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Page 1: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 147 | agosto de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

FrutasGeral Legumes Verduras Diversos-1,10%2,57% 27,63% 5,74% -2,12% -9,28/%BaixaAlta Alta Alta Baixa Baixa

Índice Ceagesp - julho 2012

Pescado

Abracen debate futuro do abastecimento alimentar

Frutas | Fitopatologia

Comércio | Ceagesp

Alimentação | Saúde

Incidência de vírus pode inviabilizar cultura do mamão

Estudo mostra movimentação por dias da semana no entreposto

Pesquisa mostra que dieta do paulistano é deficiente

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Produtores de Atibaia colhem morangos certificados

Frutas importadas ampliam mercado na CeagespExportadores aproveitam brechas na produção nacional

A primeira razão do reembalamento é a mudança da sacaria de 50 qui-los para 25 quilos, seguida da ne-cessidade de melhoria da classifica-ção para atender às exigências dos compradores do varejo e do serviço de alimentação.

Os resultados das avaliações sen-soriais e de compostos voláteis mostram que existe diferença de percepção de aroma e de sabor en-tre os alhos roxo e branco.

ALHO ROXO X BRANCO

SACARIA DE BATATA

NESTA EDIÇÃO

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Pág. 28

Págs. 4 e 5

Caminhoneiros poderão descansar em postos

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02 Editorial

Turismo no siteAcesse e leia as dicas para Treze Tilias: www.jornalentreposto.com.br/turismo

Carolina de Scicco

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Pesquisa mostra América Latina como prioridade para expansão internacional do agronegócio brasileiro

O agronegócio brasileiro tem for-tes perspectivas de expansão interna-cional e coloca a América Latina como prioridade entre os mercados-alvo para investimentos, parcerias comer-ciais e operações internacionais.

O interesse pela Argentina foi de-monstrado por 35% dos empresários do setor consultados por sondagem da Amcham. Em seguida, aparecem Chile (22%), Colômbia (17%) e Ve-nezuela (11%). Uma fatia de 40% dos respondentes escolheu outros países latino-americanos.

Os Estados Unidos foram aponta-dos por 40% como o principal des-tino de interesse e a China por 33%.

Vale ressaltar também que a África foi lembrada por 25%. O estudo ouviu 84 altos gestores de empresas asso-ciadas à Amcham que integram a ca-deia do agronegócio entre 16 e 31 de julho.

Ainda considerando o cenário in-ternacional, os empresários demons-tram preocupações com acordos in-ternacionais e protecionismo. Nada menos que 64% da amostra avaliam que há uma tendência de que o cha-mado ‘protecionismo verde’ seja con-siderado nos acordos globais, criando barreiras para os alimentos exporta-dos pelo País.

Também são 64% os que concor-

dam com a a�irmação de que as crises econômicas levam a uma tendência de adiamento de acordos e negocia-ções internacionais.

Em relação ao Mercosul, 67% pen-sam que o alto ‘Custo Brasil’ di�iculta a competitividade do bloco. Uma par-cela de 52% analisa que o Mercosul emperra as negociações de acordos comerciais bilaterais.

A pesquisa abordou ainda desa-�ios a uma maior competitividade do agronegócio brasileiro, prioridades do setor em termos de infraestrutura e quais são as frentes de investimen-tos consideradas para os próximos três anos.

Argentina Chile Colômbia Venezuela

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março de 2011 03Editorial 03agosto de 2012Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

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04 Encontro AbracenJORNAL ENTREPOSTO

Um jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Dirigentes e técnicos das Ceasas de todo o Brasil se reu-niram para mais uma edição do Encontro Nacional da Abra-cen (Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento), realizado entre os dias 1 e 3 de agosto no Rio de Janeiro. Na pauta, temas importantes no dia a dia dos entrepostos, como a questão dos resíduos de agro-tóxicos, segurança alimentar e o desafio das Ceasas em se adequar à Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

Para o vice-presidente da Federação Latino-americana de Mercados de Abastecimento (Flama) e presidente da Ceasa Ceará, Reginaldo Moreira, esses encontros, realizados a cada três meses, são importantes

para fortalecer os entrepostos e mostrar as diretrizes que de-vem ser seguidas pelas centrais de abastecimento.

“Antes havia uma luta entre empresários e a Abracen e hoje existe uma unidade, mostrando que estamos no caminho certo”, opinou.

Para o presidente da Ceasa/RJ, Leonardo Brandão, a esco-lha da cidade foi ao encontro com o momento privilegiado que o estado vem vivendo e com o processo de revitalização que a empresa fluminense está passando. “Queremos apro-veitar esse círculo virtuoso de eventos do Rio de Janeiro para inserir a Ceasa nas discussões e pensar no futuro”, analisou Brandão.

Um dos temas amplamente debatidos foi a apresentação de propostas para a criação do Pla-no Nacional de Abastecimento (PNA), atendendo ao desafio proposto pelo Ministério da Agricultura, de avaliar o abas-tecimento nacional sob a ótica das centrais de abastecimento. Para a Abracen, as Ceasas bra-sileiras precisam de estratégias que possam articular ações que não podem ser resolvidas ape-nas de forma isolada em cada central de abastecimento. Para a entidade, questões como ro-tulagem, modernização das embalagens, uso de defensivos agrícolas, padrões sanitários, entre outros devem ser trata-das em âmbito nacional.

O texto apresentado traz um conjunto de propostas de ações governamentais a se-rem adotadas, com o objetivo de promover e desenvolver o abastecimento e a segurança alimentar no país. O ponto de partida sugerido é a criação de um órgão, vinculado ao Mi-nistério, capaz de articular as ações das Ceasas. Para o presi-dente da Abracen e presidente da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages, esta é uma boa oportunidade para as centrais de abastecimento e deve revi-talizar o setor. “Nosso desejo é que o PNA seja realidade nas Ceasas e que possa construir uma linguagem comum a todos os mercados”, disse.

Temas como classificação de produtos, desperdício de alimentos, rastreabilidade, em-balagens, entre muito outros, também são abordados na pro-posta apresentada o governo.

Recuperação das Ceasas

A Abracen avalia que a situ-ação atual das centrais de abas-tecimento exige um programa de reestruturação da infraes-trutura e da gestão, que seria possível com a implantação do que foi chamado de Receasa - Programa de Recuperação das Centrais de Abastecimento -, que financiaria a transforma-ção dos entrepostos em centros de consolidação e distribuição dos produtos, e em centros de informação, desenvolvimento, capacitação, controle de qua-lidade e de apoio ao pequeno produtor, ao pequeno varejo e ao pequeno serviço de alimen-tação. “Acreditamos que o go-verno tem uma dívida com as Ceasas por tê-las abandonado na década de 1980”, finalizou Paixão Lages referindo-se ao desmantelamento do antigo Si-nac (Sistema Nacional de Cen-trais de Abastecimento), criado nos anos 1970 para estabelecer normas de comercialização e incentivar a produção de horti-granjeiros. (V.C.)

Abracen discute abastecimento alimentar em encontro no RJDurante os três dias do evento, especialistas debateram a reestruturação das Ceasas e os desafios de oferecer alimentos de qualidade à população brasileira

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agosto de 2012 05Encontro AbracenUm jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Dois assuntos ocuparam grande parte dos debates duran-te o Encontro da Abracen e esti-veram no centro das discussões entre especialistas e dirigentes

Um dos temas abordados foi a questão dos resíduos de agro-tóxicos nos produtos comercia-lizados nas centrais de abaste-cimento - atualmente, somente algumas Ceasas realizam moni-toramento nos produtos.

Segundo a superintendente de vigilância e fiscalização sa-nitária em alimentos do Rio de Janeiro, Maria de Fátima Rosa, hoje o Brasil é o maior consumi-dor mundial de agrotóxicos e há três anos consecutivos, nota-se um aumento da utilização des-ses produtos - em 2010 houve um aumento de 190% em rela-ção a 2009 -. “É uma média de 5,2 litros de agrotóxico por habi-tante/ano e isso é muito grave; é preciso informar o consumidor sobre o que ele está consumin-do e isso passa por toda a cadeia produtiva”, disse Maria de Fáti-ma durante sua palestra.

A superintendente reconhe-ceu a dificuldade de implantar a rastreabilidade nos produtos e citou o exemplo do Estado do Paraná, onde o Ministério Pú-blico determinou que fossem escolhidas cinco culturas para rastrear. Assim, banana, maçã, mamão, uva e morango passa-ram a ser analisadas de forma regular. “É um projeto digno de ser copiado”, opinou.

Na opinião da executiva, as Ceasas devem começar a exi-gir rastreabilidade, começando como no Rio Grande do Sul, que elegeu uma cultura para rastre-ar. Ela citou ainda os exemplos

de Pernambuco, São Paulo e Mi-nas Gerais, que analisam grande parte dos produtos comerciali-zados em seus entrepostos. “Há a necessidade de padronizar procedimentos e adequar as centrais de abastecimento à le-gislação vigente porque o con-sumidor sabe dos seus direitos e está mais exigente, portanto vai chegar o momento em que a rastreablidade vai ter que ser implantada”, afirmou.

Na avaliação do diretor téc-nico operacional da Ceasa Per-mabuco, Paulo de Tarso, é inad-missível que depois de 11 anos da implantação do PARA, ainda se esteja na fase de monitora-mento. “Já deveríamos estar no controle de resíduos de agrotó-xicos e não apenas monitoran-do”. Segundo ele, em Pernam-buco o produto que é detectado com excesso de agrotóxico não entra na Ceasa. O executivo citou o episódio em que o pimentão da cidade de Boqueirão, um dos maiores produtores do Estado, foi impedido de entrar na Ce-asa por apresentar excesso de resíduos. Após a ocorrência, a prefeitura daquela cidade con-tratou agrônomos para monito-rar o produto, demonstrando, na opinião dele, a importância da Ceasa como nicho de merca-do. “Quando barramos um pro-duto, vamos até os produtores para orientá-los porque muitas vezes eles não têm conhecimen-to de que o uso de determinado agrotóxico é proibido”, lembrou Tarso.

Para diminuir o elevado cus-to das análises, a Ceasa Pernam-buco criou um fundo de análises de resíduos e agora todo carro

que entra no mercado paga uma taxa de R$ 1, repassado ao fun-do. “Assim, a Ceasa ganhou cre-dibilidade junto à população”, disse Tarso.

Para a chefe do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, Anita de Souza Dias Gutierrez, o problema [dos agro-tóxicos] já é discutido há muito tempo e é necessário se chegar a uma solução logo. Segundo ela, a maior dificuldade é a falta de registro ou de extensão de uso de agrotóxicos para diversas culturas. “Eu chamo de terroris-mo alimentar quando a Anvisa pune todos os produtores de um Estado quando detecta resídu-os em um produto”, disse Anita. Na opinião da engenheira agrô-noma, a Anvisa deveria exigir a rotulagem dos produtos, o que seria o caminho mais fácil para a rastreabilidade.

Resíduos Sólidos

O desafio das Ceasas em atender às exigências da Políti-ca Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foi outro destaque do encontro. Essa política, apro-vada em 2010 depois de duas décadas de discussão, visa or-ganizar a forma como o país trata o lixo, incentivando a reci-clagem e a sustentabilidade. A PNRS prevê, entre outros itens, o princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o que abrange fa-bricantes, importadores, distri-buidores, comerciantes e consu-midores.

A gerente da divisão técnica da Ceasa Paraná, Clarice Santos, levou o exemplo do entreposto

Gestão de resíduos sólidos e agrotóxicos na pauta das Ceasas

“[A gestão dos resíduos só-lidos] é um problema que pode comprometer todo o trabalho das nossas centrais”.Carmo Rubillota Zeitune Ceasa ES

“A responsabilização do per-missionário é que permitirá uma série de ações, mas ele não pode ser o único responsável”.Anita de Souza Dias GutierrezCeagesp

“Já deveríamos estar no con-trole de resíduos de agrotóxicos e não apenas monitorando”.Paulo de Tarso Ceasa PE

“Nosso desejo é que o PNA seja realidade nas Ceasas e que possa construir uma linguagem comum a todos os mercados”João Alberto Paixão LagesAbracen/Ceasa MG

de Curitiba, que já trabalha com gestão dos resíduos seguindo os requisitos da nova lei. Naquela cidade, o Ministério Público exi-giu que cada permissionário ti-vesse um plano de gestão de re-síduos. Segundo Clarice, a maior dificuldade foi fazer a separação correta dos resíduos. Para re-solver o problema, as caçambas coletoras foram retiradas do mercado e foram implantados os chamados ecopontos, locais onde cada permissionário leva seu material já devidamente se-parado. “Como membros do po-der público, temos que ser indu-tores dessas ações para destinar os resíduos de forma adequada”, disse a gerente.

De acordo com a lei, toda pessoa jurídica deve ter um pla-no de gestão, pois ele é respon-sável pelo resíduo que gera. Se-gundo o especialista em gestão ambiental, Belarmino Correia, que ajudou a implantar o plano na Ceasa paranaense, cada per-missionário deve elaborar o seu próprio plano para que, a partir daí, a Ceasa possa traçar um mé-todo para administrar. “A princí-pio a Ceasa só deve fazer o plano da área administrativa”, disse. Na visão do diretor técnico da Ceasa Espírito Santo, Carmo Robilot-ta Zeitune, trata-se de um tema que vai exigir muito das centrais de abastecimento, já que o lixo produzido nos entrepostos é di-ferente devido à grande quanti-dade de resíduo orgânico que é gerada diariamente. “O lixo hoje tem alto custo para as centrais e é complicado discutir isso com os atores do mercado, que já pa-gam as taxas mensais. Ele quer ver a Ceasa limpa”, opinou. (V.C.)

Participantes do Encontro da Abracen visitam unidade Grande Rio da Ceasa RJ

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06 Comércio Exterior JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Frutas importadas ampliam o mercado na CeagespFalta de investimentos na fruticultura nacional e aumento do poder de compra dos brasileiros fazem da fruta importada uma alternativa de comercialização no entreposto

Considerado o terceiro maior produtor de frutas do mundo, o Brasil sofre para escoar a produ-ção e ainda depende de países da América do Sul e da Europa para atender a demanda da popula-ção brasileira. A balança comer-cial de frutas ainda é bastante desigual e, em 2011, as importa-ções do setor alcançaram a cifra de US$ 495 milhões.

Os fatores que aumentam a procura por frutas importadas no mercado internacional vão além do aumento da renda dos brasileiros, que passaram a gas-tar mais e melhor. A realidade é que a falta de investimentos e o descuido com a produção, trans-porte e armazenamento, geram um imenso desperdício das sa-fras nacionais, que ainda sofrem com intempéries surpresas ao longo do ano.

Para entender melhor sobre o mercado e a logística adua-neira que envolve as frutas vin-das de outros países, o Jornal Entreposto traçou um panora-ma da atual condição do setor na Ceagesp.

