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RELATÓRIO TÉCNICO DE PESQUISAS DO PROJETO GESITI HOSPITALAR. PROJETO GESITI/HOSPITALAR.

RELATÓRIO TÉCNICO DE PESQUISAS DO PROJETO GESITI HOSPITALAR. PROJETO GESITI/HOSPITALAR: VOLUME I, ANO 2012.

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IDENTIFICAÇÃO

PROJETO: Uma Avaliação da Gestão em Sistemas e Tecnologias de Informação nos

Hospitais Brasileiros.

INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS: CTI/GESITI & Universidade Federal do Amazonas.

DIRIGENTE DA INSTITUIÇÃO/UFAM: Reitora Dra. Márcia Perales Mendes Silva

COORDENADOR GERAL: Dr. Antônio José Balloni

COORDENADORA REGIONAL/NICHO: Dra. Maria do Perpétuo Socorro Rodrigues

Chaves

COORDENADORA OPERACIONAL: Talita de Melo Lira

EQUIPE DE TRABALHO: Grupo Interdisciplinar de estudos Sócio-Ambientais e de

Desenvolvimento de Tecnologias Apropriadas na Amazônia – Grupo Inter-Ação/UFAM.

LOCUS DA PESQUISA: Hospitais Públicos e/ou Universitários da cidade de

Manaus/AM.

PESQUISADORES AUXILIARES

Silvana Compton Barroso

Mayara Pereira da Silva

Rosa Maria da Silva Nunes

Mônica Mendes da Silva Vital

Jéssica da Silva Barreto

Marklize dos Santos Siqueira

Dorli Marques

Juliana Varela Maia Costa

Lidiani de Aleluia Cristo

Ma. Do P. Socorro Lima Verde Coelho

PESQUISADORES DE CAMPO

Adson da Silva Figueiredo

Alexandre Leonard Cruz da Costa

Anne Caroline Marques Crespo

Diego Gomes Forero

Epitácio Consentine Gaspar

ORGANIZAÇÃO BANCO DE DADOS

Anne Caroline Marques Crespo

Vânia Lima Medeiros

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LISTA DE SIGLAS

ATS Avaliação de Tecnologias em Saúde

CRM Conselho Regional de Medicina

EAD Ensino a Distância

FUNAI Fundação Nacional do Índio

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OCDE Organização para a Cooperação Econômica Européia

OMS Organização Mundial de Saúde

PIB Produto Interno Bruto

PRODAM Empresa de Processamento de Dados do Amazonas

RH Recursos Humanos

SGTI Soluções de Gestão em Tecnologia da Inovação

SUDS Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TI Tecnologia da Informação

TIC Tecnologia da Informação e Comunicação

UFAM Universidade Federal do Amazonas

UTI Unidade de Terapia Intensiva

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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

LISTA DE QUADROS

FIGURA 01: Mapa de satélite da Amazônia

FIGURA 02: Mapa da Bacia Hidrográfica da Região Amazônica

FIGURA 03: Mapa da cidade de Manaus por zonas

FIGURA 04: Subdivisões de Manaus por zonas e bairros

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Subdivisões de Manaus por zonas e bairros

QUADRO 02: Faturamento previsto para o ano de 2011

QUADRO 03: Equipamentos existentes na área de Hardware

QUADRO 04: Equipamentos existentes na área de Periféricos (Impressoras)

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SUMÁRIO

1. Introdução………………………………………………………………………. 06

2. Referencial Teórico…………………................................................................. 08

3. Procedimentos Metodológicos............................................................................ 18

4. Locus da Pesquisa................................................................................................ 20

5. Resultados e Discussões....................................................................................... 25

6. Considerações Finais e Recomendações..............................................................

7. Referencia............................................................................................................

Apêndices...................................................................................................................

Anexos.........................................................................................................................

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INTRODUÇÃO

Na contemporaneidade, a sociedade vem vivenciando transformações, em várias

esferas da vida, tais como: econômicas, políticas, sociais e culturais, que iniciaram no

século XVIII e se intensificaram no século passado. Pode-se afirmar que na sociedade

contemporânea, cada esfera da vida social tem suas necessidades atendidas por políticas

setoriais. De acordo com este ordenamento, as políticas de saúde, que atendem a uma

extensa diversidade de necessidades e problemáticas relacionadas à vida também passaram

por inúmeras e profundas transformações.

Neste trabalho, parte do entendimento de que a ciência é um importante agente de

transformação societal, uma vez que a partir do período iluministas os filósofos

introduziram a questão da adequação e do avanço da ciência, mostrando que as sociedades

humanas tendem inevitavelmente ao progresso. A partir do avanço técnico-científico, tem-

se a criação de tecnologias cada vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades

humanas e o aumento dos desafios e dos impasses colocados ao viver.

Nesse sentido, a criação de tecnologia pode influenciar e transformar a sociedade, o

que, por sua vez, tem ocasionado posicionamentos, conflitos de opiniões, contradições,

mudanças de valores e costumes na sociedade. Tais transformações acabam fazendo parte

dos pensamentos e discussões daqueles que direta ou indiretamente convivem com as

tecnologias e seus efeitos. Segundo SANCHO (apud FERREIRA, 2009, p. 02) “a

tecnologia é empregada para controlar, transformar ou criar coisas ou processos naturais ou

sociais”.

Progressivamente, conforme Ferreira (2009), as transformações foram sentidas na

infra-estrutura de cuidados e atendimentos hospitalares, pois os serviços de saúde passaram

a dispor de técnicas, instrumentos, métodos e matérias-primas diversos, o que implicou não

só a reconfiguração de espaço físico e de atuação profissional, mas representou a

incorporação de novas modalidades de prevenção, diagnóstico e tratamento dos problemas

de saúde.

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No Brasil, a partir dos anos 90, devido ao crescimento dos investimentos na área da

saúde, o surgimento de novas tecnologias e as mudanças no perfil epidemiológico das

populações impeliram o desenvolvimento de mecanismos de articulação entre os setores

envolvidos na produção, a incorporação e a utilização destas nos sistemas de saúde. Assim,

a incorporação de novas tecnologias em prática hospitalar passou a ser utilizada como uma

ferramenta auxiliar, que supre as necessidades crescentes do aumento da complexidade do

cuidado oferecido pelos profissionais da área da saúde e possibilita a prestação de um

cuidado de qualidade, com obtenção de maior eficácia, minimizando o tempo gasto na

realização dos procedimentos. (FERREIRA, 2009).

O estudo para avaliar o uso de tecnologias em saúde em hospitais surge em face

dessa preocupação, com o objetivo de subsidiar as decisões políticas quanto ao impacto da

tecnologia em saúde. Goodman (1998, apud BRASIL, 2009) resume a Avaliação de

Tecnologias em Saúde (ATS) como sendo “[…] um campo multidisciplinar de análise de

políticas, que estuda as implicações clínicas, sociais, éticas e econômicas do

desenvolvimento, difusão e uso da tecnologia em saúde”.

O estudo relatado neste relatório tem por objetivo apresentar os resultados da

pesquisa realizada em 05 (cinco) hospitais no Estado do Amazonas que teve a finalidade de

identificar o perfil das TIs nos hospitais estudados pelo projeto Gestão das Tecnologias da

Informação e Comunicação (TICs) em Hospitais Brasileiros, visando mapear as suas

necessidades e demandas. Este estudo integra o projeto GEstão dos SIstemas e Tecnologias

de Informação em Organizações (GESITI). O projeto do GESITI/CTI, se constitui numa

pesquisa realizada com base em um questionário, com 100 questões inter-relacionadas,

sendo a maioria fechada. Este questionário foi elaborado pelo CTI (Balloni, 2010) visando

atender a área hospitalar: se desconhece até a presente data, a existência de um

questionário semelhante ao criado, que tenha o enfoque ou objeto proposto.

Tendo em vista uma melhor visualização do relatório, o mesmo está subdivido em

05 parte, quais sejam: 1) Referencial Teórico; 2) Procedimentos Metodológicos; 3) Locus

da pesquisa; 4) Resultados e Discussões; 5) Considerações Finais e Recomendações.

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REFERENCIAL TEÓRICO

Esta parte do relatório apresenta as principais categorias analíticas que serviram de

base para o estudo. As categorias serão apresentadas na seguinte sequência: 1) Política

Pública de Saúde; 2) Tecnologias.

1) Política pública de Saúde: breve contextualização

No contexto contemporâneo, tem crescido continuamente os debates em torno da

saúde. Contudo, tradicionalmente, a saúde vem sendo abordada numa perspectiva

individualizante e fragmentada, somente a partir da década de 90 a saúde passou a ser

abordada de uma forma mais abrangente. Dentre as principais definições de saúde

utilizadas destacam-se três, quais sejam:

1) A primeira definição considera a saúde como a simples ausência de

doença. Tal definição é a mais criticada e contestada, haja vista sua

restrição ao âmbito biológico e médico da saúde além de reduzir

efetivamente toda a questão ao tratamento e prevenção das doenças e

lesões;

2) A segunda definição é a da Comissão da Organização Mundial de Saúde

(OMS), de 1946, que considera a saúde com estado perfeito de bem estar

(OMS, 2006). Este conceito postula a saúde como estado ideal de

plenitude, que seria o objetivo final, nunca atingível, da existência e da

vida de todos os indivíduos;

3) A terceira definição considera a saúde como um meio, um recurso para a

vida dos indivíduos (OMS, 1986). Essa definição tem sido a mais

difundida na área, uma vez que a saúde é tomada como um elemento da

qualidade de vida e uma das condições objetivas para o desenvolvimento

humano, e não como o seu conjunto.

Sob o ponto de vista da terceira definição, pode-se identificar a saúde como a

capacidade psicofisiológica para o exercício ativo do próprio indivíduos para sua

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realização na vida. Entende-se, de acordo com essa concepção, que, dentro do complexo

dinâmico do desenvolvimento humano, no campo institucional da saúde – o setor saúde –

tem como objetivo específico a promoção, a proteção e a recuperação da vitalidade

psicofisiológica. (TEIXEIRA, 2009).

Segundo Bravo (2000), a responsabilidade da sociedade com a saúde, foi assumida

pelo Estado, com a industrialização nos países centrais, aliado ao nascimento da medicina

social na Alemanha, França e Inglaterra. A conquista de alguns direitos sociais pelas

classes trabalhadoras foi mediada pela interferência estatal, no seu papel de manutenção da

ordem social capitalista e de mediação das relações entre as classes sociais. No século XX,

esta interferência foi aprofundada, com a elaboração de políticas para o setor e o

surgimento de diversas propostas.

Para a referida autora, no Brasil, a intervenção estatal só ocorreu no Século XX,

mais efetivamente na década de 30. No século XVIII, a assistência médica era pautada na

filantropia e na prática liberal. No século XIX, em decorrência das transformações

econômicas e políticas, algumas iniciativas surgiram no campo da saúde pública, como a

vigilância do exercício profissional e a realização de campanhas limitadas. Nos últimos

anos do século, a questão saúde já apareceu como reivindicação no nascente movimento

operário.

