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Dois bilhões de reais: recursos recebidos pelos Coutinhos em 9 anos de governo

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CAXIAS Nº 36 - MAIO/2014

Os trabalhadores públicos municipais de Caxias vivem situação difícil em face das péssimas condições de trabalho e dos míseros salários que recebem. A Lei prevê direitos aos trabalhadores e os recursos financeiros do município são suficientes para garantir esses di-reitos. Mas os governantes não respei-tam a Lei e, ainda, desviam os recur-sos para aumentar seu patrimônio e de seus aliados.

A direção do SINTRAP, num esforço gigante de pesquisa, empreitou uma verdadeira garimpagem, buscou dados que demonstram que é possível pagar salários decentes, insalubridade, adi-cional noturno, etc.

Apesar das informações deficientes fornecidas pela Prefeitura em seu site e com a ajuda das informações nos sites do Governo Federal, montamos a tabe-la de recursos recebidos pelo município

de Caxias, de 01 de janeiro 2005 a 25 de abril de 2014, que totalizam quase 2 bilhões (R$ 1.903.743.785,47 – Um bilhão, novecentos e três milhões, se-tecentos e quarenta e três mil, seten-centos e oitenta e cinco reais e qua-renta e sete centavos). Em 2013, a Prefeitura recebeu R$ 248.273.398,02. E neste ano de 2014, somente nestes primeiros meses, já recebeu cerca de R$ 93.663.066,61.

Fontes: Siop, site do BB, site da Prefeitura de Caxias, Portal da Transparência da SaúdeObs: Os valores da Receitas próprias e os Impostos Estaduais, referentes aos anos de 2013/2014 são por estimativas relacionadas ao ano de 2012

Com essa montanha de recursos, se bem administrados, a Prefeitura de Ca-xias poderia prestar serviços públicos dignos aos seus cidadãos e garantir sa-lários decentes e boas condições de tra-balho aos servidores públicos. Todavia, a única coisa que tem melhorado sensi-velmente em Caxias nos últimos anos é o Patrimônio do grupo dominante, espe-cialmente da família Coutinho.

De acordo com os dados vemos uma demonstração concreta da possibilida-de de o governo investir na melhoria

salarial e dos serviços públicos, princi-palmente se examinarmos as receitas totais recebidas pelo município de Ca-xias em comparação com as despesas atuais com pessoal da Educação e da Saúde, pois essas duas áreas são res-ponsáveis pelo recebimento de verbas federais correspondentes a 54,03% do montante da receita municipal em 2013. Assim, embora existam leis fe-derais que garantem direitos aos tra-balhadores destas duas áreas, esses mesmos direitos estão sendo des-

respeitados em Caxias, por exem-plo, a jornada de 1/3 fora da sala de aula para os professores, o PCCS e a insalubridade para os trabalhadores da Saúde.

A luta dos trabalhadores brasilei-ros garantiu esses direitos em lei, mas os governantes de Caxias in-sistem em negá-los, permanecendo fora da lei.

Apois a pesquisa podemos compro-var que o município pode atender nossa pauta de reivindicações.

Porque não sai reajuste aos trabalhadores da EducaçãoAs tabelas que seguem demonstram que os recursos recebi-

dos para a educação de Caxias são suficientes para pagar um salário digno aos trabalhadores da educação e garantir escolas decentes, transporte e merenda adequados para os alunos. Em 2013, foram 90 milhões. Em 2014, somente até meados de abril, Léo Coutinho já recebeu cerca de 34 milhões.

Por que será que os Coutinhos e sua Capitã-do-mato, Sílvia Car-valho, mesmo recebendo essa montanha de recursos, insiste em pagar salários de miséria para os trabalhadores?

Num trabalho de garimpagem de informações no site da Prefeitura e no Conselho do FUNDEB, descobrimos al-gumas respostas para essa pergunta.

Governo nega, mas os recursos são suficientes

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2 Informativo SINTRAP

Em Caxias a quantidade de professores contrata-dos excede ao de efetivos. Somente professores pagos com recursos do FUNDEB (dez/2013) constatou-se a existência de 1.751 efetivos e 2.711 contratados. A ra-zão de tantos contratados é porque parte dos efetivos está, indevidamente fora da sala de aula. É útil relembrar as palavras da ex-secretária Deusimar Serra:

“Reconheço que aqui na Se-cretaria tem excesso de pro-fessores e servidores, mas não sei ainda quantos são e o que fazem”.

