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NDICEQuem Judeu? O que o Judasmo 47 captulos explicativos sobre pontos importantes da vida e valores do Povo Judeu A tica Judaica Textos para Leitura Complementar Hebraico muito Bsico

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IMPORTANTE1. Voc encontrar um volume expressivo de informaes em lngua portuguesa sobre Israel, atualidades, cultura, relaes pblicas, diplomticas e comerciais no site: http://brasilia.mfa.gov.il/

2. Para saber as datas de feriados em Israel, acesse a webpage da Cmara de Comrcio Brasil-Israel http://www.cambici.com.br/ e clique em FERIADOS JUDAICOS. A pgina contm (no alto, direita) dois relgios com o fuso horrio entre Brasil e Israel.

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PRIMEIRA PARTE

QUEM JUDEU? O QUE O JUDASMO?

Abraham Shapiro

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INTRODUO

H alguns anos convidei um oficial do exrcito japons, que estava estudando nos Estados Unidos, a assistir um servio religioso que eu ia dirigir. Terminado o servio, quando nos dirigamos para casa, ele me perguntou: - Qual o ramo do Cristianismo representado por sua igreja? - Ns somos judeus - respondi - adeptos da f judaica. Meu amigo japons ficou intrigado. Ele era xintosta, mas lera a Bblia crist. - Mas o que so os judeus? - perguntou o oficial japons. - O senhor se lembra dos israelitas de que fala a Bblia: Abrao, Moiss e Josu? - Lembro-me. - Pois bem, ns somos aqueles israelitas. O Major Nishi exclamou no auge da estupefao: - O qu?! Aquela gente ainda existe?! Do Livro What is a Jew do rabino Morris Kertzer

Embora entre ns a presena tangvel de uma comunidade judaica exclua a possibilidade de semelhante dilogo, tomo a liberdade de afirmar, sem receio de cair em exagero, que existe um desconhecimento generalizado do que so os judeus, suas crenas e seus postulados de f e conduta. Irei mais longe: estou convencido de que esse desconhecimento caracteriza no s a grande massa de no-judeus, como tambm aos prprios judeus em proporo nada desprezvel. Por isso, pareceu-me cabvel e necessrio oferecer um conjunto de informaes sobre o tema poucas vezes abordado: O que o Judasmo? No h dvida de que uma tradio de quatro milnios, to rica de implicaes em toda a civilizao ocidental, dificilmente poderia ser resumida nas poucas pginas de uma apostila de um seminrio sem que se arriscasse melindrar a magnitude de tamanha herana. Desejo deixar patente, por essa razo, que a minha inteno foi a de apresentar uma introduo sumria, como que uma vista panormica. No se trata de traar uma exposio filosfica e terica do Judasmo, mas apenas um relato de suas prticas e crenas, sob forma de dilogo vivo, que lembrasse uma conversao casual e espontnea. Considerando-se que o Judasmo est em constante processo de criao, nem sempre se consegue uma nica interpretao cabal em relao aos elementos de sua complexa bagagem histrica e doutrinria. Torna-se praticamente impossvel, portanto, fazer sua apresentao sem que se exponha a objees e controvrsias. Assim sendo, convm deixar claro que no tenho o menor propsito de incentivar polmicas, como tambm no me apeguei a nenhuma corrente determinada de interpretao. Vou me sentir altamente recompensado e com isso o meu esforo encontraria sua plena justificao se este modesto trabalho conseguir despertar curiosidade para futuras leituras, mais especficas e profundas, e conseguir lanar um pouco de luz, pelo menos em parte, sobre certas impresses errneas no que se refere aos judeus, suas crenas e seus costumes.

Abraham Shapiro

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CAPTULO 1

O QUE UM JUDEU ? muito difcil encontrar uma simples definio do que um judeu. De acordo com a Lei vigente para concesso de cidadania em Israel e em todo o mundo religioso Judaico, Judeu todo aquele que nasce de uma me Judia, ou que aceita, de todo o corao e sem restries, a f judaica. Esta a definio religiosa. Judeu aquele que, no tendo afiliao religiosa formal, considera os ensinamentos do Judasmo - sua tica, seus costumes, sua literatura - como propriedade sua. Esta a definio cultural. Judeu aquele que se considera judeu ou que assim considerado pela sua comunidade. Esta a definio prtica. Como parte de inegvel importncia para qualquer definio vlida, deve-se dizer tambm o que o judeu no . Os judeus no so raa. A histria revela que atravs de casamentos e converses o seu nmero sofreu acrscimos sem conta. H judeus morenos, louros, altos, baixos, de olhos azuis, verdes, castanhos e pretos. E apesar da maioria dos judeus serem de raa branca, h os judeus negros, os Falashas, na Etipia, os judeus chineses de Kai-Fung-Fu e um grupo de judeus ndios no Mxico, cuja origem, at hoje, ainda um mistrio para os antroplogos e arquelogos. Para se compreender o Judasmo, a busca do absoluto no ritual e no dogma deve ser abandonada, para dar lugar a um exame de ampla filosofia qual se subordina a nossa f. As nossas regras de culto so muito menos severas do que as de conduta. Nossa crena no que se refere Bblia, aos milagres, vida eterna - secundria em relao nossa f nas potencialidades humanas e nas nossas responsabilidades para com o prximo. As modificaes introduzidas, no decorrer dos anos, no ritual e nos costumes, so de menor importncia comparadas com os valores eternos que fortaleceram a nossa f atravs de incontveis geraes e mantiveram o Judasmo vivo, em face de todas as adversidades. O Judasmo sempre foi uma f viva, crescendo e modificando-se constantemente como todas as coisas vivas. Somos um povo cujas razes foram replantadas com demasia freqncia, cujas ligaes com as mais diferentes culturas foram muito intensas para que o pensamento e tradies religiosas permanecessem imutveis. Sucessivamente, os judeus fizeram parte das civilizaes, dos assrios e babilnios, dos persas, dos gregos e romanos e, por fim, do mundo cristo. As paredes do gueto foram mais uma exceo do que propriamente uma regra no curso da histria. Tais experincias, inevitavelmente, trouxeram consigo certas modificaes e re-interpretaes. De qualquer maneira, a religio judaica conseguiu se desenvolver sem submeter-se ao dogmtico ou ao proftico. A f do judeu exige que ele jejue no Dia do Perdo. Mas enquanto jejua, aprende a lio dos profetas que condenam o jejum que no feito com probidade e benevolncia. Ele vem sinagoga para rezar e, durante o culto, l as palavras de Isaas dizendo que a orao intil a no ser que ela seja o reflexo de uma vida de justia e de misericrdia. Assim, o Judasmo continua sendo uma f flexvel, que v os valores atravs de smbolos e ao mesmo tempo se precaver contra cerimnias superficiais. Acreditamos em Deus, um Deus pessoal cujos caminhos ultrapassam a nossa compreenso, mas cuja realidade ressalta a diferena que existe entre um mundo com finalidades e outro sem propsitos. Acreditamos que o homem seja feito imagem de Deus, que o papel do homem no universo nico e que, apesar da falha de sermos mortais, somos dotados de infinitas potencialidades para tudo o que (1) bom e grandioso. So essas as nossas crenas religiosas bsicas .

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CAPTULO 2

QUAIS OS PRINCPIOS BSICOS DO JUDASMO ?A maneira mais autntica de adorar Deus a imitao das virtudes divinas: como Deus misericordioso, assim tambm devemos ser compassivos; como Deus justo, assim devemos tratar com justia ao prximo; como Deus tardo em se irritar, assim tambm devemos ser tolerantes em nossos julgamentos. O Talmud fala em trs princpios bsicos da vida: a Tor, ou instruo; o culto ou o servio de Deus, e a caridade ou a prtica de boas aes. (2)

O amor ao saber domina a f judaica. Desde o primeiro sculo da era crist, tm os judeus um sistema de educao obrigatria. A responsabilidade pela educao dos pobres e dos rfos cabia comunidade tanto quanto aos pais. Tampouco se alheavam os antigos rabis psicologia educativa. No primeiro dia de escola as crianas ganhavam bolos de mel com o feitio das letras do alfabeto, para que associassem o estudo ao prazer. O segundo princpio bsico desta religio o servio de Deus. Desde sua mais tenra meninice aprendem os judeus que Ele deve ser adorado por amor, e nunca por temor. O terceiro fundamento do Judasmo a caridade, a genuna caridade que brota do corao . No existe outra palavra hebraica para traduzir caridade seno a que significa "ddiva eqnime", e N dava", em hebraico . A filantropia, observou um notvel erudito, nasceu de dois elementos da religio judaica: o conhecimento de que tudo quanto possumos propriedade do Senhor; e a convico de que o homem pertence a Deus.(3)

Para o judeu piedoso, a filantropia no conhece fronteiras raciais ou religiosas. De acordo com os rabis: (3) "Exige-se de ns que alimentemos os pobres dos gentios tanto como nossos irmos judeus..." Ningum est isento da prtica da caridade - diz o Talmud -, "at quem vive de uma penso deve dar ao pobre"! No primeiro sculo da nossa era, o Rabi Iohanan perguntou a cinco de seus mais preclaros discpulos o que consideravam o alvo supremo da vida. Cada qual ofereceu a sua frmula predileta. Depois de ouvir a todos, disse Iohanan: "A resposta do rabi Elazar ainda a melhor - um bom corao". Outro grupo de estudiosos procurou um nico verso da Bblia que destilasse a essncia da f judaica. E encontraram-no nas palavras do profeta Miquias: "Que que o Senhor pede de ti, seno que pratiques a justia e ames a beneficncia e andes humildemente com o teu Deus".(4)

CAPTULO 3

OS JUDEUS ACREDITAM VERDADEIRA?

QUE

O

JUDASMO

A

NICA

RELIGIO

Os judeus consideram a sua religio a nica para os judeus; jamais condenam, porm, o devoto de qualquer outra f. Diz-nos o Talmud: "Os justos de todas as naes merecem a imortalidade". Acreditam eles em certos conceitos ticos essenciais: decro, benevolncia, justia e integridade. A estes consideram verdades eternas, mas sem se arrogarem o monoplio dessas verdades, pois reconhecem que toda grande f religiosa as descobriu. Era o que Rabi Meir tinha em vista quando, h cerca de dezoito sculos, afirmou "Gentio que segue a Tor no inferior ao nosso Sumo Sacerdote".

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CAPTULO 4

OS JUDEUS SE VEM COMO O POVO ELEITO ?As palavras "povo eleito" deram origem a muitas ilaes capciosas. A maioria delas provm da falta de familiaridade com a tradio judaica e de uma incompreenso daquilo que o Judasmo considera seu papel especfico e sua responsabilidade. No se consideram os judeus dotados de quaisquer caractersticas, talentos ou capacidades peculiares, nem tampouco que gozem de algum privilgio especial aos olhos de Deus. A Bblia refere-se escolha de Israel por Deus, no em termos de preferncia divina, mas antes por divina intimao. Israel foi escolhido para trilhar uma vida de grandes exigncias espirituais; para honrar e perpetuar as Leis de Deus e transmitir a Sua herana. Relata a tradio o episdio do Monte Sinai, em que a Tor foi completada. Deus oferecera o rlo sagrado a diversas outras naes antes de oferec-lo a Israel. Julgando que os Dez Mandamentos lhes impunham muitas limitaes, os moabitas recusaram a Tor. Tampouco os amonitas quiseram aceitar restries sua liberdade pessoal. Israel, porm, aceitou a Lei sem reservas. Os judeus de nossos dias, portanto, consideram-se um povo que escolhe, antes que um povo escolhido, e aceita "o peso da Tor", e a responsabilidade de transmitir sua moral bsica e suas verdades espirituais. Todavia, os judeus responsveis rejeitam qualquer degenerao desse senso de fatalidade num arrogante e vazio jacobinismo ou numa confuso de responsabilidade com privilgio.

