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paulo@bjd.com.br

Paulo E. Oliveira

Bragança Paulista

Domingo - 10 de fevereiro de 2008

Fundador: Major Benedicto Rodrigues Moreira

José de Oliveira - Diretor Proprietário (1933-1944)

Francisco Payão Netto - Gerente (1950 - 1989)

Circula aos domingos �

Encartado às 3ª feiras aos assinantes

do Bragança-Jornal Diário �

Nº 9.598 - Ano CXII

R$ 1,00

Diretores: Paulo Eduardo de Oliveira e Aracy Payão Lucas �

www.cidadedebraganca.com.br

ACONTECEU NA SEMANA

4 5 Escolas de Sam-ba dão show naPassarela ChicoZamper e encer-ram o CarnavalMagia 2008

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IMAGEM DA SEMANARodrigo Lima

A escola Dragão Imperial celebra o tri-campeonato, em sua sede, no último dia 6

Depois de se formar emEnfermagem na Universida-de São Francisco, em Bra-gança Paulista há três anos,Marisa Aparecida de Souza,24 anos, deu início a uma

pós-graduação na EscolaPaulista de Medicina, em SãoPaulo, onde se especializouem Nefrologia, ou seja, nasenfermidades que afetam osrins. Durante esse tempo elatrabalhou na Clínica deHemodiálise da Santa Casade Bragança Paulista. E o queela aprendeu tanto na USF,na Escola Paulista e na suaprática em Bragança, lhe ren-deu um convite para implan-tar uma capacitação teórica eprática em um hospital de

Luanda, capital de Angola,um país africano rico, mas di-lacerado por duas guerrasque de 1961 a 2002 consu-miram sua capacidade de sedesenvolver. Foi para estepaís, recentemente saído deuma longa guerra civil que seinstalou em 1975, após sualibertação de Portugal, queMarisa foi enviada. O objeti-vo da viagem era de ajudar osistema médico federal ango-lano a estabelecer normas epadrões em hemodiálise,

uma séria deficiência nospoucos hospitais de Luandae de outras regiões da costaoeste africana. Para conhe-cer a experiência e o traba-lho desenvolvido duranteos cinco meses na África, areportagem do Cidade deBragança conversou comMarisa em sua residênciaem Bragança Paulista.

Dragão Imperialé tri-campeã, 9de Julho é vice eUnidos do Lava-pés retorna aoGrupo Especial

Sabesp negaresponsabilidadequanto ao esgotoa céu aberto,próximo ao He-nedina Cortez

Acordo prorrogao prazo para aconclusão dascasas do progra-ma de facilitaçãoà casa própria

Casa do Pãooferece, a partirde hoje, cursosgratuitos, funda-mentados nadoutrina espírita

Carna Praça agitao Carnaval commarchinhas eapresentação degrupo bragantinode Maracatu

dia 7 de setembro de 2007 equando chegou encontrou-seem Luanda com o dr. Watari,duas técnicas de Piracicaba emais uma administradora que re-side em Bragança Paulista. Já nachegada Marisa deu início a umplano de treinamento emhemodiálise para uma equipe de17 angolanos, dos quais 15 eramtécnicos de enfermagem e duasenfermeiras. “Criei um treina-mento de 2 módulos de cincomeses cada um. Dei o primeiromódulo e agora o sistema estáimplantado” afirma com alegria.

Treinamento :::

Do programa de treinamen-to criado por Marisa, a primeirasemana teve somente seminári-os, que fizeram parte do seu cur-so teórico, cujo material fora to-talmente elaborado por ela des-de a chegada em Angola. “Fuichamada para dar uma palestra

Domingo, 10 de fevereiro de 2008 Geral • 3

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Vanessa Pipinis

“Em agosto de 2006 recebia proposta da Nefrocare, empre-sa terceirizada que presta servi-ços de hemodiálise na Santa Casade Bragança Paulista, mas nãofui. Um enfermeiro de Campi-nas foi em meu lugar, mas eleteve um choque de cultura e aca-bou ficando somente um mêsem Luanda” explica Marisa. Umano depois ela foi convidada pelomédico Dr. Tohoru Watari,gestor da empresa, que lhe su-geriu um período de 1 ano naÁfrica. “Achei muito tempo, poiseu conseguiria elaborar um trei-namento aos angolanos de ape-nas 5 meses, tempo necessáriopara treinar uma equipe toda”,comenta. Marisa embarcou no

na Universidade Jean Piaget, deLuanda, sobre a minha experi-ência em Bragança Paulista e emCampinas” conta. Entre os ma-teriais preparados o mais impor-tante foi um manual de normase rotinas em hemodiálise queengloba as tarefas e normas em-

pregadas por técnicos, enfermei-ras, que supervisionam a sala dehemodiálise e por enfermeirasespecialistas em hemodiálise.

Experiência

cultural :::

Na entrevista Marisa tam-bém destacou o lado humano ecultural de sua experiência naÁfrica. “Quando cheguei leveium susto e tive um choque deculturas. Angola é muito pareci-da com a Bahia onde se misturadificuldade e pobreza com mui-

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Paulo E. Oliveira

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Poster da capacitação organizada por Marisaem Luanda e publicado pelo governo angolano

Divulgação

Tudo começou há seteanos, no ano de 2000, quan-do uma estudante do ensinomédio foi selecionada paraparticipar do Projeto Voca-ção Científica. Com a orien-tação de um pesquisador, aaluna começou a desenhartirinhas com conceitos rela-cionados à física. Além derender prêmios à jovemLuisa Daou, a febre das his-tórias em quadrinhos conta-giou novos estudantes de es-colas públicas e se amplioupara além da física, envolven-

do outras áreas do conheci-mento. O resultado pode serconferido nas mais de miltirinhas disponíveis no sitedo CBPF.

