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Page 1: Jornal do Cariri - Edição 2494

ENERGIA

O periódico do Cariri independente

Potencial eólico chega a 45% na Chapada do Araripe

Sindimotos cobra regulamentação

MOTOTAXISTAS

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GRANDES NOMES

Maria Assunção, testemunha dahistória de Juazeiro

REGIÃO DO CARIRI l DE 09 A 15 DE AGOSTO DE 2011 l ANO XIII l NÚMERO 2494 R$ 1,50

Com grande potencial de aproveitamento dos ventos, a região do Cariri pode se tornar produtora de energia eólica. Entre os municípios de Missão Velha e Crato, numa faixa de 200 metros, o potencial energético pode chegar a 45%, o que é considerado ótimo pelo critério das empresas que atuam na área. Atualmente, duas empresas estão realizando contratos de locação de terrenos para a possível instalação de aerogeradores na Chapada do Araripe

Bárbara de Alencar deve ter nome no livro dos heróis nacionais

Maria Luiza encara preconceito para tocar sanfona

CULTURA POLÍTICA

EDUCAÇÃO

ASILOS

DROGAS

MOUNTAIN BIKE

Tráfico surpreende policiais federais

Câmara permanece alvo de polêmicas

Santana nega nomeação de Zé de Amélia para Secretaria

Defensoria Pública constata idosos sem documentação

Das trilhas ecológicasàs competições

Com a grande quantidade de drogas apreendidas nos últimos sete meses na região, o delegado da Polícia Federal em Juazeiro do Norte, Alan Robson diz que o Cariri tem sido usado frenquentemente pelos traficantes, o que tem surpreendido alguns policiais federais

Ministério Público está investigando a denúncia de improbidade administrativa contra o presidente da Câmara, José de Amélia Junior (PSL). Apesar de a denúncia ter sido arquivada na última sessão (2), da Casa Legislativa, o MP vai investigar a acusação do diretório municipal do PSB, que delata o presidente por causa de uma possível fraude na ata da sessão do dia 17 de maio, pela inclusão do projeto de permuta de terreno do município. Caso José de Amélia deixe a presidência, o vice Gledson Bezerra diz que não assumirá o cargo.

O prefeito Manoel Santana (PT) desmentiu as especulações sobre a nomeação de José de Amélia Junior (PSL), atual presidente da Câmara, ao cargo de secretário da Educação. Santana também fez menção à greve dos servidores, considerada ilegal, pelo Tribunal de Justiça do Ceará, na última sexta-feira (5).

Com o objetivo de verificar as condições do acolhimento de idosos em asilos de Juazeiro do Norte, uma equipe da Defensoria Pública esteve visitando essas instituições e ouviu reclamações. As principais dizem respeito a existência de idosos nos abrigos, sem documentação obrigatória. Segundo os coordenadores e presidentes das casas de acolhimento, as dificuldades aparecem principalmente em caso de falecimento.

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Chapada do Araripe / Foto: Cícero Valério

Acesse e veja a programação completa: www.bnb.gov.br/cultura

Dia 09, terça-feira.ARTES VISUAIS15h00 - Ofi cina de Lambe-Lambe -O Meu Papel.Dia 10, quarta-feira.ARTES VISUAIS15h00 - Oficina de Lambe-Lambe -O Meu Papel.ARTES CÊNICAS

19h30 - Cordéis e Outros Poemas -Grupo em Cena - Fortaleza-CE.Dia 11, quinta-feira.ARTES CÊNICAS19h30 - Cordéis e Outros Poemas -Grupo em Cena - Fortaleza-CE. Dia 12, sexta-feira.NOVAS IDEIASLocal: Nova Olinda-CE.

13h00 - Rumo aos Museus -Visita à Fundação Casa Grande -Memorial do Homem Kariri.ARTES VISUAIS15h00 - Ofi cina de Lambe-Lambe -O Meu Papel.ARTES CÊNICAS19h30 - Cordéis e Outros Poemas -Grupo em cena - Fortaleza-CE.

Dia 13, sábado.ATIVIDADES INFANTIS15h00 - Teatro Infantil - Blá - GrupoPantin de Teatro - Boa Viagem-CE.ARTES CÊNICAS19h30 - Cordéis e Outros Poemas -Grupo em Cena - Fortaleza-CE. Dia 14, domingo.ARTE RETIRANTE

Local: Teatro Gov. Miguel Arraes -Araripe-CE.19h00 - Literatura em Revista - Valei-me -Ramon Erico - Juazeiro do Norte-CE.

Dia 15, segunda-feira.Fechado.

Destaques da programação de 09 a 15 de agosto de 2011.

n SEGURANÇA ELETRÔNICA

n PORTARIA

n ZELADORIA

n TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

Travessa Slino Duda, 59 - Bairro Santa Teresa - Juazeiro do Norte - CE

Peça já seu orçamento sem compromisso

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Editorial2

OpiniãoREGIÃO DO CARIRI(CE), DE 09 A 15 DE AGOSTO 2011

Exped

iente

:

Fundado em 5 de setembro de 1997O Jornal do Cariri é uma publicação

da Editora e Gráfica Cearasat Comunicação Ltda

CNPJ: 34.957.332/0001-80

O periódico do Cariri independente

Diretor-presidente: Luzenor de Oliveira Diretor de Conteúdo: Donizete Arruda Diretoria Jurídica: Vicente Aquino Editora Responsável: Jaqueline Freitas

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Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores

Conselho Editorial: Geraldo Menezes Barbosa | Francisco Huberto Esmeraldo Cabral | Napoleão Tavares Neves e Monsenhor Gonçalo Farias Filho

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Envie sua carta para [email protected] e dê sua opinião faça sua sugestão, uma crítica. Esse espaço é aberto para você, caro leitor.

SEXTILHA CARTA

CADA UM DIZ O QUE QUERCADA UM DÁ O QUE TEMQUEM TEM FLORES DÁ PERFUMEQUEM É DO BEM FAZ O BEMSE EU QUERO SER BEM TRATADONÃO VOU DESTRATAR NINGUÉM!

Welington Costa

Já não era sem tempo de implantar os semáforos na avenida Padre Cícero, que já foi palco de muitos acidentes, inclusive fatais. O Detran acertou na iniciativa e espero que com isso, os jovens também tenham prudência para evitar que mais desastres aconteçam.

Júlia Mendes, bairro São José, Juazeiro

DROGA DE TRABALHO: ISSO É NECESSÁRIO?

Comentar sobre o estresse na vida dos profissionais modernos já é um tema bastan-te debatido. Contudo, é importante destacar que a situação está ficando cada vez mais caóti-ca, já que a grande maioria destes profissionais não busca uma alternativa para minimizar os efeitos devastadores que esta situação causa.

O importante é ter foco e o foco, hoje, é o resultado, expresso quase sempre em quanti-dade, em grandes volumes. Assim, geralmente, os profissionais para atingi-los possibilitam o “esquecimento” de alguns fatores importantes como o cuidar do próprio bem-estar manten-do, o equilíbrio entre o trabalho e a qualida-de de vida. Esse equilíbrio deve existir, afinal, ambos são fundamentais para a sobrevivência plena da espécie humana.

Em nome do resultado tão almejado, quase sempre, tudo vale a pena. E “pena” aqui assume o seu real sentido, ou seja, vale a pena-lidade, vale a punição.

E essa punição pode vir através da per-

missão para o aparecimento de medos, conflitos interpessoais, con-corrência exacerbada e injusta, falta de controle na execução das tare-fas, longas jornadas de trabalho, gerando falta de tempo para curtir a família,dar um passeio, ir a uma academia, visitar um médico. Pode ainda vir através de ansiedade e de outros meios de pressão, ao qual se permitem ser submetidos.

Entretanto, será que todos esses esfor-ços compensam? Confúcio já afirmava que os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, e depois perdem o dinheiro para recuperá-la.

As pesquisas comprovam que, princi-palmente nas grandes cidades com o ritmo de vida alucinado e estressante, os profissionais, independentemente do segmento no qual atu-am, com poucas exceções, não buscam alguma atividade que possa servir de válvula de escape. Assim, para suportar a pressão procuram ser

envolver com medicamentos e/ou drogas ilícitas ou lícitas.

O que surge de novo neste cenário é o tipo de substancia que está sendo consumida por esse pú-blico: as drogas ilícitas mais novas, mais fortes e potencialmente mais danosas.

Enquanto criador da própria realidade, cada profissional sabe aonde deve ir buscar a alternativa

saudável para a sua situação, a sua válvula de escape. Creiam: elas existem!

As mentes e os corpos destes pro-fissionais agradecem e claro, os resultados aparecem.

