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Informativo 512 – STJ

Márcio André Lopes Cavalcante Obs: não foram incluídos neste informativo esquematizado os julgados de menor relevância para concursos públicos ou aqueles decididos com base em peculiaridades do caso concreto. Caso seja de seu interesse conferi-los, os acórdãos excluídos foram os seguintes: AgRg no Ag 1.428.564-DF; AgRg no REsp 1.304.317-SP; AgRg no AREsp 242.466-MG; REsp 1.166.600-RJ; REsp 1.345.653-SP.

DIREITO ADMINISTRATIVO

Responsabilidade civil do Estado (prazo prescricional)

O prazo prescricional aplicável às ações de indenização contra a Fazenda Pública é de 5 (CINCO) anos, conforme previsto no Decreto 20.910/32, e não de três anos (regra do Código

Civil), por se tratar de norma especial, que prevalece sobre a geral. Comentários Caso alguém tenha sofrido um dano causado pelo Estado, qual é o prazo que essa pessoa

dispõe para ajuizar ação de reparação? Em outras palavras, qual é o prazo prescricional para a propositura de ação de indenização contra a Fazenda Pública? Havia duas correntes sobre o tema: 1ª) 3 anos. Fundamento: art. 206, § 3º, V do Código Civil.

2ª) 5 anos. Fundamento: art. 1º do Decreto n. 20.910/1932. O que prevaleceu? O prazo prescricional é de 5 (cinco) anos (não há mais polêmica no STJ). Qual é o argumento?

Segundo o STJ, o art. 1º do Decreto n. 20.910/1932 é norma especial porque regula especificamente os prazos prescricionais relativos às ações ajuizadas contra a Fazenda Pública. Por sua vez, o art. 206, § 3º, V, do Código Civil seria norma geral, tendo em vista que regula a prescrição para os demais casos em que não houver regra específica. Logo, apesar do Código Civil ser posterior (2002), segundo o STJ, ele não teve o condão de

revogar o Decreto n. 20.910/1932, tendo em vista que norma geral não revoga norma especial.

Informações extras

Veja, em resumo, os principais pontos abordados pelo Min. Mauro Campbell:

Os dispositivos do CC/2002, por regularem questões de natureza eminentemente de direito privado, nas ocasiões em que abordam temas de direito público, são expressos ao afirmarem a aplicação do Código às pessoas jurídicas de direito público, aos bens públicos e à Fazenda Pública.

No caso do art. 206, § 3º, V, do CC/2002, em nenhum momento foi indicada a sua aplicação à Fazenda Pública.

Não se pode falar que houve uma mera omissão legislativa neste caso, pois o art. 178, § 10, V, do CC/1916 estabelecia o prazo prescricional de cinco anos para as ações contra a Fazenda Pública, o que não foi repetido no atual código, tampouco foi substituído por outra norma infraconstitucional.

Os defensores do prazo trienal invocam o art. 10 do Decreto n. 20.910/1932, que Pág

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estabelece o seguinte “o disposto nos artigos anteriores não altera as prescrições de menor prazo, constantes das leis e regulamentos, as quais ficam subordinadas às mesmas regras.”

Ocorre que esse dispositivo não pode ser utilizado para dizer que o prazo do CC-2002 deve ser aplicado à Fazenda Pública. Isso porque o art. 10 prevê expressamente que o disposto no referido decreto “não altera” eventuais prescrições de menor prazo constantes em leis e regulamentos, o que significa que essa previsão só excepcionava da regra dos 5 anos as prescrições que estivessem em vigor quando surgiu o Decreto. Logo, não serve para excepcionar o CC/2002, que surgiu posteriormente e que não era específico para o Poder Público.

Ademais, vale consignar que o prazo quinquenal foi reafirmado no art. 2º do Dec.-lei n. 4.597/1942 e no art. 1º-C da Lei n. 9.494/1997, incluído pela MP n. 2.180-35, de 2001.

Processo Primeira Seção. REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012.

DIREITO CIVIL

Nome da pessoa natural

É possível a alteração no registro de nascimento para dele constar o nome de solteira da genitora, excluindo o patronímico do ex-padrasto.

Comentários Exemplo hipotético (baseado no caso concreto): No momento do nascimento de Aline, sua mãe (Maria Barbosa Carvalho) estava casada com João Carvalho, que não era o pai biológico da recém nascida. Aline foi registrada com o pai ignorado e o nome de sua mãe (Maria Barbosa Carvalho). O nome completo de Aline ficou sendo “Aline Barbosa” já que o patronímico “Carvalho” era de seu padrasto (João). Após alguns anos, Maria e João se divorciam e, no processo judicial, a divorcianda opta por voltar a usar seu nome de solteira, qual seja, Maria Barbosa. Diante disso, nos documentos pessoais de Maria consta atualmente seu nome como sendo “Maria Barbosa”, mas no registro de nascimento de sua filha Aline, no campo no qual é mencionada a genitora, o nome que aparece é o de “Maria Barbosa Carvalho”. É possível a retificação do registro de nascimento? SIM. Segundo decidiu o STJ, é possível a alteração no registro de nascimento para dele constar o nome de solteira da genitora, excluindo o patronímico do ex-padrasto. O nome civil é reconhecidamente um direito da personalidade, porquanto é o signo individualizador da pessoa natural na sociedade, conforme preconiza o art. 16 do CC. O registro público da pessoa natural não é um fim em si mesmo, mas uma forma de proteger o direito à identificação da pessoa pelo nome e filiação, ou seja, o direito à identidade é causa do direito ao registro. O princípio da verdade real norteia o registro público e tem por finalidade a segurança jurídica, razão pela qual deve espelhar a realidade presente, informando as alterações relevantes ocorridas desde a sua lavratura. Assim, é possível a averbação do nome de solteira da genitora no assento de nascimento, excluindo o patronímico do ex-padrasto. Ademais, o art. 3º, parágrafo único, da Lei 8.560/1992 prevê expressamente a possibilidade de averbação, no termo de nascimento do filho, da alteração do patronímico materno em decorrência do casamento:

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Art. 3º (...) Parágrafo único. É ressalvado o direito de averbar alteração do patronímico materno, em decorrência do casamento, no termo de nascimento do filho.

Logo, também deve ser reconhecida a possibilidade de fazer o inverso, ou seja, alterar o patronímico da mãe da pessoa quando a genitora, em decorrência de divórcio ou separação, deixa de utilizar o nome de casada.

Processo Quarta Turma. REsp 1.072.402-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/12/2012.

Contratos (doação)

A pessoa que tenha herdeiros necessários só pode doar até o limite máximo da metade de seu patrimônio, considerando que a outra metade é a chamada “legítima” (art. 1.846 do CC) e

pertence aos herdeiros necessários. Doação inoficiosa é a que invade a legítima dos herdeiros necessários, sendo vedada pelo

ordenamento jurídico (art. 549 do CC). O excesso na doação (invasão da legítima) é apurado levando-se em conta o valor do

patrimônio do doador ao tempo da doação, e não o patrimônio estimado no momento da abertura da sucessão do doador.

Comentários DOAÇÃO Conceito Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra (art. 538 do CC). Restrições à liberalidade de doar Em regra, a pessoa sendo proprietária da coisa, pode doá-la para quem quiser. A lei impõe, contudo, algumas restrições ao exercício desse direito. Veja:

SITUAÇÃO RESTRIÇÃO

1) Doação feita por pessoa casada

O cônjuge que for casado, para doar, precisa da autorização do outro, exceto: a) no regime da separação absoluta; b) na doação remuneratória; c) nas doações propter nuptiaes de bens feitos aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.

2) Doação feita por incapaz O absolutamente incapaz não pode realizar doações. Se fizer, é nula.

3) Doação universal Doação universal é aquela que engloba a totalidade de bens do devedor.

Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.

4) Doação inoficiosa Doação inoficiosa é a que invade a legítima dos herdeiros necessários.

A pessoa que tenha herdeiros necessários só pode doar até o limite máximo da metade de seu patrimônio, considerando que a outra metade é a chamada “legítima” (art. 1.846 do CC) e pertence aos herdeiros necessários.

5) Doação colacionável A pessoa pode doar para seus ascendentes, descendentes ou cônjuges. No entanto,

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isso será considerado “adiantamento da legítima”, ou seja, um adiantamento do que o donatário iria receber como herdeiro no momento em que o doador morresse.

