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Da pesquisa ao ensino: os quadrinhos nas aulas de História

Natania [email protected]

Valéria [email protected]

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Quadrinhos e educação: uma história que se constrói

a cada dia.

Os quadrinhos, como toda mídia popular, tornaram-se alvo tanto do olhar inquisitório de muitos educadores como, da mesma forma, possibilitou a exploração de novas possibilidades de ensino, por meio da comunhão da imagem com o texto.

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Adolph Aizen foi o primeiro a valorizar o potencial dos quadrinhos como instrumento de ensino de História, ao dedicar parte da produção da EBAL a produção de álbuns voltados para a biografia de personagens históricos e para a reconstituição de eventos como o descobrimento, a abolição, a proclamação da república, dentre muitos outros.

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Aizen teve como estratégia a aproximação com órgãos oficiais. Enquanto produzia quadrinhos educativos, driblava a censura e podia manter a edição das comics, tão criticadas por educadores, psicólogos e pais, tidas como corruptoras da juventude.Caracterizam essas HQs, a valorização da narrativa, como podemos perceber no fragmento a seguir.

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Na década de 1980, o fim da ditadura inaugurou um novo momento para a produção de quadrinhos históricos, agora mais críticos e próximo de correntes historiográficas até então consideradas subversivas. Um exemplo desse tipo de produção é o trabalho feito pela historiadora Lilia Moritz Schwarcz.

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A produção de quadrinhos com temas históricos, além de biografias em quadrinhos tem sido um campo muito explorado na última década, disponibilizando material a ser trabalhado nas salas de aula e mesmo para pesquisas no campo do ensino de história.Com temas regionais ou globais, esses quadrinhos se tornaram aliados do professor de história, que já há algum tempo apóia seu trabalho no uso de outras mídias, como o jornal e os filmes.

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Além da produção nacional, há também a publicação de quadrinhos europeus, que cresce a cada ano, com temas da história mundial, como o “Grito do Povo”, quadrinhos de Jacques Tardi, que narra a trajetória de personagens de ficção, que contracenam com personagens reais, durante o episódio da Comuna de Paris.É bom deixar claro que quadrinhos podem ser usados nas aulas de história, mesmo quando não se tratam de quadrinhos educativos (produzidos para fins educacionais).

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Algumas orientações para o uso de

quadrinhos nas aulas de História

Praticamente todos os gêneros de quadrinhos podem ser utilizados nas aulas de história.As restrições ficam a cargo do professor, que deve ter em mente o tipo de trabalho que deseja desenvolver e os objetivos que deseja estabelecer.Assim, é necessário um planejamento minucioso. Usar quadrinhos na sala de aula pode ser mais difícil do que muitas pessoas imaginam.

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A interpretação da imagem exige um esforço maior do aluno.Em questões de vestibular, simulados ou avaliações aplicadas em sala de aula, podemos perceber que os alunos, sejam eles do ensino fundamental ou médio, têm muito mais dificuldade em fazer a “leitura” do texto conjugado com a imagem.O hábito de ler quadrinhos deve ser, por essa razão incentivado desde a infância, e recomendado aos jovens e adultos como forma de formar habilidades de leitura e interpretação.

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Sugestões de trabalho com quadrinhos em sala

de aulaUma das formas mais comuns de se utilizar os quadrinhos é através do uso de tirinhas para introdução de atividades.

A Tirinha acima pode ser usada em uma atividade sobre intolerância religiosa ou mesmo reforma protestante.

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As charges também podem ser usadas de várias formas, tanto para tratar de assuntos atuais, quanto para fazer uma ponte com o passado, ajudando o aluno a desenvolver a habilidade de estabelecer relações entre fatos e contextos diferentes.

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Sugerir a leitura de quadrinhos juntamente com os livros paradidáticos, pode ser um bom recurso em escolas onde o nível econômico permita tal atividade.Atualmente o mercado editorial disponibiliza quadrinhos paradidáticos para essa finalidade, a preços acessíveis

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Para escolas com menos recursos, periféricas ou rurais, o professor pode criar seu próprio material, na forma de tiras de jornal ou charges, reprodução de quadrinhos (xerox ou impressão) ou, o mais comum, e talvez mais eficiente: a produção de quadrinhos históricos pelos próprios alunos.

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Veja, a seguir, um exemplo de quadrinho de ficção que pode ser usado em aulas de história do ensino fundamental. Tema: Escravidão no Brasil.Dica: o professor pode scanear a história, reproduzir, ler com os alunos e desenvolver atividades a partir dela.

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Aulas sobre quadrinhos e escravidão

1. A abolição: da visão oficial a uma nova leitura da históriaObjetivo: Utilizando quadrinhos que apresentam uma versão oficial sobre a escravidão e a abolição, o professor pode abrir espaço para o diálogo entre o aluno e o objeto (documento).Público alvo: aluno do ensino médio.Material: fragmentos da revista em quadrinhos da EBAL A Libertação dos escravos em quadrinhos: Isabel, a redentora, publicada em 1970, quadrinizada por Pedro Anísio e desenhada por Eugênio Colonnese.

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Estratégia: O professor deve orientar seus alunos a efetuarem uma leitura critica do material.

