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Prof.Nilton Figueiredo de Almeida

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Este Livro foi organizado por Nilton Figueiredo deAlmeida, graças aos detalhes publicaddos por ELIANEBARBOSA, em 28/07/2010 na Internet.

Capa :Sonia Miraci Figueiredo Sampaio

Revisão: Celia Caccavo Figueiredo de Almeida

Rio de Janeiro, 7 de setembro de 2010

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INTRODUÇÃO

O grande filólogo Julio Ribeiro dizia que “Aqueleque se sabe servir da pena, que pode publicar oque escreve e que não diz a Verdade, deixa decumprir um dever, comete um crime de covardia,é mau cidadão”.

Tendo possibilidade de divulgar os detalhes queidentificam os Bairros da Cidade do Rio deJaneiro ocorreu-me perpetuar neste livro asinformações colhidas na Internet onde asinformações vão longe instantaneamente, masdesaparecem no universo quando deixam de sermaterializadas através a palavra grafada.

Esta publicação pretende resguardar, perpetuar ehomenagear todos aqueles que pesquisaram etornaram possível este trabalho final.

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Abolição

O nome do bairro da Abolição provavelmente tem sua origem noantigo nome da rua da Abolição, 13 de maio, dia da abolição dosescravos no Brasil. Inicialmente eram as populações ligadas às la-vouras e ao comércio desses produtos, sendo o bairro cortado pelaantiga Estrada Real de Santa Cruz, que depois passou a ter o nome deAv. Suburbana e atualmente Av. Dom Helder Câmara.

Depois no século XIX vieram algumas fábricas (no vizinho bairro doEngenho de Dentro) e as estradas de ferro, que serviam às localida-des mais ao norte, mas que levaram à ocupação lindeira aos trilhos, oque posteriormente se espraiou e alcançou a área atualmente delimi-tada como o bairro da Abolição.

Os primeiros registros de loteamentos de grandes terrenos junto à ruada Abolição são de 1917 e, em 1930, essa via é aberta como uma Av.Projetada. A partir de 1930, o Estado passa a apoiar a atividademanufatureira, sendo as áreas servidas pelas ferrovias, o entorno pró-ximo, escolhidas para a instalação de muitas delas. De lá para cá obairro adensou, consolidando-se como um bairro residencial. Partedele foi atravessado pela via expressa “Linha Amarela”, inauguradaem 1997.

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AcariO nome do bairro de Acari provavelmente vem do rio Acari (é umtipo de peixe) que corta suas terras e faz divisa com o vizinhobairro Parque Colúmbia. Acari é um bairro da área Norte da cidadedo Rio de Janeiro.

A comunidade foi batizada com o mesmo nome do rio que passa nasproximidades da região, que hoje é chamada de Favela de Acari eque, na verdade, é a junção do Conjunto Amarelinho, construído nofinal dos anos 50 na beira da Avenida Brasil, e mais quatro localida-des: Parque (Proletário) Acari, Vila Rica de Irajá, Coroado e Vila Es-perança. O Complexo Acari iniciou seu processo de ocupação no anode 1946 apresenta um dos maiores índices de pobreza no Estado doRio de Janeiro.

O bairro confunde-se com a Fazenda Botafogo, conjunto de edifícioshabitacionais construídos nos anos 70, nos mesmos moldes da Cida-de de Deus, na zona oeste. Faz limite, também, com Coelho Neto. Naárea hoje delimitada como bairro de Acari, primeiro era formado pe-las grandes fazendas, depois, os engenhos que cultivavam, dentreoutros produtos, a cana de açúcar.

A região até o século XIX tinha ocupação predominantemente rural.A partir de 1875, é implantada a estrada de Ferro Rio d’Ouro, poronde corre hoje a linha 2 do metrô, e no entorno da mesma foramsurgindo pequenos núcleos urbanos que levaram no início do séculoXIX a novos loteamentos.

A Vila Nazaré entre a Av. Automóvel Clube e a rua Acuruí data de1938. Em 1946, é inaugurada a Av. Brasil, que é outra divisa do atualbairro de Acari, levando à implantação de muitas indústrias e a umadensamento junto à nova via. Ocupações informais têm lugar, e hojeparte do bairro é constituído pelas favelas de Parque Acari, Vila Ricade Irajá e Vila Esperança.

Com a implantação da Linha 2 do Metrô, ganhou a estação Acari-Fazenda Botafogo. Nele foi construído o Hospital MunicipalRonaldo Gazolla, conhecido como Hospital de Acari, o segundomaior do município.

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Agua Santa

O nome do bairro de Água Santa vem de uma água mineral que jorra-va de fonte localizada nessa área. A água da fonte era engarrafada evendida a quem se interessasse. Inicialmente, onde hoje é o bairro,eram as terras altas de fazendas e engenhos.

Em meados do século XIX tem-se notícia de que na vertente voltadapara Água Santa teria existido um quilombo, o que teria originado onome da encosta como Serra dos Pretos Forros. Das terrasdesmembradas das fazendas, teria existido no início do século XIX,uma grande chácara que ia da estação do Engenho de Dentro até omorro dos Pretos Forros.

Os primeiros registros de loteamento são de 1917, promovendo-semais tarde o Jardim Água Santa que se estima tenha ocorrido porvolta de 1946. De lá para cá, a região foi se desenvolvendo na esteirado crescimento do Grande Méier.

Recentemente a área foi cortada pela Linha Amarela, o que mudousobremaneira a paisagem, inaugurada em 1997, lá estando a sua pra-ça de pedágio e o acesso ao túnel engenheiro Raymundo de PaulaSoares, ou túnel da Covanca, um dos maiores túneis urbanos do mun-do, com extensão de 2.187 metros.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Alto da Boa Vista

D. Pedro II determinou o reflorestamento das matas da região da Tijucainiciada em 1861, durando 13 anos, e conduzida sob a direção doMajor Manuel Gomes Archer e do administrador Thomás Nogueirada Gama, plantando cerca de 80 mil mudas de espécies variadas deárvores, nativas e exóticas. Thomás Nogueira da Gama recuperoudurante 25 anos as matas do Sumaré e das Paineiras, plantando maisde 20 mil mudas de árvores. Além disso, melhorou as trilhas e aces-sos à região, possibilitando o aumento do número de visitantes. Aofinal, estava reflorestado o maior parque urbano do mundo, inaugu-rando uma nova atração no Rio de Janeiro e tornando a região pio-neira sob mais esse aspecto: os inovadores passeios turísticos aoAltoda Boa Vista, onde a população da Cidade fazia piqueniques desfru-tando das belezas da Mata Atlântica e do maravilhoso panorama daBaía de Guanabara.

O pintor Nicolas Taunay (1755-1839), considerado a figura de mai-or importância da Missão de 1816, lecionou pintura na AcademiaImperial das Belas Artes, deixando diversas pinturas de paisagens eretratos. Construindo uma cabana no Alto da Boa Vista, local conhe-cido até hoje como Cascatinha de Taunay, na estrada do Imperador,tornou-se assim o seu primeiro morador. A estrada do Alto da BoaVista, hoje avenida Edison Passos, é ampliada e pavimentada, tendoos principais mirantes reformados e ganhando uma praça com core-to, a praça Afonso Vizeu, próxima à Cascatinha Taunay, consolidan-do o local como bairro.

O nome do bairro Alto da Boa Vista tem origem na bela paisagemque se admira das suas encostas. No início era a serra, depois vieramas plantações de café que desmataram os morros e alteraram a vazãode rios da região, influindo no abastecimento dos bairros da planície.D. Pedro II determinou então o reflorestamento de toda área, emprei-tada iniciada em 1861 pelo Major Archer. Após o plantio de cerca de100.000 mudas de árvores, nascia o maior parque urbano do mundo,o que inaugurou um programa pioneiro na cidade, fazer piqueniquesdesfrutando das belezas da Mata Atlântica e do maravilhoso panora-ma da Baía de Guanabara.

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Depois de ocupado por alguns hotéis e tendo abrigado residênciade alguns membros da elite, o bairro consolidou-se como parqueurbano e suas florestas são objetos de permanente esforço parasua preservação, incluindo a Floresta da Tijuca e a serra da Cario-ca, no Alto da Boa Vista se situam dois setores do Parque Nacio-nal da Tijuca.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Anchieta

As terras do atual bairro de Anchieta pertenciam ao Engenho NossaSenhora de Nazaré e seu clima ameno fez Dom Pedro II cogitar loca-lizar nele um hospital para tuberculosos. O Vigário de Realengo, Pa-dre Miguel, mais tarde instalou na região capela abrigando a imagemsecular, de grande valor artístico, venerando Nossa Senhora de Nazaré.O capitão Bento de Oliveira Braga era o senhor dessa propriedade,além do Engenho Novo da Piedade, herdados por sua família. O pa-dre Wander Tavares iniciou a construção da Matriz atual, estabele-cendo seu nome na praça principal do bairro, onde chegava o Cami-nho do Engenho Velho, depois do rio do Pau (avenida CrisóstomoPimentel de Oliveira), oriundo da Pavuna.

Anchieta pertenceu ao Município de Nova Iguaçu até o início do sé-culo XX, juntamente com Nilópolis, sendo atualmente uma das prin-cipais portas de entrada para o Rio de quem vem da BaixadaFluminense. Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II,depois Central do Brasil, a estação de Anchieta foi inaugurada em 1ºde outubro de 1896, nome dado em homenagem ao padre José deAnchieta, religioso catequizador de índios nos primórdios do Brasilcolonial. O prédio da estação atual foi inaugurado em 1989, servindohoje aos trens metropolitanos do ramal de Japeri.

A ocupação inicial, junto à ferrovia, se expandiu com o aparecimentodos primeiros loteamentos, em 1916, e os projetos de arruamentosnos terrenos da família Luiz Borges. Surgiram as ruas: Clara Borges,Ernesto Vieira, Leopoldina Borges, Arnaldo Murineli, AdalbertoTanajura, entre outras. Na região da praça Itanhomi, havia, há sécu-los, um cemitério indígena de grande extensão, que deu origem aosnomes da maior parte das ruas da chamada “Vila Mariópolis”, comoas ruas Gerê,Aiacá, Aiúba, Jarupá, Juarana, Cracituba etc. Na décadade 1940 e daí em diante até os anos 1970, o restante do bairro foiloteado, fazendo surgir o Parque Anchieta, depois desmembrado deAnchieta, cujo decreto de criação data de 23 de julho de 1981.

Um dos maiores assentamentos de “sem tetos” do Rio de Janeiro foi

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realizado na região, com as comunidades Parque Esperança, FinalFeliz e Parque Tiradentes. Na orla do rio Pavuna outras comuni-dades se destacam, como a Beira Rio ou Arnaldo Murineli, MariaJosé, avenida Oliveira Bueno e Itatiba. Os principais acessos viá-rios do bairro são a Estrada Marechal Alencastro (antiga GeneralTasso Fragoso), a avenida Nazaré, a avenida Crisóstomo Pimentelde Oliveira, a rua Alcobaça, a rua Cardoso de Castro (acesso aNilópolis) e o início da Via Light, ligação com Nova Iguaçu.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Andaraí

O nome do bairro do Andaraí pode ter procedência no antigo nomedo rio Joana, que se chamava ANDARA-HY AÇU, ou “rio Grandedos Morcegos”, ou no Pico do Andaraí, cuja tradução do tupi para oportuguês seria “empinado para cima”.

Inicialmente, eram as vastas terras dos jesuítas, denominadas deAndaraí Grande e lá pelo século XIX parte dessas terras teriam sidoadquiridas por um juiz, tornando-se um grande latifúndio. Mais tardevieram as chácaras e depois as vilas de casas populares, ainda hojemuito freqüentes, que abrigavam os operários das fábricas que lá pe-los anos 1890 passaram a ser comuns no bairro. Depois, lentamenteessas fábricas foram sendo desativadas.

Os primeiros registros de loteamentos regulares na área são de 1917,em torno das ruas Leopoldo e Barão de Mesquita, consolidando-sedesde esses tempos o Andaraí como um bairro residencial. ORioCidade beneficiou recentemente o entorno da rua Barão de Mes-quita na sua parte da Andaraí, levando melhorias às calçadas, novosestacionamentos, criação de novas baias de ônibus, entre outrosaportes. Nele foi construído o Iguatemi Shopping, na divisa com VilaIsabel, inaugurado em 1996.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Anil

O nome do bairro do Anil tem sua origem, provavelmente, no fato deem tempos remotos no local terem existido arbustos nativos, cujosfrutos eram o anil. Inicialmente, a região era ocupada por engenhos,posteriormente vieram as fazendas, onde se plantava o café.

As anileiras da região eram de alta qualidade. Por isso, houve grandeaceitação do corante na Europa. O anil era transportado pelo rio quehoje tem esse nome até a Barra da Tijuca. Daí ao porto do Rio deJaneiro, para ser embarcado em navios para Europa.A cultura do anilnessa parte de Jacarepaguá durou até o século XVIII. Depois, comoaconteceu em toda a província do Rio de Janeiro, a região do Aniltambém foi tomada por plantações de café.

No século XIX, havia na localidade a próspera fazenda do Quitite,cujo dono era o cafeicultor Marcos Antonio Deslesdenier. A estradado Quitite era uma das vias no interior da propriedade. Na década de1960, quando exercia o cargo de presidente da República, João Goulart(1918-1976) possuía casa de veraneio no final da estrada do Quitite.Era o sitio Capim Melado. Hoje, o local é um condomínio fechado,mas a casa principal do sítio, toda feita de pedra, ainda existe. A re-gião do Anil, Gardênia Azul e Cidade de Deus faziam parte nos sécu-los passados da Fazenda do Engenho D`Água.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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BancáriosO nome do bairro se refere ao Conjunto Habitacional construído peloantigo Instituto e Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB),nas décadas de 1940/1950, na Ilha do Governador, destacando-se oConjunto Residencial Jardim das Praias, inaugurado em 1953, com240 residências, em terreno alagadiço, aterrado, sendo construído umcanal para desague de antigo riacho, situado na atual avenida Ilha dasEnxadas. As residências, construídas em lotes de 360 m2, eram clas-sificadas em quatro grupos diferentes, variando a tipologia e o tama-nho. Foram abertas as ruas Ilha Fiscal, Max Yantok, Gipoia, CaboBranco, Juan Pablo Duarte, etc e o acesso principal é pela estrada daPorteira (atual avenida Dr. Agenor de A. Loyola).

Na segunda metade do século XIX, o bairro teve um morador ilustre,o Barão de Capanema (implantador dos Telégrafos no Brasil) quepossuía chácara entre a Freguesia e a praia de Olaria, defronte à atualpraia Congonhas do Campo, abaixo do morro do Barão (64 mts),assim chamado em sua homenagem. Nessa chácara, existiu uma pe-quena fábrica de veneno contra pragas da lavoura.

O bairro é atravessado pela avenida Paranapuã e o seu limite com obairro da Freguesia segue a faixa não edificante, onde passamoleodutos cruzando a Ilha desde a praia dos Bancários até o início dapraia da Guanabara.

Na década de 1960, ocorreu a construção do Estaleiro Ilha S. A. -EISA (antigo EMAQ), que se destina à construção e manutenção denavios. A partir de 1935, o bonde circulava pela avenida Paranapuã,num trajeto que ia até a localidade do Bananal (final da Freguesia). Aprincipal comunidade do bairro é o Parque Proletário dos Bancários,surgida em 1961, no morro dos Bancários, coberto por vegetação. Osprimeiros barracos foram atingidos por deslizamentos, depois a ocu-pação se consolidou, ocupando toda a área, de 77.240,23 m2, comadensamento e verticalização.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Bangú

A região de Bangu teve como primeiro proprietário o portuguêsManoel de Barcelos Domingos que fundou, em 1673, a fazenda Bangu,onde ergueu uma capela e o Engenho da Serra, que fabricava açúcar,cachaça e rapadura, transportados em carros de bois até o Porto deGuaratiba.

A estrada de ferro chegou em 1878, com a inauguração do ramal deSanta Cruz da E. F. Dom Pedro II e a abertura da Estação de Bangu,em 1890.Ainda no final do século XIX, foi construída a Fábrica Bangu(1893), com vilas residenciais para técnicos e operários da fábrica.

No início do século XX a população do bairro aumentava, novas ruaseram abertas e a urbanização da região prosseguia. Contudo, na déca-da de 1930, muitos proprietários investiam na produção e exportaçãode laranjas, cuja lavoura se espalhava pelos sítios vizinhos, desde oMaciço de Gericinó até a Serra de Bangu.

Na década de 1960, a política de erradicação de favelas e de remoçãoda sua população para a periferia do Município levou à construçãodos conjuntos habitacionais VilaAliança, Vila Kennedy, Jardim Bangue Dom Jaime de Barros Câmara. Posteriormente, novos conjuntosforam construídos no bairro como o Sargento Miguel Filho, Dr. An-tonio Gonçalves, dentre muitos outros.

A partir de 1989, a Fábrica Bangu iniciou sua decadência até encerrarsuas atividades no bairro, em 2005. No seu terreno original, foiconstruído o Bangu Shopping, inaugurado em 2007, com lojas, cine-mas e praças de alimentação.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985, com alteraçãopela Lei Nº 3852 de 23 de Novembro de 2004, que cria o bairro deGericinó.

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Barra da Tijuca

O processo de ocupação da Barra da Tijuca foi induzido pela implan-tação de estradas de rodagem, ao contrário dos bondes e trens quepromoveram a urbanização nas regiões mais antigas da cidade. Mui-to antes que a região se adensasse, já tinham sido abertas as estradasdos Bandeirantes, do Joá, de Furnas, das Canoas, da Gávea, entreoutras, que começaram a surgir ainda no século XIX.

Apesar dos loteamentos Jardim Oceânico e Tijucamar terem sidoimplantados em 1939, o bairro da Barra começa a ser sistematica-mente ocupado apenas a partir da década de 1960, após a elaboraçãodo Plano Lucio Costa e a realização de investimentos públicos namelhoria da acessibilidade da região.

Com a construção da Auto-Estrada Lagoa Barra, na década de 80, aurbanização da região se intensificou, em um padrão diferente doresto da cidade. Marcada pelos condomínios fechados e grandes equi-pamentos comerciais, a Barra é uma das principais frentes de expan-são da cidade, com intensa atividade da construção civil.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Barra de Guaratiba

Seu nome vem do tupi: “WA’RA” ou “GUARA”, garça, mais o sufi-xo “Tuba”, sítio: “sitio em que abundam as garças”. O bairro se en-contra na faixa entre os grandes manguezais e a Serra Geral deGuaratiba. Na cartografia do século XVII, a área já era chamada de“Barra de Guaratiba”. Em 1640, está denominada, também, como“Barra de Garatuba” na “Carta da Costa”, de João Teixeira, cosmógrafodo Rei.

A área apresenta importantes vestígios arqueológicos, com indíciospré-históricos, de antigo habitante, o “Homem do Sambaqui”. Emdocumentos de 1590, já se constatava a presença de colonos em par-tes da região que chamava de “Guarapirangua”. Em Barra de Guaratibadesembarcaram, em 1710, franceses comandados por Duclerc, quemarcharam pelo sertão carioca para seu fracassado ataque a cidadedo Rio de Janeiro.

Toda a região fazia parte da freguesia de Guaratiba, criada em 1755.Uma grande proprietária de terras, a Marquesa Ferreira, casada comCristóvão Monteiro, tinha uma propriedade naquela praia, segundodocumento de 1596.

O Porto Mar de Guaratiba, na barra de mesmo nome, exportava aprodução agrícola da Freguesia, com acesso a embarcações de pe-queno porte. Na Restinga da Marambaia, as terras de Maria IsabelBreves foram vendidas a uma Companhia de Melhoramentos e nego-ciadas, em 1897, ao Banco da República e à Fazenda Federal, em1905. Lá, o Exército instalou um polígono de tiro, tornando, toda arestinga, área militar. No sítio Santo Antonio da Bica, o paisagistaRoberto Burle Marx localizou o seu viveiro de flores e plantas tropi-cais, em área estimada de 600.000 m2.

O Bairro tem duas praias: Barra de Guaratiba e a do Canto. Ambasem enseada abrigada pela Ponta do Picão e as encostas do morro deGuaratiba, que tem 355 metros. Estas praias são muito procuradaspor veranistas. O acesso é feito pela antiga estrada da Barra deGuaratiba, atual estrada Roberto Burle Marx. Ao longo dessa via,limitando o extenso manguezal de Guaratiba, encontram-se diversos

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restaurantes de peixes e frutos do mar. Nas encostas do morro deGuaratiba estão trilhas que dão acesso às praias selvagens volta-das para o Grumari, como dos Búzios, Perigoso, Meio, Funda e doInferno.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985

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Barros Filho

Toda a região que pertencia a freguesia de Irajá era ocupada porgrandes fazendas, como a Botafogo e a do Engenho Boa Esperan-ça (do século XVIII). A família Costa Barros era proprietária des-ses latifúndios. O pai passou toda a área para seu herdeiro, BarrosFilho. Com a construção da linha auxiliar, entre os anos de 1892 e1898, nela foi instalada a estação Barros Filho, que deu nome aoBairro. É atravessado pela avenida Brasil, abrange o Distrito In-dustrial da Fazenda Botafogo e diversas comunidades.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Benfica

A região original era composta de alagadiços que se estendiam daBaía de Guanabara até a região da Praia Pequena. Por ela passava aEstrada Real de Santa Cruz, vinda do Largo da Cancela, em São Cris-tóvão, e que corresponde às atuais Ruas São Luiz Gonzaga e AvenidaDom Hélder Câmara (Suburbana). A principal via local era a Rua daAlegria (atual Prefeito Olímpio de Melo), que seguia até o Caju. NoLargo do Pedregulho fica a “Fonte da Medusa”, também chamada de“Bicão”, confeccionada em ferro fundido, com base na escultura doartista francês Henri Frédéric. No trecho da Estrada Real correspon-dente à Rua São Luis Gonzaga, as pessoas paravam para dar água aoscavalos.

Um dos marcos do bairro é o Hospital Central do Exército, adquiridoao Jóquei Club em 1892, com seus três primeiros pavilhões, inaugu-rados em 1902, e o Pavilhão Central Floriano Peixoto, em 1913. Des-tacam-se também o Mercado CADEG, que comercializa produtosagrícolas vindos do interior do Estado com 420 lojas e intensa movi-mentação noturna, e o Conjunto Residencial Prefeito Mendes deMoraes - ou do Pedregulho - projetado pelo arquiteto Afonso Eduar-do Reidy e construído em 1947, considerado patrimônio histórico earquitetônico.

O Bairro abriga o famoso Bar Adônis, o atual pólo de iluminação na“Rua do Lustre” (Senador Bernardo Monteiro), indústrias, conjuntoshabitacionais e as comunidades Vila Arará, Herédia de Sá, Mal. Jar-dim, entre outras.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e Lei Comple-mentar No 17 de 29 de Julho de 1992.

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Bento Ribeiro

O bairro formou-se ao longo das ruas João Vicente e Carolina Ma-chado, de características predominantemente residenciais. Com aimplantação da estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central doBrasil, foi inaugurada em 1914, a estação Prefeito Bento Ribeiro, deonde partia o antigo ramal do Campo dos Afonsos, desativado porvolta de 1960. Seu nome é uma homenagem a Bento Manuel RibeiroCarneiro Monteiro, general e prefeito da Cidade de 1910 a 1914, nogoverno do Marechal Hermes da Fonseca.

Próxima à Estrada Real de Santa Cruz, atual Intendente Magalhães,existia uma fonte, muito usada pelos viajantes, que deu origem a es-trada da Fontinha.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Bonsucesso

Assim como Ramos, suas terras, cruzadas pelo Rio Faria, pertenciamao extenso Engenho da Pedra. O acesso era pela Estrada da Penha esua primeira estação na Estrada de Ferro Norte (Leopoldina) foi aber-ta em 1886. Seu nome “Bonsucesso” vem de D. Cecília Vieira deBonsucesso, que, em 1754, reformou capela da região.

A partir da década de 1910, o Engenheiro Guilherme Maxwellurbanizou e loteou enormes glebas do Engenho da Pedra, criando umnovo bairro: a “Cidade dos Aliados”, com a Praça das Nações,Aveni-das Londres, Paris, Nova York, Bruxelas e Roma. Do lado oposto,Paulo de Frontin abria as Ruas Clemenceau, Saint Hilaire, Humboldt,entre outras, consolidando Bonsucesso, cuja nova estação seria inau-gurada na Praça das Nações.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Nº2055 de 9 de dezembro de 1993, que delimita a RA e o Bairro doComplexo do Alemão e pela Lei Nº 2119 de 19 de janeiro de 1994que cria o Bairro da Maré.

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Botafogo

Dois nomes se destacam na história de Botafogo: João Pereira deSousa Botafogo, que comprou as terras do seu primeiro ocupante,Antônio Francisco Velho, e deu nome ao bairro, e o Vigário GeralDom Clemente José de Matos, proprietário de toda a região no sécu-lo XVIII, desde a praia até a Lagoa Rodrigo de Freitas. Em 1657, oVigário abriu em suas terras um caminho que deu origem à atual RuaSão Clemente.

Em 1808, com a chegada de D. João VI, foram erguidas em frente àenseada grandes mansões que atraíram a corte, ricos comerciantes eo corpo diplomático. Pouco a pouco, ao longo do século XIX, asterras do bairro foram sendo ocupadas por residências de ricos aristo-cratas, principalmente na Rua São Clemente, e o bairro se transfor-mou na região mais seleta da Cidade.

Em 1906, após a ampliação da Avenida Beira-mar até a orla da Praiade Botofogo, os serviços expandiram-se e muitas das imponentesmansões foram ocupadas por embaixadas, consulados, colégios e,mais tarde, por clínicas, restaurantes e sedes de empresas. No iníciodo século XX, Botafogo passou a ser habitado também por operários,artesãos, comerciantes, etc, fazendo surgir habitações coletivas, cor-tiços e vilas.

Hoje, Botafogo tem a segunda população da Zona Sul, uma estaçãode metrô e abriga colégios tradicionais, centros comerciais e empre-sariais, equipamentos culturais, restaurantes, grandes empresas, hos-pitais, clínicas e o imponente Palácio da Cidade, sede da Prefeiturada Cidade do Rio de Janeiro.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Braz de Pina

Brás de Pina era, no século XVIII, o proprietário da região que origi-nou o bairro. Era, também, contratante da pesca da baleia e mantinhaum engenho de açúcar e aguardente. As terras da sua fazenda alcan-çavam a orla da Baía de Guanabara, através da estrada do Porto deIrajá, atual avenida Antenor Navarro.

Brás de Pina construiu o Cais dos Mineiros para escoamento de açú-car e de óleo de baleia, usado na iluminação pública. Em 5 de setem-bro de 1910, foi inaugurada a estação de Brás de Pina, da estrada deFerro Leopoldina, que deu impulso ao bairro.

A Companhia Construtora Kosmos adquiriu as terras do antigo enge-nho e criou o loteamento “Vila Guanabara”, conjunto de glebas, comruas arborizadas e casas em estilo neo-colonial. Em 1929, a Kosmosconstruiu a igreja de Santa Cecília.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Cachambi

Caxamby, nome de origem indígena, significa feixo; laço que amarrao capim; mato trançado. Suas terras eram formadas por imensoscapinzais, muito procuradas como alimentos dos animais, o que va-lorizava seus terrenos. Dois portugueses, Manuel da Silva Cardoso eManuel Brandão, grandes proprietários locais comercializavam comesses capinzais. Mais tarde lotearam parte dos terrenos e o restante,venderam para a instalação de uma indústria.

Antigamente, Cachambi era muito procurado por ciganos que insta-lavam, em terrenos baldios, suas tendas. Em 1879, surgiu a Compa-nhia Ferro-Carril de Cachambi, com bondes puxados a burro que fa-zia a primeira ligação nos subúrbios. Em 1901, foi inaugurada a Igre-ja de Nossa Senhora da Aparecida.

O bairro do Cachambi ganhou visibilidade com a inauguração do“Norte Shopping”, em 1986, instalado na antiga Fábrica Klabin, de-corada com vitrais do inglês Brian Clarke.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Cacuia

Em indígena, Cacuia significa CAÁ “morro” e CUYA “vaso de be-ber”, ou seja, “Morro da Cuia”. No século XIX, existiu na região apróspera fazenda São Sebastião, com atividades voltadas para a ex-ploração de cal de mariscos e a extração de saibro. Sua proprietária, aviúva Amaral, a vendeu em 1871 à Marinha e a área tornou-se mili-tar. Inicialmente foram instalados um depósito de munições e umaescola de aprendizes marinheiros, atualmente nela encontram-se aestação de rádio da Marinha e a base de combustíveis líquidos.

Na época do presidente Floriano Peixoto, ocorreu a Revolta da Ar-mada (1893) e a antiga escola aí instalada foi palco de violentos con-flitos envolvendo os revoltosos almirantes Custódio e Saldanha, ocapitão Negreiros e o general “Florianista” Silva Teles, morto ao ten-tar ocupá-la. Grande parte dessa área da Marinha compreende o mor-ro do Matoso (69 mts), recoberto por densa mata, e o manguezal cor-tado pelo rio Jequiá (Y-I-QUIÁ – “rio Sujo”). Por sua importânciaecológica, foi transformada na Área de Proteção Ambiental e Recu-peração urbana – APARU do Jequiá, por decreto municipal em 1993,incluindo os sítios arqueológicos, compostos pelo acúmulo de con-chas deixadas pelas antigas tribos que habitavam o litoral. A áreatotal dessa APARU é de 147 hectares. Dentro da Reserva, fica a colô-nia de pescadoresAlmirante Gomes Pereira, conhecida como colôniaZ-10, em local cedido pela Marinha em 1920, que a regulamentouem 1938, estabelecendo condições para a permanência dos morado-res. Na orla marítima, próxima ao morro do Matoso, ficam as praiasdo Golfinho, Brava e do Alentejo, dentro da área militar.

A área urbanizada do bairro tem como via principal a estrada daCacuia, com registros datados desde 1930. Parte dele foi loteado peloJardim Carioca, depois um bairro à parte. Com o decorrer dos anos obairro adensou, consolidando-se como área residencial, com centrofuncional de expressivo comércio e serviços ao longo das estradas daCacuia e do Galeão. Nele está instalado o único cemitério da Ilha doGovernador, o Cemitério da Cacuia, inaugurado em 1904.

O bairro tem o carnaval mais animado da região e, em 1953 foi fun-dado, o Grêmio Recreativo Escola de Samba (G.R.E.S.) União da

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Ilha do Governador, com as cores azul, vermelho e branco, alcançan-do em 1994, o quarto lugar no grupo especial.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Caju

A quinta do comerciante português José Gouveia Freire foi compra-da pela Família Real, para que Dom João VI tomasse lá, seus banhosmedicinais. Desta forma, a região onde está o bairro do Caju tornou-se a primeira área de banho de mar da Cidade, freqüentada por toda aFamília Real, até o reinado de Dom Pedro II. Era uma bucólica praiaque se estendia até a Ponta do Caju com areias límpidas e águas cris-talinas e abundante fauna marinha.

Em 1839, o provedor da Santa Casa, José Clemente Pereira, instalou,no início da Praia do Caju, o primeiro cemitério da Cidade para indi-gentes. Após 1851, a Santa Casa inaugurou o primeiro dos nossoscemitérios públicos, no Morundu. Paulo Guerra, rico proprietário,doou terras no Caju, adquiridas por Teixeira de Azevedo que cons-truiu, em 1880, a maior fábrica de tecidos do Brasil. Com a falência,a fábrica foi vendida ao governo federal e, no local, instalado o novoArsenal de Guerra, inaugurado em 1892, pelo presidente CamposSales. No Caju também foi instalado o Hospital São Sebastião, o pri-meiro hospital de isolamento da Cidade.

Em 1890, o Visconde Ferreira de Almeida montou sua casa para avelhice desamparada, o Abrigo São Luiz. Nos anos 40, com a abertu-ra da Avenida Brasil, que cortou o Bairro de São Cristóvão, surgiu oatual Bairro do Caju, que sofreu sucessivos aterros para a ampliaçãodo Cais do Porto e implantações de indústrias e grandes estaleirosque desfiguraram o perfil original da região. O uso do solo caracteri-zado pelos extensos cemitérios, atividades portuárias, depósitos decontâiners, estaleiros navais, hospitais e áreas militares, além de so-frer com a crescente favelização, que contribui para a degradação dohistórico bairro. Por ele, passa o elevado da Ponte Presidente Costa eSilva ou Ponte Rio-Niterói.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Camorim

Nome derivado do Tupi “CAMURY”, CA (Mata) e MURY (moscaou mosquitos), “mata com muitos mosquitos”. Designa o bairro e suaprincipal estrada de acesso. Toda essa região pertencia a GonçaloCorreia de Sá e era conhecida como Pirapitingui (peixe de escamasbranca). Nela, Correia de Sá possuía a antiga fazenda do Camorim,onde, em 1625, mandou levantar a capela de São Gonçalo deAmarante, padroeiro do lugar, que existe até hoje.

A maior parte do bairro está ocupada pelas montanhas do maciço daPedra Branca, abrangendo a Pedra Rosilha e a Serra do Nogueira. Aherdeira de Correia de Sá, Dona Vitória de Sá, tinha um primitivoengenho que foi dividido em três grandes fazendas.

Dentro da floresta, em uma bacia fechada pelas montanhas, encon-tram-se o açude do Camorim, com área de 210.000 m3 e profundida-de de 18 metros, 435 acima do nível do mar. O açude, planejado porSampaio Corrêa e construído por Henrique de Novaes, forma um dosmais belos recantos da Cidade. Mais abaixo ficam as cachoeiras doCamorim e Véu-da-Noiva, essa última junto à represa de captação e àcaixa d’Água, construídas em 1908.

Na parte baixa do bairro do Camorim, na divisa com Jacarepaguá,foram construídos os pavilhões do “Rio Centro”, com 100.209 m2de áreas para exposições, feiras, shows e eventos.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Campinho

No cruzamento da Estrada Real de Santa Cruz (correspondente àsatuais ruas Intendente Magalhães e Ernani Cardoso) com a Estradade Jacarepaguá (Cândido Benício) e a Estrada de Irajá (DomingosLopes), havia um local onde os viajantes costumavam descansar, pró-ximo a um pequeno campo onde havia uma feira de gado - o“Campinho” -, que acabou dando nome ao Largo. No século XVIII,foi aberta uma hospedaria onde Tiradentes pernoitava, em suas via-gens ao Rio de Janeiro. Nas suas imediações existia pequena fortale-za, onde foi erguida uma capelinha (atual Igreja N.S. da Conceição).

Entre seus antigos moradores, destacavam-se o Capitão José de CoutoMenezes e Ludovico Teles Barbosa, cujos descendentes abriram ruasna região. O Barão da Taquara também fez o mesmo no final do sécu-lo XIX, gerando o atual bairro do Campinho – porta de entrada paraJacarepaguá -, onde nasceu a atriz Fernanda Montenegro.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Campo dos Afonsos

Aárea era ocupada pelo Engenho dosAfonsos, um vasto campo, ondese produzia açúcar e se criava gado. O Engenho passou a ser explora-do pelo cirurgião Izidoro Rodrigues dos Santos e, mais tarde, peloIntendente Magalhães, que deu nome ao trecho da Estrada Real deSanta Cruz, depois Rio-São Paulo. A estrada cruzava a área entre osbairros de Campinho e Realengo.

Antes da 1ª Guerra Mundial, que começou em 1914, o Campo dosAfonsos foi ocupado pela Aeronáutica Civil e Militar e lá foi instala-da a primeira escola de aviação do Rio de Janeiro em 1913. A partirde 1941, durante a 2ª Guerra Mundial, com a criação da Força AéreaBrasileira - FAB, a área passou a se chamar, oficialmente, BaseAéreados Afonsos. Atualmente, abriga a Universidade de Força Aérea -UNIFA e o Museu Aeroespacial – MUSAL.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Campo Grande

As terras que iam do atual bairro de Deodoro, passavam por Bangu eiam até Cosmos, faziam parte das paragens conhecidas como o “Cam-po Grande”. Aregião, que ia do rio da Prata ao Mendanha, era habita-da pelos índios Picinguaba. Após a fundação da Cidade em 1565,passou a pertencer à grande Sesmaria de Irajá. Desmembrada em 1673,a área foi doada, pelo Governo Colonial, a Manoel Barcelos Domin-gos, dono de vasta propriedade que se estendia até o Gericinó.

Em 1757, foi criada a freguesia de Nossa Senhora do Desterro deCampo Grande, onde foi construída a Igreja Matriz, ainda existente.

Na região, as atividades principais eram o cultivo da cana-de-açúcare a criação do gado bovino. Os produtos eram escoados pela EstradaReal de Santa Cruz, que ia até São Cristóvão.

Entre 1760 e 1770, na antiga fazenda do Mendanha, o padre AntonioCouto da Fonseca plantou as primeiras mudas de café que alavancaramo desenvolvimento da cultura cafeeira por todo o Vale do Paraíba, atéMinas Gerais. Os povoados, neste período, ficavam restritos às pro-ximidades dos engenhos e fazendas, entre os quais se destacam: Juary,rio da Prata, Cabuçu, Santo Antonio do Juary, Tingui, Campinho,Guandu, Mendanha, Capoeiras, do Pedregoso, Dona Maria, Marcolinoda Costa e Sant´Aa.

A partir da segunda metade do século XIX, com a implantação da E.F. Dom Pedro II, foi construída a estação de Campo Grande, inaugu-rada em 2 de dezembro de 1879, que muito contribuiu para oadensamento do núcleo urbano do bairro, pois facilitava o acesso aoCentro da Cidade.

Em 1894, a Cia de Carris Urbanos ganhou a concessão para explorarlinha de bondes a tração animal, alcançando localidades mais distan-tes. Em 1915, foram implantados os bondes elétricos, aumentando aocupação da área e estimulando um intenso comércio interno.

Com a decadência da cultura do café, a região voltou-se para a

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citricultura. Dos primeiros anos do século XX até a década de 1940,Campo Grande foi considerada uma grande região produtora de la-ranjas, o que lhe rendeu o nome de “citrolândia”.

Na década de 1930, durante o governo de Washington Luis, a EstradaReal de Santa Cruz foi incorporada à antiga estrada Rio-São Paulo,integrando Campo Grande ao tecido urbano da Cidade.

Na década de 60, no governo de Carlos Lacerda, a Avenida Brasil,aberta em 1946, atingiria Campo Grande. A partir daí, surgiu o Dis-trito Industrial de Campo Grande e a indústria de pneus Michelin,que deram novo perfil à região, antes agrícola. Grandes loteamentosforam implantados ao longo dos eixos formados pelas estradas doCabuçu, do Pré, do Monteiro, da Cachamorra, do Campinho, do Pe-dregoso, de Sete Riachos, do Mendanha e da Posse. Destacam-se:Santa Margarida, Corcundinha, Vila Palmares, Vila Iêda, Adriana,PedraAngular, Santa Maria, Jardim Paulista, Vila Santa Rita,ArnaldoEugênio, Vila Jardim Campo Grande, Hortências, Diana, São Jorge,Morada do Campo, Jardim Monteiro e Nova Guaratiba.

