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Page 1: História - Pré-Vestibular Impacto - Revolução Inglesa I

MA120208

Revolução Inglesa I

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: ANDERSON COSTA

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CONTEÚDO

A Certeza de Vencer

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urante o século XVI, a vida política na Inglaterra girou em torno do fortalecimento da autoridade real. Já o século XVII foi sacudido por conflitos entre a monarquia e o parlamento que chegaram a levar o país ao recurso extremo de duas revoluções. As revoluções inglesas do século XVII representaram um marco na vida européia. Pela primeira vez na história do continente,

a burguesia, aliada à pequena nobreza, assumiu o poder e lançou as bases para a consolidação de uma nova ordem, que se expressou pela hegemonia do parlamentarismo.

Essa transformação exigiu uma série de rupturas. Os muitos conflitos do período podem ser divididos em dois momentos. O primeiro teve inicio com a Revolução Puritana, em 1640, e conduziu à execução do rei Carlos l e ao governo republicano de Cromwell. O segundo, em 1689, conhecido como Revolução Gloriosa, completou o processo político liderado pela burguesia (Mota 2002)

TRABALHANDO TEXTOS

A Magna Carta e o Absolutismo "De Fato"

Desde 1215, no reinado de João sem Terra, que o

poder do rei esta limitado legalmente por um documento chamado Magna Carta. O parlamento tinha poder para conter o Rei em suas ações(...). Sendo assim não podemos igualar esta modalidade de absolutismo com o que ocorreu na França, pois lá não havia barreira jurídica que limitasse o poder o do rei, não havia uma Carta Magna, não havia obstáculos legais ao exercício do poder real. Se houve poder absoluto nas mãos do Rei Inglês temos de ter o cuidado de identificá-lo históriograficamente(...). Nesse sentido a dinastia Tudor exerceu o poder "De fato" não "De direito", o que em nem um momento a história nega. (...)

(OLIVEIRA, Leão F. A invenção do poder: A história do absolutismo. Rio de Janeiro: vozes, 2001.)

Desde os tempos medievais, o Parlamento tinha o

poder nominal na Inglaterra e nenhum rei poderia lançar impostos sem sua aprovação. Mas Elizabeth l era absolutista de fato. Lançava os impostos e fazia sua política sem consultar o Parlamento, confiando em que tudo seria aprovado. Seu absolutismo era consentido, pois a grande burguesia e a nobreza, que dominavam o parlamento, eram favorecidos por sua política. A final, a dinastia Tudor havia feito a Reforma protestante na Inglaterra e os nobres e os grandes burgueses arremataram e enriqueceram-se com as terras expropriadas da Igreja Católica. Elizabeth l vendia ou doava monopólios, isto é, o direito exclusivo de fabricar ou vender determinado produto sem concorrentes. Os principais beneficiários desses monopólios eram grandes burgueses, que compravam titulos de nobreza, e os nobres favoritos da soberana, que viviam em sua corte. As mediadas de Elizabeth eram recompensadas com a lealdade dos súditos, inclusive os pobres. (Micele. 1999) TRABALHANDO TEXTOS

"[...] O Parlamento representava as classes

proprietárias: apenas os homens que tivessem alguma propriedade tinha direito de voto, e nenhuma mulher, obviamente. As pessoas comuns não participavam diretamente na eleição dos membros do parlamento e menos ainda das decisões políticas. [...]."

(HILL, Christopher. Vivendo o mundo de ponta-cabeça: o outro lado da revolução inglesa. Belo Horizonte, Varia História, n° 14, setembro de 1995)

A morte de Elizabeth l, em 1603, criou um grave

problema sucessório, pois a rainha não deixou herdeiros

diretos. O trono inglês passou a seu primo, Jaime Stuart, que já era rei da Escócia. O sucessor de Elizabeth não recebeu dos ingleses muito apoio político e social. Ele era defensor da teoria do direito divino dos reis. A relação do monarca com seus súditos agravou-se por volta de 1610, quando Jaime l tentou fugir ao controle financeiro do Parlamento e impôs medidas como o monopólio real sobre as indústrias de tecidos. No mesmo período ocorreram, na Inglaterra, fortes movimentos migratórios em direção à América do Norte: muitos partiam para escapar da tirania da Coroa.

Com a morte de Jaime l, subiu ao trono Carlos l (1625-1649), que acentuou as tendências absolutistas do pai. Dissolveu duas vezes o Parlamento, que se mostrara hostil a seu governo, impôs taxas extraordinárias para financiar sua política externa, intensificou a repressão contra puritanos. Por falar em puritanos, não devemos esquecer que nesse contexto existe também questão religiosa, pois de certa forma havia um mosaico de religiões nesse processo, que dentre as quais destacam-se: - ANGLICANOS: Facção dominante, formada pela alta

nobreza e por setores ligados ao rei. De certa forma apoiavam o regime absolutista.

- CATÓLICOS: em pequeno número na Inglaterra, mas muito

numerosos na Irlanda. Seus adeptos sofriam constante perseguições.

- CALVINISTAS: grupo religioso majoritário entre a

população inglesa. Estavam divididos em diversas correntes, das quais as mais representativas eram:

- PRESBITERIANOS: Alta burguesia e latifundiários.

Moderados, propunham uma política de conciliação com os anglicanos.

- PURITANOS: Média e pequena burguesia. Radicais,

defendiam o liberalismo político, opondo-se ao absolutismo real.

As tensões que foram se acumulando no país resultaram em uma guerra civil (1642) entre os partidários da monarquia e os do parlamento. Ao lado do rei se enfileiraram a Igreja Anglicana e a nobreza rural. Com os parlamentares, que constituíam um exército próprio, estavam os moradores de Londres, das cidades litorâneas e os pequenos proprietários das regiões agrícolas mais desenvolvidas.