Odilon MedeirosMestre em Administração,

Especialista em Psicologia Organizacional

A QUESTÃO DA CENTRALIDADE EM JUAZEIRO DO NORTEBoa parte das cidades brasileiras passou

por transformações sócio-espaciais significativas a partir da década de 1970, principalmente nas questões relativas ao paradigma centro-periferia. Dentre muitos fatores que causaram alterações surpreendentes no espaço nacional está o cres-cimento das cidades médias brasileiras a partir desse período.

A cidade de Juazeiro do Norte hoje pode ser considerada como uma cidade média devido a sua influência regional exercida dentre de um raio de influência que abrange cidades de ou-tros estados, como Paraíba, Pernambuco e Piauí. Mas ela também se relaciona em outras escalas espaciais, isto é, Juazeiro mantém interações na escala nacional e na escala internacional, o que faz dela o espaço privilegiado para investimentos do capital público e privado no Cariri.

Essa centralidade em caráter interurba-no, isto é, o poder de concentração e centraliza-ção de capitais, serviços, trabalho entre outros, exercendo uma grande força centrípeta com cidades da rede urbana cearense e até de outros estados, está relacionada com a(s) centralidade(s) intra-urbana, ou seja, a capacidade do espaço urbano da cidade de concentrar oferta de servi-ços, trabalho, comércio em determinadas áreas da cidade, o que as tornam seletivas para deter-minados grupos sociais.

O centro principal da cidade apresenta--se ainda como o espaço privilegiado das rela-ções socioeconômicas, pois concentra a maior parte do comércio e grande parte dos serviços,

notadamente os de saúde, tendo como corredor exemplar a Rua Padre Cícero. Já nas “periferias”, observa-se que desde o final da dé-cada de 1980 e 1990 houve uma expansão territorial da cidade em direção à Barbalha e Crato, tanto no setor habitacional, predomi-nante no primeiro caso, como no setor de serviços, predominante no segundo caso. Isso se refere à mudança na lógica da produção do espaço ur-bano, passando da cidade com um único cen-tro para a cidade com vários centros de menor porte e influências diversas.

Poderíamos dizer que Juazeiro do Norte hoje se caracteriza como uma cidade poli(multi)cêntrica (com vários centros e várias centralida-des)? Talvez! Isso ainda é cedo, mas a tendência de produção do espaço urbano que se constata atualmente na cidade, tanto pelos agentes eco-nômicos globais (Carrefour, Walmart, conces-sionárias de carros japonesas, só pra ficar em alguns exemplos) como pelo Estado, é de uma cidade inserida na lógica da circulação do capital global, onde a inserção dos grupos econômicos ligados a atividades terciárias, mas não só, pas-sam a produzir um arranjo espacial diferenciado, com o poder de concentrar comércio e serviços em determinadas áreas da cidade.

Como exemplos, poderíamos caracte-rizar inicialmente como novas áreas centrais, além do centro principal, o Pirajá (mais ligada às

classes populares) e a área onde se localiza o Cariri Shopping e o Hiper-bompreço (mais seletivo). O Ataca-dão está no eixo comercial ao longo da av. Padre Cícero e tem também um forte poder de concentração em áreas adjacentes, no entanto isso ainda está em curso naquele local.

Esses processos que rede-finem a centralidade intra-urbana, isto é, dentro da cidade, estão pos-

tos como desafios para o planejamento demo-crático da cidade, pois pensar a cidade para to-dos exige participação efetiva da sociedade nas decisões políticas, uma vez que todos são agen-tes e participam da dinâmica sócio-espacial da urbe. As políticas públicas devem ser pensadas em sentido amplo e não apenas de “cima” para “baixo” como normalmente acontecem.

Com isso, poderemos construir uma ci-dade pautada numa sociabilidade diferenciada e em práticas sociais mais solidárias, pautadas na lógica do lugar, do sentimento, da união e da solidariedade, ao contrário de uma lógica global, racionalizada e fragmentadora, hierar-quizadora e hierarquizante.

Cláudio Smalley Soares PereiraGraduando do Curso de

Geografia da URCA

CONFLITO VERSUS CONFLITOS

O mundo está bombardeado pelo que se condi-cionou chamar de Conflitos. Ao ob-servar situações do cotidiano, eles ame-açam a convivência no ambiente agrário, educacional, familiar, organizacional, políti-co e religioso. Conflito, segundo o dicionário, vem a ser o choque de ideias entre pessoas, causando alteração comportamental, desor-dem, tumulto, luta e até mesmo guerra entre nações. Esta última deixa marcas negativas no rosto da população que, “nem mesmo o tempo pode apagar” a exem-plo: do Iraque e Líbia, regiões de intenso conflito com armas, ge-rando mortes de civis inocentes. Partindo desse entendimento, o conflito é uma confusão que se dá pela combinação de vários fa-tores que acontece com as pes-soas que se expõem e se opõem a alguma coisa.

Para acontecer o conflito, não precisa ser no mês agosto; em qualquer tempo, ele pode ocorrer. Dependendo de onde aconteça, veremos uma plateia que ao assistir à trama, aposta no insucesso dos outros e até rir das mais diversas situações conflitu-osas. Estes são os indivíduos que dão à chamada “corda”, para ver a relação “pegar fogo”. Ao passo que auxiliar como mediador e criar meios que garantam um ambiente agradável deveria ser a atitude hu-manamente mais correta. Atitudes (regras) como: respeitar as pessoas; ser disciplinado; saber se comuni-car; ter senso de justiça; buscar entender o outrem e ter paciência evita situações conflituosas.

Os conflitos agrários, é mais que notório, são cometidos desde a época da colonização, com excesso de violência contra (nativos), colonos, Indígenas e fa-mílias Quilombolas. A intimidação e expulsão chegam ao ponto que, hoje, lideranças de algumas etnias recebem proteção (escolta) policial da Força Nacional de Segurança. Este contexto de luta pela posse da terra, no Brasil, tem gerado conse-

qüências. Sendo que defensores do meio ambiente tem sido vítima, como o serin-gueiro Chico Men-des em dezembro de 1988. Fica evidente que as decisões ju-diciais favoráveis aos povos de comunida-

des remanescentes têm causado descontentamento tanto aos grileiros como para os latifundiários da Amazônia e Pará. Os conflitos existem, e o Brasil não está livre deles. Por isso, é preciso haver um contingente suficiente de bons mediadores (servidores) que, ao lado de instituições fortale-cidas como FUNAI, INCRA, IBAMA e outros organismos, devem estar bem aparelhados para intervir nos momentos de tensos conflitos que, vez por outra, acontecem no campo em disputas pela explora-ção ilegal da terra.

Em se tratando de conflito nas organizações, especialistas em Gestão do Capital Humano afir-mam que o conflito acontece em decorrência: da discordância de ponto de vista; disputa pelo poder, interesse por cargos; algum tipo de discriminação; agressões verbais; fofocas; estresse e outras situações adversas. Por ocasião de fofocas, levam gestores a cortar a raiz do fuxico, quando “não trabalham com boatos, mas sim, com fatos”. Já por conta das expressões: Se falar alto! Eu falo mais ainda! Se me gritar! Eu grito também! Se me pisar! Eu piso também! É que nascem às reações, que se tornam o estopim para o surgimento de conflitos. Todavia, não discutir, dar o silêncio em resposta a determi-nadas provocações é a melhor ma-neira para evitar conflitos.

Os conflitos rondam qual-quer ambiente e nos mais variados conflitos, existem pessoas que têm a missão de intervir, chamado de mediadoras de conflitos. Contudo o primeiro mediador de conflito na história da humanidade foi Jesus Cristo.

Andson Andrade da SilvaTécnico em Agropecuária e

Licenciando em Letras pela Urca

Este não é o primeiro editorial do JC sobre o problema do tráfico e consumo de drogas no Cariro. Muito menos será provavelmente o último. E mais uma vez, o tema retoma seu lugar privilegiado nas páginas do jornal.

As declarações do delegado Alan Robson são funda-mentais para se compreender a realidade das drogas na re-gião. O titular da Delegacia de Polícia Federal foi direto, obje-tivo e, acima de tudo, buscou ser transparente no tratamento das informações ligadas à atuação de seu órgão no Cariri. Postura elogiável, apenas por isso, mas não somente por isso. Algumas conclusões importantes podem ser extraídas de sua manifestação para o JC.

A primeira delas é que se faz urgente um trabalho espe-cífico das autoridades universitárias sobre os estudantes dos diversos polos acadêmicos da região. As relações entre a dro-gadição e a juventude são óbvias. É a época da vida na qual se experimentam coisas novas e há a influência de amigos e de valores comuns de grupos mais íntimos. A vocação universi-tária do Cariri, em suas três principais municipalidades, torna essa correlação mais forte e exige de todos, especialmente de

diretores de centros e faculdades, além dos reitores, atenção redobrada para com seus estudantes. As velhas campanhas de prevenção contra as drogas, os psicotrópicos e os entorpe-centes devem ser abandonadas. O público é outro, os tempos são outros. Inadmissível, contudo, é a inércia e a visão de que o espaço universitário é imune a e sses problemas.