6) Doação fraudulenta É aquela realizada pelo devedor insolvente ou que, com a doação, torna-se insolvente. Obs: devedor insolvente é aquele cujo patrimônio passivo (dívidas) é maior que o ativo (bens).

A doação nesses casos somente é válida se foi realizada com o consentimento de todos os credores. Se feita sem tal consentimento, configura fraude contra os credores, sendo, portanto, anulável.

7) Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice

Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.

O pródigo pode realizar doações? R: Sim, desde que assistido pelo curador.

Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.

Doação inoficiosa O julgado noticiado no informativo trata sobre doação inoficiosa. Como visto acima, a pessoa que tenha herdeiros necessários só pode doar até o limite máximo da metade de seu patrimônio, considerando que a outra metade é a chamada “legítima” (art. 1.846 do CC) e pertence aos herdeiros necessários. Se o doador não tiver herdeiros necessários, poderá doar livremente, contanto que não seja doação universal. Quem são os herdeiros necessários? Ascendentes, descendentes e cônjuge supérstite, ou seja, cônjuge sobrevivente (art. 1.845). A doação inoficiosa é nula ou anulável? O art. 549 do CC afirma que é nula.

Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.

Apesar disso, a doutrina sustenta que se trata de negócio jurídico anulável. Ação cabível para se obter a anulação: ação de querela inoficiosa. Quem pode propor: apenas os herdeiros do donatário. Prazo da ação: 4 anos. Quando se inicia esse prazo? A ação deverá ser ajuizada a partir do instante em que ocorrer a doação inoficiosa ou somente após a morte do doador? O prazo decadencial inicia-se no momento da doação.

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A nulidade abrange toda a doação, ou só a parte inoficiosa? Em outras palavras, tudo que foi doado será anulado ou somente o montante que atingir a legítima? A invalidade do ato só alcança o excesso, ou seja, o montante que a pessoa não poderia doar por atingir a legítima. O excesso na doação (invasão da legítima) é apurado levando-se em conta o valor do patrimônio do doador ao tempo da doação ou ao tempo da abertura da sucessão (morte)? Deve-se considerar o patrimônio existente no momento da liberalidade, isto é, na data da doação, e não o patrimônio estimado no momento da abertura da sucessão do doador. Exemplo: João, viúvo e pai de dois filhos, possuía um patrimônio de um milhão de reais. Em um determinado dia, decide doar uma casa de 500 mil reais para seu melhor amigo. Essa doação é possível? SIM, considerando que não invadiu a legítima, ou seja, não doou a metade destinada aos herdeiros necessários (seus filhos). Meses depois, os negócios empresariais de João começam a ruir e ele perde 400 mil reais em dívidas. Quando João morre, seu patrimônio era de 100 mil reais. A doação feita por João continua sendo válida, tendo em vista que, quando foi realizada, seu patrimônio era maior e não houve invasão da legítima. A doutrina costuma utilizar a seguinte frase para explicar essa solução jurídica: o posterior empobrecimento do doador não anula as doações feitas quando ainda era homem rico. No julgado noticiado neste informativo, o STJ adotou esse raciocínio e afirmou, embora a solução legal seja menos favorável para os herdeiros necessários, atende melhor aos interesses da sociedade, pois não deixa inseguras as relações jurídicas, dependentes de um acontecimento futuro e incerto, como o eventual empobrecimento do doador. O que o legislador do Código Civil quis, afastando-se de outras legislações estrangeiras, foi dar segurança ao sistema jurídico, garantindo a irrevogabilidade dos atos jurídicos praticados ao tempo em que a lei assim permitia.

Processo Segunda Seção. AR 3.493-PE, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 12/12/2012.

Contrato de seguro de vida

A doença preexistente não informada no momento da contratação do seguro de vida não exime a seguradora de honrar sua obrigação se o óbito decorrer de causa diversa da doença omitida.

Comentários Ainda que o segurado omita doença existente antes da assinatura do contrato e mesmo que tal doença tenha contribuído indiretamente para a morte, enseja enriquecimento ilícito permitir que a seguradora celebre o contrato sem a cautela de exigir exame médico, receba os pagamentos mensais e, após a ocorrência de sinistro sem relação direta com o mal preexistente, negue a cobertura.

Processo Quarta Turma. REsp 765.471-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgamento em 6/12/2012.

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Responsabilidade civil (estado de necessidade)

O ato praticado em estado de necessidade é lícito, conforme previsto no art. 188, II, do CC. No entanto, mesmo sendo lícito, não afasta o dever do autor do dano de indenizar a vítima quando

esta não tiver sido responsável pela criação da situação de perigo (art. 929). Desse modo, o causador do dano, mesmo tendo agido em estado de necessidade, deverá indenizar

a vítima e, depois, se quiser, poderá cobrar do autor do perigo aquilo que pagou (art. 930). O art. 950 afirma que, se lesão provocada reduzir ou impossibilitar a capacidade de trabalho, o autor do dano deverá pagar como indenização à vítima: a) despesas do tratamento de saúde; b)

lucros cessantes até ao fim da convalescença; c) pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

A pensão correspondente à incapacidade permanente, regulada pelo art. 950 do CC é vitalícia. Comentários Imagine a seguinte situação hipotética (adaptada do caso concreto):

José estava conduzindo normalmente seu veículo em uma via de mão dupla quando foi “fechado” pelo carro de Paulo, que dirigia imprudentemente. Em razão desse fato, o veículo de José entrou na contramão e atingiu Pedro, que pilotava uma moto. Por conta do acidente, Pedro teve amputada uma das pernas. Ação de indenização Pedro ingressou com ação de indenização contra José cobrando danos materiais, morais e estéticos. No que tange aos danos materiais, o autor pediu que o réu fosse condenado a custear as despesas com o tratamento de saúde e a pagar uma pensão mensal até o final da vida de Pedro.

Contestação Em sua contestação, José alegou que: a) Não foi o culpado pelo acidente, tendo agido com base em estado de necessidade; b) Ainda que fosse culpado, não havia fundamento jurídico para que fosse condenado a

pagar uma pensão mensal à vítima; c) Ainda que fosse condenado a pagar uma pensão mensal, esta deveria ser fixada até o

dia em que a vítima completasse 65 anos; d) Não seria possível a cumulação de danos morais e estéticos, considerando que este

estaria necessariamente abrangido por aquele.

Segundo a jurisprudência do STJ, veja como esta demanda seria resolvida:

a) José tem o dever de indenizar a vítima, mesmo tendo agido sob estado de necessidade? SIM, persiste seu dever de indenizar. O ato praticado em estado de necessidade é lícito, conforme previsto no art. 188, II, do CC:

Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

No entanto, mesmo sendo lícito, não afasta o dever do autor do dano de indenizar a vítima quando esta não tiver sido responsável pela criação da situação de perigo. É o que preconiza o art. 929 do CC:

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.

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Desse modo, o causador do dano, mesmo tendo agido em estado de necessidade, deverá indenizar a vítima e, depois, se quiser, poderá cobrar do autor do perigo aquilo que pagou:

Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.

Logo, José, mesmo tendo agido em estado de necessidade, tem o dever de indenizar Pedro, considerando que este não foi o autor do perigo. Após pagar a vítima, José poderá ajuizar ação regressiva cobrando de Paulo o que pagou. Repare que se trata de algo bem interessante: o autor do dano agiu de forma LÍCITA uma vez que estava sob o manto do estado de necessidade, no entanto, mesmo assim tem o dever de indenizar. E qual é o fundamento jurídico para este dever? O Min. Sanseverino explica que o fundamento para essa opção legislativa é a equidade, aplicando-se a chamada teoria do sacrifício, bem desenvolvida pelo doutrinador português J.J. Gomes Canotilho (O problema da responsabilidade do estado por actos lícitos. Coimbra: Almedina, 1974). Pela teoria do sacrifício, diante de uma colisão entre os direitos da vítima e os do autor do dano, estando os dois na faixa de licitude (os dois comportamentos são lícitos), o ordenamento jurídico opta por proteger o mais inocente dos interesses em conflito (o da vítima), sacrificando o outro (o do autor do dano). b) Há fundamento jurídico para que José seja condenado a pagar uma pensão mensal à vítima? SIM, havendo previsão no art. 950 do CC:

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

O art. 950 afirma que, a se lesão provocada reduzir ou impossibilitar a capacidade de trabalho da vítima, o autor do dano deverá pagar como indenização:

Despesas do tratamento de saúde;

Lucros cessantes até ao fim da convalescença;

Pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

c) Até quando essa pensão deverá ser paga? Até 65 anos, com base na expectativa de vida da vítima? NÃO. Não se considera para efeito de concessão da pensão a expectativa de vida do ofendido, como ocorre no caso de homicídio:

Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.

