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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Exatas e Informática

Campus Arcos

Bacharelado em Sistemas de Informação

ANÁLISE DE USABILIDADE DOS WEBSITES INFO E GIZMODO

Marcela Miranda

Patrícia Corniani

Wíliam Gonçalves

Arcos

2013

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Marcela Miranda

Patrícia Corniani

Wíliam Gonçalves

ANÁLISE DE USABILIDADE DOS WEBSITES INFO E GIZMODO

Trabalho apresentado à disciplina

Interação Homem-Computador do curso

Sistemas de Informação da Pontifícia

Universidade Católica de Minas Gerais.

Orientador: Fábio Martins

Arcos

2013

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4

1.1 Objetivo geral.................................................................................................... 5

1.2 Objetivos específicos....................................................................................... 5

1.3 Justificativa....................................................................................................... 5

1.4 Metodologia...................................................................................................... 6

2 USABILIDADE E AVALIAÇÃO DE USABILIDADE................................................. 7

2.1 Usabilidade....................................................................................................... 7

2.2 Avaliação de usabilidade................................................................................. 9

3 WEBSITES AVALIADOS.......................................................................................... 12

4 AVALIAÇÃO DE USABILIDADE.............................................................................. 13

4.1 Objetivo da avaliação....................................................................................... 13

4.2 Checklist de avaliação e resultados obtidos................................................. 14

4.3 Análise dos resultados.................................................................................... 15

4.3.1 Objetivo do website................................................................................ 16

4.3.2 Localizabilidade...................................................................................... 16

4.3.3 Presteza................................................................................................... 17

4.3.4 Busca....................................................................................................... 18

4.3.5 Legibilidade............................................................................................. 19

4.3.6 Conteúdo.................................................................................................. 20

4.3.7 Erros......................................................................................................... 20

4.3.8 Acessibilidade......................................................................................... 21

4.3.9 Empresa................................................................................................... 22

4.3.10 Experiência do usuário......................................................................... 23

5 CONCLUSÃO............................................................................................................ 24

REFERÊNCIAS............................................................................................................ 26

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1. INTRODUÇÃO

A Internet é um meio de comunicação que tem crescido vertiginosamente desde

que foi criada. A disseminação de conteúdo de forma desgastante, em websites mal

formulados, tem tornado a interação neste meio uma atividade realizada com mais

esforço pelo usuário que usualmente se necessitaria.

Nielsen e Loranger (2007) definem usabilidade como “um atributo de qualidade

relacionado à facilidade de uso de algo. Refere-se à rapidez com que os usuários podem

aprender a usar alguma coisa, a eficiência deles ao usá-la, o quanto lembram daquilo, seu

grau de propensão a erros e o quanto gostam de utilizá-las”. Por isso, é evidente que se

as pessoas não utilizarem um recurso, ele pode muito bem não existir. A usabilidade é

determinante para o sucesso de qualquer produto, dentre eles, os websites. A usabilidade

dos websites contemporâneos tem se mostrado baixa e, desta forma, não é apenas a

facilidade de uso que é afetada, mas também a facilidade de aprendizado, eficiência de

uso, produtividade, satisfação do usuário, flexibilidade, utilidade e a segurança no uso,

visto que o conceito de usabilidade ultrapassa suas próprias fronteiras e se estende a

estes outros.

A interface com o usuário pode ser definida como “o conjunto de todas as

linguagens através das quais o usuário e o produto se comunicam” (MAYHEW, 1999) e é

ela que é a principal responsável por garantir que a usabilidade será efetiva. A atividade

de análise de websites que foi desenvolvida no presente trabalho tem exatamente este

objetivo: verificar a arquitetura e o conteúdo de dois websites a fim de diagnosticar a

usabilidade e propor melhorias que alavanquem-na quanto às diretrizes propostas.

