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INSTAGRAM NO FACEBOOK: UMA REFLEXO SOBRE ETHOS,CONSUMO E CONSTRUO DE SUBJETIVIDADE EM SITES DE
REDES SOCIAIS1
INSTAGRAM ON FACEBOOK: A REFLECTION ABOUT ETHOS CONCEPT,CONSUMPTION AND CONSTRUCTION OF SUBJECTIVITY IN SOCIAL
NETWORKING SITES
INSTAGRAM EN FACEBOOK: UNA REFLEXIN SOBRE EL ETHOS, LOCONSUMO Y LA CONSTRUCCIN DE LA SUBJETIVIDAD EN LOS SITIOS
DE REDES SOCIALES
Fernanda CarreraUFF
Resumo
O trabalho busca discutir de que forma o aplicativo Instagram funciona como artifcio deconstruo de subjetividade em sites de redes sociais. Sob a perspectiva da noo de ethos edos estudos sobre consumo e processos identitrios em laos sociais, percebe-se que, emboraos dispositivos tecnolgicos possibilitem a criao de novas prticas de sociabilidade,
possvel identificar alguns referenciais culturais que so reforados pelo seu uso epublicizao. Sendo assim, este artigo visa ao entendimento de como este aplicativo ajuda asubsidiar as relaes sociais no Facebook, disponibilizando as ferramentas para ogerenciamento de impresses e para a construo doselfno ambiente digital.
Palavras-chave: Instagram;Facebook; subjetividade; ethos; consumo.
Abstract
The paper discusses how Instagram works like artifice construction of subjectivity in socialnetworking sites. From the perspective of the concept of ethos and studies about consumptionand identity processes in social ties, it is clear that while technological devices enable thecreation of new practices of sociability, it is possible to identify some cultural references thatare reinforced by its use and publicity. Therefore, this article seeks to understand how this apphelps subsidize social relationships on Facebook, providing the tools for managingimpressions and the construction of the self in the digital environment.
Keywords: Instagram; Facebook; subjectivity; ethos; consumption.
1Verso revista de artigo apresentado no VI Simpsio Nacional da Associao Brasileira dos Pesquisadores em
Cibercultura (ABCiber), ocorrido de 06 a 08 de novembro de 2012.
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Resumen
El documento analiza cmo lo Instagram funciona como artifcio de la construccin de lasubjetividad en los sitios de redes sociales. Desde la perspectiva del concepto de ethos y losestudios sobre el consumo y los procesos de identidad en las relaciones sociales, es claro que,si bien los dispositivos tecnolgicos permiten la creacin de nuevas prcticas de sociabilidad,es posible identificar algunas referencias culturales que se refuerzan por su uso y publicidad.Por lo tanto, este artculo busca entender cmo esta aplicacin ayuda a subvencionar lasrelaciones sociales de Facebook, proporcionando las herramientas para la gestin deimpresiones y la construccin del s mismo en el entorno digital.
Palabras clave: Instagram, Facebook, subjetividad, ethos; consumo.
Introduo
O alcance das reflexes sobre os sentidos da materialidade nos processos
contemporneos de comunicao , sem dvida, cada vez mais significativo. Mais do que
meros suportes para um contedo (Mouillaud, 2002), os dispositivos tecnolgicos aos quais
os indivduos recorrem para fazer eficiente a prtica da sua interao podem ser considerados
fundamentais para a construo dos sentidos das relaes sociais. Quando, alm disso, h
juno entre diversos recursos materiais comunicativos, os subsdios para subjetivao trazem
ainda mais complexidades.
Nesse contexto, os aplicativos para dispositivos mveis, como o Instagram (que tem
como finalidade o compartilhamento de fotos), quando so adicionados ao ambiente dos sites
de redes sociais, como o Facebook, fazem surgir dinmicas de sociabilidade especficas,
ultrapassando os limites interpretativos que cada um, sozinho, produz. Assim, quais as
peculiaridades que a publicao de imagens do Instagram traz para o gerenciamento de
impresses (Goffman, 1985) dos indivduos noFacebook? O que pode significar a publicao
de fotos produzidas neste aplicativo para as construes identitrias no ambiente de um site de
rede social? Quais os padres de comportamento que emergem com a utilizao do Instagram
e que refletem prticas de sociabilidade j estabelecidas (ou inovadoras)? Este artigo,
portanto, prope refletir sobre estas questes a partir do entendimento do que configura a
imagem de si (ethos) dos atores; de como o consumo pode ser um importante agente
referencial de significados simblicos; e de pressupostos que admitem as construes
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subjetivas nestes ambientes como artifcios para o gerenciamento de impresses (Goffman,
1985) imbudo nas relaes sociais.