CAPTULO 5

QUAL O CONCEITO JUDAICO DE PECADO ?O conceito judaico de pecado se ampliou e transformou atravs dos sculos. Para os antigos hebreus, o pecado consistia na violao de um tabu, uma ofensa contra Deus, pela qual deveria ser oferecido um sacrifcio expiatrio. Gradativamente, com o correr dos anos, este conceito se dilatou. O pecado passou a significar a nossa inabilidade em nos conformarmos com nossas plenas potencialidades, o nosso malogro em cumprir nossos deveres e arcar com as nossas responsabilidades como judeus e como povo de Deus. Estas "grandes expectativas" provenientes da criao do homem imagem de Deus, so acentuadas em todos os ensinamentos judaicos. Narra certa lenda do Talmud que ao entregar a Tor a Moiss, Deus chamou para testemunhar no apenas os judeus do tempo de Moiss, porm os judeus de todas as geraes futuras. Cada judeu, portanto, deve considerar-se como tendo aceito pessoalmente a Lei e os elevados ideais dados a seus pais, como depositrios, nas faldas do Sinai. Deixar de pautar a vida por estes altos padres, constitui pecado. A tradio judaica distingue entre pecados contra a humanidade e pecados contra Deus. Os primeiros transgresses de um homem contra seu prximo - somente podem ser reparados com a obteno do perdo daquele que foi agravado. Oraes no podem expiar tais pecados; Deus no intervm para redimir as dvidas do homem para com o seu semelhante. Os pecados contra Deus se cometem por quem se alheia sua f. Estes podem ser expiados pela , e verdadeira penitncia, que em hebraico se exprime pela palavra "retorno" T shuv, em hebraico quer dizer, um regresso a Deus e uma reconciliao com Ele. Isto s pode ser conseguido por meio de uma anlise honesta de nossas almas, um reconhecimento sincero de nossas imperfeies e uma firme resoluo de preencher o vcuo entre o credo e o ato.

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CAPTULO 6

ACREDITAM OS JUDEUS EM CU E INFERNO ?Houve tempo em que a idia do cu e do inferno teve acolhida generalizada na teologia judaica. Embora no contenha qualquer referncia direta a um futuro mundo concreto ou fsico, o Antigo Testamento faz algumas vagas e poticas aluses a uma vida posterior. E durante o perodo da dominao persa sobre Israel, diversos ensinamentos do Zoroastro, entre os quais a noo de um cu e um inferno futuros, tornaram-se populares entre os judeus. Hoje, estes acreditam na imortalidade da alma - uma imortalidade cuja natureza s conhecida de Deus - mas no aceitam um conceito literal do cu e do inferno. Os judeus sempre se preocuparam mais com este mundo do que com o outro e sempre concentraram seus esforos religiosos na criao de um mundo ideal para nele viverem.

CAPTULO 7

ACREDITAM OS JUDEUS NA VINDA DO MESSIAS ?A crena na vinda do Messias um descendente direto de David por linhagem patriarcal, portanto: um herdeiro do Trono de seu antepassado, que redimir a humanidade e estabelecer o Reino de Deus na terra faz parte da tradio judaica desde os dias do profeta Isaas. H quem veja nas palavras de Moiss a respeito de um profeta maior que ele o prenncio da vinda do Messias (Mashach, em hebraico) Conforme descreviam as profecias, o Messias deveria ser um ente humano isto : com um pai e uma me dotado de dons muito especiais: slida capacidade de comando, grande sabedoria e profunda honestidade. Empregaria ele tais faculdades no estmulo revoluo social que ensejaria uma era de perfeita paz. Nunca, porm, houve qualquer aluso a um poder divino que seria gerado. Encarava-se o Messias como um grande chefe, um modelador de homens e da sociedade, mas, com tudo isso, um ser humano, e no um Deus. A maioria dos judeus nutre a crena num Messias no como um Redentor individual, mas de toda a humanidade que, coletivamente, pelos seus prprios atos, seria capaz de introduzir entre ns o Reino de Deus. Quando a humanidade alcanar um nvel de verdadeira sapincia, bondade e justia, ento ser esse o Dia do Messias. No existe qualquer aluso na Tor ou nos profetas de que o Messias nasceria de uma virgem. Inclusive o que ocorre na passagem do livro de Isaas em que se l: Portanto, uma virgem conceber e dar uma luz a um filho e ser seu nome Imanu El... nada mais do que um grosseiro e at aparentemente erro proposital de traduo. Onde se l virgem na traduo deveria constar a palavra jovem mulher , o que no significa, necessariamente, uma virgem.

CAPTULO 8

OS JUDEUS E A COMUNIDADEA lei que manda procedermos corretamente para com o prximo o ponto de partida de todos os ensinamentos judaicos. No possui o Judasmo uma complexa filosofia da justia. Ao contrrio de Plato e Aristteles, os pensadores judeus pouco se esforaram por desenvolver uma filosofia democrtica sistematizada. De fato, no existe uma palavra hebraica para significar democracia, e para designar a noo esse mesmo termo tomado de emprstimo aos gregos. Mas o credo social, segundo

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o qual os judeus tm vivido durante sculos, est de acordo com as mais elevadas tradies da democracia. So bsicos do Judasmo os seguintes princpios tambm bsicos da democracia:

Deus no faz distino entre os homens baseado em credos, cor ou condio social; todos os (5) homens so iguais a Seus olhos . Todo homem o guarda de seu irmo - temos responsabilidade pelas faltas de nosso semelhante tanto quanto pelas suas necessidades. Sendo feitos imagem de Deus, todos os homens dispe de infinitas possibilidades para o bem; por conseguinte, o papel da sociedade evocar o que de melhor existe em cada pessoa. A liberdade deve ser apreciada acima de todas as coisas; logo as primeiras palavras dos Dez (6) Mandamentos descreveram Deus como o Grande Libertador.

O tema da liberdade e da igualdade perpassa constantemente atravs da histria tetra-milenar do povo judeu. O travo freqente da injustia, enquanto ele vagueava de pas em pas, reforou uma tradio j arraigada na sua f. O profeta Jeremias exortou seus seguidores a procurarem a prosperidade da terra em que habitavam. E os judeus sempre sentiram a obrigao de participar plenamente da vida da comunidade.

CAPTULO 9

POR QU OS JUDEUS SE PREOCUPAM COM OS DIREITOS DE OUTROS GRUPOS MINORITRIOS ?Amide, os judeus tm sido vtimas de tirania e da opresso. Sua familiarizao com dominadores cruis e arbitrrios remonta poca dos faras. Um dos postulados primordiais do Judasmo lutar contra o tratamento injusto de qualquer ente humano, sejam quais forem a sua raa, religio ou estirpe. Pessoas tratadas injustamente tornam-se freqentemente amarguradas e retribuem os golpes maltratando outros, mais fracos, sempre que tm oportunidade. O povo Judeu, no entanto, reagiu sempre ao prprio sofrimento com profunda sensibilidade pela dor alheia. A simpatia pelas desgraas de seus semelhantes tornou-se parte do modo de viver dos judeus. Afabilidade para com os estranhos tema constante no Velho Testamento, com a freqente admoestao: "Lembrai-vos de que reis estrangeiros na terra do Egito".

Quanto a este assunto, tenho um comentrio importante a fazer. A realidade que grande parte de nossas escolas desconsidera completamente os princpios descritos acima. Alunos de determinada idade sofrem humilhaes por parte de outros mais velhos. Ressentidos, passam a descarregar suas mgoas sobre os mais novos. Cria-se assim um crculo vicioso que, se no for interrompido, tende a perdurar. Este fato no se limita a escolas no judaicas. Conheo bem isto por experincia prpria e por relatos de amigos e familiares. O mais grave que muitos professores acham tudo isso normal. Argumentam que as crianas precisam aprender a lidar com as dificuldades da vida. Os alunos que mais

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desrespeitam (dizia-se sacaneiam na minha poca) so considerados espertos. Os que nos recusamos a tal prtica somos chamados de bobos, otrios, etc. A presso psicolgica to grande que crianas de boa ndole acabam sentindo vergonha de serem diferentes da maioria e passam a praticar maldades para poderem ser aceitas em crculos de amizade, mesmo sentindo-se mal com isso. medida que no so repreendidas mas, ao contrrio, elogiadas, incorporam tal comportamento para o resto de suas vidas. Isto aconteceu comigo. Felizmente, senti-me to mal com isso que consegui retornar minha condio original. preciso tomar providncias para que esta situao seja modificada.

CAPTULO 10

O MATRIMNIO E A FAMLIAO Judasmo criou dezenas de ritos e cerimnias para a famlia, os quais uniram a fidelidade familiar aos deveres religiosos e assim reforaram tanto o lar quanto a religio. A religio judaica mede a dignidade do homem em relao ao crculo de sua famlia pelo respeito e considerao pelos pais e avs, pela estima entre marido e mulher; pelo reconhecimento dos direitos da criana. No lar judeu no falta autoridade, embora em nada lembre um regime autoritrio. Cada membro da famlia tem um papel importante, indispensvel; em conjunto, todos asseguram a continuidade da famlia e da religio. O trao mais caracterstico do lar judeu reside, provavelmente, na nfase que pe na unidade do convvio familiar. Sugere o Talmud que os judeus devem partilhar das alegrias e tristezas dos filhos. Muitas famlias judias de hoje, a exemplo de alguns dos seus vizinhos no judeus, se apartaram dos hbitos tradicionais de famlia. Porm a maioria mantm os elevados padres e os importantes valores da associao que sempre merecero ser preservados.

CAPTULO 11

VERDADE QUE PARA O JUDASMO O LAR MAIS IMPORTANTE QUE A SINAGOGA ?Sim, decididamente. Se todos os templos israelitas tivessem de fechar, a vida religiosa judaica permaneceria intacta, por que o seu centro est no lar. Os judeus consideram o seu lar um santurio religioso. A famlia a fonte principal do seu culto, e seu ritual tanto se destina ao lar quanto sinagoga. A me, acendendo as velas de sbado - nas noites de sexta-feira; o pai, abenoando os filhos mesa de sbado; as dzias de ritos oportunos e significativos que acompanham a observncia de todo dia santo judaico; o pergaminho que, fixado ao umbral das portas dentro de uma caixinha chamada Mezuz, proclama o amor a Deus - tudo isto forma parte integrante do ritual e do cerimonial. A religio Judaica essencialmente uma religio familiar.

