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Informática
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informática
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Portugal em Acção
Informática
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A tradução Portuguesa foi efectuada com a autorização do Minstério de Trabajo y Asuntos Sociales - Instituto de Migraciones y Servícios
Sociales, Centro Estatal de Autonomía Personal y Ayudas Técnicas e Confederación Coordinadora Estatal de Minusválidos Físicos de España.
Colecção
A P O I OS E D U C A T I V O S
n.º1
Transição para a Vida AdultaJovens com Necessidades Educativas Especiais
n.º2
Organização e Gestão dos Apoios Educativos
n.º3
O Aluno Surdo em Contexto Escolar A especifidade da Criança Surda
Estratégias de Intervenção em Contexto Escolar
n.º4
Os Alunos com Multideficiêncianas Escolas de Ensino Regular
n.º5
Aprendizagem Activa na criança com Multideficiência
Guia para educadores
n.º6
Contributos para o estudo da Intervenção Precoce em Portugal
n.º7
Compreender a Baixa Visão
n.º8 Normas de Acessibilidade na Informática
n.º9Comunicação, Linguagem e Fala
Perturbações Específicas de Linguagem em contexto escolar-Fundamentos-
Normas de Acessibilidade na Informática
Ministério da Educação
Departamento de Educação Básica
Av. 24 de Julho, 140
1399-025 Lisboa
Vasco Alves
Filomena Pereira
Javier Romañach
Amparo Candelas Arnao
Cecile Finat Wardford
Carlos Rodríguez Mahou
Joaquim Colôa
Margarida Nunes da Ponte
Raquel Pinheiro
S Design, Lda
2000 exemplares
206340/04
972-742-189-X
Título
Edição
Director do Departamento
Coordenadora do Núcleo de
Orientação Educativa e de
Educação Especial
Autores
Ilustração
Tradução da versão Portuguesa
Colaboração
Capa e concepção gráfica
da versão Portuguesa
Composição e Impressão
Tiragem
Depósito Legal
ISBN
Título
Edição
Director do Departamento
Coordenadora do Núcleo de
Orientação Educativa e de
Educação Especial
Autores
Ilustração
Tradução da versão Portuguesa
Colaboração
Capa e concepção gráfica
da versão Portuguesa
Composição e Impressão
Tiragem
Depósito Legal
ISBN
Lisb
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Ficha Técnica Ficha Técnica
iÍndice
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49
Introdução
1. Acessibilidade ao suporte físico (hardware)
1.1. O poder do software sobre o hardware
1.2. Botões e reguladores ergonómicos
1.3. Periféricos
1.4. Percepção do som
2. Acessibilidade ao suporte lógico (software)
2.1. Requisitos gerais
2.1.1. Mensagens
2.1.2. Redundância do canal
2.1.3. Textos e gráficos
2.1.4. A introdução de dados
2.1.5. Personalizar o teclado
2.1.6. Ícones
2.1.7. Janelas
2.1.8. Serviços de ajuda ao utilizador
2.2. Ambiente operativo
2.2.1. Serviços do sistema
2.2.2. Controlador do teclado
2.2.3. Controlador do rato
2.3. Aplicações
3. Acesso hipermedia às autoestradas da informação (Internet)
3.1. Navegadores
3.2. Páginas Web
4. Acessibilidade à documentação
5. Bibliografia
Introdução
1. Acessibilidade ao suporte físico (hardware)
2. Acessibilidade ao suporte lógico (software)
3. Acesso hipermedia às autoestradas da informação (Internet)
4. Acessibilidade à documentação
5. Bibliografia
O acesso à informática, no seu sentido mais amplo, é hoje crucial para a população em
geral, incluindo os alunos que apresentam necessidades educativas especiais.
A informática utilizada como tecnologia de apoio deve constituir-se como uma ferramenta
essencial no acesso à informação e participação de todos os alunos contribuindo
decisivamente para a garantia de um direito básico de cidadania. Neste sentido a utilização
da informática, enquanto tecnologia de apoio, pressupõe a construção de contextos de
comunicação e de participação facilitadores da autonomia e do pensamento crítico.
Com a presente publicação pretende-se, de uma forma sintetizada, explicitar os princípios e
os conteúdos das normas sobre acessibilidade à informática, editadas pelo Instituto
Português da Qualidade. Tentamos que essas normas sejam, de um modo geral, acessíveis a
um amplo sector da população, mais especificamente aos docentes que trabalham com
alunos com necessidades educativas especiais.