Mas o principal motivo de tantos contratos é a velha conhecida politicagem. É a

moeda de troca do Prefeito com os vereadores e cabos eleitorais. Portanto, é escan-dalosa, é ilegal e imoral. Se tivéssemos um Ministério Público íntegro em Caxias o Prefeito e sua secretária já tinham perdido os seus cargos, pois a Lei autoriza os contratos mediante duas condições: a necessidade e a urgência. Diante disso, os contratos em Caxias carac-terizam caso de improbidade administrativa em dose du-pla: não são casos de ne-cessidade e muito menos de urgência. Esta impro-bidade, que se perpetua ao longo de todo o governo dos Coutinhos, encarece a Fo-lha de Pagamento e dificulta

o planejamento estratégico para melhorar a qualidade da Educação.

Esses professores efetivos encontram-se na Secreta-ria de Educação, Coordena-ção Pedagógica, lotados em Programas, Salas de Leitu-ras, outras Secretarias Mu-nicipais e disponíveis para Órgãos do Estado. Os tra-balhadores cedidos a ou-tros setores não podem ser pagos com os recursos da educação, nem mesmo com os 5% restantes dos impos-tos que compõem o FUNDEB e os 25% das receitas pró-prias. O custo deve ser as-sumido pelos órgãos onde estão lotados ou com outros recursos da prefeitura.

Efetivos fora da sala de aula e excesso de contratados Privatizaçãodo ensinopúblico

Durante as pesquisas fo-ram constatadas inúmeras despesas desnecessárias com o recurso do FUNDEB, incluindo o financiamento de 200 Bolsas para Funda-ção Coelho Neto, que custam mensalmente a quantia de R$ 24.266,67 por mês, to-talizando R$ 291.200,04 no ano de 2013. Se os 200 alunos bolsistas estivessem matricula-dos em escolas públicas muni-cipais aumentaria a receita do FUNDEB no ano de 2014 em R$ 457.114,00 (200 X R$ 2.285,57 Valor Aluno Ano). Isto é imoral!

Mas a imoralidade maior está na Privatização do Ensino Público. O valor pago à FUN-DAÇÃO COELHO NETO, da fa-mília do Vereador Antonio Luís, para manutenção de 200 bolsas destinadas a alunos do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) traduz-se num ataque à Escola Pública e no desvio de recursos públicos para financiar o ensino privado. E mais ainda, em ins-trumento de financiamento da base aliada do Prefeito, mais um verdadeiro mensalão. Pior ainda é saber que a Fundação Coelho Neto tem 300 alunos. Portanto, 2/3 funcionam com bolsa do município!

A tabela ao lado demons-tra os gastos com transpor-te escolar em 2013. Ela de-nuncia graves problemas.

A baixíssima utilização de recursos do PNATE. Não se sabe se por incompetência ou má fé ou as duas juntas, Sílvia Carvalho negligen-ciou a utilização desta fonte específica de financiamento do transporte escolar, o que obrigou invadir outra rubri-ca, especialmente o FUN-DEB, com quase 3 milhões. Ou seja, mais da metade dos gastos com transpor-te escolar em 2013 saíram do FUNDEB, recurso este que poderia estar disponí-vel para pagar o salário dos professores.

O prefeito informa nas prestações de conta para o Conselho do FUNDEB, que pagou com recursos próprios algumas empre-sas de transporte, porém nas prestações de contas não aparecem os recursos

PAgAMENTO DE ALUgUéISNo ano de 2013, so-

mente com recursos do FUNDEB, foram gastos R$ 500.058,92, com paga-mento de aluguéis para funcionamento de salas de aula. (Fonte: presta-

ção de Contas do FUNDEB, dez/2013). E aqui não es-tão incluídos outros tantos pagamentos de aluguéis realizados com as outras receitas. Ora, o Governo municipal deveria construir

escolas através de con-vênios disponíveis com o FNDE, bastando enviar pro-jetos. Entretanto, continua alugando imóveis. Por que? Seria mais um grande men-salão?

Pagamentos de transporte escolar em 2013tação feita junto ao Ministé-rio Público e demais Órgãos de fiscalização.

