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Page 1: Jornal do Cariri - 13 a 19 de março de 2012

O periódico do Cariri independente

FATOS E LENDASSELEÇÃO

Livro guarda memórias do Barro Vermelho

Cariri se destaca no Kung Fu

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REGIÃO DO CARIRI l DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012 l ANO XIV l NÚMERO 2525 R$ 1,50

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Acesse e veja a programação completa: www.bnb.gov.br/cultura

Dia 13, terça-feira.VI FESTIVAL DAS ARTES CÊNICASMOSTRA DANÇA19h00 - Vórtices - Cia. de Dança e Associação Dança Cariri - Juazeiro do Norte-CE.Dia 14, quarta-feira.VI FESTIVAL DAS ARTES CÊNICAS

MOSTRA DANÇA19h00 - Sente-se - Si - la - bás Cia.de Dança - Natal-RN.Dia 15, quinta-feira.VI FESTIVAL DAS ARTES CÊNICASMOSTRA DANÇA19h00 - Pequenas Partes de um Instante -Domínio Cia. de Dança - Natal-RN.

Dia 16, sexta-feira.LITERATURA / BIBLIOTECA17h30 - Clube do Leitor - A Mulher queEscreveu a Bíblia. Facilitadora: JéssicaAraújo.MUSEU VIVO18h30 - José Flávio Vieira - Zé Flávio -Crato-CE.

Dia 17, sábado.VI FESTIVAL DAS ARTES CÊNICASMOSTRA INFANTIL15h00 - Flúvio e o Mar - Atores à DerivaColetivo Artístico - Natal-RN.16h00 - Ofi cina de Arte - Fazendo Artecom Pratinhos Descartáveis - Terezinha Sousa - Juazeiro do Norte-CE.

17h00 - Flúvio e o Mar - Atores à DerivaColetivo Artístico - Natal-RN.Dia 18, domingo.Fechado.Dia 19, segunda-feira.Fechado.

Destaques da programação de 13 a 19 de março de 2012.

O ex-prefeito Raimundo Macedo (PMDB) continua enfrentando transtornos para explicar denúncias em obras de sua administração. As irregularidades na construção de creches, como mostrou o JC em sua última edição, levaram o ex-prefeito a mandar trabalhadores concluírem, às pressas, obras na creche do Parque Antonio Vieira. Outras duas creches - localizadas no Parque São João e Vila São Francisco, também, foram alvo de denúncia. Os operários, segundo a assessoria do prefeito Manoel Santana (PT), não receberam autorização para realizar os serviços uma vez que as obras das creches estão sendo inspecionadas por técnicos do Município e do Ministério da Educação. Após a reportagem do JC, Raimundão se reuniu com vereadores aliados e revelou que iria concluir as obras.

NOVOS OLHARES

JC entrega prêmios a ganhadorese inaugura exposição fotográfica

POLUIÇÃO SONORA TURISMO

EXEMPLO

Som alto em bares está diretamente ligado à ocorrência de crimes graves

Bancos de praças com imagens de religiosos

Cariri tem 23 mil inscritos para doação de medula

Os policiais do Ronda do

Quarteirão vão

participar de uma capacitação para ajudar a combater a poluição sonora. O foco é inibir a utilização

de som alto em bares e paredões de som, maiores motivadores de outros crimes, por estarem ligados ao uso de bebidas alcoólicas. Consumo de drogas, brigas e até homicídios são registrados nos locais.

Estátuas do padre Cícero, da beata Maria de Araújo e do monsenhor Murilo devem enfeitar e iluminar praças de Juazeiro. Os romeiros poderão tirar fotos sentados ao lado das figuras ilustres do Cariri. O projeto é do servidor público Aluísio Neri.

O Cariri possui um dos maiores cadastros de voluntários para doação de medula óssea. Oito pessoas já foram compatíveis e fizeram a doação. A diretora da unidade regional do Hemoce, Maria Nizete Sampaio, considera o ato como uma grandeza humana.

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DETERMINAÇÃO SOLIDARIEDADE EDUCAÇÃO

Jovens ainda querem ser padre e se dedicam

Pastoral cuida de crianças carentes em Juazeiro

Urca comemora 25 anos de instalação 1110 10

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RIO GRANGEIRO

Crato quer um basta no descasocom as obras do Canal

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Raimundão invade creche para concluir obras

Editorial e página 6

CONFISSÃO DE CULPA

n Foto do dia 3 de março. Obra completamente abandonada, com matagal e entulhos n Foto do dia 12 de março. Mato retirado, materiais sendo queimados e homens trabalhando

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O grito da população do Crato ecoou durante a semana, em protesto contra o descaso do poder pú-blico com as obras do Canal do Rio Granjeiro. A des-truição parcial do canal – nas chuvas de 2011 e dos primeiros dias do mês de fevereiro deste ano, exigia muito mais do que meros discursos das autoridades públicas e políticas ligadas diretamente à cidade do Crato. De retórica, a população está cansada. Com o descaso, a população está indignada.

Um misto de lentidão, negligência e angústia caracteriza o cenário de destruição ao longo do Ca-nal do Rio Grangeiro. O córrego, com as suas mar-gens destruídas, retrata o desinteresse das diferentes correntes políticas e partidárias em se unirem na de-fesa do bem comum. Passou-se um ano e pequenos reparos, com tijolos furados, cimento e barro, foram realizados. E também levados pelas chuvas deste fe-vereiro.

A lentidão do poder público, convertida por

alguns em descaso, é injustificável. A angústia de quem perdeu imóveis, mercadorias e parte de suas histórias de lutas, trabalho e suor, é comovente. O Jornal do Cariri tem registrado, há um ano – entre as primeiras e últimas chuvas que derrubaram trechos do canal, o cenário melancólico de ruas e avenidas cortadas pelas águas do Rio Grangeiro. Tristeza de causa bem definida em uma fotografia que transmite dor, sofrimento, prejuízos e descaso.

A semana deixou a cidade do Crato como man-chete nos canais de televisão, emissoras de rádio e tele-visão, na internet e nos jornais impressos. O Canal do Grangeiro voltava a ser destaque porque – mais uma vez, estava sendo levado pelas águas. O Jornal do Ca-riri voltou a testemunhar esse triste lamento. Vozes de parlamentares deram mais divulgação à problemática enfrentada pelos moradores e comerciantes, enquanto cobranças tinham como alvo a Prefeitura Municipal, o Governo do Estado e o Governo Federal.

Em meio à polêmica, técnicos do Governo do Estado estiveram no canal, fizeram avaliação dos estragos e das obras emergenciais que precisam ser executadas. São obras provisórias, mas necessá-rias para barrar cheias que venham a gerar novos prejuízos e tirar vidas. Representantes do Governo Federal, também, desembarcam no Crato para ava-liar quais ações devem fazer parte da ação gover-namental.

A situação de precariedade em que se encontra o Canal do Grangeiro exige medidas urgentes, mas definitivas. Exige união da classe política, envolven-do parlamentares, Governos Municipal, Estadual e Federal. A sociedade cratense está presente nessa luta, com a sua voz rouca de gritar contra o descaso e cobrar mais pressa e seriedade em obras que a livrem desse pesadelo. O Jornal do Cariri se solidariza com a população do Crato e, ao mesmo tempo, reforça a cobrança pública para um solução definitiva.

EditorialCANAL DO GRANGEIRO: BASTA DE DESCASO!

2Opinião

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

Envie sua carta para [email protected] e dê sua opinião faça sua sugestão, uma crítica. Esse espaço é aberto para você, caro leitor.

SEXTILHA CARTA

O HOMEM TEM A TENDÊNCIADE VOLTAR AO QUE PASSOU...DEIXEMOS AS COISAS RUINSO QUE PASSOU, LÁ FICOU!SÃO CADÁVERES APODRECIDOSQUE O PRÓPRIO TEMPO ENTERROU...

Welington Costa

Tanto se cobrou e nada foi feito para recuperar o Canal do Rio Grangeiro, no Crato. Mais de um ano e nada. Uma chuva nem parecida com a de janeiro caiu agora, recentemente, e parte da estrutura desmoronou. Estão brincando com nossa cidade e com nossas vidas. Precisamos de uma resposta já!

Silvia Santos, Crato

PAREDÃO DE SOMCHARGE

POLÍTICOS DEVERIAM PROFISSIONALIZAR SEUS MANDATOS

Os políticos deveriam profissionalizar os seus mandatos como um empresário ad-ministra sua vida pessoal e seus negócios.

Com os avanços da tecnologia, mi-lhões de brasileiros utilizam cada vez mais as diferentes redes sociais diariamente. A in-ternet virou mania. A interatividade, o custo baixíssimo, a rapidez, as diversas informa-ções que poderão ser postadas nos mais di-ferentes formatos, são alguns dos principais atrativos para quem utiliza esses meios co-municativos. Esse é um dos principais moti-vos para reforçar o que foi dito no começo do artigo. Muitos políticos brasileiros adota-ram as redes sociais, sites e blogs para tentar interagir com o seu eleitorado, entretanto, eles os utilizam de forma incorreta, postan-do matérias sem relevância, com propósito de denegrir os adversários. Além disso, não têm preocupação em atualizar seus sites e blogs, não interagem com os internautas ou respondem as mais diversas solicitações.

Outro fator importante é a omissão de suas ações. Esse fato gera um prejuízo imenso à própria imagem do candidato, pois, divulgando seu trabalho apenas em

época de campanha, fará o elei-tor entender como mentira ou achar que é mais uma propagan-da política, afinal, os eleitores culturalmente já têm o descredi-to na classe política. Em terceiro lugar, pode-se destacar o asses-soramento que muitos políticos adotam, cercando-se de pessoas bajuladoras, muitos sem com-petência para o cargo, para lograr êxito na própria ambição, os quais acabam por omi-tir e fraudar dados importantes para o ges-tor ou para o parlamentar, causando um mal que terá consequências no período eleitoral.

