Transcript
Page 1: Jornal do Cariri - 2498

Foto: Cícero Valério

O periódico do Cariri independente REGIÃO DO CARIRI l DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011 l ANO XIII l NÚMERO 2498 R$ 1,50

GRANDES NOMES

INSEGURANÇA

DESTINO TURÍSTICO

EDUCAÇÃO

AGRONOMIA

JARDIM

INCÊNDIOS

Pelúsio Correia de Macedo

ESPORTE

Atletismo ganha adeptos em Juazeiro

10

Os constantes casos de violência que vem se registrando na região do Cariri tem deixado a população assustada, sem saber a quem recorrer para conter os elevados números de roubos, assassinatos e outros delitos que crescem a cada dia. O caso da jovem funcionária de uma loja de bijuterias, Kiara Vasques da Silva, 24 anos, que morreu depois de ter sido atingida por uma bala na cabeça, durante um assalto no bairro Salesianos, chocou a população, que está coagida com a violência urbana. Até o fechamento desta edição, 51 pessoas foram assassinadas em Juazeiro do Norte, somente este ano.

Violência deixa população com medo de sair de casa

12

6

Falta de infraestrutura gera problemas para alunos da UFC

Queimadas aumentam no segundo semestre

Em eleições suplementares, Fernando Luz elege sobrinho

Professores de Barbalha entram em greve para pedir melhorias

CAPS AD BARBALHA

Denúncias são encaminhadas ao Ministério Público FederalO Ministério Público Federal deve investigar a situação do Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (Caps-AD), de Barbalha. A denúncia foi protocolada no MPF e aguarda análise. A unidade de Barbalha recebe os recursos federais desde 2009, mas nunca prestou os serviços.

Os alunos da rede municipal de ensino de Barbalha iniciam a semana sem aulas. A greve dos professores, deflagrada na última sexta-feira (2), chega a afetar cerca de 10 mil estudantes.

A falta de segurança, transporte, pavimentação e iluminação pública está causando transtornos para os alunos e professores que frequentam o curso de ciências agrárias da UFC, em Crato.

Com a diminuição da umidade do ar e o aumento das temperaturas nesta época do ano, os focos de incêndio se propagam com maior facilidade na Floresta Nacional do Araripe. O Corpo de Bombeiros alerta para a destruição que os focos de incêndios podem causar.

JUAZEIRO

Aumento de vereadores permanece sob impasseA Proposta de Emenda à Constituição que prevê a ampliação do número de vagas na Câmara Legislativa de Juazeiro do Norte ainda não foi posta sob apreciação dos vereadores. Por enquanto, tramita o Projeto de Lei que altera o número de 14 para 17 vagas, de autoria da vereadora Mara Torres (PPS), que obteve 11 assinaturas. Embora não tenha sido protocolado porque outro projeto está sob análise, cuja mudança seria para 21 vagas, o qual tem confirmado oito assinaturas. 3

8

RISCO PARA A SAÚDE

n Adagri repassa técnicas sanitárias de abate para funcionários dos frigoríficos

Adagri revela: mais de 60%dos abates são clandestinosO principal problema no abate de animais é a clandestinidade. De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), mais de 60% dos abates são clandestinos e a situação, apesar de evoluir, ainda é preocupante. A Adagri vem realizando cursos de boas práticas nos frigoríficos, mas alerta ser insuficiente porque apenas uma pequena parcela das carnes consumidas sai dos locais credenciados. Para o coordenador Cícero Emerson, falta compromisso dos municípios em acabar com essa prática. 7

9

6

7

3

Juazeiro deve concorrer a rota nacional de turismoAo sediar o 4º Encontro Nacional das Cidades Históricas e atrair os olhos do Ministério do Turismo para Juazeiro, a cidade pretende conquistar a vaga na seleção para uma consultoria especial na área turística. O Projeto escolherá cinco municípios, um de cada região do Brasil, e Juazeiro se credencia a ser o representante nordestino.

Foto

s: C

ícer

o Va

lério

9

Page 2: Jornal do Cariri - 2498

A potencialidade turística de Juazeiro do Nor-te como destino religioso nunca foi desconhecida. A própria Igreja, após a administração bem sucedida de monsenhor Murilo Sá e, mais recentemente, a gestão do bispo diocesano D. Fernando Panico, já o sabia e fez importantes investimentos para a acolhida e a re-cepção dos romeiros.

A integração de Juazeiro do Norte nos progra-mas do Ministério do Turismo e seu reconhecimento oficial como destino religioso só trarão vantagens para o município e para a região. Juazeiro tem de aprovei-tar melhor seu potencial nessa área. O setor hoteleiro, a infraestrutura viária e aeroportuária e a formação de nova mentalidade empresarial são alguns dos exem-plos de mudanças que se fazem necessárias para essa finalidade.

É evidente que muita coisa passa pelos Gover-nos Federal e Estadual. Sem eles, é impossível pensar em reforma de aeroporto ou de rodovias, elementos fundamentais no aproveitamento do turismo religioso

em sua plenitude. Mas, Juazeiro pode agir para esti-mular as ações dos outros Governos e, nesse sentido, integrar outros municípios nessa luta. Por exemplo, o então prefeito do Crato, Raimundo Bezerra, foi vi-sionário ao entender que o padre Cícero também per-tencia a seu município, afinal era filho do Crato e lá viveu parte de sua vida. Bezerra tentou, sem suces-so, em razão de seu falecimento prematuro, incluir o Crato na rota turística dos romeiros. Isso ainda pode ser feito e com grande sucesso, ampliando os ganhos dessa atividade.

Outro aspecto que precisa ser alterado é deixar de se ver o turismo religioso como uma atividade se-gregada a uma classe social. A grande massa de romei-ros é formada por pessoas humildes, mas a veneração à figura de padre Cícero ultrapassa barreiras sociais. Há um contingente especialmente significativo de pessoas de classe média e alta que desejariam prestar suas homenagens ao sacerdote. Mas, não há uma po-lítica especialmente focada nesse grupo, cuja presença

em Juazeiro e no Cariri só traria bons efeitos para a economia. É necessário identificar o perfil desse tu-rista religioso e tentar focar em suas necessidades, ajustando a estrutura hoteleira e de serviços às suas necessidades. Isso é o que ocorre em grandes centros de peregrinação como Fátima, Lourdes ou Roma.

Acima de tudo, a Igreja Católica deve assumir com mais intensidade a política “kerigmática” (de aco-lhida aos fieis afastados) instaurada pelo bispo dioce-sano D. Fernando Panico. Não há tempo a perder. As estruturas administrativas da Igreja no Cariri devem--se adaptar a essa realidade e encarar a potencialida-de turística como uma aliada à atividade pastoral. Os recursos advindos desse movimento têm condições de auxiliar no custeio da ação evangelizadora, na atração de novas vocações e no fortalecimento da devoção a padre Cícero. Não há mais tempo para preconceitos ou para visões atrasadas nesse campo.

As estatísticas do censo brasileiro sobre a reli-giosidade não permitem duvidar dessa premência.

EditorialJUAZEIRO NA ROTA DA FÉ

2Opinião

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

Exped

iente

:

Fundado em 5 de setembro de 1997O Jornal do Cariri é uma publicação

da Editora e Gráfica Cearasat Comunicação Ltda

CNPJ: 34.957.332/0001-80

O periódico do Cariri independente

Diretor-presidente: Luzenor de Oliveira Diretor de Conteúdo: Donizete Arruda Diretoria Jurídica: Vicente Aquino Editora Responsável: Jaqueline Freitas

Administração e Redação: Rua Pio X, 448 - Bairro Salesianos - CEP: 63050-020 - Juazeiro do Norte – Ceará - Fone (88) 3511.2457Sucursal Fortaleza: Rua Coronel Alves Teixeira, 1905, sala 05, Telefone: 085.3462.2607 - Celular: 085.9161.7466Sucursal Brasília: Edifício Empire Center, Setor Comercial Sul, Sala 307, Brasília-DF

Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores

Conselho Editorial: Geraldo Menezes Barbosa | Francisco Huberto Esmeraldo Cabral | Napoleão Tavares Neves e Monsenhor Gonçalo Farias Filho

Fale conosco Redação w [email protected] w [email protected] w [email protected] w [email protected] w [email protected] Departamento Comercial w [email protected] | Diretoria w [email protected] | Geral w [email protected]

Envie sua carta para [email protected] e dê sua opinião faça sua sugestão, uma crítica. Esse espaço é aberto para você, caro leitor.

SEXTILHA CARTAQUALQUER REAÇÃO DA GENTEDEVE SER DE ENTENDIMENTOQUEM AMA SEU SEMELHANTENÃO PROVOCA SOFRIMENTOAQUELE QUE TEM MAIS CALMAREVELA DISCERNIMENTO!

Welington Costa

Aproveito esse espaço no Jornal do Cariri para expressar minha indignação em relação à violência urbana que vem cercando a sociedade, não só de Juazeiro, mas de todo Cariri. A morte da jovem vítima de um tiroteio na loja de bijuterias deixou angustiados os pais que vem os seus filhos saírem de casa cedo para mais um dia de trabalho.

Marli Duarte, Juazeiro do Norte

SEU TOMÉO Jornal do Cariri (5 a 11 de

Julho), na sua página de Grandes Nomes do Cariri, homenageou Tomé dos Santos Cabral. Neste meu rápido comentário não vou falar sobre a bio-grafia de tão eminente vulto caririen-se, pois a pesquisa oferecida sobre Seu Tomé, pela Assembléia Legislati-va do Ceará está perfeita.

No final dos anos 40, em Cra-to, nós deixamos o centro da cidade, Rua da Vala, hoje Tristão Gonçalves, e fomos morar em um bairro que co-meçava a surgir para o lado do La-meiro - o Pimenta. Quando Lá che-gamos já encontramos as fundações do Crato Tênis Clube, os moradores Lino Zabolun, Pedro Teles, Alexandre Belchior e Pedro Praeira.

Não demorou muito pra que no chão vizinho a casa dos meus tios Vicente Bezerra e Dona, onde eu morava, começasse a se er-guer a primeira casa moder-na (em alvenaria), do bairro. Uma mansão para os con-ceitos da época; a casa do então gerente do Banco do Brasil, Tomé Cabral.

Seu Tomé confiou a construção do seu lá ao mestre de obras Odílio Rosa, filho de Santa Fé e o melhor de toda a Região. Em pouco tempo, nós éramos vizinhos e amigos de um dos mais notáveis cratenses e de seus familiares. Aquele cidadão, apesar de sua posição de destaque, era simples

e afável, pessoa que era ci-tada por nossos genitores como exemplo para nossa formação, era um verdadei-ro consultor e orientador para quem o procurava.

Esse milagrense, que além de bancário foi gran-de administrador, escritor e folclorista de renome, era

cidadão cratense por título; faleceu aos 80 anos em 1988, cercado pelo carinho dos familiares e a admiração dos seus concidadãos.

José Ronald BritoEscritor

“O BRADO RETUMBANTE”O grito do hesitante príncipe

d. Pedro, ás margens do córrego do Ipiranga, foi ouvindo apenas pelos membros de sua escolta, mas serviu para inaugurar um novo pais.