Ao sensibilizarmos para a utilização de tecnologias pensadas para todos, perspectivamos a
criação de ambientes facilitadores do desenvolvimento das capacidades dos alunos com
necessidades educativas especiais, potencializando a interacção no seu tempo de trabalho e
lazer tornando-os mais ricos e adaptados.
A Secretária de Estado da Educação
(Mariana Cascais)
e Editorial
informática
normas de
acessibilidade na
Introdução 7
n o r m a s d e a c e s s i b i l i d a d e n a i n f o r m á t i c a
Actualmente o computador é considerado uma ferramenta imprescindível para qualquer
actividade, tanto laboral como social e de lazer. Este instrumento beneficiou as pessoas
com deficiência, passando as mesmas a fazer parte dos seus mais fieis utilizadores. O
computador permite-lhes desenvolver tarefas que antes não podiam realizar. No entanto,
a própria informática está a colocar barreiras que impedem, algumas vezes, o uso dos
computadores e dos seus programas por pessoas que têm alguma limitação física,
psíquica ou sensorial. Estas barreiras poder-se-iam eliminar facilmente se fossem
seguidos critérios simples no desenho dos produtos informáticos.
Para se fazer uma ideia real de como os utilizadores cegos utilizam o computador,
convidamo-lo a apagar o monitor e, seguidamente, continuar a trabalhar. Muitos destes
utilizadores usam os programas denominados “leitores de ecrã” para interagir com o
computador. Estes “leitores de ecrã” proporcionam uma descrição falada ou em Braille das
janelas, menus, textos e de qualquer outra informação que possa aparecer no ecrã.
Imagine que está a trabalhar com o monitor partido! Uma pessoa cega defronta-se com uma situação idêntica.
i Introdução
9
Alguns utilizadores com limitações no domínio sensorial - visão usam diferentes métodos
para aumentar o tamanho, o contraste ou as características gerais de visibilidade. As
situações mais utilizadas são os monitores grandes, letra de tamanho grande, alto contraste e
a ampliação do software de determinadas zonas do ecrã.
As pessoas com limitações no domínio sensorial - audição têm problemas com determinados
níveis de frequência, o que as impede de perceber e distinguir alguns sons. Normalmente
utilizam, já integrada em alguns sistemas operativos, uma opção para reforço visual perante
os sons de alarme ou aviso.
As dificuldades das pessoas com limitações no domínio motor costumam reflectir-se na falta
de coordenação, falta de força, dificuldade para alcançar os objectos ou impossibilidade de
mover os membros superiores. Estes utilizadores podem ou não necessitar de usar
dispositivos específicos para manipular o seu computador. Alguns exemplos são os
interruptores (switchs) controlados com a cabeça, os teclados tácteis, os sistemas de
reconhecimento de voz e os ponteiros alternativos (licórnios, ponteiros de mão, etc.).
O Instituto Português da Qualidade editou duas normas cujo âmbito de aplicação pode
influenciar positivamente os programadores informáticos, os desenhadores de sistemas
operativos ou de páginas Web e os fabricantes de qualquer computador ou periférico. O seu
cumprimento exige a utilização de múltiplos canais de entrada/saída, configurações
personalizáveis, interfaces ergonómicos e requisitos de compatibilidade.
A denominação técnica destas normas é:
prNP 4429:2003
Informática para a saúde. Aplicações informáticas para pessoas com deficiência. Requisitos
de acessibilidade das plataformas informáticas.
Suporte físico (hardware).
prNP 4430:2003
Informática para a saúde. Aplicações informáticas para pessoas com deficiência. Requisitos
de acessibilidade das plataformas informáticas.
Suporte lógico (software).
Este livro pretende fazer uma explicação dos principais conteúdos das referidas normas, de forma a que resultem compreensíveis para um amplo sector da população. A versão completa das normas pode conseguir-se através do IPQ (Instituto Português da Qualidade).
111010
As dificuldades de acesso ao computador de qualquer utilizador foram tidas em conta no desenvolvimento das normas do IPQ de acessibilidade na informática.
informática
normas de
acessibilidade na
Acessibilidade ao suporte físico(hardware)
13
n o r m a s d e a c e s s i b i l i d a d e n a i n f o r m á t i c a
O que denominamos posto de trabalho informático é, habitualmente, composto por:
unidade central, monitor, teclado, rato, impressora, disquetes, CD-ROMs, etc. As principais
directrizes da norma orientam o fabrico de produtos mais fáceis de utilizar por parte de
qualquer utilizador.
