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09 a 11 de dezembro de 2015 Auditório da Universidade UNIT
Aracaju - SE
INTERAÇÃO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS COM AS SUBTERRÂNEAS NA INTERFACE
DOS TALUDES COMO AGENTE EROSIVO DAS MARGENS DO RIO
Cícero Marques dos Santos (1)
e Francisco Sandro Rodrigues Holanda (2)
(1)Professor Msc. Engenheiro do Curso de Saneamento Ambiental, Campus Aracaju – Instituto Federal de Educação, Ciências
e Tecnologia de Sergipe, IFS. E-mail: [email protected]
(2)Professor Phd. Engenheiro do Curso de Engenharia Agronômica, Campus Aracaju – Universidade Federal de Sergipe, UFS. Email:
Resumo
A regularização de vazão e geração de energia elétrica no Rio São Francisco provocou grandes alterações no regime
hídrico do rio até à sua foz, causando erosão das margens, mais notadamente no Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba
em Propriá – SE, onde ocorreu consideráveis perdas de volume de terra e áreas cultivadas, além do assoreamento do rio.
Este trabalho teve como objetivo o estudo da interação das águas subterrâneas com as águas superficiais do rio na
interface dos taludes como contribuição no processo de desestabilização dos taludes que resultaram em
escorregamentos e erosão das margens. Para o estudo foram utilizados Indicadores de Nível de Água – INA em
conjunto com a determinação de outras propriedades das camadas de solo das seções estudadas como: Caracterização
do solo, Coesão, Resistência ao Cisalhamento, Erodibilidade e Teor de Umidade. Foram estudadas três seções (A, B e
C). O volume de terra erodido na seção A foi de 542,00m3, na seção B de 6.678,40m
3 e na seção C de 281,20m
3. Os
recuos correspondentes nas seções foram: 9,47m na seção A; 38,66m na seção B e 3,70m na seção C. Teve-se um
volume de terra erodido, em 2 km de extensão de margem e período de 23 meses, de 201.231,00 m3
e perda de área
agricultável de 38.664,80 m2. A interação das águas superficiais e subterrâneas na interface dos taludes das margens
depende das variações dos níveis do rio que são definidas pela vazão liberada pela Usina Hidrelétrica de Xingó. Essas
variações interferem nos aquíferos, provocando solapamento, desagregação e arraste do material de base no ponto de
confluência do fluxo da água subterrânea na interface do talude entre o rio e o aquífero. Estes eventos são importantes
agentes erosivos que contribuem para a instabilidade dos taludes e a erosão marginal.
Palavras chave: Rios, Margens, Erosão.
1. INTRODUÇÃO
A erosão marginal é um dos problemas resultantes das intervenções no vale do Rio São Francisco,
implementadas por um modelo de desenvolvimento adotado para a região, que priorizou a construção e operação dos
barramentos, que vem produzindo impactos ambientais negativos sobre os meios físico, biótico e sócio-econômicos no
Baixo São Francisco. O fator determinante da degradação ambiental foi a mudança brusca do regime hídrico do rio e os
efeitos decorrentes do problema ambiental relacionado com a redução da disponibilidade de água para o Baixo curso
sergipano se refletindo em: modificação de vazão, poluição das fontes de abastecimento existentes e mudança no nível
do lençol freático no Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba. Este problema ambiental está acelerando o processo
erosivo nos taludes marginais, implicando em perda, cada vez maior, de áreas agricultáveis, limitando os níveis
satisfatórios de produção, comprometendo a sustentabilidade do Perímetro Irrigado e a própria manutenção do homem
no campo. As consequências destes desequilíbrios têm levado à redução da área produtiva, à diminuição da renda, ao
aumento dos custos de produção e ao êxodo rural.
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Na época da cheia que ocorre entre os meses de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março, o rio São
Francisco apresentava, antes da construção dos barramentos, uma vazão média de 13.000 m³/s e, na estiagem, caía para
900 m³/s CODEVASF (1) apud VARGAS (2). Barragens foram construídas ao longo do rio para regularizar a vazão e
geração de energia elétrica. Estas viriam a provocar grandes alterações das condições hídricas naturais do vale até a sua
foz.
A estas alterações está associado outro grande problema: a erosão dos taludes das margens do rio, mais
notadamente no Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba onde já se verificam consideráveis perdas da área cultivada de
alguns lotes deste perímetro. Como consequência é percebido o assoreamento do rio alterando o regime fluvial em
aspectos tais como: diminuição da lâmina d’água, avanço das águas do mar (intrusão da cunha marinha), deslocamento
da calha, diminuição da carga sólida transportada pelo rio, dentre outros. Tudo isso está acelerando o avanço
progressivo da erosão das margens o que provoca o desmoronamento dos taludes marginais e resultando na devastação
das margens cultiváveis do rio.
Os problemas de estabilidade de taludes marginais no Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba não são diferentes
dos registrados em outras Bacias Hidrográficas no país ou no exterior. São principalmente decorrentes da erosão hídrica
fluvial que se manifesta nas mais diferentes formas. Como consequência, ocorrem problemas de instabilidade, que vão
desde escorregamentos localizados, até aqueles em grande escala, que resultam da movimentação de grandes volumes
de solo, provocando o assoreamento dos rios.
A erosão nos taludes marginais ou barrancos são classificados de acordo com os processos erosivos pertinentes a
cada caso em particular. SIMONS, LI & ASSOCIATES (3), afirmam que a magnitude da erosão é o resultado das ações
conjuntas de vários mecanismos que em ordem decrescente de importância são apontadas como sendo a velocidade do
desmoronamento, pequenas flutuações de nível de água do rio, choques de onda, força gravitacional, ação dos ventos,
variações do fluxo (vazão) e variação de temperatura.
1.1 Localização
Foram realizados estudos na margem direita do baixo curso do rio São Francisco, no trecho que compreende o
Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba (Figura 1). Este Perímetro Irrigado está implantado em terras dos municípios de
Propriá, Neópolis e Japoatã, no Estado de Sergipe - Brasil.
FIGURA 1: Localização da área estudada, no Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba.
A área estudada faz parte da Sub-bacia hidrográfica do Rio Pilões, afluente do Rio São Francisco, formado pelo rio
Roncaria, riacho Brejinho e riacho do Cajueiro. A sub-bacia do Rio Pilões está desenvolvida, totalmente, em rochas da
bacia sedimentar, drenando uma área de 312,6 km2. A Sub-bacia do Rio Pilões apresenta largura média de 13,6 km,
com gradiente estabelecido de 5,4m/km (0,54%). A extensão do seu canal principal é de 36km, com direção geral S-N
até a confluência, pela margem esquerda, com o riacho Cajueiro. Neste ponto toma a direção W-E, até sua junção com o
Rio São Francisco, na divisa entre os municípios de Neópolis e Propriá, como sub-bacia de 5ª ordem CODEVASF (4).