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CAPTULO 12

O CASAMENTO JUDAICOMuitos dos costumes ligados cerimnia nupcial provm, em grande parte, mais da prtica local do que da lei judaica. Em todos os pases onde os judeus se estabeleceram, adotaram, alm dos ritos exigidos pela sua religio, alguns dos costumes no-religiosos de seus vizinhos no-judeus. As regras protocolares, os convites, a ordem do cortejo decorrem mais de hbito que da lei. H, todavia, certos ritos e smbolos tradicionais ligados maioria dos casamentos judaicos. Entre estes se incluem o dossel (Hup) sob o qual se recebem os votos matrimoniais; o clice de vinho onde tanto a noiva quanto o noivo bebem no princpio e no fim da cerimnia; a simples e desataviada faixa nupcial; e o documento do matrimnio religioso, chamado Quetub. Cada um desses smbolos tradicionais dotado de uma variedade de significados. O dossel empresta uma atmosfera de realeza ocasio, pois a noiva e o noivo so considerados rei e rainha no seu dia de bodas. tambm um smbolo do recolhimento a que o par recm-casado faz jus. Na cerimnia tradicional, permite-se noiva e ao noivo deixarem os convidados por alguns momentos de intimidade no vigiada - um alvio bem recebido pelos dois que se acham to assoberbados por dezenas de parentes e amigos. O anel - que no precisa ser feito de ouro - um smbolo de perfeio e eternidade, o crculo sem princpio nem fim. A questo que se faz da simplicidade do anel tpica da tradio judaica de igualdade, porquanto um anel sem enfeites diminui a diferena entre um par de noivos pobre e outro rico. O presente de um anel sem pedras , porm, questo de costume, no de lei. Partilharem a noiva e o noivo um nico clice do vinho, lembra o seu destino comum, pois da em diante suas vidas so inseparveis. Originariamente, o primeiro clice, no incio da cerimnia nupcial, representava os esponsais ou compromisso, e o segundo o prprio matrimnio. Hoje nos referimos freqentemente ao primeiro como o clice da alegria, que ainda mais alegre por ser partilhado. O segundo o clice do sacrifcio. A responsabilidade que cai sobre o homem e a mulher aliviada quando duas pessoas, profundamente dedicadas uma outra, a suportam em igual medida. O ato de quebrar o clice representa o ponto culminante do ofcio tradicional e interpretado de muitas maneiras. Alguns o consideram um vestgio de magia primitiva. Entre muitas tribos antigas, era hbito fazerem forte rudo em ocasies jubilosas para afugentar os espritos maus, invejosos da felicidade humana. Mas a tradio judaica sustenta que o clice partido uma lembrana da destruio do templo, um smbolo das mgoas de Israel. No meio de sua ventura pessoal, o par recm-casado advertido das amarguras da vida e morigerado pela idia de suas responsabilidades.

CAPTULO 13

EXISTE DIVRCIO NO JUDASMO ?O divrcio sempre foi raro na comunidade judaica. Todavia, quando as divergncias entre marido e mulher so to irreconciliveis que tornem intolervel a vida em comum, o Judasmo permite o divrcio, sem reservas. Um lar cheio de amor, dizem-nos os nossos mestres, um santurio; um lar sem amor um sacrilgio. Na tradio judaica se considera maior mal para os jovens serem criados num lar sem paz e respeito mtuo do que terem de encarar o divrcio dos pais. Quando duas pessoas no podem encontrar uma base comum para prosseguir em seu casamento, a despeito de reiterados e autnticos esforos, o Judasmo sanciona e aprova-lhes o divrcio.

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CAPTULO 14

QUAL O PAPEL DA ESPOSA E DA ME NA FAMLIA E NA VIDA RELIGIOSA ?Toda vspera de sbado, a famlia praticante recita o ltimo esposa e me, ideais do Judasmo.(7)

captulo dos Provrbios, como tributo

As virtudes exaltadas naqueles vinte e dois versos resumem os dotes de uma perfeita esposa: um ser humano reverente, eficiente, compreensivo, de um otimismo alegre, de corao aberto para socorrer os necessitados que lhe batem porta e, acima de tudo, a pessoa sobre quem toda a famlia pode apoiarse. Desde o Bblico livro dos Provrbios at as modernas baladas populares judaicas, a esposa e a me tm sido descritas como a encarnao da terna dedicao, do altrusmo e da fidelidade prpria crena. A me impe o tom espiritual vida familiar, a principal responsvel pelo desenvolvimento do carter dos filhos e mantm a famlia unida em face da adversidade. A tradio judaica impe poucas obrigaes rituais mulher na vida da sinagoga, mas atribui-lhe responsabilidade total em relao atmosfera de piedade do lar e preservao dos ideais judaicos. Ela rene os filhos em torno de si na vspera do sbado para ouvirem-na pronunciar a bno das velas, prepara a casa para cada festa e para os Grandes Dias Santos e cria um ambiente de jubilosa expectativa. Nas velhas comunidades judaicas, a educao das crianas at a idade de seis anos cabia s mulheres, a fim de que, naquele perodo impressionvel, pudessem ensinar a seus pequerruchos os valores eternos. Mais importante, porm, era o tradicional papel de conselheiro da famlia inteira, desempenhado pela esposa e pela me. Diz o Talmud: "No importa a pequena estatura de tua mulher, inclina-te e pede-lhe conselho".

CAPTULO 15

AS LEIS ALIMENTARES E SUAS BASESUm alimento proibido tref, "imprprio". A designao ksher (ou kashr) empregada em relao a um alimento indica ser este ritualmente correto; usa-se para qualificar no apenas alimentos como tambm qualquer objeto que preencha os requisitos rituais. Originariamente, a palavra tref significa que a carne era obtida causando-se sofrimento a um animal. At a carne de animais que causam dor a outros proibida; nenhum animal carnvoro kosher. A carne proveniente da caada esportiva constitui tambm tabu, pois o Judasmo probe a matana pelo prazer do esporte. Os judeus que hoje observam as leis dietticas no encontram dificuldades nem se sentem prejudicados. Eles consideram as prticas kosher smbolo de sua herana distintiva, uma lio cotidiana de auto-disciplina e um lembrete constante de que o humano deve sentir piedade por todas as coisas vivas. O termo kosher aplica-se a vrias situaes. Normalmente, qualquer coisa concordante com a Lei Judaica kosher. Em ingls americano, mesmo no Judeus utilizam este termo. comum se ouvir em filmes este termo ou seu oposto non-kosher ou not-kosher como sinnimo de algo reprovvel. Animais kosher so os que tm cascos (patas) fendidos e ruminam: boi, carneiro, cabrito, girafa. O porco, coelho, camelo, capivara, etc, no so kosher. Para a carne de um animal ser, de fato, kosher, ela deve ter sido obtida atravs de um processo prprio de matana denominado : shehit. Quem faz isso um especialista chamado shoht. O animal deve ser

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morto atravs do processo de degola (corte da veia jugular) e seu sangue totalmente esvado atravs de lavagem sucessivas intercaladas por contacto e ao do sal (Cloreto de Sdio) . O boi no todo kosher. Somente a parte dianteira o . A traseira apresenta problemas relacionados a nervuras e ramificaes do nervo citico. Todos os derivados secundrios de carne devem ser de animais kosher para que tambm o sejam. Assim, os frios, as vsceras comestveis, os caldos, gordura, etc. Nem todas as aves so kosher. O frango . A codorna no . preciso saber, em cada regio, quais so as aves kosher ou no com um rabino especializado. Mesmo assim, para estarem de acordo com a Lei, precisam ser abatidas e verificadas pelo rabino. Os peixes kosher so todos os que possuem escamas. No entanto, devem ser bem verificados. Nenhum rptil ou anfbio kosher. Os produtos de um anima kosher tambm o so. Ovos sero kosher se no contiverem uma manchinha vermelha sobre a gema. Por isso, precisam ser cuidadosamente verificados antes de usados. Caldos de galinha e de carne s sero kosher se extrados de animais abatidos de acordo com a Lei. O leite de vaca, cabra ou ovelha, para serem kosher, devem ter sido ordenhados sob a superviso de um Judeu. Os derivados de laticnios s sero kosher se supervisionados por um rabino. O vinho s kosher se contiver o selo de comprovao emitido pelo rabino que o supervisionou. Isso uma exigncia at os dias de hoje devido a que na antiguidade o vinho era oferecido aos deuses desde a vindima da uva. Por questes rituais, o Judeu observante no bebr um vinho que no seja kosher. Os Judeus praticantes no dividem vinho com um gentio. Isto se deve ao fato de ser o vinho um elemento importante em cerimnias religiosas, tanto as nossas quanto as dos gentios que praticam idolatria e o gentio poder estar-se dirigindo aos seus deuses (mesmo que apenas em pensamento), enquanto bebe. Hoje em dia, vrios alimentos vm com uma letra U ou letra K dentro de um crculo preto impressa na embalagem. Estes alimentos so apropriados para o consumo de Judeus ortodoxos, so kosher. importantssimo observar que CARNE DE PORCO nunca deve ser oferecida a um Judeu. Da mesma forma qualquer alimento que combine leite e carne. No se servem laticnios e carnes numa mesma refeio, jamais.

CAPTULO 16

POR QU OS JUDEUS PRATICAM A CIRCUNCISO ?Brit-Mil, a circunciso da criana do sexo masculino no oitavo dia de seu nascimento, o mais antigo (8) rito da religio judaica . Era praticado pelos patriarcas desde antes da existncia das leis de Moiss e se acha to indelevelmente gravado na tradio que nenhuma transferncia permitida, nem por causa do sbado nem pelo Dia da Expiao. A cerimnia s pode ser postergada quando a sade da criana no a permite. Alguns estudiosos explicam a exigncia como uma medida sanitria e a moderna cincia mdica deu apoio a essa teoria aconselhando a circunciso como processo rotineiro na maioria das maternidades dos Estados Unidos. O Judasmo, porm, considera o rito da circunciso um smbolo exterior que liga o menino sua f. No um sacramento que o introduz no Judasmo; essa introduo operada pelo nascimento. A circunciso confirma a condio da criana e representa um emblema de lealdade f israelita.

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CAPTULO 17

O QUE SO O BAR-MITSV E O BAT-MITSV ?Um menino que completa o seu dcimo terceiro aniversrio um Bar Mitsv - literalmente, um homem do dever. Desse dia em diante, conforme a tradio judaica, ele responsvel por seus prprios atos e por todos os deveres religiosos de um homem. No sbado posterior ao dcimo terceiro aniversrio de um menino judeu, ele chamado ao altar da sinagoga para ler a Tor. O jovem repete a bno, depois que um trecho da Tor lido, e recita a lio dos Profetas, denominada Haftar. A menina, por sua vez, considerada maior de idade no Judasmo na data em que completa doze anos. desnecessrio considerar os fatos que tornam a mulher responsvel muito antes do homem. A cerimnia em que introduzida na responsabilidade da f Judaica chama-se Bat Mitsv .

CAPTULO 18

O QUE A TOR ?A palavra Tor tem dois sentidos na tradio judaica. No sentido lato, a Tor o nosso modo de viver, ou, conforme disse Isaac Shapiro, meu pai,: "Toda a vastido e variedade da tradio judaica". sinnimo de cincia, sabedoria, amor a Deus. Sem ela, a vida no tem sentido nem valor. Em senso mais estrito, a Tor o mais reverenciado e sagrado objeto do ritual judaico, o belo rlo manuscrito dos Cinco Livros de Moiss (a Bblia, do Gnesis at o Deuteronmio) que se conserva na Arca da Sinagoga. Uma parte da Tor, iniciando-se com o livro do Gnesis, lida em voz alta todo sbado durante o culto, logo a partir dos Grandes Dias Santos, prosseguindo at o fim do ano judaico, at que tenha sido lida. O fiel mantm-se de p quando a Tor retirada da Arca. Um judeu piedoso beija a Tor colocando seu xale de oraes sobre o pergaminho (assim os dedos no tocam o rlo) e erguendo ento aos lbios as franjas do xale.

