HOBBES E O ESTADO DE NATUREZA
Acadêmico:
Ares Yamamoto Müller
Orientador:
Prof. Rogério Portanova
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THOMAS HOBBES
Nasceu em 5 de abril de 1588 em Westport, na
Inglaterra, e faleceu em Hardwick, em 1679
Veio a ser um dos maiores pensadores políticos da
modernidade
De origem humilde, teve seus estudos custeados
por um tio
THOMAS HOBBES
Dedicou grande empenho no estudo dos
pensadores clássicos
Contraíu uma aversão à democracia, tornando-se
um dos maiores pensadores do absolutismo
THOMAS HOBBES
Tomou com grandes pensadores de seu tempo,
com Francis Bacon e Galileu
Preocupado quanto à situação política da
Inglaterra, tornou-se defensor do Rei Carlos I
Tornou-se preceptor do Príncipe de Gales (futuro
Carlos II), então exilado com sua corte em Paris
PRINCIPAIS OBRAS
De Cive, publicada em 1642
Leviathan (sua principal obra), publicada em
1651
ambas foram publicadas durante seu exílio em
Paris
MATERIALISMO MECANICISTA
O homem natural é alvo de um materialismo mecanicista
Toda a realidade estaria ligada à ação e reação dos corpos em movimento
O homem não poderia fugir a essa lei universal
O ESTADO DE NATUREZA
Hobbes nunca afirmou a verdadeira existência de tal Estado, podendo ser entendido como um momento hipotético
Tem a ausência do Estado e de uma autoridade como característica principal
Não haveriam leis que regessem o comportamento humano, o homem seguiria apenas sua vontade
O ESTADO DE NATUREZA
Não havendo leis, não haveriam crimes Cada um agiria de acordo com suas vontades Seria um estado de guerra permanente de todos
contra todos
AS LEIS DA NATUREZA
Únicas leis presentes no Estado de Natureza Conjunto de idéias, ou regras, que intervêm
na conduta humana no sentido de proteger o valor maior, que é o da vida
AS LEIS DA NATUREZA
São estabelecidas pela razão, vinculadas à mente e ao consentimento de cada indivíduo
Antes da moral, ou de qualquer outra obrigação, é lícito que o homem lute por sua vida
O HOMEM NATURAL
É o homem em seu estado puro, que vive no Estado de Natureza
O homem, em seu estado natural move-se exclusivamente pelos seus medos e desejos
Na luta pela dominação não poupa a vida de nenhum de seus concorrentes
É um ser individualista por natureza
O HOMEM INDIVIDUALISTA
É natural que na escolha entre as suas vontades e as do outro, o homem escolha pelas suas
O homem natural não se importa com os outros homens, apenas consigo mesmo
Para o homem natural não existe fraternidade ou compaixão
O homem faz apenas aquilo que é fruto de sua vontade
MEDOS E DESEJOS
O homem se move segundo seus medos e desejos
Para satisfazer seus desejos ou fugir de seus medos o homem é capaz de qualquer ato
Ele foge das coisas que possui medo e luta para conquistar as coisas que deseja
MEDOS E DESEJOS
Juntos, esses medos e desejos, são os motivos pelo qual o homem vive, e o movimento dessa vida não poderia existir sem estes
A GANÂNCIA
O homem natural é coberto pela cobiça, de tal forma que ele tentará se apoderar de qualquer bem que deseje, independendo de suas necessidades e da utilidade de tal bem
O homem ambiciona indefinidamente mais coisas do que presentemente tem, não sendo a obtenção de um objeto senão o caminho para conseguir outro
A GANÂNCIA
A ganância humana é como o fogo, que consome tudo o que estiver ao seu redor e puder servir de combustível, e só cessa quando não puder consumir mais nada, ou quando for apagado por um agente externo
A felicidade humana se resumiria a um contínuo progresso de seus desejos
A DISCÓRDIA
Haveria três causas para a discórdia no estado de natureza: a desconfiança, faz com que o homem esteja
sempre se preparando para um possível ataque a competição entre os homens, a luta pela
dominação, dominar a todos para não haver ameaças
A DISCÓRDIA
Haveria três causas para a discórdia no estado de natureza: a honra, o homem lutaria sempre para manter
uma boa imagem, ser glorificado, isso inclui a vaidade e o desejo de se mostrar como mais poderoso e capaz
A IGUALDADE
Na natureza todos os homens são iguais, livres e têm os mesmos direitos sobre todas as coisas
Os homens são iguais segundo as suas capacidades, medos e desejos
As habilidades humanas, se ponderadas, são equivalentes, não havendo homens melhores que outros (uns são mais fortes, outros mais inteligentes, ou mais hábeis)
A IGUALDADE