A análise de usabilidade pode ser feita de diferentes formas, dentre as quais a

aplicação de listas de verificação – ou checklists – constrói-se de uma forma mais

simplificada, fácil e eficiente. Os websites escolhidos são populares no mundo das

notícias sobre tecnologia e têm alto índice de visitas cotidianas. INFO e Gizmodo foram

avaliados, portanto, através de um checklist composto por diretrizes propostas por Nielsen

e Loranger em “Usabilidade na Web” e contém 172 questões que foram respondidas e

depois analisadas através de gráficos. Posteriormente, foram sugeridas melhorias que os

façam estar de acordo com as melhores diretrizes do mercado, alcançando, então, os

melhores índices de visitas do ramo e tornando-se, por fim, parâmetros para

desenvolvimentos futuros.

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1.1 Objetivo geral

O objetivo geral do presente trabalho é realizar a análise de usabilidade dos

websites INFO e Gizmodo e, posteriormente, sugerir melhorias que os façam adequar às

diretrizes mais eficientes de usabilidade.

1.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

a) Apresentar as melhores diretrizes de usabilidade contemporâneas do mercado,

deixando claro porque o usuário se sente mais à vontade com elas.

b) Demonstrar os pontos fracos e pontos fortes de usabilidade dos websites

avaliados.

c) Sugerir correções para os pontos fracos de forma consciente, de forma a

alcançar a usabilidade mais satisfatória para o usuário.

d) Demonstrar a facilidade e eficiência da aplicação de checklists para avaliações

de usabilidade.

e) Demonstrar índices de usabilidade dos websites escolhidos através de gráficos,

para que sejam melhor visualizados e analisados.

1.3 Justificativa

As centenas de páginas da web têm um significado preponderante entre os

usuários: menos websites complexos e mais rapidez e eficiência na navegação é o que se

espera. Um projeto que implique em dificuldades na sua utilização é um negócio perdido

(NIELSEN E LORANGER, 2007). Por isso, o foco na usabilidade tem sido tão intenso nos

últimos anos: os usuários têm opções – a concorrência pode ser inevitavelmente mais

forte –, portanto, não se deve maximizar problemas, pois em cerca de cinco segundos

pode-se perder um visitante e ele definitivamente não aceita um site resultado de um

projeto ruim.

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Desta forma, estabelecer diretrizes para um website modelo ideal de usabilidade se

faz extremamente necessário. A usabilidade governa a web e questões fundamentais e

que de certa forma passam despercebidas pelos desenvolvedores podem tornar a

navegação mais simples, limpa e eficaz, minimizando os acessos da concorrência. “A web

é o ambiente no qual o poder do cliente se manifesta no mais alto grau”, afirmam Nielsen

e Loranger (2007), por isso, avaliá-la é uma atividade tão importante quanto qualquer fase

de desenvolvimento.

A busca pela arte no processo de construção de websites tem sido fator primário

para desenvolvedores em detrimento da engenharia. A interface homem-computador é

prejudicada e, consequentemente, a facilidade dos clientes é deixada de lado. A avaliação

de usabilidade apresentada neste trabalho analisa websites com alto número de acessos

e que representam uma boa parcela das notícias e discussões do mundo da tecnologia.

Espera-se nestes ambientes, públicos não tão leigos, que sejam muito mais exigentes e

que não tenham o intuito de perder muito tempo em páginas sem estrutura e conteúdo:

são necessários pouquíssimos segundos para a concorrência abocanhar o usuário.

Avaliá-los, portanto, é um desafio. As diretrizes seguidas pelo checklist são formadas a

partir de um estudo bibliográfico dos grandes nomes da Usabilidade e espera-se, desta

forma, que os resultados de ambos os sites visitados seja satisfatório e que a

“competição” seja leal, evidenciando os pontos fortes e fracos de cada um. O objetivo é

um só: comprovar que a concorrência não vence.

1.4 Metodologia

A metodologia proposta pelo presente trabalho visa abordar as etapas essenciais

para a realização da análise de websites e, por fim, apresentar seus resultados. As etapas

que fundamentam a análise são:

a) Escolha dos websites a serem avaliados;

b) Estudo da bibliografia da área de usabilidade;

c) Construção da lista de verificação a ser utilizada na análise;

d) Aplicação da lista de verificação nos websites selecionados;

e) Análise de usabilidade dos websites escolhidos;

f) Proposta de melhorias para os websites escolhidos;

g) Validação teórica da análise de usabilidade dos websites selecionados.