Podem-se citar muitos outros exem-plos, mas os que ocupam o topo da lista de erros mais comuns foram esses já ditos.

Se o político procurasse profissiona-lizar seu mandato, modernizando-se, reci-clando-se, pesquisando e utilizando os dife-rentes meios de comunicação corretamente, procurasse assessorar-se de profissionais ou técnicos nos diferentes setores especializa-dos para tais funções, interagindo com ra-pidez e cumplicidade com o seu eleitorado,

deixando-os informados de todas as suas ações, seu cotidiano, as dificuldades superadas para be-neficiar estados, cidades, bairros ou comunidades, fazendo com que mesmo o eleitorado mais afastado será informado perio-dicamente, com certeza essas ações farão com que o eleitor se sinta prestigiado de várias for-

mas, principalmente se for uma informação direcionada ao eleitor de forma pessoal. Se muitos políticos adotassem critérios se-melhantes aos empresários, comerciantes de sucesso que administram seus negócios com cautela, estudando mercado, basean-do-se em pesquisas cientificas, avançando em certos períodos, recuando em outros, aconselhando-se com pessoas qualificadas e buscando conquistas reais, teriam uma carreira política sólida e duradora, além do reconhecimento público.

Jean CarlosMarketing Político

Antes tar-de do que nun-ca. Até que, en-fim, os órgãos competentes e os poderes le-gislativos estão aprovando leis que visam coibir de uma forma permanen-te o uso deste tipo de som nas vias públicas.

Recente-mente, em Fortaleza, foi aprovada na Câmara dos Vereadores, a famosa “Lei do Paredão”, que visa dis-ciplinar o barulho através do som em vias, praças, praias, logradouros públi-cos, inclusive em espaços privados de livre acesso ao público, tais como: pos-tos de gasolina, estacio-namentos, churrascarias, bares e festas em clubes particulares nos bairros da cidade. Para que isso se torne realidade, falta ape-nas a sanção da Lei por parte do poder Executivo daquela cidade.

De acordo com a Lei aprovada, isso na nossa capital, o não cum-primento da mesma impli-cará na apreensão do equi-pamento e multas. O valor será de 300 a 3 mil vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência do Ceará (Unirce). Vale ressaltar que com a nova Lei não será necessário medir o nível de pressão sonora, através do aparelho decibelímetro.

O bom exem-plo da Câmara dos Verea-dores de Fortaleza deveria se estender pelo restante do Ceará, e porque não di-zer por todo Brasil. Nesse sentido, encontra-se tra-mitando na Câmara dos Deputados, em Brasília, o mesmo projeto, ou seja,

a “Lei do “Pa-redão”, só que agora extensivo em todo território nacional. Faltan-do ainda aprecia-ção da Comissão de Constituição, Justiça e Cidada-

nia da referida casa. Ainda sobre

os paredões, é bom frisar que o condutor poderá ou-vir seu som na altura que quiser, desde que não es-teja com a sonorização vol-tada para o meio externo. Outro detalhe importante que contribui para onda de vários equipamentos de som acoplado aos veículos tem relação com as bandas de forró, o chamado forró estilizado, pois as princi-pais bandas do momen-to usam nas suas letras o nome “Paredão de Som”. Se é que podemos chamar de letras.

Por aqui, nas nossas principais cidades da região do Cariri, os ór-gãos de fiscalização, sendo eles a Policia Militar, a Se-mace com apoio da Polícia Ambiental, o Detran e os Departamentos Municipais de Trânsito, estão desen-volvendo ações com base no Art. 228 do CTB - Có-digo de Trânsito Brasileiro, principalmente no período noturno, para que de fato possam proibir tais abusos e com isso garantir o bem estar da nossa população. Medidas assim contribuem para a hormonia da cida-de.

Valdir MedeirosSindicalista e Educador de

Trânsito

Exped

iente

:

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Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores

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3REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

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REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 20124Política

DONIZETE ARRUDAPolítica

Santana declara apoio a EunícioPrimeiro, o prefeito Manoel Santana usou seu twitter pessoal para defender que o PT apóie a candidatura do senador Eunício Oliveira para a sucessão de José Sarney na presidência do Senado. Depois, Santana conversou pelo telefone com Eunício onde manifestou seu apoio. Eunício não nega o desejo de suceder Sarney, afinal a vaga é do PMDB. Mas, ressalta que há outros senadores peemedebistas na disputa. Eunício gostou do gesto de Santana que se comprometeu a defender o nome dele junto ao PT. Expectativa sobre rumo do CratoO pacto eleitoral firmado pelo governador Cid Gomes com o senador Eunício Oliveira terá reflexos na sucessão do prefeito Samuel Araripe. Cid está determinado a fortalecer a candidatura do deputado Sineval Roque. Assim, trabalha em duas frentes. A primeira condiciona endossar à reeleição do prefeito Santana ao PT do Crato votar em Sineval. A outra é fazer Eunício convencer o empresário Ronaldo Matos a ser vice de Sineval Roque. Cid e Eunício ainda vão conversar sobre os critérios para manter PMDB e PSB coligados na maior quantidade possível de municípios no Ceará. Vice do Crato promete surpreenderO presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, virá ao Cariri na próxima semana, dia 23, sexta, quando poderá lançar a candidatura do vice-prefeito Raimundo Filho à prefeitura do Crato. Raimundo Filho ainda aguarda com expectativa o apoio do prefeito Samuel Araripe a sua candidatura, conforme acordo firmado em 2008. Porém, mesmo que isso não venha a ocorrer, Raimundo Filho será candidato. Conta com o respaldo de seu partido, PPS, e do PR do ex-governador Lúcio Alcântara. Lúcio acredita que Raimundo Filho terá um bom desempenho nas urnas, do mesmo modo, que confia na candidatura de Vasques Landim à prefeitura de Juazeiro. Cid pressionará PT por CamiloO governador Cid Gomes insistirá junto ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, com que estará esta semana para convencê-lo a lançar a candidatura de Camilo Santana à prefeitura de Fortaleza. O problema é que a prefeita Luizianne Lins veta Camilo. Enquanto sua candidatura esbarra no veto de Luizianne, o secretário Camilo Santana tem dedicando seu tempo a ajudar o prefeito Zé Leite a superar as divergências dentro do PT de Barbalha e pacificar o caminho por sua reeleição. Promessas para ser cumpridasO ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, irá receber em audiência na quarta,14, o deputado Zé Arnon. Deverá liberar recursos para recuperar o canal do rio Grangeiro. O deputado Sineval Roque anunciou na semana passada que o governador Cid Gomes liberou R$ 5 milhões para reconstruir o canal. Não será por falta de verbas que a obra deixará de estar concluída este ano. Raimundão procura desculpaNada provocou tanto desgaste na imagem do deputado federal Raimundo Macedo quanto a denúncia de ter concluído sua administração à frente da prefeitura de Juazeiro deixando inacabadas três creches. Raimundão ainda não encontrou uma explicação para convencer esse erro de seu gover’no que pune a mães e a crianças juazeirenses. A justificativa de estar sendo perseguido politicamente por ser ano eleitoral não cola. Precisa encontrar desculpas mais convincentes. Afinal, o festival de escândalos envolvendo Raimundão não pára de crescer: Rombo no INSS, desvio no PASEP, Fraudes no BEC e enfim Esqueletos de creches.

Disse me disse...• Roberto Celestino deve ser candidato a deputado estadual com o aval do governador Cid Gomes.

• Deputado Welington Landim anunciou que estará ao lado do prefeito de Missão Velha, Washington Fechine, no seu palanque à reeleição. O ex-prefeito Zé Landim também estará ao lado de Washington.

• Deputado Zé Arnon demonstra insatisfação com a aproximação do deputado Manoel Salviano com o prefeito Santana. Salviano tem dito que se Arnon for candidato apoiará a sua candidatura.

• Empresário Marcio Bilhar articula a formação de um grupo para avalizar sua candidatura a prefeito. Marcio tem sido assediado por por pré-candidatos: Sineval Roque e Ronaldo Matos que queriam convencê-lo a desistir.

• Marcio Bilhar após ter pensado em não concorrer, está propenso a se lançar à sucessão do prefeito Samuel Araripe.

• Desculpe a ignorância, será que finalmente o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, irá liberar recursos para reconstruir o canal do rio Grangeiro?

Raimundão faz obras sem autorização oficial

Uma das creches in-completas do então prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo

Macedo (PMDB), apelidadas de “esqueletos”, está receben-do, mesmo tardiamente, obras de reconstrução. Trata-se da creche no bairro Parque An-tonio Vieira. Quem passa pelo local já consegue perceber, em-bora timidamente, algumas ati-vidades.

O matagal que envolvia o terreno foi retirado, alguns ma-teriais foram queimados e há três homens tentando dar vida à estrutura que permaneceu abandonada durante muito tempo. As mudanças podem

ser notadas mais claramente nos dois registros feitos pelo Jornal do Cariri, no período de nove dias (imagens ao lado).

As obras, de acordo com in-formações colhidas pelo JC, estão sendo executadas por trabalhadores ligados ao ex--prefeito Raimundo Macedo. Durante a semana, Raimun-ddão se reuniu com os verea-dores Delian Pinheiro (PMDB), Mara Torres (PPS), Sargento Nivaldo (DEM) e Darlan Lobo (PMDB) e os comunicou o seu desejo de concluir as obras das três creches.