Contaminar a juventude é o primeiro passo para conta-minar toda a sociedade.

Outro aspecto que a Polícia Federal salientou é a po-rosidade de nossas fronteiras. Aquilo que todos supunham, é agora escancarado: há uma rota de tráfico, com pessoas pagas regiamente para transportar as drogas e diversos “furos” na divisa Ceará-Pernambuco. São pontos de conhecimento geral. As Polícias Civil e Militar deveriam agir de modo integrado e tentar, de uma maneira eficiente, bloquear o trânsito dos psi-cotrópicos por esses espaços livres.

É evidente que a melhoria econômica generalizada no País trouxe consigo o aumento do consumo da droga. Ade-mais, existe o fantasma do “crack”, que corrói as entranhas de suas vítimas e destrói famílias com uma velocidade imen-

samente maior do que outras espécies. Essa conjugação de fatores é particularmente impactante no Cariri. Áreas como Juazeiro e Crato, que recebem uma quantidade imensa de mi-grantes ou de moradores temporários (os universitários), são afetadas de modo direto por esses fenômenos. São pessoas que perdem os referenciais sociais e familiares (no primeiro caso) ou que se adaptam à vida em uma comunidade livre e na qual as escolhas são mais intensas (os estudantes).

Uma coisa é certa. O Cariri não resolverá esse proble-ma sem o engajamento social amplo e irrestrito. O temor que surge quando algo como o tráfico de drogas se prolonga no tempo, e já se vão quase 3 décadas nas quais essa questão é co-nhecida na região, é o da tomada das instituições pelo crime, algo que ocorreu na Colômbia e agora se dá no México. Na verdade, se olharmos para além de nossa fronteira, veremos em Pernambuco um trágico exemplo de áreas dominadas pela ação desses criminosos. O Estado tenta reagir, mas o faz de maneira fragmentária e sem atacar o cerne do tráfico. Pro-vavelmente porque ele está forte demais para ser extirpado. Chegaremos a esse ponto no Cariri?

TRÁFICO NO CARIRI

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3REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 09 A 15 DE AGOSTO 2011

PolíticaPolítica

DONIZETE ARRUDAPolítica

VEREADORES DE JUAZEIRO

Ministério Público aprofunda investigações contra CâmaraJacqueline Dantas

A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte mais uma vez é alvo de polêmica. Embora

os edis tenham arquivado as de-núncias contra o presidente José de Amélia Junior (PSL), o Minis-tério Público (MP) vai investigar a denúncia protocolada pelo do diretório municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que o acusou de fraudar a ata da sessão do dia 17 de maio, pela inclusão do projeto de permuta de terreno do município, na Lagoa Seca, por 1 tarefa do Sítio Chumbada.

José de Amélia responde a denúncia de improbidade ad-ministrativa, formalizada junto ao Ministério Público e Judiciá-rio. Caso o MP dê parecer favorá-vel à cassação, o vice-presidente da Casa, Gledson diz que não assumirá a presidência do Poder Legislativo juazeirense.

O vice apresenta-se des-

pretensioso, apesar de ser ele o primeiro beneficiado com a saí-da de José de Amélia do cargo, a recusa à presidência está atrelada aos escândalos que pela Câma-ra já perpassaram nos últimos meses. “Não tenho interesse em puxar o tapete de ninguém, fiz as acusações contra o presiden-

te, mas não com esse intuito”, frisou, afirmando que não deseja que a sua imagem fique associa-da a um golpe político. “Não fu-girei do meu compromisso com a Câmara, mas só assumirei, caso haja licença por alguma questão natural, como por alguma doen-ça”.

Denúncia não formalizada

O vereador Gledson Be-zerra (PTB) também foi alvo de denúncia, embora não formali-zada. Ele foi acusado de efetuar “rachadinha” de salário com servidores públicos, com base na existência de um vídeo, no qual a servidora pública Marlene Brasil teria sido coagida pela mãe, Eli-zabeth Oliveira, e amigas do ve-reador Rita de Cássia e Sancha.

Gledson diz que a pu-blicação era algo premeditado, pois havia sido alertado pelas lideranças sobre a existência do vídeo. Ele entende a ação como uma represália política por es-tar combatendo a permuta dos terrenos, em que o patrimônio do município seria lesado em torno de R$ 400 mil. Diz, ainda, que vai processar judicialmente o autor da veiculação do vídeo, que ele chama de montagem, por danos morais.

n Presidente da Câmara de Juazeiro, José de Amélia Júnior

Roberto SampaioO vereador Roberto Sampaio

foi acusado, pelo Partido Republicano Progressista (PRP), de receber indevida-mente recursos do Bolsa Família, antes

de se tornar vereador pelo Município. Roberto também foi inocentado na ses-são da última terça-feira, cuja votação obteve o placar de 12 a 0.

Para ele, o processo que sofreu foi uma manobra, pois quando se interfere

nos interesses particulares, automatica-mente passaria a ser alvo daquele que fora prejudicado. “Estamos muito con-centrados em nossos projetos, haja vista que estamos amparados um no outro para superar todos esses desatinos”.

Tarso MagnoCom o mesmo placar de 12 a 0, o

processo de investigação contra o verea-dor Tarso Magno não foi levado adiante. Tarso foi alvo de denúncia feita por Fran-cisco Pereira da Silva, que o responsabiliza-

va pela nomeação de assessores fantasmas, além da ocultação de patrimônio perante o fisco. “A denúncia diz que eu tenho as-sessor parlamentar, mas afinal qualquer vereador, os deputados federais, estaduais e senadores têm, pois se trata de uma ques-tão legítima”. Tarso confirmou que os seus

assessores apresentam requerimentos, projetos e participam das sessões. “Quem fez a denúncia contra mim não apresentou nenhuma prova, além do mais, acredito que ele sequer leu o documento ao qual assinou, mas o objetivo principal dele era denegrir a minha imagem”.

O prefeito de Juazeiro do Norte, Manoel Santana (PT), garantiu que não have-rá a nomeação do presidente

da Câmara Legislativa, José de Amélia Júnior (PSL) ao cargo de secretário de Edu-cação. “Está tudo bem com a

atual Secretaria, não há mo-tivos para a mudança. Tenho um compromisso com a pro-fessora Sônia de firmarmos

Santana desmente Zé de Amélia para a Educação

Na sessão do dia 2 de agosto, a Câmara optou pelo arquivamento das de-núncias contra o presidente da Câmara, José de Amélia Junior (PSB) e os vereadores Tarso Magno (PSL) e Rober-to Sampaio (PSB). A decisão

decepcionou a maioria dos cidadãos que compareceu a última sessão. Houve mani-festação popular, parte dos professores apresentava car-tazes e entoava gritos du-rante a leitura dos processos: “Fora, José de Amélia”, al-

guns acrescidos de chacotas. Contra o presidente,

os únicos votos favoráveis à cassação foram de Gledson Bezerra, Roberto Sampaio (PSB), Professor Antônio (PC do B) e Tarso Magno (PSL). Rejeitaram a investigação, os

vereadores Adauto Araújo (PSC), Darlan Lobo (PSDC), Delian Pinheiro (PHS), Firmi-no Calu (PRP), Mira Sampaio (PP), Nivaldo Cabral (DEM), Ronaldo Lira (PHS) e o pró-prio denunciado. A vereadora Mara Torres (PPS) absteve-se.

Acordão sepulta investigações contra vereadores

Pizza com sabor de impunidade

Acabou com um final lamentável, no entanto previsível, o festival de denúncias contra quatro vereadores de Juazeiro do Norte. Denunciados – o presidente Zé de Amélia Junior, Tarso Magno, Roberto Sampaio e Gledson Bezerra – firmaram um pacto de silêncio. Coniventes em seus erros, arquivaram as acusações contra todos, e nenhum parlamentar será mais admoestado por suas atitudes nada republicanas. Para livrar o presidente Zé de Amélia alegaram não haver provas de fraudes na aprovação da lei que estabelecia normas para permuta de terrenos públicos. Para salvar a pele de Tarso Magno, houve consenso que seus assessores nunca dividiram seus salários com o parlamentar. Já o recebimento do Bolsa Família por Roberto Sampaio, isso é problema do Ministério Público Federal. Gledson Bezerra não foi incomodado pois não havia representação tramitand o na Câmara contra a sua suposta prática de rachadinha de salário com a servidora Marlene Brasil. É, esses quatro vereadores nada fizeram de errado. Há o risco de quem denunciou seus erros serem punidos.