No caso de indenização por dano à saúde da vítima que gerou redução ou impossibilidade permanente de trabalho, o fundamento para a indenização é o art. 950 do CC, que não estabelece limite de tempo para essa pensão. Logo, entende-se que se trata de uma pensão vitalícia, ou seja, que perdurará até a morte do ofendido.

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Trata-se de uma solução legal justa e lógica, considerando que, após atingir essa idade-limite (65 ou 70 anos de idade), o ofendido continuará necessitando da pensão e talvez de modo ainda mais agudo, em função da velhice e do incremento das despesas com saúde. É possível a cumulação de danos morais e estéticos? Claro, trata-se de tema pacificado. Nesse sentido: Súmula 387-STJ: É possível a acumulação das indenizações de dano estético e moral.

Processo Terceira Turma. REsp 1.278.627-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2012.

Responsabilidade civil (assalto em banco)

A instituição financeira não pode ser responsabilizada por assalto sofrido por sua correntista em via pública, isto é, fora das dependências de sua agência bancária, após a retirada, na

agência, de valores em espécie, sem que tenha havido qualquer falha determinante para a ocorrência do sinistro no sistema de segurança da instituição.

Comentários Se o cliente é assaltado no interior da agência, o banco tem o dever de indenizá-lo? SIM. Trata-se de responsabilidade objetiva do banco, em razão do risco inerente à atividade bancária (art. 927, parágrafo único do CC e art. 14 do CDC).

Art. 927 (...) Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

O banco poderá alegar caso fortuito ou força maior? NÃO. Para o STJ, em se tratando de instituição financeira, os roubos às agências são eventos totalmente previsíveis e até esperados, não se podendo admitir que o banco invoque as excludentes de responsabilidade do caso fortuito ou força maior e culpa de terceiros (REsp 1.093.617-PE). Se o cliente é assaltado no estacionamento do banco, a instituição também terá o dever de indenizá-lo? SIM. Continua havendo responsabilidade civil objetiva do banco (REsp 1.045.775/ES). Com efeito, o estacionamento pode ser considerado como uma extensão da própria agência. E se o cliente é assaltado na rua, após sacar dinheiro na agência, haverá responsabilidade civil do banco? NÃO. Não há como responsabilizar a instituição financeira na hipótese em que o assalto tenha ocorrido fora das dependências da agência bancária, em via pública, sem que tenha havido qualquer falha na segurança interna da agência bancária que propiciasse a atuação dos criminosos após a efetivação do saque, tendo em vista a inexistência de vício na prestação de serviços por parte da instituição financeira. A mera alegação do cliente de que o autor do roubo deve tê-la observado sacar dinheiro do banco não é suficiente para imputar responsabilidade à instituição bancária. Além do mais, se o ilícito ocorre em via pública, é do Estado, e não do banco, o dever de garantir a segurança dos cidadãos e de evitar a atuação dos criminosos.

Processo Terceira Turma. REsp 1.284.962-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/12/2012.

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Direito de família (adoção à brasileira X paternidade biológica)

É possível o reconhecimento da paternidade biológica e a anulação do registro de nascimento na hipótese em que isso for pleiteado pelo filho que foi registrado conforme prática conhecida

como “adoção à brasileira”. Caracteriza violação ao princípio da dignidade da pessoa humana cercear o direito de

conhecimento da origem genética, respeitando-se, por conseguinte, a necessidade psicológica de se conhecer a verdade biológica

Comentários O que é a chamada “adoção à brasileira”? “Adoção à brasileira” ou “adoção à moda brasileira” ocorre quando o homem e/ou a mulher declara, para fins de registro civil, o menor como sendo seu filho biológico sem que isso seja verdade. Ex: Carla tinha um namorado (Bruno), tendo ficado grávida desse relacionamento. Ao contar a Bruno sobre a gravidez, este achou que era muito novo para ser pai e “sumiu”, não deixando paradeiro. Três meses depois, Carla decide se reconciliar com André, seu antigo noivo, que promete à amada que irá se casar com ela e “assumir” o nascituro. No dia em que nasce a criança, André vai até o registro civil de pessoas naturais e, de posse da DNV (declaração de nascido vivo) fornecida pela maternidade, declara que o menor recém nascido (Vitor) é seu filho e de Carla, sendo o registro de nascimento lavrado nesses termos. Por que recebe esse nome? Essa prática é chamada pejorativamente de “adoção à brasileira” porque é como se fosse uma “adoção” feita sem observar as exigências legais, ou seja, uma adoção feita segundo o “jeitinho brasileiro”. Tecnicamente, contudo, não se trata de adoção, porque não segue o procedimento legal. Consiste, em verdade, em uma perfilhação simulada. A “adoção à brasileira” é permitida? NÃO. Formalmente, essa conduta é até mesmo prevista como crime pelo Código Penal:

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

Vale ressaltar, entretanto, que, na prática, dificilmente alguém é condenado ou recebe pena por conta desse delito. Isso porque, no caso concreto, poderá o juiz reconhecer a existência de erro de proibição ou, então, aplicar o perdão judicial previsto no parágrafo único do art. 242 do CP. É preciso, no entanto, que seja investigada a conduta porque, embora a “adoção à brasileira”, na maioria das vezes, não represente torpeza de quem a pratica, pode ela ter sido utilizada para a consecução de outros ilícitos, como o tráfico internacional de crianças.

Situação 1: Pai registral quer anular o registro

Imagine que, depois de alguns anos, André (o pai registral) termina seu relacionamento com Carla. Com raiva, ele procura um advogado pretendendo que seja reconhecido judicialmente que ele não é o pai de Vitor. Qual a ação que deverá ser proposta pelo advogado de André? R: ação negatória de paternidade cumulada com nulidade do registro civil.

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Contra quem a ação é proposta? R: contra Vitor (não é proposta em face da mãe de Vitor). Se Vitor for menor, será assistido (entre 16 e 18 anos) ou representado (menor de 16 anos) por sua mãe. Se Vitor já for falecido, a ação será ajuizada contra seus herdeiros. Não havendo herdeiros conhecidos (lembre-se que a sua mãe é herdeira), André deverá pedir a citação, por edital, de eventuais interessados. Qual é o prazo desta ação? R: é imprescritível (art. 1.601 do CC). Onde esta ação deverá ser proposta (de quem é a competência)? R: no foro da comarca onde reside o réu (Vitor), mais especificamente na vara de família (não deve ser ajuizada na vara de registros públicos). Participação do Ministério Público: atuará como fiscal da lei (custos legis), considerando que se trata de ação concernente ao estado da pessoa (art. 82 do CPC). Provas produzidas: Atualmente, a principal prova produzida nestas ações é o exame pericial de DNA. Se o exame de DNA provar que Vitor não é filho biológico de André, o juiz terá que, obrigatoriamente, julgar procedente o pedido, declarar/desconstituir a paternidade e anular o registro? NÃO. Segundo já decidiu o STJ, o êxito em ação negatória de paternidade, consoante os princípios do CC/2002 e da CF/1988, depende da demonstração, a um só tempo, de dois requisitos: a) Inexistência da origem biológica; b) Não ter sido construída uma relação socioafetiva entre pai e filho registrais. Assim, para que a ação negatória de paternidade seja julgada procedente não basta apenas que o DNA prove que o “pai registral” não é o “pai biológico”. É necessário também que fique provado que o “pai registral” nunca foi um “pai socioafetivo”, ou seja, que nunca foi construída uma relação socioafetiva entre pai e filho. (STJ Quarta Turma. REsp 1.059.214-RS, Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/2/2012). Em se tratando de adoção à brasileira, a melhor solução consiste em só permitir que o pai-adotante busque a nulidade do registro de nascimento quando ainda não tiver sido constituído o vínculo de socioafetividade com o adotado (REsp 1088157/PB). Em alguns julgados mais rigorosos, o STJ já decidiu também que o pai que questiona a paternidade de seu filho socioafetivo (não biológico), que ele próprio registrou conscientemente, está violando a boa-fé objetiva, mais especificamente a regra da venire contra factum proprium (proibição de comportamento contraditório) (Terceira Turma. REsp 1.244.957-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/8/2012). Percebe-se, portanto, que a paternidade, atualmente, deve ser considerada gênero do qual são espécies: a) a paternidade biológica e b) a paternidade socioafetiva.