O núcleo original do bairro tornou-se importante centro comercial,com destaque para a rua Cel. Agostinho (Calçadão), próximo à esta-ção ferroviária e ao terminal de ônibus, mas ainda há bolsões agríco-las nas regiões da Serrinha, do Mendanha e do rio da Prata. Merecedestaque a Serra do Mendanha, com sua reserva florestal e cachoei-ras e o Parque Estadual da Pedra Branca, com trilhas apropriadas aoecoturismo, que dão acesso ao ponto culminante do Município, o Picoda Pedra Branca, com 1025 metros de altitude.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Cascadura

A origem do nome do bairro tem três versões: 1ª - a inglesa MariaGraham, em 1824, relata um passeio à Fazenda Real de Santa Cruz efaz referência ao local como “Casca D’Ouro”; 2ª - remonta ao fato dadificuldade que os operários tiveram para abrir, com picaretas, a pe-dreira na construção da estrada de Ferro, e a chamavam de“Cascadura”; 3ª – um dos seus primeiros moradores era um comerci-ante fechado para negociações, “Casca” e para fazer doações “duro”,daí o “cascadura”.

A região era um ponto inexpressivo nos limites do Engenho de Den-tro, com o Engenho da Portela e a Fazenda do Campinho, onde aEstrada Real de Santa Cruz se encontrava à direita com a estradaMarechal Rangel, acesso aos Engenhos/Fazendas do Irajá e da Pavuna.

Por volta de 1870, foi erguida a primeira capela da região, dedicadaa Nossa Senhora do Amparo, em terras doadas por Joaquim Antoniode Oliveira.

Em 1883, foi instalado o Hospital Nossa Senhora das Dores da San-ta Casa, o primeiro para tratamento da tuberculose na Cidade, emantiga propriedade da Chácara do Ferraz. Em 1928, uma cancela se-parava os trilhos da ferrovia, da Estrada Real (atual avenida Suburba-na), cujo prolongamento chamava-se estrada Coronel Rangel, atualAv. Ernani Cardoso.

A estação de Cascadura foi inaugurada em 29 de março de 1858. OChafariz, a Cancela e o Largo, que separavam a avenida Suburbanada rua Carolina Machado, foram demolidos no governo WashingtonLuís para a construção, em 1928, de viaduto projetado pelo Enge-nheiro Eugenio Baumgart, fazendo parte da primeira estrada Rio-SãoPaulo.

A principal elevação de Cascadura é o morro da Bica, com 251 metrosocupados, em suas encostas, pela comunidade Vila Campinho. Narua Ferraz foi implantado em 1982, o Parque Orlando Leite com 2,72

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hectares. Esse parque constitui-se em um importante espaço de lazerarborizado, com quadras esportivas.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Catete

Catete ou Cateté significava, em tupi, “mato fechado”, e correspondiaa um braço do rio Carioca que, contornando o outeiro da Glória, de-sembocava no mar. Nele passou o primeiro caminho de acesso à ZonaSul da Cidade, o Caminho ou Estrada do Catete. Para cruzar o rioCarioca, o GovernadorAntonio Salema construiu uma ponte, a “Pontedo Salema”, onde foi cobrado pedágio até 1866, no local onde está,hoje, a Praça José de Alencar.

No Segundo Reinado, mansões de nobres e ricos comerciantes foramconstruídas ao longo da rua do Catete. A estrada do Catete formavaum largo, o “Largo do Valdetaro”, em frente à mansão doDesembargador Manoel Jesus de Valdetaro. Neste Largo, em 1862, oBarão de Nova Friburgo construiu, para sua moradia, o Palácio NovaFriburgo, que foi comprado, em 1897, para abrigar a Presidência daRepública. Conhecido como Palácio do Catete, exerceu a função desede do governo durante 63 anos, até a transferência da Capital paraBrasília, quando passou a sediar o Museu da República, um comple-xo cultural dotado de aprazíveis jardins. Em frente ao Museu, umconjunto de 34 sobrados, construídos em meados do século XIX, com-põem um belo conjunto histórico na Rua do Catete.

Outro ponto de destaque é o Largo do Machado, antigo Campo dasPitangueiras. Sua denominação deve-se ao comerciante André No-gueira Machado, proprietário de uma chácara no local. Nele, foierguida a Igreja de Nossa Senhora da Glória, concluída em 1872,projeto dos franceses Koeler e Riviére, em estilo neoclássico.

O Largo do Machado se destaca como importante pólo da região,com galerias comerciais, restaurantes, floristas, o Cine São Luiz, oColégio Estadual Amaro Cavalcanti e uma estação de metrô. A pri-meira linha de bondes elétricos do Rio, os do Jardim Botânico, foiinaugurada em 1892 no Largo do Machado.neciam material para a construção das Igrejas no Século XIX. Próxi-mo a elas, foram abertas, na chácara de Salvador Quintanilha, as ruasBento Lisboa e Pedro Américo.

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Atualmente, o Catete se destaca como importante centro comercial,mantendo vilas e antigos sobrados, com grandes condomíniosresidenciais.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Catumbi

A origem desse bairro é um arraial às margens do Rio Catumbi (nalinguagem dos índios, “água do mato escuro” ou “rio sombreado”),em vale fértil e verdejante, habitados por ricos proprietários de terrase escravos. As chácaras mais importantes eram a do Pinheiro, a daFloresta, a dos Coqueiros, e a do Souto. No alto do Catumbi, moravaInácio Corrêa, conhecido como “Papa-Couve”, onde fica o Morro doFallet, e que deu nome ao antigo Rio Catumbi.

Entre o Catumbi e o Rio Comprido havia a Estrada do Catumbi (atualItapiru), e no início dela foi implantado o primeiro Cemitério a céuaberto para não indigentes do Brasil, o Cemitério de São Franciscode Paula. A Rua do Catumbi foi aberta em 1850 pelo ComendadorJosé Leite de Magalhães, e a do Chichôrro pelo DesembargadorChichôrro da Gama. A nova Igreja de N.S. da Salette foi construída apartir de 1918.

Com a inauguração do Túnel Santa Bárbara em 1963 e a posteriorconstrução do elevado 31 de Março, o bairro do Catumbi foi divididoem dois. Imóveis e quadras inteiras foram demolidos e hoje parteimportante do bairro se espreme entre os viadutos e o Morro da Mi-neira.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Cavalcanti

A família Cardoso Quintão possuía uma grande quantidade de terrasentre o caminho do Catete, atual rua Graça Melo e, a Estrada Real,atual avenida Suburbana, que deu origem ao bairro.

Com a construção da linha auxiliar, antiga Estrada de Ferro Melhora-mentos do Brasil, em 1892, foi implantada a estação de Cavalcanti,que recebeu o nome em homenagem a Matias Cavalcanti, que eraencarregado do tráfego da Central.

O atual bairro de Cavalcanti fica situado entre os morros do Dendê,da Serrinha e dos Urubus. Sua rua principal é a Silva Vale, cujo nomeé uma homenagem a um antigo engenheiro da Prefeitura.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Centro

Em 1567, o núcleo original da Cidade de São Sebastião do Rio deJaneiro foi transferido da Urca para o Morro do Castelo. Aos poucos,a população começou a ocupar a planície localizada entre os morrosdo Castelo, de Santo Antônio, de São Bento e da Conceição e a ater-rar os pântanos e lagoas existentes, na área hoje conhecida comoCentro da Cidade.

Da segunda década do século XVIII em diante, foram realizadas di-versas obras (como o Aqueduto da Carioca), implantados serviços,abertas novas vias e pontes. Mais tarde, com a mudança da Capitaldo Vice-Reinado para o Rio, em 1763, e, principalmente, com a che-gada da Família Real, em 1808, o Centro passa por uma profundaremodelação.

Até meados do século XIX, contudo, o Rio ainda era uma cidademodesta, em decorrência da inexistência de transportes coletivos. Em1868, com a inauguração da primeira linha de bondes, uma nova erase iniciava para a Cidade, que veio a ter como seu símbolo a Rua doOuvidor, no coração do Centro.

Com a reforma urbana promovida por Pereira Passos, na primeiradécada do século XX, o Centro passou por uma transformação radi-cal, com a derrubada de cortiços e edificações precárias e a abertura eo alargamento de ruas. Surgem a Avenida Central, atual Rio Branco,e aAvenida Beira-Mar, praças antigas são reformadas e são construídoso Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional, dentre inúmeros outrosprojetos.

Grandes transformações também ocorreram em 1920, com o desmontedo Morro do Castelo e, em 1944, com a inauguração da Avenida Pre-sidente Vargas, que arrasou quarteirões inteiros e fez desaparecermonumentos arquitetônicos e praças históricas. Já a década de 1950é marcada pelo início do processo de esvaziamento do Centro e adécada de 1960 pela construção dos viadutos e pistas expressas ele-vadas que existem hoje no bairro.

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Contudo, apesar da degradação de várias das suas áreas, o Centrocontinua a ser o segundo centro financeiro do País e a principal refe-rência da Cidade, abrigando os seus principais monumentos e mar-cos históricos, além de um grande número de prédios comerciais,museus, restaurantes tradicionais, centros de pesquisa e universida-des.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Cidade de Deus

A região pertencia à Grande Sesmaria de Martin de Sá, que se esten-dia do arroio Pavuna até o Maciço da Tijuca, cuja principal constru-ção era o Engenho D’Água. Nas suas imediações se encontravam asestradas do Gabinal, do Capão (atual Tem. Cel. Muniz de Aragão) eda Banca da Velha (atual Edgar Werneck). Posteriormente, a área foiocupada por sítios e fazendas onde cultivou-se cana-de-açúcar, café elavouras diversas.

Na década de 1960, com a transformação do Distrito Federal emEstado da Guanabara, o Governador Carlos Lacerda implementouuma política de remoção das favelas situadas na zona sul da Cidade,no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, além de algumas outras,para isso autorizando a construção de grande conjunto habitacionalna baixada de Jacarepaguá. Surgiu assim a Cidade de Deus.

Construída pela COHAB e financiada pelo BNH, a Cidade de Deusterminou de ser construída após o governo Negrão de Lima. Seusprojetos foram executados em 1968: o primeiro, em área total de253.810 m2, limitado entre a avenida Ezequiel, rua Moisés e rua Ed-gar Werneck; o segundo, em área total de 36.343 m2, constando de159 lotes e 8 ruas, entre a estrada da Estiva (atual Malomiguel SalazarMendes de Morais) e a avenida do Rio Grande; e o terceiro, de outu-bro de 1968, abrangendo a maior área, com mais de 120 logradouros,incluindo ruas, travessas, praças, todas batizadas com nomes bíbli-cos, pelo Decreto de 30/03/1970.

Os favelados transferidos para a Cidade de Deus provinham de 63favelas distintas, sendo que 70% dessa população provinha de ape-nas seis favelas (Praia do Pinto, Parque da Gávea, Ilha das Dragas,Parque do Leblon, Catacumba e Rocinha). Os outros 30% eram oriun-dos de 57 favelas, evidenciando a heterogeneidade dos residentesfavelados.

A Cidade de Deus agrupa uma população de operários de vários seto-res industriais, prestadores de serviços não-especializados, pessoasdedicadas a atividades comerciais, de natureza administrativa e pro-

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fissionais liberais. Alguns anos depois de sua inauguração, o que an-tes eram áreas exclusivamente residenciais, tomaram a feição de pe-quenos centros comerciais em plena expansão, observando-se emquase todas as quadras os mais diversos estabelecimentos.

Atravessada pelo rio Grande e seu afluente Estiva, a Cidade de Deuspassou a ter um crescimento interno desordenado, observando-se umprocesso de favelização ao longo desses canais. Junto ao conjuntosurgiram as comunidades do Muquiço, Santa Efigênia, travessaEfraim, Rocinha II e Jardim do Amanhã II, além de novos conjuntoshabitacionais como o Vila Nova Cruzada e o Jardim do Amanhã. Em1997, com a inauguração da “Linha Amarela”, a Cidade de Deus se-ria seccionada: de um lado os Conjuntos Margarida, Gabinal etc e, dooutro, o restante das antigas glebas, as duas partes interligadas porpassarelas.

A vida no bairro inspirou o filme brasileiro “Cidade de Deus”, base-ado no romance homônimo de Paulo Lins, com roteiro de BráulioMantovani, dirigido por Fernando Meirelles. Lançado em 2002 noBrasil e, posteriormente, no exterior, o filme teve enorme sucesso,recebendo inúmeros prêmios e indicações.

A Lei 2662/98 transformou o grande conjunto, na XXXIV RA –Cidade de Deus.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Cidade Nova

A Cidade Nova era uma extensa região pantanosa, compreendendoos Mangais da Gamboa Grande e o final do Saco de São Diogo. Comos aterros feitos no inicio do século XIX, nela se formou o “Campode Marte”, destinado a manobras de tropas militares e exercícios detiro. Ali foi aberto o Caminho do Aterrado, ou das Lanternas, sobre oqual a Rua São Pedro da Cidade Nova alcançaria a “Ponte dos Mari-nheiros”, renovada para que a família real tivesse acesso ao Palácioda Quinta. Mauá instalou na Rua São Pedro, em 1851, a “fábrica degás”, projeto do inglês Guilherme Bragge e transformou, em 1857, avala que corria no aterrado num verdadeiro canal, o Canal do Man-gue (entre as Ruas Visconde de Itaúna e Senador Eusébio).

Em 1895, completou-se o aterro dos pântanos vizinhos com terrasque vieram do desmonte do Morro do Senado. Foram, então, abertasas ruas Visconde Duprat, Pinto deAzevedo, Pereira Franco, dos Bon-des (Machado Coelho) e outras.

A região entrou em decadência após a construção da Av. PresidenteVargas, na década de 1940, com cortiços, zona de meretrício (o fa-moso “Mangue”, onde Luiz Gonzaga, o rei do baião, começou a to-car quando chegou ao Rio de Janeiro) e sobrados em ruínas, até serrenovada a partir dos anos 1970. Foram então construídos o Prédioda Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e o Centro Administra-tivo São Sebastião (CASS) - sede da Prefeitura da Cidade do Rio deJaneiro, projeto do arquiteto Marcos Konder Netto. Na década de1990 a região recebeu obras que implantaram uma nova infra-estru-tura voltada para as novas tecnologias de informação e comunicação– era o projeto do Teleporto do Rio de Janeiro -, que terminou porconcentrar em um prédio uma série de empresas com atuação naInternet.

Novas ruas foram abertas e foi construído um prédio anexo ao CASSpara abrigar as Secretarias Municipais de Administração e de Fazen-da, entre outras. Em julho de 2007, foi inaugurado o Centro de Con-venções “RIOCIDADENOVA”, em área de 16 mil m2 que inclui pré-dio tombado de 1869.

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Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Monumento Cristo Redentor

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Cidade Universitária

Nesse local da Baía de Guanabara situava-se um arquipélago com-posto por oito ilhas: Cabras, Pindaí do Ferreira, Pindaí do França,Baiacu, Fundão, Catalão, Bom Jesus e Sapucaia. Desde 1935, existiaa proposta da construção de um Campus único que concentrasse asatividades da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Passados dez anos de estudos (1935 a 1945) elaborados por váriascomissões para diversos locais, em 1948 optou-se por implantar aCidade Universitária na enseada de Inhaúma, formada pelos rios Ja-caré e Faria, e no período de 1949 a 1952, as já referidas oito ilhasforam aterradas e interligadas, numa superfície de 4,8 milhões demetros quadrados, para a Cidade Universitária ser instalada. Em 1959,o presidente Juscelino Kubitscheck, denominou, pelo Decreto 47.534,a Ilha resultante da fusão do arquipélago original, de “Ilha da CidadeUniversitária, da Universidade do Brasil”.

Seu projeto técnico ficou sob a tutela da equipe de arquitetos do Es-critório Técnico da Universidade do Brasil (ETUB), tendo como ar-quiteto-chefe Jorge Machado Moreira. Iniciadas em 1954, as obrasseguiam lentamente até que, em 1970, o presidente Emílio GarrastazuMédici assinou decreto com verbas para acelerar a construção da Ci-dade Universitária. Atualmente, a Cidade Universitária tem um con-junto de edificações que abriga 60 unidades acadêmicas e institui-ções conveniadas, incluindo também setores técnicos, esportivos eadministrativos da UFRJ.

A malha urbana e os conjuntos arquitetônicos da Cidade Universitá-ria, ocupam 30 % do território atual da ilha, cuja localização entre oAeroporto Internacional Tom Jobim e o Centro da Cidade, garante-lhe um grande destaque. Além das faculdades, convênios de cessãode usos de terrenos trouxeram para o Campus da UFRJ, importantesinstituições como o Instituto de Engenharia Nuclear da CNEN (Co-missão Nacional de Energia Nuclear), o Centro de Pesquisas e De-senvolvimento da Petrobrás (CENPES), o Centro de Pesquisas daEletrobrás (CEPEL) e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).

Destaca-se o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF),

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projetado pela equipe do arquiteto Jorge Machado Moreira, cuja cons-trução iniciou-se em 1950, interrompida por falta de recursos em 1955.Erguida a imensa estrutura de 220.000 metros quadrados, a obra ar-rastou-se por duas décadas, em 1970 foi decidido que o hospital sóocuparia a metade da área total da estrutura. Em 1974, foi aprovadaverba inicial para a retomada do projeto e no dia primeiro de marçode 1978 foi inaugurado o Hospital Universitário, no governo deErnesto Geisel, sendo presidente da Comissão de Implantação,Clementino Fraga Filho, que posteriormente daria seu nome à Insti-tuição.

Na antiga ilha do Bom Jesus, no que restou dela, os franciscanostiveram uma igreja e convento no início do século XVIII, doados pelaviúva do Capitão Francisco Teles de Menezes. Dom João VI era seuassíduo visitante e, entre 1823 e 1832, ele acolheria o hospital daMarinha e os leprosos da Ilha das Enxadas até que, transferido em1868 para o governo, abrigou o asilo dos Inválidos da Pátria. Atual-mente, essa área pertence ao Exército e a igreja do Bom Jesus daColuna, tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (em1964), passou por um processo de restauração arquitetônica. Com ainauguração da “Linha Vermelha” em duas etapas, 1992 e 1994, aCidade Universitária, conhecida como “Ilha do Fundão”, foi benefi-ciada com acesso pela nova via expressa para o Centro, BaixadaFluminense e Ilha do Governador e posteriormente a “Linha Amare-la” (1997) interligou o bairro diretamente à Barra da Tijuca.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Cocotá

O nome indígena, COG-ETÁ ou COG-ATÁ, ou seja, “roças”, refere-se aos cultivos feitos pelos primeiros habitantes da Ilha do Governa-dor. A região era conhecida como praia da Olaria, devido na segundametade do século XIX, haver produção de artefatos de cerâmica paraa construção civil na região. O bonde começou a circular em 1922,partindo da Ribeira até Cocotá e, como referencial histórico, existeainda a Estação de Bondes Santa Cruz, na esquina da estrada da Cacuiacom a rua Capitão Barbosa, hoje com outro uso.

Em 1938, houve registros de loteamento na praia da Olaria, dandoorigem a diversas ruas. Vias importantes do bairro são a estrada daCacuia, a rua Tenente Cleto Campelo e a avenida Paranapuã. O co-mércio é expressivo e no bairro ficam o Centro Cultural Euclides daCunha, o Fórum da Ilha do Governador e a Igreja de São Sebastião. Oantigo saco e praia da Olaria foram aterrados, para a implantação doParque Poeta Manuel Bandeira, inaugurado em 19 de abril de 1978,com mais de 180 m2 de área, tornando-se a maior área de lazer daIlha do Governador, com quadras esportivas, campo de futebol, esta-cionamento e brinquedos.

Em 2003, beneficiado pelo Projeto Rio-Cidade da Prefeitura, o Par-que passou por ampla reforma, ganhando pista, ciclovia, novas qua-dras poliesportivas, pista de skate e campo de futebol com gramasintética. E tudo começou com um espanhol, Ramon Rodriguez YRodriguez que veio para o Cocotá no final do século XIX e construiua primeira empresa da Ilha do Governador, uma fábrica de cal (caieira),na praia de Cocotá, onde hoje está o Edifício “Sobre as Ondas”.

Destaca-se, também, o Esporte Clube Cocotá, inaugurado em 3 dedezembro de 1922, em um terreno de 11.500 m2, entre as ruas Granáe Moravia. No limite entre os bairros do Cocotá e da Cacuia, fica oHospital Municipal Paulino Werneck, inaugurado em 06 de agostode 1935, com o nome “dispensário”, para tratamento de tuberculosos,atualmente funciona como emergência em regime de 24 horas, ab-sorvendo urgências clínicas e cirúrgicas de médio porte e uma tradi-cional maternidade (única em toda a ilha), com enfermarias e ambu-

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latórios.

A mais recente grande obra beneficiando o Cocotá e a Ilha do Gover-nador foi a construção do novo Terminal Hidroviário do Cocotá, inau-gurado no dia 16 de novembro de 2006. As obras duraram um ano emeio e o trajeto das barcas é único: Praça 15-Cocotá-Praça 15, tam-bém com Catamarãs, possui integração com linhas de ônibus da re-gião e dois estacionamentos. Ele substitui o da Ribeira, que serádesativado.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Coelho Neto

Originalmente, a região era denominada Areal e seus principais aces-sos eram a estrada da Pavuna, depois Av. Automóvel Clube e, estradado Areal, atual Avenida dos Italianos. A família Amaral era a princi-pal proprietária das terras. Com a implantação da E. F. Rio D’Ourofoi construída a estação do Areal, depois Coelho Neto, uma homena-gem ao famoso escritor e jornalista.

Na década de 1960, a ferrovia foi extinta e seu leito abrigou a Linha 2da Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro-Metrô, entre osbairros de Del Castilho e Pavuna. Nela, em 1998, foi inaugurada aestação Coelho Neto. O bairro de Coelho Neto é atravessado pelaavenida Brasil, cujo trecho era denominado avenida das Bandeiras,aberta pelo prefeito Henrique Dodsworth, na década de 1940.

Na principal praça do bairro, Professora Virginia Cidade, concentra-se o comércio local. Coelho Neto engloba o Distrito Industrial deFazenda Botafogo, instalado na década de 1980 entre a avenida Bra-sil e o rio Acari.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Colégio

Na região onde hoje está o bairro, na freguesia de Irajá, havia apenasum professor público, José Teodoro Burlamaqui. O seu colégio, de1860, ficava no cruzamento das estradas da Pavuna e Barro Verme-lho, cuja continuação ganharia o nome de estrada do Colégio. Com aconstrução, em 1876, da estrada de Ferro Rio D’Ouro, extinta na dé-cada de 1960, e sua incorporação pela Estrada de Ferro Central doBrasil, foi implantada a Estação do Colégio. Anos depois, no leito daantiga estrada de ferro, foi construída a Linha 2 do metrô, entre Estácioe Pavuna, e a Estação do Colégio, no mesmo local da antiga paradado trem.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Complexo do Alemão

Antes da colonização portuguesa, as áreas próximas à região eramhabitadas pelos índios Tamoios, que viviam às margens do Rio Timbó– nome dado em função do cipó “timbó”, utilizado para envenenar aágua e facilitar a pesca.

Muito após o extermínio dos Tamoios, os jesuítas se estabeleceramna região – já no século XVIII -, dando origem à Fazenda de Inhaúmae seus engenhos. Expulsos os jesuítas, em 1760, suas terras foramdesmembradas em várias fazendas que deram origem aos atuais bair-ros de Ramos, Bonsucesso, entre outros.

A ocupação da Serra da Misericórdia ocorreu no início do século XIX,com Francisco José Ferreira Rego. Por ocasião de sua morte, os her-deiros venderam as terras para Joaquim Leandro da Motta. Esse, porsua vez, dividiu sua propriedade em grandes lotes, vendendo um de-les para Leonard Kacsmarkiewiez, polonês refugiado da PrimeiraGuerra Mundial, que ficou conhecido pelo apelido de “Alemão”, nomedepois dado ao morro que lhe pertencia. Em 1928, Leonard “Ale-mão” promoveu o primeiro loteamento de suas terras, na área dasatuais comunidades Joaquim de Queiroz e Grota, que tinham ocupa-ção dispersa até meados da década de 1950.

A partir da década de 1940, iniciou-se a ocupação das áreas das atu-ais comunidades de Nova Brasília e Itararé. Na década de 1950, aocupação se ampliou e surgiram as comunidades dos Morros do Ale-mão, da Esperança, dos Mineiros e do Relicário. Em 1961, foi ocupa-do o Morro da Baiana e, a partir dos anos de 1970, surgiram aFazendinha, o Reservatório de Ramos e o Parque Alvorada - Cruzei-ro (1982). No final da década de 1980, o conjunto de favelas queocupam o leste da Serra da Misericórdia e suas adjacências viria aformar a XXIX Região Administrativa Complexo do Alemão.

O bairro do Complexo do Alemão compreende toda a região admi-nistrativa, ocupando 437.880 m². O ponto culminante dos morros lo-cais está a 138m de altura em área com cobertura florestal.

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Apesar da rede de abastecimento de água chegar à maioria das casas,ainda há moradores que se abastecem de poços artesianos e de algu-mas nascentes de água locais. Embora o Censo 2000 registre que84% dos domicílios de favela do bairro possuem rede de esgotamen-to sanitário, podem ser constatadas áreas específicas onde há valas acéu aberto e despejo de esgoto in natura nos corpos hídricos.

Nota: Delimitado pela Lei Nº 2055, de 09 de dezembro de 1993, alte-rando os limites dos Bairros de Olaria, Ramos, Bonsucesso, Inhaúmae Higienópolis.

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Copacabana

A antiga Praia de Socopenapan era um areal deserto quando pescado-res ergueram uma capelinha no extremo sul da praia e nela introduzi-ram a cópia de uma imagem de N. S. de Copacabana. Trazida pormercadores de prata peruanos, a imagem acabou dando o nome àpraia e ao bairro. Mais tarde, com a construção do Forte deCopacabana, a histórica igrejinha foi demolida.

A atual Ladeira do Leme foi o primeiro acesso terrestre à Copacabana.Com o surgimento da Ladeira do Barroso, moradores da cidade, en-tre eles o Imperador D. Pedro II, faziam verdadeiras excursões àque-les distantes areais.

A urbanização da região começa com a abertura do Túnel Velho e achegada, em 1892, da linha de bondes da Companhia Ferro-CarrilJardim Botânico. Duas empresas imobiliárias começam a lotear obairro e, em 1917, Copacabana já tinha 45 ruas, 1 avenida, 4 praças,2 ladeiras e 2 túneis. A Avenida Atlântica foi inaugurada, em 1906,pelo Prefeito Pereira Passos e duplicada, em 1919, pelo Prefeito Pau-lo de Frontin.

Em 1923, surgia na praia o Copacabana Palace Hotel, com sua mag-nífica pérgola e majestosos salões. Nos anos 1940, Copacabana ini-ciou processo de acelerada verticalização e ganhou agitada vida no-turna, com bares, boites, teatros e restaurantes. No início dos anos1960, surgia o famoso movimento da “Bossa Nova”, no Beco dasGarrafas.

A conformação atual da Avenida Atlântica e da Praia de Copacabana- com calçadão, pista dupla, canteiro central e larga faixa arenosa napraia - foi inaugurada em 1971. As grandes torres dos hotéis da orlasurgem após essa obra, elevando o gabarito de Copacabana para alémdos 12 pavimentos que predominam na maior parte do bairro.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Visão de Copacana

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Cordovil

No Século XVII, as terras pertenciam ao provedor da Fazenda Real,Bartolomeu de Siqueira Cordovil que, posteriormente, as passou parao seu filho, Francisco Cordovil de Siqueira e Mello. O Engenho dosCordovil possuía extensos canaviais que se espalhavam pela planícieem direção a Irajá. Posteriormente, a antiga propriedade foi loteada.Nela passava a estrada do Porto Velho de Irajá, prolongamento doQuitungo e depois a primeira estrada Rio-Petrópolis, correspondendoàs ruas Itabira e Bulhões Marcial.

Com a implantação da Estrada de Ferro do Norte, depois Leopoldina,foi inaugurada, em 1910, a estação de Cordovil.

Com a abertura da avenida Brasil, em 1946, foi implantado o Trevodas Missões que dá acesso à nova Rodovia Rio-Petrópolis, Washing-ton Luiz. Suas terras abrangiam a Ponta do Lagarto e a ilha do Saravatá,aterradas na década de 1980/1990, cortadas pela “Linha Vermelha”.

Em 1969, foi construído o conjunto habitacional Cidade Alta, paraabrigar moradores removidos da Favela Praia do Pinto. No seu entor-no surgiram novas favelas, como Divinéia, Cambuci, Pica-Pau, SerraPelada e Chega Mais, que formam o chamado “Complexo da CidadeAlta”.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Cosme Velho

O nome vem do grande proprietário da região no século XVIII, CosmeVelho Pereira.

Na porção superior do Vale das Laranjeiras, junto às encostas do Cor-covado e da Serra da Carioca, ficava o lugar alto da “Carioca Velhaou Paragem das Laranjeiras”, que topava com densa floresta. No sé-culo XVII, a região foi desbravada com o desenvolvimento de gran-jas, que se cobriram de bananeiras, canaviais e laranjeiras. Em 1727,Cosme Velho Pereira adquiriu uma chácara medindo 418 braças defrente pela estrada pública até o alto da serra por onde corriam oscanos da Carioca. Essa estrada é a atual Rua Cosme Velho.

O Rio Carioca principiava seu curso em uma grande rocha ao pé doCorcovado, na chamada “Fonte do Beijo”. Logo adiante, suas águasse acumulavam numa bacia denominada de “Mãe d’Água” ou Fontedas Caboclas. Mais abaixo, o rio cruzava a Região do Cosme Velho,recebendo o nome de Rio das Caboclas em função da presença dasíndias que ali se banhavam e das lavadeiras que dele se utilizavam.

Enquanto o Cosme Velho se desenvolvia, seu clima aprazível e asmatas atraíam estrangeiros. O “Morro do Pindurassaia”, acima daLadeira do Ascurra, abrigou as propriedades de três ingleses: o Côn-sul Chamberlain, George Britain e Guilherme Young. No início doséculo XIX, o morro - que se situa entre as Ladeiras dos Guararapes edoAscurra - passou a se chamar “Morro do Inglês”. No seu cume ficao Hospital Adventista do Silvestre.

Com a chegada do ciclo do café, foram devastadas as encostas maisbaixas do Cosme Velho. O Gal. Hogendorp, fugido da Europa, teveum sítio na Ladeira do Ascurra onde chegou a cultivar 30.000 pés decafé.

Outros proprietários famosos surgiram no Cosme Velho. O mais co-nhecido deles era Machado de Assis, mas também tinham terras noCosme Velho o Barão Smith de Vasconcelos, Joaquim da Silva Souto(proprietário do Largo do Boticário), Candido Portinari, CecíliaMeireles, entre outros. O nome “Águas Férreas”, que o bairro teve na

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época dos bondes, se devia à Bica da Rainha, de águas ferruginosas.

Marcante presença em toda a região, o imponente Pico do Corcovado(704m) já recebia excursionistas que se aventuravam por íngreme etortuosa trilha acima do Silvestre. Nas suas imediações, escravos serefugiavam na mata, abrigando-se em cavernas e criando quilombos.O mais famoso era deles era o quilombo do corcovado, composto porescravos, soldados desertores e colonos desocupados, que pratica-vam assaltos nas redondezas. Em 1829, a polícia destruiu a organiza-ção desses quilombolas.

Com a inauguração da Estrada de Ferro Corcovado, o Cosme Velhotornou-se a porta de entrada ao Cristo Redentor. Sua tranqüilidadeseria afetada pela abertura do Túnel Rebouças, em 1965, que abriuacesso para a Lagoa e outros bairros da Zona Sul e trouxe trânsitointenso para a Rua Cosme Velho. Nas décadas de 1960 e 1970, imo-biliárias derrubaram antigos solares e levantaram prédios de aparta-mentos e acelerou-se o processo de favelização das encostas dosmorros da região.O Cosme Velho abriga importantes instituições, como o Colégio Sion,o Museu de Arte Naif, o Colégio São Vicente de Paula, a Casa doMinho, a Dataprev, a Igreja de São Judas Tadeu, entre outras.Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Cosmos

Nas terras que pertenceram ao Engenho da Paciência, a Com-panhia Imobiliária Cosmos construiu um grande loteamento, a VilaIgaratá. Quando foi implantado o ramal ferroviário de Mangaratiba,a Companhia cedeu uma área para a construção da Estação Cosmos,inaugurada em 1928, que deu nome ao bairro. O acesso também erafeito pela antiga Estrada Real de Santa Cruz (atual Av. Cesário deMelo). O bairro se caracteriza pela presença de conjuntoshabitacionais, loteamentos e comunidades, como a Vila do Céu e VilaSão Jorge. Destacam-se os loteamentos Vila Santa Luzia, bairroAnápolis e conjuntos na rua Paçuaré.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Costa Barros

A origem é a mesma do bairro Barros Filho, ou seja, as fazendas dafamília Costa Barros. Com a implantação da linha auxiliar foiconstruída a estação Costa Barros, próxima à passagem de nível daestrada de Botafogo.

O bairro caracteriza-se pela existência de grandes conjuntoshabitacionais e de comunidades nos morros de Botafogo (Chapadão)e da Lagartixa. Nele ficava a antiga sede da Fazenda Botafogo.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Curicica

Corruptela de YA-CURY-YCICA, “A Árvore que Baba”, da famíliadas palmáceas, o nome Curicica designou antiga estrada deJacarepaguá que dava acesso a baixada fronteiriça ao morro Dois Ir-mãos, limitada pela estrada de Guaratiba (atual Bandeirantes). Nosopé do morro, foi instalado o hospital para tratamento da tuberculo-se, hoje hospital Raphael de Paula e Souza.

A área é remanescente de antigos engenhos de cana-de-açúcar, cujaurbanização se deu em 1957, com a implantação do grande loteamentoParque Curicica, de propriedade da “Cia Imobiliária Curicica ltda”,situado entre as estradas dos Bandeirantes, do Calmete, da Curicica,rua André Rocha e o rio Guerenguê.

O bairro é dividido em dois setores, pelos morros da Helena e daPedra do Padre. Sua principal referência é a Praça Delfos. Nos seuslimites, ficam instalações da Central Globo de Produções e da RedeGlobo, conhecido como PROJAC.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Del Castilho

A região pertencia à freguesia de Inhaúma e era atravessada pela Es-trada Real de Santa Cruz, atual Dom Helder Câmara e se chamavaVenda Grande. No final do Século XVIII, a área fazia parte da imensapropriedade rural da fazenda do Capão do Bispo, do Primeiro Bispodo Rio de Janeiro, Dom José Joaquim Castelo Branco, cuja sede ain-da existe e é preservada pelo Patrimônio Estadual.

Com a construção da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, de-pois Linha Auxiliar, foi implantada a estação Del Castilho, em home-nagem a um engenheiro, amigo de Paulo de Frontin. A Estrada deFerro Rio D’Ouro também tinha uma estação que se chamava Liber-dade e depois foi rebatizada de Del Castilho. Existiam, portando, duasestações ferroviárias de Del Castilho. Com a extinção da Rio D’Ouro,ficou, apenas, a da linha auxiliar.

Em 1924, foi instalada a grande fábrica da Companhia Nacional deTecidos Nova América, junto à avenida Automóvel Clube, uma dasmaiores e mais tradicionais fábricas do país. Em 1991, suas instala-ções foram desativadas e em seu lugar foi instalado, em 1995, oShopping Center Nova América que preservou a arquitetura originalda fábrica, estilo inglês do início do século. Em 2002, o ShoppingNova América expandiu-se e transformou-se num centro integradode lazer, serviços e compras.

Na década de 1940, no governo do presidente Eurico Gaspar Dutra,foram construídos grandes conjuntos habitacionais no bairro, próxi-mos à avenida Suburbana e à estrada Velha da Pavuna.

Na década de 1960, foi construído o viaduto Engenheiro EmílioBaumgart (especialista em obras de concreto armado) e, mais tarde,a denominada “Linha Verde”.

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No leito da antiga Estrada de Ferro Rio D’Ouro, o Metrô construiu alinha 2, ligando o Estácio à Pavuna. Em 1987, foi reinaugurada aestação Del Castilho, que possui uma passarela que faz a ligação como Shopping Nova América.

Em Del Castilho, estão as comunidades da Chácara Del Castilho e doParque União de Del Castilho.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-

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Deodoro

A Região era ocupada pelo Engenho Sapopemba (raiz achatada e tran-çada), fundado por Gaspar da Costa, em 1612, e pela fazenda doGericinó, na extensa baixada do Maciço do Gericinó. O Engenho e aFazenda floresceram nos séculos XVIII e XIX. No Sapopemba seproduzia açúcar e rapadura e seus canaviais ficavam em Gericinó.

O Barão de Mauá passou a explorar suas terras, sendo substituídopelo Conde Sebastião do Pinho que, endividado, leiloou-as e o Ban-co do Brasil arrematou, passando-as ao Ministério da Guerra. Estefato deu origem às grandes áreas militares e quartéis que foram insta-lados na região. Toda a imensa planície dos campos de Gericinó pas-sou a ser um campo de treinamento do Exército.

Nas décadas 1940/1950, o Engenho Sapopemba já absorvera, com oConde Pinho, a maior parte do Engenho Boa Esperança, onde seriaerguida a “Fundação da Casa Popular”, atravessada pela avenida dasBandeiras (atual avenida Brasil).

Com a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil, foi inaugurada,em 1859, a estação Sapopemba que, depois da instauração da Repú-blica, foi batizada de Deodoro em homenagem ao Marechal Deodoroda Fonseca.

A estação de Deodoro se tornou uma das maiores do subúrbio. Nelatem origem o ramal de Santa Cruz, inaugurado 1879, que faz cone-xão com o ramal de Japeri e Paracambi, possibilitando acesso até aestação de Dom Pedro II, no centro.

O prefeito Alim Pedro construiu o viaduto de Deodoro na estrada doCamboatá, sobre a linha férrea, na década de 1950. Atualmente,Deodoro, em sua maior parte, é ocupado por quartéis, áreas militarese grandes conjuntos habitacionais.

Em 2006, foi instalado o Parque das Vizinhanças Dias Gomes ou“Piscinão de Deodoro”, na estrada de Camboatá.

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Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Encantado

Segundo a tradição local, a origem do nome está relacionada ao rioque corria em suas redondezas, o rio Faria. Dizia-se que suas águas,nas fortes chuvas, eram dotadas do poder estranho de tragar tudo quenelas caíssem, até uma carroça com condutor, cargas e burro: era um“Rio Encantado”.

Encantado e Piedade foram os primeiros bairros do subúrbio a rece-ber luz elétrica, inaugurada em 1905. A festa comemorativa realizou-se no Palacete de Dona Silvana no Largo da Estação (atual SargentoEudóxio Passos).

Dois médicos famosos ligados ao Encantado, no século XIX, o Dr.Domingos Freire, e depois o Dr. Clarimundo de Melo, deram nomesa logradouros. Clarimundo de Melo, por uma lei da Câmara em 1913,passou a denominar a antiga estrada de Muriquipari, que começavano Largo da Estação e seguia em direção ao Campinho. Com a im-plantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Bra-sil, foi inaugurada, em 15 de abril de 1868, a estação de Encantado,que atualmente está desativada.