Mercado

No primeiro semestre des-te ano, o Entreposto Terminal São Paulo registrou a entrada de 823.997,31 toneladas de fru-tas importadas. A pera lidera o ranking (47.797,96 toneladas), seguida da uva (18.597,51 to-neladas), ameixa (12.147,85 toneladas) e maçã (11.811,46 toneladas).

A Argentina e o Chile são os principais países de origem. A Europa é o segundo maior mer-cado exportador, com represen-tantes da Espanha, Portugal, França e Itália. Os Estados Uni-dos, a Nova Zelândia e outros países da América do Sul são responsáveis pelo restante das exportações recebidas na Cea-gesp.

Basicamente, as frutas que chegam ao entreposto, serão vendidas para outros atacadis-tas (principalmente Ceasas de outros estados). O restante será comprado por supermercados e feirantes.

As peras e maçãs produzidas

na Argentina são as mais popu-lares e podem ser consumidas durante o ano todo. Por outro lado, as frutas de caroço como pêssego e ameixa, são bem pro-curadas no Natal e Ano Novo, aumentando o volume impor-tado pelo mercado nessa época.

Além de se preocupar com questões referentes à qualida-de dos produtos que estão im-portando, os comerciantes de frutas estrangeiras dependem da oscilação do dólar, que não os permite trabalhar com nú-meros fixos. “Precisamos atuar com uma margem de segurança e nos precaver contra possíveis despesas inesperadas”, explica Willyan Daghetti, da Cantu FLV.

Logística

Anualmente, antes do em-barque das frutas para o Brasil começar nos países de origem, os importadores visitam as plantações, analisam as condi-ções de produção e colheita e planejam a estratégia de venda. A partir daí, um trâmite envol-vendo relações comerciais entre países começa a ser executado, às vezes com mais agilidade, outras vezes, emperrando em questões burocráticas que pro-longam o processo.

Produtos da Europa, chegam em containers que desembar-cam no porto de Santos e depois são transportados em cami-nhões até o Entreposto Termi-nal São Paulo. Frutas de países do Mercosul, normalmente via-jam em grandes veículos comer-ciais refrigerados.

Além de o comércio exterior exigir mais fiscalização e cum-primento de determinadas leis, as frutas são produtos alimen-tícios perecíveis, categoria que dispensa cuidados técnicos e investigação minuciosa para en-trar no país.

Para esse tipo de produto de-sembarcar no Brasil, a empresa exportadora precisa provar que aquela mercadoria, além de se-guir as normas vigentes de im-portação, está livre de pragas ou doenças, medida que evita

a proliferação de pestes nas plantações brasileiras. Produtos oriundos da Europa dificilmente sofrem restrições. Já os vizinhos do Mercosul encontram maio-res dificuldades em escoar sua produção no mercado nacional.

Diferentes sanções e normas instituídas por diversas razões acabam sendo um gargalo para a comercialização, principal-mente entre Brasil e Argentina. “A fruta argentina está demo-rando até 60 dias para chegar ao mercado. As europeias estão chegando antes”, alerta Antonio Donizete José, que comercializa

frutas importadas na Ceagesp há 35 anos. Antonio refere-se à Instrução Normativa da Secre-taria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, do mês de junho, que estabele-ce que as importações de maçã, pera e marmelo da Argentina estarão sujeitas à autorização prévia de importação.

Cadeia do frio

Todas as frutas importadas pelos permissionários da Cea-gesp devem ser transportadas e mantidas a 0°C. Após a colheita,

Carolina de SciccoDe São Paulo

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agosto de 2012 07Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

No dia 1 de agosto, a Embra-pa Meio Ambiente realizou, em Atibaia (SP), um exercício de transferência de tecnologia uti-lizando como piloto o caso da Produção Integrada de Moran-go (PIMo), adotada na região. Na ocasião, os participantes se reuniram para resgatar e re-gistrar o histórico de seis anos do projeto e a pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto, Fagoni Calegario, distribuiu para os presentes as primeiras caixas de morango com o selo Brasil Certificado – Agricultura de Qualidade.

A PIMo surgiu em 2006, quando um grupo de produto-res procurou especialistas para desenvolver um projeto de sus-tentabilidade para a produção de morango. Na mesma época, análises detectaram resíduos de agrotóxicos em morangos da região, o que justificou a ex-pansão da PIMo, antes restrita ao Rio Grande do Sul, para o Es-tado de São Paulo.

O caminho até a certificação e a criação do selo de qualidade foi árduo e encontrou diversos obstáculos ao longo dos anos, tais como falta de técnicos para acompanhar as lavouras, exces-so de burocracia, entre outras dificuldades. “A falta de crença do produtor no manejo inte-grado de pragas também foi outro problema”, disse Falgoni, referindo-se ao fato de que nes-se tipo de cultivo, a aplicação de agrotóxico é realizada so-mente em último caso, quando todos os métodos alternativos de controle já foram utilizados.

Apesar de Atibaia e região contarem com um grande nú-mero de produtores de moran-go, apenas seis deles aderiram ao programa e conseguiram a certificação. Na opinião da pesquisadora, o agricultor que participa da PIMo não é um produtor comum, pois aceita o desafio da mudança de hábitos para buscar a sustentabilidade e a obtenção de um produto diferenciado, seguro e mais sa-boroso. “Este grupo de produ-tores que persistiu até hoje tem

se dedicado por uma questão de princípios e não só por es-tar se beneficiando de um for-te programa de treinamentos, mas também por ter vontade de fazer o que é certo”, avaliou Falgoni.

Para ela, os demais produ-tores só terão motivação para se juntar à PIMo, que é um pro-grama de adesão voluntária, quando o preço do morango compensar, quando os consu-midores conhecerem as vanta-gens de adquirir a fruta certi-ficada e estiverem dispostos a

pagar um preço diferenciado por esse produto.

Custos de produção

Ao contrário do que pode indicar o senso comum, o cus-to de produção sob as normas da Produção Integrada não é mais elevado do que o cultivo convencional. Segundo a pes-quisadora da Embrapa, uma comparação realizada na safra de 2008 apontou redução de 52% em custo de aplicação de agrotóxicos na PIMo. Por outro

Produtores paulistas colhem morango certificadoPrimeiras frutas produzidas com normas específicas recebem selo de qualidade

lado, esse produtor gasta mais em mão de obra, uma vez que precisa ter uma série de cui-dados e acompanhamentos na lavoura; e na certificação, por ter que contratar uma certifica-dora, além do custo do selo. Po-rém, na avaliação de Fagoni, a economia de agrotóxicos, água e adubos acaba compensando e também por reduzir os aciden-tes com aplicação de agrotóxi-cos. “Além de tudo isso, é im-possível quantificar o valor da saúde, da vida e da contamina-ção do meio ambiente”, opinou.

Desde o início do programa, o grupo contou com orientação da equipe técnica da Ceagesp, que treinou os produtores para fixar os conceitos de fruta sabo-rosa e com garantia de doçura e realizou os “dias de cidade” em que reunia técnicos e produto-res. “Esses trabalhos contribuí-ram muito para que as pessoas ampliassem a visão de mercado e de como o consumidor valo-riza os produtos diferenciados”, finalizou Fagoni.

Depois de se chegar ao selo de qualidade, o desafio agora é enfrentar a falta de políticas públicas para tornar o produ-to certificado conhecido pelos consumidores e para organizar um programa de incentivo aos produtores rurais. (V.C.)

elas começam a liberar etileno, gás que provoca aceleração no processo de amadurecimento. Temperaturas baixas retardam esse processo e prolongam a vida da fruta, fazendo-a resistir até chegar às prateleiras dos supermercados e feiras.

Para garantir a integridade da cadeia do frio do começo ao fim da comercialização, as mercadorias viajam em con-tainers e caminhões que pos-suem a temperatura controlada em seu interior. Importadores, transportadores e armadores parecem conhecer bem a im-portância desse cuidado na manutenção da qualidade dos produtos.

Arquimedes Fachinni, ge-rente do Centro de Distribuição da Benassi, explica que a maçã ou a pera podem demorar até um ano para chegar à mesa dos brasileiros. “Se a temperatura não for mantida, perde-se todo o trabalho. Por isso, nós im-portadores, devemos trabalhar com empresas que não violem a cadeia do frio”, observa.

Alguns produtos são ainda mais sensíveis à ação do etile-no, como o kiwi, que deve ser transportado em containers ou caminhões separadamente. Já peras e maçãs, apesar de não aconselhável, podem dividir o mesmo espaço de armaze-namento. Quando chegam ao Entreposto, as frutas são ven-didas rapidamente, direto na carreta do caminhão. As que não são comercializadas no mesmo dia, ficam armazenadas em câmaras refrigeradas, tam-bém a 0°C, e podem ser consu-midas em até 15 dias.

Certificação

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08 Eventos JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Feiras e congressos debatem perspectivas do agronegócio brasileiroEvento reúne as novas tecnologias para insumos, serviços e logística da agropecuária e é palco de importantes congressos

Entre os dias 7 e 9 de agos-to aconteceu a segunda edição da Agrinsumos & Induspec Expo&Business, no Transame-rica Expo Center, em São Paulo, evento que envolve toda a cadeia produtiva do agronegócio, obje-tivando promover a transferên-cia de tecnologias, networking e geração de negócios.

Com a presença das empre-sas Basf, Bayer, Dupont do Bra-sil, Golden Cargo, Totvs, entre outras, totalizando 35 marcas expositoras, espalhadas por uma área de três mil m² de pavilhão, a feira consolidou-se como pon-to de encontro de toda a cadeia produtiva do setor agropecuário.

Na área de exposição, os vi-sitantes encontram tecnologias para insumos, serviços, logísti-ca, indústria de nutrição e saúde animal. A Bayer, patrocinadora do evento, mostrou as vantagens e oportunidades de ser um dis-tribuidor da empresa, como a possibilidade de trabalhar desde as sementes, até produtos e solu-ções inovadoras que ajudem os agricultores a produzirem mais e melhor. A empresa investe for-te neste elo por meio de sua rede de distribuição, que conta atual-mente com cerca de 400 distri-buidores espalhados por todo o Brasil.

Já a Golden Cargo, empresa especializada no gerenciamento e operação da cadeia logística de mercadorias especiais, como defensivos agrícolas e produtos químicos embalados, apresen-tou serviços de armazenagem e distribuição de defensivos agrí-colas para fabricantes e coope-rativas. “Temos como objetivo, a médio prazo, conquistar 20% do

market share”, explicou Oswaldo D. Castro Jr., diretor-geral da em-presa, que está ampliando seus negócios na Região Sul do Brasil.

A feira foi, ainda, palco de im-portantes congressos do setor: II Congresso ANDAV – Associa-ção Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veteri-nários, IX Congresso ABMR&A – Associação Brasileira de Ma-

rketing Rural & Agronegócio e I Congresso Induspec – focado em pecuária. O congresso ANDAV, é o maior encontro de Distribuido-res de Insumos Agropecuários do Brasil.

Na segunda edição do evento, os temas discutidos foram: ten-dências e perspectivas do agro-negócio, biotecnologia e a impor-tância do negócio semente para

o distribuidor, cases de mercado, gestão estratégica e estratégias de precificação.

O congresso ABMR&A teve sua nona edição focada na dis-cussão das principais tendências do marketing rural. Já durante o congresso Induspec houve de-bate dos pontos mais importan-tes no confinamento de gado de grande porte.

A Andef (Associação Nacio-nal de Defesa Vegetal) realizou, no dia 31 de agosto na capital paulista, a 15ª edição do prêmio que leva o nome da instituição, nas categorias cooperativismo, revendas e jornalismo.

Segundo o superintendente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, Aramis Moutinho Junior, a premiação é muito valorizada já que está ligada diretamente aos princí-pios cooperativistas. “O sétimo princípio cooperativista é a pre-ocupação com a comunidade e o prêmio incentiva as cooperativas justamente na missão social, am-

Prêmio Andef chega à 15ª edição

biental e de boas práticas”. Este ano, dos nove projetos apresen-tados na categoria cooperati-vismo, sete foram do estado de São Paulo – com as três campeãs paulistas.

Para o gerente de educação da Andef, José Annes Marinho, a premiação consegue atingir toda a cadeia produtiva e trabalha em benefício de uma agricultura mais sustentável. “O prêmio tam-bém nos possibilita reconhecer e valorizar esses profissionais e valorizá-los a dar continuidade em toda e qualquer ação que contribua com o nosso setor e o nosso país”, finalizou.

Premiação reconhece boas práticas no campo

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agosto de 2012 09Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Adivinha?

Chegou o Anuário Entreposto 2012

Um presente para permissionários, supermercadistas,

produtores e usuários dos entrepostos de abastecimento

do Estado de São Paulo

Relação completa dos entrepostos estaduaiscom informações técnicas abrangentes paragarantir uma boa comercialização.

(11) 3831-4875

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*Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.

Flores e plantas JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

O mercado brasileiro para gladíolos

Na edição anterior, co-mentamos sobre a grande importância do grupo das bulbo-

sas ornamentais no mercado florícola brasileiro, bem como sobre a crescente projeção des-tas espécies no mercado inter-nacional da floricultura. Como decorrência desses fatos, um grupo de pesquisadores brasi-leiros foi convidado, pela pri-meira vez, a participar da edição do “Geophyte book”, que será publicado em Israel, em setem-bro. Esse grupo foi composto pelos pesquisadores do Insti-tuto Agronômico de Campinas, Antonio Fernando Tombolato, Roberta Perry Uzzo, Giulio Stan-cato e Maria Amélia Vaz Alexan-dre, e pelos autores desta coluna.

Antecipamos, agora, parte das informações que serão pu-blicadas no livro acima referido e que se reportam ao mercado nacional de gladíolos (Gladiolus X grandiflorus), popularmente conhecidos como palmas-de--santa-rita, uma das espécies de maior valor econômico para a cadeia de flores e plantas orna-mentais do Brasil.

Trata-se de um dos mais importantes grupos de bulbo-sas ornamentais de interesse comercial, originário da Ásia, África e região do Mediterrâneo. As variedades atualmente culti-vadas são híbridas de inúmeras espécies, o que lhes assegura ampla variabilidade de cores, florescimento em todas as épo-cas do ano e grande adaptabi-lidade a diferentes condições climáticas.

Atualmente, as maiores produções concentram-se nos municípios de Holambra e San-to Antonio de Posse, no Esta-do de São Paulo, aos quais se seguem Nova Friburgo (RJ), Gravatá (PE), algumas áreas da Bahia e do Rio Grande do Sul. Observam-se, curiosamente, áreas produtivas instaladas na Amazônia, como é o caso do município amazonense de Rio Preto da Eva, próximo à cidade de Manaus.