Os problemas de acessibilidade ao hardware centram-se, sobretudo, nas dificuldades em
manipular os botões, interruptores, reguladores e todos aqueles controlos dos dispositivos
que compõem o posto de trabalho informático. Muitos dos problemas seriam resolvidos se
estes elementos fossem controlados através de um programa, que pudesse ligar, desligar e
regular todos os componentes físicos do computador.
1.1. O poder do software sobre o hardware
Alguns exemplos actuais são: ligar e configurar a
impressora, desligar o computador ou mesmo
expulsar a disquete. Estes programas de controlo
deveriam ser fornecidos pelos fabricantes dos
equipamentos ou serem incorporados no sistema
operativo.
a 1. Acessibilidade ao suporte físico (hardware) s
f
15
1.2. Botões e reguladores ergonómicos
É especialmente importante que os botões para ligar e desligar estejam situados na parte
frontal de todos os dispositivos. Assim, torna-se muito mais fácil encontrar o botão para ligar
um aparelho se se souber que o referido botão de ligação se situa sempre na parte frontal,
facilitando, essencialmente, o trabalho aos utilizadores com baixa visão ou com dificuldades
de aprendizagem.
Os controlos do dispositivo devem ter realimentação táctil e recomenda-se que tenham
também realimentação sonora. Estes não devem ser demasiado pequenos ou estar muito
juntos. Também se exige que os botões sejam côncavos e não deslizantes.
Outro aspecto a ter em conta são os rótulos que identificam as funções. Em primeiro lugar,
todos os botões, conectores, etc. devem ter um rótulo, caso contrário, qualquer utilizador,
terá grandes dificuldades em identificar a sua função. Para além disso, os referidos rótulos
devem associar-se com facilidade ao conceito que tentam transmitir.
Para torná-los mais legíveis devem utilizar-se cores com um alto contraste, um tipo de letra
“san sherif” e de tamanho grande. Para as pessoas cegas tudo isto pode resultar insuficiente,
pelo que se aconselha a facilitação de alternativas Braille e tácteis.
Deve-se evitar a necessidade de movimentos complexos, por exemplo, carregar num botão e
ao mesmo tempo girar um manípulo ou então proporcionar-se uma opção distinta para
conseguir a mesma funcionalidade. Desta forma, conseguir-se-á que os utilizadores com
limitações de manipulação ou com um só membro superior possam aceder a determinadas
funções.
Os elementos periféricos (ecrã, teclado, impressora, etc.) devem ser independentes da
unidade central, de forma a que possam ser facilmente mudados. Assim, poder-se-á
personalizar o acesso ao computador: ecrãs grandes, teclados adaptados, ratos
ergonómicos, auriculares com regulação de volume e todos aqueles dispositivos que possam
servir para melhorar a interacção homem - máquina.
Os periféricos devem ter uma base de sustentação estável e antideslizante, de forma a que
seja difícil derrubá-los devido a movimentos não controlados. Não obstante, a regulação da
orientação e da altura devem oferecer pouca resistência para facilitar um óptimo
posicionamento do periférico.
1.3. Periféricos
171016
Todas estas características fazem com que
se torne mais fácil utilizá-los, sobretudo,
por pessoas com problemas de precisão
(indivíduos com paralisia cerebral,
pessoas com espasticidade, etc. ) ou
simplesmente por pessoas idosas.
1.4. Percepção do som
Os utilizadores com limitações no domínio sensorial - audição têm dificuldade para deduzir
o estado de um dispositivo, já que carecem do reforço sonoro que este produz ao funcionar.
Por exemplo, é corrente deduzir se um equipamento está ligado pelo ruído que faz o
ventilador ou por sons que emite o computador ao arrancar. Para facilitar esta informação, a
norma do IPQ exige aos fabricantes que insiram um reforço visual do estado de
funcionamento do dispositivo.
Alguns utilizadores não são capazes de detectar os ruídos pelo altifalante interno da unidade
central. Por isso recomenda-se que o referido altifalante esteja colocado próximo do
utilizador e exista a possibilidade de ligar altifalantes e auriculares externos. Para além disso
recomenda-se que o altifalante interno disponha de regulação do volume e também que
seja possível alterar a frequência do som emitido.
191018
Também são especialmente incómodas as placas giratórias de algumas unidades de
disquetes, pelo que se exige que todos os mecanismos tenham interruptores de tipo botão e
que estes não necessitem, para os activar, de uma força excessiva.
Para além disso, se uma unidade permitir que o utilizador coloque de forma incorrecta o
dispositivo, por exemplo um CD-ROM ao contrário, então deve existir um aviso para o
utilizador.