A aposta no trabalho de moralização

O Ministério Pùblico do Ceará é a esperança do povo juazeirense que não se conforma com o que fizeram os vereadores. A pizza servida pela Câmara de Juazeiro é um acinte. Os implicados acreditam firmemente que estão acima do bem e do mal. Promotores que já investigam esses e outros casos, sustentam que os vereadores não devem gargalhar da sua gente, pois muito em breve eles estarão a ter que dar boas explicações sobre suas práticas administrativas que deixam no ar no Legislativo de Juazeiro um cheiro estranho.

100 anos de Juazeiro em destaque

O Senado Federal irá homenagear a cidade de Juazeiro do Norte por seus 100 anos. A festa acontecerá no dia 16 de agosto. O presidente José Sarney atendeu a uma solicitação do senador Inácio Arruda. O prefeito Manoel Santana já confirmou presença como também a maioria dos deputados federais cearenses. Essa homenagem é uma chance do prefeito Santana conseguir investimentos do Governo Dilma para promover o desenvolvimento não apenas de Juazeiro mas de todo o Cariri, em especial destravar as barreiras que impedem a ampliação do aeroporto Orlando Bezerra.

PMDB na briga eleitoral do Crato

O presidente regional do PMDB, senador Eunício Oliveira, definiu na última sexta, 05, em reunião em Fortaleza, a filiação do empresário Ronaldo Gomes de Mato ao partido. Ronaldo Matos cumpre assim a sua primeira exigência para ser candidato a prefeito na sucessão de Samuel Araripe. O senador Eunício Oliveira bateu o martelo: o PMDB cratense concorrerá às eleições municipais e Ronaldo Matos tende a ser o candidato a prefeito. A disputa eleitoral no Crato promete ser bem acirrada. Já são dois os postulantes em campanha: o deputado estadual Sineval Roque(PSB) e o empresário Raimundo Matos. Além deles ainda há o médico petista Marcos Cunha e o candidato ainda indefinido a ser lançado com o apoio de Samuel Araripe.

Camilo fica distante da prefeitura

A prefeita Luizianne Lins entende que sua administração superou os momentos mais difíceis. Assim, Luizianne avalia ter força política suficiente para bancar seu candidato, o secretário de Governo, Waldemir Catanho, a sua sucessão. Com essa determinação, diminuem as chances do secretário de Cidades do Estado, deputado Camilo Santana, de ser ungido candidato petista na corrida eleitoral em Fortaleza. Camilo que acabou envolvido no escândalo dos banheiros, por ter assumido a Cidades em janeiro, depôs no Ministério Público estadual e disse não ter tido nenhuma participação nas irregularidades. Assinou documentos orientado pela assessoria jurídica da pasta que dirige. Esse episódio tem sido usado nos bastidores para desgastar a pré-candidatura de Camilo dentro do PT. Porém, independente desses fatos, Luizianne Lins veta o nome de Camilo que continua sendo end ossado pelo governador Cid Gomes.

Disse me disse...

• Deputado José Guimarães procura uma explicação convincente para o gesto da renúncia de Coutinho Junior, e não consegue achar, muito menos compreender a ausência do PT nas eleições complementares de Jardim.

• Deputado Raimundo Macedo suspendeu sua agenda política para dar total atenção a sua esposa, Maricele Macedo, que permanece em tratamento médico em São Paulo.

• Desculpe a ignorância, os quatro vereadores de Juazeiro do Norte acreditam que vão conseguir se livrar das garras do Ministério Público do Ceará?

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Secretária Liduina Alves de Andrade

Vice-prefeito Raimundo Bezerra Filho e sua esposa Daniele, ao lado de Samuel e Mônica Araripe

Liduina Alves e seu esposo José Bezerra, ladeada dos filhos Rodolfo e Rodrigo

Composição da Mesa do evento que concedeu o Título de Cidadania Cratense a Liduina Alves

Liduina Alves recebe o título de cidadania das mãos do prefeito Samuel Araripe, da primeira dama Mônica Araripe e da vereadora Mara Guedes

A secretária mu-nicipal de Assistência Social, professora Lidui-na Alves de Andrade recebeu Título de Cida-dania Cratense, em con-sideração aos relevantes serviços prestados ao município e a comunida-de. O autor do projeto de resolução foi o vereador Francisco Helder de Oli-veira França (PSDB), cuja sessão foi presidida por Antônio Apolinário Neto (PMDB), no Teatro Salvia-no Arraes.

TÍTULO DE CIDADANIA

mais seis creches. Também almejamos professores qua-lificados e obstinados à edu-cação”. Com essas palavras, Santana desmente a especu-lação de que José de Amélia fora cotado ao cargo de secre-tário, no intuito de revigorar a aliança política nesse perío-do pré-eleitoral. Atualmente, a professora Sônia Luz está à frente da pasta da educação.

O prefeito fez menção à greve dos servidores públi-cos, que foi declarada ilegal nesta sexta-feira dia 5, pelo Tribunal de Justiça do Ceará. “O sindicato é intransigente, trata-se de uma greve polí-tica que não há negociação. Nós já oferecemos o melhor salário do Estado, há pro-fessores que ganham até R$ 4 mil. Estamos no limite dos nossos gastos”.

O procurador do Mu-nicípio, Luciano Daniel infor-mou sobre a Tutela Antecipa-da na Ação Declaratória de Ilegalidade da Greve dos ser-vidores públicos municipais de Juazeiro. No despacho, o desembargador, além de considerar a greve ilegal, ad-vertiu ao Sindicato dos Ser-vidores de Juazeiro do Norte (Sisejun) de que o não retor-no dos profissionais de saúde e do magistério as atividades normais, em 24 horas, impli-cará em multa diária de R$ 1.000.

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REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 09 A 15 DE AGOSTO 20114Cidades

MOTOTAXISTAS

Yaçanã Neponucena

Duas empresas estão realizando pesqui-sas no Cariri sobre a potencialidade dos

ventos e o desenvolvimento de energia eólica na Chapada do Araripe, principalmente entre os municípios de Crato e Ara-ripina - Pernambuco. A Ecopart e a Casa dos Ventos, que se ins-talaram na região desde 2009, participarão, entre os próximos dias 17 e 20 de agosto, de um leilão promovido pelo Gover-no Federal, através da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para a compra de energia eólica.

As duas empresas já es-tão efetuando, com os donos de terras da região, os contratos de locação dos terrenos para a possível instalação dos aero-geradores, instrumentos que convertem a energia eólica em

energia elétrica. Nos 43 mil hectares da

Floresta Nacional do Araripe (Flona), há boas possibilidades de aproveitamento dos ventos, mas na área não é permitida a instalação dos aerogeradores

no solo. Mesmo assim, para o presidente da Agência de De-senvolvimento do Ceará, Zuza de Oliveira, “Com certeza, o Cariri vai encontrar os mapas dos ventos. Essas indústrias irão gerar mais riqueza para os

agricultores e o Estado irá for-talecer a produção de energia limpa”, afirma em relação ao território onde as pesquisas fo-ram liberadas.

As empresas que estu-dam os ventos consideram os

potenciais de 25 a 35% baixos, de 35 a 40% bons e de 45 a 50% ótimo. Em uma faixa de 200 metros, entre os municípios de Missão Velha e Crato, margean-do o talhado da serra, é possível que o potencial energético che-gue a 45%.

Segundo o supervisor de prospecção, Francisco Sobral, se forem considerados os pa-drões de potenciais europeus, a região do Cariri está em uma situação muito boa. “Os inves-tidores querem sempre um per-centual maior. A região oferece boas possibilidades. Essa é uma oportunidade de renda fixa para os proprietários de terras durante 30 anos”, revela.

Após o leilão, as empre-sas ganhadoras terão as infor-mações de quantos aerogerado-res serão instalados e quantos megawatts serão produzidos. A escolha dos equipamentos irá depender do potencial encon-trado. Em todo o Estado do Ce-ará, existem 17 parques eólicos que, permanentemente, produ-zem 519 megawatts.

Desde a década de 90, o Ceará investe em programas de energia renovável, e como for-ma de estímulo para as indús-trias, o Estado criou o Fundo de Incentivo à Energia Solar (Fies). De acordo com Zuza de Olivei-ra, os incentivos tem atraído di-versos investimentos.

