1 Administradora com Ênfase em Comércio Exterior pela Faculdade Opet - Organização Paranaense
de Ensino Técnico. CRA nº 16591. Aluna do Curso de pós-graduação em Ensino de Matemática da UTP – Universidade Tuiuti do Paraná. E-mail: [email protected] 2 MsC, [email protected]
3 Licenciada em matemática com ênfase em Informática pela Universidade Tuiuti do Paraná e aluna
do Curso de pós-graduação em Ensino da Matemática da UTP – Universidade Tuiuti do Paraná. e-mail: [email protected]
INCLUSÃO DO DEFICIENTE VISUAL NAS AULAS DE MATEMÁTICA
NAS SÉRES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Claudenice Silveira Marques1
Maria Eugênia de Carvalho e Silva2
Priscila Feliciano dos Santos Fontana3
RESUMO
Este artigo tem como objetivo mostrar ao professor algumas maneiras de incluir o aluno com deficiência visual numa turma regular. No aprendizado da matemática. Isso pode ocorrer através de materiais manipuláveis, da escrita Braille ou até mesmo com o auxilio do computador com seus programas específicos, sempre visando à inclusão deste aluno com a turma e vice versa, compreendendo assim o que rege em nosso país no que se referem a leis, convenções, estatutos e declarações, definir e identificar a deficiência visual. Este trabalho inicia com uma síntese da história da inclusão no Brasil e pelos conceitos teóricos e metodológicos de inclusão, passando pelos recursos em que o aluno com deficiência visual tem acesso.
Palavras-chave: Deficiência Visual. Inclusão. Matemática.
1 INTRODUÇÃO
Neste artigo tem-se o intuito de mostrar alguns recursos que podem servir de
auxilio ao professor nas aulas de matemática do ensino fundamental, nas séries
finais e com alunos com deficiência visual, sempre pensando na inclusão dele com a
turma e vice-versa. Mas antes disso, é necessário descrever sobre a história da
inclusão no Brasil, as constituições, estatutos, convenções e as leis que estão
vigentes em nosso país. Para isso existe uma grande importância a ser observada,
que são os recursos que atendem as pessoas com deficiência visual, conceituar o
que é a deficiência visual, os sinais dessa deficiência e as suas principais causas, e
por fim explicar a inclusão tanto social como educacional.
É de enorme importância que quando os professores e pedagogos se
deparam com uma situação de inclusão, que saibam aonde recorrer. Um dos
caminhos que auxiliam o docente é o instituto Benjamim Constant. No Paraná há o
Instituto Paranaense de Cegos. Somente no final do século XX o Brasil iniciou a
educação inclusiva, a partir daí todas as escolas teriam que estar aptas a receber
esses alunos, com isso muita coisa mudou, uma dessas mudanças foi à
preocupação em incluir com responsabilidade.
Essas mudanças foram decorrentes de vários anos e de diversas discussões
uma delas foi o encontro mundial de Salamanca na Espanha em 1994, após isso foi
promulgado a LDBEN 9394/96 Lei de diretrizes e bases da educação nacional onde
tem um capítulo especialmente sobre Educação Especial.
2 DESENVOLVIMENTO
Para que se faça algo pela inclusão é necessário fazer um estudo de tudo o
que já existe, e o que ainda pode-se fazer e como poderá ser feito. Principalmente é
preciso saber como as leis asseguram os deficientes visuais.
2.1 A INCLUSÃO NO BRASIL
No século XIX foi criado pelo Imperador D. Pedro II através do Decreto
Imperial n.º 1.428, de 12 de setembro de 1854 o primeiro instituto para cegos no
Brasil que se chamava Imperial Instituto dos Meninos Cegos (IBC 2012).
Este foi o primeiro passo concreto no Brasil para garantir ao cego o direito à
cidadania, e este existe até hoje com o nome de ”Instituto Benjamim Constant”. O
Instituto vê seus objetivos redirecionados e redimensionados. É um Centro de
Referência, com grande importância nacional, para questões da deficiência visual.
Possui uma escola, capacitam profissionais da área da deficiência visual, assessora
escolas e instituições, realiza consultas oftalmológicas à população, reabilita, produz
material especializado, impressos em Braille e publicações científicas. (IBC 2012).
Nas décadas seguintes foram criados Institutos de Cegos em quase todos os
estados. No Paraná o “Instituto Paranaense dos Cegos” teve sua inauguração em
1939. Na década de 60 o governo instalou os serviços de educação Especial em
todas as secretarias Estaduais de Educação. (Freitas, 2006).
