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Page 1: História - Pré-Vestibular Impacto - Revolução Industrial I

CT260208

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - l

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: PANTOJA

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CONTEÚDO

A Certeza de Vencer

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Por Revolução Industrial convencionou-se designar o processo de transformações econômicas e sociais, caracterizadas pela aceleração do processo produtivo e pela consolidação da produção capitalista. Tal processo assinala, ainda, a passagem em definitivo da produção baseada em relações feudais para a produção em que o capital e o trabalho estão definitivamente separados, isto é, a produção capitalista. A introdução do sistema de fábricas e a crescente mecanização das forças produtivas iniciou-se na Inglaterra, em fins do século XVIII, espalhou-se, posteriormente, ao longo dos séculos XIX e XX para vários outros países.

Marx observava que a principal transformação teria sido a substituição da ferramenta, até então empunhada pela mão humana, por mecanismos cada vez mais complexos, acionados pelo homem agora transformado em verdadeiro autômato, e capazes de realizar múltiplas tarefas.

Assim, a ferramenta, acoplada a um imperialismo mecânico, dá origem a uma máquina-ferramenta, responsável pelo trabalho industrial e por um aumento da produção, cujos limites não são mais definidos pela resistência física do operário, mas da própria máquina. As características gerais do novo processo de produção introduzido pela Revolução Industrial poderiam ser apontadas da seguinte maneira:

Produção realizada em grandes unidades fabris, onde predomina a mais intensa divisão do trabalho.

Separação entre capital e trabalho, pois o proprietário dos meio de produção (máquinas, equipamentos, instalações, matérias-primas, etc) não é o produtor direto. Este, agora completamente expropriado de meios próprios de subsistência, necessariamente tem que vender sua força de trabalho em troca de um salário.

Produção realizada para um mercado desconhecido, cuja demanda cresce na proporção em que ocorra um barateamento do custo unitário da própria mercadoria produzida.

Aumento sem precedentes na produção de mercadorias. Desenvolvimento de um grupo intermediário, entre o

capitalista e o operário, encarregado de gerir o capital. Concentração da produção industrial em centros urbanos,

uma vez que as novas fontes de energia, necessárias ao funcionamento do maquinismo, libertaram o sistema de fábricas de fatores naturais, como o vento (energia eólica), queda de água (energia hidráulica), etc. Com o emprego da energia fornecida pela máquina a vapor e, posteriormente, a energia elétrica ou a utilização dos derivados do petróleo, as fábricas puderam concentrar-se.

O surgimento de um novo tipo de trabalhador (o operário), que trabalha em conjunto no interior das grandes fábricas, realizando uma produção onde predomina a mais intensa divisão do trabalho. O sistema de fábricas, portanto, socializou a produção, muito embora tenha sido responsável pela concentração das riquezas nas mãos dos capitalistas.

A Revolução Industrial é, de maneira geral, dividida em duas fases que apresentam características distintas. O estudo do quadro a seguir possibilitará uma compreensão melhor desta questão.

1ª Fase (+

-1760/80-1860) 2ª Fase

(+-1860...)

Principais áreas de concentração industrial

Inglaterra, Bélgica, França

Alemanha, norte da Itália, Rússia, Estados Unidos, Japão, etc.

Material industrial básico

Ferro Aço, Sintéticos

Principal fonte energética

Vapor Eletricidade, Petróleo

Setor industrial predominante

Têxtil (algodão)

Petroquímicos, Siderúrgicos, Eletrônicos, Automobilísticos, etc

Capitalismo

Competitivo ou livre-comercial (predomínio do capitalismo industrial)

Monopolista ou Financeiro (fusão do capital industrial com o capital bancário)

Condições gerais da classe operária

Exploração em larga escala do trabalho infantil e feminino. Jornadas de trabalho de até 16, 18 horas por dia. Reação dos trabalhadores através do movimento luddita e do cartismo.

Progressiva diminuição da jornada de trabalho. Regulamentação do trabalho feminino e, alguns casos, proibição do trabalho infantil. Organização dos trabalhadores em Sindicatos. Organização da Associação Internacional dos Trabalhadores com o objetivo de unificar a luta operária e o movimento proletário internacional.