CAPTULO 19

O QUE O TALMUD ?O Talmud consiste em sessenta e trs tratados de assuntos legais, ticos e histricos, escritos pelos antigos rabis. Foi publicado no ano de 499 D.E.C., nas academias religiosas da Babilnia, onde vivia a maior parte dos judeus daquela poca. uma compilao de leis e de erudio, e durante sculos foi o mais importante compndio das escolas judias. O Judasmo ortodoxo baseia suas leis geralmente nas decises encontradas no Talmud. Parte considervel dessa obra enciclopdica s oferece interesse a estudiosos profundos da lei. Mas o Talmud muito mais do que uma srie de tratados legais. Intercalados nas discusses dos eruditos h milhares de parbolas, esboos biogrficos, anedotas humorsticas e epigramas que fornecem uma viso ntima da vida judaica nos dias que antecederam e seguiram de perto a destruio do Estado judeu. um reservatrio de sabedoria to valioso hoje quanto o foi h mil e oitocentos anos. Os mesmos sbios rabis que nos deram o Talmud, compilaram tambm o Midrash, coleo de comentrios rabnicos sobre os ensinamentos morais da Bblia, freqentemente citados em sermes e na literatura judaica. Em torno de cada verso das Escrituras, os eruditos teceram consideraes morais, muitas vezes em forma de parbola. Os rabis estudaram a Bblia com a convico de que toda a

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verdade estava encerrada em suas pginas, bastando l-la para desvendar-lhe o opulento acervo de sabedoria.

CAPTULO 20

FESTAS E JEJUNSOs dias consagrados do ano judaico so, em grande parte, uma questo de atmosfera-ambiente - um sentimento criado e at mesmo inventado para estabelecer um estado de esprito que empreste a cada dia festivo ou solene o seu carter especfico. De fato, cada dia santo representou uma estao, mais do que um dia particular ou um conjunto de dias. Pssach, a pscoa Judaica (explicaremos adiante o seu significado bem como o de todos as demais Festas) principia, em certo sentido, no dia seguinte ao Purim - um ms antes da festa propriamente dita. esta a estao da purificao da primavera, mas que representa mais do que o adeus anual ao inverno. A me, ocupada com suas tarefas domsticas, bem sabe que "antes de darmos por isso, o Pssach ter chegado". H um sentimento de expectativa que transmitido a toda a famlia e cresce durante o ms inteiro. Observe-se que os dias santos judaicos so mais do que meras comemoraes. Constituem outras tantas lies sobre os mais importantes ideais judaicos: o agradecimento a Deus, a liberdade, o estudo e a sabedoria, o sacrifcio, o arrependimento. Os dias santos pem em evidncia tais valores e do-lhes substncia, especialmente para os jovens. sempre difcil fazer aceitar valores abstratos. O amor ao estudo transmitido criana mais claramente por meio do aparato da procisso da Tor, na festa de Simhat-Tor, do que seria possvel numa lio em aula, porquanto desta forma ela aprende, ainda que em tenra idade, que os ensinamentos da Bblia so sagrados para a sua famlia e o grupo dos que a cercam, e constituem preciosos objetos de amor. O Jejum tem trs propsitos distintos na f judaica: auto-renncia, luto e splica. Alm do Iom Quipur, diversos jejuns menores so observados pelos ortodoxos, o mais importante dos quais o Dia das Lamentaes, Tisha B'av, em agosto, que comemora a destruio de ambos os Templos de Jerusalm. O perodo de jejum geralmente de vinte e quatro horas, desde o pr do sol de um dia at o do dia seguinte. O jejum do Dia da Expiao (Iom Quipur) smbolo da aptido do homem para vencer seus apetites fsicos, numa demonstrao feita a Deus de que ele capaz de renegar o desejo natural de alimentos e bebidas e que tambm tentar dominar todos os seus anelos egostas. Como sinal de luto, o jejum exprime tristeza coletiva ou pesar individual. O jejum da Lamentao relembra aos judeus a destruio da antiga ptria. O judeu ortodoxo tambm se abstm de todo alimento e bebida no aniversrio da morte de um dos pais. Embora o ascetismo seja em geral mal visto pelo Judasmo, os judeus muito piedosos costumam jejuar em numerosas ocasies atravs do ano inteiro, particularmente s segundas e quintas-feiras, quando preces especiais de penitncia so recitadas.

CAPTULO 21

O QUE SIGNIFICA O SBADO PARA O POVO JUDEU ?O Sbado(9)

a instituio maior da religio Judaica.

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Seria possvel a um historiador escrever duas histrias dos judeus, cada qual oferecendo pouca semelhana com a outra. A histria exterior, isto , como se houveram social e politicamente atravs dos tempos, numa crnica, um tanto sinistra, de perseguies, expulso e disperso. Mas a histria espiritual dos judeus - a fora que conseguiram haurir do seu ambiente - essa outra histria. De certo modo lograram criar uma vida que lhes deu no apenas satisfao espiritual e a determinao de continuarem como um grupo, mas tambm uma sensao de bem-estar no meio de um mundo perturbado. O sbado, sem dvida, se encontra no mago desse mundo ntimo de paz e serenidade. "Mais do que Israel guarda o sbado - diz o ditado - o sbado guarda Israel". Com efeito, a histria espiritual judia no passa de uma srie de dias de semana empregados nos preparativos para o sbado. O sbado um perodo para repouso espiritual, e para um intervalo na montona rotina do labor cotidiano. Serve para recordar que a necessidade de ganhar a vida no nos deve tornar cegos ante a necessidade de viver. tambm um dia da famlia, feito para reminiscncias. Os filhos crescidos e casados renem-se ao crculo de sua famlia; avs, pais e a meninada partilham do sentimento de unidade, enquanto os filhos inclinam as cabeas e o pai repete a bno: "Que o Senhor te abenoe e guarde neste dia de sbado". um dia com toda espcie de brilhantes comemoraes: alimentos especiais, pes tranados, vinhos doces para a bno, toalha de mesa alva e limpa, bruxuleantes velas brandas, a melhor loua e prataria, flores num vaso polido, moos e velhos paramentados com suas melhores roupas.

CAPTULO 22

O ROSH HASHAN o nome hebraico do Ano Novo. Representa um dos dois dias santos mais sagrados da f judaica e d incio aos "Dez Dias de Penitncia" quando "a humanidade se submete a julgamento perante o trono celestial". Durante esse perodo, afirma a tradio, Deus perscruta os coraes dos homens e examina os motivos de seus atos. tambm o perodo em que os judeus se julgam a si mesmos, comparando seu procedimento durante o ano findo com as resolues tomadas e as esperanas que haviam acalentado. Na moderna Israel celebra-se o Rosh-Hashan somente um nico dia; os ortodoxos continuam a observar dois dias igualmente santificados, conforme o costume mantido desde o primeiro sculo. A exemplo de quase todos os demais dias santos do Judasmo, as observncias do Rosh-Hashan incluem certa mistura de solenidade e festividade. O Novo Ano uma poca para reunio da cl, quando tanto os jovens como os ancios voltam ao lar. O esplendor de seu ritual cria laos emocionais com o Judasmo at nas crianas pequenas demais para compreender e apreciar plenamente a tica da f; nos anos seguintes a mente refora esses laos do esprito e do corao. O smbolo mais relevante das prticas do Rosh-Hashan o shfar, ou chifre de carneiro, que se faz soar durante o culto do Ano Novo e em cada um dos dez dias de penitncia. Em tempos idos, o shfar era instrumento de comunicao. Nas colinas da Judia era possvel alcanar todo o pas em poucos momentos por meio de apelos de shofar, correndo do cume de um monte para outro. Nos ofcios do Rosh-Hashan, o shfar o chamado para a adorao. Conclama os fiis a se arrependerem de suas faltas do ano decorrido; a voltarem a Deus com o esprito contrito e humilde e a distinguirem entre o trivial e o importante na vida, de modo que os doze meses seguintes possam ser mais ricos de servios a Deus e aos homens.

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CAPTULO 23

O IOM QUIPRO Iom-Quipur o Dia da Expiao, o ltimo dos "Dez Dias de Penitncia", e, tal como Rosh-Hashan, um dos dois Grandes Dias Santificados. marcado por vinte e quatro horas de oraes e jejum. Quando o sol principia a morrer na vspera da Expiao, a famlia se rene para uma refeio festiva. Acendem-se velas, todos pedem perdo uns aos outros pelos agravos cometidos; os filhos aos pais, os pais aos filhos, o marido mulher e vice-versa, pois se deve ingressar no dia sagrado de alma limpa. O branco, smbolo da pureza, a cor dominante do Iom-Quipur. Os panos do altar e a cobertura da Tor na sinagoga, castanhos aos sbados e azuis nos dias de festa, so substitudos por brancos. O rabi e o "cantor" trajam vestes brancas, e em algumas congregaes conservadoras todos os homens usam solidus brancos. O cntico do Kol Nidrei, dirigido pelo "cantor", o preldio ao Dia da Expiao e se recita imediatamente antes do pr do sol. uma prece pela absolvio, pedindo a Deus que nos livre dos votos feitos, mas no cumpridos. Trata-se unicamente das promessas do homem a Deus, e no das do homem ao seu semelhante. Nem todas as preces do Iom-Quipur podem absolver um homem dos pecados contra seu prximo; s este, inclinado ao perdo, capaz de faz-lo. O estribilho constante do dia a orao: "Pai, pecamos diante de Ti", e o oficiante desfia o tradicional catlogo de pecados, negligncias e transgresses que cobrem a vasta gama das faltas humanas. A confisso do Iom-Quipur recitada deliberadamente na primeira pessoa do plural, e no do singular, ns em vez de eu. H, naturalmente, pecados individuais, mas tambm existe a aceitao da responsabilidade coletiva pelas deficincias da humanidade. No Iom-Quipur cada um de ns partilha do peso da culpa dos outros. Mas por mais solene que possa ser o dia, no Iom-Quipur ainda h um elemento de alegria - a alegria proveniente da idia do perdo. Acreditamos que "Deus est perto dos aflitos", e que, segundo as palavras do ritual do Iom-Quipur, "Tu no desejas a morte do mau, e sim que ele saia de seu pecado, e viva". Por conseguinte, o judeu piedoso confia implicitamente na Sua misericrdia e perdo.

CAPTULO 24

A FESTA DE SUCOT"Sucot" a Festa dos Tabernculos ou Festa das Tendas, que se inicia cinco dias aps o IOM QUIPUR, e continua por oito dias. um festejo de colheitas para dar graas a Deus - uma lembrana da celebrao na antiga Palestina, quando as colheitas haviam sido feitas e se aproximava a estao chuvosa. A festa um acontecimento alegre e feliz, cheio de smbolos ricos e coloridos, e especialmente atraente para as crianas, s quais obviamente se destina. Ergue-se uma tenda ou cabana (suc) junto casa. Em geral uma estrutura improvisada, de tbuas de madeira, com teto de folhas e ramos. O teto no deve ser compacto, pois os que se acham dentro da suc devem poder ver o cu o tempo todo. A construo de uma tenda prescrita na Bblia como eterna lembrana das habitaes precrias utilizadas pelos israelitas em seus quarenta anos de peregrinao atravs do deserto. O interior da suc alegremente decorado com frutas da estao outonal, e mobiliado com mesa e cadeiras. Durante a semana de Sucot a refeio familiar servida na suc. Dois outros smbolos marcam a festa de Sucot: o etrg, uma cidra, a fruta parente do limo, e o Lulav, um ramo de palmeira amarrado com mirto e salgueiros. Cada planta tem o seu significado simblico,

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mas, como a suc, recordam essencialmente a nossa dependncia do solo e nossas obrigaes para com Aquele que faz a terra entregar suas ddivas.