De acordo com informações da assessoria de comunicação da administração municipal,

não houve autorização da Pre-feitura para os trabalhadores entrarem na área interna do terreno e iniciar obras. Além da creche do bairro Parque Anto-nio Vieira, também, foram alvo de denúncia as creches nas co-munidades de Vila São Fran-cisco e Parque São João.

As três creches são obras de responsabilidade da gestão de Raimundo Macedo. Con-forme relatório solicitado pela Controladoria do Município de Juazeiro, foram detectadas irregularidades no pagamento dos serviços.

Os recursos repassados pelo Ministério da Educação foram de R$ 3,2 milhões e as libera-ções para a construtora Atlân-tida Construções e Serviços Ltda, vencedora da licitação, são incompatíveis com a me-dição das obras executadas. Do total de recursos repassa-dos pelo Governo Federal, R$ 2.100.000,00 teriam sido libera-dos para a construtora.

O relatório da engenheiro

Horst Sampaio Tavarses aponta que o restante das obras das três creches correspondente a pouco mais de 34% para serem conclu-ídas, enquanto o pagamento li-berado pela administração do então prefeito Raimundo Mace-do é superior a esse percentual. Ou seja, pelo relatório, o Mu-nicípio terá que desembolsar mais recursos para concluir as três creches - veja quadro sobre o andamento das obras publica-do nesta página.

O ex-prefeito Raimundo Macedo foi procurado pela re-dação do Jornal do Cariri para confirmar se havia autorizado o reinício das obras, mas os ruídos na ligação impediram a entrevista. Na tentativa se-guinte, a assessoria de comu-nicação do deputado federal explicou que o ex-prefeito enfrenta problemas nas cor-das vocais e não poderia falar. Uma resposta foi prometida ao JC, mas nada chegou à re-dação até o fechamento desta edição.

n Dorinha Correia registrou a ameaça na delegacia com um B.O

Vereador de Salitre sofre atentadoO vereador de Salitre,

Otoniel de Oliveira (PP), foi vítima de um atentado na manhã do último sábado (10). Um veículo Gol, cor prata, ano 2009, de sua pro-priedade, foi incendiado na oficina onde havia sido dei-xado, para reparos.

O vereador atribui o ato a divergências políticas e suspeita da sua ex-esposa, Dorisvalda.

Otoniel conta que fazia parte da bancada de oposição ao atual prefeito de Salitre, e trocou de lado recentemente. Por esse mo-tivo, acredita ter sido vítima de um atentado de conota-ções políticas.

Populares relatam que teriam visto a ex-com-panheira do vereador ate-ando fogo ao carro. Doris-valda é filha do ex-prefeito, Neoclides, e sempre esteve na oposição. A Câmara de Salitre é composta por nove vereadores, sete na situação e somente dois na oposição.

Otoniel acrescenta já vir sendo vítima de ameaças pela ex e pelos seus irmãos desde que mudou de lado.

O vereador fez um Boletim de Ocorrências (B.O) e aguarda apuração do caso. Dorisvalda tam-bém responde por desacato e uma invasão de domicílio.

Procurada pela repor-

tagem, outra pessoa aten-deu a ligação e confirmou que era o telefone de Do-

risvalda, mas após identi-ficação do JC, disse que o número não pertencia a ela.

n O veículo Gol ficou totalmente carbonizado no incêndio

Dirigente do PT de Barbalha ameaça repórterA repórter Dorinha

Correia, da Barbalha FM, na cidade de Barbalha, foi vítima de ameaça por um dirigente do PT local. No último dia 8, dia Internacio-nal da Mulher, ela realizava uma entrevista nos estúdios da emissora, quando foi sur-preendida pela visita nada amistosa de Nilvan Gonçal-ves, que é diretor de núcleo do Partido dos Trabalhado-res, e assessor da Secretaria de Cultura do Município.

Dorinha entrevistava um sobrinho do dirigente

do PT, que reclamava da falta de apoio da Secretaria de Cultura a seus projetos culturais. Nilvan, que soube da entrevista por terceiros, resolveu cobrar satisfações da repórter Dorinha, acu-sando-a de ter induzido o seu sobrinho a dar a entre-vista mencionando atos ne-gativos da secretaria a qual é ligado.

Mediante tal ameaça e acusação, Dorinha se dirigiu à delegacia e fez um Bole-tim de Ocorrência (B.O). No momento, ainda estavam

presentes no estudio, o jor-nalista Cícero Lucio, o ve-reador Rildo Teles, J. Silva-no (áudio) e Rosana Isabel, diretora da rádio. Nilvan

foi citado recentemente em uma reportagem do Jornal do Cariri, que denunciou um esquema de contratação de empresa fantasma.

CRECHES INACABADAS

Foto do dia 12 de março

Foto do dia 3 de março

Page 5: Jornal do Cariri - 13 a 19 de março de 2012

A Prefeitura de Juazeiro do Norte acredita que toda mulher pode ir além. Para elas todos os sonhos são possíveis e até o cargo mais importante do país pode se ocupar. E para isso, merecem ter todos os seus direitos respeitados. Hoje, Juazeiro conta com o primeiro Núcleo de Gênero Pró-Mulher do interior. Uma delegacia de Defesa e um Juizado Especial foram inaugurados para garantir direito e igualdade para todas. A Prefeitura parabeniza as mulheres e a sua luta será sempre a nossa.

MARÇO - MÊS DA MULHER.

5REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

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RIO GRANGEIRO

Governos Estadual e Federal preparam obras para o canal Wilson Rodrigues e Raphael Barros

Os Governos Esta-dual e Federal se prepararam para realizar obras de

recuperação do Canal do Rio Grangeiro. O Governo do Es-tado, de acordo com o supe-rintendente do Departamento de Arquiterua e Engenharia (DAE), Quintino Vieira, tem R$ 5,2 milhões para obras emergenciais no canal. As obras deverão ser iniciadas ainda no mês de março.

O Governo Federal também prepara obras para a reconstrução do canal, des-truído com as chuvas de 2011 e início do mês de fevereiro deste ano. Técnicos do Minis-tério da Integração Nacional estão com programação de visita ao município do Crato para conhecer os estragos pro-vocados pelas chuvas. E, nesta quarta-feira, o prefeito Samu-ale Araripe (PSDB) e o coorde-nador da bancada federal do Ceará, Arnon Bezerra (PTB), serão recebidos pelo Ministro Fernando Bezerra.

O grupo deve reivin-dicar recursos para construir um novo canal, inclusive o seu alongamento e alarga-mento, e reposição de passa-relas e pontes. A população do Crato não quer mais obras

paliativas para o Rio Grangei-ro e sugere a reconstrução de-finitiva do canal, com vida útil de 100 anos. Foi o que disse a ambientalista Tereza Pinheiro, em nome dos moradores da Avenida José Alves de Figuei-redo, por onde o rio passa. Se-gundo ela, os remendos feitos ao longo do canal, nos últimos 15 anos, só trouxeram pro-blemas e prejuízos aos cofres públicos. Conforme explicou, a situação agora saiu da con-dição de grave para gravíssi-ma, depois que as chuvas da semana passada destruíram

parte do que foi recentemente construído.

A ambientalista chama a atenção das autoridades para agir com urgência an-tes que aconteça uma tragé-dia maior, haja vista que em alguns trechos, as margens do rio estão desmoronando e ameaçando os prédios re-sidenciais. “Não é possível que nossos governantes não estejam enxergando a dimen-são desse problema. Não va-mos usá-lo como bandeira de campanha política, mas sim, como uma questão social”.

Crato precisa de ajuda

Os técnicos podem se espantar com a situação do local. Os gabiões (estruturas com formato de gaiola, preen-chidas com pedras) que foram arrancados pela chuva de 92.8 milímetros na semana passada,

estão jogados no leito do rio e poderão se transformar em bar-ragens, porque as pedras estão amarradas com arame, impe-dindo a passagem das águas.

Se isto ocorrer, o sangra-douro será a avenida por onde

passa o rio e as ruas do centro da cidade. Os técnicos irão apu-rar os fatos e elaborar um rela-tório que será avaliado em Bra-sília, na tentativa de saber onde foram aplicados os 2,5 milhões destinados à obra.

Essa discussão vai co-meçar quarta-feira, dia 14, no Ministério da Integração Nacional, em Brasília, onde o chefe do Executivo craten-se será recebido pelo ministro Fernando Bezerra e um repre-sentante do Governo do Cea-

rá. A primeira estimativa é de que o projeto chegue a R$ 40 milhões de reais, de acordo com o deputado federal Ar-non Bezerra.

Hoje, dia 13, está pre-vista a visita de uma missão do Ministério da Integração

Nacional para vistoriar o Ca-nal do Rio Grangeiro. A pasta federal afirma ter disponibi-lizado os quatro milhões de reais para o Governo Estado do Ceará fazer as obras emer-genciais necessárias após a tragédia.

Problema de estrutura

n As obras emergenciais feitas ainda em 2011 ficaram destruídas na última chuva

Entidades barbalhen-ses encaminharam ofício ao Instituto do Patrimônio His-tórico e Artístico Nacional (Ipan), solicitando a inter-venção institucional a favor do Patrimônio Cultural do Município. Eles entendem que haverá uma descaracte-rização urbano-cultural de-corrente da política pública de substituição de parte da pavimentação original do centro histórico. Referindo--se ao calçamento de “pe-dra tosca”, das laterais e do Largo do Rosário de Nossa Senhora dos Pretos, idealiza-do pelos escravos no século XVIII, e, também, as Ruas la-terais e pátio da Igreja Matriz de Santo Antônio.