- Estimular uma pesquisa sobre a obra antes de trabalhar seu conteúdo.

- Orientar para que procurem dados sobre a editora, sua história, o tipo de material que produzia e sobre os autores.

- Contextualizar a obra, analisando as razões e os objetivos da sua produção.Num, segundo momento, ,trabalhar o conteúdo, a começar pelo título da HQ.

- Trazer para a sala de aula novas visões sobre o tema, na forma de artigos ou textos complementares e promover o debate.

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Sugestão: O professor pode dividir os alunos em grupo e cada grupo ficar responsável por trabalhar um fragmento da revista. A internet é uma ferramenta para essa pesquisa, pois possibilita acesso a informações que podem não estar disponíveis nas bibliotecas das escolas ou da cidade. Com uma HQ apenas o professor de história pode fazer um trabalho onde:

· Trabalha uma fonte de pesquisa· Estimula a pesquisa sobre um determinado

tema· Resgata uma parte da memória nacional· Estimula o aluno a utilizar seu senso crítico

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2. Escravidão e abolição nos quadrinhos da Turma da Mônica

Objetivo: Trabalhar a questão da escravidão do negro e sua luta pela liberdade.Público alvo: aluno do ensino fundamental.Material: história em quadrinhos da Turma da Mônica

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EstratégiaUsar a história em quadrinhos para introduzir o tema escravidão.

1. O professor prepara a história em quadrinhos e faz sua leitura com os alunos, procurando enfatizar passagens que acredite serem as mais importantes ou interessantes.

2. Em seguida ele pode propor as seguintes atividades:

- A produção de um texto falando sobre a história em quadrinhos.

- A produção de uma história em quadrinhos pelos alunos, sobre o tema escravidão.

- Exercícios baseados na história.

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Fanzines na Escola

Rontani, o criador do primeiro fanzine do Brasil, publicou por muitos anos uma coluna chamada “Você Sabia”. Nela ele trazia várias curiosidades sobre vários temas.

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Sugestão: junto com os alunos, produza um fanzine.

1 – Divida a turma em equipes.2 – Cada equipe deverá produzir um fanzine.3 – Estabeleça critérios de avaliação, que devem

ficar bem claros já no início da atividade.4 – Estabeleça um prazo de entrega.5 – Os alunos deverão produzir fanzines em

quantidade suficiente para todos os colegas de turma, assim, ao final da atividade todos terão em mãos a produção de todos os grupos.

6 – Convide outros professores ou funcionários da escola a participarem da avaliação.

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Gibiteca: experiência de trabalho com quadrinhos

na escolaUma experiência multidisciplinar com quadrinhos, a gibiteca é um espaço onde pode-se desenvolver atividades escolares que variam de acordo com o objetivo do educador e da própria escola.Uma gibiteca é um espaço destinado ao armazenamento e divulgação de Histórias em Quadrinhos. No ensino de história, a gibiteca pode se utilizada para o desenvolvimento da:

1. Leitura2. Pesquisa3. Ludicidade

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A Gibiteca Escolar da E. M. Judith Lintz Guedes Machado, inaugurada em 18 de maio de 2007, conta atualmente com um acervo de aproximadamente seis mil gibis e atende a cerca de 700 alunos, da educação infantil ao ensino fundamental II.Gibiteca recebeu em 2008 o 3º Prêmio Professores do Brasil, oferecido pelo MEC a projetos desenvolvidos em escolas públicas

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A Gibiteca é organizada pelos próprios alunos e por funcionários da escola, por meio do trabalho voluntário.Na Gibiteca Escolar, alunos e professores têm acesso a um acervo diversificado de HQ’s, das mais atuais às mais antigas.

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Os professores são incentivados quadrinhos pois o professor leitor estimula o aluno a ler. Ao conhecerem cada vez mais o universo dos quadrinhos, os professores podem melhor compreender o próprio universo dos seus alunos/leitores e, ao mesmo tempo, ter mais segurança para usar este material na sala de aula.

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O Projeto Gibiteca trabalha positivamente a auto-estima de professores e alunos, mostrando que mesmo escolas com poucos recursos podem oferecer grandes oportunidades e estimular todos a sonharem com um futuro bem mais promissor.

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Bibliografia comentada sobre História em

QuadrinhosEnvolvido recentemente em polêmicas geradas pela leitura de algumas de seus obras por alunos do ensino regular, Will Eisner é um dos maiores mestres dos quadrinhos. Na obra Narrativas Gráficas, introduz o leitor no mundo dos quadrinhos, permitindo que ele possa entender melhor os mecanismos que regem este gênero literário.

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O prof. Waldomiro Vergueiro é um dos maiores especialistas brasileiros no uso dos quadrinhos nas salas de aula. A leitura de seus livros é essencial para professores que desejam desenvolver atividades com quadrinhos

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Outros dois autores que abordam o tema dos quadrinhos na sala de aula são DJ Carvalho e Flávio Calazans

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Muito Além dos Quadrinhos e Traça Traço Quadro a Quadro são bons livros para se aprofundar sobre o tema. O primeiro foi lançado no segundo semestre de 2009, o segundo em 2008.

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O conteúdo desta apresentação pode ser usado, desde que seja dado crédito a quem produziu o material


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