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A doutrina familiarista moderna é unânime em reconhecer a filiação socioafetiva. Por todos, cite-se o pioneiro e mais genial: “a verdadeira paternidade pode também não se explicar apenas na autoria genética da descendência. Pai também é aquele que se revela no comportamento cotidiano, de forma sólida e duradoura, capaz de estreitar os laços de paternidade numa relação psico-afetiva, aquele, enfim, que além de poder lhe emprestar seu nome de família, o trata verdadeiramente como seu filho perante o ambiente social” (FACHIN, Luiz Edson. Estabelecimento da Filiação e Paternidade Presumida. Porto Alegre: SAFE, 1992, p. 169).

Situação 2: Filho deseja que seja reconhecido seu pai biológico

Imagine agora que Vitor, já maior, descubra que André não é seu pai biológico, mas sim Bruno. Vitor ajuíza ação de reconhecimento de paternidade cumulada com nulidade do registro contra André e Bruno. A ação terá êxito segundo o entendimento do STJ? SIM. É possível o reconhecimento da paternidade biológica e a anulação do registro de nascimento na hipótese em que pleiteados pelo filho adotado conforme prática conhecida como “adoção à brasileira”. O direito da pessoa ao reconhecimento de sua ancestralidade e origem genética insere-se nos atributos da própria personalidade. Caracteriza violação ao princípio da dignidade da pessoa humana cercear o direito de conhecimento da origem genética, respeitando-se, por conseguinte, a necessidade psicológica de se conhecer a verdade biológica (REsp 833.712/RS). A prática conhecida como “adoção à brasileira”, ao contrário da adoção legal, não tem a aptidão de romper os vínculos civis entre o filho e os pais biológicos, que devem ser restabelecidos sempre que o filho manifestar o seu desejo de desfazer o liame jurídico advindo do registro ilegalmente levado a efeito, restaurando-se, por conseguinte, todos os consectários legais da paternidade biológica, como os registrais, os patrimoniais e os hereditários. A ação será julgada procedente e o registro será anulado mesmo que tenha se estabelecido uma relação socioafetiva entre Vítor e André? SIM. O STJ entende que, mesmo que o filho tenha sido acolhido e tenha usufruído de uma relação socioafetiva, nada lhe retira o direito, em havendo sua insurgência ao tomar conhecimento de sua real história, de ter acesso à sua verdade biológica que lhe foi usurpada, desde o nascimento até a idade madura. Presente o dissenso, portanto, prevalecerá o direito ao reconhecimento do vínculo biológico (REsp 833.712/RS). Dessa forma, a filiação socioafetiva desenvolvida com o pai registral não afasta o direito do filho de ver reconhecida a sua filiação biológica.

Comparação Vamos comparar as duas situações:

PAI registral ajuíza ação negatória de paternidade e de nulidade do registro

FILHO ajuíza ação de investigação de paternidade e de nulidade do registro

Para que seja julgada procedente é necessário que não tenha sido construída uma relação socioafetiva entre ele e o filho.

A ação poderá ser julgada procedente mesmo que tenha sido construída uma relação socioafetiva entre ele e o pai registral.

Fundamento: princípios do melhor interesse do menor e da boa-fé objetiva (vedação ao venire contra factum proprium).

Fundamento: dignidade da pessoa humana e reconhecimento da ancestralidade biológica como direito da personalidade.

Processo Quarta Turma. REsp 1.167.993-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012.

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Ação de investigação de paternidade e coisa julgada material

É possível o ajuizamento de nova ação de investigação de paternidade caso a primeira

tenha sido julgada improcedente sem a realização de exame de DNA? Regra geral: SIM

É possível a flexibilização da coisa julgada material nas ações de investigação de paternidade, na situação em que o pedido foi julgado improcedente por falta de prova.

Exceção: Não se admite o ajuizamento de nova ação para comprovar a paternidade mediante a utilização de exame de DNA em caso no qual o pedido anterior foi julgado improcedente com base em prova pericial produzida de acordo com a tecnologia então disponível.

Comentários Imagine a seguinte situação hipotética:

Em 1995, Daniel ajuizou uma ação de investigação de paternidade contra Honofre, seu suposto pai, tendo esta sido julgada improcedente. Vale ressaltar que, na época, não foi realizado exame de DNA, que ainda era raro no Brasil. A sentença transitou em julgado.

Daniel poderá ajuizar nova ação de investigação de paternidade contra Honofre pedindo agora a realização do exame de DNA?

É possível flexibilizar a coisa julgada material formada em investigação de paternidade julgada improcedente e na qual não foi feito exame de DNA? SIM, é possível a flexibilização da coisa julgada material nas ações de investigação de paternidade, na situação em que o pedido foi julgado improcedente por falta de prova.

Esse é o entendimento do Plenário do STF: (...) Deve ser relativizada a coisa julgada estabelecida em ações de investigação de paternidade em que não foi possível determinar-se a efetiva existência de vínculo genético a unir as partes, em decorrência da não realização do exame de DNA, meio de prova que pode fornecer segurança quase absoluta quanto à existência de tal vínculo. (...) (STF RE 363889, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgado em 02/06/2011)

Cuidado: o STJ, até bem pouco tempo, vinha adotando entendimento diverso sob o argumento de que haveria violação à segurança jurídica (nesse sentido: AgRg no REsp 1257855/RS, AgRg no REsp 1236166/RS). No entanto, como a decisão do STF foi tomada pelo Plenário, o STJ vem, aos poucos, também decidindo que é possível a relativização da coisa julgada nesses casos (AgRg no REsp 929.773-RS).

Exceção: Não será cabível a nova propositura de ação de investigação de paternidade, caso a primeira tenha sido julgada improcedente pelo fato de ter sido comprovado, segundo as técnicas científicas existentes à época, que o autor não pode ser filho do réu (ex: o exame de sangue atestou que o grupo sanguíneo do suposto pai é incompatível com o do autor): “Não se admite o ajuizamento de nova ação para comprovar a paternidade mediante a utilização de exame de DNA, em caso no qual o pedido anterior foi julgado improcedente com base em prova pericial produzida de acordo com a tecnologia então disponível, a qual excluiu expressamente o pretendido vínculo genético, em face da impossibilidade de duas pessoas do tipo sanguíneo "O” gerarem um filho do grupo A. Hipótese distinta da julgada pelo STF no RE 363.889.” (STJ AgRg no REsp 929773/RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, julgado em 06/12/2012).

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Resumo

É possível o ajuizamento de nova ação de investigação de paternidade caso a primeira tenha sido julgada improcedente sem a realização de exame de DNA?

Regra geral: SIM É possível a flexibilização da coisa julgada material nas ações de investigação de paternidade, na situação em que o pedido foi julgado improcedente por falta de prova.

Exceção: Não se admite o ajuizamento de nova ação para comprovar a paternidade mediante a utilização de exame de DNA, em caso no qual o pedido anterior foi julgado improcedente com base em prova pericial produzida de acordo com a tecnologia então disponível.

Processos Quarta Turma. AgRg no REsp 929.773-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 6/12/2012. REsp 1.223.610-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 6/12/2012.

DIREITO NOTARIAL/REGISTRAL

Nome da pessoa natural É possível a alteração no registro de nascimento para dele constar o nome de solteira da genitora,

excluindo o patronímico do ex-padrasto. Vide julgado indexado em Direito Civil.

Responsabilidade pela baixa do registro após o pagamento

Depois do título ter sido protestado, caso o devedor efetue a quitação da dívida, a responsabilidade por promover o cancelamento do protesto não é do credor, mas sim do

devedor ou de qualquer outro interessado, bastando que faça a prova do pagamento junto ao tabelionato de protesto.

Comentários O que é um protesto de título? Protesto de títulos é o ato público, formal e solene, realizado pelo tabelião, com a finalidade de provar a inadimplência e o descumprimento de obrigação constante de título de crédito ou de outros documentos de dívida.

