1 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
Interferência humana nos
Ecossistemas.
Desde que os mais distantes antepassados do homo sapiens atual surgiram na Terra, há mais de 1 milhão de anos, eles vêm transformando a natureza. No início, essa transformação causava impacto ambiental irrelevante, seja pelo fato de haver uma pequena população vivendo no planeta, seja por não dispor de técnicas que lhe permitisse fazer grandes transformações no espaço geográfico. Nessa época, sua ação sobre o meio ambiente restringia-se à interferência em algumas cadeias alimentares, ao caçar animais e colher vegetais para o seu consumo. Com o passar do tempo, alguns humanos descobriram como cultivar alimentos e domesticar animais. Eles se fixaram em determinados lugares, tornando-se sedentários.
O homem pré-histórico vivia em constante harmonia com a natureza. Com a revolução agrícola, há aproximadamente 10.000 a.C., o impacto sobre a natureza começou a aumentar gradativamente, devido à derrubada de parte das florestas para permitir a prática da agricultura e da pecuária. Além disso, a derrubada de matas proporcionava madeira para a construção de abrigos mais confortáveis e a obtenção de lenha. A partir de então, alguns impactos sobre o meio ambiente já começaram a se fazer notar: extinção de espécies animais e vegetais; erosão do solo, resultante de práticas agrícolas impróprias; poluição do ar, em alguns lugares, pela queima de florestas e da lenha; poluição do solo e da água, em pontos localizados, por excesso de matéria orgânica.
2 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
Revolução agrícola - provocou grandes mudanças na relação homem-natureza Outro importante resultado da revolução agrícola e de sedentarização do ser humano foi o surgimento das primeiras cidades, há mais ou menos 4.500 anos. Nessa época, os impactos sobre o meio ambiente aumentaram gradativamente, mas sem nenhuma implicação além da escala local. Ao longo de séculos, os avanços técnicos foram muito lentos, assim como o crescimento populacional. Os impactos sobre o meio ambiente eram sempre locais. As técnicas agrícolas e manufatureiras e o padrão de consumo de energia permaneceram praticamente os mesmos desde a Antiguidade até o início dos tempos modernos.
O surgimento das cidades provocam o aparecimento de problemas ambientais locais. Desde o surgimento do homem, a população mundial demorou milhares de anos para atingir os 170 milhões de habitantes, no início da era cristã. Depois, precisou de "apenas" 1700 anos para quadruplicar, atingindo os 700 milhões às vésperas da Revolução Industrial. A partir daí, passou a crescer num ritmo acelerado, atingindo quase 1,2 bilhão de pessoas por volta de 1850. Cem anos depois, em 1950, esse número já tinha dobrado novamente, atingindo aproximadamente 2,5 bilhões de seres humanos. Desde então o crescimento foi espantoso. Em 1970, já éramos mais de 3,5 bilhões e, em 1990, mais de 5 bilhões, dobrando em menos de cinquenta anos. Em 2000, ultrapasou os 6 bilhões, podendo chegar, em 2050, próximo dos 10 bilhões de habitantes.
Os números são impressionantes e levaram muitas pessoas a
concluir que o crescente aumento dos impactos ambientais na
época contemporânea era resultado apenas do acelerado
3 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
crescimento demográfico. Além do crescimento demográfico,
ocorreram avanços técnicos inimagináveis, que aumentaram cada
vez mais a capacidade de transformação da natureza.
Assim, o limiar entre o homem submisso à natureza e o que a
controla é marcado pela Revolução Industrial, nos séculos XVIII e
XIX. Nunca até então o ser humano tinha reunido tamanha
capacidade de transformação da natureza. Os impactos ambientais
passaram a crescer em ritmo acelerado, provocando desequilíbrios
em escala regional e global.
Encontros e Protocolos Ambientais
ESTOCOLMO – 72
Os impactos ambientais são decorrentes de modelos de desenvolvimento que encaram a natureza e seus complexos e frágeis ecossistemas apenas como inesgotáveis fontes de energia e de matérias-primas, além de receptáculo dos dejetos produzidos pelas cidades, indústrias e atividades agrícolas. Todos esses impactos foram provocados porque a natureza era vista apenas como fonte de lucros. A humanidade tanto progrediu em termos tecnológicos que passou a ver a natureza como algo separado dela mesma. Já nos séculos XVIII e XIX, os impactos ambientais provocados pela crescente industrialização eram muito grandes. Entretanto, ainda eram localizados e atingiam bastante os trabalhadores, as camadas mais pobre da população. Os proprietários das fábricas moravam distantes das regiões fabris e tinham como se refugiar das diversas formas de poluição. Com o passar do tempo, devido à crescente expansão do processo de industrialização e urbanização, os impactos ambientais foram aumentando até que, no pós-Segunda
4 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
Guerra Mundial (1939-1945), passaram a ter consequências globais.