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2. USABILIDADE E AVALIAÇÃO DE USABILIDADE

Esta seção tem o intuito de abordar os conceitos fundamentais que formam a

análise de usabilidade para que a prática seja melhor compreendida.

2.1 Usabilidade

Usabilidade é “o termo usado para descrever a qualidade da interação dos usuários

com uma determinada interface”, segundo Winckler e Pimenta apud Bevan (2013). Não

se limita, portanto, a sistemas de informação. Ela é também encontrada e avaliada

diariamente através de embalagens de produtos em supermercados por exemplo, se

encaixando em qualquer tipo de projeto de interface e tendo amplitude diferente de

acordo com a criticidade do projeto.

A usabilidade, pelo âmbito da ISO 9241, é um atributo de qualidade dos produtos

que permite aferir se uma interface com o utilizador é fácil de utilizar, e por isso, é

composta por cinco fundamentais dimensões:

a) Aprendizagem: define o quão fácil é a interação no primeiro contato.

b) Eficiência: depois de aprenderem a utilização da interface, define o quão rápido

os usuários conseguem realizar tarefas.

c) Memorização: depois de um período de ausência, define o quão facilmente os

usuários conseguem se lembrar da utilização e restabelecer o seu nível de

proficiência.

d) Robustez: define quantos erros cometem os utilizadores, quão severos são

esses erros e quão facilmente conseguem recuperar dos erros.

e) Satisfação: define o quão agradável é a utilização da interface.

A Engenharia de Software engloba a usabilidade na área de qualidade e visa

garantir uma parte da eficiência e eficácia do sistema. Pegani (2011), afirma que:

“A eficiência refere-se a uma interação produtiva entre o usuário e o sistema,

permitindo a realização de tarefas com menor esforço sob uma experiência

agradável. A eficácia pode ser entendida como a capacidade do sistema e da

interface possibilitarem ao usuário a completude da tarefa e o alcance de seus

objetivos no sistema.” (PEGANI, 2011)

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Pegani (2011) salienta ainda que a usabilidade pode ser abordada de diferentes

formas ao longo do projeto, como evidencia a Figura 1. Observa-se que, a princípio, a

participação do usuário é de grande valia para que a usabilidade seja a melhor possível,

de forma a realizar entrevistas durante a fase de levantamento de requisitos. As demais

fases seguem à risca as diretrizes estabelecidas, para que, na fase de testes, os

resultados sejam os mais satisfatórios possível.

Figura 1 – Abordagens da usabilidade no projeto

Fonte: Pegani, 2011.

Assim como qualquer outro conceito da área, a usabilidade possui um ciclo de vida,

demonstrado na Figura 2. A fim de minimizar a identificação de problemas na interface

tardiamente, o ciclo de vida constrói-se como ciclo contínuo de design e avaliações de

usabilidade. Espera-se que os problemas de usabilidade identificados nas avaliações do

ciclo sejam solucionados na versão seguinte e uma nova avaliação de usabilidade seja

feita, até que nenhum problema grave esteja presente. Desta forma, a experiência do

usuário é maximizada e ele completa as tarefas com êxito e sem problemas.

Figura 2 – Ciclo de vida da usabilidade

Fonte: Pegani, 2011.

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A usabilidade possui um escopo bem definido e está relacionada ao tipo de

aplicação em questão, perfil dos usuários e contextos de utilização, que são variáveis de

produto para produto. O escopo circunda todos os principais termos que envolvem a

usabilidade: experiência do usuário, design de interação, a própria usabilidade e utilidade,

de forma que a experiência do usuário “conheça” todos os demais termos e o produto

seja, por fim, útil.

Figura 3 – Escopo da usabilidade

Fonte: Pegani, 2011.

2.2 Avaliação de usabilidade

A atividade de avaliação de usabilidade, análise de usabilidade ou teste de

usabilidade tem como objetivo aferir se a interface do produto, aplicação ou website é fácil

de utilizar, compreender a interação através da interface, detectar problemas de interação

do usuário e, enfim, sugerir resolução dos problemas encontrados para satisfazer às

diretrizes relevantes de usabilidade.