Regulamentação: o protesto é regulado pela Lei n. 9.492/97. Procedimento até ser registrado o protesto do título: 1) O credor leva o título até o tabelionato de protesto e faz a apresentação, pedindo que

haja o protesto e informando os dados e endereço do devedor; 2) O tabelião de protesto examina os caracteres formais do título; 3) Se o título não apresentar vícios formais, o tabelião realiza a intimação do suposto

devedor no endereço apresentado pelo credor (art. 14); 4) A intimação é realizada para que o apontado devedor, no prazo de 3 dias, pague ou

providencie a sustação do protesto antes de ele ser lavrado;

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Após a intimação, poderão ocorrer quatro situações: 4.1) o devedor pagar (art. 19); 4.2) o apresentante desistir do protesto e retirar o título (art. 16); 4.3) o protesto ser sustado judicialmente (art. 17); 4.4) o devedor ficar inerte ou não conseguir sustar o protesto.

5) Se ocorrer as situações 4.1, 4.2 ou 4.3: o título não será protestado; 6) Se ocorrer a situação 4.4: o título será protestado (será lavrado e registrado o protesto). Imaginemos que o devedor foi intimado (etapa 4), mas não pagou nem conseguiu sustar o protesto. O que aconteceu então? O título foi protestado. Após um tempo, esse devedor quis comprar um carro financiado, no entanto, não conseguiu porque o banco constatou a existência desse título protestado e, por essa razão, não liberou o crédito. O devedor decidiu, então, pagar o título protestado. Com o pagamento do débito, será possível retirar a anotação desse título protestado? SIM. Após o pagamento do título protestado, o credor que foi pago tem a responsabilidade de retirar o protesto lavrado? NÃO. A 4ª Turma do STJ entendeu que, no caso de protesto regularmente lavrado, não é do credor a responsabilidade pela baixa do registro após a quitação da dívida.

Segundo o STJ, a Lei n. 9.492/97 não impõe esse dever ao credor. Veja:

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.

Desse modo, nos termos do art. 26 da Lei n. 9.492/1997, o cancelamento do registro de protesto pode ser solicitado pelo devedor ou qualquer interessado, bastando que apresente no tabelionato o título protestado ou a carta de anuência do credor, a fim de provar que houve a quitação. Já havia precedentes do STJ nesse mesmo sentido: Protestado o título pelo credor, em exercício regular de direito, incumbe ao devedor, principal interessado, promover o cancelamento do protesto após a quitação da dívida. (REsp 842092/MG, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, Quarta Turma, julgado em 27/03/2007) Esse entendimento vale mesmo que se trate de uma relação de consumo, ou seja, que o devedor seja um consumidor e o credor um fornecedor.

Atenção A posição acima explicada vale para os casos de cancelamento de título protestado. No caso de devedor inserido em cadastro de inadimplentes (ex: SERASA, SPC), a solução é diferente. Veja:

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CADASTRO DE INADIMPLENTES REGISTRO DE PROTESTO

Se a dívida é paga, quem tem o dever de retirar o nome do devedor do cadastro negativo (exs: SPC ou SERASA)?

Se o título é pago, quem tem o dever de retirar o protesto que foi lavrado?

O CREDOR (no prazo máximo de 5 dias) O próprio DEVEDOR

Fundamento: art. 43, § 3º do CDC (aplicável por analogia).

Fundamento: art. 26 da Lei n. 9.492/1997

Para maiores informações sobre inclusão de consumidores em cadastro de inadimplentes, veja o INFO Esquematizado 501 do STJ.

Processo Quarta Turma. REsp 959.114-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012.

DIREITO DO CONSUMIDOR Vide julgado sobre Responsabilidade Civil dos bancos indexado em Direito Civil.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Julgamento por amostragem de recursos especiais repetitivos

Será cabível agravo regimental, a ser processado no Tribunal de origem, destinado a impugnar decisão monocrática que nega seguimento a recurso especial

com fundamento no art. 543-C, § 7º, I, do CPC. O recurso cabível contra essa decisão não é o agravo de instrumento.

Comentários Observou-se que havia no STF e no STJ milhares de recursos que tratavam sobre os mesmos temas jurídicos. Em outras palavras, identificou-se que existiam inúmeros recursos “repetitivos” endereçados aos Tribunais Superiores.

Diante disso, a fim de otimizar a análise desses recursos, a Lei n. 11.672/2008 acrescentou os arts. 543-B e 543-C ao CPC, prevendo uma espécie de “julgamento por amostragem” dos recursos extraordinários e recursos especiais que tiverem sido interpostos com fundamento em idêntica controvérsia ou questão de direito. Vamos estudar, agora, o julgamento por amostragem no caso dos recursos especiais repetitivos, o que é previsto no art. 543-C do CPC:

Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o recurso especial será processado nos termos deste artigo.

Procedimento (art. 543-C do CPC e Resolução n. 08/2008-STJ): 1) O Presidente ou Vice-Presidente do tribunal de origem (TJ ou TRF) irá identificar e separar todos os recursos especiais interpostos que tratem sobre o mesmo assunto. Exemplo: reunir os recursos especiais nos quais se discuta se o prazo prescricional das ações contra a Fazenda Pública é de 3 ou 5 anos. 2) Desses recursos, o Presidente do tribunal selecionará um ou mais recursos que representem bem a controvérsia discutida e os encaminhará ao STJ. Serão selecionados os que contiverem maior diversidade de fundamentos no acórdão e de argumentos no recurso especial.

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Os demais recursos especiais que tratem sobre a mesma matéria e que não foram remetidos como paradigma (modelo) ficarão suspensos no tribunal de origem até que o STJ se pronuncie sobre o tema central. 3) Pode acontecer de o Presidente do tribunal de origem não perceber que haja essa multiplicidade de recursos sobre o mesmo assunto e não tomar essas providências explicadas acima. Nesse caso, o Ministro Relator do REsp, no STJ, ao identificar que sobre a controvérsia já existe jurisprudência dominante ou que a matéria já está afeta ao colegiado, poderá determinar a suspensão, nos tribunais de segunda instância, dos recursos nos quais a controvérsia esteja estabelecida. 4) Antes de decidir o Resp submetido ao regime de recurso repetitivo, o Ministro Relator poderá solicitar informações, a serem prestadas no prazo de 15 dias, aos tribunais federais ou estaduais a respeito da controvérsia. 5) Se o matéria for relevante, o Ministro Relator poderá admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia, que atuarão como amicus curiae. 6) Após as informações prestadas pelos Tribunais e pelos amici curiae (plural de amicus curiae), o Ministério Público será ouvido no prazo de 15 dias. 7) Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais Ministros, o processo será incluído em pauta na seção ou na Corte Especial do STJ, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. 8) Após todas essas providências, o STJ irá julgar o recurso especial que foi submetido ao regime de recurso repetitivo. Essa decisão irá afetar os recursos que ficaram suspensos nos TJ’s ou TRF’s. Veja o que diz o § 7º do art. 543-C:

§ 7º Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na origem: I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do Superior Tribunal de Justiça; ou II - serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça.

Explicando melhor esse § 7º: Inciso I: se o recurso especial sobrestado na origem defender a tese jurídica que não foi aceita pelo STJ, este recurso terá seu seguimento negado e, portanto, nem será enviado ao STJ. Exemplo: o TJ decidiu que o prazo prescricional contra a Fazenda Pública era de 5 anos. A Fazenda interpôs recurso especial alegando que esse prazo era de 3 anos. O REsp estava aguardando a definição do tema em sede de recurso repetitivo. O STJ decidiu que o prazo é de 5 anos. Logo, este recurso da Fazenda, que estava sobrestado, terá seu seguimento negado e nem será mais apreciado pelo STJ. Inciso II: se o recurso especial sobrestado na origem defender a tese jurídica que foi acolhida pelo STJ, o acórdão que estava sendo impugnado será novamente analisado pelo Tribunal de origem que poderá modificar sua decisão para adequá-la ao entendimento firmado pelo STJ. Exemplo: o TJ decidiu que o prazo prescricional contra a Fazenda Pública era de 3 anos. O particular interpôs recurso especial alegando que esse prazo era quinquenal. O REsp estava aguardando a definição do tema em sede de recurso repetitivo. O STJ decidiu que o prazo é