Igualmente escandaloso e imoral é que – conforme se comenta nas esquinas de Caxias, todas essas Em-presas são de propriedade dos Senhores Vereadores de Caxias, disfarçadas por laranjas. Isto explica por que o Prefeito não busca recursos para comprar ôni-bus. O transporte escolar é mais uma forma de ma-nutenção do poder na mão do grupo. Para isso não im-porta que aluno corra risco de vida em ônibus velho caindo os pedaços, dirigido por motorista não habili-tado para conduzir trans-porte escolar. Para isso não importa que os trabalhado-res da educação recebam salários de miséria. O que importa é manter o poder e aumentar o patrimônio privado dos integrantes do grupo.

varam os auditores do TCU em 2010: A EXISTÊNCIA DE 02 ÔNIBUS NOVOS NA GARAGEM, SEM RODAR. E, ainda, um terceiro ônibus que não foi comprado, mas cujo recurso já se encontra-va na conta há meses.

O fato torna-se ainda mais grave quando obser-vamos o estudo feito pelo Conselheiro do SINTRAP junto ao CONFUNDEB, o qual constatou que:

“INDÍCIOS DE PA-GAMENTOS INDEVI-DOS ÀS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE ALUNOS, NO ANO DE 2012, PODE CHEGAR A R$ 1.461.080,16”.

Esse é o titulo da represen-

que chegaram para o Ensi-no Médio, estaria o gover-no desviando estes recur-sos? A quantia paga para as empresas de transporte escolar daria para com-prar 36 microônibus novos adaptados ou 38 microôni-bus novos sem adaptação, então, por que o governo não compra ônibus, uma vez que tem recursos?

Mais grave ainda é que todo esse gasto poderia ser sensivelmente reduzido uti-lizando-se transporte pró-prio, pois, o que não falta é fonte de convênio com o FNDE para aquisição de ôni-bus. Mas o Prefeito e sua ca-pitã-do-mato fazem questão de ignorar esta fonte. Quan-do, esporadicamente, a uti-lizam, ocorre o que compro-

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3 Informativo SINTRAP

Recursos recebidos do SUS pela gestão dos Coutinhos no período de 01/2005 a 04/2014Atenção Básica ....................................................................R$ 98.914.354,35Alta e Média Complexidade ...................................................R$ 332.152.985,18Assistência Farmacêutica ......................................................R$ 5.993.466,64Gestão do SUS ....................................................................R$ 1.082.131,55Vigilância em Saúde .............................................................R$ 12.304.696,09Investimentos .....................................................................R$ 2.079.085,75Diversos .............................................................................R$ 350.000,00Total ................................................................................. R$ 453.876.719,56Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/saude-com-mais-transparencia

Recursos recebidos por meio de Convênios com o Ministério da Saúde, no mesmo período:.....................................................................................R$ 1.313.041,62.Fonte: Portal da Transparência Total ..................................................................................R$ 455.189.761,18

Fontes: site SIOP e Banco do BrasilObs: O ano de 2014 até início de abril e os valores dos impostos municipais 2013 e 2014 estão por estimativas relaciona-das o ano de 2012.

ABANDONO:Hospital Geral, MaternidadeCarmosina, Hospital Infantil e Postos de Saúde

Estruturas deterioradas precisando de reformas, falta de higiene no ambien-te predial, falta de material para o atendimento médico, falta de EPI – Equipamento de Proteção Individual, falta de leitos, falta de vestimen-ta e lençol para os pacien-tes, falta de água potável para o consumo, demora no atendimento de consul-ta, realização de exames e cirurgias, falta de médicos especialistas, falta de apare-lhos emergenciais nas UTI’s, postos de saúde sem con-dições de garantir atendi-mento e com os consultórios odontológicos funcionando precariamente ou totalmen-te sem funcionar, como por exemplo, do bairro Caldei-rões que não funciona há três anos.

Salários reduzidos e defa-sados, não recebimento do adicional de insalubridade e do adicional noturno, dificul-dade na concessão de férias e da licença-prêmio, inexis-tência de Plano de Carreira e Salário – PCS.

Com relação aos salários, observa-se um fato curioso: desde 1990 foi aprovada a Lei 8.142, a qual determina que, para gerir os recursos do SUS, dentre outras exigências, o Prefeito deverá criar uma co-missão com vistas à implanta-ção de um Plano de Cargos e Salários no prazo de 2 anos. Desde aquele período que os sucessivos Prefeitos adquiri-ram status de gestor integral do SUS. Porém já se passa-

ram 24 anos e nem sinal de Comissão, muito menos de PCS para os trabalhadores da saúde. Trata-se da mais desla-vada conivência das autorida-des federais e estaduais, bem como dos órgãos de fiscaliza-ção (MP, CGU, TCU e TCE) com mais esta aberrante ilegalida-de praticada pelos detentores do poder em Caxias contra os trabalhadores da saúde. A única ação em relação aos trabalhadores são pressões, ameaças e opressão.