Segundo Pádua (2003), a avaliação de usabilidade possui os seguintes objetivos,

além do geral:

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a) Avaliar o desempenho, constatar, observar e registrar, problemas efetivos de

usabilidade durante a interação;

b) Obter métricas objetivas para eficácia, eficiência e produtividade do usuário na

interação com o sistema;

c) Diagnosticar as características do desenho que provavelmente atrapalham a

interação;

d) Prever dificuldades de aprendizado na operação do sistema;

e) Avaliar o desempenho dos usuários;

f) Conhecer a opinião do usuário em relação ao sistema;

g) Sugerir as ações de re-projeto mais evidentes considerando-se os problemas

de interação diagnosticados.

A avaliação de usabilidade pode ser formativa - realizada durante um projeto de

desenvolvimento de software com o objetivo de aperfeiçoar o produto – ou somativa - realizada após a conclusão do produto. Ela busca validar não apenas a interface, mas

também verificar características de desenho que atrapalham na interação e consistam em

dificuldades de aprendizado, obtendo, assim, indícios de satisfação.

Esta avaliação pode ser feita de diversas formas, dentre as quais podem-se citar as

técnicas analíticas, que são empregadas por projetistas ou especialistas em usabilidade,

dispensando, em geral, a participação de usuários. Dentre estas técnicas, estão:

a) Lista de conferência ou checklist: listas com questões a responder para

identificação dos problemas.

b) Heurística: realizada a partir das diretrizes de construção de interfaces, por

cada avaliador que produz, ao final, seu relatório.

c) Pesquisas de opinião: utilização de questionários ou entrevistas com o usuário

para avaliar o seu grau de satisfação em relação ao sistema e sua utilização.

d) Empíricas: testes com os usuários através do monitoramento de sessões de

uso.

A técnica utilizada para a avaliação dos websites escolhidos para o presente

trabalho foi a lista de verificação, que compõe conjuntos de recomendações ergonômicas,

resultados de pesquisas nas áreas de ciência cognitiva, psicologia e ergonomia por

Nielsen e Loranger em Usabilidade na Web. Tais diretrizes formam o quadro de

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recomendações de “bom senso” que, comprovadamente, auxiliam o usuário a alcançar

seu objetivo de forma eficiente.

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3. WEBSITES AVALIADOS

Os websites escolhidos para serem avaliados quanto à usabilidade neste trabalho

têm conteúdos semelhantes, porém estruturas um pouco divergentes. INFO e Gizmodo

são websites voltados para o âmbito das notícias e fóruns de discussão sobre tecnologia

e são atualizados a todo momento. Correspondem, atualmente, a dois websites com alto

número de acessos e frequente participação de seus usuários.

O website da INFO, em sua tagline, divulga rapidamente seu conteúdo para

usuários: “Notícias, reviews, downloads, dicas e fóruns de tecnologia e internet”. É

perceptível que possui, então, um conteúdo extenso e amplo, atendendo a uma gama

grande de usuários. A página é visualmente cheia e tem uma estrutura bem definida.

Segundo pesquisa sobre os melhores websites de tecnologia do Brasil realizada pelo

TOP10+, o website da INFO ocupa sétima posição na preferência dos usuários.

O Gizmodo, por sua vez, tem uma semelhança significante com blogs de

tecnologia e é visualmente mais legível que o INFO. É um website que busca uma

proximidade maior com o usuário e, por este motivo, é referência daqueles que buscam o

melhor das notícias do mundo da tecnologia, ocupando a primeira posição no ranking do

TOP10+. Como a equipe do Gizmodo mesmo afirma, “Há cinco anos, o Gizmodo Brasil é

referência em tecnologia no país, cobrindo eventos internacionais, levando informação em

tempo real para seus mais de 2 milhões de leitores mensais, e trazendo novas

perspectivas e olhares para os aparelhos tão brilhantes, atraentes e poderosos que

rondam nossas vidas.”

Ambos os websites têm o propósito de informar o usuário sobre assuntos da área

da tecnologia da melhor forma possível e isto envolve a usabilidade. A avaliação de

usabilidade deles passará por todos os aspectos relativos às suas páginas (homepage e

páginas secundárias) e será documentada e analisada quanto às diretrizes.