O seu celebrado independência ou morte não teria sido possível, se ele, um ano antes, tivesse retornado a Portugal, conforme solicitou a seu pai, D. João IV.

Ás margens do córrego do Ipi-ranga, em um final da tarde. O grito repercutiu alto, porem solitário, pela colina. O sal da nova pátria iluminava não mais que 40 testemunhas a es-colta do príncipe d. Pedro.

Ele chegava a são Paulo, pro-veniente de santos, onde cultiva a amizade de dona Domitila de castro do Brasil. O mesmo príncipe que, um ano antes, preferia ter regressado a Portugal junto com D. João VI.

Por isso, no dia 21 de setembro de 1821, escreveu ao pai: peço a vos-sa majestade, por tudo quanto há de mais sagrado, me queira dispensar deste emprego, que seguramente me matará, pelos contínuos e horrorosos painéis que tenho, uns já á vista, e outros muitos piores, para o futuro,

os quais eu tenho sempre diante dos olhos.

Menos de um ano depois, a 6 de agosto de 1822, o jovem D. Pedro, então com 23 anos, diria em manifesto o que Ti-radentes não conseguira dizer nem mesmo sob a tortura de seus carrascos o ouro, leis absurdas e o quinto vieram logo esmorecê-los em seus trabalhos, ao mesmo tempo que o estado por tuquês, com sôfrega ambição, devo-rava os tesouros que a benigna na-tureza lhes ofertava. Queriam que os brasileiros pegassem até o ar que res-piravam e a terra que pisavam.

A bem da verdade, o hesitante D. Pedro tivera apenas a coragem de assinar o manifesto, que fora escrito por José Bonifácio de Andrada e Sil-va, um Paulista refinado que estuda-ra longos anos na Europa e formara um pensamento universitário capaz de levá-lo apontar, anos atrásum crô-nico mal do pais: há entre nós, por desgraça e acanhamento de nossa literatura, um cardume de críticos sem alvará que, de vendo aprender

dos escritores que censu-ram, ousam julgá-los sem processo. Tais críticos são os flagelos dos bons livros e a consolação da ignorância e do pedentismo.

Naquele 7 de setembro de 1822, o príncipe apenas consolidara um movimento latente de separação de Por-

tugal, em dava e local que frustaram até mesmo os políticos que o apoia-vam. Tradicionalmente, oficial como 7 de setembro. Só que os documentos da maçonaria revelam que a discussão em torno da separação de Portugal era muito anterior aquela data.

O príncipe, não só por ser membro da maçonaria, e por ter dentro dela pessoas que lhe eram muitos leais, sabia que a grande dis-cussão não girava em torno de cortar abruptamente ou não laços com Por-tugal, mas sim em que data este feito deveria ser concretizado.

Almério Carvalho Radialista Secretário Geral da

Câmara Municipal do Crato

SISTEMA MUNICIPAL DE CULTURA

O atual governo federal está em fase de implantação do Sistema Nacional de Cultura, já é realidade em al-guns estados e municipios brasi-leiros, a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará está em processo de adesão ao sistema e as se-cretarias municipais já po-dem solicitar essa inclusão, tanto produtores e gesto-res de Cultura aguardam a implantação do Sistema Municipal de Cultura que é composto por Secretaria de Cultura, Conselho Mu-nicipal de Políticas Públicas, Fundo Municipal de Cul-tura, um plano decenal e a lei que cria esse sistema. Todo esse modelo faz par-te do Sietema Nacional de Cultura, uma iniciativa que pretende dinamizar a pro-dução cultural brasileira, com repasse de recursos do orçamento nacional para os Estados e Municipios, canbendo assim uma arti-culação das três instâncias administrrativas integrradas com a sociedade em prol do desenvolvimento da Cultu-ra, uma garantia para que o Sistema Nacional de Cultu-ra avance é a aprovação da PEC 150 que é uma emen-da a constituição que ga-rante recursos anualmente de 2% da união, 1,5% dos estados e 1% dos munici-pios aplicados diretamen-te na Cultura, atualmente esse repasse não chega nem a 1%, com isso a Cul-tura ganha os mesmos es-tatus da Educação e Saúde, com a garantia de politicas públicas de Cultura demo-cráticas e perrmanentes,

pactuadas entres as esferas admi-nistrativas publi-cas e a sociedade civil.

Os muní-cipios já podem fazer adesão ao Sistema Nacional

de Cultura jun-to Ministério da Cultura, as exigências para efetivar esse processo é que o mu-nicípio tenha a Secretaria de Cultura, um Conselho Municipal de Políticas Cul-turais paritário com repre-sentantes do governo e da sociedade civil, criação do Fundo Municipal de Cultu-ra, que aprove uma lei mu-nicipal de criação do Siste-ma Municipal de Cultura e elabore o Plano Municipal de Cultura, com metas para os próximos dez anos.

Esse é um dese-jo muito antigo de todos aqueles que trabalham com Cultura nesse país, visto a grande escasses de recur-sos, a concentração de re-cursos via Lei Ruanet nos grandes centrros urbanos do Sudeste e a truculências administrativas em não tra-tar Cultura como priorida-de.

É um processo digno de um país que é a quinta maior economia do mun-do, com o Sistema Nacional de Cultura Funcionando de forma integrada com o estadual e municipal, a Cultura e principalmente a produção cultural deixa de ser coadjuvante e passar a ocupar definitivamente o lugar de protagonista no processo de desenvolvi-mento social brasileiro.

André de AndradeLicenciado em História

Page 3: Jornal do Cariri - 2498

3REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

PolíticaJUAZEIRODONIZETE ARRUDA

Política Presidente lança responsabilidade aos edis sobre o aumento de vagas

Política

Jacqueline Dantas

O presidente da Câmara, José de Amélia Ju-nior (PSL) dei-

xa claro que quem vai decidir sobre a emenda constitucio-nal que prevê a ampliação de vagas no Legislativo será o colegiado. “Tenho como de-ver apenas colocar o projeto sob apreciação, pois o poder de voto cabe aos edis, eles solicitam o meu voto ape-nas para desempate”. Para tanto, também menciona que está isento de culpa, já que não estava na gestão em 2004, na qual a resolução do Tribunal Superior Eleitoral redimensionou de 21 para 14 o número de vereadores. Ele justifica que não adianta pressionar por uma resolu-ção imediata, pois o prazo estende-se até o próximo ano. Conforme apontou, o cartório eleitoral só solicita-rá o número de vagas no dia 1º de julho de 2012.

O presidente interino, Gledson Bezerra (PTB) op-tou, na última sessão (1), por não protocolar o Projeto de Lei que já tramitava na Casa, que prevê alteração para 17 vagas no Legislativo, de auto-ria da vereadora Mara Torres (PPS). Gledson justificou que três das 11 assinaturas para viabilização do projeto eram incertas, conforme lhe dis-sera José de Amélia. O novo projeto para 21 vagas exigia o número mínimo de 10 assina-turas, mas até o início da ses-são constavam apenas oito: Mara Torres (PPS), professor

Antônio Ferreira (PC do B), Tarso Magno (PSL), Gledson Bezerra (PTB), Roberto Sam-paio (PSB), Domingos Borges (PPS), Adauto Araújo (PSC) e Firmino Calú (PRP). Ronnas Moto (PHS) disse que tinha dúvidas quanto à alteração e Nivaldo Cabral (DEM) recu-sou-se a opinar por ter consi-derado o assunto polêmico, embora tenha adiantado que seguirá a vontade da maioria.

O vereador Roberto Sampaio (PSB) afirma que está trabalhando em favor do aumento, já que acre-dita que os cidadãos serão melhor representados. “Há áreas distantes do perímetro urbano que raramente são tratadas com atenção, pois não há vereadores que lhes atendam”.

Audiência

Pública

Vereadores, suplentes, líderes sindicais e represen-tantes estudantis reuniram-se em audiência pública para de-bater a emenda constitucional para o aumento de vereadores na Câmara Legislativa juazei-rense (Proposta de Emenda à Constituição - PEC 336/09, com a PEC 379/09 apensada), no dia 31 de agosto. Na tribuna foi unívoco o discurso de que a Câmara estaria restrita a um grupo elitista, que não espelha a realidade por não ter, efetiva-mente, quem represente os es-tudantes, os líderes de bairro, e os menos favorecidos, dos quais foi posto como exemplo as empregadas domésticas e os mototaxistas, os quais não dispõem de dinheiro para se lançarem candidatos.

O presidente da união

dos estudantes do Cariri, Gu-temberg Campos entende que para haver democracia, cada bairro e instituição precisam estar devidamente represen-tados. “Os presentes foram unânimes em dizer que que-rem o aumento, porque veem que a Câmara não tem dado ouvidos à ânsia popular”, disse Gutemberg. O jornalista Gilvan Luiz Pereira disse que o Legislativo deveria estar pre-ocupado com outros aspectos, inclusive em saber o motivo de seu desgaste. “Deveríamos saber por que a população está decepcionada com os repre-sentantes da Câmara, pois o problema não está no aumen-to de edis, mas na corrupção e não punição. Não se trata de quantidade, mas da qualidade dos que nela estiverem”, con-cluiu.

O deputado federal Ar-non Bezerra (PTB) declarou que tem experiência política que lhe permite traçar alianças para fazer o trabalho que Jua-zeiro do Norte precisa, e por isso, defende a pré-candidatu-ra à prefeitura em 2012. “Que-ro proporcionar à cidade uma administração concreta, forne-cer uma boa infraestrutura que comporte Juazeiro e o Cariri”.

Entre as pretensas ações, almeja mais investimen-tos, como emprego e geração de renda, para atender melhor os âmbitos sociais. “São avan-ços que não podemos mais esperar”. Ele falou que bus-cará reforço com a iniciativa privada, já que Juazeiro estaria crescendo por conta dessa e dos investimentos do Gover-no. “Ninguém faz uma admi-nistração só, nem muito menos uma eleição só. Eu sou o único deputado federal da história de Juazeiro que consegui recursos para todos os prefeitos, sejam eles aliados, correligionários e adversários”, asseverou.

Arnon entende que

pode contribuir mais com o Juazeiro e com toda região, “não dá mais para pensar em apenas um município, o cres-cimento abarca e exige que pensemos no todo”, embora destaque que não vai lançar candidatura à prefeitura das cidades circunvizinhas, como o Crato. “Serei apenas um parceiro administrativo, até em respeito ao Crato porque lá tem grandes nomes. Meu trabalho é uma demonstração de apreço, jamais por piedade. Acho que não seria pertinente eu me lançar em outra cida-de que não seja Juazeiro, pois denotaria alguém que busca o poder de todas as formas, e não é esse o meu comporta-mento”, completou.

O deputado federal e ex-prefeito, Manoel Salviano (PSDB) confirmou o apoio a pré-candidatura de Arnon. “Ele sempre esteve comigo. É certo que nesse momento eu o retribuirei”. Mas, Salviano deixou claro que tem interesse na campanha, se por ventura, Arnon não se lançar.