A Coordenadora da Atenção Básica de Saúde, Alessandra Daniel assumiu função seme-lhante à de Sílvia Carvalho na Educação: tratar os trabalha-dores como escravos e agir com MÃO DE FERRO. A Secretária

de Educação quando desempe-nhava a função de professora era negligente, o comentário que circula na cidade é que Alessandra quando atendia no consultório odontológi-co do PAM era até pior que Sílvia Carvalho. Comenta-se também que esta coordena-dora da saúde destruiu este atendimento e agora atua para acabar de vez com o já precarizado Hospital Geral. Mas o certo é que a seme-lhança entre as duas é forte: precarizar serviços que têm volume de recursos gigan-tesco, como Saúde e Edu-cação e pagar salários de miséria por uma jornada de trabalho desumana aos tra-balhadores.

PREFEITO FORA DA LEI, Servidores da Saúde escravizados

Falta de transparênciae ilegalidade naSaúde de Caxias

O Gestor do SUS do Muni-cípio não apresenta o Rela-tório da Prestação de Contas da Saúde em audiência pú-blica na Câmara de Vereado-res até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, de acordo com o que deter-mina o § 5º do art. 36 da Lei Complementar nº 141, de 13/01/2012.

O Gestor do SUS não apresenta a Prestação de Contas com os documentos de comprovação das despe-sas no Conselho Municipal de Saúde.

O Gestor do SUS não di-vulga na Internet a Prestação de Contas da Saúde periodi-camente e de fácil acesso ao público, contrariando o art. 31 da Lei Complementar nº 141/2012.

O Gestor do SUS deve-ria ter criado o Plano de Carreira, Cargos e Salários dos trabalhadores da Saú-de desde 1992, de acordo com a determinação do in-ciso VI do art. 4º da Lei nº 8.142/1990.

Valor total, mínimo, que a oligarquia Coutinho es-tava obrigada a aplicar na saúde de Caxias: R$ 511.806.975,34 (Quinhen-tos e onze milhões, oitocen-tos e seis mil, novecentos e

setenta e cinco reais e trin-ta e quatro centavos). Com todo este volume de recursos não há qualquer explicação ra-zoável para que a rede munici-pal de Saúde de Caxias esteja na precária condição em que

se encontra. Assim como não tem qualquer explicação ra-zoável para não ter sido im-plantado o Plano de Cargos e Salários dos servidores da saú-de, cuja previsão legal data de 1990 (Lei 8.142/90).

SOBRE A SAÚDE

Outros recursos que a prefeitura tem para gastos com a Saúde

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4 Informativo SINTRAP

NEFROLOgIA:garante grandes lucros aos CoutinhosDentro dessa montanha de recursos recebidos pelos Cou-

tinhos para aplicar na saúde (mais de meio milhão de reais), destacam-se ainda os recursos para a ação estratégica NE-FROLOGIA (antes denominada de terapia renal substituta) foram crescentes ao longo da era Coutinho, enquanto que os recursos para as demais ações estratégicas foram defi-nhando, veja gráfico ao lado:

Infelizmente não se trata de crescente preocupação dos poderosos com o trata-mento dos dependentes de hemodiálise na região. A in-tenção desse crescente re-curso para a NEFROLOGIA, em detrimento das outras ações estratégicas, não foi pensando no cuidar da saú-de da população, mas au-mentar os lucros da CASA DE SAÚDE DE CAXIAS, de propriedade do ex-prefeito Humberto Coutinho.

Para o Tribunal de Contas da União, contratar empre-sa de propriedade do ges-tor é caso de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Diz o TCU em recente acórdão:

“A contratação pela Ad-ministração de empresas

pertencentes a parentes de gestor público envolvido no processo caracteriza, diante do manifesto conflito de in-teresses, violação aos prin-cípios constitucionais da moralidade e da impessoali-dade”.

