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Page 1: História - Pré-Vestibular Impacto - Esparta ll

KL 260208

ESPARTA II

Frente: 01 Aula: 03

PROFº: RAMIRO A Certeza de Vencer

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

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A) Preparação Militar: Praticamente todas as atividades promovidas pelo Estado e pelos espartanos estavam direta ou indiretamente ligados a guerra, o ambiente era sempre marcado por jogos, exercícios, treinamentos e preparação para os confrontos. Era hábito comum aos soldados abandonar suas mulheres em casa para almoçarem todos juntos no quartel, reforçando deste modo a união da tropa. Na imagem acima, espartanos almoçam juntos no quartel. Era a vida de caserna. B) Patriotismo Inflamado: O mais alto valor para um espartano deveria ser Esparta, sua pátria. Abaixo veremos um fragmento de Tirteu que explicita esta questão:

“Nós, corajosamente, combatemos por esta terra, morremos por nossos filhos; não poupamos a nossa vida. Ó jovens combatei unidos uns aos outros e não temais senão a vergonha da fuga; estimai em vossos corações uma valente e sólida coragem e não vos inquieteis com a vida, na luta contra o inimigo (...)”

TIRTEU, “Eunomia”.Citado por: AQUINO, Rubim. “Op.cit.”. p.188.

Heródoto, historiador grego, assim se referiu aos lacedemônios (espartanos): “Assim os lacedemônios não são inferiores a homem algum em combate singular, e juntos eles são os mais valentes de todos os homens. De fato, sendo livres eles não são livres em tudo; eles tem um déspota — a lei - mais respeitado pelos lacedemônios que tu por teus súditos; eles cumprirão com certeza todas as suas ordens, e suas ordens são sempre as mesmas: não fugir do campo de batalha diante de qualquer número de inimigos, mas permanecer firmes em seus postos e neles vencer ou morrer.”. O mais alto valor para um espartano era a sua pátria. C) Xenofobia: Poucos estrangeiros circulavam pela cidade e não eram vistos com bons olhos pelos espartanos que receavam a espionagem. D) Eugenia: Os espartanos tinham uma preocupação obsessiva com o que se entendia ser a “qualidade” de sua raça. A necessidade de se constituir um exército forte acabaria requerendo um material humano de “primeira linha”, dessa maneira, mantinham um acompanhamento cuidadoso na gravidez de suas mulheres que eram levadas para fazer exercícios que possibilitassem uma melhor gestação. Ao nascer a criança era avaliada por uma comissão de anciãos que buscava observar se o recém-nascido apresentava saúde perfeita, caso contrário ocorreria a sua execução (infanticídio). E) Educação: Oferecida pelo Estado, a educação espartana era voltada para a preparação dos soldados. Desde muito cedo, aos sete anos de idade, os filhos dos cidadãos eram entregues aos cuidados do ensino estatal e recebiam o pouco do conhecimento letrado que sua formação lhe dispensaria. Durante a maior parte de seu tempo, os aprendizes realizariam pesadíssimas cargas de exercícios físicos e diversas ênfase para a necessidade de um bom soldado saber roubar:

“(...) Uns penetram nos jardins, outros nos alojamentos dos homens, e devem usar muita destreza e precaução: quem for apanhado é chicoteado sob pretexto de que não passa de um ladrão preguiçoso e inábil. Eles roubam toda a comida possível e adquirem prática de ludibriar quem dorme ou os guardas preguiçosos. Aquele que for apanhado, está sujeito a chicotadas e jejuns. (...) As crianças tomam todo o cuidado em não ser apanhadas quando roubam, que uma delas, conforme se conta, depois de roubar uma raposa que tinha enrolado em seu agasalho, se deixou arrancar o ventre pela fera que lhe cravou os dentes e as garras. Para não ser descoberta, resistiu até a morte”.