Arnon empenha-se para lançar candidatura em 2012

Prefeito cassado mostra força e elege sobrinho

n Deputado Federal Arnon Bezerra (PTB)

n Presidente José de Amélia diz que cabe aos edis a decisão sobre o aumento de vagas no Legislativo municipal

Vereadores atentos ao futuro

O Ministério Público do Ceará está bem próximo de concluir a apuração das investigações sobre fraudes na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte. Há fartura de provas de irregularidades que podem levar ao afastamento e até mesmo ao pedido de prisão de alguns dos envolvidos nessas fraudes com dinheiro público. Promotores que cuidam desse caso nada adiantam sobre as investigações, mas se dizem impressionados com o que identificaram de errado no Poder Legislativo de Juazeiro do Norte.

Opositor convocado para depor

O líder da oposição ao prefeito Manoel Santana, o vereador Tarso Magno, foi convocado pela promotora Alexandra Magda para depor em um inquérito que apura a existência de servidores fantasmas em seu gabinete na Câmara de Juazeiro do Norte. Tarso Magno refuta essa ilegalidade em seu mandato e sustenta que todos os funcionários de sua assessoria trabalham, dão expediente e por isso são remunerados. Descarta fazer parte do esquema gafanhoto, que levou no passado a cassação do governador de Roraima, Neudo Campos. Apesar de alegar inocência, Tarso Magno prestará esclarecimentos ao Ministério Público de Juazeiro. Quem também irá prestar esclarecimentos sobre o caso é o presidente da Câmara, vereador Zé de Amélia Junior.

Candidatura de Camilo sem chão

A avaliação dos caciques do PT do Ceará no final de semana no congresso do partido em Brasília é unânime: o escândalo dos banheiros sepultou as chances eleitorais do secretário de Cidades, Camilo Santana, ser candidato a prefeito de Fortaleza. Mesmo com sua participação no caso tendo sido apenas de renovar alguns convênios, o fogo amigo do PT agiu intensamente para inviabilizar qualquer pretensão política do secretário Camilo Santana. Até mesmo seus aliados admitem entre quatro paredes que não há mais como reverter o quadro interno e viabilizar a sua candidatura Camilo, principalmente por enfrentar a oposição da prefeita Luizianne Lins.

Plano B de Camilo é o Cariri

Fora da corrida eleitoral de Fortaleza há quem defenda dentro do Governo Cid e no PT cearense que o secretário Camilo Santana traga de volta seu título de eleitor de volta para o Cariri. Camilo tinha domicílio eleitoral em Barbalha e o transferiu para a Capital. Agora, há quem veja nele uma alternativa que precisa ser disponibilizada. O impasse é que o secretário Camilo Santana não admitiria essa nova mudança.

Eunício prioriza Juazeiro e Crato

O presidente regional do PMDB, senador Eunício Oliveira, definiu os cenários eleitorais em dois dos mais importantes municípios do Cariri. Em Juazeiro do Norte, Eunício disse à coluna que o candidato do partido é o deputado federal Raimundo Macedo. E que está agendando uma audiência com o governador Cid Gomes para negociar uma aliança com o PSB que indicaria o vice de Raimundão. O próprio Raimundão confirmou que conversou com o atual vice-prefeito, Roberto Celestino, para que ele seja seu companheiro de chapa. A outra cidade que terá um forte candidato do PMDB é o Crato. O empresário Ronaldo Matos já está em campanha e buscará ser o candidato do governador Cid agora que o deputado Sineval Roque mostra sinais de fragilidade eleitoral.

Onda de boatos contra Salviano

A força política do deputado federal Manoel Salviano em Juazeiro do Norte impressiona. Na última semana seus inimigos tentaram de todas as maneiras afastá-lo da sucessão do prefeito Manoel Santana. Espalharam informações de que Salviano havia transferido seu título de eleitor para Barbalha. Salviano ficou irritado com essa boataria. Assegurou que continua no páreo para concorrer à prefeitura no ano que vem. Sobre quem teria medo da candidatura Salviano a ponto de inventar fatos, seus aliados dizem que essa mentira não partiu da turma de Santana. Esse episódio mostra que as eleições de Juazeiro prometem ser animadas.

Disse me disse...

* O prefeito de Aurora, Adailton Macedo, é o mais novo filiado do PMDB após deixar o PSDB. Com o aval do senador Eunício Oliveira, Adailton concorrerá à reeleição.

* A filiação de Adailton Macedo ao PMDB simboliza o rompimento do ex-prefeito Carlos Macedo com seu antigo aliado, Eunício Oliveira.

* Quem também teria ingressado no PMDB, segundo Eunício Oliveira, seria o prefeito de Farias Brito, José Vandervelder.

* Ocorre que a direção regional do PCdoB foi procurada por Vandervelder que estranhamente fechou um acordo para se filiar a legenda.

* Preocupado com o futuro, Raimundão esteve semana passada no TCM. Suas contas devem ser votadas em breve. Relator é conselheiro Luiz Sérgio.

* Desculpe a ignorância, quem tem medo da candidatura do deputado Manoel Salviano a prefeito de Juazeiro do Norte?

Mirelly Morais

Apenas 252 votos garan-tiram a vitória de Antônio Roriz das Neves (PMDB) como novo prefeito da cidade de Jardim, nas eleições suplementares, realizadas neste domingo (4). A vice-prefeita é Maria Neide Filgueira Piancó (PPS). A posse está marcada para o próximo dia 19.

Rorizinho, como é cha-

mado, tem apenas 22 anos e é sobrinho e correligionário do ex-prefeito Fernando Nevez da Luz, cassado pelo Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE).

A chapa vitoriosa con-tou com os apoios do deputado estadual Wellington Landim (PSB) e do senador Eunício Oli-veira (PMDB). Além do ex-pre-feito Fernando Luz, que provou a forte influência que exerce na política municipal, que já dura duas décadas.

O jovem vereador Rori-zinho obteve 50,82%, dos votos válidos, totalizando 7.853 su-frágios. Sua adversária, a vere-adora Cremilda Bringel (PSDB) ficou com 49,18% dos votos vá-lidos, tendo sido escolhida por 7.601 eleitores jardinenses.

UmirimJá em Umirim, José Pinto

da Silva (PR), o “Zé da Marieta” foi eleito com 56,09% dos votos válidos, tendo como vice “Dedé

da Ambulância”. O novo prefei-to derrotou o ex-vereador Feli-pe Uchoa, do PSB.

AltaneiraOutro município que

deve ir às urnas em outubro é Altaneira. Na disputa, a chapa do empresário Delvamberto Soares (PSB) e do ex-vereador Dedé Pio (PSB) enfrenta a ad-versária Andréia Carla Davi (DEM), cujo vice é o comercian-te Jackson Feitosa (PSDB).

Page 4: Jornal do Cariri - 2498

4 REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

Informe Publicitário

Page 5: Jornal do Cariri - 2498

5REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

Informe Publicitário

Page 6: Jornal do Cariri - 2498

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 20116Cidades

BALANÇO POLICIAL

Violência gera quase seis mil ocorrências na 20ª DRPCChagas Lima

Os altos índices de violência no Cari-ri tem assustado a população des-

ta região, principalmente, em Juazeiro do Norte. Roubos, espancamentos, assassinato e latrocínios estão cada vez mais constantes. No período de 1º de janeiro à 31 de agosto deste ano foram registradas, na 20ª Dele-gacia de Polícia Civil (DRPC), cuja jurisdição abrange os mu-nicípios de Barbalha, Jardim, Caririaçu e Granjeiro, um total de 5.583 ocorrências policiais. Destas, 1.624 incluíram ameaça, constrangimento, homicídios, lesões corporais, sequestro e cárcere privado, além de tortu-ra e violação de domicílio.

“Tivemos 192 ocor-rências por crime de ameaça, 50 por constrangimento, 93 homicídios dolosos, 245 le-sões corporais (sendo que 24 ocorreram no trânsito e 90% envolvem motociclistas)”, re-vela o escrivão do cartório, Lúcio Lourenço, citando ainda crimes como porte ilegal de armas, roubo de veículos, es-telionato, extorsão, arromba-mentos à residências, crimes contra os costumes (atentado violento ao pudor, corrupção de menores, estupros, afora outros delitos contra a dig-nidade sexual, que envolve

rapto e sedução). “Sobre esses tipos de crimes, houve um to-tal de 2.887 ocorrências”, diz Lucio Lourenço.

A morte da jovem aten-dente de uma loja de bijuterias no bairro Salesianos, Kiara Vas-ques da Silva, 24 anos, que foi baleada durante um assalto ao seu local de trabalho, no últi-mo dia 2 de setembro, deixou a população de Juazeiro assom-brada, e ao mesmo tempo co-agida, com a violência urbana. Outra funcionária também foi ferida com os disparos. Já são 50 pessoas mortas em Juazeiro

do Norte, somente neste ano de 2011, sendo 10 mulheres assas-sinadas na região do Cariri.

Violência na periferia

Nos bairros periféricos de Juazeiro tem se verificado a ação constante dos margi-nais. No bairro Frei Damião, por exemplo, o casal José João Bezerra e Maria Socorro Be-zerra, residente no bairro há mais de 15 anos, teve o seu estabelecimento roubado duas

vezes, em menos de cinco dias. Na primeira vez, os bandidos roubaram certa quantia em dinheiro. A polícia foi aciona-da mas não conseguiu pren-der os acusados. Na segun-da, entraram de madrugada pelo telhado, levando grande quantidade de mercadorias. Desta vez, os meliantes foram pegos, ao tentar vendê-las no dia seguinte, no próprio bair-ro. “Aqui, os ladrões roubam a hora que querem, entrando em residências e mercantis, porque não existe um policia-mento permanente”, lamenta

José João, conhecido como seu Zequinha, sugerindo a ins-talação de um posto policial, visando inibir os bandidos. “Quando acontece um roubo, ou qualquer outra coisa, o pes-soal do Ronda do Quarteirão chega, faz perguntas, anota e pronto. E não prende nin-guém”, reclama.

De acordo com um morador que preferiu não se identificar, à noite, já se tor-nou comum muitos elementos perambulando despreocupa-damente pelas ruas do bairro, usando drogas como o crack

e maconha. Em outros bairros de Juazeiro, como João Cabral, Salesianos, Socorro e no pró-prio centro comercial, os rou-bos tem sido frequente.

Cícera Elayne, mora-dora da Vila Real, diz que já teve o seu celular roubado e que existem áreas naquela localidade, onde as pessoas evitam transitar durante à noite, temendo os assaltos. “Quem passa, por exemplo, na Rua Dr. Francisco Montei-ro, no trecho entre a Avenida 31 de Março e a Rua Francis-co Martins de Sousa, durante a noite, está correndo o risco de ser assaltado, porque é muito escuro e eles se apro-veitam disso”, afirma.