Em sua primeira fase, embora algumas áreas da França e da Bélgica iniciassem sua industrialização por volta de 1830, a Revolução Industrial foi um fenômeno predominantemente inglês. Logicamente que toda uma série de fatores determinou o pioneirismo da Inglaterra. Esquematicamente, poderíamos enumerar:

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Maior “acumulação primitiva de capital” durante a fase de transição feudalismo/capitalismo (século XV ao século XVIII). Expropriação dos trabalhadores rurais de meios próprios de subsistência, através do “cercamentos dos campos” (enclosures), e

conseqüente expulsão dos camponeses. O “movimento das cercas” produziu importantes transformações, dentre os quais pode-se destacar: agricultura voltada para um mercado cada vez maior e realizada segundo critérios capitalistas; produção agrária transforma-se em verdadeira empresa capitalista, possibilitando grande quantidade de alimentos às populações urbanas em crescimento; expulsão dos camponeses e conseqüente liberação de mão-de-obra necessária ao processo de industrialização.

Expansão dos mercados consumidores, tanto a nível interno (a Inglaterra ao longo do século XVII passou de uma população de cerca de 5 milhões de habitantes para mais de 14 milhões), como a nível externo (seu próprio império colonial e também as áreas recém- emancipadas até então pertencentes à Espanha e Portugal).

A Revolução Inglesa do século XVII, que eliminou os entraves feudais ao avanço capitalista no campo, acelerou o processo de cercamentos, possibilitou a tomada do poder pela burguesia associada à “gentry” e favoreceu a política do “laissez-faire”.

A revolução técnica que possibilitou a mecanização da produção de tecidos de algodão. Graças à máquina de fiar, desenvolvida a partir de 1760, foi possível ao operário trabalhar com, vários fios ao mesmo tempo. Dessa maneira, superou-se o descompasso até então existente entre a produção de fios de algodão, já mecanizada, e a produção de tecidos. Paralelamente, desenvolveu-se a máquina a vapor, revolucionando os recursos energéticos. Finalmente, o desenvolvimento dos meios de transportes, com o aparecimento das ferrovias.

Logicamente, todas estas transformações radicais produziram uma sociedade

nova e bastante diferente da existente até então. As implicações da Revolução Industrial se fizeram sentir em todos os aspectos da vida humana. Em linhas gerais, pode-se apontar as seguintes transformações:

Proletarização definitiva dos produtores, diretos. Com o avanço da produção mecanizada de tecidos de algodão, os tecelões manuais em pouco tempo ficaram

arruinados. Afinal, o que uma máquina de tecer, isoladamente, produzia, equivalia à produção de 200 tecelões manuais juntos.

Decadência da indústria doméstica rural, incapaz de concorrer com o nascente sistema fabril.

Surgimento das cidades industriais, em decorrência da concentração, não apenas do processo produtivo, mas, também, de milhares de trabalhadores que vão formar o nascente proletariado. Grande expansão do comércio internacional e crescente divisão internacional do

trabalho, através da incorporação das áreas periféricas (produtoras de matérias-primas e gêneros agrícolas) às economias capitalistas

centrais, responsáveis pelo processo industrial. Apenas a titulo de exemplo, pode-se lembrar que a Inglaterra, no princípio do século XVIII importava cerca de 450 toneladas de algodão; no principio do século XIX, esse número atingia mais de 25.000 toneladas.

Revolução nos meios de transporte, com a multiplicação das redes ferroviárias e das rotas marítimas atingidas pelo navio a vapor.

Mecanização da produção agrícola, acelerando o êxodo rural e determinando o aparecimento das grandes cidades industriais. Com a Revolução Industrial, pela primeira vez na história das sociedades

invertia-se a proporção entre a população rural e a população urbana. Por volta de 1830, na Inglaterra, a população urbana superava a população rural.

Integração do processo produtivo fabril ao desenvolvimento cientifico, à medida em que esse possibilitava um maior rendimento e produtividade da própria produção.

A ntagonismo entre o nascente proletariado e a burguesia proprietária dos meios de produção. Essa confrontação estará na raiz dos movimentos operários do século XIX, assunto que será estudado posteriormente.

Política anexionista colocada em prática pelas potências industriais, sobretudo a partir de 1870. Este novo imperialismo europeu tinha por objetivo a incorporação de áreas coloniais e a subordinação das economias dos paises periféricos ao capital.

Pretendia-se a exportação de excedentes de capitais gerados pela industrialização, além da busca de matérias-primas produzidas a baixo custo, e da ampliação dos mercados consumidores. Não se tem o objetivo de esgotar a questão da Revolução Industrial, o que de resto, seria absolutamente impossivel. Assim, pretendemos aprofundar o problema referente à formação da concepção capitalista de trabalho, esperando possibilitar uma visão mais critica da sociedade capitalista a partir do estudo de suas condições de trabalho. Ao mesmo tempo pretende-se distinguir a concepção de trabalho para a classe dominante e para a classe dominada, identificando como os meios de comunicação veiculam a noção capitalista de trabalho, enquanto a legitimam.


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