No ano de 1988 foi firmada a Constituição da República que prevê o pleno
desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação; garante o direito à escola para todos; e
coloca como princípio para a Educação o "acesso aos níveis mais elevados
do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um".
(Nova Escola, [ 200 - ]).
Logo após em 1989 foi promulgada a Lei nº 7.853/89 que define como crime
recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por
causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou
privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais
multa. (Nova Escola, [ 200 - ]).
Na década de 90 foi implantado o estatuto da criança e do adolescente (ECA),
o Estatuto garante o direito à igualdade de condições para acesso e a permanência
na escola, sendo o ensino fundamental obrigatório e gratuito (também aos que não
tiveram acesso a idade própria), o respeito dos educadores; e o atendimento
educacional especializado, preferencialmente na rede regular. Nesta mesma década
o Brasil assinou a Declaração de Salamanca, com isso foi firmado um compromisso
com a educação inclusiva para as crianças com necessidades especiais, se
comprometendo a seguir as recomendações da educação inclusiva mundial. (Nova
Escola, [ 200 - ]).
Nesse mesmo período foi promulgado a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional), nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não
for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais:
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educando nas classes comuns.
No ano de 2000 foram promulgadas as leis nº 10.048 e Nº 10.098. A primeira
garante atendimento prioritário de pessoas com deficiência nos locais públicos. A
segunda estabelece normas sobre acessibilidade física e define como barreira
obstáculos nas vias e no interior dos edifícios, nos meios de transporte e tudo o que
dificulte a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios de
comunicação, sejam ou não de massa. (Nova Escola, [ 200 - ]).
Em 2001 o Decreto nº 3.956 (Convenção de Guatemala) informa que o
acesso ao Ensino Fundamental é, portanto, um direito humano e privar pessoas em
idade escolar dele, mantendo-as unicamente em escolas ou classes especiais,
ferem a convenção e a Constituição. (Nova Escola, [ 200 - ]).
No estado do Paraná além do instituto paranaense para cegos existem
também vários outros, muitos desses o governo estadual paga os professores
especializados, porém as despesas dessas casas são bancadas por doações, na
instituição “Adevipar” há alunos de 0 a terceira idade já diagnosticado e recebem
apoio para se locomover e o mais importante é o trabalho abstrato do deficiente
visual, visto que isso é de suma importância para aprender o Braille e é com essa
ferramenta que também poderá aprender a manipular o soroban para fazer cálculos
matemáticos, desta maneira o cego estará apto a inclusão numa turma regular.
Na instituição “Adevipar” há uma docente que visita as escolas existentes em
Curitiba e nas regiões próximas, fazendo a inclusão dos alunos da “Adevipar” com
escolas e vice-versa, porém esta professora atende 20 escolas em 20 horas
semanais, ela auxilia através de encontros com os docentes da educação regular da
classe e com a pedagoga e outros que convivem diretamente com o aluno.
A escola regular solicita a instituição à transcrição dos Materiais pedagógicos
em Braille, como: avaliações, textos, tabelas, jogos, representações em relevo por
exemplos desenhos, gráficos e gravuras etc., esclarece assuntos de abordagens
pedagógicas em relação a temas da grade curricular do educando. A inclusão só é
efetiva quando o educando tem o apoio dessas instituições, muitas vezes no contra
turno.
2.2 RECURSOS QUE ATENDEM AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Para que se concretize o sonho da inclusão todo o profissional de educação
deve fazê-lo com muita responsabilidade e bom senso. Quando tiver em sala um
aluno deficiente este não poderá apenas ensinar o mínimo, o docente deverá
arregaçar as mangas para que o aluno adquira os mesmos conhecimentos de um
aluno vidente.
Para que o aluno deficiente visual aprenda com mais facilidade e entusiasmo
é preciso que o professor da educação regular inclusiva conheça todos os materiais
existentes e mais ainda, muitas vezes deverá construí-los em sala de aula, com a
ajuda de todos os alunos videntes ou não, esses educandos conhecerão o
funcionamento desses materiais e saber aplicar no cotidiano escolar.
2.2.1 Sistema Braille
O Sistema Braille, utilizado universalmente na leitura e na escrita por pessoas
cegas, foi inventado na França por Louis Braille, um jovem cego, reconhecendo-se o
ano de 1825 como o marco dessa importante conquista para a educação e a
integração dos deficientes visuais na sociedade (IBC 2012).