Para debater tais problemas, foi realizada, de 5 a 16 de junho de
1972, a Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio
Ambiente, em Estocolmo (Suécia). Nesse encontro, foram
rediscutidas as polêmicas sobre o antagonismo entre
desenvolvimento e meio ambiente apresentadas em 1971 pelo
Clube de Roma.
A política do "crescimento zero" propunha o controle da natalidade
e o congelamento do crescimento econômico como única solução
para evitar que os aumento dos impactos ambientais levasse a uma
tragédia ecológica mundial. Essa era uma péssima solução para os
países em desenvolvimento, os que mais necessitavam de
crescimento econômico para promover as melhorias da qualidade
de vida da população.
Importante:
Uma decisão importante desse encontro foram a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a instituição do dia 5 de junho, data do seu início, como Dia Internacional do Meio Ambiente.
Desenvolvimento Sustentável, aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. Já as sociedades sustentáveis estariam baseadas em igualdade econômica, justiça social, preservação da diversidade cultural, da autodeterminação dos povos e da integridade ecológica. Isso obrigaria pessoas e países a mudanças, não apenas econômicas, mas sociais, morais e éticas.
RIO-92
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A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida com Cúpula da Terra, Rio-92 ou Eco-92, foi realizada em 1992 no Rio de Janeiro e reuniu representantes de 178 países, além de milhares de membros de organizações não governamentais (ONGs), numa conferência paralela. Esse encontro, que na fase preparatória teve como subsídio o Relatório Brundtland, definiu uma série de resoluções, visando alterar o atual modelo consumista de desenvolvimento para outro, ecologicamente mais sustentável.
O objetivo fundamental era tentar minimizar os impactos ambientais do planeta, garantindo, assim, o futuro das próximas gerações. Na busca do desenvolvimento sustentável, foram elaboradas duas convenções, uma sobre biodiversidade, outra sobre mudanças climáticas; uma declaração de princípios relativos às florestas e um plano de ação. A Convenção sobre Biodiversidade e a Convenção sobre Mudanças Climáticas têm como agente financiador um organismo denominado Fundo Global para o Meio Ambiente - GEF (do inglês, Global Environment Facility). Criado em 1990, o GEF é dirigido pelo Banco Mundial e recebe apoio técnico e científico dos Programas das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e para o Meio Ambiente (Pnuma).
Protocolo de Kyoto
Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento. O Protocolo de Kyoto não apenas discute e implanta medidas de redução de gases, mas também incentiva e estabelece medidas com intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam menos impacto. Diante das metas estabelecidas, o maior emissor de gases do mundo, Estados Unidos, desligou-
6 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
se em 2001 do protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento econômico do país.
Rio + 10
A Rio +10, ou Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, é o segundo encontro do ONU (Organização das Nações Unidas) a discutir o uso dos recursos naturais sem ferir o ambiente. Segundo a organização, cerca de cem chefes de Estado e mais de 15 mil representantes da sociedade civil e de ONGs (organizações não-governamentais) devem participar. O evento, que acontece entre 26 de agosto e 4 de setembro em Johannesburgo (África do Sul), deve avaliar o progresso feito na década transcorrida desde a Eco-92 na questão ambiental. Espera-se que ela produza mecanismos de implementação da Agenda 21, um volumoso programa de ação global proposto em 1992 no Rio de Janeiro. Em 1997, durante um sessão especial da Assembléia Geral das Nações Unidas (chamada de "Rio +5"), percebeu-se que existiam diversas lacunas nos resultados da Agenda 21. A assembléia detectou a necessidade de ratificação e implementação mais eficiente das convenções e acordos internacionais referentes a ambiente e desenvolvimento. Assim, em 2000, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU sugeriu a realização de uma nova cúpula mundial. Focos Entre os principais temas a serem tratados, estão a erradicação da pobreza, a mudança dos padrões de produção, consumo e manejo de recursos naturais e o desenvolvimento sustentável. Aqui está a maior crítica feita ao evento: como a Rio +10 pretende cobrir temas amplos, teme-se que o debate perca o foco e seja diluído.