No início do século XX, surgiram algumas iniciativas de organização do setor

saúde, que foram aprofundadas a partir dos anos 30. As alterações ocorridas na sociedade

brasileira, a partir da década de 1930, têm como indicadores mais visíveis o processo de

industrialização, a redefinição do papel do Estado, o surgimento das políticas sociais além

de outras respostas às reivindicações dos trabalhadores.

Para a aludida autora, outra década marcante para a consolidação da política de

saúde foi a década de 80, uma vez que a sociedade brasileira ao mesmo tempo em que

vivenciou um processo de democratização política, superando o regime ditatorial

instaurado em 64, também experimentou uma profunda e prolongada crise econômica.

Todavia, a transição democrática não promoveu uma efetiva conquista de acesso a bens e

serviços sociais, pois ocorreram, após 1988, principalmente, sob direcionamento

conservador não se traduzindo em ganhos materiais para parcela significativa da

população.

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Bravo (2000) explicita que as principais propostas debatidas por esses sujeitos

coletivos foram: a universalização do acesso; a concepção de saúde como direito social e

dever do Estado; a reestruturação do setor através da estratégia do Sistema Unificado de

Saúde; a descentralização do processo decisório para as esferas estadual e municipal, o

financiamento efetivo e a democratização do poder local através de novos mecanismos de

gestão – os Conselhos de Saúde. Em conjunto, tais propostas defendiam um profundo

reordenamento setorial com um novo olhar sobre a saúde individual e coletiva

O fato marcante e fundamental para a discussão da questão Saúde no Brasil,

ocorreu na preparação e realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em

março de 1986, em Brasília - Distrito Federal. Neste evento, o temário central versou

sobre: I) A Saúde como direito inerente a personalidade e à cidadania; II) Reformulação do

Sistema Nacional de Saúde, III) Financiamento setorial. Nesta conferência, a questão da

Saúde ultrapassou a análise setorial, referindo-se à sociedade como um todo, propondo-se

não somente o Sistema Único, mas a Reforma Sanitária.

Outro fato relevante nesta década foi a promulgação da Constituição de 1988, a

qual representou, no plano jurídico, a promessa de afirmação e extensão dos direitos

sociais no Brasil frente à grave crise e às demandas de enfrentamento dos enormes índices

de desigualdade social. A Constituição Federal introduziu avanços que buscaram corrigir

as históricas injustiças sociais acumuladas secularmente, todavia, incapaz de universalizar

direitos tendo em vista a longa tradição de privatizar a coisa pública pelas classes

dominantes.

Para Teixeira (1989, p.50-51), os principais direcionamentos aprovados na nova

Constituição foram:

� O direito universal à Saúde e o dever do Estado, abolindo com as discriminações

existentes entre segurado/não segurado, rural/urbano;

� As ações e Serviços de Saúde passaram a ser consideradas de relevância pública,

cabendo ao poder público sua regulamentação, fiscalização e controle;

� A Constituição do Sistema Único de Saúde integrando todos os serviços públicos

em uma rede hierarquizada, regionalizada, descentralizada e de atendimento integral, com

participação da comunidade;

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� A participação do setor privado no sistema de saúde em caráter complementar,

preferencialmente realizada com as entidades filantrópicas, sendo vedada a destinação de

recursos públicos para subvenção às instituições com fins lucrativos. Os contratos com

entidades privadas prestadoras de serviços, mediante contrato de direito público, garantem

ao Estado o poder de intervir nas entidades que não estiverem seguindo os termos

contratuais;

� A proibição da comercialização de sangue e seus derivados.

Conforme Bravo (2000), o texto constitucional inspira-se nas proposições

defendidas durante vários anos pelo movimento sanitário, embora não tenha sido possível

atender todas as demandas quando elas se confrontavam com interesses empresariais ou de

setores do próprio governo. A análise da política de saúde na década de 1980 tem como

aspectos centrais, segundo Teixeira (1989), a politização da questão saúde, a alteração da

norma constitucional e a mudança do arcabouço e das práticas institucionais.

Teixeira (1989) afirma que politização da saúde foi uma das primeiras metas a

serem implementadas com o objetivo de aprofundar o nível da consciência sanitária,

alcançar visibilidade necessária para inclusão de suas demandas na agenda governamental

e garantir o apoio político à implementação das mudanças necessárias. A alteração da

norma constitucional ocorreu no processo constituinte com toda a articulação e

mobilização efetuada, tendo como resultado um texto que incorpora avanços para a política

de saúde, que congrega grande parte das reivindicações do movimento sanitário. Ao

analisar o referido processo, muitos autores e lideranças de entidades consideram que

nenhum outro setor obteve melhor desempenho e alcançou propostas tão coerentes e

compatíveis com as reivindicações apresentadas pelo movimento em prol do Setor da

Saúde.

Para a referida autora, a mudança do arcabouço e das práticas institucionais foi

realizada através de algumas medidas que visaram o fortalecimento do setor público e a

universalização do atendimento; a redução do papel do setor privado na prestação de

serviços à Saúde; a descentralização política e administração do processo decisório da

política de saúde e a execução dos serviços ao nível local, que culminou com a criação do

Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), em 1987, e depois, em 1988, SUS

(Sistema Único de Saúde). Este último representou um passo mais avançado na

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reformulação administrativa do setor. A autora afirma que estas medidas tiveram, no

entanto, pouco impacto na melhoria das condições de saúde da população, pois ocorreram

sérias falhas em sua operacionalização.

Na década de 1990, pouco se avançou no alcance dos objetivos consignados na

Constituição Federal e na implantação da nova forma de organização do Sistema de Saúde

estabelecida nas legislações aprovadas (Leis 8080 e 8142). As Leis Orgânicas (BRASIL,

1999), dotaram o país de uma legislação moderna, socialmente avançada e citada e

internacionalmente como modelo. Porém, na contemporaneidade o Brasil vivencia um

contexto de políticas neoliberal, em que se apresentam vários desafios para a implantação e

implementação de um sistema público universal que possa prestar serviços de qualidade a

toda a população brasileira. Dentre os principais desafios destacam-se: o desafio da

universalização; o desafio do financiamento; o desafio do modelo institucional; o desafio

do modelo de atenção à saúde; o desafio da gestão do trabalho no SUS; o desafio da

participação social.

Por outro lado, a introdução de novas tecnologias, especialmente nos últimos anos,

também tem propiciado uma mudança acentuada no modelo de atendimento com redução

da permanência em hospitais, com o crescimento do atendimento ambulatorial mais

complexo e com a introdução de novas formas de atendimento.

2) Tecnologias: apreensão de seu significado teórico-prático

A discussão sobre Tecnologias é central neste estudo, visto que o objetiva-se

identificar a gestão da Tecnologia da Informação (TI) em hospitais, visando mapear as

necessidades e demandas vigentes. Para tal busca-se fazer uma breve discussão relativa à

base teórica sobre Tecnologia apresentando diferentes abordagens.

Castells (apud NOGUEIRA, 2007) parte do entendimento que a tecnologia é o

elemento de mediação entre a força de trabalho e a matéria-prima no processo de trabalho,

que envolve o uso dos meios de produção para agir sobre a matéria utilizando energia,

assim como, conhecimentos e/ou informação

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Sob outro prisma conceitual, Vargas (1983 apud COELHO, 2011, p. 89),

compreende a tecnologia como “um conhecimento formalizado - oriundo da ciência, das

técnicas existentes ou de disciplinas que lhe são próprias -, orientando para um fim prático

e sujeito a normas e critérios estabelecidos pelas relações sociais e econômicas existentes,

sendo determinante o critério econômico-contábil”.

Segundo Coelho (2011), a discussão do conceito da Tecnologia e suas diversas

abordagens apontam o caráter contraditório e complexo dessa discussão. Igualmente,

entende-se que, para apresentar o mesmo, é necessário refletir sobre processo histórico de

afastamento do homem da natureza, a partir da tecnificação do homem e de seu ambiente,

processo decorrente da assimilação da técnica dos artesãos pela revolução industrial, o que

propiciou a interface entre Ciência e Tecnologia.

Conforme alguns estudiosos da temática (VARGAS, 1983; FIGUEIREDO, 1989;

COELHO, 2011), a história da tecnologia inicia quando os homens passam a criar relações

de trabalho utilizando os recursos naturais. A Revolução Industrial, no século XIX, foi um

momento histórico que alavancou o avanço tecnológico para a atividade produtiva,

consolidando a união entre conhecimento técnico e científico para legitimar os interesses

lucrativos do Capital.

A terceira Revolução Industrial causou uma grande revolução na utilização dos

instrumentos tecnológicos, ampliou a capacidade intelectual e mental do homem. Segundo

Otterloo (2010, p. 17), “Foi na chamada terceira revolução industrial (século XX) que

ocorreu o desenvolvimento tecnológico associado à informática, engenharia genética e

novas fontes de energia.” Os seres humanos mudaram sua forma de relacionar-se com a

realidade e a natureza.

Com base nos estudos já realizados em torno da temática da tecnologia, entende-

se que a tecnologia não é neutra, pois incorpora em seu cerne as contradições presentes nas

relações sociais e atuam fortemente em mudanças no plano da sociedade, seja nos seus

princípios, seja nas relações sociais e de trabalho. Segundo Figueiredo (1989, p. 7),

tecnologia é “[...] multiplamente condicionada por necessidades econômicas, culturais,

sociais e políticas, assim como o sujeito que a produz e/ou consome é sócio-historicamente

determinado. [...]”. Coelho (2011) explicita que ao ser criada uma nova tecnologia há

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inúmeros determinantes que a caracterizam e a direcionam para determinado público e com

determinado objetivo, tais como: ideológica, política, social, econômica e cultural.

De acordo com Barbalho (2009, p. 22-23), a tecnologia pode ser tipificada ou

subdividida em: tecnologia aplicada, tecnologia social, tecnologia emergente, tecnologia

do futuro, tecnologia de base, tecnologia de chave e tecnologia auxiliar, conforme

discriminação da citação a seguir:

Tecnologia Aplicada – É a utilização da tecnologia de modo correto para

adquirir novos conhecimentos em função de um objetivo pratico especifico a

uma área particular;

Tecnologia Emergente – Consiste na primeira etapa da aplicação e, portanto,

representa um alto grau de incerteza. São novos produtos ou serviços de

lançamento recente, ou em fase de teste e com previsão de lançamento, no

mercado consumidor;

Tecnologia de Chave – Contribui decisivamente para a competitividade da

empresa já que é facilmente aceita pelo mercado. Em certas ocasiões constitui

um elemento diferenciador da empresa, visto que às vezes é chamada de

tecnologia diferenciadora. Ela deve ter a capacidade de atuar estruturalmente

sobre a competitividade e a atratividade;

Tecnologia de Base – É necessária, mas não é suficiente para assegurar a vida

da empresa. É uma tecnologia de chave em fase de envelhecimento e,

conseqüentemente, está disponível no mercado em qualquer empresa do setor;

Tecnologia Auxiliar – É conveniente, mas não imprescindível para a vida da

empresa;

Tecnologia do Futuro – São as que possuem grande potencialidade de se tornar

parte da vida cotidiana em um futuro próximo. Razoavelmente fácil de prever

por se constituírem um processo que apresenta um grande salto tecnológico para

emprego posterior.