O prefeito Amaro Cavalcanti (1917-1918) construiu a avenida queleva o seu nome, ligando o Encantado ao Méier, paralela a linha fér-rea. Do lado norte da ferrovia, a família Reis (José, Manuel Murtinhoe Pedro Reis) abriu as ruas Guilhermina, Angelina, Leopoldina eSilvana, próximas à rua Goiás, consolidando o arruamento atual, queseria alterado com a abertura, em 1997, da “Linha Amarela”, queinterliga Encantado à Barra da Tijuca e à Avenida Brasil. No lado sulda ferrovia, a Linha Amarela arrasou quarteirões entre as ruas Doisde Fevereiro e Pompílio de Albuquerque.

Predominantemente residencial, o bairro abriga o Colégio N. Sra. daPiedade e pequenas comunidades como a Travessa Bernardo, o becodo Vitorino e o Morro do Pau Ferro.

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Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Engenheiro Leal

A história desse pequeno bairro, situado no sopé do morro do Dendê(234 mts) é parecida com as histórias de Cascadura e Madureira. Eramterras do Engenho da Portela, da família Cardoso Quintão. Sua ori-gem é a implantação da E. F. Melhoramentos do Brasil, depois LinhaAuxiliar, em 1892. Nela, foi instalada a estação Engenheiro Leal,companheiro de Paulo de Frontin e Magno de Carvalho, no início doséculo XX.

O bairro é predominantemente residencial e sua principal rua é aIguaçu. Possui as comunidades do Sanatório e da rua Iguaçu, situa-das nas encostas do morro do Dendê que, em sua maior parte, foireflorestado, gerando uma grande área verde.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Engenho da Rainha

Suas extensas terras compreendiam as planícies de Inhaúma, limita-das pela Serra da Misericórdia. Inicialmente pertenciam ao engenhoda Pedra ou de Bonsucesso, e se expandiam desde a orla da Baía deGuanabara até Inhaúma. A rainha Dona Carlota Joaquina, esposa deDom João VI, comprou uma quarta parte do engenho, com uma casacom 15 quartos, em frente a uma fileira de palmeiras, próxima à atualrua Dona Luísa. O engenho ficava em uma planície e a casa em umapequena elevação. Essa é a origem do nome do bairro.

No fim do Segundo Reinado, as terras foram adquiridas pelo CoronelAntonio Joaquim de Sousa Botafogo, um republicano, ligado aFloriano Peixoto.

A história do Engenho da Rainha coincide com a ocupação de Inhaúmae o atual bairro passou a compreender a baixada do trecho entre omorro do Engenho da Rainha e as elevações da Serra da Misericór-dia, atravessada pelo rio Timbó. Nela foi implantada, em 1876, a E.F. Rio D’Ouro e foi construída a estação Engenho da Rainha, emfuncionamento até a extinção do ramal em 1966/1970. Seu leito foiaproveitado pela Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro –Metrô, para a construção da Linha 2. A estação Engenho da Rainhafoi inaugurada em 1991.

As vias principais do bairro são a avenida Automóvel Clube, atualPastor Martin Luther King Jr., implantada entre 1922 e 1926, poruma Comissão doAutomóvel Clube do Brasil que foi a primeira liga-ção entre Rio e Petrópolis e a estrada Velha da Pavuna, atual AdemarBebiano.

Engenho da Rainha tem grandes conjuntos habitacionais, comunida-des como o do Parque Proletário Engenho da Rainha. Há um comple-xo de pedreiras na Serra da Misericórdia que, praticamente te, arra-sou grande parte das suas encostas.

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Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Engenho de Dentro

No século XVIII, o Engenho de Dentro pertenceu ao mestre de cam-po João Árias de Aguirre. Com o desmembramento de suas terras,destacou-se a Chácara do Dr. Francisco Fernandes Padilha, que seestendia até o sopé da Serra dos Pretos Forros, onde mais tarde foramabertas as ruas Dr. Peçanha, hoje Adolfo Bergamini, Dr. Leal, Dr.Bulhões, entre outras.

Em 1908, uma fábrica de vidro existente na atual Gustavo Riedel foitransformada em hospital de emergência e, mais tarde, tornou-se oHospital Dom Pedro II, destinado aos doentes do antigo Hospício daPraia Vermelha. Atualmente, o antigo “Hospital dos Alienados” abri-ga o Instituto Municipal Nise da Silveira.

O que deu impulso à ocupação do bairro foi a abertura da Estrada deFerro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, que trouxe para o bair-ro as grandes oficinas ferroviárias do Engenho de Dentro que, em1881, eram consideradas as mais importantes da América Latina. Aestação do Engenho de Dentro foi inaugurada em 1873 e, mais tarde,foi demolida. Em 1937, foi construída a atual estação.

Com a construção da “Linha Amarela”, entre 1994 e 1997, a novaacessibilidade à Barra da Tijuca valorizou o Engenho de Dentro e osbairros próximos. Com a realização dos jogos Pan-Americanos, em2007, o Engenho de Dentro foi escolhido para abrigar uma das maisimportantes instalações do evento, o Estádio Olímpico JoãoHavelange, construído no terreno das antigas oficinas ferroviárias,com capacidade para 46 mil pessoas, popularmente conhecido como“Engenhão”.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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O Engenhão

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Engenho Novo

Sua origem é o Engenho Novo dos Jesuítas, construído em torno de1707, que abrangia terras que iam da Serra dos Pretos Forros até apraia Pequena, em Benfica, e se confrontavam com o Engenho deDentro.

A Capela destinada a São Miguel e à N. S. da Conceição foi construídapelos jesuítas, em 1720, junto à residência-sede, onde hoje fica a pra-ça da Imaculada Conceição e seu Santuário.

Os jesuítas possuíam vastas lavouras e canaviais até a sua expulsãodo Brasil, por ordem do Marquês de Pombal. Então, o Engenho Novofoi posto em leilão e passou a ser propriedade do Capitão de MilíciasJosé Paulo da Mata Duque Estrada, que mudou seu nome para “Quintados Duques” e o ampliou com uma nova Sesmaria que se estendia atéManguinhos. Para escoar a produção da Quinta, era usado o rio Faria.

Um dos mais ilustres moradores do bairro era o Ministro ConselheiroCouto Ferraz, o Barão de Bom Retiro. Seu nome tem origem na suabela chácara do Bom Retiro, que fazia limite com a do fazendeiroAntonio Pereira de Sousa Barros, o Barão do Engenho Novo. Em suahomenagem, a estrada do Cabuçu foi rebatizada de rua Barão do BomRetiro. Outros moradores famosos foram o Conselheiro Viena deMagalhães e sua esposa, a Condessa de Belmonte, mãe adotiva deDom Pedro II, que deram nomes a ruas do bairro.

Com a abertura, em 1858, da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depoisCentral do Brasil, foi inaugurada a estação do Engenho Novo que foimuito importante para a ocupação do bairro. A partir daí, as antigaschácaras e sítios foram loteados e ruas foram abertas nos terrenospantanosos, cortados pelo rio Jacaré, que foram saneadas.

Pode-se destacar a igreja de Nossa Senhora da Consolação e Correia,cuja paróquia foi fundada em 1933 e deu nome a uma localidade dobairro do Engenho Novo e o antigo Cine Santa Alice, que funcionouaté 1982. Seu prédio é preservado pelo Patrimônio Cultural da Pre-

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feitura do Rio de Janeiro.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985 e pela LeiComplementar Nº 17 de 29 de julho de 1992.

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Estácio

A área do atual bairro do Estácio era um matagal onde se refugiavamos porcos dos matadouros próximos, daí seu antigo nome de Mata-Porcos. Por ele passava um riacho com três pontes, infestadas demalfeitores. Seu acesso se dava pelo antigo Caminho de Mata-Por-cos, depois Rua Nova do Conde da Cunha ou da Sentinela (atual FreiCaneca).

No largo do Estácio – onde foi construída a Capela do Divino Espíri-to Santo - começavam a Estrada de São Cristóvão e a Estrada Geraldo Andaraí (atuais ruas Haddock Lobo e Conde de Bonfim).

Bairro tradicional, o Estácio é associado às origens do samba. Alisurgiu, em 1928, a primeira escola de samba, a “Deixa Falar”, funda-da por Ismael Silva. Atualmente, abriga a Escola de Samba Estáciode Sá, que, tal como a “Deixa Falar”, é oriunda do Morro de SãoCarlos.

Destacam-se no bairro a sede da primeira Igreja Batista do Rio deJaneiro, o Hospital da Polícia Militar e o desativado Complexo Peni-tenciário Frei Caneca. Com a urbanização da área junto a Estação doMetrô, o bairro ganhou amplo parque público.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Flamengo

Em 1503/1504, expedição comandada por Gonçalo Coelho chegou àregião de Uruçumirim (pequena abelha), que corresponde aos atuaisbairros do Flamengo e Glória, na época habitada pelos índios Tamoios.Na foz do atual rio Carioca, estabeleceu uma feitoria, marco inicialda ocupação da cidade, que ficou conhecida como Aguada dos Mari-nheiros, por ser o local onde os tripulantes dos navios que passavamse reabasteciam de água potável.

A origem do nome Flamengo tem duas versões: a primeira é que viriade prisioneiros holandeses ou “flamengos”; a segunda é que o nomeviria de pássaros pernaltas, vermelhos, flamingos ou “flamengos”,que freqüentavam as praias da região.

No século XIX, o bairro do Flamengo já estava integrado à malhaurbana e abrigava residências de aristocratas ricos e grandes fazen-deiros de café. No final do século, com a decadência da culturacafeeira, as grandes mansões passam a ter destinações diversas, comoescolas e asilos.

Os primeiros bondes de tração elétrica fazem sua estréia na Cidadeem 1892, numa linha entre o Centro e a Praia do Flamengo. São tam-bém marcos da interligação do bairro com as demais áreas da cidadea abertura da Avenida Beira Mar, em 1905, e a construção daAvenidado Contorno (atual Rui Barbosa), na década de 1920. Nos anos 50,para melhorar a circulação entre o Centro e a Zona Sul, foi alargada aAvenida Beira-Mar.

Em 1961, inicia-se a construção do aterro do Flamengo, que utilizouterra do Morro de Santo Antonio, desmanchado a jatos d'água. Inau-gurado em 1965, o Parque do Flamengo é hoje uma das mais belas evisitadas áreas de lazer da cidade.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Freguesia (Ilha do Governador)

Sua origem deve-se à Ermida ou Capela de Nossa Senhora da Ajuda,erguida no fim do século XVII, por Jorge de Souza, “o Velho”, emterras de seu engenho, na porção nordeste da Ilha do Governador.Vem desse tempo, a pequena imagem da Santa colocada por seu fun-dador. Em 1710, foi criada a freguesia de Nossa Senhora da Ajuda ea Capela em ruínas foi reconstruída em 1743 pelo padre Nunes Garcia,cujas obras foram concluídas pelo padre Francisco Bernandes daSilveira em 1754, já na atual praça Calcutá. Destruída por um incên-dio em 1816, foi recuperada em 1865, pelo arquitetoAntônio de Páduae Castro. No século XIX, a agricultura se intensificou na região e em1838 chegam as primeiras barcas a vapor que utilizavam uma pontecom atracadouro da Freguesia.

No início do século XX, surgem os primeiros arruamentos na Fre-guesia e de loteamento na parte final da praia da Guanabara. O bondeque ligava em 1922 a Ribeira ao Cocotá, extende-se em 1935, pelaavenida Paranapuã, chegando à localidade do Bananal, no término dapraia da Guanabara, onde fazia o retorno. No Bananal fica a “Pedrada Onça”, escultura em homenagem aos gatos Maracajás, que origi-nalmente habitavam a Ilha. Do local tem-se esplêndida vista da Baíade Guanabara, com a Serra dos Órgãos e o Dedo de Deus ao fundo.

Na parte mais ao norte, ocupando mais da metade do bairro, cercadapor morros e áreas verde, como o morro da Bela Vista (83 mts), situa-se a área militar da Marinha, conhecida como “Campo da Ilha doGovernador”, abrigando a Base de Fuzileiros Navais, instalada emnovembro de 1948, compreendendo atualmente 3 batalhões: Humaitá,Riachuelo e Paissandu. Nela estão a praia Grande, o saco do Pinhão,a ilha do Boqueirão, a praia da Moça e a praia Flamboyantes.

Como atrações do bairro, a igreja Nossa Senhora da Ajuda, tombadapelo Patrimônio Histórico eArtístico Nacional, a praça Calcutá (anti-ga Carmela Dutra), o Centro de Atendimento Psicossocial ErnestoNazareth (foi um dos pontos responsáveis pela erradicação da febreamarela no Rio, no início do século XX) e a praia da Guanabara,extensa, com arborização densa em grandes trechos, bares, restau-

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rantes, hotéis e quiosques ao longo da orla.

O acesso principal da Freguesia é a avenida Paranapuã, nome indíge-na que significa “seio do mar”, era a antiga estrada da Freguesia. Obairro é predominantemente residencial, com pequeno e ativo comér-cio, abrigando as comunidades do Professor Silva Campos (1950),Tremembé (1951), Morro das Araras (1958), Budapeste (1958), e amaior delas, a Bela Vista da Pichuna, subdividida em três comunida-des, Bela Vista da Pichuna, Nova Pichuna e Magno Martins. EssaComunidade surgiu em encostas, por volta de 1930, ganhando o nomeoriginal de “Bela Vista das Pichunas”, devido aos ratos ferozes queinfestavam a área, consolidando-se a partir de 1951, com expansãona década de 1980/1990. Seu acesso se dá pela rua Magno Martins,antiga estrada das Pedrinhas.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Freguesia (Jacarepaguá)

Ponto final de uma das duas linhas de bonde do bairro é a antigaPorta D'Água, um dos pontos geradores do desenvolvimento da re-gião. O nome designava um dos três rios que ali se encontram e queacabaram por dar nome a uma das estradas principais da localidade.

Escoadouro das águas vindas da serra limítrofe com o Engenho Novode Jacarepaguá, o rio Porta D'Água era, no inicio do século, navegá-vel em todo o seu curso pela planície e contava, nos trechos maisaltos, com diques e comportas que lhe valeram o nome. Reunia ocurso dos rios Cigano, Olho d’Água e Fortaleza, nascidos na serrados Três Rios e após atravessar a Freguesia, hoje sob a denominaçãode rio Sangrador, recebia as águas do córrego da Panela e dos riosSão Francisco e Anil, indo desaguar na lagoa de Camorim.

Como Porta D'Água ficou conhecida a área hoje compreendida entreo local em que se encontram a estrada Velha de Jacarepaguá, a ruaItuverava e a estrada de Uruçanga, até a praça Professora Camisão ea esquina da estrada dos Três Rios com a avenida Geremário Dantas.O nome de Freguesia, com que popularmente a localidade passou aser chamada, decerto deriva da localização da igreja de Nossa Senho-ra do Loreto, matriz da freguesia de Jacarepaguá.

A influência desta localidade se estendeu por uma área ampla e vari-ada: a vizinhança do Engenho D'Água, pelo caminho do Portinho daGabinal, a estrada dos Três Rios e as vertentes da serra do mesmonome, a parte mais alta da estrada do Pau Ferro, e a localidade doAnil, na estrada Velha que ligava a Freguesia ao Itanhangá, às ilhasdas lagoas costeiras e às praias da Barra da Tijuca.

Em 1616, nas imediações do Engenho D'Água, surgiu o primeironúcleo de ocupação de Jacarepaguá, no lugar também conhecido comoPorta D'Água, que hoje chama-se Largo da Freguesia. Com a ocupa-ção se acentuando, uma parte das terras foi desmembrada em foros,para incentivar seu desenvolvimento.

Em uma das novas propriedades que floresceram, o dono, Padre

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Manuel de Araújo, ergueu no alto de um penhasco, chamado Pedrado Galo (morro da Freguesia), a Capela de Nossa Senhora da Pena.Com a crescente ocupação da sua propriedade e constatando que suasatividades e desenvolvimento econômico, os locais estavam pratica-mente assegurados, o padre propôs a emancipação do lugar, efetiva-da em 6 de março de 1661. Foi criada, assim, a freguesia de NossaSenhora do Loreto de Jacarepaguá, a quarta da Cidade, separada daantiga freguesia de Irajá. Em 1664, o padre construiu nela a Igreja-Matriz, com o mesmo nome da Capela.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Galeão

O nome “Galeão” tem origem no navio o “Galeão do Padre Eterno”,construído em estaleiro montado na região. Em 1665, o “Galeão”,que na época seria a maior embarcação do mundo, fez sua primeiraviagem para Lisboa.

No século XVIII, a parte ocidental da Ilha do Governador foi doadaaos Beneditinos, que ali implantaram a fazenda de São Bento. Em1811, Dom João VI escolhe a área como campo de caça e cria, pordecreto, a “Coutada Real”. Com o advento da República, é declaradade utilidade pública a área que vai até os limites das fazendas de SãoBento e Santa Cruz.

Em 1948, quase 30 anos após a instalação da aviação naval na região,o Ministro Salgado Filho deu novas dimensões à Base do Galeão,projetando a ponte que ligaria a Ilha àAvenida Brasil. Em 1952, entraem operação o Aeroporto do Galeão (hoje Aeroporto Internacionaldo Rio de Janeiro/Galeão – Antonio Carlos Jobim), com novo localpara embarque e desembarque, substituindo a precária recepção exis-tente até os anos 1950. Em 1977, foi inaugurado o atual Terminal 1de passageiros e, em 1999, o Terminal 2.

O uso residencial do bairro do Galeão hoje se restringe às Vilas Ofi-ciais dos Militares e às comunidades da Vila Joaniza ou “Barbante”(surgida em 1984), do Caricó e da Águia Dourada (de 1994). O res-tante é ocupado por instalações militares e grande reserva florestalpertencente à Aeronáutica. As principais vias do bairro são a Estradado Galeão, a Estrada das Canárias e a Avenida Brás Crispino.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Gamboa

O nome desse bairro, que tinha uma das mais antigas praias do litoralurbano, está ligado a Gamboas, ou Camboas, que eram pequenas re-presas, feitas pelos pescadores locais, para prender os peixes que en-travam nas águas calmas e cheias de peixes entre a Praia da Saúde e oSaco do Alferes.

Gamboa também deu o nome à praia e ao saco, existentes no local.Outros nomes foram dados a essa região, como praia do Chichorro,das Palmeiras, do Propósito e do Lazareto. O acesso se dava pela ruado Cemitério, atual rua Pedro Ernesto, que a ligava ao Valongo. NaPraia da Gamboa, junto às encostas do morro da Providência, foifundado em 1809, pelo embaixador britânico Lorde Strangfort, o“British Burial Ground”, o Cemitério dos Ingleses, para enterrar osprotestantes.

Ao longo do tempo, a região da Gamboa foi se tornando uma área deatividades portuárias, incrementadas pelo ciclo do café, repleta detrapiches e armazéns. O maior proprietário de terras do local era oBarão da Gamboa, dono de extensa chácara que, em 1852, abriu eprolongou ruas em seus terrenos, criando lotes urbanos. A proximi-dade do terminal ferroviário com o litoral propiciou a abertura de umtúnel sob o morro da Providência e a instalação, em 1879, da EstaçãoMarítima, localizada no Saco da Gamboa. Com o aterro de toda essaorla para a construção do Cais do Porto, projeto elaborado em 1903por uma comissão presidida pelo Ministro Lauro Muller e concreti-zado pela empresa de Paulo de Frontin, o Saco da Gamboa desapare-ceu e foi ocupado por terminais ferroviários de cargas.

Uma das obras marcantes do bairro é o Hospital Nossa Senhora daSaúde, tombado pelo Patrimônio Histórico, erguido a partir de 1840,no alto do Morro da Gamboa. Esse hospital foi muito importante nocombate às epidemias que assolaram a Cidade, em 1986. Várias in-dústrias surgiram na Gamboa, com destaque para os moinhos Inglêse Fluminense, ambos de 1887, que tinham cais próprio.

Em 1921, foi inaugurado o Túnel João Ricardo, ligando o bairro da

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Gamboa à Central do Brasil. A área foi revitalizada com a implanta-ção, em 2005, da “Cidade do Samba”, um espaço fixo e definitivoque abriga os barracões das escolas de samba do Grupo Especial. Oempreendimento, uma iniciativa Prefeitura do Rio de Janeiro, cominfra-estrutura para receber visitantes e turistas, ocupa uma área de114.000m2 e faz parte do Plano de Recuperação e Revitalização daregião Portuária.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Gardênia Azul

O bairro está localizado nas terras do antigo Engenho D’Água deJacarepaguá, fundado pelo filho do Barão da Taquara, o médico evereador Francisco Pinto da Fonseca.

Na década de 1960, foi implantado o loteamento que deu nome aobairro, com acesso pelas estradas do Capão (atual Av. TenenteCoronel Muniz de Aragão) e do Engenho D’Água. Possui indús-trias, conjuntos habitacionais e várias comunidades. É limitadopelo canal do rio Anil e a avenida Ayrton Senna.

O atual núcleo do bairro foi criado na gestão do governador Negrãode Lima, voltado para a estrada do Capão. Entre o bairro e a aveni-da Ayrton Senna, desenvolveu-se, em 1991, a comunidade VilaNova Esperança.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Gávea

O nome do bairro se refere à monumental Pedra da Gávea, a“Metaracanga” dos indígenas, que, com seus 844 metros de altura, éo maior monólito a beira mar do Planeta. Assim chamada por lem-brar aos antigos navegadores portugueses, vista do oceano, a gáveade um veleiro, a Pedra, na realidade, situa-se no bairro vizinho deSão Conrado, mas acabou dando seu nome ao vale voltado para aLagoa Rodrigo de Freitas. Como os outros bairros da região, sua ori-gem foi o Engenho d”El Rey, do tempo do Governador AntonioSalema, cujas as terras eram utilizadas para lavouras e pastagens.Cultivava-se cana de açúcar e depois, no século XXI, o café.

A região pertencia à povoação de São José da Lagoa e desta foidesmembrada, em 1873, para originar a Freguesia de Nossa Senhorada Conceição da Gávea. A Igreja de Nossa Senhora da Conceição,construída entre 1852 e 1857 com o apoio do Capitão Manuel Vitorinodo Amaral, seria, em 1875, elevada a Matriz.

O acesso principal à Gávea era o Caminho da Boa Vista, que possuíavárias chácaras e palacetes. Nele, o arquiteto francês Grandjean deMontigny (1776-1850) construiu sua residência, conhecida comoOlaria da Gávea. Hoje, o Solar Grandjean de Montigny abriga o Cen-tro Cultural da PUC-Rio, dentro do campus da universidade, aberto àvisitação.

No ponto mais alto do Caminho da Boa Vista, em meio à floresta,ficava a grande chácara de José Antônio Pimenta Bueno, o Marquêsde São Vicente, que daria depois seu nome à rua. A área pertenceu auma fazenda de café, loteada no século XIX, conhecida como Cháca-ra do Morro Queimado. Seu último dono foi o Engenheiro Guilher-me Guinle que, em 1939, a vendeu para a Prefeitura, que ali criou oParque da Cidade, ocupando 470 mil metros quadrados com grama-dos, lagos, trilhas, reserva florestal e o Museu da Cidade, instaladona antiga residência do Marquês de São Vicente.

Marcada pelos monumentais paredões do Morro Dois Irmãos (539m) e seus dois picos rochosos, a Gávea é atravessada pelo Rio Rainha– o antigo Rio Branco -, tributário da Lagoa, que nasce nas encostas

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do Parque. O Largo das Três Vendas - atual Pça. Santos Dumont -,onde ficava o Hotel do Amaral, era o principal referencial do antigobairro e ali chegaram os bondes, em 1872. Em 1904, já elétricos, osbondes subiam a Rua Marques de São Vicente até o seu final, nolocal chamado de “Rodo”.

Quando começaram a lotear as florestas da Gávea, João Borges com-prou, em 1906, antiga chácara que foi loteada por seu filho, abrindotrês ruas e 100 lotes em 1926. As chácaras de Manuel Pinto, Taylorda Fonseca, José Pereira Rego, Cônego José Caetano de FerreiraAguiar e outros, geraram a rede viária do Bairro. Ciro Canto e Melloera proprietário de grande área florestal, que foi da Família Borges, eseus herdeiros abriram o loteamento Canto e Mello acima da cotados 100 metros. Com a abertura da Estrada da Gávea, foi criada entre1933 e 1952, a famosa corrida automobilística do Circuito da Gávea.

No século XX, surgiram as indústrias, como a Fábrica de TecidosSão Félix, depois Cotonifício da Gávea, e Sudantex, no início da dé-cada de 1920. Depois vieram os Laboratórios Park-Davis, MouraBrasil e a Indústria Química Merrel do Brasil. Com isso, se instala-ram vilas operárias, casas de cômodos e, no ano de 1942, o ParqueProletário da Gávea, removido em 1970.

Até a década de 1990, quando foi transformada em bairro e regiãoadministrativa, boa parte da Rocinha pertencia ao bairro da Gávea,com o qual tem ligações históricas: era no Largo das Três Vendas queseus primeiros moradores, na década de 1930, vinham vender suashortaliças. A Vila Parque da Cidade, hoje bastante populosa, surgetambém na década de 1930.

Entre outras referências do bairro, podem ser destacadas: o ConjuntoResidencial Marquês de São Vicente ou “Minhocão”, projeto premi-ado do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, de 1952/54, modificado emparte para a passagem daAuto Estrada Lagoa-Barra (1982); o campusda PUC-Rio, que inaugurou sua sede na Gávea em 1955, ocupando100 mil metros quadrados; o Planetário da Cidade (1970) e o Museudo Universo (1998), importantes centros de estudos astronômicos; o

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Instituto Moreira Sales, com acervo variado, exposições, fototeca,música; o Shopping da Gávea e seus teatros (1975); e o chamado“Baixo Gávea”, trecho da Praça Santos Dumont repleto de bares erestaurantes, tradicional ponto de encontro noturno dos cariocas.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Glória

O bairro teve início no alto de um desabitado outeiro à beira-mar,onde, em 1671, o Capitão Antônio Caminha ergueu uma ermida rús-tica em louvor a Nossa Senhora da Glória. No mesmo lugar, em 1714,surgiu uma igreja de pedra e cal, em forma poligonal, projeto do ar-quiteto José Cardoso Ramalho, a bela Igreja de Nossa Senhora daGlória do Outeiro, uma jóia do barroco brasileiro, que ficou prontaem 1740, em terras doadas por Cláudio Gurgel do Amaral. Em baixo,na orla, havia plantações e um caminho precário em direção ao Catete,que passava pelo alagado Boqueirão da Glória, aterrado, mais tarde,para a construção do Largo da Glória. Ali desembocava um braço doCarioca, o Rio Catete.

No governo do Vice-rei Marquês do Lavradio, entre 1769 e 1779,foram feitas várias melhorias na área, como o alargamento do cami-nho para o Catete, guarnecido com uma grossa amurada para protegê-lo contra as ondas da Baía de Guanabara e a Fonte ou Chafariz daGlória, que trazia água do morro de Santa Teresa, e é tombado pelopatrimônio federal. A amurada foi ampliada e reforçada, em 1905,quando o Prefeito Pereira Passos a dotou da balaustrada de bronze edo relógio, ambos em estilo “Art Nouveau”. Pereira Passos criou,também, a chamada RuaAugusto Severo, precursora daAvenida BeiraMar.

O Largo da Glória foi remodelado, em 1857, com a instalação de umcais com trapiche e do Mercado da Glória que, mais tarde, se trans-formou em um “cortiço” e foi demolido pelo prefeito Pereira Passos,e substituído por uma praça, a de Pedro Álvares Cabral. Próximo aoconjunto, ficava a Fábrica da City, com sua alta chaminé, onde o es-goto da Cidade era tratado e levado mar adentro, por barcos. Esseserviço foi inaugurado em 1864. Atualmente, o prédio da antiga Cityabriga a Sede da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estadodo Rio de Janeiro – SEAERJ.

Ao pé do outeiro da Glória ficava a Praia do Engenheiro Russel, noSaco da Glória que, mais tarde, foi aterrado para fazer surgir a PraçaLuis de Camões. Junto a ela foi construído, na década de 1920, o

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luxuoso Hotel Glória que hospedou e ainda hospeda presidentes ecelebridades.

A Glória foi um bairro aristocrático no fim da monarquia: foi sede dopoder eclesiástico que se localizava no Palácio São Joaquim. Tam-bém lá estava o do Templo da Humanidade, da Igreja Positivista e,em 1929, ganhou a Praça Paris, área de 48 mil metros, inspirada nopaisagismo francês da “belle époque”.

As ruas Dona Luísa (Cândido Mendes) e Santa Isabel (BenjamimConstant) surgiram para a criação de um novo bairro residencial jun-to a Santa Teresa. Outro marco é o Hospital da Beneficência Portu-guesa, fundado em 1840, para atender à numerosa comunidade lusada Cidade.

A construção do aterro e implantação do Parque Brigadeiro EduardoGomes ou Parque do Flamengo, na década de 1960, fez com que aGlória incorporasse parte dessa extensa área de lazer, incluindo aMarina da Glória, o Monumento aos Mortos da Segunda GuerraMundial e o importante Museu de Arte Moderna – MAM, projeto doarquiteto Affonso Eduardo Reidy. Também é destaque o recém insta-lado Memorial Getúlio Vargas na Praça Luis de Camões.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Grajaú

Em indígena, “uirá-ya-hú”, ou a corruptela “grajahú”, em alusão aoformato da Pedra de mesmo nome, semelhante ao cesto que os índiosusavam para levar as aves caçadas vivas.

As terras, que foram da Fazenda do Marumbi, formavam um enormedescampado que se estendia até o sopé da Pedra do Andaraí ou doGrajaú (atual Pico do Perdido). Na década de 1920, o grupo francêsdo Credit Foncier associou-se ao capitão de engenheiros Richard esua companhia fez a urbanização de toda a região, abrindo as ruas doaprazível bairro, centralizado pela Praça Edmundo Rego.

Destaca-se, no bairro tradicionalmente residencial, o Parque Estadu-al do Grajaú, muito procurado por praticantes do montanhismo. OParque tem 550.000 metros quadrados dos quais 30.000 são destina-dos ao lazer da comunidade.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Grumari

Seu nome, que vem do indígena “CURU” (seixos, pedras soltas) e“MARI” (que produz água), também designa uma árvore encontradanas encostas da região. Cercada pelas serras do Grumari, de Guaratibae de Piabas, é a última área natural e preservada do litoral carioca,incluindo a praia do Grumari, a vegetação de restinga e as praias sel-vagens, “Perigoso, Meio, Funda e do Inferno“ acessíveis por trilhas.

Constitui o Parque Natural Municipal do Grumari, tombado peloEstado em 1985, e pelo Município, em 1986. Praticamente isolada,seu acesso se dava pela estrada velha de Grumari, sinuosa e estreita,vinda de Guaratiba ou pela trilha colonial na Serra de Piabas. Nadécada de 1970, foi aberta a Avenida Estado da Guanabara, ligando obairro ao Recreio dos Bandeirantes.

Em Grumari há, também, a Praia do Abricó, para os adeptos donaturismo, e a Prainha, tombada, em 1989, como Área de Preserva-çãoAmbiental – APA- freqüentada por surfistas. Esta última integra-va a antiga propriedade de Catarina de Sá e Benevides, nos temposcoloniais.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Guadalupe

O nome do bairro foi uma sugestão de Dona Darcy Vargas, esposado presidente Getúlio Vargas, em homenagem à padroeira da Amé-rica Latina, Nossa Senhora de Guadalupe.

Durante o governo Vargas, foi construído um conjunto de prédiosjunto à avenida Brasil, com o nome “Fundação da Casa Popular”. Asruas têm origem no desmembramento, em glebas, da antiga fazendaBoa Esperança, situada na freguesia de Irajá, entre o rio Sapopemba,a avenida Brasil e a faixa da Light.

Destaca-se a “Lona Cultural Terra”, onde ocorrem eventos culturais eartísticos.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Guaratiba

Em indígena, significa “abundância de guarás”, aves aquáticas per-naltas. A Freguesia de Guaratiba foi criada em 1755, com terrasdesmembradas da Freguesia de Irajá, por iniciativa de Dom José deBarros Alarcão.

Em Guaratiba, existiam importantes engenhos, como o Engenho Novo,o Engenho de Fora, o do Morgado, o da Ilha, o da Bica e o da Pedra.Duas de suas maiores capelas eram a de Santo Antônio (Engenho daBica) e a de São Salvador do Mundo, de 1773, doada pelo CapitãoFrancisco Pais Ferreira, proprietário do Engenho de Fora.

Numa disputa entre Francisco Macedo Vasconcelos, do Engenho doMorgado, e Ana Sá Freire, do Engenho da Ilha, foi aberto um cami-nho pelo Engenho Novo que se converteu em Estrada Geral, surgin-do nela novos engenhos. No bairro há um largo, uma estrada e ummorro com a denominação Ilha. Uma das versões é de que “ilha”,seria uma corruptela de William, nome de um oficial inglês da frotade Dom João VI em 1808, que se instalou no local.

Após o ciclo do açúcar e aguardentes em seus engenhos, surgiu acultura do café, e a fazenda do Engenho Novo, de Pedro Dauvereau,foi a primeira fazenda carioca a usar maquinaria moderna importada.No Governo Washington Luís, o prefeito Antonio Prado Junior levoua Guaratiba, sua primeira estrada moderna, a da Grota Funda, comsinuosas curvas, que dava acesso à baixada de Jacarepaguá. Na dé-cada de 1970, foi construída a estrada Rio-Santos, atual Avenida dasAméricas, cruzando a extensa baixada. Existiu uma linha de bondesligando Campo Grande ao largo da Ilha.

Grande parte de Guaratiba é ocupada por manguezais que chegamaté a orla da Baía de Sepetiba e formam importante ecossistema, comviveiro de peixes e crustáceos. No Bairro foi implantado o atual Cen-tro Tecnológico do Exército. Em sua baixada, atravessada pelos riosPiraquê e Cabuçu, destacando-se os jardins Maravilha, Garrido,Guaratiba, Cinco Marias e Piaí, todos da década de 1950/1960.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi

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estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Higienópolis

Originalmente, a área era ocupada por uma fazenda com lavouras.Foi, mais tarde, convertida pela família Darke de Matos, proprietáriado café Globo, no bairro “Cidade Jardim Higienópolis”. O projeto éde 1934, durante a gestão do prefeito Pedro Ernesto.

O bairro era dividido em dois setores, pelo rio Faria-Timbó e pelaFaixa da Light onde, atualmente, é a “Linha Amarela”. É limitadopelas avenidas Suburbana (Dom Helder Câmara), dos Democráticos,Itaóca e pela estrada Velha da Pavuna (Ademar Bebiano).

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Com-plementar Nº 17 de 29 de julho de 1992 que cria a R.A. do Jacarezinho.

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Honório Gurgel

Região próxima ao Engenho Boa Esperança que, com a inauguraçãoda Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil (depois linha auxiliar),em 1892, passou a abrigar a Estação de Munguengue, inaugurada em1 de novembro de 1895, de onde saía um ramal de 3,02 Km paraSapopemba (atual Deodoro). A estação teve a denominação alteradapara Honório Gurgel em homenagem ao Tenente Honório Gurgel doAmaral, vereador, cujo pai possuía fazenda em Irajá.

Em Honório Gurgel existiam engenhos, olarias e carvoarias, comcaminhos dando acesso a Madureira, o principal deles a estradaTavares Guerra (atual rua Conselheiro Galvão). Posteriormente, foiimplantada a faixa da linha de transmissão elétrica da LIGHT, hojeocupada por lavouras.

O Bairro é predominante residencial e tem como um dos seus limiteso rio Sapopemba.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Humaitá

Os índios chamavam a região de Itaóca, devido à gruta que existia nofinal da rua Icatu, no atual Bairro do Humaitá. Em 1657, com a cons-trução de uma capela no final da atual rua Viúva Lacerda, no Humaitá,Clemente José Martins de Matos, Vigário-Geral do bispado, dono deuma vasta chácara que abrangia quase todo o bairro - ia da atual ruaMarquês de Olinda à rua General Polidoro, os fundos alcançandoalém do Largo dos Leões até o Humaitá - abre o caminho novo paraacesso à sua igrejinha, que dedica a São Clemente, nome que seriafixado ao caminho que corta a propriedade (hoje rua São Clemente).Essa antiga ermida, reconstruída em 1772, abrigou por algum tempoa matriz da Lagoa.

É um bairro de transição entre Botafogo, Jardim Botânico e Lagoa,porém com características próprias. A rua Humaitá, prolongamentoda São Clemente, recebeu esse nome homenageando os brasileirosque na Guerra do Paraguai atravessaram bravamente a passagem deHumaitá. Joaquim Marques Batista de Leão, em 1825, adquiriu a fa-zenda da Olaria a subdividindo em loteamentos e seus herdeiros do-aram à Câmara em 1853 uma rua, a Marques, e um Largo, o dosLeões, onde ficava a mansão da Família Leão. O antigo Largo daOlaria se tornou o Largo do Humaitá, na junção com o prolongamen-to da rua Voluntários da Pátria.

As chácaras nas encostas, ao pé do Corcovado e do morro da Sauda-de, seriam loteadas, surgindo diversas ruas. Na década de 1960, foiremovida a grande favela Macedo Sobrinho (onde mais tarde, reflo-restada, criou-se o Parque Natural Municipal da Saudade) e a rua e olargo do Humaitá foram alargados, facilitando a ligação com a La-goa. No atual Humaitá, as ruas têm como pano de fundo a magníficaFloresta do Corcovado, a tranqüilidade da rua Miguel Pereira e adja-centes.

No eixo do bairro, destacam-se restaurantes muito freqüentados, oprédio de 1856, do Corpo de Bombeiros, tombado pelo patrimônio, aCasa da Espanha, o Instituto Brasileiro de Administração Municipal- IBAM, e o Espaço Cultural Sérgio Porto. A Cobal, antiga garagem

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de bondes, que em 1971 se tornou o Horto-Mercado do Humaitá,atualmente é o grande “point” boêmio-gastronômico do bairro, combarzinhos, restaurantes, pizzarias, atrações musicais, lojas de impor-tados e supermercado, atraindo grupos de amigos, ”tribos” diversas,que lotam seu estacionamento.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Inhaúma

De i, “Água”, e N-HDÚ, “lodo, lama, barro”, ou seja, “Água Suja”.Designava a extensa planície entre a Baía de Guanabara, a Serra daMisericórdia, e os morros dos Urubus e Juramento. Originalmenteexistia na região uma aldeia de índios tamoios.

Os jesuítas receberam uma área de uma légua e meia do rio Iguaçu(atual Comprido) até a tapera chamada de Inhaúma. Nela estabelece-ram engenho e lavouras e escoavam as mercadorias pelo Porto deInhaúma, depois aterrado, no atual bairro da Maré.