E é essa igualdade de desejos e necessidades, que acaba ocasionando os conflitos, pelas disputas entre os homens
Sendo um homem igual ao outro, com as mesmas capacidades, não haveria motivo compreensível para que este homem fosse obedecer, seguir os comandos, de outro homem
VERSÃO DE LOCKE
Locke também desenvolveu uma teoria sobre o Estado de Natureza
Acreditava nesse Estado de Natureza como uma passagem real da história da humanidade, quando os homens viviam ainda em um estágio pré-social e pré-político
Locke idealiza um homem bom por natureza
VERSÃO DE LOCKE
Não haveria grandes discórdias entre os homens Todos desfrutariam de uma mais perfeita liberdade
e igualdade, eram dotados de razão e seguiam as leis naturais
Locke não dar tanta importância, quanto Hobbes, ao contrato social
O CONTRATO SOCIAL
Feito com objetivo de preservar a vida, o bem maior do ser humano
O Estado de Natureza não é um ambiente seguro O temor de uma morte violenta e o desejo de uma
vida segura levam o homem a renunciar sua condição natural de liberdade
O CONTRATO SOCIAL
Criou-se a necessidade de uma força maior, que protegesse a vida do homem, para que este não precisasse viver em uma situação de medo constante
Consistiria na transferência dos direitos de cada homem para uma só pessoa, que aglutinaria um direito e um poder absoluto sobre todas as coisas e todos os homens
O CONTRATO SOCIAL
Os homens se comprometeriam a respeitar normas que garantissem sua vida mais tranqüila
Essa pessoa seria o soberano, que teria o poder de fazer todas as lei
Representa o término do Estado de Natureza e o início da Sociedade Civil
PROPRIEDADE NO ESTADO DE NATUREZA
Não existia propriedade antes da formação do Estado
Não haveria garantias de propriedade Só se pode falar em propriedade, quando ocorre o
reconhecimento da apropriação
PROPRIEDADE NO ESTADO DE NATUREZA
Cada homem seria proprietário daquilo que pudesse conquistar
Tudo pertencia a todos, logo, nada pertencia a ninguém
O homem só era dono de uma propriedade enquanto, conseguisse mantê-la sob o seu domínio
PROPRIEDADE APÓS O CONTRATO
A propriedade de Hobbes era vinculada ao Estado Ao Estado, caberia a função de dividir as terras e
conceder propriedades O soberano poderia confiscar a propriedade de
qualquer cidadão A propriedade não existiria frente ao soberano,
mas seria garantida frente aos outros súditos
PROPRIEDADE PARA LOCKE
A propriedade de um homem é a sua vida , sua liberdade e suas terras
A propriedade precede a formação do Estado É um direito natural do homem, que não pode ser
violado pelo Estado Um homem só seria dono das terras que pudesse
trabalhar
PROPRIEDADE PARA LOCKE
Terras devolutas não possuiriam donos a propriedade é a dádiva de Deus ao homem.
Sendo a vida inclusa na propriedade nós não poderíamos atentar contra a vida do próximo, ou contra a nossa própria vida, pois nós seríamos propriedade divina
PROPRIEDADE PARA LOCKE
Nós seríamos proprietários, por delegação divina, das terras e dos animais inferiores, para destes tirarmos nossa sobrevivência
Toda a propriedade estaria assenta no reconhecimento recíproco, de que o direito de um é o dever de outro
FUNÇÃO DO ESTADO
Hobbes adota uma concepção absolutista o Estado teria como função garantir a vida do
homem
Para Locke adota uma concepção burguesa a função estatal seria a garantia da propriedade
CONCEPÇÃO REALISTA
Hobbes apresenta um homem mau, vivendo em estado de guerra de todos contra todos
Teve como objetivo de defender o absolutismo da monarquia inglesa
Apresenta um ângulo mais realista se comparado com os pensadores de sua época
Nega a concepção de um homem de valores e virtudes, apresentando um homem com defeitos valorativos, individualista, egoísta e ambicioso
BIBLIOGRAFIA
BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. 10.ed. Brasília: Editora UnB, 1998.
HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil (os pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 3. ed. 1983.
MARTINS NETO, João dos Passos. Uma introdução ao estudo do Leviatã. Florianópolis: 1993.
BIBLIOGRAFIA
MASTERS, Roger D. “Hobbes e Locke”. In: Pensadores políticos comparados. Brasília: UnB, 1983.
RIBEIRO, Renato Janine. Ao leitor sem medo: Hobbes escrevendo contra o seu tempo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
Disciplina: Informática Jurídica
Professor: Aires J. Rover
Florianópolis, 5 de dezembro de 1999