhecem as formas de poder ajudar. “Tem muitas pessoas que nem sabem que existe esse tipo de trabalho. Aconselho àquelas pessoas que querem trabalhar vo-luntariamente que se dediquem, façam de coração e tenham boa vontade”.

Maria do Carmo Pereira é voluntária da Conferência Vicentina há 30 anos

colaborar para um mundo melhor. O trabalho é muito. O dinheiro é pouco. Mas, a vitória é grande. Do que adianta apenas o dinheiro, o sucesso profissional, se não há o senso de comunidade, de partilha, de ajuda mútua ao próximo? Eis que Fernando Pessoa já dizia: “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”.

Alunos de Xandão jogam capoeira

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Curta-metragem conquista 2º lugar no Festival Selton Mello de Vídeo

ESCOLA EM AÇÃO

Alunos do 3º ano do Ensino Médio conquis-taram a 2ª posição no Festival Selton Mello de Vídeo – organizado pela Faculdade de Comu-nicação de Passos (Facomp – FESP/UEMG), com a apresentação do curta-metragem “O Anel”. O evento de finalização do concurso aconteceu no dia 25 de novembro de 2010 no Auditório Professor Armando Righetto – Bloco 8 da FESP.

A produção envolveu os seguintes alunos: Jean Lucas Rosa, Aline de Andrade Rolim, Crisley Henrique Guimarães, Daniela Cristi-na de Souza, Franklin Justino Teixeira, Silas Augusto dos Reis, Matheus Damasceno e Jean Borges (autor e diretor). Eles foram coordena-dos pela professora de Artes, Adriana Beatriz Polez Rocha e pelo professor de História, Fa-biano Amorim Costa que também participou como ator.

O filme “O Anel” é uma ficção bem humo-rada sobre um pai que ao contar uma história para o filho dormir mergulha na sua própria

A Escola São José vem desenvolvendo desde 2008 um projeto de Viagens Culturais com o objetivo de levar os alunos a conhecerem cida-des históricas e pontos turísticos importantes do Brasil. Sob a coordenação da vice-diretora Maria Cândida Brandão Farjala e dos profes-sores Fabiano Amorim (História) e Fátima Reis (Geografia), a organização das viagens começa com bastante antecedência.

Para diminuir os custos com o passeio a escola promove eventos para angariar recur-sos como bazares, festas, rifas, com os quais é possível subsidiar boa parte dos gastos que incluem transporte, alimentação, ingressos em locais de visitação.

A primeira viagem em 2008 foi para São Paulo, onde os alunos conheceram o Museu do Ipiranga e a Estação Ciências da USP. A segunda, em 2009, teve como destino Ouro Preto, com o objetivo de conhecer a cidade emblema do ciclo do ouro colonial. Em 2010 foi a vez também das históricas Tiradentes e São João del-Rei com suas igrejas, seus mu-seus. “Viajamos de ‘Maria Fumaça’ e os alunos

Viagens Culturais levam alunos pelo Brasil afora

gostaram bastante”, conta Maria Cândida.Para 2011, o grupo de organização está

planejando uma volta a São Paulo para visitar algumas das muitas exposições culturais que a metrópole disponibiliza e o Parque do Ibi-rapuera com seus vários museus e o aquário. “Este projeto ainda está em gestação. O ob-jetivo desses projetos é ampliar os horizontes desses jovens dando-lhes oportunidades de conhecer outros lugares e não somente o local onde estão inseridos”, afirma Maria Cândida, lembrando que nas cidades históricas a viagem promoveu uma verdadeira volta ao período colonial que tanto vemos nos livros, com sua arquitetura, a influência da religião nessas cidades, sua geografia, seus minérios, sua arte (Barroco Mineiro), artistas como Aleijadinho, Mestre Ataíde entre outros. “As viagens são sempre um sucesso, atingem seus objetivos, vários professores participam e os alunos ficam totalmente envolvidos com o projeto e dão um show no comportamento, com maturidade e interesse por esses passeios”, conclui a vice-diretora.

O aluno Guilherme Santos Lara ao lado do busto de Tiradentes

história de vida e luta com seu irmão pela posse de um anel mágico deixado pelo seu falecido pai com supostos poderes. As cenas de lutas são repletas de efeitos especiais tra-balhados em estúdio numa inovadora técnica de filmagem e montagem.