As entidades afirmam se tratar de áreas represen-tativas da paisagem urbana, cujas características históri-cas da sua materialidade es-tão profundamente vincula-

das às tradições religiosas do município, que é detentor de potencialidades históricas, que representa o seu patri-mônio material e imaterial, dando-lhe especificidades re-

gionais no campo da cultura, ressaltando que Barbalha foi contemplada com o Progra-ma de Aceleração do Cresci-mento (PAC) das cidades his-tóricas do Brasil, do Governo

Federal, que, no caso de Bar-balha consiste na substitui-ção da pavimentação atual por pedras de paralelepípe-do, “granito”.

Nesse contexto, re-conhecem que essa obra de infra-estrutura fortalecerá as condições paisagísticas do centro da cidade, em áreas anteriormente historicamente já descaracterizada com a pa-vimentação asfáltica.

Em momento anterior, as entidades já haviam conta-tado com a Superintendência Regional, afirmando o temor de historiadores, memorialis-tas e agentes culturais locais sobre possíveis descaracteri-zações cultural derivada des-sas obras em outras áreas de

importância histórica da ci-dade. Esse fato fez o IPHAN, através do Dr. Veloso, intera-gir com o poder publico mu-nicipal, que lhe assegurou que a substituição da pavimenta-ção só ocorreria em áreas já descaracterizadas cultural-mente com a pavimentação asfáltica.

Contudo, afirma o pro-fessor Josiê Ferreira, “presen-ciamos que existem algumas a áreas que foram incorporadas a esse processo de substitui-ção de pavimentação onde trará significativo prejuízo à memória histórico-cultural da nossa cidade”, justificando a importância da intervenção dos órgãos para impedir que tão modificação aconteça.

Entidades de Barbalha solicitam intervenção do Iphan

Cariri se consolida como polo estudantil

n A pavimentação atual, do século XVIII, seria substituída por pedras de paralelepípedo

Fotos: Samuel Macedo

Serena Morais

A região do Cariri tem crescido muito em diversas áreas, como na economia e no setor turístico, mas outro grande destaque tem sido o aumento de cursos profissio-nalizantes oferecidos. Esse crescimento mudou o quadro, onde as pessoas saíam do in-terior em busca de cursos na capital e em outros estados, apesar dos já oferecidos. A realidade começou a mudar com a chegada de diferentes cursos técnicos, faculdades particulares e universidade estadual e federal, modifi-cando a rota dos que buscam uma formação profissional.

Já conhecida como pólo estudantil, a região tem se moldado para atender a demanda de pessoas, em sua maioria jovens, que chegam a todo momento: os que vem es-tudar e voltam para a cidade natal todos os dias, ou aqueles que acabam se mudando para ficar próximos dos locais de estudo. Graduação, especia-

lização, mestrado, extensão, pós-graduação, cursos técni-cos são os atrativos que tem feito tantas pessoas buscarem a região.

A moradia é a situação que mais preocupa aos que se mudam, pois existem di-versos fatores que implicam a escolha do local. As opções mais procuradas entre os es-tudantes que se mudam são

pensionatos e apartamentos compartilhados com outros estudantes, como é o caso Priscila Cíntia Souza (19), de Iguatu, que mora em um pensionato, no Crato. Aluna do curso de Odontologia, ela conta que residia em um apar-tamento na cidade do Juazeiro (local do curso), mas optou por morar no pensionato por motivos de segurança e mais

comodidade. Os gastos no pensionato são maiores, mas compensam “temos roupa la-vada, comida feita, tudo lim-po. Sem contar que acabamos conhecendo muita gente, pois são 48 pessoas morando na mesma ‘casa’, então é muito bom”.

Para alguns desses jo-vens, o crescimento da região é um ponto positivo e serviu

de grande influência na hora da escolha sobre onde estu-dar. Como é o caso do estu-dante de Educação Física, Juan Victor de Lucindo (20), de Cajazeiras (PB). Lutador de MMA (Mixed Martial Arts), ele uniu o útil ao agra-dável ao fazer faculdade e ter opção de entrar em uma boa equipe de luta. Juan divide uma casa com mais três ami-gos e fala que o maior proble-ma que ele está enfrentando são os gastos com aluguel e alimentação, mesmo dividin-do as contas com os compa-nheiros. Juan comentou tam-bém sobre o transporte e disse que não tem problemas em se locomover, apesar de preferir ir caminhando aos lugares.

Assim como os dois outros estudantes, Felipe Ta-vares, aluno do curso de Jor-nalismo na Universidade Fe-deral do Ceará (UFC), acabou de se mudar de Brejo Santo para o Juazeiro. O motivo da mudança é comum entre eles, a necessidade de arrumar um estágio ou emprego, que

não são possíveis morando distante. Ao ser questionado sobre as condições oferecidas no Cariri para os estudantes, ele afirma que a qualidade de vida, como em qualquer outro lugar, depende das condições financeiras de cada pessoa, mas está pessoalmente satis-feito com a mudança, pois a região tem muito a oferecer e está cada vez mais estrutura-da.

Algumas instituições de ensino têm tentado facili-tar a vinda desses estudantes, oferecendo bolsa auxílio ou transportes coletivos. Outra ajuda são as bolsas de moni-toria e pesquisa, que servem como uma ajuda a mais nos estudos e muitas vezes ren-dem uma quantia aos inte-ressados. Alguns municípios vizinhos oferecem condução aos estudantes que têm que se transportar todos os dias às fa-culdades, apesar de se tornar muitas vezes cansativo pelo tempo perdido e pelas condi-ções nem sempre favoráveis dos veículos.

n Estudantes de diversas regiões continuam migrando para o Cariri, principalmente para Juazeiro do Norte

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 20126Cidades

Page 7: Jornal do Cariri - 13 a 19 de março de 2012

7REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

Social Cultura

Ingrid Monteiro

Lendas, contos, mitos sobre lobisomem, bo-tijas, assombrações fazem parte de um

tempo que não volta mais, no entanto, estas histórias ima-ginárias, da comunidade cra-tense foram transformadas em livro por meio do projeto Nar-rativas Orais no Barro Verme-lho, premiado pelo Programa Micro Projetos Mais Cultura, do Ministério da Cultura. O livro tem lançamento marca-do para o próximo dia 15, no salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (URCA) e no dia 17 de março, na comu-nidade Alto da Penha.

Idealizado pela histo-riadora e professora Ana Rosa Dias Borges, a obra reúne de-poimentos e relatos de antigos moradores do Alto da Penha, bairro periférico da cidade de Crato. O processo de formação da obra contou ainda com ma-terial ilustrativo e textual pro-duzido por dezenas de jovens, com faixa etária entre 12 a 23 anos, durante a realização de oficinas de desenho, pintura, fotografia, produção de textos e identidade cultural, minis-tradas durante quatro meses por educadores sociais.

Iniciado em 2010, o projeto de criação do livro foi composto a partir de entrevis-tas feitas com 16 idosos, mora-dores da comunidade. A cada relato repleto de emoção, os jovens escritores reinterpreta-vam as histórias, registrando--as no papel, assim como os pequenos artistas que tra-

çavam os desenhos, dando forma às narrações, como os estudantes Renato Alves e Cí-

cero Gonçalves, que produzi-ram parte das ilustrações do livro.

As lendas que povoa-vam o imaginário dos mora-dores fascinavam os jovens,

que tiveram oportunidade de conhecer e valorizar o lu-gar em que moram, reconhe-cendo personagens marcan-tes da história local, como o cego Aderaldo, Tico de Júlia, Dona Sebastiana parteira, Dona Liu rezadeira e Dona Teca quituteira.

De acordo com Ana Rosa, existem poucos regis-tros e publicações que resga-tam essas memórias, lendas, histórias orais de populações mais antigas. Desta forma, a considerada história do povo não é reconhecida por parte da população, podendo até ser esquecidas ao longo dos anos. “Esta foi uma das motivações que me fizeram iniciar este trabalho, pois o bairro Alto da Penha, conhecido por Barro Vermelho, guarda em seus es-

paços histórias fantásticas que os livros didáticos não regis-tram”, explica.

A autora relata ainda que desde a sua infância pos-sui uma relação próxima com os moradores do bairro. Este sentimento afetivo com a co-munidade despertou na edu-cadora o desejo de pesquisar e coletar narrativas da oralidade, por meio dos contos populares contados por pessoas mais ve-lhas da localidade. “Narrati-vas orais no Barro Vermelho” consiste em um trabalho que permite descrever parte da his-tória econômica, social e cultu-ral da cidade do Crato, desde o início do século. Os livros se-rão distribuídos gratuitamente nas bibliotecas públicas, na co-munidade e no Centro Cultu-ral Banco do Nordeste.

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O Jornal do Cariri promoveu o concurso “Novos Olhares sobre Juazeiro” no final de 2011. Na última sexta-feira, tivemos a premiação e a abertura da Exposição Fotográfica Artesania. A coluna dessa semana, com fotos de Samuel Macedo, é uma homenagem aos ganhadores e organizadores desse grandioso evento cultural. Parabéns ao Jornal do Cariri pela iniciativa e organização do evento.