Por outro lado, as impressoras, scaners e demais elementos que utilizam papel devem ter
bandejas de alimentação e de armazenamento de folhas facilmente manipuláveis: sem
coberturas que tapem as folhas e sem necessidade de retirar a bandeja para colocar ou
retirar o papel.
Outro ponto de incompatibilidade costuma
acontecer no momento de utilizar o hardware com as
unidades amovíveis (disquete, CD-ROM, etc.).
Alguns utilizadores têm muitos problemas para
conseguirem introduzir uma disquete nas ranhuras
das actuais unidades. Torna-se muito mais fácil
deixar cair um CD-ROM nas típicas plataformas
deslizantes de entrada/saída, pelo que se
recomenda aos fabricantes que adoptem este tipo de
mecanismo para todas as unidades de armazenamento amovíveis.
informática
normas de
acessibilidade na
Acessibilidade ao suporte lógico(software)
21
n o r m a s d e a c e s s i b i l i d a d e n a i n f o r m á t i c a
Considerando o tipo de produto desenvolvido, na norma do IPQ podem dirigir-se a três
secções independentes:
Denominação que engloba o sistema operativo, a interface do utilizador associada a
algumas das aplicações.
Qualquer programa de uso geral ou mais utilizado, como poderiam ser um processador de
texto, um programa de desenho, um jogo, um compressor de arquivos, etc..
Para além dos conteúdos das páginas Web, inclui os navegadores, os programas para
correio electrónico e qualquer outra ferramenta associada aos serviços da Internet.
Existe uma série de requisitos que afectam por igual as três secções, incidindo sobretudo na
filosofia geral da comunicação entre o homem e o computador: desenhos ergonómicos,
configurações personalizadas e multiplicidade de canais. Seguidamente, abordam-se estes
requisitos gerais e posteriormente expõem-se os mais específicos do sistema operativo, as
aplicações e a Internet.
2. Acessibilidade ao suporte lógico (software)
Ambiente operativo
Aplicações
Autoestradas de informação
2.1. Requisitos gerais
a
23
as
l
O tempo de reacção perante os acontecimentos é muito variável de um utilizador para outro,
pelo que será contraproducente colocar mensagens no ecrã que desapareçam
automaticamente decorrido algum tempo. Na norma exige-se um tempo de espera até que
o utilizador aceite a mensagem. Se não for possível, aconselha-se que o tempo de
permanência no ecrã possa ser configurado pelo utilizador. Este requisito é especialmente
necessário em mensagens críticas do ambiente operativo.
A rapidez com que se gera a mensagem também é muito importante e afecta especialmente
as mensagens de voz, já que deve existir uma coerência temporal entre o que se está a ouvir e
o que realmente está a acontecer.
2.1.2. Redundância do canal
2.1.1. Mensagens
Uma interface deve ser concisa, coerente e consistente de forma a reduzir o esforço que o
utilizador necessitará para trabalhar com o seu computador.
Também é conveniente que a mesma mensagem tenha sempre o mesmo texto, que apareça
na mesma zona do ecrã e com os mesmos elementos compositivos (tipo de letra, cores,
botões, etc.). Desta forma, pode identificar-se a mensagem pelo seu aspecto para além do
texto, tornando-se fácil localizá-la no ecrã. Sempre que possível, será melhor utilizar as
convenções do ambiente operativo.
2524
A redundância do canal de comunicação resolve
muitos dos problemas de acessibilidade. Por
exemplo, os utilizadores daltónicos não são
capazes de distinguir algumas cores, portanto se
uma informação se apoia somente nas cores, como
“carregue num botão vermelho para terminar”,
estas pessoas não saberão como actuar. Portanto,
as características estéticas da interface só deverão
servir para acompanhar ou realçar, enviando a
informação por múltiplos canais: cor e texto, cor e
forma, cor, texto e forma, etc. Cego ou surdo ?
Erro 108:345overflow na pilha em posição 4012.
As famosas mensagens do tipo:“Erro 108:345,
overflow na pilha em posição 4012. Perderá
todos os dados. Carregue qualquer tecla para
continuar” resultam confusas para todos os
utilizadores mas especialmente para as crianças, os
principiantes na informática ou os utilizadores com
dificuldades de aprendizagem. Estes podem não
compreender o seu significado ficarem muito
nervosos e pensarem que a culpa é sua. Por este
facto, recomenda-se o uso de mensagens curtas e
simples.Insira o disco 2
Insira o disco 2
2527
O mesmo ocorre com a utilização do som. Habitualmente este utiliza-se como indicador do
final de uma tarefa ou como alerta de algum tipo de erro. Os utilizadores com limitações no
domínio sensorial-audição perdem este tipo de informação, pelo que esta deve ser
acompanhada de um sinal visual associado à situação.
