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JACQUES RIBEMBOIM

A verdade em xeque. Masserá que ela existe? Ogrego Carnéades respon-

deria que não. São Tomás deAquino, que sim. Descartes, con-forme o referencial, e os cubis-tas, conforme a perspectiva. Osfranceses, sempre pródigos emrelativizar, aplaudiram quandoo alemão Einstein descobriu a re-latividade. E Goebbels martelou,até o fim, que uma mentira repe-tida mil vezes vale por uma ver-dade. Agora, deparamo-noscom uma proposta inovadora,formulada por Dilma Rousseff eum grupo de petistas ranhetos.

Para eles, “impeachment égolpe”! Escrito assim, com excla-mação, na forma de slogan. Emdecorrência, eu precisaria urgen-temente me reconhecer comogolpista. E aceitar que minha tiatambém o seja. Meus vizinhos se-riam todos, assim como minhadiarista e o zelador do prédio.Os colegas de trabalho, quase to-

dos, golpistas. E golpistas se-riam os goleiros do Sport, Náuti-co e Santa Cruz. Afinal, comojustificar a destituição de umapresidente eleita democratica-mente, com o voto da maioriada população brasileira?

Maioria da população? Nadadisso. Dilma foi sufragada no se-gundo turno, em 2014, com51,6% dos votos válidos, prove-nientes de 54,5 milhões de eleito-res. Isso corresponde a um quar-to da população total; a 38%dos eleitores registrados e a48,4% dos eleitores que compa-receram às urnas. Somando-se

os votos nulos, em branco oudestinados a Aécio Neves, o to-tal é aproximadamente de51,6%. Como se vê, a maioria dis-se “não” a Dilma.

Aqui no Brasil, na seara dasverdades e mentiras, há uma no-va gradação: 1 - a verdade (sem-pre relativa); 2 - a meia-verdade(ou meia-mentira, a dependerdo advogado); 3 - a verdade en-contrada na internet (geralmen-te mentira); 4. a mentira (refu-tável à Popper); 5 - a mentira ca-beluda (que nem precisa ser re-futada) e, finalmente, 6 - a men-tira cabulosa (categoria espe-cial, criada exclusivamente parao lema “impeachment é gol-pe!”).

O mantra petista é cabuloso,sim. Porque fadiga os ouvidos,ameaça a inteligência e intimidaos amigos. E, mais que tudo,ofende a memória.

● Jacques Ribemboim,economista ambiental eengenheiro de petróleo.

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IMPOSTOSCarga tributária (de produtos eserviços aos consumidores)aproximada: 3,65%

JOÃO REGIS

N ão bastassem as epide-mias, em 2016, de den-gue, chicungunha e zi-

ka, aparece de modo antecipadoo surto de gripe, com presençamarcante do vírus influenzaA(H1N1). Prevalece no Sudeste:80% dos casos graves, epicentroem São Paulo até o inicio deabril. Tenta-se explicar pela bai-xa cobertura vacinal do ano pas-sado e contágio de brasileiros noexterior. A gripe foi descrita pelaprimeira vez por Hipócrates, emAtenas em 412 a.C.

Nos últimos 400 anos inúme-ras epidemias assolaram o mun-do, principalmente as pande-mias, como a gripe espanhola,pelo A(H1N1) de 1918, a maior dahumanidade, com 50 milhões demortes. Mais de 200 cepas de ví-rus atacam, ora produzindo qua-dros mais leves, os resfriados,ora quadros mais sérios, as gri-pes ou influenza –- palavra italia-na utilizada nos primórdios para

atribuir à sua origem a influênciados astros.

Os resfriados são comumenteproduzidos pelos rinovírus e asgripes pelos vírus influenza A, Be C, sendo o A responsável pelamaioria de casos e os mais gra-ves. As gripes apresentam sinto-mas acentuados, febre elevada edores intensas pelo corpo, quepodem se agravar com cansaço efalta de ar, caracterizando a Sín-drome Respiratória Aguda Grave(SRAG). As epidemias sazonaisocorrem no outono e inverno,quando as pessoas ficam maisconfinadas – no Brasil, de maio a

julho. Têm atingido atualmentemenos pessoas, pelo uso de vaci-nas. Antes acometiam de 5 a 15%da população mundial, com 250mil a 500 mil mortes/ano. Essessurtos estão mais diretamente re-lacionados às pequenas mudan-ças genéticas dos vírus, o queobriga a novas formulações devacinas a cada ano. As vacinasdão proteção em torno de 60% equando se consegue coberturaem torno de 80%, com reaçõesmínimas, são capazes de reduzirde 39 a 75% a mortalidade.

Pesquisadores buscam produ-zir vacina universal para prote-ger de qualquer vírus influenza.Para evitar disseminação, vale la-var as mãos com sabão e não es-pirrar no meio ambiente. Dianteda SRAG, há necessidade de cui-dados médicos e uso do antiviralOseltamir.

● João Regis é médicoinfectologista (AMB/SBP) emembro da Academia Brasileira dePediatria

SÉRGIO GONDIM

E screvo assim mesmo,com o “Dr” antes, poisnunca consegui chamá-

lo de Paulo. Foi meu professor etive com ele uma só aula em to-do o curso de medicina: síndro-me nefrótico. Já na vida, eu nãoconto quantas. Coisas da univer-sidade! Por estranho que pare-ça, depois que saiu da faculdadefoi que mais ensinou. Não tive oprivilégio de frequentar as suasreuniões clínicas, mas quem asfrequentou incorporou algo damaneira Paulo Meireles de sermédico. Nunca entendi a aten-ção que sempre teve comigo, ocarinho até. Explicava e ouvia,me tratando como igual, desdesempre, mesmo estando anos-luz à frente. Pouca convivência,mas muita presença, pairandopelos ares no seu aviãozinho epor telepatia, só pode!