EDITAL DE CITAÇÃO – PRAZO 20 (VINTE) DIAS. Processo n° 576.01.2005.084327-6/000000-000 Ordem n° 3866/2005. O (a) Doutor(a) JAIME SILVA TRINDADE, MM. Juiz(a) de Direito Titular da 6ª Vara Cível da Comarca de São José do Rio Preto-SP, na forma da lei... FAZ SABER a M C A SILVA ME, CNPJ 044769790001-20 e MICHELLE CRISTIANE DE ALMEIDA SILVA, RG. 12.627.045-3, CPF 087.886.747-38, que lhe foi proposta uma ação de Procedimento Sumário (em geral), Processo n° 576.01.2005.084327-6/000000-000, Ordem n° 3866/2005, em trâmite pela 6ª Vara Cível da Comarca de São José do Rio Preto- SP, requerida por TARRAF ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS S/C LTDA, constando da inicial que o(a) autor(a) requereu condenação das requeridas para que paguem a quantia de R$ 93.698,53, valor atualizado até Outubro de 2005, acrescido ônus sucumbenciais, referente a débito remanescente oriundo de consórcio de veículo junto à requerente, cota n° 046. Foi requerida a citação dos requeridos, mas, constando nos autos que a requerida M C A SILVA ME e MICHELLE CRISTIANE DE ALMEIDA SILVA se encontram em lugar incerto e não sabido, expediu-se o presente, com prazo de 20 (vinte) dias, para cita-los da ação que lhes é movida. Dessa forma, ficam M C A SILVA ME e MICHELLE CRISTIANE DE ALMEIDA SILVA, devidamente CITADAS dos termos da presente ação, podendo apresentar contestação à presente ação, no prazo de 15 (quinze) dias. Ficam os interessados advertidos de que, não sendo contestada a ação no prazo de 15 dias, presumir-se-ão aceitos pelo mesmo como verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente, nos termos do artigo 285, 2ª parte, do Código de Processo Civil, e que, o prazo mencionado terá início quando findar o prazo do presente edital, o qual começará a fluir da primeira publicação do mesmo, tudo de conformidade com o despacho do ter seguinte: “Defere-se a citação por edital com prazo de 20 (vinte) dias. Expeça-se o instrumental necessário, devendo a autora providenciar as devidas publicações em jornal local e o recolhimento da taxa devida para publicação na imprensa oficial. Int.” NADA MAIS. Dado e passado nesta cidade e comarca de São José do Rio Preto, 07 de abril de 2011. Eu, (Angélica Farias Marini Moreira), Escrevente, digitei. Eu, (Paulo César do Carmo), Diretor, subscrevi. JAIME SILVA TRINDADE – Juiz(a) de Direito.

Mirelly Morais

“A primeira coisa é a regulamentação, para depois se exigir a realização do cur-so especializado obrigatório para os mototaxistas”, ques-tiona a presidente do Sindica-to dos mototaxistas do Crato (Sindimoto), Fátima Canejo, contestando os entraves na regulamentação da profissão de mototaxistas no município do Crato, que de acordo com ela já deveria ter acontecido desde a aprovação da Lei, em junho de 2010.

O primeiro passo, se-gundo Fátima, seria a ampla discussão com a categoria, onde se apresentaria a Lei que reconhece o serviço de moto-taxista como profissão, e de-cidiria da melhor forma. Ela explica que a padronização foi proposta pela associação, sem a devida discussão com os mototaxistas. “As coisas foram feitas aleatoriamente,

alguns pintaram as motos de amarelo e outros não quise-ram”, comenta.

O Sindicato defende a realização de uma audiência

pública com todos os segmen-tos interessados para discutir o assunto. Além de propor algumas emendas na Lei mu-nicipal. “Essa Lei deve ser

apresentada e discutida com os mototaxistas que em sua maioria a desconhece”. Além disso, afirma que lutarão pela gratuidade dos cursos, o que

fica impossibilitado sem a de-vida regularização.

O Crato tem atualmen-te cerca de três mil mototaxis-tas. Com a regulamentação, esse número deve cair bastan-te. O sindimotos defende 1500 vagas, somente para aqueles que se enquadram nas exigên-cias de Lei.

O procurador do muni-cípio do Crato, Ernani Brigido Neto garante que a resolução 350 do Conselho Nacional de Trânsito convalida ao Detran, nos Estados, a credencial para promover o curso junto com instituições públicas ou priva-das e afirma que o Crato parte na frente em termos de regu-lamentação legal da profissão de mototaxista.

Demora dos CursosO gerente do núcleo

de processos de transporte do Ceará, Daniel Sousa Paiva, ex-plica a demora na realização do curso, que terá duração de 30 horas/aula. Segundo ele, o

Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Apren-dizagem do Transporte SEST/SENAT, que são entidades prestadoras de serviços para o Governo Federal, querem exclusividade no monitora-mento do curso, diferente do que diz a resolução 350 do Conselho Nacional de Trânsi-to (Contran), que manda que o curso seja realizado pelos Detrans, em parceria com ins-tituições ou órgãos de trânsito dos municípios.

Está sendo feita uma consulta ao Contran e aos de-mais órgãos nacionais de trân-sito do país, para que sejam dirimidas todas as dúvidas e assim, o curso seja promovido com absoluta lisura e transpa-rência. Uma reunião com os representantes cratenses foi marcada para o próximo dia 23, na sede da superintendên-cia do Detran, em Fortaleza, quando terá uma posição de-finitiva sobre o assunto.

Sindicato contesta exigência de curso antes da regulamentação

João Carlos Barbosa

A Avenida Prefeito Ailton Gomes, no Bairro Pi-rajá, terá um novo retorno para melhorar as condições de tráfego no local, que está

sendo implantado nas pro-ximidades das confluências com as Ruas Nossa Senhora do Carmo (acesso aos Fran-ciscanos) e Nossa Senhora De Lourdes (acesso ao Santa Teresa). “O objetivo é aten-der uma solicitação antiga

dos motoristas e motoquei-ros que trafegam no setor diariamente, e isso só é pos-sível com novos retornos, obedecendo às exigências técnicas do sistema de en-genharia de trânsito e com a devida e necessária sinaliza-

ção”, comentou o Secretário de Segurança do Município, Cláudio Luz.

O comerciante Fran-cisco Valdetário Félix, resi-dente na Rua São Bento, bair-ro Franciscanos, aprovou a implantação. “O Demutran (Departamento Municipal de Trânsito) está certo em disciplinar o retorno de car-ros nesse trecho. Antes, era uma loucura, com retorno errado dos dois lados da Ailton Gomes. Agora, com certeza, não teremos mais engarrafamentos e muito menos carros estacionados erradamente, como a gente sempre via”, disse.

O novo retorno da Ailton Gomes obedece ao mesmo padrão dos implan-tados na Avenida Padre Cí-cero, nas confluências com as Ruas João Ferreira Lus-tosa (acesso ao bairro Santa Teresa) e Ladislau Arruda Campos (acesso ao Parque Antônio Vieira).

Avenida Ailton Gomes ganha novo retorno

n Mototaxistas do Crato ainda não estão padronizados

n Novo retorno vai desfogar o trânsito e possibilitar maior segurança aos motoristas

CHAPADA DO ARARIPE

Energia eólica pode ser realidade no Cariri

Foto: João Carlos

n Potencial eólico num trecho de 200 metros, entre os municípios de Missão Velha e Crato, pode ser de 45%

Alguns benefícios da produção de energia eólica para a região

- Potencialização da transmissão de energia- Acaba com as quedas de tensões - Gera renda através do recolhimento de impostos - Cria empregos diretos e indiretos

Page 5: Jornal do Cariri - Edição 2494

Maria Assunção Gonçalves nasceu em Juazeiro do Norte, no dia 1º de junho de 1916, filha de Francisco Gonçalves de Menezes e Isabel Telles de Menezes e, segundo reportagem de Nina Luiza Carvalho, pu-

blicada aqui mesmo, no Jornal do Cariri, “ela mesma gosta de mencionar, que sua família saiu dos troncos e raízes de ‘Joazeiro’ e pertence a 13° geração de Caramuru”.

Segundo o site http://oberronet.blogspot.com/2011/06/95-anos-de-d-assuncao-goncalves.html, basea-do no livro “Mulheres do Cariri”, de Raimundo Araújo e pos-tado por Luis André Bezerra, Assunção Gonçalves teve cinco irmãos: Pedro, Joaquim, João, José e Maria Gonçalves, todos já falecidos.

Voltando aos dados levantados por Nina Luiza, o pai era fumeiro e curtia os rolos de fumo dentro de casa, o que acabou intoxicando toda famí-lia. Diante da situação, o tio e padri-nho, José Xavier de Oliveira, muito amigo do Padre Cícero, aconselhou a família a batizá-la com Padre Cícero. O problema é que, quando ela nasceu o Padre já não podia mais celebrar por causa da proibição da igreja, em-bora continuasse com seus sermões em casa.

Mesmo assim, ela acabou sendo batizada por ele, embora a unção tenha sido feita pelo vigário Esmeraldo, em 1917. Apesar disso, ela atribui ao batismo feito por Padre Cícero, o milagre de ter so-brevivido.