Não só deve existir redundância do canal de saída, como também nos canais de entrada:
deve ser possível realizar a tarefa só com o rato, só com o teclado, só com o botão ou só com
sistemas de reconhecimento de voz. Por exemplo, deve ser possível utilizar as aplicações da
Internet sem necessidade de ter um rato
Os leitores de ecrã empregues pelos utilizadores cegos não permitem a leitura de textos
escritos usando gráficos primitivos. Por outro lado, os textos que se escrevem no ecrã devem
utilizar os serviços de processamento de texto facilitados pelo ambiente operativo.
Do mesmo modo, qualquer foto, vídeo, desenho ou gráfico fica fora do alcance dos leitores
de ecrã. Por isso, quando se utilizarem gráficos no ecrã, estes deverão ser acompanhados por
textos explicativos que permitam às pessoas cegas obter informação acerca do conteúdo da
imagem.
A introdução de dados faz-se de forma similar nas interfaces de modo texto e nas de modo
gráfico, se bem que nas segundas foi necessário criar o elemento “quadro de edição”. Em
qualquer dos casos, deve ser possível percorrer-se o texto escrito com o cursor para que um
leitor de ecrã possa sintetizar a voz ou convertê-lo em Braille.
.2.1.3. Textos e gráficos
2.1.4. A introdução de dados
Quando existam campos para introdução de dados, o rótulo identificativo que os
acompanha deve estar alinhado horizontalmente com a primeira linha do campo, de forma
a que sejam facilmente associáveis tanto para os utilizadores de leitores de ecrã como para
os utilizadores menos experientes.
O teclado é um periférico essencial, pelo que todos os aspectos de acessibilidade devem ser contemplados com extrema atenção.
O utilizador deve poder aceder a qualquer elemento da interface desde o teclado, por exemplo, activar e desactivar os menus e mover-se pelas suas opções. Para além disso, deve evitar-se o uso de acções simultâneas (manter pressionada uma tecla enquanto se tem que carregar numa outra) e se esta situação for inevitável, deve proporcionar-se um método sequencial alternativo para se conseguir o mesmo resultado.
2.1.5. Personalizar o teclado
Em alguns casos, movimentar-se pelos menus com as setas do cursor pode resultar num processo penoso, pelo que é conveniente colocar teclas de aceleração ou atalhos. Isto é muito útil para os utilizadores com problemas de manipulação ou de visão, dado que podem necessitar de fazer várias tentativas, recorrendo ao menu, até acertar com a opção desejada.
Perdeu o rato?Alguns utilizadores nunca o usam.
26
22928
Para acelerar o varrimento com o teclado, os menus devem possibilitar o varrimento circular,
ou seja, passar da última opção para a primeira e vice versa. Este varrimento circular deve
aplicar-se também ao movimento pelas opções de uma janela de diálogo, à mudança de
janela ou área de trabalho, etc.
Para as pessoas com problemas de visão torna-se incómodo e, às vezes, impossível perceber
os ícones e outros pequenos objectos da área de trabalho, pelo que, o próprio ambiente
operativo deve permitir que se modifiquem, independentemente ou em grupos, os tamanhos
e contrastes desses ícones e as suas posições. Os ícones devem, para além disso, ter
associado um rótulo, facilitando a identificação e compreensão da função do ícone.
As tarefas de gestão das janelas (actualizar, mover, mudar de tamanho, etc.), realizam-se
habitualmente por meio do rato. Para os utilizadores com problemas de manipulação ou
com cegueira, o uso do rato pode ser inconveniente, pelo que a norma exige que todas estas
operações se possam realizar também com o teclado.
No caso específico das barras de ferramentas, às quais não se pode aceder por teclado,
exige-se que todas as operações sejam acessíveis também através de opções de menu.
Dado que existem utilizadores que necessitam de uma ferramenta especial para aceder ao
seu computador (simuladores de teclado, sintetizadores de voz, etc.), esta deve permanecer
visível no ecrã. Exige-se que as janelas possam mudar de tamanho e de posição. Também se
2.1.6. Ícones
2.1.7. Janelas
exige que possam ser maximizadas, minimizadas e que se possam fechar para evitar conflitos
com as referidas ferramentas. Para além disso, requer-se que o ambiente facilite uma forma
de mudar de uma janela para outra, de modo a que as aplicações específicas possam
interagir com as gerais.
Os ambientes operativos estabelecem serviços de ajuda que são utilizados por muitas
aplicações. Esta ajuda costuma ter formato de texto, mas deve incluir-se também a
possibilidade de incorporar imagens, por exemplo, para explicar um conceito novo mediante
a língua gestual.