Em 1684, foi criada pelo Padre Custódio Coelho a freguesia de SãoTiago de Inhaúma e seu primeiro vigário foi Frei Antonio da Concei-ção. Depois aí se instalaria o Bispo José Joaquim Castelo Branco,pioneiro dos cafezais cariocas, com duas propriedades, a do Capão ea Quinta de Sant´Ana, que se estendiam da estrada Velha da Pavunacom a Estrada Real de Santa Cruz (Suburbana), até Terra Nova (atualPilares). O rio Faria juntamente com o do Timbó cortavam suas ter-ras, que com a decadência da agricultura, foram adquiridas no fim dosegundo reinado por laborioso proprietário, o coronel Antonio Joa-quim de Souza Pereira Botafogo, que nelas incentivou o comércio e avenda de lotes a prestações, abrindo a praça Botafogo e as ruas DonaEmília, Dona Luísa, Dr. Nicanor, Dr. Otávio, Padre Januário, entreoutras, além de doar área para a localização do cemitério de Inhaúma,entre outras benfeitorias. Vizinho a ele, na estrada Velha da Pavuna,existia a Fazenda das Palmeiras, de Frederico Pinheiro da Silva, onde,em 1949, foi instalada a Associação N. Sra. da Piedade. Atualmentetoda essa propriedade foi ocupada por Conjunto Habitacional e aComunidade da “Fazendinha” ou “Morro das Palmeiras”.

Em Inhaúma, ficava a sede do Engenho da Rainha, comprado porDona Carlota Joaquina, com acesso pela rua Dona Luisa, demolidoanos mais tarde por um proprietário inescrupuloso, para evitar o seutombamento pelo serviço de patrimônio histórico da união.

Inhaúma se beneficiaria com a abertura da avenida Automóvel Clubee a implantação da Estrada de Ferro Rio D´Ouro (em 1876), sendoentão construída a Estação de Inhaúma. Com a extinção dessa ferro-

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via na década de 1960, o seu leito foi aproveitado para abrigar a Li-nha 2 da Cia. do Metropolitano do Rio de Janeiro – Metrô, sendoinaugurada a Estação de Inhaúma em 12 de março de 1983.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985, pela Lei 2055de 9 de dezembro de 1993 que cria o Bairro do Complexo do Ale-mão.

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Inhoaíba

O nome é uma corruptela de NHU (campo), AHYBA (ruim), deno-minação dada pelos indígenas à baixada entre a serra de mesmo nomee Campo Grande. Era atravessada pela Estrada Real de Santa Cruz,atual Av. Cesário de Melo e nela ficava a Fazenda de Inhoaíba, emfrente à Fazenda Campinho. Com a implantação do ramal ferroviáriode Mangaratiba, atual ramal de Santa Cruz, foi inaugurado em 1912,a estação Engenheiro Trindade, depois chamada de Inhoaíba que con-solidou o nome do bairro.

À direita estendia-se a Vila Palmares, da Compainha Palmares, cujosterrenos estavam situados na área daAntiga Fazenda Campinho. Suasterras eram utilizadas para a lavoura do café e da laranja. A urbaniza-ção da área se intensifica a partir dos anos 1970, quando surgiramgrandes loteamentos, como o Vilar Carioca e o Vilar Guanabara. Par-te da área pertence ao Instituto Metodista Ana Gonzaga, que tevegrande terreno do lado oposto da ferrovia, ocupado na década de 1990,pela comunidade “Bairro Nova Cidade”.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Ipanema

A região da atual Ipanema pertencia à Fazenda Copacabana que, em1857, foi comprada pelo empresário Francisco José Fialho que a di-vidiu em dois grandes lotes, um deles adquirido pelo ComendadorJosé Antonio Moreira Filho, Barão de Ipanema.

Poucas décadas depois, em 1883, foi criada uma empresa de urbani-zação para erguer o novo bairro com o nome de Loteamento VillaIpanema, empreendimento alavancado pelo prolongamento da linhade bondes de Copacabana até a região. Em 1894, foram abertas asPraças Floriano Peixoto (General Osório) e Coronel Valadares (Nos-sa Senhora da Paz), as ruas Prudente de Morais e 20 de Novembro(Visconde de Pirajá), aAvenida Vieira Souto, entre outros logradouros.Mais tarde, novas ruas foram abertas e seus lotes vendidos, tornandorealidade a Villa Ipanema. Em 1927, todos seus terrenos haviam sidonegociados e estava consolidado o bairro de Ipanema.

Ao longo do século XX, prédios de apartamentos tomaram o lugardas antigas residências, os gabaritos foram aumentados, surgiram osapart-hotéis e os grandes centros comerciais na Rua Visconde de Pirajá.

Ipanema, imortalizada pela música de Tom Jobim e Vinicius de Mo-rais, se destaca não apenas pela praia, mas, também, pelos bares fre-qüentados por intelectuais e artistas, blocos carnavalescos, entre ou-tras referências. Um dos principais marcos do bairro é a Ponta doArpoador - local onde se caçavam baleias com arpões no século XVII-, que abrigou as finais do primeiro Campeonato Brasileiro oficial deSurfe, em 1965.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Irajá

A origem do nome Irajá tem duas versões. Na primeira, “Irajá” signi-fica “O Mel Brota”, nome dado pelos índios Muduriás, que habita-vam a região. Na segunda o nome viria de “Aribo”, de “alto” e “Yá”,“brotar”, ou seja “rio que brota do alto do morro e cai abaixo”, refe-rindo-se ao rio Irajá, que nasce no morro do Juramento e deságua naBaía de Guanabara.

Irajá era a maior Sesmaria do Rio de Janeiro e englobava as terrasdesde a Baía de Guanabara até a atual Zona Oeste, incluindo, entreoutros, os bairros de Anchieta, Realengo, Bangu, Santíssimo e Cam-po Grande. Foi concedida a Antonio de França, com seu pioneiroengenho de N. Sra. da Ajuda, de 1568, do atual seria desmembrada aFazenda Grande na Penha e outras propriedades.

As atividades predominantes eram engenhos de açúcar/aguardente,criação de gado e lavouras diversas, se destacando a do ReverendoAntonio Martins Palma e o Engenho N. Sra da Graça. Esse grandeengenho foi negociado em 1712 pelo capitão Gaspar Machado aoCapitão Manuel Freire Alemão, que o passaria para Lourenço SilvaBorges, indo seus limites do rio dos Cachorros até o rio Meriti.

A freguesia de Irajá foi criada pelo padre Antonio Marins Loureiroem 1644. O padre Gaspar da Costa construiu, em 1647, a igreja de N.Sra. da Apresentação que, no século seguinte, seria substituída poroutra que permanece até hoje. Ela era a matriz de toda Zona RuralCarioca, quando em 1775 já havia treze engenhos na região.

Durante o século XVII, Irajá era importante centro de abastecimentode alimentos e material de construção. Seus acessos principais erama estrada da Pavuna (Automóvel Clube), a estrada de Irajá (MonsenhorFélix), a estrada do Barro Vermelho (Colégio), a da Água Grande e ado Quitungo, que se comunicava com o Porto de Irajá, na Baía deGuanabara. Na construção da Estrada de Ferro Rio D´Ouro, foi insta-lada, em 1883, a estação de Irajá, extinta na década de 1960. Seu leitofoi aproveitado para a implantação da Linha 2 pela Companhia doMetropolitano do Rio de Janeiro – Metrô, sendo inaugurada a esta-

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ção de Irajá no mesmo local da antiga, em 1983.

Com a abertura da avenida Brasil, prolongada pela antiga avenidadas Bandeiras, foram construídos grandes conjuntos habitacionais emsuas margens, além da Ceasa, importante Centro de abastecimentode Gêneros Alimentícios, implantado em 1974.

O núcleo principal do bairro é a Praça N. Sra. da Apresentação, ondeficam o cemitério de Irajá - inicialmente da irmandade, inauguradoem 1835, e depois substituído pelo cemitério Municipal, construídoentre 1894/1895 -, a Igreja Nossa Senhora da Apresentação - tomba-da pelo Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro - e o Instituto JesusEucarístico. Nessa área ficava a antiga fazenda Irajá, com sua casagrande, grande centro açucareiro com produção elevada que era es-coada pelo “Portinho do Irajá”, situado na região de Brás de Pina.Destaca-se a figura de Dom Manuel de Monte Rodrigues, o Conde deIrajá, falecido em 1863, deputado geral pela sua província e Bispo doRio de Janeiro, em 1839, que sagrou e coroou Dom Pedro II.

As linhas de bondes ligando Madureira a Irajá foram inauguradas em28/09/1911, em tração animal, até que em 1928 a concessão foitransferida para a Empresa “Cia LIGHT”, que os substitui pelos detração elétrica.

Em 8 de fevereiro de 1962 foi criada a XIV RegiãoAdministrativa deIrajá.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Itanhangá

Esse nome tem origem na grande pedra, situada à beira da Lagoa daTijuca: Ita (pedra) e Anhangá (fantasmagórica) ou ”Pedra que fala”.Pela sua conformação, os ventos produziam sons que apavoravam osindígenas. Seus antigos acessos, na época do Distrito Federal, se da-vam pelas estradas de Furnas e do Itanhangá.

Na década de 1930, foi construído um extenso campo de golf, o atualItanhangá Golf Club, para ser usado pelo então Presidente da Repú-blica, Getúlio Vargas. Na década de 1950, foi implantado umloteamento que ocupou extensa área verde, entre a estrada da Barrada Tijuca e os morros da Pedra da Gávea/Focinho do Cavalo, deno-minado “Jardim da Barra”. Nos anos 1970, surgiriam os condomíni-os “GreenWood Park” e Portinho do Massaru. Também nessa época,as principais comunidades se estabeleceriam no bairro, com desta-que para a Tijuquinha, Sítio Pai João, Muzema e Morro do Banco.

O rio Cachoeira, que nasce no Alto da Boa Vista, forma a belíssimaCascata Grande. Na estrada das Furnas fica o Recanto das “Furnas deAbrassiz”, formado por grupamento de enormes pedras, que formamgrutas, freqüentado no século XIX por Don Pedro II.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Jacaré

Corruptela de YACARÉ (o “que é torto, sinuoso”), alusão às voltasque dá o rio Jacaré, que nasce no morro do Elefante e atravessa aregião historicamente pertencente ao Engenho Novo dos jesuítas.

Após a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, o engenho foidesmembrado em chácaras e propriedades rurais e, posteriormente,foram abertos arruamentos. Grandes proprietários como PaimPamplona e Adriano Müller loteavam o Jacaré fazendo surgir as ruasprincipais - Dois de Maio e Lino Teixeira.

A partir da década de 1920 o bairro passa a ser efetivamente urbanizadoe ocupado. Nessa época, iniciou-se a Favela do Jacarezinho, que seexpandiu no decorrer dos anos entre o rio Jacaré e a antiga FábricaCruzeiro (depois General Electric - GE). Em 1992, a área doJacarezinho foi desmembrada do bairro do Jacaré, transformando-sena XXVIII Região Administrativa Jacarezinho.

No local atualmente ocupado pela Congregação Salesiana (rua LuisZanchetta), antigo Solar do Conselheiro Magalhães Castro, existiuum Fortim com guaritas e canhões, mandado construir pelo Conde deRezende entre os anos de 1793 e 1795 no morro das Palmeiras, atualJacaré, devido a sua posição estratégica, dominando todo o Arraialda Venda Grande, a Estrada Real de Santa Cruz (Suburbana), a praiaPequena e Benfica.

Na década de 1960, o governador Carlos Lacerda promoveu a ida devárias indústrias para o bairro de Jacaré, criando o chamado “Com-plexo Industrial do Jacaré”, entre o rio Jacaré, as ruas Viúva Cláudioe Bráulio Cordeiro. Também abriu uma passagem por baixo da LinhaAuxiliar, ligando o bairro a avenida Dom Helder Câmara (antiga Su-burbana), ganhando dos moradores o nome de “Buraco do Lacerda”.

O Complexo Industrial do Jacaré ocupava cerca de 15 ruas dobairro com indústrias de calçados, bolsas, farmacêuticas, de vi-dros, roupas, metalúrgicas, de café, entre outras. Com a crise eco-

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nômica das últimas décadas do século XX, a maioria de suas indús-trias faliram ou tiveram as suas unidades reduzidas. Atualmente severifica na região um grande número de galpões e prédios fechados,cercados por comunidades de baixa renda.

O principal acesso é a chamada “Linha Verde”, integrada ao túnelNoel Rosa e parcialmente construída na década de 1970, via projeta-da nos anos de 1960, ligando o Jacaré a Vila Isabel e a Maria daGraça.

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Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Jacarepaguá

Em Tupi significa YACARÉ-UPÁ-QUÁ, “Baixa ou Vale dos Jaca-rés” ou “lagoa rasa dos jacarés”, dependendo do autor de referência.

Em 1594, o governador Salvador Correia de Sá doou a região comoSesmaria a seus dois filhos. Martim de Sá fundaria sua casa no Enge-nho D’água e Gonçalo de Sá ergueria o Engenho do Camorim, juntocom a Capela de São Gonçalo do Amarante (de 1625), existente aténossos dias.

No século XVIII, a grande região de Jacarepaguá era conhecida comoa “Planície dos Onze Engenhos”, pela intensiva produção açucareira.No século XIX, o café seria cultivado em novas fazendas, aprovei-tando o solo fértil dos antigos engenhos.

Em 1875, foi inaugurada a Companhia Ferro-Carril de Jacarepaguá,que ligava as localidades da região aos subúrbios ao norte, inicial-mente por meio de tração animal e, a partir de 1911, por meio dosbondes eletrificados.Aconclusão da Estrada Grajaú-Jacarepaguá (atu-al Menezes Cortes), na década de 1950, viria a facilitar o acesso àZona Norte e ao Centro da Cidade, o que foi finalmente consolidadoem 1997, com a inauguração da “Linha Amarela” (av. GovernadorCarlos Lacerda).

O atual bairro de Jacarepaguá é a área periférica que sobrou da gran-de região de Jacarepaguá após a criação dos bairros do Tanque,Taquara, Pechincha, Freguesia,Anil, GardêniaAzul, Cidade de Deuse Curicica. Hoje, ele abrange partes dos maciços da Pedra Branca eda Tijuca, Rio das Pedras, arredores do autódromo e Rio Centro,PROJAC e os Vales do Pau da Fome, Rio Pequeno, Três Rios, Quitite,entre outros.

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Jacarezinho

Na região existia uma chácara entre o rio Jacaré e a antiga fábricaCruzeiro (depois substituída pela General Eletric), ocupada por case-bres, cujos moradores eram considerados invasores. A partir da déca-da de 1920, a população foi aumentando, devido à instalação de in-dústrias no Jacaré e na avenida Suburbana (atual avenida Dom HelderCâmara). Com as migrações dos anos de 1950 a área sofreuadensamento considerável, com conseqüente valorização da terra, oque levou um de seus donos à justiça pela remoção dos moradores,provocando reação da população residente, que conseguiu que o ter-reno fosse repassado para o governo e permanecer no local.

Em 1980, o programa mutirão efetuou obras de infra-estrutura e me-lhoramentos na comunidade (ou favela) do Jacarezinho,implementando obras de esgotamento sanitário, drenagem e pavimen-tação de vias.

Em 1986, foi criada a XXVIII Região Administrativa-Jacarezinho,desvinculando o Jacarezinho do bairro do Jacaré.

Em 2000, a comunidade foi incluída no “Programa Grandes Fave-las”, intervenção urbanística baseada no “Programa Favela Bairro”.Seus acessos principais são pelas ruas Esperança,Atiba, Galileu, JoséMaria Belo e Comandante Gracindo de Sá. Na linha auxiliar, quepassa dentro do bairro, fica a antiga estação ferroviária de Vieira Fa-zenda, atual Jacarezinho.

Há duas praças dentro da comunidade: o Largo do Cruzeiro e a PraçaConcórdia.

Nota: Criado e delimitado pela Lei Complementar Nº 17 de 29 dejulho de 1992, com a alteração dos Bairros do Jacaré.

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Jardim América

Originou-se no Projeto de Arruamento e Loteamento (PAL) Proletá-rio denominado “JardimAmérica” em terreno situado na rodovia Pre-sidente Dutra, limitado pelo rio Acari e com frente para a estradaVigário Geral. O loteamento, de 1957, resultou em 39 logradouros,2782 lotes residenciais, 124 comerciais e 90 industriais, atravessadospelo rio dos Cachorros e a faixa das linhas de transmissão elétrica daLIGHT.

O bairro é predominantemente residencial possuindo diversas em-presas do setor de serviço ligadas ao transporte rodoviário e comuni-dades ao longo dos rios Acari e São João de Meriti, com destaquepara a comunidade do Dick.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Jardim Botânico

A história do bairro do Jardim Botânico coincide, em sua origem,com a história da Lagoa e do Engenho d’El Rey de Antonio Salema,que foi ampliado pelo Governador Martim de Sá. Nele, no séculoXVIII, o governador ergueu a capela Nossa Senhora da Cabeça, aolado do Rio Cabeça, existente até nossos dias. A terra fértil foi ocupa-da pela cultura da cana de açúcar.

Com a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, Dom João VIdesapropriou o Engenho da Lagoa para ali construir a Real Fábricade Pólvora, que funcionou até 1851, quando, após várias explosões,foi transferida para a Raiz da Serra de Petrópolis. Junto a ela haviaum jardim para plantas exóticas, sob a direção do futuro Marquês deSabará. Dom João VI, entusiasmado pelo local, plantou ali a famosapalmeira real ou Palma Mater (destruída por um raio em 1972). Ojardim logo se tornou o Horto Real, que, com Dom Pedro I, se trans-formaria em Jardim Botânico. Seu primeiro diretor, Frei Leandro doSacramento (1824), fez nele várias melhorias, obras paisagísticas,lagos, aléias e fontes. Na República, dirigido por João BarbosaRodrigues, recebeu o nome oficial de Jardim Botânico do Rio de Ja-neiro, sendo aberto à visitação pública.

Inicialmente, o acesso à região se dava por canoas pela Lagoa e umcaminho precário corria pelo sopé do Corcovado, indo até o Rio Ca-beça. O caminho, que em 1860 era conhecido como Rua do Oliveira,começou a ser aterrado pelo Comendador Carvalho, da Chácara daBica, e, depois de calçado, se transformaria na Rua Jardim Botânico.As linhas de bondes chegariam logo depois, em 1871.

O bairro era repleto de chácaras: a de N. Sra. da Cabeça, de Luís deFaro, a dos Macacos, de Dona Castorina, a da Bica, de JerônimoFerreira Braga, entre outras. A mais destacada era a chácara doComendador Antônio Martins Lage – que depois passaria paraHenrique Lage -, com vasto parque em estilo inglês, palacete e

jardins do paisagista Tindale. Em 1965, o imóvel foi tombado peloGovernador Carlos Lacerda, surgindo então o Parque Lage. Hoje o

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parque abriga a Escola de Artes Visuais e preserva os atributos daépoca, além de lago, densa arborização e trilha na floresta que chegaaté o alto do Corcovado.

No final do século XIX, surgiram as fábricas. Em 1884, implantava-se no bairro a Companhia de Tecidos Carioca, na atual Pacheco Leão,onde se instalou a Vila Operária Sauer. Em 1889, surge a Fábrica deTecidos Corcovado, na Rua Jardim Botânico. Depois de demolidas,as fábricas deram origem a ruas residenciais do bairro.

A história da Rede Globo de Televisão começa no bairro, na Rua VonMartius, onde foi inaugurada, em 1965, a TV Globo. Após a transfe-rência de estúdios para o Projac, no Camorim, a Rede Globo mantémainda 4 estúdios destinados ao jornalismo no bairro.

Hoje, o bairro do Jardim Botânico abriga diversas atividades comer-ciais e de serviços e apresenta intenso trânsito na sua via principal -rua Jardim Botânico -, que canaliza parte do trânsito em direção àSão Conrado e Barra da Tijuca. A maior parte do bairro, contudo,mantém ainda ruas tranqüilas e arborizadas.

Na bela região do Horto, encravada na Serra da Carioca e circundadapela mata atlântica do Parque Nacional da Tijuca, há acesso, por tri-lhas, às Cachoeiras do Quebra, Chuveiro, da Gruta e dos Primatas.No final da rua Pacheco Leão, tomado pelo patrimônio histórico eartístico nacional, destaca-se o Solar da Imperatriz, erguido no sécu-lo XVIII e presenteado por Dom Pedro I para sua segunda esposa,Dona Amélia, em 1829. Ao lado, fica o Horto Florestal, setor de pro-dução de mudas para reflorestamento em todo o Brasil.Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Jardim Carioca

A região compreendida entre as estradas do Galeão e do Dendê éocupada por três elevações, o morro Fundo da Grota (66 mts), o mor-ro do Dendê (99 mts) e o morro do Guarabu (82 mts). Em 1929, nelesfoi concretizado o projeto de arruamento e loteamento do JardimCarioca, em terreno de propriedade da “Companhia Geral de Habita-ções e Terrenos”, aprovado na gestão do prefeito Prado Junior, comgrande número de ruas abertas em encostas acidentadas, apresentan-do um traçado de curvas sinuosas, com diferentes larguras. Tinha aparticularidade de vender casas prontas, com a fachada voltada paraa estrada do Galeão.

Um referencial marcante na história do bairro foi a praça Manguetá eseu Coreto, construído em 1936, que foi palco de animados carna-vais, onde foliões da Ilha do Governador reuniam-se para dançar ebrincar ao som de marchinhas e sambas da época.

Na década de 1950, linhas de bonde elétrico circulavam pela região,até serem extintas em 1964. Em 1975 novo loteamento surgiu entre aestrada do Galeão, avenida Maestro Paulo Silva, rua Orcadas e ruaMaviatuca, com 192.782 m2 de área, contendo 225 lotes, 5 ruas euma praça junto à avenida Maestro Paulo Silva. Foi inaugurado em1992 o primeiro Shopping Center de toda a região, o Ilha PlazaShopping. Na rua Orcadas fica localizada a Sub-Prefeitura da Ilha e aSede da XX R.A.– Ilha do Governador.

O bairro apresenta ocupação predominantemente residencial, dispondode diversificado comércio, e nele se situa a comunidade do Guarabuou morro do Guarabu, surgida em 1951, com a cessão do terreno feitapor uma empresa de construção do governo do Distrito Federal, daí oinício de sua ocupação. O acesso se dá pelas ruas Luis Gomes e SãoJorge, próximo à Escola Municipal Holanda. O ponto culminante daIlha do Governador fica no alto do morro do Dendê, na Caixa D’Água,a 99 metros de altitude, com acesso pela rua Itaguaí.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-

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rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Jardim Guanabara

A Ilha do Governador recebeu essa denominação devido ao fato deter sido, inicialmente, terra do governador Salvador Correia de Sápor volta 1568, recebida da Coroa Portuguesa. Nela se instalou como Engenho, em posição privilegiada, de onde tinha o controle da Baiade Guanabara, na elevação acima da atual praia do Engenho Velho(limite do atual bairro Jardim Guanabara).

A família Sá prosseguiu como proprietária da Ilha durante o séculoXVII e seus parentes, ligados ao coronelAndré Álvares Pereira Viana,ergueram uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, emdata incerta, reformada em 1816, existente até hoje, tombada peloPatrimônio Histórico Estadual, na atual praça Jerusalém. Defrontefica a praia da Bica, lugar de uma antiga bica d’água para serventiapública, uma das mais freqüentadas da Ilha, com belo panorama daBaía, urbanizada com calçadão, iluminação, quiosques. Nela existiuuma ponte de atracação das barcas da Cantareira, construída no go-verno Washington Luis, desativada posteriormente, cuja construçãoainda está de pé.

Em 1903, a Companhia Lavoura e Colonização (de São Paulo), de-pois Empresa Cerâmica Santa Cruz, adquiriu do coronel Elias Antô-nio de Moraes, a sua fazenda da Conceição, de 4.600.000 m2, paratransformá-la na maior fornecedora de tijolos para as grandes obrasdo governo Rodrigues Alves, no Rio de Janeiro, chegando a exportarseus produtos.

O paulista Joaquim Sampaio Vidal fez com que a grande fábrica decerâmica se transferisse para o ramo da urbanização e dos loteamentos,demolindo-a, para o início de seu primeiro projeto de urbanização, jácomo “Companhia Imobiliária Santa Cruz”, surgindo em 1936 o “Jar-dim Guanabara”, compreendendo metade da praia da Bica, os mor-ros da Mãe d’Água (75 mts) e da Bica (62 mts), até a rua Cambaúba(antiga Rua 30), atingindo a estrada do Galeão, onde um Centro Co-mercial e a nova sede da Companhia seriam construídas.

Suas ruas sinuosas e caprichosamente desenhadas ocupavam as ele-

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vações, transformando-se em um bairro nobre, com belas constru-ções, de alto padrão, um dos melhores da cidade, destacando-se asruas Ituá, Uça, Babaçu, Luis Vahia Monteiro, Gregório de CastroMorais, Carmem Miranda, Aureliano Pimentel, Cambaúba, Francis-co Alves, dentre outras. Em 1972, novo loteamento foi implantadoentre a estrada do Galeão, rua Cambaúba, rua Álvaro Dias, praia doEngenho Velho e a área militar daAeronáutica, em terreno de 591.750m2, originando 420 lotes residenciais, 22 ruas e duas praças, desta-cando-se as ruas Espumas, Fantoches, Serenata, Orestes Barbosa, entreoutras.

O Jardim Guanabara tem duas importantes áreas de lazer, o Iate Clu-be Jardim Guanabara (fundado em 1953) e o Parque MunicipalMarcello de Ipanema (criado em 1995), ocupando área verde na orlacontínua à Ponta de Santa Cruz, entre as praias da Bica e do EngenhoVelho.

Como atração histórica, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição (doséculo XVIII), contrastando com o movimento noturno na praia daBica, procurada pelos seus quiosques e restaurantes.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Jardim Sulacap

O bairro, localizado na região que pertencia à antiga fazenda dosAfonsos, tem como origem o projeto de arruamento e loteamento do“Jardim Sulacap”, feito em 1951, de propriedade da “Cia Sul Améri-ca Capitalização S.A.”, junto a estrada Intendente Magalhães e aoCampo dos Afonsos. Atravessado pela avenida Alberico Diniz e pelaestrada do Japoré - que interligam Marechal Hermes a Realengo -,Jardim Sulacap é predominantemente residencial e sua população éformada, em sua maioria, por famílias de militares.

Jardim Sulacap possui três praças principais e dá acesso a Jacarepaguápela estrada do Catonho, que percorre a área montanhosa no valeentre as serras do Valqueire e do Engenho Velho. Nele situa-se o ce-mitério Parque Jardim da Saudade, o primeiro do gênero no municí-pio e no Brasil.

A empresa General Shopping do Brasil está se preparando para cons-truir um shopping no bairro, que deverá se chamar “SulacapShopping”, em área de 60 mil m2, somando-se ao hipermercado“Carrefour” já existente.

Junto a Sulacap ficam a Academia de Polícia Militar Dom João VI, aUniversidade da Força Aérea e instalações militares.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Joá

A denominação do bairro é originária do nome de um antigo mora-dor, o francês Laurence Anchois, que era pronunciado “Chuá”. Nelefica o morro da Joatinga (YUÁ-TINGA, limoso, esbranquiçado), ocu-pado por condomínios de grandes residências.

Com localização privilegiada, está o clube Costa Brava, projeto deRicardo e Renato Menescal, fundado em 1962.

Espremido entre o Oceano Atlântico e o paredão rochoso do Pico dosQuatro, o Joá apresenta alguns dos mais belos panoramas da Cidade,com destaque para a selvagem Praia de Joatinga.

Seu principal acesso é a antiga estrada do Joá, construída em 1929,pelo Prefeito Antonio Prado Júnior.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Lagoa

A região tem como referencial histórico e atual, a Lagoa deSacopenapã, nome dado pelos índios Tupinambás, que significavalocal ou caminho dos socós, aves pernaltas comuns nessas paragens.Também a denominavam de “Capopenipem”, local de raízes chatasdo fundo lamacento da lagoa.

O Governador Antonio Salema, após dizimar as tribos indígenas,fundou o Engenho Del Rey, que seria repartido em três: os engenhosN. Sra da Conceição da Lagoa, Nossa Senhora da Cabeça e Vale daLagoa. Mais tarde, Antonio Salema vendeu suas terras a Diogo deAmorim Soares, que a repassou, em 1609, a Sebastião FagundesVarela, depois para João de Freitas Castro e Melo, que a transferiupara seu filho, o capitão português Rodrigo de Melo Castro Freitas.Apartir de 1660, a Lagoa recebeu o nome de Rodrigo de Freitas, queampliou a sua propriedade.

Na realidade, o atual bairro se situa nos grandes aterros feitos nalagoa pelo Prefeito Carlos Sampaio que, com uma equipe formadapelos engenheiros Alfredo Duarte e Saturnino Braga, delimitou todoo contorno da Lagoa, transformou o Caminho da Fonte da Saudadeem rua e inaugurou, em 1922, a Avenida Epitácio Pessoa. Nessa pla-nície artificial, obras complementares eliminando brejos deram ori-gem ao atual Jockey Club Brasileiro, também chamado de Hipódro-mo da Gávea, projetado pelos arquitetosArchimedes Memória e Fran-cisco Cuchet. O empresário Linneo de Paula Machado construiu suasinstalações e o Jockey foi inaugurado, em 1926, pelo então Presiden-te Washington Luís numa corrida em sete páreos, assistida por trintamil pessoas.

O aterro da área próxima à Fonte da Saudade, que ficava na chácarado Conselheiro Serra Lisboa, na Praia da Piaçava, deu origem a vári-as ruas como a Baronesa de Poconé, entre outras. As florestas exis-tentes nos Morros dos Cabritos e da Saudade se tornaram Áreas deProteção Ambiental, sendo criados os Parques Municipais Fonte daSaudade e José Guilherme Merquior. Após a remoção, em 1970, daFavela da Catacumba, que tinha 1500 barracos e 10 mil habitantes,foram reflorestadas as encostas do morro e criado o Parque da

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Catacumba ou Carlos Lacerda, inaugurado em 1978. Hoje, o parquesedia a Subprefeitura da Zona Sul. A abertura do Túnel Rebouças,nos anos 1960, transformou as pistas de entorno da Lagoa em áreasde intenso tráfego, o que se acentuou com a conclusão da Auto Estra-da Lagoa-Barra.

Em ilhas artificiais da lagoa surgiram os Clubes Caiçaras e Piraquê(Clube Naval). Os aterros mais recentes fazem parte hoje do ParqueTom Jobim - que contorna toda a lagoa e engloba os parques doCantagalo, dos Patins e das Taboas - com suas quadras, ciclovias einúmeros quiosques de variada gastronomia, atraindo muita gente.Em dezembro, a atração é a gigantesca Árvore de Natal iluminadanas águas da lagoa.

Propícia a esportes náuticos, a lagoa reúne as sedes do Clube de Re-gatas do Vasco da Gama, do Botafogo e do Flamengo, além do Está-dio de Remo da Lagoa, onde foram disputadas as competições decanoagem e remo dos jogos Pan-Amercianos de 2007.

Destacam-se, também, a Sociedade Hípica do Brasil, o Clube Mili-tar, o Hospital da Lagoa, as Igrejas de Santa Margarida Maria e SãoJosé da Lagoa. Próximos à sua orla, ficam os Clubes Monte Líbano,AABB e Paissandu, em estilo modernista.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Laranjeiras

Situada em um vale por onde correm as águas do Rio Carioca,encravada entre os Morros do Corcovado, Dona Marta e Mundo Novoe o espigão de Santa Teresa (Morro da Nova Cintra, etc), Laranjeiraspossuía características rurais com sítios e chácaras rústicas que abas-teciam a Cidade com verduras, legumes e laranjas. As terras dessaregião foram divididas em sesmarias e doadas à família de CristóvãoMonteiro, primeiro ouvidor do Rio, que nelas construiu o “moinhovelho”. O primitivo caminho de acesso à Laranjeiras acompanhava oRio Carioca até o Flamengo.

Essas chácaras foram substituídas por outras luxuosas, pertencentesa nobres e homens abastados, como a Chácara Ilhota, de José Antô-nio Lisboa, a Chácara dos Frontins, a Chácara da Duquesa de Cadaval,a Chácara do Viana, a Chácara do Conde Modesto Leal, entre outras.Em 1895, fizeram em Laranjeiras uma “praça de touros”, de pedras etijolos, para diversão aos domingos.

O Palácio Guanabara começou a ser construído a partir de 1853, naantiga Chácara do Rozo, pelo comerciante José Machado Coelho.Em 1865, foi comprado pelo Governo Imperial para servir de resi-dência para a Princesa Isabel e o Conde d “Eu, passando então a serchamado de “Palácio Isabel”. Com o advento da República, hospe-dou visitantes ilustres, foi moradia de presidentes e, a partir de 1960,tornou-se sede do Governo do Estado. Junto a ele instalou-se, em1915, o Fluminense Football Club, que ali construiu o seu Estádiodas Laranjeiras.

Na antiga Chácara de Carvalho de Sá, junto ao Morro da Nova Cintra,adquirida pelo empresário Eduardo Guinle, foi construído o Paláciodas Laranjeiras entre 1909 e 1914, com seus belos jardins. Em 1947,o Palácio passou para o Governo Federal e, em 1975, foi cedido aoGoverno Estadual. Nos jardins, ocupando área de 25 mil metros qua-drados, surgiu o Parque Guinle.

A Praça São Salvador foi aberta na Chácara de José Alexandre Car-neiro Leão, em 1875. Em 1880, o Bairro ganhava feições industriaiscom a instalação da Companhia de Fiações e Tecidos Alliança, na

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área da atual Rua General Glicério. A fábrica chegou a ter mais demil operários e funcionou até 1938, dando origem a casas e vilasoperárias. No lugar da fábrica, surgiria, em 1945, o empreendimentoimobiliário “Cidade-Jardim Laranjeiras”, um bairro residencial aris-tocrático, com abertura de ruas, lotes e um conjunto de mais de dezprédios. A essa altura, o Rio Carioca estava todo canalizado, bondespercorriam a Rua das Laranjeiras, o velho Túnel da Rua Alice fazia aligação com o Rio Comprido e já existia o corte da Rua PinheiroMachado ligando Laranjeiras a Botafogo (1909/1913).

Com a inauguração do Túnel Santa Bárbara em 1963, Laranjeirasvirou rota de ligação entre as Zonas Norte e Sul, o que foi acentuadocom a abertura do Túnel Rebouças em 1965, quando se iniciou umperíodo de intensa produção imobiliária, com verticalização das áre-as formais e favelização nas encostas. Hoje, o bairro ainda guardabelos prédios, mansões e locais pitorescos como o “Portugal Peque-no” (Rua Cardoso Júnior) e o Mercadinho São José.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Leblon

O do nome do bairro vem de Charles Leblon, francês dono de umgrande lote no areal - o chamado “Campo do Leblon” -, que, em 1845,ali instalou uma fazenda de gado.

No início do século XX, o Leblon era constituído por chácarasdesmembradas da Fazenda Nacional da Lagoa e tinha poucas ruas,entre as quais se destacava a Rua do Sapé ou do Pau (atual DiasFerreira). Nas décadas de 1910 e 1920, a Companhia Industrial daGávea promoveu o loteamento inicial do Leblon e foram implanta-das praças, avenidas e diversas ruas. Como sempre, a promoção imo-biliária era articulada à implantação do bonde que, em 1914, interli-garia o bairro com resto da Cidade.

Ao longo do canal aberto entre mar e lagoa, o Prefeito HenriqueDodsworth implantou, em 1937, setenta mil metros quadrados de jar-dins, ficando o lugar conhecido popularmente como Jardim de Alah.Nas proximidades, em 1957, surgia no bairro a Cruzada São Sebasti-ão, composta por dez blocos habitados por seis mil pessoas de baixarenda.

Poucos anos depois, na década de 1960, as grandes favelas do bairroforam removidas e sua população remanejada para bairros distantesna Zona Oeste. A produção imobiliária se intensificou, o bairro seelitizou, cresceu, adensou e virou referência noturna com seus barese restaurantes.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Leme

Praia do Leme era o nome dado ao trecho arenoso que ia do antigoMorro do Inhangá até o Morro ou Pedra do Leme. O nome “Leme”foi dado devido à forma dessa elevação, que lembra o leme de umnavio.

Espremido entre o Morro da Babilônia e o OceanoAtlântico, o Lemeera um areal deserto, até que a Companhia de Construções Civis (deOtto Simon e Duvivier) criou as ruas do bairro, entre 1892 e 1894.Sua principal rua, a Gustavo Sampaio, foi aberta em 1894. Com ainauguração do Túnel Novo, ou do Leme, em 1906, a linha de bondesda Companhia Ferro-Carril Jardim Botânico chegaria ao final doLeme, na Praça do Vigia. Em 1906, acompanhando a orla do Leme eCopacabana, a Avenida Atlântica foi concluída e se tornaria cartãopostal do bairro. Mais tarde, em 1971, seria duplicada para a implan-tação do calçadão.

Junto ao Morro da Babilônia ficava a Chácara de Torquato Couto,depois alugada a Chaves Faria. Também residiu nela a família deWilhelm Marx, (pai do paisagista Roberto Burle Marx), que cons-truiu a Ladeira da Babilônia, atual Ari Barroso, famoso compositorque ali morou. Embaixo se ligava à Rua Araújo Gondin (atual Gal.Ribeiro da Costa), onde os padres dominicanos fundaram a Igreja N.Sra. do Rosário, construída entre 1927 e 1931.

O início de ocupação das encostas do Morro da Babilônia se deu em1915. A partir de 1934, a ocupação aumentou consideravelmente,dando origem às Comunidades da Babilônia e do Chapéu Manguei-ra. No alto do Morro da Babilônia (238 m), existia um Telégrafo,acessado por estrada que partia da Ladeira do Leme, e que hoje foiabsorvido por grande área de reflorestamento.

No cume do Morro do Leme destaca-se o Forte Duque de Caxias,construído em 1776, com a denominação de Forte da Espia ou doVigia, situando-se a 125 m de altitude. Em 1823, o forte recebeu ar-mamento de artilharia. Reconstruído em 1919, em projeto deAugustoTasso Fragoso, foi desativado em 1975, quando deu lugar ao Centro

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de Estudos de Pessoal do Exército. Dentro da área do Forte, existemruínas datadas de 1711 e 1823 na denominada Pedra do Anel, quedeviam servir para sinaleiros observarem a movimentação de naviosna entrada da Baía de Guanabara.

A partir dos anos 1950 e 1960, grandes prédios residenciais ocupa-ram a estreita área do bairro e surgiram hotéis, destacando-se a torredo Le Meridien, com 37 pavimentos, atual “Iberostar-Copacabana”.O Leme, contudo, manteve sua tranqüilidade, bem representado pelo“Caminho dos Pescadores” junto à Pedra do Leme, onde há uma dasmais belas vistas da orla carioca.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Lins de Vasconcelos

Toda a área do bairro de Lins de Vasconcelos pertencia ao EngenhoNovo dos Jesuítas. Os tropeiros, vindos de Jacarepaguá pelo Cami-nho dos Três Rios, desciam da Serra do Matheus (trecho da Serra dosPretos Forros) e seguiam pela Estrada da Serra do Matheus (atualRua Lins de Vasconcelos) até alcançar o Engenho. Sua construçãomais conhecida era a “Venda do Matheus”, na localidade denomina-da “Boca do Mato”, junto à Serra dos Pretos Forros, que, com seuclima ameno, era apelidada de “Suíça Suburbana”.