O Ethose o Habitusdos usurios do Instagram
A primeira questo que guia o desenvolvimento desse trabalho tem como base a
necessidade de compreender as motivaes do uso do aplicativo em sites de redes sociais. Em
outras palavras, nestes ambientes, com o intuito de construir referenciais identitrios, a
utilizao de imagens do Instagram junto a outros artifcios discursivos - parece produzir
uma gama de sentidos relevante, corroborando uma tendncia da contemporaneidade (e
caracterstica da cibercultura) que reside na atualizao permanente e sempre recentedas
informaes, por meio de fragmentos de contedo adicionados a todo o momento (SIBLIA,
2008, p. 116).
Estes fragmentos de contedo, quando atribudos a um ator social, representado no
ciberespao por um perfil no Facebook, um blog ou at mesmo por um site (RECUERO,
2009), ajudam a construir a imagem de si que este indivduo deseja representar, ou seja,
aquela instncia subjetiva (fiador) que confere autoridade ao autor da enunciao. Assim,
na qualidade de fonte da enunciao que ele se v revestido de determinadas caractersticasque, por ao reflexa, tornam essa enunciao aceitvel ou no (DUCROT, 1987, p. 201).
Essas caractersticas, por sua vez, se constituem a partir de esteretipos culturais que circulam
no seio social e abastecem os grupos de componentes classificatrios.
Ethos implica, com efeito, uma disciplina do corpo, apreendido porintermdio de um comportamento global. O carter e a corporalidade dofiador provm de um conjunto difuso de representaes sociais valorizadasou desvalorizadas, sobre as quais se apia a enunciao e que, por sua vez,pode confirm-las ou modific-las (PALCIOS, 2004, p. 164).
Neste sentido, a imagem de si que os atores buscam fazer os interlocutores acreditarem
existir, ou, especificamente, o ethos construdo a partir da postagem de imagens, vdeos ou
textos em sites de redes sociais, edifica-se, tambm, a partir de um habitus de classe, isto , de
subjetividades socializadas (LANDINI & PASSIANI, 2007, p. 5) que determinam os gostos
e o valor dado a cada comportamento, atitude ou escolha evidenciados pelo contedo posto
em pblico.
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Controle prtico das distribuies que permite sentir ou pressentir o que tempossibilidades de advir ou no e, indissoluvelmente, de convir ou no a umindivduo que ocupa determinada posio no espao social, o gosto, aofuncionar como uma espcie de sentido de orientao social (sense ofone's
place), orienta os ocupantes de determinada posio no espao social paraposies sociais ajustadas a suas propriedades, para as prticas ou bens queconvm aos ocupantes dessa posio, que lhes "ficam bem". Ele implica umaantecipao prtica do que, provavelmente, ser o sentido e o valor social daprtica ou do bem escolhido, considerando sua distribuio no espao social,assim como o conhecimento prtico que os outros agentes trn dacorrespondncia entre bens e grupos (BOURDIEU, 2007, p. 434).
O habitus, portanto, serve ao indivduo como matria-prima para a construo da sua
subjetividade no ciberespao, corroborando sua identificao a gostos que atestam a suposta
veracidade do ethos que deseja representar. Assim, o uso do Instagram para a postagem de
fotos no Facebookpermite a adequao a determinados padres de comportamento que so
atrelados a grupos sociais valorizados positivamente, revelando o ator como fiel representante
desta associao seleta de pessoas. Dessa forma, alm de exibir a posse do bem simblico
(quando fundado, o aplicativo s poderia ser utilizado por usurios do sistema operacional
IOS, disponvel em aparelhos da Apple, como o Iphone), seu uso deve estar apropriado
sofisticao e ao luxo a ele atribudo. Deste modo, comumente as imagens produzidas
envolvem bebidas importadas e pratos sofisticados, paisagens nostlgicas, lugares
fotografados sob a tentativa de um olhar artstico e diferenciado etc.
Nesse contexto, a possibilidade de aplicar filtros nas imagens produzidas traz o poder
de conferir ares de antiguidade a uma fotografia comum e contempornea, ratificando o
carter sofisticado que a melancolia proporcionada pela passagem do tempo confere aos
objetos de consumo.