Trata-se de mais uma fla-grante imoralidade. Nestes 09 anos dos Coutinhos seria tempo suficiente para via-bilizar a construção de um Centro Público de Nefrolo-gia e Diálise. Mas como a intenção é continuar fazen-do fortuna com o sangue do trabalhador, a imoralidade da contratação da Fundação dos Coutinhos com o Poder Público Municipal continua, com a conivência das auto-ridades fiscalizadoras.

Evolução dos Recursos Financeiros das Ações Estratégicas da Saúde

em Caxias

Nefrologia

Outros ações

Desde o dia 03 de abril de 2012 que Caxias rece-beu do Ministério da Saú-de, R$ 738.862,00, para construção de um Centro de Oncologia, anexo ao Hospi-tal Geral. Após dois anos, a população que precisa deste atendimento continua so-frendo a desumanidade dos Coutinhos, vendo seus en-tes queridos morrerem por pura ganância dessa família em aumentar seu patrimô-nio, negando o direito do povo a atendimento básico. Uma construção que, com o mínimo de preocupação não levaria seis meses para ser efetivada, está com mais de 24 meses. Desde a oli-garquia dos Marinhos que os portadores de CA espe-ram a construção do Hos-pital do Câncer em Caxias, lembram? Neste período os recursos chegaram e os Ma-rinhos surrupiaram.

Somente agora na cam-panha de Flávio Dino para Governo (que tem a Pre-feitura de Caxias como seu principal financiador) é que a obra do Centro poderá ser concluída, mas ainda assim, não é garantia de atendi-mento, pois os equipamen-tos e profissionais especia-lizados poderão aparecer

Centro Oncológico não sai e pacientes morrem

somente nas eleições de 2016, na recandidatura de Leonardo Coutinho a pre-feito.

Infelizmente, nesta mi-serável forma social os tra-balhadores, que produzem toda riqueza, têm seus di-reitos básicos negados, en-quanto aqueles que não fazem nada - a não ser chi-cotear os que trabalham, verdadeiros sanguessugas - desfrutam de vida boa. Os trabalhadores, além de sus-tentar estes vampiros, para ter um atendimento míni-mo, ficam à mercê do opor-tunismo do uso dos serviços públicos para propagandas eleitorais.

Situação do Centro Oncológico de Caxias

Agentes Comunitáriosde Saúde tem custozero para Prefeitura

Em 2014, para o programa Agente Comunitário de Saú-de, a Prefeitura já recebeu R$ 1.441.112,00 (um mi-lhão, quatrocentos e qua-renta mil, cento e doze re-ais). Este programa deve se estruturar financeiramente sobre a responsabilidade da União, Estados e Municípios. Desde sua criação, em Ca-xias, o recurso que sustenta o programa tem sido apenas o repassado pela União. Os trabalhadores deste segmen-to vêm sofrendo desde a luta por efetivação, e até mesmo o oportunismo de alguns po-líticos que vêm usando o mo-

vimento para garantir apoios eleitorais.

No final de 2013 os traba-lhadores organizaram a luta para garantir em seus contra-cheques ao menos integral-mente o valor repassado pela União, pois o Governo sequer entra com contrapartida para o pagamento dos encargos sociais, tudo é pago com o repasse da União. O prefei-to coloca, nos contracheques dos trabalhadores, o adicio-nal de insalubridade, só que este adicional é pago com o próprio recurso da União. A malandragem acontece por meio da astúcia de manter o salário base em patamar que só atinja uma parte do va-lor Federal de tal modo que o restante possa garantir o pagamento da insalubridade e dos encargos sociais. Des-ta forma o programa Agente Comunitário de Saúde tem custo zero para a Prefeitu-ra. Durante os nove anos da ditadura Coutinho Caxias já recebeu R$ 27.546.040,00 (Vinte sete milhões, qui-nhentos e quarenta e seis mil e quarenta centavos).

Através da luta, o ano passado, o Prefeito Leonar-do Coutinho foi obrigado a receber os trabalhadores. No entanto, segundo um trabalhador do segmen-to, nesta reunião, o prefei-to afirmou que o Programa Agente Comunitário de Saú-de é apenas um apêndice da Atenção Básica da Saúde, que o governo federal acaba na hora que quiser e todos serão demitidos e a prefei-tura não assumirá qualquer responsabilidade com esses trabalhadores.