Foi estudado um trecho da margem direita do Rio São Francisco, com extensão de 11 Km, localizado na área do
Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba que está delimitado pelas longitudes 36° 42’ 32’’ e 36° 48’ 40’’ W e latitudes
10° 13’ 35’’ e 10° 19’ 01’’ S.
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A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco situa-se próximo à costa atlântica, com longitudes de 36º 30’ e 47º
31’ oeste e latitudes de 7º 30’ e 21º 00’ sul, abrangendo parte de seis estados brasileiros (Minas Gerais, Bahia,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Goiás) e do Distrito Federal.
O rio tem aproximadamente 2.700 Km e é dividido em quatro trechos: o Alto, o Médio, o Submédio e o Baixo
São Francisco. O Alto compreende sua extensão desde a nascente, na serra da Canastra, até Pirapora, em Minas Gerais;
o Médio, entre Pirapora e a barragem de Sobradinho; o Submédio, entre Sobradinho e a cachoeira de Paulo Afonso; o
Baixo se estende de Paulo Afonso até a sua foz, no oceano Atlântico. No seu último trecho promove a divisa entre os
Estados da Bahia e Pernambuco e entre os Estados de Alagoas e Sergipe. No Baixo curso o rio percorre um total de
274 Km, com diminuição de altitude de 220m em 40Km, para alcançar a baixa planície do litoral, quando flui
mansamente para o oceano.
1.2 Erosão marginal: causas e conseqüências
A erosão, no sentido epistemológico, significa ato do agente que erode, que corrói pouco a pouco; o resultado
desse ato. No sentido geológico, trabalho mecânico de desgaste realizado pelas águas correntes (erosão hídrica), e que
também pode ser feito pela ação do vento (erosão eólica). A erosão do solo é entendida como um ciclo de alteração que
compreende as fases de desagregação, transporte e sedimentação das partes constituintes do solo. Este processo erosivo
é o agente transformador da superfície terrestre. O clima, o tipo de solo, a vegetação, a ação humana e o tempo
geológico são fatores que atuam conjuntamente no sentido de alterar e modelar a feição original da superfície.
Do ponto de vista agrícola, a erosão é o arrastamento das partes constituintes do solo, através da ação da água ou
do vento, colocando a terra transportada em locais onde não pode ser aproveitada pela agricultura, pois o solo além de
perder seus nutrientes perde também os constituintes do seu corpo FERREIRA, (5). Neste fenômeno se constata a
interveniência de forças ativas, como as chuvas, as ondas, o vento, a topografia, e de fatores resistentes, a exemplo da
vegetação e outros correlacionados com as propriedades físico-químicas do solo SEIXAS, (6).
No seu aspecto físico, a erosão é simplesmente a realização de uma quantidade de trabalho no desprendimento
do material de solo e no seu transporte BAHIA et. al. (7). O processo erosivo começa quando o(s) agente(s) erosivo(s)
destrói os agregados do solo e termina com as três etapas seguintes: as partículas do solo se soltam; o material
desprendido é transportado; e esse material é depositado BERTONI e LOMBARDI NETO, (8).
A compreensão da erosão como agente de degradação ambiental tem levado muito mais à sua descrição e
explicação como processo físico do que à sua compreensão como problema sócio-cultural.
Certamente, o problema científico erosão não receberia a ampla atenção que desperta, se dissociado das
implicações de sua ocorrência, especialmente das econômicas muito mais do que as ambientais. Diante disso é
interessante que se estabeleça a passagem da percepção da erosão como um processo físico degradador do meio para a
percepção da erosão como um problema da complexa questão das relações homem-meio D`AGOSTINI, (9). Porque,
para controlar certos processos em que o homem participa de alguma forma, não basta conhecer os procedimentos
tecnicamente mais eficazes, e muito menos aqueles suficientes, pois nestes processos está inserida a operacionalização
de ações de interesse econômico e cultural.
Nesta abordagem dada à erosão, seja em relação às causas, ao processo, ao significado de seus resultados ou, em
especial ao seu controle, revela-se, assim, também com conteúdo antropológico-cultural e não apenas físico.
1.2.1 Tipos de Erosão
SEIXAS (6) faz uma classificação da erosão quanto à origem que se divide em erosão geológica ou natural e
acelerada, e quanto ao agente causador que pode ser: eólica ou hídrica.
A erosão geológica ou natural é aquela que resulta da ação da própria natureza sobre a superfície terrestre,
modificando lentamente o solo. É considerada benéfica, sob o ponto de vista de sua importância na formação dos solos.
A erosão acelerada é aquela que significa perda rápida do solo, de forma que a natureza não é mais capaz de reproduzi-
lo.
Quanto ao agente causador, a erosão eólica é a provocada pela ação direta do vento e se verifica mais em zonas
costeiras, bem como em regiões áridas e semi-áridas. A erosão hídrica é a que causam a desagregação, transporte e
deposição de solo pela ação das águas. De acordo com o agente mecânico, erosão hídrica se subdivide em erosão
pluvial e fluvial.
A erosão pluvial é a causada pelas chuvas, podendo ser considerada em função dos fenômenos de desagregação
e de transporte das partículas de solo. No primeiro caso, ou seja, pela desagregação, a erosão se denomina de erosão
pluvial por impacto. No segundo caso, a erosão diz-se erosão pluvial por arrastamento e podem ser distinguidas três
modalidades: laminar; erosão em sulcos e voçorocas.
A erosão fluvial é a provocada pelas águas dos rios, principalmente nas épocas de cheias, podendo em alguns casos,
ocasionar a destruição das margens de rios por desmoronamento ou escorregamento. GUIDICINI e NIEBLE (10)
definem esses termos como sendo qualquer movimento coletivo de materiais terrosos.
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1.2.2 A Erosão Marginal
FERNANDEZ (11), por sua vez define erosão marginal como sendo “o recuo linear das margens, devido à
remoção dos materiais do barranco pela ação fluvial (correntes, ondas) ou por forças de origem externa (precipitação)”.
Ainda segundo FERNANDEZ (12), a atuação dos principais agentes erosivos que comandam a erosão marginal ainda
gera dúvidas. As diferentes conclusões a que vários cientistas chegaram a respeito dos fatores que controlam a erosão
marginal são decorrentes das diversas condições pedológicas, hidrológicas e climáticas das áreas estudadas. HOOKE
(13), entre outros autores, deduziu que a combinação dos processos erosivos é o mecanismo que controla a erosão
marginal. O estudo da erosão marginal pode ser realizado, de acordo, segundo três abordagens: A primeira trata da
dinâmica dos canais fluviais nos últimos 150 anos. Estas informações são obtidas através de comparação de mapas
antigos e fotos aéreas; A segunda abordagem inclui as análises das condições de estabilidade das encostas, que podem
ser efetuadas tanto através de análises das pressões totais como das pressões efetivas, efetuadas por meio de diversos
métodos de cálculo; e a terceira abordagem consiste no estudo da erosão marginal através da quantificação da erosão
realizada por meios de levantamentos expedidos de campo, ao longo de um determinado período de tempo,
complementados com a documentação dos principais processos erosivos observados.