Tal como entre os indivduos , grande parte da singularizao coletiva alcanada pela referncia passagem do tempo. Como mercadorias, os
carros vo perdendo valor conforme ficam mais velhos, mas, quandochegam mais ou menos idade de 30 anos, comeam a transitar para acategoria de antiguidades e passam a ganhar valor com cada ano que passa(KOPYTOFF, 2008, p.109).
Dentro dessa perspectiva, os usurios do Instagram criam uma certa valorizao deste
tipo de imagem, compartilhando hbitos singulares como modelo de gosto a ser seguido.
Generalizado dentro do grupo social, este gosto passa a ser visto como parte da natureza dos
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indivduos, nos quais a aprendizagem de valor introjeta formas de estar no mundo
subjetivizadas (cultura vintage, por exemplo).
Ademais, o desejo de ser pioneiro no conhecimento de algo, bem como a vontade de
estar inserido nos grupos seletos que detm de objetos no popularizados, proporcionam um
prazer diretamente associado socializao desta posse, o que evidencia um outro
componente do habitus daqueles que possuem o aplicativo. Vale lembrar que este habitus ser
desejado por aqueles que ainda no possuem o bem e, mais do que isso, reproduzido quando
estes conseguirem obt-lo. Assim, mesmo com a possibilidade de conferir o mesmo efeito
imagtico com o uso de outros aplicativos (disponveis para todos os sistemas operacionais,
isto , popularizados), a existncia de um lbum, no perfil do Facebook, que afirma
Instagram Photos, representa um papel essencial na construo do ethos que se desejaevidenciar neste ambiente.
Sendo assim, quando o aplicativo disponibilizado para outros sistemas operacionais,
como aconteceu com o Instagram em abril deste ano, ganhando verso para o Android,
evidente que o seu papel definido dentro da estrutura socialobjeto de distino - passa a ser
questionado. Isto , no momento em que o bem associado a outro objeto de luxo (Iphone) e
apenas a ele, o seu valor circula em formas coletivas de conhecimento que o classificam
tambm como item de luxo. No entanto, ao se permitir disponvel para uma quantidade maiorde indivduos, sua biografia comea a apresentar oscilaes de sentido, sendo muitas vezes
desvalorizado por aqueles que antes o enalteciam.
No mundo homogeneizado das mercadorias, uma biografia rica de uma coisa a histria de suas vrias singularizaes, das classificaes ereclassificaes num mundo incerto de categorias cuja importncia sedesloca com qualquer mudana do contexto. Tal como ocorre com aspessoas, o drama aqui reside nas incertezas da valorao e da identidade(KOPYTOFF, 2008, p. 121).
Obviamente, portanto, a criao e a representao do ethos em sites de redes sociais
passam muito menos por razes objetivas do que pelo estabelecimento de padres subjetivos,
culturais, mutveis. Isso se justifica, pois sabido que muitos aparelhos que utilizam o
sistema operacional Android podem ser mais onerosos do que o modelo da Apple. No
entanto, por ser uma tecnologia que abrange um maior nmero de dispositivos e que permite o
acesso aos recursos de forma facilitada (downloads gratuitos, por exemplo), sua imagem se
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populariza. Dentro desse contexto, pde-se ouvir com frequncia a expresso orkutizao do
Instagram2, na qual se faz associao popularizao vista de forma negativa - do site de
rede social Orkut.
Entende-se, assim, que mais do que uma luta por exibio de capital econmico, os
usurios pioneiros do aplicativo Instagram parecem reivindicar, sobretudo, a limitao do
acesso ao capital social (BOURDIEU, 2007) que o uso do aplicativo traria aos indivduos
que possuem aparelhos com Android. O consumo, neste caso, e sua exposio a partir do uso
em sites de redes sociais, tornam os indivduos primeiro e acima de tudo acumuladores
de sensaes; so colecionadores de coisas apenas num sentido secundrio e
derivativo (BAUMAN, 1999, p. 91). No caso do aplicativo, a sensao reside tanto no
parecer igual participao no grupo exclusivo -, quanto na diferena o valor da
distino.
A subjetividade pelo desvio
A representao de um ethos em sites de redes sociais, desse modo, est atrelada
tambm aos sentidos trazidos pelo consumo, isto , de certa forma, o ethos recorre a essas
materializaes significantes para que a sua existncia acontea de forma satisfatria. Aposse, ento, carregada de significao social, subsdio para a interao entre os atores, uma
vez que comunica imagens e constri o alicerce para o gerenciamento das subjetividades.