Tecnologia Social – Compreende produtos, técnicas ou metodologias

reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem

efetivas soluções de transformação social.

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Sendo assim, entende-se que a tecnologia desempenha um papel extremamente

importante nos processos de mudanças sociais, haja vista que “determinam posições e

condutas dos atores; condicionam estruturas de distribuição social, custos de produção,

acesso a bens e serviços; geram problemas sociais e ambientais; facilitam ou dificultam a

sua resolução” (THOMAS, 2009, p 25).

Os efeitos e consequências do uso de determinada tecnologia vão depender de sua

utilização, objetivos e por quem está sendo direcionada. De acordo com Otterloo (2005, p

24), a tecnologia deve ser utilizada para geração de inclusão social, considerando o “[...]

diálogo entre sujeitos e entre teoria e prática e a perspectiva da transformação social [...]”,

incluindo mudanças não somente no Estado, mas em todas as esferas da vida humana.

Na década de 70, a inovação passou a ser vista como referência obrigatória em

todos os campos do conhecimento. Nas décadas que se sucederam o tema ganhou

centralidade passando a englobar diversos temas correlatos e termos associados, tais como:

criatividade, empreendedorismo, tecnologia, entre outros. No contexto mundial, alcançou

significativos avanços, tanto no setor produtivo como fator preponderante para a

competitividade, quanto no campo acadêmico-científico formando a tríade Ciência,

Tecnologia & Inovação (C,T&I).

No bojo da Terceira Revolução Industrial formou-se uma intricada rede de atores,

instituições envolvidas em atividades de P, D&I, instituindo-se um processo

multicomplexo sob diversos aspectos. O caráter interativo crescente dos elos entre C,T&I

na contemporaneidade permite desvendar o processo inovativo como multideterminado -

em contraposição à concepção linear (Science Push) – cuja direção não pode ser

determinada a priori mas entendida como construção histórico-evolutiva na qual se

estabelece a conjunção de fatores variados e de pesos relativos diversos de acordo com o

setor e/ou área de aplicação, ou forma de entrelaçamento entre as diferentes áreas

disciplinares.

A relação entre C,T&I constitui-se como processo de mútua causalidade (feedback)

no qual a interdependência entre ambos se expressa no âmbito do processo produtivo em

geral. Contudo, esta incorporação não se faz de forma imediata e mecânica, mas

considerando a manifestação e interposição neste contexto, de um conjunto de mediações e

intermediações. Partindo desta premissa pode-se compreender que o investimento em

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tecnologia implica, de forma indireta, em Ciência (e vice versa) e que a P,D&I conduz,

seja por qual trajetória, em resultados que vão desembocar no processo produtivo.

O processo inovativo enquanto circunstância complexa e que, não raro, envolve um

montante significativo de custos, encontra-se no centro do processo competitivo, no qual se

capacita como elemento que impulsiona a concorrência e os esforços de P,D&I (interação

entre C,T&I na dinâmica intercambiante entre pesquisa básica, pesquisa aplicada e

desenvolvimento experimental). Neste sentido, o processo inovativo não depende de uma

única vertente, dependerá em ultima instância do ambiente seletivo, enquanto trama de

relações e determinações.

A realização de atividades de P, D&I, em vista do nível de complexidade e dos

elevados custos, bem como do intercâmbio necessário de saberes, não comporta sua

internalização por um único grupo, requerendo a formação de redes de pesquisa – com

formas de associação entre instituições e atores diversos.

A importância da inovação ou do progresso tecnológico a ela inerente foi retratada

teórica e empiricamente há vários anos. Nas primeiras décadas do século XX o economista

Joseph Schumpeter advogou a importância do processo de inovação para o crescimento do

produto. Já em meados do século, Robert Solow apresentou a teoria de que sem progresso

tecnológico não há crescimento sustentado do produto per capita. Assim a importância da

inovação tecnológica está na base da teoria do crescimento econômico. Portanto,

Schumpeter foi um dos primeiros estudiosos que introduziu o conceito de inovação

tecnológica no âmbito econômico, a partir de seu livro Teoria do Desenvolvimento

Econômico (1982), quando chamou de inovações ou “novas combinações” como

introdução de um novo bem, novo método de produção, abertura de um novo mercado,

conquista de novos materiais, chegando ao estabelecimento de uma nova organização.

O conceito de inovação mais difundido é originário do Manual Frascatti e do

Manual de Oslo, e adotado no Brasil na Lei do Bem (no. 11.196) que concebe a inovação

como: “a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de

novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias

incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior

competitividade no mercado”.

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A tecnologia e a inovação são vistos no bojo de um processo interativo entre

homem, organização e contexto ambiental, e relacionados a ativos invisíveis e a conceitos

evolucionários (Dosi, 1982, 1988; Edquist, 1997; Ziman, 2000; Saviotti & Nooteboom,

2000).

No contexto brasileiro, o governo através das Diretrizes Política Industrial,

Tecnológica e de Comercio Exterior (PITCE), instituiu com um dos instrumentos de

implementação dessa política, a Lei de Inovação Tecnológica, resultante de um amplo

debate, no qual colocou o conhecimento como elemento central da nova estrutura

econômica e a inovação como principal veículo de transformação do conhecimento em

valor.

A Lei de Inovação nº 10.973, de 2004, regulamentada pelo Decreto 5.563, de 11 de

outubro de 2005 estabelece medidas de incentivo à inovação e a pesquisa cientifica e

tecnológica no ambiente produtivo. A promulgação e sua regulamentação vieram a

legitimar os atos já praticados anteriormente, e com isso direcionou, principalmente,

instituições federais a constituírem políticas internas para regulação destes relacionamentos

(Lotufo, 2009). Na expressão de Lotufo (2009) a inovação, como a invenção, envolve a

concepção ou realização de uma idéia nova. Porém, para uma novidade ser caracterizada

como inovação, como está expresso na Lei de Inovação, a mesma deverá estar

industrializada, inserida no mercado e disponível para a sociedade, seja ela na forma de um

novo produto e/ou processo e/ou serviço.

3)Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aliadas à saúde

Na contemporaneidade, a utilização de tecnologias é cada vez mais crescente e

intensa do que em qualquer outro momento da história humana. É neste contexto, em

constante transformação, que as instituições são impelidas a adotarem novas tecnologias

como ferramentas importantes no auxílio de suas operações cotidianas. A Ciência e o

desenvolvimento tecnológico são marcas da sociedade contemporânea e perpassam todas

as dimensões da vida e alcançam todos os segmentos, mesmo que de forma diferenciada.

Conhecimento e informação são elementos que em associação com o setor produtivo

tornaram-se sinônimo de poder, determinando diferenciações sociais e econômicas, tendo

em vista o acesso desigual no âmbito da sociedade.

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As tecnologias fornecem novas técnicas de produção, novas formas de controle e

comunicação, especialmente devido as facilidades promovidas pelos computadores. A

progressiva utilização das novas Tecnologias da Informação (TI) tem gerado uma

verdadeira revolução nas práticas produtivas dominantes e emergiu como um novo desafio

para os gestores nas instituições.

Os hospitais, que são instituições destinadas à prestação de assistência à saúde,

estão envolvidos nessa realidade e a comunicação se coloca como um instrumento

importante na construção de um novo paradigma de relacionamentos com seus públicos,

sustentado nos valores democráticos e humanos.

No contexto atual, devido o aumento de investimentos na área da saúde, tanto no

cenário internacional quanto nacional, é possível verificar a crescente utilização das

tecnologias de informação e comunicação aplicadas à saúde. Conforme Ammenwerth, Iller

e Mahler (2006 apud BRASIL, 2009) evidenciam de forma clara e objetiva, a necessidade

global do apoio das TIC na área da saúde, os autores indicam que a introdução de TIC

pode transformar radicalmente as organizações de saúde e os resultados e funcionamento

dos cuidados de saúde e acrescentam que a utilização das modernas TIC podem auxiliar os

profissionais de saúde para aumentar a eficiência e efetividade dos serviços oferecidos em

ambientes hospitalares.

Conforme Brasil (2010), o conceito de TIC agrega em si o potencial de

maximizar: a eficiência dos cuidados de saúde, a qualidade dos serviços prestados, a

divulgação da produção de evidência científica, o empowerment (capacitação) dos

cidadãos, o estreitamento da relação entre os profissionais de saúde e os cidadãos e a

padronização da informação disponível, entre outros benefícios.

A utilização das TIC é defendida também no relatório da OCDE (2010),

“Improving Health Sector Efficiency – the Role of Information and Communication

Technologies”, segundo o qual a utilização generalizada das TIC em Saúde pode contribuir

para a redução de custos operacionais dos serviços clínicos através do melhoramento das

tarefas e da forma como são realizadas, poupando tempo com o processamento de dados e

reduzindo a necessidade de lidar com papel e outros documentos. O que também pode

aumentar a produtividade. Esta evidencia na área da saúde depende, contudo, do contexto e

da tecnologia utilizada. (OCDE, 2010).

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Haux (2010) chama a atenção para a importância de discutir as tecnologias da

informação (TI) em saúde e aponta algumas possíveis transformações nessa área, quais

sejam:

1) a mudança de organização baseada em papel para uma organização baseada em

computadores para processamento de dados e armazenamento, assim como o aumento de

progressiva de informação e dados específicos sobre cuidados de saúde;

2) uma mudança organizacional centrada em departamentos dentro da instituição de saúde

para um sistema organizado em termos ou regionais ou nacionais;

3) a inclusão dos utentes ou “consumidores” de saúde nos sistemas de informação e não

apenas dos profissionais de saúde e administrativos;

4) a utilização dos dados dos sistemas de informação não apenas para os cuidados de

saúde, mas também para o planejamento e para objetivos clínicos e de controlo e

investigação epidemiológica;

5) a mudança de um foco primordial em questões e problemas técnicos para questões e

problemas de gestão de informação estratégica;

6) mudanças de um tratamento de dados e informação fundamentalmente quantitativa para

imagem e ou até dados ao nível molecular; a introdução progressiva de todos os avanços

tecnológicos passíveis de serem incluídos na gestão de informação em saúde.

Nesse sentido, entende-se que as TICs podem oferecer possibilidades de

racionalização dos procedimentos em todos os setores, tornando-os mais simples e seguros,

representando um instrumento para melhoria da qualidade da prestação de serviço. A

informática tornou-se uma ferramenta essencial para todas as áreas. Por outro lado, a

utilização das TIC desafiam, de modo contínuo, os sistemas de saúde nos quais são

utilizados, pois requerem recursos financeiros, humanos e materiais adicionais.

Por Sistemas de Informação em Saúde (SIS) entende-se não somente ferramentas

para as autoridades e profissionais de saúde, mas também, a constituição de sistemas de

saúde personalizados para os pacientes/utentes, tais como, o registro eletrônico dos utentes,

a telemedicina, e todo um conjunto de instrumentos de base tecnológica desenhadas para a

prevenção, diagnóstico, tratamento, monitorização e gestão da saúde do utente. O SIS são

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sistemas formais e tecnológicos utilizados (ou a utilizar), em contexto institucional na área

da saúde, para fins de prestação de cuidados de saúde ou para fins administrativos ou de

gestão, tanto em hospitais, públicos e privados, como em clínicas, consultórios, farmácias,

prestadores de serviços relacionados com exames auxiliares de diagnóstico, serviços de

enfermagem e de terapias de apoio aos tratamentos, entre outros não descritos. (BRASIL,

2010).