CAPTULO 25

SIMHT TORCelebra-se o festejo de Simhat-Tor ao findar Sucot, e dedicado glorificao da Tor. Nesse dia que se completa o ciclo anual das leituras semanais dos Cinco Livros de Moiss e a sinagoga principia de novo a leitura da Tor. Em Simhat-Tor os fiis lem os ltimos captulos do Livro do Deuteronmio e, imediatamente depois, o primeiro captulo do Gnesis, simbolizando com isso a eterna continuidade do Judasmo. A Tor, sempiterna, no tem pois incio, nem fim. A despeito da solenidade deste simbolismo, a festa de Simhat-Tor tornou-se o dia mais alegre do ano. poca de banquetes e, entre os Judeus ortodoxos, ocasio de danas exuberantes.

CAPTULO 26

HANUCHanuc, ou "Festa das Luzes", celebrada em novembro/ dezembro, por um perodo de oito dias, e comemora a vitria de Israel na primeira batalha pela liberdade religiosa de que h memria. A sua histria a dos Macabeus que, em 168 A.C., comandaram um pequeno e inspirado exrcito de judeus contra o poder esmagador de seus opressores srios numa luta de morte pelo direito de adorar a Deus prpria maneira tradicional. uma histria de bravura que encheu de justificvel orgulho muitas geraes de judeus. Todavia, a tradio judaica hesitou em transformar um triunfo militar numa celebrao religiosa. Pois embora a Bblia considerasse justas algumas guerras, no permitia associar ao culto o derramamento de sangue humano. Ao rei David, um dos maiores heris do Judasmo, no foi permitido construir o Templo, porque sua vida fra dedicada aos feitos guerreiros. O simbolismo desta festa completamente devotado a referncias militares. As velas so acesas durante oito noites consecutivas por qualquer um dos pais (algumas famlias permitem s crianas terem a sua vez) num candelabro especialmente projetado para a Festa. Acende-se uma vela na primeira noite, duas na segunda, e assim por diante at que todas as oito se acendam, Uma vela adicional, denominada shamash, acesa ao mesmo tempo, a fim de ser usada para acender as outras. Em tempos idos sugeriu-se que a ordem fosse invertida: oito velas acesas na primeira noite, sete na segunda, etc. Mas os Rabis da Escola de Hilel se apegaram ao processo que agora se fixou, para refletir a f de Israel num futuro mais brilhante. A vela extra tambm foi dotada de um significado especial. A chama se entrega para criar uma chama adicional sem nada perder do seu prprio fulgor. Assim o homem d de seu amor aos seus semelhantes sem nada perder de si.

CAPTULO 27

PURIMPurim a festa carnavalesca da vida judaica, um dia despreocupado, de regozijo pelos acontecimentos assombrosos registrados no livro de Ester.

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Em fevereiro ou maro de cada ano, o Purim evoca a trama de Haman para destruir os judeus da Prsia e a bravura da rainha Ester, assim como a sabedoria de Mordecai que, juntos, salvaram da morte o seu povo. um perodo para festas a fantasia, costume tomado de emprstimo aos vizinhos cristos que celebram seus folguedos de Momo pouco mais ou menos na mesma poca. A idia do carnaval, propriamente, no crist nem judia, mas remonta a qualquer antiga celebrao primitiva da primavera. A comemorao do Purim tem sido uma espcie de vlvula de escape para os que sofrem sob o jugo da perseguio. Renem-se na sinagoga na vspera do Purim e ouvem as dramticas ocorrncias narradas na meguil (rolo) de Ester. Sempre que se menciona o nome de Ham, as crianas fazem uma barulheira com instrumentos ruidosos para expressar seu repdio ao vilo. Aps a leitura, servemse doces, trocam-se presentes e fazem-se ddivas aos pobres.

CAPTULO 28

O PSSACHPscoa, ou Pssach, conforme se chama em hebraico, a principal festa domstica na vida judaica. a Festa da Liberdade, comemorativa da libertao de Israel da servido egpcia. Os rituais da Pscoa so, em grande parte, cerimnias do lar. Na vspera de se iniciar a comemorao, a casa examinada dos alicerces at o sto procura de algum sinal de po lvedo ou de qualquer alimento que contenha fermento, e todos os traos de fermento so removidos. Por uma semana, matzot (pes zimos), e panquecas e pudins feitos de ingredientes no-fermentados, substituem no cardpio todas as formas de po. O ponto culminante da celebrao da Pscoa consiste em servir-se o Seder, um banquete de famlia realizado na primeira e na segunda noites pascoais, com ritual complicado. A mesa decorada com frutas e flores, a melhor loua, candelabros e outros indcios de festa. Para os quatro goles de vinho smbolo da alegria - coloca-se uma taa ao lado de cada lugar. A cerimnia consiste essencialmente em contar a histria do xodo, utilizando vrios smbolos para ilustr-la e dramatiz-la. A criana mais nova sentada mesa faz quatro perguntas ao pai (Veja "M Nishtan"na nota n 10, no final deste trabalho). A histria que o pai relata, lendo um livro chamado Hagad, a narrativa familiar da escravido no Egito, a obstinada recusa do fara em deixar os israelitas partirem, a corajosa chefia de Moiss e o milagre da redeno. Cada um dos diversos componentes da refeio contm uma lio: o ovo cozido smbolo da existncia, a otimista afirmao de Israel da santidade da vida. mergulhado em gua salgada para se manifestar solidariedade com o destino amargo dos antepassados. Certa mistura de nozes e mas recorda famlia a argamassa usada pelos hebreus escravos na construo de cidades para seus cruis faras. Impe o costume que se convidem hspedes para a mesa familiar. Alm dos amigos, um estudante que esteja longe do lar, um soldado ou um viajante afastado dos seus, sero bem-vindos. Comemora-se a festa com um ofcio especial na sinagoga: da Tor, l-se uma vez mais a narrativa do xodo, e entoam-se os Halel, salmos de louvor. Compreende-se que ao moderno Estado de Israel a festa de Pssach seja especialmente cara. Centenas de milhares de seus cidados reviveram a escravido egpcia em campos de concentrao e em asilos de deslocados. A nova Terra da Promisso, no prprio solo da antiga, uma realidade que empresta pungncia e jbilo celebrao israelense da Festa da Libertao.

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CAPTULO 29

SHAVUOTShavuot a Festa das Semanas, ou Pentecostes, que se celebra em fins de maio ou princpios de junho, exatamente sete semanas aps a Pscoa. Ao contrrio das outras festas principais, observada apenas durante dois dias. Originariamente, Shavuot era um festejo agrcola, a "Festa das Primcias". Mas com o decorrer dos anos adquiriu outro significado, o de aniversrio da outorga da Lei. O livro do xodo lido no Shavuot, inclusive o captulo que contm os Dez Mandamentos. O tema geral desse dia o nosso tradicional amor ao estudo. O Livro de Ruth, a deliciosa histria da dedicao de uma jovem Moabita f que adotou, tambm se l na sinagoga durante a Festa das Semanas.

CAPTULO 30

JUDASMO E CRISTIANISMO DIFERENAS E SEMELHANASCristos e judeus partilham a mesma opulenta herana do Antigo Testamento, com suas verdades eternas e seus valores imutveis. Partilham sua crena na paternidade de um s Deus, Onisciente, Todo-Poderoso e sempre Misericordioso. Compartilham sua f na santidade dos Dez Mandamentos, na sabedoria dos profetas e na fraternidade humana. O ncleo de ambas as religies a firme crena no esprito humano; a busca da paz e o dio guerra; o ideal democrtico como guia da ordem poltica e social; e, acima de tudo, a natureza imperecvel da alma do homem. Tanto cristos quanto judeus acreditam que o homem foi posto no mundo para um fim - que a vida muito mais do que "um brilhante interldio entre dois nadas". O alvo social da Cristandade e do Judasmo tambm um nico: um mundo motivado pelo amor, pela compreenso e pela tolerncia aos semelhantes. So esses os pontos bsicos de concordncia - o vasto campo comum do Judasmo e do Cristianismo que forma a herana judaico-crist, porquanto as razes do Cristianismo se entranham profundamente no solo do Judasmo, no Velho Testamento e na Lei Moral. E a herana comum de ambas as fs lanou os alicerces de grande parte do que conhecemos por civilizao ocidental. Mas existem, naturalmente, vrios pontos distintos entre as duas religies. Os judeus reconhecem a Jesus como um filho de Deus no sentido de que somos todos filhos de Deus, pois os antigos rabis nos ensinaram que uma das maiores ddivas de Deus ao homem o conhecimento de sermos feitos Sua imagem. Mas no aceitam a sua divindade ou que seja o Messias prometido. Os judeus tambm rejeitam o princpio da encarnao de Deus feito carne. Constitui dogma cardeal de sua f que Deus Deus, no sendo carne, nem esprito, no sendo fsico e no possuindo qualquer atributo de qualquer uma das obras que tenha criado. Ningum, acreditam eles, pode servir de intermedirio entre o homem e Deus, nem mesmo num sentido simblico. Ns nos aproximamos de Deus cada homem sua maneira pessoal sem um (11) mediador . O Judasmo difere tambm do Cristianismo na doutrina do pecado original, no interpretando a histria de Ado e Eva como a perda da graa pelo homem, e no procurando tirar da alegoria do Jardim do den quaisquer lies ou regras sobre a natureza humana.

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CAPTULO 31

OS JUDEUS SO PROIBIDOS DE LER O NOVO TESTAMENTO ?A frase "proibidos de ler" inteiramente estranha ao Judasmo. Nenhuma autoridade ousaria sugerir que um ente humano amadurecido fosse "proibido de ler" qualquer coisa, mesmo por qu, no caso dos Judeus, de nada adiantaria. Os Judeus so chamados O POVO DO LIVRO dado seu grande apego aos livros, alm de ter se identifico como nao atravs de um livro: a Bblia. H um dito popular Judaico que diz: Quando um Judeu no pode comprar um livro, ele escreve um . Nunca houve, por certo, nenhuma interdio da leitura dos Evangelhos ou de outros escritos cristos. Todavia, a sinagoga no se empenha em recomendar a leitura do Novo Testamento, j que ele no tem conotao religiosa dentro da vida judaica, nem se ouvir do plpito de uma sinagoga ortodoxa uma citao dos Evangelhos, pela mesma razo.

CAPTULO 32

OS JUDEUS PROCURAM A CONVERSO DOS GENTIOS?O Judasmo no um credo religioso empenhado em proselitismo, embora tenha havido em tempos passados converses de grande nmero de pessoas. Durante os ltimos mil anos, porm, eles, na maioria, se dedicaram mais a preservar a sua herana do que a aumentar o seu nmero por meio de converses. De fato, provveis candidatos converso eram, amide, desencorajados pelos rabis que lhes assinalaram o vulto das exigncias da religio judaica e que o fardo de ser judeu num mundo intolerante no era fcil de suportar. Entretanto, atravs de toda a histria, sempre se registraram converses ao Judasmo e hoje em dia no so de todo raras.

CAPTULO 33

POR QU OS JUDEUS DESACONSELHAM OS CASAMENTOS MISTOS?Os judeus religiosos desaconselham o casamento misto pelas mesmas razes dos devotos de todos os credos. Diferenas de religio entre marido e mulher opem um obstculo srio a relaes verdadeiramente harmoniosas. Tais casamentos, ainda que perdurem, impem um penoso e constante esforo lealdade religiosa de ambos os cnjuges e suscitam problemas familiares de difcil soluo. Um matrimnio feliz deve basear-se na unidade de esprito. Quando marido e mulher discordam num ponto to crucial como o seu credo religioso, as probabilidades de relaes durveis e satisfatrias so muito pequenas. E os filhos de tais consrcios ficam sujeitos ao grave conflito de terem de escolher entre as mais profundas convices das duas pessoas que lhe so as mais caras do mundo.