Lá existiam chácaras como a de Casimiro Barreto de Pinho, no qualforam abertas as Ruas Casimiro (parte da atual Aquidabã) e D. José(atual Maranhão). A Boca do Mato, já em 1886, se ligava ao Méieratravés de uma linha de bonde puxada a burro - o “Boca do Mato” ou“Boquinha”, depois eletrificada. Era uma linha curta que conduzia osmoradores do lugarejo ao comércio e escolas vizinhas.

O Médico-Major Modesto Benjamim Lins de Vasconcelos possuíapropriedade no alto da Estrada da Serra do Matheus, que depois le-vou o nome de sua tradicional família, Lins de Vasconcelos. Seudesmembramento foi feito aos poucos e as chácaras vendidas a diver-sas famílias, como a do Dr. Luis Ferreira Moura Brito e a do Dr.Vicente Piragibe, em cujos terrenos foi prolongada a Rua Lins, aber-tas a Rua Vilela Tavares e a TravessaAquidabã (atual Mario Piragibe)e construída a Capela de N.S. da Guia, convertida em paróquia em1923.

Na Rua Aquidabã, surgiu o Clube Alemão, local de reunião e espor-tes da colônia germânica do Rio de Janeiro que seria confiscado peloGoverno Federal na II Guerra Mundial e transformado em área mili-tar (Crifa, Quartel de Infantaria). Atualmente, ali está construído umcondomínio para oficiais do exército.

Destacam-se no bairro dois importantes hospitais: o Hospital NavalMarcílio Dias e a Maternidade Carmela Dutra.

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Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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MadureiraO nome do bairro vem de Lourenço Madureira que, no século XIX,era lavrador e criador de gado em terras da antiga Fazenda doCampinho, existente desde o início do século XVII.

No virada do século XIX para o século XX, Madureira já tinha setornado um importante eixo ferroviário com a inauguração das esta-ções de Madureira (1890), na antiga Estrada de Ferro Dom Pedro II,e de Inharajá (1908) – atual estação Mercado de Madureira ou Mag-no -, na antiga Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil (linha auxi-liar). Em 1958, com a inauguração do viaduto Negrão de Lima, fo-ram interligadas as áreas do bairro separadas pelos ramais da linhaférrea.

Madureira se consolidaria como centro comercial dos subúrbios coma construção do Mercado de Madureira (1914), que, durante boa par-te do século XX, foi o maior centro de distribuição de alimentos daregião.Após sofrer um incêndio, em 2000, o “Mercadão” de Madureiraressurgiu modernizado.

Madureira é uma referência significativa para a cultura carioca, nãoapenas no que se refere à musica – abriga a escola de samba ImpérioSerrano, fundada em 1947, e o tradicional Jongo do Morro da Serrinha–, mas, também, ao futebol. O antigo Madureira Atlético Clube, o“tricolor suburbano”, revelou grandes jogadores como Didi, Jair daRosa Pinto, Evaristo, entre outros.

Hoje, Madureira destaca-se como um importante centro funcionaldos subúrbios, com intensa área comercial nas ruas Carvalho de Sou-za, Carolina Machado e Estrada do Portela, destacando-se shoppingscomo o “Tem Tudo”, Polo 1, o Shopping São Luiz e o modernoMadureira Shopping Rio.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Magalhães Bastos

A área do bairro pertencia à freguesia de Irajá, em cujas terras ficavaa Fazenda Sapopemba, de propriedade do Conde Sebastião de Pinho.No governo do presidente Afonso Pena, grande parte da fazenda foidesapropriada para os quartéis da Vila Militar, em cuja construçãotrabalhou o português Manoel Guina, mestre-de-obras, pioneiro nafundação do bairro.

Originalmente, o local era conhecido como “Fazenda das Manguei-ras” e, depois, “Vila São José”. Com a inauguração do ramal ferrovi-ário de Mangaratiba, em 1878, foi implantada a estação CoronelMagalhães Bastos, em homenagem a Antonio Leite de MagalhãesBastos Filho, comandante do primeiro batalhão de engenharia e quedeu nome ao atual bairro. Junto à estação, inaugurada em 1914, foiconstruído viaduto interligando o final da avenida Duque de Caxias aestrada São Pedro de Alcântara.

O bairro se estende da avenida Brasil até a avenida Marechal Fontenele(antiga Estrada Real de Santa Cruz), na localidade de Mallet. Predo-minantemente residencial, sem núcleo comercial expressivo, o bair-ro situa-se entre Realengo e a Vila Militar. Destacam-se os quartéisnas estradas General Canrobert da Costa e São Pedro de Alcântara eas comunidades de Vila Brasil, Santo Expedido, Jabaquara, 14 deJulho, Vila Capelinha e parte da Vila São Miguel.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Mangueira

As terras onde hoje está localizado o bairro da Mangueira pertenciamao Visconde de Niterói e ficavam juntas ao Morro do Telégrafo, as-sim chamado pela inauguração, em 1852, do primeiro telégrafo aéreodo Brasil, próximo à Quinta da Boa Vista. Ali, foi instalada a Fábricade Fernando Fraga que produzia chapéus e que passou a ser conheci-da como “Fábrica das Mangueiras”, pela intensa produção de man-gas na região.

A Fábrica acabou tornando-se “Fábrica de Chapéus Mangueira”. ACentral do Brasil aproveitou a popularização do nome e batizou deMangueira a estação de trem inaugurada em 1889.Avertente do Morrodo Telégrafo, voltada para a ferrovia, também virou Morro da Man-gueira. Com o Visconde de Niterói já morto, teve inicio a construçãode barracões e casas para alugar nas encostas do morro, como as doportuguês Tomás Martins. Com o desmonte de parte do Morro deSanto Antônio, nos anos da década de 1950, vários militares forammorar lá. Desta forma, surgiu na área uma comunidade de pessoaspobres e negros descendentes de escravos que, com o gradativo cres-cimento, deram origem às atuais favelas da Mangueira e suas vizi-nhas, Candelária e Telégrafo.

No governo de Carlos Lacerda, o Morro da Mangueira foi desapro-priado, o que evitou qualquer tentativa de remoção dos moradores. Apartir da década de 1920/30, o Morro se torna reduto de sambistas,culminando com o nascimento da popular agremiação carnavalescaEscola de Samba Estação Primeira de Mangueira, “a verde e rosa”.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Maracanã

O bairro do Maracanã apresenta aspecto peculiar, uma vez que seuadensamento populacional, desenvolvimento urbano e processo deverticalização foram condicionados pelo leito do rio que dá origemao seu nome (significando “rio do Papagaios” em indígena), o bairroque hoje tem como marco arquitetônico o maior estádio de futebol domundo, o Estádio do Maracanã, construído em 1950 para a Copa doMundo, na área do antigo Derby Clube.

No local da antiga favela do “Esqueleto”, removida na década de1960, foi construído o “Campus” da atual Universidade do Estado doRio de Janeiro – UERJ. Nele ficam as estações Maracanã da linha 2do Metrô e Maracanã da Supervia.

Como vias principais destacam-se as avenidas Presidente CasteloBranco, Maracanã e a Rua São Francisco Xavier.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Maré

Toda a região da Maré era ocupada por pântanos e manguezais juntoà orla da Baía de Guanabara e abrangia vários acidentes geográficosque desapareceram com os sucessivos aterros. O termo “Maré” temorigem no fenômeno natural que afligia os moradores das palafitasque ocuparam a região a partir da década de 1940.

Em 1982, é implementado o “Projeto Rio”, grande intervenção pú-blica para reassentar os moradores das palafitas em conjuntoshabitacionais. Tais conjuntos foram erguidos sobre aterros dosmanguezais do antigo saco de Inhaúma e da Ilha do Pinheiro.

A mais antiga das comunidades que compõem o chamado “Comple-xo da Maré” localiza-se no Morro do Timbau, cuja ocupação se ini-cia em 1940. A expansão do Timbau surgiu sobre palafitas nomanguezal contínuo ao morro, na localidade conhecida como Baixado Sapateiro, datada de 1947.

Na década de 1950 surgiram as comunidades Parque Maré, uma ex-pansão sobre palafitas da Baixa do Sapateiro, e Parque Roquete Pin-to, uma série de aterros sobre um manguezal no final da Rua Ouricuri,junto à Baía. Na década de 1960, surgem as comunidades de ParqueRubens Vaz, Parque União, Parque Nova Holanda e Praia de Ramos.

Os principais conjuntos habitacionais do Complexo da Maré são VilaDo João (1982), Conjunto Esperança (1982), Vila Do Pinheiro (1983),Conjunto Pinheiro (1989), Conjunto Bento Ribeiro Dantas (1992),Conjunto Nova Maré (1996) e Salsa e Merengue (2000), oficialmen-te, denominada Novo Pinheiro.

Nota: O Bairro foi criado, delimitado e codificado pela Lei Nº 2119,de 19 de janeiro de 1994, com alterações nos limites de bairros deOlaria, Ramos, Bonsucesso e Manguinhos.

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Marechal Hermes

Fundado em 1913, o bairro de Marechal Hermes foi o primeiro noBrasil implantado como uma “Vila Proletária” e planejado para serestritamente residencial, com direito à infra-estrutura de serviços pú-blicos. Idealizado pelo então Presidente da República MarechalHermes da Fonseca para suprir a carência de moradias populares, oprojeto teve o tenente engenheiro Palmyro Serra Polcheira como res-ponsável pelo desenho e execução da planta.

Com o término do governo do Mal. Hermes, em 1914, o projeto,combatido pela sociedade, foi abandonado e, dos 1350 imóveis pre-vistos, somente 165 foram construídos. Surgiram então moradias sim-ples, erguidas pelo operariado, na área que ficou conhecida como”Portugal Pequeno”, devido à predominância de portugueses.

As ruas largas e arborizadas foram abertas em torno da Praça Montese,defronte à estação Marechal Hermes da Estrada de Ferro Central doBrasil, inaugurada em 1913. O prédio da estação – hoje tombado peloPatrimônio Histórico e Artístico – foi influenciado pelo modelo dasferrovias inglesas e é feito de tijolo maciço, com telhas francesas,quatro fachadas, amplas coberturas, detalhes em azulejos e arcos deferro fundido.

Na década de 1930, o presidente Getúlio Vargas retomou as obras nobairro e realizou grande intervenção no projeto original, construindoblocos de apartamentos e modificando a nomenclatura das ruas parahomenagear militares.

Na avenida Gal. Osvaldo Cordeiro de Farias, fica o hospital estadualCarlos Chagas, construído em 1934 e um dos mais antigos da Cida-de. Destaca-se ainda no bairro o teatro Armando Gonzaga, projeto deAfonso Eduardo Reidy, com auditório para 300 pessoas. O teatro,inaugurado em 19 de abril de 1954 pelo prefeito do então DistritoFederal, Dulcídio do Espírito Santo Cardoso, ocupa um quarteirãointeiro e é dedicado a abrigar espetáculos para o público local.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi

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estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Maria da Graça

Na região, ficava a Fazenda Maria da Graça, da família CardosoMartins. Foi adquirida, mais tarde, pela Companhia Imobiliária Na-cional que, em 1934, fez o arruamento e loteamento do bairro “Jar-dim Maria da Graça”, entre a rua Miguel Ângelo, a avenida Suburba-na, a Linha Auxiliar e o bairro de Del Castilho.

A antiga Fábrica Cruzeiro de fósforos, deu lugar à “General Electric- GE”, de equipamentos elétricos. A área faz limite com a favela doJacarezinho.

A estação Dr. Cesário Machado, depois Maria da Graça, na LinhaAuxiliar foi inaugurada em 1928, e está desativada. Com a constru-ção da linha 2 do Metrô, Maria da Graça ganhou uma estação.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Com-plementar Nº 17 de 29 de julho de 1992 que cria a R.A. do Jacarezinho.

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Méier

As terras do atual bairro do Méier faziam parte do Engenho Novo dosJesuítas, que abrigava, no início do século XIX, a extensa “Quintados Duques”, de José Paulo da Mata Duque Estrada e Dulce de Cas-tro Azambuja. A filha do casal, Jerônima Duque Estrada, casou-secom o “guarda roupas do Paço”, Comendador Miguel João Meyer,descendente de alemães, e tiveram nove filhos. O primogênito,Augusto Duque Estrada Meyer, se destacou como acompanhante doImperador Dom Pedro II, recebendo o título de “Camarista” e exten-sas terras abrangendo desde a Estrada Grande (atual Dias da Cruz)até a Serra dos Pretos Forros, em cujo sopé ficava a sede de sua Fa-zenda São Francisco (no final da atual Rua Camarista Méier).

O Camarista Meyer abriu várias ruas em suas propriedades, dando aelas nomes de seus familiares –Carolina Meyer, Frederico Meyer,Joaquim Meyer etc - e formando o novo bairro, já então conhecidocomo Meyer. Em 1879, por iniciativa de Lucídio Lago, a CompanhiaFerro-Carril, com tração animal, cruzou o Meyer. Somente em 1907chegaria a tração elétrica, com a linha Engenho de Dentro - Largo deSão Francisco.

Em 13 de maio de 1889, foi inaugurada, na Estrada de Ferro DomPedro II (Central do Brasil), a Estação do Meyer, devido ao aumentoda população e dos loteamentos recém abertos. O bairro crescia deforma precária – chegou a sofrer duas epidemias de cólera – e, com otempo, seu nome foi aportuguesado para “Méier”. À medida que erasaneado, mais moradores chegavam, de tal maneira que as autorida-des o elevaram a 18° Distrito da Cidade do Rio de Janeiro. Daí parafrente progrediu rapidamente e vários estabelecimentos surgiram.

O comércio deu vida própria ao Méier com grandes lojas, casas tradi-cionais e magazines. A Rua Dias da Cruz tornou-se o principal eixodo bairro que, com a abertura do Shopping Center do Méier, consoli-dou-se como importante centro dos subúrbios adjacentes, abrigandoo Hospital Salgado Filho, o Colégio Metropolitano, a BibliotecaMunicipalAgripino Grieco, o Sport Clube Mackenzie, a Igreja Batis-ta do Méier, a Igreja Sagrado Coração de Jesus, a União Espírita Su-

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burbana e o “Baixo Méier”, local de concentração de bares com in-tenso movimento noturno.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Moneró

Originalmente, suas terras pertenciam ao fazendeiro italiano Fran-cisco Moneró e o bairro surgiu com o loteamento Jardim Ipitanga,em 1955, ocupando área de 100.000 m2. Estendendo-se entre a praiado Dendê e a estrada de Tubiacanga (atual Governador Chagas Freitas),resultou em 15 ruas, como a Adolfo Porto, Domingos Secreto, Alteia,avenida do Magistério, Franco Job, Bardana, Princesa, o prolonga-mento da estrada do Dendê, entre outras.

Inicialmente denominado Jardim Ipitanga, em referência ao seu anti-go proprietário, os moradores só o chamavam de “Moneró”, nomeque acabou prevalecendo quando da oficialização do bairro pelo De-creto 3158, de julho de 1981. No dia 25 de dezembro de 1976, aPrefeitura do Rio inaugurou a Praça Papai Noel, uma área de 2.000m2 equipada com “play ground”, bancos, mesas para jogos e cantei-ros.

Na década de 1980, foi criado o corredor esportivo, na orla da aveni-da de Magistério, ao longo da praia do Dendê, com quiosques, qua-dras polivalentes, calçadão para caminhadas e passeios de bicicleta,com o belo panorama da Baia de Guanabara e Serra dos Órgãos aofundo. Em 2002 seria ampliado, com novas quadras esportivas, pistade “skate”, anfiteatro, bicicletários, aparelhos de ginástica, continua-ção da pista de caminhadas, tornando-se uma das maiores áreas delazer da Ilha do Governador.

Predominantemente residencial, o Moneró é considerado um dosmelhores bairros em todo o Rio de Janeiro, em função de sua diversi-ficação urbana e infra-estrutura. Fica próximo ao Ilha Plaza Shopping,inaugurado em 1992 na avenida Maestro Paulo e Silva, no bairrovizinho do Jardim Carioca. Na praia da Rosa, junto a remanescentesde manguezais, o Governador Iate Clube, implantado em uma ilha,oferece esportes náuticos, academia de ginástica, eventos diversos etorneios de futebol, sua fundação foi no ano de 1958.

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Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Olaria

Duas famílias foram pioneiras em Olaria: a dos Rego e a dos Nunes.Em 1820, Francisco José Pereira Rego comprou terras entre o Cami-nho da Matriz (Itararé) até o Morro da Penha. Ali, a família Regoviria a instalar várias olarias, aproveitando terrenos de barro verme-lho, para atender a vizinhança. Outras fábricas de tijolos surgiramfazendo com que o local ficasse conhecido como “a Região das Ola-rias”.

Por volta de 1900, eram grandes proprietários na região João GualbertoNabor do Rego (o Noca), o Barão de Monte Castelo, o Visconde deMorais, Luiz Pacheco e Custódio Nunes. Noca Rego abriu várias ruascom nomes de sua família, como a Leopoldina Rego, Antonio Rego,entre outras. Já Custódio Nunes conseguiu permissão da Prefeitura,em 1892, para um abatedouro de bois que, em sociedade com QuincasLeandro, daria origem ao Matadouro da Penha (1910), cujo campode boiada era chamado de “Invernada de Olaria”. Custódio Nunesabriu também diversas ruas: Filomena Nunes, Dr. Nunes, Carlina,etc. Somente em 1917, a Estação Olaria (atual Pedro Ernesto) foiinaugurada, na Estrada de Ferro da Leopoldina. Em 1915, surgiu oOlaria Football Club - depois Olaria Atlético Clube -, cujo estádio foiconcluído em 1947, na Rua Bariri.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Nº2055 de 9 de dezembro de 1993, que delimita a RA e o Bairro doComplexo do Alemão e pela Lei Nº 2119 de 19 de janeiro de 1994que cria o Bairro da Maré.

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Oswaldo Cruz

A área do atual bairro de Oswaldo Cruz fazia parte da Fazenda doCampinho, atravessada pelo rio das Pedras, até as serras do Engenhodo Portela. Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II,depois Central do Brasil, foi fundada, em 1898, a estação de Rio dasPedras, atual Oswaldo Cruz, em homenagem ao grande médico sani-tarista que erradicou a febre amarela no Rio de Janeiro e implantou oInstituto em Manguinhos.O bairro cresceu ao longo das ruas João Vicente e Carolina Macha-do, com casario simples, comércio local modesto e vielas que só se-riam reconhecidas como logradouros em 1917. Até a década de 1960o trem e o lotação eram o principal meio de transporte da populaçãolocal. Na década de 1970 surgiram os conjuntos habitacionais: o con-junto Oswaldo Cruz (conhecido como COHAB) e o conjunto NelsonPereira dos Santos.

A tradição do bairro está ligada ao samba, à Escola de Samba Portelae aos seus grandes compositores.

A Portela foi fundada em 1923, a partir da união dos blocos“Baianinhas de Oswaldo Cruz” e “Quem Fala de Nós Come Mosca”,depois “Quem Faz é o Capricho” e “Vai Como Pode”, até, em 1935,se tornar o Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela. Com quadralocalizada na rua Clara Nunes, a Portela é a escola recordista de títu-los do carnaval carioca, totalizando 21 vitórias.

Destaca-se na história do bairro e do samba carioca a personalidadede Paulo Benjamim de Oliveira, o mestre Paulo da Portela (1901-1949), amigo de Cartola e de Heitor dos Prazeres. “Cidadão samba”em 1937, compositor de sucesso, Paulo da Portela é homenageado napraça que leva o seu nome e na estátua erguida em 1956 por PedroFaria. Próxima fica a “Portelinha”, a primeira sede da escola de sam-ba Portela, época em que Oswaldo Cruz já era famoso reduto do sam-ba, vocação mantida até os dias de hoje, com pares promovendo “ro-das de samba” e pagodes.

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Paciência

Deve seu nome ao Engenho da Paciência, de João Francisco da Silva,a mais antiga e importante fazenda de cana existente no Brasil. Fica-va na Estrada Real de Santa Cruz, onde, no início do século XIX, sehospedavam príncipes e nobres, nas excursões à Fazenda Real.

Mais tarde, com o advento da linha férrea, foi inaugurada, em 1897 aestação de Paciência. Sua urbanização começou na década de 1950/1960, com o surgimento de grandes loteamentos, como o Jardim Setede Abril, a Vila Geni, o Jardim Vitória, dentre outros. Na AvenidaBrasil, foi implantado o bairro Jardim Palmares e o Distrito Industri-al de Palmares, na divisa com Campo Grande. Posteriormente, cres-ceram comunidades como as de Três Pontes, Divinéia, Roberto Mo-reno e Nova Jérsei. O núcleo principal do bairro, atravessado pelo rioCação Vermelho, está situado entre a Serra da Paciência e o Morro deSanta Eugênia.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Padre Miguel

O nome do bairro homenageia o Padre e Monsenhor Miguel de SantaMaria Mochon, espanhol da Andaluzia, vigário de Realengo. Nasci-do em 1879, Padre Miguel foi o reformador da Igreja Nossa Senhorada Conceição e o criador da primeira Escola Regular da Região, es-tendendo suas viagens de catequização aos engenhos de N. Sra. daConceição da Pavuna e do Botafogo, pelo chamado “Caminho doPadre”.

Padre Miguel, além de incentivar o teatro amador, foi o segundo per-sonagem da Cidade do Rio de Janeiro a exibir filmes de curta dura-ção - sua casa paroquial transformou-se em sala de projeção e cinemade referência local. Esse notável personagem veio a falecer no ano de1947, e seus restos mortais estão, desde 1957, no cemitério doMurundu (DE MYRO-ND-HUÚ, “Lôdo Revolto”), o único da re-gião entre Realengo e Senador Camará.

A história de Padre Miguel coincide com as dos bairros vizinhosRealengo e Bangu. Parte de suas terras pertenciam aos latifúndiosdos herdeiros da família Barata, o tenente João e o Alferes SebastiãoBarata, que obtiveram vastas sesmarias até o sopé do Maciço deGericinó. A fazenda da Água Branca, desmembrada, deu origem aloteamentos, atravessados pela avenida Brasil.

Com a implantação da linha férrea do ramal de Mangaratiba, foi inau-gurada, em 06 de abril de 1940, a estação de “Moça Bonita”, assimchamada por ali próximo ter morado uma moça encantadora que cha-mava a atenção dos cadetes da Escola de Realengo que, em dias defolga, passavam no local “para ver a Moça Bonita”.

Em 1947, com a morte do Padre Miguel, a estação recebeu o seunome. Atualmente é denominada estação Mocidade Padre Miguel,face a importância do Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocida-de Independente de Padre Miguel, criada em 10 de novembro de 1955,

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com as cores verde e branca. A primeira apresentação da Mocidade,restrita às ruas da região, aconteceu no Carnaval de 1956. A partir de1959, sua bateria, ao apresentar a tradicional “paradinha” desenvol-vida com desenvoltura por Mestre André, se transformou em umadas grandes atrações do Carnaval Carioca. Em 1979, a escola con-quistaria seu primeiro título de Campeã do Grupo 1 com o enredo“Descobrimento do Brasil”. Sua quadra fica próxima ao viaduto dePadre Miguel, construído na década de 1990, e à comunidade Vila doVintém – também conhecida como comunidade Moça Bonita - origi-nalmente uma área vazia, pantanosa e com matagal, cujo início deocupação ocorreu por volta de 1920.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Paquetá

Paquetá, a “Ilha dos Amores”, foi descoberta por André Thevet,cartógrafo de Villegagnon, no dia 18/12/1556, na invasão francesa noRio de Janeiro. Paquetá, nome dado pelos Tamoios, vem de Pac (paca)+ eta (muitas), significando “lugar de muitas pacas”. Nas águas daIlha, os portugueses e os Temininós, grupo de Araribóia, sob o co-mando de Belchior de Azeredo, derrotaram, em 1566, os Tamoios nalonga da Batalha de Canoas. Fernão Valdez, nesse mesmo ano, a es-colheu como sesmaria, que dividiu com Inácio de Bulhões.

Em 1697, Paquetá já dispunha da Capela de São Roque, do PadreManuel Espinha e, em 1758, da Capela de Bom Jesus do Monte,erguida por Manuel Cardoso Ramos que mais tarde se constituíramem freguesias e rivais.AFreguesia de Paquetá foi criada por provisãode 1769, fazendo parte das Vilas de Magé e São Gonçalo. Por decre-to, de 1833, a freguesia foi desmembrada, fazendo parte do Municí-pio da Corte (Rio). Dom João VI sempre visitava a Ilha e se hospedana casa do Oficial de Milícias Francisco Gonçalves da Fonseca, de-pois transformada no museu Solar D”El-Rey. Em Paquetá moraram,entre outros, José Bonifácio, colocado em prisão domiciliar, o Mar-quês de Tamandaré, o Comendador Lage e a Marquesa de Jacarepaguáe o pintor, escultor e paisagista Pedro Bruno.

São da autoria deste último: o planejamento artístico e paisagísticodo Cemitério de Paquetá, que transformou em verdadeiro jardim eonde plantou uma série de espécimes de plantas nativas e esculpiudiversas obras de arte, elaborou o projeto e executou o Parque dosTamoios, com seus jardins e caramanchões, a Capela do Cemitério emuitas outras obras. A Ilha também serviu de inspiração ao roman-cista Joaquim Manuel de Macedo, que escreveu a “Moreninha”, ten-do como cenário a “Pedra da Moreninha”. Durante a Revolta da Ar-mada, em 1893, a Ilha foi ocupada durante 6 meses pelos marinhei-ros sublevados.

De 1908 a 1912 foi instalada a rede de esgoto pela companhia inglesaCity Improviments, hoje, uma companhia, a CEDAE. Atualmente, oesgoto é lançado por emissário submarino. Em 1877, foi criada linha

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regular de barcas, ligando Paquetá à Praça XV, pelo ComendadorAntonio Lage e, em 1889, sua concessão passou para a CompanhiaCantareira e Viação Fluminense, mais tarde STBG, CONERJ, atual-mente, privatizada (Barcas S.A.).

Paquetá é residencial, sendo proibido o tráfego de veículos particula-res motorizados. A circulação interna é feita a pé, em bicicletas,charretes e trenzinho turístico. Durante o governo do Prefeito MarcosTamoio (1975/79), foram feitos o aterro da Praia da Moreninha e osParques da Moreninha e Darke de Matos.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Parada de Lucas

O nome se refere a José Lucas de Almeida, um próspero agricultor,com lavoura entre Cordovil e Vigário Geral, que morreu aos 94 anosde idade. Nas suas terras, quando da implantação da Estrada de FerroLeopoldina (antiga Estrada de Ferro Norte), José Lucas doou localpara uma parada de trens, que, em 1949, tornou-se a estação Paradade Lucas.

Naquela época, só existia um lugar onde obter água potável: eram as“três bicas”, e os moradores atravessavam a avenida Brasil para utilizá-las.

No governo Washington Luiz, o bairro foi cruzado pela antiga estra-da Rio-Petrópolis, correspondendo à atual rua Bulhões Marcial. Aolongo da Avenida Brasil, construída em 1946, foram instaladas in-dústrias, como o Parque Gráfico da antiga Editora Bloch, e o Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No bairro de Parada de Lucas fica a Paróquia de São Sebastião deParada de Lucas, originada de uma capelinha de madeira erguida em1937 e que seria substituída, em 1940, por uma capela de alvenaria,que teve, mais tarde, em 1958, o acréscimo de uma Torre do Campa-nário.

A principal agremiação carnavalesca é o GRES Unidos de Lucas,resultante da fusão das Escolas de Samba “Aprendizes de Lucas” e“Unidos da Capela” (Campeã em 1950 e 1960), ocorrida em 1966,sendo chamada de “A Galo de Ouro da Leopoldina”.

Entre a linha férrea, a avenida Brasil e a Área Militar da Marinha,fica a grande comunidade do Parque Jardim Beira Mar, Parada deLucas ou Conjunto Rádio Nacional, cuja ocupação começou em 1931com a chegada de pessoas que moravam no morro da Caixa D’Água.A expansão se deu em 1965, com a chegada de moradores do “Morro

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da Titica” (atual Cidade Alta) além das pessoas afetadas pelas remo-ções das favelas da zona sul, o que contribuiu para a ampliação dacomunidade, que aproveitava o despejo de entulhos de obras paraaterrarem os alagadiços vizinhos, construindo novas moradias.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Parque Anchieta

Parque Anchieta é um desmembramento do bairro de Anchieta quetem como origem loteamento de 1969 (PAL 28576) compreendendo1639 lotes, 27 ruas e 4 praças. Os logradouros receberam denomina-ções pelo decreto 316, de 20 de fevereiro de 1976.

Predominantemente residencial, Parque Anchieta faz limites com omunicípio de Nilópolis (do outro lado do rio Pavuna) e com a áreamilitar do campo de Gericinó.Abrange a área do morro São Bernardo,a Praça Granito e adjacências, até a avenida Marechal Alencastro.Seu acesso principal é a estrada do Engenho Novo (antigo caminhodo Engenho Novo da Piedade).

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Parque Colúmbia

Os primeiros moradores se fixaram na região em 1950. A urbaniza-ção era precária, havia muitos coqueiros e matagais, e a rua Embaú,principal via, não era pavimentada.Apesca no rioAcari era a ativida-de predominante das famílias locais.

Em 1956 surgiu um Projeto deArruamento e Loteamento Misto, Pro-letário e Industrial, a 229 metros da rodovia Presidente Dutra, entre orio Acari e a rua Embaú, resultando em 7 ruas. O projeto foi implan-tado na propriedade da empresa “Ferrometais Colombo Comércio eIndústria S.A., daí o nome “Parque Colúmbia”. Posteriormente, em1960, outro projeto de loteamento popular (PAL 23173) no lado ím-par da rua Embaú, na propriedade da empresa “Mercúrio EngenhariaUrbanização e Comércio Ltda”, deu origem a 7 ruas e à Praça Somália.

O bairro de Parque Colúmbia é, em sua maior parte, residencial, comindústrias e depósitos de lojas de departamentos na rua Embaú e narodovia Presidente Dutra.

Nota: Criado pela Lei Nº 1787 de 23 de abril de 1999 com a alteraçãodo Bairro da Pavuna.

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Pavuna

Vem do indígena PABUNA ou YPABUNA - “lugar ou região escura,sombria, tudo negro” -, que deu nome ao rio de 14 Km de curso quesepara o Município do Rio dos municípios da Baixada Fluminense eà localidade que deu origem ao atual bairro. No século XVI, os fran-ceses registravam aldeias de índios Tupis em seus mapas, e uma de-las, a aldeia de “UPABUNA”, estaria às margens do referido rioPavuna. Nessa região se instalaram engenhos de produção de açúcare registra-se a existência, no século XVIII, da fazenda Nossa Senhorada Conceição da Pavuna, pertencente à família Tavares Guerra, cujacapela data de 1788.

No final do reinado de Dom Pedro I, foi construído o canal da Pavuna,por influência do ministro José Inácio Burles, sendo encarregados daobra o visconde de Jurumirim e o major João Antonio de Vasconce-los Rangel. Esse canal permitiu melhor navegabilidade até a Baía deGuanabara, via rio Meriti, e contribuiu também para o saneamentoda região, evitando epidemias de febre amarela.

Em 1833, a Pavuna se localizava dividida pelo rio de mesmo nome,cada lado pertencendo a uma freguesia da cidade: a do lado sul, àfreguesia Irajá, e a da lado norte, à freguesia de São João de Meriti.Houve na época uma disputa com Nova Iguaçu, que requeria as ter-ras de ambas as margens do rio Pavuna, mas o Rio de Janeiro ga-nhou, fixando-se então o limite no divisor histórico das freguesias, oreferido Rio Pavuna.

Nas terras do antigo Engenho N. Sra. da Conceição, entre as décadasde 1940 e 1950, foi feito o loteamento da “Vila Dom Pedro II”, resul-tando nas atuais ruas Mercúrio, Apolo, Catão, Juno, dentre outras, egerando o núcleo urbano da Pavuna. Na década de 1930 já tinha sidoimplantado o loteamento do lado oeste da ferrovia, com as ruasComendador Guerra, Judite Guerra,Albertina Guerra, a praça N. Sra.das Dores etc.

O acesso original da Pavuna era o caminho ou estrada da Pavuna,depois transformada na avenidaAutomóvel Clube (atual Pastor MartinLuther King Jr.). Ligava-se à Anchieta pelo caminho do Engenho

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Velho, depois rio do Pau, atual avenida Crisóstomo Pimentelde Oliveira. Com a inauguração da rodovia PresidenteDutra, em 1951, ganhou área industrial ao longo da rodo-via, limitada pela avenida Coronel Phidias Távora e a “Li-nha Verde”.

Na década de 1970, grande conjunto habitacional foi er-guido entre a avenida Automóvel Clube, o morro da Con-ceição e a rua Herculano Pinheiro, denominado de “NovaPavuna”. Posteriormente, foi implantado o conjunto “VilagePavuna”, abrangendo área entre a linha auxiliar e a ruaCoronel Moreira César.

Com a abertura da Estrada de Ferro Melhoramentos doBrasil, depois Linha Auxiliar, foi inaugurada a estação daPavuna, em 1910, fazendo parte de um “Ramal Circular”que incluía Thomasinho, São Mateus e São João de Meriti.Com a extinção desse ramal, em 1949, foi construída a novaestação, localizada no ramal que ligava os trens metropoli-tanos de Dom Pedro II a Belford Roxo.

No antigo leito da Estrada de Ferro Rio D’Ouro, a Compa-nhia do Metropolitano do Rio de Janeiro-Metrô, implan-tou a sua Linha 2, onde foi implantada a estação da Pavuna,inaugurada em 31 de agosto de 1998, o que facilitou o aces-so dos moradores da Baixada ao Centro e à Zona Sul doRio de Janeiro. Também faz parte da Linha 2 a estaçãoEngenheiro Rubens Paiva, inaugurada em 24 de setembrode 1998, próxima aos conjuntos habitacionais Rubens Paivae Presidente Medici.

O Centro Comercial da Pavuna é interligado com o vizi-nho de São João de Meriti, no eixo da avenida Pastor Martin

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Luther King Jr. (Automóvel Clube). Predominam no bair-ro as áreas residenciais, destacando-se comunidades comoa Final Feliz e Bairro da Pedreira (limite em Costa Barros).Entre a Linha Verde, a rodovia Presidente Dutra e o canalda Pavuna, fica a Zona Industrial da Pavuna.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairrofoi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agostode 1985 e pela Lei Nº 1787 de 23 de abril de 1999 que criao Bairro de Parque Columbia.

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Pechincha

No antigo caminho da Freguesia (atual avenida Geremário Dantas),no encontro das estradas do Tindiba e do Pau Ferro, surgiu, no iníciodo século XX, uma localidade cujo nome popular era “Pechincha”. Adenominação se referia a um mercado no qual se vendiam os produ-tos dos sitiantes da região, por um negociante “Pechincheiro”, que,por seus baixos preços, concorria com o comércio da Freguesia eTaquara. Em 1885, seus moradores passaram a ser sepultados em umcemitério novo, sob a invocação do Bom Jesus dos Perdões, comacesso pelo Caminho de Cima (atual rua Benevente), o atual Cemité-rio de Jacarepaguá.

Por iniciativa de Leopoldo Fróes, foi fundada, em 19 de agosto de1918, a “Casa dos Artistas”. Logo após foi doado um grande terrenona rua Campos das Flores (atual rua Retiro dos Artistas), onde, em1919, foi instalado o Retiro dos Artistas. Notabilizando-se pela defe-sa dos interesses da classe artística, a Casa recebeu, em 1931, nogoverno Getúlio Vargas, sua Carta Sindical, tornando-se o represen-tante oficial dos artistas. Nela fica o Teatro Iracema de Alencar e sãorealizadas festas e eventos em prol da classe artística, além de servirde residência para os mais idosos. Nesses anos de atuação, a Casaescreveu uma expressiva história artística, social e assistencial, sen-do considerada uma instituição de caráter único do Brasil.

Destacam-se no bairro o Educandário São José das Servas de Maria,localizado na estrada do Capenha, o Colégio Nossa Senhora Rainhados Corações, na avenida Geremário Dantas, o Colégio Cruzeiro e aSociedade Beneficiente Retiro Humboldt, na rua Edgar Werneck.

O Pechincha possui expressiva área verde na rua Retiro dosArtistas ena antiga Sede Campestre José Duarte Dias, onde está sendoconstruído grande condomínio residencial que inclui um parque e umclube: o empreendimento “Mirante Campestre”.

O bairro é predominantemente residencial, com comércio concentra-do no Largo do Pechincha. Além das vilas e condomínios fechados

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ao longo das ruas Retiro dos Artistas e Professor Henrique Costa, obairro abriga as comunidades Paço do Lumiar, Vila Nossa Senhorada Paz e Santa Isabel. Sua elevação principal é o morro do BarroVermelho (176 metros), no limite com o bairro do Tanque.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Pedra de Guaratiba

Sua denominação teve origem na partilha das terras da região deGuaratiba entre os herdeiros de seu primeiro donatário, Manoel VellosoEspinha. Com a sua morte, seus dois filhos Jerônimo Velloso Cubase Manoel Espinha Filho herdaram a freguesia de Guaratiba. Atravésde mútuo entendimento, dividiram entre eles as terras herdadas dopai, ficando Jerônimo com a parte norte e Manoel com a leste, tendoo rio Piraquê como marco divisório.

Jerônimo Velloso Cubas construiu em seus domínios, em 1628, aErmida, depois Capela, de Nossa Senhora do Desterro. Ainda exis-tente, a capela situa-se em pequena elevação defronte à Baía deSepetiba e é tombada pelo Patrimônio da União. Jerônimo não tinhaherdeiros e, de acordo com a lei, foi forçado a doar sua parte à “Pro-víncia Carmelitana Fluminense”, uma Congregação Religiosa daOrdem do Carmo, que ali construiu benfeitorias, destacando-se umengenho com extenso canavial, produtor de açúcar e rapadura. Nessaárea, surgiria a fazenda da Pedra, com sua Capela de Sant’ana, quedaria origem mais tarde ao núcleo urbano de Pedra de Guaratiba,com acesso pelas estradas da Pedra, da Matriz e do Catruz. O bondechegaria à localidade pela rua Belchior da Fonseca, com terminal naPraça da Colônia (atual Vila Formosa).

Existem fontes que citam Pedra de Guaratiba como um importantecentro exportador de ouro das Minas Gerais no século XVII. Atual-mente, o bairro é uma tradicional vila de pescadores, bucólica, comsua bela paisagem da Baía de Sepetiba emoldurando o casario sim-ples e o contínuo movimento de barcos pesqueiros. Nos seus tradici-onais restaurantes, é servido excelente pescado, destacando-se os res-taurantes Amendoeira e Candido’s, entre outros.

Pedra de Guaratiba possui as praias da Ponta Grossa, da Venda Gran-de, da Pedra de Guaratiba e da Capela, todas com águas lodosas,escuras, impróprias para banho de mar. Recentemente, foramconstruídos decks de madeira em sua orla para contemplação da Baíade Sepetiba.