Não é incomum que pacien-tes com sintomas mais difíceisde diagnosticar busquem a aju-

da de mais de um médico e esti-vemos juntos em vários deles,assim como muitos outros médi-cos da cidade com quem deba-tia no melhor interesse dos pa-cientes. Às vezes os clientesnem sabiam que estávamos emcontato, trocando ideias e insti-gando o raciocínio clínico umdo outro. Lembro-me de um ca-so em que concluímos tratar-sede uma doença rara. Seguimosuma linha de raciocínio seme-lhante, mas a diferença foi o fa-to dele ter encerrado a sua análi-se por volta das 3 horas da ma-drugada, depois de revisar a lite-

ratura e perder o sono, como meconfessou, excitado. Naquela al-tura já estava com pouco maisde 80 anos, com o entusiasmo, avibração e a energia que não sevê hoje em dia em ninguém de30. Era um menino no físico, naterra e no ar. Exemplo maior daelegância que conta, aquela dasimplicidade, da gentileza, daeducação, da competência, essasim uma grife, a grife Dr. PauloMeireles.

Agora, quietinho, não haveráde estar, perdendo tempo certa-mente que não, nem falandomal da vida. Estará estudando oambiente e indagando os por-quês, estará querendo saber oque é, como é e o que precisa serfeito para facilitar o acesso dosdemais, quando chegar a hora.Deve estar acendendo as luzesdo caminho.

Dr. Paulo, tendo uma chance,continue iluminando este mun-do.

● Sérgio Gondim é médico

Um golpe da democracia

E nquanto cresce a insatisfação po-pular com seu governo, o presi-dente Nicolás Maduro não hesita

em seguir a rota da insensatez no coman-do da Venezuela. Nos últimos dias, como aumento das manifestações de oposi-ção pelo país, pedindo inclusive o encur-tamento do mandato presidencial, o su-cessor de Hugo Chávez ameaçou elevaro nível do estado de emergência que jáfoi decretado em território venezuelano.O “estado de exceção e emergência eco-nômica” foi decretado na sexta-feira pas-sada, com duração prevista de 60 dias,

aumentando os poderes presidenciaispara tomar decisões sobre as áreas de se-gurança, energia e distribuição de ali-mentos. Estas áreas refletem a crise en-frentada por um povo a cada dia maissubmetido ao descontrole da violência,à falta de energia elétrica e ao desabaste-cimento dos supermercados.

O novo recurso de força contra os des-contentes pode ser a adoção de um de-creto de “comoção interna” para lidarcom os “atos golpistas violentos”, segun-do Maduro. A contradição da reação vio-lenta não incomoda o presidente vene-

zuelano, que se diz pronto para “lutar pe-la paz e pela segurança” do país. A restri-ção de liberdades que pode emergir daípretende abafar os levantes e calar as vo-zes daqueles que pregam um referendopara revogar o mandato de Maduro eafastá-lo da presidência. Protestos recen-tes em pelo menos vinte cidades termina-ram em confrontos e vários manifestan-tes detidos.

Sem ter como explicar à população asrazões pela crise por que atravessa a Ve-nezuela, Nicolás Maduro recorre à estra-tégia – tão usada por Chávez – de apon-

tar os Estados Unidos como causa da des-graça que aflige os venezuelanos. O últi-mo lance dessa tática diversionista foianunciar um protesto diplomático con-tra a suposta “entrada ilegal com objeti-vos de espionagem não usuais” de umavião militar norte-americano no espaçoaéreo de seu país.

O imperialismo ianque, como era cha-mado, continua o grande inimigo dos“governos populares” como o da Vene-zuela. Para expressar seu repúdio ao pro-cesso de impeachment em curso no Bra-sil, denominado por Maduro de “golpede estado parlamentar”, o presidentedos venezuelanos afirmou com todas asletras que o impedimento de Dilma Rous-seff “faz parte da ofensiva imperialistapara acabar com os governos populares

e implementar outra vez seu modelo neo-liberal repressivo”. A pérola de retóricapopulista foi lembrada pelo economistae consultor Sérgio Buarque, no artigoGolpe na Diplomacia, publicado ontemno JC.

A possibilidade de piora das condi-ções políticas da tirania bolivariana naVenezuela, com a ativação da “comoçãointerna”, afronta a democracia em todoo continente latino-americano. O longotempo de trevas que vem desde HugoChávez resulta numa economia destroça-da, em ruínas, que levará tempo parasair da escuridão. Em comparação com atragédia venezuelana, a crise brasileira,em que pesem o drama econômico e opastelão político, está longe dos patama-res obscuros da pátria de Maduro.

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Nos últimos 400anos, inúmerasepidemiasassolaram o mundo

Gripe/Influenza A (H1N1)

Depois que saiuda faculdade,foi que maisensinou

Dr. Paulo Meireles

Agora,deparamo-noscom uma propostainovadora

Trevas na Venezuela

JC12 Jornal do Commercio Recife, 20 de maio de 2016 sexta-feira

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