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4. AVALIAÇÃO DE USABILIDADE

Esta seção tem o objetivo de demonstrar partes da proposta de checklist de

avaliação de usabilidade desenvolvida e executar a avaliação, além de mostrar a análise

realizada a partir da aplicação do checklist.

4.1 Objetivo da avaliação

O principal objetivo da avaliação dos websites INFO e Gizmodo é analisar a

usabilidades das interfaces dos mesmos. Para a realização desta análise, foi aplicado um

checklist que contém 172 questões que estão relacionadas com algumas diretrizes de

usabilidade propostas por Nielsen e Loranger (2007).

Um checklist é composto por respostas fechadas (sim ou não). Cada resposta

positiva receberá pontuação igual a 1, enquanto as respostas negativas receberão

pontuação igual a 0. No checklist, há perguntas em que suas respostas dependem de

outras. No caso de alguma resposta ficar em branco por serem dependentes, esta será

pontuada com o mesmo valor da resposta da qual depende. Por exemplo, na pergunta: “o

website possui gráficos?” Seguida pela pergunta: “os gráficos possuem rótulos para

melhor entendimento?” Para a primeira pergunta, se a resposta for “não”, a segunda

ficará em branco. Neste caso, a mesma pontuação dada à primeira pergunta será dada à

segunda, por ela depender da primeira.

Após a aplicação do checklist, os valores obtidos pelos websites são somados para

calcular a porcentagem de usabilidade de cada um. Se todas as perguntas forem

completadas, a pontuação mínima possível (0% de usabilidade) é igual a 0 pontos, no

caso de todas as questões ganharem valor igual a 0; a pontuação máxima (100% de

usabilidade) é igual a 172 pontos, no caso de todas as questões ganharem valor igual a 1.

Portanto, para o melhor caso, o resultado deverá ser 172 pontos e um valor de 0 pontos

para o pior caso.

O cálculo da porcentagem de usabilidade é feito da seguinte forma: primeiramente,

deve ser calculado o número total de pontos somando os valores obtidos, nas questões.

Em seguida, deve ser aplicada a Equação 1:

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a) X = Porcentagem a ser encontrada;

b) Po = Pontuação obtida;

c) Pm = Pontuação mínima;

d) I = Intervalo entre pontuação máxima e mínima.

O valor final encontrado corresponde à porcentagem de usabilidade do website que

está sendo avaliado.

4.2 Checklist de avaliação e resultados obtidos

O Quadro 1 mostra uma parte do checklist elaborado, em que são ponderadas

questões que avaliam a qualidade dos websites de notícias INFO e Gizmodo, sendo estas

aplicadas na avaliação de quesitos de qualidade de seus websites. A análise foi realizada

considerando-se a resolução da tela com 1024x768 pixels, que pode ser considerada a

resolução mais utilizada no mundo.

Quadro 1: Parte dos resultados da avaliação dos websites INFO e Gizmodo

Fonte: Elaborado pelos autores

onde: (1)

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Aplicando-se a equação 1, os resultados dos websites em um total de 172 pontos

foram:

a) INFO com 126 pontos, o que equivale a 73,26% de usabilidade;

b) Gizmodo alcançou 121 pontos, equivalente a 70,35% de usabilidade.

Gráfico 1 – Usabilidade geral do website

Fonte: Elaborado pelos autores

Em resumo, pode-se dizer que dentre os dois websites analisados, aquele que

apresenta melhor usabilidade é o da INFO, o que pode ser comprovado pelo maior

número de itens desejáveis do checklist, e consequentemente obtendo melhor nota final.

Numa posição inferior fica o website do Gizmodo, obtendo uma pontuação menor

de acordo com os aspectos de usabilidade.

Nas seções a seguir serão comparados os resultados da avaliação de cada

categoria de diretriz de usabilidade.

4.3 Análise dos resultados

Esta seção objetiva demonstrar os resultados obtidos através da aplicação do

checklist, construindo gráficos e sugerindo melhorias.