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Em Pedra de Guaratiba ficam a Igreja São Pedro, o Pedra EsporteClube, o Abrigo Evangélico da Pedra e o Morro do Silvério (97 mts),principal elevação do bairro, considerado Área de PreservaçãoAmbiental (APA) pela Lei Municipal 2836/99.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Penha

A primeira capela em louvor a Nossa Senhora da Penha foi erguidaem Vila Velha, antiga capitania do Espírito Santo, entre 1558 e 1570.A segunda surgiu no Rio de Janeiro após a fundação da Fazenda deNossa Senhora da Ajuda, propriedade do Capitão português Baltazarde Abreu Cardoso, na freguesia de Irajá.

Por volta do ano de 1635, o Capitão Baltazar, ao ser atacado por umacobra, pediu auxilio à Nossa Senhora. Agradecido por ter se livradodo perigo, Baltazar construiu uma pequena capela onde colocou umaimagem de Nossa Senhora. Se antes o Capitão Baltazar subia o pe-nhasco para ver as suas plantações, a partir daí, passou a subir, tam-bém, para agradecer e rezar. Logo, pessoas que, à distância, viam apequena capela, passaram a subir a Grande Pedra - origem da palavraPenha - para pedir e agradecer graças alcançadas.

A devoção a Nossa Senhora da Penha foi se espalhando e cada vezera maior o número de pessoas que visitavam o lugar.O capitãoBaltazar doou todas as suas propriedades à Nossa Senhora da Penha.Para administrar o patrimônio foi criada, em 1728, a Venerável Ir-mandade de Nossa Senhora da Penha que demoliu a primeira capelae construiu, outra, maior, no seu lugar, com uma torre com dois pe-quenos sinos. Em 1870, a capela foi substituída por um novo templo:uma igreja com uma torre e novos sinos.

Em 1900, houve uma nova intervenção: foram construídas duas no-vas torres, que mais tarde, em 1925, receberam um carrilhão, com 25sinos, de origem portuguesa, adquiridos na Exposição Nacional do1º Centenário da Independência do Brasil. O acesso ao templo é feitopor uma escadaria, talhada na pedra, com 382 degraus, que vencem111 metros de altura. Com a chegada, em 1886, da Estrada de Ferrodo Norte, mais tarde Estrada de Ferro Leopoldina, foi criada, na re-gião, a Estação da Penha. E logo no início do século XX, foi implan-tado o bonde elétrico. O trem e o bonde ajudaram o crescimento doBairro.

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A região praieira da Penha, próxima aos mangues do Saco do Viegas,era chamada de “MARIANGU”, nome indígena de uma ave abun-dante no litoral da Baía de Guanabara. Nela surgiu o Porto de “MariaAngu”, do qual partiam embarcações para o centro do Rio de Janeirocolonial.

No início do século XX, o Prefeito Pereira Passos instalou no Portode “Maria Angu”, uma ponte para as barcas da Cantareira atracarem,ligando a Penha à Praça XV, com conexão para a Ilha do Governador.Os grandes aterros que ocorreram nesta área fizeram desaparecer todaa sua orla marítima. No lugar, foi aberta a avenida Brasil e o atualComplexo da Marinha.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Penha Circular

As origens do bairro coincidem com a história do bairro da Penha.Seu nome vem da existência, no início da década de 1930, de umalinha circular destinada a permitir o retorno dos trens de subúrbiosque vinham de Barão de Mauá.Alinha circular da Penha foi desativadana década de 1940, sendo construída a estação de Penha Circular, quedeu nome ao bairro.

Situada entre os bairros da Penha e Brás de Pina, a Penha Circularabrange todo o arruamento entre a linha férrea e a avenida Brasil.Também está lá o Mercado São Sebastião, inaugurado em 1960, queabriga a Bolsa de Gêneros Alimentícios e mais galpões, lojas, empre-sas importadoras, distribuídas em ruas que levam o nome de Alho,Feijão, Soja, Arroz, etc.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Piedade

A ocupação da região começou ao longo da estrada Real de SantaCruz, depois Suburbana (atual Av. Dom Hélder Câmara). Seus pro-prietários mais importantes foram Curvelo Cavalcanti e o CoronelAntonio Botafogo.

Em 1873, com a Estrada de Ferro Dom Pedro II já implantada, existiana região a parada “Gambá” ou estação “Gambá”, nome dado, se-gundo se conta, em função do Imperador Dom Pedro II ter ali vistovários gambás. Diz a versão popular que a esposa deAssis Carneiro –leiloeiro dono de chácara junto à área montanhosa da Serra dos Pre-tos Forros - pediu ao Diretor da Estrada de Ferro: “Por Piedade, Dr.,mude o nome de nossa estaçãozinha”. O apelo deu certo, pois o dire-tor respondeu: “Perfeitamente minha senhora, ela se chamará Pieda-de”, daí se originando o nome da atual estação e do próprio bairro.

Da estrada Real de Santa Cruz partia a estrada do Inácio Dias, que,atravessando Piedade, cruzava o colo entre a Serra dos Pretos Forrose o morro do Inácio Dias, fazendo a ligação com Jacarepaguá. Maistarde essa estrada seria aproveitada pela inacabada estrada da Covanca,na década de 1920.

Fato histórico marcante foi o assassinato do famoso escritor Euclidesda Cunha, em 1909, na Estrada Real nº 214, pelo Capitão Dilermando,morador de Piedade.

Piedade foi o primeiro bairro do subúrbio carioca a ter energia elétri-ca, em 1905, juntamente com o bairro do Encantado. No decorrer dosanos progrediu, destacando-se a existência do River Futebol Clube(1914), da Fábrica de Refino de Açúcar (1927), do Várzea CountryClube (com reserva florestal) e da Universidade Gama Filho, cujahistória começou em 1939, quando o ministro Luiz Gama Filho criouo Ginásio Piedade. Atualmente, a Universidade Gama Filho é umaimportante instituição do ensino superior do estado, contando com ocampus Gonzaga da Gama Filho e o colégio Gama Filho.

O bairro é predominantemente residencial, com comércio reduzido.

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Nas suas encostas situam-se as comunidades do Jardim Piedade (CaixaD’ Água), Morro do Dezoito, dos Marianos e Engenheiro AlfredoGonçalves.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Pilares

A área do bairro de Pilares fazia parte da freguesia de São Tiago deInhaúma, criada pelo Padre Custódio Coelho. Nela foram instaladasduas grandes fazendas: a Quinta de Sant’ana e a do Capão, esta últi-ma pertencente ao Bispo José Joaquim Justiniano Castelo Branco e aprimeira a João Barbosa Sá Freire. O Bispo Castelo Branco tornou-seproprietário das duas fazendas, doando-as posteriormente a parentes.Em 1873, as fazendas pertenciam a Francisca Carolina de MendonçaZieze e seu genro GasparAugusto Nascente Zieze, doadores do terre-no no qual a Irmandade de São Benedito dos Pilares levantaria a suacapela, remodelada mais tarde pelo Padre José Corrêa.

Existem duas versões para o nome do bairro. Na primeira, o nomederivaria da “Venda dos Pilares”, devido a adornos de pedra destaca-dos na edificação. Na segunda, o nome viria do largo do bairro, umadas paradas da Estrada Real de Santa Cruz (depois avenida Suburba-na e, hoje, Av. Dom Hélder Câmara), onde havia pequenos pilaresrodeando uma fonte d’água que serviam para amarrar cavalos. NoLargo dos Pilares ocorria o entroncamento de três vias importantespara o escoamento de mercadorias: a Estrada Real de Santa Cruz, aestrada nova da Pavuna (atual avenida João Ribeiro) e parte da estra-da do Porto de Inhaúma ou Caminho dos Pilares (atual rua ÁlvaroMiranda).

Os rios Faria e Faleiro cortam o bairro, e, entre eles, surgiriam osprimeiros arruamentos: ruas Francisca Zieze, Glaziou, Gaspar,Francisca Vidal, Jacinto Rebelo, Casimiro de Abreu, entre outras.

Com a implantação Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, de-pois Linha Auxiliar, foi inaugurada, em 1898, a estação Cintra Vidal,em homenagem ao professor Cintra Vidal, dono do primeiro colégiode toda essa região. Atualmente, a estação recebe a denominação deCintra Vidal - Pilares e integra a Supervia. Havia, mais adiante, aestação Terra Nova – que dava nome a um trecho do bairro de Pilares-, inaugurada em 1905 e desativada na década de 1970, com acessopela rua Luis de Castro.

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Em 1965, no governo Carlos Lacerda, foi inaugurado o Viaduto Cris-tóvão Colombo sobre a linha auxiliar, próximo a Cintra Vidal, ligan-do Pilares a Inhaúma. Em 1997, com a inauguração da Via Expressa“Linha Amarela” em elevado sobre a rua José dos Reis, o bairro dePilares passou a ter acesso direto à avenida Brasil e à Barra da Tijuca.

O comércio se concentra no Largo de Pilares e ao longo da avenidaJoão Ribeiro. Destacam-se no bairro os conjuntos habitacionais, pró-ximos a rua José dos Reis, a Associação CCIP (Centro Comercial eIndustrial de Pilares), atualmente um clube, e a comunidade de baixarenda do morro dos Urubus, elevação mais destacada da região, com177 metros.

No carnaval, o bairro marca presença com a Escola de Samba “Ca-prichosos de Pilares”, fundada em 1949, nas cores azul e branco, pordissidentes da “Unidos da Terra Nova”. Sua quadra fica na rua Faleiro,próxima ao Viaduto Cristóvão Colombo.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Pitangueiras

Em Indígena significa PYTY–NGUÊ-RA, “Apertado,Afogado”, nadaa ver com essa espécie de árvore, que não ocorria na região. No finaldo século XIX, tem-se notícia de uma fábrica de formicidas próximaa Ponta do Tiro, com atracadouro próprio, demolida em 1940.

No século XX, surge o bairro, resultado da ocupação ao longo dalinha do mar e do caminho dos antigos bondes. Em 1920, é construídopequeno forte na Ponta do Tiro, onde foram instalados um canhão e omastro da bandeira. Em 1922, a Companhia de Melhoramentos daIlha do Governador põe a circular o bonde elétrico, entre a Ribeira eo Cocotá, passando pelo bairro de Pitangueiras. Surgem os primeirosloteamentos na década de 1940, abrangendo as quadras das ruas Nambie Engenheiro Maia Filho. Na década de 1950, seria loteado o morrodo Zumbi, com a abertura das atuais ruas Profº Alberto Meyer, praci-nha Cesário Aguiar, Santa Escolástica, pracinha Dirceu de Almeida,etc.

Importante é a antiga estrada do Monjolo (atual rua do Monjolo),interligando a praia das Pitangueiras à estrada do Rio Jequiá. No altodo morro da Tapera (56 mts), grandes conjuntos habitacionais foramconstruídos, divididos com o bairro vizinho da praia da Bandeira,como os Condomínios Brisa Mar, Carrossel Dourado, etc. No morroda Cacuia, em seu espigão voltado para a rua Monjolo e a estrada doRio Jequiá, a grande comunidade denominada de morro Nossa Se-nhora das Graças ou “Boogie Woogie”, surgiu em 1927. O terrenoera propriedade particular, seu antigo dono permitiu a construção debarracos, provocando grande expansão habitacional, seus herdeirosnão conseguiram a remoção dos moradores, e a comunidade ocupoutodo o morro, numa área de 138.788,41 m2. Os seus acessos princi-pais se dão pela ruas Visconde de Lamare e Ibatuba. Próximo ficainstalado o CIEP Olga Benário Prestes.

Em 1995, foi inaugurada a reforma no monumento da Ponta do Tirocom a instalação definitiva de um Mastro com a Bandeira Brasileira.A praia das Pitangueiras não apresenta faixa arenosa.

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Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Portuguesa

Originalmente a grande área situada entre as estradas do Galeão e deTubiacanga era ocupada por matas contínuas aos terrenos da Aero-náutica. Próximo dela ficava um depósito particular de dinamite, cujaexplosão em 1933, uma das maiores de nossa história, chegou a aba-lar portões de ferro no centro da cidade.

Em 1961, a Companhia Imobiliária Santa Cruz (loteadora do JardimGuanabara) criou na região o “Jockey Club Guanabara”, com arqui-bancada principal, encimada por imponente marquise. Com as restri-ções impostas a corridas de cavalos no governo Jânio Quadros, oempreendimento fracassaria e suas instalações foram adquiridas pelaAssociaçãoAtlética Portuguesa, que criou o Estádio de Futebol “Luso-Brasileiro”. Sua inauguração se deu no dia 2 de outubro de 1965, napartida Portuguesa 0 X 2 Vasco da Gama, com 2 gols do atacantevascaíno Zezinho, um deles ajudado pelo “Vento” o que fez o Está-dio da Lusa ficar conhecido como o “Estádio dos Ventos Uivantes”.

O Estádio Luso-Brasileiro viveu grande momento em 2005, quandouma parceria com o Botafogo, o Flamengo e a Petrobras colocaramestruturas metálicas tubulares em todo o trecho disponível do Está-dio, aumentando sua capacidade para 30.000 torcedores, na disputado Campeonato Brasileiro daquele ano. Ficou conhecida como “Are-na Petrobras”.

Portanto, a origem do bairro é associada à A. A. Portuguesa, sua ur-banização é recente: em 1965, foi aberta a rua Haroldo Lobo, em1966 a rua GustavoAugusto de Resende, e a partir da década de 1970,sua expansão seria notável, em 1971 loteamentos na rua GustavoAugusto de Resende, com 5 ruas. Nesse mesmo ano, surgiu a Rua A(atual Eduardo Nadruz), ligando a rua Haroldo Lobo a estrada deTubiacanga, em 1973 loteamento próximo ao Estádio da Portuguesacom 4 ruas, 2 praças e uma avenida-canal (avenida Carlos Meziano)e, em 1976, houve o loteamento de grande terreno entre a avenidaMaestro Paulo e Silva e a estrada de Tubiacanga, com 266 lotes, 12ruas e várias praças, com traçados curvilíneos, dando origem ao Con-domínio “Village da Ilha”, construído pela Cooperativa Habitacionalda Ilha do Governador e é composto por 8 blocos com 1276 aparta-

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mentos e 514 casas.

O bairro da Portuguesa é predominantemente residencial, abrigandoconjuntos habitacionais, vilas, condomínios, ora de casas ora de edi-fícios de apartamentos. Seu Centro Comercial fica ao longo da estra-da do Galeão e rua República Árabe da Síria, o mais expressivo daIlha do Governador, só comparado ao bairro Jardim Guanabara. Essetrecho recebeu em 1996, o projeto “Rio Cidade”, da Prefeitura, sendocriado um calçadão, áreas de estacionamento, passarelas metálicas enas extremidades da área de intervenção urbana, dois monumentos,marcando simbolicamente a entrada da Ilha.

Na orla da Baia de Guanabara, entre a estrada de Tubiacanga e o mar,ficava um trecho da praia dos Gaegos, recoberta por manguezal, quecomeçou a ser ocupada em 1973, multiplicando-se num período de14 anos. Os moradores foram aterrando a área com despejos de lixo eentulho. Nos anos 1980, usavam material oriundo da terraplanagemda segunda pista do Aeroporto Internacional, daí consolidando a Co-munidade do Parque Royal ou “Praia do Maneiro”. Foi beneficiadapelo Projeto “Favela-Bairro”, com implantação de creche, quadrasesportivas, ciclovia, em 1994.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Praça da Bandeira

Em 1853, exatamente no local onde hoje está a Praça da Bandeira,foi construído o antigo Matadouro da Cidade. Evoluindo em volta domatadouro público, a Praça, conhecida inicialmente como Largo doMatadouro, tornou-se o centro de gravidade para o adensamento dascercanias. Nela passava o caminho para São Cristóvão.

Foi urbanizada no início do século XX, após transferência do Mata-douro, em 1881, para Santa Cruz. Outro fator que impulsionou a evo-lução do bairro foi a proximidade com os bairros do Estácio e CidadeNova, dois bairros centrais que sofreram acentuada ocupação a partirda chegada de D. João VI.

A construção da avenida Radial Oeste (atual Oswaldo Aranha) e doTrevo das Forças Armadas alterou a área nas décadas de 1960/1970,assim como a abertura do Metrô. A antiga estação Lauro Muller daSupervia, passou a denominar-se estação Praça da Bandeira.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Praça Seca

O general Salvador Correia de Sá e Benevides (1601-1688) lutoucontra os holandeses em Angola, defendendo os interesses portu-gueses. Foi governador do Rio de Janeiro por três períodos (1637-1642, 1648-1649 e 1659-1660), contribuindo com inúmerasmelhorias e levando grande desenvolvimento à região, ao venderparte de suas terras em Jacarepaguá e incentivar seus proprietários afundar novos engenhos.

O general faleceu em Lisboa em 1688, deixando suas terras para ofilho, Martim Correia de Sá e Benevides (neto de Martim Correia deSá), que se tornou o primeiro Visconde de Asseca e Alcaide-Mór doRio de Janeiro. Dessa linhagem nobre dos Assecas, o quarto Viscon-de - nascido em 1698 e falecido em 1777 - foi o responsável pelosprimeiros vestígios de povoamento mais efetivos em torno da PraçaSeca (corruptela de Praça Asseca, ou Praç'Asseca), dando origem auma configuração mais urbana para a região.

Área de confluência de antigos caminhos, antigamente denominadade Vale do Marangá, ou “Campo de Batalha” em indígena, a PraçaSeca foi um marco histórico urbano da Cidade, pois foi aí queJacarepaguá cresceu, longe do centro de decisões do governo coloni-al. E apesar de distante do núcleo central, a região apresentava algunsnúmeros significativos para o final do século XVIII: cerca de 250residências, três lojas de tecidos, 70 vendas de produtos variados ecinco açougues.

Na antiga estrada de Jacarepaguá (atual Cândido Benício) existia oLargo do Asseca, homenageando o Visconde de Asseca. Em seu lu-gar, na década de 1890, surgiu uma Praça denominada 25 de Outu-bro, mas popularmente continuou sendo chamada Praça Asseca, daívindo o nome “Praça Seca” como é designado atualmente todo o bair-ro.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Praia da Bandeira

Aregião era conhecida como praia da Tapera, ou localidade da Tapera.Os bondes começaram a circular na área em 1922, pela estrada daTapera, atual rua Capitão Barbosa. Esse militar foi figura ilustre dobairro, grande nacionalista, que muito colaborou para o desenvolvi-mento do lugar. Sua esposa nos anos de 1920 era diretora de umaescola na estrada da Tapera, e um militar amigo da família teve ainiciativa de construir, na Ponta do Tiro, um pequeno forte com umcanhão e um mastro para hastear a Bandeira Brasileira, a fim de queas crianças da escola, pudessem comemorar o “Dia da Bandeira”.Daí o nome atual do bairro, Praia da Bandeira, cuja estreita faixaarenosa desfruta de bela paisagem da Baía de Guanabara. A escolafoi transferida para a praia do Zumbi e hoje é a Escola MunicipalCuba.

O bairro surgiu do loteamento lançado em 1931 pela CompanhiaTerritorial da Ilha do Governador, que fez o arruamento, promoven-do a venda de terrenos. De características predominantementeresidenciais, teve boa parte de sua área, no alto do morro da Tapera,ocupada por grandes Conjuntos Habitacionais, com acesso pelas ruasAltinópolis, Frei Inocêncio, Apoporis, com os Condomínios Arco-Íris, Verdes Mares, Aerobita, Morada da Ilha, Recanto Feliz, etc.

Como curiosidade, em 1947 instalou-se no bairro a Indústria de ÁguaMineral Fontana, na rua Capitão Barbosa e em 1958 na mesma rua,no número 215, existiu a única Estação de Águas do então DistritoFederal, o “Parque Fontana” hipotermal, onde se podia beber a águamineral natural, ambos indústria e parque, já extintos. Portanto, onome desse bairro da Ilha do Governador tem origem na BandeiraBrasileira que era hasteada no Pequeno Forte da Ponta do Tiro.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Quintino Bocaiúva

A região pertencia à freguesia de Inhaúma, parte dela junto ao maciçoda Tijuca, na Fazenda da Bica, com sede próxima a atual rua Souto.

A abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Bra-sil, deu ao local a estação Cupertino (dono de grande pedreira forne-cedora para construções na cidade), inaugurada em 1o de maio de1876. Seu nome foi mudado para Quintino Bocaiúva em homenagemao parlamentar, jornalista e comandante civil da Proclamação da Re-pública, morador de chácara nas proximidades, no ano de sua morte,em 1912.

Na década de 1940, existia grande terreno, entre a rua Clarimundo deMelo (antiga estrada de Muriquipari) e o morro do Inácio Dias, ondefuncionava a Escola XV de Novembro, depois FUNABEM (até osanos de 1980), depois CEI, atual FAETEC, todas instituições educa-cionais. Na década de 1960, o bairro realizava festas de carnaval, diadas crianças, torneios de futebol de salão, e seus dois ranchos carna-valescos, “Decididos de Quintino” e “Aliados de Quintino”, eramdos mais importantes da Cidade. Na década de 1970, Quintino rece-beu asfaltamento em todas as suas ruas.

O bairro é predominantemente residencial, sem núcleo comercialexpressivo. Destacam-se a Igreja de São Jorge – onde, no dia 23 deabril, o santo é festejado com grande afluência de público, barracas eprocissão -, o tradicional coreto da praça Quintino Bocaiúva - ondeidosos e crianças se divertem - e a casa onde morou o famoso repu-blicano que deu nome ao bairro, localizada na rua Goiás, próximo aoviaduto de Quintino.

Artur Antunes Coimbra, o grande Zico, jogador do Flamengo e daseleção brasileira, passou sua infância e adolescência no bairro, sen-do conhecido como o “Galinho de Quintino”.

Na Sede da FAETEC, funcionam a Escola Técnica Estadual Repúbli-ca, o Instituto Superior de Tecnologia em Ciência da Computação doEstado do Rio de Janeiro, e outros órgãos de ensino. Quintino possui

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estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

comunidades em suas encostas, na Serra do Inácio Dias, destacando-se as comunidades Lemos de Brito ou morro do Macedo, rua Saçu,do Parque Araruna, próxima a estação e da Caixa D’Água, ou JardimPiedade, no limite com o bairro de Piedade.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi

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Complexo do Alemão e pela Lei Nº 2119 de 19 de janeiro de 1994que cria o Bairro da Maré.

Ramos

A região do atual bairro de Ramos pertencia à Fazenda do Engenhoda Pedra (depois Fazenda N.S. de Bonsucesso), dentro da Sesmariade Inhaúma. Ainda no século XVII, foram pioneiras as Estradas Ve-lha do Engenho da Pedra e a Estrada Nova do Engenho da Pedra(atual Av.Teixeira de Castro), que davam acesso à região. Existiamoutros caminhos que se comunicavam com o litoral, onde chegavamno “Cais de Pedra”, uma enorme pedra junto a Praia do Apicú (atualPraia de Ramos).

A Fazenda de N.S. de Bonsucesso passou para Dona LeonorMascarenhas de Oliveira, que, em meados do século XIX, deixou 13lotes, em testamento, para serem divididos entre parentes e amigos.O Dr. João Torquato de Oliveira herdou a casa e a Fazenda-Sede,região dos atuais núcleos de Bonsucesso e Ramos. Em 1870, sua vi-úva, Francisca Hayden, vendeu ao Capitão Luiz José Fonseca Ramosterras que abrangiam o Sítio dos Bambus, onde Ramos começou aprosperar. O bairro surgiu por obra dos descendentes do Capitão Ra-mos, quando os trilhos da Estrada de Ferro do Norte (Leopoldina)chegaram nessa área e foi construída a Parada de Ramos. O portugu-ês Teixeira Ribeiro e seu filho lotearam as terras, abrindo as ruasUranos, Professor Lacê, Euclides Faria, Aureliano Lessa, etc, dandoinício à urbanização de Ramos.

No século XX, surgiu o Social Ramos Clube, freqüentado pelas fa-mílias tradicionais da região e foram fundados o Bloco Cacique deRamos (em 1961) e a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense,importantes instituições do carnaval carioca. No século XXI, as arei-as da poluída Praia de Ramos foram aproveitadas para a implantaçãodo “Piscinão de Ramos”, inaugurado em 2002.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Nº2055 de 9 de dezembro de 1993, que delimita a RA e o Bairro do

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Realengo

Ao contrário da versão de que Realengo seria uma abreviatura de“Real Engenho”, o nome teria como origem o termo “CamposRealengos”, usado para nomear os campos de serventia pública queeram utilizados, principalmente, para a pastagem do gado por partedos que não possuíam terra própria.

No reinado de Dom Pedro II, Realengo se converteria em Zona Mi-litar, com a instalação da escola de tiro e da Imperial Academia Mili-tar. Após a proclamação da República, uma série de instalações mili-tares veio a se implantar no bairro, como o 1º Batalhão de Engenhei-ros (1897), a fábrica de cartuchos e artifícios de guerra (1898) e aEscola de Guerra (1911) que, mais tarde, transferiu-se para o Municí-pio de Resende.

A ferrovia chegou em 1878, com a inauguração da estação deRealengo. Terras desmembradas da antiga Fazenda Piraquara dariamlugar a arruamentos e respectivos loteamentos como o Bairro Barata,Bairro Piraquara, Vila Itambi, Jardim Novo Realengo, entre muitosoutros. Do lado norte da linha férrea, surgiram os loteamentos JardimÁgua Branca e Batan.

Nas décadas de 1970 e 1980, foram construídos conjuntoshabitacionais como os conjuntos Dom Pedro I, Capitão Teixeira eÁgua Branca, e surgiram comunidades de baixa renda como a VilaSão Miguel, Batan, Cosme Damião, entre outras.

Destacam-se, no bairro, a Universidade Castelo Branco (1995), a LonaCultural Gilberto Gil (1998) e a importante Floresta do Piraquara,última grande área verde nas encostas setentrionais do Maciço daPedra Branca.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Recreio dos Bandeirantes

Originalmente era um grande areal, nas restingas em frente ao Pontalde Sernambetiba. As terras pertenciam ao Banco de Crédito Móvel,que as loteou em duas glebas. Joseph Weslley Finch comprou, nosanos 1920, umas das glebas e costumava promover visitas de fim desemana para interessados na compra de seus lotes. Muitos paulistasadquiriam terrenos à beira-mar, e construíram casas de veraneio. Poressa razão, a “gleba Finch” passou a ser conhecida como Recreio dosBandeirantes e foi registrada como Jardim Recreio dos Bandeirantes.Mais tarde, todo o bairro passou a ter o mesmo nome. Lá estão aspraias do Recreio, do Pontal e da Macumba; a Lagoinha; o morro doRangel e as pedras de Itapuã e do Pontal.

Seu primeiro acesso era feito pela estrada do Pontal. Depois foi aber-to um caminho de terra, ao longo da extensa praia, que foi asfaltadono final da década de 1950, com a denominação de Avenida Litorâ-nea, atual Avenida Sernambetiba. No início dos anos 70, foi implan-tada a estrada Rio-Santos que cruzava a baixada de ponta a ponta.Mais tarde, essa estrada foi duplicada e se transformou na avenidadas Américas. Atualmente, o Recreio dos Bandeirantes é ocupadopor grandes condomínios residenciais, parques como o do Pontal TimMaia e o Chico Mendes e shoppings Centers.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Riachuelo

Surgiu nas terras da antiga fazenda do Engenho Novo, desmembradaem chácaras e, depois, ocupadas por loteamentos. A Estação Ferrovi-ária, de 1869, se chamava “Riachuelo do Rio”. No início do séculoXX, no Clube Riachuelense, ocorriam bons espetáculos teatrais, rea-lizados por Eduardo Magalhães. Sua principal rua, que tinha o nomede Engenho Novo, é a atual Ana Néri.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Ribeira

O nome do bairro vem da fazenda da Ribeira que existiu no séculoXIX em estreita faixa de terra dessa área da Ilha do Governador. Nes-se século, a Ilha funcionou como centro de abastecimento da Cidade,incluindo a pesca, cal, tijolos e telhas. Na Ribeira se estabeleceramportugueses, cultivando o solo com produção de aguardente e de cal.A população e suas atividades foram se expandindo e, na segundametade do século XIX, a Ribeira já era uma localidade consolidada.

Em 1870, na faixa Ribeira – Zumbi – Pitangueiras, existiam mais de100 casas e estabelecimentos comerciais. Com o advento do séculoXX, a urbanização se acelera. Em 1914 ali se instalam duas grandesCompanhias de Petróleo, a SHELL e depois a ESSO. Em 1922, aCompanhia de Melhoramentos da Ilha do Governador põe em circu-lação o bonde elétrico, com linha entre a Ribeira e o Cocotá, fazendoa conexão com o transporte marítimo, na ponte de atracação de bar-cas na Ribeira. O bonde seria extinto em 1964 e muito antes, em1931, criou-se a primeira linha de ônibus ligando a Ribeira ao Galeão.A “Casa do Índio” merece ser lembrada por nos remeter aos primei-ros habitantes da Ilha.

O arruamento e loteamento em torno da rua Paramopama datam de1934 e representam toda a área atualmente habitada do bairro. Nomorro do Ouro foi construída, em 1913, a Igreja da Sagrada Família,em terras doadas pelo negociante português Fernando Fonseca. Obairro tem uma grande praça, junto ao terminal de barcas, denomina-da Iaiá Garcia, e duas praias, a da Ribeira e a da Engenhoca, essa comfaixa de areia aumentada, quiosques e mais freqüentada. Na ponteDr. Luis Paixão ficava o citado terminal de barcas, hoje transferidopara o Terminal de Cocotá. No bairro, além das instalações das Com-panhias Petrolíferas, fica a mais importante feira livre da Ilha, e asquadras esportivas da ACM (Associação Cristã de Moços).

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Ricardo de Albuquerque

Suas terras pertenciam ao engenho N. Sra. De Nazaré, dos herdeirosdo capitão Bento de Oliveira Braga, cuja sede ficava em elevação deonde se avistava panorama deslumbrante das baixadas ao redor.

Do lado leste da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central doBrasil, uma parte do engenho de Nazaré ficaria com o fazendeiroLuiz Costa, loteador da região. Ali, o “Lar Brasileiro” fundaria, em1935, o loteamento “Vila N. Sra. de Pompéia” - aprovado na gestãodo prefeito Pedro Ernesto -, onde vários logradouros foram abertos ereconhecidos posteriormente, em terrenos da Cia Suburbana de Ter-renos e Construções S.A. A Igreja Nossa Senhora de Pompéia,construída na região, teria como seu primeiro vigário o padreAldolinoGesser.

A estação de Ricardo de Albuquerque, inaugurada em 1913, deve seunome a José Ricardo de Albuquerque, antigo diretor da ferrovia epoeta. Na década de 1950 saía desta estação um ramal de uso militarque seguia para base militar no campo de Gericinó e cujo leito acom-panhava a estrada do Engenho Novo e dividia um morro em dois,fazendo no meio um corte chamado de “Rasgão”, atualmente extintoe desaparecido.

Na avenida Marechal Alencastro fica o cemitério de Ricardo deAlbuquerque, que faz limite com a extensa área militar do campo deGericinó. À leste da ferrovia, no início do século XX, as terras per-tenciam a Dona Joana Fontoura, que vendia lotes próximos a estradado Camboatá. O coronel Carneiro da Fontoura dela compraria umlote para a sua chácara, lá para os lados da estrada Dona Joana (atualrua Fernando Lobo) e estrada do Alcobaça (atual rua Alcobaça), na-queles campos e colinas verdejantes, atualmente ocupados porloteamentos proletários e comunidades de baixa renda.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Rio Comprido

Antigamente, o Rio Comprido era denominado Rio Iguaçu e cruzavaa região conhecida como Catumbi Pequeno, que compreende o atualbairro do Rio Comprido e parte do bairro do Estácio. O acesso àregião se dava pelo Catumbi Grande (atual Catumbi) - vale entre osMorros de Santa Teresa e Santos Rodrigues -, por caminhos tortuo-sos abertos pelos colonizadores portugueses que desbravam os arre-dores do Rio de Janeiro. O principal era a Estrada do Catumbi, atualRua Itapiru, caminho longo ocupado por sítios e chácaras ao longodo Rio Catumbi ou Papa-Couves e que alcançava o Catumbi Peque-no nas imediações da chamada “Cova da Onça”.

O Rio Comprido abrigou o Quartel General do Exército na época deDom João VI, se tornando um bairro agradável aos ingleses, que nelehabitavam em casas próprias ou propriedades cercadas de amplosquintais. Sua chácara mais famosa foi a do Bispo Frei Antonio doDesterro, erguida no século XVII, também conhecida como “Casa doBispo”, que serviu de residência episcopal até 1873, quando ali seinstalou o Seminário São José. O prédio, conservado até nossos dias,foi tombado pelo patrimônio histórico.

A influência do Bispo no Rio Comprido era enorme e suas terras seestendiam até a chamada “Pedra do Bispo”. A partir do Largo doBispo, atual Pça. Condessa Paulo de Frontin, foi aberta, em 1844, aRua do Bispo. Dali saíam também a Rua do Rio Comprido (atualAristides Lobo) e a Rua da Estrela, assim chamada pelo fato de nelase situar o Solar do Barão da Estrela, o português J. Maia Monteiro.

A Rua Santa Alexandrina foi aberta, em 1841, para se encontrar comos canos de Santa Teresa, dando acesso ao trecho superior do RioComprido, com acesso a Lagoinha pelo caminho do “Trilho doSumaré”. Na Lagoinha ficava um aqueduto de captação de águas,oriundo das nascentes do Rio Comprido, que se conectava com os“canos da carioca”. Esse aqueduto corresponde à atual Estr. DomJoaquim Mamede.

A rua mais longa do Rio Comprido era a Rua da Bela Vista, ondeficava a chácara do Marechal Francisco Cabral da Silva, o Barão do

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Itapagipe, que, depois da sua morte, daria nome à rua. Nela se desta-cava o casarão secular do Conde de Bonfim, demolido no século XXpara dar lugar ao Hospital Alemão, que, depois de confiscado na IIGuerra Mundial, deu lugar ao atual Hospital da Aeronáutica. AAve-nida Paulo de Frontin foi aberta em 1919 pelo próprio engenheiro ePrefeito, que canalizou e retificou o Rio Comprido.

O Bairro cresceu e outras ruas abertas, até que, em 1967, a aberturado Túnel Rebouças ao final da Av. Paulo Frontin transformou o bair-ro na principal passagem entre a Zona Norte e a Zona Sul. Algunsanos mais tarde foi implantado sobre o Rio Comprido o Elevado Paulode Frontin (atual Av. Engenheiro Freyssinet), cuja construção émarcada por uma tragédia que abalou a sociedade carioca. Em 1971,durante as obras, o elevado sofreu o desmoronamento de um trechocom 122 metros de extensão que caiu sobre a Rua Haddock Lobo,matando 28 pessoas e destruindo 22 veículos. Reconstruído e inau-gurado em 1974, o elevado passou a permitir o acesso direto ao Tú-nel Rebouças pela Praça da Bandeira, o que retirou parte dos veículosde passagem do bairro. Mais tarde, o elevado foi conectado à LinhaVermelha, inaugurada em 1992.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

Rocha

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A estação de trens, inaugurada em 1885, e extinta em 1960, recebeu onome de um guarda-cancela da ferrovia. Nome que também batizouo Bairro. Sua urbanização se deu entre os anos de 1870 e 1875. Suasvias principais são as ruas Vinte e Quatro de Maio, Ana Néri e Mare-chal Rondon, inaugurada em 1965 com o nome de Avenida Centraldo Brasil.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Rocha Miranda

As terras do bairro de Rocha Miranda pertenciam à Fazenda do Sapê,cujo proprietário, no século XIX, era o Barão de Mesquita. Em 1916,a fazenda seria adquirida pela família Rocha Miranda que promoveuo loteamento da região com a abertura de várias ruas com nomes depedras preciosas: ruas dos Topázios, das Esmeraldas, dos Rubis, dosDiamantes, Ametistas, Ônix, Turquesas etc.

O “Bairro das Pedras Preciosas” seria atravessado pelo ramal da Li-nhaAuxiliar e, em 17 de março de 1905 (ou segundo Max Vasconcellosem 1911), foi inaugurada a estação “Sapê’, mais tarde rebatizada deRocha Miranda, cujo atual prédio foi construído em 1977.

Em Rocha Miranda, ficava o entroncamento das antigas estradas doSapê, do Barro Vermelho e do Areal (atual avenida dos Italianos),que faziam a ligaçãofazendo a ligaçs ItA Areal(rocamento da, cujoatual prelaAvenida brasils Conjuntos Habitacionais Nelson Mandelae Samora Miche com Pavuna e Irajá. Moderno viaduto foi construídosobre a Linha Auxiliar, facilitando a ligação com Madureira, entre aavenida dos Italianos e a estrada do Portela (Viaduto Monsenhor CarlosFerreira Dias).

A sua principal praça, a Oito de Maio, foi urbanizada pelo prefeitoHenrique Dodsworth na década de 1940. No obelisco nela situadolembra-se a participação dos brasileiros (FEB) na Segunda GuerraMundial (Campanha da Itália).

O bairro é predominantemente residencial e abriga o HospitalMunicipal Carmela Dutra. O comércio se concentra próximo àpraça Oito de Maio e à avenida dos Italianos. Destaca-se ainda oprédio do antigo cinema Guaraci, com 1379 poltronas, misturandoos estilos Art Nouveau e Art Déco, projeto de Alcides Torres daRocha Miranda, inaugurado em 1954.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Rocinha

No início era densa floresta ocupando o espigão entre a Pedra dosDois Irmãos e o Morro do Cochrane, atravessada pela estrada daGávea, até então um caminho precário que dava acesso as terras deConrado Niemeyer. Sitiantes passaram a ocupar as terras da antigafazenda Quebra–Cangalha, por volta de 1930, divididas em peque-nas chácaras em que cultivavam hortaliças vendidas na feira do Lar-go das Três Vendas (Praça Santos Dumont), região da Gávea. Diziampara seus fregueses que os produtos vinham de suas “Rocinhas” noAlto da Gávea e, a partir daí, o nome “Rocinha” se popularizou. Plan-tava-se aipim, abóbora, agrião, bananeiras, couve, repolho, abrindoclareiras na mata primitiva.

A casa número 1 da estrada da Gávea é considerada o primeiro imó-vel da Rocinha e chegou a ter suas obras embargadas pelo PrefeitoPedro Ernesto em 1932. A lentidão no julgamento do processo aca-bou incentivando novas invasões e o surgimento dos primeiros barra-cos de madeira na região.

Nas curvas sinuosas da estrada da Gávea foram realizadas as famo-sas corridas automobilísticas do circuito da Gávea, disputadas entreos anos de 1933 e 1954, o que deu nome de “Trampolim do Diabo”ao trecho dentro da Rocinha.

Enquanto isso a Rocinha se povoava. As terras foram divididas emgrandes glebas, a maior parte delas pertencentes à Cia. PortuguesaCássio Guidon, à empresa Bairro Barcelos, à Cia. Cristo Redentor e àCia. Francesa Laboriaux. O processo de ocupação acelerou-se a par-tir da década de 1950, quando houve um aumento de migração denordestinos. O aumento populacional ocorreu principalmente nasdécadas de 1960 e 1970, possibilitado pelas grandes obras viáriasrealizadas na Cidade.