“A conquista do 2° lugar pela escola, entre tantos participantes veio coroar um trabalho que foi fruto de muito empenho, dedicação e perseverança de nossos alunos que sempre se mantiveram firmes em seu objetivo de executar um trabalho criativo e mais aprimo-rado que o do ano anterior. Essa conquista veio demonstrar uma grande habilidade , maturidade e uma perfeita assimilação dessa nova linguagem de mídia que é a produção de vídeo”, destacou a professora Adriana completando que o festival é importante pois é uma excelente oportunidade para que os alunos possam ter contato com no-vas linguagens e tecnologias. “O festival é estimulante e desafiador!”

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O autor e diretor do vídeo Jean Borges com o professor Diego Vasconcelos um dos organizadores do festival

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Igreja Matriz de Tiradentes

Festival de Interpretação de PoesiasA escola também brilhou no Festival de Poesias realizado pela FESP no dia

24 de setembro de 2010 também no Auditório Professor Armando Righetto. A aluna Ana Flávia Reis Silva, representou o Ensino Fundamental interpretando o poema “Cântico da Terra”, de Cora Coralina. Sabrina Ventura representou o Ensino Médio com o poema “Tempo e Artista”, de Chico Buarque.

O Festival tem como objetivos despertar nos alunos o interesse pelo texto poético, divulgar poetas brasileiros e portugueses e possibilitar o desenvolvi-mento da leitura oral com foco na interpretação de texto além de possibilitar o exercício da dramatização. Ar

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COMUNIDADE ATIVA Escola participa de Projeto Disciplinar

A Escola São José está participando desde junho de 2010 de um projeto disciplinar em parceria com as secretarias – municipal e esta-dual – de Educação, Polícia Militar, Exército e o Ministério Público. Além do São José, participam a Escola Estadual Professora Júlia Kubitschek e as municipais Jalile Barbosa Ca-lixto e Amélia Jabace.

O objetivo do projeto, que teve a iniciativa e colaboração do promotor de justiça, Paulo Márcio da Silva, que atualmente não se en-contra mais em Passos, é dar um suporte às escolas quanto à questão disciplinar, tentan-do atender primeiramente infrações graves como alunos com atitudes agressivas e uso de drogas. Outro ponto principal do projeto é o combate ao uso de aparelhos eletrônicos como celulares, iPods e MP3 durante as aulas. “A maioria dos alunos já não usam bonés, não portam material eletrônico e nem celulares nas salas de aula. A disciplina está melhorando muito”, conta a vice-diretora e uma das idealizadoras do projeto Durce Vânia da Silva Villaça.

O promotor Paulo Márcio, quando estava trabalhando no projeto, convocou os alunos que apresentavam problemas de disciplina,

juntamente com seus respectivos familiares e a escola, para encontrar uma alternativa que atenuasse, ou mesmo extinguisse o compor-tamento indesejado de alguns alunos, contri-buindo também para uma formação pautada no respeito e na conduta ética e trazendo resultados positivos tanto para o aluno, quanto para a escola e a família.

Em julho de 2010 o promotor fez um encontro na escola para conversar com os pro-fessores e apresentar melhor o projeto. Sobre o uso de aparelhos eletrônicos, Durce Vânia lem-bra que esses objetos tiram a atenção dos alunos durante as aulas, podendo haver comunicação com o exterior da escola. “Essa proibição foi feita através de um comunicado endereçado aos pais e responsáveis pelos alunos, falando o motivo da proibição”, comentou.

A vice-diretora considera que o problema não está no uso dos aparelhos eletrônicos durante as aulas, mas sim no comportamento do aluno que deve estar ciente de como fazer um bom uso desses aparelhos, principal-mente na sala de aula. “Além disso, temos a preocupação com a integridade do aluno, enquanto nossa responsabilidade, para evitar problemas maiores”, destacou.

