MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS
CAMPUS MANAUS CENTRO
TÉCNICO SUBSEQUENCIAL EM EDIFICAÇÕES
SEMINÁRIO 1GESTÃO DE RESÍDUOS
GRUPO 3: GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARES
ANGELINA RIBEIRO
GABRIEL ALMEIDA
LORENA FARRAH
VALESKA SANTOS
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL – JANARI RUI NEGREIROS DA SILVA, PROFESSORGOVERNOFEDERAL
Gestão de Resíduos
HospitalaresLEGISLAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROCEDIMENTOS.
De acordo com a NBR n° 12.808 (2000), os resíduos hospitalares (ou de serviços de saúde) são
os resíduos produzidos pelas atividades de unidades de serviços de saúde (hospitais, ambulatórios,
postos de saúde etc.).
Segundo Grippi (2006) os resíduos de serviço de saúde constituem os resíduos sépticos os que
contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos.
De acordo com a RDC ANVISA nº 306/2004 e a Resolução CONAMA nº 358/2005, são
definidos como geradores de resíduos de serviços de saúde todos os serviços relacionados com o
atendimento à saúde humana ou animal.
Seringas e gases,
secreções residuais.
Batas médicas e
lençóis hospitalares.
Luvas e máscaras
descartáveis.
Ampolas ainda com resíduos
de substâncias químicas.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
HOSPITALARES
De acordo com o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (BRASIL,
2006) a classificação dos resíduos de serviço de saúde vem sofrendo um processo de evolução
contínuo, à medida em que são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de saúde e como
resultado do conhecimento do comportamento destes perante o meio ambiente e a saúde, como forma
de estabelecer uma gestão segura com base nos princípios da avaliação e gerenciamento dos riscos
envolvidos na sua manipulação.
GRUPO A
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior
virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Os resíduos constituintes do Grupo A
podem ser subdivididos em: A1, A2, A3, A4 e A5.
GRUPO A: SUB A1
1. Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos
descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; resíduos de laboratórios de manipulação
genética;
2. Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza
de contaminação biológica, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de;
3. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou
por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta;
4. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e
materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na
forma livre.
GRUPO A: SUB A2
Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a
processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os
cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e
com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação
diagnóstica;
GRUPO A: SUB A3
Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com
peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20
semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou
familiares
GRUPO A: SUB A4
1. Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados;
2. Filtros de ar e gases contaminados aspirados; membrana filtrante de equipamento médico-
hospitalar e de pesquisa;
3. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções,
provenientes de pacientes que não contenham classe de risco;
4. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento
de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo;
5. Recipientes/materiais resultantes do processo de assistência à saúde (sem sangue ou similar);
6. Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos
cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica;
7. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não
submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas
forrações; e
8. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.
GRUPO A: SUB A5
Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfuro-cortantes ou escarificantes e demais
materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de
contaminação com príons.
GRUPO B
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao
meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e
toxicidade.
GRUPO C
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em
quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de
Energia Nuclear - CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
GRUPO D
Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio
ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
GRUPO E
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes,
ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos
capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no
laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.
NORMAS E LEGISLAÇÕES PARA
GERENCIAMENTO DE RSS1
1RSS: RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE.
Os resíduos dos serviços de saúde ganharam destaque legal no início da década de 1990,
quando foi aprovada a Resolução CONAMA nº 006 de 19/09/1991 que desobrigou a incineração ou
qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos.
Posteriormente, a Resolução CONAMA nº 005 de 05/08/1993. Esta resolução sofreu um
processo de aprimoramento e atualização, o qual originou a Resolução CONAMA nº 283/01, publicada
em 12/07/2001.
Em 2003 foi promulgada a Resolução de Diretoria Colegiada, RDC ANVISA nº 33/03, que dispõe
sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
O entendimento foi alcançado com a revogação da RDC ANVISA n° 33/03 e a publicação da
RDC ANVISA nº 306 (em dezembro de 2004), e da Resolução CONAMA nº 358, em maio de 2005.