O sucesso comercial dos gla-díolos junto aos consumidores brasileiros está historicamente vinculado ao seu cultivo pelos imigrantes holandeses que se estabeleceram na região hoje ocupada pelo município paulis-ta de Holambra, especialmente a partir da década de 1950. Os bulbos sólidos dos gladíolos – chamados de cormos -, então trazidos da Holanda, encanta-ram os brasileiros por possuí-rem inflorescências mais longas dos que até então encontradas no Brasil, além de cores mais va-riadas e atraentes. Neste mes-mo período, a colônia japonesa

Antonio Hélio Junqueira *Marcia da Silva Peetz **

estabelecida no entorno da ca-pital paulista, especialmente em Atibaia e Mogi das Cruzes, tam-bém passou a se dedicar comer-cialmente à produção desta flor, ampliando substancialmente o seu mercado.

Avalia-se que uma parcela de 60% da produção brasileira anual de cormos (algo próximo a 18 milhões de unidades) é destinada à produção de flores de corte para o mercado inter-no, enquanto que os restantes 40% (12 milhões de unidades) são exportados, especialmente

para Holanda. De lá, são distri-buídos para Portugal, Espanha e Itália. O mercado brasileiro de gladíolos – que havia sofrido im-portante desaceleração ao lon-go das últimas décadas - voltou a crescer recentemente, a partir do lançamento de novas cultiva-res de cores fortes e inusitadas e, também pela iniciativa de campanhas de promoção foca-das em floristas e decoradores de todo o Brasil.

O gosto e a apreciação por essa flor haviam se desgastado junto ao consumidor brasilei-

ro especialmente devido a dois fatores. Em primeiro lugar, por uma oferta abundante origina-da dos produtores de Holambra, que saturou o mercado e vulga-rizou o produto por um longo período de tempo. Em segundo, por ter se tornado comum na ornamentação de cemitérios, associando fortemente sua imagem ao consumo funerário, com consequente rejeição de seu uso em cerimônias alegres e festivas. Atualmente, contudo, pode-se observar um movimen-to de renovação no consumo do

produto e de um novo ciclo de expansão da base produtiva. Em 2010, foram comercializados nos principais mercados ataca-distas brasileiros (Cooperativa Veiling Holambra, Ceagesp e Ceasa Campinas), 432.811 mil pacotes de gladíolos, o que re-presentou um crescimento de 48,4% sobre a quantidade co-mercializada no ano anterior e de 25,9% sobre os resultados contabilizados em 2008.

As colorações das flores mais comercializadas para o mercado interno atualmente são: branca, rosa, vermelha, salmão, amare-la, verde e roxa. A preferência do consumidor brasileiro recai so-bre as flores brancas, com cerca de 40% de participação no mer-cado. São flores particularmente empregadas nas cerimônias fú-nebres, na ornamentação popu-lar de casamentos, no Réveillon e nas oferendas a Iemanjá, nas datas comemorativas deste ori-xá da cultura afro-brasileira (2 de fevereiro, especialmente na Bahia e 8 de dezembro, em São Paulo e outras regiões do País). Em seguida, observa-se o gosto pelas flores vermelhas (25%), especialmente por ocasião do Natal e, finalmente, as outras co-res: amarela (12%), rosa (10%), coral/creme (10%) e roxa (3%), especialmente para o Dia de Fi-nados. Para exportação, a maio-ria dos cormos é de coloração branca.

No mercado brasileiro, as flores são comercializadas em maços de 20 hastes e em con-junto de oito maços, totalizando 160 hastes. Devem ser sempre transportadas em cochos ou baldes com 5 cm de água no fun-do e mantidas na posição verti-cal, para evitar deformações nas hastes. As flores devem ser colhidas quando já se puder identificar a cor do segundo ou terceiro botão. As hastes devem apresentar um mínimo de 40% de pendão floral em relação ao seu cumprimento total, que por sua vez, pode variar entre os ta-manhos: médio (75 cm de com-primento e diâmetro mínimo de 0,5 cm), longo (90 cm de com-primento e diâmetro de 0,8 cm) e extra (110 cm de comprimen-to e diâmetro de 1,0cm).

Para aqueles que pretendem conhecer mais sobre o mercado de bulbosas ornamentais no Bra-sil, recomendamos a consulta ao artigo “Bulbosas ornamentais no Brasil”, dos mesmos autores citados no início deste texto, pu-blicado na Revista Brasileira de Horticultura Ornamental (v.16, n.º2, 2010, p.127-138).

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agosto de 2012 11Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

De acordo com o pes-quisador da Embrapa Soja, César de Castro, o avanço do girassol no Brasil e o mercado de óleos, tanto para biodiesel quanto para alimentação, depende da qualidade do produto e do valor de mercado.

“Devido à maior produ-ção de soja, os óleos mais nobres estão sendo dire-cionados para a indústria alimentícia, como é o caso do girassol e da canola”, explicou. Por se encaixar bem ao tipo de produção já utilizado para culturas que compõem o sistema, no caso a soja e o milho, o cultivo do girassol está aumentando sua área de produção no Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso, que é o maior pro-dutor.

Atualmente, produtores tem conseguindo produti-vidade com mais de 2.400 kg/ha. Isto se deve também à maior disponibilidade de híbridos no mercado e do interesse de empresas de sementes e de insumos. Atualmente, o Brasil cul-tiva aproximadamente 80 mil hectares, área que, em função do sucesso das áre-as de cultivo, tem grande perspectiva de aumento, principalmente para Mato Grosso e Goiás.

Em relação ao Nordeste, Ivênio Oliveira, pesquisa-dor da Embrapa, destacou o papel da pesquisa e da transferência para incre-mentar um sistema de pro-dução com foco na agricul-tura familiar. “Já se tem as cultivares recomendadas para esta região e lavouras implantadas na Bahia, Ser-gipe, Ceará, Rio Grande do Norte, com área em torno de 10 mil hectares”, desta-ca Oliveira.

A Embrapa Soja coorde-na o projeto Rede Biodie-sel, financiado pela Petro-bras, que envolve além do girassol, outras oleaginosas de interesse para a produ-ção de óleos que podem ser utilizados para alimenta-ção e para biocombustível.

Mercado do girassol cresce no Brasil

Flores e plantas

A edição 2012 da Expoflora, exposição de plantas e flores or-namentais, considerada uma vitri-ne para produtores, acontece no momento em que o setor registra bons resultados no país. Segundo dados do Ibraflor (Instituto Brasi-leiro de Floricultura), o segmento movimentou R$ 4,3 milhões em 2011, atingindo crescimento de 13% em relação ao ano anterior.

A previsão é fechar 2012 com um índice de crescimento de 12%.

O incremento no desenvol-vimento de novas variedades e na produção de variedades mais bonitas e duráveis são aponta-dos como fatores de incentivo ao aumento do consumo. Esse ano, o tema da exposição de arranjos florais, uma das principais atra-ções da Expoflora, é O amor em

cores e flores. Entre as atrações fixas estão, também, a mostra de paisagismo e jardinagem, a chuva de pétalas, o passeio turístico por Holambra, que inclui a visita a um campo de flores, as danças folclóri-cas e a culinária holandesa.

Com apenas 11 mil habitantes, o município responde por 40% do comércio brasileiro de flores e plantas ornamentais e por 80%

das exportações. Durante o mês do evento, a cidade recebe cerca de 300 mil visitantes.

Serviço: 31ª ExpofloraDe 30 de agosto a 23 de setembro, de quinta-feira a domingoHorário: das 9h às 19hLocalização: Holambra, SP 340, Rodovia Campinas-Mogi Mirim, saída 140.

Expoflora chega à 31ª edição e antecipa tendências

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201212 Ceasas do Brasil

Kiwi estrangeiro

-17,6%Milho verde

-10,1%

Brócolis

22,6%

Alho

14,3%

Salmão

3,9%

A CeasaMinas iniciou no dia 23 de julho uma pesquisa para traçar um diagnóstico do entreposto de Juiz de Fora, na Zona da Mata, o terceiro maior em volume comercializado no Estado. A expectativa é de que o diagnóstico oriente projetos de expansão e modernização do entreposto,com base em in-formações como a capacidade de comercialização atual e a de-manda de Juiz de Fora e região.

Técnicos da central de abas-tecimento têm feito entrevistas com produtores rurais, ataca-distas, varejistas, carregadores e funcionários. O trabalho tam-bém conta com a participação de uma empresa especializada em pesquisas, que fica respon-sável por levantar as principais demandas do público residente no entorno da unidade.

De acordo com os técnicos da CeasaMinas responsáveis pela pesquisa, o diagnóstico permi-

Uma ação integrada entre a di-reção da Ceasa-RJ e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) poderá ampliar e modernizar o banco de alimentos da central de abastecimento flumi-nense. A ideia foi discutida pelo pre-sidente da Ceasa, Leonardo Bran-dão, e representantes do ministério, durante reunião na unidade Grande Rio em julho.

“A ideia é que todas as nossas unidades tenham o banco de ali-mentos. Isso vai possibilitar uma abrangência maior desta importan-te ferramenta de segurança alimen-tar. Vamos garantir que todas regi-ões do estado tenha uma unidade”, disse Brandão. “Vamos ampliar o nosso banco seguindo os critérios do ministério. Temos ainda a in-tenção de comprar a produção di-retamente na roça dos agricultores familiares, e doar através do banco de alimentos. Uma inovação que estamos estudando para ajudar no escoamento do pequeno produtor”, explicou o presidente.

Lançado em maio do ano passa-do, o banco de alimentos da Ceasa fluminense tem cerca de cem enti-dades cadastradas no projeto social.

Pelo terceiro mês seguido, o Índice Ceagesp registrou ele-vação dos preços praticados e encerrou o mês de julho com alta de 2,57%. “Em razão das condições climáticas adversas e de alguns problemas sazo-nais, legumes e verduras con-tinuam apresentando redução do volume ofertado, qualidade prejudicada e preços elevados”, avalia o economista da estatal, Flávio Godas. No ano, o indi-cador apresenta elevação de 9,11% e, nos últimos 12 meses, alta de 8,54%. O setor de legu-mes computou alta de 27,63% e o de verduras subiu 5,74%.

Segundo a Ceagesp, entre as principais elevações dos le-gumes, destacam-se pimentão verde, berinjela, tomate e toma-te cereja. Já entre as principais quedas deste setor estão abo-brinha italiana, pepino japonês e inhame.

Nas verduras, as principais altas são as do repolho(40,3 %), do brócolis (22,6%) e da

Índice Ceagesp fecha julho com alta de 2,57%cebolinha (23%). As baixas nos preços foram do milho verde (-10,1%), da escarola(-11%) e da alface crespa (-8,8%).

Os setores de frutas e diver-sos (ovos, batata, coco seco e cebola) apresentaram, respec-tivamente, retrações de 1,10% e 2,12%. Houve alta na ameixa estrangeira, no abacate fortuna e na melancia. Entre as quedas estão o kiwi estrangeiro, o caju e o maracujá doce. Em diversos, as altas foram do alho (14,3%) e dos ovos (3,2%), e as quedas foram da batata lisa (-25,2%), da batata comum (-18,2%) e do coco seco (-6,7%).

Os pescados registraram queda de 9,28%. Entre as princi-pais elevações estão a sardinha e o salmão. As principais baixas ficaram por conta das anchovas, do polvo e da pescada.

Tendência

“Com a previsão de frio acen-tuado nas regiões Sul e Sudeste,

os setores de legumes e verdu-ras devem permanecer com os preços em alta, principalmen-te os produtos mais sensíveis, como folhosas, tomate e vagem. Os legumes mais resistentes como batata, cebola, mandioca, inhame e milho verde devem figurar entre as opções de com-pra destes setores em substitui-ção aos produtos mais frágeis ao tempo”, afirma Godas.

Segundo avaliação do econo-mista, a demanda deve continu-ar retraída no setor de frutas. “A tendência é que os preços pra-ticados permaneçam estáveis em razão do grande volume de laranja e da oferta de produtos sazonais como morango, limão, tangerina e caju”, opina Godas.

Já para o setor de pescados, a expectativa é de estabilida-de nos preços. “Preservadas as condições atuais, o setor deve seguir com ótimas opções de compra como pescada, tainha, polvo, anchovas, entre outros”, complementa.

Pesquisa fará diagnóstico da CeasaMinastirá mensurar melhor o cresci-mento da demanda resultante do crescimento populacional. “Estas ações viriam ao encontro às necessidades do empresário do mercado atacadista que aca-ba investindo em áreas externas ao entreposto por não encon-trarem espaço nas plataformas existentes ou por estruturas não adequadas ao tipo de negócio”, ressalta o chefe do Departamen-to Técnico da CeasaMinas (De-tec), economista Wilson Guide, coordenador do trabalho.

Destaque

Segundo a CeasaMinas, a oferta no entreposto de Juiz de Fora teve alta de 812% no seg-mento de “Produtos Diversos”, passando de 451,9 toneladas para 4,11 mil toneladas, entre 2010 e 2011. O aumento é atri-buído à inauguração de mais um pavilhão atacadista espe-

cializado em produtos indus-trializados alimentícios e não alimentícios. Em 2011, a oferta geral de produtos no entreposto alcançou 76,5 mil toneladas de hortigranjeiros, cereais e indus-trializados, equivalente a uma alta de 4,1%. Já o valor comer-cializado apresentou aumento

de 7,7%, com R$ 98,1 milhões movimentados.

A previsão é de que a pes-quisa seja concluída até o fim de agosto e sirva de projeto piloto para os outros quatro entrepos-tos do interior: Uberlândia, Ca-ratinga, Governador Valadares e Barbacena.

Ceasa-RJ quer ampliar banco de alimentos

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agosto de 2012 13Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Previsão aponta incremento de quatro milhões de novos hectares

A área plantada com sementes geneticamente modificadas deve alcançar 36,6 milhões de hectares na próxima safra, segundo 1º acompanhamento de adoção agrícola da safra 2012/13, divulgado no dia 6 de agosto pela Céleres. A previsão aponta para uma adoção 12,3% maior em comparação ao ano anterior e significa quatro milhões de novos hectares com as variedades trans-gênicas. O relatório indica a intenção de plantio de transgênicos pelos agricul-tores no Brasil.

A liderança na adoção de biotecnologia continua com a soja, que deve ter 88,1% das lavouras com sementes GM, uma área estimada em 23,9 milhões de hectares. E o milho, que começa a cultivar a quarta safra com híbridos trans-gênicos, já se aproxima desse patamar. A safra in-verno representa a segun-da maior taxa de adoção, com 87,8%, ou 6,9 milhões de hectares de sementes transgênicas. No caso da safra verão, a adoção deve representar 62,6% da área total ou 5,2 milhões de hectares. Já o algodão deve ter 50,1%, ou 546 mil hec-tares da área total com se-mentes transgênicas.

“O contínuo crescimen-to da adoção de biotecno-logia deve ser atribuído ao aumento de novas va-riedades disponíveis no mercado e que, hoje, são adaptadas às diferentes áreas agrícolas do País”, acredita Anderson Galvão, engenheiro agrônomo e sócio-diretor da Céleres. Ele explica que os bene-fícios diretos e indiretos decorrentes do uso dessas sementes têm sido apon-tados pelos agricultores como um dos maiores mo-tivos pela escolha.