Palestra discute DST’sCom a coordenação das professoras Diana

Carolina de Souza, a turma do PAV I (Projeto Acelerar para Vencer), do período vespertino participou, no dia 22 de agosto de 2010, na Escola São José, de uma palestra sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) proferida por Cleide Augusta de Queiroz, enfermeira do Ambulatório Escola da Fundação de Ensino

Palestra alerta sobre as drogasOs alunos do PAV I (Projeto Acelerar para

Vencer) do período vespertino participaram do projeto “Viajando no Conhecimento”, o qual surgiu da necessidade de se falar abertamente sobre as drogas, de trocar e adquirir informa-ções sobre o assunto. As atividades contaram com a colaboração da professora de Língua portuguesa Marisa Aparecida Martins Rodri-gues, que trabalhou o filme “Cazuza”; Marísia

Teodora dos Reis, professora de Matemática que trabalhou gráficos relacionados ao tema e a professora Marise Pacheco que confeccionou cartazes junto aos alunos. O projeto contou com a coordenação da professora de Ciências Diana Carolina Souza que convidou Sandro Lemos Pereira, um dos voluntários do grupo Narcóticos Anônimos de Passos, que proferiu uma palestra sobre o uso de drogas.

Alunos do PAV I junto ao palestrante

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E. E

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José

Superior de Passos (FESP/UEMG). O objetivo dessa atividade foi explicar através de conceitos, com o uso de slides o que são, quais são os sintomas e o tratamento das DST’s, ressaltando a necessidade do uso de preservativos. As pro-fessoras responsáveis destacaram a importância do tema, visto que se trata de um problema de saúde pública.

O professor Daniel Robert Suarez, de origem cubana, está coordenando o Projeto Escola do Esporte “Mão Solidária”. Em parceria com a Fundação de Ensino Superior de Passos (FESP/UEMG), num momento inicial, oferece aulas de handball para os alunos da Escola São José.

As aulas acontecem duas vezes por semana no entreturno escolar. As atividades desen-volvem a formação cidadã, crítica e participa-tiva e também as competências e habilidades psicomotoras, socioafetivas e cognitivas. De acordo com o coordenador, o projeto também desperta para a formação profissional em áreas sociais de educação e saúde e conscientiza para a importância das atividades físicas na melho-ra e manutenção da qualidade de vida. “O esporte é um grande atrativo que pode abrir novas oportunidades para todos”, afirmou o professor Daniel. Os interessados em partici-par das aulas de handball podem procurar a professora Flávia ou a coordenação da escola para fazer a inscrição. É a Escola São José apostando que o esporte ajuda a desenvolver as potencialidades dos alunos.

Os alunos Sidney Donizete da Silva (1º M4) e Túlio Pereira de Carvalho (9º M2) participaram do Campeonato Regional Sul de Natação e da 4ª Fase do Campeonato Mineiro Regional Sul, realizados no dia 28 de agosto de 2010 e no dia 2 de outubro de 2010, em Varginha (MG) e São Lourenço (MG), respectivamente.

Os competidores representaram Passos, o Clube Passense de Natação (CPN) e a Escola São José. Sidney conquistou em Varginha, duas medalhas de prata, uma nos 50 metros borboleta e outra nos 100 metros medley livre revezamento. Em São Lourenço conquistou ouro nos 4 x 100 medley revezamento e prata nos 200 metros livre. Túlio conquistou em Var-ginha, duas medalhas de prata nos 50 metros peito e 100 metros livre revezamento e uma medalha de bronze nos 100 metros peito. Em São Lourenço conquistou um bronze nos 200 metros peito, uma prata nos 50 metros peito e uma prata nos 4 x 100 medley.

Nos dias 21 a 24 de outubro aconteceu o Campeonato Mineiro de Natação, no Minas Tênis Clube em Belo Horizonte e o atleta Túlio ficou em sétimo lugar.

Professor cubano desenvolve

projeto esportivo

Alunos sãodestaque

na natação

Page 8: Jornal Fala José - 3ª edição

PAINEL CULTURALA GENTE SE ACOSTUMA...

Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia...A gente se acostuma a ver buracos nas ruas, bueiros entupidos e lixo espalhado por elas. A

gente se acostuma, mas não devia...A gente se acostuma a ver acidentes, mortalidade, criminalidade. A gente se acostuma a ver jovens no mundo das drogas e do crime, garotas de 14 a 17 anos engravidarem mais cedo e

perderem sua adolescência. Se acostuma a ver gente nas ruas porque não tem casas. A gente se acostuma, mas não devia...

A gente se acostuma a ver professores fazerem greve porque não recebem o que merecem, apesar de trabalharem 12 horas por dia e chegar em casa morto de casaço pra ganhar menos

que merecem.A gente se acostuma a ver nossos pais e mães irem trabalhar cedo e doentes pra ganhar quase

nada do que merecem.A gente se acostuma com tudo isso por medo de falar, o povo ou a gente não tem voz e é por

isso que a gente se acostuma, mas não devia...