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n O livro foi organizado pela historiadora e professora Ana Rosa Dias Borges, com vários depoimentos

1- O diretor-presidente do Jornal do Cariri, Luzenor de Oliveira, orgulhoso, exibe uma das fotos da Exposição Fotográfica do concurso Novos Olhares.2- Estiveram presentes na solenidade o presidente da CDL de Juazeiro do Norte, Michel Araújo, o presidente da Câmara Municipal, José de Amélia Jr , o presidente do Conselho Editorial do JC, Geraldo Barbosa, o direto-presidente do Jornal do Cariri, Luzenor de Oliveira, a secretária de Educação de Juazeiro, Sônia Luz, o prefeito de Antonina do Norte, Antônio Filho, e o secretário de Comunicação de Juazeiro, Filipe Santana.3- Em seu discurso, Geraldo Menezes Barbosa, presidente do Conselho Editorial do Jornal do Cariri, enfatizou a importância do jornalista na sociedade e deu uma verdadeira aula de história e jornalista aos presentes.4- Na foto, o vice-prefeito do Crato, Raimundo Bezerra Filho, o prefeito de Barbalha, José Leite, e o prefeito de Antonina, Antônio Filho.5- Momento em que o diretor executivo de Novos Projetos do Jornal do Cariri, Wilton Bezerra, concede entrevista à TV Verde Vale.6- O escritor Raimundo Araújo foi um dos colaboradores na produção do caderno especial Novos Olhares. Por sinal, ficou belíssimo. De muito bom gosto, diagramação e texto impecáveis, o caderno expôs todas as belíssimas fotos de Juazeiro do Norte. Lindo de ver.7- A equipe do Jornal do Cariri, que ajudou na produção da exposição e na confecção dos cadernos especiais: Aglécio Dias, Jorge Costa, Serena Morais, Raphael Barros, Nária Clenia, Márcio Dornelles e Reginaldo, em Fortaleza a programação gráfica ficou por conta do designer Flávio Marques.8- Os ganhadores do concurso fotográfico Novos Olhares. Sidália Maria, primeiro lugar, ganhou viagem ao RJ, Francisco Ferreira de Freitas ganhou uma máquina fotográfica profissional e Pachelly Jamacaru, em terceiro lugar, ganhou um computador netbook. Parabéns!

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Que não possui representante autorizado para realizar matrícu-las no curso de Técnico em Tran-sações Imobiliárias,na região de Juazeiro do Norte e adjacências.

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Page 8: Jornal do Cariri - 13 a 19 de março de 2012

Ingrid Monteiro

Na região do Cariri, a procura pela prática de artes marciais tem aumento significa-

mente nos últimos anos. Em sua maioria, os participantes destas distintas modalidades esportivas afirmam que os be-nefícios proporcionados pelas lutas são fatores determinan-tes para a escolha da ativida-de física. A jovem juazeiren-se Gizelle Kian sabe bem disso. Desde os nove anos de idade, ela treina Kung Fu, motivada a desen-volver a f l e x i b i -lidade de seu corpo.

Atualmen-te, a atleta, com ape-n a s 21 anos já é destaque em com-petições a nível estadual e na-cional, representando a região do Cariri e provando que no Kung Fu há também espaço para mulheres de todas as ida-des. Segundo Gizelle, antiga-mente o seu desejo era praticar ginástica olímpica, mas não havia a disponibilidade desta atividade na região. A escolha pelo Kung Fu foi incentivada pela sua mãe, que cuidadosa-mente acompanhava todos os seus treinos com receio que a jovem pudesse se machucar.

Apesar de ter ficado dois anos sem treinar por conta do tempo que estava cursando a faculdade na Paraíba, Gizel-le surpreendeu a todos com a sua capacidade e determina-ção ao se destacar no Campeo-nato Cearense e Brasileiro, que participou em 2011. Represen-tando o Cariri na cidade de Fortaleza, a jovem conquistou três medalhas de ouro e uma de prata. Mas foi em sua parti-cipação no Campeonato Brasi-leiro de Kung Fu, em setembro do ano passado, que a atleta conseguiu ser convocada para participar de treinos em São Paulo, pela Seleção brasileira tradicional de Kung Fu. Na ocasião, ela disputará a oportu-

n i -dade de representar o Brasil durante o Pan Americano.

Outro atle-ta caririense que está se desta-cando nesta arte marcial milenar é o jovem Josel-mo Cordeiro, que há 16 anos treina o Kung Fu. “Aos 12 anos, fui as-saltado e a partir da-quele momento resolvi aprender a lutar como forma de defesa pes-soal, mas logo percebi que o Kung Fu não é pra isto, mas para obter uma vida mais saudável, construir um bom caráter e ser uma pessoa melhor”, revela.

O praticante do Kung Fu aprende a unir espírito, mente e corpo, pois a atividade demonstra ao indivíduo que é impossível agir sem a inter-ferência da mente. Esta sendo uma prática que influencia diretamente no modo de vida de cada atleta. Além dessas ha-bilidades de desenvolvimen-to pessoal, os treinos podem

auxiliar na formação da disciplina, equilíbrio e

persistência. Segundo o professor

e treinador Erivânio Silva, a arte marcial é uma atividade que pode ser praticada por adultos, idosos e crianças de ambos os sexos e de todas as idades. “Na região, existem bons atletas que podem fazer excelentes trajetórias neste es-porte, no entanto, ainda é pre-ciso um incentivo financeiro maior por parte de empresas e instituições”, enfatiza.

O Kung Fu nasceu na China há milhares de anos e foi originada a partir da necessi-

dade de sobrevivên-cia dos antepas-sados em combater os animais ferozes e inimigos. Algumas lendas chinesas ex-plicam o surgimento desta arte marcial como a história de um monge chinês que subiu uma montanha para observar e contemplar o movimento, as posições de luta e defesa dos animais. A partir disso, ele de-senvolveu adaptações desses movimentos para a execução humana. Desta forma, surge o Kung Fu, termo que significa “trabalho duro”.

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TIRO PELA CULATRA Quando acontece uma derrota do

Ceará ou do Fortaleza contra times pequenos ou intermediários, alguns cronistas preferem

falar que foi o Ceará ou o Tricolor de Aço que jogou mal. O Icasa vinha quebrando a bola, mas na vitória por 2 a 0 sobre o Ceará, o Verdão foi superior ao Vovô em todos os aspectos. Com essa derrota, o treinador Lula Pereira tem que repensar uma nova formação para o restante do campeonato, e para a semifinal. Contra o Icasa, o time foi muito omisso, achando que ia resolver o jogo a qualquer momento, e o tiro saiu pela culatra.

BALA NA AGULHA O Guarani tem uma grande chance de chegar na

semifinal do campeonato. O Leão do Mercado tem pela frente Fortaleza, Icasa e Tiradentes. Dependendo desses três resultados, a decisão da quarta vaga ficará entre o próprio Guarani, Crato e Tiradentes. O Icasa deu sinais de recuperação, e pode entrar na briga pela última vaga. Vamos esperar para ver quem tem bala na agulha.

ACLAMAÇÃO Negrinho do Som, como é conhecido, foi eleito

por aclamação, para dirigir o Icasa nesse momento de turbulência, e acrescentou que irá, como presidente, fazer de tudo para tirar o mais rápido possível o time dessa crise. A missão não é impossível, mas é um desafio para quem está à frente de um clube cheio de dívidas. Desejamos a toda a diretoria, ao Negrinho, dias mais claros para os lados do Verdão.

BASE Por pura necessidade, o Icasa está dando chance

às categorias de base. Na vitória de 2 a 0 contra o Ceará, o jovem Bismark foi o melhor em campo, seguido de Obina, que marcou o primeiro gol, e Diogo França, que marcou o segundo. Em tempos de vacas magras é que se descobre que a solução está diante do nariz daqueles que insistem em usar viseiras.

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REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

SELEÇÃO

Arte marcial chinesa atrai jovens atletas

Samuel Macedo

n Gizelle Kian é a revelaçãocaririense nas artes marciais. Aos 21 anos, a atleta de destacou no Campeonato Brasileiro de 2011 e foi convocada para participar da Seleção Brasileira de Kung Fu. Ela poderá representar o Brasil nos jogos Pan-Americanos.

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Page 9: Jornal do Cariri - 13 a 19 de março de 2012

Morre em Barbalha criança infectada com raiva humana

Wilson Rodrigues

O Cariri ocupa posição privilegiada no sistema nacio-nal de doadores voluntários de medula óssea. O programa foi instalado há cinco anos e atualmente a região tem 23 mil inscritos. Oito deles já fo-ram compatíveis e viajaram para Recife, Fortaleza e Rio de Janeiro, convocados pela Rede Nacional de Doação de Medula (Redome), para fazer a doação. O sistema foi cria-do no Cariri por iniciativa da unidade regional do Hemo-ce, em parceria com diversas instituições e secretarias mu-nicipais de Saúde, que foram sensibilizados no momento em que quatro pessoas na re-gião, inclusive crianças, mor-reram por falta de medula óssea. Um dos pacientes foi o garoto de quatro anos de idade, Mateus Cariri Araripe de Aquino. As informações foram passadas pela diretora geral do órgão, Maria Nizete

Sampaio Herculano, que con-sidera o programa na região como um dos mais eficientes e expressivos.

Maria Nizete Sampaio explicou que a razão do su-cesso do programa no Cariri

tem sido o envolvimento de toda a sociedade, conscien-tizada de que a doação da medula é a única esperança de vida para os portadores de leucemia e outras doenças do sangue. Afirmou também

que ninguém é obrigado a ser doador. Não existe nenhu-ma obrigatoriedade e nem penalidade. “Trata-se de um ato solidário e quando, no momento da convocação, o voluntário se negar a doar,

ele está indo contra a própria dignidade e ferindo seus pre-ceitos. Conforme a diretora do Hemoce, ninguém é coa-gido a ser doador de medula, apenas na hora do cadastro é explicado tudo sobre a im-portância do seu ato, con-cluiu a diretora. O Ministério da Saúde preconiza que entre 100 mil pessoas existe apenas uma compatível.