Nesse sentido, entende-se que as TIC são importantes instrumentos na área de

saúde. Contudo, esta requer mais pesquisas e discussão no Brasil, e em particular na

Região Norte, de modo que critérios de padronização e outros elementos sejam mais bem

definidos, principalmente para uso pelos profissionais de saúde.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesta pesquisa parte-se do pressuposto que o desenvolvimento de um trabalho de

investigação científica revela o caminho que dará suporte ao entendimento da realidade

social, isto é, o caminho que o pesquisador trilhará para concretizar os seus objetivos.

Nesse sentido, entende-se que o procedimento metodológico se constitui um dos

momentos-chave do processo de investigação, no qual o método não se limita a aplicação

de um conjunto de técnicas, mas “diz respeito a fundamentos e processos, nos quais se

apóia a reflexão”. (OLIVEIRA, 1998, p. 21).

Deste modo, apreende-se que este processo não é constituído apenas pela mera

aplicação de técnicas e instrumentos de coleta de informações, mas o mesmo extrapola o

plano técnico-operacional e possibilita articular conteúdo, pensamentos, conhecimentos e

existência na constituição de argumentos, explicação e interpretação dos fenômenos da

realidade.

Para legitimar a realização do trabalho investigativo, a pesquisa teve início com a

realização da revisão bibliográfica que serviu como base para construção do referencial

teórico e metodológico. Procedeu-se também a Pesquisa Documental obtida por meio do

levantamento documental junto às instituições que atuam na área da saúde no Estado do

Amazonas e no site do Ministérios da Saúde. Assim, após a pesquisa documental, foram

realizados os contados institucionais com alguns hospitais do Estado do Amazonas para

apresentar o projeto e obter a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) junto aos gestores das instituições alvo da pesquisa.

Após a adesão dos gestores, foram aplicados os formulários de pesquisa, os quais

subsidiaram além da caracterização da amostra, o levantamento da situação atual sobre a

gestão estratégica dos hospitais, inovação tecnológica, gestão e recursos de TICs. A

pesquisa foi realizada através de entrevistas com representantes dos hospitais que

responderam cerca de 230 questões, sendo a maioria do tipo fechada e adaptado pelo

projeto GESITI/CTI Renato Archer à realidade brasileira.

O universo da pesquisa restringiu-se aos hospitais situados em Manaus. Os critérios

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utilizados para a escolha dos 05 (cinco) hospitais foram: possuir maior porte e relevância

no Estado do Amazonas e, também, a condição de aceitarem participar do estudo.

Vale ressaltar que após a fase da pesquisa de campo foi organizado um Banco de

Dados para a organização e sistematização dos dados obtidos e, posteriormente, se realizou

a análise desses dados.

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LOCUS DA PESQUISA

Nesta parte do relatório busca-se caracterizar o locus em que ocorreu a pesquisa

através da seguinte lógica de ordenamento: uma breve caracterização da Região

Amazônica, seguida da caracterização dos Estados do Amazonas e o município de Manaus,

uma vez que os hospitais onde foram aplicados os formulários estão situados na cidade de

Manaus e recebem demandas não só do Estado do Amazonas, mas de toda a Região.

1)Breve caracterização da Região Amazônica

A Amazônia é uma região da América do Sul composta pela Bacia do Rio

Amazonas, pela Floresta Tropical e reconhecida pela rica biodiversidade, composta por

uma imensa variedade de espécies da fauna e flora. A Floresta Amazônica ocupa 61% do

território brasileiro e abrange a Bolívia, Colômbia, as Guianas inglesa e Francesa, o

Equador, Suriname e Venezuela e, ainda, os 09 Estados que compõe a Amazônia Legal, 07

da Região Norte, mais o Estado do Mato Grosso e parte do Estado do Maranhão. Nela

concentra-se 14.623.316 habitantes (IBGE 2007), ver Figura 01.

Figura 01: Mapa de satélite da Amazônia

FONTE: NASA, 2008.

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Na Região Amazônica encontra-se a maior bacia hidrográfica do mundo. Seus rios

são navegáveis em quase todo o ano. O principal é o Rio Amazonas com 6.300

quilômetros e na sua foz 400 quilômetros. O mesmo foi chamado pelo espanhol Vicente

YanezPinzon de "Mar Dulca", e batizado de Amazonas por Francisco Orelhana, navegador

que o percorreu em toda sua extensão, em 1541. O referido navegador deu ao rio o nome

de Amazonas em homenagem as presumíveis mulheres guerreiras encontrada na foz do rio

Nhamundá. O Rio Negro, Juruá, Purus, Madeira, Negro, Içá, Solimões, Uaupés e Japurá

são também rios importantes na região (Cf. Figura 02).

Figura 02: Mapa da Bacia Hidrográfica da Região amazônica

FONTE: Secretaria Executiva do Ministério dos Transportes

Características do Estado do Amazonas

O Estado do Amazonas é um dos estados que compõe as 27 Unidades da Federação

Brasileira, o qual possui uma área territorial de 1.570.745,680 km² e 62 municípios. Sua

população é estimada em 3.221.939 habitantes, os quais 1.646.602 destes encontram-se em

Manaus, a capital do Estado. Sua densidade demográfica é de 1,8 hab/km². Localiza-se na

Região Norte do país (longitude -60,03 e latitude -3,10) e é o maior Estado brasileiro em

área territorial e o segundo da Região Norte em população.

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O Amazonas possui a maior parcela da Floresta Tropical úmida, com 98% de sua

área conservada (IBGE, idem). Sua flora apresenta uma grande variedade de vegetais

medicinais dentre elas a andiroba, copaíba e aroeira. São inúmeras as frutas regionais, as

mais consumidas e comercializadas são o guaraná, o cupuaçu, o açaí, o tucumã, a castanha-

do-brasil (castanha-do-pará), o camu-camu, a pupunha, buriti e o taperebá. Seu solo é

formado de terra firme nas zonas úmidas e quentes, em que se encontram concentrados

uma grande quantidade hidróxido de alumínio e ferro, próprios para formação de bauxita e,

portanto, pobres para agricultura; e solos de várzea os mais férteis da região. O clima é

equatorial úmido, com temperatura média anual de 26,7 ºC e com variações médias entre

23,3 ºC e 31,4 ºC. A umidade relativa é de 80% e possui duas estações bem definidas:

chuvosa (inverno) e seca ou menos chuvosa (verão).

As principais atividades econômicas do Estado do Amazonas são: a agricultura com

a produção de laranja, tangerina, limão, mandioca, melancia e banana; o extrativismo

vegetal (borracha) e mineral com gás natural, petróleo calcário, gipsita, estanho e zirconita;

a pecuária (bovinos e bubalinos); e a indústria (materiais elétricos e de comunicação,

extração mineral, metalúrgica, alimentícia, bebidas e relógios), a qual é responsável por

50% do PIB do Estado do Amazonas.

A composição étnica do Estado é formada por 70,3% de pardos, 21,0% de brancos,

4,3% negros e 4,2% de indígenas e amarelos (IBGE, 2006). O Amazonas possui cerca de

103.066 indígenas, 65 etnias, correspondente a 4,0% da população do estado. Sendo o

município de São Gabriel da Cachoeira o que possui a maior concentração de indígenas,

com o contingente de 23 mil índios, em relação ao idioma mais falado no Brasil, o segundo

é o dos povos da etnia Tucanos (FUNAI, 2008).

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Características da cidade de Manaus

Manaus é a capital do estado do Amazonas, constitui-se como um dos principais

centros financeiro, corporativo e econômico da Região Norte do Brasil. A mesma é

considerada uma cidade histórica e portuária, situa-se na confluência dos riosNegro e

Solimões. Em Manaus residem atualmente 1.803 milhão de pessoas, sendo a sétima cidade

mais populosa do Brasil (IBGE, 2010). Esta cidade destaca-se pelo seu patrimônio

arquitetônico e cultural, com numerosos templos, palácios, museus, teatros, bibliotecas e

universidades. É localizada no extremo norte do país, a 3.490 quilômetros da capital

federal, Brasília.

Manaus foi fundada em 1669 com o forte de São José do Rio Negro. Foi elevada a

Vila, em 1832, com o nome de Manaus, que significa "Mãe dos deuses", em homenagem à

nação indígena dos Manaós sendo legalmente transformada em cidade no dia 24 de

outubro de 1848 com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro. Somente em 4 de

setembro de 1856 voltou a ter seu nome atual e ficou mundialmente conhecida no começo

do século XX, na época áurea da produção e comercialização da borracha natural (Hévea

Brasiliensis).

A área da cidade de Manaus é 11.401 km², representando 0.7258 % do estado do

Amazonas, 0.2959 % da Região Norte e 0.1342 % de todo o território brasileiro. Desse

total 229,5040 km² estão em perímetro urbano. Abriga a universidade mais antiga do

Brasil, a Universidade Federal do Amazonas, fundada em 1909.

Manaus divide-se em sete regiões: Norte, sul, centro-sul, leste, oeste, centro-oeste e

a rural.

Figura 03: Mapa da cidade de

Manaus por zonas.

FONTE: Prefeitura de Manaus, 2011.

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A região leste da cidade é a maior em extensão territorial e a segunda mais

populosa, com aproximadamente 406.044 habitantes. Porém, é a região norte da cidade que

possui o maior índice de crescimento populacional e habitacional nos últimos anos, além

de possuir o maior bairro da cidade, a Cidade Nova. A região centro-sul é a de maior renda

per capita, abrigando grande parte dos centros comerciais da cidade. Também é a menor

região da cidade em extensão territorial.

Em 1991, a região da cidade que concentrava o maior número de domicílios era a

zona sul, principalmente os bairros do Centro, Educandos, Aparecida, Colônia Oliveira

Machado, Crespo, São Lázaro e Betânia. A zona oeste ficava em segundo lugar, com

destaque para os bairros da Compensa, São Raimundo, Santo Antônio e Glória. É

importante considerar que a zona sul é a área de ocupação mais antiga da cidade, além de

abrigar a Zona Franca de Manaus. A partir do ano 2000, a situação passou por mudanças.

A zona leste passou a ocupar o primeiro lugar em relação ao total de domicílios, seguida

pela zona norte - que apresentou o maior percentual de crescimento no período analisado

(183 %) - e pela zona sul, que cresceu apenas 9,34 % no mesmo período. Hoje, bairros da

zona norte e zona centro-sul concentram o maior número de crescimento domiciliar, com

destaque para os bairros de Parque 10, Cidade Nova, Amazonino Mendes e Nova Cidade.

(Cf. Quadro 01)

Subdivisões de Manaus

Localização População Nº de bairros

Zona est. de 2008 Bairros (somente oficiais)

Norte' 554.723 12

Sul' 317.582 18

Centro-Sul 153.694 6

Oeste 218.485 13

Centro-Oeste 141.068 6

Leste 555.649 13

RESULTADOS E DISCUSSÕES

QUADRO 01: Subdivisões de Manaus por zonas e bairros.