Taís Aparecida Oliveira Marthins – 9º M4 – 2010

Diz aí, Iraci! Negada por todosnas ruas do bairro, só porque não

tem teto nem roupas legais.Diz aí, Iraci!

Perdida no mundo sem nadana mão, sem arroz e feijão.

Diz aí, Iraci!

Não tem marido, nem filho,é um caso perdido

Porque é sozinha no mundo.

Ramon, Letícia do Santos e Junia Manicardi – 9º M4 – 2010

Você já parou pra pensar como é o sonho e o tempo? Dizem que o sonho nunca acaba e o tempo não para. Mas, alguns anos atrás, eu não pensava assim. Queria mais era curtir, ser descolada, ter várias coisas. Sabe como é jovem, não ouve ninguém, não obedece a ninguém... A maioria é assim e eu estava no meio dessa maioria.

Sempre sonhei em ser enfermeira, mas achei que o dinheiro era o mais importante. Saí da escola. Era uma ma-ravilha. Logo senti o cansaço do serviço braçal. Mas, nessa época, você pensa: “Estou ganhando dinheiro e daí? Estudar pra quê? Tenho muito tempo, sou jovem ainda”.

Assim passam os anos e você pensa: “Puxa, bem que os caretas tinham razão”.

Mas, você se casa, vêm os filhos e aí tem que arrumar tempo pra tudo. E o sonho? É então que você começa a pensar: “Será que é tarde pra voltar?”. Então, bate aquele cansaço.

É, mesmo assim, voltei pra escola. E foi justo na sala de aula que ouvi estas palavras: “O estudo não é só para o trabalho, mas também para que as pessoas adquiram o conhecimento”.

E é assim que tento arrumar tempo e realizar o meu sonho. Não o sonho de quando era jovem, mas sim o do conheci-mento. Sabe por quê? O tempo não para e o sonho nunca acaba.

Vanice Aparecida Dias 2º EF1 – Noturno – 2010

A vida é tão mais divertida e fácil quan-do demonstramos ser o que realmente somos, quando agimos como nos senti-mos em determinadas situações. Muitas vezes dizemos que as aparências nos enganam, como por exemplo, quan-do olhamos para uma pessoa com rosto angelical, um belo sorriso, gestos suaves. Talvez seríamos incapazes de dizer que aquela pessoa séria é capaz de cometer um ato cruel. Por outro lado, um rapaz cheio de tatu-agens, com piercing, cabeça raspada, es-tilo meio roqueiro, à primeira vista talvez o julguemos um marginal. Infelizmente muitas pessoas são injustiçadas devido à aparência. Outro exemplo seria olharmos para a capa de um livro ler o seu título e de cara dizer que ele é um livro desin-teressante, mas ao ler a história acabaria gostando ou nos identificando. Temos que aprender que o que nós ve-mos por fora é apenas uma capa e o que realmente vale são as qualidades. Assim, seríamos mais humildes e cometeríamos menos erros antes de julgar alguma coisa ou alguém.

Jayane Lemos – 3º M2 – 2010

“ C o m o a d v e n t o d a t e c n o l o -gia e o surgimento do livro eletrôni-co, o l ivro t radic ional va i acabar?”

Essa foi a pergunta que os repórteres do jornal Fala José fizeram a estudantes e a pes-soas da comunidade do Jardim Califórnia. O assunto surgiu através da leitura de um texto intitulado “Livro eletrônico”, de autoria de Lya Luft na revista Veja de 15 de setembro de 2010. Será que o papel vai mesmo acabar? Será que nossos tradicionais livros serão subs-tituídos por telas de computadores portáteis? Há quem diga que sim, há quem diga que não. No texto, Lya Luft parece estar certa de que os livros não acabarão: “As discussões sobre o fim do livro e a morte das editoras, quem sabe dos escritores, me parecem tolas, ma-terial de intermináveis diálogos e discussões vazias”. E a comunidade o que acha disso?

“Acho que a preferência da população será pelo livro eletrônico por seu acesso ser mais fácil e a possibilidade de encon-trar conteúdos complementares. Mas, o livro comum não deixará de existir”.