Sendo assim, o objeto de consumo parte visvel da cultura, e ajuda a situar as marcaes
sociais no tempo e no espao.
Dentro do tempo e do espao disponveis, o indivduo usa o consumo paradizer alguma coisa sobre si mesmo, sua famlia, sua localidade, seja nacidade ou no campo, nas frias ou em casa. A espcie de afirmaes que ele
faz depende da espcie de universo que habita, afirmativo ou desafiador,talvez competitivo, mas no necessariamente (DOUGLAS & ISHERWOOD,2004, p. 116).
Dentro desse contexto, at mesmo o questionamento dos valores imbricados no objeto
serve tambm como forma de construo identitria a partir da sua reapropriao. Em uma
disputa entre capitais culturais e econmicos (BOURDIEU, 2007), os sujeitos muitas vezes
2 Sobre isto, lerhttp://blogs.estadao.com.br/alexandre-matias/2012/04/08/a-%E2%80%98orkutizacao%E2%80%99-do-instagram-e-a-natureza-gregaria-da-internet/
http://blogs.estadao.com.br/alexandre-matias/2012/04/08/a-%E2%80%98orkutizacao%E2%80%99-do-instagram-e-a-natureza-gregaria-da-internet/http://blogs.estadao.com.br/alexandre-matias/2012/04/08/a-%E2%80%98orkutizacao%E2%80%99-do-instagram-e-a-natureza-gregaria-da-internet/http://blogs.estadao.com.br/alexandre-matias/2012/04/08/a-%E2%80%98orkutizacao%E2%80%99-do-instagram-e-a-natureza-gregaria-da-internet/http://blogs.estadao.com.br/alexandre-matias/2012/04/08/a-%E2%80%98orkutizacao%E2%80%99-do-instagram-e-a-natureza-gregaria-da-internet/ -
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buscam a sua posio social a partir da crtica situao vigente e, consequentemente, a partir
da criao de outra que transforme a estrutura dos sentidos. Desse modo, o desvio tambm
uma forma de distino, uma vez que se vale do mesmo sistema, mas o subjetiviza, no pelo
desconhecimento, mas pelo desejo da questo desafiadora.
A criao de sites como Pobregram3 e Orkutgram4 ilustra essa afirmao. Por meio do
humor, h a produo de um questionamento acerca do propsito do Instagram, aquele
objetivo socializado que parece j estar naturalizado nas prticas individuais. Nestes sites, o
aplicativo utilizado para expor fotos de objetos de consumo e situaes que so referenciais
culturais prprios de classes menos favorecidas (ver figuras 1 e 2). Vale ressaltar, contudo,
que o questionamento ocorre a partir do uso, isto , recorre-se a uma autoridade enunciativa
que permite a discusso porque, sobretudo, evidencia tambm a posse do objeto. Ou seja, olugar de fala do enunciador o que conferir legitimidade ao seu enunciado: todas as
estratgias discursivas no so igualmente possveis, mas somente as que so autorizadas
(FOUCAULT, 1972, p. 81).
Figura 1: http://pobregr.am/
Alm disso, a reapropriao e o questionamento bem-humorado, neste caso, revelam a
constante tenso vivida pelos indivduos, cujas singularizaes dos objetos de consumo esto
imersas em um universo de classificaes mercantilizadas. Em outras palavras, segundo
Lewgoy (2009), os significados se vem mergulhados em um composto de agncias
metafricas individuais e normatizaes naturalizadas, revelando que a metfora o
3 http://pobregr.am/4 http://orkutgram.tumblr.com/
http://pobregr.am/http://pobregr.am/http://orkutgram.tumblr.com/http://orkutgram.tumblr.com/http://orkutgram.tumblr.com/http://pobregr.am/http://pobregr.am/ -
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procedimento que cria os significados que sero cristalizados como naturais por um efeito
de redundncia e apagamento dos traos da origem (LEWGOY, 2009, p. 192).
Em meio a tantos grupos e valores sociais diferenciados, portanto, os indivduos
vem em destaque uma classificao especfica que muitas vezes no condiz com as prticas
de sociabilidade do seu cotidiano. Entre apropriar-se dos sentidos postos em evidncia e criar
outras significaes, o ator luta para satisfazer-se com a sua escolha.