Jovem vítima

A jovem Kiara Vasques da Silva residia no bairro San-tana Tereza e trabalhava em uma loja de bijuterias, loca-lizada na Rua das Flores, 83, bairro Salesianos. Quatro ele-mentos chegaram ao local em um carro prisma, cor preta, e anunciaram o assalto, conse-guindo levar cerca de R$ 8 mil, inclusive, diversos cheques. Houve corre-corre entre as funcionárias, que foram rendi-das pelos bandidos. Uma de-las era Kiara, que foi atingida com um balaço na cabeça.

Ricardo Ness é reeleito diretor da UFC CaririAnalu Morais

Os professores Ricar-do Ness e Suely Chacon fo-ram reeleitos para os cargos de diretor e vice-diretor do campus Cariri da Univer-sidade Federal do Ceará (UFC), durante votação que ocorreu no último dia 31. Uma das prioridades da di-retoria reeleita é a constru-ção da 4º etapa do campus, onde ficarão os laboratórios e as salas de alguns cursos, como Jornalismo, Música, Engenharia de Materiais e Design de Produto. Também será construído um auditó-rio com estúdio de televisão para complementar o blo-co. Outro foco da direção é encaminhar as mudanças para a construção da 5ª eta-pa, pois para a implantação da Universidade Federal do Cariri (UFRC) será neces-

sária a criação de um bloco administrativo com espaço

destinado à Reitoria e à Pró--Reitoria. Há a preocupação,

também, em relação aos no-vos cursos que serão criados

e a construção do campus de Missão Velha e Icó.

Nomeado diretor em 2008, Ricardo Ness chegou à UFC-Cariri em 2006 e acom-panhou de perto as dificulda-des e vitórias na construção do campus, em Juazeiro do Norte. Por estar envolvido com a Universidade desde a sua criação, o Professor afirma que conhece todos os problemas que ainda tem de vencer. Segundo Ness, “o que dificulta o trabalho no cam-pus é a distância entre Juazei-ro do Norte e Fortaleza, pois são praticamente 600 km, então isso acaba atrasando o encaminhamento das licita-ções”. O professor também afirma que para que a UFC--Cariri se torne referência em geração de conhecimento é preciso que seja terminada a infraestrutura de laborató-rios e de equipamentos.

GraduaçãoAlém da graduação na

área de Desenvolvimento Re-gional Sustentável, a direção também está propondo a cria-ção do mestrado em Agrono-mia – aprovado pelo Conselho Universitário. A Universidade está otimista e espera somente a autorização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pesso-al de Nível Superior (Capes) para que haja a implantação do mestrado.

A eleiçãoA votação aconteceu no

pátio da Universidade. Cerca de 64% das pessoas, dentre professores, alunos e servi-dores, votaram. Ness e Suely obtiveram 49% dos votos con-tra 14% do outro candidato, Professor Joaquim Torres, e sua vice, Professora Estelita Pereira Lima.

Yaçanã Neponucena

Os alunos do curso de ciências agrárias da Universi-dade Federal do Ceará (UFC Cariri), campus Crato, estão reivindicando melhorias es-truturais no entorno do prédio da instituição. No local, que está parcialmente coberto pelo mato, não há pavimentação das vias de acesso, iluminação, segurança e sinalização.

A falta de infraestru-tura está ocasionando danos à comunidade acadêmica. A maioria dos alunos permanece na universidade, das 7 às 18 ho-ras, já que o curso funciona em horário integral. Os estudantes precisam enfrentar seus medos e caminhar por ruas parcial-mente desertas, uma vez que também não existe transporte

público que circule na locali-dade. Eles já solicitaram das

empresas de ônibus que fazem linhas entre as cidades de Jua-

zeiro do Norte e Crato, a pas-sagem de conduções pelo cam-

pus, mas não foram atendidos devido à falta de pavimentação.

Segundo o estudante Fernando Fernandes, o horário de maior tensão e perigo acon-tece durante a chegada e saída dos alunos. “Muitas pessoas têm medo de ir a pé até a pista. Acho inadmissível termos uma Universidade Federal e não existir essas condições básicas”, reclama.

Segundo o diretor do campus da UFC no Cariri, Ricardo Ness, os problemas competem ao poder público. “A universidade, por questões legais, não pode ter gastos fora de seu terreno. Seria importan-te uma obra urgente de ilumi-nação pública próximo ao cam-pus, a área é um breu. Alunos e professores correm riscos de assaltos todos os dias. Para evi-

tar que isso aconteça, a gente precisa encerrar as atividades mais cedo”, revela o diretor.

O problema levou os estudantes a solicitarem os ser-viços na Câmara de Vereadores do Crato. Após os requerimen-tos, o prefeito Samuel Araripe fez uma visita à universidade e constatou a situação. Porém, a prefeitura aguarda o parecer da Secretaria das Cidades so-bre um projeto de pavimenta-ção, iluminação e sistema de segurança para o bairro Muriti. A obra ligará a Avenida Padre Cícero ao Campus da UFC e também beneficiará as futuras instalações da Faculdade Cató-lica do Cariri. Como forma de amenizar o problema, Samuel enviou uma equipe para de-sempenhar os serviços de capi-nagem na área.

Alunos do curso de Agronomia solicitam melhorias

n Professor Ricardo Ness diz que construção da 4ª etapa do campus será prioridade no segundo mandato

n Fachada da loja onde trabalhava Kiara Vasques, vítima fatal de um assalto, na última sexta-feira (2)

n Sem segurança e iluminação no entorno do campus, os alunos e professores são obrigados a sair das aulas mais cedo

Page 7: Jornal do Cariri - 2498

Mirelly Morais

No mínimo, 60% dos abates nos muni-cípios são clandes-tinos e esta deve

ser a maior preocupação das agências reguladoras de abate animal. É o que declara o co-ordenador da Adagri, Cícero Émerson. Para ele, a situação é ‘feia’ e está longe de ser re-solvida, pois a fiscalização é de responsabilidade das vigi-lâncias sanitárias municipais e, segundo ele, falta compro-misso em coibir essa prática.

Emerson afirma que o Governo do Estado garante a estrutura física para o bom funcionamento e cobra a fis-calização. “Falta o apoio dos municípios em acabar com a moita”. Ele alerta também para os riscos que a popula-ção corre ao comprar carne de origem duvidosa, já que os abates feitos de forma clan-destina não seguem qualquer técnica de educação sanitária e ambiental.

Nilo Batista, veteriná-rio ministrante dos cursos de boas práticas de abate que a Adagri tem realizado em todo Estado e trouxe para Juazei-ro, na última semana, reforça a preocupação dizendo que o Cariri não é exceção, “essa si-tuação não é exclusividade da região, é a regra. O abate clan-destino é a grande problemá-tica”. Nilo sugere que a ins-

peção da vigilância deve ser concentrada em quem vende, assim se tornará mais fácil fis-calizar. “A vigilância proíbe a entrada de carnes não inspe-cionada nos comércios, onde há como se fiscalizar e multar, assim coíbe a clandestinida-de”.

O coordenador elenca que os principais problemas são: o abate no chão, a não inspeção das vísceras, o abate desumano (quando há sofri-mento para o animal) e, prin-

cipalmente, a falta de atestado de saúde dos animais. O trans-porte também é uma preocu-pação, mas segundo Emerson, também será resolvido quan-do o único local de abate for o destinado legalmente.

Em Juazeiro do Norte, a maior preocupação da Vi-gilância é com o abate de ca-prinos e suínos, já que no ma-tadouro público essa ação foi vetada pela Secretaria de Saú-de do Estado e fez com que mais de 20 locais clandestinos

funcionassem na cidade. No entanto, segundo o responsá-vel pela vigilância sanitária, o veterinário Huedo Gonçalves, a fiscalização é constante e todas as medidas vem sendo tomadas no sentido da ade-quação dos serviços. “Faze-mos visitas periódicas, adver-timos, multamos e fechamos o estabelecimento se for o caso”, afirma, acrescentando que um abatedouro de pequenos ani-mais vem sendo preparado para que estes deixem de ser

feito em residências.Sobre o transporte, ele

diz que a vigilância tem co-brado, da empresa que ad-ministra o frigorífico, que os carros tenham câmaras frias. E diante das dificuldades de efetivo, Huedo apela para a população, no sentido de ficar alerta e denunciar os locais de abate clandestino.

No Crato, a Vigilân-cia Sanitária está preocupada porque a cidade não possui um matadouro público. A ci-

dade de Barbalha é a única em que o matadouro faz os três tipos de abate. São cerca de 30 cortes diários.

Fiscalização da Adagri

A Agência se compro-mete em fazer o trabalho nos abatedouros e frigoríficos, ministrando cursos, pales-tras, organizando a estrutura física e de pessoal. “A Adagri se responsabiliza em fazer o trabalho dentro dos aba-tedouros, deixando a carne pronta para ser comercializa-da e no caso de irregularida-des, fechamos esses locais”, garante o coordenador.

Plano de Gestão

Para que haja um con-trole rigoroso da situação, a Adagri elaborou um plano de gestão, que prevê o abate de toda a região concentrado em um único ponto. Segundo o coordenador, todos os abates seriam feitos em cinco pontos, sendo sua maioria no Frigorí-fico Industrial do Cariri que é um dos maiores do estado e chega a abater, semanalmen-te, 400 bovinos, totalizando, aproximadamente, 1.600 por mês, e as carnes distribuídas com segurança para as de-mais cidades.

7REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

Cidades

ABATE CLANDESTINO

CRATO

“Falta compromisso dos municípios em acabar”, diz coordenador da Adagri

Cícero Valério

n Funcionários do Frigorífico Industrial do Cariri participaram de um curso sobre técnicas para o manuseio das carnes

Yaçanã Neponucena

Mais de 400 professo-res efetivos da rede muni-cipal de ensino de Barbalha paralisaram as atividades. A greve, deflagrada desde a úl-tima sexta-feira (2 setembro) está deixando mais de 10 mil alunos sem aulas e seguirá por tempo indeterminado.

Os professores reivin-dicam os 40% de referência de classe sobre o salário base,

um terço da carga horária para planejamento das ati-vidades e reestruturação do Plano de Cargos e Carreiras e Remuneração (PCCR) de acordo com a Lei 11.738 de 16 julho 2008, que estabelece o piso salarial mínimo da car-reira e a necessidade de Es-tados e Municípios reestru-turarem seus PCCRs, ainda previstos na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), no Fundo de Manutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica e

de Valorização dos Profissio-nais da Educação (Fundeb) e resoluções do Conselho Na-cional de Educação.

Após o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que a lei do piso salarial é constitucional, desde maio, a categoria se reúne com a Secretária Educação, com o secretário de Administra-ção e com os procuradores do município para definir o cumprimento das medidas. Porém, não houve progresso

nas negociações. Para a dire-tora para assuntos jurídicos do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bar-balha, Jaqueline Filgueira, a greve só aconteceu porque todas as formas de negocia-ção com a administração fo-ram esgotadas. “Os profes-sores pedem a compreensão dos pais e alunos. Temos o direito ao salário base e mais todas as gratificações ineren-tes a carreira de professor. A gente acredita que o municí-

pio está contrariando o STF e desrespeitando a categoria”, revela.