1.3 Os Taludes Marginais ou Encostas
O conhecimento das características fluviais é importante não somente no que concerne aos recursos hídricos,
tanto do ponto de vista da hidráulica e do controle da erosão, como também do ponto de vista sedimentológico e
geomorfológico. A vazão e o transporte de materiais tornam-se mais eficientes na medida em que percorrem a encosta,
ou seja, a água se reúne em canais, ampliando assim, sua capacidade de carrear materiais de superfície. Deve-se
considerar que a instabilidade das encostas está diretamente relacionada a litologia do terreno.
Existem dois tipos de encostas: as encostas de degradação, das quais são retirados materiais e as de agradação, formadas
pelo depósito de materiais. De forma geral compreende-se como talude qualquer superfície inclinada que limita um
maciço de terra, rocha ou misto, assim como os barrancos de rios também denominados de taludes marginais FIORI,
(14).
A atuação dos principais agentes erosivos que comandam a erosão marginal continua gerando dúvidas, apesar
dos inúmeros trabalhos realizados sobre o assunto. A disparidade das conclusões a que chegaram os pesquisadores,
reflete esta situação. Algumas delas são citadas a seguir: “A erosão das margens não é resultado da ação da alta
velocidade do fluxo, quer na margem côncava ou no ponto de intercepção de um meandro. Para que a erosão ocorra, os
sedimentos das margens deverão perder a coesão; este processo é comandado pela formação de cristais de gelo no
inverno.” LEOPOLD (15); “As margens recuam basicamente por desmoronamento de massa de terra ocasionado pela
exagerada altura e declividade da margem.” LITTLE (16); “O cisalhamento do solo das margens é ocasionada pela
saturação do material nas épocas de enchente e constitui o importante processo erosivo em margens compostas de
material não coesivo.” KNIGHTON (17).
A mecânica dos solos e a hidrologia são ciências que seguem o caminho metodológico da experimentação e
quantificação. O objetivo destas ciências consiste no entendimento e na utilização desses conhecimentos em que dêem
suporte a preservação de recursos naturais e prevenção de “desastres naturais”, tais como deslizamentos de encostas e
erosão marginal dos rios.
1.4 Aspectos Hidrológicos: Dinâmica dos Rios
Os rios são cursos de água, de circulação permanente, em que se realizam três processos geológicos principais: erosão,
transporte e sedimentação. Deste modo, quanto ao tipo de trabalho geológico predominante, é possível considerar os
rios divididos em diferentes cursos, caracterizados quer pela morfologia do traçado, quer pela predominância de ações
de erosão, transporte ou sedimentação TUCCI, (18). É comum admitir a existência de três setores principais de um rio:
Curso superior, Médio e Inferior. O curso superior é setor mais a montante, em geral de maior declividade, cujas águas
com elevada energia cinética, promovem o predomínio da erosão torrencial que tende a aprofundar o vale, dando-lhe
neste setor, uma forma de “V” fechado (cânion). O curso médio, setor de traçado menos inclinado, por conseguinte de
águas mais calmas e de vales relativamente mais largos que no curso superior, recebendo a contribuição de vários
afluentes, aqui, o transporte de sedimentos é o processo principal realizado. E o curso inferior setor mais a jusante, de
fraco relevo e vales amplos, onde as águas são relativamente calmas, promovendo o predomínio da sedimentação, bem
patente nos extensos depósitos de aluvião.
Os principais fatores que condicionam os processos de erosão, transporte e sedimentação nos rios são, segundo
CHRISTOFOLETI (19), as velocidades da corrente; as características físicas dos sedimentos, especificamente o seu
tamanho, densidade e forma; a existência de “acidentes” ou “obstáculos” no leito e as variações da vazão do rio, que por
sua vez, estão diretamente relacionados com as variações climáticas.
Verifica-se claramente que, para arrancar partículas do leito ou margens de um vale fluvial, é necessária uma
velocidade de corrente superior à que se requer para transportar ou sedimentar. Por outro lado, pode ainda verificar-se
que, para sedimentos de dimensões pequenas, uma corrente, mesmo fraca, pode provocar erosão.
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As variações de vazão terão conseqüências nos processos de erosão, transporte e sedimentação, podendo
desestabilizar o equilíbrio, aumentando no geral, a capacidade de erosão e transporte. A existência de acidentes no leito
do rio: os “obstáculos” que um rio pode encontrar no seu curso, dão lugar a determinados acidentes ou
descontinuidades, modificando o processo sedimentar normal. Esses obstáculos podem ser naturais ou artificiais.
Uma descontinuidade bastante comum são os meandros (obstáculos naturais), que se pode observar nos cursos
médio e inferior de um rio, onde a menor inclinação e, por conseguinte, menor velocidade da corrente, leva a que esta
procure traçar um caminho mais fácil, adquirindo muitas vezes um aspecto sinuoso. As barragens como sendo
obstáculos artificiais, realizam os mesmos trabalhos a jusante que os meandros, só que de forma acelerada.
1.5 Considerações
Alterações do rio São Francisco, em realidade, ocorreram através da programação da vazão que implicou na
mudança do nível de água do rio. Das oscilações percebidas durante os últimos anos a vazão no último trecho
regularizado (Barragem de Xingó) foi programada para 2.030 m3/s, mas na verdade está entre 1.000 e 1.500 m
3/s, e a
redução do nível do rio resultou no processo de erosão acelerada dos taludes marginais do Baixo São Francisco
Sergipano. Atualmente a Usina de Xingó está autorizada a operar com vazão de 900 m³/s.
A erosão hídrica fluvial está sendo o principal fator de degradação do solo agrícola de alguns lotes do Perímetro
Irrigado Cotinguiba-Pindoba. A regularização da vazão do rio São Francisco em decorrência dos obstáculos artificiais
(barramentos) construídos em seu curso está acelerando o processo erosivo nas margens do rio, implicando em perdas,
cada vez maiores, de áreas cultivadas.
A acelerada erosão da margem direita do rio São Francisco tem merecido atenção de órgãos e despertado o
interesse de órgãos de pesquisa em Sergipe, pois a erosão nas margens tem importância social e econômica, como as
perdas de terrenos cultiváveis nas áreas agrícolas, proteção de estruturas construídas próximas ao canal fluvial: sistemas
de captação de água para abastecimento e irrigação, diques etc.