O sistema Braille é um sistema de leitura e escrita tátil que consta de seis
pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. Os seis pontos formam
o que convencionou chamar de “cela Braille”. (SAC 2012).
O aluno utiliza muito máquina de Braille, pois é economicamente barata e fácil
manuseio. O governo do Paraná disponibiliza essas máquinas nas escolas onde há
cegos, alguns municípios já disponibilizam computadores a esses alunados.
O sistema Braille é constituído de: Cela, Máquina e impressora Braille,
também por reglete e punção. Na figura 1, pode-se ver dois modelos diferentes de
Máquina Braille, na figura 2, visualiza-se a reglete e punção. A figura 3, mostra a
impressora Braille. Na figura 4 podemos ver a Cela Braille. (Freitas, 2006).
Figura 1- Máquina Braille
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/~fabiano/braille.htm
Figura 2 - Reglete e Punção
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/~fabiano/braille.htm
Figura 3 - impressora Braille
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/~fabiano/braille.htm
Figura 4 - Cela Braille
Fonte: http://dvseparpedagogia.blogspot.com.br
2.2.2 Sorobã
O Sorobã é um aparelho de cálculo usado já há muitos anos no Japão pelas
escolas, casas comerciais e engenheiros, como máquina de calcular de grande
rapidez, de maneira simples.
Na escrita de números reside a principal vantagem, que recomenda o sistema
Sorobã como método ideal de cálculo para deficientes visuais.
O Sorobã está dividido em dois retângulos: um largo com 4 rodinhas em cada
eixo e, outro estreito com apenas 1 rodinha. Serve de separação entre os retângulos
uma tabuinha chamada régua, que tem, de 3 em 3 eixos um ponto em relevo, tendo
seis ao todo. É junto da régua que se escreve e que se lê os algarismos. A figura 5
mostra o Sorobã. (ESPERANÇA, 2001).
Figura 5 - Sorobã
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/~fabiano/soroba.htm
2.2.3 Biblioteca Pública do Paraná
Na Biblioteca Pública existe o espaço Braile que consiste na prestação de
serviços culturais e educacionais que visa contribuir para o desenvolvimento e a
formação das pessoas cegas e com deficiência visual. É prestado atendimento e
orientação aos usuários no acesso às informações e à leitura através dos meios
especializados.
O acervo é bem diversificado com livros falados, catálogo eletrônico de livros:
digitados, Braille e infantil em braille, livros infantis em Braille, livros em Braille,
diversas revistas, boletins e folhetos, gravadores e fones de ouvido, jogos adaptados,
equipamentos para escrita e cálculo, equipamentos para ampliação de imagens e
textos, equipamentos de informática. ( Biblioteca Pública do Paraná, [ 200 - ]).
2.2.4 Confecção de Recursos Didáticos para as Aulas de Matemática
Todo o material didático deve ser produzido com o objetivo de ser útil às
diversas condições e níveis de aprendizagem dos alunos.
Quanto mais estímulos um recurso didático puder oferecer (visual, tátil,
sonoro, etc.), se tornará mais significativo e poderá ser amplamente utilizado por
todos os alunos, portadores ou não de alguma deficiência (MOTA, 2001)
A confecção de recursos didáticos para alunos cegos que deve se basear em
alguns critérios muito importantes para a eficiência de sua utilização. Entre eles,
destacamos a fidelidade da representação que deve ser tão exata quanto possível
em relação ao modelo original. Deve ser simples e de manuseio fácil,
proporcionando uma prática utilização e não deve oferecer perigo aos alunos. (SÁ,
2007).
Utilizando o bom senso e criatividade, o professor poderá selecionar, adaptar
e confeccionar vários materiais didáticos pedagógicos, que muito contribuirão para o
processo de ensino e aprendizagem dos alunos, tenham eles deficiência visual ou
não. A escolha deverá basear-se, de modo geral, nos princípios de que os materiais
mais adequados são aqueles que permitem uma experiência completa ao aluno e
estão compatíveis com seu nível de desenvolvimento (MOTA, 2001).