Atualmente, os pro-fessores em início de carreira são remunerados apenas com o salário base, que correspon-de a R$1.187,97, sem o adicio-nal de 40% correspondente a referência de classe. Mas, se-gundo a secretária de Educa-ção, Izabel Cristina Nóbrega Cruz, todos os funcionários da prefeitura tiveram incor-porados os 40% quando o

PCCR foi reformulado.De acordo com a Secre-

tária, o município contratou uma empresa para avaliar caso a caso e se os funcionários estão recebendo o valor. “No caso da folha de pagamento, eu, como secretária, não tenho competência técnica para ana-lisar isso. Assim que estiver-mos com esses dados em mãos iremos nos reunir com os pro-fessores novamente. Estamos procurando a melhor relação possível”, afirmou.

Professores de Barbalha exigem melhorias salariais

Foto: Wendel LeiteWilson Rodrigues

No próximo dia 13 de setembro, a freira Maria Carmelina Feitosa (madre Feitosa) estará completan-do 90 anos de idade e 73 de vida religiosa. Nascida no município de Tauá, região dos Inhamuns, de família pobre e profundamente cris-tã, Madre Feitosa veio para o Crato, com 14 anos de ida-de, incentivada pelo monse-nhor Feitosa e o padre Pita. Conta que não tinha objeti-vo inicial de ser freira, ape-nas queria estudar em um centro mais desenvolvido, e como seus pais não possuí-am condições financeiras de mandar a filha para Fortale-za, a exemplo das ‘famílias de posses’ da época, a cida-de escolhida foi o Crato. Em agosto de 1936 foi matricu-lada no Colégio Santa Teresa de Jesus para fazer o exame de admissão, que, “à época, era considerado um vesti-

bular árduo e eliminatório”, lembra a madre.

Feitosa contou que a descoberta de sua vocação para a vida religiosa foi a partir da leitura de vários livros cedidos pelo monse-nhor Feitosa, numa linha literária que impulsionou a sua vida espiritual. A madre explica que ninguém lhe in-centivou a ser freira e asse-gura que tinha dúvidas so-bre sua vocação, chegando a se perguntar se era isso mes-mo que Deus queria para ela. Segundo a religiosa, foi a partir daí que começou a ficar dividida entre a vonta-de de ser freira ou obedecer ao projeto de sua avó, que era de terminar os estudos, e depois de formada, casar-se com um de seus netos ricos, para ajudar os pais e os seus irmãos menores.

Mas a convivência com os padres e freiras su-perioras no Colégio Santa Teresa foi suficiente para

cristalizar um embasamento espiritual muito forte e fez com que ela decidisse pela vida religiosa. Em 1938, com 16 anos, ingressou na Con-gregação das Filhas de San-ta Teresa de Jesus, onde foi secretária, tesoureira, vice--superiora e professora, di-vidindo os turnos entre ser aluna e professora.

Num reconhecimento aos seus relevantes serviços prestados, Madre Feitosa vai ser homenageada, por di-versas instituições, no dia de seu aniversário. O Colégio Pequeno Príncipe, onde ela é diretora atualmente, vai outorgar a medalha Padre Ibiapina. O Instituto Cultu-ral do Cariri lhe dará posse na cadeira Madre Ana Cou-to. Ela já é cidadã cratense, título outorgado pela Câ-mara Municipal, e também recebeu a medalha Antonio Martins Filho, concedida pela Universidade Regional do Cariri (Urca).

Sinônimo de fé e trabalho, madre Feitosa completa 90 anos

n Madre Feitosa tem 73 anos de vida religiosa e será homenageada na passagem de seu aniversário, no dia 13

Page 8: Jornal do Cariri - 2498

8 REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

Cidades

QUEIMADAS

PARQUE ECOLÓGICO DO FUNDÃO

Analu Morais

No mês de agosto, na região do Cari-ri, as temperaturas começam a aumen-

tam e a umidade do ar fica muito baixa, causando calor e, conseqüentemente, o apa-recimento de diversos focos de incêndio. Esse clima seco ajuda muito na propagação de grandes queimadas, de-vastando a vegetação carac-terística da Região, como a da Floresta Nacional do Ara-ripe (Flona). As pontas de cigarro jogadas pela popu-lação nas matas também têm grande responsabilidade no início de incêndios.

A queima, de forma indevida, dos restos de vege-tação seca e dos lixos domés-

ticos são os principais res-ponsáveis pela devastação. Outros fatores que contri-buem com o aumento desses números são os horários e as condições de vento do dia. “Os locais onde há maior incidência de incêndio são o Parque Granjeiro e o sítio Coqueiros, na cidade de Cra-to, e nas rodovias, principal-mente na CE. Recentemente, foi registrado um foco de fogo no Conjunto Novo Cra-to, próximo ao bairro Parque Granjeiro.”, relata o capitão Leonir, do Corpo de Bombei-ros do Crato.

Para evitar esses in-cêndios, o capitão aconselha alguns métodos preventivos, como não atear fogo após as 10 horas da manhã – horário em que a incidência de sol é mais forte – e em dias que

haja muito vento. Em rela-ção ao lixo doméstico, o cor-reto é não incinerá-lo, e sim armazená-lo em sacos plás-ticos para que a prefeitura local possa fazer a coleta. Já a vegetação seca pode servir como adubo para terrenos.

Visitas às comunidades

Como forma de cons-cientizar a população, os bom-beiros do Crato, juntamente com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-sos Naturais Renováveis (Iba-ma) e com o Geopark Araripe, fará visitas às comunidades para alertar a população so-bre os riscos e malefícios que a queimada pode causar.

Umidade do ar e temperatura aumentam focos de incêndio

n Queimadas são responsáveis pela degradação de parte da vegetação da Floresta Nacional do Araripe

n Engenho de pau deverá ser próximo recuperado, de acordo com o cronograma do Conpam

Wilson Rodrigues

Uma obra que era pra ser feita em 180 dias, a partir da data de assinatura da or-dem de serviços pelo gover-nador Cid Gomes, em 1º de junho de 2009, mais de 700 dias se passaram e o proje-to continua no papel. Trata--se da construção do Parque Estadual Ecológico do Sitio Fundão e a família do eco-logista, Jeferson da Franca Alencar, ex-proprietária do patrimônio, está desacredi-tada na edificação das obras. A área, de 97 hectares, foi ad-quirida em 2008 pelo Gover-

no do Estado, que anunciou, na ocasião, a liberação de R$ 1 milhão para concluí-la em 180 dias. O Parque abrigaria as sedes administrativas da Unidade/Cariri da Secretaria do Meio Ambiente do Cea-rá (Semace), Policiamento Ambiental e outros equipa-mentos. Segundo o ambien-talista, radialista e um dos ex-herdeiros da reserva, Ed Alencar, após três anos, nada foi feito, com exceção da re-forma da casa de taipa.

Ed Alencar disse tam-bém que a reserva passa por um estado de abandono, com registros de ações de vânda-los, destruindo as edificações históricas, como a barragem de pedra feita por escravos em 1877, um engenho de pau que está deteriorado e outras peças que contam parte da história do Cariri. Ed Alen-car registra, ainda, o roubo de madeiras, barramento do leito do rio Batateiras para a pesca predatória, incêndios na mata e rebanhos bovinos pastando no local. Ed tam-bém denuncia que a reserva está desguarnecida, o gerente foi demitido e conta apenas com um guarda que vigia a casa de taipa. “A visitação dos agentes da Polícia Am-biental acontece de forma esporádica, o que favorece a ação dos meliantes que já roubaram parte da cerca de arame farpado e estacas”, revela o ex-proprietário, que parabeniza o Instituto Bra-sileiro do Direito e Vida dos Animais e Meio Ambiente (IBDVAMA), que faz um tra-balho voluntário de fiscaliza-ção da área.

Conpam diz que o momento é de transição

O presidente do Con-selho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente, Paulo Henrique Lustosa disse que o órgão passou a ser res-ponsável pela gestão do Sí-tio Fundão, que antes era competência da Semace. Por isso, o momento é de transi-ção. “A primeira coisa que a gente precisa explicar é que

houve e tem sido motivo de algumas reclamações justas, eu diria, uma transferência de competência. Os gerentes das unidades de conservação foram demitidos e o Gover-no está fazendo um processo de seleção para contratar os novos gerentes das unidades de conservação. Então, não só o Sítio Fundão, mas todas as 23 unidades de conserva-ção do Ceará estão passan-do por esse período. Apesar de que no caso do Crato, a nossa equipe da Semace tem dado, na medida do possível, o apoio a situação do parque. Nós acreditamos que até o mês de outubro, já teremos um gerente designado para o acompanhamento e moni-toramento de todas as ações no parque”, afirmou Lustosa.

O presidente do Conpam revela que, seguin-do um plano que tinha sido aprovado ainda no ano pas-sado, a Semace e o Conpam tinham negociado na com-pensação ambiental da MPX (empresa), da termelétrica da MPX, os investimentos para a estruturação física do parque fundão. Segundo ele, para que houvesse essa es-truturação, algumas etapas precisavam ser cumpridas, como a recuperação da casa de taipa de dois andares, a recuperação do engenho, a adequação das trilhas de acesso e a construção de al-guns equipamentos para apoio ao gerenciamento do parque.

“Com esse recurso, a empresa que está fazendo a compensação ambiental con-tratou uma construtora e ti-nha que nos entregar a obra. Em março deste ano, confor-me o calendário da progra-mação, um pouco atrasada por conta de chuva e tudo mais, nós conseguimos en-tregar a primeira etapa, que foi a etapa da restauração da casa de taipa de dois an-dares, lá dentro do parque”, disse Lustosa, acrescentando que a próxima etapa será o restauro do engenho, entre-tanto, a empresa contratada para isso desistiu do proces-so e uma nova negociação está sendo feita para que as obras sejam retomadas.

Ex-proprietários alegam que construção não saiu do papelFoto: Ed. Alencar

Page 9: Jornal do Cariri - 2498

9REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

PolíticaCidades

Mirelly Morais

A afirmação da re-presentante do Mi-nistério do Turis-mo (MTur), Sáskia

Freire de Castro, de que “re-conhecidamente, Juazeiro do Norte é um dos destinos religiosos que atrai a maior quantidade de turistas no país”, deixa a mostra as pos-sibilidades que se abrem para o município frente as ações do MTur.

A região do Cariri, se-gundo Sáskia, se destaca tan-to no turismo cultural, onde se tem uma oferta grande como o Geopark Araripe - que traz também a oportuni-dade de se conhecer a cultura local - quanto no turismo re-ligioso, considerado por ela muito forte. Sáskia acredita que Juazeiro é um forte can-didato na seleção para a con-sultoria voltada às principais questões que envolvem o tu-rismo religioso na cidade, a ser realizada pelo Ministério.

O projeto “Turismo religioso, diversidades do Brasil” deve selecionar cinco municípios do país, que se-rão contemplados para ela-boração de Projetos voltados para a área. “A seleção ainda não foi feita, nem a chama-da divulgada. Eu espero que Juazeiro concorra”, torce Sáskia, completando que a cidade é uma dos pontos im-portantes do turismo religio-so no país.