A Medula Óssea, co-nhecida popularmente como tutano, é um tecido esponjo-so, localizado no interior dos osssos longos. É nela que o organismo produz os globos vermelho e branco e também as plaquetas do sangue. A medula óssea age em nossos ossos desde que nascemos e, com a passagem dos anos, vai perdendo sua função, sendo substituída por tecido gordu-roso.

PerfilÉ necessário que o do-

ador tenha entre 18 anos e 55 anos de idade, e que este-

ja em bom estado de saúde. A extração da medula se dá através de punções no inte-rior dos osssos da bacia. Para quem doa, esse procedimento é um incômodo passageiro. Para o doente, significa a di-ferença entre a vida e a morte. O procedimento acontece sob anestesia peridural ou geral, e o doador fica internado por 24 horas.

Mais doadoresSegundo o Redome,

o número de doadores vo-luntários tem aumentado ex-pressivamente nos últimos dez anos no Brasil. O país tem o terceiro maior banco de dados no mundo, ficando atrás somente dos EUA, com 5 milhões de doadores, e da Alemanha, com 3 milhões. Quando o sistema foi criado em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos e apenas 10% eram brasileiros. Atualmente, são mais de dois milhões de cadastros e o percentual su-biu para 70 %.

Cariri atento à doação de medula óssea

Chagas Lima

O Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), em Juazeiro do Norte, está preocupado com o número de menores de 15 anos infectados com a doen-ça. A instituição vem detec-tando, em alguns Postos de Saúde da Família, adoles-centes portadores de hanse-níase, o que tem preocupado os responsáveis pelo traba-lho de combate à doença, em seus diferentes estágios.

“Isso significa que tem adultos transmitindo a doença, sem saber sequer que é um portador, pelo fato de não procurar atendimen-to. Mesmo a gente fazendo campanhas periodicamente sobre o diagnóstico e trata-mento precoce da doença, as pessoas não têm buscado o serviço de saúde. A gen-

te fica preocupado porque a hanseníase é uma doença incapacitante”, alerta o co-ordenador do Morhan em Juazeiro, Francisco Fausti-no, acrescentando que essas pessoas podem desenvol-ver seqüelas permanentes, tornando-as incapazes para o trabalho. “O estigma com relação à estética da pessoa, é muito mais marcante no adolescente do que no adul-to. Hoje, nos padrões que a sociedade impõe, quan-to mais a pessoa apresenta boa aparência praticamente não sofre preconceito. Então estamos sempre buscando o diagnóstico precoce para evitarmos que as pessoas ve-nham a ter deformidades”, diz Faustino.

Para o coordenador, enfrentar alguns segmentos da sociedade hoje portando alguma sequela ou incapaci-dade, é muito constrangedor. “Dizem que o preconceito

está acabando, mas a gente sabe que existe preconceito mascarado, onde às vezes, ao procurar um emprego, a pessoa é avaliada pela sua capacidade física e intelectu-al”, afirma.

Segundo Faustino, o Morhan tem realizado bus-ca ativa da doença junto aos PSFs, em parceria com a Se-cretaria de Saúde, através de mobilização nos bairros. “O pior de tudo, é que os núme-ros de casos praticamente não mudam, sempre oscilando todos os anos entre 100 e 150 casos. Atualmente, estamos com 101 casos, sendo 46 mu-lheres e 55 homens”, lamenta.

Hanseníase cresce entre menores de 15 anos em Juazeiro

n Na região do Cariri, oito pessoas já viajaram para doar medula óssea em outros estados

n Um dos principais problemas dos portadores da doença é o preconceito

BARBALHA

SINTOMAS Conforme Francisco

Faustino, os sintomas da han-seníase são manchas esbran-quiçadas ou avermelhadas dormentes; queda de pelos no local da mancha; dores nos ner-

vos, entre outros. Por exemplo, ter contato com pessoas aco-metidas pela doença sem tra-tamento. “Assim, ele vai rece-ber o bacilo da hanseníase das vias aéreas superiores (boca e nariz), através da tosse e do

espirro. Ao perceber qualquer um desses sintomas, a pessoa deve procurar o mais rápido possível o serviço de saúde in-dicado para recebê-las e iniciar o tratamento. Já realizamos in-clusive treinamentos para algu-

mas equipes do Programa Saú-de da Família, e o Programa de Hanseníase do Município tem dado assistência aos PSFs, que estão orientados para receber as pessoas portadoras de han-seníase”, avisa Faustino.

Serena Morais

O garoto de nove anos, de iniciais C.E.F., internado na Unidade de Terapia

Intensiva (UTI), no Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, em Barbalha, faleceu na madrugada desta segunda--feira, às 5h40. Ele sofreu duas paradas cardio-respiratórias no intervalo de uma hora, e não resistiu.

A criança estava inter-nada há 12 dias em Barbalha, onde era mantida em coma induzido, enquanto recebia o tratamento, seguindo o Pro-tocolo de Recife, autorizado pelo Ministério da Saúde, que acompanhou todo o caso. O protocolo recebeu esse nome devido ao primeiro caso de sucesso no Brasil, onde um adolescente sobreviveu à raiva humana, ao ser tratado em um hospital da capital pernambu-cana, em 2008. A médica res-ponsável pela criança manteve constante contato com o médi-co norte-americano, Rodney Willoughby, que atuou no caso de Recife.

Durante a internação, foi cogitada a transferência do paciente para o Hospital São

José, referência no tratamen-to de doenças infecciosas, em Fortaleza, mas a possibilidade foi descartada pelo risco que poderia causar ao menino e pela fragilidade do seu estado de saúde. O diretor do hospital em Fortaleza, Anastácio Quei-roz, havia comentado sobre a transferência e afirmou que os profissionais de Barbalha eram devidamente capacita-dos a continuarem cuidando do caso e por isso a locomoção era arriscada demais.

O caso havia sido con-firmado na semana anterior, pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em For-taleza, e apesar de ainda esta-rem esperando uma segunda confirmação de um laborató-rio de São Paulo, a última me-dicação (vinda diretamente de Brasília) já havia sido autoriza-da pelo Ministério. O hospital previa fazer uma nova avalia-ção do quadro do garoto, após a aplicação do remédio.

Entenda o casoO menino era natu-

ral de Jati, a 60 quilômetros do município de Barbalha, e havia contraído raiva hu-mana após ser mordido por

n Macacos e morcegos são os principais transmissores da raiva humana. O garoto de Jati foi infectado pela mordida de um sagui

9REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

Cidades

um macaco sagui (conhecido como soin). Ele foi trazido ao hospital de Barbalha, onde as primeiras suspeitas eram de

meningite. A família contou sobre o ferimento e os médicos consideraram o caso grave e passaram a cogitar raiva hu-

mana. Ele começou a receber o tratamento adequado no se-gundo dia de março. O garoto estava em coma induzido, pois

já apresentava alguns sinais da doença e também para evitar a piora do quadro. O garoto não resistiu.

Page 10: Jornal do Cariri - 13 a 19 de março de 2012

CONCURSO NOVOS OLHARES

Chagas Lima

Que tal sentar ao lado de Padre Cícero, da beata Ma-ria de Araújo e do monsenhor Murilo de Sá Barreto, figuras históricas de Juazeiro do Nor-te? O servidor público Aluísio Neri acredita que é possível, por isso sugeriu ao Governo do Estado, por meio da Se-cretaria das Cidades, com o apoio da prefeitura de Juazei-ro, a inclusão no Roteiro da Fé de estátuas de três ícones religiosos da cidade nos ban-cos das praças dos locais mais visitados pelos romeiros: Basí-lica Menor de Nossa Senhora das Dores (Matriz), Capela do Socorro, Igreja do Sagrado Coração de Jesus (Salesianos), Santuário de São Francisco, Igreja de São Miguel e Colina do Horto.

Aluísio Neri diz já ter n Padre Cícero, beata Maria de Araújo e monsenhor Murilo poderão fazer companhia aos romeiros em diversos pontos de Juazeiro

n Jovens sonham em ser padres e se dedicam aos estudos

Ícones religiosos dividirão bancos de praça com romeiros

Seminário do Crato: estudo, fé e trabalhoRaphael Barros

No mundo inteiro a pro-cura de jovens pelos seminários diminuiu, mas não foi o caso do Brasil. O Seminário do Crato, por exemplo, tem 31 alunos do município e mais 30 de quatro dioceses diferentes: Cajazeiras, Petrolina, Salgueiro e Iguatu. Eles entram depois do ensino médio, ficam durante sete anos, três anos de Filosofia e quatro de Teologia, requisito da Igreja para a formação dos padres.

A maioria dos jovens começa com alguma vincula-ção na paróquia: pastoral de jovens, pastoral de enfermos ou visitas aos hospitais. Segundo o reitor do Seminário, o padre co-lombiano Norbayro Londoño, quando os interessados termi-nam o ensino médio e decidem entrar no processo de formação sacerdotal, passam a ser acom-panhados por um grupo da pastoral vocacional, durante um ano ou dois. Depois vão à Barbalha, para a fase propedêu-tica, de introdução, preparar-se para o vestibular de Filosofia na

Faculdade Católica.Paulo Sérgio, 29, natural

de Porteiras, está no último ano de Teologia e espera ser ordena-do em 2012. Desde criança bus-cou um meio de servir a Deus e aos outros que estão ao seu redor. “Por volta dos 18 anos comecei a me perguntar qual seria o melhor meio que eu en-contraria para servir a Deus e também ser feliz. Aos poucos eu fui conversando com o páro-co da minha igreja em Porteiras e ele foi me encaminhando, me mostrando livros, programas de TV que despertassem em mim esses questionamentos vocacionais”. Em 2005 resolveu entrar no Seminário do Crato.