Em relação aos esta-dos, Mato Grosso segue na liderança, com 9,6 milhões de hectares, seguido pelo Paraná com 6,6 milhões de hectares. A tecnologia com tolerância a herbicidas se-gue na liderança com 25,3 milhões de hectares, se-guida pelas sementes com resistência a insetos, com 5,7 milhões de hectares, e pela tecnologia de genes combinados, com 5,6 mi-lhões de hectares.

Transgênicos alcançarão 36,6 mi de hectares na safra 2012/13

PRODUÇÃO

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14 Agrícola JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Pesquisa seleciona tomateiro com tolerância ao cádmio

O crescente número de casos de contaminação dos solos por metais pesados tem afetado a produtividade das culturas agrí-colas, além de representar risco iminente aos alimentos. “Isso ocorre porque alguns destes contaminantes, tais como o Cá-dmio, são muito parecidos com micronutrientes, sendo assim absorvidos com mais facilidade pelas plantas”, lembra o enge-nheiro agrônomo Fernando An-gelo Piotto.

No programa de Pós-gradua-ção em Genética e Melhoramen-to de Plantas, da Esalq, Piotto está selecionando cultivares de tomateiro tolerantes ao metal pesado Cádmio, com objetivo de entender melhor as alterações genéticas, fisiológicas e bioquí-micas destas plantas.

No Laboratório de Genéti-

Um grupo de pesquisadores holandeses levou para casa o prêmio Inovação pelo desenvol-vimento de um pimentão sem sementes. A premiação ocorreu na mais recente edição da feira Fruit Logistica, realizada anual-mente na Alemanha. O evento reúne os maiores produtores e exportadores de frutas do mun-do e premia a descoberta que contribui de forma mais signifi-cativa para o setor.

A variedade dá novo gás à indústria de alimentos modifi-cados, que desde o ano passado recorre à combinação de cruza-

ca Bioquímica de Plantas, além de Fernando Piotto outros pes-quisadores orientados pelo professor Ricardo Antunes de Azevedo, do Departamento de Genética (LGN), vem trabalhan-do com diversos aspectos re-lativos ao impacto dos metais pesados em plantas cultivadas. “Nosso germoplasma possui mais 300 acessos de tomateiro, com cultivares vindas de várias partes do mundo, além de várias espécies selvagens relacionadas ao tomateiro”, conta Piotto, que utilizou a variabilidade genética existente entre estes tomateiros para selecionar plantas mais to-lerantes.

Além de avaliar inúmeras cultivares de tomateiro vindas de várias partes do mundo, de forma complementar a pesqui-sa gerou variabilidade genética

por meio de mutagênese, para tentar selecionar plantas mu-tantes de tomateiro que sejam que sejam tolerantes a este metal pesado. “Até o presente momento, nós identificamos pelo menos uma cultivar mais tolerante ao Cádmio e uma mais sensível a este metal, e tam-bém uma planta mutante que apresentou maior tolerância ao Cádmio”, revela o autor do tra-balho. Contudo, Piotto pondera ser necessário tomar cuidado ao definir o que é tolerância a um determinado metal, pois em doses elevadas, nenhuma planta conseguiria se desenvolver na presença destes contaminantes. “Assim, quando falamos em to-lerância, estamos nos referindo a uma planta mais tolerante do que a média de tolerância das cultivares”, explica.

Holandeses desenvolvem pimentão sem sementes

mento clássico com engenharia genética, para melhorar a qua-lidade de frutas (sim, o pimen-tão é uma fruta), preservando o sabor e as propriedades nutriti-vas. Os cientistas responsáveis pela descoberta creem que o produto pode ser uma alterna-tiva para pessoas que têm me-nos tempo para preparar suas refeições.

Recentemente, uma nova variedade de tangerina caiu no gosto do consumidor norte--americano por ser mais doce, com casca mais fácil de ser ex-traída e sem sementes.

A produtividade da batata aumentou em média três vezes desde que duas novas varieda-des da planta começaram a ser cultivadas em Cusco, no Peru, há aproximadamente dois anos e meio. Esta região, em janeiro e fevereiro de 2010, foi afetada por fortes chuvas e enchentes e sua agricultura foi fortemente prejudicada. Por meio do melho-ramento genético clássico, vinte clones da planta que apresenta-vam algum tipo de resistência à doença da requeima, comum em plantações de batatas e tomates, foram avaliados e selecionados por cientistas e por 200 famílias locais. Este mal é causado pelo fungo Phytophthora infestans e representa uma ameaça cons-

Uso de tecnologia aumenta produtividade da batata

tante aos produtores da região dos Andes.

Depois de anos de pesquisa em colaboração com a comuni-dade, duas variedades com as melhores propriedades para os agricultores da região foram se-lecionadas e oficialmente lança-das no mercado peruano.

Os agricultores familiares da região dos Andes conseguiram uma produtividade média 3 ve-zes maior do que a obtida com batatas nativas, que continuam a ser cultivadas. Desde que come-çaram a ser plantadas, as novas variedades foram responsáveis pelo fornecimento de 15 a 16 toneladas por hectare, contra somente cinco toneladas obtidas nas variedades convencionais.

Especialista mostra que energia nuclear pode conservar alimentos por mais tempo

É o que garante a técnica apresentada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) na ExpoT&C, mostra de ciência, tecnologia e inovação da 64ª Reunião Anual da So-ciedade Brasileira para o Pro-gresso da Ciência (SBPC). De acordo com químico da Cnen, Elder Magalhães, o uso de ener-gia nuclear aumenta o tempo de conservação dos alimentos, previne o brotamento e retarda a maturação.

O processo evita a transmis-

Frutas frescas, grãos e vegetais podem ter durabilidade três vezes maior com a irradiação de alimentos

são de doenças causadas por bactérias, fungos e leveduras. Além disso, parasitas, insetos e seus ovos e larvas são mortos ou se tornam estéreis.

“A irradiação aumenta o tempo de vida e produz um ali-mento mais saudável, evitando o desperdício. O comerciante, quando vê que vai sobrar mer-cadoria, repassa os custos ao consumidor. Com a técnica, o preço de frutas e verduras pode baixar”, explicou.

A técnica de irradiação ali-

mentar tem custo de operação elevado e ainda não é aplicada no país. Entretanto, já é realida-de na esterilização de materiais médicos e cirúrgicos, como agulhas e fios de sutura. Segun-do a Cnen, a técnica é aprovada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Ali-mentação (FAO) e utilizada em 37 países.

Magalhães ressaltou que a técnica, ainda desconhecida do grande público, divide opi-niões e provoca insegurança.

“Os alimentos são submetidos a uma quantidade controlada de radiação e não ficam con-taminados. Eles não são serão colocados dentro de solução radioativa. É como tirar um raio X, deixar uma roupa para secar ao sol ou se bronzear. O que é vendido para população é fil-me de ficção científica e não é a verdade.

Ninguém vai virar o Godzi-la ou o Incrível Hulk por comer um alimento que passou por processo de irradiação. É uma

técnica segura”, disse o químico à Agência Brasil.

A dona de casa Maria Helena Santos, de São Luís, conheceu a técnica e afirmou que comeria alimentos irradiados. “Não te-nho medo e teria, com certeza, na minha casa. Entendi os be-nefícios e também que não há nenhuma alteração no sabor. São essas tecnologias avança-das que vão ajudar a combater a escassez de alimentos em um mundo cada vez mais com mais problemas”, opinou.

Page 15: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

Agrícolaagosto de 2012 15Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Moradores da capital pau-lista puderam sentir o gostinho de como é a vida no campo. Foi essa a sensação de alguns visi-tantes que foram ao Parque da Água Branca, no último dia 28 de julho, Dia do Agricultor.

Para comemorar a data, os institutos e coordenadorias li-gados à Secretaria de Agricul-tura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) apresenta-ram aos visitantes produtos, projetos, pesquisas e curiosida-des sobre o meio rural. Durante todo o dia foi possível acompa-nhar apresentações musicais, exposição de animais, feira de produtos da agricultura fami-liar, entre outros.

A CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) levou para o parque diversas associações para exposição e venda de produtos variados e de artesanatos da pequena agricultura. A instituição tam-bém apresentou alternativas ao produtor na área de sementes e mudas, com a exposição de es-pécies de essências florestais, frutíferas silvestres e arboriza-ção, e mais de 20 variedades de

Dia do Agricultor traz o campo para a cidade

sementes. Segundo a SAA, um dos objetivos do evento, além de homenagear os agriculto-res, foi aproximar a população urbana, da rural. “De uma cer-ta maneira, as pessoas do meio urbano ainda desconhecem qual a real importância do setor

agropecuário. Para que a popu-lação possa valorizar, é preciso que ela conheça. Esse evento é uma forma de promover a in-teração entre quem produz e quem consome. Além disso, é uma ótima oportunidade para apresentarmos o trabalho que

promovem não só o desenvol-vimento dos campos, mas das grandes cidades também”, ava-lia a secretária de Agricultura, Mônika Bergamaschi.

Para o coordenador da CATI, José Carlos Rossetti, é fundamental o contato entre

as pessoas que vivem na cidade e aquelas que residem na área rural. “Ao conversar com os produtores ou ao receber infor-mações dos técnicos presentes, a população pôde saber, por exemplo, que a água que bebe não vem de sistemas de abaste-cimento e saneamento, mas ela existe porque um produtor pro-tegeu uma nascente”, diz.

O produtor de frutas do Vale do Ribeira, Waldemar Tamashi-ro, se sentiu feliz com a home-nagem. “Essa foi uma excelente oportunidade de apresentar-mos nosso trabalho para nos-sos consumidores finais. Esse incentivo é importante para que nossos colegas não aban-donem os campos, afinal tem gente que valoriza nossas ativi-dades. Fiquei animado e moti-vado a produzir mais e melhor”, finaliza, orgulhoso.

Celebrado no dia 28 de ju-lho, o Dia do Agricultor foi insti-tuído a partir do centenário da criação do Ministério da Agri-cultura, em 1960. Atualmente, o agronegócio é responsável por 25% do PIB nacional e por um terço dos empregos no País.

HOMENAGEM

Um grupo de cientistas in-ternacionais anunciou o fim do sequenciamento do genoma da pera. Liderados por pesquisado-res da Universidade de Nanjing, da China, a equipe conseguiu decifrar mais de 97% do código genético da fruta. Segundo os especialistas, o sequenciamento ajudará a compreender melhor a evolução da pera ao longo dos

anos, bem como a sua relação com outras frutas.

O sequenciamento, que co-meçou em 2010, poderá forne-cer informações genéticas que auxiliarão no combate a doen-ças e pestes que castigam as plantações.

Além disso, os cientistas acreditam que, conhecendo o genoma da fruta, será possível

promover melhorias tanto na cor das peras, quanto no seu sa-bor e qualidade.

BananaNo caso da banana, os cien-

tistas anunciaram que 91% do código genético da fruta já foi decifrado, o que servirá de refe-rência para outros pesquisado-res no futuro.

O francês Angelique D’Hont,

que chefiou os 18 grupos res-ponsáveis pelas pesquisas, afir-mou que mais de 36 mil genes foram encontrados nos 11 cro-mossomos da banana. De acor-do com ela, para sequenciar o DNA da fruta foi necessário ex-plorar a história evolutiva da ba-nana e a sua relação com outras plantas.

Existem mais de mil varie-

dades de bananas conhecidas. Essa fruta, que é cultivada des-de os primórdios da agricultura, possui uma forma de nomencla-tura única e faz parte da dieta de milhões de pessoas em todo o mundo. Mas você sabia que a bananeira não é uma árvore? Segundo cientistas, a planta da qual colhemos bananas é uma erva gigante.

Cientistas sequenciam o genoma da pera e da banana

Page 16: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 201216

Cacau capixaba é selecionado entre os melhores do BrasilCom adoção de técnicas adequadas, produtor teve amostra selecionada entre as quatro melhores do país durante Salão do Chocolate de Salvador e irá disputar etapa mundial em Paris

O cacau produzido na Fa-zenda São Luiz, no município de Linhares, região norte do Es-pírito Santo, foi selecionado en-tre os quatro melhores Brasil. O cacauicultor Emir de Macedo Gomes Filho recebeu o prêmio de excelência da etapa nacional do Internacional Cacao Awards 2012, que garante o direito de disputar a grande final do re-nomado concurso, em outubro, durante o Salon du Chocolat Paris.

No Brasil, ao todo, 46 amos-tras foram inscritas. A primeira fase da seleção avaliou aspec-tos físicos, como tamanho da amêndoa, impurezas e aro-ma, selecionando 16 amostras para a próxima fase. Depois, as amostras classificadas na primeira etapa foram enviadas para o processamento e trans-formação do chocolate.

Nesta fase, uma comissão formada por 30 chocolatiers de diversas nacionalidades fez a análise sensorial, que verifi-cou características específicas de cada amostra, como doçura, intensidade do sabor e acidez, elegendo as quatro melhores amostras de cacau do Brasil.

Adotando técnicas mo-dernas de produção há vários anos em sua propriedade, o produtor Emir Filho acredita que, com dedicação e perseve-

rança, é possível alcançar bons resultados na cultura do cacau, mesmo convivendo com ataque severo da vassoura-de-bruxa, doença que afeta gravemente a atividade.

“Comecei o trabalho de re-novação da lavoura em 1999, utilizando novos materiais ge-néticos.

Aliado a isso, a colheita se-letiva dos frutos maduros, a quebra e o transporte da fruta para o cocho no mesmo dia e a fermentação e secagem correta

Fruticultura

contribuem para a produção de um cacau com qualidade”, afir-ma Emir.

Atualmente, a Fazenda São Luiz conta com 60 mil pés de cacau renovados, mais resis-tentes a doença e com bons ín-dices de produtividade. A meta do produtor é chegar a 100 mil pés.

“Vamos atingir essa meta alcançando a produção equiva-lente do passado, quando tínha-mos 180 mil pés produzindo”, diz Emir, destacando o trabalho

A seleção da amostra de cacau do Espírito Santo para a etapa final do con-curso Internacional Cacao Awards 2012 valoriza a região cacaueira capixaba, acredita o produtor Emir de Macedo Gomes Filho.

“Em um momento de crise que a cultura vive, essa conquista do setor levanta a alto estima dos produtores e resgata o prestigio do segmento”, diz. Para o cacauicultor, o município de Linhares, responsável por cerca de 90% da produção estadu-al de cacau, tem potencial para ser conhecido pela produção de cacau fino, com qualidade superior, conseguindo preços me-lhores no mercado.

“A Associação dos Ca-cauicultores de Linhares (Acal) já trabalha para re-ceber a certificação de ori-gem do nosso cacau. Po-demos agregar valor com nossa qualidade”, afirma Emir.