O 4º encontro itine-rante das cidades históricas,

realizado em Juazeiro, nos últimos dias 1, 2 e 3, bus-cou a troca de experiências, socializando informações exitosas nas cidades histó-ricas e no turismo religioso, para que gestores públicos e iniciativa privada possam implementar essas ações em seus destinos.

Para o secretário de Desenvolvimento, Turis-mo e Romaria, José Carlos dos Santos, a realização do encontro em Juazeiro, com a vinda do Ministério do

Turismo, contará pontos na seleção para escolha do Município para receber a assessoria especial no turis-

mo religioso, voltada para a roteirização, infraestrutu-ra, qualificação de pessoal e meios de hospedagem.

PROJETO DO MTUR

BARBALHA

Juazeiro quer o título de destino religioso do Nordeste

Encontra-se em fase de análise a denúncia proto-colada no Ministério Público Federal (MPF), Procuradoria de Juazeiro, que remete ao não funcionamento da uni-dade do Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Dro-gas (Caps-AD), de Barbalha, que deveria prestar atendi-mento aos dependentes quí-micos, mas nunca funcionou. “Já são quase R$ 1 milhão

repassados até o momento. Queremos saber quem está gerindo esse dinheiro, onde ele está e quando poderá ser usado em benefício da po-pulação. Por isso, pedimos ao MPF que investigue essa situação e tome providên-cias o mais breve possível”, cobra o vereador Rildo Teles (PSL), autor da denúncia ini-cial feita na Câmara, no úl-timo mês de junho, somente

encaminhada ao MPF, no último dia 17, por conta do recesso parlamentar. Um re-querimento feito em nome do Legislativo também co-bra explicações da adminis-tração municipal.

De acordo com Ril-do, “foram gastos R$ 90 mil em licitação, o Município vem pagando aluguel desde 2009. A fachada do prédio foi pintada, compraram gê-

neros alimentícios, no en-tanto, o Caps nunca funcio-nou”, protesta.

Citando o exemplo de Juazeiro, o vereador e assis-tente social, Sandoval Barre-to (PSDB) diz que “o serviço no município vizinho apre-senta um resultado positivo, enquanto Barbalha recebe os recursos e não presta a assis-tência”, frisa.

Sandoval lembra ter

levantado a questão nas con-ferências de saúde regionais, por considerar uma grande perda Barbalha já dispor de credenciamento do Ministé-rio da Saúde, com autoriza-ção para atender, e não estar funcionando. À época da de-núncia na Câmara, o consul-tor técnico do Ministério da Saúde, Francisco Cordeiro informou que desde janei-ro de 2010, Barbalha recebe,

mensalmente, R$ 32 mil para ajudar nos custos.

A secretária de Saúde, Jaqueline Sampaio garantiu que o recurso está em conta e que nada foi gasto. Segun-do ela, é uma conta na qual vem o recurso da atenção secundária de saúde e para o Caps teria cerca de R$ 608 mil. Jaqueline alega que a denúncia feita ao MPF só prejudica o Município.

A representante do MTur explica que esse processo de escolha de rotas turísticas internacio-nais ainda está em aberto. “A Ópera Romana é ini-ciativa privada e a parte que cabe ao Ministério do

Turismo é apenas indicar os principais pontos de visitação no país. A Ópera ainda não está operando no Brasil, então, acredito que há espaços abertos para possíveis destinos”, finaliza Sáskia.

Rota do Vaticano

Nova estrutura do aeroporto deve ficar pronta até o final do anoOs Módulos Opera-

cionais Provisórios (MOP´s) para embarque e desembar-que de passageiros do Ae-roporto Regional do Cariri, Orlando Bezerra de Menezes começam a ser instalados. Serão R$ 2,8 milhões investi-dos. O Módulo possuirá área de 1.050 metros quadrados, e com isso, a capacidade ope-racional do aeroporto, au-mentará, anualmente, em 500 mil passageiros.

Segundo o assessor da superintendência regional da Empresa Brasileira de In-fraestrutura Aeroportuária (Infraero), Jorge Tadeu, con-cluída a primeira etapa da reforma - na parte de infra-estrutura de adequação dos serviços, é chegada a hora da instalação dos MOP’s, que são estruturas pré moldadas

provisórias, e de acordo com ele, devem ser entregues aos caririenses ainda este ano.

As reformas saem gra-ças à decisão da 16ª Vara da Justiça Federal de Juazeiro que estipulou no último dia 15 de maio, um prazo de 30 dias, para o início das reformas ne-cessárias ao aeroporto. Com a decisão, a Infraero reassumiu o Orlando Bezerra e iniciou as melhorias no Terminal.

Mais voosA Passaredo Linhas

Aéreas lançou seu vôo ligan-do Fortaleza a São Paulo, via Juazeiro do Norte, Salvador e Vitória da Conquista. A em-presa começa a operar em Juazeiro, no dia 22 deste mês, com vôo que parte de Forta-

leza às 6h02min, chegando em Juazeiro às 6h45min e de-colando para Salvador às 7h. O retorno de Juazeiro para Fortaleza será às 23h20min.

AcessosO projeto de duplica-

ção da Avenida Virgílio Tá-vora, indo da Manoel Coelho até o Aeroporto, e ainda a Avenida Castelo Branco, tem a finalidade de desafogar o trânsito e facilitar a chegada e saída do terminal. De acor-do com o secretário de infra-estrutura, Rafael Apolinário, falta apenas a liberação da Secretaria de Meio Ambien-te do Estado (Semace), para que a obra seja iniciada, o que, segundo ele, deve ser resolvido logo.n Módulos Operacionais Provisórios já começaram a ser instalados no Aeroporto Regional do Cariri

Acesse e veja a programação completa: www.bnb.gov.br/cultura

Dia 06, terça-feira.Fechado.Dia 07, quarta-feira.Feriado.Dia 08, quinta-feira.ARTES CÊNICAS19h30 - Sangue Prata -A2 Cia. de Dança - Crato-CE.

Dia 09, sexta-feira.CINEMA10h00 - Visitantes.14h00 - Calango!LITERATURA / BIBLIOTECA17h30 - Clube do Leitor: Caio Fernando Abreu.ARTES CÊNICAS19h30 - Sangue Prata -

A2 Cia. de Dança - Crato-CE. Dia 10, sábado.ATIVIDADES INFANTIS13h30 - Sessão Curumim - Albertinho.TRADIÇÃO CULTURAL19h30 - Reisado Santo Rei do Oriente. CINEMA17h25 - For A de Sordem.

CINECAFÉMediador: Elvis Pinheiro.17h30 - O Tempo que Resta.ARTE RETIRANTELocal: Praça da Matriz - Juazeirodo Norte-CE.19h00 - Teatro - Sangue Prata -A2 Cia. de Dança - Crato-CE.

Dia 11, domingo.Fechado.

Dia 12, segunda-feira.Fechado.

Destaques da programação de 06 a 12 de setembro de 2011.

Ministério Público vai investigar o não funcionamento do Caps

Fotos: Cícero Valério / Montagem: Evando F. Matias

Page 10: Jornal do Cariri - 2498

Pelúsio Correia de Macedo nasceu no então povoado de Joaseiro, na época em que o lugarejo ainda pertencia ao Crato. Se-gundo o Portal da História do Ceará, www.ceara.pro.br/, era filho do professor Simeão Corrêa de Macedo, irmão do Padre Climério Correia de Macedo e neto do major Domingos Gonçalves Martins, integrante do célebre júri que condenou à morte o coronel Joaquim Pinto Madeira. Nasceu numa família muito ligada ao Padre Cícero. Segundo reportagem publicada no Diário do Nordeste e assinada por Karoline Vianna, de acordo com o poeta, editor e mestre em Le-tras, Renato Casimiro, foi o professor Semeão, justamente o pai de Mestre Pelúsio, quem convidou Padre Cícero para rezar missa no então povoado de Juazeiro, em dezembro de 1871 e desse primeiro contato teria nascido todo o amor do padre pelo lugar. Resultado: no dia 11 de abril do ano seguinte, o Padre Cícero chegava com a família para fixar residência na pequena vila.

Em artigo publicado por Padre Azarias Sobreira, com o títu-lo “Padre Cícero e a Instrução”, fica patente não só a preocupação do Padre com a educação como em levar para a sala de aula quem ele considerava com aptidão para o conhecimento, e fica evidente, também, a ligação de longa data dele com Pelúsio Correia de Ma-cedo. Num trecho, Padre Azarias conta que depois da seca de 1877, quando o Seminário do Crato foi reaberto, Padre Cícero levou um órfão de Juazeiro para estudar lá, gratuitamente. Esse menino era Mestre Pelúsio.

No site http://oluminar.blogspot.com, em artigo postado por Daniel Fidélis, com o título o ”Um mestre quase esquecido”, essa versão é reforçada. “Uma das grandes preocupações do Padre Cícero, quando veio para o vilarejo que hoje é Juazeiro, foi cuidar para que a educação local fosse a melhor possível para a época. Ele mesmo dava aula na única escola local, uma vez por semana. Aqui ele conheceu um garoto (Pelúsio Correia de Macedo ) que sempre mostrou grande interesse em obter conhecimentos e educação e quando o Seminário do Crato reabriu suas portas em 1877, ele mes-mo levou o garoto e o matriculou sem custo algum”.

É sabido que Mestre Pelúsio, apesar de ter sido educado no Seminário do Crato, não aderiu ao sacerdócio. Ele casou-se com Dona Antônia de Sá Barreto Macedo com quem teve nove filhos. Uns dizem que quatro outros garantem que cinco deles seguiram a carreira sacerdotal. Quanto ao Mestre, dedicou boa parte da vida a atender ao Padre Cícero, ajudando-o no desenvolvimento de Ju-azeiro.

Coube a Mestre Pelúsio fundar, por exemplo, a primeira es-cola de música da cidade. Também criou e regeu a sua primeira banda de música em 1886, segundo o site http://www.juazeiro.ce.gov.br, da Prefeitura de Juazeiro do Norte. A banda foi batizada de Padre Cícero e acumula apresentações importantes, como a rea-lizada durante a visita do Papa João Paulo II à Fortaleza, em 1980.

E não para aí: Mestre Pelúsio foi o dono da primeira oficina mecânica e, embora haja dúvidas se o primei-ro cinema de Juazeiro foi realmente o Cine Iracema, pertencente a ele, a sala de exibição era a mais conhecida na época.

A pedido de Padre Cícero, Mestre Pelúsio foi o autor do Hino da Independência de Juazeiro, peça instrumental feita às pressas e que embalou o início da luta pela emancipação do municí-pio. O historiador e pesquisador Daniel Walker conta, em seu livro “História da Independência de Juazeiro do Norte”, o que ocorreu naquele dia, o mesmo dia de celebração do aniversário da Indepen-dência do Brasil. “7 de setembro de 2010 – A cidade acorda ao som dos acordes do Hino da Independência, executado pela Banda de Música Padre Cícero, sob a regência de Mestre Pelúsio. Inconforma-dos com os boatos que circulavam no povoado, segundo os quais o prefeito do Crato muito em breve “arrasaria a população”, para o que contaria com auxílio da força armada federal, os juazeirenses se reúnem novamente em grande concentração para realização de um comício no qual foi dado oficialmente o primeiro grito de Viva a Independência do Juazeiro, pronunciado por Paulo Maia Ferreira de Menezes, condutor da bandeira da Independência confecciona-da, também, às pressas”.