As diferenças de classe, de origem social, expressavam-se nas diferenças políticas e religiosas e as reforçavam continuamente. Os lordes praticavam a religião anglicana. Os partidários dos comuns eram em geral presbiterianos e puritanos. Eles deram ao parlamento uma arma poderosa: o Exército de Novo Tipo. TRABALHANDO TEXTOS

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No exército de Novo Tipo, os oficiais eram voluntários e deviam suas promoções ao valor pessoal. Até mesmo partidários do parlamento se escandalizaram com a promoção de "plebeus" aos cargos de oficiais. Mas os construtores da organização sabiam que, com aqueles homens humildes, unidos pela religião, submetidos a uma rígida disciplina e forjados em combate, derrotariam os "cavaleiros"-o termo com que eram desdenhosamente designadas as tropas reais. Como observou Oliver Cromwell, organizador e líder do Exército de Novo Tipo: "Prefiro um capitão trajado de panos grosseiros, mas que sabe pelo que está lutando, àqueles a quem chamais de gentis-homens e que disso não passam. Honro um cavaleiro que se comporta como tal. [...] Se escolherdes homens honestos e de bem para capitais de cavalaria, os homens honestos os seguirão. [...]"

(HILL, Christopher. O eleito de Deus; Oliver CromweeI e a Revolução Inglesa. São Paulo, Companhia das Letras, 1990)

Essa nova formação militar mostrou-se decisiva para

a derrota das tropas reais. As fileiras do Exército de Novo Tipo forneciam uma amostra representativa da parcela da população que apoiava a Câmara dos Comuns: os soldados eram em sua maioria pequeno-burguês, artesãos, proprietários rurais ou filhos de proprietários, seguidores das seitas puritanas e de outros grupos hostis à Igreja Anglicana. Tornaram-se como Roundhenads (cabeça redondas) devido ao austero corte de cabelo que usavam, característico dos puritanos.

Outro traço distintivo do Exército de Novo Tipo residia na liberdade de organização e discussão, o que fez desse grupamento armado uma sementeira de idéias políticas.

Nessas discussões, manifestavam-se grupos mais radicais que os puritanos, a exemplo dos Diggers e dos Levellers, que associavam diretamente a reforma religiosa e a luta política à revolução social.

Os Levellers receberam esse nome porque, segundo seus adversários, pretendiam nivelar (do verbo To Levei) as condições sociais. Defendiam a população pobre das cidades e do campo e exigiam completa liberdade religiosa e a igualdade de todos perante a lei.

Os Diggers (do verbo inglês to dig, cavar) opunham-se à propriedade particular do solo e exigiam que as terras da Coroa, os terrenos comunais e ociosos fossem cultivados pelos pobres, que deles teriam a posse comunitária. Ficariam assim conhecidos quando se instalaram num terreno não aproveitado e se puseram a preparar a terra para a semeadura, numa espécie de reforma agrária feita espontaneamente, em direta oposição aos poderes da sociedade e do Estado.

Eram esses, basicamente, os atores envolvidos no confronto entre o rei e o Parlamento e depois, num segundo momento da Revolução Inglesa, no conflito instaurado entre a Assembléia e os grupos de soldados puritanos unidos em torno de Oliver Cromwell. TRABALHANDO TEXTOS

Os Diggers e o MST: Um anacronismo controlado e

necessário Segundo o historiador Christopher Hill, "o movimento dos Diggers [...] representou ao máximo os interesses dos que não possuíam bens. Constituiu numa tentativa de proceder por meio de ação direta a uma forma de comunismo agrário [...]."

As concepções dos Diggers não são coisas do passado. A luta pela terra esta presente e vive em grupos como o MST. A luta do MST remonta o passado. Percebe-se por tanto uma relação embora anacrônica, mas necessária, entre os Diggers e os Sem terra no Brasil. Ambos os grupos vêem na revolução a maneira de conquistar seu grande objetivo, a terra.

Vejamos o que diz o dirigente do MST João Pedro Stedile: "A reforma agrária interessa a toda a classe trabalhadora e deixou de ser apenas uma questão econômica

para resolver o problema dos sem-terra que estão passando fome. Ela passou a adquirir um caráter revolucionário. [...] Então eu acho que nós devemos ter a consciência de preparar a classe trabalhadora sabendo que essas mudanças, que são necessárias, não serão dadas de mão beijada, nem na base de voto, nem de uma maneira simplista e fácil, devagarinho[...]"

Logicamente devemos perceber as distancias ideológicas entre os movimentos, porém perceber a aproximação na forma de luta e de necessidade. Os anseios não mudaram, a sede por justiça social continua, a disposição de armar as mãos também. Dos Diggers ao MST, a luta pela terra continua.

(COSTA, Anderson, História para o Dia-a-Dia.) Bibliografia: ARRUDA, Jobson Andrade J. A revolução Inglesa.ed. Brasiliense. São Paulo. 1984. HILL, Christopher. O eleito de Deus; Oliver CromweeI e a Revolução Inglesa. São Paulo, Companhia das Letras, 1990. Vivendo o mundo de ponta-cabeça: o outro lado da revolução inglesa. Belo Horizonte, Varia História, n" 14, setembro de 1995. MICELE, Paulo, As revoluções Burguesas. Ed. Atual São Paulo. 1994. MOTA, Myriam B. História das cavernas ao Terceiro milênio. Ed. Moderna. São Paulo. 2002. OLIVEIRA, Leão F. A invenção do poder: A história do absolutismo. Rio de Janeiro: vozes, 2001.

Anotações!

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