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4.3.1 Objetivo do website

Em relação ao objetivo do website, que tem o intuito de demonstrar rapidamente

para o usuário o que ele pode fazer e o que ele vai encontrar naquele ambiente, INFO

superou a pontuação do Gizmodo por doze a dez, como pode ser observado através do

percentual do Gráfico 2. Na homepage dos dois websites o logotipo está situado em lugar

visível e correto – canto superior esquerdo, de acordo com a diretriz –, o propósito do

website pode ser entendido em curto espaço de tempo e recursos como estrutura

hierárquica e links diretos importantes estão visíveis para o usuário. O website Gizmodo

não possui slogan, que deveria informar o que eles fazem. A falta dele pode deixar os

usuários confusos em relação ao que o website proporciona ao usuário. A ausência de

tagline também foi também um fator que impossibilitou usabilidade total nesta classe do

checklist.

Gráfico 2 – Objetivo do website

Fonte: Elaborado pelos autores

4.3.2 Localizabilidade

Quanto às informações sobre a localizabilidade – informações referentes à

arquitetura de informação, nomes de categorias, navegação e links –, novamente nenhum

website obteve 100% de usabilidade, pois questões como rolagem curta não foram

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verídicas durante a avaliação. Pelo fato de seus conteúdos serem extensos (notícias e

fóruns, na maioria das páginas) as páginas são muito carregadas de informação e a

rolagem que tem que ser feita pelo usuário é longa. Ambos abrem janelas pop-up e

outras janelas à frente do próprio website além de não avisar isto a quem o utiliza, o que

incomoda o usuário durante a navegação, fazendo com que ele se perca facilmente. A

quantidade de itens de menu também influenciou nos resultados: nenhum dos dois possui

nove itens de menu ou menos em suas páginas. O website da INFO teve uma pontuação

menor nesta classe porque questões básicas como quantidade razoável de botões e links

não foram satisfeitas. Gizmodo foi superior à INFO em três pontos: 27 a 24. A

porcentagem dos resultados obtidos é mostrada no Gráfico 3.

Gráfico 3 – Localizabilidade no website

Fonte: Elaborado pelos autores

4.3.3 Presteza

Quanto à presteza dos websites avaliados, que se refere ao potencial do website

em auxiliar o usuário ao longo de sua navegação, ambos tiveram uma pontuação baixa:

45,45% do INFO e 36,36% do Gizmodo. Estes índices se deveram principalmente à falta

de botões ou links que ajudassem o usuário a se orientar durante a navegação. Além

disso, links de ajuda também não existem. O Gráfico 4 demonstra os percentuais obtidos

para esta classe.

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Gráfico 4 – Presteza do website

Fonte: Elaborado pelos autores

4.3.4 Busca

A pesquisa, ou busca, é uma parte extremamente importante na análise de um

website porque é provável que, ao acessar o website, o usuário não gaste tempo

vasculhando o que precisa e, sim, parta para o campo de buscas e pesquise o que quer

encontrar. Nesta classe, o Gizmodo teve maior pontuação (12 pontos) que o INFO (11

pontos). Recursos como busca avançada foram avaliados e apenas o INFO tem esta

utilidade mais utilizada por usuários experientes, sendo colocada numa página secundária

– ativada pelo usuário. Pontos como a localização do campo de busca e tamanho da

caixa de pesquisa foram avaliados e o INFO não seguiu nenhuma dessas diretrizes. O

Gizmodo pecou por não ter busca avançada e seu campo de busca não estar localizado

no canto superior dirito da página. Ambos os websites dão dicas quando a busca não

retorna nada e têm o campo de busca em todas as páginas. O percentual resultante desta

avaliação encontra-se no Gráfico 5.

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Gráfico 5 – Busca no website

Fonte: Elaborado pelos autores

4.3.5 Legibilidade

A legibilidade diz respeito à facilidade de leitura de alguma coisa, no caso,

websites. A legibilidade é um dos aspectos mais importantes de usabilidade no web

design, pois um texto legível afeta o modo como os usuários podem processar a

informação e o conteúdo. Os websites avaliados tiveram bons percentuais de legibilidade,

visto que os seus textos tinham bons tamanhos, as cores das letras e do fundo não

prejudicavam a leitura, eles minimizavam o uso de texto gráfico, a quantidade de cores e

fontes foram adequadas e o layout era congelado. Entretanto, uma diretriz muito

necessária não foi observada em nenhum dos dois websites: o texto não era

redimensionável, prejudicando o acesso de uma gama de leitores com dificuldade para

enxergar. O Gráfico 6 evidencia os percentuais satisfatórios de ambos os websites para a

legibilidade.