No apenas ocorre que a verso de cada indivduo ou rede das esferas detroca seja idiossincrtica e diferente das verses alheias, mas ela tambm semodifica contextual e biograficamente, conforme mudam as perspectivas, asafiliaes e os interesses do classificador original. O que resulta disso umapolmica no apenas entre pessoas e grupos, mas tambm no interior de cadapessoa (KOPYTOFF, 2008, p. 107).
H uma tenso, portanto, entre ter o objeto, no caso do Instagram e de todas as suas
implicaes culturais, e questionar o seu uso socializado. Assim, o indivduo se mercantiliza
ao sucumbir ao consumo, mas se subjetiviza quando cria apropriaes desviantes. Em uma
perptua negociao com o seio social em que se encontra, este indivduo, desse modo,
assegura a sua presena pela tentativa da distncia.
Apesar de proclamaes de alienao e gestos de desprezo situacionalcertamente serem meios usados pelo indivduo para colocar uma distncia dedesaprovao entre ele e o estabelecimento em que se encontra, h tambm ofato paradoxal de que estes atos podem ser sintomticos de uma grandepreocupao com o estabelecimento. Pois estas so estratgias com as quaiso indivduo resolve o conflito entre sua presena no ajuntamento, e as razesque ele tem para exibir alienao dele (GOFFMAN, 2010, p. 242).
Figura 2: http://orkutgram.tumblr.com/
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O Instagram e o gerenciamento de impresses
Embora o Instagram permita a visualizao, nos dispositivos mveis, dos indivduos
que fazem parte da rede social dos atores ali presentes, interessa neste trabalho a suautilizao como recurso de gerenciamento de impresses (Goffman, 1985) no Facebook.
Como este site congrega em si qualquer indivduo que deseje construir o seu perfil, a anlise
do uso do Instagram ali como forma de distino e construo de subjetividade se mostra mais
relevante, uma vez que, nas redes sociais expostas no ambiente do aplicativo, s possvel,
obviamente, visualizar usurios do mesmo.
Assim, parte-se do pressuposto, neste artigo, de que possvel transpor as premissas
da Dramaturgia Social de Goffman (1985), pensadas com o intuito de entender as interaes
face a face, para a comunicao mediada pelo computador. Na verdade, muitos tericos j
admitiram essa associao, sejam pensando de forma generalizada (Nunes, 2007; Sannicolas,
1997); tendo como objeto as salas de bate-papo (Ribeiro, 2003); ou mesmo buscando
compreender as dinmicas de sociabilidade em sites de redes sociais (Barash et. al., 2010),
como se pretende aqui.
Entende-se, portanto, que essa perspectiva terica pode ser fundamental para a
compreenso dos processos de construo identitria dentro de sites de redes sociais, bem
como das prticas e estratgias que regem as interaes que ali acontecem. Um dos
argumentos concernentes a esta teoria que dialoga de forma precisa com a noo de ethos e
ajuda no entendimento da hiptese supracitada a admisso da presena e dos valores
socialmente construdos como subsdios indispensveis a qualquer interao.
Isto , normalmente h uma obrigao de transmitir uma certa informaoquando na presena de outros, e uma obrigao de no transmitir outrasimpresses, assim como h uma expectativa de que os outros se apresentarode certas formas. Tende a existir um acordo no apenas sobre o significado
dos comportamentos que so vistos, mas tambm sobre os comportamentosque deveriam ser mostrados (GOFFMAN, 2012, p. 45).
Dessa forma, por si s, estar presente em sites de redes sociais j exige determinados
comportamentos especficos que obedecem, muitas vezes, a dinmicas de convivialidade j
existentes (LEMOS, 2008). A necessidade, ento, desse acordo socialmente significante, no
qual admitem-se imagens identitrias construdas a partir de valores culturais previamente
apreendidos, no s aparece no ambiente da comunicao mediada, como assume novas
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possibilidades pela materialidade da nova mediao (FELINTO, 2001). Isto , estar na
internet adentrar um novo ambiente social, onde se joga com novas atualizaes o jogo da
sociabilidade humana, onde se habita, onde se exercitam novas e velhas habilidades e onde se
utilizam novas ferramentas para a consecuo destes fins (LEWGOY, 2009, p. 195). Sendo
assim, a comunicao mediada demonstra muitas qualidades novas, mas continua a
apresentar e reforar foras culturais que influenciam as mensagens em todos os contextos
(BAYM, 2012, p. 71 traduo nossa5).