FONTE: Prefeitura de Manaus, 2011.

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A caracterização do locus da pesquisa permite contemplar o cenário complexo

que domina esta região. Tendo em vista que o aumento da exploração dos recursos naturais

(atividade intensiva das populações humanas), a extinção de várias espécies de fauna e

flora resultaram em:

1. expansão da malária na fronteira amazônica;

2. recrudescimento de doenças transmissíveis (tuberculose, hanseníase – 8,5/10.000

hab, mais elevado do Brasil e 2º. do mundo);

3. maior incidência de doenças respiratórias, cardiovasculares e do sistema nervoso;

4. aumento na ocorrência de doença de Chagas, leishmaniose entre outras.

Estes e outros problemas podem ser apontados como resultado do modelo de

desenvolvimento de uso dos recursos pelo aumento no esforço de pesca, extração de

madeira, destruição das matas ciliares, poluição mercurial dos rios, aumento do uso de

agrotóxicos, etc. – em decorrência da perturbação dos ecossistemas e da condição de

desigualdade social (exclusão social).

A situação de atendimento à saúde, por via dos serviços hospitalares, requer uma

abordagem centrada nas condições objetivas e materiais que estas instituições possuem

para realizarem uma adequada prestação de atendimento aos cidadãos. Neste estudo são

focalizadas as TIs.

Contudo, a discussão centrada apenas nas condições de difusão e massificação de

tais Sistemas e Tecnologias da Informação podem limitar as possibilidades de

compreensão das questões críticas do ponto de vista social, cultural e político que envolve

a região, caso se desconsidere as especificidades socioculturais da região e a dimensão

humana nela envoltas. Superando-se esta possível dicotomia, ter-se-á um campo bastante

fértil para o desenvolvimento da gestão na área da saúde. A possibilidade de superação

desta dicotomia está amplamente demonstrada nos estudos de Laurindo (2002); Balloni

(2010); Baggio, Erdman e Sasso (2010); Bettinelli (2002); Meyer (2006), entre outros.

Nestes estudos, afirma-se que o uso da tecnologia deve estar atrelado à satisfação

de necessidades humanas, e o ser humano, seu criador, deve buscar aperfeiçoá-la para o

seu beneficio e da coletividade, como forma de cuidado. Levando-se em consideração esse

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necessário cuidado, os SIs e TIs se configuram como procedimentos gerenciais e

tecnologias indispensáveis para a gestão de qualquer ramo de atividade humana.

No entanto, a base de todo este complexo sistema é a informação que, de acordo

com Ghedini, Testa e Freitas (2008), é um dado que tem significado ou utilidade para o

destinatário, ou seja, são dados processados para uma forma que tenha significado para o

receptor, alterando as suas expectativas ou a sua visão sobre as alternativas que estão

disponíveis; o Sistema de Informações é o conjunto interdependente das pessoas, das

estruturas da organização, das tecnologias de informação [Hardware e Software] dos

procedimentos e métodos que deveriam permitir à instituição dispor, no tempo desejado,

das informações de que necessita ou necessitará para o seu funcionamento atual e para a

sua evolução.

No que se refere à Tecnologia da Informação, faz-se destaque a dois conceitos

amplamente utilizados: Balloni (2010) usa o termo restringindo-o aos aspectos técnicos

como [hardware e software]; por outro lado, Reynolds e Stair (2005) utilizam o termo

baseado na coleta, manipulação e processamento de informações, relacionado aos

elementos tangíveis [hardware] e intangíveis [software, banco de dados, telecomunicações,

pessoas e procedimentos], sendo assim responsável pelo fluxo de trabalho das informações

e agentes envolvidas.

Na verdade, os dois conceitos supracitados se complementam. A tecnologia é

fundamental, porém sem o exercício de análise e construção de significados, ela se torna

cega. Nesse sentido, McGee e Prusak apud Stumpf e Freitas (1997), postulam que a

informação não se limita a dados coletados; na verdade, informações são dados coletados,

organizados e ordenados aos quais são atribuídos significado e contexto. A informação

deve ter limites, enquanto os dados podem ser ilimitados. Para que os dados se tornem

úteis como informação para a pessoa encarregada do processo decisório, é preciso que

sejam apresentados de tal forma que ela possa relacioná-los e atuar sobre e/ou a partir

deles.

A informação representa dados em uso e este uso implica usuários e, portanto, o

sistema deve identificar quem necessita de qual informação e quando, onde e como a

mesma é necessária. A concepção de um SIs, portanto, não pode ser conduzida,

unicamente, por profissionais de informática. Essa tarefa demanda alto nível de

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participação e de controle dos usuários finais. As necessidades e exigências do usuário

devem dirigir os esforços de construção do SIs.

Nesta parte do relatório serão apresentados os resultados da pesquisa tendo como

base o objetivo do estudo. Para assegurar o anonimato dos hospitais, as instituições serão

identificadas por letras.

Caracterização dos hospitais

Na pesquisa foram selecionadas 5 (cinco) hospitais, sendo 2 (dois) hospitais

universitários e 3 (três) sob administração estadual através da Secretaria de Saúde do

Estado do Amazonas. Todos os hospitais estão situados no perímetro urbano na cidade de

Manaus/AM, os quais recebem demandas de todo estado do Amazonas e, inclusive, de

outros estado da Região Norte, por serem hospitais de referência.

HOSPITAL A: Este hospital foi inaugurado em 2009 pelo governo do Estado do

Amazonas. Essa unidade de saúde é referência em Manaus para urgência e emergência de

alta complexidade para o atendimento infantil. Ao ser inaugurado o hospital, foi assinado

pelo governo um pacto pela redução da mortalidade infantil, com o apoio para 12

municípios do interior do Estado. Este hospital localiza-se no bairro São José Operário, na

zona Leste de Manaus.

HOSPITAL B: Este hospital foi inaugurado em 2008 pelo governo do Estado do

Amazonas. O mesmo é referência em cirurgia para o trauma em 14 especialidades

médicas, incluindo neurologia, cabeça e pescoço, e cirurgia vascular. Em média, são

atendidos todos os dias 680 pacientes. Esta unidade hospitalar possui atendimento em

setores essenciais como UTI, Centro Cirúrgico, Politrauma e Neurologia, serviços

avançados de diagnóstico e tratamento, como um equipamento de Hemodinâmica, o

primeiro na região norte do país, que permite angiografias e cirurgias de embolização e

máquina de hemodiálise. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o hospital oferece 30

leitos para os pacientes em estado grave ou submetidos a procedimentos cirúrgicos que

exigem acompanhamento intensivo. Atualmente o hospital dispõe de 204 leitos. Este

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RELATÓRIO TÉCNICO DE PESQUISAS DO PROJETO GESITI HOSPITALAR. PROJETO GESITI/HOSPITALAR.

RELATÓRIO TÉCNICO DE PESQUISAS DO PROJETO GESITI HOSPITALAR. PROJETO GESITI/HOSPITALAR: VOLUME I, ANO 2012.

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hospital localiza-se no bairro São José Operário na zona Leste de Manaus, a zona mais

populosa da cidade.

HOSPITAL C: Este hospital foi inaugurado em 1965 pelo governo do Estado do

Amazonas. Em 4 de fevereiro de 1983, através do Decreto n.º 6994, o governo do Estado

do Amazonas doou o hospital para a Universidade Federal do Amazonas. O hospital

passou então a ser reconhecido e denominado Hospital Universitário, para servir como

campo de estágio aos cursos da área da saúde. Atualmente o hospital dispõe de 251 leitos,

sendo que só estão ativos 151 leitos, pois o presente hospital encontra-se em processo de

reforma, ampliação e modernização. Este hospital localiza-se no Bairro Praça 14, zona Sul

da cidade Manaus.

HOSPITAL D: Este hospital é universitário, sob administração da Universidade Federal

do Amazonas, foi inaugurado em 1999. O hospital possui 02 (dois) ambulatórios, sendo

que no Ambulatório 01 dispõem das seguintes especialidades: Cardiologia, Vascular,

Neurologista, Pneumologista, Fisioterapia, Psicologia, Gastroenterologia e no ambulatório

02 dispõe de serviços de ginecologia. Também disponibiliza outros serviços tais como:

Laboratório, Serviço auxiliar diagnóstico e terapia/sadt, Radiologia, Radiologia especial,

Hemodinâmica, Medicina Nuclear. Este hospital é referencia na área de cardiologia.

Atualmente o hospital dispõe de 128 leitos. O presente hospital está localizado no Bairro

Cidade Nova II, Zona Norte na cidade de Manaus.

HOSPITAL E: Este hospital foi criado em 1986. Na época, a unidade hospitalar ocupava

uma área de 3.543 metros2 e mantinha um atendimento de 1,3 mil pacientes. Em 2009, o

hospital passou por uma reforma para ampliação de espaço, também foi criado o Instituto

da Mulher que fica ao lado do prédio principal do hospital. Atualmente, o hospital conta

com 378 leitos, distribuídos em sete pavimentos, totalizando 10 mil metros de área

construída e atende aproximadamente 15 mil pacientes durante o mês. O Hospital é

referência na Amazônia Ocidental, principalmente no tratamento de pacientes vítimas de

queimaduras e hemodinâmica. No que concerne ao Instituto da Mulher, a unidade conta

com cinco pavimentos, com área ginecológica, 56 leitos, Pronto-Socorro (destinada ao

atendimento de emergências caracterizadas por patologias hemorrágicas e dolorosas), e

uma Clínica Ginecológica, para atendimento de doenças ginecológicas clínicas e

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cirúrgicas, como cistos de ovário, miomas uterinos, entre outros. O complexo também

conta com uma maternidade de 76 leitos; uma unidade de Terapia Intensiva Adulto, com

15 leitos, 8 leitos para pré-parto e quatro leitos para recuperação pós-anestésica.

Atualmente o hospital dispõe de 376 leitos ao todo. O hospital Localiza-se no bairro Nossa

Senhora das Graças, zona Centro-sul na cidade de Manaus.

Todos os hospitais demonstram interesse em atender as manifestações de

preocupações do cliente através do Serviço Social em interação com as demais gerencias,

do foco na qualidade do atendimento clínico psicológico, social, farmacêutico, da

ouvidoria do hospital e do atendendo às demandas dos usuários. A partir da pesquisa foi

possível identificar que os hospitais possuem características distintas, tanto em infra-

estrutura quanto ao quadro de funcionários e atendimento aos usuários. Vale ressaltar

também, que nos últimos cinco anos, todos os hospitais pesquisados passaram e/ou estão

passando por algum tipo de reforma e ampliação de suas capacidades e modernização de

suas instalações. No que concerne à abrangência dos atendimentos dos hospitais, todos os

hospitais responderam que atendem demandas da cidade de Manaus e do Estado do

Amazonas e somente 02 hospitais, C e D, responderam que atendem também demandas de

fora do Estado.