CAPTULO 34

AS CERIMNIAS NAS SINAGOGAS SO EXCLUSIVAS PARA JUDEUS ?Existe entre os no-judeus uma noo mais ou menos generalizada de que a sinagoga um lugar de mistrio - exclusivo e inacessvel a todos que no sejam fiis. Tal suposio, na verdade, completamente insustentvel.

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Qualquer pessoa pode entrar numa sinagoga e a qualquer tempo. Em muitas casas de orao judaicas, esto inscritas sobre os altares as palavras de Isaas: "A minha Casa ser uma Casa de Orao para todos os povos". At mesmo oraes genuinamente judaicas, o Kadish dos lamentos fnebres, por exemplo, tocam uma corda sensvel nos homens de todas as crenas: "Que o Pai da paz envie paz a todos que choram, e conforme os deserdados da sorte que vivem entre ns". Ningum, seja qual for o seu credo, precisa hesitar em penetrar numa sinagoga ou templo, para observar, estudar, meditar - ou, se assim quiser, para rezar desde que, ao entrar, cubra sua cabea seja com um chapu, uma kip ou at mesmo um bon de um time de futebol.

CAPTULO 35

O ESTADO DE ISRAEL UMA TEOCRACIA ?O moderno Estado de Israel no uma teocracia, pois no governado pelo rabinato de Jerusalm ou por quaisquer outros lderes religiosos. Seu governo democraticamente eleito por todos os cidados, (12) inclusive no-judeus, e representa a vontade poltica da populao. Todo o sistema jurdico-hebreu do Novo Estado de carter secular, com exceo das leis que regem as relaes de famlia e que seguem os preceitos religiosos. Pelo fato de a esmagadora maioria dos cidados israelenses ser formada por judeus, a comemorao do sbado e das festividades faz parte integrante da vida comunitria, mas cada um tem a liberdade de respeit-los da maneira que lhe apraz. No h teste religioso para os postos oficiais. O primeiro ministro ou qualquer membro de gabinete pode ou no ser freqentador de sinagoga. Diversos deputados do Knsset (Parlamento) so rabes.

CAPTULO 36

O QUE SO JUDEUS SEFARADIM E ASHQUENAZIM ?Estes so os dois setores que formam o total do conglomerado judeu do mundo: ashquenazim e sefaradim. "Que significam os termos ashquenazi e sefaradi? Quando comeou a ciso? Por qu razes comeou? Como poderia chegar-se a uma juno entre os dois grupos? etc... etc...". 1. - Ashquenazi: deriva do termo bblico "ashquenaz" (Gnesis, X 3), termo aplicado Alemanha na Idade Mdia; pois um adjetivo gentlico que se traduz por "alemo", seu plural hebraico ashquenazim ou alemes, ttulo dado ao setor representativo dos judeus da Alemanha e da Europa Oriental, setor que na Idade Mdia estava representado pelos rabinos destes pases. 2. - Sefaradi: deriva do termo bblico "sefarad" (Obdia 1, 20), identificado como Espanha, o que prova que os profetas do exlio j tinham conhecimento de que um grande contingente de judeus expatriados por motivo da queda de Jerusalm havia se estabelecido na Espanha. O plural de sefaradi ou espanhol sefaradim (espanhis). Depois da expulso da Espanha e Portugal, estes sefaradim dispersaram-se pela Turquia, Holanda, Itlia, norte da frica, pases rabes, etc.

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CAPTULO 37

O QUE UM JUDEU HASSID ?Desde o princpio houve duas correntes no seio do judasmo: de um lado o formalismo ritual da Bblia e o Talmud e do outro, a tendncia ao misticismo, ao ocultismo que criou a Cabal e o Zohar as duas principais obras da mstica Judaica. Da a oposio entre fariseus e essnios na poca do Talmud e entre talmudistas e cabalistas na Idade Mdia. O formalismo ritual, to rigorosamente praticado pelas massas do povo na Europa Oriental entre os sculos XVII e XVIII, tendia fatalmente a produzir uma reao e da nasceu o Hassidismo, isto , o sistema de "hassid", que em hebraico significa "pio, piedoso". Foi fundado no ano de 1740 na Polnia pelo mstico Israel ben Eliezer, conhecido pelo nome de Baal Shem Tov: "o senhor de bom nome". O "Hassidismo", que comeou por abandonar o formalismo ritual, despertou maior importncia ao sentimento religioso que prtica. Proclamou a onipresena de Deus e por isso ordenou que a orao fosse feita com devoo psicolgica e alegria especial, at chegar a um xtase que permitia ao homem entrar em comunicao direta com a divindade. Tornou sua a opinio da Cabala, segundo a qual toda ao humana tem suas repercusses nas esferas do mundo divino e assim o homem pio e justo, o "Tsadik", o ser que chega a despojar-se de todo pensamento material e que vive nada mais que pelo esprito e para o esprito, pode ser suscetvel de modificar o curso dos acontecimentos.

CAPTULO 38

VERDADE QUE UM HOMEM NO DEVE ESTENDER CUMPRIMENTAR UMA MULHER JUDIA E VICE-VERSA?

A

MO

AO

A mulher no deve ser tocada durante o perodo mensal de menstruao. Por este motivo, correto evitar o constrangimento de for-la a no corresponder aos cumprimentos formais propostos no convvio social. Esta regra, no entanto, s observada por Judeus ortodoxos, ou seja, aqueles que praticam a religio em todos os seus aspectos e exigncias. Homens se cumprimentam normalmente e mulheres, igualmente entre si. S no entre sexos opostos. Quanto aos "tradicionais beijinhos brasileiros" somente educado d-los a quem se tem uma certa intimidade . A regra tambm vlida aqui no Brasil. Via de regra, no se sabendo se a pessoa ou o casal religioso, deve-se esperar a iniciativa deles em estender a mo ou manifestar qualquer outro tipo de saudao para que se corresponda. Da mesma forma deve-se evitar deixar um homem e uma mulher no casados a ss num recinto fechado. Algum dever acompanh-los para evitar desconforto.

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CAPTULO 39

QUAIS OS PRINCIPAIS SMBOLOS JUDAICOS E O QUE SIGNIFICAM ?

1. A Bandeira de Israel

Em 1948, o Estado de Israel foi criado. A bandeira foi apresentada na ONU em 1949. A bandeira azul e branca. As faixas azuis acima e abaixo da Estrela de David nos lembram o talit (manto de oraes).

2. HamsaNa antiguidade era um talism em forma de mo usado pelos fencios, gregos e romanos, como um meio de afastar o mauolhado. Tornou-se um amuleto popular no norte da frica e no Oriente Mdio. Os judeus, convivendo com os povos rabes, incorporaram o costume. A Hamsa, no tem nenhum fundamento na lei judaica.

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3. O Hino de Israel

HATIKV Kol od balevav penim Nefesh Iehudi omi Ulfaatei mizrach kadim Ain letzion tzofi

A ESPERANA Enquanto dentro do corao De cada alma judia palpitar E na direo do oriente Os olhos se dirigirem

Od lo avda tikvatenu Hatikva bat shnot alpaim Lihiot am chofshi beartzeinu Eretz Tzion v'Yirushalaim

Ainda no passou nossa esperana Esperana que tem dois mil anos De ser um povo livre em nossa terra A Terra de Tzion e Jerusalm

4. Kip - Solidu

Cobrir a cabea, nos faz lembrar da onipresena Divina, e conscientizamonos de que a humildade a essncia da religio. Ningum sabe quando e por que surgiu o costume do uso da Kip. Por tempos, as autoridades religiosas no consideravam obrigatrio o seu uso. Somente no sculo XIX, os judeus ortodoxos adotaram a kip como smbolo da particularidade judaica, e fizeram do costume uma lei.

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5. Menorah

A menorah um candelabro com sete braos ao todo: uma haste central e trs braos que saem de cada lado. Era um dos objetos sagrados do Templo de Jerusalm. Quando o Templo foi destrudo, a menorah tornou-se o principal smbolo artstico e decorativo da f judaica. um dos smbolos nacionais do povo judeu e da identidade de Israel.

6. Mezuz

A mezuz uma caixa medindo, em geral, de 3 a 4 polegadas de comprimento, contendo um pedao pequeno de pergaminho, no qual esto escritas passagens bblicas que fazem parte do "shem" (Orao da Unicidade de Deus). A mezuz deve ser afixada em todas as portas de uma casa - com exceo dos banheiros - o mais cedo possvel, pois ela um mandamento da Tora. afixada no umbral direito da entrada do aposento em posio inclinada , no final do primeiro tero superior. Costuma-se beij-la quando se sai ou entra em casa. O significado mais profundo do seu simbolismo seria lembrar ao Judeu a unicidade de Deus e do mandamento de am-Lo sobre todas as coisas.

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7. O Muro Ocidental ou Muro das Lamentaes

O Muro das Lamentaes o lugar mais sagrado e venerado pelo povo judeu por tratar-se nico resqucio do Templo Sagrado de Jerusalm, que foi destrudo por Tito no ano 68 D.E.C

8. O Tatit ou Xale de Orao

Tem origem num dos mandamentos bblicos contidos no livro dos Nmeros, o qual ensina que o indivduo deve usar franjas nos quatro cantos da roupa. O talit tem como objetivo lembrar do dever de observar fielmente todos os 613 mandamentos da Tor. O talit em geral feito de linho, l ou seda, com as franjas do mesmo material.

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9. O Tefilin ou FilactriosOs tefilin so dois cubos de couro que contm 4 pergaminhos com inscries bblicas. Um atado ao brao e outro sobre a cabea. O cubo destinado cabea amarrado na testa de forma a ficar perto do crebro e o outro sobre o brao esquerdo com suas tiras estendendo-se at a mo esquerda a fim de ficar numa posio mais prxima do corao, significando o amor a Deus, com todo seu corao e com todos os seus pensamentos. So colocados antes de iniciar as oraes matutinas todos os dias. H excees, como no shabat e nos dias de festas.Os tefilin so um smbolo de dedicao pessoal a Deus e Sua Tora.

10. Os Pergaminhos da TorSo 5 rolos de pergaminhos feitos com couro de boi onde esto as inscries dos 5 livros de Moiss Gnesis, xodo, Levtico, Nmeros e Deuteronmio. A escrita feita em hebraico, por um escriba especializado que respeita rgidas regras herdadas desde os tempos de Moiss . Na sinagoga, os rolos da Lei so lidos todas os sbados, segundas e quintas-feiras. Se um nico defeito for encontrado numa simples letra, todo o rolo torna-se imprprio e faz-se a restaurao para enquadrar-se s regras de perfeio na escrita. Caso isso no seja possvel, o rolo inteiro , ento, enterrado numa vala prpria num cemitrio israelita.