PLUTARCO. Citado por: PINSKY, Jaime. “Op.cit”. p.110

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F) Laconismo: Ao contrário dos atenienses, que desde muito cedo realizavam estudos de retórica e eloqüência com o objetivo de aprimoramento de seus discursos, os espartanos caracterizavam-se pelo hábito de falar pouco, ou somente o indispensável. Compreendemos que a redução da oratória nesta cidade provoca um controle da capacidade crítica entre os espartanos e, com isso, debates e questionamentos não seriam comuns no cotidiano de Esparta. Este laconismo contribuiria muito para o conservadorismo político e institucional. G) Kríptias: Consistia numa matança ou espécie de policiamento periódico de hilotas. Já mencionamos aqui o medo presente entre os espartanos de uma grande rebelião deste segmento social, neste sentido, seria de suma importância controlar o seu crescimento populacional eliminado de tempos em tempos uma parcela de hilotas. As kríptias também teriam uma grande importância na formação dos soldados, já que através delas, os jovens aprendizes poderiam viver a experiência de matar homens, necessidade constante de qualquer sociedade belicosa. Segundo Moses Finley, as Kriptias eram “inicialmente um ritual de iniciação na idade de dezoito anos, depois tornou-se racionalizado, isto é, reinstitucionalizado, ao ser vinculado a uma nova função de polícia atribuída a um corpo de elite de jovens. Significativamente, o policiamento de Hilotas era uma de suas obrigações.”. H) A Mulher Espartana: No mundo antigo, de um modo geral, as mulheres eram percebidas como inferiores aos homens, permanecendo sujeitas a sua vontade do nascimento até a morte. Em Esparta, especificamente, o gênero feminino apresentava pequenas regalias em relação ao restante da Grécia. Por ser responsável pela procriação – fornecimento de novos soldados, portanto -, a mulher de um cidadão era tratado com certos cuidados, praticando inúmeros exercícios físicos e recebendo o acompanhamento adequado.Sobre a mulher espartana, leia o texto abaixo, do Historiador e pensador grego Plutarco: “Considerava a educação a incumbência mais importante e mais bela do legislador; por isso dela cuidou desde as causas mais remotas, dispondo diretamente sobre os casamentos e nascimentos.

Não é verdade que, segundo conta Aristóteles, tenha desistido, após tentativas, de disciplinar as mulheres, por não lograr vencer-lhes a excessiva liberdade e autoridade, causadas pelas numerosas expedições dos homens, que, obrigados nessas ocasiões a entregar a elas a direção da casa, por isso as tratavam com mais deferência do que convinha e lhes chamavam patroas; ao contrário, ele dedicou-lhes toda a atenção possível; exercitou o físico das jovens por meio de lutas, corridas, arremesso de discos e dardos, a fim de que não só os nascituros tivessem, para começar, raízes fortes em corpos fortes e crescessem melhor, mas também para que elas mesmas os aguardassem robustecidas e resistissem galharda e facilmente às dores do parto.

Abolindo a moleza, sedentariedade e toda efeminação, acostumou as moças, tanto quanto os moços, a marchar em camisa nas procissões e assim dançar e cantar em certas solenidades pias de que rapazes eram espectadores. Não raro elas dirigiam chacotas oportunas a cada um deles, quando cometiam erros e, inversamente, nos seus cantos, gabavam sucessivamente os merecedores, assim inculcando nos jovens profundo amor à glória e emulação. Com efeito, quem era louvado por sua varonilidade e ganhava notoriedade entre as donzelas saía orgulhoso dos elogios, ao passo que a picada do motejo e da zombaria pungia tanto quanto as advertências sérias, porque os reis e os senadores compareciam aos espetáculos juntamente com os demais cidadãos.

Nenhuma indecência havia na seminudez das jovens, por estar presente o pudor e ausente a incontinência; ao contrário, incutia-lhes simplicidade de costumes e o desejo de boa compleição; dava ao sexo feminino o gosto dos sentimentos nobres, pela idéia de que também ele tinha o seu quinhão de valor e de honra.

Daí ocorrerem a elas ditos e pensamentos como se conta de Gorgo, mulher de Leônidas; uma estrangeira dissera-lhe, parece que as espartanas eram as únicas mulheres a mandar nos maridos e ela respondeu: 'Porque somos as únicas que parimos homens.”. Na imagem acima, o cotidiano de jovens espartanas, na visão do pintor francês Edgar Degas.


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