Publicar fotos sob o filtro do Instagram, dentro dessa perspectiva, preservar a
fachada do ator social, isto , contribuir para a manuteno da imagem do eu delineada em
termos de atributos sociais aprovados (GOFFMAN, 2011, p. 14). Exibir imagens
esteticamente valorizadas, evidenciando atributos culturalmente enaltecidos, como o seucarter antigo, por exemplo, parece fixar no ator social a aparncia da posse de um capital
cultural muitas vezes difcil de conseguir pelo complexo aprendizado da arte e da fotografia
(ver figura 3).
Figura 3. Legenda: Prainha.
Nesse contexto, o papel da plateia para o sucesso da representao essencial, uma
vez que a ela cabe a legitimao da imagem construda, do ethos desejado. No Facebook,
portanto, atravs dos comentrios deixados que o pblico pode validar ou no a fachada do
ator que ali se expe. O outro, assim, representa o lugar de legitimao do sujeito, em um
ambiente no qual preciso existir de forma colaborativa. Sem a cumplicidade do
interlocutor, a identidade e os papeis representados no adquirem a validade necessria
5mediated communication demonstrates many new qualities, but continues to display and reinforce the broader culturalforces that influences messages in all contexts.
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interao. necessrio que o outro entre no jogo pretendido pelo usurio para que seja
possvel o exerccio das caractersticas e das prticas comportamentais escolhidas
(RIBEIRO, 2003, p. 94).
Com um relativo controle sobre o contedo da sua pgina ou perfil, reservado ao
ator, entretanto, validar novamente o retorno da sua plateia, evidenciando a sua aprovao -
curtir os comentrios - ou reprovao - excluir o comentrio ou bloquear o indivduo (ver
figuras 4 e 5). Isso porque, algumas vezes, ao conhecer a regio de fundo da representao
(Goffman, 1985), ou seja, os seus bastidores, a plateia pode tentar desmascarar o ator que se
esfora para preservar a sua fachada, indo de encontro cumplicidade enunciativa geralmente
atribuda a todos os agentes da interao. Isso significa que normalmente permitimos que a
linha assumida por cada participante desempenhe o papel que ele parea ter escolhido para siprprio (GOFFMAN, 2011, p. 19).
Diferente das interaes face a face, portanto, possvel gerenciar as respostas dos
interlocutores por meio da sua permanncia ou no na pgina da representao, demonstrando
uma peculiaridade das interaes sociais no ambiente digital. Em um espao no qual o
indivduo tem o poder de administrar as suas interaes, permitindo ou no, com mais
facilidade, a exposio do juzo alheio sobre si, ainda mais perceptvel o carter
alterdirigido da subjetividade, isto , o que se deve ser visto e cada um aquilo quemostra de si (SIBLIA, 2008, p. 235).
Figura 4. Legenda: Sexta-feira 13. Pra quem?. Comentrios:
Ator2. ELA RYCAAAAAAA. Ator3. Que vido XD. Ator4. Que inveja!.
No entanto, a possibilidade de assincronia na comunicao em sites de redes sociais
faz emergir complexidades tanto na construo do self quanto na manuteno da fachada
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social. O hiato temporal entre o que foi dito a respeito das suas postagens e o conhecimento
destas opinies permite que essas chamadas intromisses inoportunas (GOFFMAN, 1985,
p. 192) obtenham exposio significativa a ponto de trazer abalos representao do ator.
Assim, mesmo com a possibilidade de esconder enunciados indesejados, no possvel prever
se houve ou no visualizao do mesmo pelos outros participantes da rede social, portanto,
essa ambigidade temporal (ativada por uma comunicao assncrona) cria a difcil tarefa de
antecipar a verso do self que soar verdadeira em uma futura data no especificada
(ELLISON et. al., 2012, p. 7traduo nossa).
Figura 5. Legenda: Antes dos trios, quem invade sol. @Camarote
Casa Daniela Mercury. Comentrios: Ator2. o seu caminho o carnaval,o meu no o sol, o sol.... Ator3. vc me bloqueou no instagram??.Ator1. H sculos! hahaha.Ator3: me desbloqueieee! Eu n tiro ondadas suas fotos + n!.