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CAPTULO 40

COMO FUNCIONA O CALENDRIO JUDAICO?O calendrio judaico funciona na base de um dia de 24 horas e de um ano de doze meses. O dia inicia-se ao por-do-sol e termina ao por-do-sol seguinte. O ms judaico basea-se na Lua, e tem 29 ou trinta dias de durao. No total, o ano judaico tem 353, 354 ou 355 dias que bem menos do que um ano solar integral. Essa discrepncia solucionada acrescentando-se um ms inteiro de 29 dias, sete vezes a cada 19 anos. Para isso, acrescenta-se um dia extra ao ms que o precede . Assim, um ano bissexto Judaico tem um ms a mais e pode ter 383, 384 ou 385, dependendo do nmero de dias do ano precedente. Para complicar ainda mais o calendrio judaico, o "Rosh Hashana" (Ano-novo) nunca pode cair em domingo, quarta ou sexta-feira Se isso acontecesse, o Yom Kippur cairia na sexta ou no domingo, ou seja, antes ou depois do Shabat. Isto significaria que no seria possvel preparar comida ou enterrar os mortos nesses dois dias, j que todos as proibies que se aplicam ao Shabat, aplicam-se tambm ao Yom Kippur. Os meses judaicos em ordem so: Tishrei, Cheshvan, Kislev, Tevet, Shvat, Adar, Nissan, Iyar, Sivan, Tammuz, Av e Elul. A data do ano no calendrio judaico o corrente ano de 5763, por exemplo - assinala o nmero de anos que se passaram desde a criao do homem, no 6. dia da criao, que os sbios judeus medievais, com base em dados bblicos, calcularam ter ocorrido no ano de 3761 A.E.C. e apesar de tal dado no estar de acordo com a cosmologia moderna. um conceito universal do judasmo que seu calendrio deveria basear-se em um evento csmico e no apenas em um significado judaico.

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CAPTULO 41

COMO O JUDASMO ENCARA O SEXO?No cristianismo, sexo e pecado esto intimamente ligados e o sexo o mal necessrio para a procriao da raa humana. Para o Judasmo, sexo no considerado pecado e no visto como sendo unicamente como um meio de procriao, e sim, tambm, um meio de se desfrutar o prazer. No casamento, o sexo tem um papel fundamental. Primeiramente, o marido obrigado a proporcionar esposa uma vida sexual normal. Ao mesmo tempo, o homem nunca deve tentar obrigar a esposa a manter relaes sexuais com ele numa ocasio em que " odioso para ela . Segundo o Talmud, um homem jovem e vigoroso deve ter a esposa todas as noites, enquanto um homem que trabalha duro e mal alimentado, deve t-la apenas uma vez por semana. Porm, tais observaes podem ou no ser levadas em conta. Prossegue o Talmud dizendo que se um casal tem o costume de ter relaes sexuais apenas em certas noites, e se algum dia a mulher se vestir de modo atraente ou de alguma forma insinuar que est procurando conforto, mesmo que no seja nos "dias certos", o homem deve procurar agrad-la. De um modo geral, estudiosos e religiosos acreditam que os maridos esto mais acostumados a manter relaes com as esposas nas noites de sexta-feira, pois a noite mais santa da semana e o sexo deve ser encarado como um prazer que produz santidade e alegria. O sexo extraconjugal proibido pela lei judaica e ele no visto de modo tolerante. Contudo, ele dividido em duas classificaes: de um lado, o eventual entre solteiros; do outro, o adultrio. Os homens judeus so forados a se casarem cedo, para que no se desviem para o sexo extraconjugal. Do ponto de vista judaico, o sexo algo importante demais para ser exercido fora da ampla estrutura que Deus nos deu, na Tora, que a famlia. Sobre o sexo entre solteiros, no caso de jovens, a famlia do rapaz passa por extrema vergonha se o rapaz se aproveitar da moa. O mesmo deveria ser capaz de abster-se, sabendo que o que ele fez era incorreto. Com respeito ao adultrio, preciso ressaltar que a palavra "adultrio", para o judasmo referese exclusivamente s relao entre uma mulher casada e um homem que no seja seu marido e no s relaes entre um homem casado e uma mulher que no seja sua esposa, a menos que a mulher tambm seja casada. O adultrio um dos mais terrveis pecados para os judeus. comparado idolatria. Atualmente, certas seitas religiosas crists assumiram a atitude de que atos homossexuais entre adultos que aceitam essa atitude no constituem pecado e no devem ser condenados. Porm, isso extremamente rejeitado pela religio Judaica. Em Israel o homossexualismo existe nas mesmas propores que em qualquer pas ocidental. Sob o ponto de vista religioso, porm, ignorado no Talmud, embora outras ofensas sexuais contra as leis da Tor, como o adultrio e o estupro, sejam amplamente examinadas. Isso se deve ao fato de que a opinio rabnica e erudita achava a incidncia do homossexualismo muito baixa para ser debatida; o vendo como um fator insignificante na vida judaica.

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CAPTULO 42

COMO O JUDEU V O DINHEIRO E A RIQUEZA?

Quem verdadeiramente rico ? Rabbi Meir disse: Aquele que deriva prazer de sua riqueza. Rabbi Tarfon disse: Aquele que tem cem vinhedos e cem campos, e cem empregados que trabalham neles. Rabbi Akiva disse: Qualquer um que tem uma esposa cujos modos sejam agradveis Rabbi Yossi disse: Aquele que tem um toalete prximo de sua mesa.

Na totalidade dos ensinamentos rabnicos pode-se encontrar a defesa da tese da moderao sbia. Ambos os extremos - a austeridade e o hedonismo - so censurados como nocivos. Nossos sbios nunca associaram nenhuma virtude pobreza. Ao contrrio. Est escrito: "Onde no h po, no h Torah". Esta uma mxima que demonstra que a carncia de sustento um obstculo muito grande para se atingir o conhecimento daquilo que essencial no cumprimento da vontade Divina. Em outro lugar, est dito: "Pior a pobreza na casa de um homem que cinqenta pragas." . Os Rabinos percebem o valor do conforto na vida humana e dizem: "um lugar bonito, uma esposa bonita, mveis bonitos so meios que proporcionam ao homem uma boa mente" . A definio rabnica de um homem rico : "aquele que deriva prazer de sua riqueza" . Conta-se a histria que, devido a sua crtica administrao romana na Palestina, Rabi Shimon bar Yochai teve que esconder-se para salvar sua vida. Ele e seu filho se fecharam numa caverna durante doze anos. Ouvindo que o rei morrera e o decreto de sua morte fora rescindido, ele saiu de seu esconderijo. Viu um homem arando e semeando a terra e exclamou: "abandonam a vida eterna e ocupam-se com vida coisas transitrias, sem nenhum valor". Onde quer que ele e seu filho voltassem os olhos, tudo para que eles olhavam logo se incendiavam. Haviam vivido uma profunda experincia mstica naquele perodo. Agora no se conformavam com a labuta diria dos seres humanos comuns em busca do sustento, dedicando, ao final, to pouco ou quase nada aos valores espirituais. Ambos haviam suplantado as mnimas e bsicas necessidades do ser humano atravs do mais profundo relacionamento com o divino. Foi ento que uma voz dos cus dirigiu-se a eles, dizendo: "vocs deixaram aquela caverna para destruir meu mundo? Voltem j para l !!!" . Ficara explcito, agora, que a manuteno da ordem social tem a aprovao de Deus. Isso significa, portanto, que o homem tem todo o direito de gozar os frutos de seu trabalho como recompensa por seu esforo. Porm, um grande cuidado h de ser tomado. Acumular riquezas para comprazer luxria, no est de acordo com a Sua vontade. "Quando Salomo erigiu o templo, ele disse ao TodoPoderoso: 'Soberano do Universo, se um homem rogar-te por abundncia e Tu souberes que abusar dela, no lhe conceda. Porm, se Tu vs um homem usar suas riquezas para o bem, concede sua petio, tal como ele Te pede' , pois, assim est dito: ' concede a cada homem conforme os seus prprios caminhos, porque Tu conheces o seu corao' " H uma abundncia de significados na definio: "quem rico? aquele que se alegra com a sua poro, pois est dito: 'quando voc come o trabalho das tuas mos, voc feliz e estar feliz consigo mesmo' " . Dizem os rabinos que a expresso "voc feliz" refere-se vida neste mundo, e "estar feliz consigo mesmo" refere-se vida no mundo vindouro. . Isso cristaliza o ponto de vista dos rabinos a respeito do mundo material.

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CAPTULO 43

POR QU OS JUDEUS DO TANTA IMPORTNCIA AJUDA MTUA?Talvez a melhor resposta a esta pergunta seja atravs de uma parbola.

A um rabino muito justo foi permitido que visitasse o purgatrio (em hebraico, chamado Guehinom) e o paraso (GanEden). Primeiramente foi levado ao purgatrio, de onde provinham os gritos mais horrendos dos rostos mais angustiados que j vir. Estavam todos sentados numa grande mesa. Sobre ela, se viam iguarias, comidas das mais deliciosas que se possa imaginar, com a prataria e a loua mais maravilhosa que jamais se vira. No entendendo porque sofriam tanto, o rabino prestou mais ateno e viu que seus cotovelos estavam invertidos, de tal forma que no podiam dobrar os braos e levar aquelas delcias s suas bocas. O rabino foi levado ao paraso, onde se ouvia deliciosas gargalhadas e onde reinava um clima de festa. Porm, ao observar, para sua surpresa, encontrou o mesmo ambiente: todos sentados mesma mesa que vira no purgatrio, contendo as mesmas iguarias, as mesmas louas e os mesmos cotovelos invertidos. Mas ali havia um detalhe muito especial: cada um levava a comida boca do outro.

Ao bom entendedor, meia palavra basta.

CAPTULO 44

POR QUE OS JUDEUS FAZEM TANTAS PERGUNTAS?Conta-se sobre um homem que queria entender o processo Talmdico de anlise ... ento ele perguntou a seu rabino. O rabino respondeu com uma pergunta: - "Se dois homens entram numa casa pela chamin, um fica todo sujo de fuligem e o outro sai limpinho. Qual dos dois ir se lavar ?" O homem respondeu: - "O que est sujo, lgico !" - "No !", respondeu o rabino. "O limpo ir ver o outro que est sujo, pensar que tambm est sujo e ir se lavar. O que est sujo presumir que est limpo depois de ver que o outro que est limpo." O homem alegremente exclamou: - "Ah, agora eu entendo a anlise Talmdica !" O rabino balanou sua cabea negativamente e disse: - " No, voc no entendeu. Se voc tivesse entendido a anlise Talmdica, voc teria perguntado: 'Como possvel que dois homens desceram por uma chamin, um saiu sujo e o outro saiu limpo ?' "

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Todos ns estamos sujeitos a aceitar informaes como fatos sem nos perguntarmos como sabemos que aquilo verdadeiro. Voc j ficou curioso sobre o velho adgio que "se fizer uma pergunta a um Judeu, ele responder com outra pergunta ?" Por qu? Ser isso verdade? Se uma pessoa responde a uma pergunta diretamente significa que ela aceita as premissas sobre as quais a pergunta foi elaborada. Por exemplo: "Quando voc parou de bater em sua esposa ?" Nesta situao, a pessoa questionada certamente ir fazer uma pergunta para obter maiores esclarecimentos definitivamente a melhor resposta a esta questo ! Portanto, as lies para ns so: 1) Assegure-se de suas fontes de informao 2) Verifique as informaes 3) Responda as perguntas com perguntas que as esclaream

CAPTULO 45

OS JUDEUS MANTM ALGUMA PARTICULARIDADE NA APARNCIA PESSOAL ?Sim. Normalmente os homens religiosos mantm uma barba em cumprimento a um mandamento bblico de Levtico 19:27. Os mais ortodoxos tomam isto como significando que a barba no deve ser tocada, de maneira alguma, e que seu crescimento deve ser livre. Este mandamento na realidade aplica-se apenas ao uso da navalha, e a maioria dos Judeus ortodoxos de hoje barbeiam-se com p ou cera depilatria ou, em maior nmero, com um barbeador eltrico , que mais uma espcie de aparador, em vez de usar navalha. aparador . No mesmo versculo de Levtico h uma meno a respeito de no arredondar os cantos da cabea. Esta expresso cantos da cabea refere-se s tmporas e rea adjacente. Enquanto muitos Judeus ortodoxos, inclusive alguns hassidim, interpretam isto como significando que no se deve aparar completamente esta rea, h outros que acreditam que o cabelo desses locais no devem ser cortados de maneira alguma, de modo que odeixam crescer em longas peyes . Algumas delas so encaracoladas e pendem dos lados do rosto, outras so enfiadas atrs das orelhas. As mulheres, entre os ortodoxos no expem os cabelos. Entre os ashquenazim existe a prtica de as mulheres cortarem curtos os cabelos, imediatamente antes do casamento, e depois usarem uma peruca. A prtica, hoje, est restrita principalmente aos mais ortodoxos. As mulheres sefaradim no usam peruca, mas cobrem cuidadosamente os cabelos com um leno.