A erosão das margens de rios é um assunto que vem merecendo atenção de pesquisadores e ambientalistas, em
razão dos problemas sociais e econômicos que geram. O alargamento e a migração dos canais fluviais são mecanismos
que intervêm nas mudanças do curso de água dos rios. Ambos os mecanismos são facilitados e acompanhados por
processos de erosão nas margens. Neste sentido, uma metodologia para o diagnóstico da situação real em que se
encontram esses recursos em dados espaço geográfico, passa a ser um instrumento necessário em um trabalho de
preservação BELTRAME, (20).
2 . OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo o estudo da erosão dos taludes marginais no Baixo curso do Rio São Francisco, com
enfoque à sua contribuição aos impactos ambientais que vem ocorrendo no Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba
promovidos pela interação das águas superficiais com as subterrâneas na interface dos taludes como principal agente
erosivo das margens do rio.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a instrumentação dos taludes foram escolhidas três seções na margem do rio denominadas de seções A (Figura 2),
B e C. A seção A, ilustrada esquematicamente na Figura 3. Nesta figura, estão indicados o Piquete Nº 1, o INA Nº1 e o
INA Nº 2. A seção A encontra-se na longitude 36° 47’ 24” Oeste e latitude 10º 13’ 43” Sul.
FIGURA 3: Representação esquemática da Instrumentação do talude na seção A.
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FIGURA 2: Foto mostrando a situação do talude marginal na seção A.
A seção B, representada na Figura 4, localiza-se no Perímetro Cotinguiba. Nesta seção estão situados o Piquete
Nº 2, o INA Nº 3 e o INA N º 4. A seção B encontra-se na longitude 36° 47’ 04” Oeste e 10° 13 ‘ 48’’ Sul.
FIGURA 4: Representação esquemática da Instrumentação do talude na seção B.
A seção C encontra-se no Perímetro de Pindoba. Na figura 5 estão indicados o Piquete Nº 3 e o INA Nº 5. Nesta
seção só foi possível instalar um Indicador de Nível de Água. A seção C encontra-se na longitude 36° 44’ 01” W e
latitude 10° 15 ‘ 37 “ S.
FIGURA 5: Representação esquemática da Instrumentação do talude na seção C.
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3.1 Atividades de Campo
Nas atividades de campo constaram os levantamentos topográficos, sondagens a trado, investigações expeditas,
instrumentação dos taludes, entrevistas, pesquisas bibliográficas e documentais.
As fases iniciais dos levantamentos topográficos, foram realizadas através de levantamentos expeditos com o auxílio da
trena e nível de mangueira, objetivando realizar o traçado de croquis e seções dos perfis do solo. Nos levantamentos
plani-altimétricos que exigiu maior rigor, como a medição da linha de recuo, a determinação da altura e o traçado dos
taludes, foram utilizados teodolito e estação total que são equipamentos de maior precisão.
A sondagem a trado é uma perfuração manual de pequeno diâmetro, executada de acordo com a norma ABNT NBR
9603, com trado tipo cunha. Esta sondagem permitiu uma rápida perfilagem do material atravessado, retirada de
amostras deformadas para a realização dos ensaios de laboratório e melhor conhecimento da estratigrafia do terreno,
além de permitir a instalação dos piezômetros do tipo INA – Indicador de Nível de Água, nos mesmos locais onde
foram retiradas as amostras de solo.
As investigações expeditas foram realizadas através de incursões ao campo com o objetivo de levantar as formações
geológicas presentes na área de estudo; as características do material de cobertura e do perfil de alteração; as estruturas
geológicas identificáveis ao nível de afloramento; o balanço hídrico observando-se surgências de água e zonas de
saturação; as feições de movimentação como trincas, degraus, abatimentos etc; a geometria da encosta e os processos de
erosão e de instabilização dos taludes; a cobertura vegetal e interferências antrópicas.
3.1.1. Instrumentação dos Taludes: Indicador de Nível de Água
A instrumentação dos taludes foi necessária para a identificação dos agentes, causas e condicionantes que
atuam no processo de instabilização existente ou potencial, para a obtenção de dados de superfície e de subsolo, bem
como o movimento de massa observados nos taludes e da adoção do método de investigação.
Para o estudo do efeito da dinâmica da superfície freática foram instalados piquetes no rio e Indicadores de Nível
de Água – INA nos taludes, abertos com trado manual, e introduzido tubos de PVC de 50 mm de diâmetro, fendilhados
com serra e envelopados com areia grossa. Os INAs foram instalados de maneira que os tubos ficassem com a
extremidade superior no mesmo nível ou acima da superfície do solo, e a inferior abaixo do nível de água do solo. As
leituras dos níveis do rio foram realizadas com trena comum a partir do topo do piquete. As leituras dos níveis freáticos
foram realizadas utilizando-se uma trena graduada com um sonorizador na sua extremidade introduzido no interior do
tubo. O sonorizador ao entrar em contato com o nível de água emite um som característico. Nos procedimentos de
medida do nível de água, as leituras são relacionadas à cota da boca do tubo, pois, deste modo, ter-se-á, também a cota
do nível de água dentro da perfuração, isto é, a cota do nível freático.
O registro diário das alturas do nível freático objetivou a determinação de suas profundidades. Com base nos
registros periódicos do nível freático foi possível obter a curva do nível freático, a linha piezométrica e as profundidades
em relação à superfície do solo ao nível do rio e ao longo das seções estudadas.
No processo de instalação dos INA s (Indicadores de Nível de Água) foram coletadas amostras de solo para a
realização dos ensaios de caracterização e de erodibilidade.
3.1.2 Quantificação da Erosão
Na quantificação da erosão tomou-se como base os levantamentos topográficos cadastrais dos trechos erodidos
do Perímetro Irrigado Contiguiba/Pindoba, realizados em dois momentos.
O primeiro levantamento foi realizado pela CODEVASF em dezembro de 1999. Neste, constam, os
levantamentos plani-altimétricos das seções das margens do rio e o levantamento topobatimétrico do canal do rio em
algumas das seções. O segundo levantamento cadastral, realizado neste trabalho em outubro de 2001.
Nos levantamentos de campo foram utilizados os instrumentos topográficos teodolito e estação total e a
representação gráfica destes levantamentos foi gerada em ambiente computacional CAD- Computer Aided Design,
utilizando o aplicativo AutoCAD da AUTODESK.
O volume de terra erodido foi determinado, utilizando-se o aplicativo AutoCAD, para cada trecho delimitado
entre cada duas seções através da fórmula (1). O recuo da linha de margem é obtido medindo-se a distância horizontal
entre o topo do talude do primeiro levantamento e o topo do talude do segundo levantamento.