Atendendo a outro pedido de Padre Cícero, Mestre Pelúsio teria, ainda, avaliado, até, a urbanização de Joazeiro. No trabalho “Espaço urbano e políticas públicas: uma abordagem geográfica sobre a cidade de Juazeiro do Norte/CE”, de autoria de Cláudio Smalley Soares Pereira e João César Abreu de Oliveira, eles citam o registro publicado em 1989: “Neste ano [1911], por solicitação de Padre Cícero, então prefeito do Joaseiro, Pelúsio Correia de Macêdo faz uma demarcação das futuras ruas e praças do Joaseiro, para que a cidade cresça obedecendo a um alinhamento planejado. O prefei-to de Joaseiro apresenta uma planta esquematizada com quarenta e seis ruas e quatorze praças, para ser aprovado pela Câmara dos vereadores (...) (MENEZES; ALENCAR, 1989, p. 70).

A incrível capacidade de Mestre Pelúsio em cumprir, com determinação e perfeição, todas as tarefas e missões a ele confia-das fica patente num episódio: o da fundação da Fábrica de Reló-gio dos Salesianos. Segundo Daniel Walker e Renato Casimiro no site http://blogdojuaonline.blogspot.com , em artigo que historia a fundação da fábrica, eles lembram que Mestre Pelúsio, pioneiro no ramo, ingressou nele graças, mais uma vez, a um pedido e incentivo do Padre Cícero.

O artigo lembra que o fato é contado por Walter Barbosa no seu livro “Padre Cícero, Pessoas, Fotos e Fatos” conforme transcri-ção abaixo:

Grandes NomesREGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

PELÚSIO CORREIA DE MACEDO,

Ele foi músico, maestro, autor do Hino da Independência de Juazeiro, mecânico, construtor de relógios, fundidor de sinos, telegrafista, dono de cinema e, até, ajudou no planejamento urbano da cidade. Exemplo de dedicação e lealdade

ao Padre Cícero, Mestre Pelúsio Correia de Macedo nunca recusou uma tarefa e nunca a concluiu sem surpreender pela qualidade do que fazia. Questionado no episódio da cópia dos telegramas do Padre e padrinho, ele pouco é lembrado

pelos conterrâneos que sempre receberam dele uma contribuição incontestável ao progresso do município.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=880634http://www.ceara.pro.br/cearenses/Menuilustres.php?pageNum_listagemgeral=362&totalRows_listagemgeral=2123http://oluminar.blogspot.comhttp://www.ceara.pro.br/Instituto-site/Rev-apresentacao/RevPorAno/1968/1968-PadreCiceroeaInstrucao.pdfhttp://www.juazeiro.ce.gov.brJuaonline.infocratonoticias.wordpress.com/.../http://www.gterra.com.br/geral/vao-doar-as-correspondencias-de-padre-cicero-35219.htmhttp://www.ceara.pro.br/cearenses/Menuilustres.php?pageNum_listagemgeral=362&totalRows_listagemgeral=2123

PESQUISA:

UM MESTRE QUASE ESQUECIDO DE JUAZEIRO

“(...)- Meu padrinho, vim atender ao seu chamado.Sentado à cabeceira da comprida mesa, entregando o seu

cajado a uma das domésticas, o Padre Cícero dirigiu o olhar ao seu interlocutor, o Mestre Pelúsio Correia de Macedo.

(...)- Seu camaradinha, eu lhe mandei chamar, para lhe pro-por um negócio: Juazeiro está crescendo, mas o seu crescimento não está sendo coordenado. Eu não disponho de tempo para realizar empreendimentos, a fim de dar condições de subsistência a esse povo. E é constrangido que vejo tudo isso acontecer .

Dando um suspiro profundo, continuou: - Não disponho de meios... Pensei, e cheguei à conclusão de que vou precisar do trabalho e de uma porção de gente que pode me ajudar; por isso eu o escolhi.

- Estou às ordens do senhor... Se achar que posso ser útil em alguma coisa...

- Como não. Olha, Pelúsio, é condoído que vejo essa crian-çada crescendo, sem ter um ofício. Já estou encaminhando uns para aprenderem a arte de sapateiro, pois é uma arte que sempre dá, todo mundo precisa andar calçado; outros, encaminhei para ouri-vesaria, a fim de se tornarem bons artífices, agora, desejo montar uma fábrica de relógios...

- Meu padrinho, e onde vai ser essa fábrica?- Aqui em Juazeiro.- E onde o senhor vai mandar buscar os engenheiros para

fazê-la funcionar?- Aqui em Juazeiro.- Em Juazeiro?- Sim, homem de Deus. O engenheiro que escolhi foi você. A

fábrica vai ser dirigida pelo meu bom amigo e afilhado,- Mas, meu padrinho, eu nunca tive a menor noção de tal

coisa.- Pelúsio, para você não há problema. Temos que montar

essa fábrica de relógios monumentais, a fim de servir de escola ou aprendizado para uma parte dessa rapaziada.

- Mas, meu padrinho, como é que eu posso fazer uma coisa que nunca fiz?

- Fazendo a primeira vez. Olhe, vou mandar comprar um despertador. Quando esse chegar, você o desmonta, veja como fun-cionam as suas peças, estude-as. Depois você as montará. Quando isso acontecer, já se tem meio caminho andado para se implantar uma fábrica de relógios na nossa Juazeiro.

- Mas meu padrinho, e como vou fabricar essas peças?- Seu camarada, você usa o mesmo processo dos ourives.

Faz fundição em areia. Quanto às ligas dos metais, essas, os livros ensinam.

Outras orientações foram dadas àquele homem, que, desde aquele momento, firmara um pacto com o seu protetor de montar uma fábrica de relógios e sinos monumentais. A orientação recebida foi posta em prá-tica. O Padre sempre visitava a nova indústria, que começava a chamar a atenção de todos. Poucos criam no sucesso. Mas o trabalho edificante daquele homem, dentro de pouco tempo, atingia os objetivos. E o pri-meiro relógio foi montado, conse-guindo fabricação perfeita. A partir daí, os relógios das matrizes de Cam-pos Sales, Missão Velha, do Santu-

ário Diocesano e de outras cidades também foram feitos pelas mãos do Mestre Pelúsio.

Além de todas essas realizações, Mestre Pelúsio tinha mais uma ocupação: era o responsável pela Estação Telegráfica de Jua-zeiro. E foi como telegrafista que ele viu seu nome envolvido num episódio controverso: a cópia dos telegramas do Padre Cícero. De acordo com o site http://www.gterra.com.br/geral/vao-doar--as-correspondencias-de-padre-cicero-35219.html, “O encarregado da estação telegráfica de Juazeiro, Pelúsio Correia de Macedo, teria copiado estes telegramas a pedido do Padre Cícero, que os guardou até o fim da vida. Por motivos desconhecidos, os volumes que com-punham a coleção foram divididos após a morte do sacerdote, ocor-rida em 1934. Segundo Renato Casimiro, nos anos 60, o professor Francisco Sousa Nascimento cedeu três volumes, com 498 páginas, ao historiador norte-americano Ralph Della Cava, cuja pesquisa de 12 anos sobre o Padre Cícero deu origem ao livro “Milagre em Ju-azeiro”. Posteriormente, Della Cava doou os telegramas ao então reitor da Universidade Federal do Ceará, Paulo Elpídio Menezes Neto, que os encaminhou ao Nudoc-Núcleo de Documentação da UFC”.

“Por sua vez, os 12 volumes restantes estavam em poder de Dona Generosa Ferreira Alencar, uma das muitas afilhadas do Padre Cícero. Após sua morte, o herdeiro vendeu os volumes a Re-nato Casimiro. As transcrições feitas por Pelúsio Macedo mostram que o sacerdote mantinha uma expressiva gama de corresponden-tes, desde presidentes da República e presidentes de Estado (cargo que hoje corresponde ao de governador) até comerciantes e devo-tos, pessoas comuns que pedem de mezinhas para a cura de enfer-midades a conselhos espirituais e familiares”.

“Há um telegrama em que uma mulher pede que o Padre Cícero converse com seu marido e interce-da para que ele volte a ser um cum-pridor de suas obrigações´. “Outros registram o desenrolar de momentos sociais e políticos importantes, como o período do Cangaço e a passagem da Coluna Prestes, evidenciando o poder de articulação do sacerdote.

“(...) Mas, de acordo com Renato Casimiro, tanto os volu-mes de telegramas transcritos que pertencem ao Nudoc quanto os que estão em seu poder dão conta apenas dos telegramas em que o Padre Cícero figura como remetente ou destinatário. Fato é que não há como negar a contribuição de Mestre Pelúsio Correia de Macedo ao desenvolvimento de Juazeiro do Norte. Ele morreu no dia pri-meiro de maio de 1955 e Daniel Fidélis, no seu site http://olumi-nar.blogspot.com, lamenta que a cidade, que tanto tem a agradecer, não reconheça a importância do trabalho nem da história e nem dos feitos de Mestre Pelúsio. “Hoje o mestre tem rua com seu nome e tem até mesmo uma escola, estadual, próximo à linha férrea no loteamento Santo Antonio no bairro dos Salesianos. Certa vez, che-guei a perguntar a três professores dessa escola quem foi Pelúsio Correia de Macedo e, para meu espanto, não souberam quem tinha sido o referido homem. Aos alunos que também perguntei, somen-te um, soube que ele “tinha sido pai de um padre” e mesmo assim não soube que padre era esse”.

Esta amnésia histórica provoca a mesma indignação em tan-tos quantos se orgulham da História da Região mais aguerrida do Ceará, palco de momentos decisivos da vida do Estado e berço de personalidades tão ricas quanto Mestre Palúsio, um homem que surpreendeu pela inteligência, dedicação, lealdade e por não recuar diante de desafios. Um exemplo que o Cariri, por não reconhecer, está deixando se perder no tempo.

n Reunião na casa de Padre Cícero em 1909 para tratar da emancipaçãode Juazeiro. Marcados, Padre Cícero e Pelúsio Macedo

10

Page 11: Jornal do Cariri - 2498

Sociedade em FocoPOR WALESKA MARROCOS [email protected]

11REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

Social Cultura

Rua Senador Pompeu, Nº 429 - Centro - Crato-CE

ALFARMA, a primeira farmácia de manipulação genuinamente Cratense.Diretora TécnicaDrª Fabiana Pereira Rodovalho Alencar Gomes

CULTURA

Barbalha revive o clima dos festivais de músicas

FIM DE SEMANA

CRIARE CARIRI

ANJOS DA ENFERMAGEM

CALDINHO ARRETADO

STAND UPVERDÃO DO CARIRI

Yaçanã Neponucena

Das 50 músicas inscri-tas no VI Festival da Música de Barbalha (Femub), 18 foram

selecionadas e apresentadas durante o evento que aconte-ceu no último final de semana. A programação independente reuniu cerca de seis mil pesso-as, que puderam conferir com-posições inéditas e originais, em diversos gêneros e estilos. Em um cenário de diversidade cultural, três candidatos ven-ceram os critérios dos sete jul-gadores nas categorias arran-jo, música e letra. Já o prêmio de melhor interprete focou com João Emanuel e a música Gameta de um coração.