RotinaMuitas pessoas pensam

que o seminário é lugar exclu-sivamente de rezas, mas não é bem assim. Acorda-se 5h30, depois é a hora da oração co-munitária, 6h30. Logo vem o café da manhã e, em seguida, as aulas de Teologia até 12h30. Hora do almoço, meia hora de descanso após a refeição, e es-

tudos novamente. Às 16h tem a limpeza geral, todos são escala-dos em uma área específica do Seminário para ajudar. Depois vem banho, missa às 18h15, jantar, rezar o terço e estudos. O horário do Seminário se en-cerra por volta das 23h, todos têm que estar no quarto, pron-tos para dormir.

Mesmo vindo de uma família de agricultores e ten-do trabalhado na roça, o se-minarista Paulo Sérgio reco-nhece que a rotina é puxada. “Quando eu trabalhava na roça, não me sentia tão cansa-do como me sinto agora no fi-nal do dia. Porque o trabalho de roça é um serviço pesado, físico, mas aqui nós trabalha-mos tanto fisicamente, como intelectualmente, então isso sobrecarrega você”, explica.

VocaçãoNem todos que entram

no Seminário se tornam padres, a entrada é livre, assim como a saída. Segundo padre Nor-bayro, os alunos podem parar os estudos por um tempo, caso

se sintam em crise ou queiram trabalhar para ajudar a famí-lia. “Muitos voltam depois desse período de afastamento. Ultimamente a permanência é bastante alta. O ano crítico é quando o aluno está termi-nando Filosofia; se ele termina e entra no curso de Teologia, dificilmente sai do Seminário”, argumenta. Em 2011 somente um único aluno desistiu da jor-nada.

Ademar Alves, também cursando o último ano de Teo-logia, vindo da diocese de Igua-tu, diz que nem todas as pesso-as aceitam a decisão de alguém querer se tornar padre. “Meu irmão no início não aceitava, tinha uma visão muito distor-cida da Igreja. Via o sacerdote como alguém que apenas que-ria ganhar dinheiro. O tempo passou e hoje ele aceita muito bem, me chamou até para ser padrinho da filha dele em São Paulo”, comemora. Para o se-minarista, o testemunho e o tempo vão fazendo com que as pessoas entendam melhor a imagem do sacerdócio.

Raphael Barros

Tem quem discorde, mas um clique, quan-do bem dado, vale sim mais do que mil pala-

vras. Quem foi à premiação do concurso fotográfico “Novos Olhares sobre Juazeiro” pôde ter certeza disso. A cidade es-tava retratada em várias poses, nuances e matizes. Os três pri-meiros colocados receberam prêmios, mas todo público foi agraciado. Não foi difícil ver gente com sorriso fácil olhando para as fotos expostas.

O primeiro lugar ficou com Sidália Maria Martins, que ganhou uma viagem ao Rio de Janeiro, com todas as despesas pagas e com direito à acom-panhante. O segundo foi de Francisco Ferreira de Freitas, conhecido músico e fotógrafo de Fortaleza, radicado em Jua-zeiro há 14 anos, ganhador de uma máquina Canon 7D. Já Pa-chelly Jamacaru, fotógrafo do Crato, levou o terceiro lugar, re-cebendo um netbook de última geração. Foi visível o interesse de todos pela máquina do se-gundo lugar, porque fotógrafo é fotógrafo.

Mas a solenidade ultra-passou o interesse por fotogra-fia, foi para o âmbito político. O homem é um ser político, como diria o filósofo grego Aristóte-les, ainda mais quando vê sua cidade num clique. Além da ex-posição de nome homônimo ao prêmio, com 32 fotos, também houve uma segunda intitulada Artesania Cariri, que reuniu mais 32 fotografias da região. Por isso, autoridades dos mu-nicípios retratados comparece-ram à premiação e, em seguida, à exposição.

O prefeito de Juazeiro do Norte não pôde comparecer ao evento, mas mandou como representante a secretária de Educação do município, Sônia Luz. Também prestigiou a pre-miação o prefeito de Antonina do Norte, Antônio Filho, o che-fe do Executivo de Barbalha, José Leite, e o vice-prefeito do Crato, Raimundo Bezerra Fi-lho. Além dessas autoridades, outras felicitaram o diretor--presidente do Jornal do Cariri, Luzenor de Oliveira, pela ini-ciativa do concurso; foram eles: o presidente da Câmara de Di-rigentes Lojistas de Juazeiro do Norte, Michel Araújo, o presi-

JC premia as melhores fotografias sobre Juazeiro

conversado com o Secretário das Cidades, Camilo Santa-na, e sugeriu que os bancos tenham dois metros de cum-primento e as imagens em ta-manho natural, confecciona-das em resina ou bronze, com um espaço entre elas, onde o romeiro poderá sentar-se para tirar fotografias e levá--las como lembrança para sua cidade de origem.

O empreendimento está orçado em torno de R$ 120 mil. Para o diretor ad-ministrativo do Santuário de São Francisco das Cha-gas, frei Raimundo Barbosa, tudo que servir para divul-gar as virtudes e o amor que padre Cícero, beata Maria de Araújo e monsenhor Murilo demonstraram pela cidade é importante. “É uma idéia in-teressante, porque o romeiro poderá levar uma lembrança

dessas três figuras que mar-caram a história religiosa, social e política de Juazeiro. Agora, temos que conversar com o Secretário das Cida-des, Camilo Santana, sobre a viabilidade de execução do projeto no Roteiro da Fé”, observa.

Outros exemplosJá o padre Antônio San-

tana Neto, da Igreja Anglicana (Província Sagrado Coração), que está se instalando em Ju-azeiro, afirma que a iniciati-va merece o apoio não só das instituições governamentais. “Aqui em Juazeiro isso já era

para ter sido feito há muito tempo com nossos líderes re-ligiosos, como já ocorreu com pessoas influentes em outras cidades: Castro Alves, em Re-cife; Raquel de Queiroz e Pa-tativa do Assaré, em Fortaleza; Vinícius de Morais e Carlos Drummond de Andrade, no Rio de janeiro e muitos ou-tros”, ressalta padre Antônio.

No entender do jovem romeiro alagoano Francisco Laurindo, radicado em Jua-zeiro, a história da devoção e das romarias passa não só pelo padre Cícero, mas tam-bém pela beata Maria de Araújo, que a partir do su-posto milagre da hóstia, se transformando em sangue por diversas vezes na boca da beata, começou a atrair milhares de romeiros. “É, portanto, uma justa home-nagem à memória dela, por

sua importância na história de Juazeiro. Não podemos imaginar toda essa religio-sidade popular registrada nesta cidade, sem a pessoa da beata Maria de Araújo. A importância também de per-petuar a memória do mon-senhor Murilo, deve-se ao fato dele ter sido, depois do padre Cícero, o religioso que mais incentivou as romarias, favorecendo todos os setores da cidade”, relata.

Turismo religiosoA cidade de Juazeiro

do Norte recebe em torno de 1,5 milhão de peregrinos anu-almente, oriundos de todas as regiões do País, movidos pela fé e devoção ao padre Cícero, para orar ou pagar promessas, contribuindo ain-da para o desenvolvimento econômico de Juazeiro.

dente da Câmara Municipal de Juazeiro, José de Amélia Júnior e o secretário de Comunicação de Juazeiro, Filipe Santana.

História e cidadaniaConhecido memoria-

lista e presidente do Conselho Editorial do Jornal do Cariri, Geraldo Menezes Barbosa enfatizou a importância do jornal impresso para a socie-

dade, porque a perenidade do papel permite que muitas pessoas possam pesquisar a história pregressa de uma re-gião. Geraldo esclareceu para os jovens que estavam na pla-téia, que iniciativa como essa, de um concurso de fotografia, estreita o laço afetivo do ci-dadão com o município onde mora. Segundo ele, Juazeiro conquistou a independência e

fez cem anos de cidade autô-noma devido às pessoas que amavam e conheciam a topo-grafia local.

Entenda a notíciaAs 64 imagens expos-

tas (32 do concurso “Novos Olhares sobre Juazeiro” e 32 do caderno especial “Arte-sania Cariri – A Riqueza do Artesanato”) foram vistas por

mais de centenas de pessoas no Hotel Verdes Vale. O pú-blico chegou cedo, às 9h30, para apreciar um saboroso café da manhã. Logo depois, foi a vez da premiação e, em seguida, todos foram ver as fotos no saguão do hotel, com direito a conversas, risadas e muitos cliques para registrar a presença dos convidados na exposição.

n Jornalistas Márcio Dornelles e Luzenor de Oliveira, Sidália Martins (1º Lugar), De Freitas (2º Lugar), Pachelly Jamacaru (3º Lugar) e Wilton Bezerra Júnior

10Cidades

REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

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11REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

Cidades

NOVO ÂNIMO

Após um ano e três meses fora da De-legacia Regional de Juazeiro do Norte, o

delegado Levi Gonçalves Leal reassumiu essa semana o co-mando da unidade e prometeu dar continuidade aos trabalhos que vinha realizando na região quando foi preso na “Operação Terremoto”, da Policia Federal, acusado de extorsão e peculato.

Levi enfrentará novas ações no combate ao crime e um dos seus maiores desafios é aprofundar investigar sobre casos polêmicos, como o du-plo homicídio que vitiminou o policial civil aposentado Dedé. Bezerra e o vereador Amarílio Pequeno.

A volta do delegado, que esteve como titular na De-legacia Regional de Missão Ve-lha, foi uma escolha sua, após a juíza da 2ª Vara Criminal de Juazeiro do Norte, Christianne Magalhães Cabral, arquivar o processo que investigava.

