Transcript
Page 1: História do Brasil - Pré-Vestibular - 1824 - Confederação do Equador

Conflitos na História do Brasil - Império -

Primeiro Reinado

Confederação do Equador: 1824 A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano, ocorrido em 1824 no Nordeste do Brasil. Foi a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de D. Pedro I (1822-1831), esboçadas na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição do país. O centro irradiador e a liderança da revolta couberam à então Província de Pernambuco, que já havia se rebelado em 1817 (ver Revolução Pernambucana de 1817) e que enfrentava dificuldades econômicas. Além da crise, a província se ressentia ao pagar elevadas taxas para o Império, que justificava essas taxas como necessárias para levar adiante as guerras provinciais pós-independência (algumas províncias resistiam à separação de Portugal). Pernambuco esperava que a primeira constituição do Império seria do tipo federalista, e daria autonomia para as províncias resolveram suas questões. No entanto, Dom Pedro dissolveu a assembléia constituinte em 1823 e outorgou uma constituição no ano seguinte, extremamente centralizadora. O gérmen da revolta se plantou, e os jornais - notadamente o Tífis Pernambucano, dirigido pelo Frei Caneca - criticavam dura e abertamente o governo imperial. Vários ex-revoltosos, anistiados em 1821, novamente conspiravam. Em julho de 1824 a revolta estourou no Recife. O estopim fora a prisão de Manuel de Carvalho Pais de Andrade, que fora eleito chefe provisório de uma junta de governo. Pais de Andrade se recusou a empossar o governador enviado por Dom Pedro I; o imperador, após estourar a revolta, tentou conciliar-se com os pernambucanos, trocando o nome do governador nomeado, mas não adiantou. Os revoltosos enviaram emissários para as demais províncias do Nordeste (então Norte) do país. Conseguiram apoio do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Formou-se assim a Confederação do Equador propriamente dita, que pretendia organizar um país independente do Brasil — embora essa não fosse a intenção de muitos dos revoltosos. Surgiram algumas dissidências internas no movimento, pois ele agregava classes sociais díspares. A proposta de Pais de Andrade no sentido de libertar os escravos e o exemplo haitiano (país que recentemente se libertara do domínio francês através de uma revolta popular) não tranqüilizavam as elites, e alguns proprietários de terras passaram a colaborar com o governo imperial. Dom Pedro I enviou para o Nordeste tropas contratadas no exterior, sob o comando de Thomas Cochrane. Em Setembro, caíram três províncias, só restando o Ceará, que não suportou além de Novembro. Alguns líderes confederados, resistiram no Sertão, até Dezembro. Vários rebeldes foram condenados por um tribunal militar à forca. Um fato interessante que passou para a história (embora seja discutível) foi a recusa dos carrascos em executar o Frei Caneca, mentor intelectual da revolta e uma das figuras mais carismáticas do Recife à época, que se escondeu por alguns dias no município de Abreu e Lima a época "Vila de Maricota" antes de fugir para o Ceará. O religioso acabou sendo fuzilado, ao contrário da sentença inicial que previa o enforcamento.

Top Related