Todos os anos, o festival proporciona aos músicos que estão fora da grande mídia, um espaço para apresentarem seus trabalhos, além de pro-mover um resgate e valoriza-ção da música local e desper-tar nas autoridades o interesse em buscar investimentos para o campo artístico e cultural.

Além de revelar novos talentos, o Femub harmoni-zou um intercâmbio entre os mais novos e os experientes

nomes da música local, entre eles, Sávio Menezes, Hilde-gardis Ferreira e Ney Alencar. De acordo com o presidente do Instituto Crajubar, res-ponsável pela organização do evento, Geraldo Sinésio So-brinho, o festival está se con-solidando a cada ano. “O que

queremos é oferecer ao povo da região um lazer de alto ní-vel, já que o evento resgata a nossa cultura”, conta.

Pela primeira vez parti-cipando do festival como mú-sico, Sávio disse que o evento promove a “boa música”, que segundo ele, ficou restrita

após a disseminação do forró eletrônico. “Eu estava dando mais preferência a composi-ção de músicas para, futura-mente, gravar o meu primeiro disco. Mas, resolvi participar do festival para estar junto dos amigos que produzem músicas de qualidade. É im-portante sentir novamente o clima dos festivais”, afirma.

Paralelo a Femub aconteceu a Feira de Negó-cios e Artesanato de Barba-lha (Fenab), onde cerca de 50 expositores estiveram reven-dendo produtos e serviços relacionados ao artesanato, comércio e indústrias. A feira movimentou, aproximada-mente, R$ 300 mil.

O senhor Wilson Pereira é o criador do caldinho arretado de Maceió. Natural do Rio Grande do Norte, ele veio pra Juazeiro e desenvolveu um jeito diferente de servir e vender o caldinho de feijão, por toda a cidade. Uma prova que nessa terra, tendo coragem e criatividade, trabalho não falta.

Meu querido amigo Henrique Vidal está em cartaz com o seu show Stand Up Comedy. No Crato, as apresentações acontecerão nos dias 17 e 18 de setembro, no Teatro Raquel de Queiroz. Desejo sucesso a ele e a sua linda esposa Diana. Vale a pena conferir!

O Hotel Pasárgada é uma festa. Uma combinação perfeita de sol, piscina e muita gente bonita garante diversão para toda a família Encontramos o apaixonado casal Cássia e Geyslon curtindo um animado domingo de sol e muito pagode. Diversão garantida.

A Criare Cariri completou quatro anos de existência na região, no dia 31 de agosto. É uma das principais empresas de Juazeiro do Norte, em termos de estilo. Nesse curto espaço de tempo já conquistou um excelente posicionamento de mercado e no coração de seus clientes. Tanto na execução dos seus belíssimos projetos, quanto pelo alto padrão de atendimento. No aniversário da Criare foi sorteado um prêmio de R$ 5 mil em móveis planejados. A vencedora foi a Cerâmica Batateiras.

A equipe dos Anjos da Enfermagem recepcionou Jakeline Duarte, que voltava da Plenária do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), onde foi aprovada a continuidade do Projeto. Os anjos da enfermagem atuam no Cariri há oito anos, com um belíssimo trabalho, no Hospital São Vicente, em Barbalha, levando alegria e esperança as crianças com câncer. Nossos parabéns pela conquista e por esse belo trabalho.

O Estádio Romeirão estava lotado para a partida entre Icasa e Sport Recife. Os irmãos Marcondes e Márcio estavam na torcida pelo verdão do Cariri. A decepção foi enorme quando, aos 42 minutos do segundo tempo, o Icasa deixou o Sport empatar. Nosso time foi melhor que o visitante, que parecia ter somente um jogador em campo. Valeu a torcida.

n Músicos locais tiveram oportunidade de mostrar seus trabalhos durante a Femub

n Produtos dos artesões foram comercializados na Fenab

PELÚSIO CORREIA DE MACEDO,

Page 12: Jornal do Cariri - 2498

12 REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 06 A 12 DE SETEMBRO DE 2011

Esporte

RUA DELMIRO GOLVEIA, 942 - SALESIANOSFONE/FAX: (88) 3512-1100

TUDO EM ATÉ 10X NO CARTÃO VISA SEM JUROS

CHEQUE E CARNÊ.

AUTOMÁTICOS, CERCA ELÉTRICA, PORTEIRO E VIDEO PORTEIRO, INTERFONE, PABX, CFTV.

JUAZEIRO

ÚLTIMAS

n Atletas já participaram de várias maratonas regionais e estaduais

Cariri Runner`s estimula à prática do atletismo

Hospital Santa Maria volta a prestar serviços

Yaçanã Neponucena

O grupo de corrida Cariri Runner`s, que tem hoje mais de 65 componen-

tes, foi fundado a partir da curiosidade das pessoas e da vontade dos educadores físicos em obter qualidade de vida e mostrar que é pos-sível praticar o atletismo em qualquer lugar. A equipe se reúne todos os sábados para realizar o longão que come-ça na praça da La Favorita, em Juazeiro do Norte, e vai até a cidade de Barbalha.

A prática do atletismo na cidade tem atraído es-portistas e também os mais sedentários. Entre os corre-dores estão juízes, empresá-rios, comerciantes e advoga-dos que buscam conseguir condicionamento, bem estar físico e melhor qualidade de vida. Mas, as corridas e caminhadas proporcionam, além disso, uma interação e socialização entre o grupo.

Em termos de corrida e quilometragem a percor-rer, cada atleta do grupo é

orientado mediante a sua condição física. O acompa-nhamento é feito pelos edu-cadores físicos Adilberto Ribeiro (Testinha) e William Marden. Já a segurança dos esportistas é garantida pe-los equipamentos de treino, como roupas de cores vi-brantes que facilitam a visu-alização dos motoristas.

A modalidade serve como parâmetro para qual-quer outro tipo de atividade esportiva. Para Testinha, a iniciativa do Cariri Runner`s visa mostrar que o atletismo é um esporte que pode ser praticado por qualquer pes-soa. “Esse é um dos espor-tes mais baratos e que a ade-quação é muito fácil. A gente percebe o interesse crescente das pessoas em participar das atividades”, revela.

Com o crescimento do grupo, a perspectiva é que nos próximos meses o Cariri Runners tenha um ponto de apoio permanente. No local serão prestadas informações sobre as planilhas de treina-mentos, eventos e dicas de alimentação adequadas para os corredores.

CÍCERO NICÁSSIO

TOQUE DE PRIMEIRA

CRISEÉ sempre um risco fazer previsões no

futebol. Eu apontei o Fortaleza, na série C, como um dos favoritos para subir para a série B, mas

minha previsão não deu certo. E no atual momento, o time da garotada luta para não cair para a série D. O que começa errado dificilmente termina certo. O problema do Fortaleza é administrativo, isto é, a crise vem de cima para baixo.

HABILIDADEA figura do empresário de futebol está espalhada do

Oiapoque ao Chuí. O Icasa faz uma boa campanha na série B, e alguns jogadores já despertam o interesse dos clubes. O volante Dodó já acertou com o Atlético de Goiás, os próximos poderão ser o meia Júnior Xuxa e Marino. Há rumores de que o ala direito Osmar é outro atleta que poderá deixar o verdão. A diretoria do Icasa precisa ter habilidade para não meter os pés pelas mãos. O assédio dos agentes é constante.

DODOO futebol é um esporte imprescindível em todos os

sentidos. O volante do Icasa, Dodó estava fora dos planos do treinador Dado Cavalcante, que na oportunidade dirigia o verdão, e o atleta foi parar na lista de despensa. Mas, no futebol, Deus também escreve certo por linhas tortas. Dado foi embora, e com a chegada de Marcelo Bitencourt, o atleta ganhou uma nova motivação. Entrou no time e passou a jogar bem. Contra o Sporte fez seu último jogo nessa temporada, pelo verdão. Dodó foi negociado com o Atlético Goianiense para disputar o restante da série A. Desejamos boa sorte!

QUALIDADEO Guarani tem uma difícil missão na série D. Faltam três

rodadas e o leão do mercado vai enfrentar o Alegrim de Natal, o Santa Cruz do Rio Grande do Norte e o Santa Cruz do Recife, na capital paraibana. O Guarani tem chance de se classificar, pois tem um elenco de qualidade e jogadores experientes, como Cristovão, Jonas, Toni, Roberto Baiano, Val, Claudevan e Jean Bala.

n SEGURANÇA ELETRÔNICA

n PORTARIA

n ZELADORIA

n TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

Travessa Slino Duda, 59 - Bairro Santa Teresa - Juazeiro do Norte - CE

Peça já seu orçamento sem compromisso

• Cargas e Encomendas Urgentes para o Sertão Central, Cariri, Baixo Cariri e Chapada do Araripe, DIARIAMENTE.• Filiais: Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu, Mombaça, Acopiara, Iguatu, Várzea-Alegre e Juazeiro do Norte.

www.birdexpress.com.br

Fortaleza-CE 85.3295.7878

Avenida Padre Cícero, 2200 Galpoes 4 e 5 - Triangulo

Juazeiro do Norte-CE 88.3512.7164 / 3512.8980

Mirelly Morais

Será reaberto nesta quarta-feira (7), em Várzea Alegre, o Hospital Santa Ma-ria. Após dois anos e meio fechado, a unidade volta a funcionar como entidade fi-lantrópica, comandada pelo Instituto Missionário da Divi-na Providência, tendo a frente

o diretor administrativo Gesu-aldo Fonseca.

Segundo o diretor, nos primeiros 90 dias, o Santa Maria prestará atendimen-to ambulatorial, enquanto aguarda a regularização do-cumental do Ministério da Saúde. Porém, ele afirma que a pretensão é de que outros atendimentos passem a fun-cionar em breve. “A saúde é uma área cara, temos o apoio de muita gente e buscaremos convênios com os governos para que possamos funcionar plenamente. Confiamos na providência divina e as coisas darão certo”, diz Gesulado.

O Hospital Santa Ma-ria, no município de Várzea Alegre, foi idealizado e fun-dado em maio de 2004 pelo médico e ex-prefeito da cida-de, José Iran Costa, falecido em setembro de 2009, aos 71 anos. O Santa Maria prestou serviços à população por mais de 14 anos, quando fe-chou suas portas por falta de recursos, representando um grande prejuízo aos quase 40 mil habitantes da cidade, que passaram a ter apenas uma opção de atendimento hospitalar.


Top Related