O ataque da doença do mo-saico nas lavouras de mamão da região norte do Espírito Santo e sul da Bahia, responsável por grande parte da produção na-cional da fruta, está deixando autoridades do setor e produ-tores rurais em alerta. Causada por um vírus, a doença tem se propagado nas áreas produto-ras e causado prejuízos para os agricultores, que precisam eli-minar as plantas contaminadas.

de seus colaboradores. “O ge-rente e os funcionários foram fundamentais para esse resul-tado positivo, além do apoio do técnico agrícola Francisco de Paula Durão que nos acom-panha”, destacou. Na etapa in-ternacional, o cacau capixaba e os três outros finalistas brasi-leiros (da Bahia) irão disputar com amostras vencedoras de importantes produtores mun-diais, como a Costa do Marfim, Nigéria, Gana, Venezuela, Indo-nésia, Equador, entre outros.

Conquista valoriza região

cacaueira

FITOPATOLOGIA

Vírus pode inviabilizar cultura do mamãoFalta de controle está provocando corte compulsório das plantas nas regiões produtoras

O corte compulsório dos mamoeiros doentes é obriga-tório, de acordo com legislação específica. O problema é que a realização dos tratos culturais adequados para evitar a disse-minação da doença não é feita por todos. “Se o produtor fizer o roguing, retirada das plantas com sintomas da doença para evitar sua disseminação, ele terá uma perda de cerca de 2% da la-voura. Se ele não faz, a doença se espalha, contamina toda sua lavoura e vira fonte para trans-missão do vírus para plantações vizinhas. Todo mundo perde mais”, diz José Roberto Macedo Fontes, engenheiro agrônomo e diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores e Ex-

portadores de Papaya (Brapex).Mesmo que a planta apre-

sente boa quantidade de fru-tos, mas esteja com o mosaico, é essencial a retirada dela. “É melhor perder alguns frutos do que a lavoura toda e, ainda, propagar essa doença”, destaca Fontes. O produtor deve realizar inspeções periódicas na lavoura e eliminar as plantas infectadas, além de eliminar as lavouras abandonadas e plantas no fim do ciclo de produção para evitar fontes de inóculo na região.

A Brapex está realizando reuniões com os órgãos gover-namentais para reforçar a fis-calização de lavouras na região evitando, até mesmo, a inviabili-zação da cultura na região.

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agosto de 2012 17Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

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Para o doutor e professor da Universidade de São Pau-lo (USP), José Pastore, existem muitos mitos que rondam o se-tor agropecuário e prejudicam a resolução do apagão da mão de obra no campo. Um deles é que as máquinas agrícolas vão subs-tituir os trabalhadores. “Mesmo com a utilização da tecnologia no meio rural, nem todo o setor pode ser mecanizado para dis-pensar a mão de obra existente. Há ramos como o de frutas e flo-res, por exemplo, que ocupam muito espaço e mão de obra de-vido às suas culturas. O que há no campo, na realidade, são pes-soas mais idosas e com menos conhecimento, que contrastam com as novas tecnologias apli-cadas”, afirma.

José Pastore é um dos pales-trantes convidados para o Fó-rum Internacional Senar Inova-ção para o campo – Desafios no desenvolvimento de recursos humanos para vencer o apagão

Mitos prejudicam setor agropecuário, afirma professor da USP

da mão de obra rural, que será realizado entre os dias 30 e 31 de agosto, em São Paulo. Ele mi-nistrará a palestra: Apagão da mão de obra no campo – mitos e verdades. “É importante desta-car que cada vez mais a agricul-tura precisa de mais neurônios e menos de músculos”, diz José Pastore.

O pesquisador da USP ex-plica que realmente existe falta de mão de obra no campo e que mesmo que todo o setor esteja mecanizado daqui a 10 anos, há trabalho a fazer em se tratan-do de qualificação profissional. “Se isso acontecer, teremos ai 10 anos (o que é muito tempo) para capacitarmos os trabalha-dores rurais, de forma que essas pessoas saibam como lidar com o maquinário disponível, pois a máquina precisa de profissio-nais que não existem no campo atualmente, como o mecânico, o gestor ou mesmo um profissio-nal de TI”, ressalta.

Na opinião do professor, a saída dos jovens do meio rural em busca de melhores condi-ções está começando a se re-verter. “Em todos os países as cidades atraem as pessoas mais educadas. Mas com a utilização da tecnologia na agropecuária,

os jovens têm voltado, atraí-dos pelas capacitações na área e também pelos salários cada vez maiores”, diz. “É importan-te destacar que cada vez mais a agricultura precisa de mais neu-rônios e menos de músculos”, assegura Pastore.

Para o pesquisador, agricultura ainda carece de qualificação profissional

O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindi-cal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no município de São Paulo, apresentou alta de 0,42%, em julho. O resultado é 0,19 ponto percentual maior do que o de junho (0,23%). Os alimentos tiveram a princi-pal contribuição para a alta pelo terceiro mês consecuti-vo, com elevação de 1,11%.Também pressionaram a taxa as classes habitação (0,23%) e saúde (0,28%). Já os grupos equipamento doméstico (-0,73%), vestu-ário (-0,23%) e transporte (-0,07%) tiveram variações negativas.

Custo de vida tem alta de 0,42% em SP

Preço dos alimentos in natura

puxa inflação

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18 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Sabrina Leite OliveiraCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Movimentação por dia de semana na Ceagesp

Existe grande variação de movimentação por dia de sema-na no Entreposto Terminal de São Paulo. É preciso entender as razões da diferença de mo-vimentação e estabelecer uma estratégia de melhoria de utili-zação do espaço.

Os atacadistas entrevista-dos no início de 2011 atestam que os dias da semana de maior movimentação na Ceagesp são sexta e segunda. A maior movi-mentação nesses dias é visível nas �ilas e horas de espera para carga e descarga, di�iculdade de movimentação, irritação de compradores e fornecedores, desperdício de ativos e recei-tas, espaço insu�iciente. Terça e quinta são dias com espaço so-brando e mercado vazio.

Na mesma pesquisa realiza-da em 2011, os atacadistas en-trevistados responderam que o maior volume de vendas da Ce-agesp vai para o mercado vare-

jista (64%): varejo tradicional e varejo de rua. O varejo tradicio-nal é composto por lojas espe-cializadas em frutas e hortaliças (varejões, sacolões, quitandas e frutarias) e supermercados e o varejo de rua (23%) por ambu-lantes e feirantes. Os supermer-cados respondem por 42% das vendas ao varejo tradicional e os

feirantes por 74% do varejo de rua. Precisamos compreender como é a distribuição dos dias de oferta nos supermercados na semana e da ocorrência de feiras livres no município de São Paulo.

Os dias de maior venda de frutas e hortaliças nos super-mercados são os dias de ofer-

tas desses produtos. Os dias de oferta de frutas e hortali-ças nos supermercados de São Paulo concentram-se no �inal de semana (30%), seguidos da quarta (23%), terça (14%) e se-gunda, quinta-feira e sexta-feira com 11% cada.

O município de São Paulo abriga 863 feiras livres sema-

nais, 41% realizadas no �inal de semana, seguida pela quar-ta (16%), quinta (15%), sexta e terça-feira com 14% cada. A grande concentração de venda nos supermercados (oferta) e do número de feiras nos �inais de semana explica o maior volu-me de comercialização na sexta--feira.

A capital paulista não tem feira livre na segunda-feira, uma das razões para a concentração de compra nesse dia pelos fei-rantes. A outra razão pode ser a concentração dos dias de oferta dos supermercados nas terças e quartas (37%), com compra na segunda-feira. O espaço no mer-cado nas sextas e segundas é in-su�iciente e nas terças e quintas sobra espaço.

A de�inição e a doação de estratégias de venda pelos ata-cadistas da Ceagesp, para oti-mizar a utilização do espaço do entreposto paulistano, pode aumentar as vendas nas terças e quintas, contribuir para a me-lhoria da satisfação dos nossos clientes e pode ser uma grande oportunidade de negócio.

Qualidade

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o preço mínimo de R$ 10,10 por caixa de laranja. Com isso, o Ministério da Agricultu-ra deverá iniciar, em breve, leilões com objetivo de contribuir para o crescimento do mercado interno de laranja e suco de laranja. que por um período de crise. Os produtores e as indústrias de suco poderão contratar, com base no preço mínimo, operações de Financiamento para Ga-rantia de Preços ao Produtor (FGPP). Também foi autorizado o alongamento do prazo de pa-gamento do custeio de laranja com vencimento em 2012, que será de 5 anos, em parcelas anu-ais, a partir de 2013.

Já as parcelas de 2012 de operações de in-vestimento, ou de custeio prorrogado em anos anteriores, poderão ser pagas um ano após o vencimento da última parcela prevista no con-trato atual. Adicionalmente, foi criada uma li-nha de manutenção de pomares com limite de R$ 150 mil, 5,5% ao ano de juros e prazo de até cinco anos para pagamento.

Segundo o Secretário-Executivo do Mi-nistério da Agricultura, José Carlos Vaz, essas medidas representam o reconhecimento da complexidade da crise de renda por que pas-sa a citricultura nacional. “Mais medidas estão sendo estudadas, como, por exemplo, alonga-mento do prazo de pagamento das operações de estocagem de suco contratadas em 2011, conjugado com a formalização de contratos de compra da laranja por parte da indústria”.

Governo define preço mínimo para a laranja

Para suprir a demanda por milho no país, o Ministério da Agricultura vai comprar o produto para garantir o abastecimento nas regiões de�icitárias do Sul, Sudeste e Nordes-te do país. A decisão foi anunciada após reu-nião com representantes do setor no dia 23 de julho. “Com essa medida atenderemos a demanda emergencial do mercado.

É importante o país saber que não faltará milho”, disse o secretário de Política Agrícola do Ministério, Caio Rocha. A quantidade de milho a ser comprada e forma da aquisição será de�inida após avaliação conjunta com a Conab o Ministério da Fazenda.

O encontro com o setor produtivo teve por objetivo a elaboração de uma agenda estraté-gica para discutir as demandas emergências e futuras da produção de milho. Os produtores discutiram também as questões relativas ao plantio e a comercialização do produto.

De acordo com Rocha, o principal objetivo é estabelecer um cronograma de atividades para que o produtor possa realizar o plantio de forma e�iciente e segura e depois comer-cializá-lo, com custos competitivos.

“Discutimos o planejamento da cultura do milho, considerando a alta do preço, os custos de produção, a logística, entre outros tópicos. Com essa troca de informações com o setor, a expectativa é de avançarmos na produção e ganharmos em produtividade”, disse o secre-tário.

Agricultura garante compra de milho para abastecer mercado

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agosto de 2012 19Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

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Anita de Souza Dias GutierrezCláudio Inforzato FanaleLisandro Michel BarreirosCQH/ Ceagesp

20 Qualidade JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

O produto hortícola fresco não passa por nenhum pro-cesso de transformação entre a colheita e o consumo. A sua melhor qualidade acontece no momento da colheita e o fres-cor é uma das suas caracterís-ticas mais apreciadas pelo con-sumidor. Todos os esforços de modernização da pós-colheita e distribuição visam à manu-tenção da qualidade de colheita do produto.

A embalagem é instrumen-to de proteção e de movimen-tação da produção ao consumo e as características da cadeia dos produtos hortícolas frescos dificultam a modernização do

seu sistema de embalamento e distribuição: produção espe-cializada, sazonal, pulverizada em pequenas e médias proprie-dades em diferentes regiões do país, consumo concentrado nos grandes centros urbanos, poder de compra consolidado nas mãos das grandes redes de varejo e das grandes empresas de alimentação, grande fragili-dade comercial de produtores e atacadistas, comércio marcado pela perecibilidade das frutas e hortaliças e pelo consumo do mix dos produtos.

As embalagens atualmente utilizadas são o reflexo da de-sorganização do setor e da sua dificuldade de modernização. A Ceagesp, que recebe uma parte importante da produção hortí-cola nacional, concentra tam-bém os seus acertos e desacer-

tos. Hoje existem no mercado atacadista caixas descartáveis (papelão, madeira e plástico), caixas retornáveis (caixas plás-ticas, caixas de madeira tipo to-rito e M) e caixas reutilizáveis (caixas tipo K e engradado). As caixas retornáveis retornam para o seu dono, exigem a ad-ministração do retorno, espa-ço para armazenagem, carga e descarga das caixas vazias, re-paro de caixas. As caixas reuti-lizáveis retornam para o caixei-ro, onde passam por reparação e são armazenadas.

A logística da caixa reutili-zável é eficiente e o produtor paga pela caixa sempre. O va-rejista, ao entregar a caixa para o caixeiro (que armazena, faz o reparo das caixas, compra e vende caixas vazias), recebe um valor pela caixa – é recom-

pensado pela devolução da cai-xa. O atacadista que financia a caixa para o produtor, muitas vezes recebe a sua comissão, assim como o motorista do ca-minhão, que leva a caixa para o produtor. Os caixeiros estão localizados em terrenos cheios de lixo, ratos, sem fiscalização sanitária ou de qualquer tipo. É impossível que empresas idô-neas de embalagem concorram com o comércio informal, que desobedece às normas elemen-tares de higiene e não cumpre as obrigações trabalhistas ou tributárias.

A maioria das embalagens utilizadas nos entrepostos da Ceagesp são retornáveis ou reutilizáveis, não sofrem ne-nhum processo de desinfecção, não são de medidas paletizá-veis e são fontes de danos ao

produto e agentes de dissemi-nação de problemas fitossani-tários e sanitários e ainda de-sobedecem às exigências legais do governo federal e do muni-cípio de São Paulo. As embala-gens descartáveis de papelão, madeira e plástico estão sendo reutilizadas, quando deveriam ser encaminhadas para recicla-gem. O procedimento atual de-sobedece às determinações da legislação federal e municipal da cidade de São Paulo.

A administração da emba-lagem retornável em circuito aberto, sem uma estrutura ade-quada, é uma tarefa estafante, quase impossível. As dificulda-des da descarga, organização e entrega de caixas vazias pelos compradores, do controle da retirada e da entrega de caixas, do armazenamento, do reparo,

CENTRO LOGÍSTICO DE CAIXAS

Técnicos apresentam propostas para criação de banco de caixas na Ceagesp

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agosto de 2012 21Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

da manutenção de estoque, do atrito com o comprador, da or-ganização para o retorno à pro-dução das caixas vazias pelos atacadistas são alguns dos pro-blemas. Eles tornam impossível o aproveitamento dos benefí-cios, do baixo custo por viagem, da embalagem retornável, os seus benefícios ambientais e o trabalho em conformidade com as exigências sanitárias, fitos-sanitárias e da Política Nacio-nal de Resíduos Sólidos.

A Ceagesp precisa de um sistema que viabilize a utiliza-ção de embalagens retornáveis em circuito aberto e retire do mercado as caixas recicláveis já utilizadas, pois o volume mo-vimentado de caixas é muito grande.

A seguir você confere a pro-posta desenvolvida pelos técni-cos da Ceagesp e apresentada na última reunião do Conselho Consultivo.