2.2.4.1 Sugestões de materiais concretos e manipuláveis
a) Cubaritmo, como mostra a figura 6, é composto de uma caixa com uma grade
quadriculada em cima, uma chapa corrediça no meio, rente à grade, e uma gaveta
no fundo. Esta gaveta está cheia de cubos. Para fazer uma conta, fecha-se a chapa
e abre-se a gaveta, retirando-se os cubos que se colocam nos orifícios da grade,
formando os números exatamente como se faz em uma conta visual.
Figura 6 - Cubarítimo
Fonte:
http://www.civiam.com.br/necessiades_detalhes.php?prod=2074&rnd=4883
b) Régua da Inclusão, como mostra à figura 7 a régua é multifuncional, serve como
transferidor e esquadro.
Figura 7 - Régua Multiuso
Fonte:http://www.sociesc.org.br/pt/ist/conteúdo.php?&Ing=2&id=4651&
mnu=5899&top=5430.
c) O sólido Geométrico como mostra a figura 08 é composto por um Conjunto
confeccionado em madeira, com 08 peças coloridas, sendo 01 prisma regular
triangular, 01 pirâmide de base quadrada, 01 pirâmide de base retangular, 01
cilindro, 01 esfera, 01 cone, 01 cubo, 01 paralelepípedo retângulo, 01 hexágono, 01
pentágono, 01 paralelogramo. Possibilita o reconhecimento das formas geométricas
básicas, tridimensionalmente facilitando a compreensão dos conceitos da Geometria.
Figura 8 – Sólidos Geométricos
Fonte: http://www.artigosespeciais.com.br/detalhes.php?prod=213&kb=5
d) Materiais em Relevo, figura 9. Pode ser feito com cola colorida e outros materiais.
Figura 9 – Material em Relevo
“Instituto Benjamin Constant”.
e) Multiplano. Está representado na figura 10. O instrumento é feito de uma placa de
qualquer material ou tamanho, com furos na mesma distância e linhas e colunas de
forma perpendicular que caracterizam um plano cartesiano. Nas pequenas aberturas
são colocados os pinos e, entre estes, os elásticos que formam retas. Como mostra
a figura abaixo.
Figura 10 - Multiplano
Fonte: http://sopadenumerosecalculos.blogspot.com.br/2010/11/multiplano-voce-
conhece.html
f) Na figura 11 está representado um polígono construído no geoplano: Esse
material concreto geoplano é um objeto composto de pregos dispostos em forma
quadricular sobre um pedaço de madeira. Um elástico circular passado por entre os
pregos define polígonos. A manipulação destes polígonos permite a exploração e/ou
construção de muitos conceitos matemáticos, particularmente aqueles relacionados
ao cálculo de áreas e perímetros.
Figura 11 - Poligono
Fonte: http://prof-gisele.blogspot.com.br/2011/04/geoplano.html
g) Ainda há muitos outros materiais a ser usado como fita métrica, calculadora
sonora, braile falado ou sonoro, jogos adaptados (Dominó, baralho,xadrez, dama e
outros). (MOTA, 2001).
2.2.5 Recursos Tecnológicos
Em qualquer computador com multimídia poderá ser instalado os programas
chamados de leitores de telas, os quais permitem total autonomia à pessoa com
deficiência visual. Os três programas mais utilizados atualmente são: Sistema
Dosvox, Virtual Vision e Jaws, sendo assim, os usuários encontram no computador
um meio facilitador.(FREITAS, 2006).
2.3 A DEFICIÊNCIA VISUAL
Para o docente saber incluir o aluno com cegueira, em sua turma regular é de
grande valia que saiba conceituar o que é a deficiência visual. E o mais importante
ainda é saber identificar os indícios para que possa sugerir aos responsáveis uma
consulta com o oftalmologista de sua confiança.
2.3.1 O que é a Deficiência visual?
A deficiência visual é uma situação de diminuição de resposta visual
decorrente de imperfeições no órgão ou no sistema visual. Estes indivíduos são
subdivididos em dois grupos: indivíduos cegos e os com visão subnormal; a sua
delimitação é determinada por duas escalas oftalmológicas, ou seja, a acuidade
visual (quando se enxerga a determinada distância) e a do campo visual (amplitude
de área alcançada pela visão).
Pedagogicamente, delimita-se como cego aquele que, mesmo possuindo
visão subnormal, necessita de instrução em Braile (sistema de escrita por pontos em
relevo), e como portador de visão subnormal, aquele que lê tipos impressos
ampliados ou com auxílio de potentes recursos ópticos. (SESA PR, 2012).