V = A x D (1)
V – volume de terra erodido no trecho
A - área da seção transversal delimitada pelos dois levantamentos
D – distância entre seções
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3.2 Atividades de Laboratório
Todos os ensaios foram desenvolvidos no Laboratório de Mecânica dos Solos do Departamento de Engenharia
Civil da Universidade Federal de Sergipe. Os ensaios realizados foram os de caracterização, de determinação da
resistência ao cisalhamento e de erodibilidade. Os ensaios de caracterização consistiram em ensaios correntes de
laboratório de análise granulométrica, determinação de peso específico, teor de umidade e limites de Atterberg. As
normas aplicáveis constam do Quadro 1.
Para cada amostra foi determinado um teor de umidade que é definido como sendo a relação entre o peso da água e o
peso da parte sólida (grãos), contido numa amostra. Ele tem grande influência no comportamento dos solos. A umidade
do solo influi em muitas propriedades físicas tais como: massa específica aparente do solo, porosidade, infiltração, etc.
Norma Ensaio
ABNT NBR 7181 Solo – Análise granulométrica
ABNT NBR 6459 Solo - Determinação do limite de liquidez
ABNT NBR 7180 Solo – Determinação do limite de plasticidade
QUADRO 1: Normas para Ensaios de Caracterização do solo. FONTE : Manual técnico de encostas – GEORIO (21).
Foram determinados os índices de consistência (Atterberg), que indicam a influência dos finos argilosos no
comportamento do solo. Segundo SOUZA (22) a consistência é uma análise indireta, baseada no comportamento do
solo na presença de água, ou seja, no seu teor de umidade. O solo quando muito úmido se comporta como líquido.
Quando perde parte da água fica plástico, e quando fica mais seco fica quebradiço. O Limite de Liquidez (LL) é o teor
de umidade do solo com o qual o solo se comporta como líquido. O Limite de Plasticidade (LP) é o menor teor de
umidade com o qual o solo se torna quebradiço. O Índice de Plasticidade (IP) é determinado pela diferença entre o LL e
o LP e indica a faixa de valores em que o solo se apresenta com comportamento plástico.
A Erodibilidade do solo é determinada pelo ensaio CRUMB-TEST. Ele é feito para identificação de argilas dispersivas.
Baseia-se na perda de massa de um solo por imersão, ou seja, determina a Erodibilidade de um solo na presença de
água. Neste ensaio é feita a determinação da granulometria utilizando como defloculante o hexametafosfato de sódio. A
relação percentual entre a percentagem em peso dos grãos menores que 0,005 mm determinado no ensaio sem
defloculante e a percentagem em peso dos grãos menores que 0,005 mm determinado no ensaio com defloculante é a
Porcentagem de Dispersão (Quadro 2). Os resultados são interpretados da seguinte forma:
Dispersão
Porcentagem de Dispersão Erodibilidade
> 50 % Altamente dispersivo
20 % a 50 % Moderado dispersivo
< 20 % Baixo dispersivo
QUADRO 2: Classificação do solo quanto a erodibilidade – CRUMB TEST. FONTE: SHERARD (23).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste item são apresentados e discutidos os resultados da análise dos mecanismos que interagem no processo de
erosão das margens do rio São Francisco no trecho correspondente ao Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba, em
conjunto com outras propriedades dos materiais das seções estudadas.
O comportamento diferenciado do barranco do rio frente à problemática da erosão demandou o estudo das diversas
camadas de solo das seções estudadas (A, B e C).
As Tabelas 1, 2 e 3 mostram a classificação granulométrica das camadas identificadas e suas profundidades e
apresenta um resumo dos resultados dos ensaios realizados nas respectivas seções. Onde NL – Não Líquido, NP – Não
Plástico e PD – Porcentagem de Dispersão.
INA
Nº
Cama
da Prof.
(m) Classificação do solo
Umidade
(%)
Consistência Dispersão
LL IP PD (%) Erodibilidade
1
1 0.20 Silte areno-argiloso 14.63 NL NP 22 Moderada
2 0.40 Areia fina silto-argilosa 7.93 NL NP 19 Baixa
3 0.90 Silte areno-argiloso 15.59 26 9 17 Baixa
4
2.30 Areia fina siltosa 6.19 NL NP - -
3.85 Areia fina 2.36 NL NP - -
4.00 Areia fina siltosa 4.25 NL NP - -
5.05 Areia fina 2.12 NL NP - -
5.90 Areia fina 2.71 NL NP - -
6.10 Areia fina 19.46 NL NP - -
6.30 Areia fina siltosa 39.29 NL NP - Moderada
9
2
1 0.45 Silte areno-argiloso 16.94 NL NP 19 Baixa
2 1.25 Silte argiloso 26.59 34 12 28 Moderada
3 1.65 Silte areno-argiloso 22.59 NL NP 33 Moderada
4
2.20 Areia fina 3.35 NL NP - -
2.80 Areia fina 3.25 NL NP - -
4.40 Areia fina 3.04 NL NP - -
5.00 Areia fina 8.74 NL NP - -
5.30 Areia fina 22.20 NL NP - -
5.45 Areia fina siltosa 22.85 NL NP - Baixa
TABELA 1: Resumo dos ensaios de caracterização nas amostras de solo na seção A.
INA
Nº Camada
Prof.
(m) Classificação do solo
Umidade
(%)
Consistência Dispersão
LL IP PD (%) Erodibilidade
3
1 0.40 Areia fina siltosa 11.17 NL NP - Moderada
2 0.60 Silte areno-argiloso 19.67 NL NP 33 Moderada
3 0.80 Areia fina siltosa 10.10 NL NP - -
4
1.60 Areia fina 4.59 NL NP - -
2.50 Areia fina 2.83 NL NP - -
3.45 Areia fina 5.27 NL NP - -
4.10 Areia fina 3.37 NL NP - -
4.90 Areia fina 6.48 NL NP - -
5.10 Areia fina 19.58 NL NP - -
4
1
0.70 Areia fina 1.82 NL NP -
3.40 Areia fina 1.91 NL NP -
3.80 Areia fina 2.35 NL NP -
5.00 Areia fina 8.07 NL NP - -
2 5.15 Areia fina silto-
argilosa 20.46 NL NP - Moderada
3 6.00 Areia fina siltosa 8.20 NL NP - -
6.13 Areia fina siltosa 21.04 NL NP - -
TABELA 2: Resumo dos ensaios de caracterização das amostras de solo na seção B.
INA
Nº Camada
Prof.
(m) Classificação do solo
Umidade
(%)
Consistência Dispersão
LL IP PD (%) Erodibilidade
5
1 0.50 Silte argiloso 12.17 34 13 17 Baixa
1.15 Silte argilo-arenoso 21.18 30 6 55 Alta
2
2.30 Areia fina 3.42 NL NP -
3.05 Areia fina 4.14 NL NP - -
3.25 Areia fina siltosa 12.35 NL NP - -
3.80 Areia fina siltosa 8.07 NL NP - -
3 4.00 Silte argilo-arenoso 28.84 28 5 30 Moderada
4 5.30 Areia fina 8.35 NL NP - -
5.42 Areia fina 17.06 NL NP - -
TABELA 3: Resumo dos ensaios de caracterização das amostras de solo na seção C.