O ambiente operativo é o fundamental responsável de todos os elementos que enquadram a
comunicação básica do homem com a máquina. Para além disso, o desenvolvimento da
interface homem-máquina ganhou uma importância fundamental nos últimos anos.
E
2.1.8. Serviços de ajuda ao utilizador
2.2. Ambiente operativo
Os utilizadores que têm mais problemas de
acessibilidade são as pessoas com cegueira. Tudo
o que se vê num ecrã está pensado e desenhado
para ser visto, especialmente com as interfaces
gráficas, podendo existir um sem fim de aplicações
abertas simultaneamente em diferentes janelas e
cada janela ter a complexidade que antes tinha
todo um ecrã.
23130
No entanto também os utilizadores com problemas motores que utilizam dispositivos ou
programas específicos (reconhecimento de voz, simulador de teclado, etc.) podem ter o
acesso limitado, sobretudo por problemas de incompatibilidade entre estas ajudas técnicas e
o ambiente operativo ou as respectivas aplicações.
Em linhas gerais, a norma exige que o ambiente operativo proporcione, ao utilizador, o
acesso a qualquer dispositivo de entrada que utilize (interruptor de cabeça, manípulo, etc.) e
recomenda que proporcione também um sistema de reconhecimento de voz. De igual forma,
a saída de dados deve realizar-se tanto por imagem como por som, para que os utilizadores
com cegueira tenham acesso à mesma informação.
2.2.1. Serviços do sistema
Para realizar uma descrição falada, actualmente os leitores de écrã utilizam “modelos de
ecrã” que mantêm uma representação exacta dos elementos visualizados. Para facilitar este
modelo de ecrã, o ambiente operativo deve possibilitar a criação dos elementos da interface
com um rótulo que os identifique e que permita aceder às suas propriedades (janela aberta
ou fechada, tamanho, foco,...), preferencialmente, através de serviços predeterminados.
Para além de possibilitar a mudança de foco de uma janela a outra, os ambientes operativos
que incorporam o conceito de áreas de trabalho também devem oferecer a mudança de
uma a outra, executando-a tanto com o teclado como com o rato.
2.2.2. Controlador do teclado
Todas as opções devem ter um carácter de
activação opcional, de forma a que a mesma
plataforma informática possa ser utilizada,
indistintamente, por um amplo leque de
utilizadores com diferentes necessidades. Para
além disso, os diferentes serviços do ambiente
operativo devem estar desenhados de forma a que
consigam garantir que as aplicações, constituídas
por cima deste, possam ser acessíveis. Por exemplo,
o ambiente operativo pode proporcionar um
serviço para mostrar texto ao mesmo tempo que
emite essa informação com um sintetizador da fala.
que facilitem a acessibilidade. As pessoas
que mais dificuldades têm para o uso do
teclado são as que têm problemas de
precisão na utilização dos membros
superiores, dedos ou mãos, seguidas das
pessoas com limitações no domínio cognitivo
e no domínio sensorial-visão, pelo que se
devem con t emp la r a s d i f e r en t e s
problemáticas.
O controlador do teclado é o programa que se encarrega das comunicações entre o
computador e o teclado e é um dos pontos em que se podem incorporar muitas prestações
2.3. Aplicações
Evidentemente que para tudo o que foi dito até agora sobre o desenho das janelas, dos
ícones, das mensagens, etc. deve ter-se em conta o desenvolvimento de qualquer aplicação.
Além disso, para que os elementos de texto e de identificação (nome da janela, rótulo do
ícone, etc.) sejam susceptíveis de emitir-se por voz, as aplicações devem utilizar serviços que
facilitem o ambiente operativo. Desta forma, os leitores de ecrã poderão identificar a
aplicação e os seus conteúdos.
Há que ter em conta que, apesar dos progressos realizados, os utilizadores com problemas
de acessibilidade necessitam, algumas vezes, de utilizar dispositivos ou programas
específicos, pelo que a norma exige uma aplicação que interaja com estas ferramentas de
acesso, de forma a que por vezes se possa sobrepor em ecrã e mesmo em ambientes que não
sejam de janelas.
Para os utilizadores com problemas de motricidade fina (mantêm premida uma tecla demasiado tempo, enganam-se na tecla, carregam repetidamente a tecla devido a tremores) o controlador do teclado deve permitir configurar o tempo de repetição da tecla, o tempo de pressão e de libertar-premir repetidas vezes a mesma tecla.