Mauro Sérgio de Araújo – 18 anos – Técnico em vigilância em saúde (está-gio) e cursando 3º ano do Ensino Médio

“Não. A tecnologia está avançada, mas

o livro é a preferência da maioria, apesar da facilidade de acessos aos livros eletrônicos”

Jonielson Thiago de Oliveira17 anos – Músico e aluno do 3º ano do

Ensino Médio

“Não. Mas o uso do livro comum com certeza vai diminuir porque, por exem-plo, hoje não buscamos mais os livros para fazermos pesquisas, mas sim busca-mos a internet. O uso já está mudando”.

Jéssica Ventura Coimbra18 anos – estudante do 3º ano do

Ensino Médio“Não. Porque como há fonte eletrônica

tem que haver a fonte escrita. Mesmo que o li-vro eletrônico venha se sobressair mais, não há como extinguir o livro convencional didático”.

Rosimeire - 18 anos – 3º ano do Ensino Médio

“Não. Porque a essênc ia das in -formações está presente nos livros, mes-m o c o m o a v a n ç o d a t e c n o l o g i a ” .

Maira Cristina Rosa - 15 anos – estudante

“Não. Porque com os livros eletrôni-cos a gente não vai ter imaginação, pois geralmente quando a gente lê um livro simplesmente viajamos e com os livros eletrônicos não será a mesma coisa”.

Duliane Maira Oliveira - 16 anos - estudante

“Não. Porque mesmo se o mundo avan-çar na tecnologia, sempre vai ter alguém que prefira ler um livro de papel e muita gente não tem condição de acompanhar esses avanços”.

Ângela Amaral Melo - 15 anos - estudante

Enquete elaborada pelos alunos Camila Atílio (1º M1 – 2010), Carolina Atílio (1º M2 – 2010), Rafaela Bruna (1º M1 – 2010), Daniela Cristina (3º Ensino Médio – 2010) e Augusto Ribeiro Lafaete (1º M1 – 2010) – par-ticipantes do Projeto Jornalismo na Escola 2010

O SONHO E O TEMPO

DUAS FACES

DIZ AÍ, IRACI

ENQUETE: LIVRO ELETRÔNICO

Entre mágoas que me arrastam para trásE o desejo que me instiga a viver,

O medo é ficar estacionadaPela vontade de não mais sofrer.

Dos ideais que não ousei sonhar,Dos amigos que não conquistei,Das lutas que eu não quis travar,

Dos sonhos que não realizei...

Das noites que eu tive insôniaPor alguns sentimentos estranhos,

Pela incerteza dos meus acertosE a certeza dos muitos enganos...

É que desejo aprender...A necessidade de perdoar

A humildade de pedir perdãoPara entrar com os pés descalços,

No santuário de uma intenção.

Para dar sentido à vida,Que aos poucos se afasta da alma,

Com paciência e calma entenderQue eu sou simples mortal,

E buscar dentro da realidadeA felicidade de um sonho ideal.

Que a experiência que o tempo me deuPermita diminuir-me

Para que meus filhos mostrem seus atosCrescendo através de mim,

Julgando menos e amando mais,Sonhando muito e correndo atrás.

Para o futuro deixo as experiências do passado

Com meus erros e meus acertos.Este é o meu único legado.

Célia Regina Ferreira – 3º EF1 – 2010

EXPERIÊNCIAS

Os meus olhos derramam lágrimas,Lágrimas de saudade,

Saudade essa que sinto de alguém,Alguém que quando vejo

faz com que esse mesmos olhosbrilhem como o sol brilha pela manhã.

Olhos tristes e ao mesmo tempo felizes;Olhos que presenciamo que não querem ver,

e que acabam voltando a chorar,de saudade de você.

Amanda Couto – 2º M1 – 2010

LÁGRIMAS DE SAUDADE

Mário era um cara que não tinha nada...Só roubava e vivia na gandaia...Era viciado, só vivia drogado...

Quando na infância,Era um menino bom,

Tinha família e amigos...Quando cresceu, se perdeu no mundo,em um poço sem fundo era igual um

vagabundo.Agora Mário se transformou:

É um ex-viciado e um ex-condenado.

Mas o preconceito continua,Mas nunca perde a esperança.

Caroline da Silva Batista e Rafael Santos – 9º M4 – 2010

O MENINO MÁRIO


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