No censo do IBGE em 2010. 6,5 milhões de pessoas que declararam possuir
grande dificuldade ou nenhuma capacidade de enxergar no Paraná 295.768 mil que
se disseram deficiente visual com grande dificuldade.
2.3.2 Identificar a deficiência Visual
A deficiência Visual é causada por diversos fatores, a cada 5 segundos 1
pessoa se torna cega no mundo. Do total, de casos de cegueira 90% ocorrem nos
países emergentes e subdesenvolvidos. Até 2020 o número de deficientes visuais
poderá dobrar no mundo. Com tratamento precoce, atendimento educacional
adequado e especializado, a perda da visão não significa o fim de uma vida
independente e produtiva. (DORINA NORWILL, [ 200 - ]).
Existem indícios que, se observados, podem sugerir uma consulta ao
oftalmologista. Os mais comuns são:
- Segurar habitualmente os livros muito próximos ou muito afastados dos olhos na
leitura;
- Inclinar a cabeça para frente ou para um dos lados durante a leitura, com o intuito
de ver melhor;
- Franzir ou contrair o rosto na leitura à distância;
- Fechar um dos olhos para ver melhor um objeto ou ler um texto;
- “Pular” palavras ou linhas na leitura em voz alta;
- Confundir letras na leitura ou na escrita;
- Trocar ou embaralhar letras na escrita;
- Não ler um texto na seqüência correta;
- Queixar-se de fadiga após a leitura;
- Apresentar desatenção anormal durante a realização das tarefas escolares;
- Reclamar de visão dupla ou manchada;
- Queixar-se de tonteiras, náuseas ou cefaléia durante ou após a leitura;
- Apresentar inquietação, irritação ou nervosismo excessivo após prolongado e
intenso esforço visual;
- Piscar os olhos excessivamente ou lacrimejar, sobretudo durante a leitura;
- Esfregar constantemente os olhos e tentar afastar com as mãos os impedimentos
visuais;
- Sofrer quedas, esbarrões e tropeços freqüentes sem causa justificada. (IBC, 2012).
As causas mais comuns de cegueira em todo o mundo em 2002 foram:
- cataratas (47,9%),
- glaucoma (12,3%)
- degeneração macular relacionada à idade (8,7%),
- opacidade da córnea (5,1%),
- retinopatia diabética (4,8%),
- cegueira infantil (3,9%),
- tracoma (3,6%),
- oncocercose (0,8%). (WIKIPEDIA, 2012)
2.4 INCLUSÃO
Para que haja a inclusão é peciso que cada ser humano envolvido direta ou
indiretamente se pergunte o que é a inclusão para mim e como posso faze-la. Diante
dos números indicados em pesquisa do IBGE a deficiência visual se tornará cada
vez mais comum, sendo assim, todos devem usar a empatia e fazer algo a mais.
2.4.1 Inclusão na sociedade
A Inclusão social é um conjunto de meios e ações que combatem a exclusão
aos benefícios da vida em sociedade, provocada pela falta de classe social, origem
geográfica, educação, idade, existência de deficiência ou preconceitos raciais.
Inclusão Social é oferecer aos mais necessitados oportunidades de acesso a bens e
serviços, dentro de um sistema que beneficie a todos e não apenas aos mais
favorecidos no sistema meritocrático em que vivemos.
Nossa cultura tem uma experiência ainda pequena em relação à inclusão
social, com pessoas que ainda criticam a igualdade de direitos e não querem
cooperar com aqueles que fogem dos padrões de normalidade estabelecidos por um
grupo que é a maioria. E diante dos olhos deles, também somos diferentes. E é bom
lembrar que as diferenças se fazem iguais quando colocadas num grupo que as
aceitem e as consideram, pois nos acrescentam valores morais e de respeito ao
próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas
oportunidades diante da vida. (WIKIPEDIA, 2012).
Os institutos para cego no Brasil tem grande valia para essas pessoas com
deficiência pois a ensinam a se locomover diante de suas adversidade seja: na rua,
em casa, no trabalho e com isso esta inserindo o cego na sociedade, a inclusão
acontece por meio dos dedos das mãos, ouvidos, bengala, pelos olhos de um ser
humano ou de um cão guia. Quando se perde um sentido, passa – se a usar mais os
outros e por ser necessário, aguça – se os que restaram. (Freitas, 2006)
2.4.2 Inclusão na educação
A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de
todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma
reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de
modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística,
democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o
crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. (WIKIPEDIA, 2012).