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Gráfico 6 – Legibilidade do website

Fonte: Elaborado pelos autores

4.3.6 Conteúdo

A classe Conteúdo especifica diretrizes em relação ao que é mostrado no website,

com o que é lido e interpretado pelo usuário. Assim como a classe Legibilidade, esta

classe teve uma ótima avaliação de usabilidade: 82,76% do INFO e 86,21% do Gizmodo,

como mostra o Gráfico 7. Isto se deve porque o conteúdo de suas páginas são sucintos, a

linguagem é simples e adequada para seus usuários-chave, o tamanho de parágrafos

contém cinco frases ou menos, o conteúdo crítico se encontra acima da primeira dobra e

as URLs são amigáveis. No website do INFO, entretanto, a ênfase não é usada de forma

moderada e adequada. Em ambos, a densidade informacional é alta, o que confunde e

prejudica o usuário, e tem muito mais dados e informações que o necessário.

4.3.7 Erros

Quanto aos possíveis erros detectados nos websites, o que foi analisado teve

ligação com a parte de interação do usuário com o website, por exemplo, preenchimento

dos formulários. Os erros foram descobertos através de simulações e esta classe teve um

dos índices de avaliação mais baixos: 43,75% do Gizmodo pelo fato de o website não dar

muito auxílio ao usuário como em entrada de dados e as mensagens de erro não são

simples de entender, por exemplo. O INFO obteve exatos 81,25% na avaliação,

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tropeçando nos menus que não são bem separados. O Gráfico 8 demonstra as

porcentagens obtidas nesta classe.

Gráfico 7 – Conteúdo do website

Fonte: Elaborado pelos autores

Gráfico 8 – Erros no website

Fonte: Elaborado pelos autores

4.3.8 Acessibilidade

Em relação à acessibilidade, INFO e Gizmodo obtiveram percentuais de 87,5% e

75%, respectivamente, como pode ser visto no Gráfico 9. Para ter 100% de usabilidade

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nesta classe, INFO faltou inserir legendas e transcrições são usadas para áudio e vídeo.

Gizmodo, por sua vez, faltou colocar ALT tags em imagens para auxiliar o usuário a

identificar as suas relações com o texto e também as legendas e transcrições em

multimídias.

Gráfico 9 – Acessibilidade do website

Fonte: Elaborado pelos autores

4.3.9 Empresa

Esta classe se refere às informações da empresa no website, para que este ganhe

credibilidade e o usuário conheça quem é que o promove. INFO e Gizmodo obtiveram o

único índice de usabilidade de 100% desta avaliação, pois apresentaram a seção “Quem

somos” com informações coerentes e ela pode ser acessada a partir da homepage, além

de que o link para o “Fale conosco” também existe. O percentual pode ser visto no Gráfico

10.

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Gráfico 10 – Empresa no website

Fonte: Elaborado pelos autores

4.3.10 Experiência do usuário

Em “Experiência do usuário”, obtiveram-se os menores índices desta avaliação:

20% de usabilidade para ambos os websites e pode ser visível no Gráfico 11. Estes

resultados se deram, principalmente, pela ausência de recursos personalizados para o

usuário e pela atualização automática das páginas.

Gráfico 11 – Experiência do usuário do website

Fonte: Elaborado pelos autores

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5. CONCLUSÃO

A avaliação de usabilidade é vista como uma atividade determinante para se

colocar um website online. Discriminar o que está e o que não está “na linha” com as

melhores diretrizes e consertar os problemas de usabilidade é uma benfeitoria para o

usuário, uma tática não só da própria usabilidade como também de conquistar cada vez

mais acessos, afinal bons projetos acarretam bons números. É parte de um processo que

só beneficia a interação homem-computador.

Os websites analisados INFO e Gizmodo obtiveram bons resultados finais: na casa

dos 70% e 75%. Contudo, tiveram tropeços em diretrizes fundamentais, fazendo o usuário

ter muito mais dificuldade na navegação, que são notórias e podem ser sanadas sem

grande esforço.