10
4.1 Teor de Umidade
Com exceção do segundo perfil de umidade referente ao INA Nº 4 da Seção B, todas as camadas mais superficiais dos
outros perfis das Seções A, B e C, nas profundidades que variam entre 0 m a 1,65 m, contém em sua composição, a
presença significativa de argila, se caracterizando pela presença de propriedades coesivas. Os teores de umidade nessas
camadas são mais elevados que os restantes das camadas inferiores, constituídas basicamente por areia fina, o que
significa que estas camadas possuem alta capacidade de retenção de água no seu interior, possivelmente pela grande
quantidade de microporos, indicando baixa capacidade de infiltração. Os teores de umidade das camadas inferiores são
menores e o solo predominante é a areia fina o que indica baixa capacidade de retenção, possivelmente pela menor
quantidade de microporos e alta capacidade de infiltração e percolação.
De maneira geral observa-se que nos solos onde o silte e argila são predominantes, os teores de umidade são
elevados e nos solos onde predomina a areia fina os teores de umidade são mais baixos. A areia muito fina, neste caso
não apresenta um comportamento, em relação ao armazenamento de água, semelhante ao silte. Quanto maior a
predominância de partículas mais finas no solo, maior o seu teor de umidade, que poderá ser explicado pela maior
quantidade de poros que armazena água, os microporos. As amostras mais profundas de todas as seções encontram-se
em elevado grau de saturação.
A água alojada entre as partículas do solo é responsável pela tensão superficial da água que tende a aproximar as
partículas e confere ao solo uma coesão aparente. Aparente porque não permanece se o solo se saturar ou secar. A
coesão aparente é freqüentemente referida às areias, pois elas secam e saturam com facilidade. Já nas argilas ela atinge
valores maiores. Os taludes permanecem estáveis devido à coesão.
Na Seção C as frações de argila e silte estão melhores distribuídas ao longo da profundidade do perfil. Os
teores de umidade são elevados não só nas camadas superficiais como também nas camadas mais profundas, o que
confere a este perfil, no seu todo, uma alta capacidade de retenção de água no seu interior como também oferece
dificuldade na capacidade de infiltração e percolação.
4.2 Índices de Consistência e Coesão
Quando a fração fina do solo é predominante ele é classificado como silte, argila ou orgânico GEORIO, (21). As argilas se diferenciam das areias pela sua baixa permeabilidade e alta resistência ao cisalhamento (coesão). A
resistência ao cisalhamento das argilas, assim como a das areias, depende primordialmente do atrito entre as partículas e
das tensões efetivas que por sua vez depende do teor de umidade.
Em grande parte a consistência é determinada pelo seu teor de argila. Os índices de consistência indicam a posição
relativa da umidade aos limites de mudança de estado. O estado das argilas pode ser expresso pelo índice de vazios e
este depende diretamente da umidade, então, o estado em que a argila se encontra costuma ser expresso pelo teor de
umidade.
Na seção A apenas as amostras 03B e 34 apresentaram índices de consistência, uma vez que predominam
materiais finos argilosos na sua composição. Por ser esta uma análise indireta, baseada no comportamento do solo na
presença de água, acredita-se que os altos teores de umidade apresentados por estas amostras, conjugados com a sua
composição granulométrica de predominância de partículas mais finas (Tabela 1), justificam a existência de
consistência, em tal situação. Os valores encontrados para os índices de plasticidade (IP) foram de IP = 9% para a
primeira amostra de IP = 12% para a segunda amostra. Os valores para os limites de liquidez (LL) foram de LL = 26
% para a amostra 03B e LL = 34% para a amostra 34. Os restantes das amostras desta seção apresentaram uma condição
de não liquidez (NL) e de não plasticidade (NP). É importante observar que as duas amostras se situam na superfície das
respectivas camadas, nas profundidades de 0,90 m e 1,25 m, respectivamente.
Na seção B todas as amostras, sem exceção, se mostraram em condições de não plasticidade e de não liquidez,
ou seja, não apresentam propriedades coesivas representativas.
A seção C foi a que apresentou o maior número de camadas com propriedades coesivas, um total de 03 amostras
(64, 65 e 70) (Tabela 3), demonstrando uma possível maior resistência ao processo erosivo, em função de uma melhor
coesão. Obviamente outros fatores associados são conjuntamente responsáveis pela maior ou menor erodibilidade
destes taludes. No entanto, vale lembrar que um menor número de camadas de solo, traduzido em uma menor altura de
barranco, cria uma possibilidade de existência de um menor número de camadas de solo de granulometria mais
grosseira, por sua vez, mais susceptíveis aos processos erosivos.
4.3. Erodibilidade do Solo
Analisando-se a seção A, as amostras 01B, 34 e 35 apresentaram uma porcentagem de dispersão (PD) que as
inclui na faixa de moderada erodibilidade. As amostras 02B, 03B e 33 estão inseridas no intervalo do índice de
dispersão para solo de baixa erodibilidade. As amostras 09B e 40, apesar de não apresentarem porcentagem de
dispersão, constituem em solos de moderadas e baixas erodibilidade, respectivamente. Em comum, as amostras 01B,
02B e 03B do perfil do INA N° 1 e as amostras 33, 34 e 35 do perfil do INA N° 2, possuem a localização nas camadas
mais superficiais. As semelhanças nas amostras 09B e 40 residem no fato de se situarem na parte mais profunda de seus
11
respectivos perfis, além de uma composição granulométrica de areia-fina siltosa. Nos dois perfis da Seção B apenas três
amostras se enquadram na classificação de dispersão do Quadro 9, todas elas como moderada dispersão. A Seção C
apresentou 03 amostras com diferenciada erodibilidade. A amostra 64 com baixa erodibilidade; a amostra 65 com alta
erodibilidade e a amostra 70 com moderada erodibilidade.
Quando avaliado isoladamente o parâmetro erodibilidade, pode passar uma idéia de relativa resistência ao
processo erosivo. No entanto, outros componentes também podem se manifestar de forma mais contundente e assim,
esta “moderada” ou até mesmo “baixa” dispersão se torna um fator secundário, como determinante da estabilidade do
talude e conseqüente erosão na margem do rio.
4.4 Interação das Águas Superficiais e Subterrâneas na Interface dos Taludes
Com a finalidade de observar a profundidade na qual se encontrava o nível de água subterrânea e verificar a
oscilação do mesmo com relação ao nível de água do rio na interface dos taludes, foi utilizado o Indicador do Nível de
Água – INA, o que possibilitou a determinação do fluxo de água subterrânea e o estabelecimento de correlação entre o
nível de água do rio e o nível de água subterrânea nas seções dos taludes estudados.