O controlador do teclado deve incorporar uma opção que permita bloquear as teclas de controlo (Maiúsculas, Alt, Ctrl, Alt Gr, etc.), de forma a que as pessoas que só podem utilizar uma mão ou um ponteiro evitem os movimentos de pressão simultânea. Para além disso, os utilizadores com limitações no domínio sensorial-visão necessitam de saber o estado das referidas teclas.
Para os utilizadores que funcionam com uma só mão, com um ponteiro ou que utilizam os
nós dos dedos, deve possibilitar-se a reconfiguração de todas as teclas do teclado de modo a
permitir que este se adapte às suas necessidades.
Mais do que o teclado, o rato pode ser uma barreira para as pessoas com problemas de
manipulação, de mobilidade ou com falta de força nos membros superiores.
Por isso, o controlador do rato deve permitir modificar a orientação no movimento do cursor
para que o utilizador possa manipulá-lo da forma mais ergonómica à sua mobilidade. De
igual forma, deve poder-se modificar a velocidade e a aceleração do cursor, diferenciando
entre a velocidade horizontal e vertical, o tempo de aceitação do “clic” e o tempo entre dois
“clics”.
2.2.3. Controlador do rato
23332
Para as pessoas com problemas de
movimentação dos dedos, deve poder
realizar-se o bloqueio do varrimento,
dispondo de um botão do rato para esta
função ou, em sua substituição, utilizar uma
temporização de um dos botões ou uma tecla
do teclado.Para os utilizadores esquerdinos,
deve existir a possibilidade de mudar as
funções dos botões direito e esquerdo.
23534
Para isso, devem utilizar-se os mecanismos de coordenação proporcionados pelo ambiente
operativo, evitando que as aplicações se bloqueiem umas às outras.
Se uma aplicação utiliza janelas, a sua gestão deve ser compatível com o ambiente operativo
através dos serviços que possibilita, visto que este é o responsável por facilitar a
acessibilidade. Se se utilizam várias janelas, deve-se permitir a mudança de uma para outra e
seguir sempre a mesma sequência de mudança.
Finalmente, e para evitar problemas de consistência e de coordenação entre aplicações,
cada uma destas deve ter uma opção de finalização.
Deve prestar-se especial atenção para que todas as funções oferecidas pela aplicação sejam
acessíveis por teclado. Este requisito é esquecido especialmente em programas de desenho,
jogos, aplicações musicais, etc. No momento de aceder com o teclado aos menus, devem
respeitar-se as combinações habituais do ambiente operativo como, por exemplo, os atalhos
que se colocam em várias das opções de um menu.
Para além disso, a aplicação deve desenhar-se de forma a que os passos necessários para
aceder a qualquer opção sejam os mínimos possíveis e não requeiram o uso simultâneo de
mais de um dispositivo de entrada, tendo em particular atenção as opções mais
frequentemente utilizadas. Desta forma, qualquer utilizador conseguirá uma maior
eficiência.
Mas para conseguir que uma interface seja completamente
acessível não basta que existam todos os serviços e os requisitos
gerais estipulados até agora. Faz falta que para além disso, as
aplicações usem esses serviços, interajam com eles e cumpram
outras considerações de desenho não imputáveis directamente ao
ambiente operativo.
informática
normas de
acessibilidade na
Acesso hipermedia às autoestradas da informação (Internet)
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n o r m a s d e a c e s s i b i l i d a d e n a i n f o r m á t i c a
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3. Acesso hipermedia às autoestradas da informação
(Internet)
3.1. Navegadores
O aparecimento da Internet e dos seus diferentes serviços constituiu uma autêntica revolução
no mundo da informática. Talvez a mudança mais espectacular tenha sido o contributo do
World Wide Web. A tecnologia Web apoia-se em vários protocolos (HTTP, HTML, etc.)
susceptíveis de serem modificados e ampliados para melhorar a acessibilidade e utiliza
vários tipos de programas (navegadores, conversores gráficos, reprodutores de vídeo, etc.)
que colocam problemas específicos para certos utilizadores com deficiência.
Não obstante, na norma trata-se somente de analisar a interface do utilizador e os seus
problemas, deixando de lado todos os aspectos internos de Java, CGI e os protocolos
anteriormente mencionados. Os restantes serviços, correio electrónico, janelas de diálogos,
Gopher, etc. resultam muito similares a qualquer outra aplicação, logo, não incorporam
características de acessibilidade diferentes.
Neste ponto, podemos então distinguir duas facetas na acessibilidade: o programa utilizado
para navegar e os conteúdos das páginas que se visualizam.