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de 5 anos. Logo, o TJ terá a oportunidade de analisar novamente esta questão e poderá modificar sua decisão com base na orientação firmada pelo STJ. Em outras palavras, o TJ poderá voltar atrás e decidir que o prazo prescricional é de 5 anos realmente. Vale ressaltar, no entanto, que nesse reexame, o Tribunal poderá manter sua decisão, considerando que o posicionamento adotado pelo STJ não é vinculante. 9) Se o tribunal de origem mantiver a decisão divergente, irá ser realizado o exame de admissibilidade do recurso especial para que seja encaminhado ao STJ. Exemplo: o TJ decidiu manter seu entendimento de que o prazo prescricional é de 3 anos, mesmo o STJ tendo afirmado que era quinquenal. Logo, o recurso especial interposto pelo particular será examinado e, se preencher os pressupostos de admissibilidade, será encaminhado ao STJ para análise do mérito. 10) Voltando à hipótese do inciso I do § 7º do art. 543-C. Pode acontecer de o Presidente do tribunal de origem negar seguimento a um recurso especial aplicando o entendimento do STJ e a parte recorrente não concordar com isso sob o argumento de que o caso que envolve o seu processo é diferente do que foi examinado pelo STJ. Em outros termos, a parte afirma que há um distinguishing. A pergunta que surge é a seguinte: Será possível que esta parte interponha algum recurso contra a decisão do Presidente do tribunal de origem que negou seguimento ao recurso especial com base no inciso I do § 7º do art. 543-C do CPC? SIM. Será cabível agravo regimental, a ser processado no Tribunal de origem, destinado a impugnar decisão monocrática que nega seguimento a recurso especial com fundamento no art. 543-C, § 7º, I, do CPC. Segundo entende o STJ, dessa decisão denegatória pode a parte interpor agravo regimental, que será processado e julgado no Tribunal a quo. Vale ressaltar que um erro muito comum tanto dos candidatos em concurso público como dos profissionais na prática forense, é imaginar que seria possível o ajuizamento de agravo de instrumento contra essa decisão. Na verdade, é firme o entendimento do STJ de que “não cabe agravo de instrumento contra decisão que nega seguimento a recurso especial com base no art. 543, § 7º, inciso I, do CPC” (QO no Ag 1154599/SP, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, Corte Especial, DJe 12/05/2011). Para o STJ a mencionada decisão somente pode ser atacada por agravo regimental a ser processado e julgado no tribunal de origem.

Processo Segunda Turma. REsp 1.346.362-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado 4/12/2012.

Embargos de divergência

Nos embargos de divergência, apenas as decisões proferidas em RECURSO ESPECIAL são admitidas para comprovar os dissídios jurisprudenciais entre as Turmas do STJ, entre as

Turmas e a Seção ou entre as Turmas e a Corte Especial. Logo, são inadmissíveis embargos de divergência na hipótese em que o julgado paradigma

invocado tenha sido proferido em sede de recurso ordinário em mandado de segurança. Comentários Os embargos de divergência são um recurso previsto nos arts. 496, VIII e 546 do CPC, bem

como nos regimentos internos do STF e do STJ.

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Este recurso possui dois objetivos: 1) Obter a reforma ou anulação do acórdão embargado; 2) Uniformizar a jurisprudência interna do STF e do STJ, evitando que prevaleçam decisões

conflitantes. Só cabem os embargos de divergência contra decisão de:

turma do STJ em julgamento de Recurso especial;

turma do STF em julgamento de Recurso extraordinário. A decisão da turma do STJ deve ter sido divergente em relação ao julgamento de outra turma, da seção ou do órgão especial do STJ. A decisão da turma do STF deve ter sido divergente em relação ao julgamento de outra turma ou do plenário do STF. Ao propor este recurso, o recorrente deverá realizar uma comparação entre o acórdão recorrido e um acórdão paradigma do mesmo Tribunal, provando que o acórdão recorrido foi divergente do acórdão paradigma. Neste julgado, a 1ª Seção do STJ reafirmou que, nos embargos de divergência, apenas as decisões proferidas em recurso especial são admitidas para comprovar os dissídios jurisprudenciais entre as Turmas deste Tribunal, entre estas e a Seção ou Corte Especial (art. 546, I, do CPC e art. 266 do RISTJ). No caso concreto julgado, a parte queria opor embargos de divergência utilizando como paradigma uma decisão proferida em recurso ordinário, razão pela qual não foi admitido pelo STJ.

Processo Corte Especial. AgRg nos EREsp 1.182.126-PE, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 17/12/2012.

Execução (penhora)

Não é possível equiparar, para os fins do art. 655, I, do CPC, as “cotas de fundos de investimento” a “dinheiro em aplicação financeira” quando do oferecimento de bens à

penhora. Comentários O Código de Processo Civil prevê a ordem de penhora nos seguintes termos:

Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;

Desse modo, a primeira opção de penhora segundo o CPC é dinheiro. O dinheiro penhorado poderá ser em espécie. Ex: o juiz determina a penhora na “boca” da bilheteria do estádio de futebol. O dinheiro penhorado poderá estar depositado. Ex: penhora on line de valores presentes em conta-corrente. O dinheiro penhorado poderá estar em aplicação em instituição financeira. Ex: penhora de valores que estão aplicados em CDB. É possível que o devedor ofereça para penhora as suas “cotas de fundos de investimento”, com base nesse inciso, alegando que se trata de dinheiro em aplicação financeira? NÃO. Para o STJ, não é possível equiparar, para os fins do art. 655, I, do CPC, as “cotas de fundos de investimento” a “dinheiro em aplicação financeira” quando do oferecimento de

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bens à penhora. Embora os fundos de investimento sejam uma espécie de aplicação financeira, eles não se confundem com a expressão “dinheiro em aplicação financeira”. Ao se proceder à penhora de dinheiro em aplicação financeira, a constrição processual atinge numerário certo e líquido que fica bloqueado ou depositado à disposição do juízo da execução fiscal. Por sua vez, o valor financeiro referente a cotas de fundo de investimento não é certo e pode não ser líquido, a depender de fatos futuros imprevisíveis para as partes e juízos. Dessa forma, quando do oferecimento de bens à penhora, deve-se respeitar a ordem de preferência prevista na legislação.

Processo Primeira Turma. REsp 1.346.362-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado 4/12/2012.

Bens impenhoráveis

Segundo o art. 649, IX, do CPC, são absolutamente impenhoráveis os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou

assistência social. Assim, se ficar provado que os recursos recebidos por um hospital privado são oriundos dos

serviços por ele prestados ao SUS, tais valores são impenhoráveis. Comentários O art. 649 do CPC estabelece um rol de bens que não podem ser penhorados.

Dentre eles, veja o que diz o inciso IX:

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;

Exemplo: O hospital privado “X” presta serviços ao SUS atendendo pessoas carentes e recebe, mensalmente, determinada verba a título de contraprestação. O STJ entendeu que esses valores não podem ser penhorados para pagar dívidas do hospital. Isso por conta do art. 649, IX do CPC. O STJ confere uma interpretação ampliativa ao dispositivo legal e afirma que, não importa que o recebimento dos recursos públicos pelas entidades privadas tenham sido antes ou depois dos serviços de saúde prestados pela instituição. Logo, o fato do hospital já ter prestado os serviços de saúde e, após isso, receber os valores correspondentes do SUS, não afasta a impenhorabilidade dessa verba. Isso porque a transferência desses recursos só ocorre porque os serviços de saúde foram prestados pela instituição, de forma que há uma efetiva aplicação dos recursos públicos na saúde, conforme exige o art. 649, IX, do CPC. A doutrina aponta no mesmo sentido: “Em termos práticos, o art. 649, IX, protege o dinheiro recebido (...) por hospitais, seja a fundo perdido (p. ex. para adquirir equipamentos), seja em contraprestação aos serviços prestados no âmbito do SUS (Serviço Único de Saúde).” (Manual da Execução. 11ª ed., São Paulo: RT, 2007, p. 224).

Processo Terceira Turma. REsp 1.324.276-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/12/2012.

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Processo coletivo e legitimidade dos sindicatos

O sindicato tem legitimidade para ajuizar protesto interruptivo do prazo prescricional da ação executiva de sentença proferida em ação coletiva na qual foram reconhecidos direitos da

respectiva categoria. Comentários Os sindicatos podem propor ações coletivas em favor da categoria que representam?