Segundo o escritor Raimundo Araú-jo, ela iniciou os estudos em 1923, com a professora Argentina de Tal e a tabuada aprendeu com o motorista Pedro Vicente que, na época, morava na casa dela, no Sítio Logradouro. “Em 1924, estudou com Dona Adelaide de Sousa e Melo e até 1928, no Ex-ternato Santa Terezinha, cujas mestras eram Stela Pita e Maria Gonçalves da Rocha Leal. Em 1929, fez o 4º ano primário no Grupo Esco-lar Padre Cícero, com a professora Amália Xa-vier de Oliveira, que seria sua prima, e o famoso exame de admissão no ano de 1930, no Colégio Santa Terezinha, do Crato”.

Moça de vida simples, ficou órfã muito cedo e, de acor-do com relato de Nina Carvalho, teria ido morar com uma das trabalhadoras que cuidava da casa, dona Zifinha. “Mas sempre teve o apoio do seu tio José Xavier, tendo em Amália Xavier, um ícone de mulher. Declara que ela foi mais que prima: foi irmã e mãe”. Precisando trabalhar desde cedo, acabou por des-cobrir um talento especial para as artes e para o Magistério.

Começou, então, a ensinar de tudo um pouco. Do canto à renda de bilro, passando pelos trabalhos manuais com reta-lhos e bordados e chegando à pintura, ao português e à lite-ratura. E foi esse talento multifacetado acabou conquistando mais e mais alunos.

Apesar de autodidata na pintura, a convivência inicial com pincéis e telas teve a ajuda de Amália Xavier, que a orien-tou com as aquarelas. Mas, depois, trilhando o seu próprio caminho, Assunção Gonçalves optou pelo óleo sobre tela. E é dela o quadro mais conhecido retratando o Juazeiro antigo.

Dada a longevidade, Assunção Gonçalves é uma das poucas pessoas ainda vivas que tiveram o privilégio de con-viver com o padre Cícero e acompanhar, de perto, o seu dia a dia. Afilhada do padre lia para ele as orações e a bíblia, o que considerava um privilégio. “Ele adorava crianças, era muito atencioso e simpático. Contava histórias, geralmente, sobre as coisas do evangelho, tentava sempre deixar coisas nas cabeças das pessoas que falavam de nosso Senhor”, relembra.

No texto “A Gastronomia de Padre Cícero Romão Ba-tista”, de Norman e Cristiana Goldie, publicado no site http://www.abaga.com.br/modules.php?name=Sections&sop=viewarticle&artid=590, Assunção Gonçalves conta que Padre Cí-cero, entregava aos pobres as doações em dinheiro recebidas. “Certa vez, um romeiro de muitas posses entregou varias libras

esterlinas de ouro ao Padrinho Cícero. Neste momento, entra-va desesperada uma mulher que havia perdido tudo, inclusive sua casa. Cícero, bastante piedoso, apanhando um punhado de moedas, junto, entregou uma libra de ouro. A peregrina além de reconstruir sua casa, dedicou sua vida às causas do Padri-nho. Vida voltada à gratidão como prova de sua grande devo-ção e agradecimento”.

Há no texto, ainda, outra citação sobre Assunção Gon-çalves. “Dona Assunção Gonçalves, muitas vezes quando vol-tava do colégio com a sua saia bataclan, dezenas de romeiros depositavam entre as pregas do uniforme escolar, donativos que imediatamente eram passados à Beata Mocinha para comprar os mantimentos necessários para alimentar o povo. Quanto mais dinheiro o Padre Cícero recebia, mais farto era o alimento para os fiéis. Era uma festa”.

Mais à frente, o mesmo texto trás outra referência à Dona Assunção: “Padre Cícero adorava conversar, sua cultura era intensa, além disso, tinha um hobbie preferido que era o de inventar sempre criando novas receitas. Raridades guardadas a sete chaves por Dona Assunção Gonçalves”.

Um capítulo à parte nas recorda-ções de Assunção Gonçalves foi a mor-te de Padre Cícero, em 1924. Segundo o site http://www.cariri-

noticia.com.br/2011/05/crato-ce-historia-oral--memorias-que-nao--se-apagam.html, “Ela lembra que a morte do sacerdote já era esperada devido ao seu estado de saúde. “Doutor Mozar já tinha desenganado. E todos os médi-cos que estavam na cabeceira dele di-ziam que ele tinha poucas horas de vida. Às 22 horas, meu pai mandou me chamar. Às 5 horas, acordei com o badalar

dos sinos anunciando a morte dele. Saí pra lá, fiquei lá o dia todo”, conta. Ela recorda, ainda que, depois de morto, o Padre Cícero foi colocado num caixão, em pé, na janela de sua casa, na Rua São José. “Num determinado mo-mento, a mão dele se mexeu. A multidão pensou que ele tinha ressuscitado””.

Testemunha de vários outros acontecimentos impor-tantes da História do Cariri, ela narra como foi o pedido de apoio feito a Padre Cícero para a criação da Escola Normal Rural de Juazeiro. “Padre Cícero foi um grande incentivador da educação em Juazeiro do Norte. E disso eu sou testemunha presencial. Ainda permanece em minha memória o dia em que uma Comissão formada por Amália Xavier de Oliveira, Elias Rodrigues Sobral, Maria Menezes e eu estivemos na casa dele para pedir seu apoio para fundação da Escola Normal. Quan-do Amália lhe explicou que a Escola seria destinada à formação de professoras rurais e usaria uma metodologia de ensino ino-vadora, ele, já muito velhinho (poucos dias depois morreria) fez questão de ressaltar a importância da nossa Escola Normal dizendo que ela “era justamente a escola que Juazeiro preci-sava”. Quando pedimos para ele colaborar, comprando ações daquele ousado empreendimento educacional, não se fez de rogado, comprou e pagou na hora duas ações no valor de 500 mil reais cada, mas pediu que as ações ficassem nos nomes de suas pupilas Generosa Alencar e Antônia Vieira. Padre Cícero ainda teve o prazer de ver inaugurada a Escola Normal que ele ajudou a fundar. A Escola foi oficialmente instalada no dia 13 de junho de 1934 e um mês e sete dias depois, no dia 20 de julho, ele morreu. A Escola Normal Rural de Juazeiro, pioneira do ensino ruralista em todo o Brasil, foi o maior marco da his-tória educacional desta cidade. Foi extinta em 1972, mas nunca foi esquecida”.

Ela própria se formou na Esco-

la Normal Rural onde, logo depois, começaria a lecionar. Para Assunção Gonçalves, o tempo em que foi pro-fessora lá foram seus melhores anos de vida. “Foi um tempo de muita ativi-dade, que me entreguei inteiramente ao trabalho, que gostava porque tinha consciência do que estava fazendo. Me sentia a maior, dada a vibração de minhas alunas com os desenhos que fazia”. Em 1954, chegou a substituir a Amália Xavier na Direção da Escola, quando a prima teve que viajar.

Em 1970, Assunção Gonçalves assumiu a Direção do Gi-násio Municipal Antônio Xavier de Oliveira, tendo sido funda-dora e primeira diretora daquele conceituado estabelecimento de ensino. Assunção Gonçalves foi, também, professora de pintura no Ginásio Santa Terezinha e de Desenho no Ginásio Salesiano São João Bosco.

Solteira e sem filhos, passou a vida dedicando alunos e amigos todo o seu amor. E o resultado de tanta dedicação é que, até os dias de hoje, ela nunca está só, sempre há amigos que lhe visitam todos os dias.

Pela sua produção artística no artesanato (bordado) e nas artes plásticas (pinturas de óleo sobre tela), Assunção Gonçalves recebeu da Secretaria da Cultura do Estado do Ce-ará (SECULT), em 2007, o título de Tesouro Vivo da Cultura Cearense. Outra homenagem lhe foi prestada pela Companhia Telefônica, ao estampar uma de suas telas em cartão telefônico, no final do ano de 1999.