Procurando não falar muito sobre as denúncias de

corrupção contra ele, o dele-gado disse, durante sua posse, que está pronto para reassumir a delegacia e realizar um traba-lho sério, buscando solucionar muitas questões ligadas à segu-rança na região, até o momento em que teve as “asas cortadas”.

Conhecido como dele-gado linha dura, o servidor dis-se que uma das primeiras ações que pretende realizar é tomar pé da situação na delegacia e saber o que está tramitando no local, fazer reuniões e pon-tuar os principais problemas, para depois realizar ações de combate aos diversos tipos de violência que tem ocorrido em Juazeiro e região.

“Agora, o momento é de esquecer o passado, me dedi-car ao trabalho, buscando dar continuidade aos trabalhos que vinha realizando. Se não corta-rem minhas asas outra vez, vou trabalhar ainda mais duro para cumprir minha função enquan-to delegado regional”, comen-tou, visivelmente empolgado.

Um dos processos que

devem estar à mesa do delega-do é o duplo homicídio ocorri-do na praça Giradouro, bairro Triângulo, em Juazeiro do Nor-te, quando o vereador Amarílio Pequeno e o ex-policial civil, José Bezerra da Silva, foram mortos a bala.

PrisãoO delegado Levi, como

é conhecido, foi preso no início de dezembro de 2010, em uma operação da Polícia Federal, acusado de extorsão e peculato. Na ocasião, a PF apreendeu um carro com as placas clonadas em seu poder. Além do policial, dois inspetores de polícia e um ex-policial também foram pre-sos.

Em coletiva à impren-sa, o então titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Mon-teiro, afirmou que o delegado usava um veículo Honda Fit, de cor cinza, com placa clonada e de São Bernardo dos Campos. Levi foi solto no mesmo dia, com um habeas corpus.

Levi reassume Delegacia e enfrenta desafio de investigar casos polêmicos

n Delegado quer tomar conhecimento das ações da unidade para começar a agir

Foto: Samuel Macedo

Urca completa 25 anos e quer mais espaço para crescerWilson Rodrigues

A Universidade Regio-nal do Cariri comemora, em março, 25 anos de instalação. Foi a primeira universidade caririense e nasceu a partir da iniciativa de figuras ilustres e intelectuais em busca do de-senvolvimento regional. Co-meçou com oito cursos, que faziam parte da Faculdade de Filosofia do Crato e da Uni-versidade Estadual do Cea-rá (Uece). Atualmente, conta com 16 cursos de graduação, três dos quais com duas habi-litações. Possui mais de 11 mil alunos, sendo 1.539 matricu-lados na pós-graduação, em 21 cursos, com 40 turmas. Na graduação, são outros 9.189 alunos somente no último se-mestre. A instituição também é dona do primeiro mestrado de Bioprospecção Molecular do Brasil e o único do Nordeste, além de um doutorado de Bio-

química Toxicológica e está em tratativas com outras universi-dades para a oferta de outros programas de doutorados. São 359 professores efetivos e 82 professores substitutos, totali-zando 441 lecionadores.

Os repasses do Governo do Estado para a Universidade Regional do Cariri vêm melho-rando a cada ano, disse a rei-tora, Antonia Otonite Cortez. Em 2007, foram pouco mais de R$ 21 milhões. Em 2010, R$ 47,5 milhões, e para este ano de 2012 estão definidos R$ 54,5 milhões, correspondentes a todas as despesas anuais da universidade, incluindo a fo-lha de pagamento, manuten-ção e outros custeios. A reitora destaca a falta de espaço físico como a maior dificuldade para a expansão da Urca e mes-mo assim, nos últimos quatro anos, foram construídos três edifícios como o restaurante universitário, residência uni-

versitária e a sede do Geopark Araripe. Está em construção o ginásio poliesportivo, com pre-visão de inauguração em julho deste ano. Para a reitora, a Urca “está entre a cruz e a espada”. Não pode crescer por falta de espaços e nem pode sair de

onde está porque, segundo afirmou, por lei, a sede admi-nistrativa da universidade é no endereço em que se encontra.

A segunda dificuldade enfrentada pela Urca, aponta-da pela reitora, é a falta de pes-soal para atender as deman-

das didáticas e pedagógicas, ou igualmente as atividades técnicas. Hoje a Universidade Regional do Cariri, nos seus 25 anos de existência, funciona com um quadro antigo, oriun-do da Faculdade de Filosofia do Crato, da Universidade

Estadual do Ceará ou aquelas que se incorporaram, vindas da antiga Superintendência de Desenvolvimento da Educa-ção do Ceará (Sudec), além dos terceirizados. Na opinião da reitora, esses dois fatores difi-cultam as atividades de ensino, pesquisas e extensão.

Nesses seus 25 anos de instalação, a maior discussão nos bastidores da Universi-dade Regional do Cariri tem sido a sua federalização. Para o ex-presidente do Sindicato dos Docentes, Augusto No-bre, sair do âmbito estadual para o federal não é interes-sante para a Urca. O Governo do Ceará deveria esquecer o assunto e investir na contra-tação de professores e equi-pamentos, e torná-la mais forte em prol do desenvolvi-mento do Cariri.

Em julho, a institui-ção completará 26 anos de criação.

Poluição sonora lidera crimes ambientaisSerena Morais

Ruídos constantes po-dem trazer problemas de saú-de, mas nem todos sabem dis-so. Para combater esse tipo de problema alguns órgãos po-dem ser acionados caso haja alguma denúncia, pois polui-ção sonora é crime ambiental. O volume exagerado de sons tem preocupado também os policiais do Ronda do Quar-teirão, que associam música alta, principalmente em bares e paredões, a outros crimes.

Com essa preocupa-ção, policiais do Ronda do Quarteirão dos municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Bar-balha e Brejo Santo buscaram, junto à Superintendência Es-tadual do Meio Ambiente (Se-mace), uma capacitação. Se-gundo o supervisor do NPC do Ronda do Quarteirão no Crato, capitão Rabelo, o ob-jetivo é enfrentar a problemá-tica da poluição sonora, prin-cipalmente nos bares e com os chamados “paredões de som”. Com o abuso do som nesses locais, a demanda de

atendimento da polícia cresce, pois existe maior probabilida-

de de ocorrências sobre outras infrações “o som alto em ba-

res está diretamente ligado a outros crimes, como consumo de bebida alcoólica por meno-res, consumo de drogas, bri-gas, lesões e até homicídios”, diz o capitão. Ao combater a poluição sonora ,acabam por inibir outros crimes.

A Companhia de Polí-cia Militar Ambiental (CPMA) de Juazeiro do Norte pode vir a participar da capacitação, explica a comandante do 2º Pelotão Ecológico, capitã So-lange. Uma solicitação foi en-caminhada à Semace para a capacitação de policiais ainda não treinados para utilizar o decibelímetro. Pelas estatísti-cas da CPMA, o maior índice de crime ambiental é de po-luição sonora.

Com a capacitação, o policial vai aprender a utilizar o aparelho de medição de ru-ído (decibelímetro), adquiri-do posteriormente, e poderá emitir o termo de constatação comprovando a existência de ruído acima do permitido por lei. Proprietários de bares e pessoas que realizam festas, onde há a utilização de algum

som, devem solicitar autori-zação junto à Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente. O código penal entende como crime se não houver autoriza-ção, por ser qualificado como omissão.

Segundo a assessoria da Semace, cerca de 60 policiais vão participar do curso e rece-berão aulas sobre definição de som e ruído, legislação sobre poluição sonora, aparelhos de medição, técnicas de medi-ção, problemas causados pela poluição sonora. À noite será ministrada uma aula prática sobre a utilização do decibelí-metro. O curso acontece dia 15 desse mês, na avenida Perime-tral Dom Francisco, no bairro Pinto Madeira, no Crato.

Saiba maisO ruído é o é o grande

vilão para existência da polui-ção sonora e é provocado por sons excessivos, podendo cau-sar efeitos negativos, tanto no sistema auditivo, como altera-ções comportamentais e orgâ-nicas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera 50

db um nível médio para não causar problemas ao ser hu-mano. Ruídos acima dos per-mitidos podem ocasionar pro-blemas como insônia, estresse, depressão, perda de audição, agressividade e dores de cabe-ça. O nível máximo permitido de ruído entre às seis da ma-nhã às dez da noite é de 70db, já no horário conhecido como “período do sono”, o valor cai para 60db. Um secador de ca-belo emite em média 90 db e uma torneira pingando pode chegar a 20db, números mui-tas vezes desconhecidos pela maioria das pessoas.

NíveisHá diferentes níveis

dentro de uma mesma cidade. Em zona de hospitais, a quan-tidade de decibéis varia entre 45 e 40, para diurno e notur-no. Na zona residencial urba-na, o valor fica entre 55 e 50. No Centro da cidade, o valor permitido é um pouco mais alto: de 65 a 60. A área indus-trial é a “mais barulhenta”, variando entre 70 no período diurno e 65 noturno.

n A instituição recebe mais recursos do Estado a cada ano. Em 2012, a verba deve ser de R$ 54,5 milhões

n Profissionais do Ronda serão capacitados

Cícero Valério

Foto: Samuel Macedo

Page 12: Jornal do Cariri - 13 a 19 de março de 2012

12 REGIÃO DO CARIRI(CE), DE 13 A 19 DE MARÇO DE 2012

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19 de março – Dia de São José.Uma homenagem da Prefeitura de Juazeiro do Norte.19 de março – Dia de São José.Uma homenagem da Prefeitura de Juazeiro do Norte.


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