GERENCIAMENTO/GESTÃO DE RSS
De acordo com a RDC n° 306 da ANVISA, o gerenciamento dos serviços de saúde pode ser
assim definido:
“Constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir
de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos
e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à
proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio
ambiente.”
ETAPAS DA GESTÃO DE RSS
TRIAGEM
A triagem é a etapa correspondente à separação dos
resíduos e se for mal feita os resíduos não poderão voltar a ser
colocados no contentor certo, pelo que todos os utentes e
funcionários das unidades de saúde devem estar informados e ter
consciência do quão é importante uma boa prática da triagem. Esta,
juntamente com o acondicionamento, deve ser realizada no local
onde os resíduos são produzidos.
ETAPAS DA GESTÃO DE RSS
ACONDICIONAMENTO
Grupos de Resíduos Contentores
Grupos I e II Cor preta
Grupo III Cor branca (com
indicativo biológico)
Grupo IV
Cor vermelha (à
exceção dos materiais
cortantes e perfurantes
que devem ser
colocados em
recipientes não
perfurantes).
ETAPAS DA GESTÃO DE RSS
ARMAZENAMENTO
Nesta etapa, deve existir um local específico para
armazenamento dos resíduos de forma a manter os resíduos
separados e juntos aos seus devidos grupos. Os contentores devem
estar adaptados ao sistema de recolha.
ETAPAS DA GESTÃO DE RSS
VALORIZAÇÃO
Dentro dos resíduos hospitalares existem resíduos passíveis
de valorização. Assim, é importante que todas as unidades de saúde
incentivem e criem formas de reciclagem, pelo que os materiais
como o papel, plástico e vidro sejam colocados em seus respectivos
ecopontos.
MODOS DE TRATAMENTO
INCINERAÇÃO
O principal processo de tratamento de resíduos é a
incineração. Nela, os resíduos sólidos são submetidos a uma
gaseificação, após a qual, através de reações de oxidação, são
obtidos, sobretudo, dióxido de carbono e água. Dessa gaseificação
resultam algumas matérias particuladas indesejáveis que
posteriormente têm que passar por uma combustão a 1100°C, em
filtros cerâmicos, na presença de oxigénio em excesso de forma a
garantir que todos os materiais são eliminados.
MODOS DE TRATAMENTO
DESINFECÇÃO
Este tipo de tratamento permite que os resíduos
resultantes sejam encaminhados para o circuito normal
dos resíduos sólidos e urbanos sem que a saúde pública
seja colocada em causa.
1. Desinfeção química
Esta desinfeção é feita através de vários processos que
envolvem os resíduos em soluções desinfetantes e germicidas.
2. Desinfeção térmica
A desinfeção térmica pode ocorrer através da
autoclavagem ou de micro-ondas.
MODOS DE TRATAMENTO
DESINFECÇÃOQUÍMICA
Esta desinfeção é feita através de vários processos que envolvem os resíduos em soluções
desinfetantes e germicidas. É realizada, também, uma trituração (antes ou depois dos resíduos serem
envolvidos nas soluções) e uma compactação.
MODOS DE TRATAMENTO
DESINFECÇÃOTÉRMICA (AUTOCLAVAGEM)
A autoclavagem é um tratamento térmico bastante utilizado no ambiente hospitalar e que
consiste em manter o material contaminado a uma temperatura elevada, através do contato com vapor
de água, durante um período de tempo suficiente para destruir todos os agentes patogênicos.
O processo inclui ciclos de compressão e de descompressão de forma a facilitar o contato entre
o vapor e os materiais contaminados.
MODOS DE TRATAMENTO
DESINFECÇÃOTÉRMICA (MICROONDAS)
Na desinfeção por micro-ondas os resíduos são triturados e submetidos a temperaturas
elevadas, sendo que o aquecimento de todas as superfícies é garantido pela elaboração de uma mistura
de água com resíduos.
TRANSPORTE E DESTINO FINAL DOS
RSSO transporte e o destino final dos resíduos hospitalares também são fases bastante importantes
da gestão dos resíduos hospitalares pois, naturalmente, um mau transporte e um destino inadequado
põe em causa todas as fases anteriores, pondo em causa os próprios resíduos.