Conceito do Centro Logístico

O Centro Logístico de Caixas abrange as embalagens vazias retornáveis e as descartáveis. Ele é composto pelo Centro de Reciclagem e pelo Centro de Caixas Retornáveis.

O Centro de Reciclagem é o responsável pelo recolhimento das embalagens descartáveis, através de compra ou doação, e pelo seu encaminhamento para reciclagem.

O Centro de Caixas Retorná-veis é composto pelo Centro de Higienização e pelo Vale Caixa (cartão de crédito e débito). Ele permitirá a utilização da emba-lagem retornável em circuito aberto, sem transferir para o usuário (produtor, permissio-nário, varejista, distribuidor, transportador e outros agentes de produção e de comercializa-

ção), a responsabilidade pela administração do seu retorno e higienização e a necessidade de manutenção de estoque de caixas.

A base da proposta do Centro de Caixas Retornáveis

é simples:

1ª Cada usuário paga pela caixa e é responsável por ela, enquanto estiver em seu poder. O sistema pode funcionar com um cartão de crédito e débi-to como já acontece no outros estados, como o Rio Grande do Sul. A retirada da caixa, va-zia ou com produto, é debitada no cartão e a entrega da caixa é creditada no cartão. A caixa vazia só pode ser entregue ou retirada no Centro de Caixas Retornáveis. O débito e o crédi-to da caixa com produto podem ser feitos pelo atacadista, num sistema semelhante ao do car-tão de crédito e débito. O usu-ário do sistema pode conferir cartões adicionais com crédito aos seus parceiros comerciais preferenciais;

2ª As medidas e os padrões mínimos de qualidade serão previamente estabelecidos, consultados os usuários ataca-distas e dentro das exigências estabelecidas pela lei e pelas normas vigentes;

3ª A entrada de cada pro-duto no sistema exige a adesão oficial dos atacadistas respon-sáveis por 50% +1 do volume de entrada do produto na Cea-gesp;

4ª Os fabricantes das emba-lagens e as embalagens deve-rão ser credenciados pelo Cen-tro Logístico de Caixas, antes de sua entrada no sistema.

O fabricante deverá entre-gar as caixas no Centro Logísti-co, após a aquisição do vale-cai-xa por cada usuário. Cada caixa deverá ter uma identificação que permita o seu rastreamen-to e a verificação de sua confor-midade com as exigências esta-belecidas;

5ª Os fabricantes de em-balagem pagarão uma taxa ao Fundo de Manutenção do Cen-tro Logístico, proporcional ao número de caixas de sua fa-bricação que entrarem no sis-tema. Eles serão responsáveis pela reposição das caixas com defeito, pela reciclagem da cai-xa quebrada e participarão do processo de retirada das cai-xas proprietárias existentes no mercado. A existência do Fundo de Manutenção permitirá a co-brança de uma taxa de higieni-zação barata e o investimento contínuo em melhorias;

6ª O controle da qualidade e a identificação das caixas na entrada e na saída do Centro de Caixas Retornáveis serão auto-matizados;

7ª O usuário poderá optar pela instalação de um equipa-mento de identificação das cai-xas no seu estabelecimento.

Atividades do Centro Logístico de Caixas

O Centro Logístico de Caixas é composto pelo Centro de Cai-xas Retornáveis e pelo Centro de Reciclagem.

A entrada e a saída da caixa vazia no mercado serão restri-tas ao Centro Logístico de Cai-xas. As caixas retornáveis deve-rão ser entregues no Centro de Caixas Retornáveis e as caixas descartáveis no Centro de Re-

ciclagem. A entrada de caixas vazias higienizadas no mercado será restrita a casos de grande necessidade, só quando acom-panhada de autorização escrita do destinatário e da liberação pelo Centro Logístico de Caixas.

O Centro Logístico de Caixas deverá ter um portão de entra-da e saída independentes do mercado.

As caixas descartáveis serão prensadas, trituradas e vendi-das para reciclagem.

A administração do estoque, do retorno e da higienização das caixas retornáveis vazias é responsabilidade do Centro de Caixas Retornáveis.

Cada usuário paga pela cai-xa retornável, através da aqui-sição do vale-caixa. Um vale--caixa corresponde ao direito de retirada de uma caixa. O su-miço da embalagem é respon-sabilidade do seu usuário.

O vale-caixa deve ter o for-mato e as funções de um cartão de crédito e débito. O atacadis-ta poderá fornecer cartões adi-cionais para os seus clientes e fornecedores preferenciais, se assim o desejar.

O custo da manutenção da qualidade da embalagem, da carga, da descarga e do espaço ocupado no armazenamento da caixa vazia é do Centro de Cai-xas Retornáveis.

Poderão ser utilizadas em-balagens de diferentes fabri-cantes desde que atendam a um padrão mínimo de qualidade e de características aprovados pelo Centro Logístico de Caixas. A caixa deverá portar um ‘chip’ que garanta o seu reconheci-mento na esteira da máquina de higienização.

Poderão ser utilizadas em-balagens de tamanhos diferen-tes e mais adequadas para cada produto, desde que paletizáveis

e modulares e que permitam a unitização da carga.

A embalagem não poderá ter gravada marca proprietá-ria. A identificação do fornece-dor do produto deverá ser feita através do rótulo afixado na caixa. O Centro de Caixas Retor-náveis é o responsável pelo re-cebimento de caixa vazia suja, pela sua limpeza e higienização e pelo fornecimento da caixa limpa.

Estratégia de implantação

A proposta é começar de-vagar e crescer, dentro de um programa de adesão voluntária por produto. O grande volume, a participação de caixas retor-náveis, a concentração nas mãos de poucos atacadistas, a con-centração da produção em bar-racões de classificação, a capa-cidade de indução de mudanças em outros produtos são algu-mas das características desejá-veis para os primeiros produtos.

O Centro de Caixas Retor-náveis do Centro Logístico de Caixas será implantado rapida-mente se os atacadistas que res-pondem pela comercialização de mais de 50% do volume de laranja, banana e tomate par-ticiparem deste programa de adesão voluntária.

Existe grande utilização de embalagens retornáveis nos três produtos. A mudança de embalagem no tomate induziria a mudança das embalagens dos outros legumes, que são em-balados em caixas já utilizadas de tomate. Os atacadistas de banana, laranja e tomate serão convidados para uma definição conjunta da estratégia definitiva de funcionamento e de implan-tação do Centro Logístico de Caixas.

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22 Qualidade JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Está na hora de uma parce-ria efetiva entre produtores e atacadistas para atender às exi-gências de mercado por emba-lagens menores e às exigências da lei por rotulagem e da lei em tramitação por peso máximo de 30 quilos.

No último dia 9 de agosto, um encontro realizado na Cea-gesp reuniu produtores, fabri-cantes de sacarias, atacadistas e o superintendente da Apas (Associação Paulista de Super-mercados), Carlos Correia. O objetivo da reunião foi debater a mudança da sacaria de 50 quilos para 20 ou 25 quilos e a melhor localização do rótulo e as infor-mações adicionais que devem estar contidas nele.

As informações apresenta-das pela ABBA (Associação Bra-sileira de Produtores de Batata) mostram a pujança da cultura no Brasil, que produz batata em 100 mil hectares por ano, sen-do 80 mil hectares destinados à produção de batata para o con-sumo in natura – dois milhões de toneladas.

Dez mil hectares atendem à produção de 70 mil toneladas de batata chips; cinco mil hec-tares atendem à produção de 60 mil toneladas de batata palito e cinco mil hectares são utiliza-dos para a produção de batata semente.

Existem 250 lavadeiras que atendem cerca de cinco mil pro-dutores, localizados em 25 re-giões produtores e sete estados brasileiros.

As variedades mais planta-das são Ágata, Cupido, Markies e Mondial. As principais in-dústrias produtoras de sacaria (nylon, clone e juta) são Cas-tanhal, Novaplast, EPT Tatuí, Procópio, que produzem 40 milhões de sacos por ano, sendo 95% com capacidade de 50 qui-los e apenas 5% para 25 quilos. O IPI(Imposto sobre Produto In-dustrializado) incidente sobre a sacaria é de 15%.

A legislação está ficando mais restritiva. O Projeto de Lei 5467 de 2005, encaminha-do pelo Senado, foi transferido para apreciação ao Plenário da Câmara dos Deputados no dia 7 de maio, após passar pelas co-missões do Senado e da Câmara. Ele altera o art. 198 da Consoli-dação das Leis do Trabalho, que dispõe sobre o peso máximo que um empregado pode remo-ver individualmente de 60 para 30 quilos, ressalvadas as dispo-sições especiais relativas ao tra-balho do menor e da mulher. A lei entra vem vigor um ano após a sua aprovação.

A NR 17 do Ministério do Trabalho, que trata de ergono-mia, já estabelece que não se deve comprometer a saúde ou segurança do trabalhador no transporte manual de cargas e que o transporte manual, por um trabalhador, de cargas cujo

peso seria suscetível de com-prometer sua saúde ou sua se-gurança não deverá ser exigido nem admitido.

O Instituto Nacional de Saú-de e Segurança Ocupacional dos EUA já define o limite de peso (em massa) de 23 quilos de le-vantamento sem efeitos nocivos para mais de 90% dos homens e de 75% das mulheres. Nos pa-íses europeus o limite é de 20 quilos.

A obrigatoriedade da rotula-gem é estabelecida pela Portaria Inmetro nº 157, de 19 de agosto de 2002 e pela Resolução Anvi-sa RDC nº 259, de 20 de setem-bro de 2002.

O grande desafio da rotu-lagem é o reembalamento no mercado atacadista, que exige a troca de rótulo. A fixação do ró-tulo no fio da costura da sacaria garante sua troca no reembala-mento. O produtor que embala a batata com a sacaria e a classi-ficação adequadas pode utilizar a cinta na sacaria como rótulo, que servirá como promoção do seu produto e da sua marca.

O rótulo deve ser colocado pelo responsável pelo produto na origem. O reembalamento exige a troca do rótulo pelo ata-cadista. O atacadista não quer e não deve assumir a responsabi-lidade pelo produtor. O produtor perde as vantagens proporcio-nadas pelo rótulo: o seu reco-nhecimento no mercado por ou-tros compradores, a construção da sua marca, a melhoria das relações de negócio com o seu

comprador. A mudança da sa-caria já foi muito estudada e de-batida. Uma entrevista com ata-cadistas de batata da Ceagesp paulistana, realziada em julho de 2011, mostrou que a grande maioria dos atacadistas (78%) são favoráveis à mudança da sa-caria e que a maioria reembala a batata no seu estabelecimento.

A primeira razão do reemba-lamento é a mudança da sacaria de 50 quilos para 25 quilos, se-guida da necessidade de melho-ria da classificação para atender às exigências dos compradores do varejo e do serviço de ali-mentação.

Quanto maior o manuseio, maiores as injúrias mecânicas nas batatas: esfoladuras, cortes, compressões e escurecimen-tos por impacto, que podem causar podridões bacterianas e coração negro. As perdas por impacto e danos físicos na pós--colheita chegam a 40%. Outros danos causados pelo manuseio são rachaduras na casca da ba-tata (microrachaduras); as célu-las inferiores ficam danificadas e os tubérculos deterioram per-mitindo a entrada de patógenos que aceleram a perda de água.

A mudança de sacaria asso-ciada à obrigatoriedade da rotu-lagem levantou uma grande po-lêmica, pois exige investimento por parte das 250 lavadeiras e em aumento do número de fun-cionários.

Nos últimos anos o número de produtores de batata dimi-nuiu e a área cultivada por pro-

Anita de Souza Dias GutierrezCláudio Inforzato FanaleCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

dutor cresceu. Os grandes pro-dutores avançaram na cadeia, instalando lavadeiras - respon-sáveis pela lavagem, classifica-ção, embalamento e rotulagem da batata -, e agora resistem à mudança da embalagem, per-dendo a sua posição como clas-sificador e embalador final do produto.

Hoje, os atacadistas já con-tratam funcionários extras para o reembalamento de 50 quilos para 25 quilos, numa operação muito menos eficiente e mais onerosa, realizada pelas lava-deiras.

O custo da operação de re-embalamento (funcionários, sacaria, rótulo, espaço) tem que ser repassado para o custo do produto.

O produtor quer que a sua identificação chegue ao consu-midor. O sistema de exposição utilizado pelos supermercados só permite a identificação do produtor, no produto embalado em unidades de consumo como seria um saco de batata de um ou dois quilos, com a marca do produtor. O comércio atacadista não é local para reclassificação, reembalamento e rotulagem. O produtor é o fabricante e a ba-tata deve chegar ao mercado embalada, classificada e rotula-da, atendendo às exigências de mercado e da legislação. Hoje o mercado atacadista precisa assumir este trabalho porque o produto que recebe do produ-tor não atende às exigências dos seus clientes e da fiscalização sanitária.

Revolução da comercialização de batata

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agosto de 2012 23QualidadeUm jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Anita de Souza Dias Gutierrez CQH/ Ceagesp

Estudo mostra que alho roxo tem maior poder de condimentaçãoAvaliação do poder de condimentação foi realizada a pedido de associação de produtores e mostrou a superioridade do alho roxo em relação ao branco

O alho é utilizado, há milha-res de anos, como condimento e remédio pela humanidade. A sua grande diversidade é fruto do trabalho contínuo de seleção e melhoramento genético: pro-dutividade, ciclo de produção, resistência a pragas e doenças, tamanho e formato do bulbo, número de bulbilhos por bulbo, coloração do bulbo e do bulbi-lho, características do catáfilo e poder de condimentação.

No Brasil são consumidos dois grupos varietais de alho: branco e roxo. O primeiro apresenta predominância da coloração branca no bulbilho, podendo apresentar listras ar-roxeadas ou de outras colora-ções e tem a China como sua

principal origem. Já o segundo apresenta predominância da coloração roxa em todos os bul-bilhos e é produzido no Brasil. O poder de condimentação do alho roxo é reconhecido como maior que o do branco pelos co-merciantes e consumidores do produto. A utilização de alho com maior concentração de compostos voláteis é garantia de seu maior poder de condi-mentação. Os compostos res-ponsáveis pelo aroma do alho são muito voláteis e facilmente perdidos durante o seu proces-samento. A comprovação e a di-vulgação da diferença do poder de condimentação entre o alho roxo, produzido no Brasil e o branco, importado da China, é uma ferramenta importante na competitividade do produto na-cional frente ao alho importado.

A avaliação da diferença en-tre o poder de condimentação do alho roxo e do branco foi realizada pelo Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), por solicitação da Anapa (Associação Nacional dos Produtores de Alho), com apoio do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp. O trabalho teve como objetivos fa-zer a comparação sensorial do

poder de condimentação dos alhos roxo e branco; quantificar os principais compostos volá-teis, responsáveis pelo poder de condimentação dos dois tipos de alho e, por fim, a divulgação dos resultados.