Desse modo, em uma constante negociao com o crculo social, o indivduo importa
para si mesmo o significado do que faz pela percepo e adoo da atitude do grupo em
relao s suas escolhas identitrias (MEAD, 1972). Ao utilizar o Instagram, por exemplo,
assimilando os atributos culturais aprovados nas imagens que publica, o ator ajuda a reforar
prticas sociais estabelecidas, mas, sobretudo, ajuda a produzir junto ao seu grupo novos
fatores constituintes do seu habitus. Isto , o indivduo, a partir da sua representao e dainterao com o outro, algum que reage sua comunidade e, em sua reao a ela (...), ele
a modifica (MEAD, 1972, p. 214).
Dessa forma, o fenmeno #no filter6 (ver figura 6) nas imagens postadas pelo
aplicativo Instagram (inicialmente estimado justamente pela variedade de filtros em si
disponveis) evidencia esta caracterstica mutvel dos valores scio-culturais. Ao, em
6sem filtro traduo nossa
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princpio, enaltecer imagens que mostravam um olhar artstico e diferenciado das situaes do
cotidiano, o aplicativo e, claro, o seu uso pelos indivduos, podem ter criado um estmulo
valorizao deste tipo de imagem e de quem teve a capacidade de produzi-la apenas com um
dispositivo de telefonia mvel. Sendo assim, a partir do Instagram e contrrio aos seus
prprios recursos e diferenciais, atualmente a postagem de imagens captadas com o celular
so valorizadas pela qualidade esttica que o aplicativo ajudou a exaltar, mas sem a utilizao
dos filtros que o mesmo, inicialmente, tornou disponvel para este fim.
Nesse contexto, mais do que apenas um artefato tecnolgico, o aplicativo pode ser
visto como um elemento atuante em uma rede de relaes em constante mudana, sendo,
assim como os sujeitos, fundamental para a modificao do curso social, como afirma Latour:
qualquer coisa que faz modificar um estado de coisas por fazer a diferena um ator ou, seno tem figurao ainda, um actante (LATOUR, 2005, p. 71 traduo nossa). Admitindo,
desse modo, a possibilidade de entender os objetos como materialidades (FELINTO, 2005)
actantes, isto , atores sociais assim como podem ser os indivduos, faz-se necessria a
pressuposio de que a relao entre o homem e o seu contexto sempre foi entremeada por
mediaes tecnolgicas.
Os mass media do sculo XX nos jogaram em uma cultura planetria onde
nossa viso de mundo agendada e enquadrada. Eles so o centro dacirculao da informao pelo controle da emisso e distribuio. Hoje, comas novas tecnologias infocomunicacionais, este modelo passa porreconfiguraes com formatos ps-massivos (abertos, bi-direcionais, com oplo da emisso livre) que permitem a livre e ampla produo, consumo ecirculao de informao (LEMOS, 2010, p. 4).
Assim, o dilogo entre homem e mquina na busca por prticas de uso e interpretaes
no se configura como um privilgio dos novos dispositivos tecnolgicos. A despeito de
vivermos em uma cultura da interpretao centrada no sujeito (GUMBRECHT, 2010, p. 30-
31), importante perceber os artefatos, presentes em toda a histria humana de socializao e
construo de sentido, como fundamentais, no s como objetos sobre os quais se projetam
valores interpretativos para o subsdio de relaes, mas, sobretudo, como agentes de
transformao e construo da vida do sujeito e da sua identidade.
O uso de aplicativos sociais como o Instagram, portanto, e a capacidade de o
dispositivo se imbricar em prticas sociais j estabelecidas, revela essa necessidade de um
outro lugar epistemolgico para os objetos. fundamental perceber que os mesmos no
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servem apenas aos propsitos do seu usurio, mas ajudam a criar outras percepes e desejos
por meio de suas caractersticas funcionais. Dessa forma, constroem, a partir de si mesmos, e
tambm sob a tica dos sujeitos, o seu lugar como materialidade que participa da produo
dos enunciados culturais.
Os artefatos no seriam apenas extenses do corpo, mas sujeitos ativos emuma ao que cria, a posteriori, o social (...). A ao moral e social se realizacomo hbrido, na mediao e na delegao entre actantes (LEMOS, 2010, p.8).
Figura 6. Legenda: #nofilter. Comentrios: Ator2. Adorei.
Consideraes finais
Uma das especificidades da comunicao mediada a relativa escassez de pistas
sociais que forneam o terreno discursivo no qual os interagentes constroem as suas relaes.
Neste caso, recorre-se a artifcios tecnolgicos indisponveis na comunicao face a face para
que no seja necessrio abrir mo de prticas de sociabilidade j conhecidas. Essa prtica nos auxilia no desenvolvimento dos laos sociais, como redescobre e reformula at mesmo as
ferramentas miditicas que esto ao seu dispor.