Em sua homenagem, também, foram escritos os livros: Assunção Gonçalves, uma grande educadora, de autoria de Maria do Socorro Lucena Lima e Assunção Gonçalves, uma vida dedicada à arte, de autoria de Íris Tavares. Foi homenage-ada, ainda, com o Troféu Sesquicentenário do Padre Cícero. E, mais recentemente, nos 100 anos de Juazeiro do Norte recebeu, como a primeira professora oficial da cidade, a Medalha Cente-nária de Juazeiro do Norte entregue no Memorial Padre Cícero

Pir fim, eEm sua homenagem existe, em Juazeiro do Norte, a Creche Professora Maria Assunção Gonçalves, e o poeta Espedito Cornélio escreveu o soneto “Assunção Gon-çalves”, transcrito por Raimundo Araújo, em Mulheres de Juazeiro (Biografias), e postado por Luís André Bezerra no site http://oberronet.blogspot.com/2011/06/95-anos-de-d--assuncao-goncalves.html

MARIA ASSUNÇÃO GONÇALVES,

TESTEMUNHA DA HISTÓRIA DE JUAZEIROEla guarda na memória quase centenária, fatos e personagens que marcaram o dia a dia da Região. Professora e artista

plástica, Maria Assunção Gonçalves é só cinco anos mais nova que Juazeiro do Norte e, em comum, ela e a cidade natal conservam o amor a Padre Cícero e à sua gente.

http://oberronet.blogspot.com/2011/06/95-anos-de-d-assuncao-goncalves.htmlhttp://www.jornaldocariri.com.br/site/ver_noticia.asp?cod=1427http://www.caririnoticia.com.br/2011/05/crato-ce-historia-oral-memorias-que-nao-se--apagam.htmlhttp://historiadejuazeiro.blogspot.com/2011/05/padre-cicero-e-escola-normal-por.htmlCrato-CE: HISTÓRIA ORAL Memórias que não se apagamPor jotalopeshttp://www.abaga.com.br/modules.php?name=Sections&sop=viewarticle&artid=590,Raimundo Araújo, em Mulheres de Juazeiro (Biografias), Gráfica e Editora Royal, 2004.http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1007178

PESQUISA:

5REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 09 A 15 DE AGOSTO DE 2011

Grandes Nomes

Assunção Gonçalves

Obras-primas oh! Quantas obras-primascriaram os teus dedos geniais!Aquarelas brotavam tão opimasque o porvir não verá outra jamais

Agora, teu pincel, que tanto estimas,repousa sob os olhos glaciaisda velhice, doença... Não te oprimascom a dor que vem do céu e tira a paz.

Tua fé de cristã incomparávelte vincula ao bom Deus, Deus inefável,e viverás feliz, ó Assunção.

Pintaste o Juazeiro, iluminada,e com a graça de Deus recuperada,pintarás o esplendor da Criação!

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6 REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 09 A 15 DE AGOSTO 2011

Cidades

TRÁFICO

Chagas Lima

A Polícia Federal realizou nes-ses sete primeiros meses de 2011, na região do Cariri, a apreensão de grande quanti-

dade de drogas, incluindo maconha e cocaína, principalmente, procedentes de outros Estados. Recentemente, fo-ram apreendidos na BR-116, no municí-pio de Milagres, 167 quilos de maconha que vinham sendo conduzidos de São Paulo, em direção à Fortaleza. A ope-

ração teve o apoio da Polícia Militar e da Rodoviária Federal. De acordo com o delegado Alan Robson, nessa mesma rota (São Paulo/Fortaleza) foi apreendi-da mais de uma tonelada de maconha.

Com relação à cocaína, somente nos últimos três meses, tanto em Jua-

zeiro do Norte como em Barbalha, Cari-riaçu e Crato, o delegado informou que foram apreendidas mais de 30 quilos da droga, culminando com a prisão de di-versos traficantes. “Isso demonstra que o Cariri tem sido usado frequentemente pelos traficantes, tanto para consumo

Pessoas recebem até R$ 6 mil para transportar drogas ilícitas

local como para consumo na capital, o que tem surpreen-dido, inclusive, policiais fe-derais que estão aqui desde a inauguração desta Delegacia em Juazeiro, que foi em 2004”, observa.

Conforme o delegado Alan Robson, as drogas che-gam ao Cariri através dos cha-mados aviões – pessoas que são contratadas e pagas para transportá-las. “Essas pessoas dizem que recebem entre R$ 2 e R$ 6 mil para transportar maconha, cocaína e outros tipos de drogas, do Sudeste para esse mercado consumi-dor do Nordeste, especifica-mente, o Cariri e Fortaleza”, afirma, acrescentando que as festividades realizadas nesta região tem chamado a atenção dos traficantes, em virtude do grande número de pessoas cir-culando.

“A gente observa o cres-cimento da população, dos cursos universitários, e dessa população jovem que infeliz-mente consome drogas. O mer-cado ilícito está atento a isso, principalmente, junto às pesso-as com maior poder aquisitivo, porque a cocaína é muito cara, não é uma droga que qualquer pessoa pode comprar. Mesmo o crack, uma droga mais ba-rata, exige consumo constante e, consequentemente, maior despesa. Os traficantes acom-panham esse desenvolvimento econômico regional, se apro-veitando para vender suas dro-gas por aqui”, comenta.

As bocas de fumo

Conforme o delegado Alan Robson, já foram reali-zadas diversas diligências em conjunto com a Polícia Mili-tar, utilizando helicóptero, em bairros da periferia de Juazeiro do Norte, entre eles, o João Ca-bral e na região chamada faixa de gaza, estourando bocas de fumo. “Essa droga comerciali-zada na periferia de Juazeiro é mais barata, porque vem de qualquer forma daquela região de Salgueiro/PE, misturada com outros produtos, sendo vendida nessas bocas de fumo. Tem também o crack e o oxi, que são subprodutos da coca-ína, que podem ser vendidos na região por baixo preço, em razão da mistura. Por exem-plo, há poucos dias, junto com quatro quilos de drogas que apreendemos em Caririaçu, tinha cal virgem, sal e outros produtos misturados para ba-ratear a droga e só assim, ser vendida nesse mercado consu-midor mais pobre”, explica.

O delegado Alan Rob-son ressalta que a população tem colaborado com a Polícia Federal, fazendo denúncias anônimas, informando, por exemplo, que tem uma pessoa se comportando de maneira estranha, dentro de ônibus querendo olhar a bagagem dela o tempo todo. “Motoristas e passageiros podem colaborar ligando para nosso telefone (88) 3311-3232. Funcionamos 24 horas e sempre trabalhamos essas informações. Sempre que precisamos do deslocamen-to de pessoal, contamos com apoio da Polícia Federal em Fortaleza e de colegas também de outros Estados, como Per-nambuco e Paraíba, principal-mente, em grandes operações envolvendo fraudes em licita-ções, passaporte de jogadores, entre tantas outras”, finalizou.

Page 7: Jornal do Cariri - Edição 2494

Sociedade em FocoPOR WALESKA MARROCOS [email protected]

7REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 09 A 15 DE AGOSTO DE 2011

Social Cultura

O periódico do Cariri independente

VOLTA ÀS AULAS

NOVO VOO

FETECC CASA NOVA

TV VERDE VALE

O presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Juazeiro do Norte (Sindindústria), Antonio Mendonça está atento aos preparativos finais da Feira de Tecnologia e Calçados do Ceará (Fetecc), que vai acontecer entre os dias 17 e 19 deste mês, no Palácio da Microempresa - Sebrae. A 12ª edição da Fetecc contará com expositores nacionais e internacionais, dando ênfase para a área de máquinas, componentes e o pólo calçadista local.

Dr. Wilton Almeida assumiu a direção geral da TV Verde Vale Cariri. Desejamos muito sucesso nessa nova função. Temos certeza que ele vai conduzir da melhor forma esse importante veículo da comunicação caririense. O Aeroporto Regional do Cariri vai ganhar

mais um vôo. É que a empresa Passaredo começará a operar em Juazeiro no dia 10 de setembro, com vôo diário para Salvador, Vitória da Conquista e Guarulhos. O vôo inaugural tem horário marcado para às 22h40.

O querido casal Michelle e Marciano abriu as portas de sua casa nova para receber parentes e amigos para um delicioso Chá de Casa Nova. Oportunidade maravilhosa para colocar o papo em dia e curtir esse príncipe lindo, Bernardo, que todos os dias alegra a vida de seus pais. Parabéns pela bela recepção!

As férias acabaram e é hora de voltar à rotina. Uma grande festa foi o retorno às aulas no Colégio Paraíso. Na foto, a turminha do Infantil V com as suas professoras. Tia Darc e a tia Léo recepcionaram as crianças com muita alegria para mais um semestre de descobertas e aventuras.

Bárbara Pereira de Alencar é heroína nacional brasileiraWilson Rodrigues

Um projeto de lei, de autoria da deputada federal Ana Arraes (PSB/PE), objetiva

inscrever no Livro dos Heróis da Pátria, situado no Panteão da Liberdade da Democracia, em Brasília, o nome de Bárba-ra Pereira de Alencar. A parla-mentar pernambucana disse que sua propositura tem por finalidade destacar a fantástica odisséia de Barbara de Alencar, marcada pelo exemplo de pa-triotismo e valentia que anteci-param a independência do Bra-sil e a eleva ao mais alto panteão da gloria nacional. O seu nome é o segundo do sexo feminino a figurar no Livro dos Heróis

da Pátria, ao lado da enfermeira Anna Nery, o primeiro a ser inscrito no Panteão da Liberdade e da Demo-cracia.