Recursos Humanos

HOSPITAL A: Este hospital possui atualmente 349 funcionários. O Quadro de diretores

do hospital é composto por 5 diretores, sendo 1 Diretor Geral, 1 Diretor Administrativo-

Financeiro, 1 Diretor Clinico-Médico, 2 Diretores de Recursos Humanos e Tecnologia da

Informação. Quanto às necessidades de formação complementar foram oferecidos cursos

de qualificação/treinamento, como o I Seminário de Gestão e Liderança, Informática

Básica e Avançada e Educação Continuada na área da Enfermagem. Nesse hospital, os

cursos de capacitação são oferecidos a partir dos resultados de eficácia e eficiência de cada

processo de pesquisa de necessidades junto às lideranças do hospital. A pesquisa realizada

apontou que nos últimos 2 anos, a proporção média de colaboradores que tem sido

treinada, é de 20% nos cargos de alta direção, 50% nos cargos gerenciais, 50% de

profissionais supervisores, acima de 50% de profissionais da administração e acima de

50% de profissionais dos principais processos hospitalares.

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HOSPITAL B: Para propiciar um suporte à ampliação do hospital, o Governo do Estado

reforçou o quadro de pessoal e promoveu capacitação focada na qualidade e humanização

do atendimento. Foram contratados, em 2010, 147 servidores aprovados no concurso

público da Secretaria de Estado da Saúde (SUSAM), elevando para 786 o total de

funcionários. O quadro de diretoria é composto por 5 médicos: 1 Diretor Presidente, 1

Diretor Administrativo-Financeiro, 1 Diretor Clinico-Médico, 2 Diretores de RH e TI. O

quadro funcional é formado por mais 11 médicos que atuam no hospital, compondo o

quadro de colaboradores do hospital nos serviços oferecidos. A pesquisa realizada

evidenciou que nos últimos 2 anos, a proporção média de colaboradores que tem sido

treinada, é de 20% nos cargos de alta direção, 50% nos cargos gerenciais, 50% os

profissionais supervisores, acima de 50% os profissionais da administração e acima de

50% os profissionais dos principais processos hospitalares. Para a qualificação técnica dos

profissionais foi oferecido treinamento para as lideranças e corpo técnico, o I Seminário de

Gestão e Liderança. Essas capacitações são desenvolvidas a partir dos resultados de

eficácia e eficiência de cada processo e também da pesquisa de necessidades junto às

lideranças do hospital.

HOSPITAL C: Este hospital possui 913 funcionários, a Diretoria é composta por 01

Diretor-Geral, 01 Vice Diretor, 01 Coordenador da área clínica, 01 Coordenador de ensino

e pesquisa, 01 Gerente de Apoio Operacional, 01 Gerente de Apoio Administrativo.

Quanto ao grau de formação dos funcionários: 190 funcionários possuem ensino

fundamental, 408 deles cursaram o ensino médio e 315 possuem nível superior. Em relação

à área de formação destes profissionais, foram identificados: 1 administrador de empresas,

160 médicos, 1 analista de sistemas, 1 engenheiro, 75 enfermeiros, 163 possuem outras

formações como: farmacêuticos, assistentes sociais, fisioterapeutas, professores de

educação física e psicólogos. Conforme a pesquisa realizada, este hospital oferece

qualificação profissional aos seus funcionários. Para a capacitação desses profissionais é

realizada a partir da pesquisa de necessidades junto às lideranças, cujo processo de

formação é realizado em módulos, na própria instituição, com instrutores externos e cursos

(EAD ou presencial) em instituições reconhecidas no mercado.

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HOSPITAL D: Este hospital possui atualmente 505 funcionários. Este hospital no que

tange à composição de sua diretoria, a mesma é formada por 2 Diretores, sendo: 1 Diretor-

Geral e 1 Diretor Clinico-Médico. No quadro funcional constam mais de 11 médicos que

atuam no hospital, compondo o quadro de colaboradores do hospital para prestação do

conjunto dos serviços oferecidos. Para aprimoramento profissional do corpo técnico busca-

se promover a qualificação, com apoio de instituições reconhecidas no mercado; tais

capacitações são realizadas em forma de cursos (EAD ou presencial). O estudo permitiu

perceber que nos últimos 2 anos, a proporção média de colaboradores que tem sido

treinada, é de apenas 20% referente aos cargos gerenciais e de 20% aos profissionais dos

principais processos hospitalares.

HOSPITAL E: Este hospital possui atualmente 1.869 funcionários. A organização

funcional do hospital é composta por 3 Diretores, com os seguintes cargos: 1 Diretor-

Geral, 1 Diretor Administrativo-Financeiro, 1 Diretor Clínico-Médico. A base de formação

dos funcionários deste hospital destaca-se o fato de 101 deles possuírem ensino

fundamental e 921 possuírem ensino médio, não tendo sido relacionados profissionais que

possuem ensino superior. Para capacitação/instrumentalização da equipe técnica registrou-

se o oferecimento de cursos de Informática Básica e Avançada e de Educação Continuada

na área da Enfermagem. Os treinamentos foram oferecidos por meio dos Cursos (EAD ou

presencial) por instituições credenciadas no mercado. Quanto à análise da proporção média

de colaboradores que tem sido treinada, não houve resultados expressivos. No quadro

funcional do hospital atuam mais de 11 médicos, no exercício da atividade fim da

instituição.

Gestão Estratégica do hospital

Quanto a realização de Planejamento Estratégico (PE) no hospital C e D é

desenvolvido um PE que envolve a Diretoria Gerencial e a Supervisão. Esse plano é

revisado no hospital C, num período superior a 24 meses, e no hospital D num período

entre 06 e 12 meses. Por serem hospitais universitários, as estratégias são elaboradas em

ambos os hospitais para promover o ensino, a pesquisa e a extensão no âmbito das ciências

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da saúde e correlatas, por meio da assistência a saúde, com finalidade ética e

sustentabilidade, em integração com o Sistema Único de Saúde – SUS.

Os Hospitais A, B, C, D e E não usam Balanced Scorecard (BSC). A direção

informa que os profissionais conhecem as novas tecnologias relacionadas ao seu negócio e

informam-se sobre novas tecnologias através de revistas, participando de feiras e

congressos, viagens ao exterior, consultorias e internet. Acreditam que a inovação

tecnológica traria um aumento da produtividade, uma melhoria na qualidade e na imagem

dos hospitais, tanto que se indica o interesse em investir nesta direção.

Inovação Tecnológica

De acordo com as informações obtidas na pesquisa a diretoria dos Hospitais A, B,

C, D acredita que o desempenho competitivo do hospital melhoraria com o uso intensivo

da Tecnologia da Informação. Somente a diretoria do Hospital E é que não acredita nas

possibilidades de melhoria de desempenho por essa via.

Em relação ao uso da Tecnologia da Informação como instrumento que agrega

valor aos serviços prestados pelo hospital, somente a diretoria do Hospital E, reconhece

que a TI possui esse papel. Enquanto as diretorias dos hospitais A, B, C e D compreendem

que o uso intensivo da Tecnologia da Informação é visto não apenas como um fator de

agregação de valor, mas também como elemento de disseminação rápida de informação

que contribui para a melhoria da performance/desempenho do hospital.

Quanto à existência de dificuldades financeiras para investimento em Tecnologia

da Informação, nos Hospitais A e B não há esta dificuldade. No entanto, no Hospital C não

há orçamento para T.I., no Hospital D o sistema de gestão atuante no hospital é

considerado de elevado custo mensal e no Hospital E a diretoria não soube informar.

No que se refere ao nível de qualificação do seu pessoal (tanto

funcionários/carteira assinada como colaboradores), a diretoria dos Hospitais A, B e D

relataram que a mesma é suficiente para empreender a implantação de Tecnologias de

Informação, enquanto que a diretoria dos Hospitais C e E relataram que a qualificação dos

Recursos Humanos é insuficiente para atuar na implantação de Tecnologia da Informação.

De acordo com as informações obtidas no estudo, nos hospitais A, B e D existe um

processo de qualificação dos seus servidores para a implantação de Tecnologia da

Informação/Internet.

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Em relação aos mecanismos para o monitoramento de elementos do ambiente

externo, somente os Hospitais A e B buscam implantar novas tecnologias, relacionadas aos

interesses dos clientes e estratégias de hospitais concorrentes, quais sejam:

1) Participação de feiras, Congressos, Eventos, entre outros.

2) Participação em Redes de Inovação.

Vale destacar, que os Hospitais A e B registraram que o maior interesse destas

instituições é com a criação de mecanismos, via tecnologia, para garantir a satisfação dos

clientes com seus serviços.

Investimentos em inovação

No que se refere às áreas de maior investimento para a introdução de inovação

tecnológica, observou que todos os hospitais investem na administração hospitalar, sendo

que 03 (três) hospitais também investem em EAD, 02 (dois) hospitais investem em

Sistemas de Almoxarifado, ERP e Telemedicina e apenas 01 (um) hospital em operações e

01 (um) CRM.

Quanto ao faturamento dos hospitais em 03 anos investido em inovação

tecnológica, nos Hospitais C, D e E, o faturamento atinge em torno de 1% a 2%, já nos

Hospitais A e B alcança mais de 4%. No entanto, no que diz respeito à aspiração de

investimento dos hospitais em inovação tecnológica, em relação ao faturamento no

próximo ano, verificou-se que há uma diferença entre os interesses de investimento

pretendido, conforme pode ser observado no Quadro 02:

Hospitais A B C D E

Menos de 1% do

faturamento X

Entre 2 e 3% X

Entre 3 e 4% X X X

Mais de 4% Quadro 02: Faturamento previsto para o ano de 2011

Os principais fornecedores de produtos/serviços inovadores (% do total investido

nos últimos 3 anos) são: grandes empresas nacionais privadas, pequenas/médias empresas

nacionais, universidades públicas e PRODAM.

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Dentre os entraves à inovação tecnológica existente nos hospitais, os gestores

indicam como destaque a fatal de verbas para proceder aos investimentos desta natureza.

Apesar da dificuldade de captação de recursos financeiros, somente o Hospital C possui

parceria com entidades públicas para o desenvolvimento de inovação tecnológica. No

entanto, a diretoria dos Hospitais A, B, C, e D afirma que estão dispostos a empreender

esforços para desenvolver parcerias para a inovação tecnológica coordenado por uma

entidade pública. Inclusive foi citado pela diretoria do Hospital C que o Ministério da

Educação está preparando um projeto de TI para os hospitais universitários, no qual o

mesmo será contemplado.

Quanto ao conhecimento sobre algum tipo de financiamento, linha de crédito ou

incentivo governamental existente para investimento em inovação tecnológica, foi

observado que nos Hospitais D e E os informantes do estudo desconhecem algum

financiamento desta natureza e nos Hospitais A e B os informantes não souberam informar

estes dados.

Em relação, prioridades dos hospitais no que se refere principalmente à inovação

tecnológica, destacam se as seguintes:

Automatizar a gestão do hospital;

Utilizar mapas digitais do hospital;

Utilizar bases de dados para armazenar informações dos clientes;

Informatizar;

Digitalizar, Armazenar Imagens.

No que se refere à existência de sistema da qualidade baseado na ISO 9000, ISO

14000 ou outro similar, somente os Hospitais A e B registraram que possuem este sistema.

Dentre esses hospitais somente o Hospital B está certificado. Nos Hospitais C, D e E este

sistema ainda está em fase de implantação.