SIM. A CF/88 autoriza que os sindicatos façam a defesa, judicial ou extrajudicial, dos direitos e interesses individuais e coletivos da categoria que representam. Veja:

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

Segundo a jurisprudência consolidada no STJ, o sindicato tem legitimidade para defender em juízo os direitos da categoria mediante substituição processual, seja em ação ordinária, seja em demandas coletivas (AgRg nos EREsp 488.911/RS). O sindicato pode defender direitos difusos e individuais homogêneos da categoria? SIM. A doutrina afirma que, quando o inciso III do art. 8º da CF/88 fala em “direitos e interesses coletivos”, está utilizando a palavra “coletivo” em sentido amplo, de forma que os sindicatos podem defender direitos difusos, coletivos (stricto sensu) e individuais homogêneos da categoria. O sindicato, ao propor uma ação coletiva defenderá o direito apenas dos filiados ou poderá atuar em favor de toda a categoria (independente de pertencerem ou não ao sindicato)? O sindicato tem legitimidade para defender judicialmente o interesse coletivo de toda a categoria, e não apenas de seus filiados. Essa, inclusive, é a redação do inciso III do art. 8º da CF/88 que menciona a palavra “categoria” (e não apenas “filiados”). Atenção: a opinião acima é a majoritária. No entanto, a Fazenda Pública defende, normalmente, tese em sentido contrário, pugnando que seja aplicado às ações coletivas

propostas por sindicatos o disposto no art. 2º-A da Lei n. 9.494/97:

Art. 2º-A. A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta por entidade associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus associados, abrangerá apenas os substituídos que tenham, na data da propositura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do órgão prolator. (Artigo incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 24.8.2001)

O STJ possui julgados determinando a aplicação do referido art. 2º-A aos sindicatos sob o argumento de que a Lei, ao falar em “entidade associativa”, engloba toda e qualquer corporação legitimada à propositura de ações judiciais, sem restringir-se às associações (STJ AgRg no REsp 1279061/MT; AgRg no REsp 1.338.029-PR). Ao mesmo tempo, o STJ afirma que os sindicatos defendem o interesse de toda a categoria e não apenas dos filiados (AgRg no REsp 1303343/PE). Há, portanto, uma contradição aparente entre os julgados do STJ. Sei que é um tema difícil e para o qual ainda não há uma resposta definitiva. Para fins de concurso, fiquem com a informação que me parece ser a mais segura e acertada: (...) A jurisprudência do STJ está pacificada no sentido de que a coisa julgada formada em ação coletiva ajuizada por sindicato não se restringe somente àqueles que são a ele filiados,

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já que a entidade representa toda a sua categoria profissional. (...) (AgRg no REsp 1303343/PE, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 24/04/2012, DJe 02/05/2012)

O sindicato precisa da autorização dos membros da categoria (trabalhadores) para propor a ação na defesa de seus interesses supraindividuais? O sindicato precisa apresentar a relação nominal dos substituídos juntamente com a petição inicial da ação proposta? NÃO. As associações e sindicatos, na qualidade de substitutos processuais, têm legitimidade para a defesa dos interesses coletivos de toda a categoria que representam, sendo dispensável a relação nominal dos afiliados e suas respectivas autorizações. Súmula 629-STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

Por que os sindicatos não precisam da autorização dos membros? Porque o sindicato, quando atua na defesa dos direitos supraindividuais da categoria, age como substituto processual (legitimado extraordinário) e não como representante processual. O substituto processual não precisa da autorização dos substituídos porque esta foi dada pela lei (no caso do sindicato, esta autorização foi dada pela CF/88, art. 8º, III).

É a posição pacífica do STJ: O sindicato, como substituto processual, tem legitimidade para defender judicialmente interesses coletivos de toda a categoria, e não apenas de seus filiados, sendo dispensável a juntada da relação nominal dos filiados e de autorização expressa. (AgRg no REsp 1195607/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 10/04/2012)

A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que as entidades sindicais poderão atuar como substitutas processuais da categoria que representam, sendo desnecessária a autorização expressa do titular do direito subjetivo, bem como a apresentação de relação nominal dos associados e a indicação de seus respectivos endereços. A Lei 9.494/1997, ao fixar requisitos ao ajuizamento de demandas coletivas, não poderia se sobrepor à norma estabelecida nos arts. 5º, LXX, e 8º, III, da Constituição Federal. (AgRg no AREsp 108.779/MG, Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 17/04/2012)

Legitimidade extraordinária (substituição processual): Ocorre quando alguém, em nome próprio, pleiteia em juízo interesse alheio (de outrem). Confere-se legitimidade a alguém para discutir em juízo direito que não é dele. A legitimidade extraordinária somente é admitida de forma excepcional no CPC. A legitimação extraordinária somente pode ser estabelecida por meio de lei (art. 6º do CPC) ou, em alguns casos, como uma decorrência lógica do sistema. Ao contrário do CPC, na tutela coletiva, a legitimidade extraordinária é a regra geral. Para a maioria da doutrina, substituição processual é sinônimo de legitimidade extraordinária (nesse sentido: Dinamarco).

A legitimidade para que o sindicato atue em favor da categoria abrange apenas a fase (“processo”) de conhecimento ou também a fase (“processo”) de execução? Essa legitimidade abrange, também, as fases de liquidação e execução de título judicial. Logo, o sindicato pode ajuizar a execução em favor da categoria. Assim como o sindicato pode ajuizar a execução, ele também pode fazer o protesto interruptivo do prazo prescricional da ação executiva. Em outras palavras, o STJ decidiu que o sindicato, antes de ingressar com a execução, pode fazer o protesto do réu para que cumpra a decisão, o que interrompe o prazo prescricional.

Processo Primeira Turma. AgRg no Ag 1.399.632-PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 4/12/2012.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei n. 9.099/95)

Dentre as “outras condições” previstas no § 2º do art. 89, da Lei 9.099/95, o juiz poderá determinar que o acusado cumpra PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA ou PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE?

1ª corrente: SIM (5ª Turma do STJ e 1ª Turma do STF) 2ª corrente: NÃO (6ª Turma do STJ) Conceito Suspensão condicional do processo é:

- um instituto despenalizador - oferecido pelo MP ou querelante ao acusado - que tenha sido denunciado por crime cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1 ano - e que não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, - desde que presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da

pena (art. 77 do Código Penal)

Caso o acusado aceite a proposta, o processo ficará suspenso, pelo prazo de 2 a 4 anos (período de prova), desde que ele aceite cumprir determinadas condições. Período de prova é, portanto, o prazo no qual o processo ficará suspenso, devendo o acusado cumprir as condições impostas neste lapso temporal. O período de prova é estabelecido na proposta de suspensão e varia de 2 até 4 anos.

Obs: a proposta de suspensão somente é válida se aceita pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, desde que este entenda ser o caso de receber a denúncia.

Previsão A suspensão condicional do processo está prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95. No entanto, vale ressaltar que não se aplica apenas aos processos do juizado especial (infrações de menor potencial ofensivo), mas sim em todos aqueles cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1 ano, podendo, portanto, a pena máxima ser superior a 2 anos.

Condições Condições legais a que o acusado deverá se submeter: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de frequentar determinados lugares; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

Outras condições

O § 2º do art. 89 da Lei n. 9.099/95 estabelece: § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

Dentre estas “outras condições” previstas no § 2º do art. 89, o juiz poderá determinar que o acusado cumpra PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA ou

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE?

1ª corrente: SIM

(5ª Turma do STJ; 1ª Turma do STF; Mirabete)

Esta Corte já firmou o entendimento de ser possível a imposição de prestação de

2ª corrente: NÃO

(6ª Turma do STJ; Pacelli) Interpretando a Lei n. 9.099/1995, a Sexta Turma adotou o entendimento de que é

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serviços à comunidade, ou prestação pecuniária, como condição de suspensão condicional do processo, desde que se mostrem pertinentes ao caso concreto, devendo-se observar os princípios da adequação e da proporcionalidade. (HC 152.206/RS, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Des. Conv. do TJ/RJ), Quinta Turma, julgado em 25/10/2011). Na doutrina, é o entendimento sustentado no livro de Mirabete.

inadmissível a fixação de prestação de serviços à comunidade ou de prestação pecuniária, que têm caráter de sanção penal, como condição para a suspensão condicional do processo. (AgRg no HC 232.793/BA, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 01/02/2013) Na doutrina, é a posição de Pacelli.