Os resultados das avaliações sensoriais e de compostos vo-láteis mostram que existe dife-rença de percepção de aroma e de sabor entre os alhos roxo e branco. O maior poder de con-dimentação do alho roxo com-parado ao branco foi constatado para aroma por 96% dos prova-dores e para sabor por 92%. O levantamento também mostrou que frequência do consumo de alho é baixa, pois somente 14% consomem alho diariamente, o que mostra um grande poten-cial de aumento de consumo. O alho roxo possui maior concen-tração de compostos voláteis dialilicos, responsáveis pela sua pungência, quando comparado ao alho branco.

Novos estudos deverão ser realizados para melhor compre-ensão do consumidor de alho, da sua diferença de percepção de sabor e de aroma em dife-rentes concentrações de alho roxo e branco e da variação do poder de condimentação com a preparação, idade do produto e sistema de conservação.

O cultivo de cana-de-açúcar no sistema de plantio direto é capaz de fixar no solo grandes quantidades de CO2, um dos principais gases re-sponsáveis pelo efeito estufa.

O tema é objeto de pesquisa do professor da Unesp, Newton La Scala Júnior, que pesquisa os impactos das práticas de preparo e colheita na emissão de CO2 do solo em áreas de produção da cultura.

La Scala explica que quanto mais se revolve o solo, maior é a perda do CO2 fixado. “A cana-de-açúcar é capaz de fixar três a quatro vezes mais CO2 que a soja, por exemplo. O preparo da terra para o plantio desta cultura necessita revolver a terra profundamente, o que acaba por liberar quantidades significativas deste gás na atmos-fera”, diz.

O professor destaca também que as pesquisas sobre o plantio direto na cana-de-açúcar ainda estão no início, mas já há empresas trabalhando no desenvolvimento de maquinário para o siste-ma nesta cultura. Ele afirma que a rotação de cul-tura antes da reforma do canavial pode ser real-izada com o plantio de leguminosas, como a soja ou o amendoim, que auxiliam na manutenção do gás no solo.

No Brasil há cerca de oito milhões de hect-ares de área plantada de cana-de-açúcar, prin-cipalmente no Estado de São Paulo, responsável por 5,4 milhões de hectares cultivados na safra 2011/12. No Paraná, a área cultivada no mesmo período é de 668.673 hectares.

Plantio direto da cana-de-açúcar ajuda a fixar CO2

Dieta dos paulistanos é deficiente, mostra pesquisa da USP

Os paulistanos estão se alimentando mal, in-dica um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa mostra, por exemplo, que 95% dos entrevistados – em um total de 725 pessoas – ingerem menos frutas e sucos naturais do que o recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde. A situação mais preocu-pante ocorre no grupo leite e derivados, no qual 100% revelam comer menos do que as três por-ções diárias indicadas. “Relacionamos o consumo dos entrevistados em cada grupo alimentar com o que é recomendado pelo guia e verificamos uma situação preocupante especialmente nos gru-pos das frutas, leite, legumes e verduras”, disse à Agência Brasil o nutricionista Eliseu Verly Junior, autor da tese Ingestão Habitual de Alimentos en-tre Indivíduos do Município de São Paulo. O pes-quisador explica que o guia do ministério orienta o consumo diário com a finalidade de prevenir a obesidade e as doenças dela decorrentes, espe-cialmente as cardiovasculares.

Um dos principais alertas da pesquisa está re-lacionado aos adolescentes, tendo em vista que o maior percentual de inadequações de consumo ocorre nesse grupo. “Percebemos que o consumo deficiente vai se reduzindo à medida que aumenta a faixa etária”, analisou o pesquisador. No grupo de frutas e sucos naturais, por exemplo, a ingestão inadequada é verificada em 100% dos entrevista-dos com idade de 12 a 19 anos. Entre os idosos, o percentual cai para 86%.

Page 24: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

24 Meio Ambiente JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

A discussão sobre mudan-ças climáticas e sustentabilidade foi destaque no VI Congresso Brasileiro de Soja, que teve como tema “Soja: integração nacional e desenvolvimento sustentável”. Observando os impactos da mu-dança climática na agricultura brasileira, o pesquisador da Em-brapa Informática Agropecuária, Eduardo Assad, mostrou, durante o congresso, como o aquecimento do planeta afetará a produção agrícola em diferentes regiões do Brasil, caso não sejam tomadas medidas para reduzir a emissão de gases causadores do efeito es-tufa. Segundo Assad, nos últimos 100 anos a temperatura da terra se elevou em cerca de 0,8°C e a

projeção é de que até 2100 este número possa chegar a 2° C.

Com isto, o nível dos oceanos se elevará, aumentará a quanti-dade de chuvas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e reduzirá na região Nordeste, além de parte da Floresta Amazônica ser substituí-da por uma vegetação de Savana.

Com estas mudanças, Assad alerta para os efeitos sobre o pan-orama agrícola no país. “A agri-cultura brasileira vai ser atingida positivamente e negativamente. Algumas culturas serão mais atin-gidas do ponto de vista positivo, como cana-de-açúcar e trigo no Sul. A soja será negativamente atingida no Sul e no Centro-Oeste será mais positivo. No balanço

Mudanças climáticas exigirão adaptações da agricultura brasileirageral tem perdas se continuar do jeito que está. O que nós temos de fazer é nos adaptar a isto”, alerta o pesquisador.

Diante deste cenário, as pes-quisas para o desenvolvimento de cultivares adaptadas se faz essen-cial, como já ocorre com o feijão, em que o Instituto Agronômico do Paraná desenvolveu cultivares que não abortam flor com o au-mento da temperatura.

“Estamos trabalhando muito para reverter este processo. Como vamos ter plantas que sejam mais tolerantes a este tipo de situação, com ondas de calor, ondas de frio, abortamento de flores.

A Embrapa Soja, por exemplo, está trabalhando com uma soja

mais tolerante à deficiência hí-drica. Temos que trabalhar para nos adaptar”, disse o pesquisador que acredita que boa parte das respostas para a adaptação das espécies agricultáveis está na bio-diversidade do Cerrado.

Assad ainda destacou a im-portância de se adotar boas práti-cas agropecuárias, não só para contribuir com a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, mas também para minimizar os impactos da mudança climática nas lavou-ras. “Exemplos extremos como a seca deste ano no Sul do Brasil mostram que a adoção de boas práticas agrícolas minimizam as perdas. Seguindo estas boas práti-

Mesmo na ausência de levan-tamentos oficiais, alguns regis-tros sobre a redução do número de abelhas em várias partes do país, em decorrência de quatro tipos de agrotóxico, levaram o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a restrin-gir o uso de importantes inseti-cidas na agropecuária brasileira, principalmente para as culturas de algodão, soja e trigo.

Além de reduzir as formas de aplicação desses produtos, que não podem ser mais dis-seminados via aérea, o órgão ambiental iniciou o processo de reavaliação das substâncias imidacloprido, tiametoxam, clo-tianidina e fipronil. Esses ingre-dientes ativos foram apontados em estudos e pesquisas realiza-das nos últimos dois anos pelo Ibama como nocivos às abelhas.

Segundo o engenheiro Már-cio Rodrigues de Freitas, coor-denador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Quími-cas do Ibama, a decisão não foi baseada apenas na preocupação com a prática apícola, mas, prin-cipalmente, com os impactos so-bre a produção agrícola e o meio ambiente.

Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricul-tura e Alimentação (FAO), pub-licado em 2004, mostrou que as abelhas são responsáveis por pelo menos 73% da polinização das culturas e plantas. “Algumas culturas, como a do café, pode-riam ter perdas de até 60% na ausência de agentes poliniza-dores”, explicou o engenheiro.

Ibama reavalia agrotóxicos e sua relação com desaparecimento de abelhas

A primeira substância a pas-sar pelo processo de reavalia-ção será o imidacloprido, que responde por cerca de 60% do total comercializado dos quatro ingredientes sob monitoramen-to. A medida afeta, neste pri-meiro momento, quase 60 em-presas que usam a substância em suas fórmulas. Dados divul-gados pelo Ibama revelam que, em 2010, praticamente 2 mil toneladas do ingrediente foram comercializadas no país.

A reavaliação é consequência das pesquisas que mostraram a relação entre o uso desses agrotóxicos e a mortandade das abelhas. De acordo com Freitas,

nos casos de mortandade iden-tificados, o agente causal era uma das substâncias que estão sendo reavaliadas. Além disso, em 80% das ocorrências, havia sido feita a aplicação aérea.

O engenheiro explicou que a reavaliação deve durar, pelo menos, 120 dias, e vai apontar o nível de nocividade e onde está o problema. “É o processo de reavaliação que vai dizer quais medidas precisaremos adotar para reduzir riscos. Podemos chegar à conclusão de que pre-cisa banir o produto totalmente, para algumas culturas ou ape-nas as formas de aplicação ou a época em que é aplicado e até a

dose usada”, acrescentou.Mesmo com as restrições

de uso, já em vigor, tais como a proibição da aplicação aérea e o uso das substâncias durante a florada, os produtos continuam no mercado. Juntos, os agrotóxi-cos sob a mira do Ibama re-spondem por cerca de 10% do mercado de inseticidas no país. Mas existem culturas e pragas que dependem exclusivamente dessas fórmulas, como o caso do trigo, que não tem substituto para a aplicação aérea.

O órgão ambiental já começou a sentir as primeiras pressões por parte de fabrican-tes e produtores que alertaram

os técnicos sobre os impactos econômicos que a medida pode causar, tanto do ponto de vista da produção quanto de contra-tos já firmados com empresas que fazem a aplicação aérea.

Freitas disse que as reações da indústria são naturais e, em tom tranquilizador, explicou que o trabalho de reavaliação é feito em conjunto com a Anvisa e com o Ministério da Agricul-tura – órgãos que também são responsáveis pela autorização e registro de agrotóxicos no país. “Por isso vamos levar em con-sideração todas as variáveis que dizem respeito à saúde pública e ao impacto econômico sobre o agronegócio, sobre substitutos e ver se há resistência de pragas a esses substitutos e seus custos”, explicou o engenheiro.

No Brasil, a relação entre o uso dessas substâncias nas lavouras e o desaparecimento de abelhas começou a ser iden-tificada há pouco mais de quatro anos. O diagnóstico foi feito em outros continentes, mas, até hoje, nenhum país proibiu to-talmente o uso dos produtos, mesmo com alguns mantendo restrições rígidas.

Na Europa, de forma geral, não é permitida a aplicação aérea desses produtos. Na Ale-manha, esse tipo de aplicação só pode ser feito com autorização especial. Nos Estados Unidos a aplicação é permitida, mas com restrição na época de floração. Os norte-americanos também estão reavaliando os agrotóxi-cos compostos por uma das quatro substâncias.

cas podemos resolver muitos de nossos problemas”, afirma.

Eduardo Assad também de-stacou a posição de vanguarda que o Brasil assume neste proces-so, não só com o desenvolvimento de pesquisas agropecuárias que serão adaptáveis a uma extensa faixa produtiva no globo terrestre, mas também com atitudes para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

Como exemplo, citou as mais de 900 milhões de toneladas de carbono que o país deixou de emitir nos dois últimos anos so-mente com dois dos dez planos setoriais criados para atingir a meta de redução de emissões as-sumida pelo governo brasileiro.

Agência Brasil

Page 25: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

agosto de 2012 25Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

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Page 26: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

26 Transporte JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

A redução do Imposto so-bre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, conce-dida pelo governo federal des-de maio, surtiu efeito positivo nas vendas do setor em julho. As vendas subiram 22,04% em comparação ao mesmo mês de 2011 e alta de 3,15% em relação a junho deste ano. As informações foram divul-gadas pela Fenabrave (Fede-ração Nacional da Distribui-ção de Veículos Automotores, instituição que representa sete mil concessionárias em todo o território nacional.

Quando incluídas as ca-tegorias de veículos pesados (caminhões e ônibus), a alta nas vendas é 3,1% em com-paração a junho. Em relação a julho de 2011, o aumento foi 18,92%. Considerando o acu-mulado no ano, o crescimento é 1,84% em comparação aos

sete primeiros meses de 2011.Foram emplacadas 351.410

unidades no mês passado, ante 340.706 em junho. No acumula-do dos sete primeiros meses do ano, a alta é 3,01% em relação à igual período de 2011. Em julho, foi registrado o maior número de emplacamento de automó-veis e veículos comerciais leves (como vans e furgões) para o período desde 1957, quando a série histórica teve início.

Para a Fenabrave, o au-mento no número de empla-camentos de carros e veículos comerciais leves se deve ex-clusivamente ao incentivo fis-cal. “Até as medidas, o resulta-do era negativo e os números atuais mostram a importân-cia da soma de esforços entre governo, iniciativa privada e instituições financeiras”, dis-se, em nota, Flávio Meneghet-ti, presidente da entidade.

Com IPI menor, venda de automóveis bate recorde em julho

Montadora lança caminhão leve de 10 toneladas

A MAN Latin Ameri-ca acaba de lançar o VW Delivery 10.160 Advante-ch que complementa a li-nha de caminhões leves da montadora, que já conta com outros três modelos equipados com motoriza-ção Euro 5, que atende às normas do Proconve-P7.

Com Peso Bruto Total de 9.700 kg, o veículo ga-rante uma capacidade de carga útil de 6.250 kg com entre eixos de 4.300mm. “O VW Delivery 10.160 pode carregar até 300 quilos a mais que seu principal concorrente”, diz Ricardo Alouche, diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America.

O veículo também aten-de à configuração VUC (Veí-culo Urbano de Carga), com entre eixos de 3.300mm.

“Em tempos de restrições de circulação de caminhões de grande porte nos centros ur-banos, a configuração VUC é mais uma vantagem opera-cional da linha Delivery”, diz.

Segundo o executivo, o ca-minhão chega em um momen-to de migração do mercado, já que a procura por veículos de 10 toneladas tem sido gran-de. “Acompanhar as evoluções

do mercado, além de manter a liderança no segmento de caminhões leves no Brasil, é o nosso principal objetivo”.

De acordo com a montado-ra, o novo caminhão conta com módulo de controle eletrôni-co e possui alta capacidade de processamento e balanço oti-mizado entre demanda de po-tência, economia de combus-tível e controles de emissões.

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27Transporteagosto de 2012Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Brasil deve deixar de emitir 5,3 milhões de toneladas de poluentes

Com os investimentos pro-gramados para os próximos anos no setor de transporte e mobilidade urbana, o Brasil deve deixar de emitir 5,3 mi-lhões de toneladas de C02 ad-vindos do transporte de cargas e de passageiros. Essa é uma das conclusões do Plano Setorial de Transporte e de Mobilidade Ur-bana para Mitigação da Mudan-ça do Clima (PNLT) apresenta-das durante a consulta pública realizada na sede da Confede-ração Nacional do Transpor-

te (CNT), em Brasília (DF).De acordo com os repre-

sentantes dos Ministérios das Cidades e dos Transportes, responsáveis pela execução do plano, essa redução será re-sultado do conjunto de obras rodoviárias, ferroviárias e hi-droviárias previstas. Foram considerados os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as inter-venções sugeridas no PNLT.