Os vários grupos de resíduos têm, naturalmente, um destino diferente entre eles:
a) Os resíduos do grupo I e II terão como destino os aterros sanitários ou uma valorização;
b) Os resíduos do grupo III são submetidos a um tratamento de autoclavagem e desinfeção
química e, posteriormente, depositados em aterros sanitários;
c) Por fim, os resíduos do grupo IV (escórias e cinzas), provenientes do processo de incineração,
são depositados em aterros.
GERENCIAMENTO DE RSS
MANAUS (AMAZONAS)
Manaus possui um único local para disposição dos seus
resíduos sólidos urbanos funcionando há mais de 20 anos. O vida
útil remanescente é de aproximadamente 6 anos.
Localização: km 19 da rodovia estadual AM-010
Área: 60 hectares
Média 2013: 2.905 toneladas de resíduos por dia
Resíduos recebidos: Domiciliares, comerciais, restos de
construção civil, restos vegetais, materiais recicláveis.
GERENCIAMENTO DE RSS
MANAUS (AMAZONAS)
GERENCIAMENTO DE RSS
MANAUS (AMAZONAS)
GERENCIAMENTO DE RSS
MANAUS (AMAZONAS)
SERVIÇO UNIDADE PREÇO MÉDIO
COLETA DOMICILIAR TONELADA R$ 122,09
COLETA HOSPITALAR TONELADA R$ 354,11
REMOÇÃO MECÂNICA TONELADA R$ 70,92
REMOÇÃO MANUAL TONELADA R$ 121,03
COLETA DE PODA TONELADA R$ 608,99
LIMPEZA DE IGARAPÉS EQUIPE/MÊS R$ 93.980,79
EDUCAÇÃO AMBIENTAL EQUIPE/MÊS R$ 66.961,19
PREÇOS UNITÁRIOS DAS MODALIDADES DE COLETA
GERENCIAMENTO DE RSS
MANAUS (AMAZONAS)
GERENCIAMENTO DE RSS
MANAUS (AMAZONAS)
O processo de acondicionamento do lixo hospitalar em
Manaus é bem diferente do que é realizado em outras capitais do
país. Os resíduos gerados por hospitais, clínicas, farmácias,
dentistas etc, é encaminhado para o Aterro Controlado de Manaus
(ACM) onde existem locais específicos para depósito desse material.
O aterro é formado por “células” (grandes buracos
retangulares) que são forradas com uma manta impermeável para
que nenhum líquido (chorume) desse material hospitalar vaze para o
solo ou recursos hídricos próximos.
DESTINO DOS RSS PRODUZIDOS EM MANAUS
Caso do Césio-137: equipamento que gerou a contaminação na
cidade de Goiânia entrou em funcionamento em 1971, tendo sido
desativado em 1985, quando o IGR (Instituto Goiano de Radioterapia)
deixou de operar no endereço mencionado. Com a mudança de
localização, o equipamento de teleterapia foi abandonado no interior das
antigas instalações. A maior parte das edificações pertencentes à clínica
foi demolida, mas algumas salas - inclusive aquela em que se localizava
o aparelho - foram mantidas em ruínas. Em 1987, um grupo de catadores
encontrou o aparelho com a cápsula de Césio, que foi aberta. Houve
onze mortes e 600 pessoas foram contaminadas.
O QUE ACONTECE QUANDO NÃO OCORRE SUA DEVIDA GESTÃO?
GERENCIAMENTO DE RSS
REFERÊNCIAS
BLOG DO MARCOS SANTOS.
Artigo, “Semulsp vai mostrar como é feito o descarte de
lixo hospitalar em Manaus”.
PROJETO FEUP, UNIVERSIDADE DO PORTO.
Relatório de pesquisa, Resíduos Hospitalares.
RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE: DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
LEGISLAÇÃO
Suellen Silva Pereira
RESOLUÇÃO CONAMA nº 358,
de 29 de abril de 2005
ESTADO DA ARTE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM MANAUS (SEMULSP)
Paulo Ricardo
OBRIGADO!