A UNESCO tem como meta é a criação de uma escola comum que ofereça
uma educação diferenciada a todos, em função de suas necessidades e num marco
único e coerente de planos de estudos” (UNESCO, 1988).
Na realidade o que se tem, observado no Brasil, de um modo geral, é que os
alunos com deficiência visual são primeiro alfabetizado e só após esse processo
integrados em classes comuns do ensino regular e, no outro turno, frequentam salas
de recursos, onde continuam a receber atendimento especializado. Para eles e para
os professores do ensino regular, a Educação Especial oferece os serviços de
intinerância. O atendimento aos deficientes visuais, em alguns Estados brasileiros,
também ocorre em escolas especializadas e em classes especiais das escolas
públicas até a conclusão, pelo aluno, de seu processo de alfabetização.
Embora a inclusão na rede regular de ensino seja o eixo orientador de
atendimento educacional, ainda não foi possível atingir o nível considerado
satisfatório, por uma série de fatores. Entre eles, vale ressaltar a falta de
sensibilização da comunidade escolar; o desconhecimento dos professores acerca
da educaçao essencial; a insuficiência e a inadequação de recursos institucionais e
pedagógicos; a inadequação da rede física e de equipamentos pedagógicos,
adequados às necessidades do alunado. Pedagógico da escola deve comtemplar o
atendimento às necessidades educativas específicas do educando.(MOTA, 2010).
Para a inclusão do aluno com deficiência visual em classe comum, o
ministério da educação recomenda que:
- a escola se estruture quanto aos recursos humanos físicos e materiais;
- inclusão aconteça desde a educação infantil;
- a escola tenha conheciemento da sua forma de comunicação escrita e a orientação
básica no relacionamento com as pessoas eficiêntes visuais;
- a escola organize a classe de forma que possa reduzir o número de alunos por
turma;
- sua idade cronológica seja compatível com a média do grupo da classe comum
que irá frequentar;
- a escola mantenha um trabalho sistemático visando a participação da família no
processo educacional; (MOTA, 2010).
Nas leis, deliberações e tratados internacionais qualquer professor é
responsável pela aprendizagem de todos os alunos, inclusive daquele que tem
algum tipo de deficiência. Os educandos vindos de inclusão estão chegando nas
escolas e se deparando com muitas limitações por exemplo, salas, banheiros, pátios
e corredores adaptados e também as identificações em braille, então o aluno se
baseia na base do improviso, onde tudo mundo tenta ajudar, os professores também
não estão capacitados para receber esses alunos. (FREITAS, 2006).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...] inclusão escolar é uma forma de inserção em que a escola comum
tradicional é modificada para ser capaz de acolher qualquer aluno
incondicionalmente e de propiciar lhe uma educação de qualidade. Na inclusão, as
pessoas com deficiência estudam na escola que freqüentariam se não fossem
deficientes (SASSAKI, 1998, p. 8). Nesse sentido, Bueno (1998, p.20) afirma que:
“[...] não basta inserir os alunos com deficiência no ensino regular, é preciso
que nós estruturemos para eles um serviço de qualidade”.
O Brasil está se aprimorando cada vez mais através de Leis e Convenções no
decorrer das últimas décadas, mas para se tornar real o que está escrito é
necessário muito trabalho e envolvimento por parte de todos (diretores, pedagogos,
professores, familiares) e além de tudo o estado com atitudes concretas.
Cada profissional envolvido deve ter a sua responsabilidade no que se
referem aos conteúdos pedagógicos e a sua postura em relação ao deficiente visual
sempre se atentando na sua maneira de se expressar perante o conteúdo explicado
na sala de aula, os recursos existem e são satisfatórios, são eles: instituições,
internet, materiais concretos e manipuláveis. Mas cada docente que se depara com
esta situação deve ir a procura e ter a responsabilidade de que o aluno entrará na
escola e deverá sair diferente de quando ele entrou.
A Lei nº 7.853/89 define como crime a não inclusão do deficiente visual.
Muitos profissionais da educação simplesmente ignoram os alunos portadores de
deficiência, sejam essas deficiências físicas, sensoriais, neurológicas, emocionais,
intelectuais ou cognitivas, educacionais ou sócio-econômicas e isso pode levá-los a
uma pena de um a quatro anos de prisão, mais multa.
REFERÊNCIAS
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0.
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