Na década de 1980 a expansão da favela se direcionou para as encos-tas dos morros do Cochrane e Laboriaux, área da rua Dionéia, aolongo da Vila Laboriaux (Alto do Espigão da Gávea), crescendo paraa vertente do bairro da Gávea, com o surgimento da “Vila Cruzado” e

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da “Vila Verde”, próxima à curva do “S”.A floresta foi cedendo espa-ços para as edificações, consolidando a atual comunidade, compostade 14 sub-bairros (Barcelos, Rua 1, Rua 2, Rua 3, Rua 4, Roupa Suja,Cachopa, Vila Verde, Macega, Vila Cruzado, 199, Laboriaux,Boiadeiro, Dionéia).

O comércio variado se concentra nas ruas do bairro Barcelos e aolongo da estrada da Gávea. No Largo do Boiadeiro destaca-se a feiradominical, com predominância de produtos nordestinos. A comuni-dade conta com um posto de saúde, uma agência de correios, duasagências bancárias, três escolas públicas e creches comunitárias.

Nota: Criado e delimitado pela Lei Nº 1995 de 18 de junho de 1993,com alterações nos limites dos bairros da Gávea; Vidigal e SãoConrado.

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Sampaio

Assim como o bairro do Riachuelo, Sampaio tem origem na antigafazenda do Engenho Novo. Suas terras pertenciam a grandes pro-prietários como Paim Pamplona e Adriano Muller que, com otempo, foram loteadas e urbanizadas. Os primitivos proprietáriosabriram ruas como a Cadete Polônia e Paim. Sua estação é umahomenagem ao Coronel Sampaio, Patrono da Cavalaria. No Bairro,estão localizadas as comunidades do Morro da Matriz e Quieto. NaAv. Marechal Rondon está a Vila Olímpica do Sampaio.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985 e pela LeiComplementar nº 17 de 29 de julho de 1992.

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Santa Cruz

A vasta região da Baixada de Santa Cruz era originalmente povoadapelos índios Tupi-Guarani. Com a chegada dos portugueses, a regiãofoi doada a Cristóvão Monteiro e, um século mais tarde, por meio dedoações e aquisições, viria a pertencer à Companhia de Jesus. Esseimenso latifúndio, a poderosa fazenda de Santa Cruz, se tornou afazenda mais desenvolvida da Capitania, com milhares de escravos,cabeças de gado e variados tipos de cultivo.

Em 1759, com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, afazenda reverteu para a coroa portuguesa e, a partir de 1808, se trans-formou num local de veraneio para a Família Real. No reinado deDom Pedro II, a fazenda se transformou na Fazenda Nacional de SantaCruz onde, no final de 1881, foi inaugurado o moderno matadouro deSanta Cruz.

Na década de 1930, foram feitas grandes obras de saneamento e cria-das colônias agrícolas. Mais tarde, nos antigos campos de lavourasurgiriam indústrias, como a nova Companhia Siderúrgica Nacionale outras empresas. Atualmente, está sendo construída na região aCompanhia Siderúrgica doAtlântico (CSA), com extenso píer na Baíade Sepetiba.

Nas décadas de 1970 e 1980, a CEHAB construiu diversos conjuntoshabitacionais na periferia de Santa Cruz, destacando-se os conjuntosde Antares, Otacílio Camará (Cesarão), Olímpio dos Santos(Urucânia), João XXIII, entre muitos outros.

Os principais acessos à Santa Cruz, além do trem (a estação deSanta Cruz foi inaugurada em 1879), são a Avenida Cesário deMelo, a Rua Felipe Cardoso e a Avenida Brasil.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Santa Teresa

Antigamente, o bairro se chamava “Morro do Desterro”, com acessopela atual Ladeira de Santa Teresa, onde foi construída a capelinha deN.S.do Desterro, em 1629. Depois, em 1750, o Governador GomesFreire de Andrade construiu o Convento de Santa Teresa para abrigarordem de religiosas.

Outro acesso era a Ladeira do Castro, entre Mata-Cavalos (atualRiachuelo) e o Largo do Guimarães (formado, em 1857, numa cháca-ra de João Joaquim Marques de Castro). Cruzando o morro de SantaTeresa, a pequena trilha que acompanhava os canos do Aqueduto daCarioca, se tornou mais tarde a Rua do Aqueduto, atual AlmiranteAlexandrino.

Santa Teresa, por sua situação e clima ameno, foi sendo ocupada porfamílias abastadas que fugiam da insalubridade e das epidemias doRio colonial. Em 1850, foi aberto novo acesso pela Rua Dona Luísa(atual Cândido Mendes). Havia várias chácaras, como a chácara deDona Luísa e as chácaras das Neves, do Castro, da Lagoinha, todasposteriormente loteadas. Do desmembramento das propriedades deFrancisco Paula Matos (1845) e Francisco Ferreira das Neves (1853),surgiram as Ruas Oriente, do Progresso, das Neves, Paula Matos,Paraíso, Largo das Neves, entre outras.

Para facilitar o acesso a Santa Teresa, a “Empresa de Carris de Ferrode Santa Teresa” iniciou a construção da primeira linha de bondespuxados a burros, integrada ao plano inclinado, que seguia até o Lar-go do França. Já com o nome de “Companhia Ferro Carril Carioca”,foi inaugurada, em 1896, a primeira linha de bondes elétricos emSanta Teresa, que saía do Largo da Carioca, passava sobre os Arcosda Lapa, e seguia até o Largo do França. Em 1897, a linha foi esten-dida até o Silvestre e Paula Matos, consolidando a ocupação do bair-ro.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Santíssimo

A localidade era atravessada pela estrada real de Santa Cruz. Nelaficava o Engenho do Lameirão, de Manuel Suzano, com sua capelade Nossa Senhora da Conceição do Lameirão, o templo mais impor-tante das redondezas. Em 1750, a capela teve permissão para manterem “Sacrário” o Santíssimo Sacramento e, para isso, foi criada umairmandade. Esse acontecimento passou a designar de Santíssimo todaa região situada entre Bangu e Campo Grande e batizaria o atual bair-ro.

Com a implantação da estrada Rio-São Paulo, atual avenida de SantaCruz, e a chegada da linha férrea, foi inaugurada, em 1890, estaçãoCoqueiro, nome de uma fazenda local, mais tarde rebatizada de Esta-ção do Santíssimo. Santíssimo está situado entre o morro do Lameirãoe a Avenida Brasil, abrangendo grandes loteamentos e comunidades,ao longo das estradas da Posse, do Lameirão e da rua Teixeira Cam-pos.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Santo Cristo

Originalmente, toda a região do bairro de Santo Cristo pertencia aochacareiro Alferes Diogo de Pina, daí o nome de São Diogo dados àcapela, ao morro e ao mangal e seu entorno, e, também, o nome deSaco dosAlferes dado à praia então existente no local. O Saco do SãoDiogo, conhecido também como Praia Formosa, mais tarde foi ater-rado para a construção do Canal do Mangue. No prolongamento doCaminho de São Diogo, que também levava à Praia Formosa, funci-onava a Pedreira de São Diogo.

Em 1879, o bairro teve grande parte aterrada pela Empresa de Me-lhoramentos do Brasil, a fim de abrir ruas para o empreendimentoVila Guarany. As Ilhas dos Melões e das Moças, localizadas no anti-go Saco do Alferes próximas de onde se localiza hoje a RodoviáriaNovo Rio, foram extintas na construção do Cais do Porto, no iníciodo século XX. Esses aterros deram origem ao atual bairro de SantoCristo, cuja Igreja de Santo Cristo dos Milagres, erguida em 1872,localiza-se no antigo Largo do Gambá (atual Largo de Santo Cristo).O primeiro acesso ao bairro se dava pelo caminho do Saco do Alfe-res, atual Rua da América.

A ocupação do Morro do Pinto (antigo Morro do Nheco) se deu em1875, nos terrenos que pertenceram ao Barão de Mauá, onde AntonioPinto realizou um grande loteamento abrindo seis ruas e quatro tra-vessas. Em 1877, outro grande loteamento foi criado nas encostasvoltadas para a Praia Formosa, a chamada “Vila Formosa”, com maiscinco ruas e três travessas. Com a construção do elevado 31 de Mar-ço, o bairro de Santo Cristo tornou-se rota de passagem para a PonteRio-Niterói e a Avenida Brasil.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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São Conrado

São Conrado era um distante arrebalde, deserto, à sombra da imensaPedra da Gávea, com sua longa praia, de acesso fechado pela mata.Desde 1767, a atual Estrada da Gávea, ainda de terra, servia de aces-so à região.

A região, espremida entre o mar e o Morro do Cochrane, pertencia àFazenda São José da Lagoinha da Gávea, também conhecida comoMorgadio de Asseca, propriedade dos herdeiros de Salvador Corrêade Sá e Benevides, nos meados do Século XVIII. Sua sede foi com-prada, em 1932, por Osvaldo Riso, se transformando na atual VillaRiso, centro de visitação com eventos culturais e exposições de artes.

No início do século XX, o Comendador Conrado Jacob Niemeyerpossuía grande fazenda na baixada e nela ergueu uma pequena igreja,em 1916, em devoção a São Conrado, origem do nome do bairro.Niemeyer também concluiu a belíssima Avenida Niemeyer - doada aPrefeitura, em 1916 – e melhorou a Estrada da Gávea, que ganhouesse nome em 1917, após incorporar parte da Rua Marquês de SãoVicente. Em 1919, a Avenida Niemeyer seria alargada por Paulo deFrontin. Já a Estrada da Gávea, com suas curvas sinuosas, fazia ochamado “Trampolim do Diabo” e, entre 1933 e 1952, serviu às cor-ridas automobilísticas do “Circuito da Gávea”.

Em 1921, integrantes da empresa Tramway criaram o Gávea Golf &Country Club, abrangendo grande área verde e a chamada “CasaAzul”,sede de antigo engenho. Em 1930, surgia o primeiro loteamento dobairro, que deu origem à Rua Capuri. Nos anos 1940 e 1950, o Largode São Conrado era bastante freqüentado e ali viria a se instalar opopular “Bar Bem”. Novos loteamentos surgiam, como o JardimGávea e o loteamento da Rua Iposeira e, em 1949, foi inaugurada aEstrada da Canoa, com seu belo mirante no Viaduto Berta Leitchic.Depois, nos anos 1980 – a época das danceterias -, as Boites Zoom eCircus passaram a atrair uma parte da juventude carioca.

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Dois fatores influenciaram profundamente o processo de ocupaçãodo bairro: a inauguração do Túnel Dois Irmãos (atual Zuzu Angel),em 1971, e seu prolongamento, aAuto Estrada Lagoa-Barra, que trans-formou São Conrado em bairro de passagem. Surgiram os grandescondomínios de prédios altos, foram construídos os hotéis Nacionale Intercontinental e a orla marítima foi urbanizada. A ocupação declasse média alta se refletia no sofisticado Shopping São ConradoFashion Mall (1982), em contraste com a Favela da Rocinha, cujaorigem se deu na década de 1930, com barracos esparsos e lavouras.A partir das décadas de 1970 e 1980, a Rocinha passou a ter umaexpansão acelerada, se transformando em uma das maiores favelasda cidade, com comércio expressivo, serviços e mais de 2500 empre-sas. No início dos anos de 1990, foi desmembrada dos bairros vizi-nhos, para se tornar o bairro e a XVII Região Administrativa daRocinha.

São Conrado é emoldurado pelo verde intenso das florestas do Par-que Nacional da Tijuca, no Morro do Cochrane (718 metros de altitu-de), e pelo espetacular maciço rochoso formado pela Pedra da Gávea,com 844 metros de altitude, pela Pedra Bonita e pela Agulhinha daGávea, todas acessíveis por trilhas. No Morro da Pedra Bonita, loca-liza-se a Rampa Maurício Klabin, a 524 m de altitude, utilizada comodecolagem dos pilotos de asas-delta e parapentes, rumo a Praia doPepino (de São Conrado).

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Nº1995 de 18 de junho de 1993, que delimita a RA e Bairro da Rocinha.

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São Cristóvão

O bairro de São Cristóvão teve sua origem na grande sesmaria per-tencente aos jesuítas, que se estendia do Rio Comprido até Inhaúma eque, entre 1572 e 1583, foi desmembrada nas fazendas do EngenhoVelho, do Engenho Novo e de São Cristóvão. Seu nome se deve àigrejinha dedicada ao santo erguida pela Companhia de Jesus junto àpraia habitada apenas por alguns pescadores.

Com a expulsão dos jesuítas (1759) e a chegada da Família Real, em1808, a região, antes destinada à agricultura e à pecuária, foi retalha-da e dividida em chácaras, que foram adquiridas por ricos comerci-antes. Com a instalação da Família Real na atual Quinta da Boa Vis-ta, São Cristóvão passou a ser considerado uma área nobre.

A Estrada de Ferro Dom Pedro II, inaugurada no segundo reinado,invadiu o bairro, assim como a ferrovia para Petrópolis (depois Es-trada de Ferro Leopoldina). Depois chegaram as linhas de bondes,inicialmente de tração animal e logo eletrificadas.

Com o advento da República, São Cristóvão entrou em decadência,os casarões da monarquia se transformaram em cortiços e o bairropassou a se caracterizar pelo pequeno comércio, vilas e residênciasmodestas.Apartir da década de 1930, as indústrias tomaram conta dobairro, incentivadas pelo Decreto N° 6000, de 1937.

Após a explosão da indústria automobilística no Brasil, São Cristó-vão, que já tinha a Avenida Brasil desde os anos 1940, passa a sercruzado por vias expressas e viadutos, o último deles o elevado daLinha Vermelha.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e Lei 2672 de 8de setembro de 1998.

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O Museu na Quinta da Boa Vista

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São Francisco Xavier

As terras de São Francisco Xavier pertenciam ao Engenho Novo dosJesuítas, construído a partir de 1707. Suas áreas de canaviais e lavou-ras se estendiam desde a praia Pequena (Benfica) até o Engenho deDentro.

Em 1851, o “TURF” passou a fazer parte da Cidade, no “PradoFluminense”, antes o “Jóquei Clube Fluminense”, que tinha sido fun-dado em 1848 por iniciativa do Visconde do Rio Branco, do Duquede Caxias, de Alexandre Reed e do Major Suckow. Este pediu o “Pra-do” e nele ocuparia as corridas de cavalos. Apesar da presença deDom Pedro II em sua inauguração, o fracasso foi total. O Jóquei Clu-be, sucessor desse “Jóquei Clube Fluminense”, surgiria, em 1868, nacasa do Conde Hersberg, genro do Major Suckow, na rua que logoabriria (a atual rua Major Suckow). Suas primeiras corridas foramem maio de 1869, no “Prado Fluminense”, em terrenos de sua famí-lia, entre São Francisco Xavier e Triagem, ao longo da rua JoãoDamásio (depois Jóquei Clube, e atual Licínio Cardoso). Em 1912,uma equipe francesa da “Queen Aeroplane Company” faria a nossaprimeira semana da aviação, usando o “Prado Fluminense” comoponto de decolagem para suas peripécias aéreas pela Cidade.

Em 1919, começou-se a estudar a possibilidade de construção de umnovo Hipódromo para substituir o “Prado Fluminense”. Para isso, foifeita a permuta do seu terreno em São Francisco Xavier por um terre-no pantanoso, a beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde, em 1926,concluiu-se as obras do atual Hipódromo da Gávea. No lugar do “PradoFluminense”, foi instalada uma unidade do Exército e a antiga gara-gem da CTC, entre as ruas Bérgamo, Major Suckow, Dr. Garnier eConselheiro Mayrink, parte dela pertencendo ao bairro vizinho doRocha.

Com a inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II (depois Cen-tral do Brasil), em 1858, foi implantado, em 16 de maio de 1861, aestação de São Francisco Xavier, onde os subúrbios (na época bairrosrurais da zona norte) principiavam. Na Linha Auxiliar, seria inaugu-

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bairro de São Francisco Xavier. A estação de metrô de Triagem foiinaugurada em junho de 1988, sendo integrada aos trens da Supervianos ramais de Belford Roxo e Saracuruna pela estação ferroviária deTriagem.

O bairro de São Francisco Xavier é um dos menores do Rio de Janei-ro e seu comércio se concentra nas ruas Licínio Cardoso e Ana Néri(antiga rua do Engenho Novo). Um dos marcos do bairro é o viadutoAna Néri, sobre o ramal da Linha Auxiliar, que faz a ligação comBenfica e com a Avenida Brasil. Na sua inauguração, em 1956, esta-va presente o então Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.

No lado sul do ramal da Supervia, o bairro é limitado pela Serra doEngenho Novo, tendo a rua São Francisco Xavier e a avenida Mare-chal Rondon – onde fica a Policlínica Piquet Carneiro - como princi-pais logradouros. O bairro possui duas comunidades de baixa renda:a Vila Triagem e a Vila Casarão, junto a estação de São FranciscoXavier.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

rada, em 30 de novembro de 1910, com o nome de Parada Silva eSouza, a atual estação de Triagem. Na época, havia duas estações:uma para passageiros, outra de cargas. Até meados dos anos 1960,essa estação serviu também como estação da Estrada de Ferro RioD’Ouro. Com a construção da Linha 2 da Companhia do Metro-politano do Rio de Janeiro, seu trecho em via elevada cruzou o

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Saúde

O antigo Bairro da Saúde se estendia da Prainha, atual Praça Mauá, àGamboa. Era uma faixa arenosa, entre os morros da Conceição e doLivramento, atravessada pela Pedra da Prainha, atual Pedra do Sal.

Já no século XVII, seus trechos eram conhecidos como Valongo eValonguinho. Ao longo do litoral, havia um caminho rústico que ti-nha o nome de Rua São Francisco da Prainha, depois Rua da Saúde e,hoje, corresponde à rua Sacadura Cabral.

Em 1704, o padre Francisco da Mota doou à Ordem Terceira da Peni-tência um trapiche (espécie de porto) e terras nas fraldas do morro daConceição, à margem da atual Rua Sacadura Cabral. Em 1710, du-rante a invasão francesa, o trapiche foi destruído e construída umacapela, cuja ornamentação interna data do final do século XIX, comgrades e escada em caracol de ferro fundido. Este monumento religi-oso é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em 1742, Manuel Negreiros construiu a Capela de Nossa Senhora daSaúde, na Praia da Saúde. No Valongo, ficava um mercado de escra-vos, vendidos em armazéns-depósitos. A partir de 1831 o mercadofoi desativado. Em 1921, todos os equipamentos existentes no Ob-servatório da Escola Politécnica, situado no Morro de Santo Antônio,foram levados para a Chácara do Valongo, local onde, antes, ficava omercado de escravos.

A Saúde passou a ter sua orla repleta de trapiches, armazéns e cais,com entrepostos de madeiras, couros, açúcar, cal de mariscos e pro-dutos agrícolas vindos da Bahia. Com o ciclo do café, a região tevenotável progresso. O café cultivado no Vale do Paraíba descia a serrae era estocado em seus grandes armazéns.

No Morro da Conceição, destaca-se, ainda, o Palácio Episcopal, re-sultado da ampliação, no século XVIII, de um convento dosCapuchinhos, para servir de residência aos bispos do Rio de Janeiro.

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Junto ao Palácio foi construída, entre 1715 e 1718, a Fortaleza daConceição, para fortalecer o sistema defensivo da Cidade. Outro des-taque é o Observatório do Valongo, inaugurado em 1924, no Morroda Conceição.

Os jardins do Valongo, construídos pelo Prefeito Pereira Passos em1905, são outro marco importante do Bairro. O acesso ao Morro daConceição é feito, ainda, pelas históricas ladeiras, como a João Ho-mem, Escorrega, Jogo da Bola e seu prolongamento, a ArgemiroBulcão. Esta última ladeira desemboca na Pedra do Sal, berço, noinício da República, do nosso primeiro rancho carnavalesco. Na Pe-dra do Sal, fica o Largo João da Baiana que é um reduto de sambistas.No início do século XX, com as obras de construção do Cais do Por-to, grandes aterros alteraram a orla do bairro da Saúde e foram aber-tas as avenidas Rodrigues Alves, Venezuela, Barão de Tefé, onde sur-giram quarteirões com armazéns e galpões.

A rua Sacadura Cabral é o limite entre o bairro original e as novasáreas aterradas. Parte da região da Saúde, compreendendo a PraçaCel. Assunção e a Igreja Nossa Senhora da Saúde passaram para obairro da Gamboa.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Senador Camará

Parte da região era pertencente à fazenda dos Coqueiros, fundada porManuel Antunes Suzano em 1720. Suas terras iam desde os limitescom a fazenda do Viegas até a Serra do Mendanha. Já a Fazenda doViegas foi sede do antigo Engenho da Lapa, fundado pelo coloniza-dor Manuel de Souza Viegas, que deu nome ao morro, ao caminho eà estrada, no século XVII. Em 1725 a fazenda pertencia a FranciscoGarcia do Amaral, que nela construiu a Capela de Nossa Senhora daLapa.

A Fazenda do Viegas produziu cana-de-açúcar por quase 80 anos,sendo considerada a segunda em importância na freguesia de CampoGrande. Com o surgimento da cafeicultura no início do século XIX, afazenda foi uma das precursoras da produção do café no Brasil e suaslavouras se espalharam pelas Serras de Bangu, Lameirão e doMendanha, atingindo o ápice nos anos de 1800. Atravessada pelaEstrada Real de Santa Cruz (atual avenida de Santa Cruz), serviu dehospedagem ao Imperador Dom Pedro II em suas viagens a SantaCruz. Nessa época, pertencia aos herdeiros de Helena Januária Cam-pos Cardoso.

Em 1938, a sede da Fazenda do Viegas e Capela anexa foram tomba-das pela União. Em 1995, uma reforma feita pela Prefeitura (DGPC)recuperou os históricos imóveis, e, em 1999, a SMAC realizou proje-to de revitalização paisagística e cercamento do local, consolidandoo “Parque Municipal Fazenda do Viegas” como importante área ver-de.Aantiga sede da fazenda passou a abrigar a Subprefeitura da ZonaOeste.

Além da Estrada Real, eram importantes vias da região as estradas deTaquaral, dos Coqueiros e do Viegas, interligando Bangu a CampoGrande. Com o final do século XIX, o trem chegaria a região porintermédio do ramal de Mangaratiba, sendo inaugurada a estaçãoSenador Camará em 01/06/1923, em homenagem a Otacílio de Car-valho Camará, gaúcho, deputado pelo Distrito Federal (1915) e sena-dor em 1919, falecendo um ano depois. Historiadores não esclare-cem quem teve a idéia de batizar a localidade como Senador Camará,

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mas contam que o referido político morava no bairro de Santa Cruz,beneficiando com verbas sua área e Campo Grande, em detrimentode Bangu e adjacências, onde a Prefeitura deixava as melhorias acargo da Fábrica Bangu.

A Fábrica Bangu tornaria uma grande Companhia Imobiliária,loteando e urbanizando terrenos para o lado de Senador Camará, aolongo da avenida de Santa Cruz, estrada do Viegas, etc. Mais tarde osirmãos Jabour construíram uma vila residencial nos limites do Enge-nho dos Coqueiros, o denominado “Bairro Jabour” (década de 1950),onde viria a morar por muitos anos o grande músico e compositorHermeto Pascoal.

No lado da linha férrea voltado para as estradas dos Coqueiros e doTaquaral, existiam extensas terras cultivadas, sendo os lavradoresposseiros, que abandonaram a área, permitindo, em 1950, o surgimentode um loteamento, com casas construídas, tendo seus moradores di-reito de posse. A população foi crescendo, a partir dos anos 1980 e1990, e ocupando ambos os lados da estrada do Taquaral, constituin-do a Comunidade Fazenda Coqueiro, numa superfície de 1.094.848,41m2, somada a comunidade Jardim Clarice, que havia surgido em 1992.Destacam-se também a comunidade Coréia, de 1951, entre o BairroJabour e a linha do trem, o Conjunto Habitacional Miguel Gustavoou “Rebu” (CEHAB-1972) com 2466 casas geminadas, a Comuni-dade do Jacaré (de 1940) na divisa com Santíssimo, o Conjunto Se-nador Camará (1971), o Bairro Santo André (1986), entre outras co-munidades, conjuntos e loteamentos proletários. O bairro é atraves-sado pelo rio Viegas, formador do Sarapui, cujas nascentes ficam noParque Estadual da Pedra Branca, abrangendo as Serras do Bangu,do Viegas e do Lameirão, os Vales do Rosário e Virgem Maria, fazen-do limites com o morro da Bandeira e o Pico da Pedra Branca (1025mts).

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Senador Vasconcelos

A região fazia parte do traçado da Estrada Real de Santa Cruz. Suahistória coincide com a do bairro de Campo Grande, com limites en-tre as fazendas das Capoeiras e do Lameirão. Mais tarde, por ela pas-sou a antiga estrada Rio-São Paulo que, em viaduto, ultrapassava li-nha férrea do ramal de Mangaratiba (atual de Santa Cruz), onde foiinstalada, em 1914, a estação Senador Augusto Vasconcelos, em ho-menagem a um senador federal, que deu, também, nome ao bairro.Como curiosidade, próximo à igreja de São Pedro, na avenida deSanta Cruz, existia uma estalagem onde o imperador Dom Pedro Icostumava pernoitar em suas viagens à Fazenda Real de Santa Cruz.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Sepetiba

A praia de Sepetiba servia como porto colonial para exportação depau-brasil aos países europeus. Seu principais acessos eram o cami-nho de Sepetiba (atual estrada de Sepetiba), que levava à Santa Cruz,e o caminho de Piahy (atual estrada do Piaí), que ligava o bairro àPedra de Guaratiba.

No início do século XIX, Sepetiba passou a ser freqüentada no verãopela Família Real, que utilizava a propriedade denominada “Casa deEsquina”, onde está a atual praça Washington Luiz. Visitantes ilus-tres circulavam então no bairro e a vida social da localidade davaentretenimentos à elite, como touradas, saraus e danças portuguesas.Findo o verão, Sepetiba era pacata, refletindo a vida simples dos pes-cadores e sitiantes.

Com a implantação da “Companhia Ferro Carril”, em 1884, o bondede tração animal passou a transportar a “mala real” até o cais deSepetiba, além de cargas e passageiros.

A luz elétrica chegou a Sepetiba em 1949 e, de lá para cá, Sepetiba seexpandiu. Loteamentos – muitos em condições precárias - foram ocu-pando as áreas próximas à estrada do Piai, a praça Oscar Rossin foiurbanizada e foi aberto o canal na Rua Santa Ursulina para escoarterrenos alagadiços. Na década de 1960, surge o loteamento “VilaBalneário Globo” e, recentemente, em meio à grande polêmica, des-taca-se a implantação, ao longo da estrada de Sepetiba, do grandeconjunto Nova Sepetiba, construído pelo governo do estado para apopulação de baixa renda.

Para saber mais sobre a história do bairro clique na barra superior em?

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Tanque

Ortofoto É o antigo local onde os viajantes paravam para descan-sar e dar água a seus animais em um grande reservatório ali existente.Mais tarde serviu para matar a sede dos animais que puxavam osbondes que faziam o trajeto até o Largo da Taquara ou ao Largo da

Ponto final de uma das duas linhas de bonde do bairro é a antigaPorta D'Água, um dos pontos geradores do desenvolvimento da re-gião. O nome designava um dos três rios que ali se encontram e queacabaram por dar nome a uma das estradas principais da localidade.

Escoadouro das águas vindas da serra limítrofe com o Engenho Novode Jacarepaguá, o rio Porta D'Água era, no inicio do século, navegá-vel em todo o seu curso pela planície e contava, nos trechos maisaltos, com diques e comportas que lhe valeram o nome. Reunia ocurso dos rios Cigano, Olho d’Água e Fortaleza, nascidos na serrados Três Rios e após atravessar a Freguesia, hoje sob a denominaçãode rio Sangrador, recebia as águas do córrego da Panela e dos riosSão Francisco e Anil, indo desaguar na lagoa de Camorim.

Como Porta D'Água ficou conhecida a área hoje compreendida entreo local em que se encontram a estrada Velha de Jacarepaguá, a ruaItuverava e a estrada de Uruçanga, até a praça Professora Camisão ea esquina da estrada dos Três Rios com a avenida Geremário Dantas.O nome de Freguesia, com que popularmente a localidade passou aser chamada, decerto deriva da localização da igreja de Nossa Senho-ra do Loreto, matriz da freguesia de Jacarepaguá.

A influência desta localidade se estendeu por uma área ampla e vari-ada: a vizinhança do Engenho D'Água, pelo caminho do Portinho daGabinal, a estrada dos Três Rios e as vertentes da serra do mesmonome, a parte mais alta da estrada do Pau Ferro, e a localidade doAnil, na estrada Velha que ligava a Freguesia ao Itanhangá, às ilhasdas lagoas costeiras e às praias da Barra da Tijuca.

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Em 1616, nas imediações do Engenho D'Água, surgiu o primeironúcleo de ocupação de Jacarepaguá, no lugar também conhecido comoPorta D'Água, que hoje chama-se Largo da Freguesia. Com a ocupa-ção se acentuando, uma parte das terras foi desmembrada em foros,para incentivar seu desenvolvimento.

Em uma das novas propriedades que floresceram, o dono, PadreManuel de Araújo, ergueu no alto de um penhasco, chamado Pedrado Galo (morro da Freguesia), a Capela de Nossa Senhora da Pena.Com a crescente ocupação da sua propriedade e constatando que suasatividades e desenvolvimento econômico, os locais estavam pratica-mente assegurados, o padre propôs a emancipação do lugar, efetiva-da em 6 de março de 1661. Foi criada, assim, a freguesia de NossaSenhora do Loreto de Jacarepaguá, a quarta da Cidade, separada daantiga freguesia de Irajá. Em 1664, o padre construiu nela a Igreja-Matriz, com o mesmo nome da Capela.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Taquara

Salvador Correia de Sá doou como sesmarias as terras existentes en-tre a restinga da Tijuca e Guaratiba – o que corresponde hoje à toda abaixada de Jacarepaguá - aos seus dois filhos, Gonçalo e Martim deSá, em 09 de setembro de 1594. Martim ficou com a área à leste dalagoa de Camorim, abrangendo, entre outras, a região de Taquara.Taquara é uma espécie de bambu, utilizado em cercas e no fabrico decestos, abundante na região, o que viria a designar a localidade.

O Largo da Taquara tornou-se um importante entroncamento de es-tradas irradiadas para diversas direções: a de Guaratiba (atual Ban-deirantes) - acesso às Vargens, Camorim, Grota Funda -, a do Tindiba,a da Taquara (atual Av. Nelson Cardoso), a do Rio Grande e aRodrigues Caldas. Em torno do Largo, um núcleo urbano se estabele-ceu, interligando-se aos engenhos e fazendas vizinhas como a doEngenho Novo (atual Colônia Juliano Moreira), a do Rio Grande, oEngenho Velho da Taquara (na Boiúna) e, principalmente, a fazendada Taquara, de Antonio de S. Payo, que nela ergueria, em 1738, umacapela dedicada à Santa Cruz. O Juiz de Órfãos, Francisco TelesBarreto de Meneses, se tornou proprietário da fazenda no século XVII,que foi depois passada para seus descendentes Ana Maria Teles deMeneses, casada com Francisco Pinto da Fonseca, e o filho deles,Francisco Pinto da Fonseca Teles, que se tornaria o Barão da Taquara.

Administrando a fazenda desde 1864, o Barão expandiu seus domí-nios, adquirindo terras em Jacarepaguá que correspondem, além daTaquara, às localidades do Tanque, Rio Grande, Mato Alto, PraçaSeca, Campinho, etc. Tal prestígio lhe rendeu a amizade do casalimperial, que sempre se hospedava na Sede da Fazenda. O Barãorealizou obras públicas, construiu escolas e ergueu capelas, sendoconsiderado o “Patriarca de Jacarepaguá”.

Em 1875, Jacarepaguá foi beneficiado pela inauguração da “Compa-nhia Ferro-Carril de Jacarepaguá”, de Etiene Campos, que ligava,inicialmente, Cascadura ao Largo do Tanque. Posteriormente, os bon-des se estenderiam até o Largo da Taquara, sendo eletrificados a par-tir de 1911. O Largo era pólo de um vasto território: na direção sudo-este alcançava Curicica, Camorim, Vargem Grande e Vargem Peque-

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na; à oeste chegava as localidades de Rio Grande, Pau da Fome, San-ta Maria, Teixeiras e Engenho Novo; e, ao norte, aos núcleos deBoiúna, Engenho Velho e Catunho, interligados com a Fazenda dosAfonsos e a Estrada Real de Santa Cruz.

A partir da década de 1970, surgiram diversos loteamentos ao longodas estradas Rodrigues Caldas, do Rio Grande, do Cafundá, da Boiúna,Mapuá, Outeiro Santo e André Rocha, como o Jardim Shangrilá e oJardim Boiúna, entre outros. Atualmente, novos empreendimentossurgem no bairro, entre condomínios residenciais e conjuntoshabitacionais.

A Zona Industrial de Jacarepaguá foi implantada ao longo da estradados Bandeirantes, destacando-se as empresas Merck e Schering, em-presas químicas, gráficas etc.

A Taquara é o maior pólo econômico de Jacarepaguá, com expressi-vo centro comercial no entorno do Largo da Taquara, na Av. NelsonCardoso, na estrada dos Bandeirantes e na estrada do Tindiba. É atra-vessada pelo Rio Grande, tributário da lagoa do Camorim e apresentaáreas verdes nas encostas da serra do Engenho Velho, no morro daBoiúna e nas quadras próximas às ruas Mapendi e Macembu. O bair-ro abriga instituições como o Lar Frei Luiz (Boiúna), o Campus Es-portivo da Universidade Gama Filho e o Sodalício da Sacra Família.Seu principal bem histórico, tombado pelo Patrimônio da União, é aCasa da Fazenda da Taquara, com sua Capela de Santa Cruz, situadana estrada Rodrigues Caldas. As principais comunidades de baixarenda da Taquara são as comunidades Nova Aurora, Jardim Boiúna,Meringuava, Santa Mônica, Alto da Bela Vista, André Rocha, VilaSanta Clara, Vila Clarim, São Sebastião, Curumaú, Nossa Senhorade Fátima e Tancredo Neves.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 com retificaçãopelo Decreto Nº 12791 de 11 de abril de 1994 e pelo Decreto Nº13448 de 1 de dezembro de 1994

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Tauá

A palavra Tauá em indígena, significa “barro vermelho”, outra ver-são considera TA-OÁ, “aquele que é redondo”. É continuação natu-ral do bairro do Cocotá. Inicialmente, era destinado à lavoura, cana-de-açúcar, depois outras atividades como a pesca, cal, tijolos e telhas.Nele, ficava no século XIX, a fábrica de formicidas do Barão deCapanema, cuja propriedade abrangia o morro do Barão, pegandoparte do atual bairro dos Bancários.

No século XX, iniciou-se a urbanização da região, ao longo da estra-da da Freguesia (depois avenida Paranapuã) e da estrada do Dendê.Na década de 1930, três projetos de arruamento cobrem praticamentetoda a área ocupada pelo bairro, o primeiro como extensão das ruasdo loteamento Jardim Carioca, nas proximidades da rua do Minho, osegundo em torno das ruas Eutáquio Soledade e professor Hilariãoda Rocha e o terceiro junto a rua Maici, com nome de “JardimMaracaí”. Com a abertura desses logradouros, o Tauá foi progressi-vamente ocupado, seu acesso facilitado pela inauguração do bondeelétrico, com a linha Ribeira-Cocotá (em 1922), estendida até o bair-ro a partir de 1935, indo até a Freguesia, passando pela avenidaParanapuã. Foi extinta em 1964, substituída por linhas de ônibus.

Em 1969, foi inaugurada uma grande Estação de Tratamento de Es-gotos da Cedae, próxima às ruas Eutáquio Soledade e DomingosMundim, e em 1985, implantada uma Estação da Light, em faixapróxima ao mar. Destaca-se a igreja de Santo Antônio, cujo início deconstrução data de 1939, e que com o decorrer do tempo, sofreu al-guns acréscimos. A nova igreja foi inaugurada em 2001.

O Tauá é predominantemente residencial, seu comércio concentra-sena avenida Paranapuã, e possui várias comunidades de baixa renda,como a da praia de Rosa, surgida em 1941, em uma colônia de pesca-dores sobre manguezal, entre a estação da Cedae e a Baía de

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Guanabara, onde se expandiu sobre palafitas, hoje, reurbanizada peloprojeto “bairrinho” e a do Dendê, a maior delas, também chamadamorro do Dendê, originada em 1940, por nordestinos que encontra-ram no lugar uma plantação de Dendê, que acabou dando nome àcomunidade. Dividida em vários setores, seus acessos se dão pelasruas São Sebastião, Catugi, Baviera, Cali e Cabo Fleury, foi benefici-ada pelo projeto “favela-bairro”. No Tauá ficam as comunidades dosservidores municipais, Parque Tauá ou Querozene, Morro do Coqueiroe Bairro da Sapucaia.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Tijuca

O nome Tijuca, de origem indígena, “TY YUC”, significando “águapodre, charco ou brejo”, referia-se às lagoas da atual Barra, depoispassou para as montanhas, floresta e vertente oposta, correspondendoà antiga região do Andaraí Pequeno que, entre os séculos XIX e XX,transformou-se no atual bairro da Tijuca e, na década de 1970, partedo Andaraí Grande foi incorporada a ele.

No início do século XVIII, a população do pequeno núcleo urbanoque constituía a Cidade já fazia passeios até a serra da Tijuca. Come-çou a florescer um lugarejo cercado de chácaras, vivendas e até man-sões de ricos e nobres. No início do século XIX, a Tijuca ainda eraum misto de zona rural, ocupada por uma população de hábitos urba-nos que aos poucos ia transformando suas casas de campo em resi-dências permanentes.

No ano de 1812, embora continuasse como freguesia rural, ocorreuuma intensa ocupação da área e, a partir de 1818, o governo começoua tomar medidas para coibir o desmatamento. Desde 1838, a Tijuca jáera servida por transporte de tração animal.

O primeiro núcleo de loteamento-arruamento foi o bairro da Fábricadas Chitas, no entorno do Largo da Fábrica (atual Praça Sãenz Pena).A Tijuca viria também a incorporar a antiga freguesia do EngenhoVelho.

No início do século XX, seus morros começam a ser ocupados, sur-gindo a primeira favela do bairro, a do morro do Salgueiro. As fave-las do Borel e da Formiga surgem logo depois. A partir dos anos 30 e40 a Tijuca começa a ser ocupada por uma classe média com valorestradicionais e conservadores, destacando-se dos demais bairros daZona Norte por seu passado aristocrático, cujo extremo de identidadecoletiva leva a população a criar o uso da expressão “tijucanos”, quenão encontra equivalente em nenhum outro bairro da cidade.