“No setor de transporte de cargas, selecionamos 613 pro-

jetos previstos no PNLT. Se eles forem plenamente executados, poderão promover algum ní-vel de transferência modal, e, assim, proporcionar mitigação nas emissões de CO²”, acredi-ta a chefe da assessoria socio-ambiental do Ministério dos Transportes, Kátia Matsumoto.

Como exemplo, a especia-lista citou a Ligação Ferroviá-ria Transnordestina à Hidrovia do São Francisco. A construção desta ferrovia será capaz de reduzir em 2,7 mil toneladas

de CO² com a mudança de mo-dal no transporte de cargas.

Apesar de a transferência de modal ser uma necessida-de conhecida no transporte de cargas, o processo pode le-var anos para se consolidar.

Como uma forma de auxi-liar nessa mitigação de forma mais acelerada, a coordena-dora de projetos especiais da CNT, Marilei Menezes, de-fendeu a renovação da frota.

“O transporte rodoviário de cargas é o maior emissor e vai

continuar sendo. A renovação de frota é uma ação que, para nós, deve ser incluída no Plano. Esse é um pleito antigo da CNT e o inventário de emissões deixa bastante claro: os caminhões, principalmente os pesados, são um dos principais emissores de gases do efeito estufa”, alertou.

A coordenadora da CNT destacou ainda a eficiência energética como um ponto que merece atenção. Segundo ela, a falta de infraestrutura nas ro-dovias brasileiras tem um im-pacto considerável no consumo dos veículos leves e pesados.

Mobilidade Urbana

Com relação à mobilidade urbana, o plano aponta uma redução de 3 milhões de tone-ladas de CO2 até 2020. A que-da nas emissões está associa-da aos projetos relacionados com a Copa do Mundo, PAC Mobilidade Grandes Cidades e aportes de recursos dos gover-nos estaduais e municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

A previsão é de que es-sas intervenções promo-vam a melhoria do siste-ma de mobilidade urbana, ampliando o acesso ao trans-porte coletivo e, com isso, redu-za as emissões de gases de efei-to estufa (GEEs) e locais (GELs).

Para o coordenador do grupo técnico no Ministério das Cidades, José Alencar Oli-veira Junior, esse é apenas o primeiro passo e estudos para a mudança da matriz energé-tica no transporte de passa-geiros devem ser discutidos.

Em 2010, os combustíveis fósseis responderam por 70% do total consumido no trans-porte rodoviário de passagei-ros. “Estamos saindo do zero, mas deve ser uma construção coletiva. É um processo com-plexo, que precisa uma discus-são com outros ministérios e atores envolvidos”, pondera.

Expectativa é baseada no resultado previsto do conjunto de obras rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias a ser executado nos próximos anos

Agência CNT

Page 28: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

28 Transporte JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

A solução para o impasse na aplicação da lei que exige des-canso periódico para os cami-nhoneiros pode incluir parceria com o setor privado. De acordo com o secretário de Política Na-cional do Ministério dos Trans-portes, Marcelo Perrupato, a utilização de postos de combus-tíveis como paradas de repouso para os motoristas de caminhão é uma das possibilidades avalia-das pelo governo.

O encontro foi cercado de tensão em razão da rivalidade entre os sindicatos que repre-sentam os caminhoneiros e hou-ve protestos em frente à sala de reuniões da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que sediou a primeira rodada de negociações.

“Estamos em fase de levan-tamento de informações. Temos que ver como negociaríamos isso a partir da bandeira conce-dente”, afirmou o secretário. Per-rupato é um dos representantes do Ministério dos Transportes na mesa de negociação implan-tada para discutir as reivindica-ções dos caminhoneiros.

No dia 8, o grupo se reuniu pela primeira vez desde o fim da greve da categoria, que durou sete dias e bloqueou rodovias em seis unidades da federação. A desocupação das estradas foi uma exigência do governo para

iniciar o diálogo. Ao fim da reu-nião, ficou estabelecido que representantes do governo se reunirão semanalmente com os caminhoneiros até o dia 11 de setembro, prazo para o fim das negociações.

Enquanto os líderes das en-tidades estavam reunidos com o governo, manifestantes do Movi-mento União Brasil Caminhonei-ros (MUBC) gritaram palavras de ordem contra os dirigentes da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e da União Brasil Cami-nhoneiros (Unicam). O MUBC organizou a paralisação dos mo-toristas, e a CNTA e a Unicam fo-ram contra a mobilização.

Além de uma solução para a falta de infraestrutura de re-pouso, serão debatidos proble-mas como a cobrança do Código Identificador de Operação de Transportes (Ciot) e a concessão do Registro Nacional de Trans-portadores Rodoviários de Car-ga (RNTRC).

O Ciot é um documento exi-gido dos caminhoneiros autôno-mos. A categoria reivindica que a obrigatoriedade seja estendida também às empresas de trans-portes. Com relação ao RNTRC, a demanda é que o registro só seja concedido a quem tem o trans-porte de carga como atividade principal.

Parceria com postos de combustíveis pode garantir descanso de caminhoneirosAutônomos também exigem extensão da obrigatoriedade às empresas de transportes

“Está havendo concessão para todo tipo de atividade eco-nômica, até para lojas de mate-rial de construção e vidraçaria. Isso inundou o mercado com mais de 600 mil profissionais e fez cair o valor do frete”, recla-

mou Nélio Botelho, presidente do MUBC. Para atender aos pe-didos dos caminhoneiros, será necessário alterar resoluções da ANTT. A possibilidade de reali-zar essas mudanças será o tema da próxima reunião da mesa de

negociações, marcada para a se-mana que vem. De acordo com o secretário de Política Nacional do Ministério dos Transportes, em cada um dos encontros se-manais será abordado um tema da pauta de reivindicações.

Governo federal vai restringir concessão de registro de transportadores de carga

O governo federal decidiu atender à reivindicação dos caminhoneiros de restringir a concessão do Registro Nacional de Transportadores Rodoviá-rios de Carga (RNTRC) a pro-fissionais e empresas que têm o transporte de mercadorias como atividade principal. A Agência Nacional de Transpor-tes Terrestres (ANTT) estuda como fará para regular as ati-vidades econômicas que atual-mente possuem o registro, mas não se enquadram nesse perfil, por terem o transporte de car-gas como atividade secundária.

A decisão foi tomada após negociações com motoristas de

caminhão, na segunda reunião do grupo de trabalho criado pelo governo para avaliar as demandas do setor. O encontro foi temático, dedicado a dis-cutir normas e resoluções da agência das quais os caminho-neiros discordam. Estão previs-tas três reuniões semanais até dia 8 de setembro em que serão debatidas as questões: pontos de descanso nas estradas; car-ga tributária que incide sobre os motoristas e arcabouço jurí-dico e legal que regulamenta a profissão.

De acordo com os motoris-tas de caminhão, a reivindica-ção da categoria com relação ao

RNTRC está ligada à influência no valor do frete. O presiden-te do Movimento União Brasil Caminhoneiros (Mubc), Nélio Botelho, afirma que a conces-são do registro a empresas cuja atividade-fim não é o transpor-te de cargas - como indústrias e lojas de material de constru-ção, por exemplo - aumentou a concorrência e fez com que a remuneração diminuísse. “Há uma concorrência desleal de 600 mil profissionais a mais no mercado. O valor do frete caiu a um patamar que não cobre as despesas operacionais”, disse.

A ANTT contesta o número divulgado pela Mubc e diz que,

de 973 mil detentores do RN-TRC, somente 144 mil não têm o transporte de cargas como atividade principal. Wilbert Ribeiro Junqueira, gerente da agência reguladora, diz que um parecer jurídico interno per-mitiu a concessão do registro a empresas nas quais a atividade é secundária. “Foi um parecer da nossa procuradoria sobre a Resolução 3.056, que regula a questão. Diante da demanda dos caminhoneiros, estudamos criar outras categorias para ca-dastrar empresas que não têm o transporte como atividade--fim”, disse. O gerente infor-mou que a ANTT também vai

se debruçar sobre a Resolução 3.658, outra fonte de discórdia entre caminhoneiros e gover-no. A norma criou a figura do Código Identificador de Ope-ração de Transporte (Ciot), do-cumento exigido dos caminho-neiros. A emissão é obrigatória somente para proprietários de até três caminhões. Os motoris-tas argumentam que, por esse motivo, empresas com grandes frotas levam vantagem, já que os clientes preferem contratá--las em razão da burocracia e custo menores. “Nesse caso, pode ser necessário mudar o texto da resolução para atendê--los”, diz Wilbert Junqueira.

Page 29: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

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Page 30: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

30

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Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT

Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP

Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

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Acesse o site:

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Espaço ApespEspaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Reforma do MLP – até quando vai continuar?Após realizada a licitação e

iniciadas as obras de recupera-ção da estrutura, rede elétrica, piso e demais componentes do pavilhão MLP - em um ritmo bastante satisfatório- , o merca-do em geral e os permissioná-rios do pavilhão em particular esperavam com grande expec-tativa

Contudo, passados cerca de dez meses do início e a menos de 30 dias da entrega da primei-ra fase, e, começada a segunda fase, com três novos vãos em reforma, de 20 dias para cá vem se observando a desaceleração na execução da obra, chegando até mesmo à total paralisação em alguns momentos.

Pode-se dizer que a obra em si gera problemas de ordem operacional, de circulação de veículos, de carga e descarga de mercadorias, atraso na entrega aos clientes de fora do entre-posto, o que somado ao maior tempo demandado na manobra dos veículos que circulam pelo local, impactam de forma ne-gativa as operações dos comer-ciantes.

Considerando que as obras ainda estão no começo do pa-vilhão, abrangendo as áreas limítrofes dos pavilhões APA e APB,que devido à localização de certa forma privilegiada (ficam próximos das portarias de en-trada e saída) pode-se afirmar que os problemas relacionados ao tráfego de veículos têm sido mitigados.

Essas paralisações poderão prejudicar ainda mais o dia a dia do mercado, em particular os setores de verdura, flores e varejão, pois aumenta o prazo de entrega da obra.

Avançando estas para as áreas de meio do pavilhão, cer-tamente haverá maiores proble-mas de circulação, de operação

interna com a carga e descarga, especialmente nos eventos da feira de flores, tendo em vista que o número de permissio-nários da feira localizados no meio do pavilhão e diversidade dos produtos poderá agravar as condições já bastante prejudi-cadas na comercialização.

A Apesp espera que a Cea-gesp tome as medidas neces-sárias para que o cronograma da obra se mantenha, evitando maiores males que essas para-lisações têm provocado no dia a dia dos comerciantes que pre-cisam do espaço de volta para retomar a normalidade de seus negócios e para que os clientes tenham as áreas de estaciona-mento liberadas novamente.

Page 31: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

31agosto de 2012Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

CÁ ENTRE NÓS

Por Manelão

C

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8496_Jornal Entreposto 21x28.pdf 1 14/08/12 12:12

Em agosto o produtor de tomate sorriu com a valori-zação do produto no mer-cado e esqueceu o prejuízo que teve quando a caixa foi comercializada abaixo de R$ 10. No setor de frutas, a laranja está saborosa e com preço acessível. Uma ótima pedida para esse inverno quente de São Paulo.

***O mercado está respirando democracia com a visita dos candidatos à prefeitura, que se encantam com o trabalho realizado pela família Cea-gesp. Boa sorte aos vários de nossos parceiros de trabalho que estão concorrendo a uma vaga na Câmara Muni-cipal.

***No próximo dia 24 va-

mos receber o bispo auxiliar de São Paulo, região epis-copal Lapa, Dom Júlio Endi Akamini, que participará do café da manhã oferecido pe-los carregadores autônomos do Sindicar, onde o presiden-te da entidade, José Pinheiro, receberá os permissionários e trabalhadores. Após o café, Dom Júlio irá percorrer o mercado, passando pela di-retoria e gerência, associa-ções e entidades sindicais. Os comerciantes que agen-daram previamente tam-bém terão suas empresas inseridas no roteiro da visita. Depois de almoçar com as crianças da Nossa Turma, o religioso celebrará a missa, que terá participação do co-ral do colégio Madre Paula Montalte, sob o comando do professor Gonzalo. O padre Egisto, da paróquia Nossa Senhora de Lurdes e Luiz Carlos de Laet, capelão da comunidade ambiental San-ta Luzia da Ceagesp, também ajudarão na celebração.

***Acompanhadas pelas

educadoras, as crianças da Nossa Turma plantaram hortaliças e diversos tipos de tempero na horta da es-colinha. Alfaces, rabanetes e cebolinha crescem por todo o canteiro. O trabalho conta com a supervisão ambiental da esudante de pós-gradu-ação da USP Leste, Priscila Ferrari Afonso.

***Já encaminhamos o�ício

à Ceagesp sobre a realização da galinhada da Nossa Tur-ma, programada para acon-tecer em meados de setem-bro. Estamos aguardando a liberação do espaço.

Boas novasSebastião Andrade, conhe-cido no mercado como Tião do Morango, dedicou 28 anos à comercialização de frutas no entreposto. Foi dele a ideia de reutilizar as bandejas de ro-cambole para armazenar os morangos de maneira que não prejudicasse o delicado alimen-to. “Fui um dos primeiros a me

preocupar com a questão das embalagens das frutas e legu-mes”, recorda. A dedicação que Tião possui pelo trabalho está gravado em DVDs. São imagens e vídeos históricos da Ceagesp, como toda a gravação da Fes-ta das Colônias de 1992, além de produções caseiras sobre a plantação de morango. Fora da

cadeia de comercialização da Ceagesp, Tião está à procura de novos clientes para representar no mercado, apoiando a ativi-dade agrícola brasileira. “Tenho muito trabalho a fazer e quero continuar contribuindo com os produtores rurais. Por isso, es-tou disponível 24 horas no celu-lar [11-98353-9373]”.

Tião do Morango não pode parar

Page 32: Jornal Entreposto | Agosto de 2012

32 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócioagosto de 2012

Operação na modalidade CDC com taxa de 0,00% ao mês = 0,00% ao ano, em 12 meses, com 30% de entrada. 1ª parcela com 30 dias de carência, incluindo tarifas, custos e impostos (IOF). Operação BNDES Finame PSI na Sistemática Convencional. O plano BNDES Finame PSI é fi nanciado com recursos do BNDES, de acordo com a legislação, circulares e demais normas desta instituição, conforme cláusulas contratuais. As condições estão sujeitas a alteração por parte da autoridade monetária, BACEN e BNDES. Promoção válida para vendas via estoque do Distribuidor, para toda a linha Cargo, zero km, até 31/08/2012 ou enquanto durarem os estoques. As condições fi nanceiras estão sujeitas a análise e aprovação de crédito pela fi nanceira. Contratos de Financiamento e Arrendamento Ford Credit são operacionalizados pelo Banco Bradesco Financiamentos S/A e Contratos de Finame pelo Banco Bradesco S/A.

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