Os navegadores têm que cumprir os requisitos de acessibilidade comuns ao resto dos
programas, tal como se descreveu anteriormente. Além disso, devem permitir a navegação
dentro das páginas HTML utilizando só o rato e só o teclado. O mesmo deve ser válido para
passar de uma ligação a outra e de uma janela a outra.
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24140
3.2. Páginas Web
A apresentação em ecrã de documentos Web (habitualmente escritos em HTML) oferece
dificuldades de acessibilidade, sobretudo a pessoas com problemas no domínio sensorial-
-visão, pela orientação multimédia que possui, mas na norma, explora-se o conceito
multimédia de outro ponto de vista: redundância de canais. Desta forma, a informação
gráfica deve ser acompanhada de um texto, da mesma forma que a informação sonora. Os
vídeos devem estar legendados, ou disporem de uma ligação a uma página em que se
descreva o seu conteúdo. Em caso de a utilização de mapas sensíveis, recomenda-se a
colocação de uma lista adicional com todas as ligações do sítio.
Exige-se a todas as páginas Web, incluindo HTML,
CGls, Java, etc. que cumpram todos os requisitos de
acessibilidade aplicáveis a todas as aplicações. No
caso de utilizarem formatos alternativos (PDF, MS-
Word, etc.), deve colocar-se a mesma informação em
HTML ou em ASCII, de forma a que se torne acessível.
No caso dos formulários, que sejam complexos para utilizar pelas pessoas cegas, pede-se
que se facilitem formas alternativas de introdução de dados, como um número de telefone de
contacto ou cópias que se possam preencher fora da linha para serem enviados
posteriormente por correio electrónico.
Dado que os textos de ligação que aparecem juntos podem ser interpretados como uma só
ligação pelos utilizadores de leitores de ecrã, a norma exige que se separem por barras
verticais ou algum outro caracter que não pertença à ligação. Mesmo assim, se colocamos
as ligações na mesma página e com texto idêntico, torna-se difícil distingui-las entre si, pelo
que se pede que as ligações da mesma página tenham textos distintos e auto-explicativos.
O uso de textos que se deslocam e piscam é também prejudicial, já que muitos leitores de
ecrã não conseguem detectá-los e por isso ignoram-nos. O mesmo ocorre com os textos
verticais.
As listas de elementos de texto costumam ser lidas de uma
só vez pelos leitores de ecrã. Por isso recomenda-se que as
listas se elaborem segundo o tipo vinheta e sejam
numeradas, de forma a que cada elemento tenha um
identificador inicial diferenciador.
Outro problema da acessibilidade às páginas Web é a
utilização de tabelas. Os leitores de ecrã que utilizam as
pessoas com problemas visuais costumam percorrer o ecrã primeiro na horizontal e depois
na vertical. Desta forma, se os dados de uma célula da tabela ocupam mais de uma linha,
far-se-á a leitura da primeira linha de cada célula e depois as linhas seguintes.
Para os utilizadores com problemas cognitivos pode ser complicado compreender a
informação no caso de chegada a uma zona intermédia de uma página Web, pelo que
nesse ponto se deverá fazer uma ligação que leve o utilizador a uma parte significativa da
página.Também acrescenta complexidade à navegação a utilização de janelas pelo que se
desaconselha o seu uso.
Por outro lado e tendo-se em conta os critérios de consistência no desenvolvimento de
interfaces, recomenda-se que os botões ou ligações que tenham a mesma função,
apareçam na página sempre na mesma posição.
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informática
normas de
acessibilidade na
Acessibilidade à documentação 43
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4. Acessibilidade à documentação
A documentação de todos os componentes do posto de trabalho informático entrega-se
tradicionalmente em papel, com o inconveniente que isso acarreta para as pessoas com
problemas de visão ou de manipulação. Na norma reconhece-se a necessidade da
existência de documentação em formato electrónico, de forma a que o utilizador possa usar
o computador e as suas ajudas técnicas para ler essa documentação.
A cor do papel e da letra devem possuir um alto contraste para reduzir o esforço visual na
leitura. Os gráficos devem ter textos explicativos e não deve existir informação que se apoie
exclusivamente na cor.
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No caso de se continuar a distribuir a documentação
em formato impresso, a encadernação deve permitir
a abertura fácil do livro ou de qualquer página sem
necessitar de ser sustido para estar aberto. Para além
disso, o papel não deve ser de tipo acetinado, para
evitar o deslizamento dos ponteiros ao passar as
páginas.
informática
normas de
acessibilidade na
n o r m a s d e a c e s s i b i l i d a d e n a i n f o r m á t i c a
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