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5Informativo SINTRAP

Somente após muita insistência do SINTRAP a Mesa Diretora da Câmara Municipal abriu espaço aos Trabalhado-res Públicos Municipais para o que se-ria uma Audiência Pública no dia 23 de abril. No entanto, o que aconteceu foi o já esperado pelo SINTRAP. A abertu-ra do espaço foi mera forma da maio-ria dos “vereadores” tentar manipular quem está na defesa dos interesses do povo.

Uma Câmara que em vez de estar na busca pela fiscalização correta da aplica-ção dos recursos públicos, não cumpre sua função, ainda tenta impedir ação dos que buscam fazer a denúncia. No dia 23 de abril, foi ridículo e repugnan-te o comportamento da Presidência e da maioria dos vereadores presentes. Pois, em vez de garantir o tempo necessário aos representantes do SINTRAP para exposição de todo o material recheado de denúncias, de irregularidades, a pre-sidente limitou o tempo em 30 minutos e ficou sistematicamente pressionando os sindicalistas, ameaçou suspender a exposição quando o assessor jurídi-co do SINTRAP tentou conversar com os expositores, numa ação extrema de autoritarismo desligou o microfone da representante do Sindicato, com o ob-

jetivo de inviabilizar as denúncias que a exposição trazia. Tudo isso só com-prova a falta de conhecimento da ve-readora no que se refere aos princípios democráticos e do livre acesso de advo-gados para assessoria técnica aos seus clientes. A ira da “vereadora” virou-se mesmo contra qualquer manifestação da plenária ameaçando também acabar com a audiência.

Somando ao autoritarismo houve o cinismo e deboche dos vereadores Má-rio Assunção, Jerônimo, Ronaldo Cha-ves e Antônio Luis ao fazerem a defesa do Governo, justificando os desvios dos recursos. Mário Assunção concorda com os aluguéis de ambientes insalubres para funcionar salas de aulas. Eles fize-ram descasos das observações dos re-presentantes do SINTRAP quando afir-maram que os aluguéis já se estendem há mais de 09 anos. A obrigação desse vereador seria fazer a denúncia desta imoralidade que contamina o serviço público, tirando o direito de um salário decente aos trabalhadores e qualidade nos serviços.

Jerônimo, defensor mais aguerrido do governo, disse que acha que o re-curso do FUNDEB não pode ser usado 100% para pagamento dos trabalha-

dores da Educação. Se for verdade os comentários populares (e onde há fu-maça, há fogo) que os ônibus de trans-portes escolar dos Alunos da Escola Ar-lindo Fernandes pertence a Jerônimo e que, conforme prestação de Contas do FUNDEB no ano de 2012 recebia men-salmente mais de R$ 5.800,00 a mais do valor do serviço, ou seja, de forma superfaturada é claro que o “vereador” tem que defender a redução do salário do professor ao mínimo. Antonio Luis defendeu as bolsas pagas pela Prefei-tura à Fundação Coelho Neto, que é de sua família, justificando a qualidade do ensino e desqualificando escola pública, deixou claro que não está preocupado com o ensino público para os filhos dos trabalhadores. Da mesma forma de-monstrou descaso com a saúde pública ao afirmar que os serviços de nefrologia serão melhores oferecidos em hospitais privados.

Estas posturas não surpreendeu o SINTRAP, são velhas conhecidas, pois indivíduos que gastam rios de dinhei-ro para ser eleitos, é claro que a única preocupação é garantir as vantagens particulares políticas e financeiras. Nes-tes interesses não entram os interesses dos trabalhadores.

CÂMARA MUNICIPAL: “Defesa” ou Algoz do povo?

A grandeza e a importânciado SINTRAP

As últimas eleições da direção do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Caxias - SINTRAP, foram extremamente reveladoras para os trabalhadores, pois mostrou de fato quem são os explorados e os opres-sores em Caxias.

Antes de iniciar as campanhas eleitorais para a Ditoria Colegiada do Sin-dicato, a máquina opressora do governo dos Coutinhos já atuava arquite-tando maneiras de como tomar e destruir o SINTRAP. O Governo – sob a liderança da Secretaria de Educação – arregimentou pessoas que por pres-são ou interesse pessoal, como ex-candidatos a vereadores e alguns verea-dores da base do governo, alguns diretores de escola, e os contratados, na investida contra os trabalhadores na eleição do SINTRAP. Os comentários é que a vitória era certa e já havia os preparativos para uma grande carreata para comemorar a vitória sobre os trabalhadores e o fim do Sindicato, pois até especulação já havia: Quanto vale a sede do Sindicato?