Quanto a utilização de alguma metodologia de gestão da qualidade somente os

Hospitais A, B e D indicaram possuir. No entanto, todos os informantes destacaram que

entre 2006 e 2010 cresceu muito o interesse por parte de seus gestores e de seu quadro

funcional de vir a introduzir inovações tecnológicas, mas neste período somente os

Hospitais A e B estiveram efetivamente envidando esforços para implementar arranjos

cooperativos com outra(s) organização(ões) com vistas a desenvolver atividades inovativas

em seus estabelecimentos.

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Equipamentos de Tecnologias da Informação

No que se refere a importância da aquisição de máquinas e equipamentos realizada

entre 2006 e 2010, foi observado que nos Hospitais A, B, C e E tem sido de alta relevância,

enquanto o Hospital D alcançaram um nível apenas médio de importância. No Quadro 03

estão relacionados os principais equipamentos de Hardware e no Quadro 04 apresenta-se a

relação de Periféricos (Impressoras) existentes nos hospitais pesquisados.

Hospital Quantidade de

PC

Quant. de PC

com acesso à

Internet

Quant. de PC

com acesso à

rede LAN

Quant. de PC

equipados com

multimídia

A 27 16 24 21

B 122 79 122 98

C 450 450 450 350

D 150 110 150 5

E 80 70 0 0

Quadro 03: Equipamentos existentes na área de Hardware

Hospital Laser Jato de tinta Matricial

A 4 6 2

B 0 10 4

C 59 8 5

D 30 40 0

E 1 1 1

Quadro 04: Equipamentos existentes na área de Periféricos (Impressoras)

Programas aplicativos

Os aplicativos de escritório utilizados nos Hospitais A, B, C, D, e E são os pacotes

BR.Office, Word, Access, Excel e PowerPoint. Para a manipulação de imagens, o

aplicativo utilizado é o COREL DRAW. Os hospitais não possuem aplicativos de gestão

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integrada, como sugere a Política Nacional de Informação em Informática na Saúde

(PNIIS). Apenas o hospital E possui aplicativo para a área de Contabilidade, utilizando o

software ACP. Estes hospitais utilizam o Ponto Digital de acesso à rede LAN e, somente o

Hospital E possui programas de aplicativos na área de Recursos Humanos. Os Hospitais A,

B, D e E possuem programas na área de Compras/Venda utilizando o software E-

COMPRAS. Quanto ao Controle de Estoque os hospitais utilizam os programas AJURI e

REQUISIÇÕES. Na área de Gestão de Ativos, apenas o hospital E utiliza aplicativo,

sendo utilizado o software ACP, o hospital D não informou se utilizava algum aplicativo.

Na área de composição de custos e determinação de preços os hospitais A, B, C e E não

utilizam ou possuem nenhum tipo de aplicativo; o hospital D não informou se possuía

algum tipo de programa.

Os Hospitais A e B, que utilizam o pacote BrOffice com os aplicativos de

escritório, não informaram se possuem aplicativos de manipulação de imagem. Os

Hospitais A, B, D e E indicaram que utilizam os softwares VIDA, HYGIA-WEB e

SISTEMA INFOSAUDE na área de gestão empresarial.

Os hospitais públicos informaram que utilizam programas de aplicativos para

utilização em escritórios baseados em Software Livre atendendo a uma das diretrizes do

PNIIS. Face ao quadro atual enfrentado pelo setor público é possível inferir que o uso de

Software Livre apresenta-se como uma alternativa viável para a Administração Pública em

geral, tendo em vista que há inúmeros programas que oferecem recursos técnicos similares

aos Softwares Proprietários, além de proporcionar uma inegável economia, tendo em vista

que não é preciso pagar pelo Software, ficando necessário apenas um investimento em

treinamento pessoal e no repasse de conhecimentos da tecnologia.

Em contraste ao Hospital D e E, nos Hospitais A, B e C, observou-se que o número

de softwares aplicativos utilizados é baixo frente à demanda existente. Entretanto, nenhum

dos Hospitais consultados nesta pesquisa possui programas aplicativos na área de gestão

integrada. Tal fato gera uma defasagem comparativa, em relação a outras instituições,

posto que a utilização de Sistemas de Informação Hospitalares (SIH) integrados permitiria

um controle ágil e flexível, além de otimizar tempo por evitar a repetição de atividades e

desperdício no andamento dos processos e dispêndio de esforços físicos e de ocupação de

pessoal. É importante considerar que os referidos recursos operacionais também poderiam

permitir a integração dos dados com resultados que refletiriam em maior rapidez na análise

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dos mesmos, transformando-os em informações estratégicas e, algumas situações

imprescindíveis para tomada de decisão.

Base de dados

Na constituição de suas bases de dados, os Hospitais A, B, e D possuem Data

Warehouse. A estrutura da base de dados dos Hospitais A, B, e D é centralizada e os

Hospitais C e E não utilizam um software para gestão de base de dados. Nos Hospital A e

B, os departamentos utilizam as bases de dados, com exceção dos departamentos Fiscal,

Centro Cirúrgico, Laboratório Clínico, Comunicação/Marketing, Comercial, Registro

Médico (software integrado), Apoio Ancilar (lavanderia, esterilização) e Centro

Diagnóstico que não possuem. Os hospitais C e E não utilizam as bases de dados; o

Hospital D não utiliza a base de dados, com exceção do departamento financeiro que

utiliza.

Os dispositivos de armazenamento utilizado pelo Hospital E é o RAID, já os

demais Hospitais A, B, C e D não souberam informar. O período para investimentos do

Hospital A e B é de aproximadamente 3 meses. Os sistemas operacionais utilizados pelos

Hospitais C, D e E são a plataforma Windows e os Hospitais A e B indicaram que utilizam

outros sistemas operacionais, mas não informaram quais. Os serviços de outsourcing e

serviços nos Hospitais A, B e E são: Telecomunicações. Enquanto nos Hospitais C e E,

são: Serviço de Segurança; e o Hospital E possui o serviço de Consultoria, Serviço de

Rede/Dados e Processamento. Todavia em relação à previsão para investimentos nestes

dispositivos não foi indicado pelos informantes.

Redes, Segurança e Telecomunicações

HOSPITAL A: Este hospital possui as seguintes Tecnologias de Redes: Serviços de

Segurança de Rede, LAN, Serviços de Rede, Switches, Acesso Remoto/Wi-fi e Roteadores.

Registrou-se a informação de que há uma previsão de três meses para que novos

investimentos em Tecnologias de Redes sejam aportados. Quanto às Tecnologias de

Segurança foi indicada a utilização de: Software de Antivírus, Segurança com logon único,

Softwares de Segurança de Redes e Software de Firewall. A previsão para novos

investimentos em Tecnologias de Segurança, embora estejam previstos para acontecerem

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em três meses, porém, não foi listada nenhuma Tecnologia em Telecomunicações no

hospital e não há uma previsão para novos investimentos nessas Tecnologias.

HOSPITAL B: Este hospital possui as seguintes Tecnologias de Redes: Serviços de

segurança de rede, LAN, Serviços de Rede, Switches, Acesso Remoto/Wi-fi e Roteadores.

Há uma previsão da instituição em promover novos investimentos nos próximos três meses

em Tecnologias de Redes. Quanto às Tecnologias de Segurança são utilizadas: Software de

Antivírus, Segurança com logon único, Softwares de Segurança de Redes e Software de

Firewall. Porém, não foi listado nenhuma Tecnologia em Telecomunicações utilizada no

hospital e não há uma previsão para novos investimentos nessas Tecnologias.

HOSPITAL C: Este hospital possui as seguintes Tecnologias de Redes: Redes sem fio e

Roteadores, bem como Sistema de Gerenciamento de Rede. Quanto as Tecnologias de

Segurança, são utilizadas no hospital Software Antivírus, Segurança com logon único e

Software de firewall. As Tecnologias de Telecomunicações que o hospital possui são:

Videoconferência/Teleconferência/Web conferência. Todavia, o hospital não tem previsão

para novos investimentos em Tecnologias de Telecomunicações.

HOSPITAL D: Este hospital possui as seguintes Tecnologias de Redes: Redes sem fio,

LAN, Switches e Roteadores. Mas, não há uma previsão para novos investimentos em

Tecnologias de Redes. Quanto as Tecnologias de Segurança são utilizadas: Software de

Antivírus, Segurança com logon único e Software de firewall. Neste hospital também não

há uma previsão para novos investimentos em Tecnologias de Segurança. Em relação às

Tecnologias em Telecomunicações presentes no hospital há equipamentos de

Videoconferência/Teleconferência/Web conferência, WAN, e IP, porém não há uma

previsão para novos investimentos para aporte de novas tecnologias.

HOSPITAL E: Este hospital possui as seguintes Tecnologias de Redes: Serviços de

Segurança de Rede, Redes sem fio, LAN, Serviços de rede, Switches, e Roteadores. Mas,

não há uma previsão para novos investimentos em Tecnologias de Redes. Quanto as

Tecnologias de Segurança são utilizadas: Software de Antivírus e Software de Firewall.

Neste hospital não há uma previsão para novos investimentos em Tecnologias de

Segurança. Outrossim, não há registros de nenhuma Tecnologia em Telecomunicações

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presente no hospital assim como também não há uma previsão para efetuar novos

investimentos para adquirir essa modalidade de tecnologia.

Gestão em TI

HOSPITAL A: Para as Soluções de Gestão em Tecnologia da Inovação (SGTI) este

hospital utiliza a Solução SGBD, mas não há um período definido para novos

investimentos em Soluções de Gestão em TI.

HOSPITAL B: Este hospital também utiliza as soluções de SGBD para a Gestão em

Tecnologia da Inovação e não há uma indicação sobre a previsão para novos investimentos

em Soluções de Gestão em TI.

HOSPITAL C: Este hospital não possui soluções em Gestão de Tecnologia da Inovação,

seus representantes não sabem informar se há a previsão de novos investimentos em

Gestão de TI.

HOSPITAL D: O representante deste hospital não informou qual/quais as soluções de

Gestão em Tecnologia da Inovação. Assim como não foi indicada nenhum previsão para

novos investimentos em Gestão de TI.

HOSPITAL E: Como Soluções de Gestão em Tecnologia da Inovação, este hospital

apresenta as seguintes soluções: SGBD, Supply Chain Management, Softwares financeiros,

Gerenciamento de banco de dados, Softwares de RH e Software de gerenciamento

patrimonial, porém não indicaram nenhuma previsão para novos investimentos de

Soluções em Gestão de TI.

Internet e Comércio Eletrônico

Hospital A - Este hospital usa computadores pessoais e internet desde 2001 e inclusive,

possui um site. Possui 2 servidores de rede. A WAP é utilizada desde 2008. Entre 50% e

60% dos servidores utilizam os terminais de computadores e/ou computadores pessoais

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regularmente, porém menos de 10% conecta-se à internet. Entre os propósitos de uso da

internet estão: busca de informações, acesso a bancos e serviços financeiros e comunicação

com autoridades públicas. A instituição não realiza um monitoramento do mercado nem

planeja o uso para informar oportunidades de contratações. Em relação à compra e venda

de bens e serviço via internet, o hospital faz uso desde 2001, deste tipo de serviço para

busca de informações em sites, recebimento de produtos digitais e obtenção de serviços

pós-venda. O hospital planeja receber produtos digitais nos próximos 5 anos, para fins

específicos como Educação à Distância [EAD] e enquetes.