Conceitos em

quadrinhos :::

Com o reconhecimentodas histórias em quadrinhossobre complexos conceitosde física, a idéia ganhou fô-lego e se transformou noprojeto “EduHQ - Educaçãoatravés de histórias em qua-drinhos e tirinhas”. O proje-to, voltado a estudantes doensino médio, também de-

Já é possível baixar semcustos o software leitor detelas desenvolvido peloCPqD (Centro de Pesquisa eDesenvolvimento em Teleco-municações) com recursos doFundo para o Desenvolvi-mento Tecnológico das Tele-comunicações. O programapermite a narra-ção de textos eações dos usuári-os, facilitando ouso de computa-dores de pessoascegas ou com bai-xa visão, e aindapode ser usadomesmo em com-putadores sim-

Ministério das Comunicaçõesdisponibiliza gratuitamentesoftware para deficientes visuais :::

ples, com processador de500MHz, Windows 2000 ouXP, memória de 256MB e mí-nimo de 30MB de disco livrepara instalação. Para baixar oprograma, basta acessarwww.mc.gov.br e clicar nobanner do software disponí-vel na capa do site.

senvolve ações direcionadasaos educadores: quem quiserconhecer o projeto e se in-teirar do material, utilizandoas tirinhas para ilustrar aulasou para iniciar um debate,basta acessar o endereço ele-trônico do CBPF.

Saiba mais :::

http://portal.cbpf.brhttp://www.cbpf.br/~eduhq

EDUHQ - Educação Através de Histórias em Quadrinhos e Tirinhas

De olho na Educação.

Esse é o nome de umnovo site que reúne, numúnico endereço, dadosoficiais sobre como andaa Educação no país: sãonúmeros do IBGE,MEC, INEP, PNUD,UNICEF, entre outrasentidades, que podem auxiliaros internautas a acompanhar deperto o assunto. Outra facilida-de disponibilizada pelo site é aconsulta, por município, da si-tuação da Educação. BragançaPaulista, por exemplo, contacom 100% dos professoresde Ensino Médio com cursosuperior, dado acima da mé-dia nacional, que é de 95,6%.Já em relação à distorção ida-de x série, temos 14,7% dos

Dica da Semana :::

alunos da 4ª série (do ensinofundamental) acima da idadeadequada; na 8ª série essepercentual é de 14,5% e na 3ªsérie do ensino médio, 14,1%.Os números estão bem abai-xo da média nacional, que éde 29,4%, 36,4% e preocu-pantes 42,6%, respectivamen-te. Quer saber mais?

Anote o endereço:www.deolhonaeducacao.org.br

de Bragança para a ÁfricaCapacitação em hemodiálise:

SAÚDE

Imagens :::

ta dança e alegria.Como se diz: aqui ascoisas terminam empizza, lá em Angolaelas parecem que aca-bam em danças” re-lata. As cenas vistaspor ela não são detodo desconhecidasdos brasileiros acos-tumados a ver nonoticiário mulherescom baldes na cabe-ça e com criançasnuas andando pelasruas. “Aprendi muitocom eles e percebique algumas idéiaspré-concebidas queeu tinha, estavamequivocadas” explica ao relatarque os pacientes angolanos fazi-am muitas perguntas e seguiamcorretamente as recomendaçõese normas. Quanto à questão ra-cial Marisa frisou que sentiu umpouco de problema uma vez queos brancos são automaticamen-te identificados com portugue-ses, o que geralmente causa umcerto mal-estar entre as pessoas.“A hora que eles sabiam que éra-mos brasileiros, tudo se modifi-cava”. Quanto à alimentação,Marisa menciona que um dos

Fotos: Arquivo Pessoal

Entenda as funções do rime da hemodiálise :::

A palavra hemodiálisevem do grego haima (sangue)e dialysis (separação) e, por-tanto, significa a separaçãodas toxinas do sangue, umafunção realizada pelos rins.Entre as toxicinas produzidaspelo metabolismo do corpodestacam-se a uréia e a creatina. O aparelho de hemodiálisefiltra o sangue para os pacientes que perderam parcialmenteou totalmente essa função renal. Várias doenças podem cau-sar essa disfunção como a nefrite (inflamação dos rins) oumuitas vezes o paciente teve que remover o órgão devido aum câncer ou a doenças degenerativas.

pratos principais é o “fungi”, umtipo de fubá que é preparado emmomentos especiais e para visi-tantes. Com relação à imagemdo Brasil, Marisa explica que essanão é muito boa devido ao noti-ciário das TVs Record e Bandei-rantes, que mostram muitos cri-mes e violência nas grandes ci-dades. “Apesar de tudo isso, hámuito interesse em se conhecero Brasil”. Marisa se sente reali-zada na profissão que teve iníciona Universidade São Francisco,em Bragança Paulista.

Seqüência que mostra Marisa Aparecida de Souza no Centro Cirúrgico, com a equipe de Diálise e com a equipede Manutenção. Por último, na sala de Diálise do Hospital Josina Machel, do Ministério da Saúde de Angola