O melhor reconhecimento da grandeza e importância do SINTRAP em Caxias, foi do prefeito Léo Coutinho numa certa reunião: “Não bastasse os muitos calos que tenho, ainda tem esse calo do SINTRAP que ninguém consegue tomar”.

Classe trabalhadora caxiense, vejam como nossos inimigos nos temem e reconhece o quanto é GRANDE E IMPORTANTE o SINTRAP, o nosso Sindica-to, que continuará firme na defesa dos trabalhadores.

Você trabalhador público, venha participar das reuniões e decisões do seu Sindicato e você que ainda não é filiado, venha filiar-se. Ajude-nos a fortalecer nossa luta contra quem nos oprime e quer nos massacrar, tirando nossos direitos. Venha reforçar a FORTALEZA da nossa classe, o SINTRAP!

FESTA DEPOSSE

O SINTRAP convida todos os tra-balhadores públicos municipais a participarem da festa de posse da nova Diretoria Colegiada.

Dia: 09 de maio de 2014

Local: Marília Eventos

Horário: 20h

Animaçãomusical: Timão

Venha e alegrea sua festa, a festa dos Trabalhadores Públicos

Municipais de Caxias

Jornalista/Diagramador: Giovani CastroContatos: (86) 8817-6606 / 9473-7039

E-mail: [email protected]

Acrisio Mota, Silvana Moura, Nazaré Lima, Arimatéia Rocha, Carla de Nazaré, Jesus Santana, Valdelise Pereira, Suiany Freitas

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6 Informativo SINTRAP

Quanto a uma parte da-quela montanha de recur-sos, já se encontra plena-mente comprovado o desvio

Trata-se de desvio de re-cursos oriundos de um con-vênio com a Secretaria de Saúde do Estado do Mara-nhão, em 2006, no valor de R$ 550.000,00, destinado à aquisição de remédios para a saúde de Caxias. Mas que, conforme as denúncias do Ministério Público, Hum-berto Coutinho utilizou na campanha eleitoral de Jak-son Lago em 2006, campa-nha na qual também eram candidatos e foram eleitos, sua mulher Cleide Coutinho e Flávio Dino.

A fraude consistiu em comprovar a aplicação dos recursos, compra de remé-dios, apresentando Notas Fiscais falsas, emitidas pela

Desvio de recurso da saúde e processo criminale o Sr. Humberto Coutinho responde inclusive a uma ação criminal por conta desse desvio.

firma P.R. Cardoso, uma Empresa de fachada, com sede em uma casa simples do bairro do Maiobão, em Paço do Lumiar, onde nunca funcionou qualquer empre-sa, muito menos distribui-dora de remédios.

Infelizmente a morosida-de da justiça é outra alia-da dos Coutinhos. Este fato ocorreu em 2006, a denún-cia foi feita pelo Ministério Público somente em 2010 e a ação correu a passos de tartaruga no TJ. Des-de fevereiro de 2013 que o desembargador determi-nou a baixa do processo para a primeira instância (pelo fim do mandato, HC perdeu o “Foro Privilegia-

do”), mas até o momento ela não chegou em Caxias, mais de um ano para vir de São Luis. Humberto Cou-tinho – que deveria estar preso - vai permanecer li-vre, cometendo outros des-mandos na política, até se aposentar, sem nenhuma punição.

Por tudo isso, conclui-se que os recursos recebidos pela Saúde Municipal de Ca-xias, de 2005 a 2014, são suficientes para estruturar os Postos, Maternidade e Hospitais, para ofertarem um serviço público de saú-de de qualidade aos cida-dãos; os recursos também são suficientes para remu-nerar de forma digna os trabalhadores públicos da Saúde. Se essa realida-de não aconteceu, com certeza a culpa foi da má administração e desvio dos recursos, por parte do Poder Executivo, bem como da negligência do controle e fiscalização da aplicação dos recur-sos por parte das autori-dades federais e estadu-ais, e especialmente da Câmara Municipal.

Verifica-se que para qua-se todas as despesas da Saúde existem convênios específicos, consequente-mente os recursos próprios

do Município destinados à Saúde seriam suficientes para custear as despesas de implementação de um PCCS para os servidores da Saúde (conforme man-da a Lei 8.142/1990), ob-viamente melhorando os salários e estimulando a progressão na carreira dos trabalhadores públicos da Saúde.