7 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
Outra crítica feita é quanto à escolha de Johannesburgo como sede do encontro. Em um continente devastado pela miséria e pela Aids, os ambientalistas acreditam que a atenção seja voltada para a questão africana, jogando-se para escanteio as discussões sobre o ambiente. A ausência do presidente George W. Bush também prejudica a cúpula. Bush mostrou-se menos preocupado com o futuro ambiental que seu pai, o ex-presidente George Bush, que chegou a participar - ainda que de forma figurada - da Eco-92. Bush, filho, já havia indicado sua falta de disposição para o assunto quando não ratificou o Protocolo de Kyoto - o qual prevê a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa -, justificando que o acordo prejudicaria a indústria norte-americana.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/riomais10/o_que_e.shtml
Rio + 20
O principal objetivo da Rio+20 foi renovar e reafirmar a participação dos líderes dos países com relação ao desenvolvimento sustentável no planeta Terra. Foi, portanto, uma segunda etapa da Cúpula da Terra (ECO-92) que ocorreu há 20 anos na cidade do Rio de Janeiro.
Principais temas que foram debatidos:
- Balanço do que foi feito nos últimos 20 anos em relação ao meio ambiente;
- A importância e os processos da Economia Verde;
- Ações para garantir o desenvolvimento sustentável do planeta;
- Maneiras de eliminar a pobreza;
8 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
- A governança internacional no campo do desenvolvimento sustentável.
Infelizmente o resultado da Rio+20 não foi o esperado. Os impasses, principalmente entre os interesses dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, acabaram por frustrar as expectativas para o desenvolvimento sustentável do planeta. O documento final apresenta várias intensões e joga para os próximos anos a definição de medidas práticas para garantir a proteção do meio ambiente. Muitos analistas disseram que a crise econômica mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, prejudicou as negociações e tomadas de decisões práticas.
Treinamento:
1 - Em junho de 2012, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20. O objetivo desse encontro foi a renovação
do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, que
apresenta como uma de suas propostas
a) evitar o uso de recursos naturais e de matérias-primas nas
indústrias para não comprometer o meio ambiente.
b) investir em pesquisas sobre alimentos geneticamente
modificados com a finalidade de acabar com a fome no mundo.
c) desenvolver economicamente todas as nações para que estas
possam ter o mesmo padrão de consumo dos Estados Unidos.
d) atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a
capacidade das futuras gerações em prover suas próprias
necessidades.
e) incentivar os países desenvolvidos a ampliar o setor
agroindustrial para garantir que não faltem alimentos para os países
subdesenvolvidos.
A base para o desenvolvimento sustentável é utilizar os recursos se
preocupando com as gerações futuras
9 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
3ª do plural (Engenheiros do Hawaii)
Corrida pra vender cigarro
Cigarro pra vender remédio
Remédio pra curar a tosse
Tossir, cuspir, jogar pra fora
Corrida pra vender os carros
Pneu, cerveja e gasolina
Cabeça pra usar boné
E professar a fé de quem patrocina
Querem te matar a sede, eles querem te
sedar
Eles querem te vender, eles querem te
comprar
(...)
Corrida contra o relógio
Silicone contra a gravidade
Dedo no gatilho, velocidade
Quem mente antes diz a verdade
Satisfação garantida
Obsolescência programada
Eles ganham a corrida antes mesmo da
largada
(...)
letras.terra.com.br
2 - Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema
capitalista sempre foram o resultado da busca por caminhos para
manter o crescimento da produção e do consumo. A crítica ao
sistema econômico presente na letra da canção está relacionada à
seguinte estratégia própria do atual modelo produtivo toyotista:
a) aceleração do ciclo de renovação dos produtos
b) imposição do tempo de realização das tarefas fabris
c) restrição do crédito rápido para o consumo de mercadorias
d) padronização da produção dos bens industriais de alta tecnologia
O texto deixa claro a política capitalista de incentivo ao constante
consumo
10 Meio Ambiente: Histórico e Conferências
3 - A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente
utilizada é a que procura atender às necessidades atuais sem
comprometer a capacidade das gerações futuras. Isso significa
optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia e materiais
menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de
consumo, evitando-se o desperdício e o excesso e ainda, após o
consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de
rever padrões insustentáveis de consumo e minorar as
desigualdades sociais. O Brasil está em uma posição privilegiada
para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga
elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa
da biodiversidade e da água doce existente no planeta; grande
extensão de terras cultiváveis.
De acordo com esta definição, o desenvolvimento sustentável
pressupõe:
a) traçar um novo modelo de desenvolvimento econômico para
nossa sociedade com o uso racional dos recursos naturais
disponíveis e indisponíveis.
b) a redução do consumo das reservas naturais com a consequente
estagnação do desenvolvimento econômico e tecnológico;
c) a preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de
capital natural, o que não justifica a desaceleração do
desenvolvimento econômico e político de uma sociedade;
d) a distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações
e as regiões em nível global e regional.
e) definir os critérios e instrumentos de avaliação do custo-benefício
e os efeitos socioeconômicos e os valores reais do consumo e da
preservação.
A base para o desenvolvimento sustentável é utilizar os recursos se
preocupando com as gerações futuras
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