A de-putada disse que Bárbara de Alencar, apesar de ser humilhada, incompreen-dida e presa por decisão das autorida-des, depois que ganhou a liberdade,

“liderou movimento de caráter republicano com o objetivo de libertar o Brasil do jugo colonial português, e por esta razão, justifica ter o seu nome inscrito no livro dos heróis da pátria, ao lado de outros próceres que também lutaram em diferentes momentos históricos pela emanci-pação política do Brasil, como Tiradentes, Dom Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Januá-rio Barbosa, Frei Caneca e tantos outros”, con-cluiu a deputada Ana Arraes.

Bárbara de Alen-car nasceu na Fazenda Caiçara, no município

pernambucano de Exu e ainda na sua adolescência veio morar no Crato, onde casou-se com o português José Gonçalves dos Santos. Deu à luz a José Mar-tiniano de Alencar que, como diácono, no dia 3 de maio de 1817, de batina e roquete, após a missa, subiu ao púlpito da ma-triz de Nossa Senhora da Penha e proclamou a independência e a república do Brasil.

A ligação com o Cariri

Como conseqüência pelo que seu filho fez, Barbara de Alencar foi obrigada a fugir para a Paraíba onde foi pre-sa e qualificada entre os pre-sos “Infames Cabeças”, que a trouxeram de volta para o

Ceará, ficando em Icó, depois para Fortaleza, Recife, vindo a ser libertada em 1820. Faleceu na fazenda Touro, no Piauí, de sua propriedade, no dia 28 de agosto de 1823. Seus restos mortais estão sepultados na igreja de Quixariu, distrito de Campos Sales.

O ex-presidente da Fun-dação J. de Figueiredo Filho e hoje vereador, George Macário de Brito lamenta o fato da gran-de maioria da população cra-tense não conhecer a história de Barbara de Alencar e disse que a iniciativa da deputada Ana Arraes “pode sensibilizar nos-sos teatrólogos, historiadores, pesquisadores e grupos artísti-cos a escreverem e representa-rem mais sobre Dona Barbara”, concluiu George.

CULTURA

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ALFARMA, a primeira farmácia de manipulação genuinamente Cratense.Diretora TécnicaDrª Fabiana Pereira Rodovalho Alencar Gomes

Yaçanã Neponucena

Aos 13 anos de idade, a sanfoneira Maria Luiza está escrevendo seu nome entre os grandes forrozeiros do Cari-ri. A artista já fez shows com cantores consagrados, como Fábio Carneirinho, Flávio Leandro, Luiz Fide-lis, Hermano Morais e Cicel. Através dos instrumentos musicais do pai, Maria Luiza

foi tomando gosto pela músi-ca, aprendeu a tocar teclado, piano, cavaquinho e agora se firma como sanfoneira.

Para ela, a música é um dom que não vem de herança. A garota iniciou sua carreira há seis anos como tecladis-ta e fazia apresentações nas igrejas de Juazeiro. Com os ensinamentos do pai, Antonio Ferreira, ela interessou-se pela sanfona. Porém, em sua casa

só havia um instrumento de 80 baixos, muito grande e pe-sado para a pequena menina.

Vendo o esforço da filha em aprender a tocar, Antonio se desfez da antiga sanfona trocando-a por uma reduzida. Mas, logo foi pre-ciso comprar outra, aquela já havia ficado inadequada para o desenvolvimento da artista, que hoje arranca sons de uma 80 baixos com menor peso.

Apesar do talento ar-tístico, Maria Luiza enfrenta o preconceito machista do uni-verso do forró. O diferencial de idade e gênero acaba sendo visto com incredulidade. Se-gundo ela, esse é o principal empecilho de sua carreira. “As pessoas não acreditam que sou eu quem toca, mas isso me faz sentir mais vontade de mostrar meu trabalho. Depois que essas pessoas me vêem

tocar, elas me parabenizam e isso é gratificante”, conta.

Agora com um DVD, que será lançado brevemen-te, Maria Luiza confirma sua habilidade com a sanfona. Sua próxima apresentação acon-tecerá no próximo dia 21, em Caririaçu. O primeiro traba-lho da artista traz 16 compo-sições do autentico forró pé de serra. Ela espera conquistar o reconhecimento do público.

Menina de 13 anos vence preconceito e torna-se sanfoneira

n Fisionomia imaginária de Bárbara de Alencar. Obra do artistas Ernane Pereira

Page 8: Jornal do Cariri - Edição 2494

COPA FARES LOPES

A Copa Fares Lopes, para o futebol cearense, é o caminho mais curto para a Copa do Brasil, pois o campeão ganha a segunda vaga, já que a primeira é do Ceará, que conquistou o certame cearense. O Horizonte sabe o valor da Copa Fares Lopes, foi através dessa conquista que o torcedor pode ver o Flamengo, com Ronaldinho e Cia, no terreiro de casa.

PRIMEIRA PEDRA Às vezes, as equipes

tem uma sequência de vitórias e de repente tomam uma goleada. Quem não lembra do time do São Paulo, depois de cinco conquistas seguidas, tomou uma sonora goleada de 5 a 0 para o Corinthians. O Ceará, depois de viver um momento de estabilidade, provou do mesmo veneno do timão. Foi massacrado pelo Fluminense, por 4 a 0. Atire a primeira pedra o time que não sabe o significado do imponderável.

ÀS VEZES ACONTECE

O excesso de confiança sempre atrapalha o desenrolar de uma partida de futebol. Na série D, o Guarani obteve dois bons resultados. Na estréia, venceu fácil o Santa Cruz (RN) por 3 a 0 e conseguiu segurar o 0 a 0 contra o Santa, no Arruda. O torcedor leonino estava confiante em mais um resultado positivo contra o Alecrim, mas teve que engolir a derrota de 1 a 0. O time norte-riograndense jogou boa parte da partida com 10 homens. Dez ganhar de onze, às vezes acontece!

8 REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 09 A 15 DE AGOSTO DE 2011

Esporte

ECOBIKERS

O ciclismo em defesa do meio ambienteMirelly Morais

“Usamos o ciclis-mo na defesa do meio am-biente”, de-

clara Ernesto Rocha, do grupo de competidores cearenses do Moutain Bike. Ele conta que o grupo surgiu em 96 e só pas-sou a competir em 98, quando foi fundada a equipe do Eco-Bikers. Em seguida, vieram as participações em algumas pro-vas. Parte do grupo de ciclistas é formada por caririenses. Os atletas desta região devem par-ticipar, no próximo dia 21, da competição Pedal na Caatinga, em Ouricuri, Pernambuco.

Para o juazeirense Thia-go Gomes, que pedala há três

anos e treina dia sim, dia não para a competição, percor-rendo 140, 160 e até 200 Km por dia, a diversão e o encon-tro com os amigos ainda é a principal motivação. “Vamos a Ouricuri representar a cida-de na competição, mas o mais importante é a saúde e a di-versão”, afirma

Sonistenes Campelo, que também vai ao município pernambucano, há seis meses participa das trilhas e leva a família toda, esposa e três filhos. “A maior motivação é a saúde, além do convívio com os amigos. O ciclismo está crescendo bastante no Cariri e para os que querem iniciar, é só nos procurarem que daremos o maior apoio”, advertiu.

O meio ambienteErnesto conta que o

grupo Ecobikers surgiu com a preocupação da preservação do meio ambiente. “No início, quando andávamos na Cha-pada do Araripe, percebíamos que as pessoas usavam o local, mas não cuidavam. Muitos su-biam pra caminhar, jogar fute-bol e deixavam o lixo. As con-seqüências disso são as piores possíveis”, lamenta. Então, se-gundo ele, resolveram formar um grupo que levasse uma mensagem de preservação para os usuários da Chapada. Porém, a turma de praticantes foi crescendo e se tornou com-petitiva.

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CÍCERO NICÁSSIO

TOQUE DE PRIMEIRA

SINDROME

O Icasa já estava se aproximando da síndrome do curral, vencia fora e perdia em casa. A vitória de 2 a 0 contra o Bragantino, trouxe de volta a confiança. Vamos aguardar o jogo contra o Guarani de Campinas, no próximo dia 12. O verdão tem tudo para dar um salto na tabela e fugir, por completo, da famigerada zona do rebaixamento.

los ciclistas são diferenciadas e importadas dos Estados Uni-dos e da Europa, mas por con-ta do crescimento do esporte já é possível encontrar equipa-mentos e peças para este tipo de bicicleta na região. O que se torna mais um atrativo para atrair adeptos do ciclismo de moutain bike.

Os títulosEm 99, o Eco Bikers

participou do Campeonato Cearense de Mountain Bike, onde foram tricampeões. Do campeonato Norte-Nordeste já são bicampeões. Ernesto expli-ca que o grupo é o mais antigo ainda em atuação e que no co-meço eram apenas poucos pra-ticantes, mas hoje possui mais de mil associados.

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