Se os recursos existem e são suficientes para garan-tirem os direitos, por que os governantes insistem em negar as condições de vida para os trabalhadores e permanecerem ao arrepio da lei?

Por isso o SINTRAP com-pareceu à Câmara para exi-gir que ela cumpra o seu papel tomando as provi-dências administrativas e jurídicas sobre essas ile-galidades acima expostas cometidas pelo Gestor do SUS, até agora com o si-lêncio complacente daquela Casa. Por isso o SINTRAP levará mais uma vez as de-núncias às autoridades fis-calizadoras, federais e es-taduais.

O SINTRAP também não abre mão de organizar os trabalhadores para luta-rem coletivamente por es-ses seus direitos ora rou-bados.

Na construção e reforma de escolas, o desvio de dinheiro também ocorre de forma des-carada. Citamos dois casos já comprovados.

O primeiro, o caso da refor-ma das escolas Antonio Edson e Paulo Marinho, para o que a Construtora V.E. DE SOUSA PEREIRA LTDA (CONSTRU-gESSO) - de propriedade do filho e da mulher do Vereador Elias do Gesso – recebeu 145 mil reais em 2009, mas nunca realizou a reforma, conforme constataram os auditores do TCU.

Outro caso é o da Cons-trutora SOTERRA que re-cebeu, em 2011, pagamento dos serviços de reforma das escolas UIM Hélio Queiroz, UEM Belmiro de Paiva e UIM Márcia Marinho, no valor de R$ 388.459,60. Todavia, já se sabe que este serviço nun-ca foi concluído. Fruto de uma denuncia do Conselheiro re-

Construção e Reformas fantasmas de escolas

n CONTINUANDO A DISCUSSãO SOBRE A SAÚDE

n AINDA SOBRE A EDUCAçãO

presentante do SINTRAP junto ao CONFUNDEB, a Construto-ra que nunca tinha passado na porta da Escola Márcia Mari-nho, apareceu por lá e iniciou uma reforma, mas logo aban-donou. Continuando a denún-cia, a Prefeitura teve de agir e apresentou, no CONFUNDEB, um TAC – Termo de Ajus-te e Conduta, assinado pela Construtora, em 10.04.2013, com prazo improrrogável para concluir a reforma até 10.08.2013, ela até hoje não concluiu a obra, que continua abandonada.

O Governo não melhora os salários dos professores e dos demais servidores da Educa-ção porque não tem compro-misso com a Educação, pois o Ministério da Educação, confor-me ficou demonstrado, dispõe de programas específicos para cobrir os gastos de toda a es-trutura da educação (Constru-

ção e equipamento de escolas, Transporte, Material didático e Merenda), deixando o FUNDEB unicamente para garantir a me-lhoria dos salários dos trabalha-dores.

Mesmo a Prefeitura não uti-lizando integralmente as fontes de recursos, já se constatou, em 2013, que as únicas despe-sas que o Município paga com recursos não conveniados são aluguéis, parte do transpor-te escolar e parte da merenda escolar, que não somaram R$ 6 milhões de reais no ano de 2013. Essas despesas pode-riam ser pagos com os recur-sos próprios (5% dos impostos que contribuem para o FUNDEB e 25% das demais receitas pró-prias) que totalizaram no ano de 2013 R$ 9.483.838,18.

Consequentemente, os 100% do FUNDEB só deveriam ser uti-lizados para pagar os salários dos trabalhadores da Educação,

o que seria suficiente para pagar um salário digno a estes traba-lhadores, uma vez que é impos-sível ter melhoria do ensino com professores recebendo salário de miséria, um salário que não corresponde sequer aquilo que está na lei do PCS.

ESTA SITUAçãO COLOCA PARA NÓS, TRABALAHDO-RES DA EDUCAçãO, A UR-gÊNCIA NA LUTA PARA EN-FRENTAR ESTE PODER E MELHORAR NOSSAS CON-DIçÕES DE VIDA, OU NOS PREPAREMOS PARA CONTI-NUAR AUMENTANDO AS FI-LAS DO CAPS E DO CEREST EM BUSCA DE TRATAMENTO DAS DOENçAS PROVOCADAS PELAS CONDIçÕES DE VIDA E DE TRABALHO QUE O PO-DER ESTÁ NOS IMPONDO, ENQUANTO O PATRIMÔNIO DOS COUTINHOS AUMENTA, DE FORMA MÁgICA, EM VO-LUME gIgANTESCO.

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