Hospital B - O hospital passou a realizar transações comerciais via internet desde 2008,

mas não possui catálogos de produtos/serviços na rede. O hospital possui uma home page.

Menos de 10% das compras foram feitas via internet, porém os pagamentos não foram

realizados no sistema on line. O informante entende que há poucos benefícios neste tipo de

mercado e afirmou que o hospital não possui um catálogo de produtos/serviços ativo na

internet; não obstante, o mesmo afirma saber da importância dessa ferramenta para

processo se negociação, obtenção de bons resultados na redução de custos, conhecimento

de fornecedores e agilidade nas negociações.

Hospital C - O hospital usa a internet desde 2008 e utiliza sistema do Governo Federal.

Utiliza a internet para compras na modalidade de pregão eletrônico. O Hospital possui uma

home page. Entre os propósitos de uso da internet foram relacionados: a obtenção de

informações, a busca de acesso aos bancos e a outros serviços financeiros e contatos

institucionais como a comunicação com autoridades públicas. No entanto, neste hospital

não é realizado nenhum tipo de monitoramento do mercado nem planejamento para o uso

voltado para informar oportunidades de contratações. O hospital faz uso da internet,

principalmente, para busca de informações em sites e recebimento de produtos digitais.

Desde 2002, o hospital em pauta possui página customizada para clientes. Utiliza a rede

para realizar enquetes desde 2001 e planeja, para os próximos 5 anos, usá-la para entrega

de serviços digitais.

Hospital D – Em relação a este item o hospital não forneceu informações.

Hospital E - O hospital usa a internet desde 2001 e não possui um site ativo e sua conexão

é do tipo XDSL. Entre os propósitos institucionais de uso da internet estão: a busca de

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informações atualizadas, acesso aos bancos e serviços financeiros e comunicação com

autoridades do setor público. O hospital não adota nenhuma modalidade de monitoramento

do mercado nem planeja o uso para informar oportunidades de contratações. No que se

refere à compra e venda de bens e serviço via internet, o informante indicou que o hospital

faz uso desde 2001 deste serviço, para busca de informações em sites, recebimento de

produtos digitais e obtenção de serviços pós-venda. A instituição não apresenta nenhum

plano de ter um site. O hospital não comprou, contratou ou vendeu produtos/serviços via

Internet em 2009.

Custos/Gastos e características do sistema implantado

No que concerne aos custos com a implantação e para operação/manutenção do

sistema de comércio eletrônico nem um dos hospitais apresentam dados a esse respeito.

Quanto ao agente financeiro que os hospitais utilizam para transação todos os hospitais

utilizam o Banco do Brasil e os hospitais A, B e E também utilizam o Bradesco. No que

tange ao nível de segurança que o sistema de Comércio Eletrônico oferece os hospitais

indicaram que utilizam Firewall. Quanto as perspectivas para o futuro, todos os hospitais

apontaram que pretendem expandir a presença na Internet, comprar melhores

equipamentos de hardware, bem como comprar softwares mais sofisticados. Em relação as

barreiras para utilização da internet a segurança foi indicado por todos os hospitais como

um item muita importância. Quanto as barreiras para a utilização de TCI, o alto custo foi

apontado por todos os hospitais como barreira bastante elevada.

Barreiras ao uso da Internet e TIC em geral

Ao tratar sobre as barreiras vigentes no âmbito institucional para o uso das TIC

num plano mais geral, os Hospitais A, B, C, e E avaliaram como sendo importante o uso de

mecanismos de segurança no uso da internet e que, para a implantação destes, são

necessários investimentos elevados. Outra barreira indicada é a ocorrência de lentidão na

transmissão e/ou recepção dos dados. Os informantes afirmaram que parte dos

colaboradores relutam para utilizar novas tecnologias e sentem dificuldade na

operacionalização do sistema. Os hospitais A e B apresentam preocupação quanto ao item

relacionado à recursos humanos, tanto no que se refere a dificuldade de contratação,

quanto à resistência no uso da TIC.

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Telemedicina

Apenas os Hospitais C e D declararam fazer uso da Telemedicina. O hospital D faz

uso na especialidade Cardiologia, além de usar tal tecnologia para EAD, teleconsultas e

tele ECG. O hospital realiza videoconferência e possui equipamento próprio, além de IP.

Os periféricos utilizados nas videoconferências são os monitores de ECG E EEG. Os

conhecimentos de telemedicina são provenientes dos programa de treinamento formal,

literatura média e mídia eletrônica. Os usos mais comuns da telemedicina são:

administrativo, diagnóstico e segunda opinião, laudos de ECG à distância e EAD. Os

softwares mais utilizados são: Skype, IPTV, Adobe Conect e Polycan PVX e o hardware é

TANDBERG MXP 6000, com 2Mb de velocidade, com interface amigável.

TeleSaúde

O Programa Nacional de TeleSaúde foi implantado em 2004, com objetivo de

desenvolver ações de apoio e assistência à saúde, melhorando a qualidade do atendimento

da Atenção Básica do SUS. A sua estratégia principal está centrada na busca pela

diminuição dos custos de saúde através da redução da quantidade de deslocamentos

desnecessários de pacientes.

Em 2008, o Hospital D passou a integrar a rede, com dois programas que até hoje

fazem parte da rotina do local. O primeiro é a Teleconsulta em Cardiologia, que, até o

momento, atende pacientes dos municípios de Parintins e Novo Aripuanã, com transmissão

via internet, com data e hora previamente estabelecidas. O segundo programa compreende

os “Laudos Eletrocardiográficos a distância”, que já atende a 31 municípios e pretende, até

o final do ano, alcançar os 62 municípios que compõem o Estado do Amazonas.

Em relação ao funcionamento deste programa, foi relatado que o paciente pode

realizar o eletrocardiograma em um hospital de um dos municípios atendidos e o exame é

enviado, via internet, ao Hospital D, hospital no qual o médico cardiologista irá dar o

diagnóstico especializado e reenviando o resultado ao local de origem, no qual se encontra

o paciente. Desde que os programas foram implantados no Hospital D, em novembro de

2008, já foram realizados 33.450 procedimentos de laudo à distância e 200 teleconsultas

em cardiologia.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados obtidos e os resultados alcançados com esta pesquisa possuem um grau

de relevância marcante para o conhecimento da realidade enfrentada pelos hospitais

estudados na cidade de Manaus. Pois, as informações fornecidas, em que pese seus limites,

trazem à luz pistas significativas que revelam diversas condições que incidem no plano do

atendimento hospitalar no estado do Amazonas. Para entender esta relevância faz-se

necessário associar os conhecimentos produzidos às condições objetivas da realidade social

na região, na qual estes hospitais estão situados e servem como referência para o

tratamento de saúde da população.

Na contemporaneidade, os Sistemas de Informação (SIs) e as Tecnologias da

Informação(TIs) constituem parte intrínseca da vida diária dos indivíduos em todos os

quadrante do mundo. A aplicação e o uso de produtos tecnológicos e biotecnológicos,

mormente as tecnologias baseadas nos sistemas computacionais ou a eles ligadas, integram

um complexo processo em permanente evolução, tanto na intensificação da sua aplicação

quanto no campo da inovação.

Avanços na informação, nas telecomunicações e na rede e sistemas alimentados

por TIs criam possibilidades aos diversos atores sociais que permitem não raro ampliar a

rede de comunicação, de informação e de acesso a conhecimentos pelos diversos grupos

sociais. Novas experiências e conhecimentos que transcendem as fronteiras das instituições

de ensino, pesquisa e de saúde têm gerado novos e intricados desafios na prestação de

serviços e no acesso a bens e sociais, uma vez que a cada momento novas e diversificadas

habilidades são requeridas para utilização destas tecnologias.

O cenário identificado desafia sobremaneira o conjunto das instituições sejam

públicas ou privadas e, de modo particular, as instituições que atuam na área da saúde.

Assim, mediante a crescente demanda por serviços de saúde, o desafio gera dilemas e

entraves de elevada complexidade para serem resolvidos. Neste domínio, uma série de

desafios e enfrentamentos foram identificados com o estudo realizado, dentre els destacam-

se: a falta de conhecimentos básicos por parte expressiva dos técnicos da área e o limitado

domínio sobre as TIs por parte do quadro funcional responsável por operacionalizar tais

tecnologias; o limitado investimento na capacitação dos colaboradores para operarem as

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TIs; o restrito investimento em novas tecnologias e em inovações tecnológicas nas

instituições estudadas.

Dentre as instituições estudadas apenas uma apresentou indicações de

operacionalizar um sistema de informação sob os marcos de uma gestão integrada e

moderna _ o hospital D. Entende-se que as TIs na cena contemporânea são mecanismos

fundamentais para que haja uma gestão hospitalar que atenda o volume e o quadro

complexo de necessidades na área da saúde. Principalmente, ao se considerar o que

preconizam Stumpf e Freitas (1997), ou seja, que as TIs fornecem os fundamentos teóricos

e os instrumentos necessários para o desenvolvimento de um Sistema de Informações

adequado às reais necessidades do ambiente hospitalar.

No entanto, a criação de condições adequadas não cabe apenas aos técnicos e

gestores envolvidos nesse processo no âmbito institucional, mas também, ao poder público

no sentido de formular e/ou implementar políticas públicas coerentes assumindo um

efetivo compromisso com os princípios norteadores da política de saúde vigente, de tal

forma que se consiga definir quais são as informações necessárias, estabelecer o processo

de informatização, envolver os usuários em todas as etapas do processo e garantir o pleno

atendimento da missão institucional da organização, nos seus objetivos de prestar

assistência médica de alta qualidade, aliada à pesquisa e ao ensino na área da saúde.

Vale ressaltar que em relação aos hospitais universitários, o formulário não

permitiu identificar o montante de pesquisas desenvolvidas pelos

médicos/docentes/pesquisadores, residentes e estudantes e estagiários. Os dois hospitais

que estão nesta categoria, na atualidade são referência em pesquisa e produção de

informações qualificadas sobre diversas questões pertinentes à saúde no estado do

Amazonas e na região Amazônica, inclusive com produção de inúmeros aplicativos e

patentes.

Mediante este quadro complexo e que requer soluções urgentes e eficazes,

entende-se a necessidade de formulação e implementação de instrumentos, mecanismos e

estratégias de mobilização e criação de condições reais para:

a) incorporação de novas tecnologias com investimentos direcionados no orçamento;

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b) ampliação do processo de socialização das informações entre os profissionais da

saúde em âmbito institucional;

c) difusão de informações pertinentes e relevantes aos usuários dos serviços de saúde

com a implantação e implementação de mecanismos de participação e controle

social e no desenvolvimento de ações preventivas de saúde;

d) investimento em capacitação e instrumentalização dos servidores na área de saúde;

e) criação de canais de comunicação para captar as contribuições via ações

participativas da sociedade;

f) e, por fim, a adoção de mecanismos e estratégias para o desenvolvimento de

inovações tecnológicas que atendam as especificidades das instituições

hospitalares para alavancar e fortalecer as lutas atuais neste setor.

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