Para o website INFO, as melhorias propostas são grandiosamente voltadas para as

classes do checklist Localizabilidade, Presteza e Experiência do usuário. Nestas, ele teve

os menores percentuais de avaliação que podem ser resolvidas com: deixar na página

uma quantidade de botões e links razoáveis para o usuário ser menos confundido; colocar

páginas de rolagem mais curta, para o usuário ter uma melhor visualização de seu

conteúdo; melhorar as questões de janelas que sobrepõem outras janelas e janelas pop-

up, ambas que incomodam muito durante a navegação e os desorientam. Como parte da

Presteza, os botões de “Página anterior” e “Página seguinte” são fundamentais e

acrescentá-los alavanca a usabilidade. Quanto à experiência do usuário, pontos como

recursos personalizados e páginas que atualizam automaticamente são facilmente

consertados.

Para o website Gizmodo, por sua vez, as melhorias seriam no âmbito da

Localizabilidade, da Presteza, dos Erros e da Experiência do usuário. Também com os

menores percentuais nestas classes, as melhorias propostas são: a rolagem da página

pode passar de pequena a grande, minimizando a quantidade de conteúdo na página,

bem como os problemas de janelas detectados no INFO. Além disso, a mudança de cor

nos links visitados pode ser relevante para a usabilidade assim como o botão “Voltar”

sempre habilitado. Em relação à Presteza e Experiência do usuário, os pontos a serem

melhorados foram os mesmos do website do INFO. Em Erros, há muito a ser melhorado:

é necessário a implementação de confirmação dupla de ações que podem gerar perdas

de dados e/ou resultados catastróficos; e a retirada de abreviaturas ou códigos nas

mensagens de erro e colocando-as próximas de onde o erro ocorreu.

Page 25: Interação Homem-Computador - Avaliação dos websites INFO e Gizmodo

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O presente trabalho alcançou seus objetivos de ciar o checklist e aplicá-lo como

forma de avaliação de usabilidade. Especificar diretrizes é uma tarefa descomplicada que

interfere bastante quando a análise de usabilidade é realizada. Como já afirmado, a

usabilidade é um ponto crítico para a interação entre pessoa e produto, por isso, deve ter

atenção especial em todo seu ciclo de vida. Quando o que é analisado é um website, a

usabilidade precisa ser um alvo maior ainda de atenção e correção, pois um projeto mal

feito implica em prejuízos, sobretudo financeiros. E, como nos dias atuais o dinheiro é a

base de tudo e ninguém tem a pretensão de perder para a concorrência, fazer uma

análise de usabilidade bem feita é sinônimo de lucro e sucesso.

Page 26: Interação Homem-Computador - Avaliação dos websites INFO e Gizmodo

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REFERÊNCIAS

MAYHEW, D.J.. The usability engineering lifecycle: a practitioner's handbbok for user

interface design. 1ª ed. San Francisco: Morgan Kaufmann, 1999.

NIELSEN, Jakob. Projetando websites. 1ª ed. Rio de Janeio: Campus, 2000. 432 p.

NIELSEN, Jakob; LORANGER, Hoa. Usabilidade na Web. 1ª ed. Rio de Janeiro:

Campus, 2007. 432 p.

PÁDUA, Clarindo Isaías Pereira da Silva e. Engenharia de Usabilidade. Belo Horizonte,

agosto de 2012. Disponível em: <

http://homepages.dcc.ufmg.br/~clarindo/arquivos/disciplinas/eu/material/referencias/aposti

la-usabilidade.pdf >. Acesso em: 12 nov. 2013.

PEGANI, Talita. O que é usabilidade? 2011. Disponível em: < http://tableless.com.br/o-

que-e-usabilidade/#.UoSxwnC-oZl >. Acesso em: 11 nov. 2013.

WINCKLER, Marco; PIMENTA, Marcelo Soares. Avaliação de Usabilidade de Sites

Web. Porto Alegre. Disponível em: < http://www.irit.fr/~Marco.Winckler/2002-winckler-

pimenta-ERI-2002-cap3.pdf >. Acesso em: 11 nov. 2013.


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