Para o estudo da interação das águas superficiais e subterrâneas na interface dos taludes foi feita a
instrumentação da margem do rio nas seções A, B e C. O monitoramento das seções consistiu em duas a três leituras
diárias dos níveis do rio e dos níveis de água subterrânea nos INA s. No total foram realizadas 36 leituras para cada uma
das seções A (Figura 3) e B (Figura 4) e 19 leituras para a seção C, (Figura 5) no período de Janeiro a Fevereiro de
2002.
A Tabela 4 apresenta as cotas máximas, mínimas e médias dos níveis de água do rio e do subsolo no primeiro e
segundo INA, de cada seção. Entenda-se como primeiro INA o que está mais próximo ao rio e o segundo INA o que
está mais afastado da margem do rio.
Seção
Nível* do Rio (m) Cotas* no 1º INA
(m) Cotas* no 2º INA (m)
Máx – Mín Média Máx – Mín Média Máx – Mín Média
A 2.626 -1.680 2.086 3.535 – 2.315 2.619 3.014 – 2.374 2.629
B 2.596 -1.691 2.078 2.957 – 2.377 2.616 2.937 – 2.347 2.588
C 2.515 - 1.780 2.085 2.151 – 2.134 2.136 - -
TABELA 4: Apresentação das cotas máximas, médias e mínimas dos níveis de água nas seções A, B e C.
Com as cotas máximas e mínimas foram realizadas as análises da erodibilidade dos taludes, para as duas
situações de níveis máximo e mínimo de água, tanto no rio quanto no solo, pois elas definiram a linha de fluxo da água
subterrânea que é um dado importante na referida análise. A determinação da amplitude dos níveis é importante porque
delimita a faixa de atuação do choque das ondas do rio na interface dos taludes, que são consideradas como um
poderoso agente erosivo na base do talude.
As cotas máximas e mínimas são definidas pela vazão do Rio São Francisco, no seu Baixo curso sergipano, e
controlada pela descarga de água liberada pela Usina Hidrelétrica de Xingó, dependendo basicamente da demanda de
energia gerada nesta usina. Este é um componente de grande importância na definição do comportamento dos taludes
marginais, que ora estão menos ou mais expostos ao processo erosivo. Um melhor entendimento deste processo pode
ser expresso pela relação entre o nível de água de um rio e a sua descarga líquida (Vazão) que por sua vez é definida
pela curva-chave.
Para um aumento de vazão, que também compreende um acréscimo de energia gerada em Xingó, corresponde a
uma elevação da cota do rio a jusante na calha do rio, no seu Baixo curso, ou inversamente, quando há diminuição de
vazão. Portanto, as variações da cota do rio na área de estudo, estão condicionadas à geração de energia em Xingó.
Essas variações de vazão e de cota do rio interferem sobremaneira nos aqüíferos que em função da cota do rio se elevam
ou rebaixam.
Analisando-se os dados da Tabela 4, percebe-se que as cotas médias do rio nas seções A, B e C, oscilaram entre
2,086 m e 2,078 m, indicando que a linha de água do rio atuou, em contato constante, com a superfície de base do
talude marginal, visto que as bases dos taludes, nas três seções estudadas, encontram-se entre as cotas (níveis) de 1,995
m a 2,13 m, nas profundidades correspondentes às últimas camadas das seções onde predomina o solo com textura de
areia fina (Tabelas 1, 2 e 3).
Essa pequena diferença de cota entre os níveis do rio para as três seções pode ser creditada à proximidade das
seções estudadas e à baixa declividade que o rio apresenta no Baixo curso, tão característicos em planícies aluviais ou
várzeas que circundam as calhas e que funcionam como receptores dos sedimentos produzidos a montante, quando os
rios transbordavam TUCCI, (18). Esta é a faixa de solo onde as ondas do rio entram em choque com o talude,
provocando o solapamento, desagregação e arraste do material de base e ponto de confluência ou afloramento do fluxo
da água subterrânea na interface do talude entre o rio e o aqüífero (Figura 6). Estes eventos são importantes agentes
erosivos para a instabilidade dos taludes e a conseqüente erosão marginal.
12
FIGURA 6: Foto mostrando a atuação do rio no processo de solapamento na base do talude marginal na seção A.
4.4.1 Fluxo Hidráulico nos Taludes do Rio
Para a determinação da direção do fluxo hidráulico nas seções, perfilaram-se todos os registros dos níveis de
água do rio e do solo, de uma mesma seção, em um gráfico em função de sua distância à margem do rio. No eixo
vertical, são apresentados os valores dos níveis de água do rio e os níveis de água do aqüífero. No eixo horizontal, são
apresentadas suas respectivas distâncias da margem do rio. Com isso, pode-se determinar uma expressão que pela sua
representação gráfica definiu-se o sentido de fluxo na interface dos taludes, bem como a posição do lençol freático em
função da distância da margem do rio.
Na Figura 7 estão plotadas as cotas dos níveis de água do rio e do solo para seção A. A primeira concentração
de pontos à esquerda refere-se às cotas do nível de água do rio na base do talude. A segunda concentração de pontos
corresponde às cotas do nível de água no solo, a uma distância de 18,54m da margem de rio. A terceira concentração de
pontos diz respeito às cotas do nível de água no solo, a uma distância de 46,34m da margem do rio. A equação Y =
0,1744 ln (x) + 2,0134 exprime a relação entre o nível do lençol freático e a distância da margem do rio. O nível do
lençol freático se eleva na razão de 0,1744m/m, na medida em que se afasta da margem. A expressão também aponta o
sentido de fluxo hidráulico na direção do solo para o rio. A inflexão da curva para a esquerda indica que o sentido do
fluxo hidráulico ocorreu na direção do solo para o rio, ou seja, na direção do INA Nº 2 para o INA Nº 1.
FIGURA 7: Dados de cotas dos níveis da água do rio, INA N º 1 e INA Nº 2 - direção de fluxo de água subterrânea na seção A.
Semelhantemente à Seção A, o fluxo de água subterrânea verificado para a Seção B é na direção do solo para o
rio conforme se observa na Figura 8. A curva obtida pela plotagem das cotas dos níveis de água do rio e do solo,
declina da direita para a esquerda, ou seja, no sentido do solo para o rio. No gráfico, a primeira concentração de pontos
y = 0,1744ln(x) + 2,0134 R² = 0,4548
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0 10 20 30 40 50 60
NA (m)
Distância (m)
INA Nº 1 INA Nº 2
RIO
13
à esquerda corresponde às cotas do rio, a segunda concentração corresponde às flutuações do nível de água no solo na
distância de 9,27m da margem do rio (INA Nº 3) e a terceira concentração diz respeito às variações do nível de água no
solo, na distância de 37,47m (INA Nº 4).