Em 1976, são iniciadas as obras do Metrô, durando seis longos anos,

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mas hoje já é um sistema de transportes incorporado à vida do tijucano.A Tijuca se destaca historicamente por três aspectos: pelo seupioneirismo na indústria, na educação e por abrigar marcos culturaisda Cidade.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Todos os Santos

Inicialmente o Bairro era um prolongamento do Méier. A EstaçãoFerroviária de Todos os Santos, inaugurada em 1868, foi extinta nofinal da década de 1960. Dona Conceição Gomes, proprietária de umachácara na área, doou terrenos, em 1872, para a construção da capelade Nossa Senhora das Dores. Gabriel Getúlio de Mendonça, proprie-tário local, abriu as ruas Todos os Santos (atual José Bonifácio),Leopoldina (Castro Alves),Almeida (Padre Ildefonso Penalva), a ruaGetúlio, etc. É um bairro residencial cujas vias principais são as ave-nidas Amaro Cavalcanti e Arquias Cordeiro.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Tomás Coelho

A região pertencia ao antigo Engenho do Mato, contínuo ao Engenhoda Rainha. Lá se encontravam as estradas Velha e Nova da Pavuna(atuais Ademar Bebiano e Av. João Ribeiro), que prosseguiam juntasem uma só via, atravessando a garganta entre o morro do Juramentoe a serra da Misericórdia, rumo a Irajá. Essa passagem foi aproveita-da pela Estrada de Ferro Rio D’ Ouro, quando de sua construção, noano de 1876, e nela foi instalada a estação Engenho do Mato.

A E. F. Rio D’ Ouro foi extinta na década de 1960, mas o bairrocontinuou servido pelos trens da antiga Estrada de Ferro Melhora-mentos do Brasil (atual linha auxiliar), com sua estação Tomás Coe-lho. Seu nome é uma homenagem ao Conselheiro Thomaz Coelho,Ministro da Guerra no 2º reinado (Dom Pedro II), que instalou o Co-légio Militar na Tijuca, em 1889.

Com a construção da Linha 2 da Companhia do Metropolitano doRio de Janeiro – Metrô, foi inaugurada a estação de Tomás Coelho nodia 23 de setembro de 1996. Aí foi construído viaduto ligando a es-trada Velha da Pavuna (Ademar Bebiano) a avenida Automóvel Clu-be (Pastor Martin Luther King Jr.) e a rua Silva Vale, que faz o acessodo bairro à Madureira.

Tomás Coelho é, em sua maior parte, um bairro residencial, com al-gumas indústrias na rua Silva Vale. Sua área se estende entre os mor-ros dos Urubus, do Juramento e a serra da Misericórdia. Nessas en-costas localizam-se comunidades como o Parque Silva Vale, Jura-mento, Nova Maracá e Juramento II, próximas a conjuntoshabitacionais.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Turiaçu

Corruptela de TURY ou TORY, “Facho” e AÇÚ, “grande, extenso”,significando “o fogaréu”, ou o “fogaréu feito de sapê”.

Na região, atravessada pela estrada do Otaviano - que se referia aocomerciante Otaviano José da Cunha, com estabelecimento no Largodo Otaviano -, ficava o Engenho do “Vira-Mundo”, o último grandefabricante de rapadura e cachaça, depois da decadência do Engenhode Portela.

Com a inauguração da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil(atual linha auxiliar), foi instalada a estação de Turiaçu em 1898,atualmente abandonada e não mais utilizada como ponto de paradados trens.

Esse pequeno bairro, onde predominam as residências, se estendeentre a linha férrea e as encostas do morro do Sapê. Atravessado pelafaixa das linhas de transmissão de energia da Light, o bairro de Turiaçutem grandes pedreiras desativadas no morro do Sapê e, como desta-que, a indústria de produtos alimentícios Piraquê (biscoitos, macar-rão, etc) situada na rua Leopoldino de Oliveira. Está dentro da zonade influência do centro de comércio e serviços de Madureira.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Urca

Estácio de Sá, sobrinho do Governador-geral Mem de Sá, fundou,em 1º de março de 1565, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro,em uma praia localizada entre os morros Pão de Açúcar e Cara deCão. Ele construiu, na entrada da baía, uma fortificação compostapor casinhas simples feitas de troncos de madeira e barro, cobertas depalha, ao lado das quais perfurou um poço para abastecimento deágua potável. Ergueu uma capelinha, designou autoridades e criouuma hierarquia, nomeando o juiz, o alcaide-mor e o tabelião. Estapequena paliçada, que recebeu o nome em homenagem a Dom Se-bastião, rei de Portugal, constituiu o núcleo inicial da Cidade, estabe-lecendo as bases para sua colonização. Desta forma, o Rio de Janeirocomeçou em um estratégico istmo, localizado no que hoje conhece-mos como o bairro da Urca.

Depois que Estácio de Sá combateu e expulsou os franceses, a Cida-de foi transferida para o Morro do Castelo, situado no atual bairro doCentro. A área que hoje se conhece como o bairro da Urca foi criadaentre 1910 e 1922, por meio de aterros, ao longo da orla voltada paraa tranqüila enseada de Botafogo. O nome Urca tem origem no morrorochoso que lembrava um tipo de embarcação antiga usada pelosholandeses para transporte de carga.antiga usada pelos holandesespara transporte de carga.

No inicio, existiam, apenas, as águas da enseada que acompanhavamo costão do Morro da Urca em sua face oeste. Por ele passava umcaminho que levava ao Forte São João e que hoje corresponde à ave-nida São Sebastião.

No fim do século XIX, o português Domingos Fernandes Pinto ad-quiriu uma pedreira escavada no Morro da Urca, onde só se podiachegar de barco. Depois, firmou com dois sócios um contrato com aIntendência Municipal para implantação de um cais no local. Foi fei-to um enrocamento com uma ponte precária na área do “Quadrado daUrca”.

Em 1921, durante o governo do Prefeito Carlos Sampaio, foi conclu-

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ído o “Quadrado da Urca”; inaugurada a avenida Portugal e aterradaa área cercada pela murada de granito ao longo da costa, até o portãodo Forte. Nesta época foi feito, também, o atual arruamento.

Entre 1920 e 1923 foi criada, artificialmente, a Praia da Urca e ergui-do nela o “Hotel Balneário da Urca”. O Hotel, com 34 quartos, logoentrou em decadência e, em 1933, foi transformado no “Cassino Bal-neário da Urca” que, além de funcionar como um cassino, apresenta-va espetáculos, com grandes artistas nacionais e internacionais. Em1946, no governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra, foram proibi-dos os chamados “jogos de azar” e, assim, o Cassino foi fechado.

Em 1952, se instalou, no local, o primeiro canal de televisão no Bra-sil, a TV Tupi, que permaneceu no ar até 1968. A partir desta data, oprédio foi abandonado. Recentemente foi adquirido pela Prefeitura eserá uma Escola de Design.

A Urca é um bairro residencial, cortado por ruas arborizadas. A ave-nida Pasteur, antiga Praia da Saudade, abriga hoje o Iate Clube doRio de Janeiro e as instalações da UNIRIO-Universidade Federal doEstado do Rio de Janeiro, UFRJ-Universidade Federal do Rio de Ja-neiro e do Instituto Benjamin Constant. Na Praia Vermelha, estão oInstituto Militar de Engenharia (IME), a Escola de Comando e Esta-do Maior do Exército, a pista de caminhada Cláudio Coutinho e aestação do primeiro estágio do Teleférico. Em um percurso de 1330metros, sob cabos de aço, o mundialmente conhecido Bondinho levamilhões de turistas ao alto dos morros da Urca e Pão de Açúcar.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Vargem Grande

As terras do bairro pertenciam à sesmaria de Gonçalo Correia de Sá,cuja filha dona Vitória, em ocasião de seu falecimento, doaria a ex-tensa propriedade aos Monges Beneditinos. Ali, Frei Lourenço daExpectação Valadares criou, no século XVIII, a fazenda Vargem Gran-de, na antiga Estrada de Guaratiba, cujas ruínas ainda existem no“Sítio Petra”, número 10636, atual Estrada dos Bandeirantes.

Inicialmente, prevaleceu na região a cultura da cana de açúcar e, de-pois, o ciclo do café. Em 1891, os Beneditinos venderam todo seulatifúndio à Companhia Engenho Central de Jacarepaguá, daí ao Bancode Crédito Móvel, e, em 1936, à Empresa Saneadora Territorial Agrí-cola.

A pavimentação da estrada de Guaratiba (Bandeirantes), somada àampliação do caminho sinuoso da Grota Funda facilitou o acesso àregião. Obras de saneamento foram realizadas nos extensos alagadiçosdos campos de Sernambetiba, destacando-se a abertura do Canal deSernambetiba, que captou as águas dos rios Paineiras, Morto, Portão,Cascalho, Bonito etc.

A partir da década de 1990, a paisagem agrícola de Vargem Grandefoi alterada por um surto de urbanização. A partir do núcleo urbanoinicial surgiram novos loteamentos e condomínios e comunidades debaixa renda como a Vila Cascatinha, somando-se às comunidades dorio Morto e da Beira do Canal.

A imagem de um bairro rural, ligado à natureza, com a esplêndidapaisagem florestal do Maciço da Pedra Branca ao fundo, terminoupor transformar a região em um pólo de ecoturismo, onde passeios acavalo, aluguel de sítios, criação de plantas ornamentais e trilhas rús-ticas somam-se a outros dois fatores de atração: o “PóloGastronômico” - com restaurantes rústicos, variados, destacando-seo Gepetto, Quinta, Jardineto, Skunna, Barreado, Gugut etc - e o “RioWater Planet”, inaugurado em 1998, o maior parque aquático daAmérica do Sul, com mais de 30 atrações diferentes em 400.000 m2de área.

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Grande parte do bairro de Vargem Grande é abrangido pelo ParqueEstadual da Pedra Branca que, com seus 12.500 hectares, é conside-rado a maior floresta urbana do mundo. Destaca-se o Morro de SantaBárbara (857 metros), o Pico da Pedra Branca (1025 metros) - pontoculminante do Município - a Serra do Rio da Prata (divisa com Cam-po Grande), os Morros do Cabungui, dos Caboclos, Toca Grande,Toca Pequena, Pico do Morgado, etc, com altitudes entre 500 e 1000metros. Seu acesso de dá pelas estradas do Morgado, Pacuí, Cabongui,da Mucuíba e do Sacarrão, de onde partem trilhas em direção aosvales do Sacarrão, Cafundá e do Gunzá, com rios encachoeirados,em meio a Mata Atlântica e alguns bananais. Daí são feitas travessiasem direção aos bairros de Guaratiba e Campo Grande, pelos antigoscaminhos usados pelos sitiantes e tropeiros, com suas mulas e produ-tos agrícolas.

Destacam-se, ainda, em Vargem Grande, o Haras Pégasus, o temploda Sociedade Budista Tibetana “Karma Teksum Chokorling” e o com-plexo “Recnov”, da Rede Record, para gravações de tele-novelas,em 73.000 m2 de área.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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IVargem Pequena

Localizada na extensa baixada de Jacarepaguá, Vargem Pequena com-preende as planícies alagadiças dos campos de Sernambetiba, corta-das pelos canais do Portelo e do Cortado. O bairro estende-se até oMaciço da Pedra Branca, no trecho denominado Serra Alto do Peri eSacarrão, e abrange a Pedra de Ubaeté, ou Calembá, cuja encostanorte é ocupada pela pedreira “Ibrata”, cuja autorização de funciona-mento data de 1o de março de 1973, em área com mais de 50 hecta-res.

A região era parte da enorme sesmaria de Gonçalo Correia de Sá,proprietário do Engenho do Camorim, dado a sua filha D. Vitória deSá, em 1625, e, como dote, a seu marido Dom Luiz de Céspedes(governador geral do Paraguai), em 1628. Com a morte de D. Vitória,em 1667, a propriedade seria deixada para os Monges Beneditinos,que dividiram o Engenho do Camorim, criando a fazenda de VargemPequena. Lá, em 1766, o padre Frei Gaspar de Madre de Deus cons-truiu a igreja de N. Sra. do Pilar, atual N. Sra de Monte Serrat, tomba-da pelo Patrimônio Histórico e Artístico, no alto de elevação combela vista da planície vizinha.

Em 1678, Frei Bernardo de São Bento, monge-arquiteto do Mosteirode São Bento, traçou a primeira estrada de acesso da região, a “Estra-da Velha do Engenho”, que interligava as propriedades dosBeneditinos. Essa estrada teria os nomes de Pavuna, Curicica e deGuaratiba e hoje corresponde à estrada dos Bandeirantes. Em 1710,o Corsário Francês Duclerc passaria pela estrada aberta pelosBeneditinos com seus soldados para atacar a cidade do Rio de Janei-ro.

Durante dois séculos, os Beneditinos exploraram a região com a cri-ação de gado, cultivo da mandioca e preparo da farinha, coadjuvantesdo cultivo da cana-de-açúcar, que gerava um pólo de cultura açucareira.Com o surgimento do ciclo do café, sítios e chácaras passaram acultivá-lo intensamente. Em Vargem Pequena se concentrava umapequena população, composta de sitiantes dos Beneditinos, cuja pro-dução se comprometia com a Ordem, sediada no Centro da Cidade.

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Em 1891, todas essas terras da ordem dos Beneditinos foram vendi-das à Companhia Engenho Central de Jacarepaguá, sendo repassadasao Banco de Crédito Móvel. Os lavradores, não reconhecendo o di-reito do Banco, fundaram a Caixa Auxiliadora dos Lavradores deJacarepaguá e Guaratiba.

Na década de 1930, ocorreu um aumento da venda de terrenos, e,após 1936, a Empresa Saneadora Territorial Agrícola, de FrancisWalter Hime, passou a fazer o saneamento, loteamento, venda e ad-ministração da localidade.

De características rurais, com planícies, montanhas, sítios e casas deveraneio, Vargem vem ganhando feições urbanas com o surgimentode grandes loteamentos e condomínios ao sul da estrada dos Bandei-rantes, que ocupam as áreas alagadiças em direção ao canal do Portelo.Completam o quadro as comunidades de baixa renda como Palmarese Monte Serrat, um pequeno Shopping Center construído na estradados Bandeirantes e empreendimentos ao longo da estrada Boca doMato, acesso interno da região. Nessa via, a Universidade Estácio deSá implantou seu curso de medicina veterinária, criado, em 1996, nocampus Vargem Pequena.

O bairro possui áreas de lazer voltadas para eventos, eco-turismo eparques aquáticos, destacando-se a Fazenda Alegria, em reserva flo-restal de 1 milhão de m2, e o Sítio Lagedo com 300 000 m2. Acimada cota dos 100 metros, situa-se o Parque Estadual da Pedra Branca,que abrange a Serra Alto do Peri, o Sacarrão Pequeno (379 m), o Picodo Sacarrão (699 m) e a Pedra Rosilha (472 m).Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 comalterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Vasco da Gama

Em 1998, ano do centenário do Clube de Regatas Vasco da Gama,um projeto transformou a área onde fica a Sede/Estádio do clube esuas adjacências, incluindo a Comunidade “Barreira do Vasco”, nobairro Vasco da Gama. Seu estádio foi inaugurado em 1927 e é, po-pularmente, chamado de São Januário.

O novo bairro foi desmembrando do bairro de São Cristóvão. Seusprimeiros moradores, a maioria imigrantes portugueses, chegaram aolocal por volta de 1920.

Nota: Criado pela Lei Nº 2672 de 8 de setembro de 1998

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Vaz Lobo

A região, na freguesia de Irajá, era atravessada pela estrada da Penha,que depois recebeu o nome de estrada Marechal Rangel e é, hoje, aavenida Ministro Edgar Romero. Grandes chácaras, onde se cultiva-va café, aipim e batata doce, entre os morros do Sapê e da Serrinha,ocupavam a área. Uma delas, a do Capitão-Tenente José Maria VazLobo, no cruzamento com a estrada de Irajá (av. Monsenhor Félix)deu nome ao largo e ao bairro.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Vicente de Carvalho

A região pertencia à freguesia de Irajá, abrangendo terras do Enge-nho do Mato, de Dona Maria de Abreu Rangel, que em 1741 o doouaos seus netos, antepassados do Marechal Rangel. Esse engenho seestendia até os atuais bairros de Tomás Coelho e Engenho da Rainha.

O nome do bairro se refere a um fazendeiro local, Vicente de Carva-lho, que denominaria também a estrada e a estação da Estrada deFerro Rio D’ Ouro, implantada na segunda metade do século XIX.Posteriormente, a região passaria para Lucas da Silva, e, deste, para aviúva Carolina Machado e, depois, para a família Rangel Vasconce-los. Em 1890 tudo foi comprado e loteado pela Companhia de Colo-nização Agrícola do Visconde de Moraes e do Conde Modesto Leal.

A estação Vicente de Carvalho da E. F. Rio D’Ouro foi inauguradaem 15 de janeiro de 1883. Com a extinção desse ramal, seu leito foiaproveitado pela linha 2 da Companhia do Metropolitano do Rio deJaneiro – Metrô, sendo implantada a estação Vicente de Carvalho em1996.

Os acessos principais do bairro são a avenida Pastor Martin LutherKing Jr. (Automóvel Clube), antiga estrada da Pavuna, e a avenidaVicente de Carvalho, antiga estrada da Penha.

A favela do morro do Juramento, marco de referência no bairro, co-meçou a ser ocupada em 1945 com a demarcação dos lotes feita ànoite, para evitar a presença da polícia. Os primeiros barracos demadeira começaram a ser erguidos na década de 1950 e, com a cons-trução de uma igreja católica, o local passou a se denominar “igreji-nha”. Na década de 1960, a ocupação se intensificou e, em 1967, foifundada a Associação de Moradores e, com ela, chegaram rede deágua e de esgoto, reservatórios de água, acessos pavimentados e ser-viços de assistência médica dentária. A comunidade ocupa uma áreade 290 mil metros

quadrados, distribuídos nas localidades do Rodo, Centro, Miolo, Ig-rejinha e Lazer.

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Vicente de Carvalho é predominantemente residencial, com grandeshipermercados (o antigo Carrefour reabriu como “Atacadão” em 2007)e o “Carioca Shopping”, inaugurado em 8 de maio de 2001.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

leito foi aproveitado pela linha 2 da Companhia do Metropolitano doRio de Janeiro – Metrô, sendo implantada a estação Vicente de Car-valho em 1996.

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Vidigal

O major de milícias e intendente da polícia Miguel Nunes Vidigal, degrande influência no Primeiro Império, recebeu dos mongesbeneditinos em 1820, extensas terras que iam das encostas da PedraDois Irmãos até o mar, onde construiu a Chácara do Vidigal. Em 1886,seus herdeiros venderam a propriedade ao Engenheiro João Dantas.

O acesso à área se dava pelo tortuoso caminho da Chácara do Céu,que vinha do Leblon. Só em 1913, o Professor Charles Armstrongaproveitou o leito abandonado do projeto cancelado de uma ferrovialitorânea, para servir de caminho ao seu Colégio Anglo-Brasileiro noVidigal. Em 1919 o Prefeito Paulo de Frontin alargou e prolongou oCaminho de Armstrong criando a panorâmicaAvenida Niemeyer, emhomenagem ao Comendador Conrado Jacob Niemeyer. Nela, em 1922,foi construído o Viaduto Rei Alberto sobre os arcos da Gruta da Im-prensa. Em 1968, foi iniciada a construção do Hotel Sheraton junto aPraia do Vidigal.

Os primeiros barracos da comunidade local – então conhecida comoFavela da Rampa da Niemeyer - surgiram na década de 1940. Entre1965 e 1985, a comunidade do Vidigal se expandiu ao longo da Es-trada do Tambá e hoje, junto com a Comunidade Chácara do Céu -menor e mais próxima ao Leblon e ao penhasco -, abriga mais de75% da população do bairro.

No final da década de 1970, o caso do Vidigal se tornou um marco naresistência à remoção de favelas. Em plena ditadura militar, a associ-ação de moradores, com o apoio dos advogados da Pastoral de Fave-las – entre eles os juristas Sobral Pinto e Bento Rubião -, conseguiuevitar que os barracos da parte baixa da favela fossem destruídos paradar lugar à construção de empreendimento de alto luxo. Após intensaluta, os moradores conseguiram apoio político e popular que culmi-nou com a edição, em 1978, de decreto de desapropriação da áreapara fins sociais, assinado pelo Governador Chagas Freitas, que afas-tou de vez o perigo da remoção. Em 1980, o Papa João Paulo II visi-tou e abençoou a comunidade.

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Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Nº1995/93, que delimita a RA e Bairro da Rocinha.

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Vigário Geral

Nas terras pantanosas que pertenciam originalmente à freguesia deIrajá, havia uma grande fazenda, a Fazenda Nossa Senhora das Gra-ças, onde ficava o Engenho do Vigário Geral, também conhecido como“Engenho Velho”, próximo ao rio Meriti. Esse “Vigário Geral” seriao Cônego Dr. Luiz Borges da Silva Oliveira, dono do Engenho NossaSenhora das Graças na segunda metade do século XVIII, embora exis-tam fontes citando o monsenhor Félix de Albuquerque ou o Padre Dr.Clemente de Matos, ambos donos do Engenho de Irajá, como o “Vi-gário Geral” que deu nome ao bairro.

Com a extinção do Engenho, a fazenda virou propriedade do deputa-do e médico Dr. Bulhões Marcial que, a partir de 1910, resolveulotear suas terras morro acima, abrindo ruas. Em 05 de outubro de1910, a Estrada de Ferro Leopoldina (antiga Estrada de Ferro do Nor-te) montou um barracão como parada do trem para atender a popula-ção, inaugurando a estação do “Velho Engenho”, posteriormente es-tação do Vigário Geral.

Vigário Geral ocupa grande área desde a rua Bulhões Marcial (antigaestrada Rio-Petrópolis) até junto à rodovia Presidente Dutra, ondedepois foi loteado o “Jardim América”. Atualmente o bairro contémcentenas de empresas – é considerado o segundo pólo industrial e deserviços do Município -, clubes sociais, praças públicas (com desta-que para a Catolé da Rocha e seu coreto tombado pelo PatrimônioHistórico), um pequeno comércio, três associações de moradores, umaescola de samba e uma grande estação de tratamento sanitário, a “Usinade tratamento da bacia do rio Pavuna”, que faz parte do projeto dedespoluição da Baía de Guanabara.

Desde 2000 o bairro faz parte da então criada XXXI Região Admi-nistrativa-Vigário Geral, que inclui ainda Jardim América, Cordovile Parada de Lucas. No limite com Jardim América, foi implantadopela CEHAB, na década de 1960 (governo Carlos Lacerda), o Con-junto Habitacional “Vila Esperança”, para moradores de baixa renda.

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O Parque Proletário de Vigário Geral está localizado à leste da linhaférrea e sua ocupação iniciou-se no final dos anos 1950. Muitos fer-roviários vieram morar no local, cujo terreno pertencia a Estrada deFerro Leopoldina, e foi então fundada a Associação de Moradores deVigário Geral. O fornecimento de luz foi regularizado em 1984 e adistribuição de água implantada em regime de mutirão. Destacam-seno bairro a presença do grupo cultural Afro Reggae, da ONG Casa daPaz e da organização Médicos Sem Fronteiras. Para facilitar o aces-so, foi construído viaduto sobre o ramal ferroviário, ligando a comu-nidade à rua Bulhões Marcial.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Vila Cosmos

A Companhia Urbanizadora Imobiliária Kosmos, construiu oloteamento Vila Florença, implantada em 1930, nas terras do Dr.Guilherme Guinle, situadas entre a estrada Vicente de Carvalho e aSerra da Misericórdia. Atualmente, em suas proximidades, ficam oHipermercado Carrefour, o Carioca Shopping e a estação do metrôVicente de Carvalho. É um bairro essencialmente residencial, atra-vessado pela Avenida Meriti.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Vila da Penha

As pedras do rio Irajá formavam barreiras e obstáculos aos coloniza-dores que navegavam com destino a Irajá. Assim, os viajantes eramobrigados a interromper sua jornada no local onde hoje fica a Vila daPenha e prosseguir por terra. Apartir de 1600, pequenas casas, poma-res e hortas surgiram na região, atravessada pelo rio Quitungo (aflu-ente de Irajá).

A expansão do bairro iniciou-se por volta de 1920, quando já existi-am fazendas e engenhos de açúcar e proprietários iniciaram oloteamento e desmembramento de seus terrenos. O Projeto deArruamento e Loteamento (PAL) da “Vila Penha”, de propriedade da“Empresa Industrial de Melhoramentos do Brasil”, elaborado em 1927/1930 e alterado em 1936, consolidou a urbanização do bairro, abran-gendo vários logradouros cortados pela estrada do Quitungo, avenidaMeriti e estrada Brás de Pina (atual Av. Brás de Pina).

No entroncamento das avenidas Meriti e Brás de Pina encontram-seo “Largo do Bicão” (atual Praça Rubey Wanderlei), assim chamadopor ter abrigado uma grande torneira pública no início do século XX,que servia aos moradores das redondezas.Atualmente o Largo é cons-tituído por uma praça, com expressivo Centro Comercial, contendobancos, bares e supermercados.

A inauguração do Carioca Shopping em 2001, na divisa com Vicentede Carvalho, trouxe importante centro de lazer e serviços a esse bair-ro, predominantemente residencial, um dos mais valorizados dos su-búrbios e da Zona Norte.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Vila Isabel

Todas as terras de Vila Isabel eram da Fazenda do Macaco, limitadapelo Rio Joana, pelo Caminho do Cabuçu (atual rua Barão do BomRetiro) e pela Serra do Engenho Novo. Dom Pedro I a presenteou àImperatriz D. Amélia de Beauharnais, Duquesa de Bragança, sendofreqüentes os passeios do casal ao local. Com a volta de Dom Pedroa Portugal, a fazenda ficou abandonada, sendo atingida pela epide-mia de cólera morbus de meados do século XIX. A região se situavana rota de passagem entre os Engenhos Velho e Novo dos Jesuítas,sendo cortada por dois caminhos principais: o do Cabuçu e o do Ma-caco.

O Barão João Batista de Viana Drummond, reconhecendo o potenci-al comercial da área, procurou o Ministro do Império, ConselheiroJoão Alfredo Corrêa de Oliveira, solicitando permissão para estabe-lecer uma linha de ferro-carril ligando a Fazenda do Macaco ao Cen-tro da Cidade. Em 1872, o Barão de Drummond comprou a fazenda emontou (em sociedade com o Visconde de Silva, o Barão de SãoFrancisco Filho, Bezerra de Menezes e Temístocles Petrocochino) a“Companhia Arquitetônica de Villa Izabel” para a promoção deloteamento, para o qual contratou projeto do Engenheiro FranciscoBittencourt da Silva.Assim, em 1873, nascia o primeiro bairro plane-jado da cidade. Bittencourt da Silva fez o levantamento do terreno eelaborou a planta do loteamento “Villa Izabel” - em homenagem àPrincesa Isabel -, com 13 ruas projetadas, uma grande avenidaarborizada, o “Boulevard” 28 de Setembro (aproveitando o antigoCaminho do Macaco), e uma praça central, a Sete de Março (atualBarão de Drummond).

Entre 1873 e 1875, a Companhia Ferro-Carril de Vila Isabel estendeuas linhas de bonde para Vila Isabel, inicialmente de tração animal.Em 1909, foi inaugurada a Estação de Bondes de Vila Isabel, já comtração elétrica.

Dotado de um Jardim Zoológico (nele foi criado, em 1884, o “Jogodo Bicho”), o bairro contava com os Clubes Vila Isabel F.C. (1912),Confiança Atlético Clube (1915) e, mais tarde, a atual AssociaçãoAtlética Vila Isabel (1950). Na primeira metade do século XX, foram

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erguidos a Igreja N. S. de Lourdes (entre 1919 e 1943), o ConventodaAjuda (1920) e a Igreja de SantoAntonio de Lisboa (1902), no altodo morro de mesmo nome, a 71 metros de altitude.

Vila Isabel abrigou uma das fábricas mais antigas da Cidade, a Com-panhia de Fiação e Tecidos Confiança, desativada em 1964. Hoje, oprédio remanescente do conjunto fabril - onde está instalado o Super-mercado Boulevard - e casas da vila operária no seu entorno fazemparte de Área de Proteção do Ambiente Cultural municipal.

O bairro, cantado em sambas famosos em todo o Brasil, teve entreseus ilustres moradores Noel Rosa – o grande compositor profunda-mente identificado com o espírito e o charme de Vila Isabel -, João deBarro e Orestes Barbosa. Outra referência importante é Martinho daVila, cuja história se confunde com a da tradicional Escola de SambaUnidos de Vila Isabel, campeã do carnaval carioca de 1988.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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Vila Militar

No início do século XX, os batalhões e regimentos da cidade se con-centravam próximos ao Centro, em São Cristóvão, no Campo deSantana, no antigo Arsenal de Guerra (atual Museu Histórico), naFortaleza de São João e na Praia Vermelha. O Marechal Hermes daFonseca resolveu então transferir os 6 (seis) batalhões do primeiro esegundo Regimentos de Infantaria para uma nova vila militar na zonasuburbana, que pudesse se interligar com as unidades de Realengo.No governo Afonso Pena, as fazendas e engenhos de Sapopemba,Gericinó, Engenho Novo da Piedade, da Água Branca, do Cabral, doMonteAlegre, entre outros, começaram a ser desapropriadas nos vas-tos campos entre Deodoro e os limites com a Baixada Fluminense.

Os primeiros quartéis da Vila Militar - o do primeiro e do segundoRegimentos de Infantaria -, as casas de administração e os depósitosde munição foram construídos pelo tenente engenheiro Palmyro Ser-ra Pulcherio. As obras terminaram 1910 e a Vila Militar foi inaugura-da em 1912. A partir de 1915, novos quartéis e residências para mili-tares foram construídos ao longo da avenida Duque de Caxias, for-mando, ao longo do tempo, o maior aquartelamento do Brasil e amaior concentração militar da América Latina, com mais de 60.000homens.

No ramal ferroviário de Mangaratiba (atual ramal de Santa Cruz), foiinaugurada a estação Vila Militar, em 18 de agosto de 1910, com seubelo prédio em estilo inglês, semelhante ao da Estação de MarechalHermes.

Destacam-se no bairro os prédios dos regimentos Sampaio, AndradeNeves, Avaí, o campo de instrução de Gericinó, o Hospital da guarni-ção da Vila Militar, os regimentos Floriano, de cavalaria mecanizada,entre outros.

Por ocasião dos Jogos Pan-Americanos Rio-2007, foi construído oCentro Esportivo Deodoro, que utilizou área do tradicional CírculoMilitar Deodoro, na Vila Militar, para disputa das modalidades dehipismo, pentatlo moderno, hóquei sobre grama, entre outras, man-

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tendo como instalações permanentes os centros nacionais de hipismoe de tiro esportivo.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Vila Valqueire

No passado, era ocupado pelo Engenho Valqueire, desmembrado dasterras do antigo Engenho de Fora, onde existia grande quantidade daárvore “pau ferro”. Aorigem do nome “Valqueire” deve-se ao propri-etário dessas terras, nos meados do século XVIII, Antonio FernandesValqueire. A sede do Engenho ainda existe em ruínas, e sua maisantiga construção é a Igreja São Roque, próximo à estrada do Maca-co (atual rua Quiririm).

O Engenho do Valqueire teve como ocupante, Francisco Teles, avôde Geremário Dantas (nascido no local) e os herdeiros de Franciscoem 1927, lotearam abrindo arruamento, por intermédio da Compa-nhia Predial, dando o nome de Vila Valqueire ao novo bairro.

O engenheiro Alencar Lima, autor do projeto, abriu ruas bem largascom nome de flores, rua das Rosas, das Margaridas, das Verbenas,etc, cruzado pela rua Luis Beltrão, com a acolhedora Praça Saiqui,tornando o Valqueire um aprazível e valorizado bairro.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Vista Alegre

Projeto imobiliário com o nome “Jardim Vista Alegre” que, em 1954,criou arruamento e loteamento em grande terreno entre a Estrada daÁgua Grande, a Avenida Brás de Pina e a faixa da Light, na região deIrajá, onde foram construídas 400 casas. Em sua periferia existiamchácaras com hortas, verduras, fazendolas e um grande pântano, re-pleto de rãs, onde foi construído o chamado “Bairrinho”.

Vista Alegre, um dos menores bairros da cidade, é predominante-mente residencial e abriga a “Lona João Bosco”, o Grêmio Vista Ale-gre, a Praça Jardim Vista Alegre e o Parque José Orlando Bernardes.O comércio situa-se nos bairros vizinhos de Irajá e Vila da Penha,concentrado na Praça Rubey Wanderlei (Largo do Bicão). Na épocaem que foi implantado, o bairro era chamado de “Novo Brás de Pina”.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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Zumbi

O nome significa TUMBY, “As Cadeiras, As Ancas Femininas”, de-vido ao formato da praia, dado pelos indígenas. Por estar localizadoentre o Rio Jequiá e a Baía em estreita faixa de terra, foi originalmen-te uma área alagadiça.As atividades nos primórdios da ocupação erama pesca, a produção de cal (trituração de mariscos em fornos apropri-ados). Quanto à lavoura, não existem registros.

O bairro é um dos mais antigos da Ilha do Governador e na metade doséculo XIX já estava bastante ocupado, contando com estabelecimen-tos comerciais. Por volta de 1870, foi criada uma das primeiras esco-las da região, para meninos, com 36 alunos. Dessa época é o teatrinhoparticular que funcionou na rua Serrão, de 1872 a 1877, cujo propri-etário era o dono da fazenda da Ribeira. Em 1898, a CompanhiaCantareira e a Viação Fluminense implantaram o acesso marítimoregular para a Ilha, com uma das pontes no Zumbi.

Em 1900 a Ilha teve o seu primeiro jornalzinho, “O Suburbano”, comsua redação /administração na praia do Zumbi, seus redatores eramHilário da Rocha, Manuel Cândido da Silva, Antonio Matos Ferreirae Pio Dutra. Sua juventude se reunia no Café e Bilhares de José Arsê-nio, no Zumbi. Na década de 1920, surgem os primeiros projetos dealinhamentos, como os das ruas Gaspar de Souza e Pojuca e, em 1928,é aprovado projeto de loteamento, com a abertura da rua ManuelBonfim. Os bondes, vindos da Ribeira, começaram a circular em 1922,até a sua extinção em 1964.

Atualmente, o Zumbi é um pequeno bairro residencial, com comér-cio local, situado entre a estrada do Rio Jequiá e a Baía de Guanabara.Nele ficam o Batalhão da PM Luis Alves de Lima e Silva, a EscolaMunicipal Cuba, o Posto de Saúde Necker Pinto, o Parque AlmiranteSousa e Melo, a praia do Zumbi, e o Jequiá Iate Clube, fundado em19/12/1919, antigo Jequiá Football Club (chegou a disputar o Cam-peonato Carioca de 1936).

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foiestabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alte-rações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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FIM

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INDICE

Abolição....................................................... 2Acari............................................................ 3Água Santa................................................... 4Alto da Boa Vista......................................... 5Anchieta....................................................... 7Andaraí......................................................... 9Anil.............................................................. 10Bancários...................................................... 11Bangú............................................................ 12Barra da Tijuca.............................................. 13Barra de Guaratiba........................................ 14Barros Filho................................................... 16Benfica........................................................... 17Bento Ribeiro................................................. 18Bonsucesso..................................................... 19Botafogo......................................................... 20Braz de Pina.................................................... 21Cachambi........................................................ 22Cacuia............................................................. 23Caju................................................................. 25Camorim......................................................... .26Campinho........................................................ 27Campo dos Afonsos........................................ 28Campo Grande.................................................29Cascadura.........................................................31Catete...............................................................33Catumbi............................................................35Cavalcanti........................................................36Centro...............................................................37Cidade de Deus................................................39Cidade Nova.....................................................41.

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Monumento Cristo Redentor.......................43Cidade Universitária....................................44Cocotá..........................................................46Coelho Neto............................................. ...49Colégio...................................................... ..50Complexo do Alemão................................. .51Copacabana..................................................53Cordovil.................................................... ..55.Cosme Velho.............................................. .56Cosmos.........................................................58Costa Barros.................................................59Curiacica.......................................................60Del Castilho...................................................61Deodor.o........................................................63Encantado......................................................65Engenheiro Leal............................................67Engenho de Dentro........................................70Engenho Novo...............................................72Estácio............................................................74Flamengo........................................................75Freguezia (Ilha do Governador).....................76Freguezia (Ilha do Governador).....................78Gamboa...........................................................81Gardênia Azul.................................................83Gávea..............................................................84Glória..............................................................87Grajaú..............................................................89Grumari...........................................................90Guadalupe.......................................................91Guaratiba.........................................................92Higienópolis....................................................94Honório Gurgel...............................................95

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Humaitá ......................................................... 96Inhauma...........................................................98Inhoaíba.........................................................100Ipanema..........................................................101Irajá................................................................102Jacaré..............................................................105Jacarepaguá ...................................................107Jacarezinho.....................................................108Jardim América..............................................109Jardim Botânico.............................................110Jardim Carioca................................................112Jardim Guanabara...........................................114Jardim Sulacap................................................116Joá...................................................................117Lagoa..............................................................118Laranjeiras......................................................120Leblon.............................................................122Leme...............................................................,123Lins de Vascncomcelos...................................125Madureira........................................................127Magalhães Bastos...........................................128Mangueira.......................................................129Maracanã.........................................................130Maré............................................................... .131Marechal Hermes............................................132Maria da Graça................................................134Méier................................................................135Moneró.............................................................137Olaria...............................................................139Oswaldo Cruz..................................................140Paciência..........................................................141

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Padre Miguel.................................................142Paquetá..........................................................144.Parada de Lucas.............................................146Parque Ancheta..............................................148Parque Columbia...........................................149Pavuna...........................................................150Pechincha.......................................................153Pedra de Guartiba...........................................155Penha..............................................................157Penha Circular................................................159Piedade...........................................................160Pilares.............................................................162Pitangueiras....................................................164Portuguesa......................................................166Praça da Bandeira...........................................168Praça Seca.......................................................169Praça da Bandeira...........................................170Quintino Bocayuva.........................................171Ramos.............................................................173Realengo.........................................................174Recreio dos Bandeirantes...............................175Riachuelo........................................................176Ribeira.............................................................177Ricardo de Albuquerque.................................178Rio Comprido.................................................179Rocha Miranda...............................................182Rocinha...........................................................183Sampaio...........................................................185Santa Cruz.......................................................186Santa Tereza.....................................................187Santíssimo........................................................188

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Santo Cristo,.............................................. 189São Conrado...............................................190São Francisco Xavier..................................194Saúde...........................................................196Senador Camará..........................................198Senador Vasconcellos..................................200Sepetiba ......................................................201Tanque.........................................................202Taquara........................................................204Tauá.............................................................206Tijuca...........................................................208Todos os Santos...........................................210Tomás Coelho..............................................211]Turiaçú........................................................212Urca..............................................................213Vargem Grande.............................................215.Vargem Pequena...........................................217Vasco da Gama.............................................219Vaz Lobo......................................................220Vicente de Carvalho.....................................221Vidigal..........................................................223Vigário Geral................................................225Vila Cosmos.................................................227Vila da Penha................................................228Vila Isabel.....................................................229Vila Militar...................................................231Vila Valqueira...............................................233Vista Alegre..................................................234Zumbi...........................................................235


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