CAPTULO 46

QUAL A GRANDE BARREIRA NA MENTALIDADE OCIDENTAL PARA SE ENTENDER O MODO DE VIDA JUDAICO ?O piv de todas as diferenas entre o mundo no Judaico e o Judasmo encontra-se na maneira de viver a religio. O Judasmo encara o ser humano como corpo e alma, ou seja, a alma tem sua importncia na ligao com Deus, na vivncia da religio, etc; mas ela necessita do corpo para se elevar em seus anseios. Ou seja, no possvel realizar uma tarefa espiritual neste mundo sem a participao do corpo. Para o Judeu, viver algo que envolve estas duas entidades indistintamente. Como comer, como dormir, fazer negcios, gastar dinheiro, desempenhar um determinado papel na Fale comigo: cel (43) 9991 1813 ou [email protected]

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sociedade e tudo o mais, so tarefas que necessitam do corpo e da alma para serem desempenhadas. Quando morre um Judeu, o seu corpo enterrado com todo o respeito que lhe devido. Seja ele um assassino, mendigo ou rei. Os cemitrios Judaicos so perptuos, por este motivo. De acordo com a Tor, mesmo quando a pena mxima da forca era imputada sobre um criminoso, seu corpo no poderia ficar exposto aps o por-do-sol. Mesmo este indivduo merece respeito e no pode tornar-se alvo de zombaria ou aes depreciativas . Ao fazer negcios, a idia bsica do Judasmo que o temor a Deus precisa estar presente. Por isso, o dinheiro visto como uma fonte real de energia para se realizar coisas boas e grandes. No um meio para se obter opulncias nem para se realizar extravagncias. A riqueza um dom divino como resultado de muito esforo que se deve empreender no trabalho.

Mark Twain escreveu um fascinante artigo intitulado A respeito dos Judeus na Harpers Magazine, em 1897. No final do artigo, ele conclui: Os Egpcios, os Babilnios e a Rosa Persa encheram o planeta com seus sons e seu esplendor, mas depois murcharam e morreram . Os Gregos e os Romanos os seguiram, fizeram um imenso barulho e se foram. Outros povos floresceram e elevaram alto sua tocha por algum tempo, mas ela se consumiu e agora repousam em seu crepsculo ou j se desvaneceram. O Judeu assistiu a tudo, ultrapassou todos e hoje o que sempre foi, sem exibir nenhuma decadncia, nenhuma debilidade causada pela idade, nenhuma fraqueza de suas partes, nenhuma diminuio de suas energias ou ofuscamento de sua mente alerta, afiada e gil. Todas as coisas so mortais, menos os Judeus. Todas as demais potncias se vo, mas os Judeus permanecem. Qual o segredo de sua imortalidade ? H mais ou menos dois anos, li na Folha de So Paulo um artigo assinado por Gilberto Dimenstein fazendo referncia s causas de um dos mais crnicos geradores de anti-semitismo de toda a histria. O artigo fazia meno a um dado realmente notvel e intrigante: desde o seu lanamento, em 1901, o Prmio Nobel foi conferido a cerca de 700 personalidades - 140 deles judeus. uma estatstica que impressiona. Os judeus so, hoje, um grupo de 16 milhes, num planeta habitado por quase 6 bilhes de pessoas. Mas so responsveis por boa parte das grandes descobertas cientficas do sculo. Um livro lanado na Inglaterra no ano passado, escrito por um advogado de Nova Iorque - Michael Shapiro - atiou a mstica e as discusses sobre uma suposta inteligncia superior dos judeus. Depois de pesquisar e entrevistar filsofos, rabinos, escritores e cientistas de diversas as reas , Shapiro produziu a lista dos cem mais importantes judeus. Esto alguns dos maiores pensadores e criadores da humanidade. Gente que moldou o que pensamos e at como nos vestimos. Existe algum segredo por trs disso? O livro controverso em muitas de suas colocaes e levou pancada desde a fase de pesquisa. A polmica comea logo no topo da lista. O vencedor desta variada galeria no outro seno Moiss, libertador dos judeus escravizados no Egito e, mais importante, divulgador dos Dez Mandamentos que orientaram os limites da ao humana civilizada. Ficou em segundo lugar Jesus. Perdeu porque seu nome teria sido usado e abusado em vo, servindo para massacres, perseguies e intolerncia; a Inquisio, por exemplo. A lista tem vrios consensos. Karl Marx, Sigmund

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Freud e Albert Einstein, nomes que esto na companhia de Lvi-Strauss, criador da cala jeans, e do cineasta Steven Spielberg. Mais um consenso: Abrao, criador do conceito de monotesmo, absorvido pelo islamismo, catolicismo e protestantismo. Num dos mais clebres smbolos de rebeldia, ele destruiu - segundo a tradio - esttuas de deuses quando ainda vivia em Ur, na Caldia. Abrao est junto de dois americanos, Jerry Siegel e Joe Shuster, criadores de um homem com poderes divinos: o Super-Homem. O prprio Super-Homem, conta Shapiro, seria judeu , batizado com nome hebraico antes de chegar Terra como uma inveno de marketing para atacar o anti-semitismo que reinava nos EUA. Como um povo to pequeno consegue gerar tantos super-homens intelectuais? O segredo que no existe segredo. Por motivos religiosos, o analfabetismo inexistente entre os judeus. Aos 13 anos, o menino obrigado a subir ao plpito e ler trecho do livro sagrado, a Tor, numa cerimnia chamada Bar Mitzv. Portanto, ele deve saber pelo menos o hebraico alm de sua lngua ptria. Os judeus so ensinados a reverenciar a rebeldia intelectual - rebeldia sintetizada em seu patriarca Abrao, ao destruir dolos e inaugurar o monotesmo. Nada mais do que aquilo que os educadores chamam de ensino crtico; contestar sempre as verdades estabelecidas, princpio bsico da pedagogia moderna. um treinamento decisivo para quem deseja mais que reproduzir, mas inventar. O bom educador deve ensinar a seus alunos a olhar sempre com uma ponta de desconfiana aquilo em que todos acreditam e dar uma ponta de crdito a idias ou projetos que todos desmerecem. Ningum inventa nada se apenas for servil ao conhecimento passado. Para o judeu, o passado uma base para reflexo e compreenso do presente e do futuro. Nenhum povo foi to perseguido e humilhado por tanto tempo como os judeus. Isso acabou gerando uma srie de efeitos colaterais. Um deles o valor da educao para a sobrevivncia. Podem arrancar suas terras, propriedades, mas no o que est em sua cabea. Alfabetizao universal, rebeldia e reverncia educao como arma de sobrevivncia - so uma base fundamental, mas no explicam os superhomens intelectuais. Eles tiveram de ser dotados de extraordinria inteligncia e, no menos importante, viver no lugar certo e na hora certa. Desenvolveram suas idias nas cidades iluminadas culturalmente, centros de debates e reflexes. No h nenhum segredo dos judeus escondido na gentica ou escolha divina. S o bvio: culto educao, multiplicao do conhecimento atravs da reflexo e a anlise das aes em termos de suas conseqncias. Uma caracterstica de todo e qualquer inovador, seja branco, negro, amarelo, homem ou mulher. Ou de qualquer pas que progride.

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CAPTULO 47

ALGUMAS SUPERSTIES JUDAICASPara evitar o mau-olhado Pendurar na entrada da casa ou de uma loja uma ferradura na qual se amarra um dente de alho e pedras de cor azul. Amarrar uma corda azul para balanar o bero de um beb. Colocar em evidncia pedras de cor azul ou vermelha no chapu ou vestido de uma pessoa. Dizer alho para teus olhos porque se acredita que o alho tem um poder mgico. Dizer mashal, expresso turca que significa que Dus guarde. Cuspir ou simular que se est cuspindo. Colocar um prego no bolso.

O casamento Durante a cerimnia de casamento o noivo coloca seu p sobre o da noiva para expressar a submisso da mulher. Se, por sua vez, a noiva se apressar e colocar seu p sobre o de seu marido, caber a ela o controle do lar. Quando uma moa sem recursos se casava, emprestavam-lhe jias antes dela ir para a mikv. A noiva, ento, usava estas jias durante oito dias depois do casamento. Na visita que se costumava fazer no primeiro Shabat, presenteava-se os recm-casados com pequenos objetos de prata. O recm-casado colocava as peas em um prato e passeava com este ao redor da sala. Isto significa que se for escrito que um dia o recm-casado vai precisar pedir tsedak, seu destino mudar j que ele cumpriu este ato. Era costume os noivos no sarem de casa por uma semana aps o casamento. Durante o dia recebiam visitas, conforme a crena de que se os recm-casados ficassem sempre sozinhos poderiam ser atingidos por foras negativas. No oitavo dia, o recm-casado saa de casa pela primeira vez e comprava peixes vivos que eram colocados numa panela grande cheia de gua no meio do quarto. Nesta ocasio, trazia um presente para a noiva. Esta, por sua vez, vestia um de seus melhores vestidos e pulava trs vezes sobre a panela. A cada vez que pulava pronunciava as seguintes bnos: Que sejas abenoada com muitos filhos, assim como os peixes do mar, e que vivas muitos anos com teu marido e filhos at a velhice e o fim da vida (shiv). Este dia era chamado de Dia dos Peixes.

Para ajudar o amor matrimonial Se um marido se desinteressava da esposa, ela pegava a camisa dele, molhava nas ondas do mar e a preparava para que ele a vestisse. A esposa escrevia o nome do marido sobre trs folhas de mirta, misturando-as, em seguida, ao vinho de Shabat e lhe dava para beber. (Este procedimento era usado tambm quando a esposa no amava seu marido). A mulher pegava o leite de uma mulher que estava amamentando uma menina e misturava com o leite que seu marido iria beber. Se o marido no gostava de ficar em casa, a esposa colocava pregos ao lado de sua cama. Se a mulher no queria que o marido desconfiasse dela, colocava sua camisa sobre um burro e depois a dava para que ele a vestisse. Para ajudar a engravidar Fale comigo: cel (43) 9991 1813 ou [email protected]

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A mulher pegava um ovo de uma galinha, cozinhava-o em uma panela nova, cortava-o em dois com um fio de cabelo, comia a metade e jogava fora a outra. Uma mulher que no conseguia engravidar encostava sua barriga na barriga de uma mulher grvida. Dizia-se que ajudava engravidar se a mulher comesse um etrog (fruta ctrica parecida com um limo com


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