No julgado noticiado neste Informativo, a 5ª Turma do STJ reafirmou sua posição, que deve ser considerada majoritária, no sentido de que “É cabível a imposição de prestação de serviços à comunidade ou de prestação pecuniária como condição especial para a concessão do benefício da suspensão condicional do processo, desde que observados os princípios da adequação e da proporcionalidade.”

Processo Quinta Turma. RHC 31.283-ES, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/12/2012.

DIREITO TRIBUTÁRIO

Crédito tributário (pagamento indevido e repetição de indébito)

É cabível a repetição do indébito tributário no caso de pagamento de contribuição para custeio de saúde considerada inconstitucional em controle concentrado, independentemente de os

contribuintes terem usufruído do serviço de saúde prestado pelo Estado. Se o tributo pago era indevido, o contribuinte tem direito à restituição dos valores pagos

(repetição do indébito) sem qualquer empecilho ou outras considerações. Comentários Ação de repetição de indébito (ou ação de restituição de indébito) é a ação na qual o

requerente pleiteia a devolução de determinada quantia paga indevidamente. A ação de repetição de indébito, ao contrário do que muitos pensam, não é restrita ao direito tributário. Assim, por exemplo, se um consumidor é cobrado pelo fornecedor e paga um valor que não era devido, poderá ingressar com ação de repetição de indébito para pleitear valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável (art. 42, parágrafo único do CDC).

No âmbito tributário, o direito à repetição de indébito está previsto no art. 165 do CTN. Dessa feita, o contribuinte que pagar tributo indevido terá direito à repetição de indébito, ou seja, poderá ajuizar ação cobrando a devolução do tributo pago indevidamente. O mencionado art. 165 afirma que o sujeito passivo tem direito à restituição, independentemente de prévio protesto (isto é, mesmo que na hora de pagar não tenha “reclamado” do tributo indevido ou tenha feito qualquer ressalva).

Feitas estas considerações preliminares, vamos ao caso julgado pelo STJ: Determinada Lei de Minas Gerais instituiu uma contribuição para o custeio da assistência à saúde no Estado a ser pago pelos servidores estaduais. Esta contribuição foi julgada inconstitucional pelo STF (ADI 3106).

Com a declaração de inconstitucionalidade, os servidores que haviam tido seus vencimentos descontados durante vários meses ingressaram com ações de repetição de indébito, afirmando que se tratava de uma contribuição social inconstitucional. Como a

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contribuição era inconstitucional, os valores pagos pelos servidores eram indevidos e, portanto, teriam direito à restituição.

O Estado de Minas Gerais alegou, em defesa, que os servidores somente teriam direito à repetição de indébito caso provassem que não utilizaram os serviços de saúde oferecidos.

O STJ concordou com essa tese? NÃO. A 2ª Turma do STJ afirmou que é cabível a repetição do indébito tributário no caso de pagamento de contribuição para custeio de saúde considerada inconstitucional em controle concentrado, independentemente de os contribuintes terem usufruído do serviço de saúde prestado pelo Estado. A declaração de inconstitucionalidade de lei que instituiu contribuição previdenciária é suficiente para justificar a repetição dos valores indevidamente recolhidos. Além do mais, o fato de os contribuintes terem usufruído do serviço de saúde prestado pelo Estado não retira a natureza indevida da exação cobrada. O único pressuposto para a repetição do indébito é a cobrança indevida de tributo, conforme dispõe o art. 165 do CTN. O art. 165 do CTN traz regra clara: se o tributo pago era indevido, o contribuinte tem direito à restituição sem qualquer empecilho ou outras considerações.

Processo Segunda Turma. AgRg no AREsp 242.466-MG, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/11/2012.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Pensão previdenciária de ex-combatente

Não é possível a cumulação de pensão previdenciária de ex-combatente com a pensão especial prevista no art. 53 da ADCT, se possuírem o mesmo fato gerador.

Comentários A jurisprudência do STJ assegura a possibilidade de cumulação dos benefícios previdenciários com a pensão especial de ex-combatente, desde que não possuam o mesmo fato gerador. Caso a pensão especial e o benefício previdenciário tenham o mesmo fato gerador, qual seja, a condição de ex-combatente do de cujos, restará impossibilitada a cumulação, conforme preceitua o art. 53, II, do ADCT. Assim, por exemplo, a pensão especial, prevista no art. 53 do ADCT, não pode ser cumulada com a pensão de ex-combatente, já concedida à filha de militar.

Processo Primeira Turma. AgRg no REsp 1.314.687-PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 27/11/2012.

Pensão previdenciária de ex-combatente – 2

O absolutamente incapaz tem direito ao benefício de pensão por morte desde o óbito do segurado, uma vez que não se sujeita aos prazos prescricionais.

Comentários As pessoas que tenham participado de operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial, assim como seus dependentes, possuem direito a uma pensão especial prevista no

art. 53, II e III, do ADCT da CF/88 e na Lei n. 8.059/90. A pensão especial é devida ao ex-combatente e, somente em caso de sua morte, será revertida aos dependentes (art. 6º da Lei). No caso concreto, o autor, na condição de filho inválido de ex-combatente falecido em 05.11.2001, ajuizou ação ordinária para obter o reconhecimento do direito à pensão especial titulada pelo seu genitor. A Fazenda Pública alegou a prescrição.

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Ocorre que a pensão de ex-combatente, nos termos do art. 53, II, do ADCT, pode ser requerida a qualquer tempo. Além disso, o autor encontrava-se interditado em razão de sua incapacidade mental. Logo, sendo pessoa absolutamente incapaz, contra ele não corre a prescrição, nos termos do art. 198, I, do CC:

Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

Processo Sexta Turma. REsp 1.141.465-SC, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ-PE), julgado em 11/12/2012.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Julgue os itens a seguir: 1) O prazo prescricional aplicável às ações de indenização contra a Fazenda Pública é de 3 anos segundo

entendimento pacificado do STJ. ( ) 2) (PGM/Maceió 2012) O prazo prescricional referente à pretensão de reparação civil contra a Fazenda

Pública é quinquenal. ( ) 3) (Juiz Federal TRF1 2011) Segundo o STJ, as ações por responsabilidade civil do Estado não se submetem

ao prazo prescricional de cinco anos. ( ) 4) É possível a alteração no registro de nascimento para dele constar o nome de solteira da genitora,

excluindo o patronímico do ex-padrasto. ( ) 5) Doação inoficiosa é a que invade a legítima dos herdeiros necessários, sendo vedada pelo ordenamento

jurídico. ( ) 6) O excesso na doação (invasão da legítima) é apurado levando-se em conta o valor do patrimônio do

doador ao tempo da doação, e não o patrimônio estimado no momento da abertura da sucessão do doador. ( )

7) O ato praticado em estado de necessidade é um ilícito civil. ( ) 8) O ato praticado em estado de necessidade, por não ser um ilícito civil, não gera o dever de indenizar a

vítima mesmo quando esta não tiver sido responsável pela criação da situação de perigo. ( ) 9) Se o cliente é assaltado no interior da agência, o banco tem o dever de indenizá-lo. ( ) 10) Se o cliente é assaltado no estacionamento do banco, a instituição terá o dever de indenizá-lo. ( ) 11) Se o cliente é assaltado na rua, após sacar dinheiro na agência, a instituição terá o dever de indenizá-lo.

( ) 12) Se a dívida é paga, quem tem o dever de retirar o nome do devedor do cadastro negativo é o credor. ( ) 13) Depois do título ter sido protestado, caso o devedor efetue a quitação da dívida, a responsabilidade por

promover o cancelamento do protesto é do credor. ( ) 14) Será cabível agravo de instrumento para impugnar decisão monocrática que nega seguimento a recurso

especial com fundamento no art. 543-C, § 7º, I, do CPC. ( ) Questões discursivas 1) Discorra sobre a adoção à brasileira e sua relação com a paternidade socioafetiva. 2) É possível o ajuizamento de nova ação de investigação de paternidade caso a primeira tenha sido julgada improcedente sem a realização de exame de DNA?

Gabarito

1. E 2. C 3. E 4. C 5. C 6. C 7. E 8. E 9. C 10. C 11. E 12. C 13. E 14. E


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