FIGURA 8: Dados de cotas dos níveis da água do rio, INA N º 3 e Nº 4 - direção de fluxo de água subterrânea na seção B.
O fluxo hidráulico na seção C representado pela expressão da Figura 9 e o lençol freático na seção C são
estacionários, ou seja, não há direção de fluxo evidenciado. Isto é explicado pela horizontalidade da reta e pelo
coeficiente R² = 0,022.
A direção do fluxo hidráulico, da terra para o rio, chama a atenção da importância, enquanto elemento promotor
do desequilíbrio ambiental através das suas conseqüências, do abaixamento do nível de água no rio, como recentemente
ocorreu no Baixo São Francisco, que vem a ser um importante contribuinte para o agravamento do processo erosivo. Ao
mesmo tempo, chama a atenção da contribuição do lençol freático para a manutenção de grande parte da vazão do rio.
Adicionalmente, também chama a atenção para a necessidade de esclarecimento dos ribeirinhos e agricultores que
cultivam a terra em toda a Bacia do São Francisco, para a prática de uma agricultura mais conservacionista, que
impeçam os outros processos de erosão hídrica que impedem a recarga de tais aqüíferos, promovendo um freqüente
runoff, que por sua vez contribui para o aumento da erosão marginal.
FIGURA 9: Dados de cotas dos níveis de água do rio, INA Nº 5 na seção C.
4.5 Mecanismos de Desestabilização dos Taludes
Entre as diversas variáveis que afetam a estabilidade de um talude são citadas a altura do talude, resistência e
textura do material, forças de percolação e a quantidade e velocidade do escoamento superficial e subterrâneo (HUNT,
1990). Os mecanismos de instabilização dos taludes propostos neste trabalho foram formulados a partir da observação
do comportamento diferenciado das camadas componentes dos taludes em relação ao processo erosivo na margem do
rio. De forma resumida e esquemática são mostrados na Figura 10, os processos instabilizadores e as formas com que a
erosão se manifesta nos taludes marginais do Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba.
y = 0,1468ln(x) + 2,1457 R² = 0,4591
1
2
3
4
0 10 20 30 40
NA (m)
Distância (m)
y = 0,0317ln(x) + 2,0578 R² = 0,022
1
1,5
2
2,5
3
1 6 11 16
NA (m)
Distância (m)
INA Nº 3 INA Nº 4
RIO
RIO
INA Nº 5
14
FIGURA 10: Representação dos mecanismos de desestabilização dos taludes marginais no Baixo curso do Rio São Francisco.
Aliada à erosão regressiva nas bases dos taludes das seções estudadas, há outro mecanismo atuante e
significativo no processo de desestabilização que é o choque das ondas do rio nas bases dos taludes. As ondas atuam de
modo permanente e contínuo e sua intensidade varia com a variação do nível do rio, com a velocidade e direção do
vento. O efeito destrutivo das ondas no talude se apresenta de forma bem evidente, promovendo uma continua
desestabilização da sua base. Este processo é mais acentuado na margem direita, a partir da presença de ventos que
sopram na direção sudeste (SE), predominantemente nos meses de fevereiro, março, outubro, novembro e dezembro.
Estes dois mecanismos são identificados, no caso dos taludes das seções estudadas, como sendo os principais agentes
erosivos no processo de desestabilização dos taludes (Figura 42).
Os níveis de água muito baixos e constantes, recentemente apresentados pelo rio, promovidos por uma acentuada
redução de vazão, provocaram um dos períodos mais expressivos de desmoronamento dos taludes na margem direita do
Baixo São Francisco. Considerando que a vazão normal, após a regularização do rio ficou em torno de 1.800 a 2.000
m3/s, no ano de 2001, quando grande parte dos estudos apresentados foi realizada quando a vazão do rio se apresentou
em torno de 1.000 m3/s, contribuindo fortemente para uma rápida evolução do processo erosivo.
4. 6 Quantificação da Erosão nas Seções Estudadas
O volume e a massa de solo desmoronado de taludes em eventos erosivos são dados importantes para o
planejamento conservacionista. O solo desmoronado, tendo baixa coesão e fraca estrutura é facilmente transportável por
eventos subseqüentes CHAVES, (24).
A quantificação de erosão foi determinada fazendo-se a sobreposição das seções do primeiro levantamento
topográfico com as do segundo levantamento. Pela diferença entre os dois levantamentos, executado em épocas
distintas, efetuou-se o cálculo do volume de terra erodido e o recuo da linha de margem, no período de dezembro de
1999 a outubro de 2001.
O volume de terra erodido na seção A foi de 542,00m3, na seção B de 6.678,40m
3 e na seção C de 281,20m
3. Os
recuos correspondentes nas seções foram: 9,47m na seção A; 38,66m na seção B e 3,70m na seção C. Em todo o trecho
do Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba afetado pela erosão, o volume erodido total estimado foi de 201.231,00m3.
O volume de material erodido equivale a 342.092,70 toneladas de terra que está sendo descarregado no leito do
rio e que também corresponde a uma perda de 38.664,80m2
de área agricultável no Perímetro Irrigado Cotinguiba-
Pindoba. O material erodido que está sendo carreado para o rio, está causando sérios problemas de assoreamento a
jusante do Perímetro Irrigado, e assim promovendo a formação de extensos bancos de areia, diminuição da lâmina de
água, além de deslocamento da calha principal para a margem sergipana. O assoreamento do Rio São Francisco vem
comprometendo não só a sustentabilidade deste Perímetro Irrigado, como também o restante do Baixo São Francisco à
montante do Perímetro Cotinguiba Pindoba.
7 CONCLUSÕES
Os Indicadores de Níveis de Água – INA se mostraram instrumentos apropriados e eficientes para a definição da
direção do fluxo hidráulico nas três seções de barranco estudadas;
As taxas de erosão marginal foram maiores nas seções onde se verificou o fluxo no sentido do solo para o rio;
Os mecanismos mais atuantes do processo erosivo na desestabilização dos taludes marginais foram a inversão do
fluxo hidráulico na direção do solo para o rio (erosão regressiva) e o choque das ondas, ambos atuando na base dos
taludes;
A regularização do Rio São Francisco nos níveis atuais, promovida pela barragem de Xingó, contribuiu
significativamente no processo erosivo dos taludes marginais no Perímetro Irrigado Cotinguiba-Pindoba;
A problemática da erosão marginal, quando avaliada considerando-se os aspectos de modificação de vazão,
poluição das fontes de abastecimento existentes e mudanças no lençol freático pode ser consideradas como
extremamente grave.
15
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(22) SOUZA, Carlos de. Curso Básico de Mecânica dos solos. São Paulo. Oficina de textos. 2000. 247p.
(23) SHERARD, J. L. Piping in Earth Dams of Dispersive Clay In: Performance of Earth & Earth Supported Struct. A.S.C.E., Purdue, 1972.
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