Sendo um espao social constitudo simultaneamente pelas redes sociais queestabelecem culturas locais em seu interior e pelas redes tcnicas quepossibilitam essas conexes, o ciberespao um locus conveniente para areflexo sobre a relao entre cultura e tecnologia (GUIMARES JR, 2004,p. 132).
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Fazer uso de dispositivos como o Instagram, portanto, e, alm disso, tornar pblicas as
suas fotos em sites de redes sociais, so formas de reafirmar a construo da subjetividade
como uma prtica social, na qual a colaborao do outro no s a influencia como
determinante para a sua existncia. No entanto, mais do que determinado pelo olhar do outro,
oselfest em constante interao tambm com objetos e artefatos tecnolgicos que ajudam a
guiar as suas opes identitrias, em um eterno embate entre apropriao e reapropriao;
entre obedecer a sua lgica funcional e propor, atravs deles, novos caminhos.
O self no algo que existe primeiro e depois entra em relacionamentoscom os outros, mas, por assim dizer, um elo na corrente social e com issocontinua sendo parte da corrente. um processo em que o indivduo estcontinuamente se ajustando com antecedncia situao qual pertence, e
reagindo a ela (MEAD, 1972, p. 200).
Rodeado de informaes classificatrias, referenciais culturais e objetos de consumo
simbolicamente significantes, o indivduo, ao entrar em contato com novos aparatos
tecnolgicos que permitem a sua socializao, tende a tentar reproduzir prticas anteriores j
interiorizadas, assimilando as possibilidades que surgem, aos poucos, com a utilizao destas
novas ferramentas. Estas prticas recentes, por conseguinte, ao se tornarem comuns no seu
cotidiano, sero subsdio para as suas interaes sociais futuras e para o entendimento da sua
prpria identidade.
Dessa forma, o ator busca adequar-se s expectativas da sua rede de relaes,
construindo a imagem de si atravs dos recursos disponveis no ciberespao. Utilizar o
Instagram para gerenciar a sua subjetividade evidencia uma gama de classificaes culturais
do ambiente offline que, agora, so transpostas para o ambiente digital. No entanto, mais do
que isso, possvel perceber que o prprio artefato tecnolgico possibilita a criao de novas
prticas, pelo uso constante e pela reapropriao de seus atributos.
Nesse contexto, a utilizao do aplicativo para a publicao de imagens queevidenciem luxo, sofisticao e formas de distino no uma prtica inovadora, mas,
sobretudo, uma maneira pela qual os indivduos encontraram para corroborar atitudes comuns
do seu cotidiano. Vale ressaltar, entretanto, que essas materialidades tecnolgicas, ao
entrarem em contato com referenciais culturais estabelecidos, do origem a outras prticas e
interesses individuais que ajudam a produzir novos sentidos e possibilidades que ultrapassam,
inclusive, o ambiente digital.
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A corporificao do ethos, portanto, e o desejo de fazer parte do grupo social do qual o
ator enunciador participa demonstra uma necessidade de assimilar o capital social que o
mesmo parece apresentar no ambiente do site de redes sociais. Nestes espaos, constroem-se
novas formas de sociabilizao, em um aprendizado da linguagem corporal representada, ali,
pelos perfis individuais. Isso demonstra uma prtica comum a todos os ambientes: agindo de
maneira calculada ou pouco consciente, todos os interagentes sero condicionados simples
presena do outro, gerenciando as impresses que emitem e expressando tradies do seu
grupo ou posio social (GOFFMAN, 1985). Em meio a especificidades, esto todos
buscando construir as suas subjetividades em meio a subjetividades socializadas e construes
culturais arraigadas, mas tambm sob classificaes em transformao e prticas sociais
inovadoras.
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Original recebido em: 30/10/2012
Aceito para publicao em: 03/12/2012
Resumo sobre o autor
Fernanda Carrera doutorandapelo Programa de Ps-graduaoem Comunicao da UniversidadeFederal Fluminense (UFF) emestre em Comunicao e CulturaContemporneas pelaUniversidade Federal da Bahia
(UFBA). Especialista emGramtica e Texto pelaUniversidade Salvador(UNIFACS). Graduada emComunicao Social comhabilitao em Publicidade ePropaganda pela UniversidadeCatlica do Salvador (UCSAL)